INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM GESTANTES COM...
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Universidade São Francisco
Curso de Fisioterapia
INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM GESTANTES COM DIAGNÓSTICO DE PRÉ – ECLÂMPSIA INTERNADAS EM
ENFERMARIA OBSTÉTRICA
Bragança Paulista
Dezembro de 2008
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Universidade São Francisco
Curso de Fisioterapia
INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM GESTANTES COM DIAGNÓSTICO DE PRÉ – ECLÂMPSIA INTERNADAS EM
ENFERMARIA OBSTÉTRICA
Monografia apresentada ao Curso de Fisioterapia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade São Francisco, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Graduado em Fisioterapia.
Orientadora: Ft. Ms. Andréa de Vasconcelos Gonçalves Natália Cesila Leme Turiana Paula Padovan de Moura
Bragança Paulista
Dezembro de 2008
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LEME, N.C. & MOURA, T.P.P. Intervenção Fisioterapêutica em gestantes com diagnóstico de Pré - Eclâmpsia internadas em Enfermaria Obstétrica. Trabalho de Conclusão de Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco, 2008.
___________________________________________ Prof. Ms. Andréa de Vasconcelos Gonçalves
Orientadora temática
___________________________________________ Prof. Dr. Rosimeire Simprimi Padula
Orientadora metodológica
___________________________________________ Fisioterapeuta Maria Carolina Salomão
Examinadora
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a toda minha família que tanto lutou e se esforçou para que
mais uma etapa de minha vida fosse concluída, para que mais um sonho fosse
realizado e que são exemplos para que eu continue seguindo sempre o meu ideal.
Turiana Paula Padovan de Moura
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Dedico esse trabalho aos meus pais que lutaram constantemente para a
realização desse meu sonho e graças a cada gota de suor do trabalho digno de cada
um pude vencer mais esta etapa da minha vida.
Natália Cesila Leme
AGRADECIMENTOS
Primeiramente à Deus, que nos deu a chance de estar aqui, iluminando e guiando
nosso Caminho.
Aos nossos pais pelo apoio e confiança.
As nossas orientadoras Andréa de Vasconcelos Gonçalves e Rosimeire Simprini
Padula, pelo ensinamento, apoio e paciência.
Aos Funcionários e Diretores do Hospital Universitário de Jundiaí e ao Hospital
Universitário São Francisco pelo suporte e colaboração.
As nossas pacientes pela colaboração e confiança depositadas em nós.
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LEME, N.C. & MOURA, T.P.P. Intervenção Fisioterapêutica em gestantes com diagnóstico de Pré - Eclâmpsia internadas em Enfermaria Obstétrica. Trabalho de
Conclusão de Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco, 2008.
RESUMO
INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial é a doença cardiovascular mais comum durante a gravidez, dentro delas está a pré-eclâmpsia que é uma doença multissistêmica, e ocorre habitualmente no final da gestação, após a 20ª semana gestacional. Caracteriza-se pelo aparecimento de hipertensão, edema e proteinúria. OBJETIVO: o objetivo desse trabalho foi avaliar se há associação da intervenção fisioterapêutica por meio de relaxamento e massagem e os parâmetros biodinâmicos de hipertensão arterial e edema em gestantes com diagnóstico de pré-eclâmpsia internadas em enfermaria obstétrica. MÉTODO: Foi realizado um ensaio clínico composto por 5 gestantes com diagnóstico de pré-eclâmpsia, internadas na enfermaria obstétrica de um Hospital Universitário. As voluntárias receberam 1 hora de intervenção fisioterapêutica com técnicas de massagem clássica e relaxamento. As voluntárias receberam a intervenção somente uma vez. RESULTADOS: os resultados indicaram que houve redução da PA e do edema com a intervenção fisioterapêutica. CONCLUSÃO: conclui-se que a intervenção fisioterapêutica proporcionou diminuição da PA e redução do edema.
Palavras-chaves: Hipertensão, Gestação, Pré- eclampsia, Fisioterapia, Tratamento, Massagem, Relaxamento.
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LEME, N.C. & MOURA, T.P.P. Intervenção Fisioterapêutica em gestantes com diagnóstico de Pré - Eclâmpsia internadas em Enfermaria Obstétrica. Trabalho de
Conclusão de Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco, 2008.
ABSTRACT
INTRODUCTION: Hypertension is the most common cardiovascular disease during pregnancy, being pre-eclampsia the main one, which is a multisystem disease, which usually occurs at the end of pregnancy, after the 20th week, characterized by the appearance of hypertension, swelling and protein in urine. PURPOSE: This study aimed to evaluate whether there's association with physiotherapy intervention through relaxation and massage in biodynamic parameters of hypertension and swelling in pregnant women diagnosed with pre-eclampsia admitted in obstetric ward. METHODS: A clinical Trial was done, which was comprised of 5 women diagnosed with pre-eclampsia, admitted in the obstetric ward of a university hospital. The volunteers received 1 hour of physiotherapy intervention with classical techniques of massage and relaxation. The volunteers received the intervention only once. RESULTS: The results indicated that there was a reduction in blood pressure and swelling with the intervention of physiotherapy. CONCLUSION: it is concluded that the assistance provided physiotherapy decrease in blood pressure and reduce the swelling. KEY WORDS: Hypertension, Pregnancy, Pre-eclampsia, Physiotherapy, Treatment, Massage, Relaxation.
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SUMÁRIO
1. Introdução ............................................................................................ 08
2. Objetivo ................................................................................................ 16
3. Método ................................................................................................. 17
3.1 Materiais e equipamentos................................................................ 17
3.2 Procedimentos ................................................................................. 18
3.3 Protocolo de Atendimento................................................................ 19
4. Análise de dados.................................................................................. 21
5. Resultados ........................................................................................... 22
6. Discussão................................................................................. ............ 28
7. Conclusão ............................................................................................. 32
8. Referências Bibliográficas .................................................................... 33
Anexos.................................................................................................. 35
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1. INTRODUÇÃO
A hipertensão arterial é a doença cardiovascular mais comum durante a
gravidez. As complicações dessa doença são ao lado das infecções e da hemorragia, a
principal causa de morte materna (SOUZA, 2002).
A gravidez pode induzir a hipertensão em mulheres anteriormente normotensas,
a esse fenômeno denominamos Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG).
Alguns autores também a denominam de pré-eclâmpsia.
A pré-eclâmpsia é uma doença multissistêmica, que ocorre habitualmente no
final da gestação, após a 20ª semana gestacional, caracteriza-se pelo aparecimento de
hipertensão, edema e proteinúria. Nas suas formas mais graves, em virtude da
irritabilidade do sistema nervoso central, instalam-se convulsões e a doença é
denominada eclâmpsia. (REZENDE; MONTENEGRO, 1999)
Entre as três principais manifestações clínicas da pré-eclâmpsia,
30mmHg para a pressão sistólica e de 15mmHg para a pressão diastólica, é o principal
elemento para identificação da doença. Essa medida deve ser feita em duas ocasiões
com intervalo de 6 horas com a paciente em repouso (REZENDE, 2002). Outra
manifestação clínica aparente da pré-eclâmpsia é o edema progressivo, precedido de
ganho excessivo de peso, mais que 500g por semana.
A proteinúria também é um sinal da pré-eclâmpsia, porém com manifestação
tardia, e caracteriza-se pela excreção de 300g ou mais de proteína na urina em 24
horas (REZENDE, 2002).
A incidência da pré-eclâmpsia gira em torno de 5% embora notáveis variações
sejam relatadas (LEVENO, 2005).
Diversos fatores influem na incidência da pré-eclâmpsia, são por isso
considerados fatores de risco para sua ocorrência: história familiar positiva para pré-
eclâmpsia, pré-eclampsia em gestação anterior, doença vascular crônica, hipertensão
arterial crônica, prenhez múltipla, diabetes, doença renal, mola hidatiforme, adolescente
ou gestante idosa, poliidrâmnio, hidropisia fetal, condições que exigem excessos físicos
ou psíquicos, nutrição/dieta, tabagismo, raça negra, entre outros (REZENDE, 2002).
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A etiologia da pré-eclâmpsia é desconhecida, três teorias tentam explicá-las:
nutricional (déficit alimentar, deficiência protéica), isquemia uteroplacentária (a falta de
perfusão placentária pode produzir toxinas que quando lançadas na corrente sanguínea
materna contribuem para o stress oxidativo, que causa a disfunção endotelial), e por fim
a teoria imunológica (imunoglobulinas nos depósitos do endotélio glomerular)
(DOLHIKOFF, 1997).
As alterações morfológicas e funcionais do organismo da gestante com pré-
eclâmpsia tem como causa fundamental o espasmo arteriolar, que provoca alterações
na parede vascular, representadas por lesões de células endoteliais, e redução da
circulação do vasa vasorum, com aumento da permeabilidade capilar, esse processo
leva o líquido para o interstício causando o edema, e em decorrência ocorre
hemoconcentração (REZENDE, 2002).
Nos seguimentos dilatados devido às alterações morfológicas e funcionais há
lesão endotelial com deposição de fribrinogênio e plaquetas e conseqüentes hemólises,
coagulação intracelular e hemorragia (REZENDE, 2002).
O vasoespasmo é generalizado e ocorre por conta das prostaglandinas, que
aumentam a resistência periférica, aumentando a pressão arterial, verifica-se então
redução de fluxo sanguíneo e do consumo de oxigênio pelos órgãos (DOLHIKOFF,
1997).
No decurso da pré-eclâmpsia ocorrem alterações em vários órgãos.
A proteinúria ocorre devido à endoteliose capilar glomerular dos rins (REZENDE,
2002). A alteração renal se caracteriza pelo edema e isquemia do glomérulo, a luz do
capilar diminui devido ao aumento de citoplasma endotelial, conseqüentemente há uma
diminuição da filtração glomerular e do fluxo sanguíneo renal, daí advém a proteinúria,
oligúria, hematúria e anúria. Também ocorre uma maior reabsorção tubular de sódio,
água e ácido úrico (REZENDE, 2002).
No cérebro o angioespasmo provoca isquemia local, hemorragias, e de vez em
quando severas convulsões (DOLHIKOFF, 1997).
Entre as alterações sanguíneas as mais freqüentes são: anemia, hipovolemia,
hemoconcentração, trombose, hemólise, icterícia e coagulação intravascular
(DOLHIKOFF, 1997).
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No fígado evidencia-se a necrose fibrinohemorrágica periportal com aumento de
enzimas que aliadas a trombocitopenia caracteriza a Hellp Síndrome (hemólise
aumento de enzimas hepáticas e plaquetopenia). Esses comprometimentos hepáticos
são acompanhados de dor, náuseas e vômitos (DOLHIKOFF, 1997).
Há redução de perfusão útero-placentário, levando ao quadro de insuficiência
placentária, com repercussão nas duas funções trofoblásticas: nutritiva e respiratória.
Há ingurgitamento venoso pulmonar grave o que leva a edema e hipersecreção
local, podendo ocorrer uma grave insuficiência respiratória (REZENDE, 2002).
Entre os sintomas da pré-eclâmpsia os primeiros a se manifestar são:
hipertensão, edema e proteinúria, sendo a hipertensão mais freqüente e mais
importante (REZENDE, 2002).
O edema ocorre devido à retenção hídrica no espaço intersticial, sua
manifestação é mais evidente em face, região periorbital, membros superiores e
inferiores (REZENDE, 2002).
Com a intensificação do quadro de pré-eclâmpsia podem surgir sintomas como
perturbações visuais (espasmos no vaso da retina), cefaléia, vertigem, sonolência,
alterações respiratórias, taquicardia, convulsões, coma e perturbações gastroentéricas
como náuseas, vômitos, dor e icterícia (REZENDE, 2002)
A pré-eclâmpsia tem diversas formas clínicas de acordo com a gravidade.
A pré-eclâmpsia leve/moderada é caracterizada pelo aumento exagerado do
peso (mais que 500g por semana), seguido de edema generalizado, hipertensão e
proteinúria (1+).
A pré-eclâmpsia grave é caracterizada por pressão arterial maior ou igual a 160 x
110mmHg, proteinúria de 2+ ou 3+, oligúria, manifestações cerebrais, dor epigástrica,
aumento de creatinina no soro, edema de pulmão, cianose e Hellp síndrome
(REZENDE; MONTENEGRO, 1999).
O diagnóstico da pré-eclâmpsia pode ser pré-clínico e clínico. O pré-clínico é
estabelecido antes dos sintomas da moléstia, e é baseado em uma resposta tensional
exagerada. Pode ser aplicado entre a 28ª - 32ª semana o teste de hipertensão supina,
que consiste em medir a pressão arterial sistólica em decúbito dorsal, após repouso em
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decúbito lateral. O resultado é positivo se o aumento na pressão arterial diastólica for
de 20mmHg ou mais (DOLHIKOFF, 1997).
O diagnóstico clínico é feito pela anamnese, exame físico, exames laborais,
fundoscopia e anatomia patológica (DOLHIKOFF, 1997).
Na anamnese e exame físico o examinador deve se atentar a hipertensão,
edema, sinais neurológicos e gastrintestinais (DOLHIKOFF, 1997).
O diagnóstico laboratorial baseia-se no decréscimo da depuração do ácido úrico,
que apresenta valores altos, e aumento da proteinúria (DOLHIKOFF, 1997).
Pode ser feito o exame do fundo dos olhos (fundoscopia), que traduz o espasmo
arteriolar, edema de papila, hemorragias. A biopsia renal pode documentar a lesão
glomerular (DOLHIKOFF, 1997).
Não existem até o momento, medidas ou condutas que realmente possam
prevenir a instalação da pré-eclâmpsia em gestantes anteriormente normotensas. Em
1984, Chesley, afirmou não ser possível a real prevenção de sua ocorrência.
Recentemente Cunningham e colaboradores, após referirem diversas medidas, citadas
como preventivas, não reconhecem a real eficiência das seguintes:
- Dieta hipossódica - Sugerida por De Snoo, ao comprovar a escassa ocorrência de
hipertensão gravídica entre as gestantes da áfrica Central, onde inexistia o sal como
condimento.
- Dieta hipercálcica - Algumas pesquisas, baseadas na observação casuística,
sugeriram o efeito protetor preventivo na pré-eclâmpsia com acréscimo do cálcio na
dieta de gestantes.
- Óleos de peixe e/ou oliveiras - Olsen e colaboradores referem estudo randomizado,
onde ofereceram óleo de peixe e/ou oliveira para gestantes como medida preventiva da
pré-eclâmpsia, com o fundamento de que essas substâncias atuariam sobre o equilíbrio
tromboxane x prostaciclina, esses autores não comprovaram efeito redutor na
ocorrência de hipertensão gestacional.
- Aspirina – Wallenburg e colaboradores, administrando 60mg de aspirina por dia e
placebo a primigestas sensíveis a angiotensina II, a partir da 28ª semana, comprovaram
efeito protetor da pré-eclâmpsia com doses baixas de aspirina. Relacionando esse
efeito preventivo da droga a sua ação redutora do troboxane e estimulante da
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prostaciclina, seguiram-se numerosos estudos clínicos, com conclusões positivas e
negativas.
Em um estudo feito por Atallah com 498 gestantes que ingeriram 60mg de
aspirina/dia e 511 que não receberam, não comprovou diferença significativa na
incidência da pré-eclâmpsia. Assim apesar do efeito anticoagulante, redução de
tromboxane e do efeito pressor da angiotensina II atribuídos à aspirina, o seu emprego,
como medida preventiva da pré-eclâmpsia, não tem sido consagrado universalmente.
O tratamento médico pode ser profilático e curativo. A profilaxia é o
comparecimento ao pré-natal, atenção à pressão arterial, controle de ganho de peso e
internação precoce em casos mais graves (EL-KADRE; CORRÊA; MUNIZ; CAMANO,
1995).
O tratamento curativo se resume na prescrição de repouso em decúbito lateral
esquerdo, pouco sal na dieta, oxigenioterapia, aferição de PA de 6/6 horas, vigiar
sintomas de cefaléia, transtornos visuais e dor epigástrica, verificar a proteinúria a cada
dois dias, medicação anticonvulsionante (sulfato de magnésio, nas doses de 4g,10g e
5g a cada 4 horas), medicação hipotensora ( hidralazina por via endovenosa, nas doses
de 20mg em 250 ml de soro glicosado a 5%, 40 gotas pro minuto), medicação
antiinfecciosa ( penicilina para prevenir broncopneumonia), de preferência não usar
diuréticos. A paciente deve ser hidratada com soro glicosado a 5%, pode ser usado
bicarbonato de sódio para manter o pH (EL-KADRE; CORRÊA; MUNIZ; CAMANO,
1995).
O tratamento obstétrico visa a antecipação do parto quando próximo ao termo
(39 semanas), pois mesmo normalizada a pressão arterial, o edema e a proteinúria
desaparecidos, o feto está em perigo, vez que a depuração placentária é 50% inferior à
normal (EL-KADRE; CORRÊA; MUNIZ; CAMANO, 1995).
A melhor forma de interromper a gravidez é pela operação cesariana, quando
precede a interrupção será necessário acelerar a maturidade pulmonar fetal com
corticóides (EL-KADRE; CORRÊA; MUNIZ; CAMANO, 1995).
Além destes tratamentos, existem recursos terapêuticos não invasivos que
podem ser utilizados para controle e manejo das alterações pressóricas nas gestantes.
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As técnicas de relaxamento, associadas ao tratamento médico, são uma boa
opção para auxiliar no controle da hipertensão durante a gravidez (DIAS, ROCHA,
2005).
A intervenção da fisioterapia em gestantes com pré-eclampsia é baseada nas
manifestações clínicas apresentadas devido à patologia.
A fisioterapia pode atuar nessa entidade com os objetivos de controlar a pressão
arterial, diminuir o edema, colaborar para a normalização da proteinúria, dar orientações
à gestante quanto ao parto e promover o relaxamento global da paciente (HOLLIS,
2001).
Segundo BECK-GALLAGHER (1997) a massagem pode minimizar muitas
queixas da gravidez, como: cefaléia, azia, edema, dores musculares, fadiga, ansiedade,
prepara a grávida para o parto e o pós-parto.
A massoterapia e as técnicas de relaxamento são condutas pertinentes aos
objetivos da intervenção fisioterapêutica na gestante com diagnóstico de pré-eclâmpsia
A massagem e o relaxamento proporcionam uma variedade de efeitos
mecânicos, fisiológicos e psicológicos no organismo da gestante com pré-eclâmpsia
(HOLLIS, 2001).
A passagem constante das mãos sobre a pele, esse contato constante remove
as células superficiais mortas e permite que as glândulas sebáceas fiquem livres de
obstrução e funcionem melhor. A mobilização da pele e dos tecidos mais profundos
através da massagem ajudam a promover uma maior mobilidade desses tecidos
(HOLLIS, 2001).
As manipulações e pressão aplicadas durante a massagem poderão quebrar
aderências subcutâneas e prevenir fibroses (DONNELLY & WILTON, 2002), assim
como promover a circulação sanguínea e linfática (FRITZ, 2002).
O aumento da movimentação de linfa, sangue venoso, secreção pulmonar,
edema, conteúdo intestinal, também são efeitos da estimulação mecânica da
massagem nos tecidos (HOLLIS, 2001).
Como efeito fisiológico da massagem podemos destacar a vasodilatação. Os
vasos sanguíneos se dilatam devido a uma ativação do sistema nervoso parassimpático
e conseqüentemente o sangue corre mais lentamente dentro dele, contribuindo assim
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para a diminuição da pressão arterial. A pressão aplicada durante a massagem poderá
estimular a redução de hormônios de stress que poderão estimular uma subseqüente
resposta parassimpática, por parte do sistema nervoso autônomo (HULME,
WATERMAN, & AMP; HILLIER, 1999).
A aplicação da massagem poderá levar a um aumento do fluxo sanguíneo local,
e conseqüentemente um aumento da temperatura local (HOLLES, 2001) ocorre
também uma redução de níveis de serotonina (FIELD et al.,e IRONSON et al., 1996),
que poderá inibir a transmissão de sinais nervosos ao cérebro (FIELD, 1998). A
massagem estimula a liberação de endorfinas na corrente sanguínea (ANDERSSON &
AMP; LUNDEBERG, 1995; OUMEISH, 1998). Desta maneira, a massagem poderá
provocar o alívio de dor, assim como sensação de bem-estar geral.
A massagem aumenta o fluxo sanguíneo venoso e o fluxo linfático dentro dos
capilares linfáticos, dessa forma pode contribuir na redução do edema (HOLLIS, 2001).
Como efeitos psicológicos destacam-se o aumento na disposição geral do corpo,
diminuição da ansiedade, diminuição do estresse (devido a diminuição do hormônio do
estresse), sensação de bem estar, entre outros (HOLLIS, 2001)
O relaxamento por técnicas respiratórias é um recurso que auxilia nos estados
de estresse, tensão muscular, ou ainda como meio revigorante que atua beneficamente
sobre a saúde física, mental e emocional da gestante com pré-eclampsia.
O conceito de relaxamento não é principalmente físico e sim tanto psicológico
como físico. Então para que o corpo relaxe, a gestante deve ser capaz de minimizar o
impulso cortical que transita pelos neurônios motores espinhais relevantes. Isto exige
um esforço consciente por parte da gestante para relaxar.
Sabendo que a massagem e o relaxamento podem proporcionar efeitos
benéficos para a gestante com DHEG que se sente sobrecarregada com o número de
consultas e interconsultas médicas, o que a afasta dos programas de preparo de parto.
Assim como, os programas de preparo de parto são sempre voltados para pré-natal de
baixo risco.
O pré natal fisioterapêutico de baixo risco, inclui atividades aeróbicas e exercício
de fortalecimento de grupos musculares específicos que podem agravar os quadros
hipertensivos, excluindo desta maneira do atendimento fisioterapêutico, gestantes com
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algum risco pré-natal. Pensando desta maneira, este trabalho veio introduzir dentro do
contexto hospitalar, atendimento fisioterapêutico em gestantes com pré-eclâmpsia
internadas em enfermaria de obstetrícia em um hospital universitário com a finalidade
de controlar a pressão arterial e edema.
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2. OBJETIVOS
2.1. Geral: Avaliar se há associação da intervenção fisioterapêutica por meio de relaxamento e
massagem em gestantes com diagnóstico de pré-eclâmpsia internadas em enfermaria
obstétrica
2.2. Específicos: Avaliar a associação da intervenção fisioterapêutica em gestantes com pré-
eclâmpsia internadas em enfermaria obstétricas nos parâmetros biodinâmicos de:
- Hipertensão arterial
- Edema
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3. MÉTODO
Foi realizado um ensaio clínico composto por cinco gestantes com diagnóstico de
pré-eclâmpsia, dessas, uma internada na enfermaria obstétrica do Hospital Universitário
São Francisco e quatro internadas na enfermaria obstétrica do Hospital Universitário de
Jundiaí. Após assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido as voluntárias
receberam uma hora de intervenção fisioterapêutica com técnicas de massagem
clássica e relaxamento. As voluntárias receberam a intervenção somente uma vez.
Critérios de Inclusão
- Mulheres gestantes com diagnóstico de pré-eclâmpsia leve/ moderada
- Pressão Arterial a partir de 140 x 90 mmHg
- Proteinúria: 3g ou mais
- Edema: ganho de peso maior ou igual a 300g/semana
- Idade: entre 15 e 40 anos
Critérios de Exclusão
- Hellp Síndrome e Pré- Eclâmpsia Grave
- Incapacidade de realizar exercícios
- Gestação gemelar
3.1. Materiais e equipamentos - Termo de consentimento (ANEXO I)
- Ficha de avaliação controle (ANEXO II)
- Estetoscópio Rappaport Premium
- Esfigmomânometro Pheiji
- Som / CD de músicas instrumentais (relaxantes)
- Óleo para massagem de amêndoas doces
- Fita métrica
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3.2. Procedimentos
As voluntárias foram orientadas quanto aos procedimentos e objetivos do
trabalho. Após a orientação as voluntárias receberam uma ficha de consentimento,
onde assinaram o termo de ciência e concordância, consentindo a sua participação no
trabalho.
Após a aceitação da voluntária, foi realizada uma breve avaliação do estado
geral da paciente e coletados alguns dados pessoais que constam na ficha de
identificação da voluntária (ANEXO I). Foram aferidos os níveis de pressão arterial
sistólica e diastólica utilizando um esfigmomanômetro e um estetoscópio. O edema em
membros inferiores (MMII) e membros superiores (MMSS) foram mensurados com fita
métrica, o edema dos MMII foi mensurado no maléolo medial, e o edema de MMSS no
processo estilóide da ulna. Esses dados foram descritos na ficha de avaliação da
voluntária (ANEXO II).
Após registro da Pressão Arterial e do edema foi iniciada a intervenção
fisioterapêutica. A massagem e o relaxamento foram realizados durante o período de
60 minutos, somente uma vez em cada voluntária. Para deslizamento das mãos do
terapeuta foi usado óleo de amêndoas.
As gestantes se mantiveram em decúbito dorsal nas manobras de face, tórax,
braços, antebraços, mãos, coxa, perna e pés, e em decúbito lateral esquerdo nas
manobras de dorso.
Após o atendimento foi aferido novamente níveis de pressão arterial sistólica e
diastólica utilizando um esfigmomanômetro e um estetoscópio, o edema foi mensurado
em membros inferiores e superiores com fita métrica. Esses dados foram coletados e
descritos na ficha (ANEXO II).
Para a aferição da pressão arterial foi empregada a técnica auscultatória, que
será baseada na identificação dos sons de Korotkoff, auscultados sobre a artéria
braquial do membro superior direito. A pressão arterial sistólica será obtida através da
fase I de Korotkoff (aparecimento dos sons), já a pressão arterial diastólica será obtida
através da fase V de Korotkoff (desaparecimento dos sons). Porém se o grupo não
apresentar a fase V, ou seja, o som não desaparece, o valor da pressão arterial
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diastólica será obtida através da fase IV (abafamento dos sons) (VASCONCELOS et al.,
1996; OLIVEIRA, 2000).
3.3. Protocolo de Atendimento
Massagem clássica:
1. Pés (direito e esquerdo)
- Alisamento superficial sobre dorso e planta do pé
- Alisamento profundo sobre dorso e planta do pé
- Amassamento com almofada do polegar sobre dorso e planta do pé
2. Pernas e joelhos (direito e esquerdo)
- Alisamento superficial da perna
-Amassamento palmar alternados sobre os músculos da perna
-Alisamento em torno da patela
-Alisamento profundo com ambas as mãos em toda a perna
3. Coxas (direita e esquerda)
-Alisamento superficial na coxa
- Amassamento palmar alternado em coxa
-Alisamento profundo na coxa
4. Braços, antebraços e mãos
- Alisamento superficial na extremidade superior
- Alisamento profundo palmar alternado sobre músculo deltóide
-Amassamento palmar em braço e antebraço
-Alisamento com o polegar sobre as eminências tênar e hipotênar
-Alisamento com o polegar na superfície palmar das articulações
matacarpofalangeanas
-Alisamento profundo na extremidade superior
-Alisamento superficial na extremidade superior
20
20
5. Tórax
-Alisamento superficial na parte superior do tórax
-Alisamento profundo sobre ombros e pescoço
-Alisamento profundo sobre área das veias jugulares
-Alisamento superficial em todo o tórax
6. Dorso
-Alisamento superficial no dorso
- Alisamento profundo no dorso
-Amassamento palmar alternado sobre todo o dorso
7. Face
-Alisamento superficial em face
-Amassamento com almofada do polegar na testa
-Alisamento profundo na testa
-Amassamento com as almofadas dos dedos desde as têmporas até a espinha cervical
-Amassamento palmar nas bochechas
-Alisamento profundo em queixo e mandíbula
-Alisamento superficial na face
Relaxamento:
Técnicas de respiração (Orientadas pelo terapeuta): Coloque as mãos sobre as
costelas e concentre-se nos seus movimentos de inspiração e expiração. Mantenha
uma respiração rítmica e suave. Relaxe os dedos do pé, relaxe a musculatura da perna,
joelho, coxa, nádegas, sinta o peso das nádegas sendo sustentado pela cama, solte os
quadris, relaxe o ventre, imagine seu bebê dentro do útero, acaricie a barriga, relaxe o
tórax, os seios, o ombro, sinta o peso das costas sobre a cama, relaxe os braços, mãos,
musculatura do rosto: solte os músculos da testa, as pálpebras, as mandíbulas e sinta a
língua solta dentro da boca.
21
21
4. ANÁLISE DE DADOS
Os dados foram analisados por meio da comparação entre os valores
pressóricos iniciais e finais da PA sistólica e diastólica e da perimetria de MMSS e MMII.
22
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5. RESULTADOS O Gráfico 1 mostra os valores referentes a PA sistólica inicial e final das
voluntárias.
0
50
100
150
200
250
300
1 2 3 4 5Voluntárias
pres
são
arte
rial s
istó
lica
(mm
Hg) Pressão sistólica Inicial
Pressão sistólica final
Gráfico 1. Valores Pressóricos Sistólicos Iniciais e Finais
A voluntária 1 foi a única que manteve a pressão sistólica inicial e final iguais,
todas as outras voluntárias apresentaram uma redução da Pressão Sistólica Final em
relação à Inicial (Gráfico 1).
23
23
O Gráfico 2 mostra os valores referentes a PA diastólica inicial e final das
voluntárias.
0
50
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200
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1 2 3 4 5
Voluntárias
pres
são
arte
rial
dis
tólic
a (m
mH
g)
Pressão diastólica inicialPressão diastólica final
Gráfico 2. Valores pressóricos Diastólicos Iniciais e Finais
A voluntária 3 foi a única que manteve a pressão diastólica inicial e final iguais,
todas as outras voluntárias apresentaram uma redução da Pressão Diastólica Final em
relação à Inicial (Gráfico 2).
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O Gráfico 3 mostra os valores da perimetria do MSD inicial e final das voluntárias.
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5
10
15
20
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1 2 3 4 5
Voluntárias
Perim
etria
de
punh
o (c
m)
Edema inicial em MSDEdema final em MSD
Gráfico 3. Perimetria do MSD inicial e final
Todas as voluntárias apresentaram redução do edema no MSD (Gráfico 3).
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O Gráfico 4 mostra os valores da perimetria do MSE inicial e final das voluntárias.
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15
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25
1 2 3 4 5
Voluntárias
Perim
etria
de
punh
o (c
m)
Edema inicial de MSEEdema final de MSE
Gráfico 4. Perimetria do MSE inicial e final
A voluntária 2 foi a única que não obteve redução do edema no MSE mantendo
iguais os valores da perimetria inicial e final, todas as outras voluntárias apresentaram
redução do edema no MSE (Gráfico 4).
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O Gráfico 5 mostra os valores da perimetria do MID inicial e final das voluntárias
0
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10
15
20
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1 2 3 4 5
Voluntárias
Perim
etria
de
torn
ozel
o (c
m)
Edema inicial em MIDEdema final em MID
Gráfico 5. Perimetria do MID inicial e final
Todas as voluntárias apresentaram redução do edema no MID (Gráfico 5).
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O Gráfico 6 mostra os valores da perimetria do MIE inicial e final das voluntárias.
0
5
10
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20
25
30
1 2 3 4 5
Voluntárias
Perim
etria
de
torn
ozel
o (c
m)
Edema inicial em MIEEdema final em MIE
Gráfico 6. Perimetria do MIE inicial e final
As voluntárias 2, 4 e 5 não obtiveram redução do edema no MIE, mantiveram
iguais os valores da perimetria inicial e final, todas as outras voluntárias apresentaram
redução do edema no MIE (Gráfico 6).
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6. DISCUSSÃO A pré-eclâmpsia de acordo com os estudos é um fenômeno freqüente durante a
gestação e traz riscos maternos e fetais, sendo a hipertensão a principal causa da
morte materna.
Não existem trabalhos na literatura que utilizam a fisioterapia quando já está
instalada a hipertensão durante a gestação e sim de maneira preventiva. Alguns
autores como Batista et al.,20003 relatam que o exercício físico durante a gestação
reduz o estresse cardiovascular, o que se reflete, especialmente, em freqüências
cardíacas mais baixas, maior volume sangüíneo em circulação, maior capacidade de
oxigenação, menor pressão arterial, prevenção de trombose e varizes, e redução do
risco de diabetes gestacional e DHEG.
Hall & Brody (2007), relatam que o exercício na água (hidroterapia) oferece
várias vantagens fisiológicas para a mulher grávida. A força hidrostática da água,
proporcional à profundidade de imersão, produz um aumento no volume sanguíneo
central por transferir líquido extravascular (edema) para os espaços vasculares. Isso
pode resultar em aumento do fluxo sanguíneo uterino e funciona mantendo a freqüência
cardíaca e a pressão arterial maternas mais baixas que com os exercícios no solo.
A partir desses estudos, nossa proposta foi realizar um ensaio clínico que
pudesse associar os benefícios do atendimento fisioterapêutico em gestantes com pré-
eclâmpsia no contexto hospitalar, ou seja, com a patologia já instalada.
Foi realizado um ensaio clínico composto por cinco voluntárias com diagnóstico
clínico de pré-eclâmpsia internadas em enfermaria obstétrica do HUSF (Hospital
Universitário São Francisco) e HU (Hospital Universitário de Jundiaí). Obtivemos muitas
dificuldades em encontrar voluntárias nos hospitais, pois geralmente o protocolo
hospitalar é prestar assistência à gestante com DHEG no pronto socorro (PS) da
ginecologia e obstetrícia do hospital. Após a regularização dos níveis de pressão
arterial a gestante é liberada, não permanecendo internada na enfermaria obstétrica.
Como em nosso estudo o enfoque foi tratar a gestante internada em enfermaria
obstétrica, essas pacientes encontradas no PS dos hospitais se excluíam no estudo.
Devido a esses fatos, o número de voluntárias para a intervenção em nosso estudo foi
pequeno.
29
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Não consideramos como variável dependente os níveis de proteinúria, devido a
dificuldade por ser um procedimento invasivo e ser necessário uma enfermeira ou um
médico para coletar o sangue das voluntárias antes e após a intervenção.
As voluntárias apresentavam IG entre 23 e 35 semanas, permaneciam
internadas na enfermaria de 2 a 4 dias apresentando sintomas como dor, sonolência,
ansiedade e agitação.
Após a aplicação do protocolo da massagem clássica e do relaxamento todas
relataram sentir bem-estar físico e emocional. Segundo Siviero et al., 2003, o indivíduo
consciente da origem de suas dores e tensões no corpo pode, através de atividades de
relaxamento, prevenir e verificar a sua forma de defesa e resistência perante aos
acontecimentos do dia-a-dia e conseqüentemente melhorar a sua estrutura corporal e
psíquica atuando e investindo conscientemente em sua qualidade de vida.
Hoga e Rebert (2006) realizaram um estudo com gestantes normotensas e
aplicaram nessas voluntárias um protocolo composto por técnicas corporais, onde
incluíram manobras de massagem clássica como deslizamento, amassamento e
fricção. Todas as voluntárias relataram que as técnicas empregadas promoveram alívio
às sensações dolorosas, ao cansaço e estresse proporcionados pelas alterações físicas
e psicológicas da gravidez.
Nosso trabalho teve como objetivo diminuir os valores da pressão arterial e do
edema após a intervenção fisioterapêutica. Como descrito anteriormente, uma
voluntária manteve PA sistólica e diminuiu apenas a PA diastólica. Outra manteve a
PA diastólica e diminuiu a PA sistólica as outras 3 voluntárias obtiveram redução dos
níveis pressóricos sistólicos e diastólicos após a intervenção.
Segundo Amodeo e Lima (1996), o estresse acarreta um maior estímulo
simpático, que, por sua vez, pode induzir a modificações, nos níveis de pressão arterial.
Portanto, apesar de poucos estudos descreverem o efeito do relaxamento, os pacientes
hipertensos devem utilizar todas as técnicas de relaxamento disponíveis para diminuir o
estresse e conseqüentemente diminuir a pressão arterial.
O ambiente hospitalar pode causar na gestante com pré-eclâmpsia um maior
estresse físico e mental e aumentar a ansiedade para o parto, esse estresse elevado
pode interferir nos níveis de PA, elevando-os ainda mais. Lipp (2007) analisou a
30
30
interferência do estresse na pressão arterial sistêmica e concluiu que um treino de
controle de estresse promove mudanças no hipertenso que favorecem o gerenciamento
da pressão arterial e a manutenção de uma melhor qualidade de vida. Assim
observamos em nosso estudo que estratégias que tem como objetivo diminuir o
estresse como a massagem clássica e o relaxamento interferem, de modo positivo para
a redução do estresse da paciente internada em enfermaria obstétrica e conseqüente
diminuição da pressão arterial.
MONTAGU (1998) descreve que o toque terapêutico diminui a ansiedade aguda
em pacientes hospitalizados em procedimentos pós-cirúrgicos; e PISANI (1985) faz
referência de que quando se atua sobre o sistema nervoso autônomo, acalmam-se as
emoções.
Segundo SEUBERT e VERONESE (2008), a massagem como recurso
terapêutico vem sendo reconhecida como uma das terapias mais eficazes para alívio de
dores e prevenção de doenças. Tem como proposta, tornar o indivíduo consciente do
seu corpo, das suas tensões, da sua respiração e das suas cargas emocionais, bem
como melhorar a nutrição dos tecidos pelo aumento da circulação sanguínea e linfática
além de outros benefícios físicos e emocionais.
Nosso trabalho também teve como objetivo reduzir o edema gestacional. O
edema é causado por um desequilíbrio verificado entre o aporte líquido retirado dos
capilares sanguíneos pela filtragem, e a drenagem do líquido. Como resultados da
perimetria de punho e tornozelo realizada antes e após a intervenção fisioterapêutica
podemos observar que todas as voluntárias apresentaram diminuição do edema em
MSD e no MSE. Somente a voluntária número 2 não apresentou diminuição. Na
perimetria de MMII, todas as voluntárias apresentaram diminuição do edema de MID e 3
voluntárias não obtiveram redução do edema em MIE. Não foram encontrados muitos
embasamentos teóricos que ressaltassem o tratamento de edema gestacional com
massagem clássica. Alguns autores como Brongholi et al.,2001 e Braz et al.,2003
relatam que a massagem de drenagem linfática é eficaz para o tratamento de edema
gestacional em gestantes normotensas, porém as gestantes de alto risco devido a
alterações de Pressão Arterial (PA) são excluídas dessa modalidade de massagem.
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Pensando assim a massagem clássica é um recurso que pode não ser tão eficaz
como a drenagem linfática em si, porém pode reduzir o edema devido a um efeito
benéfico na circulação sanguínea. Como descrito anteriormente, a massagem causa
um aumento do fluxo sanguíneo e linfático, melhorando o retorno venoso e assim,
contribuindo para melhorar o desequilíbrio entre o aporte líquido retirado dos capilares
sanguíneos e a drenagem dos mesmos, diminuindo o edema gestacional em gestantes
com DHEG.
Acreditamos que este trabalho possa ser precursor para outros ensaios clínicos
controlados que correlacionem à intervenção fisioterapêutica e os índices de pressão
arterial e edema.
Embora nosso trabalho tenha sido uma série de casos, há necessidade de mais
estudos que relacionem a intervenção fisioterapêutica, através de massagem e
relaxamento, com um maior número de voluntárias e maior tempo de acompanhamento.
32
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7. CONCLUSÃO
Observamos através deste estudo que a intervenção fisioterapêutica através da
massagem e do relaxamento em gestantes com pré–eclâmpsia internadas em
enfermaria obstétrica diminuiu os valores pressóricos sistólicos e diastólicos e reduziu o
edema de membros inferiores e superiores.
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - AMODEO C & LIMA NK da C. Tratamento não medicamentoso da hipertensão arterial Ver. Medicina, Ribeirão Preto, Simpósio: HIPERTENSÃO ARTERIAL, 29: 239-243, abr./set. 1996.
- BATISTA C. D., CHIARA L. V., GUCELMIM A. S, MARTINS D. P. Atividade física e gestação: saúde da gestante não atleta e crescimento fetal. Ver. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. vol.3 no.2 Recife Apr./June 2003
- BRODY Trein Lory, HALL M. Carrie. Exercício Terapêutico na Busca da Função. 2ª Ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan.2007.816 p.
- DE DOMENICO, Giovanni; NASCIMENTO, Fernando Gomes do; WOOD, Elizabeth C. Técnicas de massagem de Beard. 4ªed. São Paulo: Manole, 1998. 185p.
- DOLHIKOFF, Mario. Lições de clínica obstétrica. São Paulo. Artes e ofício, 1997. 397p. - FISIOZONE, disponível em http://www.fisiozone.com/massoterapia/56-efeitos-da-massagem.html, consultado em 12/11/07.
- FRITZ, Sandy. Fundamentos de massagem terapêutica. São Paulo: Manole, 2000.
- HOGA K. A. L., REBERTE M. L. Técnicas corporais em Grupo de Gestantes: a experiência dos participantes. Ver. Revista brasileira de enfermagem vol.59 no.3 Brasília May/June 2006.
- HOLLIS, Margaret. Massagem na fisioterapia. 2ª ed. São Paulo: Santos, 2001. 157p.
- KADRE, D. E.; ROCHA, N. S. C.; MUNIZ, J.; CAMANO, L. Hipertensão na gestação pré-eclâmpsia - eclampsia, GO, v.4, n9, p.95-102,1995 - LEVENO, Kenneth J. et al. Manual de obstetrícia de Williams. 21ª ed. São Paulo: Artmed, 2005. 784p. - LIPP N. E. M. Controle do estresse e hipertensão arterial sistêmica. Ver. Revista brasileira de Hipertensão, vol.14(2): 89-93, 2007. - PRITCHARD, Jack A.; MACDONALD, Paul C. Obstetrícia. 16ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1983. 819p. - REZENDE, Jorge de. Obstetrícia. 9ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 1514p.
34
34
- REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental, 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. 674p. - SANTA FISIO, disponível em http://www.santafisio.com/trabalhos/ver.asp, consultado em 16/11/07. - SEUBERT, Fabiano; VERONESE; Liane. A massagem terapêutica auxiliando na prevenção e tratamento das doenças físicas e psicológicas. In: ENCONTRO PARANAENSE, CONGRESSO BRASILEIRO, CONVENÇÃO BRASIL/LATINO-AMÉRICA, XIII, VIII, II, 2008. Anais. Curitiba: Centro Reichiano, 2008. CD-ROM. [ISBN – 978-85-87691-13-2]. Disponível em: www.centroreichiano.com.br. Consultado em: 11/10/2008. - SOUZA, Elza Lucia Baracho Lotti de. Fisioterapia aplicada à obstetrícia: aspectos de ginecologia e neonatologia. 3ª ed. Rio de Janeiro. Medsi, 2002.547p. - WEISSGERBERG, T.L.; WOLFE,L.A.; DAVIES,G.A.L. The role of regular physical activity in preeclampsia prevention, Med. Sei. Sports Exerc., v.36, p. 2024-2031, 2004. - VASCONCELLOS, M.; ARAÚJO, A.; VIANNA, M.; ROEDER, E.; ROCCO, R. Qual a posição adequada da gestante para o registro da pressão arterial?, Ver. Revista brasileira de Obstetrícia., v.18, n3, p.253-256, 1996.
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ANEXO I
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para Participação em Pesquisa:
INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM GESTANTES COM DIAGNÓSTICO DE PRÉ – ECLÂMPSIA INTERNADAS EM ENFERMARIA OBSTÉTRICA
O abaixo-assinado declara que é de livre e espontânea vontade que está
participando como sujeito do projeto de pesquisa supra-citado, de responsabilidade do
pesquisador. O abaixo-assinado está ciente que:
I - O objetivo da pesquisa é avaliar se a intervenção da fisioterapia com massoterapia e
técnicas de relaxamento é eficaz para diminuir os sinais clínicos da pré-eclâmpsia em
gestantes internadas na enfermaria do HUSF.
II - Após o preenchimento deste termo, os dados serão coletados através da mensura
da pressão arterial, medida da extensão do edema, e análise da proteinúria, e serão
documentados na ficha de cada paciente.
III - A participação neste estudo poderá acarretar em algum benefício terapêutico.
IV - Não serão administrados medicamentos.
V - Obteve todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a participação do referido ensaio clínico. VI – A interrupção não causará prejuízo ao seu atendimento, cuidado e tratamento pela equipe do HUSF.
VII- Os resultados obtidos durante o estudo serão mantidos em sigilo, e o HUSF não
identificará o sujeito por ocasião e/ou publicação dos mesmos
VIII - O termo constará de duas vias, sendo que uma delas ficará em posse do sujeito
do estudo.
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IX - Qualquer problema que venha a ter em relação ao estudo poderá contactar o
Comitê de Ética em Pesquisa para apresentar recursos ou reclamações ( Fone: 11
4034-8028).
X - Poderá contactar os responsáveis pelo estudo, sempre que necessário pelos
telefones:
Nátalia 11 7479 -0585
Turiana 11 9730-1177
Bragança Paulista, de de 2008.
__________________________________________________ Nome do Voluntário
_______________________________ Natália Cesila _______________________________ Turiana P.P. Moura _______________________________ Andréa de Vasconcelos Gonçalves
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ANEXO II
FICHA DE ATENDIMENTO
DATA: ______/________/________
IDADE: _____________________
ENDEREÇO:____________________________________________________________
TELEFONE: (_____) ___________________
IDADE GESTACIOANAL: _________________________
DATA DA ÚLTIMA MENSTRUAÇÃO: _________________________
GESTAÇÃO ( ) PARTO ( ) CESÁRIA ( ) ABORTO ( )
FC: _______________
FR:________________
PRESSÃO ARTERIAL INICIAL: ___________________
PRESSÃO ARTERIAL FINAL: _____________________
EDEMA INICIAL DE MMSS: _____________________________________________
EDEMA INICIAL DE MMII: ____________________________________________
EDEMA FINAL DE MMSS: ______________________________________________
EDEMA FINAL DE MMII: ______________________________________________
PROTEINÚRIA DO DIA: ___________
PROTEINÚRIA DO DIA SEGUINTE: ____________
INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA SIM( ) NÃO( )
OBSERVAÇÕES:________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
ASS. ______________________________________