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aspectos históricos e geopolíticos

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PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE MINAS GERAISCurso de Relaes Internacionais

Fernanda Israel Pio

TRABALHO INTERDISCIPLINAR:Venezuela, aspectos histricos e geopolticos

Poos de CaldasNovembro de 2015Fernanda Israel Pio

TRABALHO INTERDISCIPLINAR:Venezuela, aspectos histricos e geopolticos

Trabalho apresentado s disciplinas de Geografia Poltica e Histria das Relaes Internacionais do primeiro perodo do curso de Relaes Internacionais da PUC Minas Unidade Poos de CaldasOrientadores:Professor Vincius de OliveiraProfessora Ana Chaves

Poos de CaldasNovembro de 2015Sumrio1INTRODUO42Histria das Relaes Internacionais52.1 Crise do feudalismo, estados nacionais e expanso martima.52.2 Colonizao e independncia63Geopoltica93.1 Petrleo93.2 Imigraes93.3 Territrio123.4 Matriz Energtica133.5 Centro-periferia144CONCLUSO15Referncias Bibliogrficas16

INTRODUO

O presente trabalho teve por objetivo apresentar aspectos relacionados histria e a geopoltica da Repblica Bolivariana da Venezuelana.No mbito histrico foram abordados temas como a crise do feudalismo, a formao dos Estados Nacionais Modernos e a expanso martima a fim de contextualizar o processo de colonizao da Venezuela, foram elucidadas tambm caractersticas do territrio e da populao indgena, destacando o modo de vida e a pluralidade cultural que foi eventualmente prejudicada durante a colonizao. O processo de independncia foi exposto na forma de uma linha do tempo com os principais acontecimentos, apresentando tambm aspectos ideolgicos, sociais e polticos que envolveram e propiciaram este marco histrico.No tocante geopoltica foi abordada a relao Venezuelana com o petrleo e como a existncia de reservas acabou por interferir na organizao interna do pas bem como nas relaes externas. A matriz energtica foi brevemente apontada com enfoque s novas tecnologias adotadas, como energia solar e elica. A questo imigratria foi analisada desde o perodo em que a legislao no reconhecia direitos fundamentais dos imigrantes at o fenmeno contemporneo da feminizao dos fluxos migratrios, com enfoque a trplice fronteira Venezuelana com o Brasil e Guiana. Aspectos territoriais tambm foram abordados no sentido de entender historicamente os conflitos existentes na atualidade das fronteiras venezuelanas. Por fim dedicamo-nos analise da localizao do pas no sistema internacional, aplicando-se a teoria de centro e periferia.

Histria das Relaes Internacionais

2.1 Crise do feudalismo, estados nacionais e expanso martima.Antes da chegada dos europeus, sculo XV a regio hoje reconhecida como Venezuela era povoada por tribos indgenas, que no desenvolveram um tipo de estrutura social mais elaborada.Trataremos deste ponto mais adiante. Por hora, focaremos nos acontecimentos que precederam este encontro, a crise do feudalismo, sua transio para o capitalismo e a expanso comercial martima europeia.O feudalismo deu sinais de derrocada no final do sculo XI, em razo da impossibilidade de suprir as necessidades da nobreza feudal (improdutiva), a estrutura do feudalismo no propiciou um avano dos meios de produo, a demanda, no entanto aumentava e o trabalho servil j no conseguia alimentar tais necessidades.[footnoteRef:1] [1: ARRUDA, Jos Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Toda a Histria: Histria Geral e Histria do Brasil. Editora tica, 1996. 4ed. p.129.]

Essa marginalizao de membros das camadas servis e senhoriais acabou por prover um contingente de homens que se dedicariam s Cruzadas, que por sua vez permitiram uma expanso territorial da Europa, a reabertura do Mediterrneo (fechado no sculo VIII pelos muulmanos)[footnoteRef:2] [2: ARRUDA, Jos Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Toda a Histria: Histria Geral e Histria do Brasil. Editora tica, 1996. 4ed. p.129.]

As modificaes nas cidades e nas organizaes feudais se dariam em funo da substituio do modo de produo feudal pelo capitalista. No feudalismo a moeda resumia-se o excedente da produo rural, que depois de retirada do controle do servo pelo senhor feudal, serviria para realizar operaes comerciais na cidade, tnhamos, portanto o mercado separado da esfera de produo, o que possibilitava comprar barato e vender caro.[footnoteRef:3] [3: DAK, Csaba. A cidade: do burgo metrpole. 2001.Disponvel em: http://www.usp.br/fau/docentes/depprojeto/c_deak/CD/3publ/91city/ED34CITY.pdfAcesso em: 28/10/2015.]

A mudana ocorrida na transio para o capitalismo foi a absoro da produo de bens necessrio e de excedente, como um todo comercial, em funo do capital. A produo valorada em forma de salrio e tem-se um mercado unificado. [footnoteRef:4] [4: DAK, Csaba. A cidade: do burgo metrpole. 2001.]

Passamos, portanto de um meio de produo em que o excedente convenientemente utilizado para trocas comerciais para um em que o excedente era agora o objetivo da produo e os bens de consumo ou de subsistncia eram valorados e equiparados aos bens de excedente. Ou seja, o mercado havia se apropriado de toda a produo e tudo haveria sido reduzido em uma mesma espcie valorativa, o capital.A dicotomia, cidade/campo existente no feudalismo passou gradualmente a se esvair em funo da busca de um ambiente comum, onde trabalho, mercadoria e capital poderiam fluir livremente. numa escala suficientemente ampla para sustentar um processo de acumulao autnomo --tal qual realizado historicamente nos limites do Estado-nao moderno.[footnoteRef:5] [5: DAK, Csaba. A cidade: do burgo metrpole. 2001.]

O processo de formao das monarquias nacionais foi impulsionado pela crise do feudalismo que acabou por enfraquecer o poder local da nobreza, abrindo espao para aes polticas dos reis, outro fator foram pestes que dizimaram no sculo XIV um tero da populao, trazendo escassez de mo de obra, consequentes revoltas camponesas e um eventual xodo rural. [footnoteRef:6] [6: ARRUDA, Jos Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Toda a Histria: Histria Geral e Histria do Brasil. Editora tica, 1996. 4ed. p.130.]

Todo o contexto econmico e social delineava ainda mais a necessidade de concentrao de poder, de unificao de moeda e de expanso de rotas de comrcio, o rei encarnava o ideal nacional[footnoteRef:7] [7: ARRUDA, Jos Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Toda a Histria: Histria Geral e Histria do Brasil. Editora tica, 1996. 4ed. p.130.]

Para garantir o poder e exercer todas as atribuies esperadas o rei precisaria monopolizar a fora, a tributao e a justia e administrao. Adquirindo a fora, pode ampliar a capacidade tributria e a expanso de domnios. A administrao e justia eram agora determinadas por leis escritas[footnoteRef:8]. Tais fatores levaram a uma nova racionalizao do Estado.[footnoteRef:9] [8: No texto original temos a indicao de cdigos ao invs de leis escritas. ] [9: ARRUDA, Jos Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Toda a Histria: Histria Geral e Histria do Brasil. Editora tica, 1996. 4ed. p.128.]

Aps a formao das monarquias nacionais, na Frana o poder real direcionava-se para o absolutismo e em outros lugares como Inglaterra houve o estabelecimento de monarcas mais limitados, de qualquer forma o poder real havia se estabelecido.[footnoteRef:10] [10: ARRUDA, Jos Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Toda a Histria: Histria Geral e Histria do Brasil. Editora tica, 1996. 4ed. p.131.]

Os acontecimentos que se seguiram foram de renascimento cultural e cientfico bem como um renascimento nas artes. Reformas religiosas tambm ocorrerem no seio do sculo XVI.A expanso econmica se deu de maneira to intensa que novos horizontes e mercados precisavam ser explorados, com isso a expanso martima foi impulsionada.Os entraves para o crescimento da economia europeia seriam eliminados, desde que se encontrassem mercados fornecedores de produtos alimentcios e consumidores de produtos artesanais; fornecedores de especiarias a preo mais baixo, permitindo a ampliao do consumo para camadas de poder aquisitivo mais baixo; e fornecedores de metais precisos, para aliviar a falta de moedas e o preo exorbitante daqueles metais.[footnoteRef:11] [11: ARRUDA, Jos Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Toda a Histria: Histria Geral e Histria do Brasil. Editora tica, 1996. 4ed. p.139.]

2.2 Colonizao e independncia

neste ponto que os horizontes se encontram, em 1492, espanhis pisaram solo americano.O povoamento das Amricas ocorreu h 30 mil anos, pelo Em 1492, quando a bota espanhola pisou pela primeira vez as areias das Bahamas, o almirante acreditou que estas ilhas eram uma ponta da fabulosa ilha de Cipango: Japo. Colombo levava consigo um exemplar do livro de Marco Polo, coberto de anotaes s margens das pginas. Os habitantes de Cipango, dizia Marco Polo, possuem ouro em enorme abundncia, e as minas onde o encontram no se esgotam jamais... Tambm h nessa ilha prolas do mais puro oriente em grande quantidade. So rosadas, redondas e de grande tamanho e superam em valor as prolas brancas.[footnoteRef:12] [12: GALEANO, Eduardo. As veias abertas da amrica latina. Traduo de Galeano Freitas, Rio de Janeiro, Paz e Terra, estudos latino-americanos, v.12.]

estreito de Bering, povoando o norte das Amricas e de povoadores vindos de ilhas da Polinsia que se espalharam mais na regio central e sul. Tais povos desenvolveram costumes, idioma, valores e culturas prprios.[footnoteRef:13] [13: DOMNGUEZ, Freddy; FRANCESCHI, Napolon. Historia General de Venezuela. Caracas 2010.p.8.]

Os habitantes das Amricas eram Aborgenes, se espalhavam por todo o territrio, sem, no entanto caracterizar-se como uma comunidade una e organizada, pelo contrrio. No possuam um idioma comum e apresentavam diferenas fsicas, como a variao do tom da pele, a estatura. Eram em maior parte coletores e caadores, os que conheceram a agricultura viviam de forma semi sedentria ou sedentria dependendo da evoluo das tcnicas. Tnhamos portanto, comunidades na era paleoltica e neoltica, alm de algumas que se desenvolveram para civilizaes, como os Maias, Astecas e os Chibchas (estes com um nvel de organizao inferior).[footnoteRef:14] [14: DOMNGUEZ, Freddy; FRANCESCHI, Napolon. Historia General de Venezuela. Caracas 2010.p.14.]

No momento em que os europeus chegaram os aborgenes que povoavam o territrio hoje conhecido como Venezuela, tinham uma variedade de idiomas, desenvolvimento cultural, econmico e social. Os principais eram os Aruacos, os Caribes, os Timotes e Cuicas.Mientras en el Nuevo Mundo se desarrollaban diferentes sociedades indgenas a lo largo de miles de aos, en el Viejo Mundo haba un proceso histrico diferente. Esos procesos se cruzaron cuando Europa se encontr con el Nuevo Mundo, lo conquista y somete y le impone sus lenguas y su cultura.[footnoteRef:15] [15: DOMNGUEZ, Freddy; FRANCESCHI, Napolon. Historia General de Venezuela. Caracas 2010.p.20.]

Observa-se, portanto que essa expanso europeia, espanhola, mais especificamente, na Venezuela acabou por ser uma imposio da cultura dos dominadores, processo que sufocou a cultura e costumes dos dominados. Alm claro, de submisso militar, ocasionando morte de nativos.O contato com o territrio da Venezuela iniciou-se em 1498, at a dcada de 1520, os espanhis extraam prolas do litoral. O primeiro estabelecimento permanente foi em 1523 em Cuman, a primeira cidade fundada foi Coro, no litoral noroeste. Dessa data at 1547 a regio foi dominada pela Companhia Alem dos Welser. Aps este perodo e de diversas incurses em busca de pedras preciosas o domnio retornou mos espanholas.[footnoteRef:16] [16: NEVES, Rmulo Figueira. Cultura Poltica e Elementos da Anlise da Poltica Venezuelana. Fundao Alexandre de Gusmo. Braslia, 2010. p.31.]

At o final do sculo XVI, havia cerca de 20 ncleos de povoamento na Venezuela, a maioria no litoral e alguns poucos no Andes. A poro oeste do territrio, em direo ao Lago Maracaibo foi sendo ocupada lentamente por misses catlicas. Em 1717, a Venezuela passou a fazer parte do Vice-reino de Nova Granada, com sede em Santa F (atual Bogot), com exceo do perodo de 1723 a 1739, quando vigeu o regime anterior. Nesse perodo foi criada a Real e Pontifcia Universidade de Caracas (1721), atual Universidade Central da Venezuela (UCV), e a Companhia Guipuzcoana de Caracas (1728), que detinha o monoplio da venda do cacau primeiro produto de exportao da regio at o sculo XIX metrpole, e tinha como misso reprimir o trfico de escravos, que tinha como principal centro a ilha de Curaao, e as incurses estrangeiras ao territrio venezuelano. Os interesses da companhia contrariavam, no entanto, os dos produtores venezuelanos, que foraram sua dissoluo na dcada de 1780.[footnoteRef:17] [17: NEVES, Rmulo Figueira. Cultura Poltica e Elementos da Anlise da Poltica Venezuelana. Fundao Alexandre de Gusmo. Braslia, 2010. p.32.]

Em 1777, Venezuela foi elevada Capitania-Geral. O perodo colonial foi marcado pelo escravismo, produo agrcola para exportao (principalmente cacau) e pela miscigenao entre espanhis, negros e indgenas.[footnoteRef:18] [18: NEVES, Rmulo Figueira. Cultura Poltica e Elementos da Anlise da Poltica Venezuelana. Fundao Alexandre de Gusmo. Braslia, 2010. p.32.]

As tentativas reais com objetivo de independncia Venezuelana iniciaram-se em 1797 com o primeiro movimento independentista, sob a liderana do militar Manuel Gual, em 1806 ocorreu outra tentativa, desta vez liderada por Francisco de Miranda, tambm militar. Francisco havia participado da Revoluo Francesa. Em 1810, no entanto iniciaram-se os movimentos que em 1829 deflagrariam na independncia Venezuelana.[footnoteRef:19] [19: NEVES, Rmulo Figueira. Cultura Poltica e Elementos da Anlise da Poltica Venezuelana. Fundao Alexandre de Gusmo. Braslia, 2010. p.33.]

Nesse ano, com a justificativa oficial de salvaguardar os direitos do rei espanhol Fernando VII, preso na Frana dois anos antes por Napoleo, os criollos de Caracas depuseram os representantes espanhis e estabeleceram uma junta governativa local formada por Cristbal Mendoza, Juan de Escalona e Baltasar Padrn. Unindo-se aos representantes de outras partes do pas, no entanto, a junta governativa declarou a independncia em julho de 1811.[footnoteRef:20] [20: NEVES, Rmulo Figueira. Cultura Poltica e Elementos da Anlise da Poltica Venezuelana. Fundao Alexandre de Gusmo. Braslia, 2010. p.33.]

Francisco de Miranda que havia partido em exlio para a Europa retornou (chamado por Simn Bolvar) e assumiu o comando da Venezuela. Um ano depois, no entanto, tropas reais retomaram o poder, e Miranda foi preso e enviado Europa. No ano seguinte outra tentativa frustrada de independncia at que entre 1816 a 1819 foras rebeldes retomaram e conquistaram definitivamente o poder, com ajuda do presidente haitiano Alejandro Ption. Bolvar assumiu a presidncia, naquele ano de 1819. No ano seguinte unificou as colnias de Nova Granada e Venezuela sob o nome de repblica da Gran Colmbia, com capital em Bogot.[footnoteRef:21] [21: NEVES, Rmulo Figueira. Cultura Poltica e Elementos da Anlise da Poltica Venezuelana. Fundao Alexandre de Gusmo. Braslia, 2010. p.33.]

Alm dos ideais trazidos por Francisco de Miranda do seio da Revoluo Francesa podemos elencar outros fatores que impulsionaram o processo de independncia, como a invaso da Pennsula Ibrica em 1808 por Napoleo e as insatisfaes e revoltas internas dos crioulos que clamavam por liberdade e das classes mais favorecidas que buscam uma maior liberdade poltica e econmica.

Geopoltica

3.1 PetrleoNa Venezuela o petrleo explorado desde 1920[footnoteRef:22], atualmente possui a maior reserva (comprovada) de petrleo mundial, aproximadamente 299,95 bilhes de barris[footnoteRef:23]. Como principal mercado de exportao e fornecedor de produtos industrializados destaca-se a relao com os Estados Unidos.[footnoteRef:24] [22: CABRAL, Ricardo Pereira. As dinmicas de Segurana Venezuelana. Boletim do tempo presente. N7, dezembro de 2013, p.3.] [23: Annual Statistical Bulletin, 2015 OPEC. Disponvel em http://www.opec.org/opec_web/en/data_graphs/330.htm Acesso em: 30/10/2015.] [24: CABRAL, Ricardo Pereira. As dinmicas de Segurana Venezuelana. Boletim do tempo presente. N7, dezembro de 2013, p.3.]

Em 1940 a fim de maximizar a renda petroleira, buscou a afirmao da propriedade nacional do subsolo, haveria de ser uma transio de um regime liberal para um regime pblico monetrio.[footnoteRef:25] [25: CABRAL, Ricardo Pereira. As dinmicas de Segurana Venezuelana. Boletim do tempo presente. N7, dezembro de 2013, p.3.]

Com o objetivo garantir um aperfeioamento e consolidao das relaes petrolferas Venezuelanas no cenrio nacional e internacional alm do reforo propriedade publica do subsolo e a sua explorao no sentido de maximizar a renda houve um processo de reafirmao e fortalecimento da democracia no pas bem como a criao da OPEP[footnoteRef:26]. A Venezuela foi decisiva para a fundao desta organizao, que levou primeira grande reforma no setor em 1976, justamente com a nacionalizao da produo. Duas dcadas depois o pas se abriria novamente ao capital externo.[footnoteRef:27] [26: RIBEIRO, Vicente Neves da Silva. Venezuela Bolivariana: disputas pelo controle do petrleo em perspectiva. Boletim do tempo presente N7, dezembro de 2013, p.4.] [27: CABRAL, Ricardo Pereira. As dinmicas de Segurana Venezuelana. Boletim do tempo presente. N7, dezembro de 2013, p.11.]

Hugo Chvez em 1999 deu incio a reformas estruturais, com o objetivo de realizar uma melhor distribuio da renda do petrleo e cortar sindicatos e empresas que detinham benefcios e tratou de impedir a privatizao da companhia estatal de Petrleo da Venezuela S.A (PDVSA). Fatores que levaram a um golpe contra Hugo Chavez em 2002 e para a greve dos petroleiros, dezembro de 2012 e fevereiro de 2013. Tais empasses contaram com a ajuda do Brasil na sua resoluo e aps a crise foi criado o Fundo para Desenvolvimento Econmico e Social do Pas (FONDESPA).[footnoteRef:28] [28: CABRAL, Ricardo Pereira. As dinmicas de Segurana Venezuelana. Boletim do tempo presente. N7, dezembro de 2013, p.11.]

3.2 ImigraesNo tocante imigrao, podemos estabelecer como marco inicial a primeira lei de imigrao de 1831 at o ano de 1935.[footnoteRef:29] Em decorrncia da participao portuguesa em assuntos comerciais na Venezuela - entre estrangeiros e residentes-, fez-se necessria a criao de representaes consulares. [29: XAVIER, Antnio de Abreu. A comunidade portuguesa na Venezuela. Uma cronologia da sua presena contempornea. PADILLIA, Beatriz e XAVIER, Maria (org.) Revista Migraes Nmero Temtico Migraes entre Portugal e Amrica Latina, Outubro de 2009, n5, Lisboa: ACID, p. 171-184.]

O primeiro intercmbio de cnsules ocorreu em 1856 com as designaes de Jos Luis Pereira Crespo, no consulado da Venezuela em Lisboa, e de Eugnio Thirion, cnsul do Reino, em Ciudad Bolvar. Pereira Crespo recebeu indicao precisas quanto aos objetivos primordiais: fomentar o comrcio crioulo e dirigir a Venezuela, correntes de imigrao, utilizando os meios mais eficazes a fim de alcanar tal necessidade urgente e a certificao antecipada de que os emigrantes fossem adequados para o trabalho no campo, trabalho das artes e ofcios, servio domstico, alm de saudveis, robustos e com bons costumes.[footnoteRef:30] [30: XAVIER, Antnio de Abreu. A comunidade portuguesa na Venezuela. Uma cronologia da sua presena contempornea. PADILLIA, Beatriz e XAVIER, Maria (org.) Revista Migraes Nmero Temtico Migraes entre Portugal e Amrica Latina, Outubro de 2009, n5, Lisboa: ACID, p. 172.]

Observa-se, portanto uma tentativa do governo Venezuelano em atrair emigrantes portugueses e estreitar laos comerciais. Em 1893, em Caracas so assinados dois contratos de migrao entre o Ministrio de Fomento e o empresrio Jos Boccardo, ainda na inteno de atrair portugueses Venezuela, os contratos, no entanto no foram cumpridos e agncias Venezuelanas foram fechadas na Espanha, Portugal e Itlia.[footnoteRef:31] [31: XAVIER, Antnio de Abreu. A comunidade portuguesa na Venezuela. Uma cronologia da sua presena contempornea. PADILLIA, Beatriz e XAVIER, Maria (org.) Revista Migraes Nmero Temtico Migraes entre Portugal e Amrica Latina, Outubro de 2009, n5, Lisboa: ACID, p. 172]

As relaes comerciais permaneceram mesmo com o fracasso em atrair emigrantes. Em 1918, estabeleceu-se uma Lei de imigrao e colonizao, contaminada de preconceitos quanto religio, lngua e orientao poltica dos imigrantes. Fato que revela a indisposio ou a falta de interesse na presena de estrangeiros no pas. Durante todo o sculo (1830-1935), os ditadores crioulos mostraram-se circunspectos face presena estrangeira.[footnoteRef:32] [32: XAVIER, Antnio de Abreu. A comunidade portuguesa na Venezuela. Uma cronologia da sua presena contempornea. PADILLIA, Beatriz e XAVIER, Maria (org.) Revista Migraes Nmero Temtico Migraes entre Portugal e Amrica Latina, Outubro de 2009, n5, Lisboa: ACID, p. 173]

Por esta caracterstica pouco garantista de direitos aos imigrantes, a imigrao durante o sculo XIX no foi expressiva. At 1935, a imigrao na Venezuela insignificante tendo em conta o ndice natural de aumento da populao.[footnoteRef:33] Os imigrantes no tratados como tal, chegavam em pequeno nmero, ficando dispersos no territrio. [33: DASCOLI, Gustavo (1958), La inmigracin en Venezuela, p.6. Instituto Tcnico de Inmigracin y Colonizacin (ITIC), Memoria 1939, p.10.]

Em 1937, com um processo de abertura poltica do pas criou-se o Instituto Tcnico de Imigracion y Colonozacin, que desta vez garantiu caractersticas de cidado para o imigrante. O principal interesse era atrair operrios para o trabalho nas refinarias de petrleo. Neste ponto haviam dois tipos de estrangeiros, os vindos de maneira espontnea e os selecionados e contratados.[footnoteRef:34] [34: XAVIER, Antnio de Abreu. A comunidade portuguesa na Venezuela. Uma cronologia da sua presena contempornea. PADILLIA, Beatriz e XAVIER, Maria (org.) Revista Migraes Nmero Temtico Migraes entre Portugal e Amrica Latina, Outubro de 2009, n5, Lisboa: ACID, p. 176-177.]

Neste perodo foram contratados portugueses e espanhis, seja para o trabalho na refinaria, seja para mo de obra na agricultura.Vale recordar que estamos falando de um perodo entre 1935 e 1949, perodo em que corria a guerra civil espanhola (1936 a 1939) e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). La guerra civil espaola y la repercuson de la II guerra mundial fueron factores determinantes para a Venezuela, muchos salieron de su pas buscando una nueva tierra para trabajar y volver a tener lo que habian perdido. Los exiliados espaoles, que huan de represlias por parte del rgimen franquista fueron y son de gran influencia para el desarrollo acadmico y cultural del pas. Otros, que slo huyeron por causas econmicas y sociales se estabelecieron em el pas formando uma gran colonia espaola.[footnoteRef:35] [35: DIAS, Escarlyn Morales; PREZ, Silvana Navarro. Venezuela: de receptor de inmigrantes a emissor de emigrantes. Universidad Catlica Andrs Bello. p.10.Disponvel em: http://biblioteca2.ucab.edu.ve/anexos/biblioteca/marc/texto/AAR3515.pdf. Acesso: 30/11/2015]

Temos, portanto a partir de 1937 uma nova abordagem Venezuelana em relao aos imigrantes. Temos tambm em razo conflitos internos em outras naes, como a guerra civil espanhola, e mundiais como a Segunda Guerra Mundial, uma procura e consequente maior entrada de imigrantes, principalmente espanhis, italianos e portugueses na Venezuela, em busca de trabalho e melhores condies de vida. Em 1948 chegou ao poder Marcos Prez Jimnez, com ideias desenvolvimentistas, e em razo da busca de mo de obra adotou uma postura de portas abertas, agora, entraria na Venezuela qualquer estrangeiro transeunte com menos de 35 anos, com boa sade e sem antecedentes penais. [footnoteRef:36] Estas medidas foram tomadas por meio de [36: XAVIER, Antnio de Abreu. A comunidade portuguesa na Venezuela. Uma cronologia da sua presena contempornea. PADILLIA, Beatriz e XAVIER, Maria (org.) Revista Migraes Nmero Temtico Migraes entre Portugal e Amrica Latina, Outubro de 2009, n5, Lisboa: ACID, p. 177.]

decretos e circulares.Outros fatores contriburam para o aumento de imigrantes e consolidao de comunidades, como o reagrupamento familiar, ou seja, a vinda de outros integrantes do mesmo grupo familiar para solo venezuelano e a substituio da atividade agrria pela comercial, por parte dos imigrantes, principalmente portugueses.Em 1974 em decorrncia de uma crise econmica e energtica, o movimento acabou por inverter-se. Os imigrantes e parte dos venezuelanos no encontrariam mais na Venezuela o ambiente propcio e a qualidade de vida buscada num primeiro momento e da inicia-se um processo de emigrao.

Estes eventos originaram uma partida de estrangeiros residentes, liderada por nacionais da Amrica Latina (Argentina, Chile, Uruguai e pases do Caribe, maioritariamente) e da Europa (liderados por Espanha, Itlia e Portugal) e inclusivamente tambm de venezuelanos, facto que continua ainda na atualidade. De acordo com a empresa de inquritos Datanlisis, uma sondagem feita em Outubro de 2001 revela que 33,8% da populao entrevistada sentia um desejo de emigrar. Estes mesmos acontecimentos mostraram claramente a sada de pessoas enormemente qualificadas.[footnoteRef:37] [37: XAVIER, Antnio de Abreu. A comunidade portuguesa na Venezuela. Uma cronologia da sua presena contempornea. PADILLIA, Beatriz e XAVIER, Maria (org.) Revista Migraes Nmero Temtico Migraes entre Portugal e Amrica Latina, Outubro de 2009, n5, Lisboa: ACID, p. 180.]

Observamos, portanto que nos sculos passados as migraes aconteciam do continente europeu para o americano, mas que na atualidade a tendncia contrria. Outro ponto a se abordar a migrao intra-regional.Nos ltimos anos, essa tendncia da mobilidade transfronteiria tem se tornado mais enrgica na trplice fronteira ao norte do Brasil (Pacaraima e Boa Vista), sul da Venezuela (Gran Sabana/Santa Elena do Uairn) e sudoeste da Repblica da Guiana (Rupunini/Lettem). Essa trplice fronteira marcada pelo cotidiano dos grupos tnicos e nacionais que desenham fluxos migratrios dirios e transfronteirios, desde longos anos dando origem s redes sociais que se estendem por intermdio das relaes de comrcio, de trabalho, de servios pblicos, de lazer, de parentesco, de vizinhana e de religiosidade; portanto, do forma ao trnsito na fronteira.[footnoteRef:38] [38: HOST, Carla Regina; RODRIGUES, Francilene dos Santos; VASCONCELOS, Iana Santos. Cruzando Fronteiras. Famlias Migrantes na Trplice Fronteira Brasil Venezuela Guiana. REMHU, Revista Interdisciplinar de Mobilidade Humana. Ano XVI Nmero 31, 2008.p 247- 258. p.248. Disponvel em: http://www.csem.org.br/remhu/index.php/remhu/article/view/104/96. Acesso em 20/10/2015.]

Os imigrantes intra-regionais nesta trplice fronteira, Brasil Venezuela Guiana, so em sua maioria de brasileiros em direo Venezuela e Guiana em busca de trabalho na minerao, comrcio, setor de transporte e em atividades ilegais, como trafico de mulheres, contrabando de combustvel e cambio ilegal de moeda.[footnoteRef:39] [39: HOST, Carla Regina; RODRIGUES, Francilene dos Santos; VASCONCELOS, Iana Santos. Cruzando Fronteiras. Famlias Migrantes na Trplice Fronteira Brasil Venezuela Guiana. REMHU, Revista Interdisciplinar de Mobilidade Humana. Ano XVI Nmero 31, 2008.p 249.]

A feminizao das migraes internacionais, tendncia mundial apontada por estudiosos tambm se aplica a esta regio. Essas migraes comandadas por mulheres, que acabam por inverter a organizao patriarcal, familiar e assumir uma postura comumente relacionada ao gnero masculino so uma forma de reagir cultura discriminatria e sexista[footnoteRef:40]. A migrao, portanto cumpre tambm neste caso o objetivo de quebra de paradigmas e de renovao da prpria identidade. [40: HOST, Carla Regina; RODRIGUES, Francilene dos Santos; VASCONCELOS, Iana Santos. Cruzando Fronteiras. Famlias Migrantes na Trplice Fronteira Brasil Venezuela Guiana. REMHU, Revista Interdisciplinar de Mobilidade Humana. Ano XVI Nmero 31, 2008.p 254.]

3.3 TerritrioA Venezuela se localiza no continente americano, sobre a costa do Mar do Caribe. Faz fronteira ao norte com mares territoriais da Repblica Dominicana, Antilhas, Porto Rico, Ilhas Virgens, Martinica, Guadalupe, Trinidad e Tobago e Dominicana. Ao sul com o Brasil e Colmbia. Ao leste com o oceano Atlntico e Repblica da Guiana, a oeste com a Colmbia.[footnoteRef:41] [41: Ministerio del Poder Pupular del Despacho de la Presidncia.]

O pas tem disputas territoriais ao oeste e ao leste. Ao oeste com a Colmbia, por conta do Golfo da Venezuela, em 1987 uma corveta Colombiana entrou no territrio reconhecido como Venezuelano, havia a iminncia de um conflito e um diplomata brasileiro Joo Baena Soares e o presidente argentino Ral Alfosin solicitaram a retirada da corveta pelo governo da Colmbia. O pedido foi atendido, no entanto a situao relativa ao Golfo da Venezuela no est encerrada desde a retomada da discusso em 2007.[footnoteRef:42] [42: CABRAL, Ricardo Pereira. As dinmicas de Segurana Venezuelana. Boletim do tempo presente. N7, dezembro de 2013, p.12.]

Ao leste a disputa com a Guiana Essequibo, Venezuela reclama a reintegrao ao seu territrio alegando que este teria sido ocupado de maneira ilegal pelos britnicos. Em 1899 atravs de uma comisso de arbitragem decidiu-se em favor dos britnicos, Venezuela, no entanto, no aceitou a deciso, por no estarem presentes na negociao, sendo representados por estadunidenses. Em 1966 na ocasio da independncia da Guiana, Venezuela reiterou o pleito, o que deflagrou na assinatura do Acordo de Genebra e colocou a rea como Zona em Litgio. Em 1970 assinou-se outro acordo, que estabelecia um prazo de 12 anos para a resoluo do conflito. Em 1982 Venezuela se recusou em estender o prazo e Guiana se recusou a negociaes, uma guerra seria iminente. Em 1983 o litgio foi levado ao Secretrio-Geral da ONU que at hoje no apresentou soluo.[footnoteRef:43] [43: CABRAL, Ricardo Pereira. As dinmicas de Segurana Venezuelana. Boletim do tempo presente. N7, dezembro de 2013, p.12-13.]

Outra situao ocorreu em 2007 de suposto avano venezuelano sob solo guians no entanto resolveu-se sem mais complicaes, e em 2011 Guiana promoveu modificaes nos limites territoriais, de forma unilateral afetando o mar territorial venezuelano.Em 2015 o presidente da Guiana fez um apelo durante sesso plenria dos chefes de Estado do Mercosul clamando pelo respeito integridade do territrio guianense. J para Nicols Maduro, esta uma provocao que ignora o apoio venezuelano ao guianenses nos ltimos anos.[footnoteRef:44] [44: Agncia Brasil.]

3.4 Matriz EnergticaA Venezuela um dos pases mais bem preparados em termos de eletrificao da Amrica Latina. A produo hidroeltrica representa 70% da oferta de eletricidade, o restante fica a cargo do petrleo e gs natural.[footnoteRef:45] Alm disso, a Venezuela investe em formas de energia limpa, renovvel. As hidroeltricas em operao representam 70% da oferta nacional de eletricidade no momento e elas constituem uma parte do potencial de cerca de 26 GW no curso inteiro desse rio. O total nacional de aproximadamente 46 GW de fontes hidrulicas.[footnoteRef:46] [45: CARDIM, Carlos Henrique; GUIMARES, Samuel Pinheiro. Venezuela: Vises brasileiras. Intituto de Pesquisa de Relaes Internacionais. Rio de Janeiro, 2001. P.16.] [46: CARDIM, Carlos Henrique; GUIMARES, Samuel Pinheiro. Venezuela: Vises brasileiras. Intituto de Pesquisa de Relaes Internacionais. Rio de Janeiro, 2001. P.16.]

Observa-se, portanto, que mesmo sendo um dos maiores produtores mundiais de petrleo o pas no se privou de desenvolver outros meios de produo de energia eltrica. Um marco das relaes internacionais da Venezuela em relao a petrleo e fontes de energia o PETROCARIBE, que busca manter a segurana energtica dos pases membros. Podemos citar tambm a OLADE, Organizao Latino-Americana de Energia e o CIER e Comit de Integrao de Energia Eltrica Regional, alm do CIEN, Comit Internacional de Energia Nuclear.

3.5 Centro-periferiaA anlise da Venezuela no sistema internacional sob o enfoque da Teoria Centro-Periferia[footnoteRef:47] permite-nos localizar este pas na condio de semiperiferia. [47: A perspectiva centro-periferia parte do pressuposto de que a geopoltica mundial e mesmo as relaes internacionais podem ser pensadas a partir da distino entre pases centrais (desenvolvidos, industrializados) e pases perifricos, dependentes dos pases do centro (AMORIM FILHO, 1991).]

Partindo do pressuposto de que distinguimos pases centrais, desenvolvidos e industrializados e pases perifricos, dependentes dos pases do centro. Uma categorizao intermediria seria a semiperiferia, neste ponto identificamos pases relativamente menos dependentes, so economias que se encontram no caminho intermedirio entre o centro e a periferia.[footnoteRef:48] [48: JOHNSTON, R.J. et al. The dictionary of human geography. Oxford: Blackwell. 1985.]

A Venezuela como foi apresentado em tpicos anteriores se impe como liderana regional, principalmente na criao de grupos de cooperao, tal fato poderia colocar este pais sobre essa perspectiva como centro regional, no entanto se analisarmos de maneira mais ampla a Venezuela ainda possui uma relao de dependncia com relao aos pases do centro. [...]a Venezuela se configura como semiperiferia emergente, o que supe resistncias anti-hegemnicas frente aos Estados Unidos.[footnoteRef:49] [49: PRECIADO, Jaime. Amrica Latina no sistema mundo: questionamentos e alianas centro-periferia. 2008.Disponvel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-49792008000200005 Acesso em:07/11/2015.]

O papel da Venezuela, no cone sul-americano, possui uma dupla condio paradoxal, de liderana regional, dada sua capacidade de influenciar e encabear iniciativas conjuntas de integrao regional, especificamente no campo energtico, e de um eixo ideolgico, com um discurso anti-hegemnico, que questiona os fundamentos bsicos de explorao das periferias no sistema-mundo, assim como a dependncia dos centros mundiais.[footnoteRef:50] [50: PRECIADO, Jaime. Amrica Latina no sistema mundo: questionamentos e alianas centro-periferia. 2008.]

A Venezuela, portanto disputa com o Brasil pela posio de liderana no cone sul, e sua caracterstica anti-hegemnica contribui para a formao, manuteno e desenvolvimento de potncias e, sobretudo grupos de integrao regional., portanto, de se observar as aspiraes venezuelanas no sentido de tornar-se um centro regional, por isso podemos caracterizar como semiperiferia emergente.

CONCLUSO

A pesquisa mostrou-se significativa no sentido de apresentar um panorama histrico do perodo europeu, principalmente da transio do feudalismo para a constituio do Estados Nacionais Modernos que deflagrou no movimento de expanso martima, em paralelo com a contextualizao em termos de cultura e civilizao j existente nas amricas anteriormente ao advento da colonizao por parte dos europeus.A promoo da reflexo sobre este encontro de horizontes propiciou uma reflexo mais clara do processo de colonizao bem como do processo de independncia venezuelana.As fontes encontradas neste sentido foram extremamente satisfatrias, o que facilitou e permitiu um entendimento mais amplo do contexto histrico do pas para alm, inclusive dos temas abordados de forma objetiva na pesquisa.A discusso sobre a evoluo do Estado frente a necessidade de valer-se da explorao do petrleo, foi outro ponto importante para entender as modificaes na poltica interna e externa do pais. Modificaes que hoje so cruciais no entendimento de questes como os conflitos territoriais. Quanto s fontes relativas ao petrleo venezuelano foram encontradas diversas fontes nas quais haviam divergncias de datas, o que dificultou em partes a execuo do item.Fica evidente, portanto a necessidade de pesquisas interdisciplinares a fim de relacionar conhecimentos e informaes de diferentes reas com o objetivo de estabelecer conexes e relaes de causa e efeito sem que sejam excludos pontos significativos por no se tratarem especificamente da rea pesquisada. A importncia tambm reside na transmisso de ensinamentos propeduticos, bem como o estabelecimento de um panorama histrico e poltico mais amplo que permitiro um aprofundamento maior e mais especfico em pesquisas e anlises futuras.

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