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Integração Curricular no curso de Formação de Docentes: repensando a práxis pedagógica Gilma de Roma Bordinassi 1 Ângela Galizzi Vieira Gomide 2 Resumo Neste artigo apresentamos como se deu o processo de implementação da proposta na escola do Plano de Trabalho solicitado do Programa de Desenvolvimento Educacional. Nossa intervenção pedagógica objetivou discutir e implementar ações para se efetivar a integração curricular no Curso de Formação de Docentes, do Instituto de Educação Estadual de Londrina. Sua “aplicação”, planejada nos estudos realizados durante o primeiro ano, foi desenvolvida neste segundo ano. Baseando-nos no método materialista histórico e dialético, analisamos como é feita a integração entre as disciplinas, observando seus limites de efetivação, partindo dos conteúdos da disciplina Prática de Formação (indispensáveis para a integralização do currículo e articulação dos conteúdos das disciplinas da base nacional comum e das específicas). Para tal, tivemos como princípios as reflexões e ações coletivas advindas dos encontros com os professores supervisores do estágio supervisionado; e, posteriormente, com todo o grupo de professores que atua nessa modalidade de ensino. Alcançar nossos objetivos, ao aprofundar nossos conhecimentos teórico-científicos em relação a formação de docentes, em nível médio, implicou também em estabelecer parceria com a direção, equipe pedagógica e de professores, dos quais tivemos muita colaboração. Dessa forma, foi possível viabilizar o desenvolvimento de ações articuladas em busca da integralização curricular, prevista nas Diretrizes Curriculares do Paraná, e ainda pudemos sugerir políticas públicas para esta formação, consoantes com a proposta curricular desenvolvida pela SEED-PR, de forma a legitimar a proposta curricular, nas dimensões do Trabalho como Princípio Educativo, da Práxis como Princípio Curricular e do Direito da criança ao atendimento escolar. Palavras-chave: Metodologia; Prática de Formação; Política para formação de professores. 1 Pedagoga, professora da rede pública do Paraná, Curso de Formação de Docentes no Instituto de Educação de Londrina. 2 Orientadora PDE, Professora da Universidade Estadual de Londrina, doutoranda em educação na PUC/PR.

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Integração Curricular no curso de Formação de Docentes: repensando a práxis pedagógica

Gilma de Roma Bordinassi1

Ângela Galizzi Vieira Gomide2

Resumo Neste artigo apresentamos como se deu o processo de implementação da proposta na escola do Plano de Trabalho solicitado do Programa de Desenvolvimento Educacional. Nossa intervenção pedagógica objetivou discutir e implementar ações para se efetivar a integração curricular no Curso de Formação de Docentes, do Instituto de Educação Estadual de Londrina. Sua “aplicação”, planejada nos estudos realizados durante o primeiro ano, foi desenvolvida neste segundo ano. Baseando-nos no método materialista histórico e dialético, analisamos como é feita a integração entre as disciplinas, observando seus limites de efetivação, partindo dos conteúdos da disciplina Prática de Formação (indispensáveis para a integralização do currículo e articulação dos conteúdos das disciplinas da base nacional comum e das específicas). Para tal, tivemos como princípios as reflexões e ações coletivas advindas dos encontros com os professores supervisores do estágio supervisionado; e, posteriormente, com todo o grupo de professores que atua nessa modalidade de ensino. Alcançar nossos objetivos, ao aprofundar nossos conhecimentos teórico-científicos em relação a formação de docentes, em nível médio, implicou também em estabelecer parceria com a direção, equipe pedagógica e de professores, dos quais tivemos muita colaboração. Dessa forma, foi possível viabilizar o desenvolvimento de ações articuladas em busca da integralização curricular, prevista nas Diretrizes Curriculares do Paraná, e ainda pudemos sugerir políticas públicas para esta formação, consoantes com a proposta curricular desenvolvida pela SEED-PR, de forma a legitimar a proposta curricular, nas dimensões do Trabalho como Princípio Educativo, da Práxis como Princípio Curricular e do Direito da criança ao atendimento escolar.

Palavras-chave: Metodologia; Prática de Formação; Política para formação de professores.

1 Pedagoga, professora da rede pública do Paraná, Curso de Formação de Docentes no Instituto de Educação de Londrina.

2Orientadora PDE, Professora da Universidade Estadual de Londrina, doutoranda em educação na PUC/PR.

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Curriculum integration in the course of training of teachers:

rethinking the teaching practice

Gilma de Roma Bordinassi

Ângela Galizzi Vieira Gomide

This article has been presented as the implementation of a school in the Work Plan called the Program for Educational Development. Our educational intervention aimed to discuss and implement actions to carry out the integration curriculum in the Training Course for Teachers, the Institute of Education Estadual de Londrina. Your "application", planned in studies conducted during the first year, was developed in the second year. Building on the historical and dialectical materialist method, we analyze how it's done the integration between the disciplines, noting its limitations in effect, starting with the content of the discipline Practical Training (integralização essential to the curriculum and articulation of the content of the basic disciplines of national common and specific). To this end, we had the ideas and principles as collective actions arising from meetings with supervisors of the probationary teachers overseen and, subsequently, with the entire group of teachers who works in that mode of teaching. Achieve our goals, to deepen our theoretical and scientific knowledge on the training of teachers, on average, also meant to establish partnership with the direction, team teaching and teachers, of whom we had a lot of collaboration. Thus, it was possible to facilitate the development of actions set out in search of integralização curriculum provided by Curriculum Guidelines of Parana, and yet we suggest public policies for this training, consonant with the proposed curriculum developed by the SEED-PR, in order to legitimize proposed curriculum, the size of the work as an educational principle, as the Praxis Principle Right Curriculum and the children's school attendance. Keywords: Methodology; Practical Training, Policy for teacher training.

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Introdução:

Os professores PDE, turma 2007, tiveram as orientações

necessárias para a implementação de suas propostas pedagógicas nas

escolas, desde a implantação do programa de formação continuada aos

professores. Conforme orientações emitidas, ao final de 2007, para a

elaboração de material didático, produzimos um artigo científico, no qual

propusemos a implementação de nossa proposta para a escola, a qual é

caracterizada como de cunho eminentemente teórico-prático. Para

desenvolvermos tal propósito, tivemos a disponibilidade de 25% de nossa

carga horária de trabalho na escola, conforme as normas estabelecidas pelo

Programa, já devidamente oficializadas e consolidadas em fevereiro/2008 pelos

setores responsáveis da SEED. Destacamos as orientações da Professora e

doutoranda Ângela Galizzi Vieira Gomide (UEL), com a qual pudemos contar

sempre. A professora Ângela teve papel importante tanto na indicação da

bibliografia estudada, como na escolha do conteúdo a ser desenvolvido na

escola, vinculado a nossa prática social, numa perspectiva histórica e de

totalidade, para que nossa intervenção se revelasse comprometida com uma

educação crítica, com bases sólidas, voltadas a formação humana e

transformadora.

No início do corrente ano, com vistas a iniciar nosso Plano de Ação -

Intervenção Pedagógica na escola, apresentamos à direção do IEEL, em

parceria com a professora PDE Edna Maria Gomes Correa, uma proposta de

implementação na escola, intitulada “A integração no curso de Formação de

Docentes: o papel articulador da Prática de Formação no conjunto das

disciplinas da Base Nacional Comum e das Disciplinas Metodológicas“. A

direção do IEEL nos incentivou em vários aspectos, como na disponibilização

de horários de reunião com os professores do curso de Formação de

Docentes, no envolvimento da equipe pedagógica do IEEL e também da

APMF, fatores que estabeleceram um diálogo coerente que contribuiu para

aprofundar as discussões sobre a formação de professores e para a execução

de nosso trabalho.

Nosso trabalho, realizado no Instituto de Educação Estadual de

Londrina, foi compreendido como momento de formação/fundamentação por

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excelência, tendo o aval e total apoio da direção do IEEL, na pessoa da Profª

Sandra Regina Rodrigues do Amaral, a qual compartilha de nosso desejo de

avaliar a reimplantação e expansão do curso de Formação de Docentes. Com

vistas à melhoria da qualidade de ensino-aprendizagem oferecido, com

investimentos na integração curricular, de forma coletiva e reflexiva, queremos

legitimar os pressupostos teórico-metodológico das Diretrizes Curriculares do

Curso de Formação de Docentes.

Sendo nossa proposta voltada à valorização da formação de

qualidade e busca por políticas de formação dos profissionais da educação e

de valorização do magistério, investimos na práxis pedagógica, considerando-

se o processo de ensino-aprendizagem. E importante explicar que nossa

intervenção pedagógica no IEEL primou pela ação coletiva, o que nos permitiu

vislumbrar uma práxis pautada no processo pedagógico de ação-reflexão-ação.

E importante também explicitar os motivos pelos quais o

Departamento de Educação Profissional do Estado do Paraná, gestão 2003-

2006, assumiu a responsabilidade de ofertar a modalidade de ensino Formação

de Professores em nível médio: não somente para enfrentar a falta de

professores para a Educação Infantil, ou cumprir os preceitos legais

estabelecidos para os que atuam como professores, sem a formação mínima,

mas, sobretudo, oferecer uma formação (SEED, 2006):

“calcada numa visão educacional em que o trabalho é o eixo do processo educativo, porque é através dele que o homem, ao modificar a natureza, também se modifica numa perspectiva que incorpora a própria história da formação humana. Portanto, o trabalho deve ser o centro da formação humana em todo o ensino médio e não apenas naquele que tem o adjetivo de profissionalizante” (SEED, 2006, p. 12)

Nesse sentido, fica entendido que o curso Normal encaminha os

alunos para a profissão de educador, porém, com um “currículo que possa

formá-lo solidamente nos fundamentos das diferentes ciências e artes,

especialmente nas ciências da educação“ (SEED, 2006, p. 24). Ou seja, a

Formação de Docentes retornou reformulada, sendo o conhecimento escolar

reconhecido como “o núcleo fundamental da práxis pedagógica do professor”.

Pela nova composição curricular articulada aos saberes disciplinares

e específicos, oferecendo condições plenas para o exercício da docência,

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numa perspectiva integrada, nossa iniciativa caracterizou-se pela

implementação de ações que já tem sido buscadas, ao longo dos 4 anos de

existência do curso, observando-se a caminhada expressiva dos professores

que ministram a disciplina Prática de Formação (Estágio Supervisionado),

desde a reimplantação do Curso de Formação de Docentes no IEEL, em 2004.

Neste contexto, visando contemplar novas ações articuladas, as professoras

PDE Edna Maria Gomes Correa e Gilma de Roma Bordinassi assumiram,

neste ano letivo, as Coordenações de curso de Formação de Docentes e de

Prática de Formação (Estágio Supervisionado) do IEEL, com vistas a

executarem, em conjunto, as atividades do Programa de Desenvolvimento

Educacional do Paraná, na busca da efetiva integração curricular.

Por entendermos que a articulação curricular será alcançada, na

medida em que todas as ações propostas se constituam para a mediação de

nossos objetivos, visando a interação em nosso trabalho, acreditamos que

cabe, não somente a nós coordenadores, mas a todos os professores a luta

pelas condições necessárias para a qualidade do ensino a ser oferecido. Em

vista disso, logo na primeira reunião com os professores, realizada na semana

pedagógica, no dia 18 de fevereiro de 2008, apresentamos nossa proposta de

intervenção do PDE. Nesta ocasião, pelo interesse e sugestões configurados,

percebemos a necessidade dos professores em entender melhor os

pressupostos teórico-metodológicos do novo Curso de Formação de Docentes.

Neste primeiro encontro, expusemos nossa intenção de articulação curricular,

apesar das dificuldades do trabalho cotidiano do professor, mas, mostrando

algumas possibilidades de melhor entendimento dos princípios que embasam a

proposta do curso, assim definidos: o trabalho como princípio educativo, a

práxis como principio curricular e do direito da criança de atendimento escolar.

Informamos também que, com o apoio da direção do IEEL, teríamos outros

momentos, no decorrer do ano, para discussões coletivas, com todos os

professores que atuam com o referido curso de formação de professores.

Concluímos, neste encontro, que nesta linha de ação, nossos objetivos iam

além de uma simples proposta de integração, pois contribuiria também para a

superação da dicotomia teoria – prática existente na formação em nível médio.

Explicamos, portanto, que o projeto de intervenção no IEEL abordaria questões

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teórico-metodológica, nessa modalidade de ensino, sendo aprofundadas as

seguintes temáticas: a pedagogia Histórico Crítica, pressupostos filosóficos e

teórico-metodológicos das Diretrizes Curriculares (Curso de Formação de

Docentes - SEED/2007), avaliação, dentre outras questões afins.

1. O Trabalho Pedagógico no Curso de Formação de Docentes, em nível

médio, voltado à formação Humana e integrada

Neste artigo, optamos por apresentar não somente as propostas

inicialmente feitas no Plano de Trabalho - PDE, mas também os avanços que

tivemos em relação ao processo de implementação curricular, pois,

observamos que, na proporção que discutíamos ações em busca da

integralização, as dúvidas e sugestões dos professores traziam novos

horizontes para outras soluções de efetivação da integração curricular. No

entendimento da proposta curricular do curso, que objetiva uma a formação

integral dos alunos, reorganizamos nossas proposições iniciais, de forma

coletiva e numa perspectiva de práxis pedagógica.

Acreditamos numa formação emancipadora de educação e tomando

as palavras de Freitas (2007) que defende a formação de professores em nível

superior, destacamos:

“o caráter sócio-histórico dessa formação, a necessidade de um profissional de caráter amplo, com pleno domínio e compreensão da realidade de seu tempo, com desenvolvimento de consciência crítica que lhe permita interferir e transformar as condições da escola, da educação e sociedade” (Freitas, 2007, p. 07)

Reconhecendo, no entanto, que a formação inicial do professor, em

nível, na modalidade Normal, que pode e deve ampliar as possibilidades do

ingresso dos alunos concluintes do curso no ensino superior, que é de

fundamental importância para a formação integral do profissional que atuará na

educação.

Diante destes apontamentos, e constatando a necessidade de

incentivarmos nossos alunos a ingressarem e concluírem o ensino superior,

conforme a legislação vigente para professores que atuam no ensino

fundamental, já no primeiro encontro com os professores, convidamos a todos

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a participarem da “Aula Inaugural” do Curso de Formação de Docentes. Este

evento objetivou informar os alunos sobre os pressupostos teórico-

metodológicos da Proposta Curricular do Curso de Formação de Docentes,

considerando-se: a) a importância da organização curricular integrada e a

expansão da formação de professores, na Modalidade Normal, em Nível

médio. b) a compreensão do processo de ensino e de aprendizagem como

uma prática social historicamente determinada, pautada no conhecimento de

ações docentes que visam à transformação da realidade educativa; c) o

entendimento do currículo como algo mais dinâmico do que a grade curricular e

o desenho formal do curso, compreendendo a formação do aluno, futuro

professor, como sujeito ativo, d) e a compreensão do Estágio Supervisionado

como “componente indispensável para a integralização do currículo” e como

parte integrante no corpo de conhecimentos no e para o curso de formação de

novos professores.

Considerando-se que o ensino aprendizagem, proposto nas

Diretrizes Curriculares Curso de Formação de Docentes, na Modalidade

Normal, em Nível, Médio, deve garantir não somente o acesso ao curso, mas

também, a igualdade de condições de formação de profissionais mais

capacitados e comprometidos com a educação, neste momento, redigimos

alguns “combinados” (abaixo explicitados) com todos os professores do curso.

Solicitamos que fossem asseguradas aos alunos informações corretas sobre a

legalidade e importância dessa modalidade de ensino, ressaltamos não

somente a demanda do mercado por professores, principalmente, para

atuarem na educação infantil, mas também maiores esclarecimentos sobre a

modalidade Normal, considerada formação inicial, sendo imprescindível o

ingresso e conclusão de curso em nível superior.

Compreendida a organização curricular do curso de Formação de

Docentes “voltada a uma formação em que docentes e alunos possam

enfrentar todas as dimensões do trabalho do professor como práxis, como

atividade humana, condicionada pelo modo de produção de vida predominante,

mas que, por lidar com a dimensão mais política da socialização humana, tem

o compromisso com o futuro, com a transformação” (SEED, 2006); em

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harmonia com as sugestões surgidas do grupo, redigimos os seguintes

propósitos, a serem seguidos por todos os professores:

1. Proporcionar a avaliação e Recuperação de Estudos, conforme

nosso Regimento Escolar, como preconiza a legislação, observando-se:

i. Exigência das Normas (adaptadas) da ABNT em todos os

trabalhos solicitados (não somente digitação, margens, capas, tipografia de

letra, etc), mas, sobretudo, organização e embasamento teórico-científico.

ii. Para trabalhos, cobrar, no mínimo: Introdução, Sumário,

desenvolvimento do conteúdo (relacionando-o às teorias estudadas),

Conclusão e Bibliografia.

iii. Observar e orientar: letra legível e se possível pedagógica (1.as

séries)

iv. Observar as normas gramaticais da Língua Portuguesa

Na segunda reunião realizada com os professores, em 05 de maio

de 2008, apresentamos nossa proposta de implementação do PDE, na íntegra.

Para expressar melhor nossos objetivos, partimos das afirmações de Silva, que

diz:

“Todos os professores do curso têm que estar plenamente voltados para esse eixo, ou seja, estamos formando um professor que irá atuar com crianças de 0 a 10 anos de idade e que tem o direito a uma educação de qualidade, sendo que essa qualidade depende da seriedade e compromisso na formação de professores; ministrar disciplinas no curso Normal em nível médio requer um compromisso com a transformação da realidade educacional”. (Silva, 1998, p. 17),

Nesta oportunidade, expressamos o nosso objetivo principal do

PDE, definido como a efetivação da integração curricular para a Formação de

Docentes, em nível médio, a partir da Prática de Formação, e com a intenção

de dar subsídios aos professores para a articulação dos saberes disciplinares

curriculares das disciplinas em geral, todavia, damos destaque especial a

disciplina Prática de Formação (estágio supervisionado).

Com vistas a apresentar as atividades geradas em nosso plano de

trabalho, bem como as etapas e fases desse processo, esclarecemos que

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nosso estudo teórico-metodológico adota o método dialético e toma a como

princípio a tendência Pedagógica Histórico-Crítica (Saviani, 2001), numa

perspectiva crítica e transformadora. Pareceu-nos importante aplicar-se, aqui, a

afirmação de Paro, (2001) sobre o papel decisivo da escola:

“não que a escola irá transformar a sociedade, mas que ela tem também seu papel como contribuição a essa transformação, na medida em que se faz crítica e propicia avançar para além da sua função meramente conteudista; até porque o desinteresse dos que detém o poder político e econômico já demonstrou que mesmo essa função de um bem de consumo não se fará enquanto as camadas trabalhadoras não se fizerem ouvir, a partir da adoção de uma postura crítica de seus direitos” (Paro, 2001, p. 42)

Nesse sentido, julgamos ser legítimo afirmar que a dinâmica desse

trabalho não descarta as metodologias e investimentos feitos, ao longo de

quatro anos de retorno do Curso de Formação de Docentes. No âmbito desta

compreensão, conferimos à coordenação da disciplina Prática de Formação, e

aos professores que ministram essa disciplina, a relevância da eleição de

determinadas disciplinas afins, abaixo citadas, que geraram as primeiras ações

da articulação curricular, pelo fato de, em conjunto, darem sustentação a ações

pedagógicas integradoras:

• Na 1ª série: a disciplina de Organização do Trabalho Pedagógico

• Na 2ª série: Fundamentos Sociológicos da Educação,

Fundamentos Históricos e Políticos da Educação Infantil e Concepções

Norteadoras da Educação Especial.

• Na 3ª série: Trabalho Pedagógico na Educação Infantil, Literatura

Infantil, Metodologia do Ensino de Português/Alfabetização e de Matemática.

• Na 4ª série: as disciplinas que sustentam as intervenções

pedagógicas são: Metodologia do Ensino de Português/ Alfabetização,

Metodologia de História, Geografia e Ciências.

Desvelando que as reflexões asseguram o debate e a expansão de

melhorias para essa modalidade de ensino, em nível médio e observando mais

de perto como se dá a articulação dos conteúdos curriculares, propagamos

nossa proposta, pois cremos que ela cumpre os objetivos por todos almejados,

pois se pautam em reflexões e ações coletivas, conforme pressupostos

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contidos na Proposta Pedagógica e Curricular do Curso. A título de

exemplificação, e estabelecendo um paralelo com os estudos de Ramos:

“que a formação escolar, especialmente no ensino médio, tenha como eixo a articulação entre TRABALHO, CIÊNCIA E CULTURA. A formação integrada no ensino médio pressupõe que formação geral e a preparação para o trabalho sejam indissociáveis. Quando componentes de um mesmo currículo, a mesma indissociabilidade se aplica ao que se designa como conhecimentos de cultura geral e conhecimentos específicos para o exercício do trabalho.” ( Ramos 2003)

O conjunto dessas noções expostas, aplicada à realidade do IEEL e

tomando por base a matriz curricular, para o êxito de medidas inovadoras,

cremos na disposição dos educadores em se envolverem no trabalho proposto,

por isso, convidamos todos a participarem dos encontros que trataram, de

forma mais aprofundada, os seguintes assuntos:

• Estudo do referencial teórico: Método dialético: estudo sobre a

integração do curso de Formação de Docentes

• a Pedagogia Histórico-crítica na integração do curso de formação de

docentes

• reflexões sobre a legislação vigente e a formação de docentes

• reflexões sobre a importância e eficácia do Plano de Ação Docente

• reflexões sobre os textos de autores que subsidiaram a elaboração das

diretrizes curriculares do estado do Paraná, a grade curricular,

metodologia de ensino-aprendizagem e avaliação as disciplinas prática

de formação e as disciplinas metodológicas do curso

• análise dos planejamentos anuais, observando-se a proposição da

Diretrizes Curriculares

• divisão dos conteúdos estruturantes e específicos, por série

• organização e sugestões de metodologias e materiais didáticos, voltados

a integralização curricular

Tentando superar nossas limitações na efetivação da integração,

apresentamos alguns encaminhamentos já executados, que tem norteado a

integração curricular, como: ações sugeridas e elaboradas pelos professores

da Disciplina Prática de Formação, reuniões semanais para reflexões sobre a

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integração curricular; organização e coordenação de cursos para formação

continuada dos professores (Em busca do letramento, Educação matemática),

a elaboração de ofícios à SEED, com sugestão de mudança na Matriz

Curricular e solicitação de melhores condições humanas, físicas e financeiras,

ou seja, políticas públicas que implementem e valorizem o curso de formação

de docentes; parcerias com escolas para a realização do estágio

supervisionado, visitas a instituições de ensino de Londrina (particulares,

atendimentos de necessidades), discussão coletiva, entre os IEEL/IEEM, em

busca da integração, matrícula, evasão, e troca de experiências

metodológicas, de integração curricular.

Numa perspectiva histórico-crítica, a finalidade última da intervenção

pedagógica no IEEL visou contribuir com o trabalho pedagógico integrador do

professor que atua com a Formação de Docentes, focalizando a formação

teórico-científica dos professores e inovação no ensino oferecido, observando-

se os pressupostos filosóficos e metodológicos das Diretrizes Curriculares.

Dar continuidade a um trabalho curricular integrador, para aprimorar

a práxis e a avaliação na formação de professores, corrobora para

intensificarmos ações que consolidam a integração no Curso de Formação de

Docentes, oferecido no IEEL.

2. Integração: visão dos professores que atuam com formação de

docentes

Partindo da realidade do IEEL, e após os pedidos dos professores

para aprofundamentos de estudos sobre os pressupostos teórico-

metodológicos que embasam o novo formato do Curso de Formação de

Docentes, na terceira reunião com os professores, entregamos a todos o

estudo bibliográfico feito na biblioteca do IEEL, ressaltando os títulos e autores

indicados nas Diretrizes Curriculares do Curso de formação de Docentes.

Comentamos que, embora nossa biblioteca tenha um acervo restrito,

principalmente de livros indicados nas Diretrizes Curriculares, há intenção da

direção do colégio de mais aquisições e maiores investimentos, questão crucial

para o desenvolvimento de um bom trabalho pedagógico.

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Neste mesmo dia, entregamos algumas questões relativas aos

pressupostos filosóficos e metodológicos do novo formato do Curso de

Formação de Docentes, nas quais pedimos sugestões aos professores sobre o

trabalho pedagógico integrado já desenvolvido pelos mesmos. Nas 10

questões apresentadas, respondidas pelos professores, destacamos alguns

aspectos:

a) Quando perguntamos se o professor poderia contribuir para

efetivarmos a integração no Curso de Formação de Docentes, todos os

professores responderam que sim, e alguns afirmaram que a integração deve

ocorrer tanto nas disciplinas específicas como nas disciplinas da base nacional

comum, complementando que é necessário mais “tempo” para os professores

fazerem os planejamentos e discutirem sobre a integração.

b) Sobre a reformulação curricular do curso de Formação de

Docentes, que embasa-se no materialismo histórico dialético e na pedagogia

histórico crítica, perguntamos qual seria o interesse de aprofundamentos de

estudos sobre esses temas. A maioria dos professores respondeu terem

interesse de saberem mais sobre: A práxis como princípio curricular;

materialismo histórico dialético; Pedagogia Histórico-Crítica na sala de aula

(Prof. Luiz Gasparin – UEM); Metodologia de Ensino Aprendizagem e

Avaliação.

c) Baseando-nos nos estudos de Ramos (2003), sobre a formação

escolar, integrada e articulada entre TRABALHO, CIÊNCIA E CULTURA,

perguntamos como entendem o curso oferecido no IEEL. A maioria dos

professores respondeu que consideram o curso do IEEL bom e regular;

atribuindo-se sua opinião a fatores como: empenho da coordenação,

envolvimento de grande parte dos professores, troca de idéias e experiências,

professores e coordenação que pesquisam e correm atrás e bancam materiais,

promoção de cursos e eventos; falta de integração com os professores da

base nacional comum, falta de oportunidade e tempo para a integração, a

integração entre as disciplinas em geral ainda não é a ideal, trabalhamos com

responsabilidade, mas há muito para melhorar, os encontros para torça de

experiências e leituras precisam ser mais freqüentes.

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d) Sobre a formação de alunos, futuros professores, pesquisadores,

curiosos, investigadores de novas propostas e de novos procedimentos que os

auxiliarão em sua futura profissão e a integração curricular, pedimos sugestões

de atividades integralizadoras já desenvolvidas por eles. Dentre as sugestões

dadas, os professores afirmaram que é necessário mais tempo para a

efetivação da integração, a convocação de reuniões para formação por curso,

em dias diferenciados, para a organização de práticas, metodologias,

elaboração de projetos, para integrar conteúdos e avaliação, conscientização

de todos os professores quanto ao trabalho, promoção de encontros entre os

professores das disciplinas, reuniões pedagógicas envolvendo a base nacional

comum e áreas específicas e grupos de estudos, reuniões, discussões,

propostas coletivas (não só do IEEL, mas também com outras instituições que

oferecem o curso, troca de idéias para evitar repetição de informações e

conteúdos, respeitar a ementa, na série.

e) sobre o estudo bibliográfico feito na biblioteca do IEEL, os

professores afirmaram que o acervo deixa a desejar, que precisamos de mais

títulos e mais volumes para atender a demanda dos alunos, a biblioteca

necessita de mais variedade e quantidade de títulos, é preciso organização

para melhor aproveitar e conhecer esta bibliografia, há a necessidade de

ampliar o número de títulos que atendam de forma satisfatória as disciplinas

desta modalidade de ensino, deixa a desejar.

f) Sobre nossa proposta de integração curricular e disponibilidade de

participação no Ciclo de Palestras, todos os professores responderam que tem

interesse e disponibilidade de tempo para participar do evento a ser realizado

em julho e agosto.

Depois de analisar quase que a totalidade das respostas e

observando-se as sugestões dadas pelos professores, com a finalidade última

da intervenção na escola, que constrói a integralização curricular, julgamos ser

legítima nossa proposição relativa à práxis. Esse contato com os professores

foi fundamental, pois denotou que nosso trabalho no IEEL pode servir como

elemento mediador para a práxis pedagógica. Assim, apresentamos o folder

das Palestras: Integração Curricular na Perspectiva Histórico-Crítica, a ser

realizado no IEEL, convidando todos a participarem. Explicamos que a

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realização do evento conta com a orientação de nossa professora Orientadora

Angela Galizzi Vieira Gomide, (UEL) como também com a colaboração da

professora Sandra Regina do Amaral, diretora do IEEL, Cedro Hotel –

Londrina, e da PROEX/UEL. Em seguida explicitamos os eixos temáticos das

palestras: Políticas públicas e gestão da educação; políticas e práticas

educativas; Formação de professores-currículo, teorias pedagógicas e

Diretrizes Curriculares; e Práticas educativas sob a perspectiva histórico crítica.

Numa primeira exposição e explanação do evento, conscientes de

que os estudos propostos apontam encaminhamentos teórico-práticos, que

poderão traduzir em ações de articulação curricular, apresentamos também

nossos objetivos:

• Conhecer melhor e refletir sobre os pressupostos históricos

filosóficos e pedagógicos que norteiam as Diretrizes Curriculares do Paraná.

• Compreender as teorias pedagógicas da Educação,

reconhecendo os princípios que perpassam a formação dos professores, na

atualidade.

• Discutir a formação do profissional da educação, compreendendo

as políticas de formação e práticas educacionais.

• Refletir sobre as políticas públicas vigentes para a educação no

Brasil e no Paraná, reconhecendo as intenções governamentais no que se

refere à educação.

Na medida em que as ações propostas são parte integrante de um

trabalho coletivo, entendendo também que a discussão da formação remete-

nos a temáticas novas e a consolidação dos pressupostos teórico-científicos

presentes nas Diretrizes Curriculares, consideramos primordial iniciar nossa

ação na escola pela organização de mini-cursos, que seguiu um cronograma

com a seguinte programação:

• Teorias Pedagógicas - Prof.a Isabelle Fiorelli Silva m / UEL

• Análise de Políticas Públicas para a Educação, no Estado do Paraná -

Prof. Angela Galizzi Vieira Gomide /UEL

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• Profª Adreana Dulcina Platt / UEL - Questões gerais sobre Currículo

focalizando o desenvolvimento humano

• Profª Marci Batistão / UEL - Reestruturação Curricular no Estado do

Paraná.

• Prof. João Luiz Gasparin / UEM - A Pedagogia Histórico-Crítica na

Elaboração do Conhecimento Científico em Sala de Aula

• Mariana Vidotti – Assessora do CRTE do Núcleo Regional de Londrina -

TV –Multimídia

E importante ressaltar que, pela divulgação do evento houve

interesse de muitos professores de escolas vizinhas à região de Londrina e,

nestas condições, as inscrições foram abertas a todos os interessados,

totalizando em 107 o número de participantes.

4. Uma proposta de Integração curricular para o Curso de formação de

Docentes

Compreendido esse momento de formação/fundamentação por

excelência, o texto transcrito abaixo de Gomide (2001), revela nossas

concepções sobre o trabalho educativo e a práxis pedagógica:

“ao desenvolver um projeto que visa o desenvolvimento intelectual dos docentes e dos educandos, somos levados a refletir coletivamente sobre nossa prática e, conseqüentemente, buscar informações teóricas que nos dêem respaldo fundamental para alicerçarmos nossas ações. Essa estratégia nos impõe uma ação dialética entre o pensar e o agir, no sentido de proporcionar abertura para identificarmos os espaços de contradição existentes na práxis pedagógica e nos possibilitar ações transformadoras. Tal iniciativa tem um respaldo maior quando realizada de forma coletiva e democrática, haja vista que o professor precisa reconstruir sua prática, permanentemente.” (Gomide, 2006, p. 27)

Neste sentido, asseguramos que a participação dos professores nas

Palestras: Integração Curricular na Perspectiva Histórico-Crítica, realizadas no

IEEL, nos meses de julho, agosto e setembro, contribuíram para o

aprimoramento dos conhecimentos teóricos científicos sobre a educação,

sendo reconhecida a escola, nesse contexto, como um espaço de contradições

e de enfrentamento dos problemas, tendo em vista a transformação da

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realidade posta. O levantamento das avaliações feitas sobre o evento conferiu

às reflexões proporcionadas a ampliação dos conceitos existentes sobre

educação, numa dimensão crítica. E prioritário entendermos que, embora

vivamos inseridos num modelo de sociedade capitalista, estruturalmente

excludente, necessitamos valorizar uma concepção educacional sistematizada

que priorize a compreensão dos códigos culturais e históricos dos

conhecimentos produzidos pela humanidade, crendo na construção de uma

sociedade ética e politizada.

Para dar continuidade a nossa intervenção no IEEL, eu, professora

PDE, Gilma de Roma Bordinassi, e a professora PDE, Edna Maria Gomes

Correa desenvolvemos nosso trabalho em separado, pois, a partir desse

momento, uma desenvolveu atividades com os professores das disciplinas

específicas e a outra com as disciplinas da Base Nacional Comum. A mim

(Gilma) coube dar continuidade ao trabalho pedagógico proposto com os

professores das disciplinas específicas.

Partindo das observações, sugestões e questões levantadas pelos

professores, que ministram as disciplinas específicas (as metodológicas, de

fundamentos, Literatura Infantil, Concepções Norteadoras de Educação

Especial, dentre outras), no 4ª encontro (que ocorreu individualmente, durante

as horas-atividade), iniciamos os registros das ações integralizadoras, a serem

efetivadas, de forma coletiva, para 2009. Nesse momento coletamos as idéias,

sugestões e os projetos que poderão ser executados no âmbito da integração,

e iniciamos nosso trabalho pela análise dos planejamentos anuais.

Fez-se necessário frisar que a elaboração conjunta e integrada do

currículo, feita em anos anteriores tornou-se um instrumento eficaz de melhoria

para o curso, pois a análise criteriosa dos planejamentos revelou que estão em

consonância com os princípios ditos nas Diretrizes Curriculares.

Após essa análise, partimos para a distribuição dos conteúdos, por

série, a qual constará no Projeto Político Pedagógico do IEEL, realimentação

para 2009. Essa distribuição foi feita pelos professores que ministram a

disciplina neste ano e já deram aulas nessas disciplinas em anos anteriores.

Nesse momento, solicitamos também que apresentassem sugestões para a

integração curricular, envolvendo as diversas disciplinas, como: Literatura

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Infantil, Trabalho Pedagógico na Educação Infantil, Estágio Supervisionado

Metodologia da Arte e de Matemática, dentre outras.

Pelas sugestões colhidas, percebemos que a integração entre a

base nacional comum e a parte específica pode ser feita através de projetos,

reuniões periódicas para estudos, organização de metodologias específicas,

etc. Ressaltamos, porém, que não podemos esquecer que, somente com a

teoria aliada à prática e uma reflexão constante do processo ensino-

aprendizagem, poderemos formar verdadeiros cidadãos comprometidos com a

transformação da sociedade numa sociedade mais justa.

Nesta oportunidade, ao analisarmos os procedimentos

metodológicos apresentados pelos professores, ficou claro que atuar nessa

modalidade de ensino requer a consciência de estarmos aptos a formar alunos,

futuros professores, pesquisadores de novas propostas e de novos

procedimentos que visam à democratização e a qualidade do ensino. Frisamos

que, quanto mais refletirmos sobre educação e oferecermos uma formação de

qualidade, estaremos abrindo investindo na formação de uma geração de

novos docentes que não mais aceitarão determinações prontas e acabadas,

sendo, contrariamente, questionadores e transformadores de práticas

educativas ultrapassadas.

Partimos, então, para a organização curricular e seleção de

materiais didático-pedagógicos, inerentes à articulação dos saberes das

disciplinas da Base Nacional Comum, das específicas, de Fundamentos,

Metodológicas e Prática de Formação.

Considerando-se a relevância e importância da integração do ensino

no curso de Formação de Docentes, nossas reflexões partem dos

pressupostos filosófico-pedagógicos que norteiam a proposta curricular do

curso de formação de docentes, na rede estadual do Paraná, que ressaltam a

importância de continuarmos a questionar: qual o perfil do professor a ser

formado nesse curso? Como é feita a integração entre a base nacional comum

e a parte específica do curso? Quais os limites da integração? Quais ações e

investimentos estão sendo feitos para o ingresso desses alunos, ao concluírem

o ensino médio integrado, no nível superior?

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Nessa troca de experiências com os professores, pudemos não

somente trocar idéias sobre os próximos passos do trabalho curricular

integrado no curso de Formação de Docentes, mas também planejar “Projetos

de Pesquisa” e outras ações afins para a efetivação de nossos objetivos.

Dentre as que mais temos investidos esforços destacamos: o planejamento de

reuniões nas horas atividades dos professores, momentos de exposição e

reflexão de metodologias integralizadoras, participação mais efetiva (do grupo

de professores que atua na formação de docentes, tanto da área específica

como da base nacional comum), nas reuniões pedagógicas, já previsto em

calendário do ano letivo de 2009. Reflexões mais aprofundadas sobre a

bibliografia utilizada nas metodologias de ensino, expansão de projetos em

parceria com a UEL e outras instituições educacionais de Londrina,

acompanhamento mais efetivo do Plano de ação docente dos professores, por

disciplina, com o intuito de dar mais suporte pedagógico ao trabalho cotidiano

dos professores

Para a continuidade da integração no curso, a qual reitera atividades

a serem desenvolvidas por série, abarcamos as temáticas dos projetos

pedagógicos da disciplina prática de Formação (Estágio Supervisionado) e os

conteúdos curriculares de diversas disciplinas.

Pela reconhecida relevância da integração, reapresentamos, no

quadro abaixo, o esquema do nosso Plano de Trabalho, que pode favorecer

ações curriculares coletivas, que integram os eixos temáticos da Prática de

Formação, por série, sugeridas nas Diretrizes Curriculares para o Estágio

Supervisionado (SEED, 2006). Em contrapartida, os professores do IEEL

definiram as disciplinas consideradas ”integradoras” e, a partir da intervenção

feita, para dar continuidade a estas ações, incorporando outras disciplinas

específicas da Base Nacional Comum para a consolidação da integração,

matemos nossa sugestão de integração curricular.

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SÉRIE EIXO TEMÁTICO POR SÉRIE

De acordo com as Diretrizes Curriculares da SEED – 2006

DISCIPLINAS INTEGRADORAS

Sugeridas pelos professores IEEL

DISCIPLINAS NTEGRADORAS

Sugeridas pela autora do trabalho

1ª a) “sentidos e significados do trabalho do professor/educador”

b) aprofundar os níveis de problematização redefinindo eixos que serão trabalhados

Organização do Trabalho Pedagógico

Arte

Língua Portuguesa

Educação Física

2ª a) “A Pluralidade Cultural, as diversidades, as desigualdades e a educação”.

Fundamentos Sociológicos da Educação, Fundamentos Históricos e Políticos da Educação Infantil e Concepções Norteadoras da Educação. Especial.

Sociologia

Filosofia

3ª a) “Condicionantes da infância e da família no Brasil e os fundamentos da educação infantil”,

b) elemento aglutinador “Artes, brinquedo, crianças e a educação nas diferentes instituições”

Trabalho Pedagógico Educ. Infantil, Literatura Infantil, Metodologia do Ensino de Português/Alfabetização e de Matemática.

Metodologia do Ensino de Matemática

Metodologia do Ensino de Alfabetização e Língua Portuguesa

4ª a) Práticas Pedagógicas

b) a ação docente a formulação da didática

Metodologia do Ensino de Português/ Alfabetização, Metodologia de História, Geografia e Ciências.

Metodologia do Ensino História, Geografia, Ciências, Arte e de Educação Física

Como instrumento de orientação e planejamento do trabalho

curricular integrado no curso de Formação de Docentes, acreditamos no

desenvolvimento do “Projeto de Pesquisa” como a ação principal para a

integralização curricular.

No quadro abaixo podemos visualizar nossa idéia de continuidade

da integração no curso, a qual reitera atividades a serem desenvolvidas por

série, dando ênfase ao Projeto de Pesquisa, para abarcar as temáticas dos

projetos pedagógicos do Estágio Supervisionado e os conteúdos curriculares

de diversas disciplinas.

A dinâmica prevista de integralização do currículo, considerando-se

a práxis no estágio supervisionado, incluindo os temas dos Projetos

Pedagógicos desenvolvidos, articulados aos conteúdos da ementa curricular de

“novas disciplinas integradoras” determinadas pela autora desse artigo, poderá

estabelecer mais ações, fundamentais para a efetivação integralização do

curso, e, conseqüentemente, a aprendizagem dos alunos.

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SÉRIE PROJETOS DESENVOLVIDOS NO

ESTAGIO SUPERVISIONADO

DISCIPLINAS NTEGRADORAS

Sugeridas pela autora do trabalho

ARTICULAÇÃO COM OS CONTEÚDOS DA

EMENTA CURRICULAR

PROJETO DE PESQUISA, SUGERIDO

PELA AUTORA DO TRABALHO

(ARTICULAÇÃO DE CCONTEÚDOS CURRICULARES

1ª � Ética, Paz, Cidadania, pesquisa

� Ética do Professor

� Orientações para estruturação e apresentação de trabalhos escolares de acordo com a ABNT

� Projeto de Leitura

� Recreio Monitorado – crianças de 1ª a 4ª série

� Folclore – apresentações artísticas sobre o folclore brasileiro às crianças de 1ª a 4ª série do IEEL, na semana do folclore

Língua Portuguesa

Arte

Educação Física

“concepções teóricas e práticas da Língua

Portuguesa”

“conhecimento teórico-prático dos fundamentos do teatro, dança, música e artes visuais como

elementos essenciais na formação dos sentidos

humanos e familiarização dos bens culturais

produzidos na história da humanidade”

“Elementos lúdicos da cultura corporal”

Projeto de Pesquisa: Ética e Cidadania

2ª � ENEEI – Encontro sobre as Necessidades Educacionais Especiais e Inclusão

� Educação Indígena

� Educação do Campo

� Educação Infantil

� Pluralidade Cultural

Sociologia

Filosofia

“Desenvolvimento das ciências, Senso comum e conhecimento científico, teóricos da Sociologia”

“Ética, Estética e Filosofia Política” (pensadores clássicos)

Projeto de Pesquisa: Diversidade Social

3ª � Prática pedagógica na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental: intervenção nas instituições de Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental

Elaboração de planos de aula (Português / Matemática) e materiais didáticos para intervenção e Simulação de aulas

Metodologia do Ensino de Matemática

Metodologia do Ensino de Alfabetização e Língua Portuguesa

Todos os conteúdos elencados na Ementa Curricular

Projeto de Pesquisa: O Direito da Criança a Educação de Qualidade

4ª � Práticas Pedagógicas: observação, participação e intervenção nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental

� Elaboração de planos de aula (Português / Matemática / História / Geografia / Ciências) e materiais didáticos para intervenção nas instituições de ensino

� Projeto de Pesquisa sobre sexualidade,

� EDUSEX – Encontro de Educação Sexual

Metodologia do Ensino História

Metodologia do Ensino de Geografia

Metodologia do Ensino de Ciências

Metodologia do Ensino de Arte

Metodologia do Ensino de Educação Física

Todos os conteúdos elencados na Ementa Curricular

Projeto de Pesquisa: Práticas Pedagógicas inovadoras

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Cremos que a efetiva articulação curricular entre as disciplinas

metodológicas e o estágio supervisionado pode acentuar a contextualização do

currículo, enfatizando uma formulação didática para as diferentes fases do

ensino-aprendizagem. E tendo em vista melhorias para o ensino-aprendizagem

do curso, baseando-nos nas orientações da pedagogia histórico-crítica,

presentes nas políticas da SEED-PR e nas proposições dos professores sobre

a implementação da integração no curso, torna-e uma importante efetivar

estratégias de avanço no processo da integração, mediante a formação que

contempla a articulação dos conteúdos curriculares.

CONCLUSÃO

Tendo em vista a sistematização do trabalho pedagógico no ensino

médio, calcado nos princípios da ciência, da cultura e do trabalho, em que a

profissionalização seja uma possibilidade, queremos compreender o

conhecimento, conforme nos diz Ramos (2003), como “básico-tecnológico-

técnico, como unidade, tendo cada um deles uma especificidade em termos

epistemológicos”. No PDE - Programa de Desenvolvimento Educacional –

tivemos uma oportunidade ímpar para estudos e aprofundamento teórico-

científico, em um tempo (que não foi o ideal, mas o possível), para elaborar,

apresentar e implementar uma proposta de intervenção pedagógica, em nossa

realidade escolar, o que propiciou esforços para a melhoria do ensino público

oferecido no Curso de Formação de Docentes do IEEL. Para tal, ao fazermos

nossa intervenção pedagógica no IEEL, apontamos as possíveis soluções e os

limites para a real efetivação da tão almejada integração no curso de Formação

de Docentes. Para dar continuidade as ações integralizadoras, de forma

sistematizada e coletiva, com vistas a repensar a formação de professores,

investimos esforços, inicialmente, na formação teórico-científica e na

conscientização dos profissionais que atuam com essa modalidade ensino.

Organizamos palestras com temáticas voltadas a formação acadêmico-

profissional integrada, na perspectiva dialética e histórico-crítica. Ao basearmo-

nos nesta linha teórica, coube-nos refletir sobre a nossa prática pedagógica,

contribuindo para a melhoria do ensino público ofertado, sobretudo

compreendendo os princípios que devem perpassar a formação dos

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professores: trabalho com princípio educativo, a práxis como princípio curricular

e o direito da criança ao atendimento escolar.

O envolvimento dos professores, tanto das disciplinas da Base

Nacional Comum, como das disciplinas específicas do curso de Formação de

Docentes, foi importante, e pudemos fornecer-lhes alguns subsídios teóricos

que podem favorecer a articulação curricular, de forma a legitimar as práticas

educativas constantes nas Propostas Pedagógicas das Instituições públicas de

ensino.

Cremos que partir da reflexão sobre a práxis pedagógica um

importante passo foi dado, neste ano, para desenvolver muitos conteúdos

curriculares de forma articulada, seja por projetos ou por outros instrumentos,

de modo a abarcar a formação plena dos alunos. É necessário também

entender que os pressupostos teórico-metodológicos que permeiam o fazer

pedagógico na formação de docentes propiciam aos alunos as condições

necessárias para não somente se ter o acesso ao conhecimento, mas também

à apropriação consciente e reflexiva desse aprendizado, no entanto, os

professores devem oferecer uma formação pautada na práxis pedagógica.

Uma ação fundamental para avançarmos na qualidade do trabalho

pedagógico integrado é dar continuidade aos estudos teóricos com os

professores do IEEL, o que já vem acontecendo, desde 2004. Continuar

lutando e exigindo políticas educacionais que visem à qualidade e a

valorização da formação de profissionais de educação, são ações que

devemos continuar a investir esforços. As atividades geradas por nossa

proposta de intervenção na escola vislumbrou avaliarmos e repensarmos

alguns aspectos de nossa prática pedagógica no processo de formação de

professores, em nível médio, na modalidade Normal, observando-se os pontos

positivos da integração curricular, e o que falta para sua efetivação. E preciso

que ampliemos, cada vez mais, ações que implementam a integração

curricular, mas, já estamos colhendo alguns “frutos” do trabalho desenvolvido,

pois já estabelecemos metas que buscam a melhoria do ensino ofertado, que

visam superar a dicotomia teoria-prática no processo ensino-aprendizagem. A

relevância desse trabalho remete mais uma vez a necessidade de mais

momentos e espaços de reflexões sobre a importância da formação do futuro

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educador, que deve ter sua formação pautada em uma prática docente

fundamentada em conhecimentos teóricos consistentes, na práxis pedagógica.

Nossa proposta inicial pode parecer utópica, à primeira vista, devido

a tantos problemas e dilemas enfrentados no nosso dia-a-dia, mas ficou visível

como nossa atuação foi significativa, pois vimos o envolvimento de muitos

professores do IEEL, inclusive os do ensino Fundamental e Médio, e a equipe

pedagógica aliou-se a nós, participando ativamente de nossa proposta. Vale

ressaltar que pelo conjunto de nossas ações, aplicadas a realidade do IEEL, a

equipe pedagógica demonstrou interesse em nos envolver nas questões

político-pedagógicas, pois fomos convidadas a participar de atividades que, em

outras épocas ficavam sob a responsabilidade de somente alguns pedagogos.

Em face de nossa visão de educação de qualidade social e da defesa de um

processo educativo emancipador e transformador, participamos da elaboração

das atividades da Semana Pedagógica, da elaboração dos pressupostos

teórico-filosóficos do PPP e das Reuniões sobre avaliação. Fomos convidadas

também a participar, mais ativamente, em conjunto com a equipe pedagógica

do IEEL, da construção/realimentação do PPP, na organização das atividades

a serem desenvolvidas na Semana Pedagógica do próximo ano letivo, nas

discussões de questões polêmicas como metodologia e avaliação e

recuperação de estudos, e na proposição de Plano de Ação Docente

padronizado.

Diante disto, temos duas questões. Primeiro, continuaremos a

investir esforços para que todas as sugestões surgidas do grupo do IEEL sejam

levadas adiante, para dar continuidade a ações integralizadoras, nas vivências

das práticas pedagógicas e para a consolidação da integração. Segundo, tendo

em vistas as implicações necessárias, no âmbito de políticas públicas de

valorização da educação, sabemos que precisamos investir sempre numa

práxis pedagógica emancipadora, mas como enfrentaremos as sérias

dificuldades de concretização de nossas propostas? Questionamos o atual

governo, querendo soluções para várias situações que há tempos estamos

vivenciando: quais os espaços de reflexão que a coordenação e os professores

do curso de Formação de Docentes, da rede pública do Paraná, têm para a

discussão dos aspectos da integração do curso? Como e em que

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espaço/tempo os professores das disciplinas metodológicas poderão dar

sustentação às práticas pedagógicas no processo ensino-aprendizagem e na

formação acadêmico-profissional do aluno? Quais as estratégias de superação

para tantas dificuldades? Como investir na formação do futuro professor

educador, deparando-nos, a todo momento, com dificuldades da realidade da

escola?

É possível avançarmos nas ações já implementadas na melhoria do

curso de Formação de Docentes, baseando-nos no método materialista

dialético-histórico. Porém, no trabalho pedagógico cotidiano do curso de

Formação de Docentes necessitamos de condições adequadas para isso.

Queremos que a SEED nos dê respostas, estabelecendo tempos e espaços de

discussão e reflexão para a integração curricular do curso. Dessa forma,

citamos as inúmeras dificuldades de nosso cotidiano, as quais precisamos de

solução para podermos implementar nossa proposta pedagógica. Dentre as

alternativas de superação das dificuldades, podemos elencar:

• Atendimento especial, se possível em contra-turno, para alunos com grande

dificuldade na linguagem oral/escrita, leitura e cálculo

• Aumento do número de horas-atividades, para termos espaço/tempo para

as reuniões e discussões necessárias

• Oferecimento de condições adequadas para os alunos darem continuidade

aos estudos, já que os critérios adotados, para a seleção de candidatos,

privilegia o acesso de pessoas que possuem renda familiar mais baixa, mas

não dá condições financeiras e metodológicas de permanecerem e concluírem

o curso

• Subsídio ao professor, para o enfrentamento de dificuldades, porque os

conteúdos muitas vezes se esvaziam, pois o professor também tem que dar

conta dessas deficiências

• Resolução das questões que influenciam a alta rotatividade de professores

(não somente na área específica, mas também na base nacional comum), o

que dificulta sobremaneira as discussões e reflexões e interrompe ações

integralizadoras do processo de construção de um ensino de qualidade.

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• Maior investimento em material didático-pedagógicos e na infra-estrutura

para o bom atendimento aos nossos alunos (salas de estágio, biblioteca,

campo de estágio, etc).

• Resolução da questão da falta de campo de estágio devido à não

realização, de parceria da instituição formadora com a Prefeitura Municipal/

Secretaria Municipal de Educação.

• Exigência, junto a SEED e órgãos públicos, de política públicas para a

formação de professores, condizentes com a exigências de maior qualificação

de profissionais da educação que atuam nessa modalidade de ensino.

• Continuidade da continuada dos professores que atuam na formação de

docentes, em nível médio, exigindo do poder público maiores investimentos e

políticas públicas que valorizem a formação

Percebemos que são muitos os limites que inviabilizam a

implementação do Curso de Formação de Docentes, em nível médio, sendo

um deles a integração, que é passível de superação. Certamente, isso exigirá a

criação de tempos e espaços na escola para que os professores se encontrem

e lutem pela formação de qualidade, exigindo políticas de educação que

valorizem o magistério. É nesse ponto crucial que a maioria dos professores

tem falhado, por não acreditarem mais na efetivação de políticas viáveis para a

área educacional. Tendo em vista a problemática que envolve a descrença na

educação, reconhecemos as dificuldades enfrentadas pelos profissionais da

educação, que diante de tantos problemas apostam na desesperança, que é

acentuada pela falta de interesse de alguns pais e alunos, descaso e

descompromisso de alguns professores. No entanto, na contramão, sentimos a

premente necessidade de continuarmos estudando e formulando nossas

propostas, respaldadas na práxis pedagógica, que, por conseguinte, busca

uma educação transformadora. Cremos, portanto, que temos que criar

condições de pressão para conseguirmos as necessárias políticas públicas

plausíveis para oferecermos um ensino público de qualidade.

Com relação às reais condições da escola pública, é preciso termos

uma apreensão crítica da realidade presente, mas não limitaremos em aceitar

todas as culpas que recaem, somente, sobre a escola e os professores,

quando alegam a incompetência da gestão e atuação dos professores. Em face

desse quadro é pertinente realçar que nossa proposta educacional objetiva

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uma educação comprometida com a emancipação humana, numa perspectiva

de transformação social, visando a um posicionamento crítico não só de

nossos educandos, mas, sobretudo de toda sociedade, que deve cobrar,

também, do poder público o direito ao acesso e qualidade do ensino público.

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REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 de dez. 1996. BRASIL. MEC. CEB. Resolução CEB n.º 2, de 19 de Abril de 1999. Institui diretrizes Curriculares para a Formação de Docentes da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na modalidade Normal. FREITAS. Helena Costa Lopes. Políticas Públicas para a Educação: Olhares diversos sobre o período de 1980 a 1995, Formação de Professores no Brasil, São Paulo , CEDES, Reistade Ciencia e Educação 80 – número especial 1978, Cortez, 2002ª, Educação e Sociedade. GOMIDE, Angela G. Vieira. Grupo de Estudos : momentos para reflexões sobre a práxis pedagógica. In SILVA Marleide M. Perrude e AOYAMA, Ana L. Ferreira (orgs). Relatos de Práticas e Reflexões Cadernos Pedagógicos 1. Londrina, Moriá Editora 2006. PARANÁ. SEED. SUED. DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL. Proposta Curricular do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em Nível Médio. Curitiba, 2006. PARO, Viotr Henrique, DOURADO, Luis Fernandes (organizadores) Políticas Públicas e Educação Básica – Prática Educacionais: Consierações sobre o discurso Genérico e a abstração da realidade 001, São Paulo Xamã, (p. 29 a 47). RAMOS,M. Integração Curricular dos Ensinos Médio e Técnico: Dimensões Políticas e Pedagógicas, 2003, mímeo. SAVIANI, Demerval. Escola e democracia. 26ª ed. São Paulo: Cortez, 1992. SILVA, Ileizi L. F. Reforma ou Contra-reforma no sistema de ensino do estado do Paraná? Uma análise da meta da igualdade social nas políticas educacionais dos anos 90. 1998, Dissertação (Mestrado em Educação), Faculdade de Educação da USP.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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