INSTRUÇÃO TÉCNICA OPERACIONAL Nº 23 · 2015. 8. 30. · Protocolo de Atendimento...

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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar BELO HORIZONTE 2013 INSTRUÇÃO TÉCNICA OPERACIONAL Nº 23

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  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

    BELO HORIZONTE

    2013

    INSTRUÇÃO TÉCNICA OPERACIONAL

    Nº 23

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

    CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE MINAS GERAIS - CBMMG

    BELO HORIZONTE

    1ª Edição Revisada

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

    Governador do Estado de Minas Gerais: Antônio Augusto Junho Anastasia

    Secretário de Estado de Defesa Social: Rômulo de Carvalho Ferraz

    Comandante Geral do CBMMG: Sílvio Antônio de Oliveira Melo

    Subcomandante Geral/ Chefe do Estado-Maior: Ivan Gamaliel Pinto

    Impressão: Ajudância Geral do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais

    Revisão: Cap BM QOS José Ricardo Monteiro Fernandes – Psicólogo Cap BM QOS Luciane Rugani Teles Correa – Médica

    Cap BM QOS Laudo Yogui – Médico

    M663 Minas Gerais. Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.

    Instrução Técnica Operacional n.23 - Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar.

    Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2013. 169p.

    1. Atendimento Pré-hospitalar 2. Primeiros Socorros 3.Trauma 4.

    Procedimentos

    I. Título

    CDU:

    616.02551

    Para citar este documento:

    MINAS GERAIS. Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. Instrução Técnica

    Operacional n.23: protocolo de atendimento pré-hospitalar. 1 ed. rev. ampl. Belo

    Horizonte: CBMMG, 2013.169p

    Disponível em: http://www.bombeiros.mg.gov.br/component/content/article/20660-

    instrucoes-tecnicas-operacionais.html

    http://www.bombeiros.mg.gov.br/component/content/article/20660-instrucoes-tecnicas-operacionais.htmlhttp://www.bombeiros.mg.gov.br/component/content/article/20660-instrucoes-tecnicas-operacionais.html

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    ELABORAÇÃO

    Adair Honório da Silva, Primeiro Sargento BM

    Técnico em Emergências Médicas – CBMMG Alexandre Cardoso Barbosa, Primeiro Tenente BM

    Técnico em Emergências Médicas - CBMMG Amilton Reis, Terceiro Sargento BM

    Enfermeiro, COREn/MG - 209.024 - FES/JF Doutorando em Ciências Biomédicas da Saúde Mestre em Terapia Intensiva - IBRATI-SOBRATI/SP Bruno César Amorim Machado, Primeiro Tenente BM

    Enfermeiro, COREn/MG 041.380 - UFMG Especialista em Urg/Emerg e APH - UNA/BH Donizetti Silva de Oliveira, Major BM

    Pedagogo – UEMG Especialista em Criminalística - PCMG e Segurança Pública - DHC Técnico em Emergências Médicas – CBMMG Emerson Borges, Primeiro Sargento BM

    Técnico em Emergências Médicas – CBMMG Guilherme Bicalho Mourão Dinelli, Soldado BM

    Psicólogo, CRP 04/29623 - UFMG Técnico em Emergências Médicas – CBMMG Guilherme Inácio do Couto Oliveira, Capitão BM

    Biólogo - UFMG Técnico em Emergências Médicas – CBMMG Herbert Aquino Marcelino, Primeiro Tenente BM

    Acadêmico de Direito – PUCMINAS Técnico em Emergências Médicas – CBMMG Joanas Cardoso Neto, Terceiro Sargento BM

    Técnico em Emergências Médicas – CBMMG Juliano de Figueiredo Alves, Segundo Sargento BM

    Técnico em Emergências Médicas – CBMMG; Graduando em Enfermagem – Faculdade Pitágoras, de Poços de Caldas – MG; Instrutor de Emerg. Méd. da ASHI e MFA/USA, de Salv. Aquático SOBRASA e de Mergulho da NAUI-USA Leonard de Castro Farah, Segundo Tenente BM

    Pós Graduando em Gestão de Desastres AVM UFSC Técnico em Emergências Médicas – CBMMG PHTLS - Hospital das Clinicas USP Kleber Silveira de Castro, Capitão BM

    Educador Físico CREF 021423-G/MG - FUMEC Piloto De Helicóptero ANAC 135678 – BOA/CBMMG Richelmy Murta Pinto, Primeiro Tenente BM Técnico em Enfermagem – Colégio Estadual do Estado do Espírito Santo Instrumentador Cirúrgico - Escola Técnica de Saúde do Espírito Santo Técnico em Emergências Médicas - CBMMG Sebastião Carlos Fernandes Reis, Major BM

    Bacharel em Direito - UFMG Técnico em Emergências Médicas – CBMMG Waldeci Gouveia Rodrigues, Major BM

    Especialista em Normalização de Medidas Contra Incêndio - PUCMINAS Técnico em Emergências Médicas – CBMMG

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    LISTA DE ILUSTRAÇÕES

    - Advertência de alerta

    - Advertência de competência privativa do profissional médico ou

    necessidade de apoio pelo Suporte Avançado de Vida

    Figura 1 – Identificação visual de queda facial e debilidade dos braços, conforme a

    Escala de Cincinatti.

    Figura 2 – Zonas de inervação conforme segmento medular para avaliação da altura

    da lesão no TRM

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    GLOSSÁRIO

    A Abaulamento - ato ou efeito de abaular, tornar convexo. Abandono - deixar um paciente com trauma ou doença antes do pessoal de resgate chegar. Deixar o local sem dar informações sobre o paciente também é considerado uma forma de abandono. Abdome - região do corpo entre o diafragma e a pélvis que localiza parte do aparelho digestivo. Abdome agudo - Dor abdominal de aparecimento súbito e não traumático geralmente referenciado como a queixa principal do paciente. Abdominal (cavidade) - cavidade anterior de corpo que se localiza entre o diafragma e os ossos da pélvis. Aloja e protege os órgãos abdominais, glândulas, vasos e nervos importantes. Abdominal (quadrante) - as quatros zonas da parede abdominal anterior, são usadas para referências rápidas, na localização de estruturas de traumas e de dor. Abdução - movimento de um membro afastando-se da linha média do corpo. Abrasão - arranhão, escoriação. Abscesso - uma coleção de pus associada com morte de tecido e infecção. Acidente com múltiplas vítimas - qualquer acidente, desastre ou emergência que envolva mais de um paciente. Adução - movimento de uma extremidade em direção à linha média do corpo. Afundamento do tórax - condição onde várias costelas estão fraturadas de tal modo que a parede do tórax não consegue mover-se adequadamente durante a respiração. Alérgico - qualquer substância que causa uma resposta alérgica. Alvéolos - pequenas cavidades pulmonares tipo saco, onde ocorre uma troca gasosa entre gases alveolares e o sangue capilar pulmonar. Amnésia - perda de memória. Essa perda geralmente é de forma súbita. Amputação - remoção cirúrgica ou traumática de uma parte do corpo. A maioria das amputações é de extremidades ou de uma de suas partes. Angina - dor no tórax próximo ao coração, freqüentemente causada por um suprimento insuficiente de sangue no coração. Angústia respiratória ou insuficiência respiratória - qualquer dificuldade para respirar. Às vezes, o problema é grave e requer cuidados de emergência. Uma vez que tal situação tenha iniciado é difícil de predizer, a curto prazo, o curso do problema. Antisséptico - substância hipoalergênica e atóxica com ação letal e inibitória do crescimento dos microorganismos. Aorta - maior artéria do corpo que conduz sangue oxigenado para o organismo. Apneia - parada da respiração. Apgar – Escala de avaliação neonatal que avalia a freqüência cardíaca, esforço respiratório, tônus muscular, irritabilidade e coloração da pele. Cada critério vale dois pontos, totalizando uma nota de 0-10. Notas inferiores a 7 podem ser em função da prematuridade e requer avaliações conseqüentes. Arritmia - falta de ritmo; irregularidade e desigualdade das contrações do coração. Artéria - cada um dos vasos que conduzem o sangue do coração a todas as partes do corpo. Artéria femoral - artéria principal da extremidade inferior, localizada na parte superior (coxa).

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    Arteríola - artéria muito pequena, de dimensões microscópicas. Arteriosclerose - "endurecimento das artérias" causado pela deposição de cálcio. Articulação - junção natural de dois ou mais ossos. Asfixia - suspensão ou supressão da atividade respiratória e da circulação do sangue. Asma - condição em que ocorre uma constrição dos bronquíolos, causando uma redução do fluxo de ar. Asséptico - limpo, livre de partículas de contaminação. Não significa estéril. Assistolia - É a total ausência de atividade elétrica no coração, com conseqüente parada cardíaca. Aterosclerose - aumento da espessura e perda de elasticidade das paredes internas das artérias, acompanhados de formação de ateromas. Átrio - câmara superior do coração. Avulsão – ferimento em que parte do tecido é arrancada do corpo. B Bandagem - um dispositivo, como gaze ou atadura, que pode ser usado para manter um curativo no lugar. Bilateral - que existe em ambos os lados do corpo. Bradicardia - termo utilizado na medicina para designar uma diminuição na frequência cardíaca. Brônquio - a porção das vias aéreas que conecta a traquéia aos pulmões. Bronquíolos - pequenas terminações que levam o ar do ambiente aos alvéolos pulmonares e vice-versa. C Cãibras - condição provocada pela perda de fluidos e sais do corpo. Usualmente ocorre em pessoas que trabalham em locais com calor excessivo e com grande esforço muscular. Cânula de Guedel (cânula orofaríngea) - dispositivo oral que ajuda a manter a língua afastada da orofaringe, promovendo a abertura das vias aéreas. Cânula nasofaríngea - sonda flexível que é lubrificada e inserida no nariz de um paciente até o nível da nasofaringe (atrás da garganta) para permeabilizar as vias aéreas superiores. Capilar - vaso sanguíneo microscópico no qual ocorre as trocas entre a circulação sanguínea e os tecidos. Cardíaco - que se refere ao coração. Cateter - tubo flexível que é introduzido no corpo para permitir drenagens ou infusões de fluidos. Cavidade pélvica - parte baixa da cavidade abdominal, cercada pelos ossos da pelve. Cavidade pleural - espaço entre as duas membranas pleurais: parietal e visceral. Cavidade torácica - cavidade do corpo superior ao diafragma. Faz a proteção do coração e pulmões. Cefaléia - dor de cabeça, localizada ou difusa. Cefálico - referente à cabeça. Cérvix - a parte inferior do útero onde começa a vagina. Cetoacidose - condição de um diabético quando utiliza muita gordura, tentando obter energia por falta de glicose disponível. Cetônica - hálito de odor adocicado e amoniacal. É um sinal de coma diabético.

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    Choque - reação do corpo em resposta a falência do sistema circulatório em prover sangue e oxigênio adequadamente para todos os órgãos, tecidos e células. Cianose - coloração azulada da pele e das mucosas, devido a baixa oxigenação sanguínea. Coágulo - uma formação composta de fibras e um emaranhado de células sanguíneas que ajudam a parar a hemorragia de uma ferida. Cóccix - osso mais baixo da coluna vertebral. Coma - é o estado no qual uma pessoa perde completa ou parcialmente a consciência, devido a baixa atividade elétrica encefálica. Compressão direta - pressão direta aplicada ao local do sangramento. Convulsão - alteração no funcionamento do cérebro que causa contrações descontroladas dos músculos. Cordão umbilical - estrutura que liga o corpo do feto à placenta. Coroamento - quando a cabeça do bebê está saindo pela abertura vaginal, durante o parto. Coronárias - artérias que irrigam o coração (miocárdio). Corte - ferimento aberto com extremidades lisas (incisão) ou extremidades irregulares (laceração). Crepitação - um ruído que ocorre pelo atrito das partes fraturadas. Crônico - Termo usado para significar muito tempo ou que ocorre com freqüência. Curativo - cobertura protetora, ajuda no controle de hemorragias e previne a contaminação das feridas. Curativo oclusivo - curativo fechado. D Delirium tremens - uma severa reação que ameaça a vida, relacionada à abstinência de álcool do paciente. As mãos do paciente tremem, pode ocorrer febre alta, alucinações, comportamentos incomuns e convulsões. Dequitação - expulsão da placenta após o nascimento do bebê. Derme - a segunda camada da pele. É rica em vasos sangüíneos e nervos, encontra-se abaixo da epiderme. Desfibrilação - aplicação de um choque elétrico no paciente numa tentativa de restabelecer um ritmo normal espontâneo do coração. Desfibrilador externo automático (DEA) - um aparelho elétrico que pode detectar batidas irregulares do coração (fibrilações) e dar um choque no tórax do paciente. Desmaio - ocorre quando o paciente tem uma perda temporária da consciência, causada pela redução de sangue no cérebro. Diabetes - doença causada pela produção inadequada de insulina. Diafragma - músculo da respiração que separa a cavidade abdominal da cavidade torácica. Diástole - período durante o qual o coração recupera seu volume de repouso, depois da contração; relaxamento cardíaco. Diastólica - referente à diástole. Dispneia - dificuldade respiratória. Distal - longe de um ponto de referência. Distendido - inflado, inchado, dilatado. Distensão - ferimento no músculo causado pela hiperextensão. Doença infecciosa - qualquer doença causada por agentes infecciosos microbianos, tais como bactérias ou vírus.

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    E Eclâmpsia - uma complicação na gravidez que produz convulsões e pode levar ao coma ou até à morte. Edema - inchaço devido ao acúmulo de líquidos nos tecidos. Emergências Ambientais – para fins desta ITO 23, o termo Emergências Ambientais empregado no Módulo 500, do inglês: environmental emergencies, foi utilizado segundo os manuais norte-americanos de referência e compõem procedimentos que não se enquadram diretamente na questão de emergências clínicas e/ou emergências traumáticas. Além disso, é necessário destacar que não se deve confundir o termo com a ideia de situações relativas às “emergências ambientais” comuns em nossa realidade operacional, como incêndios florestais, enchentes e inundações. Enfisema - doença crônica na qual os pulmões sofrem uma perda progressiva da elasticidade. Epiglote - saliência de cartilagem e outros tecidos que estão no topo da laringe. Ela fecha as vias aéreas na hora da deglutição, desviando os sólidos e líquidos para o esôfago. Epilepsia - disfunção cerebral que cursa com descargas elétricas desorganizadas e excessivas do cérebro, que interrompem temporariamente sua função habitual e produzem manifestações involuntárias no comportamento, no controle muscular, na consciência e/ou na sensibilidade do indivíduo. Epistaxe - sangramento nasal. Equimose - descoloração da pele devido a uma hemorragia interna. Tipicamente uma marca "preta e azul". Escala de Coma de Glasgow - escala confiável para estimar rapidamente gravidade da disfunção neurológica em pacientes com alteração da consciência. Escápula - um osso grande, par e chato, localizado na porção póstero-superior do tórax, que se articula com a clavícula. Escoriação - ferimento aberto que lesa a camada superficial da pele. Esfigmomanômetro - aparelho para verificar a pressão arterial. Esôfago - tubo muscular que conduz o alimento da boca para o estômago. Estabilização - imobilização feita em uma parte lesada do corpo, com o objetivo de ajudar a reduzir os movimentos involuntários, minimizando a dor ou espasmos musculares. Estéril - livre de toda a forma de vida microbiana. Estetoscópio - instrumento que amplia os sons. Evisceração - termo aplicado a saída de algum órgão ou parte dele por uma ferida aberta. Exame pré-natal - acompanhamento médico realizado durante a gestação. Expiração - soltar o ar, exalar. F Falanges - ossos dos dedos. Faringe - garganta. Fêmur - osso da coxa. Feto - criança no estágio intra-uterino, com mais de 8 semanas. Fibrilação Ventricular – ritmo cardíaco em que as contrações ocorrem sem coordenação das fibras musculares do coração. Fibrina - material de proteína fibrosa responsável pelos coágulos de sangue.

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    Fibrinolítico - ativadores do plasminogênio usados na terapêutica da trombose arterial para dissolver rapidamente a rede de fibrina e assim dissolver os trombos Fíbula - osso lateral da perna. Flexão - movimento de ângulo de uma articulação. Fluxômetro - dispositivo de medida que permite ao usuário ajustar o fluxo de oxigênio selecionando 2, 4, 6, 8...15 litros por minuto. Formigamento - sensação de comichão ou agulhada, que surge espontaneamente quando ocorre compressão dos vasos sanguíneos ou nervos. Fratura - quebra, rachadura, lasca de uma parte óssea. G Gemelar - relativo a gêmeos; diz-se de dois ou mais irmãos ou irmãs nascidos no mesmo parto. Genitália - órgãos reprodutores externos. Geniturinário - sistema genital e urinário. Genupeitoral - ação de dobrar os joelhos unindo-os em direção ao tórax. Glicose - açúcar simples, primeira fonte de energia para o corpo. H Hematoma - coleção de sangue abaixo da pele ou tecidos, geralmente resultante de um trauma. Hemorragia - perda de sangue causado por uma solução de continuidade em vasos sanguíneos. Hipoglicemia - é um distúrbio provocado pela baixa concentração de glicose no sangue. Hipotermia - ocorre quando a temperatura corporal do organismo cai abaixo do normal (35°C), de modo não intencional. Hipovolemia - perda de sangue ou plasma pelo organismo. Hipóxia - inadequado suprimento de oxigênio aos tecidos do corpo. I Icterícia – é uma síndrome caracterizada por uma caracterizada pela coloração amarelada na pele e mucosas devido a uma acumulação de bilirrubina no organismo. Imobilização - aplicação de um dispositivo que imobiliza uma extremidade deformada, inchada e com dor. Imobilizar - fixar ou restringir parte do corpo para reduzir ou eliminar o movimento. Infarto - definido como uma lesão tecidual isquêmica irreversível, devida à falta de oxigênio e nutrientes em determinada parte de um órgão. Inflamação - presença de dor, calor, vermelhidão e inchaço de tecidos quando há um processo infeccioso, irritativo ou traumático. Inspiração - entrada de ar para os pulmões. Insulina - hormônio produzido pelo pâncreas, que transporta o açúcar (glicose) para as células do organismo. Intravenoso - dentro da veia. Isquemia - provisão de sangue diminuída para um órgão ou tecidos. L Laringe - parte das vias aéreas entre a garganta e a traquéia. Ligamento - tecido fibroso que liga as articulações aos ossos.

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    Luxação - deslocamento de uma extremidade de um osso em uma articulação. M Mandíbula - o osso do queixo. Medial - linha vertical, central do corpo. Meninges - membranas que revestem o cérebro e a medula. Miocárdio - músculo cardíaco. Mobilização - termo de uso geral para descrever qualquer procedimento organizado para mover uma vítima, de um local para outro. Movimento paradoxal torácico - quando um segmento da parede do tórax move-se para a direção oposta ao restante. Está associado ao afundamento do tórax. Muco - humor viscoso e semitransparente que constitui a base de muitas secreções; mucosidade. Músculo intercostal - músculos que se localizam entre as costelas, ajudando a aumentar o volume da cavidade do tórax. N Neoplasia – termo relacionado ao crescimento exagerado de células; proliferação celular sem controle e autônoma; tumor. P Palpação - toque manual feito para sentir uma parte do corpo, tais como o crânio, tórax, abdome, membros superiores e inferiores ou o pulsação. Parada cardíaca - interrupção da atividade cardíaca Paralisia - perda completa ou parcial da habilidade para mover uma parte do corpo. A sensibilidade da área também pode estar ausente. Parto pélvico - parto onde as nádegas ou pernas do bebê se apresentam primeiro durante o parto. Perfusão capilar - fluxo de sangue pelos vasos capilares. Períneo - região localizada entre os órgãos genitais externos e o ânus. Peritônio - membrana que envolve e delimita a cavidade abdominal. Permeável - desobstruído; livre. Pleura - dupla membrana que reveste a parede dos pulmões. Pneumotórax – Lesão que resulta na presença de ar no espaço pleural, comumente levando ao colapso pulmonar. Posterior - atrás, costas. Pressão arterial diastólica - a pressão sangüínea na parte interna das artérias quando o coração está relaxado. Veja pressão arterial sistólica. Pressão arterial sistólica - a pressão sangüínea na parede das artérias, quando o coração está contraído. Veja pressão sangüínea diastólica. Pressão intracraniana - pressão no interior do crânio, que pode variar em virtude do acúmulo de líquidos nessa cavidade. Pressão sangüínea - a pressão causada pelo sangue que força as paredes dos vasos. Normalmente é medida a pressão do sangue nas artérias. Priapismo - ereção peniana involuntária, sem estímulo sexual, persistente associada a algum dano espinhal. Proximal – é aplicada na descrição anatômica, para indicar que a parte do corpo referida se situa mais próxima de um centro, articulação ou linha mediana. Pulmonar - que se refere aos pulmões.

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    Pulso - a expansão e contração alternada das paredes das artérias combinadas com a ejeção de sangue pelo coração. Pulso distal - um pulso medido no fim de uma extremidade. Normalmente refere-se ao pulso radial nas extremidades superiores e o pulso pedioso para as extremidades baixas. Ver pulso radial e pulso pedial. Pulso pedial ou pedioso - pulso perceptível no "peito" do pé. Pulso radial - pulso palpável no punho. R Rádio - osso lateral do antebraço. Respiração - ato de respirar. A troca de oxigênio e gás carbônico ocorre nos pulmões. Respiração artificial - manobra de forçar a entrada de ar ou oxigênio para o pulmão de um paciente que não esteja respirando adequadamente ou com dificuldade respiratória. Também chamado de ventilação artificial. Respiração diafragmática - respirações fracas e rápidas com pequeno ou nenhum movimento do tórax. Há um leve movimento do abdome. O esforço do paciente para tomar fôlego utiliza apenas o músculo do diafragma. Ressuscitação cardiopulmonar (RCP) - conjunto de manobras sobre o coração e o pulmão para, artificialmente, manter a respiração e a circulação. Ressuscitação pulmonar - substituição artificial da função ventilatória do paciente. S Sangramento arterial - perda de sangue por uma artéria. O fluxo geralmente é rápido e jorra refletindo as batidas do coração. Sangramento venoso - perda de sangue por uma veia, de cor vermelho escuro. Sibilo - ruído característico da asma brônquica, semelhante a um assobio agudo. Sistêmico - refere-se ao corpo todo. Sístole - contração cardíaca simultânea para os dois ventrículos e átrios. Sistólico - relativo à sístole. Sudorese - secreção de suor; transpiração. T Tala rígida - dispositivo duro feito de material com pequena flexibilidade (como metal, plástico ou madeira) para imobilizar articulações e extremidades acima e abaixo do local da lesão. Taquicardia – freqüência cardíaca acima dos parâmetros normais. Tecidos moles - tecidos do corpo que compõem a pele, músculos, nervos, vasos sanguíneos, tecidos gordurosos, células de revestimento que recobre órgãos e glândulas. Tração - ação de puxar com suavidade um membro para estabilizar um segmento ósseo ou articulação. Trauma - lesão causada por transferência de energia ao corpo através de um agente físico externo. Trombose - formação de um coágulo em um vaso sanguíneo. V Vascular - referente aos vasos sanguíneos. Veia - vasos sanguíneos que retornam sangue para o coração. Ventilação - enchimento os pulmões de ar.

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    Ventrículo - é uma das duas câmaras inferiores do coração. Bombeiam sangue do coração para os pulmões e para todo o corpo. Vênula - porção mais fina das veias que começa no final do leito capilar e retorna sangue para as veias maiores. Vértebra - unidade óssea da coluna vertebral. Vias aéreas - estruturas anatômicas onde ocorre a passagem de ar, que entrou pelo nariz e boca, para efetuar troca gasosa em nível pulmonar. Visão transitória – é a redução parcial ou total da visão de um ou ambos os olhos, decorrente de problemas circulatórios envolvendo o nervo óptico ou córtex occipital. Z Zigomático - osso da face, também chamado de zigoma.

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    LISTA DE SIGLAS

    AHA American Heart Association

    AIT Ataque Isquêmico Transitório

    AVC Acidente Vascular Cerebral

    AVDN Alerta – Responde a Estímulo Verbal – Responde à Dor – Não Responde

    AVE Acidente Vascular Encefálico

    BPM Batimentos por Minuto

    BVM Bolsa Válvula Máscara

    COF Cânula Orofaríngea

    CTB Código de Trânsito Brasileiro

    DCAP-QELS Deformidade – Contusão – Abrasão – Punção / Penetração = Queimadura – Edema – Laceração – Sensibilidade

    DD Doença Descompressiva

    DEA Desfibrilador Externo Automático

    DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

    EAP Edema Agudo de Pulmão

    ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

    ECG Escala de Coma de Glasgow

    EPI Equipamento de Proteção Individual

    Gu BM Guarnição Bombeiro Militar

    HR Hospital de Referência

    IFC Isolamento de Fluidos Corporais

    ILCOR International Liaison Committee on Resuscitation

    IRPM Incursão respiratória por minuto

    LPM Litros por minuto

    MDL Mecanismo de Lesão

    MTV Manually-Triggered Ventilator (Ventilação Manualmente Acionada)

    NDD Natureza da Doença

    OPQRST Origem – Provocado por... – Qualidade – (ir)Radiação – Severidade – Tempo

    OVACE Obstrução de Vias Aéreas por Corpos Estranhos

    PAS Pressão Arterial Sistólica

    PCR Parada Cardiorrespiratória

    PHTLS Prehospital Trauma Life Support

    PR Parada Respiratória

    RAPH Relatório de Atendimento Pré-Hospitalar

    RCP Ressucitação Cardiopulmonar

    REDS Relatório de Evento de Defesa Social

    RN Recém Nascido

    SAMPUM Sinais/Sintomas – Alergia – Medicações – Passado Médico – Ultima Alimentação – Mecanismo da Lesão/Natureza da Doença

    SBV Suporte Básico de Vida

    SAV Suporte Avançado de Vida

    SpO2 Saturação Parcial de Oxigênio

    TCE Trauma Crânio-Encefálico

    TS Trauma Score (escala de trauma score)

    TRM Trauma Raquimedular

    VPM Ventilações por Minuto

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    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO 15

    MÓDULO 100 – AVALIAÇÃO DO PACIENTE 16

    P 101 Avaliação do Paciente ................................................................... 17

    MÓDULO 200 – SUPORTE BÁSICO DE VIDA 29

    P 201 PCR Adulto .................................................................................... 30

    P 202 PCR Criança e Lactente ................................................................ 33

    P 203 OVACE Adulto e Criança ............................................................... 36

    P 204 OVACE Lactente e Neonatal ......................................................... 37

    P 205 Parada Resp. Adulto Criança Lactente .......................................... 39

    P 206 SBV Neonatal ................................................................................ 41

    P 207 DEA ............................................................................................... 43

    MÓDULO 300 - EMERGÊNCIAS CLÍNICAS 48

    P 301 Emergências Cardiovasculares ..................................................... 49

    P 302 AVC/AVE......................................................................................... 52

    P 303 Emergências Respiratórias ............................................................ 56

    P 304 Crise Convulsiva ............................................................................ 57

    P 305 Diabetes Mellitus e Hipoglicemia ................................................... 58

    P 306 Emergências Obstétricas ............................................................... 61

    P 307 Abdome Agudo .............................................................................. 66

    P 308 Emerg. Psiquiátricas e Comportamentais ...................................... 67

    P 309 Envenenamento e Intoxicação ....................................................... 69

    P 310 Abuso de Álcool e Drogas ............................................................. 72

    MÓDULO 400 – TRAUMAS 75

    P 401 Trauma Crânio-Encefálico (TCE) ................................................... 76

    P 402 Trauma Raquimedular (TRM) ........................................................ 78

    P 403 Trauma Torácico ............................................................................ 81

    P 404 Trauma Abdominal ......................................................................... 83

    P 405 Trauma Pélvico e Genital ............................................................... 84

    P 406 Choque Elétrico ............................................................................. 86

    P 407 Ferimentos Específicos .................................................................. 88

    P 408 Hemorragia .................................................................................... 91

    P 409 Lesões Músculo Esqueléticas ........................................................ 93

    P 410 Lesões na Cabeça e Pescoço ....................................................... 95

    P 411 Queimaduras .................................................................................. 98

    P 412 Violência Sexual ............................................................................ 101

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    MÓDULO 500 – EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS 103

    P 501 Afogamento .................................................................................... 104

    P 502 Acidentes de Mergulho .................................................................. 108

    P 503 Animais Peçonhentos / Perigosos ................................................. 112

    P 504 Emergências Relacionadas ao Calor ............................................. 114

    P 505 Hipotermia e Congelamento .......................................................... 117

    MÓDULO 600 – PROCEDIMENTOS GERAIS 120

    P 601 Isolamento de Fluidos Corporais ................................................... 121

    P 602 Triagem Pré-Hospitalar .................................................................. 123

    P 603 Oximetria de Pulso ......................................................................... 126

    P 604 Administração de Oxigênio ............................................................ 127

    P 605 Aspiração de Vias Aéreas .............................................................. 132

    P 606 Pac. Pediátricos – Generalidades e Abuso ................................... 134

    P 607 Pac. Portador Deficiência Física e Mental ..................................... 137

    P 608 Paciente Idoso – Generalidades e Abuso ...................................... 139

    P 609 Operação de Veículos de APH ...................................................... 141

    P 610 Extricação ...................................................................................... 144

    P 611 Outro Profissional de Saúde na Cena ........................................... 146

    P 612 Recusa de Atendimento ................................................................. 147

    P 613 Presunção de Óbito ....................................................................... 149

    APÊNDICE 150

    Apêndice 01 Aspectos Médicos, Legais e Éticos............................................ 151

    Apêndice 02 Sinais Vitais ............................................................................... 153

    Apêndice 03 Estado de Choque .................................................................... 155

    Apêndice 04 Escala de APGAR ..................................................................... 157

    Apêndice 05 Escala de Coma de Glasgow – Adulto ...................................... 158

    Apêndice 06 Escala de Coma de Glasgow – Pediátrica ................................ 159

    Apêndice 07 Escala de Trauma Score ........................................................... 160

    Apêndice 08 Mapa Carga Padrão de UR ....................................................... 161

    Apêndice 09 Duração de Cilindro de O2 ........................................................ 164

    Referências Bibliográficas ............................................................................... 166

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 15

    Introdução Os socorristas que atuam nas viaturas de Atendimento Pré-hospitalar (APH)

    do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) prestam os primeiros

    atendimentos e transporte às vítimas de incidentes clínicos, traumáticos, obstétricos

    e psiquiátricos. São profissionais não-médicos, com treinamento em suporte básico

    de vida, com ações não invasivas, detentores de cursos específicos de APH:

    Resgate Básico e Técnico em Emergências Médicas.

    Em complementação daqueles treinamentos, faz se necessário um

    documento formal de padronização das condutas operacionais nas prontidões de

    incêndio. Iniciativas como a aprovação da Resolução Nº 176, de 28 de outubro de

    2005, que aprovou o primeiro protocolo de atendimento pré-hospitalar (APH) no

    âmbito do CBMMG foi um avanço. As constantes atualizações nas diretrizes do

    International Liaison Committee on Resuscitation (ILCOR), porém, motivaram a

    nomeação de uma comissão para propor um novo protocolo de APH. Assim, após

    dois anos de estudos e pesquisas das melhores doutrinas médicas, aplicáveis ao

    serviço operacional bombeiro militar (BM), foi publicada pelo Comando Geral do

    CBMMG a Instrução Técnica Operacional 23 – Protocolo de APH (ITO - 23).

    De posse da ITO-23, o Bombeiro Militar terá um instrumento de retaguarda

    para pesquisa e uma doutrina sólida de amparo técnico e jurídico. Assim, cabe à

    guarnição BM prestar um atendimento sistemático, que se estende do

    dimensionamento da cena até as comunicações e documentação posteriores ao

    atendimento, pautado nesse novo protocolo, que segue as melhores evidências

    científicas produzidas para o atendimento pré-hospitalar.

    A ITO-23 está organizada em 6 módulos por tipo

    de atendimento, acrescido de um conjunto de apêndices

    de suporte. Como alerta, é usado o triângulo ao lado, a

    fim de reforçar ou contradizer certas condutas, fazer

    ressalvas ou esclarecer alguns procedimentos. O símbolo médico acima (chamado

    caduceu) é usado para alerta ao socorrista quanto à necessidade de apoio de uma

    equipe de suporte avançado de vida

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 16

    Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

    MÓDULO 100

    - Avaliação do Paciente -

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 17

    Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

    P 101 – AVALIAÇÃO DO PACIENTE

    1. DIMENSIONAMENTO DA CENA

    a. Providencie o Isolamento dos Fluídos Corporais – IFC por dispositivos de barreira (luvas, óculos, máscara e avental).

    b. Mantenha a cena segura, conforme procedimentos específicos dos demais protocolos desta instrução, e:

    i. Promova sua segurança pessoal e a da Gu BM;

    ii. Proteja o paciente;

    iii. Proteja as testemunhas e os demais profissionais presentes na cena;

    iv. Se a cena está comprovadamente insegura, torne-a segura. Se necessário, acione outros órgãos para tanto. Do contrário, não entre na cena.

    c. Descubra a Natureza da Doença – NDD (Clínico) ou o Mecanismo de Lesão – MDL (Trauma).

    i. Casos clínicos – Natureza da Doença – NDD;

    1. Verifique junto ao paciente, familiares ou testemunhas por que o CBMMG foi acionado – NDD

    2. Determine o número total de pacientes

    (a) Solicite recursos adicionais, inclusive suporte avançado de vida, se necessário

    (b) Inicie a triagem, se for o caso

    3. Se recursos são disponíveis, proceda à avaliação inicial

    ii. Trauma - Mecanismo de Lesão – MDL;

    1. Obtenha informações do paciente, familiares ou testemunhas e inspecione na cena qual é o MDL

    2. Determine o número total de pacientes

    (a) Solicite recursos adicionais, inclusive suporte avançado de vida, se necessário

    (b) Acione o plano de catástrofe, se houver necessidade

    (c) Inicie a triagem, se for o caso

    3. Proteja a coluna espinhal do paciente e proceda a avaliação inicial;

    2. AVALIAÇÃO INICIAL

    a. Forme uma impressão geral do paciente.

    i. Determine o MDL (Trauma) / NDD (Clínico);

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 18

    Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

    ii. Determine a idade e sexo do paciente;

    iii. Se o paciente está em alguma circunstância que ameaça a sua vida, trate-a imediatamente;

    iv. Mantenha a imobilização da coluna, se necessário;

    v. Determine a queixa principal;

    vi. Identifique-se pelo nome, explique que você é um Bombeiro Militar e peça consentimento para ajudá-lo;

    b. Avalie o nível de consciência – AVDN.

    i. Alerta;

    ii. Responde a estímulo Verbal;

    iii. Responde a estímulo Doloroso;

    iv. Não responde.

    c. Avalie as vias aéreas do paciente.

    i. Paciente responsivo – o paciente está conversando ou chorando?

    1. Se sim, avalie se a respiração está adequada

    2. Se não, siga o protocolo específico do Módulo 200

    ii. Paciente irresponsivo;

    1. Abra as vias aéreas

    (a) Pacientes clínicos: a manobra de hiperextensão da coluna cervical e elevação do queixo (head-tilt chin-lift)

    (b) Pacientes de trauma ou natureza da lesão desconhecida: estabilize a coluna cervical e tracione a mandíbula (jaw thrust / chin lift)

    2. Retire ponte fixa, prótese parcial removível e prótese total, se presentes e caso estejam obstruindo as vias aéreas (a prótese, principalmente a total, pode ser imprescindível para a manutenção do formato anatômico da boca).

    3. Aspire as vias aéreas, se necessário

    4. Insira cânula orofaríngea (ECG ≤ 8, sem reflexo de vômito)

    d. Avalie a respiração do paciente.

    i. Se respira, avalie profundidade, frequência, esforço e bilateralidade;

    1. Se inadequada, auxilie a respiração

    ii. Se não respira, inicie SBV, conforme Módulo 200.

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 19

    Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

    Se o paciente está inconsciente, ou a respiração é inadequada ou ausente,

    auxilie a respiração utilizando adjuntos respiratórios (máscara facial, cânula

    orofaríngea e bolsa válvula máscara) e ofereça oxigênio conforme P604

    e. Avalie a circulação do paciente.

    i. Avalie o pulso carotídeo em adulto e criança, braquial em lactente e neonato;

    1. Se não tem pulso, inicie RCP, conforme Módulo 200

    ii. Avalie e controle hemorragia externa;

    iii. Avalie a perfusão capilar: temperatura, enchimento capilar, umidade e cor da pele.

    f. Identifique a prioridade do paciente.

    i. Trate e transporte imediatamente (Load and Go), se:

    1. Má impressão geral

    2. Não responde, não tosse, nem geme

    3. Responsivo, mas não obedece a comando

    4. Respiração difícil

    5. Pneumotórax hipertensivo

    6. Eviscerações

    7. Trauma combinado com:

    antecedentes médicos relevantes

    idade maior que 55 anos

    Hipotermia

    Queimaduras

    Gravidez

    8. Estado de choque – hipoperfusão

    9. TCE com ECG < 10

    10. Ejeção de veículo

    11. Amputação acima do pulso ou tornozelo

    12. Fratura de fêmur bi-lateral

    13. Instabilidade pélvica

    14. Hipotensão mantida PAS

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 20

    Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

    19. Dor severa em qualquer parte do corpo

    20. Incapacidade para mover qualquer parte do corpo

    21. Qualquer condição que impeça a vítima de respirar e o SAV não se faz presente

    Se paciente é de alta prioridade, transporte imediatamente. Aferição de sinais

    vitais, rápida avaliação física, exame físico detalhado, avaliação continuada e demais

    tratamentos podem ser completados a caminho do hospital de referência.

    Intercepte com Suporte Avançado de Vida, se disponível, a caminho do hospital.

    g. Execute Histórico e Exame Físico (paciente de trauma e clínico).

    3. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

    a. Paciente de Trauma.

    i. Reconsidere o mecanismo de lesão (MDL);

    1. São MDL significativos:

    (a) Ejeção do veículo

    (b) Morte de outro passageiro do mesmo veículo

    (c) Queda de uma altura igual ou superior a 3 vezes a altura do paciente, especialmente se cabeça e/ou dorso colidem com superfície rígida

    (d) Capotamento de veículo

    (e) Colisão a alta velocidade

    (f) Atropelamento

    (g) Acidente com motocicletas e bicicletas

    (h) Inconsciência ou alteração do estado mental após trauma

    (i) Trauma penetrante na cabeça, tórax ou abdome

    (j) Lesões ocultas - relacione a cena com o paciente e avalie a transferência de energia

    ii. Em paciente com mecanismo de lesão significativo:

    1. Execute a rápida avaliação física (90 seg);

    (a) Continue a estabilização da coluna espinhal

    (b) Considere a solicitação do SAV

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 21

    Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

    (c) Avalie o estado mental

    (d) Inspecione e apalpe, olhando, procurando por DCAP – QELS:

    a. D eformidades

    b. C ontusões

    c. A brasões

    d. P unção / Penetração

    -------------------------------------------

    e. Q ueimaduras

    f. E dema

    g. L acerações

    h. S ensibilidade

    (e) Avalie a cabeça e pescoço

    (f) Imobilize a coluna cervical com colar

    (g) Avalie o tórax

    (h) Avalie o abdome

    (i) Avalie a pelve

    (j) Avalie as quatro extremidades. Verifique:

    a. Pulso distal

    b. Sensibilidade

    c. Motricidade

    d. Perfusão capilar

    (k) Role o paciente – para verificar as costas, quando for posicioná-lo na prancha longa

    2. Avalie sinais vitais (incluindo oximetria);

    3. Avalie o SAMPUM:

    (l) S inais e sintomas

    (m)A lergias

    (n) M edicamentos que faz uso

    (o) P roblemas médicos anteriores

    (p) U ltima alimentação oral

    (q) M ecanismo da lesão / Natureza da doença

    4. Reavalie a Decisão de Transporte;

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 22

    Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

    iii. Em paciente sem MECANISMO DE LESÃO SIGNIFICATIVO;

    1. A avaliação é dirigida para lesão específica (queixa principal)

    2. Avalie os sinais vitais (incluindo oximetria)

    3. Avalie o SAMPUM

    4. Classifique na Escala de Coma de Glasgow – ECG – e Tabela de Trauma Score Revisado

    5.Reavalie a Decisão de Transporte

    b. Paciente de Caso Clínico.

    i. Paciente responsivo;

    1. Avalie o histórico do paciente e a doença atual

    2. Avalie SAMPUM

    3. Avalie as queixas do paciente e os sinais e sintomas

    (a) Avalie O P Q R S T:

    (a) O rigem (Onde está o problema)

    (b) P rovocados por...

    (c) Q ualidade

    (d) (ir)R adiação

    (e) S everidade

    (f) T empo

    4. Execute uma rápida avaliação física, somente se necessário (90 seg):

    (a) Avalie cabeça, pescoço, tórax, abdome, pelve, extremidades e região posterior do tronco

    5. Avalie os Sinais Vitais (incluindo oximetria)

    6. Classifique na Escala de Coma de Glasgow – ECG – e Tabela de Trauma Score Revisado

    7. Reavalie a Decisão de Transporte

    ii. Paciente irresponsivo;

    1. Execute uma rápida avaliação física (90 seg)

    (a) Avalie cabeça

    (b) Avalie pescoço

    (c) Avalie tórax

    (d) Avalie abdômen

    (e) Avalie pelve

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 23

    Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

    (f) Avalie quatro extremidades (MI e MS)

    (g) Avalie região posterior do tronco

    2. Avalie sinais vitais (incluindo oximetria)

    3. Obtenha o histórico do SAMPUM de testemunhas, solicitante e familiares da vítima na cena da ocorrência, antes de conduzir o paciente

    4. Reavalie a Decisão de Transporte

    Forneça tratamento das emergências médicas baseado nos sinais e

    sintomas, e no mecanismo de lesão, conforme protocolos específicos e

    regulação médica, se disponível.

    Classifique o paciente na escala de coma de Glasgow e na Trauma Escore

    Revisado durante o Histórico e Exame Físico.

    O tempo total de cena máximo deve ser de 10 minutos.

    Exceção: vítima em local de difícil acesso e ordem contrária da regulação

    médica.

    4. EXAME FÍSICO DETALHADO

    a. Pacientes com lesões específicas (por exemplo, corte no dedo) não exigirão exame físico detalhado.

    b. Execute o exame físico detalhado para reunir informações adicionais.

    c. Pode ser executado na cena, se o tempo o permitir, ou a caminho do hospital.

    d. Avalie cabeça, face, ouvidos, pescoço, tórax, abdome, pelve, extremidades e região posterior do tronco, procurando por DCAP - QELS:

    i. D eformidades;

    ii. C ontusão;

    iii. A brasão;

    iv. P unção / Penetração;

    ---------------------------------------------

    v. Q ueimaduras;

    vi. E dema;

    vii. L aceração;

    viii. S ensibilidade;

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 24

    Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

    e. Avalie os olhos.

    i. Pupilas alteradas;

    ii. Corpos estranhos;

    iii. Sangue na órbita;

    f. Avalie o nariz.

    i. Saída de líquor ou sangue;

    g. Avalie a boca.

    i. Dentes fraturados;

    ii. Obstruções;

    iii. Inchaço ou laceração na língua;

    iv. Odores;

    v. Descoloração;

    h. Avalie o pescoço.

    i. Distensão das veias jugulares;

    ii. Crepitação;

    iii. Desvio de traquéia;

    i. Avalie o tórax.

    i. Crepitação;

    ii. Movimento paradoxal;

    iii. Avalie o murmúrio vesicular no ápice e base do tórax, nas regiões hemiclaviculares e hemiaxilares, bilateralmente;

    j. Avalie o abdômen.

    i. Rigidez;

    ii. Flacidez;

    iii. Distensão;

    iv. Dor;

    k. Avalie a pelve apalpando suavemente, em busca de:

    i. Instabilidade;

    ii. Dor;

    l. Avalie todas as quatro extremidades.

    i. Pulso distal;

    ii. Sensibilidade;

    iii. Motricidade;

    iv. Perfusão capilar;

    m. Lateralize, avalie as costas, inclusive região da pelve posterior, inspecione e apalpe, buscando DCAP-QELS.

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 25

    Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

    n. Reavalie os sinais vitais.

    Em caso de Paciente de Trauma, com Mecanismo de Lesão Significativo, e Pacientes Clínicos Inconscientes a Classificação na Escala de Coma de Glasgow – ECG – e Tabela de Trauma Score Revisado são realizadas durante o Exame Físico Detalhado.

    5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

    a. Repita a avaliação inicial, sendo 1 vez a cada 15 minutos para paciente estável e no mínimo 1 vez a cada 5 minutos para paciente instável.

    i. Reavalie o estado mental;

    ii. Mantenha vias aéreas pérvias;

    iii. Monitore a qualidade e frequência da respiração;

    iv. Reavalie a qualidade e frequência do pulso;

    v. Monitore a cor e temperatura da pele;

    vi. Reavalie a pressão arterial;

    vii. Monitore a oximetria;

    viii. Restabeleça as prioridades do paciente;

    b. Repita o Histórico e Exame Físico referente às queixas e lesões do paciente.

    c. Cheque intervenções.

    i. Confira se o fornecimento de oxigênio e ventilação estão adequados;

    ii. Confira o controle de hemorragia;

    iii. Confira a adequação de outras intervenções;

    6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

    a. Comunicação com a regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF.

    i. Ao chegar à cena, repasse à regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF a situação geral da ocorrência, quantidade e condição clínica das vítimas, além de necessidade de apoio adicional, inclusive USA;

    ii. Informe à regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF a necessidade de acionamento dos hospitais de referência, incluindo o tempo de chegada;

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 26

    Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

    iii. Informe à regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF os seguintes dados do paciente:

    1. Dados pessoais (nome, idade, carteira de identidade etc)

    2. Achados da avaliação

    3. Frequência respiratória

    4. Frequência cardíaca

    5. Pressão arterial sistólica e diastólica

    6. Oximetria de pulso

    7. Escala de Coma de Glasgow

    8. Escala de Trauma Score

    9. Procedimentos adotados

    10. Outros que a regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF solicitar

    A critério da regulação médica, poderá ser determinado aos socorristas a

    execução de procedimentos não previstos neste Protocolo de APH, nos

    limites das atribuições legais dos Bombeiros Militares.

    b. Comunicações Verbais.

    i. Depois de chegar ao hospital, relate verbalmente o ocorrido à equipe de saúde;

    ii. Refira-se ao paciente pelo nome (se é conhecido);

    iii. Resuma a queixa principal, histórico do agravo à saúde, condutas executadas na cena, tratamentos adicionais dados em deslocamento, resposta do paciente, dados vitais e informações adicionais;

    c. Comunicações Interpessoais.

    i. Estabeleça e mantenha contato visual com o paciente;

    ii. Quando atuar, posicione no mesmo nível ou no nível mais baixo que o paciente;

    iii. Seja honesto com o paciente;

    iv. Use uma linguagem que o paciente possa entender;

    v. Tenha domínio de sua própria linguagem corporal;

    vi. Fale claramente, devagar e com boa pronúncia;

    vii. Chame o paciente pelo seu próprio nome;

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 27

    Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

    viii. Se o paciente tiver dificuldade para ouvir, fale claramente com os lábios visíveis;

    ix. Dê tempo para o paciente responder sua pergunta antes de fazer a próxima;

    x. Aja e fale com calma, de maneira confiante;

    d. Relatório de Atendimento Pré-Hospitalar / REDS.

    i. A pessoa que preencheu o relatório deve ser a que atendeu o paciente;

    ii. O RAPH / REDS deve ter informações objetivas e subjetivas, e ser claro;

    iii. As informações do RAPH / REDS pertencem ao paciente ou ao seu representante legal. Seja discreto;

    iv. Encaminhamento – Conforme DIAO.

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 28

    Módulo 100 – Avaliação do Paciente Revisado em 15/01/2013

    AVALIAÇÃO DO PACIENTE

    DIMENSIONAMENTO DA CENA

    AVALIAÇÃO INICIAL

    HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

    Paciente de Trauma Paciente Clínico

    Reconsidere o Mecanismo de lesão

    COM MECANISMO DE LESÃO SIGNIFICATIVO

    SEM MECANISMO DE LESÃO SIGNIFICATIVO

    RESPONSIVO IRRESPONSIVO

    Rápida Avaliação Física Avaliação Dirigida à

    Queixa Principal Histórico da Doença Rápida Avaliação Física

    Sinais vitais Sinais Vitais SAMPUM Sinais vitais

    SAMPUM SAMPUM Avaliação Dirigida a

    Queixa Principal SAMPUM

    Reavalie a Decisão de Transporte

    ECG e TS Sinais Vitais Reavalie a Decisão de

    Transporte

    Reavalie a Decisão de Transporte

    ECG e TS

    Reavalie a Decisão de Transporte

    Exame Físico Detalhado

    Avaliação Continuada

    Comunicações e Documentação

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 29

    Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

    MÓDULO 200

    - Suporte Básico de Vida -

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 30

    Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

    P 201 – PCR ADULTO

    1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

    a. Conduta

    i. Verifique a consciência da vítima, tocando em seu ombro e perguntando se está bem;

    ii. Se inconsciente, cheque rapidamente (não mais que 5 seg.) se a respiração está normal, com expansão visível do tórax;

    iii. Se a vítima não respira ou não respira normalmente (respiração anormal ou agônica - gasping) acione apoio, inclusive SAV, e providencie o DEA rapidamente;

    iv. Se há apenas 1 socorrista:

    1. Cheque o pulso carotídeo (de 5 a 10 seg.). Não havendo:

    a. Deite o paciente de costas em superfície plana e rígida

    b. Inicie RCP com 30 compressões torácicas e 2 respirações de resgate com elevação visível do tórax

    2. Continue o procedimento de 30x2 até que o DEA esteja disponível e com as pás conectadas no paciente

    v. Se há 2 ou mais socorristas (RCP em dupla):

    1. Cheque pulso carotídeo (de 5 a 10 seg.). Não havendo:

    a. Deite o paciente de costas em superfície plana e rígida

    b. Um socorrista inicia a RCP com 30x2 e o outro opera o DEA

    2. Um socorrista faz as 30 compressões, o outro faz as 2 respirações de resgate, juntos, mas não ao mesmo tempo

    3. Após 5 ciclos de 30x2, caso o DEA não esteja disponível, troca-se o compressor (intervalo de 5 seg. para troca)

    Execute compressões rápidas e fortes, no terço inferior do osso esterno,

    com no mínimo 100 compressões por minuto, deprimindo o esterno em 5 cm.

    Permita o retorno completo do tórax após cada compressão.

    Minimize as interrupções entre os ciclos de compressões.

    Evite excesso de ventilação (hiperventilação).

    vi. Permita que o DEA faça a leitura, assim que disponível e conectado;

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 31

    Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

    vii. Se choque indicado, aplique-o e continue a RCP iniciando pelas compressões;

    viii. Se choque não indicado, continue RCP pelas compressões;

    ix. Se o SAV não está na cena, transporte para o HR nos seguintes casos:

    1. O pulso da vítima retorna

    2. Após a aplicação de 6 a 9 choques, separados por 2 minutos de RCP

    3. O DEA emite 3 mensagens consecutivas, separadas por 2 minutos de RCP, de que o choque não é indicado

    x. Todos os deslocamentos com vítima em PCR serão realizados com manobras de RCP com 30x2. A troca do compressor será a cada dois minutos ou 5 ciclos;

    xi. Durante o deslocamento, intercepte com o SAV, se disponível.

    A RCP deve ser realizada mesmo com o retorno do pulso após a

    desfibrilação. Somente cesse a RCP em caso de: a) início de rigor mortis;

    b) exaustão dos membros da Gu BM após os revezamentos; c) determinação

    pelo SAV ou regulação médica; d) transferência do paciente a outra equipe;

    e) retorno espontâneo da circulação e respiração do paciente, acompanhado

    de retorno da consciência, manifestado por movimentos e respiração normal.

    Em caso de ambiente hostil, a Gu BM fica autorizada a iniciar o

    deslocamento mesmo fora dos critérios anteriores deste protocolo.

    Se o paciente estiver com via aérea avançada, não cesse as compressões

    para fazer ventilações. Ministre uma ventilação a cada 6 a 8 seg (8 a 10

    ventilações/min) assíncronas com compressão torácica. Cerca de 1 segundo

    por ventilação.

    Forneça O2 conforme P 604.

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 32

    Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

    Segundo a AHA, as faixas etárias são: 0 a 28 dias (neonato), 29 dias a 1 ano

    (lactente), 1 a 8 anos (criança) e acima de 8 anos (adulto).

    Para fins de SBV, no entanto, a faixa etária da criança é de 1 ano até a

    puberdade e do adulto da puberdade em diante. As demais faixas etárias

    permanecem inalteradas.

    2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

    3. EXAME FÍSICO DETALHADO

    4. TRANSPORTE

    5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

    6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 33

    Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

    P 202 – PCR CRIANÇA E LACTENTE

    1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

    a. Conduta

    i. Verifique a consciência da vítima (em criança, toque em seu ombro e pergunte se está bem; em lactentes, toque nos pés);

    ii. Se inconsciente, cheque rapidamente (não mais que 5 seg.) se a respiração está normal, com expansão visível do tórax;

    iii. Se a vítima não respira ou não respira normalmente (respiração anormal ou agônica “gasping”) acione apoio, inclusive SAV, e providencie o DEA rapidamente:

    iv. Se há apenas 1 socorrista:

    1. Cheque pulso carotídeo na criança e braquial no lactente (de 5 a 10 seg.). Não havendo:

    a. Deite o paciente de costas em superfície plana e rígida

    b. Inicie RCP com 30 compressões torácicas e 2 respirações de resgate, com elevação visível do tórax

    2. Continue o procedimento de 30x2 até que o DEA esteja disponível e com as pás conectadas no paciente

    v. Se há 2 ou mais socorristas (RCP em dupla):

    1. Cheque pulso carotídeo na criança e braquial no lactente (de 5 a 10 seg.). Não havendo:

    a. Deite o paciente de costas em superfície plana e rígida

    b. Um socorrista inicia a RCP com 15 X 2 e outro opera o DEA

    2. Após as 15 compressões torácicas, abra rapidamente as vias aéreas e forneça duas respirações de resgate com expansão visível do tórax

    a. Compressões torácicas em lactente e em dupla são executadas com a técnica dos dois polegares, mãos circundando o tórax. Não ventile e comprima ao mesmo tempo, a menos que esteja com via aérea avançada

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 34

    Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

    Execute compressões rápidas e fortes, com no mínimo 100 compressões por minuto, deprimindo o esterno 5 cm em criança e 4 cm em lactente.

    Em criança, posicione 1 mão no terço inferior do osso esterno. Em lactente, posicione 2 dedos, localizados 1 dedo abaixo da linha intermamária.

    Permita o retorno completo do tórax após cada compressão.

    Minimize as interrupções entre os ciclos de compressões.

    Evite excesso de ventilação (hiperventilação)

    vi. Permita que o DEA faça a leitura assim que disponível e conectado;

    vii. Para crianças e lactentes, ao usar o DEA, o socorrista deve utilizar um atenuador de carga pediátrico, se disponível; se não, utilize o DEA padrão;

    viii. Se choque indicado, aplique-o e continue a RCP pelas compressões;

    ix. Se choque não indicado, continue RCP pelas compressões;

    x. Se o SAV não está na cena, transporte para o HR nos seguintes casos:

    1. O pulso da vítima retorna

    2. Após a aplicação de 6 a 9 choques, separados por 2 minutos de RCP

    3. O DEA emite 3 mensagens consecutivas, separadas por 2 minutos de RCP, de que o choque não é indicado

    xi. Todos os deslocamentos com vítima em PCR serão realizados com manobras de RCP com 30 X 2 (1 socorrista) ou 15 X 2 (2 socorristas) com troca do compressor a cada dois minutos;

    xii. Durante o deslocamento, intercepte com o SAV, se disponível.

    A RCP deve ser realizada mesmo com o retorno do pulso após a desfibrilação. Somente cesse a RCP em caso de: a) início de rigor mortis; b) exaustão dos membros da Gu BM após os revezamentos; c) determinação pelo SAV ou regulação médica; d) transferência do paciente a outra equipe; e) retorno espontâneo da circulação e respiração do paciente, acompanhado de retorno da consciência, manifestado por movimentos e respiração normal.

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 35

    Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

    Em caso de ambiente hostil, a Gu BM fica autorizada a iniciar o deslocamento mesmo fora dos critérios anteriores deste protocolo.

    Em caso de lactente, FC < 60 bpm é indicativo de parada cardiorrespiratória.

    A verificação de pulso carotídeo em Lactente pode acarretar isquemia cerebral. Não se verifica, portanto, pulso carotídeo em lactente, e sim pulso braquial.

    Segundo a AHA, as faixas etárias são: 0 a 28 dias (neonato), 29 dias a 1 ano

    (lactente), 1 a 8 anos (criança) e acima de 8 anos (adulto).

    Para fins de SBV, no entanto, a faixa etária da criança é de 1 ano até a

    puberdade e do adulto da puberdade em diante. As demais faixas etárias

    permanecem inalteradas.

    Se o paciente estiver com via aérea avançada, não cesse as compressões

    para fazer ventilações. Ministre uma ventilação a cada 6 a 8 seg (8 a 10

    ventilações/min) assíncronas com compressão torácica. Cerca de 1 segundo

    por ventilação.

    Forneça O2 conforme P 604

    2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

    3. EXAME FÍSICO DETALHADO

    4. TRANSPORTE

    5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

    6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 36

    Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

    P 203 – OVACE ADULTO E CRIANÇA

    1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

    a. Conduta.

    i. Verifique consciência. SE CONSCIENTE, verifique o sinal universal de engasgo (mãos no pescoço). Em seguida constate:

    1. A vítima respira normalmente?

    2. A vítima consegue falar?

    3. A vítima consegue tossir?

    ii. Caso positivo para algum critério acima, acalme o paciente e o encaminhe a recurso hospitalar na posição sentado;

    iii. SE CONSCIENTE, expressando o sinal universal de engasgo e não consegue falar, tossir ou respirar, inicie as compressões abdominais contínuas em J até desalojar o corpo estranho ou o paciente tornar-se inconsciente;

    1. Lembre-se:

    a. Na grávida e no obeso a posição é diferenciada com as mãos no osso esterno

    iv. Se o paciente TORNAR-SE INCONSCIENTE, cheque a boca a procura do corpo estranho, mas sem fazer varredura. Caso não o encontre encaminhe o paciente ao Hospital fazendo RCP durante o transporte;

    v. Se durante o primeiro contato com o paciente o mesmo JÁ ESTIVER INCONSCIENTE, inicie a RCP pelas compressões e siga o protocolo de RCP;

    Lembre-se: após cada ciclo de compressões cheque rapidamente a boca à

    procura do corpo estranho antes de fazer as 2 respirações de resgate.

    Forneça O2 conforme P 604

    2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

    3. EXAME FÍSICO DETALHADO

    4. TRANSPORTE

    5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

    6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 37

    Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

    P 204 – OVACE LACTENTE E NEONATAL

    1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

    a. Conduta.

    i. Verifique consciência. SE CONSCIENTE, verifique:

    1. A vítima respira normalmente? 2. A vítima consegue chorar? 3. A vítima consegue emitir som?

    ii. Caso positivo para algum critério acima, acalme o paciente e o encaminhe a recurso hospitalar no colo do socorrista / pai / mãe;

    iii. SE CONSCIENTE e não consegue tossir (no caso do lactente), nem emitir som, e a obstrução tenha sido por líquido, peça à mãe, pai ou parente que sugue com a boca a boca e o nariz da vítima; em seguida o socorrista deve ventilar 2 vezes. Caso a obstrução se mantenha, execute 5 pancadas entre as escápulas e 5 compressões no tórax;

    1. Faça as pancadas e compressões até o líquido sair, o paciente respirar normalmente ou tornar-se inconsciente.

    iv. SE CONSCIENTE e não consegue tossir (no caso do lactente), nem emitir som, e a obstrução tenha sido por corpo estranho sólido detectado ou presenciado, retire o corpo estranho se visível. Caso não veja o corpo estranho e/ou a obstrução se mantenha, execute 5 pancadas entre as escápulas e 5 compressões no tórax;

    1. Faça as pancadas e compressões até o objeto sair, o paciente respirar normalmente ou tornar-se inconsciente.

    v. Se o paciente TORNAR-SE INCONSCIENTE, cheque a boca à procura do corpo estranho, mas sem fazer varredura. Caso não o encontre encaminhe o paciente ao Hospital fazendo RCP durante o transporte;

    vi. Se durante o primeiro contato com o paciente o mesmo JÁ ESTIVER INCONSCIENTE, inicie a RCP pelas compressões e siga o protocolo de RCP.

    São sinais de OVACE em lactente, cianose e olhos arregalados, além da dificuldade de chorar, tossir e emitir sons.

    Durante a desobstrução do lactente e neonato, a cabeça do mesmo deve permanecer em nível inferior ao do corpo.

    Nunca faça compressão abdominal no lactente com OVACE.

    Na obstrução por líquido, caso o pai, mãe ou parente não queira e/ou não sugou com a boca, o socorrista deve iniciar de imediato as 5 pancadas entre as escápulas e 5 compressões no tórax.

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 38

    Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

    Lembre-se: após cada ciclo de compressões, cheque rapidamente a boca à procura do corpo estranho antes de fazer as respirações de resgate, sendo 2 no caso de lactente e 1 no caso de neonato.

    Forneça O2 conforme P 604

    2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

    3. EXAME FÍSICO DETALHADO

    4. TRANSPORTE

    5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

    6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 39

    Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

    P 205 – PARADA RESP. ADULTO, CRIANÇA e LACTENTE

    1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

    a. Parada respiratória em Adulto.

    i. Verifique a consciência da vítima (tocando em seu ombro e perguntando se está bem);

    ii. Se inconsciente, cheque rapidamente (não mais que 5 seg.) se a respiração está normal, com expansão visível do tórax;

    iii. Se a vítima não respira ou não respira normalmente (respiração anormal ou agônica “gasping”) acione apoio, inclusive SAV, e solicite o DEA rapidamente:

    iv. Cheque pulso por 5 a 10 seg. Se tem pulso palpável, mas não respira, faça 1 respiração de resgate a cada 5 a 6 seg. durante 10 a 12 ciclos e a cada 1 minuto ou no fechamento do ciclo pare e cheque pulso novamente.

    1. Para fim de padronização das equipes de resgate utilizaremos 1x5x10

    v. Com via aérea avançada (em apoio ao médico atendente) utilizando a BVM ou a válvula MTV-100 (ou similar), forneça 1 ventilação a cada 6 a 8 segundos durante 8 a 10 ciclos por 1 minuto;

    1. Para fim de padronização das guarnições de resgate utilizaremos 1x6x10

    b. Parada respiratória em Criança e Lactente.

    i. Verifique a consciência da vítima (tocando em seu ombro e perguntando se está bem – em criança – ou tocando os pés – em lactente);

    ii. Se inconsciente, cheque rapidamente (não mais que 5 seg.) se a respiração está normal, com expansão visível do tórax;

    iii. Se a vítima não respira ou não respira normalmente (respiração anormal ou agônica “gasping”) acione apoio e solicite o DEA rapidamente:

    iv. Cheque pulso por 5 a 10 seg. (carotídeo em criança e braquial em lactente). Se tem pulso palpável, mas não respira, inicie 1 respiração de resgate a cada 3 a 5 seg. durante 12 a 20 ciclos e a cada 1 minuto ou no fechamento do ciclo pare e cheque pulso novamente;

    1. Para fim de padronização das guarnições de resgate utilizaremos 1x3x20

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 40

    Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

    v. Com via aérea avançada (em apoio ao médico atendente) utilizando a BVM ou a válvula MTV-100 (ou similar) forneça 1 ventilação a cada 6 a 8 segundos durante 8 a 10 ciclos por minuto;

    1. Para fim de padronização das guarnições de resgate utilizaremos 1x6x10

    Aqueça o paciente - PRINCIPALMENTE LACTENTE E NEONATO - evitando a

    hipotermia e o estado de choque.

    Forneça O2 conforme P 604

    2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

    3. EXAME FÍSICO DETALHADO

    4. TRANSPORTE

    5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

    6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 41

    Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

    P 206 – SBV NEONATAL

    1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

    a. Conceito.

    i. Neonatos são os pacientes na idade de 0 a 28 dias;

    ii. Recém-nascido (RN), para fins deste Protocolo, é o neonato que acabou de nascer;

    b. Conduta.

    i. Se o RN é termo, o líquido amniótico está claro, o RN está respirando ou chorando e tem bom tônus muscular, aqueça, limpe as vias aéreas se necessário, seque e avalie a cor da pele;

    1. Se rosada, posicione o RN junto à mãe e monitore

    2. Se cianótico, forneça O2 suplementar e avalie respiração, pulsação e cor da pele

    Acione o SAV tão logo observe uma condição crítica: cianose, dispneia,

    OVACE, parada respiratória, PCR, frequência cardíaca < 100 bpm e demais

    descritas no P 101.

    ii. Após 30 seg de O2, se RN está respirando e freq. cardíaca é > 100 bpm, mas o RN está cianótico, ventile com O2 suplementar e reavalie após 30 seg;

    1. Se freq. cardíaca > 100 bpm e a pele está rosada, apenas monitore o paciente e NÃO FORNEÇA O2

    2. Se freq. cardíaca é de 60 a 100 bpm continue ventilando 1 resp x 3 seg x 20 ciclos e a cada 1 minuto cheque pulso braquial

    3. Se freq. cardíaca < 60 inicie RCP pelas compressões torácicas na frequência de 3 comp x 1 resp x 30 ciclos com 90 compressões e 30 respirações a fim de atingir 120 eventos por minuto (90 comp.+ 30 resp.)

    iii. Se RN está apnéico ou freq. card. < 100 bpm ventile com O2 suplementar. Reavalie após 30 segundos;

    1. Se freq. cardíaca > 100 bpm e a pele está rosada, apenas monitore o paciente e NÃO FORNEÇA O2

    2. Se freq. cardíaca é de 60 a 100 bpm continue ventilando 1 resp x 3 seg x 20 ciclos e a cada 1 minuto cheque pulso braquial

    3. Se freq. cardíaca < 60 inicie RCP pelas compressões torácicas na frequência de 3 comp x 1 resp x 30 ciclos com 90 compressões e 30 respirações a fim de atingir 120 eventos por minuto

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 42

    Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

    a. Se o tempo até o hospital é menor que o tempo de chegada do SAV na cena, inicie deslocamento executando RCP

    b. Se tempo até o hospital é maior que tempo de chegada do SAV, permaneça na cena executando RCP

    iv. A abordagem ao RN é diferente do Adulto, Criança e Lactente. Para o RN continua o procedimento de ABC da vida uma vez que ele é vítima mais de parada respiratória do que cardíaca. Então proceda:

    1. Verifique a consciência da vítima (cheque responsividade, tocando em seus pés)

    2. Se inconsciente, abra vias aéreas mantendo a cabeça neutra e faça a técnica VOS (ver, ouvir e sentir) de 5 a 10 segundos. Se não respira, forneça 2 respirações de resgate com expansão visível do tórax

    3. Mantenha a posição do A e do B e faça o C, checando pulso braquial de 5 a 10 segundos. Caso haja pulso, mas não respiração, mantenha 1 x 3 x 20, mas caso não tenha pulso mantenha 3 x 1 x 30, conforme procedimentos acima descritos

    Em caso de neonato, FC < 60 bpm é indicativo de parada cardiorrespiratória.

    A Técnica VOS deve ser utilizada a cada vez que o socorrista for reconferir o pulso.

    A verificação de pulso carotídeo em Lactente pode acarretar isquemia cerebral, portanto se verifica pulso carotídeo somente braquial ou femoral.

    2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

    3. EXAME FÍSICO DETALHADO

    4. TRANSPORTE

    5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

    6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

    Para avaliar o pulso do RN conte por 6 segundos e multiplique por 10.

    Forneça 40 a 60 insuflações por minuto no RN que necessite assistência ventilatória.

    Forneça O2 conforme P 604.

    Compressões torácicas em dupla são executadas com a técnica dos dois polegares mãos circundando o tórax, na razão de 3 compressões para 1 ventilação. Não ventile e comprima ao mesmo tempo, a menos que esteja com via aérea avançada.

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 43

    Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

    P 207 – DEA

    1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

    a. Indicações.

    i. PCR com ritmo chocável (FV – Fibrilação Ventricular e TVSP – Taquicardia Ventricular Sem Pulso);

    Traçado Eletrocardiógrafo da TVSP – Taquicardia Ventricular Sem Pulso

    (FONTE: http://www.medicinaintensiva.com.br/ecgpatologico.htm)

    Traçado Eletrocardiógrafo da FV - Fibrilação Ventricular

    (FONTE: http://www.medicinaintensiva.com.br/ecgpatologico.htm)

    ii. Adulto, Criança, Lactente e Neonato com as devidas pás específicas para cada paciente e atenuadores de corrente se possível ou pás de adultos para todos os pacientes se apenas estas estiverem disponíveis;

    b. Contraindicações.

    i. Paciente respirando, com pulso e ritmo sinusal normal;

    Traçado Eletrocardiógrafo do RSN – Ritmo Sinusal Normal)

    (FONTE: http://www.medicinaintensiva.com.br/ecgpatologico.htm)

    c. Potenciais efeitos adversos / complicações do uso.

    i. Queimadura na pele do paciente;

    ii. Desativação de marca-passo ou cardiodesfibrilador implantado (CDI);

    iii. Lesões no operador ou pessoas próximas em contato com o paciente;

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 44

    Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

    d. Precauções no uso do DEA.

    i. Afaste o paciente da água e de superfície molhada;

    ii. Antes de conectar as pás, sempre seque e limpe o local permitindo que o adesivo da pá cole perfeitamente;

    iii. Afaste as pás cerca de 2 a 2,5 cm de distância do marca-passo ou cardiodesfibrilador implantado (CDI);

    iv. Afaste as pás de local lesionado da pele;

    v. Retire adesivo de medicação transcutânea se houver, limpe e seque a superfície onde a pá será instalada;

    vi. Não movimente o paciente durante a utilização do DEA, devido aos artefatos de ruídos e à simulação de FV decorrentes do próprio movimento;

    vii. Não toque nem deixe ninguém tocar o paciente durante a análise do ritmo e a administração do choque;

    viii. Raspe os pelos do tórax do paciente, se necessário, nos locais onde serão colocadas as pás;

    ix. Evite operar o DEA próximo a celulares e rádios de comunicação (HT) ligados, linhas de trem e metrô, e linhas de alta voltagem;

    x. Retire, quando possível, correntes, adornos e assessórios metálicos do pescoço e mamilo do paciente antes de colocar as pás;

    xi. Não use o DEA concomitante com oximetria de pulso, aparelhos de pressão e equipamentos médicos em contato com o paciente sob monitoramento.

    Remova fontes de oxigênio e gases anéstesicos inflamáveis antes de

    executar a desfibrilação. Há risco de incêndio e de explosão!

    e. Conduta para utilização do DEA.

    i. Inicie RCP até que o DEA esteja disponível;

    1. Prepare o paciente, ligue o DEA, conecte as pás (continue a RCP). Quando do sinal de “analisando o ritmo cardíaco”, não toque no paciente e PARE a RCP

    2. Se choque indicado:

    Afaste todas as pessoas de perto do paciente

    Pressione o botão de choque ao vê-lo piscar

    Reinicie imediatamente a RCP pelas compressões

    A cada 2 minutos o DEA reinicia a avaliação

    3. Se choque não indicado

    Continue a RCP

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 45

    Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

    4. Se o SAV não está na cena, transporte para o HR nos seguintes casos:

    O pulso da vítima retorna

    Após a aplicação de 6 a 9 choques, separados por 2 minutos de RCP

    O DEA emite 3 mensagens consecutivas, separadas por 2 minutos de RCP, de que o choque não é indicado.

    ii. Posição das pás:

    As pás devem ser posicionadas de forma anterolateral, de forma que a onda elétrica atravesse o coração. Posições alternativas, porém, podem ser consideradas, com base nas características individuais do paciente, aceitando-se: anteroposterior, infraescapular anteroesquerda e infraescapular anterodireita.

    A RCP deverá ser realizada até que o DEA esteja em condições de ser

    utilizado, e que seja, o mais rápido possível.

    f. DEA e transporte.

    i. Se durante o transporte, o paciente entra em PCR dentro da UR, pare, desligue a viatura e adote os passos de RCP e de desfibrilação;

    ii. Se a UR estiver em deslocamento com RCP em andamento, não pare a viatura, nem cesse a RCP para o DEA analisar o ritmo e administrar o choque. Apenas mantenha as pás conectadas e aderidas;

    g. Situações especiais.

    i. Se durante a aplicação do DEA a bateria descarregar, continue a RCP e inicie deslocamento;

    Evite usar telefone celular próximo ao DEA. O alto nível de reação

    eletromagnética emitida pode resultar numa grande interferência prejudicando

    o funcionamento do DEA e colocando em risco o paciente.

    O DEA foi desenvolvido para aplicação em procedimentos de desfibrilação

    que possibilita estímulo elétrico ao coração podendo ser usado por qualquer

    pessoa em qualquer ambiente hospitalar ou extra-hospitalar, unidades de

    resgate aéreo ou terrestre, dando suporte avançado à vida.

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 46

    Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

    O DEA é um equipamento energizado internamente capaz de operar

    recebendo energia de uma fonte de alimentação elétrica interna. Não abra o

    equipamento. Não dê choques com as pás curto-circuitadas, pois o dispositivo

    de disparo pode danificar-se. O paciente deverá estar imóvel durante a análise.

    Não utilize as pás se o invólucro estiver violado.

    2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

    3. EXAME FÍSICO DETALHADO

    4. TRANSPORTE

    5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

    6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 47

    Módulo 200 – Suporte Básico de Vida Revisado em 15/01/2013

    TABELA DE ATENDIMENTO DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA

    PACIENTE 1 SOCORRISTA 2 SOCORRISTAS 3 SOCORRISTAS

    PR PCR PR PCR PR PCR

    Neonato (0 a 28 dias)

    1 x 3 x 20 3 x 1 x 30 1 x 3 x 20 3 x 1 x 30 1 x 3 x 20 3 x 1 x 30

    Lactente (29 dias a 1

    ano) 1 x 3 x 20 30 x 2 1 x 3 x 20 15 x 2 x 5 1 x 3 x 20 15 x 2 x 5

    Criança (1 a 8 ano)

    1 x 3 x 20 30 x 2 1 x 3 x 20 15 x 2 x 5 1 x 3 x 20 15 x 2 x 5

    Adulto (> 8 anos)

    1 x 5 x 10 30 x 2 1 x 5 x 10 30 x 2 x 5 1 x 5 x 10 30 x 2 x 5

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 48

    Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

    MÓDULO 300

    - Emergências Clínicas -

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 49

    Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

    P 301 – EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES

    1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

    a. Distúrbios cardiovasculares.

    i. Conjunto de doenças e condições que envolvem o coração (Cardin) e os vasos sanguíneos (vascular).

    2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

    a. Sinais e sintomas mais comuns.

    i. Dor no peito (retroesternal – centro – ou precordial – à esquerda);

    ii. Dor irradiando para braço esquerdo;

    iii. Dor irradiando para mandíbula;

    iv. Pressão ou desconforto no tórax;

    v. Pressão no abdômen, no pescoço ou nas costas;

    vi. Desconforto na região epigástrica;

    vii. Dificuldade respiratória (dispnéia);

    viii. Sudorese excessiva;

    ix. Pulso irregular ou fraco;

    x. Veias do pescoço dilatadas;

    xi. Náuseas;

    xii. Tontura;

    xiii. Fadiga;

    xiv. Vômito;

    xv. Desmaio;

    b. Fatores de risco não modificáveis (fixos).

    i. Idade avançada;

    ii. Raça;

    iii. Hereditariedade;

    iv. Sexo;

    c. Fatores de risco modificáveis.

    i. Hipertensão arterial;

    ii. Tabagismo;

    iii. Diabetes mellitus;

    iv. Colesterol alto

    v. Obesidade e sedentarismo;

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 50

    Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

    d. Fatores contribuintes.

    i. Estresse excessivo;

    ii. Ingestão de álcool e drogas;

    e. Fatores precipitantes (presente em cerca de 50% dos casos).

    i. Exercícios anormalmente vigorosos;

    ii. Estresse emocional grave;

    iii. Doenças graves;

    f. Conduta.

    i. Mantenha vias aéreas pérvias;

    ii. Previna o estado de choque;

    1. Forneça oxigênio conforme P 604

    2. Aqueça o paciente

    3. Afrouxe suas vestes

    4. Não permita que o paciente faça esforço físico – caminhe, fale muito etc

    iii. Forneça apoio emocional e acalme o paciente;

    iv. Monitore sinais vitais e o esforço respiratório e esteja preparado para RCP, se necessário;

    v. Se paciente estiver consciente, mantenha-o em posição de conforto (normalmente semi-reclinado ou sentado);

    vi. Se paciente estiver inconsciente, mantenha-o em posição supina, aqueça, forneça O2 conforme P 604, monitore sinais vitais e encaminhe rapidamente ao hospital.

    Atente para o relato de histórico médico e de uso de medicamentos. A

    coleta de dados e anamnese dirigida não deverá atrasar o transporte.

    No deslocamento para emergências cardiovasculares o socorrista já deve

    estar preparado para utilizar o DEA.

    Algumas situações especiais como hipotermia, afogamento, trauma,

    choques elétricos, descargas de raios e gravidez podem provocar uma parada

    cardíaca.

    3. EXAME FÍSICO DETALHADO

    4. TRANSPORTE

    a. Se o trânsito flui bem, desloque em Código 2 (faróis acesos, luzes de emergência ligadas, sirenes desligadas, conforme P 609). Em caso de trânsito congestionado, ou quando for valer-se das prioridades prevista

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 51

    Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

    no CTB, desloque em Código 3 (faróis acesos, luzes de emergência ligadas, sirenes ligadas).

    5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

    6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO

    a. O COBOM / CIAD e as SOU / SOF devem sempre notificar ao hospital de referência quanto à chegada de um paciente com possível doença cardiovascular.

    b. Colete e/ou documente todas as medicações de uso domiciliar e os repasse ao médico que o atender.

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 52

    Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

    P 302 – AVC / AVE

    Acidente Vascular Cerebral / Acidente Vascular Encefálico

    1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL

    2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO

    a. Sinais e sintomas mais comuns.

    i. Vertigem, confusão mental com perda visual parcial;

    ii. Forte dor de cabeça;

    iii. Forte dor de cabeça acompanhada de náuseas e vômitos;

    iv. Falta de coordenação, perda de força, fraqueza súbita;

    v. Diplopia: visão dupla e embaçada;

    vi. Afasia: dificuldade de completar palavras por som e por escrita;

    vii. Disartria: dificuldade na articulação da palavra;

    viii. Disfasia: alteração na linguagem e compreensão em qualquer de suas formas;

    ix. Hemiparesia: paralisia / enfraquecimento incompleto ou parcial (mais grave nas mãos e na face);

    x. Hemiplegia: paralisia de um lado do corpo;

    b. Outros sinais e sintomas encontrados.

    i. Ausência de movimento nos olhos, exceto nas pálpebras;

    ii. Ptose palpebral (queda da pálpebra);

    iii. Falta de ar e sudorese;

    iv. Nível alterado de responsividade;

    v. Anisocoria: diferença no tamanho das pupilas;

    vi. Amaurose: perda total da visão transitória;

    vii. Síncope, torpor, convulsão, coma (ECGlasgow

  • Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar 53

    Módulo 300 – Emergências Clínicas Revisado em 15/01/2013

    vi. Tabagismo;

    vii. Diabetes mellitus;

    viii. AIT - ataque isquêmico transitório (déficit neurológico);

    ix. Histórico de colesterol alto;

    x. Obesidade;

    xi. Sedentarismo;

    xii. Estresse excessivo;

    xiii. Dificuldade de coagulação;

    xiv. História de trauma craniano;

    xv. Cirurgias recentes;

    xvi. Uso de anticoncepcionais;

    xvii. Uso de drogas (cocaína /