Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

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Interpretação teológica de Israel a partir do exílio babilônico Prof . Dr. Natalino das Neves www.natalinodasneves.blogspot.com.br 2 3

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Interpretação teológica de

Israel a partir do exílio

babilônico

Prof. Dr. Natalino das Neves

www.natal inodasneves.blogspot.com.br

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INTRODUÇÃO

• Chaves de leitura bíblica.

• A história do povo de Israel é construída por

meio da crença em um Deus presente na rotina

diária da nação e com promessas para um

mundo real.

• A perda da independência e as várias

diásporas desse povo mudaram a forma de

pensar e de registrar a fé do povo.

• Conflitos com a influência estrangeira.

Influência que vai impactar também na formação

do cristianismo.

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I. ESPERANÇA

TEOLÓGICA DE ISRAEL

NO PERÍODO PRÉ-

EXÍLICO

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I. ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL NO PERÍODO PRÉ-EXÍLICO

• A história do povo de Israel é baseada na esperança:

• Em um Deus presente na história e não um Deus espiritualizado e inatingível.

• Concreta e histórica.

• Em um Deus presente que se interessa em

atender seus anseios concretos.

• Dinâmica da esperança que começa com a revelação de um Deus que promete terra e um lugar para viver a um homem chamado Abraão e sua descendência.

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I. ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL NO PERÍODO PRÉ-EXÍLICO

• A história bíblica de Abraão = início no

chamado e conclusão com sua morte (Gn 12-1-

25.11).

• Todavia, seu nome é citado pela primeira vez

em Gn 11.27, na genealogia de Terá, seu pai.

• “Abandono” do pai vivo?

• Segundo Gn 12.1-3, o chamado de Abraão ocorre em Harã;

• Terá faleceu com 205 anos;

• Abraão foi chamado quando ele tinha 75 anos e seu

pai 140 anos (70 anos: Gn 11.26; 205 anos Gn 11.31)

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I. ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL NO PERÍODO PRÉ-EXÍLICO

• Uma ruptura radical na vida de Abraão e sua

família.

• A orientação era para deixar o que era

conhecido, palpável e concreto para se apegar

a algo desconhecido e incerto.

• A construção de uma relação de amizade que

vai produzir uma experiência de fé exemplar

para seus descendentes.

• Gn 17.9-14 = participação ativa de Abraão no

imperativo de Deus: “quanto a ti”.

• Sinal da aliança com Abraão sobre sua promessa.

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I. ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL NO PERÍODO PRÉ-EXÍLICO

• Abraão não iria ver a promessa da conquista da

terra ser cumprida em sua integralidade.

• Transmissão da fé pelos patriarcas.

• Após um período de opressão em terra

estrangeira (Egito) surge a promessa de

libertação sociopolítica.

• O Êxodo se concretiza (Ex 3,6-10).

• Israel passa a contar sua história a partir deste

evento (1 Rs 6,1; Dt 9,7; Jz 19,30; Jr 7,25, ...)

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I. ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL NO PERÍODO PRÉ-EXÍLICO

• O Êxodo passa a ser uma forma da revelação de

Deus (Ex 20,2; Os 11,1; 12,10; 13,4; Dt 6,12;

13,6; Jz 2,1; 1Rs 12,28; ...).

• Em Israel, a referência para Deus era “aquele

que redimiu Israel da escravidão do Egito”.

• Na caminhada pelo deserto, o povo tem a

convicção da presença de Deus.

• ESPERANÇA: O reino de Deus em meio ao

“povo escolhido” = formação de um sistema

igualitário das doze tribos.

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I. ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL NO PERÍODO PRÉ-EXÍLICO

• Período dos juízes: esperança que “baseada nas promessas de Deus se torna o motor que incentiva o agir”.

• Para defender-se, as tribos convocavam um exércido de guerreiros voluntários (Jz 5; Jz 6-8; Jz 10-11; ...). Mas:

• Corrupção dos juízes (1 Sm 8,5;...);

• Incapacidade dos guerreiros voluntários de fazer frente as exércitos dos filisteus (Saul – 1 Sm 11).

• Samuel inicialmente rejeita pedido de nomeação de um rei (1 Sm 8,4-7), depois autoriza. Mas adverte... (1 Sm 8,10-17).

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I. ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL NO PERÍODO PRÉ-EXÍLICO

• Samuel no discurso de despedida reconhece

como um erro, mas aceita, porém, ... (1 Sm

12.12,14).

• Saul é rejeitado (1 Sm 15.28-35). Javé continua

sendo o soberano absoluto.

• Reinado de Davi = promessas são parcialmente

concretizadas. O povo se torna respeitado e vive

com certa liberdade e paz.

• Davi, inicialmente, extorquia tributos dos

edomitas, moabitas e filisteus, aliviando as

tribos.

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I. ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL NO PERÍODO PRÉ-EXÍLICO

• Situação que passa a ser lembrada em várias

oportunidades na história futura deste povo

(motivação para reformas).

• Com a concretização de grande parte das

promessas vem a estagnação, comodismo e

abusos de poder.

• A dinâmica da esperança cede lugar à

instituição que se julga cada vez mais

independente, a realeza (monarquia).

• Impacto na vida econômica e social da nação.

• Duplo fardo: impostos e trabalhos forçados.

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Organização social no estágio tribal

IAHWEH

Tribo Tribo Tribo Tribo

Leal

dad

e ex

clu

siva

Aldeias

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Reinado de Saul – Estado incipiente

IAHWEH

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IAHWEH

Reinado de Davi – nação-Estado

Edomitas

Moabitas

Filisteus

Aldeias organizadas por tribos

Teologia Davídica

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IMPORTANTE

• A partir de Davi a teologia em Israel teve dois focos:

• O êxodo como libertação do povo de Deus;

• A eleição de Davi como filho de Yahweh e defensor de seu

povo.

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Reinado de Salomão– Modo de produção tributário

IAHWEH

G G G

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Monarquia – modelo genérico

IAHWEH

G G G

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RELEMBRANDO...

• Um povo movido pela promessa feita ao patriarca

Abrão, referencial de fé e experiência com Deus.

• A sociedade tribal israelita - era baseada nas

relações de parentesco, criando fortes vínculos

sociais entres seus membros e exigindo solidariedade

mútua de modo muito rigoroso.

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RELEMBRANDO...

• A organização monárquica - baseava-se na

centralização do poder nas mãos do governante

dinástico, recriando a oposição cidade x campo e

minando a solidariedade antes estabelecida pela

retribalização israelita.

• A relação agora é de exploração do Estado sobre os

camponeses, exploração que inclui desde a

apropriação do excedente dos produtos e o

trabalho compulsório.

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PERÍODO DO DOMÍNIO ASSÍRIO

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• Império assírio dominou todo o mundo bíblico

antigo, entre os séculos IX e VII a. C.

• Nínive, capital da Assíria, foi fundada por Ninrode,

depois que ele deixou a Babilônia.

• Escavações arqueológicas comprovaram que

fortificações e palácios foram construídos nos dias

dos reinados de Salmaneser I (1260 A.C.) e Tiglate-

Pileser I (1114—1076 A.C.).

• Assurbanipal (já em 669 A.C.) fez dessa cidade a sua

principal residência.

PERÍODO DE DOMÍNIO ASSÍRIO

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• Os assírios tinham uma ambição sem limites. Povo guerreiro e cruel, reconhecidos por não demonstrarem sentimentos humanos em sua expressão facial.

• Fundadores de rigorosa organização de províncias controladas por um poder central.

• Inovação: transferência dos povos conquistados para enfraquecê-los (nacionalidade e religiosidade).

• Utilizam métodos de brutalidade e selvageria para intimidar e humilhar os demais povos. Deixavam atrás de si povoações em vida e terras completamente queimadas.

PERÍODO DE DOMÍNIO ASSÍRIO

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CITAÇÕES SOBRE OS ASSÍRIOS

“Muitos prisioneiros queimei a fogo, muitos capturei

vivos: a uns amputei as mãos e os dedos, a outros

cortei o nariz e as orelhas, a muitos vazei os olhos.

Fiz um montão de vivos e um montão de cabeças; até

as cabeças enfiadas em paus em torno da cidade.

Queimei seus filhos e filhas no fogo. Destruí, devastei

a cidade, queimei-a no fogo e a arrasei

completamente”.

(ANAIS DE UM DOS REIS ASSÍRIOS)

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CITAÇÕES SOBRE OS ASSÍRIOS

“[...] E, mesmo quando a realeza é representada em

pleno descanso, não há como não perceber os requintes

de crueldade presentes: numa dessas cenas, o rei

Assurbanipal está descansando num jardim

acompanhado pela rainha. Aí bebem e escutam música.

E a poucos passos do rei, que estava sentado embaixo

de uma parreira, podia ser observada, presa a uma

árvore, a cabeça de Teuman, vencido na última

expedição contra Elam”.

(ROSSI, 2007, p.12)

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• No auge de sua prosperidade era cercada por uma muralha interior cuja circunferência era de cerca de doze quilômetros.

• Sua população era de mais de cento e setenta e cinco mil pessoas.

• Oséias, último rei do reino do norte, negou pagar tributo aos assírios e acabou aprisionado. Samaria, sua capital, foi invadida e arrasada, aproximadamente em 722 a.C.

• Os registros assírios documentam que nada menos de 27.290 habitantes da cidade de Samaria foram deportados, e que estrangeiros foram enviados para vir habitar no lugar deles.

PERÍODO DE DOMÍNIO ASSÍRIO

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• Em 701 a.C. Ezequias resistiu aos assírios

(Senaqueribe). Entretanto, quarenta e seis cidades de

Judá foram capturadas.

• Judá, nos dias do rei Manassés, tornou-se um reino

vassalo da Assíria.

• Foi nos dias do rei Manassés que o poder assírio

começou a declinar.

• Por fim, o poder assírio caiu em 612 a.C. ante aos

babilônicos.

PERÍODO DE DOMÍNIO ASSÍRIO

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CONTEXTO E ATUAÇÃO DOS PROFETAS

NO SÉCULO VIII a. C.

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CRONOLOGIA DO SÉCULO VIII a. C. (SILVA, 1998, 104)

797-782 : Joás, rei de Israel 796-767 : Amasias, rei de Judá 753-745 : enfraquecimento da Assíria 782/1-753 : Jeroboão II, rei de Israel ca. 760 : o profeta Amós 767-739 : Ozias, rei de Judá 755-725 : o profeta Oseias 753 (6 meses) : Zacarias, rei de Israel 753/2 (1 mês) : Salum, rei de Israel 753/2-742 : Menahem, rei de Israel 745-727 : Tiglat-Pileser III, rei da Assíria 742/1-740 : Pecahia, rei de Israel 740/39-731 : Pecah, rei de Israel

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CRONOLOGIA DO SÉCULO VIII a. C. (SILVA, 1998, 104)

740-701 : o profeta Isaías 739--734 : Joatão, rei de Judá 734/3-716 : Acaz, rei de Judá 734-733 : guerra siro-efraimita 727-701 : o profeta Miqueias 731-722 : Oseias, rei de Israel 726-722 : Salmanasar V, rei da Assíria 722 : tomada de Samaria (assírios) 721-705 : Sargão II, rei da Assíria 716/15-699/98 : Ezequias, rei de Judá 716/15 : reforma de Ezequias 711 : Sargão II toma Azoto 705-681 : Senaquerib, rei da Assíria

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CONTEXTO - ISRAEL DO SÉCULO VIII a. C.

• A ética javista vai sendo progressivamente

abandonada e a baalização é incentivada pela

classe dominante.

• Quando se aprofunda a crise do javismo e os

camponeses estão sendo duramente explorados,

surgem os profetas.

• Eles denunciam a ruptura das relações de

solidariedade, apontando o comportamento

dominante como idolátrico e despótico.

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CONTEXTO SÉCULO VIII a. C.

• Os profetas percebem a inadequação existente entre

o javismo que se diz praticar em Israel e as ações

sociais reais anti-javistas que de fato predominam.

• Denunciam o mau funcionamento das instituições

do Estado monárquico e pregam uma recuperação

dos valores do javismo para salvar o país.

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PROFETA AMÓS

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• Um dos mais clássicos exemplos de atuação

profética que progressivamente, se inquieta com a

situação reinante e parte para o protesto.

• Pastor, vaqueiro e cultivador de sicômoros, homem

rude e simples, Amós era de Técua, cidade de Judá,

comissionado para atuar no reino do norte até ser

expulso do santuário por contrariar os interesses

reais.

• As chamadas "visões simbólicas" de seu livro

apresentam esta maturação vocacional do pastor de

Técua.

PROFETA AMÓS

Page 34: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

• A época em que atuou Amós é a da aparente

prosperidade criada pelo governo de Jeroboão II em

Israel.

• O Estado alargou suas fronteiras geográficas,

políticas e comerciais e aprofundou a divisão

campo/cidade, típica do regime tributário.

• O javismo foi sendo abandonado e aumentou a

exploração dos camponeses.

• Dirigindo-se aos seus ouvintes do norte, Amós acusa-

os de espoliar o pequeno camponês, que está

perdendo sua herança e sua liberdade.

PROFETA AMÓS

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• Olhando ao redor de Israel, Amós vê uma série de crimes e desmandos cometidos por reinos e cidades vizinhas.

• Mas vê em Israel um processo mais acelerado de despotismo e o denuncia com todas as letras.

• O núcleo do livro de Amós é composto por uma série de palavras e ameaças contra Israel.

• O profeta denuncia o luxo dos ricos, sua costumeira prática da injustiça contra os pobres, o falso culto prestado a Iahweh e a falsa segurança religiosa que seus ouvintes imaginam possuir.

PROFETA AMÓS

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PROFETA OSÉIAS

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• Os responsáveis pela desagregação social, membros da elite dominante, são devidamente denunciados por Oseias.

• Parte de uma aparente experiência pessoal - um casamento desastrado - para denunciar a ruptura da fidelidade israelita à aliança javista e a procura dos ídolos que se generaliza no Israel de sua época.

• Infelizmente, o profeta não foi ouvido pela maioria e o reino do norte conheceu seu fim definitivo poucos anos após o término de sua pregação.

PROFETA OSÉIAS

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• Apesar da crítica social e da veemente condenação da idolatria, Oseias vislumbra uma possibilidade de saída da crise, pois crê na misericórdia de Iahweh que não abandonará o seu povo.

• Oseias apela, no final de seu livro, de várias maneiras e com imagens poéticas de grande sensibilidade, à volta ao javismo, para salvação.

PROFETA OSÉIAS

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• Vivendo numa época de grande instabilidade

política, Oseias assiste durante sua vida a

sucessivos golpes de Estado e à crescente e

desastrosa interferência assíria na região.

• Reino Norte é praticamente destruído em 722 a.C.

pelos assírios. O último rei foi Oséias.

PROFETA OSÉIAS

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REINO SUL PROFETAS ISAIAS E MIQUEIAS

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• Quando assume o governo, Ezequias, de fato,

promove uma reforma bastante interessante.

• Todavia, se levanta contra o poderio assírio de

Senaquerib, que arrasa o país em 701 a.C. e, por

pouco, não toma Jerusalém.

• Isaías denuncia a falsa confiança de Jerusalém nas

alianças com o Egito e na esperada derrota assíria.

PROFETA ISAÍAS

Page 42: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

• Isaías prevê que Judá fracassará, como de fato

fracassou, transformando-se num joguete de grandes

potências e escusos interesses.

• Iahweh está comprometido com a cidade de

Jerusalém e salvará o seu povo, conduzindo-o a um

reino de paz onde, um dia, não haverá mais

opressão.

• Na mesma época em que Isaías pregava em

Jerusalém surgiu ali outro importante profeta,

originário de Morasti-Gat, situada na região limítrofe

com os filisteus, o camponês Miqueias.

PROFETA ISAÍAS

Page 43: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

• Miqueias, na sua franca linguagem camponesa,

denuncia duramente as autoridades de Jerusalém

como responsáveis pela crise imensa porque passa

o país.

• Quem deveria defender os injustiçados, promovia a

injustiça.

• Não existia a mínima preocupação de exercer a

justiça e respeitar o direito do pobre que é, na sua

expressão, colocado na panela e cozinhado pelos

poderosos de turno.

PROFETA MIQUÉIAS

Page 44: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

• Daí a discussão com seus adversários que, a

serviço do poder, desmentem o profeta morastita e

procuram constantemente reafirmar que não há

razão para preocupação, pois tudo corre bem.

• Miqueias faz verdadeira cruzada contra esta

"teologia da opressão".

• Miqueias ataca o falso discurso javista celebrado no

culto hipócrita e exige a prática do direito e da

solidariedade javista como o único caminho que

poderá salvar o seu povo e o seu país.

PROFETA MIQUÉIAS

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CONTEXTO E ATUAÇÃO DE PROFETAS NO SÉCULO VII a. C.

Page 46: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

CONTEXTO

• Embora Ezequias (727 a 698 a.C.) buscou a

independência de Judá, na realidade não conseguiu.

• Adesão crescentes de práticas e costumes

estrangeiros e pagãos.

• Manasses (698 a 643) contribuiu sensivelmente para

esse crescimento (2Rs 21:3-9) e derramamento de

sangue inocente (2Rs 21:16).

Page 47: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

CONTEXTO

• Amon (643 a 640), descendente de Manassés, deu

seguimento às políticas do pai, mas sua tendência anti-

assíria causou seu assassinato pelos membros da

corte.

• Amon foi substituído por Josias, que teve dois grupos

que durante sua menoridade disputavam o poder:

• O povo da terra – camponeses proprietários que haviam

colocado Josias no poder (2Rs 21:24) – defendiam a

tradição judaíta e favoráveis à dinastia davídica.

• Nobres e príncipes (1:8) – buscavam a manutenção da

situação social e religiosa por meio de alianças estrangeiras

(Egito ou Assíria = grupos).

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IAHWEH

ASSÍRIOS

EGITO

NOBRES E PRINCÍPES

JUDÁ

POVO DA

TERRA

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NAUM

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INTRODUÇÃO

• O livro de Naum tem, basicamente, um duplo

propósito.

1. Profetizar sobre o julgamento de Nínive mediante a

providência vingadora de Deus; e

2. Poderoso alento consolador à nação de Judá, que seria

libertada da opressão assíria.

• Data provável: entre 668 e 654 a.C.

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CONTEXTO

• Judá, nos dias do rei Manassés, tornou-se um reino

vassalo da Assíria.

• Muito provável que Naum tenha vivido sob o reinado

do rei Manassés (698-643 a.C.).

• Naum deve ter percebido a perversa política pró-

assíria, que produziu muita corrupção e a decadência

do chamado “povo de Iahweh”, especialmente a elite

judaíta.

• Manassés = introdução de cultos à Baal, ao Deus Sol

e aos astros, como também práticas de adivinhação e

magias. Além de oferecer o próprio filho em sacrifício à

Moloque.

Page 52: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

CONTEXTO

• Foi nos dias do rei Manassés que o poder assírio começou a declinar.

• Faraó Neco, temendo a Babilônia, que cada vez mais avultava em potência, aliou-se à Assíria e obteve por consentimento, o controle de Judá e da Síria.

• A cidade de Nínive foi destruída em 612 A.C., graças aos esforços combinados dos medos, babilônios e citas. Mas só caiu por causa das brechas feitas em suas muralhas defensivas pelas águas de enchente (Na 2:6-8).

• Naum descreveu vívida e profeticamente a queda da cidade.

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Texto Tema Subtemas

1:1-2:1 Deus age na

história

• Abertura do livro (1:1) • O senhorio de Deus sobre a

história (1:2-8) • Deus está atento às tramas

dos opressores (1:9-2:1)

2:2-3:19

A ruina do opressor e a celebração

dos oprimidos

• O poder opressor em queda (2:2-3:7)

• Nenhum império é indestrutível (3:8-17)

• Os oprimidos celebram a queda dos opressores (3:18-19)

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SOFONIAS

Page 55: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

SOFONIAS

• No tempo do rei Josias (1:1), que reinou no período de

640-609 a.C.

• Atuou, provavelmente, antes da reforma política,

religiosa, econômica e social realizada por Josias (621

a.C.) – 2 Rs 23:4ss.

• Antes da vocação de Jeremias (627 a.C.), que ocorreu

no décimo terceiro ano do reinado de Josias (Jr 1:2).

• Período provável: 640 a 630 a.C.

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Texto Tema Subtemas

1:2-2:3 Iahweh

desmascara a corrupção

• A corrupção religiosa (1:4-6) • Corrupção dos poderoso (1:7-9) • O alicerce da corrupção (1:10-11) • O julgamento e a sentença

condenatória (1:14-18) • Haverá escapatória? (2:1-3)

2:4-3:8 A amplitude

do julgamento

• Oeste: Filisteus (2:4-7) • Leste: Moab e Amon (2:88-11) • Sul: Egito (2:12) • Norte: Assíria (2:13-15) • Jerusalém, a corrupta (3:1-8)

3:9-20 A esperança

vem dos oprimidos

• Conversão dos povos (3:9-10) • O remanescente preservado (3:11-13) • Deus no meio do povo (3:14-18a) • Promessas de Deus (3:18b-20)

Fonte: Balancin e Storniollo (2011) - Adaptado

Page 57: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

Haverá escapatória (2:1-3)

• Última oportunidade antes do julgamento, uma

conversão radical.

Descaso com Iahweh

Procura de riqueza

INJUSTIÇA

Procurar a Iahweh

Procurar a pobreza

JUSTIÇA

Fonte: Balancin e Storniollo (2011, p. 18) - adaptado

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A amplitude do julgamento (2:4-3:8)

Jerusalém (3:1-8)

NORTE Assíria

(2:13-15)

OESTE Filisteus (2:4-7)

LESTE Moab e Amon

(2:8-11)

SUL Egito (2:12) Fonte: Balancin e Storniollo (2011, p. 22) - adaptado

Page 59: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

DEUS dá

LIBERDADE (política)

VIDA (economia)

POVO partilha

Fonte: Balancin e Storniollo (2011, p. 32) - adaptado

O remanescente preservado(3:11-13)

J

U

S

T

I

Ç

A

Page 60: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

I. ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL NO PERÍODO PRÉ-EXÍLICO

• Até o exílio a teologia preponderante é de um Deus que age e controla a história, um senhor absoluto, cujo projeto escatológico é construído dentro do próprio tempo contínuo do mundo.

• Confiança na inviolabilidade de Jerusalém.

• A queda do Estado de Judá foi o evento que teve maior efeito de transformação sobre o javismo.

• O desastre do exílio se transformou em um trampolim para as novas teologias pelas quais Israel entendia sua experiência histórica como povo de Deus.

Page 61: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

II. O IMPACTO DO

EXÍLIO NA ESPERANÇA

TEOLÓGICA DE ISRAEL

Page 62: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

I. ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL NO PERÍODO PRÉ-EXÍLICO

• O fracasso monarquia culmina com:

A destruição dos muros da grande cidade de

Jerusalém;

A destruição de seu majestoso templo;

Na dispersão do povo;

Na deportação da elite judaica para a Babilônia em

587 a.C.;

No fim da monarquia;

Na “cessação” do oferecimento de sacrifícios.

Page 63: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

II. O IMPACTO DO EXÍLIO NA ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL

• O episódio do exílio babilônico, no entendimento

dos judeus, põe em prova o poder de Iahweh e

a fidelidade com seu povo.

• Onde está o Deus presente, que caminha e

protege seu povo?

• Os profetas têm um papel importante para

apresentar respostas.

• Projeto de Deus Vs comportamento do povo.

Page 64: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

Teologia dos profetas

O futuro da Babilônia é o vosso futuro: Jr 29.4-7

4 - Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, a

todos os que foram transportados, que eu fiz transportar de

Jerusalém para a Babilônia:

5 - Edificai casas e habitai-as; plantai jardins e comei o seu

fruto.

6 - Tomai mulheres e gerai filhos e filhas; tomai mulheres

para vossos filhos e dai vossas filhas a maridos, para que

tenham filhos e filhas; multiplicai-vos ali e não vos diminuais.

7 - Procurai a paz da cidade para onde vos fiz transportar; e

orai por ela ao SENHOR, porque, na sua paz, vós tereis paz.

Advertência contra os falsos profetas Jr 29.8-9

Page 65: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

• Isaías (39:6), Habacuque (1:6) e Jeremias (10:4)

identificaram os babilônios como vara de castigo usada

por Yahweh contra o reino de Judá.

• Sofonias afirma que o próprio Deus aplicaria essa

punição e definiria o instrumento a ser utilizado.

• Daniel 1 – afirma que o próprio Yahweh entregou Judá

nas mãos de Nabucodonozor.

•Jeremias 29.10ss – tempo determinado para o exílio.

Teologia dos profetas

Page 66: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

• Os impactos são explicitados na literatura da

época, como exemplos:

• Livro de Lamentações (05 lamentações – ver Lm 2.1-

8s; ); e

• Alguns salmos: LC – 44, 60, 74, 79, 123; LI – 77, 1-15,

102).

II. O IMPACTO DO EXÍLIO NA ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL

Page 67: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

II. O IMPACTO DO EXÍLIO NA ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL

• Profetas - A realização do projeto de Deus não

é linear e constantemente progressivo, mas

ocorre na história de forma dialética, podendo

haver progressos e retrocessos, aceleração e

estagnação.

• Os resultados não são condicionais à ação de

Deus, mas sim ao agir do povo.

• Durante o exílio, os profetas continuam

lembrando o povo da aliança com Iahweh,

exigindo conversão de rumo, visando a

concretização do plano de Deus.

Page 68: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

II. O IMPACTO DO EXÍLIO NA ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL

• Todavia, a cultura que passa a predominar é a

da desconfiança, pois grandes impérios surgem

com controle mundial, inclusive sobre a

Palestina.

Sofonias 1.12b “[...] homens que, concentrados em

sua borra, dizem em seu coração: ‘Iahweh não pode

fazer nem o bem nem o mal”.

‘Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos

filhos embotaram-se’ (Jr 31.29; Ez 18.2).”

Ver afirmação de Jeremias: Jr 7.26; 16.12.

Page 69: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

II. O IMPACTO DO EXÍLIO NA ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL

• O sincretismo e a multiplicidade de cultos

floresce na Palestina, a ponto da religião

cananeia prevalecer sobre o javismo, Iahweh

passa a ser mais um dos deuses a serem

adorados.

• Outro impacto neste período foi a queda da

popularidade da teologia profética devido às

mudanças no curso da história do povo judaico.

Page 70: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

II. O IMPACTO DO EXÍLIO NA ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL

• Remanescente fiel:

• O que surge é o questionamento da duração deste

juízo de Deus (Sl 74.9-10; 102.14).

• Algumas pessoas ainda mantinham o oferecimento de

sacrifícios nas ruínas do Templo (Jr 41.5-6; Zc 7.5;

Zc 8.19; 2 Rs 25.18-9,25).

Page 71: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

II. O IMPACTO DO EXÍLIO NA ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL

• Crença popular: lutas entre as nações eram

conduzidas pelos deuses, portanto responsáveis

pelo sucesso ou fracasso.

• Os profetas têm a incumbência de enfatizar a

fidelidade de Deus, apesar de tudo o que estava

acontecendo, e resgatar a esperança do povo.

• No entanto, no período do exílio eles

continuam enfatizando uma esperança de

concretização do projeto de Deus dentro da

história.

• Isaias em três visões (Is 21.1-10, 11-12, 13-17)

previu a futura queda da Babilônia.

Page 72: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

II. O IMPACTO DO EXÍLIO NA ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL

• Nesta nova realidade, o modelo histórico-

escatológico não poderia ser mantido como

modelo predominante.

• A perspectiva escatológico-histórica, que

predominava no período pré-exílio, passa a ser

substituída paulatinamente pela perspectiva

apocalíptica.

Page 73: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

II. O IMPACTO DO EXÍLIO NA ESPERANÇA TEOLÓGICA DE ISRAEL

• Donner (2006, p. 442) afirma que “o exílio

babilônico foi uma época de miséria e opressão,

mas também de mudança e reflexão”.

“Momentos de crise são momentos de

questionamentos, bem como oportunidades de

crescimento e amadurecimento” (Natalino das

Neves).

Page 74: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

PROFETAS – ALGUNS DESTAQUES

Page 75: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

PROFETA HABACUQUE

Page 76: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

TEMA

“Deus está no controle da história, apesar do aparente

triunfo dos opressores”

Page 77: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

VERSÍCULOS-CHAVE

“O justo viverá por sua fé/fidelidade” (Hb 2:4*)

“Ouvi, SENHOR, a tua palavra e temi; aviva, ó

SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos

anos a notifica; na tua ira lembra-te da misericórdia”

(Hb 3:2)

*Citações: Rm 1:17; Gl 3:11 e Hb 10:38-39

Page 78: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

O PROTAGONISTA

• Não é citado o nome de seu pai, sua tribo e

nem cidade natal.

• Habacuque 3:19 indica que ele estava oficialmente

qualificado para participar do cântico litúrgico do

templo de Jerusalém, provavelmente um levita.

Page 79: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

CONTEXTO

Page 80: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

CONTEXTO

• Por volta de 625 a.C. o império babilônico estava

em ascendência, ganhando mais força em 612

a.C. com a destruição dos Assírios.

• Chega ao apogeu em 605 a.C. com a derrota da

última grande força inimiga, os egípcios, na

batalha de Carquêmis (Faraó Neco), e parte em

direção à Judá (reinado de Jeoaquim).

Page 81: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

CONTEXTO

• Os poucos judeus que haviam sido deixados em

Judá acabaram sendo deportados para a Babilônia,

em 587 a. C. A terra fica vazia de hebreus e

reocupada por estrangeiros.

• O trecho de Habacuque 1:2-4 descreve a

depravação que se instalara ali.

• Entretanto, como Deus poderia fazer da

Babilônia, exemplo máximo de corrupção, como

instrumento para punição de Judá? E os

inocentes?

Page 82: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

Texto Tema Subtemas

1:1-1:11

A aparente impiedade

sem punição e a resposta de Iahweh

• O aparente silêncio de Deus, apesar da iniquidade de Israel (1:2-4).

• Deus responde que uma nação inimiga julgará Israel (1:5-11)

1:12-2:20

A aparente punição

excessiva e a resposta de

Iahweh

• A crueldade dos caldeus e o silêncio de Deus (1:12-2:1)

• Deus responde que Israel será salvo e a Babilônia destruída (2:2-20).

3:1-19 O salmo de Habacuque

• A teofania do poder (3:2-15) • A persistência da fé (3:16-19)

Page 83: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

A aparente impiedade sem punição e a

resposta de Iahweh

(1:1-11)

Page 84: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

A aparente impiedade sem punição e a resposta de Iahweh (1:1-11)

• Nos versos 2 a 4 é apresentada a queixa que

coloca em dúvida a justiça de Deus (atraso no

julgamento).

• A exemplo de Jó (6.28-30), o questionador não tem

medo de questionar a Deus.

• O resultado das injustiças é o afrouxamento da lei.

Page 85: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

A aparente impiedade sem punição e a resposta de Iahweh (1:1-11)

• Nos versos 5 a 11 Yahweh responde: ele vai fazer

justiça, mas usando uma nação inimiga de Israel, os

babilônicos.

• Acabar a violência com violência, típico da lei de

talião, ou seja, punição equivalente ao crime (Gn 9:6;

Lv 24:19-20; Sl 7:16).

• Especialidade caldeia: escarnecer e ridicularizar os

reis e príncipes inimigos.

Page 86: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

A aparente punição excessiva e a resposta

de Iahweh

(1:12-2:20)

Page 87: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

A aparente punição excessiva e a resposta de Iahweh (1:12-2:20)

• A reação de Habacuque à resposta de Deus é novamente de queixa (salmo de lamento).

• Caráter de Deus em sua santidade e justiça x forma Dele punir (v. 12-13).

• “A fé do profeta num Deus santo é desafiada pela realidade de Iavé escolhendo os babilônios como instrumento de punição” (BAKER, et al, 2008, p. 336).

• O povo de Judá seria devorado por um povo mais injusto do que eles. Porque?

• Peixes: anzol e rede como táticas dos caldeus.

Page 88: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

• O exílio e o transporte dos conquistados eram

costumes dos assírios como também dos caldeus

(ver 2 Rs 17:5-6,24; 24:12-16; 25:11-12,18-21).

• No verso 17 o profeta retoma o questionamento

do verso 13.

• Hb 2:1: a espera pela resposta para contrapor.

• Hb 2:2-5: a resposta divina se dá por meio de

visão, que deveria ser escrita de forma clara, pois

aconteceria no futuro.

A aparente punição excessiva e a resposta de Iahweh (1:12-2:20)

Page 89: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

• No v. 4 vemos a Babilônia associada ao vinho e a embriaguez, como nas passagens de Jr 51:7; Dn 5:1-30)

• A passagem de 2:6b-20 é o pronunciamento de cinco “ais”, zombando da desgraça da poderosa Babilônia, embora parecesse invencível na época de Habacuque:

• 1º “AI” (6-8): contra aqueles que adquirem bens desonestamente (bens de outros, extorsão/dívidas, saques).

• 2º “AI” (9-11): contra aqueles que exploram para benefício pessoal como para o engrandecimento nacional e dinástico.

A aparente punição excessiva e a resposta de Iahweh (1:12-2:20)

Page 90: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

• Continuação:

• 3º “AI” (12-14): contra aqueles que promovem a

violência. Riquezas oriundas de sangue inocente

derramado. Ver Jr 51:58. V. 14 – escatológico? Ver

Is 11:9.

• 4º “AI” (15-17): contra os depravados que

promovem a bebedeira e a exploração sexual. V.17:

crimes ecológicos.

• 5º “AI” (18-20): contra aqueles que praticavam a

idolatria pagã. Imagens esculpidas em madeira ou

pedra, outras em metal.

A aparente punição excessiva e a resposta de Iahweh (1:12-2:20)

Page 91: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

O salmo de Habacuque

(3:1-19)

Page 92: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

O salmo de Habacuque (3:1-19)

• A resposta do profeta é uma oração (salmo):

• V. 2-4: glorifica a Deus por sua pessoa;

• V. 3-15: glorifica a Deus por seus atos na criação e

presença poderosa na história;

• V. 16-19: a experiência da presença de Iahweh

conduz a uma das mais profundas declarações de

fé.

Page 93: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

CONSIDERAÇÕES

FINAIS

Page 94: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

CONSIDERAÇÕES FINAIS

• O profeta questiona a aparente demora de Deus

em agir com justiça contra os opressores internos de

Judá.

• Entretanto, quando Deus responde que agirá, mas

utilizando com vara de justiça, o inimigo mais injusto

do que Judá (caldeus), ele se revolta novamente.

• Como o ser humano e limitado pode entender os

desígnios de Deus?

Page 95: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

CONSIDERAÇÕES FINAIS

• A nova resposta de Deus é que o instrumento

utilizado também iria experimentar a humilhação na

mesma medida aplicada sobre Judá.

• Por fim, a experiência do profeta com Deus, resulta

em uma das mais sublimes declarações de fé da

Bíblia.

• O livro nos adverte a confiar em Deus, mesmo nas

situações mais adversas incompreensíveis de

opressão.

Page 96: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

PROFETA OBADIAS

Page 97: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

TEMA/PROPOSITO

“Deus intervém contra aqueles que oprimem o seu

povo”

Page 98: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

VERSÍCULO-CHAVE

“Porque o dia do SENHOR está perto, sobre todas as

nações; como tu fizeste, assim se fará contigo, a tua

maldade cairá sobre a tua cabeça”

(1:15)

Page 99: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

O PROTAGONISTA

• Pouca informação é dada sobre o protagonista do

livro.

• O nome Obadias, que significa “Adorador de

Yahweh”, era muito comum entre os hebreus.

• As referências indicam para um praticante da

ortodoxia judaica e possuidor de um fervoroso

nacionalismo.

Page 100: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

CONTEXTO

Page 101: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

CONTEXTO

• A situação de Judá, a partir de 587 a.C.

• Em cada linha do texto é possível perceber um

forte desejo de retribuição.

• Na revolta de Judá em 597 a.C., após a rendição à

Nabucodonozor, este foi condescendente.

• Entretanto, quando a revolta se repetiu em 587

a.C., não houve condescendência, muros forma

destruídos, templo, palácio real e os principais

bairros residenciais foram incendiados e os soldados

tiveram permissão para saquear a cidade. (ver 2 Rs

25:8-27)

Page 102: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

CONTEXTO

• A população de Judá foi dizimada.

• Parece que Obadias não fez parte dos exilados

(aprox. 20.000), mas fez parte do grupo que ficou na

terra.

•Suas palavras demonstram sua própria experiência

com a dor e destruição dos judaítas.

• Os edomitas comemoraram as derrotas de Judá,

chegando a prestar ajuda aos saqueadores.

• Eles detinham judeus que fugiam e os maltratavam,

ou mesmo vendiam como escravos.

Page 103: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

CONTEXTO

• Aproveitaram da calamidade para ocupar

lentamente o sul de Judá (Ez 36:5).

• Todavia, Obadias os adverte para não comemorar,

pois Deus agiria com justiça: Judá seria restaurado e

Edom seria aniquilado.

• Expectativa da justa retribuição associada ao “Dia

de Iahweh” (v. 15).

• Citações sobre o tradicional de desentendimento

entre Edom e Judá: Nm 20:18; 2Sm 8:13; 2Rs 3:20-

22; Am 1:11ss; Jr 49:7-22; Ez 25:12-14,35; Lm 4:21-

22; Sl 137)

Page 104: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

ESTRUTURA DO LIVRO

Page 105: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

Texto Tema Subtemas

1:1-14

Maldição sobre Edom devido ao

tratamento dado a Judá

• Uma visão e julgamento (1-7)

• A violência traz consigo a desgraça (8-10)

• A sentença da felicidade de Edom com a desgraça de Judá (12-14)

1:15-21

A destruição de Edom e a restauração

final de Jerusalém

• A condenação das nações e principalmente de Edom (15-16)

• Promessa de restauração futura para Judá (17-21)

Page 106: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

Maldição sobre Edom devido ao tratamento dado a Judá

Uma visão e julgamento (1:1-14)

Page 107: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

Uma visão e julgamento (1:1-7)

• Visão de Obadias: designa que trata de mensagem

profética (Is 1:1, Na 1:1, entre outros).

• A visão estabelece o alvo: Edom, que não teve

solidariedade com o povo irmão.

• A pior violência é a que ocorre entre irmãos, entre

os pequenos e oprimidos.

Page 108: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

Uma visão e julgamento (1:1-7)

• Edom se achava intocável devido sua localização

geográfica (zona montanhosa e cortada por vales

estreitos e profundos) – (v. 2-4).

• Excesso de confiança: “Quem é que pode me

derrubar?” (Ver 2Sm 5:5-7).

• Contraste: em Edom a destruição será completa.

Page 109: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

A violência traz consigo a desgraça (1:8-11)

• Os implicados na ação direta de 1:8-10: sábios e os guerreiros.

• Os edomitas eram reconhecidos como sábios.

• “Sabedoria e coragem militar não são utilizadas para a construção da solidariedade entre os pequenos. [...[ É nos conselhos dos grandes que se acha a destruição dos pequenos!” (Rossi, 2006, p. 21).

• A violência e o morticínio são as causas da derrota perpétua de Edom.

• Edom não socorreu os fugitivos de Judá, pelo contrário, denunciou-os e participaram das partilhas de seus bens e das pessoas aprisionadas.

Page 110: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

A sentença da felicidade de Edom com a desgraça de Judá (1:12-14)

• 1.12-14 - “teologia do não” para demonstrar que os

edomitas não tinham o que comemorar.

• É no tempo da calamidade e da desgraça que se

manifesta o momento ideal para o exercício da

compaixão e da solidariedade.

• Os edomitas ficavam escondidos nas esquinas e

encruzilhada para aprisionar os fugitivos do cerco

babilônico.

Page 111: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

A destruição de Edom e a restauração final de Jerusalém

(1:15-21)

Page 112: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

A condenação das nações e principalmente de Edom (15-16)

• O verso 15 faz referência a “todas as nações” que

fizeram mal a Judá, depois afunila até Edom, o

alvo principal para a vingança.

• O profeta Jeremias escreveu aos exilados

estimulando-os a ficar na terra, construir e ter

filhos.

• Entretanto, após o cativeiro existia entre os

Judeus um ódio grande pelos babilônicos e uma

crença de que rapidamente Deus os livraria

(ROSSI, 2006, p. 26).

Page 113: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

Promessa de restauração futura para Judá (17-21)

• O ódio e a sede pela vingança, a incapacidade

para esquecer antigos erros (Edom/Judá), corrói as

pessoas por dentro.

• Esperança e restauração após a calamidade

Page 114: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

CONSIDERAÇÕES

FINAIS

Page 115: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

CONSIDERAÇÕES FINAIS

• O livro de Obadias condena as atitudes de traição,

orgulho e materialismo.

• Demonstra como o ódio e a incapacidade para

perdoar erros passados podem conduzir a

desgraças coletivas ou pessoais.

• Deus está atento ao sofrimento dos justos.

• Em três visões no Livro de Isaías: Is 21.1-10, 11-

12, 13-17”, preveem a futura queda da Babilônia.

Page 116: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

III. A ESPERANÇA

TEOLÓGICA PÓS-

EXÍLICA E O

SURGIMENTO DO

JUDAISMO

Page 117: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

• 538 a.C. – inicio do regresso dos exilados;

• 520 a.C – início da reconstrução do Templo (Ed 5.1; Ag1.1; Zc 1.1);

• 515 a.C. – término da construção do Templo (Ed 6.15), mas Jerusalém continua em condições de semi-abandono;

• 458 a.C. – Chegada de mais uma caravana de repatriados chefiada por Esdras (Ed 7.7). É promulgado como lei cívil o Pentateuco (Ne 10.30);

• 445 a.C. – Neemias lidera a reconstrução dos muros (Ne 1.3; 1.8-18). Jerusalém ainda com escassez de habitantes (Ne 7.4; 11.1-2).

• 433 a.C. – Última data fornecida pelos textos bíblicos (Ne 13.6).

RESUMO CRONOLÓGICO PERÍODO PÓS-EXÍLIO

Page 118: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

II. A ESPERANÇA TEOLÓGICA PÓS-EXÍLICA E O SURGIMENTO DO JUDAISMO

• Em aproximadamente 550 a.C., sob o comando

de Ciro, os persas se rebelaram com sucesso

contra os medos.

• Isso dá início a uma onda de conquistas,

inclusive da Babilônia (538 a. C).

• Nos primeiros dois séculos após o exílio

formou-se o judaísmo a partir de Israel, passando

de Estado para comunidade, e de religião

cultual a religião de escritura.

• Ênfase para: Esdras e Neemias.

Page 119: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

II. A ESPERANÇA TEOLÓGICA PÓS-EXÍLICA E O SURGIMENTO DO JUDAISMO

• O império persa, diferente dos impérios

anteriores, permitia que os exilados voltassem

para suas terras para reconstruir as cidades e

instituições religiosas.

• No entanto, essa aparente liberdade tinha um

preço.

Page 120: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

II. A ESPERANÇA TEOLÓGICA PÓS-EXÍLICA E O SURGIMENTO DO JUDAISMO

“[...] eu devolvi a seus respectivos lugares os deuses que lá

haviam residido e (0s) fiz habitar uma moradia perpétua, eu

reuni todos os deuses dos povos e os devolvi às suas

respectivas localidades. Quanto aos deuses da região de

Sumer e de Akkad que Nabunaid introduziria na Babilônia

com a ira do Senhor dos deuses, sob as ordens de Marduk, o

grande Senhor, eu fiz com que encontrassem nas suas

moradas uma habitação agradável com o bem-estar. Que

todos os deuses que eu fiz voltar a seus lugares sagrados

falem todos os dias a Bel e a Nabu do prolongamento de

minha vida, que pronunciem palavras a meu favor [...]”

Cilindro de argila descoberto na Babilônia, denominado pelos

arqueólogos como “cilindro de Ciro”.

Page 121: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

II. A ESPERANÇA TEOLÓGICA PÓS-EXÍLICA E O SURGIMENTO DO JUDAISMO

• De início Judá estava sob o governo de um

sumo sacerdote sob a supervisão do

governador persa.

• Em 538 a. C. a elite de Israel exilada na

Babilônia retorna para Judá e traz consigo o seu

próprio projeto religioso.

• O regresso à “Terra Santa” não obteve o

entusiasmo que muitos esperavam (adesão em

massa). Muitos hebreus ficaram na Babilônia.

Page 122: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

II. A ESPERANÇA TEOLÓGICA PÓS-EXÍLICA E O SURGIMENTO DO JUDAISMO

• Entretanto, a realidade da Judéia estava bem

longe daquilo que haviam sonhado (Sl 137).

• No retorno, vários problemas:

• Dificuldades para reconstruir o Templo (Ed 3-4.5) e;

• Reconstrução da cidade de Jerusalém (Ed 4.12-16),

• Queda da monarquia e a falta de um

descendente de Davi (último Zorobabel).

• O grupo que retorna do exílio babilônico começa

um primeiro movimento de reforma com base em

uma escatologia e um mundo simbólico

apocalíptico.

DU

Page 123: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

II. A ESPERANÇA TEOLÓGICA PÓS-EXÍLICA E O SURGIMENTO DO JUDAISMO

• Entretanto, migra de sua dimensão escatológica

apocalíptica para um movimento de controle da

comunidade.

• Em aproximadamente 445 a.C., Judá se torna

província separada com governadores judaicos,

período iniciado por Neemias.

Page 124: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

II. A ESPERANÇA TEOLÓGICA PÓS-EXÍLICA E O SURGIMENTO DO JUDAISMO

• Sob o domínio dos persas, em Judá, os

suprimentos agrícolas eram extraídos do

campo para sustentar tanto a elite urbana

quanto a infraestrutura persa mais ampla.

• Os persas exigiam o pagamento dos impostos e

taxas em moeda = transformação de produtos

e animais em dinheiro.

• Exploração dupla: dos próprios governantes

persas (externa) e líderes religiosos judaicos

(interna).

Page 125: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

II. A ESPERANÇA TEOLÓGICA PÓS-EXÍLICA E O SURGIMENTO DO JUDAISMO

• O Livro de Neemias (Ne 5) descreve a situação

de miséria desse período. As mulheres judias

precisavam vender seus próprios filhos como

escravos, para poderem se alimentar.

• Ne 5.1-5 - filhas empenhoradas pelas dívidas

eram abusadas sexualmente e humilhadas

pelos poderosos.

Page 126: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

II. A ESPERANÇA TEOLÓGICA PÓS-EXÍLICA E O SURGIMENTO DO JUDAISMO

• Em 438 a.C. chega Esdras, sacerdote e

escriba, aliado ao governo de Neemias, juntos

reconquistam a identidade de povo

comunidade organizada para Judá.

• Essa nova fase é importantíssima para o estudo,

pois essa nova situação trouxe novamente o

desenvolvimento intelectual e literário.

Page 127: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

II. A ESPERANÇA TEOLÓGICA PÓS-EXÍLICA E O SURGIMENTO DO JUDAISMO

• NEEMIAS:

Contribui com a manutenção externa (muro); e

interna (remissão geral das dívidas, resgate do

recebimento dos dízimos aos levitas, a observância do

shabbath e oposição aos casamentos mistos).

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II. A ESPERANÇA TEOLÓGICA PÓS-EXÍLICA E O SURGIMENTO DO JUDAISMO

• ESDRAS:

Contribui para a reforma religiosa;

Ampla autoridade do rei persa para organizar os

negócios da comunidade em Jerusalém “com base

num código de leis que Esdras tinha à mão”;

Destaca a hierarquia sacerdotal que tem forte

liderança na comunidade;

Assessorado por um grupo de escribas-levitas

(mestres espirituais) na leitura e interpretação da Lei.

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II. A ESPERANÇA TEOLÓGICA PÓS-EXÍLICA E O SURGIMENTO DO JUDAISMO

• A obra de Esdras “lançou base para o período seguinte, de modo que, mais tarde, ele chegou a ser comparado a Moisés e glorificado como o finalizador da obra de Moisés” (FOHRER, 1982, P. 448).

• A obra de Esdras contribuiu para que o judaísmo primitivo fosse determinado pela lei, com posição central ao ritual cultual, tanto na Judéia como na diáspora babilônica.

• No chamado “século obscuro” que, provavelmente, foram formadas partes consideráveis da literatura veterotestamentária (DONNER, 2006, P. 494).

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II. A ESPERANÇA TEOLÓGICA PÓS-EXÍLICA E O SURGIMENTO DO JUDAISMO

• Da tradição oral para a escrita: ‘Investigai a Escritura de Javé e lede!’ (Is 34.16)”.

• “Os textos formam cada vez mais o centro da

religião.

• Começam a ser lidos no culto”, dando início

gradativo à “substituição do culto de sacrifício

pelo culto da palavra, o pressuposto para o

surgimento da sinagoga”.

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II. A ESPERANÇA TEOLÓGICA PÓS-EXÍLICA E O SURGIMENTO DO JUDAISMO

• Após o exílio babilônico as reuniões nas casas e

sinagogas passaram a ser um espaço

importante para a formação religiosa como nas

orientações rotineiras.

• A família e o espaço do lar voltam a ser

valorizados.

• Com o judaísmo firma-se o monoteísmo na vida

religiosa de Israel.

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II. A ESPERANÇA TEOLÓGICA PÓS-EXÍLICA E O SURGIMENTO DO JUDAISMO

• A força do povo grego começou a aparecer já no

período de dominação do Império Persa.

• Entretanto, como império surge com Alexandre,

chamado o Grande.

• Alexandre teve uma ascensão rápida (336 a.C) e

uma morte precoce de Alexandre.

• Em 323 a. C., antes de completar 33 anos,

adoece e morre na Babilônia.

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II. A ESPERANÇA TEOLÓGICA PÓS-EXÍLICA E O SURGIMENTO DO JUDAISMO

• Após a morte de Alexandre, seus generais

disputaram a sucessão do reino conquistado por

ele.

• O reinado helênico dos ptolomeus e selêucidas e

o judaísmo.

• Após a morte de Alexandre, seus generais

disputaram a sucessão do reino conquistado por

ele.

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II. A ESPERANÇA TEOLÓGICA PÓS-EXÍLICA E O SURGIMENTO DO JUDAISMO

• Entretanto, a província da Síria e da Fenícia, que

incluía a Palestina, muito interessava aos

selêucidas e a disputa pelo domínio dessas

regiões ocupou todo o século III a. C.

• Em 198 a. C., Antíoco III derrotou o general

ptolomaico Scopas na batalha de Pâneas e

restabeleceu a soberania sobre a Síria e Fenícia.

• Os Selêucidas mantiveram o controle sobre a

região até 167 a. C., ano do levante de Matatias e

seus filhos, que conquistaram certa autonomia

aos judeus.

Page 135: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

MODO DE PRODUÇÃO TRIBAL MODO DE PRODUÇÃO

TRIBUTARISTA MODO DE PRODUÇÃO

ESCRAVISTA Economia de partilha;

Troca de serviços;

Não há comercialização de produtos;

Valorização do coletivo;

Terra como um bem comum;

Apropriação do produto em base igualitária;

Intercâmbios comerciais quase inexistentes;

Sem estrutura de classe;

Excedentes de produção são revertidos em favor do povo;

Terra, pastagens e rebanhos são propriedades do clã ou da tribo;

Condição para uso dos meios de produção: pertença à comunidade.

Baseado em impostos e tributos;

Economia dominada pelos reis, dignatários da corte, chefes do exército, sacerdotes chefes do templo, grandes comerciantes e proprietários de terra;

Exercício da política e da economia a partir da cidade, com apoio do exército e do templo;

Maneiras de pagamento de impostos: produtos, moeda ou dias de trabalhos forçados;

Excedente da produção pertence a minoria dominante;

Divisão de classe (exploradores e explorados), sem que exista propriedade privada da terra.

A cidade não controla a força de trabalho nem os meios de produção de modo direto.

Economia que reduz tudo a mercadoria;

Surgimento da classe de homens livres que não trabalham e têm a subsistência garantida;

Mão de obra permanente de escravos;

Terra como propriedade privada;

Excedente de produção pertence aos proprietários de terra;

Economia mercantil suficientemente desenvolvida, inclusive de escravos;

Intercâmbios comerciais com outras regiões (excedente);

O valor do escravo tem como base o corpo e a capacidade de produção.

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II. A ESPERANÇA TEOLÓGICA PÓS-EXÍLICA E O SURGIMENTO DO JUDAISMO

• A relação do povo da Palestina com outros povos

não teve consequências somente no ambiente

político, mas também cultural e literário.

• Lara (2009, p. 27) afirma que as relações do povo de Israel com os diversos povos antigos (egípcios, sírios, assírios, filisteus, babilônios, persas, gregos e romanos) “influenciaram sua linguagem, seus símbolos, e conceitos de fé”.

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CONSIDERAÇÕES

FINAIS

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O entendimento da transformação do

pensamento teológico a partir da

evolução histórica do povo de Israel

tem muito a ver com os textos bíblicos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

No pós-exílio, muitos textos foram

elaborados e complementaram a

tradição oral e textos escritos

originalmente, uma releitura

influenciada pelo contexto do último

redator bíblico;

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os acontecimentos durante a história

do povo da Bíblia influenciaram na

maneira de se relacionar e ver Deus,

como por exemplo, a evolução do

politeísmo para o monoteísmo e num

Deus universal.

Page 141: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

BAKER, David W.; ALEXANDER, T. Desmond; STURZ, Richard J. Obadias, Jonas,

Miquéias, Naum, Habacuque e Sofoinias: introdução e comentário. São Paulo:

Vida Nova, 2008.

BALANCIN, Euclides M.; STORNIOLO, Ivo. Como ler o livro de Sofonias. 3ª

Edição. São Paulo: Paulus, 2011.

BLANK, Reinol J. Escatologia do mundo: o projeto cósmico de Deus (Escatologia

II). São Paulo: Paulus, 2001.

CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre

magno. São Paulo: Paulinas, 1986.

DONNER, H. História de Israel e dos povos vizinhos: Da época da divisão do

reino até Alexandre Magno. V 2. São Leopoldo: Sinodal, 1997.

FEINBERG, Charles L. Os profetas menores. São Paulo: Vida, 1988.

FOHRER, G. História da religião de Israel. São Paulo: Paulinas, 1983.

GOTTWALD, N.K. Introdução sócio-literária à Bíblia Hebraica. São Paulo:

Paulinas, 1988.

REFERÊNCIAS

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KLEIN, Ralph W. Israel no Exílio: uma interpretação teológica. Santo André:

Academia Cristã; São Paulo: Paulus, 2012.

LIENEMANN-PERRIN, Christine. Missão e diálogo inter-religioso. São Leopoldo:

Sinodal; CEBI, 2005.

LIVERANI, M. Para além da Bíblia: História antiga de Israel. São Paulo:

Loyola/Paulus, 2008 .

PIXLEY, Jorge. A História de Israel a partir dos pobres. Petrópolis: Vozes, 1989.

RENDTORFF, Rolf. Antigo Testamento: uma introdução. Santo André-SP:

Academia Cristã, 2009.

ROSSI, Luiz Alexandre Solano. Como ler o livro de Abdias. 2ª Edição. São Paulo:

Paulus, 2006.

ROSSI, Luiz Alexandre Solano. Como ler o livro de Naum. 2ª Edição. São Paulo:

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REFERÊNCIAS

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SCHÖKEL, Alonso Luís; SICRE. José Luís. Os profetas. São Paulo: Paulus, 2004.

SCHWANTES, M. Breve história de Israel. São Leopoldo: Oikos, 2008.

SCHWANTES, M. Sofrimento e esperança no exílio. São Leopoldo: Sinodal, 1987.

SICRE, José Luís. Profetismo em Israel. 3ª Edição. Petrópolis: Vozes, 2008.

SILVA, Airton José. A voz necessária: encontro com os profetas do século VIII

a.C. São Paulo: Paulus, 1998.

STORNIOLO, Ivo. Como ler o Livro de Jó: o desafio da verdadeira religião. 5. ed.

São Paulo: Paulus, 2008.

ZENGER, E. et al. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Loyola, 2003.

REFERÊNCIAS

Page 144: Interpretação teológica de israel a partir do exílio_Completo

GRATO PELA ATENÇÃO

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APÊNDICE

• Sistema teológico para explicar a história do povo: Is

41.8-16; 42.18-25; ... Monoteísmo Is 44.24ss e Is

52.1;

• Promessas à descendência de Davi: 2 Sm 7.16-16; 1

Cr 17.11-14; Sl 89.27;

• Tradição da legitimação do sacerdócio sadoquista:

Sadoc recebe o cargo de sumo sacerdote como

prémio na proclamação de Salomão como rei (1 Rs

2.35; Ez 40.46; 44.15-16).

• Neemias: casamento com estrangeiras (Ed 9-10; Ne

13.23-30); exclusão de estrangeiros (Ne 13.3);

fechamento das portas para guardar o sábado (Ne

13.15-22).

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APÊNDICE

• Lamentações: confissões de pecado (1.18,20,22;

3.42; 5.7,16) ao contrário de Jr 31.29-30; Ez 18.2; e sl

44.18; sl 74.19);

• Jeremias afirma que a atual geração era pior do que a

dos pais Jr 7.26; 16.12.

• Jeremias: mensagem de submissão à Babilônia (21.9;

27.10-14; 38.19; 39.9; 42.7ss). O futuro da Babilônia é

seu futuro (Jr 29.4-7).