Interação Verbal Tema Significação
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INTERAO VERBAL, TEMA E SIGNIFICAO
ALCNTARA, Regina Godinho [email protected]
CCO, [email protected]
GONALVES, Roalina [email protected]
Mariela Gai [email protected]
R: Ee arigo dice o conceio de inerao erbal, ema e ignificao omando por bae aperpecia ennciaiodicria de inpirao bakhiniana. Tem por finalidade epliciar a diferene
relae enre ee conceio aprofndando a compreeno do conhecimeno prodido no campo dalingagem.
P: Lingagem. Ennciao. Inerao erbal. Tema. Significao. Aceno apreciaio.
INTRODUO
O conceio de inerao erbal, ema e ignificao, objeo da dico do preene
arigo, eo inerido no coneo do penameno filoficolingico prodido por
Bakhin a parir da conribie e da fragilidade preene na correne filofica
adinda do Romanimo e do Racionalimo. Ea dice foram raada na Ria, no
perodo de 1919 a 1929, por m grpo de inelecai de diferene rea conhecido como
Crclo de Bakhin. Dialogando com a mlipla propoie cienfica de a poca, Bakhin
eidencio o dalimo preene na idia da da principai orienae do penameno
filoficolingico, denominada por ele genericamene de Sbjeiimo Idealia e
Objeiimo Abrao.
Em Marimo e Filoofia da Lingagem, o aor apreena o prepoo qe
fndamenam a concepe de lingagem nea orienae. Na bjeiia idealia,
egndo Bakhin (1999), a concepo de lingagem cenrae no ao criaio de fala do
indido, coniderando o piqimo indiidal como a fone da lnga. A poie
fndamenai obre a lnga nea orienao compreendem qe:
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1. A lnga ma aiidade, m proceo criaio ininerrpo de conro [...], qe emaerialia ob a forma de ao indiidai de fala.
2. A lei da criao lingica o eencialmene a lei da picologia indiidal.3. A criao lingica ma criao ignificaia, anloga criao arica.4. A lnga, enqano prodo acabado [...], enqano iema eel (lico, gramica e
fonica), apreenae como m depio inere, al como a laa fria da criaolingica, abraamene conrda pelo lingia com ia a aqiio
prica, como inrmeno prono para er ado (BAKHTIN1, 1999, p. 7273).
O edo da lnga na radio bjeiia, conforme afirma Bakhin, apiae na lei
da picologia indiidal. Nea perpecia, o iema da lnga rela da aiidade
elaboradora do eprio, ma e qe a qeo gramaical coniderada como pono de
chegada da aiidade lingica.
A orienao objeiia abraa, por a e, ia como cenro organiador do fao
da lnga o iema lingico, o eja, [...] , [...] (BAKHTIN, 1999, p. 77, grifo do aor). Defende qe a lnga
conida pelo rao idnico preene na ennciae, percebendoa como m iema
incrnico. So ee rao idnico qe garanem a a nicidade e a a compreeno por
odo o inegrane de ma comnidade lingica. Logo, nea perpecia, a lnga m
iema eel e fechado com lei lingica epecfica qe no ofrem inflncia
ideolgica nem hirica. A maneno dee iema ocorre pela repeio, o eja, o
jeio j nacem inerido nma comnidade lingica com m iema j conido. [...]
m al iema, o indido em qe omlo e aimillo no e conjno, al como ele [...]
(BAKHTIN, 1999, p.79).
Para Bakhin, coniderar a lnga como m iema regido por norma no paa de
ma abrao, poi no ere para compreeno e eplicao do fao lingico, ma e
qe e diancia da realidade ia e eolia da lnga e de a fne ociai. Pare de ma
io racionalia e mecanicia de mndo qe deconidera o poencial do jeio e a
relae com a lnga como fenmeno pramene hirico. Se por m lado, a fragilidade do
objeiimo abrao conie na rejeio da ennciao, do ao de fala como objeo de edo,
no bjeiimo idealia, o eqoco reide em focaliar o ao de fala na dimeno do
piqimo indiidal do jeio falane e, porano, ambm no lea em coniderao a
narea ocial da ennciao. Nee enido, propoa ma nee dialica qe eidencia
o diferene elemeno qe compem a ennciae inerindoa nm coneo mai amplo
qe compreende a relae ociai organiada, [...] a nicidade do meio ocial e a do
coneo ocial imediao o condie abolamene indipenei para qe o compleo
1 Nee rabalho omamo a nona edio dea obra de Bakhin qe foi pblicada pela primeira e em 1929, obo lo Markim i filofia iaik.
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ficopqicofiiolgico [...] poa er inclado lnga, fala, poa ornare m fao de
lingagem [...] (BAKHTIN, 1999, p. 7071).
Aim, conceio como inerao erbal, ema, ignificao e aceno apreciaio o
inerene ampliao da compreeno da lingagem como fenmeno hirico, ocial e
clral.
INTERAO VERBAL
Na perpecia bakhiniana de lingagem, conforme iamo, a lnga e moe
coninamene e e deenole empre na ida ocial, na relao com o oro. Aim, o
fenmeno ocial da inerao erbal conii a realidade fndamenal da lingagem em qe
e maerialiam a ennciae. Ee proceo de maerialiao da ennciae ocorre por
meio da palara, o recro emiico qe poibilia a epreo. Nee enido, a palara
[...] deerminada ano pelo fao de qe procede de algm, como pelo fao de qe edirige para algm. Ela conii jamene o prodo da inerao do locor e dooine. Toda palara ere de epreo a m em relao ao oro. Ara dapalara, definome em relao ao oro, io , em lima anlie, em relao coleiidade. A palara ma epcie de pone lanada enre mim e o oro. Se ela
e apia obre mim nma eremidade, na ora apiae obre o me inerlocor. Apalara o erririo comm do locor e do inerlocor (BAKHTIN, 1999, p. 113).
Dee modo, a prodo da ennciao incli a eincia de m adirio ocial, poi a
palara empre e dirige a m inerlocor qe pode er real o er m repreenane mdio
da ociedade. De acordo com Bakhin, porano, [...] a ennciao o prodo da inerao de
doi indido ocialmene organiado [...] (BAKHTIN, 1999, p. 112). Io prepe qe
ano a iao imediaa qano o meio ocial mai amplo definem, por aim dier, a parir
do e prprio inerior, a erra da ennciao.A iao imediaa de inerao erbal qe enole o jeio inerlocore da
ennciae prod efeio para i e para o oro no momeno em qe elaboram a a
aiidade menal. A compleidade do dicro inerior prodido pela aiidade menal do
jeio depende da relae eabelecida enre o jeio e o dicro da coleiidade, o
eja, da aiidade menal do n.
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Aim, a peronalidade qe e eprime, apreendida, por aim dier, do inerior,reelae m prodo oal da inerrelao ocial. A aiidade menal do jeioconii, da mema forma qe a epreo eerior m erririo ocial. Emconeqncia, odo o iinerrio qe lea a aiidade menal (o conedo a eprimir) a objeiao eerna (a ennciao) iae compleamene em erririo ocial.Qando a aiidade menal e realia ob a forma de ma ennciao, a orienaoocial qal ela e bmee adqire maior compleidade graa eigncia de
adapao ao coneo ocial imediao do ao de fala, e, acima de do, aoinerlocore concreo (BAKHTIN, 1999, p. 117).
Nee coneo, a inerao erbal no compreende apena a inerao face a face, ma do
qe e enolido no proceo de comnicao erbal, inclie o ao ociai de carer no
erbal, como o geo e ao imblico, qe eabelecem relae e ignificae enre o erbal e
o horione ociai de alor.
Em Jobim (2001), enconramo o erao de m dilogo qe eidencia como a fala, a
condie de comnicao e a erra ociai eo indiolelmene ligada. Na
inerao enre Andr (cinco ano), Rafaela (ei ano) e m adlo, podemo perceber como
o elemeno erbai e noerbai preene na inerao aam na coniio de enido
da ennciae, prodindo empre algo noo e no reierel.
Rafaela: Me pai goa de ler liro de mica. Me pai canor. E l na Epanha.De ma boneca epanhola pra mim. Minha me rabalha no hopial Soa Agiar.(Com cero ar de orglho obre o qe di)
Adlo: E e pai, Andr, rabalha em q?Andr: ... (heiane) Nma fbrica.Adlo: Nma fbrica! De q, Andr, oc abe?Andr: De chiclee. (Eniamado Andr conina) Cada dia ele ra qaro caiapra mim.Adlo: ... E a me, Andr, ambm rabalha fora?Andr: Trabalha... (Paa) Nma fbrica de brinqedo. Minha me ra odo diaqaro caminhe pra mim. Ela rabalha bado e domingo. Qando minha me chegado rabalho ela me lea em qaro cinema. J i Trapalhe, Rambo III, ...Rafaela: (Com ar de dedm, dida da palara de Andr) Hi! Rambo III no podiaenrar criana! (JOBIM, 2001, p. 105).
Aim oberamo qe o elemeno preene nea inerao como jlgameno dealor, deejo, neceidade, ineree e emoe, qe perpaam o dilogo por meio da
enoao, eabelecem ma ereia relao da palara com o coneo eraerbal,
paricipando do proceo de ignificao. Ee elemeno eidenciam ambm qe [...]
nenhma ennciao erbaliada pode er aribda ecliamene a qem a enncio:
prodo da inerao enre falane e, em ermo mai amplo, prodo de oda ma iao
ocial em qe ela rgi [...] (BAKHTIN2, 2001, p. 79).
2 Ea obra, inilada O Fredimo, foi pblicada pela primeira e em 1927 e ainada por V. N. Volochino,dicplo de Bakhin.
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Dee modo, o eemplo ciado remeeno ao prepoo bico da perpecia
ennciaiodicria na lingagem, reforando qe [...] o cenro organiador de oda
ennciao, de oda epreo, no inerior, ma eerior: e iado no meio ocial qe
enole o indido [...] (BAKHTIN, 1999, p. 121). A lnga, nea perpecia, no pode er
concebida como m iema abrao, fechado e eel de norma nem, ampoco, m
iema monolgico de comnicao deerminado pela lei da picologia indiidal, ma [...]
m , qe e realia ara da
(Ibidem, p.127, grifo do aor), em deiar de coniderar qe ea inerao
iliae de ma erra ennciaia qe ambm conida no campo ocial.
TEMA E SIGNIFICAO
De acordo com Bakhin (1999), no fcil a diino enre ema e ignificao, bem
como h neceidade dee doi campo, por aim dier, erem mio bem delineado,
poi, egndo o aor, [...] para coniir ma cincia lida da ignificao, imporane
diingir bem enre o ema e a ignificao e compreender bem a a inerrelao [...]
(BAKHTIN, 1999, p.131).
Aim, ao colocar e eclarecer a idia da da principai correne do penameno
filoficolingico, o bjeiimo idealia e o objeiimo abrao, Bakhin j iniciaa a
e percro na diferenciao enre ignificao e ema e a inerrelao eiene enre o
memo.
Como eidenciamo, para Bakhin, impoel m enido nico, precio e definido
para m deerminado igno, ma e qe, para ele, o enido do igno no o paio, o
eja, no eo dado, poi dependem e concreiame na inerao erbal, como j ane
epliciado. Aim, na iao concrea de comnicao qe ,
o melhor, na inerao qe a capacidade de ignificao da palara, ornae real e pode
er compreendida. Nea perpecia, poderamo pergnarno e cada palara o igno j
no poi em i memo a poencialidade comnicaia, o eja, e enido j
concreiado hioricamene ara de e o pela diera comnidade de falane?
Sim, enreano, a cada noa iao de comnicao, ea ignificao ambm e renoa,
ornandoe nica para aqela iao de inerao e no ora, endo eno, no .
Porano, para o enido j crialiado de ma deerminada palara, aqele qe
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enconramo no dicionrio, podemo chamar de a , e a ea ignificao,
denro de m deerminado coneo de inerao pariclar, podemo chamar de .
Aim, para er deerminado o ema de ma ennciao, enram em jogo no apena o
elemeno erbai preene nea ennciao, ma ambm, odo o elemeno qe
paricipam da iao eraerbal de inerao. Como eplicia Bakhin:
Conclie qe o ema da ennciao deerminado no pela forma lingica
qe enram na compoio (a palara, a forma morfolgica o inica, o on, a
enoae), ma igalmene pelo elemeno no erbai da iao. Se perdermo de ia
o elemeno da iao, earemo o poco apo a compreender a ennciao como e
perdemo a palara mai imporane. [...] Somene a ennciao em oda a a
amplide concrea, como fenmeno hirico, poi m ema [...] (BAKHTIN, 1999, .128
129).
bio, como coloca o prprio Bakhin, qe o carer nico de cada ennciao no
eria o baane para deerminar e compreender e ema, aim, [...] alm do ema, o, mai
eaamene no inerior dele, a ennciao igalmene doada de ma ignificao [...]
(Ibidem, p.129). Da o aor, coniderar a ignificao como m egio inferior da capacidade
de ignificar e o ema como endo o egio perior dea capacidade, poi a ignificao
nada pode ignificar ioladamene, fora de ma iao de inerao. Porano, a
poencialidade ignificaia de ma palara omene concreiame em m dado coneo
ennciaio. nee enido qe o aor reiera qe no poel eabelecer ma froneira
eaa enre ema e ignificao, ma e qe,
[...] a ignificao perence a m elemeno o conjno de elemeno na a relaocom o odo. claro qe e abrairmo por compleo ea relao com o odo (io ,com a ennciao), perderemo a ignificao. por io qe no e pode raar mafroneira clara enre o ema e a ignificao (BAKHTIN, 1999, . 131).
Eemplificando o ema e a ignificao, Bakhin (1999) coloca a ennciao Qe hora
o?, enfaiando, aim, ma eabilidade relaia dee ennciado no qe ange a
ignificae j hioricamene crialiada deido diferene iae comnicaia em
qe foi iliada. Enreano, diane de ma noa iao de inerao, o ema dee
ennciado ornae noo e impoel diocilo dea noa inerao concrea. Dee
modo, omando Bakhin, Cereja no eplicia (2005, p. 202) acerca da ennciao Qe hora
o?:
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[...] Qando m profeor, por eemplo, a poco mino do inal, pergna clae
Qe hora o?, pode deejar aber qano mino ele ainda em para deenoler a
maria; ma criana qe adenra a coinha e fa a mema pergna me, enqano ea
ermina de preparar o almoo, pode qerer aber e o almoo e prono; a mema
ennciao poder er o enido de E na hora de irmo embora?, e m colega fa a
pergna a oro nm banco, ao final do epediene.
Ara dee eemplo, Cereja morano como, em cada noa iao de inerao,
mdae o ema de m dado ennciado deido concrede da iao em pariclar.
Todaia, a ignificae j eabiliada dee memo ennciado no e perdem, melhor
diendo, renoame a cada noa inerao erbal. nee coneo qe o memo aor aim
afirma qe:
[...] enqano a ignificao por narea abraa e ende permanncia e eabilidade, o ema concreo e hirico e ende ao flido e dinmico, ao precrio,qe recria e renoa inceanemene o iema de ignificao, ainda qe parindodele. Se a ignificao e para o igno ambo iralidade de conro deenido da lnga , o ema e para o igno ideolgico, relado da ennciaoconcrea e da compreeno aia, o qe ra para o primeiro plano a relaeconcrea enre jeio (CEREJA, 2005, p. 202).
Ao analiarmo o eemplo acima, podemo perceber, aim como ambm mora
no Bakhin, qe o e direamene ligado relao
ema/ignificao, bem como diino enre o memo. Uma e qe, para e compreender
deerminado ennciado, eja ele falado o, principalmene, ecrio, necerio no apena
aber de anemo a ignificao da palara conida no memo. A compreeno de m
ennciado, em a oalidade, depende, ambm, do conhecimeno do coneo comnicaio
no qal o memo foi prodido.
[...] Compreender a ennciao de orem ignifica orienare em relao a ela,enconrar o e lgar adeqado no coneo correpondene. A cada palara daennciao qe eamo em proceo de compreender, faemo correponder marie de palara noa, formando ma rplica. Qano mai nmeroa ebanciai forem, mai profnda e real a noa compreeno (BAKHTIN, 1999, .131132).
nee enido qe Bakhin em eclarecerno qe no omo, o no podemo er,
inerlocore paio perane m ennciado, poi, ao depararmono com o ema do memo
e no apena com a ignificae, acabamo por faer pare, naqele momeno, do
coneo de inerao erbal, adoando, aim, ma aide aia e prodindo, eno, ma
repoa noa a ee ennciado; emo, porano, ma aide reponia diane do qe
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oimo o lemo. Porano, [...] qalqer ipo genno de compreeno dee er dee
coner j o germe de ma repoa. S a compreeno aia no permie apreender o ema
[...] (Ibidem, p.131).
Oro eemplo ado por Cereja (2005, p. 210218) o ermo empregado
pelo preidene Lla, ane e depoi de a poe como preidene do Brail. O ciado aor fa
ma deida anlie dee ermo colocando como, em inerae diferene, o memo em e
ema modificado, eidenciando, aim, ora qeo imporane colocada por Bakhin (1999)
relaiamene ao ema e ignificao: a qeo , qeo
ea qe em direamene ao enconro do
e, coneqenemene, ao problema da compreeno.
ACENTO APRECIATIVO
A lingagem orna poel e ereia a relao do ere hmano no mai diero
campo de aiidade hmana e, medida qe ineragem n com o oro o ere hmano,
aprendem a moldar a fala em forma de gnero, o eja, prode ocialmene elaborada
relane de eperincia hmana qe medeiam, alargam e ranformam a aiidade
hmana ora. Alm dio, o gnero inrodeme na eperincia e na concincia
hmana em forma de ennciado ariado, deerminado principalmene pela iao de
prodo. Ea iao de prodo pode er nomeada de realiao concrea de inerae
ociai adinda da conre hmana organiada e apropriada pelo inerlocore no
coneo da inerae ociai.
No bojo da inerae, a lingagem em eno papel fndamenal amindo carer
dialgico e dinmico a cada ennciao onde a compreeno forma de dilogo qe e pe
para a ennciao como [...] ma rplica e para a ora no dilogo [...] (BAKHTIN, 1999,
p.132).
Aim, o coneo ineraio empre reqer o poicionameno do oro, a a
, o eja, e realia no proceo de compreeno aia e reponia. Na
iao de comnicao, a lnga e orna ia no ennciado do falane qe demonram
ma compreeno reponia de dilogo, onde o oro e orna falane e iceera. Por io, a
compreeno paia apena abrao.
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[...] O prprio falane e deerminado preciamene a ea compreeno aiamenereponia: ele no epera ma compreeno paia, por aim dier, qe apenadble o e penameno em o alheia, ma ma repoa, ma concordncia, maparicipao, ma objeo, ma eeco, ec. [...] (BAKHTIN, 2003, p. 272).
A compreeno , poi, omada como forma de dilogo, o qe implica o reconhecimeno
da inerao do locor e do recepor no proceo de iniio de enido. Aim a maria
lingica adqire ignificao em m proceo aio e reponio, io , inerbjeio. Ao
leanar a dico obre a inerbjeiidade emnica, Bakhin amplia o debae obre a
palara e apona qe a ela e inerene o reconhecimeno de qe, alm do ema e da
ignificao, a palara em aceno de alor, aceno apreciaio. Nea perpecia, de acordo
com Bakhin (1999, p.132),
[...] Toda palara ada na fala real poi no apena ema e ignificao no enidoobjeio, de conedo, dee ermo, ma ambm m aceno de alor o apreciaio,io , qando m conedo epreo (dio o ecrio) pela fala ia, ele empreacompanhado por m aceno apreciaio deerminado. Sem aceno apreciaio, no hpalara.
Em qe conie, poi, o aceno apreciaio e qal a a relao com a face objeia da
ignificao? Ao eidenciar o aceno apreciaio, Bakhin em colocar a
como a ranmiora mai clara da . O aceno apreciaio
ranmiido por meio da enoao epreia qe di repeio relao indiidal do locor
e o objeo do dicro. Analiando m eo de Dooieki, reirado de N D
E 3, Bakhin morano como a enoao diferene, dada por ei falane a m memo
ennciado, orna diferene e ema. Io e d porqe a conera condida por meio de
enoae qe epream a apreciae de cada inerlocor imprimindo em cada enoao
ma realiao pariclar, epreia, profnda. Aim, no eemplo de Bakhin, emo qe a
palara proferida a mema, no enano, a ei fala m enido diferene e o
marcadamene ponada pela oe de odo aqele qe dela iliam o a em iliado
hioricamene. como no afirma Bakhin (1999, p. 134): [...] Qae oda a peoa m a
a inerjeie e loce faoria: podee iliar correamene ma palara de carga
emnica mio grande para reoler de forma pramene enoaia iae o crie da
ida coidiana, ejam ela menore o grae[...].
Formlae como a apreenada permiem refleir qe o qe Bakhin prope
colocar o aceno apreciaio ao enido, o eja, er o aceno apreciaio como coniio da
3 Teo de Dooieki e anlie do memo conido no liro Marimo e Filoofia da Lingagem (Bakhin, 1999,p.133134 ).
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ennciao e com io demonrar qe o jeio emania a lnga no eeno ennciaio,
onde o ema [...] ma propriedade de cada ennciao [...] realiae complea e
ecliamene ara da enoao epreia, em ajda da ignificao da palara o da
ariclao gramaical. [...] Toda ennciao compreende, ane de mai nada, ma orienao
apreciaia[...] (BAKHTIN, 1999, p.134135).
Reporandono mai ma e em Cereja (2005), emo a m bom eemplo para a
conro ignificaia da conceiao de aceno apreciaio. Cereja parindo do pono de
ia dialico e dialgico de Bakhin, de qe a palara no nidade nera, forma abraa,
pona er ea m erreno inerindiidal e, porano, com caracerica marcane de
renir em i a diera oe de odo aqele qe a iliam.
A palara (em geral qalqer igno) inerindiidal. Tdo o qe dio, o qe
epreo e enconra fora da alma do falane, no perence apena a ele. A palara no pode
er enrege apena ao falane. O aor (falane) em o e direio inalienei obre a
palara, ma o oine ambm em o e direio: m ambm o e direio aqele
cja oe eo na palara de anemo pelo aor (porqe no h palara em dono) [...]
(BAKHTIN, 2003, p.327328).
O referido aor ece ma anlie fina e decorino a diferene forma com qe, ao
longo da lima qaro dcada, a palara pao a er iliada em dicro
de narea policoideolgica. A mae de enido da palara em coneo de
prode diferene, compreendem aim, na anlie do aor, aqilo qe Bakhin (1999,
p.135) conidero como [...] ma : o delocameno de ma palara deerminada
de m coneo apreciaio para oro [...] (BAKHTIN,1999,p.135). Ainda, egndo Cereja, a
palara qe, ane cnhaa epliciamene m enido hirico e ideolgico da
milincia polica, adqiri agora oro enido: o enido de epoa; de companheira qe
acompanha e ampara o polico; a figra daqele qe impaia com a caa poplar; pao,
poi, a e referir a oda a mlido, reelando m deejo do goernane de agregar a odo, de
alar a odo como nma amplide meinica.
A depeio da inene pariclare e conciene do prprio preidene, a erdade qe e dicro polico, ao meno na iae reraada, incorporaa diferenedicro qe hirica e ocialmene circlaam o circlaram na ociedadebraileira, como o dicro meinico, religioo, ocialia e neoliberal (CEREJA, 2005,p. 218).
Porano, fndamenal qe e lee em cona a apreciao ocial para compreender aeolo hirica do ema e da ignificae, poi, a eolo emnica da lnga empre
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Pró-Discente: Caderno de Prod. Acad.-Cient. Progr. Pós-Grad. Educação Vitória v. 17 n. 1 Jan./Jun. 2011
aociada pariclaridade apreciaia de m deerminado grpo ocial. A eolo dea
pariclaridade apreciaia e inimamene aociada a qee econmica e ociai.
CONSIDERAES FINAIS
Por meio do conjno de reflee acerca do conceio de inerao erbal,
ignificao, ema e aceno apreciaio, conclmo qe Bakhin inara ma noa concepo
de lnga e lingagem, bem como ma noa io para o eninoaprendiagem da lnga. No
bojo da crica da principai correne do penameno filoficolingico, o
Sbjeiimo Idealia e Objeiimo Abrao, o aor poiciona a lnga como indiociel
do cro da comnicao erbal qe, nee enido, no pode mai er raada e, mio meno,edada como m prodo dado, acabado, prono, ma im conido na e pela inerao
erbal.
Porano, a perpecia bakhiniana ra a inerao erbal como m conceio
primordial, coniindo, poi, e inara, aim, o carer
dialgico da lingagem endo, eno, ma poio oalmene conrria a ma refleo
lingica baeada nm iema de regra j conrdo, ma e qe al refleo enconrae
no enido opoo de ma abordagem hirica e ia da lnga. Ao colocar al poio,Bakhin enfaia, ambm, qe a dieridade eiene na lingagem reflee, obremaneira, a
dieridade da eperincia ocial. Nea perpecia, o conceio de ignificao e ema
clarificam a qee qe enolem o enido do igno, bem como a prodo e a
conro de enido e de efeio de enido.
Ara do eemplo erado da anlie de oro aore qe conribram para a
elaborao dee eo, pdemo perceber qe, ao diferenciar e relacionar o conceio de
ignificao e ema, Bakhin morano a lnga como ma realidade heerognea, o eja, apalara e e mliplo enido em irde da mliplicidade de ennciae, de inene,
de coneo, ec. Io refora a idia de dialogicidade da lingagem, ma e qe o enido do
igno, o eja, e ema pode er coniderado mediane m ennciado concreo e a relae
dialgica o, porano, relae de enido. nea perpecia qe Bakhin aborda a qeo
do aceno apreciaio, poi, como o aor apono, a lnga ia e coniie na inerae
ociai. Dee modo, o alore colocado pela apreciao indiidal e ocial, principalmene,
ara da enoao epreia, proocam mdana e eole lingica ignificaia,
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afeando, poi o ema e a ignificao. Aim, a iao eraerbal, o eja, o coneo da
inerao inerfere, ignificaiamene, na prodo do enido.
Percebemo, enfim, qe ee conceio, e enrelaam e a compreeno de cada m
colabora por clarificar o eidenciar o oro. Nee enido, enfaiamo o carer coeo e
procedene de oda a perpecia bakhiniana de lingagem. Bakhin, ao raer para o campo
da lingagem a qee , colocano ainda, o eo do alno como m epelho
ara do qal e reflee a realidade ocial e, porano, como prodo hirico, porqe e
recoloca como proceo a cada inerao.
REFERNCIAS
BAKHTIN, Mikhail. E . 4.ed. So Palo: Marin Fone, 2003.
______. M F L. 9.ed. So Palo: Hciec, 1999.
______. O F. So Palo: Ediora Perpecia S/A, 2001.
CEREJA, William. Significao e Tema. In: BRAIT, Beh (Org.). B: conceiochae. 2. ed.So Palo: Coneo, 2005.
JOBIM e SOUZA, Solange. I L: Bakhin, Vgok e Benjamin. 6. ed.Campina, SP: Papir, 2001.