Instruções aos Autores de Contribuições para o...
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2525-8826
Prof. Dr. Ricardo Soares Bôaventura
Prof. Me. Bruno Roberto Martins Arantes
Profa. Dra. Luciana Araújo Valle de Resende
Profa. Me. Luciana Coelho Gomes
Prof. Dr. Will Roger Pereira
2
Anais da Mostra de Trab. do IFTM – Campus Uberl. Centro, Uberlândia, v. 2, p. 1-142 out. 2017
Anais da Mostra de Trabalhos do IFTM – Campus Uberlândia Centro
2017
MOSTRA DE TRABALHOS DO IFTM –
CAMPUS UBERLÂNDIA CENTRO
2017
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Anais da Mostra de Trabalhos do IFTM – Campus Uberlândia Centro
2017
Anais da Mostra de Trabalhos do IFTM – Campus
Uberlândia Centro
UBERLÂNDIA, MG, BRASIL
24 DE OUTUBRO 2017
ORGANIZADO POR
IFTM – Campus Uberlândia Centro
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Uberlândia Centro. Por favor contactar [email protected].
Organizado por:
Prof. Dr. Ricardo Soares Bôaventura
Prof. Me. Bruno Roberto Martins Arantes
Profa. Dra. Luciana Araújo Valle de Resende
Profa. Me. Luciana Coelho Gomes
Prof. Dr. Will Roger Pereira
Comitê Científico:
Prof. Me. Marcelo Dias de Almeida
Prof. Esp. André Luís Oliveira
Prof. Dr. André Souza Lemos
Profa. Esp. Danielle Cristina Silva
Prof. Me. Héberly Fernandes Braga
Profa. Me. Karina Estela Costa
Profa. Dra. Lísia Moreira Cruz
Profa. Me. Luciana Coelho Gomes
Profa. Dra. Marilda Resende de Melo
Capa
Alexandre Miranda Machado
Alvaro Tavares Latado
Vinicius Carvalho Cazarotti
Profa Dra. Gyzely Suely Lima
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SUMÁRIO
Apresentação ....................................................................................................... 8
Modalidade de Extensão..................................................................................... 10
A Mobilidade Internacional e suas perspectivas econômicas .........................
Mísia Rodrigues de Castro, Juliana Vilela Alves Pacheco
11
Oficina Literária .................................................................................................
Gabriela Barcelos Vitorino, Hagata Eduarda Rodrigues de Oliveira, Luciana
Coelho Gomes
15
Um estudo de gênero: ângulos, dimensões e intersecções ................................
Antônio Teixeira Junqueira Neto, Marcela Macedo Silveira, Werusca Marques
Virote de Sousa Pinto, Daniela Portes Leal
18
A Matemática em Todos os Cantos da Ciência: Um estudo filosófico
comparativo sobre as áreas do conhecimento ..................................................
Isabella Araujo Dias Damaceno, Julia Pires Cabral, Marina Oliveira Lopes,
Márcio Bonesso
24
Reforma do ensino médio: um currículo novo para uma velha escola ..........
Talisrander T. Santos, Ricardo Cássio Alves, Ludymilla C. V. de Oliveira, Elisa
A. Ribeiro
28
Modalidade de Ensino ........................................................................................ 34
IFMark: a criação de um jogo de empresas .....................................................
Eliabe Martins da Conceição, Jéssyca Alves Martins, Letícia de Oliveira
Pacheco, Eloane Pires Gomes, Bruno Roberto Martins Arantes
35
Conexões com a Matemática: A Sequência de Fibonacci e o Número de
Ouro .....................................................................................................................
Arthur L. Silva, Anna Clara P. Vale, Izabela S. Santos, Marilda R. Melo,
Robson H. Rosa
40
A Música Impactando o Conhecimento no Ensino de Física ..........................
João Marcos Pereira Prado, Mateus Flausino de Araújo, Marcus Vinicius
Oliveira Nunes, Robson Humberto Rosa
44
A Física nas Artes Marciais Integrando o Conhecimento ...............................
Bruno Mundim Franco R. Gonçalves, Marco Antônio Batista de Souza, Amauri
Pietropaolo T. Júnior, Robson Humberto Rosa
47
Filosofia contratualista em foco: uma exposição didática ...............................
Alanna de S. Alves, Ana Laura M. Alves, Anthonny R. Souza, Guilherme D.
Aguiar Isabella A. D. Damaceno, Mariana O. Lopes, Márcio Bonesso
50
A Física a Arte e o Marketing na Teoria Geral das Cores ..............................
Joviane Calixto S. Souza, Leonardo Silva Teixeira, Loredana Romano Devico,
Dickson Duarte Pires, Poliana Poliana Cristina O. C. Diniz, Robson H. Rosa
54
Curta-metragem "lIFe" .....................................................................................
Augusto Silva Garcia (professor orientador), Daniel Tomaz Santos de
Medeiros, Isabella Araujo Dias Damaceno, João Pedro Ferreira Theodoro,
57
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Loredana Romano Devico, Nathalia Martins Pessoa, Tiago Oliveira Spironello
IFsseia: a Criação de um Roteiro Artístico Teatral a Partir da Obra
Clássica de Homero .............................................................................................
Clarice Regina da S. Santos, Daniele Aya T. Yoshii, Lísia Moreira Cruz,
Marcio Bonesso
61
Modalidade de Pesquisa ..................................................................................... 65
Um Relato de Caso no atendimento Educacional Especializado: Contagem,
numeração e desenvolvimento pessoal ..............................................................
Hutson Roger Silva, Ângela Maria Volpi, Maria Tereza Menezes Freitas
66
Investigação e Modelagem Matemática ...........................................................
Hutson Roger Silva, Arlindo José de Sousa Junior
70
Influência da marca na mente do consumidor: um estudo da influência dos
grupos de referência no processo de decisão de compra .................................
Daniel Eloi Gomes, Poliana Cristina de Oliveira Cristo Diniz
74
A Influência das Mídias Sociais nas Discussões de Marketing Político:
Uma Análise de Conteúdo dos Processos de Impeachment no Brasil ............
Ana Flávia M. de Lima, Poliana Cristina de O. C. Diniz
78
Análise da Inserção de mm Mercado de Vizinhança no Meio Digital: Um
estudo em um Bairro de Classe Média alta da cidade de Uberlândia ............
Tacília Cristina de Almeida; Poliana Cristina de Oliveira Cristo Diniz
84
Aplicação da Metodologia para Comparação de desempenho de algoritmos
em Ambientes Virtuais .......................................................................................
João Ferreira Neto, Ricardo Soares Bôaventura
88
A trajetória da expansão da Educação Técnica e Profissional no Brasil:
cenários em disputa ............................................................................................
Benedito Elias Ferreira, Luzia Bragato Vieira, Rafael Fiuza Silva, Elisa Antônia
Ribeiro
92
As relações de amor na música sertaneja da década de 1970 .........................
Márcio Bonesso, Eloah Leite Dalaglio, Maria Eduarda Pádua Porto, Elisa
Macedo de Campos, Clarice Regina da Silva Santos
98
Amor de Princesa: um estudo semiótico sobre os relacionamentos
amorosos nos filmes infantis ..............................................................................
Juliana Sousa Lobo, Márcio Bonesso
101
Show Opinião: Representações da Resistência Democrática ao Golpe Civil
e Militar de 1964 no Brasil. ................................................................................
Sírley Cristina Oliveira
105
A Verticalização do ensino nos Institutos Federais: uma bordagem a partir
da percepção do trabalho docente no Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro Campus Uberlândia Centro.....
Danielle Cristina Silva, Felipe Augusto G. O. Pereira
109
História, Memória e Política no Teatro Brasileiro: a Dramaturgia de Jorge
Andrade ...............................................................................................................
Rafaela Paula Cruz, Sírley Cristina Oliveira
113
O Corpo Feminino na Mídia: Uma análise em revistas online voltadas
para adolescentes ................................................................................................
Ana Laura M. Alves, Mariana O. Lopes, Karina Estela Costa
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As percepções dos professores do IFTM sobre a educação tecnológica: uma
análise sobre as novas mídias sociais na educação infantil .............................
Isabella Araujo Dias Damaceno, Marcio Bonesso
121
Ensino Híbrido: Um Diálogo com Realidade Social e Cultural da
Educação Brasileira? ..........................................................................................
Kellen Cristina Gonçalves, Sírley Cristina Oliveira
126
Compreendendo a Plataforma Pais e Filhos do IFTM: um estudo sobre a
aproximação pais e filhos por meio das TICs ..................................................
Danielle Cristina Silva, Fabíola Nogueira Leal, Lara Kuhn
129
Como as Atividades Pedagógicas Podem Utilizar Software Multimídia .......
Roberto Eugenio dos Santos, Walteno Martins Parreira Júnior, Ricardo Soares
Bôaventura
133
Regressão Linear Multivariada de uma Série de Análogos de Chalcona
com Potencial Atividade Antimalárica .............................................................
Luiz F. Motta
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APRESENTAÇÃO
Prof. Dr. Ricardo Soares Bôaventura
Coordenador de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação IFTM
Campus Uberlândia Centro
Portaria nº 1133/2014
O Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia Centro tem como missão
ofertar a Educação Profissional e Tecnológica por meio do Ensino, Pesquisa e Extensão
promovendo o desenvolvimento na perspectiva de uma sociedade inclusiva e democrática.
Em concomitância, o Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia Centro
busca ser referência regional pela qualidade de seus cursos, relevância de sua produção
científica e mérito de suas atividades na formação de profissionais competentes e
comprometidos com a comunidade a que pertencem. Atualmente o Instituto Federal do
Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia Centro possui 10 cursos esses pertencentes ao
ensino técnico, superior e pós-graduação. Todos esses cursos produzem pesquisa tanto na
parte de projetos de extensão e pesquisa ou na forma te trabalhos de área de ensino.
A mostra de trabalho está na sua terceira edição e vem consolidando todos os trabalhos
que estão sendo desenvolvidos no âmbito do Campus. A mostra visa apresentar para a
comunidade interna e externa projetos desenvolvidos nas áreas de conhecimento de ciências
extas e da terra, ciências biológicas, engenharias, ciências sociais aplicadas, ciências
humanas, linguísticas letras e artes, dentre outras.
Vale destacar que o processo de organização da Mostra de Trabalhos iniciou-se com a
idealização do evento relacionado à temática da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia –
2017, “A matemática está em tudo”, pela comissão organizadora que estabeleceu duas frentes
de trabalho caracterizadas pelos comitês científico e de avaliação. Nesse sentido, houve a
chamada de submissão de trabalhos, a emissão de pareceres dos resumos expandidos
inscritos, o levantamento de professores avaliadores para o momento de apresentação dos
trabalhos científicos durante o evento e, finalmente, a elaboração e publicação destes anais.
Conforme o leitor pode identificar no sumário, os anais consistem em uma coletânea
multidisciplinar de estudos relacionados às três modalidades: extensão, ensino e pesquisa. De
acordo com os títulos percebemos a relação próxima estabelecida entre a área de Informática
e os campos do Marketing e da Logística como nos estudos: Influência da marca na mente do
consumidor: um estudo da influência dos grupos de referência no processo de decisão de
compra; A Influência das Mídias Sociais nas Discussões de Marketing Político: Uma Análise
de Conteúdo dos Processos de Impeachment no Brasil; Análise da Inserção de mm Mercado
de Vizinhança no Meio Digital: Um estudo em um Bairro de Classe Média alta da cidade de
Uberlândia; Compreendendo a Plataforma Pais e Filhos do IFTM: um estudo sobre a
aproximação pais e filhos por meio das TICs; e Aplicação da Metodologia para Comparação
de desempenho de algoritmos em Ambientes Virtuais; IFMark: a criação de um jogo de
empresas.
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Outros trabalhos destacaram a preocupação em investigar assuntos pertinentes à formação
humana e profissional em instituições de ensino, tais como: A Verticalização do ensino nos
Institutos Federais: uma bordagem a partir da percepção do trabalho docente no Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro Campus Uberlândia Centro;
A trajetória da expansão da Educação Técnica e Profissional no Brasil: cenários em disputa;
As percepções dos professores do IFTM sobre a educação tecnológica: uma análise sobre as
novas mídias sociais na educação infantil;
Finalmente, destacamos os estudos que registram os estudos relacionados a outras
temática como: As relações de amor na música sertaneja da década de 1970; Show Opinião:
Representações da Resistência Democrática ao Golpe Civil e Militar de 1964 no Brasil;
Regressão Linear Multivariada de uma Série de Análogos de Chalcona com Potencial
Atividade Antimalárica; História, Memória e Política no Teatro Brasileiro: a Dramaturgia de
Jorge Andrade; Ensino Híbrido: Um Diálogo com Realidade Social e Cultural da Educação
Brasileira?; A Mobilidade Internacional e suas perspectivas econômicas; Oficina Literária;
Um estudo de gênero: ângulos, dimensões e intersecções; A Matemática em Todos os Cantos
da Ciência: Um estudo filosófico comparativo sobre as áreas do conhecimento; Reforma do
ensino médio: um currículo novo para uma velha escola; Conexões com a Matemática: A
Sequência de Fibonacci e o Número de Ouro; A Música Impactando o Conhecimento no
Ensino de Física; A Física nas Artes Marciais Integrando o Conhecimento, Filosofia
contratualista em foco: uma exposição didática; A Física a Arte e o Marketing na Teoria
Geral das Cores; Curta-metragem "lIFe"; e IFsseia: a Criação de um Roteiro Artístico Teatral
a Partir da Obra Clássica de Homero.
Agradeço imensamente a todos os membros da comissão organizadora da Semana
Nacional de Ciência e Tecnologia, por ter acreditado e apoiado o desenvolvimento da mostra.
Convido os demais para prestigiar com a leitura dos trabalhos apresentados na forma de
artigo.
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A Mobilidade Internacional e suas perspectivas econômicas
Mísia Rodrigues de Castro1, Juliana Vilela Alves Pacheco
2
1Pós-Graduanda em Gestão de Negócios Instituto Federal do Triângulo Mineiro
(IFTM) – Uberlândia, MG – Brasil
2Profa. Ms. em Linguística Universidade Federal de Uberlândia (UFU) – Uberlândia,
MG – Brasil
{misia, juliana} [email protected],
Abstract. The objective of this study is to elucidate the present perspectives of the
economic environment present in the Colombian capital, and have been perceived
through experiences provided by the Cultural Exchange carried out through the
International Mobility Program published by the Federal Institute of the Triângulo
Mineiro (IFTM) in 2016. Given this, it is possible to present in a simplified way
some characteristics oriented to the mentioned scenario in comparison with current
criteria.
Resumo. O presente objeto de estudo tem como finalidade elucidar e expor
perspectivas do âmbito econômico presentes na capital Colombiana, tendo sido
percebidas por intermédio de experiências proporcionadas pelo Intercâmbio
Cultural realizado por meio do Programa de mobilidade internacional publicado
pelo Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) em 2016. Posto isso, pode-se
apresentar de modo simplificado algumas características voltadas para o
mencionado cenário em comparação com critérios da atualidade.
1. Introdução
A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia tem como finalidade predominante contribuir
para a expansão da interação entre a Ciência e a Tecnologia por meio dos cidadãos que
compõem a comunidade interna e externa.
Posto isso, vale destacar que será compartilhado o relato de experiência decorrente do
Intercâmbio Cultural atrelado a um sintetizado comparativo econômico que possui
parâmetros e especificações baseadas nos cenários de 2016 e 2017, interagindo-se assim, ao
tema 2017 “A matemática está em tudo”, com diferenciais pautados em pontos de vistas
interculturais.
2. Objetivo
O objetivo geral do presente objeto de estudo é relatar a percepção do cenário econômico de
Bogotá por meio da experiência vivenciada no Intercâmbio Cultural realizado.
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3. Desenvolvimento
3.1 Programa de Mobilidade Internacional
Em meados de setembro de 2016, o Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) publicou
o edital 01/2016 referente ao Programa de Mobilidade Internacional com o intuito de
propiciar aos candidatos selecionados a oportunidade de realizar o Intercâmbio Cultural
idealizado pelo Projeto Centro de Idiomas Intercultural, em concordância com as definições
previstas no edital em referência.
Por conseguinte, foram ofertadas nove vagas com bolsas, e nove vagas sem bolsas
para os respectivos Campi, sendo: Campina Verde, Ituiutaba, Uberaba, Uberaba Parque
Tecnológico, Uberlândia, Uberlândia Centro, Patos de Minas, Paracatu e Patrocínio.
O processo classificatório dos candidatos inscritos teve duração média de 45 dias, e a
seleção se deu mediante especificações contidas no edital, que em síntese ponderou: Critérios
básicos da Instituição voltados para o âmbito acadêmico, Avaliação de conhecimentos de
Língua Espanhola (ACE), Coeficiente de rendimento acadêmico, Critérios Avaliativos
Socioeconômicos, dentre outros.
Por fim, os candidatos selecionados foram contemplados para participar da edição
2016, com a seguinte temática: “A magia da Colômbia de Gabriel García Márquez”. Por fim,
é relevante destacar que o Intercâmbio Cultural teve duração de 02 (duas) semanas (de 02 de
dezembro a 18 de dezembro de 2016).
3.2 Intercâmbio Intercultural
Uma vez que os intercambistas desenvolveram competências de aprendizagem por meio da
integração entre aspectos culturais e práticas educativas, é pertinente destacar, por exemplo, o
quanto teve relevância o aprendizado obtido por meio das disciplinas lecionadas no Instituto
de Cultura Brasil Colômbia (IBRACO).
O IBRACO é o único Instituto da Colômbia respaldado pelo governo brasileiro, e
possui um acervo enorme com uma diversidade ampla de obras brasileiras, uma vez que a
Instituição possui a única biblioteca especializada em português do país, e, por fim, é o maior
aplicador mundial de Testes de língua portuguesa (Celpe-Bras), com índice de aprovação de
97% (IBRACO, 2017).
Dentre as disciplinas mencionadas anteriormente, é relevante destacá-las considerando
as seguintes especificações:
História (Contextualização de 1810 - 2016);
Geografia (Hidrografia, biodiversidade, demografia e regiões);
Literatura (Autores renomados com suas respectivas obras);
Dança (Bambuco, cumbia, joropo, e salsa); e
Gastronomia (Aspectos culturais).
Para Forattini (1997), a internacionalidade rima com globalidade, portanto, é possível
iniciar comparativos por meio de análises criadas a partir das disciplinas exploradas, bem
como, experiências vivenciadas no intercâmbio como um todo e perspectivas econômicas
associadas à globalização.
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3.3 Perspectivas Econômicas Interculturais
A economia em uma visão macro possui diretrizes voltadas para distribuição e coordenação
de recursos voltados para controle, moderação, acompanhamento e desempenho de estruturas
de bens e serviços, sendo assim, é relevante destacar alguns aspectos inseridos nesse contexto
(BAER, 2003).
Por conseguinte, de acordo com Lastres e Albagli (1999), pode-se analisar a
aceleração do processo de globalização e perceber que suas diretivas vão além do processo de
internacionalização da economia uma vez que envolve a interpenetração da atividade
econômica e das economias nacionais em nível global, sendo assim, é perceptível a
importância de se explorar esse ambiente em questão.
Nesse contexto, conforme Hinkelammer (2007) é necessário analisar os efeitos e os
riscos que surgem a partir da globalização e das expectativas atreladas á aspectos
internacionais e nacionais em um comparativo econômico simplificado.
É relevante destacar alguns índices em relação à Colômbia, considerando que o país é
a 53º maior economia de exportação no mundo e na economia mais complexa 58º acordo com
o Índice de Complexidade Econômico (ICE), conforme Atlas (2015).
Por conseguinte, é pertinente destacar:
Figura 1. Consolidação Econômica (Visão Geral)
F
i
g
u
r
a
2
. Consolidação Econômica (Comércio)
Mediante esse contexto, é possível constatar que a economia colombiana vem
sofrendo alterações ao longo dos últimos anos com embasamento em seus índices, tais como:
PIB, exportações, importações, balança comercial, turismo, dentre outros. Nesse cenário é
possível perceber os impactos que podem ser ocasionados para os cidadãos englobando
aspectos financeiros, socioeconômicos e culturais.
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5. Considerações Finais
É pertinente mencionar que as circunstâncias econômicas vislumbradas em especificidade no
município de Bogotá (Colômbia) em um curto período de tempo, foram suficientes e de
grande significância para criar uma ótica de comparação com o Brasil, possibilitando assim,
desenvolvimento de percepções voltadas para a competitividade mundial, solidez na
economia, finanças públicas, parâmetros socioculturais, e aspectos interculturais que
impactam diretamente os indivíduos que compõem a sociedade mundial com suas respectivas
peculiaridades.
Abrangendo esse contexto, é possível constatar que perspectivas econômicas estão
inseridas de modo relevante na atualidade em âmbitos sociais, ambientais, financeiros,
mercadológicos, tecnológicos, culturais, dentre outros. Sendo assim, o intercâmbio
possibilitou uma visão macro de características voltadas para o mencionado cenário em
comparação com critérios atuais inseridos diretamente na globalização.
De acordo com Baer (2003), o modelo de economia ideal está associado ao
crescimento atrelado à desenvolvimento social, portanto, tanto para o Brasil como para
Colômbia, é necessário haverem melhorias contínuas em processos, produtos e serviços para
obtenção de solidez econômica.
Para finalizar, o Intercâmbio Cultural proporcionado pelo Instituto Federal do
Triângulo Mineiro (IFTM) possibilitou a disseminação do ensino-aprendizagem interpondo
fronteiras internacionais, devendo ser caracterizado como item elementar e resultante do
presente objeto de estudo que contempla a Mobilidade Internacional e suas perspectivas
econômicas, de modo simplificado, inferidas no espaço de oportunidades do âmbito
educacional, cultural e tecnológico.
Referências
BAER, Werner. A economia brasileira. 2. ed. São Paulo: Nobel, 2003.
FORATTINI, Oswaldo Paulo. A internacionalidade da ciência: the international nature of
science. Saúde Pública, São Paulo, v. 31, n. 5, p.1, 01 jul. 1997.
HINKELAMMER, Franz. A globalidade da terra e a estratégia da globalização. 2007. 16
f. TCC (Graduação) - Curso de Economia, Universidade Livre de Berlim, Buenos Aires,
2007.
IBRACO. Ibraco. Disponível em: <http://www.ibraco.co/index.php/ibraco>. Acesso em: 31
ago. 2017.
LASTRES, Helena Maria Martins; ALBAGLI, Sarita. Informação e globalização na era do
conhecimento. Rio de Janeiro: Abdr Afiliada, 1999.
OEC.Atlas. Disponível em: <http://atlas.media.mit.edu/pt/profile/country/col/>. Acesso em:
31 ago. 2015.
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Oficina Literária
Gabriela Barcelos Vitorino1, Hagata Eduarda Rodrigues de Oliveira
1, Luciana Coelho
Gomes1
1Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM)
Uberlândia – MG – Brasil
[email protected], [email protected],
Abstract. Nowadays, the increasing appreciation of individuals' ability to express
themselves through writing is perceived, which is often a criterion for evaluation in
contests. It is noteworthy, in relation to textual practice, the lack of incentive to,
based on the basic knowledge of textual genres, to stimulate the development of the
skills of beginning writers. The aim of this project is to work on the theory of
narrative literary genres - with a primary focus on short stories, novels and novels -
and to provide the practice of producing such texts. The work, partially developed,
is carried out through study workshops, debates and practice, and we hope to
contribute to the quest for the institutional objectives of IFTM, which is "an
institution of excellence in professional and technological education, boosting
technological development, scientific, humanistic, environmental, social and
cultural, in line with the regionalities in which it is inserted ", in this context, this
project has important importance, since it operates in the social and cultural scope
providing the diffusion of knowledge of the textual genres, helping in the
development of skills in production of texts by beginning writers, contributing, also,
to the more complete formation of its students.
Resumo. Atualmente, percebe-se a valorização crescente da capacidade dos
indivíduos de se expressar por meio da escrita, o que é, muitas vezes, um critério de
avaliação em concursos. Nota-se, em relação à prática textual, a ausência de
incentivo para, a partir do conhecimento básico dos gêneros textuais, estimular o
desenvolvimento das habilidades de escritores iniciantes. Busca-se, nesse projeto,
trabalhar a teoria dos gêneros literários narrativos , com foco principal nos contos,
novelas e romances e proporcionar a prática da produção de tais textos. O
trabalho, desenvolvido parcialmente, é realizado por meio de oficinas de estudo,
debates e prática, e espera-se contribuir com a busca pelos objetivos institucionais
do IFTM que prima por “ser uma instituição de excelência na educação
profissional e tecnológica, impulsionando o desenvolvimento tecnológico,
científico, humanístico, ambiental, social e cultural, alinhado às regionalidades em
que está inserido”, nesse contexto, este projeto possui relevada importância, pois
atua no âmbito social e cultural proporcionando a difusão de conhecimentos dos
gêneros textuais, ajudando no desenvolvimento de habilidades na produção de
textos de escritores iniciantes, contribuindo, também, para a formação mais
completa de seus educandos.
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1. Introdução
Boa parte dos alunos do ensino médio, e mesmo de outros níveis, apresentam dificuldade em
alinhar o ensino/aprendizado teórico com a prática desse conhecimento. Ou seja, percebe-se
uma dissociação entre teoria e prática, observável em várias áreas do conhecimento, inclusive
no ensino da língua portuguesa, em especial no ensino da literatura que, muitas vezes, não
estimula a prática da escrita literária por parte de seus estudantes. É possível o uso de
estratégias para tentar suprir essa lacuna, e uma estratégia bastante funcional é o
desenvolvimento de oficinas temáticas. A oficina revela-se um instrumento adequado, pois é
um ambiente que permite a reflexão e ação, contribuindo para a superação da dicotomia entre
a teoria e a prática.
Em relação ao ensino sobre os gêneros literários, nem sempre é tarefa fácil, para o
professor, definir de maneira clara os diferentes gêneros literários e levar o aluno a conhecer
diferenças que, às vezes, são percebidas apenas por nuances textuais, já que os textos se
afinam com determinadas “famílias textuais” e apresentam muitos elementos em comum, o
que dificulta sua classificação.
É preciso, para um conhecimento mais apurado em relação aos gêneros literários, que
se observe o texto em aspectos que podem indicar a sua configuração genérica. Aspectos
como enredo, tempo, pluralidade temática, personagens, conflitos, espaço, linguagem, entre
tantos, servem como elementos indicativos para definição de gênero, nos indica SAVIOLI.
Esses aspectos são muito importantes para a definição dos gêneros em estudo nessa proposta
de trabalho: o conto, a novela, o romance.
Uma conceituação inicial, e de conhecimento comum, é relativa, por exemplo, à
extensão que os textos podem apresentar. Por essa característica, o conto seria uma narrativa
curta, a novela seria um pouco mais extensa que o conto e o romance a narrativa mais longa
das três. Assim, segundo PEREZ, narrativas como Vidas Secas, de Graciliano Ramos, seria
uma novela, embora muitos o considerem um romance.
Como se percebe, essa característica trata mais de aspectos estruturais gráficos, e é
insuficiente para uma classificação segura. Vale mais considerar outros elementos presentes
na narrativa para sua conceituação. Segundo Cortázar (1974), um conto é, antes mesmo de
sua extensão, uma narrativa tensa, intensa, condensada, é o registro de um momento, como
uma fotografia e prende o leitor em ansiosa expectativa. O romance, segundo esse teórico
funciona mais como um filme que o leitor pode ir seguindo e desvendando aos poucos, sem o
choque que o conto deve provocar.
São muitos os aspectos formais a serem considerados na análise dos gêneros literários,
e nesse projeto buscaremos o estudo desse tema e será observada a sua aplicação prática nas
oficinas que serão ministradas.
2. Metodologia
O trabalho proposto neste projeto está em andamento e sendo executado de acordo com o
planejamento feito em etapas previamente definidas. A primeira etapa foi dedicada ao
planejamento do trabalho, o que exigiu a busca por textos teóricos, e a sondagem sobre o
interesse no trabalho proposto.
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A segunda etapa estabeleceu um roteiro de atividades, especificando os textos teóricos
a serem estudados e discutidos em cada oficina, bem como a definição das expectativas em
relação à prática textual a ser trabalhada.
Em seguida, foi feita a formalização do projeto junto à coordenação de ensino,
pesquisa e extensão. Por fim, procedeu-se à reserva do espaço físico para a ministração das
oficinas e foi criado o material de divulgação e de inscrição para as oficinas. Utilizou-se a
ferramenta “evento”, na plataforma “Facebook” como principal meio de divulgação e
disponibilização das informações.
A terceira etapa consistiu na elaboração de um cronograma para a execução das
oficinas: oficina de conto, realizada no dia 22/09/2017, sexta-feira, às 14 horas; oficina de
novela, agendada para o dia 29/09, sexta-feira, às 14 horas; e a oficina de romance, realizada
no dia 20/10, sexta-feira.
Após a realização de todas as oficinas, serão publicados os textos produzidos pelos
participantes na revista online Cultiva, sob responsabilidade dos alunos do IFTM-Campus
Uberlândia Centro.
3. Análise e discussão dos resultados
Percebe-se, ao longo das oficinas, que os estudantes produziram contos com uma ótima
estrutura, simultaneamente com uma narrativa cada vez mais criativa. Além disso, os
estudantes desenvolveram narrativas mais longas do que de costume.
Espera-se que as oficinas contribuam para a formação dos estudantes, incentivando-os
a produzir textos narrativos, bem como dar a oportunidade de divulgação e reconhecimento
de suas produções.
4. Conclusões
Considerando que o trabalho está em fase de execução, tecer conclusões neste
momento poderia ser precipitado. No entanto, pelo que já foi desenvolvido, consideramos que
o trabalho com oficinas temáticas e práticas realmente contribuiu, até agora, no
aprimoramento do conhecimento e possibilitou a prática na escrita de interessantes textos
literários.
Além disso, o trabalho aqui proposto e desenvolvido mostra que oferecer
oportunidades de acesso a um saber mais significativo e de qualidade está consoante com o
que se espera para a educação atual, extrapolando os limites da abordagem simples dos
conteúdos curriculares.
Referências
CORTÁZAR, J. O conto. O contista. In.: Valise de Cronópio. São Paulo: Perspectiva, 1974
PEREZ, L.C.A. Gêneros literários. Disponível em: portugues.uol.com.br/literatura
SAVIOLI, F.P.; FIORIN, J.L. Lições de texto, leitura e redação. São Paulo: Ática, 1996.
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Um estudo de gênero: ângulos, dimensões e intersecções
Antônio Teixeira Junqueira Neto ¹, Marcela Macedo Silveira1, Werusca Marques Virote
de Sousa Pinto1, Daniela Portes Leal
1
4 Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM)
R. Blanche Galassi, 150 - 38411-104 - Morada da Colina, Uberlândia, MG, Brasil
[email protected] , [email protected] , [email protected],
Resumo. A evolução da ciência levou ao cientificismo, à crença de que a
mesma deveria ser a resposta para todos os questionamentos. Atualmente, o
conceito de ciência busca articular diversas conhecimentos para produzir
novos saberes. Dessa forma, este estudo procura explicar as relações de
gênero utilizando o plano cartesiano como metáfora. Trata-se de um estudo
qualitativo em que os eixos do plano cartesiano figuram como possibilidades
de gênero. Como resultados foram relacionadas pesquisas acerca do plano
cartesiano e da evolução da teoria de gênero que elucidam possibilidades que
vão além do binarismo. Pôde-se perceber a coexistência de diversos eixos num
mesmo plano o que remete à diversidade de gêneros presente na sociedade
atual, abrindo oportunidades para a ampliação dessa discussão.
Abstract. Science evolution caused the scientism, in other words, it is a belief
in the fact of science could be the answer to all of the questions. Today, the
science conception try to articulate many knowledges to produce new ones.
Thus, this study looks for explain the gender relationships using the cartesian
plane like a metaphor. It is a qualitative study whereupon the cartesian axes
appear like gender possibilities. The results of it brought searches related to
the cartesian plane and the gender theory evolution that elucidate possibilities
existing besides the binarism. It was understood that the coexistence between
many cartesian axes in this same plane, what refers to the gender diversity
present in the modern society, bringing opportunities to expand this discussion
1. Introdução
"Uma teoria científica é um modelo matemático que descreve e
codifica as observações que fazemos. Assim, uma boa teoria deverá
descrever uma vasta série de fenômenos com base em alguns
postulados simples como também deverá ser capaz de fazer previsões
claras as quais poderão ser testadas." Karl Popper
Na ciência, “saber” significa exercitar a curiosidade, observar e coletar informação
suficiente para identificar, distinguir e descrever as diferentes características da realidade da
forma mais verdadeira. Os primórdios da ciência são marcados pelas primeiras observações
dos homens primitivos, antes de Cristo. Surge através da curiosidade do homem em descobrir
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além do senso comum. No desenvolvimento da ciência, as inovações técnicas por cada
cultura para satisfazer suas necessidades foram fatores decisivos para este desenvolvimento.
A cada mudança houve um grande empenho em justificar teórica e empiricamente
concepções políticas e sociais, além de conflitos da ciência entre religião e ciência entre ética,
o que influenciou em vários pensamentos e decisões ao longo da história (KUHN, 1962).
As aplicações técnicas do conhecimento científico produziram um período de
progresso material acelerado, o que culminou no cientificismo, a crença de que tudo poderia
ser explicado pela ciência, que deveria ser colocada acima de todos os outros modos do saber.
Com isso, no lugar de Deus e suas religiões, puseram a verdade e a capacidade racional como
seus dogmas.
Neste mesmo sentido, as questões de gênero também sofreram mudanças em seu
conceito durante a história. Inicialmente, estas eram abordadas de forma paralela ao sexo
biológico dos indivíduos, isto é, os registros de gêneros se ligavam, apenas, ao masculino e ao
feminino. Ainda assim, os estudos acerca das relações de gênero, termo, até então,
inexistente, focados no período da pré-história, são de suma importância na formulação das
principais teorias sobre o tema proposto (KUHN, 1962).
Desta forma, em 1935, através da obra “Sexo e temperamento em três sociedades
primitivas”, Mead, antropóloga norte-americana e representante do culturalismo, segmento da
antropologia que visa a descrição da sociedade sob a perspectiva da antropologia e
psicanálise, realiza um estudo em três sociedades da Nova Guiné: Arapesh, Mundugumor e
Tchambuli. A partir deste, a mesma analisa os papéis sexuais, tomando como base os
padrões, considerados por ela, norte-americanos, nos quais se destacam, geralmente,
temperamento dócil, maternal, cooperativo e não agressivo, relacionado à feminilidade e
aspectos opostos voltados à masculinidade. Através do estudo destas sociedades, então, Mead
observa que os comportamentos ditos masculinos e femininos na sua sociedade estão
passíveis de alteração em outras culturas, concluindo que, “a natureza humana é quase
incrivelmente maleável, respondendo acurada e diferentemente a condições culturais
contrastantes” (LEOPOLDI, 2004, p.228)
De maneira análoga, Butler em 1956, filósofa norte-americana cujos estudos são
voltados à temas como gênero e feminismo, busca propor, assim como Mead, que o gênero
não está ligado à biologia definida dos sexos, e sim à uma performance ou ato performativo.
Para tanto, utiliza como pilar o estudo de Michel Foucault (1926-1984), filósofo francês que
construiu uma teoria baseada nos pensamentos propostos por Marcel Mauss em seu texto “As
técnicas do corpo”, onde enfatiza que a cultura treina o corpo em seus mínimos detalhes, ou
seja, ela influencia desde os trejeitos corporais até os movimentos e a postura. Foucault foi,
então, o precursor de uma crítica à ciência, principalmente após o aparecimento do conceito
de gênero na mesma, por volta da década de 1950 (GUADALUPE, 2010).
Neste sentido, o autor defende que absolutamente nada existe anteriormente ou
externamente ao discurso humano, isto é, não existe uma “natureza natural” ou uma realidade
anterior ao homem. Assim, quando há o reconhecimento de certo elemento na sociedade, ele
passa a ser de interpretação comum. Com isso, Michel Foucault é responsável por uma das
principais críticas à ciência, em que a medicina seria o poder que controla os indivíduos, pois,
se alguma teoria é definida e comprovada pela comunidade científica, esta passa a ser aceita
por toda uma gama social em que está inserida. Portanto, a medicina seria, segundo o
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filósofo, “um saber institucionalizado que implica em um controle dos corpos dos indivíduos
na mesma medida em que impõe o sentido desses corpos” (RODRIGUES, 2011).
É assim, portanto, que se é possível fazer uma análise das questões de gênero de
maneira a entendê-las enquanto fenômenos provocados por uma construção social, ou seja,
formadas a partir do vivência cultural dos corpos, conforme enfatizado por Mauss e Foucault.
Para além disso, segundo Butler, as performances de gênero existem de forma obrigatória nas
sociedades ocidentais, através de símbolos associados ao masculino e ao feminino, onde não
há o desprendimento da binaridade existente entre os antagonistas, o que significa que,
mesmo que haja subversão à proposição maior, o indivíduo ainda se adequa a alguma
atuação, seja ela voltada para qualquer dos gêneros, como é o caso de travestis e transexuais,
por exemplo.
Dessa forma, o presente estudo propõe uma análise da multiplicidade de perspectivas
de gênero presentes na sociedade atual além de trata-se de uma temática que não há consenso
na literatura acadêmica e está longe de exaurir suas possibilidades de debate. Assim, buscar-
se-á utilizar a matemática como metáfora para explicar as atuais configurações de gênero.
2. Metodologia
A metodologia do trabalho é composta por uma pesquisa acerca da constituição do conceito
de ciência enquanto saber institucionalizado, buscando compreender que o conhecimento vem
com a obrigação de fazer perguntas e desafiar nossa ignorância. Baseado nos pressupostos de
Foucault que afirma que o sujeito é produto de poderes, ciência e instituições. O estudo
propôs uma linha do tempo do conceito de ciência e outra linha do tempo do conceito de
gênero. Com isso, a ciência clássica nos instiga a reinventar novos conceitos com base em
demonstrações. O conhecimento científico nasce da proposta de um conhecimento diferente
das demais, visando sair de um contexto de conhecimento religioso, artístico e do senso
comum. Evoluindo para uma conceito de ciência mais abrangente e atual, uma ciência que
considera aspectos socioculturais e permite que o sujeito tenha voz, expressão e ação política
no social.
Além disso, também foi realizado um desmembramento da concepção, ainda
conflitiva, de gênero na contemporaneidade, onde buscou-se analisar as relações entre estes
desde as sociedades de caçadores-coletores até os dias atuais. Assim, a partir da ideia de que,
nestas sociedades, conforme a visão relativista americana, os papéis sociais de homens e
mulheres alternavam-se entre si, foi possível considerar a queda do conceito de ligação entre
gênero e sexo. Ademais, a conclusão de que, segundo Judith Butler, o gênero nada mais é que
um ato performativo que é imposto socialmente através do treinamento dos corpos por
símbolos binários é de suma importância para a compreensão deste ponto de vista sobre
gênero.
Para explicar as relações propostas neste estudo buscou-se utilizar a matemática como
metáfora para explicar as relações de gênero, associando a complexidade dos estudos deste
tema ao sistema de coordenadas cartesianas e seus respectivos eixos X e Y. De modo a incitar
a reflexão, segundo as proposições de René Descartes, é plausível que, para a formação de
figuras planas, coexista uma relação quantitativa entre estes eixos. No entanto, com o
desenvolvimento da álgebra linear e dos estudos acerca de uma geometria espacial, mais
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complexa que a de figuras planas, formula-se o eixo Z que, por sua vez, representa a
profundidade, trazendo consigo a terceira dimensão.
3. Resultados e Discussão
O Sistema de Coordenadas Cartesianas, mais afamado como Plano Cartesiano, foi
criado pelo matemático René Descartes e consiste em dois eixos perpendiculares,
denominados como X abscissa (horizontal) e Y ordenada (vertical) que tem como cunho
representar pontos no espaço. Durante muito tempo, o Plano Cartesiano desenvolvia apenas
um sistema bidimensional de coordenadas (X,Y), onde precisa-se cruzar para se tornar uma
coordenada. No entanto, para descrever a localização de um ponto no espaço precisamos
introduzir no sistema bidimensional uma terceira dimensão.
Para isso, a partir do plano cartesiano, definimos um eixo z (perpendicular aos dois
eixos) passando pela origem que, juntamente com o eixo x e o eixo y irá constituir nosso
sistema tridimensional de coordenadas. Na mesma linha de raciocínio, fizemos uma analogia:
o eixo Y representa o sexo masculino e o eixo X representa o sexo feminino. Durante muito
tempo, foi-se pensado gênero como sexo único, feminino e masculino, um sistema binário de
construção de gênero. O terceiro eixo (figura 1) representa a contemporaneidade do
construção do conceito de gênero. Houve a necessidade de falar sobre o terceiro eixo, houve a
necessidade de reformular conceitos estabelecidos por uma sociedade que até então, pensava
somente em duas dimensões.
Figura 1. Representação da alteração de um plano em duas
dimensões (eixos X e Y) para um plano em três dimensões
(eixos X, Y e Z)
O início da modernidade teve a matemática como modelo mais influente de ciência.
Uma das críticas mais pertinentes de Nietzsche foi contra a pretensão de estabelecer a ciência
com base em uma verdade que não tem como ser provada a não ser pela suposição de uma fé
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racional injustificada que tomara o lugar de Deus. Durante quase todo o século XX, o sucesso
tecnológico parecia fazer das ciências uma nova mantenedora da vida e do conforto e bem-
estar social que nenhuma religião havia proporcionado antes. Mudou-se o eixo, os
instrumentos e as habitações, mas o ser humano continua o mesmo animal de 100 mil anos
atrás, mas agora com ideologias que recria um modelo padronizado de pensamentos e
estereótipos.
Neste mesmo sentido, metaforicamente, a análise do mundo em três dimensões passa
a ser mais complexa no ponto em que o mesmo já não cabe mais em apenas duas destas,
sendo necessário um maior espaço de estudo e concentração. Levando em consideração este
fato, a sociedade se encontra neste mesmo eixo Z, mais complexo e profundo, assim como os
seus questionamentos e indagações. A questão de gênero, por sua vez, ainda não foi
solucionada pela ciência tamanha a sua complexidade, o que faz com que, de maneira análoga
ao plano cartesiano, a mesma não se encaixe na simplicidade da dupla dimensão analítica e
plana, necessitando de um espaço de discussão cada vez mais amplo e profundo,
proporcionado pelo eixo Z.
4. Conclusão
Diante do exposto, conclui-se que, quando se posiciona o planeta terra em um plano
cartesiano, faz-se necessária a existência do eixo Z, conforme figura 1, para que todos os
indivíduos e suas produções sejam acomodados com uma maior variedade de características,
ainda que com diversos questionamentos a serem discutidos, ou seja, nós, enquanto
indivíduos, nos localizamos neste eixo. Desta mesma forma, apesar de tamanhos esforços, a
bilateralidade das ideias que cercam o estudo de gênero ainda são muito complexas a ponto
de não se solucionarem cientificamente.
É assim, portanto, que a matemática faz-se presente, até mesmo, nas ciências
humanas, onde busca-se conhecer, cada vez mais, a complexidade do indivíduo em todo o seu
viés humano. A título de exemplo, em uma sala de quatro paredes em que o eixo Y é
considerado como o gênero masculino e o eixo X é considerado o feminino, o eixo Z, que se
trata da profundidade da mesma, é de extrema importância para entender a existência de
demais variações de gênero, já que este suporta tudo aquilo que é volume e não cabe apenas
em um plano bidimensional.
Assim, a vida em apenas duas dimensões se torna impossível, haja vista que,
conforme tamanha complexidade das discussões humanas, aqui focadas no desenvolvimento
do conceito de gênero na sociedade, faz-se necessária a implantação de um novo eixo (Z) para
que se desenvolva uma nova dimensão a fim de acomodar as discussões contemporâneas,
como a abordada neste discurso.
Resta-nos, então, a reflexão de que, conforme a formação da ciência da matemática foi
gradual em sua importância para a resolução de indagações humanas, este estudo se torna
cada vez mais diverso, necessitando do acréscimo de mais e mais eixos ao plano e visando
solucionar os questionamentos acerca das questões de gênero que, por sua vez, tendem a se
estender por longos períodos de discussão científica.
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Referências
GUADALUPE, Magda. Simone de Beauvoir. “Não se nasce mulher, torna-se mulher”.
Periódico PUC Minas, v. 1, n. 2, 2010.
KUHN, Thomas. A Estrutura das Revoluções Científicas. University of Chicago Press, 1962.
LEOPOLDI, José Sávio. As relações de gênero entre os caçadores-coletores. Sociedade e
Cultura: Universidade Federal de Goiás, v. 7, n. 1, 2004.
MEAD, Margareth. Sexo e temperamento. São Paulo: Perspectiva, 2000
RODRIGUES, Maysa. O sexo inventado. Revista Sociologia: Editora Escala, ed. 33, 2011.
Politics, sexual and non-sexual, in an egalitarian society. In: LEACOCK, Eleanor; LEE, R.
(Eds.) Politics and history in band societies. Cambridge: The University Press, 1989.
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A Matemática em Todos os Cantos da Ciência: Um estudo
filosófico comparativo sobre as áreas do conhecimento
Isabella Araujo Dias Damaceno, Julia Pires Cabral, Marina Oliveira Lopes, Márcio
Bonesso
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Campus
Uberlândia Centro
{isa.araujo.dias,juleaaaa321, marianalopesiftm}@gmail.com,
Abstract: The main goal of the research is to understand how the teachers / scientists
of a federal public institution who work in high school think mathematics in their
professional activities as scientists. In order to obtain the results the research
applied the philosophical inquiries based on questions like "where?" "How?" And
"why?". This comparative demonstration aims to understand philosophically how
mathematics is manipulated pedagogically in its theoretical and practical
dimensions in the different areas of science.
The data presented in graph form, show the universe of 12 interviews of the
research. It is concluded that mathematics is present in all scientific areas through
the exercises of logic, transforming the world of senses into intelligence or
application of principles of constitutive identities of Greek philosophy.
Resumo: A pesquisa tem como objetivo principal compreender como os
professores/cientistas de uma instituição pública federal que atuam no ensino médio
pensam a matemática em suas atividades profissionais de cientistas. Para a
obtenção dos resultados a pesquisa aplicou as indagações filosóficas baseada em
perguntas como “onde? ” “como? ” e “por quê?”. Tal demonstração comparativa
apresenta o intuito de compreender filosoficamente como a matemática é
manipulada de forma pedagógica em suas dimensões teóricas e práticas nas
diferentes áreas da ciência. Os dados apresentados em forma de gráficos
demonstram o universo de 12 entrevistados da pesquisa. Conclui-se que a
matemática está presente em todas as áreas científicas através dos exercícios de
lógica, transformando o mundo do sentido em inteligível ou aplicando princípios de
identidades constitutivos da filosofia grega.
1. Introdução
A pesquisa se iniciou tendo como perspectiva compreender como a matemática está aplicada
nas diferentes áreas do conhecimento, tais como ciências da natureza e suas tecnologias,
linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias e ciências humanas e suas
tecnologias. Através de um referencial bibliográfico filosófico foi realizado um questionário
no qual cientistas profissionais das diversas áreas da ciência foram entrevistados respondendo
as seguintes questões: “A matemática está aplicada em seu exercício profissional?”; “Como
ela é aplicada em sua profissão (teoria, prática ou ambas)?”; “Por que a matemática está (ou
não) aplicada em seu exercício profissional?”. Após a tabulação das entrevistas foi feito uma
comparação sobre os dados coletados que serão apresentados a seguir.
2. Metodologia
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A metodologia empregada foi a realização de entrevistas com professores da rede pública
federal, abarcando as áreas do conhecimento do ciclo básico do ensino médio. Em um
universo escolar pequeno de seis turmas, duas do primeiro ano, duas do segundo ano e duas
do terceiro ano, foram realizadas doze entrevistas. O questionário teve como inspiração os
pensamentos filosóficos existentes no referencial bibliográfico, Iniciação à Filosofia
(CHAUI, 2012) e possibilitou uma aventura científica bem criativa ao articular métodos de
pesquisa qualitativo e quantitativo com o levantamento de dados e análise dos mesmos.
3. Resultados e Discussão
A primeira pergunta analisada está relacionada à presença ou não da matemática na profissão
dos professores entrevistados. O que é a matemática? Tal indagação permitiu interpretar qual
a sua realidade e significação na aplicação do exercício profissional. Assim, chegamos aos
seguintes resultados:
Fonte: autores.
Figura 1. Matemática e exercício profissional
Dos doze entrevistados, onze professores responderam que utilizam a matemática,
correspondendo a 91.6 %, enquanto apenas um professor respondeu que não a utiliza,
correspondendo a 8.4 % dos professores.
Fonte: autores.
Figura 2. Matemática e Áreas do conhecimento
Em todas as áreas do conhecimento científico, com exceção das ciências humanas e
suas tecnologias, todos os professores responderam que utilizam a matemática, apenas um
professor desta área mencionada respondeu que não aplica em suas aulas.
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Inúmeras explicações foram dadas sobre a razão do por que a matemática existe e qual a sua
relação de causalidade com a área do conhecimento pela qual está aplicada. Como uma forma
concreta e abstrata de se demonstrar e comprovar a teoria “na prática de desenvolver
experimentos e aplicar estatística” criando a noção que a verdade gera leis gerais do
fenômeno físico:
“Eu geralmente tento mostrar o fenômeno físico primeiro para que a pessoa possa
entender a aplicação daquilo, onde aquilo usa, entender o que está por trás daquilo,
para depois formalizar aquilo. É como se fosse uma forma de eu falar assim „olha o
que eu estou falando aqui é uma verdade‟. Eu preciso mostrar isso usando uma
ferramenta e a ferramenta que eu uso é a matemática”.
O discurso do professor de física remete ao período cosmológico da Grécia Antiga
(século. VII a.C ao século IV a.C.) cujos filósofos - como Pitágoras de Samos (filósofo
considerado o primeiro matemático) - acreditavam que os princípios de ordem, verdade e
organização do mundo através das relações físicas da natureza podem ser explicadas
racionalmente, por meio de abstrações numéricas que formulam verdades atemporais. Produz
assim uma forma de conhecimento chamada de inteligível, isto é, conhecimento verdadeiro
que alcançamos exclusivamente pelo pensamento. Nesse aspecto o discurso inicia com a
explicação das coisas sensíveis, isto é, coisas materiais que nos é dada pela experiência
motora dos sentidos do corpo e depois aplica as fórmulas matemáticas para demonstrar a
possibilidade de transição do mundo sensível para o mundo inteligível do pensamento. Para
alguns importantes filósofos como Platão, esse seria o grande papel da filosofia se esforçar
para transformar as percepções do sensível em formas de pensamento inteligível.
Alguns professores das áreas das ciências humanas e suas tecnologias também
demonstraram a relação da matemática com suas ciências. O primeiro professor enfatizou
mais o aspecto teórico de se pensar a relação social em termos estatísticos conectados por
séries históricas de populações, enquanto o segundo professor demonstrou uma relação entre
teoria e prática, enfatizando tanto a aplicação da matemática para se mensurar populações,
quanto os seus usos para compreender diversos elementos da natureza.
“Tento apresentar pesquisas quantitativas. Ano passado, por exemplo, trabalhei o
fato social demonstrando dados do Ipea que discutiam o poder sócio econômico do
brasileiro dividido em marcadores de diferença como raça, classe e gênero”.
“O tempo inteiro a gente faz usos de gráficos, tabelas, mapas de proporcionalidade,
as legendas, tudo isso envolve matemática, são dados estatísticos obtidos em
pesquisas e que são materializados para compreensão do mundo em que vivemos.
Então eu acredito realmente que a matemática está em tudo. Na faculdade, quando a
gente trabalha os conteúdos de cartografia, sensoriamento remoto, a gente tem
algumas coisas relacionadas a cálculo, mas assim, são cálculos simples, não são
muito avançados, são tranquilos, mas que exigem dedicação”.
No primeiro discurso o professor remete a possibilidade de organização racional do
pensamento humano de maneira muito parecida com o chamado período socrático ou
antropológico, ocorrido no final do século VII a.C. ao final do século V a.C. Nesse momento,
a filosofia indagava as questões humanas nas suas dimensões técnicas, políticas e éticas.
Pode-se afirmar que nesse período inicia a ideia do homem como “sujeito do conhecimento”:
no lugar de conhecer a natureza ou os deuses da mitologia, o homem começa a indagar qual a
capacidade da razão humana para demonstrar a verdade dos conhecimentos sobre ele mesmo
vivendo em coletividade, tais indagações ficaram conhecidas inicialmente como política.
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O segundo discurso pode ser ligado ao período considerado sistemático da filosofia
grega, que compreende o final do século IV a.C. até o final do século III a.C. Como o próprio
nome sugere esse é um período de síntese, cuja relação entre natureza e homem é
sistematizada, sobretudo por Aristóteles através de um conhecimento enciclopédico de todo
um saber produzido e acumulado até o momento. Percebe-se que apesar de ligada às ciências
humanas, o conhecimento exposto da geografia, a rigor também traz elementos matemáticos
sobre o inteligível da natureza do planeta e do espaço cósmico.
Seguindo a tendência da constituição dos campos do saber na era da filosofia
moderna, o conhecimento geográfico, amparado pela lógica matemática, é uma das únicas
áreas do conhecimento científico que traz uma visão da totalidade entre natureza e homem.
Ademais, vale mencionar que a resposta de outros professores também coadunam com a
dimensão lógica da filosofia transmutada em matemática.
4.Conclusão
Concluímos a partir dos dados quantitativos e qualitativos levantados que os professores
veem a aplicabilidade da matemática em todas as áreas científicas. Entretanto, apesar da
pluralidade de visões dos seus usos teóricos e práticos no sistema educacional, em síntese,
interpreta-se que a lógica seria o grande amalgama que possibilita que a matemática transite
via filosofia para todas as áreas do conhecimento científico: 1) através da transformação ou
demonstração do sensível ao inteligível, ou 2) por meio dos princípios racionais filosóficos,
tais como: da identidade, da não contradição, do terceiro excluído e da razão suficiente.
Por fim, tal conclusão gerou uma indagação reversa, se a matemática por meio da
lógica está por trás de todas as ciências, essa percepção é vista como filosófica? Logo, essas
análises suscitaram um novo desdobramento, a saber, o de investigar se os professores das
diferentes áreas do conhecimento percebem a filosofia nos seus exercícios profissionais
matemáticos: Como filosofia? Onde filosofia? Por que filosofia? Tendo como base as
argumentações do livro:
Ninguém, todavia, consegue perceber para que serviria a filosofia (...). Verdade,
pensamento racional, procedimentos especiais para conhecer fatos, aplicação prática
de conhecimentos teóricos, correção e acúmulos de saberes: esses propósitos da
ciência não são científicos, são filosóficos e dependem de questões filosóficas.
Assim, o trabalho da ciência pressupõe, como condição, o trabalho da filosofia,
mesmo que o cientista não seja filósofo (CHAUI, 2012, p.20 e 21).
Nas várias áreas do conhecimento científico, apesar da mediação entre matemática e
filosofia ser ocasionada pela lógica, vale investigar se de fato, a filosofia é vista pelos demais
professores como necessária para seus exercícios profissionais de educadores e
pesquisadores.
Referências
CHAUI, Marilena. Iniciação à Filosofia. 1ª edição. São Paulo: Saraiva, 2012.
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Reforma do ensino médio: um currículo novo para uma velha
escola
Talisrander T. Santos1, Ricardo Cássio Alves
1, Ludymilla C. V. de Oliveira
1, Elisa A.
Ribeiro2
1 Licenciando em Computação - 4º período - Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) – Campus Uberlândia Centro
2 Professora Doutora - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo
Mineiro (IFTM) - Campus Uberlândia Centro
Rua Blanche Galassi, 150 - Morada da Colina - 38.400-364 – Uberlândia/MG - Brazil
{ricardokassio, talisrander}@hotmail.com, [email protected],
Abstract. This paper points on the reform of secondary education, the State's role in
decisions involving education, the possible consequences of your early adoption,
acceptance of the results proposed by the population, key questions and challenges
about the theme and some questions that need to be discussed before new guidelines
be adopted at national level.
Resumo. Este trabalho trata de pontos sobre a reforma do ensino médio, o papel do
Estado nas decisões que envolvem educação, as possíveis consequências de sua
adoção precoce, resultados de aceitação da proposta pela população, principais
questionamentos e desafios quanto ao tema e alguns questionamentos que precisam
ser debatidos antes de novas diretrizes serem adotadas em nível nacional.
1. Introdução
A educação é considerada um dos principais caminhos que possibilitam o crescimento de uma
nação, influenciando diretamente na qualidade de vida dos seus indivíduos. Um país que
investe em educação elimina uma série de mazelas sociais que limitam o seu crescimento
cultural, econômico e político. Logo, o conhecimento quando valorizado, propicia repensar o
meio que nos cerca, nossas atitudes e ações projetando perspectivas de mudanças
significativas e transformadoras da realidade social.
Nessa lógica, quando se fala em educação brasileira, percebe-se que uma série de
mudanças que ocorrem são frutos de momentos políticos vivenciados ao longo de uma
trajetória histórica onde a partir do momento em que é sancionada a atual Lei de Diretrizes e
Bases da Educação - LDB (BRASIL, 1996) tem-se em menos de 15 anos, duas diretrizes
curriculares assinaladas pelo Conselho Nacional de Educação: Resolução CNE/CEB 03/1998
e Resolução CNE/CEB 02/2012 (BRASIL, 2016c; BRASIL, 2016d).
Nos últimos anos, um tema que vem sendo objeto de estudo é a (urgente)
reestruturação do sistema atual do Ensino Médio, proposta em 23 de setembro de 2016
através da Medida Provisória nº 746/2016 (transformada na Lei nº 13.415/2017 em 16 de
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fevereiro do ano seguinte), que foi causadora de grande reboliço tanto no setor educacional
como na sociedade (BRASIL, 2016e).
Nessa perspectiva, o novo modelo apresentado pelo governo como solução para os
problemas históricos enfrentados pelo ensino secundário no Brasil propõe a flexibilização da
grade curricular e permitirá que o estudante escolha uma área de conhecimento para
aprofundar seus estudos, direcionando a formação para suas áreas de interesse e o presente
trabalho discute alguns dos pontos e pesquisas feitas sobre o tema.
X
2. Pesquisas populacionais e seus resultados
Uma consulta pública online realizada pelo Senado Federal sobre a medida provisória nº
746/2016, teve como resultado o total de 4.551 votos a favor e 73.564 votos contra. Onde, a
partir de tal consulta, o Ministério da Educação não satisfeito encomendou uma pesquisa ao
IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) em que os resultados se
apresentam como: 72% de aprovação, 24% de rejeição, 3% dos entrevistados não souberam
responder e apenas 1% não respondeu.
A primeira pergunta da pesquisa (dentre outras), foi: "O senhor é a favor ou contra a
reformulação do ensino médio que, em linhas gerais, propõe ampliação do número de escolas
de ensino médio em tempo integral, permite que o aluno escolha entre o ensino regular e o
profissionalizante, define as matérias que são obrigatórias, entre outras ações?"; desse total, a
maioria das aprovações foram de entrevistados com 55 anos ou mais de idade (representando
78%) e a maior rejeição aconteceu entre os jovens da faixa etária entre 16 e 24 anos (35% dos
entrevistados).
A partir desses dados pode-se observar, no entanto, que tal pesquisa foi feita com um
contingente populacional muito pequeno (1.200 pessoas entrevistadas em todo o território
nacional) e vista a imensidão do nosso país, que conta com 207.660.929 brasileiros (IBGE,
2017) tal pesquisa pode não representar um favoritismo absoluto quanto ao tema pesquisado.
Em outros aspectos, podemos verificar que a maioria que rejeita a reforma é composta de
jovens que estão vivendo a realidade do problema e que por conta disso podem saber se
realmente tal proposta, da forma que será feita, será interessante ou não.
Vale salientar que, para que a nova organização e o novo currículo do ensino médio
cheguem às salas de aula será necessário um caminho árduo, principalmente porque a nova lei
precisa percorrer uma longa trajetória até ser posta em prática. A Base Nacional Comum
Curricular - BNCC (BRASIL, 2017b) deve ser apresentada apenas em novembro de 2017.
Depois, o documento terá de passar pela aprovação do Conselho Nacional de Educação, para
só depois a lei ser regulamentada.
E em meio a esse intenso debate sobre o ensino médio, coloca-se em questão um
desafio: Como implementar a proposta de forma que melhor atenda os interesses do estado e
da sociedade? Não será essa reforma uma pretensa descurricularização para o fortalecimento
de um ensino baseado na razão instrumental: um currículo novo para uma velha escola?
3. Os desafios da questão
Para que tal mudança ocorra alguns pontos devem ser considerados: o tempo necessário para
que ocorra a consolidação das estruturas legais envolvidas na reforma, a definição do
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currículo, a preparação da infraestrutura das escolas para a oferta do tempo integral, a
preparação dos professores e de todas as equipes da escola, visando permitir o funcionamento
das escolas como inicialmente previsto.
A reforma também possui destaques a serem avaliados e que são divididos em duas
vertentes: as atuais 800 horas anuais serão substituídas progressivamente até se chegar ao
total de 1.400 horas anuais (nova jornada em tempo integral no ensino médio) e a organização
do novo currículo, que passa a possuir cinco diferentes caminhos: linguagem, matemática,
ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissionalizante.
Assim, a nova estrutura terá uma parte comum e obrigatória a todas as escolas e outra
parte flexível que poderá ser escolhida pelo aluno. A BNCC será responsável por definir as
competências e conhecimentos que deverão ser oferecidos a todos os estudantes abrangendo
as quatro áreas do conhecimento e todos os componentes curriculares do ensino médio
definidos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
Nessa nova ordenação, os governos estaduais terão um papel fundamental, pois cada
estado e o Distrito Federal organizarão os seus currículos considerando a BNCC e as
demandas dos jovens. Isso significa dizer que a Base Nacional Comum Curricular vai definir
as matérias obrigatórias para todos e, a partir de então, as redes estaduais podem traçar seus
caminhos, onde cada estado pode fazer um arranjo diferente.
Todavia, essa nova estrutura ao invés de ampliar as opções de formação aos
estudantes, poderá reduzir a liberdade das escolas e dos professores limitando-os aos cinco
itinerários formativos. Esse argumento se sustenta na própria LDB, que é bastante flexível em
relação ao ensino médio, obrigando as escolas a ofertarem vários conteúdos curriculares,
porém permitindo que elas os organizem conforme desejam.
Outro ponto primordial trata-se da adequação da infraestrutura das escolas e eventuais
diferenças que possam ocorrer dentro de uma mesma rede de ensino, já que muitas escolas
carecem de infraestrutura e equipamentos adequados. A partir desse ponto, uma escola com
bons laboratórios, será preferida por determinado grupo de estudantes, porém escolas que não
dispõem de tantos recursos poderão ser prejudicadas por não terem condições de oferecerem
diferentes itinerários, acabando por ficarem limitadas quanto a sua estrutura.
No que tange à flexibilização, a proposta de reforma do ensino médio não altera em
nada a atual flexibilidade curricular permitida pela LDB, porém promove uma
obrigatoriedade de diferenciação curricular para o ensino médio. A Medida Provisória não
contemplava como disciplinas obrigatórias filosofia, sociologia, artes e educação física, que
são atualmente obrigatórias em todos os anos do ensino médio e que somente foram
colocadas na lei nº 13.415 após pressão da sociedade (BRASIL, 2017a).
No Art. 3º, parágrafo 2º, vemos que: “§ 2º A Base Nacional Comum Curricular
referente ao ensino médio incluirá obrigatoriamente estudos e práticas de educação física,
arte, sociologia e filosofia.”, porém tal texto não torna as disciplinas obrigatórias, mas
somente as “inclui” nos estudos do ensino médio, podendo assim ser incluídas em outras
disciplinas (BRASIL, 2017a).
4. Conclusão
Dentro da educação básica, atualmente o ensino médio é o que apresenta os piores resultados,
com altas taxas de evasão, baixo nível de aprendizagem e um ritmo de melhora abaixo do
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esperado. De acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), em 2015
o ensino médio no país teve uma nota de 3,7 ante a meta prevista de 4,3, permanecendo desde
2011 com a mesma nota e tendência à estagnação (BRASIL, 2016a).
A partir da urgência e da gravidade do cenário, o intuito principal da nova lei/reforma
é tornar o ensino médio mais flexível e atraente para o aluno tentando para isso, criar a
possibilidade de o aluno moldar o seu currículo com a possibilidade de escolher itinerários
formativos específicos, correspondentes às quatro áreas do conhecimento, além da formação
técnica e profissional, tendo apenas língua portuguesa e matemática como disciplinas
obrigatórias.
A novidade da oferta do ensino médio de tempo integral e sua flexibilização
curricular, gera temor naqueles alunos que porventura estiverem fora das melhores escolas.
Isso por que muitos estados terão dificuldade para oferecer uma variedade de conteúdos (e
seus itinerários) em toda a rede e também pelas dificuldades em fornecer vaga a toda uma
crescente demanda, que em algum tempo se tornará jornada integral.
Não podemos deixar de ressaltar que tais modificações no ensino médio também irão
afetar o tradicional Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) em sua totalidade,
aumentando os gastos (já exorbitantes), e as dificuldades em se aplicar uma prova que seja de
nível nacional para diferentes itinerários formativos, a fim de avaliar o conhecimento
proporcionado pelo novo ensino médio.
A lei ainda segue um longo caminho até sua votação, aprovação e início de sua adoção
em todo o território nacional. Mas, antes de mais nada, para conseguir compreender a
dimensão das modificações que irão ocorrer, faz-se necessário o questionamento dos
seguintes pontos:
- Como a ausência da obrigatoriedade de disciplinas como filosofia e sociologia irá impactar
na formação política e social do indivíduo? Como ocorrerão os “estudos” desse conteúdo?
- Como o Estado irá garantir vaga de ensino integral para toda a demanda?
- As atuais estruturas são precárias e a construção de novas escolas para alocar todos se fazem
necessárias. Como o Estado irá arcar com os custos?
- Como o Estado irá tratar a desigualdade, durante toda a implantação, entre o aluno que já
estará no novo sistema e o aluno que ainda não conseguiu vaga?
- Como o ENEM será dividido, de acordo com cada itinerante e de acordo com cada aluno?
Um aluno que não faz parte do ensino integral fará uma prova igual a outro aluno que faz
parte do ensino integral?
- Os professores serão mais valorizados em algum momento do processo ou ficarão
resignados às mãos do Estado?
Sendo assim, após tais perguntas serem respondidas, é ideal que a proposta passe por
refinamentos a fim de que novas opiniões possam ser consideradas (principalmente os
estudantes secundaristas e professores), resultando em um comum acordo entre o Estado e a
classes afetadas (estudantes, professores e escolas), antes que uma decisão tão importante
quanto essa seja posta em prática, pois muitas mudanças ainda serão necessárias antes de
começarmos a implementar novas leis e mesmo depois de muito debate algumas delas só
serão respondidas com o devido tempo.
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dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e 11.494, de
20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, a Consolidação das Leis
do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1
o de maio de 1943, e o
Decreto-Lei no 236, de 28 de fevereiro de 1967; revoga a Lei n
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vozes-desconsideradas-no-processo>. Acesso em: 22 set. 2017.
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IFMark: a criação de um jogo de empresas
Eliabe Martins da Conceição¹, Jéssyca Alves Martins¹, Letícia de Oliveira Pacheco¹,
Eloane Pires Gomes¹, Bruno Roberto Martins Arantes¹
¹Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) - Campus Uberlândia Centro - 38.411-104 -
Uberlândia - Minas Gerais - Brazil
([email protected], [email protected],
[email protected], [email protected],
Abstract. This article will present a report on the activity developed in the
Multidisciplinary Project of CST Marketing. The activity in question is the creation
of a Business Game that aims at the cognitive and logical development of students,
and they will experience the two visions (being creators and players). So that they
can work their practical experiences of the labor market in a playful and
constructive way in the game.
Resumo. O presente artigo irá apresentar um relatório sobre a atividade
desenvolvida no Projeto Multidisciplinar do Curso Superior de Tecnologia em
Marketing. A atividade em questão é a criação de um Jogo de Empresas que tem por
objetivo o desenvolvimento cognitivo e lógico dos estudantes, uma vez que estes irão
vivenciar os dois vieses (sendo criadores e jogadores). De modo que estes possam
trabalhar as suas vivências práticas do mercado de trabalho de forma lúdica e
construtiva no jogo.
1. Introdução
Esse projeto de ensino teve como objetivo envolver os estudantes do 4º período do Curso
Superior de Tecnologia em Marketing no processo criação e uso de um jogo de empresas
(denominado de IFMark) para aplicação de algumas das competências aprendidas no curso.
Como resultado final desse projeto de ensino será criado um objeto de aprendizagem na
forma de um jogo de empresas que será aplicado nessa turma e futuramente em outras turmas
de Marketing.
Evidências de que a aplicação de atividades vivenciais por meio de jogos de empresa
desenvolveu o pensamento crítico dos estudantes foram obtidas por Silva (2013) em sua
pesquisa. Para esse autor, o sucesso da formação crítica em Administração por meio de jogos
de empresa requer a construção de uma nova cultura de ensino-aprendizagem que envolva
dirigentes e coordenadores das instituições de ensino e a preparação por parte dos docentes.
Para Titton (2011) deve-se tomar cuidado na seleção do tipo do jogo mais adequado
ao objetivo didático proposto. O autor concluiu em sua pesquisa tratar-se de ferramenta mais
adequada às abordagens construtivistas e cognitivas além de propor um fluxo de aplicação do
jogo.
Um objeto de aprendizagem é caracterizado por sua reusabilidade, ou seja, sua
capacidade de ser empregado como ferramenta de ensino em diferentes unidades curriculares
e em conteúdos distintos. Um jogo de empresas tem essa capacidade ao trabalhar os diferentes
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conhecimentos da área de gestão e negócios e nesse projeto em especial conteúdos de
marketing, operações e finanças. Desse modo, ele pode ser usado por diversas disciplinas
como ferramenta de ensino dos conteúdos em um cenário empresarial sistêmico e simulado.
Para Braga (2015), alguns objetos de aprendizagem têm sua capacidade de reuso
reduzida por problemas técnicos ou pedagógicos. Nesse sentido, a autora sugere o
envolvimento da equipe técnica e de professores no desenvolvimento de novos objetos de
aprendizagem e propõe uma metodologia para esse desenvolvimento.
Na pesquisa de Hemzo e Lepsch (2005) verificou-se melhora nas habilidades
decisórias de marketing e estratégia por meio da aplicação de um jogo de empresas com
enfoque em Marketing Estratégico.
Silva e Sauaia (2011) também confirmaram por meio da aplicação de jogo de
empresas o seu potencial para estudos empíricos na área de Marketing. Segundo os autores,
“...através de esforços coordenados de marketing [no jogo de empresas], foi possível adequar
o composto de mercadológico (sic) aos objetivos da empresa e obter resultados lucrativos e
sustentáveis.
Assim sendo, esse projeto de ensino procurou envolver os estudantes na criação do
jogo de empresas como forma de potencializar a contextualização do jogo em relação ao seu
público-alvo, qual seja, estudantes do Curso Superior de Tecnologia em Marketing.
2. Material e métodos
O método adotado nesse projeto de ensino está inserido no contexto de uma metodologia
ativa de aprendizagem, cujo objetivo é posicionar o estudante no centro de seu processo de
aprendizagem. Segundo Morán (2015), se “...queremos que os alunos sejam proativos,
precisamos adotar metodologias em que os alunos se envolvam em atividades cada vez mais
complexas, em que tenham que tomar decisões e avaliar os resultados (...)”.
Nesse sentido, a criação do jogo IFMark foi divida em seis etapas para melhor
planejamento, desenvolvimento e estruturação, mantendo a coesão entre as disciplinas
ministradas até o 4° período do curso de Tecnologia em Marketing do Instituto Federal do
Triângulo Mineiro, Campus Uberlândia Centro e o envolvimento contínuo dos estudantes
desde o processo de criação do jogo até a sua aplicação.
Na primeira etapa houve a realização de eleições para a definição de qual produto,
método e foco seriam aplicados ao jogo (tabuleiro ou virtual), sendo de extrema relevância
para o prosseguimento do projeto.
Na segunda etapa, após definição de itens primários a classe foi dividida em quatro
grupos, sendo eles: Mix de Comunicação, Segmentação, Atributos do Produto e Canais de
Distribuição. Cada grupo representou uma das áreas do marketing que serão pontuadas e
acrescentadas no jogo pelos alunos.
Na terceira etapa, ocorreram a coleta de dados levantados pelos grupos e em seguida o
desenvolvimento das telas do jogo. Isso representou uma síntese que forneceu o suporte a
parte lógica e sistemática do jogo. O jogo está sendo desenvolvido por meio do Microsoft
Excel © e o uso de automatização de algumas ações por meio de macros.
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Na quarta etapa (em que se encontra atualmente o projeto de ensino) estão sendo
coletados feedbacks junto aos estudantes por meio da análise das telas e das regras do jogo
com o objetivo de revisar e alimentar as telas com um conjunto de ideias e reformulações.
Na quinta etapa após análises e correções realizadas, os estudantes participarão na
condição de jogadores, sendo realizada a primeira rodada do IFMark. Nesse ponto será
possível aos estudantes interagir e aplicar seus conhecimentos adquiridos ao longo dos quatro
períodos do curso e corrigir eventuais erros ou inconsistências no jogo.
Por fim, na sexta e última etapa, os estudantes serão divididos em equipes, cada uma
representando uma empresa no jogo e competirão entre si durante um número mínimo de seis
rodadas, encerrando a disciplina com uma reunião de discussão sobre os erros e acertos das
decisões tomadas durante o jogo.
3. Resultados parciais e discussão
O projeto de ensino está em sua quarta etapa e, até o momento, as avaliações tanto dos
estudantes quanto do professor da disciplina sobre o projeto são positivas. Apesar de ser uma
disciplina em que 3/4 de sua carga horária é cumprida de forma não presencial, nos encontros
presenciais e nas ferramentas colaborativas tem sido possível fazer o projeto avançar dentro
de seu cronograma e objetivos.
As aulas do projeto se desenvolvem de modo que os alunos e o professor possam
contribuir de forma efetiva no jogo, apresentando dúvidas e sugestões que auxiliam na
construção do mesmo. Com esse processo, está sendo possível criar um leiaute de fácil
entendimento e jogabilidade.
Um jogo de empresas é uma ferramenta de ensino que permite a vivência das
situações empresariais através da simulação. Isso pode ser confirmado pelo relato dos
estudantes da turma sobre o projeto de ensino. Um deles afirma: “Já de início pude perceber
que o jogo irá contribuir para a nossa vivência nas organizações, pois as empresas estão cada
vez mais exigindo profissionais flexíveis, criativos e dinâmicos. E o Jogo de Empresas irá
permitir um aprendizado efetivo e treinamento das habilidades em que seus jogadores terão
que tomar decisões e lidar com a competitividade”.
O jogo é composto de diversas telas. A Figura 1 apresenta uma tela que apresenta aos
usuários instruções básicas de jogabilidade e dados que irão dirigir os comandos do jogador
em cada etapa. O produto é mencionado com uma breve descrição para que o jogador conheça
um pouco do universo a que será submetido. O cenário também é destacado com intuito de
provocar uma imersão do usuário ao seu público-alvo, para que ele possa ser assertivo na
segmentação e posicionamento da marca no mercado, dentre outros atributos.
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Figura 1. Tela de apresentação do jogo IFMark
Já a Figura 2 apresenta uma das telas de decisão do jogo, no caso, para definição dos
preços de vendas dos produtos comercializados pela equipe. Além de outros aspectos
(propaganda, canais e o próprio produto), o preço é um fator muito significativo para
determinar quanto de participação a empresa terá do seu produto no mercado e quanto de
lucro receberá de retorno.
Figura 2. Um das telas de decisão do jogo IFMark
Referências
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desenvolvimento. Santo André: Editora UFABC, 2015. Disponível em:
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SILVA, Marco Antônio. Laboratório de gestão: jogo de empresas com pesquisa para
formação crítica em administração. Tese (Doutorado em Ciências) – Universidade de São
Paulo/USP, 2013. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/>. Acesso em 24 jul. 2017.
TITTON, Luiz Antonio. Arquitetura para orientar a seleção de JSE por IES: contribuição
para o ensino de logística. Tese (Doutorado em Administração) – Universidade de São
Paulo/USP, 2011. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-19082011-195540/en.php>.
Acesso em: 24 jul. 2017.
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Conexões com a Matemática: A Sequência de Fibonacci e o
Número de Ouro
Arthur L. Silva1, Anna Clara P. Vale
1, Izabela S. Santos
1, Marilda R. Melo
1, Robson H.
Rosa1
1Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) CEP
38400-364 -Uberlândia – MG – Brasil
[email protected], [email protected],
[email protected], [email protected], [email protected]
Abstract. The purpose of this teaching project shows that the Fibonacci‟s sequence
and the number of gold are present and they are easily perceived in diverse and
even numerous areas of science. To achieve this goal, we sought to employ a
methodology consisting of a systematic bibliographic review of the Fibonacci‟s
sequence and its applications, choosing the appropriate study objects, creating and
presenting videos and explanatory images, and finally evaluating the results
according to the questionnaire. The results with the execution of this project were
satisfactory, seeing the public was interested in the explanations and, through the
same one, perceived that the mathematics is directly related to various phenomena
of the nature and it has diverse applicabilities, as in photography courses, human
anatomy and in nature.
Resumo. Buscou-se com este projeto de ensino mostrar que a sequência de
Fibonacci e o número de ouro estão presentes e são facilmente percebidos em
diversos e até díspares campos da ciência. Para atingi-lo, buscou-se empregar uma
metodologia constituída de revisão bibliográfica sistemática sobre a sequência de
Fibonacci e suas aplicações, a escolha dos objetos de estudos adequados, a criação
e apresentação de vídeos e imagens explicativas e, por fim, a avaliação dos
resultados com base em questionário. Os resultados com a execução deste projeto
mostraram-se satisfatórios, visto que o público se mostrou interessado nas
explicações e, através da mesma, perceberam que a matemática está diretamente
relacionada com diversos fenômenos da natureza e possui várias aplicabilidades,
como em cursos de fotografia, anatomia humana e na natureza.
1. Introdução
O ser humano, desde os primórdios, sente necessidade de compreender o
funcionamento das coisas ao seu redor. Dessa forma, utilizando seu alto poder de observação,
o mesmo se indaga e procura explicações que justifiquem a regularidade do meio no qual está
inserido.
As buscas incessantes do porquê do ser homem e da infinidade de elementos
existentes na natureza, bem como a harmonia e regularidade encontrada entre os mesmos
podem ser obtidas por meio de equações matemáticas, combinações e sequências numéricas.
Nuno Crato (2008) mostra, por meio do seu livro A matemática das coisas que a matemática
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é essencial no mundo e que pode ser compreendida por todos. Nesse contexto, a sequência de
Fibonacci, bem como o número de ouro, que são representados pela letra grega (phi) são
fatores determinantes no que compete a essa questão.
Presente em diversas áreas da ciência que nos rodeia e conhecemos, na anatomia
humana, natureza, música, etc, o número de ouro instigou a curiosidade de muitos pensadores
importantes de diversas épocas distintas, desde Euclides e Pitágoras passando por Leonardo
de Pisa, o qual por meio do seu livro “De Divina Proportione” denominou-a de “Divina
Proporção. A fascinação, interesse e curiosidade sobre o misterioso número de ouro não vêm,
apenas, dos matemáticos, esse número em si têm despertado o interesse de diversos
pensadores e cientistas mais do que qualquer outro número foi capaz de fazer.
A arte, arquitetura e natureza são relacionadas ao número áureo, tornando agradável
aos olhos de qualquer ser humano, a harmonia e beleza das formas e elementos que o cercam.
Hein e Biembengut (2000) expressam bem esse pensamento: “É dito que onde houver
harmonia lá encontraremos o número de ouro. Este número é indicado como a máxima
expressão do equilíbrio. Quando procuramos atentamente, podemos encontrá-lo em toda
parte”. Le Corbusier, pensador importante do período renascentista também diz: “a natureza é
matemática, as obras primas de arte estão em consonância com a natureza; elas exprimem as
leis da natureza e servem-se delas”.
Com base nesse contexto, onde o ser humano sente a necessidade, e busca cada vez
mais compreender tudo ao seu redor, vê-se a utilidade deste projeto de extensão, que visa
demonstrar que a matemática, tal como a sequência de Fibonacci e o número de ouro estão
presentes em várias situações e que possuem aplicações em diversos e até díspares campos da
ciência.
Figura 1: Proporção áurea na anatomia humana.
Fonte: http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/alegria/fibonacci/seqfib2.htm.
2. Metodologia
A metodologia empregada neste projeto consistiu-se de quatro etapas. A primeira
etapa consistiu-se de revisão bibliográfica sistemática realizada através de livros científicos,
artigos, revistas científicas, dissertações e teses, disponíveis na literatura científica, sobre a
sequência de Fibonacci e suas aplicações.
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A segunda etapa consistiu-se na escolha dos objetos de estudo. Inicialmente foi feita
uma análise geométrica da obra clássica de Leonardo Da Vinci “O homem Vitruviano”. Na
sequência uma análise da disposição espacial das sementes de girassol. E, por fim, foi feito
um estudo sobre como a proporção áurea é utilizada na fotografia.
A terceira etapa consistiu-se na criação de mídias digitais, isto é, vídeos explicativos
com a finalidade de mostrar a existência da sequência de Fibonacci e a proporção áurea nos
objetos estudados.
A quarta e última etapa consistiu na análise e discussão dos resultados, tendo como
referência inicial os próprios integrantes do projeto, isto é, o conhecimento que os mesmos
obtiveram durante o desenvolvimento do projeto, e posteriormente a verificação da recepção,
curiosidade e interesse dos alunos de suas turmas de classe de aula que conheceram o projeto
desenvolvido.
3. Análise e discussão dos resultados
Durante o desenvolvimento deste projeto pode-se verificar que os integrantes
utilizaram recursos audiovisuais adequados, como mídias bem elaborados, com imagens
extremamente ilustrativas e com animações modernas e explicativas. Destaca-se que o projeto
agregou conhecimento aos seus integrantes, bem como despertou a curiosidade e o interesse
pela matemática, possibilitando assim a integração e o compartilhamento do conhecimento
em construção, visto que desenvolveram excelentes materiais de divulgação científica do
tema abordado.
4. Conclusões
Os resultados iniciais com este projeto de ensino mostram-se satisfatórios, visto que
durante o seu desenvolvimento, os integrantes interagiram de maneira surpreendente na busca
de novos saberes, sendo possível a agregação de vários conhecimentos ligados a matemática,
no que tange a sequência de Fibonacci e o número de ouro. Isto pode ser constatado nas
mídias digitais que foram produzidas. Portanto, verificou-se que foi possível conectar a
matemática com diversos fenômenos, como nos cursos fotografias, na anatomia humana e na
natureza. Ressalta-se que este projeto é passível de utilizado no ambiente de aprendizagem e
com alunos do ensino médio.
Referências
Biembengut, M. S.; Hein, N. (2000) “Modelagem matemática no ensino”. São Paulo:
Contexto, 127 p, 2000.
Crato, N. (2008) “A matemática das coisas”. Sociologia e Problemas e Práticas, n.º 59, p.
161-162, 2008.
Huntley, H. E. (1995) “A Divina proporção: um ensaio sobre a beleza na Matemática”.
Brasília: Universidade de Brasília, 1995.
Lauro, M. M. (2017) “A razão áurea e os padrões harmônicos na natureza, artes e
arquitetura”. Disponível em: <http://www.redalyc.org/html/810/81000304/>. Acesso em:
20 set 2017.
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Leme, J. (2015) “Desenvolvimento e estudo In Vitro de um dispositivo de suporte circulatório
temporário” – Tese (doutorado) - Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia Universidade
de São Paulo, São Paulo, 2015.
Lima, J. N. F. (2015) “A importância da história da matemática para as práticas pedagógicas”.
Monografia (Graduação em Licenciatura Ciências Exatas com Habilitação em Matemática)
- Universidade Estadual da Paraíba, Governador Antônio, 2015.
Oliveira, E; Ferreira, T. E. (2010) “O número de ouro e suas manifestações na natureza e na
arte”. Complexus, Salto-SP, v. 01, n. 02, p. 64-81, 2010.
Sódre, U. (2017) “Matemática Essencial: Proporção áurea na anatomia humana.” Disponível em:
<http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/alegria/fibonacci/
seqfib2.htm>. Acesso em: 20 set 2017.
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A Música Impactando o Conhecimento no Ensino de Física
João Marcos Pereira Prado1, Mateus Flausino de Araújo
1, Marcus Vinicius Oliveira
Nunes1, Robson Humberto Rosa
1
1Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) CEP
38400-364 - Uberlândia – MG – Brasil
[email protected], [email protected],
[email protected], [email protected]
Abstract. The aim of this project was to make the process of making the acoustic
teaching and learning more enjoyable and attractive to high school students,
through the use of string musical instruments, connecting physics and mathematics
with music through a practical and intuitive methodology. In order to do so, we
sought to employ a methodology consisting of systemic bibliographical revision,
choice of appropriate learning objects, string musical instruments, preparation and
execution of a lesson that included the connection of physics and mathematics with
music, and the evaluation of the use of these resources in the teaching environment,
emphasizes that the initial results were satisfactory.
Resumo. Buscou-se com este projeto tornar o processo tornar o processo de ensino
e aprendizagem de acústica mais agradável e atraente, aos estudantes do ensino
médio, com o uso dos instrumentos musicais de cordas, conectando a física e a
matemática com a música através de uma metodologia prática e intuitiva. Para
tanto, buscou-se empregar uma metodologia constituída de revisão bibliográfica
sistêmica, escolha dos objetos de aprendizagem adequados, os instrumentos
musicais de corda, preparação e execução de uma oficina que contemplou a
conexão da física e da matemática com a música, e a avalição do uso destes
recursos no ambiente de ensino, ressalta que os resultados iniciais mostraram-se
satisfatórios.
1. Introdução
Muitos estudantes do ensino médio não conseguem compreender adequadamente alguns
conteúdos da física, como exemplo a acústica. Uma das formas de tentar resolver esse
problema pode ser através do uso de exemplos práticos, isto é, situações e fenômenos do
cotidiano, neste caso, o uso da música.
A música é algo que está no cotidiano desses alunos, é algo que desperta interesse,
como cita Lagos (2015). Segundo Goto (2009), a música é uma forma de arte constituída de
vários sons e ritmos e está diretamente relacionada aos conteúdos da física como as
oscilações, as ondas e a acústica.
Nos instrumentos musicais de cordas, como o violão, o violino, e a guitarra é possível
demonstrar e ilustrar de forma prática os conceitos físicos da acústica, como exemplo as
qualidades fisiológicas do som (DANOSO et al., 2008; LAGO, 2015), e a matemática contida
nos estilos e ritmos musicais. Nesse ambiente, é possível fazer a conexão da física e da
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matemática com a música, tornando assim, o processo de ensino e aprendizagem de física,
mais atraente, agradável, e produtivo, visto que, a música é algo intrínseco no cotidiano dos
alunos desta geração.
Balbino (2007), destaca que os objetos de aprendizagem (OAs) podem ser entendidos
como uma entidade, digital ou não digital, que pode ser usada e reutilizada ou referenciada
durante um suporte ao ensino e aprendizagem. Neste projeto de ensino, destaca-se o uso dos
instrumentos musicais de cordas.
2. Metodologia
A metodologia empregada neste projeto consistiu-se de cinco etapas. A primeira etapa foi
dedicada a revisão bibliográfica sistemática na literatura científica, através de dissertações,
teses e artigos científicos que tratasse sobre o ensino de física no ensino médio. Em seguida
buscou-se estudar os principais conceitos físicos abordados em acústica, neste momento,
verificou-se que seria importante abordar as qualidades fisiológicas do som, as notas
musicais, os estilos e ritmos musicais, visto que poderia fazer conexões da física e
matemática com a música.
A segunda etapa consistiu-se da escolha dos objetos de aprendizagem (OAs). Optou-
se por escolher os instrumentos musicais de corda, o violão, o violino e a guitarra para utilizar
no ambiente de ensino e aprendizagem como forma de ilustrar os conceitos físicos, e os
ritmos e estilos musicais de interesse.
A terceira etapa consistiu-se na preparação da aula. Nesta etapa, buscou-se preparar
uma aula com recursos áudio visuais e sonoros, e um ambiente adequado. No plano de aula
buscou-se abordar, a música com arte construída de vários sons e ritmos, o conceito de som,
como uma onda sonora, longitudinal, mecânica, que necessita de uma fonte de emissão bem
como um meio de propagação, as notas musicais, os aspectos históricos dos instrumentos
musicais (violão, violino e guitarra) e as suas partes, os conceitos físicos sobre as qualidades
fisiológicas do som, como o timbre que está relacionado com o formato da onda, a altura do
som relacionada a frequência do som, e a intensidade sonora relacionada a amplitude da onda.
A quarta etapa consistiu-se da apresentação da aula, com os recursos áudio visuais,
sonoros, e os instrumentos musicais, com a ministração realizada pelos três integrantes deste
projeto, sob a orientação e acompanhamento do coordenador do projeto, a uma turma de 30
alunos do ensino médio integrado do Instituto Federal de Educação e Tecnologia do
Triângulo Mineiro (IFTM), campus Uberlândia Centro.
A quinta etapa consistiu-se na avaliação do projeto, que se deu durante a apresentação
da aula. Buscou-se verificar a interação e o interesse dos alunos durante a execução da aula.
3. Análise e discussão dos resultados
Durante a execução da oficina do conhecimento apresentada pelos integrantes do projeto,
verificou-se que empregaram recursos audiovisuais adequados, como slides e mídias bem
elaborados, ilustrativos, explicativos e com animações modernas. Ressalta-se que, a condução
da oficina com o uso dos instrumentos musicais foi extrema relevância, visto que os alunos se
mantiveram participativos e focados na aprendizagem do conteúdo em exposição durante
todo o processo.
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4. Conclusões
Os resultados iniciais com execução deste projeto de ensino mostraram-se
satisfatórios, visto que durante a oficina do conhecimento os alunos estiveram o tempo todo
participativos, atentos e interessados na aula. Portanto verificou-se que a conexão da física
com a música é possível de ser feita no ambiente de aprendizagem, e é capaz de torna-lo mais
atraente, agradável e produtivo.
Referências
BALBINO, J. (2007). “Objetos de Aprendizagem: Contribuições para sua geneaologia”.
2007, disponível em <http://www.dicas-l.com.br/educacao_tecnologia/>. Acesso em 05
set. 2017.
DONOSO, J. P.; TANNÚS, A.; GUIMARÃES, F.; FREITAS, T.C. (2008). “The physics of
the violin”. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 30, n. 2, 2305, 2008.
GOTO, M, (2009). “Physics and music in consonance”. Revista Brasileira de Ensino de
Física, v. 31, n. 2, 2307, 2009.
LAGO, B. L. (2015). “The electric guitar as an instrument for teaching wave physics”.
Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 37, n. 1, 1504, 2015.
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A Física nas Artes Marciais Integrando o Conhecimento
Bruno Mundim Franco R. Gonçalves1, Marco Antônio Batista de Souza
1, Amauri
Pietropaolo T. Júnior1, Robson Humberto Rosa
1
1Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) CEP
38400-364 -Uberlândia – MG – Brasil
[email protected], [email protected], [email protected],
Abstract. We seek with this project make the process of tutorship and
apprenticeship of static more enjoyable and attractive for high school students, with
the use of digital media and practical workshops about martial arts, connecting
thus, the concepts of physics and martial arts. This happened through a
methodology consisting of a practical and intuitive bibliographic review. Therefore,
we sought to employ a methodology consisting of systemic bibliographic review,
choice of learning objects, preparation and execution of practical workshops. The
execution of the workshops included the integration of the concepts of static with
martial arts. The initial results with the execution of this project were satisfactory.
Resumo. Buscou-se com este projeto tornar o processo de ensino e aprendizagem
de estática mais agradável e atraente, aos estudantes do ensino médio, com o uso
de mídias digitais e oficinas práticas sobre as artes marciais, integrando assim, os
conceitos da física com os movimentos nas lutas. Isto se deu através de uma
metodologia prática e intuitiva. Para tanto, buscou-se empregar uma metodologia
constituída de revisão bibliográfica sistêmica, escolha dos objetos de
aprendizagem, preparação e execução das oficinas práticas do conhecimento. A
execução das oficinas contemplou a integração dos conceitos de estática muito
aplicados nas artes marciais. Os resultados iniciais com a execução deste projeto
mostraram-se satisfatórios.
1. Introdução
Muitos estudantes do ensino médio não conseguem compreender adequadamente alguns
conteúdos da física, principalmente no que tange a área de estática. Uma das formas de tentar
resolver esse problema, pode ser através de oficinas práticas do conhecimento, com uso de
metodologias modernas, práticas e intuitivas. Metodologias estas, executadas pelos próprios
alunos e aplicadas com os colegas de sala durante o processo de aprendizagem.
O conceito de oficina aplicada a educação refere-se ao lugar onde se aprende fazendo
junto com os outros. Segundo Omiste et al. (2000), a oficina é um âmbito de reflexão e ação
no qual se pretende superar a separação que existe entre a teoria e a prática, e entre
conhecimento e trabalho e entre a educação e a vida.
As artes marciais estão presentes no cotidiano da atual geração de jovens e adultos, ela
é algo que incentiva a prática de esportes, desperta o interesse e a curiosidade pelas lutas, e
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acima de tudo contribui no processo de formação do indivíduo como um todo. Os
movimentos aplicados nas lutas estão diretamente relacionados com vários conteúdos da
física como exemplo nas áreas de estática, dinâmica e energia.
Nesse contexto, é possível desenvolver oficinas do conhecimento que tratem de forma
aplicada os conceitos físicos de estática. Como exemplos, os conceitos de centro de
gravidade, estabilidade, rotação, conservação da quantidade de movimento, alavancas, dentre
outros. Possibilitando a integração direta do conhecimento da física com as lutas, tornando
assim, o processo de ensino e aprendizagem de física, mais atraente e produtivo.
Balbino (2007), destaca que os objetos de aprendizagem (OAs) podem ser entendidos
como uma entidade, digital ou não digital, que pode ser usada e reutilizada ou referenciada
durante um suporte ao ensino e aprendizagem. Neste projeto de ensino, destaca-se o uso das
mídias digitais nas oficinas práticas do conhecimento.
2. Metodologia
A metodologia empregada neste projeto consistiu-se de cinco etapas. A primeira etapa foi
dedicada a revisão bibliográfica sistemática na literatura científica, através de dissertações,
teses e artigos científicos que tratasse sobre o ensino de física no ensino médio. Em seguida
buscou-se estudar os principais conceitos físicos abordados em estática, neste momento,
verificou-se que seria importante destacar os conceitos e aplicações de centro de gravidade,
estabilidade, rotação, e alavancas,
A segunda etapa consistiu-se da escolha dos objetos de aprendizagem (OAs). Optou-
se por escolher as mídias digitais para ilustrar os conceitos de centro de gravidade,
estabilidade, rotação, e alavancas, nos movimentos usados nas lutas.
A terceira etapa consistiu-se da preparação das oficinas do conhecimento. Nesta etapa,
buscou-se preparar uma oficina com recursos áudio visuais e sonoros, e um ambiente
adequado. Para tanto, elaborou-se um plano de aula que contemplou os conceitos físicos de
interesse da área de estática e os (OAs) que foram utilizados no decorrer da oficina.
A quarta etapa consistiu-se da execução das oficinas do conhecimento sobre a física
nas artes marciais. A primeira oficina foi ministrada por um Sansei convidado, e executada
numa academia de artes marciais, mais especificamente, de Aikido. Nesta oficina abordou-se
as principais técnicas praticadas nos treinos de Aikido, tais como: equilíbrio, estabilidade,
posicionamento, energia, rotação e outros. Ressaltando também os quesitos disciplina,
respeito e colaboração com o próximo, inerentes aos praticantes de artes marciais.
A segunda oficina foi executada no ambiente de sala de aula, onde os alunos
apresentaram as mídias digitais produzidas, ilustrando assim de forma prática e intuitiva os
conceitos de estática aplicados nos movimentos nas lutas. Ressalta-se que a apresentação foi
conduzida pelos três deste projeto, sob a orientação e acompanhamento do coordenador do
projeto, a uma turma de 30 alunos do ensino médio integrado do Instituto Federal de
Educação e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM), campus Uberlândia Centro.
A quinta etapa consistiu-se na avaliação do projeto, que se deu durante a apresentação
das oficinas. Buscou-se verificar a interação e o interesse dos alunos durante a execução das
oficinas.
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3. Análise e discussão dos resultados
Durante a execução das oficinas práticas do conhecimento, verificou-se que foram
empregados recursos didáticos apropriados, isto é, extremante modernos, ilustrativos e
intuitivos. Destaca-se que os alunos se mantiveram participativos e focados na aprendizagem
durante todo o processo. Na primeira oficina prática o envolvimento dos alunos foi
surpreendente, visto que muitos se interessaram em ingressar e prosseguir nos treinos de artes
marciais. Na segunda oficina, os integrantes do projeto produziram mídias de excelente
qualidade, as quais foram apresentadas aos colegas para elucidar e reforçar os conceitos
físicos relacionados a área de estática.
4. Conclusões
Os resultados iniciais com a execução deste projeto de ensino mostraram-se satisfatórios,
visto que durante as oficinas práticas do conhecimento os alunos estiveram o tempo todo
participativos, atentos e interessados na aprendizagem. Portanto verificou-se que é possível
integrar os conceitos da física com os movimentos nas lutas das artes marcais, isso, aliando as
mídias digitais e as oficinas do conhecimento, tornando o processo de ensino e aprendizagem
mais atraente, agradável e produtivo.
Referências
BALBINO, J. (2007). “Objetos de Aprendizagem: Contribuições para sua geneaologia”.
2007, disponível em <http://www.dicas-l.com.br/educacao_tecnologia/>. Acesso em 05
set. 2017.
DONOSO, J. P.; TANNÚS, A.; GUIMARÃES, F.; FREITAS, T.C. (2008). “The physics of
the violin”. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 30, n. 2, 2305, 2008.
GOTO, M, (2009). “Physics and music in consonance”. Revista Brasileira de Ensino de
Física, v. 31, n. 2, 2307, 2009.
LAGO, B. L. (2015). “The electric guitar as an instrument for teaching wave physics”.
Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 37, n. 1, 1504, 2015.
OMISTE, A . S; LÓPEZ, M. D. C.; RAMIREZ, J. Formação de grupos populares: uma
proposta educativa. In CANDAU, Vera Maria; SACAVINO, Susana (Org.) Educar em
direitos humanos: construir democracia. Rio de Janeiro : DP&A, 2000.
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Filosofia contratualista em foco: uma exposição didática
Alanna de S. Alves, Ana Laura M. Alves, Anthonny R. Souza, Guilherme D. Aguiar
Isabella A. D. Damaceno, Mariana O. Lopes, Márcio Bonesso
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Campus
Uberlândia Centro
{alannaalves81,almedeirosalves,anthonnyrws,guuilhermedouglas,isa.araujo.dias,
marianalopesiftm} @gmail.com, [email protected]
Resumo: Este trabalho visa explicar o ponto de vista de cada um dos três pensadores
contratualistas: Jean-Jacques Rousseau, John Locke e Thomas Hobbes. Analisa suas
visões e constatações sobre três etapas que segundo eles, todos os grupos humanos
passam por antes de se tornarem civilizações, sendo elas o Estado de Natureza, o
Contrato Social e o Estado Civil, realizando comparações entre os diferentes
pensamentos. O trabalho apresentado em forma de vídeo tem como principal objetivo
auxiliar os estudantes de ensino médio que estejam aprendendo este conteúdo. Desse
modo, nosso resultado se caracteriza como um instrumento didático possibilitando que
os alunos consigam aprender de uma forma rápida, fácil e menos densa do que em livros
didáticos.
Abstract: This paper aims to explain the point of view of each of the three contractual
thinkers: Jean-Jacques Rousseau, John Locke and Thomas Hobbes. It analyzes their
visions and findings about three stages that according to them, all human groups go
through before they become civilizations, being they the State of Nature, the Social
Contract and the Civil Status, making comparisons between the different thoughts. The
work presented in video form has as main objective to help the high school students who
are learning this content. In this way, our result is characterized as a didactic tool
enabling students to learn in a quick, easy and less dense way than in textbooks.
1. Introdução
Somos alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro
Campus Uberlândia Centro, cursando o segundo ano de administração integrado ao ensino
médio. Diante da necessidade de se explorar novas possibilidades de avaliação e de trabalhar
conteúdos teóricos dentro da sala de aula, inclusos na matriz curricular de filosofia, surgiu
como uma iniciativa do grupo elaborar uma apresentação no formato de vídeo. Este atenderia
todos os requisitos propostos pelo professor, sendo o principal deles demonstrar o conteúdo
sobre as teorias contratualistas de forma didática, facilitando o aprendizado dos alunos.
Dentro do contexto recente da revolução técnico-científica em que vivemos, na qual os
dispositivos móveis ganham cada vez mais espaço no nosso cotidiano, é crucial que a
educação também repense seus métodos de ensino. Pensando nisso, a abordagem do tema em
forma de vídeo, tem como propósito um esclarecimento facilitado por lidar com uma
linguagem mais próxima da realidade dos alunos.
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Em linhas gerais o vídeo se propõe a expor quem eram os contratualistas, quais eram
seus conceitos e definições de estado de natureza, contrato social, e como a sociedade se
relacionava para construí-lo e quais eram os desdobramentos na sociedade civil (posterior ao
contrato social). No presente trabalho apresentamos a seleção de conceitos, ferramentas e
método de organização o vídeo.
2. Metodologia
O método de pesquisa utilizado foi o qualitativo, de caráter descritivo e com levantamento
bibliográfico a partir do nosso livro didático Fundamentos de Filosofia e portais online de
consulta comumente utilizados por alunos. Na construção do vídeo utilizamos a ferramenta
PowerPoint1, GIFs
2 animados e imagens de caráter humorístico que representassem os
assuntos tratados, bem como uma organização estética que remetesse à um jornal impresso
antigo.
3. Resultados e Discussão
Ao refletirmos sobre nossos processos de aprendizagem, nós estudantes percebemos que uma
atitude natural quando temos dificuldade de compreender um conteúdo é recorrer aos sites de
pesquisa online. Neles encontramos plataformas de educação que apresentam conceitos
simples e rápidos daquilo que procuramos. Buscamos trazer essa perspectiva para o nosso
material ao adaptarmos (de acordo com conhecimento adquirido em sala de aula) o conceito
de contratualismo disponível no portal online Consciência Política. Portanto, o
contratualismo pode ser descrito como as teorias políticas que surgiram entre o século XVI e
XVIII, com a tentativa de explicar a sociedade civil por meio de um contrato ou um acordo.
Os três principais pensadores foram Rousseau, Locke e Hobbes. Um aspecto em concordância
entre eles foi que os seres humanos passaram por três estágios, sendo eles o estado de
natureza, o contrato social e o estado civil. Contudo, cada um caracteriza esses estágios de
forma distinta.
Logo após, o vídeo localiza no tempo e espaço, quando e onde, as ideias de cada
contratualista surgiu. O objetivo em todo o processo é que as ideias sejam introduzidas aos
poucos e progressivamente vão mais densas para que quem assista tenha condições de ir
acumulando e “digerindo” o conhecimento. Fundamentados nessa perspectiva, nas anotações
feitas em sala e em artigo disponível em outro portal online, o Mafalda Complica,
desenvolvemos nossa própria comparação entre os contratualistas.
O estado de natureza para Hobbes é caracterizado por um estado sem leis, uma guerra
de todos contra todos, onde todos os indivíduos possuem o direito à liberdade e a
oportunidade igualitária. Neste caso, se fosse necessário matar o próximo com o intuito de
preservar a própria segurança e bem-estar, era permitido. Em contrapartida, para Locke, os
homens já nascem com seus direitos naturais como a razão, liberdade, trabalho e propriedade
privada, mesmo no estado de natureza. Entretanto os indivíduos não possuem segurança
devido à falta de regulamentação, de modo que esses direitos podem ser roubados. Já para
Rousseau, o homem nasce livre e com igualdade, mas é aprisionado por conta de seu
1 Programa disponível no Pacote Office, utilizado para criação e/ou edição de apresentações gráficas.
2 “Graphics Interchange Format” traduzido como “formato para intercâmbio de gráficos” é um
formado de imagem animado muito usado e elemento cultural da internet.
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pensamento racionalista e sua vaidade, o que, por sua própria natureza o leva a degeneração e
corrupção.
Na dimensão do contrato social, para Hobbes, haveria sociedade e o estado, que foram
criados simultaneamente, comandados por regras de convívio e por uma subordinação
política. Essa subordinação se dava através do pacto de submissão, criado em prol da paz
entre os indivíduos. A submissão não era para um rei e sim para um soberano, o único que
não assina o contrato, assim não deve satisfação a nenhum indivíduo, podendo tomar
qualquer conduta para a manutenção da ordem, mesmo que seja uma ação corrupta. Já para
Locke, esse acordo é feito para amenizar as situações conflituosas, onde os homens abdicam
seu direito de defesa e de fazer justiça. A sociedade deve compreender, necessariamente, que
o principal dever do governo é proteger seus direitos inalienáveis e que está cumprindo com o
pacto de consentimento, se este não for cumprido pode ser retirado e substituído. Essa
proteção é feita por instituições jurídicas como o exército. Em contrapartida, Rousseau
defende que o governo deve submeter-se ao povo enquanto os indivíduos devem doar seus
direitos a comunidade. O contrato social, para ele, deve ser modificado constantemente, sendo
que este é uma ação feita para impedir a degeneração e a corruptibilidade, de modo que
prevalece a vontade coletiva e não a individual. O soberano satisfaz apenas a vontade
coletiva, abdicando-se da própria.
O último, mas não menos importante estágio, a sociedade civil, para Hobbes defende
um estado absolutista, que é regido por normas e sanções que garantem a vida aos indivíduos,
e com desigualdades. O governante só pode ser deposto caso este não consiga proteger as
pessoas de morrerem de forma violenta, como no estado de natureza. Locke, em por sua vez,
defende um estado liberal, ou seja, é dever do estado garantir uma lei natural: vida, autodefesa
da própria vida e propriedade. Esse estado pode ser dividido em três poderes sendo eles
legislativo, executivo e judiciário. Cada indivíduo detém seus próprios deveres, sendo de
extrema importância a ação de exercer esses direitos. Já Rousseau, defende um estado social-
democrata, esse em que o povo é maior que o rei, mas que a propriedade privada não seja um
bem inalienável. O direito legal não é algo vindo divinamente, mas resultante de um direito
vindo da soberania popular. Ele também sustenta o direito à revolução para chegar em um
bem comum, assim se o governo não cumprir com os requisitos de atender a população e se
não agir corretamente, ele torna passível de substituição e de uma reestruturação do contrato.
4. Conclusão
Concluímos que o presente trabalho não foi somente importante para a compreensão dos
alunos que irão usufruir dos nossos resultados, mas também para o nosso aprofundamento
próprio deste tema. Uma vez que é um assunto de muita importância e que exige um
comprometimento, criar o material de estudo foi uma forma alternativa de fixar e buscar
conexões com o conteúdo. Atingimos de forma clara, simples e didática todos os objetivos
requeridos na execução do trabalho.
Referências
COTRIM, Gilberto e FERNANDES, Mirna. Fundamentos da Filosofia. 2ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2013.
MEDEIROS, Alexsandro. Principais contratualistas. Disponível em <http://www.portalco
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nscienciapolitica.com.br/filosofia-politica/filosofia-moderna/os-contratualistas/>. Acesso em
17 de agosto de 2017.
CRÍTICA, razão. Comparando Hobbes, Locke e Rousseau. Disponível em
<https://mafaldacomplica.wordpress.com/2013/04/23/comparando-hobbes-locke-e
rousseau/>. Acesso em 23 de agosto de 2017.
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A Física a Arte e o Marketing na Teoria Geral das Cores
Joviane Calixto S. Souza1, Leonardo Silva Teixeira
1, Loredana Romano Devico
1,
Dickson Duarte Pires1, Poliana Poliana Cristina O. C. Diniz
1, Robson H. Rosa
1
1Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) CEP
38400-364 -Uberlândia – MG – Brasil
[email protected], [email protected], [email protected],
[email protected],[email protected], [email protected]
Abstract. This project aimed to make the teaching and learning process of optics
more applied, pleasant and attractive to high school students, using workshops as
well as integrating the knowledge of physics, art and marketing, inherent to the
middle level education integrated with technical administration course. For that
much the aim of this work, was to employ a practical and intuitive methodology
consisting of a systematic bibliographic review, selection of the appropriate
learning objects, preparation and execution of a workshop that included the general
theory of colors, integrating physics, art and marketing, and the evaluation of the
use of this workshop in the teaching environment, highlights that the initial results
were satisfactory.
Resumo. Buscou-se com este projeto tornar o processo de ensino e aprendizagem
de óptica mais aplicado, agradável e atraente, aos estudantes do ensino médio, com
o uso oficinas do conhecimento integrando os conhecimentos de física, arte e
marketing, inerentes ao ensino médio integrado ao curso técnico de administração.
Para tanto, buscou-se empregar uma metodologia prática e intuitiva constituída de
revisão bibliográfica sistêmica, escolha dos objetos de aprendizagem adequados,
preparação e execução de uma oficina que contemplou a teoria geral das cores
integrando a física, a arte e o marketing, e a avalição do uso desta oficina no
ambiente de ensino, ressalta que os resultados iniciais mostraram-se satisfatórios.
1. Introdução
A maioria dos estudantes do ensino médio integrado aos cursos técnicos não conseguem
conectar adequadamente os conhecimentos abordados nas disciplinas de forma isolada, como
exemplo a teoria geral das cores. Uma das formas de tentar resolver esse problema pode ser
através do uso de oficinas práticas do conhecimento que contemplem esta integração.
O conceito de oficina aplicada a educação refere-se ao lugar onde se aprende fazendo
junto com os outros. Segundo Omiste et al. (2000), a oficina é um âmbito de reflexão e ação
no qual se pretende superar a separação que existe entre a teoria e a prática, e entre
conhecimento e trabalho e entre a educação e a vida.
Nesse sentido, a arte e percebida como lugar de intersecções de saberes e de
proposições críticas pode ser entendida como ferramenta eficaz para a construção
interdisciplinar do conhecimento. Na diversidade de conceitos, matérias e linguagens que
compõe a natureza da arte, principalmente nas linguagens visuais, pode ser eleger o
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entendimento e a habilidade de manipulação das cores com umas das principais questões.
Desde os tempos mais remotos às cores são atribuídas importantes funções estéticas, poéticas
e subjetivas como elementos significantes da linguagem humana, compondo, assim o cabedal
instrumental de percepção da vida concreta e simbólica dos indivíduos.
Sabe-se que as cores influenciam os consumidores no mundo do marketing e da
publicidade. Nesse contexto, Kotler (2006) destaca que se faz necessário o posicionamento de
mercado, cuja estratégia é desenvolver a oferta e a imagem da empresa para ocupar um lugar
destacado na mente do consumidor.
Balbino (2007), destaca que os objetos de aprendizagem (OAs) podem ser entendidos
como uma entidade, digital ou não digital, que pode ser usada e reutilizada ou referenciada
durante um suporte ao ensino e aprendizagem. Neste projeto de ensino, destaca-se o uso de
mídias digitais como suporte nas oficinas práticas do conhecimento. Diante deste cenário,
faz-se necessário o emprego de metodologias diferenciadas como o uso da oficina: a física, a
arte e o marketing na teoria geral das cores.
2. Metodologia
A metodologia empregada neste projeto consistiu-se de cinco etapas. A primeira etapa foi
dedicada a revisão bibliográfica sistemática na literatura científica, através de dissertações,
teses e artigos científicos que tratasse sobre a teoria geral das cores. Em seguida buscou-se
estudar os principais tópicos a serem abordados na oficina, visto que o tema poderia fazer a
integração da física, da arte e do marketing.
A segunda etapa consistiu-se da escolha dos objetos de aprendizagem (OAs). Optou-
se por escolher as mídias digitais, com intuito de propiciar um ambiente de aprendizagem
mais intuitivo e atraente.
A terceira etapa consistiu-se na preparação da oficina. Nesta etapa, buscou-se preparar
uma oficina com recursos áudio visuais e sonoros, e um ambiente adequado. No plano de aula
buscou-se abordar, os aspectos físicos da teoria geral das cores, como o conceito de luz, o
experimento de Isaac Newton com o prisma e outros. Na arte, buscou-se abordar as diferentes
percepções das cores na produção simbólica dos signos e significantes em diferentes vertentes
artísticas com destaque para percepção nas artes visuais, no teatro, na arquitetura e na
decoração. No marketing, buscou-se apresentar o conceito de posicionamento de mercado, as
formas de penetrar na mente humana, e a exemplificação de algumas marcas de destaque no
mercado nacional e internacional.
A quarta etapa consistiu-se na apresentação da oficina, com os recursos áudio visuais,
sonoros, e os objetos de aprendizagem (OAs), com a ministração realizada pelos três
integrantes deste projeto, sob a orientação e acompanhamento dos professores especialistas
nas áreas de física, arte e marketing, isto, a uma turma de 30 alunos do ensino médio
integrado do Instituto Federal de Educação e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM),
campus Uberlândia Centro.
A quinta etapa consistiu-se na avaliação do projeto, que se deu durante a apresentação
da oficina. Buscou-se verificar a interação e o interesse dos alunos durante a apresentação da
aula.
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3. Análise e discussão dos resultados
Durante a execução da oficina do conhecimento apresentada pelos integrantes do projeto,
verificou-se que empregaram recursos audiovisuais adequados, como slides e mídias bem
elaborados, ilustrativos, explicativos e com animações modernas. Ressalta-se que, a condução
da oficina com o uso das mídias digitais foi de extrema relevância, visto que os alunos se
mantiveram participativos e focados na aprendizagem do conteúdo em exposição durante
todo o processo.
4. Conclusões
Os resultados iniciais com execução deste projeto de ensino mostraram-se satisfatórios, visto
que durante a oficina do conhecimento os alunos estiveram o tempo todo participativos,
atentos e interessados na aula. Portanto verificou-se que a integração da física, da arte e do
marketing é possível de ser feita no ambiente de aprendizagem, e é capaz de torna-lo mais
atraente, agradável e produtivo.
Por fim, é fundamental ratificar que esse projeto está de acordo com os paradigmas da
educação contemporânea que para além das abordagens dos conteúdos curriculares
específicos, oferece ao estudante a oportunidade de acesso a um saber significativo, concreto
e de qualidade construído na perspectiva de uma formação unilateral.
Referências
BALBINO, J. (2007). “Objetos de Aprendizagem: Contribuições para sua geneaologia”.
2007, disponível em <http://www.dicas-l.com.br/educacao_tecnologia/>. Acesso em 05
set. 2017.
KOTLER, P. & KELLER, K. L. “Administração de Marketing”. Tradução de Mônica
Rosenberg, Brasil Ramos Fernandes e Cláudia Freire. 12ª ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2006.
OMISTE, A . S; LÓPEZ, M. D. C.; RAMIREZ, J. Formação de grupos populares: uma
proposta educativa. In CANDAU, Vera Maria; SACAVINO, Susana (Org.) Educar em
direitos humanos: construir democracia. Rio de Janeiro : DP&A, 2000.
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Curta-metragem "lIFe"
Augusto Silva Garcia (professor orientador), Daniel Tomaz Santos de Medeiros,
Isabella Araujo Dias Damaceno, João Pedro Ferreira Theodoro, Loredana Romano
Devico, Nathalia Martins Pessoa, Tiago Oliveira Spironello
Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) – Campus Centro – Uberlândia, MG – Brasil
Abstract. This paper briefs the reader in regards to the objectives and basis of the
shortfilm „lIFe‟, which is to be presented at the 3ª mostra de trabalhos of the
Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) – Campus Centro at the city of
Uberlândia, MG. The shortfilm in question is the colaborative work of many
students from the 2nd grade, both from Administration and Computer Graphics,
with three of them being more directly involved at directing scenes and filming, and
other three working on editing and post production. The shortfilm is centered
around a small lionhead white bunny living a day the life of an IFTM student.
Resumo. Este artigo apresenta uma prévia ao leitor em relação aos objetivos e os
fundamentos do curta-metragem „lIFe‟, que será apresentado na 3ª mostra de
trabalhos do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) – Campus Centro na
cidade de Uberlândia MG. O curta-metragem em questão é fruto do esforço
colaborativo de muitos alunos do 2º ano, tanto de Administração quando
Computação Gráfica, com três deles sendo mais diretamente envolvidos em dirigir
e filmar cenas, e outros três trabalhando na edição e pós produção. O curta-
metragem é centrado em um pequeno coelho branco da raça lionhead que vive um
dia na vida de um estudante do IFTM.
1. Informações gerais
O curta-metragem “lIFe” surgiu como parte das oficinas de linguagem da 2ª série do curso
integrado de Administração do IFTM – Campus Uberlândia Centro. Inicialmente, a ideia era
explorar a linguagem cinematográfica numa aula expositiva e dialogada com os alunos, mas
com a presença de um visitante inusitado, um coelho branco da raça lionhead, e com os
equipamentos disponíveis no setor audiovisual, a aula foi mudada para uma oficina prática
onde os alunos receberam uma ideia e, juntamente com ela, a liberdade de explorá-la como
eles achassem melhor. A ideia principal do curta-metragem seria “Uma carta de amor ao IF”,
e o argumento principal seria: “um coelho vive o dia-a-dia de um estudante do IF”.
A ideia não é totalmente inédita, a exemplo de filmes e clipes que trabalharam com a
inserção de animais e seres fantásticos e inusitados no contexto do dia-a-dia do homem
moderno, como é o caso do clipe “Coffee and Tv” da banda britânica Blur, em que uma
caixinha de leite sai pelas ruas da cidade em busca de um garoto desaparecido, enfrentando
diversas situações.
Para a realização das filmagens, os alunos da sala foram divididos em dois grupos de
filmagem. Um grupo gravaria cenas em 1ª pessoa, sob a perspectiva do coelho, se deslocando
pelas dependências do instituto com uma câmera rente ao solo, alternando a altura para
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simular os pulos do coelho. A outra equipe gravaria cenas em 3ª pessoa onde o coelho iria
interagir com pessoas, situações, lugares. Neste sentido, os alunos escolheram que situações
filmar, recapitulando, cronologicamente, o que fazem desde que chegam ao instituto até o
momento que saem.
Entre as situações filmadas estão: aulas em sala, no laboratório, a interação com
amigos e alunos, a hora do lanche, a biblioteca, a interação com obras de arte, inclusive
momentos inusitados como um feedback devido a mau comportamento. A principal
preocupação era não causar estresse ou desconforto ao animal, pois coelhos são muito
sensíveis. A experiência foi, no geral, mais fácil do que inicialmente pensado, pois o animal
se manteve bem tranquilo e os alunos demonstraram maturidade e sensibilidade ao lidar com
o animal, que se tornou muito querido por todos, incluindo staff e corpo docente.
No entanto, filmar é apenas parte do processo e, como sabido, muitos filmes podem
ser arruinados na mesa de edição e na pós-produção, bem como filmes que seriam os
chamados “box office bombs” (fracassos de bilheteria) podem ser salvos por uma boa edição.
Neste sentido, contamos com a ajuda de três alunos da 2ª série do curso integrado de
Computação Gráfica que mostraram exímio conhecimento de técnicas de montagem e edição,
refletidos num trabalho anterior da disciplina de Inglês, onde eles receberam a tarefa de
elaborar um vídeo-clipe.
Com mais de quatro horas de cenas filmadas, nos deparamos com a dificuldade de
selecionar o melhor material, de definir a ordem em que os eventos seriam apresentados, de
escolher uma identidade estética para a película: que filtros usar, quantos frames por segundo,
que efeitos buscar. Uma outra preocupação importante refere-se ao que, em inglês, se chama
de “pacing” – o ritmo da película. E o ritmo, juntamente com as cenas escolhidas são
fundamentais para a veiculação adequada da ideia original de representar o amor dos
estudantes pelos elementos que compõem essa vivência escolar, que é um dos aspectos mais
importantes e marcantes da vida de uma pessoa. Se a ideia não for bem apresentada, então os
esforços, por mais bem-intencionados que sejam, e por mais que, no geral, a película seja
bem-feita, dos pontos de vista técnico e artístico, fora em vão.
No geral, consideramos a experiência muito proveitosa e ela mostrou alguns talentos
que fazem parte do instituto, e que, com os recursos adequados, podem construir obras de arte
relevantes e inspiradoras. Como se trata de um projeto artístico, parte da sua apreciação reside
no campo da subjetividade, e o resultado final desses esforços apenas será percebido no
momento da efetiva apresentação do curta-metragem ao público, no contexto da 3ª Mostra de
Trabalhos.
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Imagem 1. Um Coelho da raça lionhead
Imagem 2. Campus Uberlândia – Centro do Instituto Federal do Triângulo Mineiro.
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Imagem 3. Cena do clipe “Coffee and Tv” da banda britânica Blur.
Referências
Dmytryk, Edward (1984). On Film Editing: An Introduction to the Art of Film Construction.
Focal Press, Boston.
Murch, Walter (2001). In the Blink of an Eye: a Perspective on Film Editing. Silman-James
Press. 2d rev. ed.
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IFsseia: a Criação de um Roteiro Artístico Teatral a Partir da
Obra Clássica de Homero
Clarice Regina da S. Santos¹, Daniele Aya T. Yoshii¹, Lísia Moreira Cruz¹, Marcio
Bonesso¹
¹Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) – Campus
Uberlândia Centro. Rua Blanche Galassi, 150, Morada da Colina, 38.411-104, Uberlândia -
MG
[email protected], [email protected], [email protected],
Abstract. This meta-paper describes the process of creating an artistic presentation
in the theatrical form developed by high school students within the scope of the
Knowledge Workshops course. The work was done from the adaptation of the
Odyssey and from collective and individual ideas. In the development of the work,
creativity and knowledge were explored, broadening the artistic and intellectual
horizon of those involved in the Project.
Resumo. Este artigo descreve o processo de criação de uma apresentação artística
na forma teatral desenvolvido por alunos do ensino médio no âmbito da disciplina
Oficinas do Conhecimento. O trabalho foi realizado a partir da adaptação da obra
Odisseia e de ideias coletivos e individuais. No desenvolvimento da obra a
criatividade e o conhecimento foram explorados, ampliando o horizonte artístico e
intelectual dos envolvidos no projeto.
1. Introdução
As transformações da sociedade diante dos avanços tecnológicos acelerados nas últimas
décadas demandam que escolas busquem inovar suas abordagens educativas, especialmente
quando se trata da educação técnica integrada ao ensino médio. É imperativo que, nesta etapa,
os jovens capacitem-se para a continuidade nos estudos, para os enfrentamentos da vida
cotidiana e para o mundo do trabalho, desenvolvendo habilidades e competências, buscando a
constante atualização mediante a tais transformações.
Diante desse contexto, é desenvolvida no curso de Administração Integrado ao Ensino
Médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro-Campus
Uberlândia Centro a disciplina “Oficinas do Conhecimento”, que tem como propósito a
integração curricular entre a educação profissional e o ensino médio, por meio do
processo de investigação e pesquisa. Contextualização, problematização e
sistematização dos resultados ligados ao tema articulador de pesquisa: Ação
Comunitária. Desenvolvimento das etapas de pesquisa e planejamento de ações
intervencionistas na comunidade pesquisada/estudada. Realização de Oficinas de
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Aprendizagem articuladas aos temas do Curso Técnico em Administração. (IFTM,
2015)
Mediante a esta realidade foi desenvolvido, pela turma do 1° ano do referido curso, o
projeto IFisseia, de elaboração de um roteiro para uma apresentação artística na forma teatral,
orientado pelos professores Marcio Bonesso e Lísia Moreira Cruz.
Assim, o objetivo do presente trabalho é descrever a realização do projeto IFisseia,
que buscou promover um crescimento intelectual e das habilidades dos alunos envolvidos,
tendo como consequência a produção de um conhecimento ligado com aspectos filosóficos e
artísticos, visando resultar em um roteiro que retrata o poema épico do final do século de VIII
aC. de uma maneira contemporânea e sob uma nova perspectiva.
2. Desenvolvimento
A elaboração do projeto foi embasada na obra clássica Odisseia, de Homero poeta da
antiguidade grega, contada por Rocha (2011). A metodologia de pesquisa adotada foi
embasada na leitura da obra e nas ideias criativas que os alunos envolvidos discutiram com
grande engajamento nas reuniões realizadas sob orientação dos professores responsáveis.
Os alunos envolvidos no processo foram agrupados de acordo com suas habilidades
nas áreas de atuação, dança, canto e planejamento para realizar uma adaptação da obra em
questão, retratando aspectos da contemporaneidade em uma apresentação artística na forma
teatral. Desse modo, foi criado um cronograma de atividade e um roteiro que descreve as
sequências das encenações. Os encadeamentos de execução do trabalho estão sintetizados na
Figura 1.
Figura 1. Sequência de elaboração do trabalho.
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O projeto foi iniciado no dia 02 de Junho de 2017, com a divisão inicial de grupos, de
acordo com a afinidade de cada aluno por áreas como música, dança, atuação e gestão. Foram
definidos também os temas centrais do roteiro, para que fosse possível dar início a montagem
de algumas cenas e canções. Assim, para a melhor execução do trabalho houve a utilização de
instrumentos musicais, como: violão, violino, flauta e o teclado. Além disso, o uso de
computadores e smartphones conectados à Internet foram essenciais para elaboração do
trabalho, uma vez que, em conjunto, por meio de aplicativos de compartilhamento e
colaboração, os alunos alimentaram individualmente os documentos com suas contribuições
que resultaram no roteiro em questão.
3. Resultados e discussões
As reuniões aconteceram semanalmente durante um trimestre, totalizando 28 horas/aula.
(Figura 2). A cada encontro as encenações eram desenvolvidas e aperfeiçoadas. Foram
adicionadas novas músicas, criadas coreografias e os ensaios dos atores eram apresentados a
toda a sala e os docentes, para que em conjunto fosse feito o melhoramento de cada cena,
visando sempre um resultado final de qualidade e atrativo. O cronograma feito pela comissão
de gestão que incluía os dias de cada reunião e o que deveria ser feito em cada uma foi de
fundamental importância para que os alunos fossem norteados e desenvolvessem o projeto
com êxito.
Figura 2. Imagens da atuação dos alunos durante o desenvolvimento do trabalho.
Seguem alguns trechos das falas adaptadas pelos alunos:
“Levante-se. Vou lhe dar algumas instruções. Ali se encontra o templo de Poseidon e
logo adiante, a entrada para a cidade. Não posso caminhar ao teu lado na frente do
povo, pois as fofocas são muitas... Em breve estarei me casando e se me verem ao seu
lado confundirão as coisas. Portanto, se dirija até o palácio à procura de meu pai e
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minha mãe. Abrace os joelhos da rainha se pretendes regressar rapidamente.”
Personagem Nausícaa.
“Mas é Poseidon que guarda um forte rancor contra Odisseu por ele ter vazado o
único olho de um de seus filhos ciclope, Polifemo. E é por isso que ele faz com que
Odisseu erre longe de sua pátria. Mas isso já basta! Encontraremos uma maneira de
lhe assegurar o retorno.” Personagem Zeus.
“E foi assim que por um único instante de bobeira minha, talvez pelo cansaço da
dezena de noites que havia passado sem dormir, Ítaca minha amada casa que já estava
ao alcance dos olhos… novamente se distanciou pelos ventos do maligno Éolo e
voltamos a ilha de Eólia sem que fosse nossa vontade.” Personagem Odisseu.
O esforço individual de cada aluno e dos professores envolvidos contribuiu para que
em apenas três meses o roteiro fosse finalizado e agora o projeto iniciará uma nova etapa,
integrado a disciplina de Arte, para que seja possível aperfeiçoar a apresentação teatral e
posteriormente apresentá-la.
4. Considerações finais
A partir do desenvolvimento do projeto em questão, técnicas e habilidades individuais foram
aprimoradas, onde cada um dos envolvidos que tiveram grande engajamento para a realização
das atividades obtiveram como resultados a experiência nas diversas áreas envolvidas e o
enriquecimento cultural e intelectual. Além disso, o projeto resultou na construção e um
roteiro para a elaboração de um espetáculo artístico teatral.
Referências
IFTM. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro. Projeto
Pedagógico do Curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio. 2015.
Rocha, R. Ruth Rocha Conta a Odisseia. 1.ed. São Paulo: Salamandra, 2011.
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Modalidade de Pesquisa
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Anais da Mostra de Trabalhos do IFTM – Campus Uberlândia Centro
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Um Relato de Caso no atendimento Educacional Especializado:
Contagem, numeração e desenvolvimento pessoal
Hutson Roger Silva, Ângela Maria Volpi, Maria Tereza Menezes Freitas
¹ Graduando da Faculdade de Matemática (FAMAT) – Universidade Federal de Uberlândia
(UFU) Av. João Naves, 1212, Santa Mônica – Minas Gerais.
² Professora da Escola Municipal Professora Cecy Cardoso Porfírio - R. Rio Jequitinhonha,
Mansour, Uberlândia – MG.
³ Professora Doutora da Faculdade de Matemática (FAMAT) – Universidade Federal de
Uberlândia (UFU) Av. João Naves, 1212, Santa Mônica – Minas Gerais [email protected] ,
Abstract. This article reports the experience with a special student. The special
student had no perception of counting and ordering, having great doubts.
Teachers in the industry decided to work with materials that displayed numbers
and colored figures to try to aid in their learning. Analyzing the development of
the teaching proposals, it was evidenced that the student's difficulties on the
mathematical subjects were naturally solved. Moreover, it was possible to
observe the improvement of the teacher-student relationship, evidencing an
improvement of the teaching and learning process.
Resumo. O presente artigo relata a experiência realizada com uma aluna
especial. A aluna especial não tinha percepção de contagem e ordenação, tendo
grandes dúvidas. Os professores do setor decidiram trabalhar com materiais
que exibiam números e figuras coloridas para tentar auxiliar em seu
aprendizado. Analisando o desenvolvimento das propostas de ensino evidenciou-
se que as dificuldades da estudante sobre os temas matemáticos abordados
foram se solucionando naturalmente. Além do mais pôde ser observado a
melhoria da relação professor-aluno evidenciando um aprimoramento do
processo de ensino e aprendizagem.
1. Introdução O Atendimento Educacional Especializado (AEE) foi criado para auxiliar alunos que
tenham algum tipo de deficiência e garantir o acesso à educação.
Com essas finalidades, a Constituição de 1988 prevê o atendimento para as pessoas
com necessidades especiais, o que está definido como Educação Especial.
É importante lembrar que segundo os documentos (BRASIL, 2006):
a) esse atendimento refere-se ao que é necessariamente diferente da
educação em escolas comuns e que é necessário para melhor
atender às especificidades dos alunos com deficiência,
complementando a educação escolar e devendo estar disponível
em todos os níveis de ensino;
b) é um direito de todos os alunos com deficiência que necessitarem
dessa complementação e precisa ser aceito por seus pais ou
responsáveis e/ou pelo próprio aluno;
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Além do mais, vale ressaltar que de acordo com o Decreto nº 6571, de 17 de
setembro de 2008:
§ 1º Considera-se atendimento educacional especializado o conjunto
de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados
institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar
à formação dos alunos no ensino regular.
§ 2º O atendimento educacional especializado deve integrar a
proposta pedagógica da escola, envolver a participação da família e
ser realizado em articulação com as demais políticas públicas.
O AEE é um trabalho que elabora, organiza materiais e recursos pedagógicos que
possam reduzir a barreira entre o aluno e o ensino de acordo com suas necessidades
físicas. Segundo as orientações, a proposta deve ser articulada com a escola, contudo suas
atividades são diferentes das salas de aula do ensino regular. (BRASIL, 2009)
Apoiando nas orientações dos documentos do MEC, a proposta aqui relatada
buscou atender as dificuldades de uma aluna especial, explorando conteúdos fundamentais
por meio de jogos e materiais coloridos que expressavam números.
Na educação matemática o jogo tem sido valorizado, pois parece contribuir para o
desenvolvimento do estudante, garantindo uma visão melhor sobre a aprendizagem.
Para Kishimoto (1996, p.36):
O jogo é um recurso que ensina, desenvolve e educa de forma
prazerosa, se materializa como instrumento facilitador na construção
da aprendizagem, uma vez que habilidades como raciocínio,
memória, domínio de cálculo, operações matemáticas básicas de
distância, volume, peso, noções de sequência, além de se melhorar a
qualidade física do aluno, como respiração, tônus muscular, agilidade
física e de raciocínio.
Diante desta afirmativa a proposta de ensino deste contexto buscou acompanhar e
solucionar as dúvidas de uma aluna especial referente à ordenação de números e a
contagem.
A proposta de ensino, com relação cuidadosa que respeitava o tempo da aluna, teve
resultados surpreendentes e, ao final do período de estágio já se podia notar uma melhora
significativa em sua percepção lógica referente a contagem e ordenação de números, além
do mais foi possível evidenciar um desenvolvimento psicológico e pessoal da aluna,
aperfeiçoando a relação professor-aluno.
2. O acompanhamento especial Este texto relata a primeira experiência com Atendimento Educacional Especializado de
um aluno do curso de graduação em matemática. Este momento se insere no âmbito do
estágio obrigatório que a grade curricular do curso exige.
A aluna especial, protagonista deste relato, possui microcefalia e atraso no
desenvolvimento psicomotor. Contudo, é uma aluna amorosa, esforçada e tímida. Esta
aluna nunca desrespeitou algum professor e alega ser tratada com muito amor pela família,
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aliás, ela adora contar os acontecimentos de sua casa. Muito de seus relatos versam sobre
as brincadeiras com os irmãos e afirma gostar da escola.
Um ponto que merecia atenção foi a compreensão sobre a posição ou ordenação
numérica da aluna. A aluna tinha dúvidas sobre a ordenação dos números e às vezes não
sabia qual número vinha antes ou depois.
Para tentar solucionar este problema, foi utilizado um material que continha
números e imagens. Foi realizada a contagem e ordenação até o número 10, e sempre era
acrescentado mais números aos próximos encontros. O material era semelhante a pequenas
cartas que continham números e dentro delas desenhos com suas quantidades.
Após o conhecimento do material e a exploração do mesmo, foi solicitado a aluna
para ordenar os números, e sem titubear a aluna conseguiu executar a atividade sem a
interferência dos professores, como mostra a Figura 1.
Figura 1. Ordenação dos números.
Em outros momentos foi solicitado que a aluna agrupasse, utilizando o material
dourado, a quantidade de cada carta em grupos. A aluna conseguiu agrupar até o número
11 e do número 12 em diante notou-se uma dificuldade em realizar a atividade. Acredita-
se que a atividade se tornou cansativa, o que fez a aluna não querer prosseguir e,
respeitando seu rimo a aluna recebeu auxílio para prosseguir e concluir a atividade, que
envolvia contagem.
Notou-se aos pouco que a aluna se mostrava mais à vontade, sorrindo, participando
e não tinha mais a mesma timidez que apresentava inicialmente, se soltando e até
contando histórias. Em um de seus momentos a aluna relatou que queria estudar, mas a
mãe e a irmã a incomodava. Uma queria que ela fosse ao mercado e a outra queria brincar.
Segundo ela, esta situação a deixava irritada, pois sua prioridade no momento era estudar.
A aluna demonstrava grande interesse em querer aprender a ler e a “contar”, como
ela mesma relatou. A aproximação com os professores e a abertura nas conversas,
evidenciou que a aluna sentia confiança para se abrir ao diálogo.
A aluna conquistou uma melhora significativa a respeito das relações sociais,
especialmente com os professores do setor, além do mais se sobressaiu muito bem nas
atividades, pois acertou toda a ordenação e o agrupamento, como relata a Figura 2.
Figura 2. Momento da oficina
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Com seu rendimento, a oficina prosseguiu trabalhando com a soma de números
naturais. A aluna tem limite para o aprendizado, chega a certo ponto que não podemos
forçá-la a prosseguir com o andamento da oficina e, mesmo que seja antes do tempo
previsto para o término da atividade, se deve parar.
Quando ela se sente cansada, fica nervosa e isto faz com que ela não consiga
resolver mais nenhuma situação proposta. No início ela conseguia realizar as somas com
tranquilidade quando, estas somas envolviam números de 0 a 9.
Utilizamos o material dourado para auxiliar na contagem e nas somas, porém após
a aluna se sentir exausta, surgia dificuldade da parte dela, não conseguindo terminar os
exercícios propostos.
Esta reação mostrou que se devia respeitar os limites de nossa aluna e prosseguir
com os trabalhos até onde ela conseguisse. Percebe-se ser esta postura uma forma de
priorizar a qualidade do ensino a ser construído por ela e não a quantidade de elementos
que ainda demanda explicação para aquisição do conhecimento.
3. Considerações finais
Após a experiência com esta aluna ficou bem claro para todos os membros do
projeto que explorar a matemática de forma lúdica para alunos especiais se mostra
didático e atrativo.
Quando misturava figuras e desenhos para a aluna sua percepção sobre os números
era melhor, porém não poderíamos ultrapassar os seus limites. Se ela se sentia cansada,
logo entediava, demonstrando uma atitude que era o momento de pausar a atividade e
continuar posteriormente.
Esta experiência evidenciou a importância do diálogo entre os alunos especiais.
Percebeu-se que, de acordo com a reação da aluna aos elogios e incentivos, ela se tornava
mais aberta aos professores, abrindo-se ao diálogo e aprimorando a relação professor-
aluno e sua aquisição do conhecimento que estava sendo explorado.
Referências bibliográficas
BRASIL. Decreto nº 6571. Brasília, 2008.
BRASIL. Educação Inclusiva. Ministério da educação, 2006.
BRASIL. Diretrizes Operacionais do Atendimento Educacional Especializada na
Educação Básica, modalidade Educação Especial. Brasília, 2009.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Pulo:
Cortez, 1996.
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Investigação e Modelagem Matemática
Hutson Roger Silva1, Arlindo José de Sousa Junior
2
1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Campus
Uberlândia (IFTM). R. Blanche Galassi, 150 - Morada da Colina, Uberlândia - MG,
38400-364. [email protected]
2Universidade Federal de Uberlândia – Campus Santa Monica. Av. João Naves de Ávila,
2121 - Santa Mônica, Uberlândia - MG, 38408-100. [email protected]
Abstract. This article aims to analyze how the difference between a research and
mathematical modeling. Research and modeling are very close, but diverse. The
word inquiry is not necessarily linked to very sophisticated problems. Its basis is
on issues that really interest us for which are not answers, so we look for that
answer in fundamental and rigorous principles. In this way we can say that
investigating does not oblige us to work with very difficult problems. It is
already a Mathematical Modeling, a presupposition, a part of a situation, a
mathematical method, a proposal for secondary education and an educator in its
perspectives in the classroom, being a process that involves obtaining a model.
Resumo. Este artigo tem como objetivo analisar as diferença entre a
investigação e modelagem matemática. A investigação e a modelagem são bem
próximas, porém distintas. A palavra investigar não está ligado necessariamente
a problemas muito sofisticados. Seu embasamento está voltado a questões que
realmente nos interessam para quais não temos respostas prontas, logo
procuramos essa resposta em princípios fundamentados e rigorosos. . Já a
Modelagem Matemática parte de uma situação problema a um modelo
matemático, é uma proposta que surgiu para auxiliar o educador em suas
perspectivas em sala de aula, sendo um processo que envolve a obtenção de um
modelo.
1. Investigação e Modelagem Matemática
A palavra investigar não está ligado necessariamente a problemas muito sofisticados. Seu
embasamento está voltado a questões que realmente nos interessam para quais não temos
respostas prontas, logo procuramos essas respostas em princípios fundamentados e
rigorosos.
Desse modo, podemos dizer que investigar não nos obriga a trabalhar com
problemas muito difíceis. Significa trabalhar com questões que de início apresentem um
modo confuso para sua resolução, mas que podemos procurar claridade para estudar de
modo organizado. (PONTE; BROCARDO; OLIVEIRA, 2003).
Já para os matemáticos profissionais, investigar é descobrir relações entre objetos
matemáticos conhecidos ou desconhecidos, procurando identificar as respectivas
propriedades (PONTE; BROCARDO; OLIVEIRA, 2003).
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Uma investigação matemática pode se desenvolver em torno de vários problemas,
sendo eles ligados à disciplina ou não.
Já a Modelagem Matemática, semelhante a este pressuposto, parte de uma situação
problema a um modelo matemático, é uma proposta que surgiu para auxiliar o educador
em suas perspectivas em sala de aula, sendo um processo que envolve a obtenção de um
modelo.
Sendo assim, a modelagem pode ser considerada como uma arte, ao formular, resolver e
elaborar expressões que valham não apenas para uma solução particular, mas que também
sirva, posteriormente, como suporte para aplicações futuras. (BIEMBENGUT, 1999)
A modelagem pode ser associada a situações reais entrelaçadas a matemática.
Normalmente, é bem pertinente quando usada em aulas investigativas, favorecendo o
processo de ensino aprendizagem, pois aproxima o cotidiano do aluno a investigação
científica (SEREIA; PIRANHA, 2010).
Não compreendemos as investigações ou a modelagem de problemas como uma
ferramenta que por si só possa resolver todas as situações propostas, pois em alguns casos
o resultado pode sair do esperado. Quando trabalhamos uma situação problema, o nosso
objetivo é resolvê-lo. No entanto, devemos observar todo contexto trabalhado. (PONTE;
BROCARDO; OLIVEIRA, 2003).
Para resolver qualquer problema proposto, podemos fazer outras descobertas ou
associações que se revelem tão importantes quanto à solução de um exercício. Quando não
conseguindo resolver o problema, não podemos afirmar que o trabalho deixou de valer a
pena, as descobertas dentro do ramo estudado podem trazer méritos significativos tanto
para o educador e os alunos. (PONTE; BROCARDO; OLIVEIRA, 2003).
Para realizar uma aula de investigação devemos obedecer quatro momentos,
semelhantes a momentos de atividades que envolvam a modelagem.
O primeiro momento da investigação abrange em reconhecer a situação proposta. O
segundo momento se dá pela reformulação de conjecturas, ou seja, como será trabalhado o
problema. O terceiro passo inclui a realização de testes a situação proposta. E, finalmente,
o último momento se diz respeito ao diálogo, a demonstração e avaliação do trabalho
realizado para conhecer os ambos os resultados alcançados e amadurecer as conclusões.
(PONTE; BROCARDO; OLIVEIRA, 2003).
Para melhor compreender a diferença entre modelagem e investigação matemática
analisaremos as etapas da modelagem.
Para trabalhar Modelagem Matemática são fundamentais duas observações iniciais. A
primeira é associar o tema escolhido com a realidade a ser trabalhada e, a segunda,
disseminar as experiências adquiridas no decorrer do processo.
A modelagem matemática gera três etapas, segundo Pinker (apud SCHEFFER, 1995):
formular o problema, construir um modelo matemático, busca a testagem de uma solução
modelo e, por fim, a validação da solução.
Biembengut (1999, p.21) esclarece estas etapas em três procedimentos básicos:
c) Interação
Reconhecimento da situação problema;
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Familiarização com o conteúdo a ser abordado, a pesquisa.
d) Matematização
Formulação de problemas, a hipótese;
Resolução do problema em termos do modelo.
e) Modelo Matemático
Interpretação da solução;
Validação do modelo, o uso.
Os momentos relatados por Ponte, Brocado e Oliveira (2003) e Biembegunt (1999)
podem ser divididos conforme o quadro 1.
QUADRO 1. Momentos na realização de uma investigação e Modelagem
Fonte:
Investigações Matemáticas na Sala de aula, (2003, p. 21) e Biembengut (1999).
Nota: Dados trabalhados pelo autor.
A interação garante que o aluno pesquise de forma que garanta um conhecimento
prévio do que será trabalhado após ser apresentada a situação problema.
Na matematização, considerada por Biembengut, é a etapa mais complexa e
desafiante, pois propõe ao estudante formular técnica para resolver a situação inicialmente
proposta. Nesta fase, o aluno precisa separar as informações, decidir os mecanismos
matemáticos a serem utilizados, identificando as incógnitas envolvidas, levantando
hipóteses e, principalmente, descrever as ações matemáticas a serem abordadas. Após
formular a situação problema, cabe aos educandos propor uma solução.
Na terceira etapa, o modelo matemático, o aluno deve verificar se todas suas
teorias levantadas estão exatas. Se suas conclusões estiverem longe da situação real, deve-
se voltar e verificar onde se encontram as partes que podem ser alteradas. O professor deve
lembrar que, principalmente, na fase do modelo matemático deve se pedir que todos
registrem o que esta sendo executado.
Observando os principais pontos, nota-se que a investigação valoriza a construção e o
diálogo que o processo de ensino acarretará. A modelagem valoriza as diferentes formas
de resolução de problema, no entanto em uma aula de investigação matemática é de
grande importância reconhecer que a modelagem deve estar presente em sua execução.
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Trabalhos com modelagem podem trazer grandes motivações para educandos e
educadores, além de proporcionar uma facilidade imensa de ensino-aprendizagem,
desenvolver raciocínio lógico, capacitar para formações profissionais, compreender o
papel sócio cultural da matemática e cooperar com a formação cidadã (GAZETTA, 1989).
Ao requerer a participação do aluno nas formulações das questões a estudar, atividade
investigativa tende a favorecer seu envolvimento em sala de aula. Para isto é necessário
permitir ao aluno trabalhar de forma totalmente autônoma, o professor, neste momento, é
um guia para indiciar a direção que a atividade possa tomar.
O professor continua sendo o elemento chave nas aulas, tendo a função de indagar sem
expor a resolução do problema. Realizar aulas investigativas é investir na participação do
aluno em sala de aula, ampliar seus conhecimentos no contexto trabalhado, além de
estimular ao raciocínio crítico e lógico e a formação cidadã.
É notório que este estudo relatada neste trabalho tramita por uma investigação e em meio a
investigação há o uso constante da modelagem de um problema proposto.
2. Considerações Finais Observa-se também que aulas que produzem debate tornam-se envolvente e,
consequentemente, a dispersão deixa de ser algo comum em sala de aula.
Por isto este estudo, também, pode-se afirmar que a produção de aulas
investigativas possibilita um trabalho educativo que garante o desenvolvimento pessoal,
intelectual e profissional, desta forma aconselha se associar o seu uso em sala de aula,
desde que o professor tenha bem definido quais objetivos pretendem assumir. Tendo em
vista que o professor deve estar atento nas observações e nas intervenções sobre os
alunos.
3. Referências
BIEMBENGUT, Maria S. Modelagem Matemática & Implicações no Ensino e
Aprendizagem de Matemática. Blumenau: Ed. Da Furb, 1999.
GAZZETA, M. A Modelagem como Estratégia de Aprendizagem na Matemática em
Cursos de Aperfeiçoamento de Professores. Rio Claro: Universidade Estadual
Paulista, 1989.
PONTE, João P; BROCARDO, Joana; OLIVEIRA, Hélia. Investigações Matemáticas
na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. 149p.
SEREIA, Diesse A. O., PIRANHA, Michele M. Aulas práticas investigativas: uma
experiência para a formação de alunos participativos. Disponível em: <
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/Ciencias/
Artigos/aulas_prat_investig.pdf> Último acesso em: 01 abr. 2016.
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Influência da marca na mente do consumidor: um estudo da
influência dos grupos de referência no processo de decisão de
compra
Daniel Eloi Gomes1, Poliana Cristina de Oliveira Cristo Diniz²
1Marketing – Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia Centro (IFTM)
Uberlândia – MG – Brasil
[email protected], [email protected]
Resumo. Este trabalho visa estudar a influência do comportamento do
consumidor no processo de decisão de compra e no processo de reforço de
marca analisando a influência dos grupos de referência.
Abstract. This academic work involves studying how consumer's behavior
impacts on purchasing decision process as well as on the process of branding
reinforcement considering the influence of reference groups.
1. Introdução
Rio de Janeiro, início do século XIX, D. João VI chega ao Brasil. Ao pisar em sua
principal colônia, ele trás consigo uma série de mudanças nos meios de comunicações, o
que afetariam não somente as pessoas, como todo o comércio brasileiro. A consequência
disso foi a drástica mudança na forma de se comunicar, principalmente para os
comerciantes. Jornais em que circulavam apenas classificados passaram a veicular
propaganda dos diversos armazéns da cidade. E, a partir daí, começou uma briga para ver
qual estabelecimento seria lembrado pelo consumidor por meio da propaganda. Nos dias
atuais, têm se o marketing com as suas diversas estratégias como uma peça fundamental
neste processo de fidelização do consumidor e não apenas os anúncios de jornais como
acontecia no Brasil colônia. Dentre as ferramentas que o marketing possui, por meio do
seu composto mercadológico, a que mais contribui para a criação de um fã da marca, é o P
de Promoção, o qual engloba as peças publicitárias.
2. Referencial teórico
2.1 O uso de personalidades para dar vida às marcas
Neymar é apenas um jogador brasileiro, mas é uma das celebridades mais requisitadas de
marcas como: Baterias Heliar, Seara, Volkswagen, Lupo e Guaraná Antártica. Cialdini
(2012) afirma uma das maneiras em que se decide o que fazer em uma situação é olhar o
que os outros estão fazendo ou fizeram naquela circunstância.
Se muitos optarem por certa ideia, tende-se a segui-la, porque tal ideia é vista
como a mais correta, a mais válida. Deste modo, começa a se entender o porquê das
marcas gostarem tanto de celebridades como o Neymar.
2.2 Como o inconsciente influencia no processo de decisão de compra
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Artistas possuem carros caros, mansões e ganham muito dinheiro. Esses são aspectos que
refletem status e poder. Mesmo que o cidadão comum não possua o mesmo talento do
artista que admira, então, para aparentar ter o mesmo status e poder que eles têm, os
mesmos se vestem da maneira que eles se vestem. Para Fexeus, (2013, p. 27) “[...] as
pessoas gostam daqueles que as lembrem de si mesmas”. As celebridades são o espelho do
futuro daquele indivíduo ou grupo. Esse espelhamento ocorre por diversos fatores, e um
deles é a empatia entre a celebridade e o cidadão comum.
2.3 O uso de celebridades para refletir a imagem da marca
Mas não é toda celebridade que associada a uma determinada marca que é sempre um
sucesso. Um exemplo claro de fracasso do uso de celebridades foi o cantor Roberto Carlos
fazendo propaganda para a Friboi. É de domínio público que o Rei é vegetariano. O ato de
escolher uma pessoa por sua fama e não por seus valores causa um prejuízo gigantesco
para a empresa.
2.4 Criação de celebridades como símbolo de marca
Por outro lado, não somente a credibilidade de uma celebridade é emprestada à marca,
pois a reciprocidade também é verdadeira. Prova disso, Sebastian e Carlos Moreno foram
garotos propaganda criado para dar uma identidade às marcas que trabalhavam C&A e
Bombril, respectivamente. Eles são tão influenciadores no processo de decisão de compra
e de reforço da marca quanto os artistas são. Isso se dá por dois motivos: repetição e
empatia. Sebastian, por exemplo, ficou mais de 20 anos no ar fazendo propaganda para a
loja de roupas. Já Carlos Moreno, com a sua fala humilde, calma e explicativa, mostrando
as vantagens do Bombril em relação aos concorrentes, conseguiu seduzir as donas de casa
ao ponto que a marca virou sinônimo do produto.
Portanto, podemos notar que uma marca que escolha por criar uma celebridade,
deve fazê-la de modo que seus valores sejam os mesmo do respectivo público alvo para
que a comunicação siga um fluxo contínuo, seja harmoniosa e que os consumidores vejam
a marca como uma amiga e não como uma instituição que lhes tira dinheiro.
2.5 A influência do comportamento social no processo de decisão de compra e no
reforço de marca
Por esses quesitos, as relações sociais são influenciadas diretamente, pois se um grupo usa
determinados produtos e, nesse grupo, existe um indivíduo que não usa os mesmos
produtos da maioria, de uma maneira inconsciente, esta pessoa estará excluída do meio.
Essa aparente exclusão foi explicada há dezenas de anos atrás por Darwin pela
seleção natural. Em sua obra “A origem das espécies” ele diz que um ser só sobrevive se o
seu organismo tiver características adequadas para aquele ambiente. Ele afirma que o
ambiente seleciona o ser e, se este não tiver as características adequadas para o local,
estará em desvantagem e, posteriormente, será extinto (DARWIN, 2014). Se um membro
de um determinado grupo social se porta de uma maneira indiferente dos demais, pela
ordem da seleção natural, ele estará automaticamente excluído.
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Nesse quesito é importante salientar que as marcas devem se preocupar em como
fazer uma boa comunicação direcionada de modo a influenciar o seu consumidor.
Aspectos como validação social de grupos de referências, a influência das celebridades e
de personagens criados, têm de ser respeitados no que se trata em construir uma marca
sólida na mente do consumidor. Pois as celebridades influenciam o grupo, posteriormente
- de uma maneira inconsciente - o grupo influencia o individuo e por fim o individuo
compra para se sentir inserido no grupo. É um ciclo.
3. Metodologia
Para realizar essa pesquisa, optou-se por fazer em um primeiro momento uma abordagem
no caráter do tipo exploratório e, posteriormente, partir-se para uma abordagem mais
descritiva. O caráter exploratório, segundo Nique e Ladeira (2014) é utilizado quando se
necessita de insights iniciais sobre algum tema, como nas pesquisas sobre motivação e
atitude de compra. Já o caráter descritivo, ainda segundo os autores Nique e Ladeira
(2014) é bastante utilizado quando se precisa quantificar os resultados de uma pesquisa
exploratória. Em sua maioria ela é usada quando se quer estabelecer uma variável entre os
fenômenos e estabelecer uma relação entre os usuários.
De forma a atender o caráter descritivo-exploratório da pesquisa optou-se pelo
procedimento técnico de focus group, que é uma aplicação que têm por objetivo dar
informações sobre o por quê as pessoas pensam o que pensam sobre determinado assunto,
para em seguida, quantificar seus dados e atender a tipologia descritiva.
Após a etapa do focus group, também foi utilizado o procedimento técnico de
survey. Esse procedimento, segundo Nique e Ladeira (2014), busca analisar uma série de
variáveis que são obtidas através de um contato direto com o respondente para se ter uma
amostragem. O instrumento utilizado nesse procedimento foi questionário, a fim de
confirmar ou não, a percepção inicial do grupo focal.
O objeto de estudo serão alunos da graduação e do ensino médio integrado aos
cursos técnicos de Administração e computação gráfica do IFTM campus Uberlândia
Centro. O período de coleta foi em outubro de 2017.
O tratamento dos dados será por meio de análise documental e estatística
descritiva.
4. Resultados e Discussões
Os resultados da pesquisa serão apresentados em dezembro de 2017.
Bibliografia
CIALDINI, R. B. As armas da persuasão. Rio de Janeiro: Sextante, 2012.
DARWIN, C. A origem das espécies. 1. ed. São Paulo: MARTIN CLARET, 2014.
FEXEUS, H. A arte de ler mentes. Petrópolis: Vozes, 2013.
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Anais da Mostra de Trabalhos do IFTM – Campus Uberlândia Centro
2017
NIQUE, W.; LADEIRA,. Pesquisa de marketing: uma orientação para o mercado
brasileiro. São Paulo: Atlas, v. 2, 2014.
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Anais da Mostra de Trabalhos do IFTM – Campus Uberlândia Centro
2017
A Influência das Mídias Sociais nas Discussões de Marketing
Político: Uma Análise de Conteúdo dos Processos de
Impeachment no Brasil
Ana Flávia M. de Lima1, Poliana Cristina de O. C. Diniz
2
1,2 Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM)
R. Blanche Galassi, 150 - Morada da Colina, Uberlândia – MG - Brasil
[email protected] , [email protected]
Abstract. This article represents the analysis of the influence of the social media
in the Brazilian political scene through the comparison of the processes of
impeachment occurred at different moments of the Brazilian reality.
Resumo. Este artigo representa a análise da influência das mídias sócias no
cenário político brasileiro através da comparação dos processos de
impeachment ocorridos em momentos diversos da realidade brasileira.
1. Introdução
Por possibilitarem pela primeira vez a criação e compartilhamento de conteúdo por
qualquer pessoa através de uma interação não hierárquica e que transpassa a barreira de
tempo e espaço, o fenômeno das mídias sociais impactou profundamente todos os aspectos
da vida humana. As novas tecnologias de comunicação introduziram a possibilidade de
uma nova forma de participação social, horizontal, independente das grandes estruturas
políticas e dos meios de comunicação em massa. A internet seria nesse sentido,
especialmente relevante para o desenvolvimento da sociedade civil por que edifica um
cenário em que cada pessoa teria uma influência ativa na construção de um espaço
democrático de opinião pública (HARDT; NEGRI, 201).
Um dos acontecimentos recentes no Brasil e que foi amplamente noticiado e
discutido nas mídias digitais foi o impeachment da Presidente Dilma Roussef, segundo
presidente a sofrer impeachment na história do país, sendo Fernando Collor o primeiro,
em dezembro de 1992. Inevitavelmente sucederam inúmeras tentativas de comparação
entre os dois processos, ambos caracterizados por um contexto de forte crise econômica,
insatisfação popular e dissolução da base política do governo.
Apesar das similaridades em relação ao cenário político-econômico, o cenário
sociocultural atual apresenta grandes diferenças com relação ao cenário sociocultural do
início dos anos 1990, principalmente no que diz respeito a construção e disseminação das
narrativas, fortemente influenciadas pelas tecnologias digitais, sobretudo pelo fenômeno
das redes sociais. ―No Brasil, segundo pesquisas recentes, oito em cada dez brasileiros on-
line acessam algum tipo de redes sociais‖ (GABRIEL, 2010, p. 87).
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Considerando que cada vez mais as mídias digitais ocupam o lugar das mídias
tradicionais e que é crescente a influência dessas mídias na vida dos indivíduos, e
conjuntamente, o fato de o eleitorado brasileiro apresentar fragilidade na utilização de
critérios racionais na definição do voto, é premente analisar quais as consequências dessa
nova dinâmica social a partir do marketing digital e político, tendo como cenário o
momento histórico político recente pelo qual passou o país.
2. Referencial Teórico
2.1. O marketing na era das redes sociais
No marketing tradicional, o relacionamento é conduzido da empresa para o consumidor.
O desenvolvimento das tecnologias digitais interativas que caracterizam a web 2.0,
possibilitou a participação mais ativa do usuário que não só consome, mas
principalmente, cria e compartilha conteúdo através das redes sociais nos meios digitais,
relacionamento conduzido do consumidor para a empresa. A mídia tradicional não tem
mais a capacidade de abranger as massas de consumidores, que estão cada vez mais
fragmentados, e neste contexto as mídias sociais – onde os conteúdos não são gerados
como monólogos e sim como conversas - representam oportunidade ímpar de
estabelecimento de uma comunicação mais estreita e pessoal com o público alvo.
Interação é a palavra de ordem.
Nas estratégias de marketing online, reputação, relevância e engajamento são
princípios fundamentais para atrair e fidelizar usuários (STRAUSS, FROST; 2011). A
inserção do marketing político - que é a aplicação dos princípios do marketing na
elaboração e disseminação da imagem de determinada figura pública - nas mídias sociais
deverá necessariamente atender a estes princípios. Em um cenário onde as recomendações
são mais relevantes do que as comunicações institucionais, a reputação assume papel
fundamental na construção de uma relação de confiança com o eleitor, de forma que este
esteja disposto a recomendar.
Para haver uma amplitude na disseminação da imagem que se pretende comunicar,
é necessário um discurso relevante. Relevância tem a ver com promover algo apropriado
- seja imagem, produto, serviço, marca - para um público certo no momento certo.
Fornecer conteúdo relevante é um fator fundamental para atrair usuários e promover
engajamento nas mídias sociais. ―Quanto mais relevante, divertido e emocionante o
conteúdo for, maior a probabilidade de ele envolver o público‖ (STRAUSS; FROST,
2011 p. 110).
Envolvimento gera engajamento. Engajamento significa participação dos usuários
de forma ativa na propagação da mensagem. Para o marketing político, está relacionado
com a criação de uma militância digital capaz de defender a proposta do candidato e
expandir o público impactado. A preferência por um ou outro candidato envolve não
somente aspectos racionais, mas também, em maior ou menor grau, aspectos emocionais.
Assim sendo, o marketing político nas mídias sociais deve ser orientado no sentido de
estabelecer uma conexão emocional e cognitiva do candidato com relação aos usuários.
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2.2. Marketing politico e o eleitor brasileiro
Marketing político é conceituado segundo Wring (1997) como a utilização de pesquisa
de opinião e análise do ambiente com o intuito de produzir uma oferta que satisfaça
grupos de eleitores em troca dos seus votos. Esta definição baseia-se na noção de troca
que é a relação fundamental do marketing. Neste sentido, faz-se necessário distinguir os
conceitos de marketing político e marketing eleitoral. O primeiro está relacionado com a
construção de uma imagem a longo prazo diferentemente do segundo, que foca
necessariamente o evento eleitoral, ―estratégia e tática de curto prazo, para que na eleição
o candidato receba o maior número de votos, cumprindo o objetivo de se eleger‖
(BARROS; SAUERBRONN; AYROSA, p. 483).
Em geral, os estudos relacionados ao comportamento do eleitor têm como
premissa a teoria da escolha racional de Downs (1957) que parte do pressuposto de que o
homem político faz suas escolhas a partir da maximização da utilidade e da minimização
dos prejuízos. Segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de 2016, o grau de
instrução de 40% do eleitorado brasileiro é de até o ensino fundamental completo. A falta
de níveis maiores de instrução na população pode comprometer a capacidade de análise
crítica dos eleitores em um cenário de disputa política.
Ainda sobre essa fragilidade, Aldé (2001) afirma que a principal característica do
eleitor brasileiro não seria seu reconhecimento ideológico, mas sim a emoção. Para este
tipo de eleitor a mídia possui significativa importância na definição do seu voto
(BARROS; SAUERBRONN; AYROSA, 2012). Confirmando essa perspectiva, segundo
Silveira (1998), em decorrência dessa falta de racionalidade, é crescente a influência
da imagem dos candidatos a partir das informações fornecidas pela mídia na definição do
voto, imagem esta que é foco do marketing político.
2.2.1. Recorte temporal do cenário politico brasileiro
O cenário político recente no Brasil passou por seu segundo processo de impeachment
desde a constituição da república sendo que o primeiro ocorrera em dezembro de 1992
com presidente Fernando Collor como resultado da abertura de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) após denúncia de seu irmão, Pedro Collor, à revista Veja
a respeito da existência de uma rede sistêmica de corrupção chefiada por Paulo César
Farias, ex-tesoureiro da campanha de Collor (SALLUM JR.; CASAROES, 2011).
No dia 31 de agosto de 2016, o Plenário do Senado brasileiro aprovou por 61 votos
a 20 o impeachment de Dilma Rousseff. Acusada de crime de responsabilidade em
decorrência das pedaladas fiscais, Dilma tornou-se o segundo Presidente do país a sofrer
impeachment. Inevitavelmente sucederam inúmeras tentativas de comparação entre os
dois processos, ambos caracterizados por um contexto de forte crise econômica,
insatisfação popular e dissolução da base política do governo (NASSIF, 2016).
Em ambos governos, medidas impopulares foram tomadas frente a um contexto
de forte crise econômica. No caso do governo Collor, a principal medida foi o confisco
de depósitos bancários com o intuito de diminuir a quantidade de moeda em circulação
no país (SALLUM JR.; CASAROES, 2011). O governo Dilma adotou um plano de
austeridade fiscal que estabelecera regras mais rígidas para aposentadoria, interrupção de
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projetos de desenvolvimento social e aumento de impostos (NASSIF, 2016). Tanto o
governo Collor quanto Dilma tornaram-se impopulares, o que levou em certa medida à
incapacidade de governabilidade em ambos os casos.
Governos igualmente atolados em escândalos de corrupção, foram alvos de
manifestações. No caso do governo Collor, incitadas pelas mídias de comunicação em
massa, o que também ocorreu no governo Dilma, com a diferença que este último
abrangeu também grande mobilização nas redes sociais. É latente observar que o advento
da internet a partir de 1994 e no Brasil de forma mais maciça a partir dos anos 2000,
mudou completamente o envolvimento, o engajamento e as discussões de conteúdo
político envolvendo a população. Esses momentos históricos embora apresentem
algumas semelhanças, ocorreram em cenários completamente diferentes e é esta
comparação que se pretende realizar.
3. Metodologia
O presente estudo deve ser caracterizado como sendo uma pesquisa documental
qualitativa na qual se pretende realizar análise de materiais secundários de forma
integrada com o intuito de gerar significados que sejam proveitosos para o entendimento
da influência das mídias sociais nas discussões de marketing político tendo como foco os
processos de impeachment no Brasil através do contraste entre ambos momentos
políticos.
Os procedimentos técnicos adotados serão pesquisa bibliográfica, com o intuito
de construir o contexto social e histórico no qual se desdobraram os acontecimentos
objetos de estudo desta pesquisa e a modalidade de pesquisa documental do tipo análise
de conteúdo em função da possibilidade de realizar uma elaboração esquemática do
material, com vistas a construção de categorias que facilitem a comparação entre os
diferentes cenários (FLICK, 2009).
O processo de análise de conteúdo segundo Bardin (2006) compreende três etapas:
pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados, inferência e interpretação.
A pré-análise tem por objetivo escolher e organizar o material, tornando-o operacional. A
exploração do material consiste na definição de categorias a partir da descrição analítica. A
terceira e última etapa, tratamento inferência e interpretação, ocorre através da condensação
das informações das quais deverão resultar interpretações).
4. Resultados
O primeiro acontecimento de impeachment está sendo analisado de maneira histórica e
bibliográfica, uma vez que a utilização da internet naquele momento era incipiente. O
segundo, – pós advento da internet –, a partir de análise documental de dados secundários
obtidos na plataforma de rede social, facebook. Portanto, uma comparação entre períodos
históricos com realidades socioculturais completamente distintas na tentativa de
compreender a dinâmica desse novo cenário e sua influência na dimensão política.
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Até agora pode-se constatar que embora ambos contextos politicos tenham
acontecido em momentos diferentes, a mídia televisiva de massa ainda constitui
componente fundamental nos dois processos de impechament. A internet se apresentou
como um campo de batalha entre os que consideraram o processo legitímo e outros que o
consideraram ilegítimo. A página oficial da presidente Dilma Roussef se utilizou de
diversas estratégias de marketing político para difundir a ideia de que o processo pelo qual
estava prestes a passar era em sua concepção um golpe de estado. Dentre as estratégias
mais utilizadas estão a associação com a classe artística contrária ao processo de
impeachment, a divulgação de uma campanha de viagens da presidente pelo país
financiado por crowdfunding, o programa ―Dilma responde‖ que produziu quantidade
significativa de engajamento uma vez que as pessoas podiam perguntar ao vivo sobre
determinado tema à presidente, ainda, o compartilhamento massivo de conteúdos
produzidos por grandes jornais e redes de televisão do mundo inteiro sobre o ―golpe‖.
No processo de impeachment do Collor, a televisão, os jornais e revistas impressos
desempenharam papel fundamental na abertura de inquérito contra o presidente e na
construção de uma inquietação social que levou milhares de jovens as ruas pedindo pelo
impeachment de Collor. Ademais faz-se necessário finalizar as analises com relação ao
conteúdo produzido pela página oficial de Dilma Roussef para confirmar se de fato a
internet influênciou o cenário político e de que maneira aconteceu.
REFERÊNCIAS
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política‖. Tese (doutorado) — Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro.
Bardin, L. (2006) ―Análise de Conteúdo‖ (L. de A. Rego & A. Pinheiro, Trads.). Lisboa:
Edições 70.
Barros, Denise Franca; Sauerbronn, João Felipe Rammelt; Ayrosa, Eduardo André
Teixeira. (2012) ―Representações do eleitor: revendo teorias e propondo novos
caminhos‖. Rev. Adm. Pública, Rio de Janeiro, v. 46, n. 2, p. 477-491.
Chizzotti, A. (2006). ―Pesquisa em ciências humanas e sociais‖ (8a ed.). São Paulo
Cortez. DOWNS, Anthony (1957). An economic theory of democracy. New York:
Harpers & Row.
Flick, Uwe. (2009) ―Desenho da pesquisa qualitativa‖. Porto Alegre: Artmed.
Frost, Raymond. Strauss, Judy. (2011) ‗E-Marketing‖. São Paulo: Pearson.
Godoy, A. S. (1995) ―Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais‖. RAE – Revista
Brasileira de Administração de Empresas, p. 20-29, junho.
Hardt, M., Negri, A. (2001) ―Império‖. Rio de Janeiro: Record.
Nassif, Luis. (2016) ―Collor versus Dilma: entenda as diferenças‖
http://jornalggn.com.br/blog/tods-pela-constituicao/collor-versus-dilma-entenda-as-
diferencas.
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Sallum Jr., Brasilio; Casaroes, Guilherme Stolle Paixão e. (2011) ―O impeachment do
presidente Collor: a literatura e o processo‖. Lua Nova, São Paulo, p. 163-200.
Silveira, Flavio E. (1998) ―A decisão do voto no Brasil‖. Porto Alegre: EDIPUCRS.
Sorj, Bernardo. (2006) ―Internet, espaço público e marketing político: entre a promoção
da comunicação e o solipsismo moralista‖. Novos estud. - CEBRAP, São Paulo, n. 76,
p. 123- 136.
TSE; (2016) Tribunal de Justiça Eleitoral. ―Estatística do eleitorado – Por sexo e grau de
instrução‖.
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Análise da Inserção de mm Mercado de Vizinhança no Meio
Digital: Um estudo em um Bairro de Classe Média alta da
cidade de Uberlândia.
Tacília Cristina de Almeida¹; Poliana Cristina de Oliveira Cristo Diniz²
1IFTM – Campus Uberlândia Centro, Uberlândia, MG - Estudante do 5º período do Curso
de Tecnologia em Marketing - bolsista PIBIC.
2IFTM – Campus Uberlândia Centro, Uberlândia, MG - Prof. IFTM – Mestrado em
Ciências Contábeis.
[email protected], [email protected] Abstract. The modernity experienced today requires new looks and new tools of
social interaction. In the meantime, the use of the digital media for the search of
information and help in the making of purchasing decisions emerges. With the
evolution of social networks as business tools, it is increasingly visible the use of
digital marketing by companies, in order to increase their competitiveness and
become part of the market more effectively. Digital marketing appears as a way
to create business strategies that flexibly bring together consumers and
businesses. In view of this scenario, the objective of this project is to analyze the
insertion of a high-middle-class neighborhood market, more specifically, the
Santa Mônica neighborhood in Uberlândia, MG, in the digital environment,
highlighting its difficulties and benefit.
Resumo. A modernidade vivenciada nos dias atuais demandou novos olhares e
novas ferramentas de interação social. Nesse ínterim emerge a utilização dos
meios digitais para a busca de informações e auxilio na tomada de decisões de
compras. Com a evolução das redes sociais como ferramentas de negócios, é
cada vez mais visível a utilização do marketing digital por parte das empresas,
com o intuito de aumentar sua competitividade e fazer parte do mercado de
maneira mais eficaz. O marketing digital aparece como uma forma de criar
estratégias de negócio, as quais aproximam de maneira flexível os consumidores
e as empresas. Diante deste cenário, o objetivo desse projeto é analisar a
inserção de um mercado de vizinhança de classe média alta, mais
especificamente, o bairro Santa Mônica em Uberlândia, MG, no meio digital,
evidenciando suas dificuldades e benefícios encontrados.
1. Introdução Os estudos iniciais sobre o tema indicam que os supermercados cada vez mais exercem
uma efetiva ligação nas cadeias de produção e distribuição, comandando uma parcela
importante do comércio de varejo. A análise tem indicado que os mercados de vizinhança
vêm apresentando certos benefícios percebidos pelo consumidor em relação à
concorrência dos hipermercados, entre elas a localização próxima aos clientes, o que
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permite, também, um relacionamento mais individualizado às necessidades dos clientes,
proporcionando uma maior agilidade para conhecer as preferências de seus consumidores.
Na última década, sobretudo com a grande evolução das redes sociais como
ferramentas de negócios, é cada vez mais visível a utilização do marketing digital por
parte das empresas, com o intuito de aumentar sua competitividade e fazer parte do
mercado de maneira mais eficaz. O marketing digital surgiu como uma necessidade de
criar uma estratégia de negocio que pudesse aproximar de maneira flexível os
consumidores e as empresas. O presente artigo possui como principal objetivo demonstrar
de que maneira as empresas utilizam o marketing digital como artifício lucrativo com o
intuito de atrair mais clientes.
A partir desse cenário, a grande motivação desse estudo é analisar em um bairro da
cidade, Bairro Santa Mônica, as características dos mercados de vizinhança e as
motivações dos consumidores em consumirem nesses estabelecimentos unindo-os aos
meios digitais aumentando assim a fidelização, imagem, fluxo de compras e as visitas a
estes estabelecimentos.
2. Referencial Teórico
As variações dos desejos e comportamentos do consumidor final vêm demandando novas
formas e configurações das instituições do varejo, demandando estudos mais profundos
sobre o tema. A teoria do comportamento do consumidor, segundo Kotler e Keller (2006),
afirma que os fatores principais que o influenciam são os fatores internos e externos que
cercam o indivíduo. Dentre os fatores externos, têm-se os culturais, incluindo não apenas a
cultura, mas também a classe social; fatores pessoais, relacionado à idade, sexo, estilo de
vida, ocupação, renda; fatores sociais, abrangendo os papéis sociais, os grupos de
referência e o status. Fatores internos têm-se os relacionados à personalidade e os fatores
psicológicos, estabelecidos pela motivação, percepção, aprendizagem e memória.
Outros autores ressaltam essas influências no comportamento do consumidor. Solomon
(2011) destaca o papel da cultura e do estilo de vida na influência da decisão das compras
dos consumidores. Roussanov et al. (2007) enfatizam o papel determinante na decisão de
compra dos grupos de referência. Schiffman e Kanuk (2009) trazem para a análise, a
influência do processo motivacional como contribuição no entendimento da atenção
necessária aos desejos e necessidades que os consumidores esperam ao realizar suas
compras.
É inegável que as tecnologias digitais têm se tornado cada vez mais presente em
todos os aspectos da vida humana. A partir do momento em que a banda larga de acesso à
internet se popularizou, a plataforma da web 2.0 tornou-se viáveis aplicações on-line
participativas tornaram-se possíveis. A partir daí, observou-se o aumento das redes sociais
on-line e sua inclusão ao redor do planeta devido às pessoas estarem on-line o tempo todo,
com os diversos equipamentos como celulares e aplicativos que favorecem seu uso
contínuo.
Apesar de parecer um assunto novo, redes sociais existem há pelo menos três mil
anos, quando homens se sentavam ao redor de uma fogueira para conversarem sobre
assuntos de interesse comum. O que mudou ao longo da história foi a abrangência e
difusão das redes sociais conforme as tecnologias da comunicação interativas foram se
desenvolvendo desde a escrita para os correios, telefone, computadores, celulares, etc.
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O primeiro site de redes sociais a realmente se tornar popular foi o Friendster, em
2003, influenciando as pessoas que o seguiram, apresentava uma linha do tempo de redes
sociais semelhante ao que conhecemos hoje, a do Facebook, uma das redes sociais mais
utilizadas na atualidade.
As introduções da mobilidade, especialmente com a chegada dos smartphones,
permitiram que as interações das pessoas nas redes sociais se tornassem em tempo real,
em qualquer lugar e mudando o comportamento das pessoas que cada vez mais fazem
parte destes meios digitais. Este cenário tem incentivado também a inserção das empresas
nestes canais de relacionamento com o seu público alvo para não perderem mercado e
estar presente na vida de seus clientes de maneira rápida, continua e muitas vezes gratuita,
sem custos com publicidades vinculadas pela mídia televisiva.
3. Material e Métodos
Esta é uma pesquisa de caráter descritivo-exploratório que segundo Gil (1999, 0. 43)
visam proporcionar uma visão geral de um determinado fato, do tipo aproximativo. Desta
forma, visa proporcionar um maior conhecimento para o pesquisador acerca do assunto, a
fim de que esse possa formular problemas mais precisos ou criar hipóteses que possam ser
pesquisados por estudos posteriores (GIL, 199 9 p. 43). O procedimento técnico adotado é
o experimental, que tem por objetivo analisar e mensurar os resultados obtidos durante a
inserção do mercado de vizinhança ao marketing digital pela página do Facebook e
entrevistas com os gestores e clientes.
Os instrumentos utilizados serão roteiro de entrevista com os gestores,
questionários de percepção com os clientes, além de pesquisa documental com medições
de acesso, visibilidade e popularidade nas páginas das redes sociais do objeto de estudo. A
abordagem da pesquisa possui caráter quali-quanti, que referem-se ao uso de dados
estatísticos colhidos das páginas de redes sociais e qualitativa por meio das informações
colhidas com gestores e clientes.
O objeto é um supermercado localizado no bairro de classe média alta, Santa
Mônica, na cidade de Uberlândia, MG. Com mais vinte anos de mercado, dez
funcionários, possui quatro caixas de atendimento, açougue, padaria, atendendo cera de
1610 clientes por ano.
A coleta dos dados ocorre durante os meses de setembro e outubro de 2017
buscando analisar o impacto e resultados obtidos após a inserção do mercado de
vizinhança no meio digital.
Para tratamento dos dados será a utilizada a análise documental, estatística
descritiva com os dados coletados dos clientes e das páginas das redes sociais, de forma a
mensurar o impacto da inserção do supermercado no cenário digital em seu contexto de
mercado de vizinhança.
4. Resultados e Discussões
―À medida o ritmo de mudanças acelera, as empresas não podem mais confiar em suas
antigas práticas de negócios para manter a prosperidade.‖ (KOTLER, 2001, p. 17). A
utilização dos meios digitais para a busca de informações e auxilio na tomada de decisões
de compra, assim como a evolução das redes sociais como ferramentas de negócios, é cada
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vez mais visível a utilização do marketing digital por parte das empresas, com o intuito de
aumentar sua competitividade e fazer parte do mercado de maneira mais eficaz.
Até o momento, o estudo tem indicado que a inserção do supermercado nas redes
sociais já trouxeram alguns benefícios como ampliação do negócio a outros potenciais
consumidores e uma maior fidelização do mesmo a loja. Em entrevista, a gestora da loja
disse que, a divulgação de promoções semanais no Facebook tem atraído mais clientes,
aumentado o fluxo de pessoas diariamente, assim como, aumentado o volume de vendas
na loja.
O próximo passo é entrevistar os clientes e mensurar os resultados e o alcance real
que esta nova inserção de negócio digital refletiu no comportamento do consumidor e no
mercado varejista.
Referências
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing: a bíblia do marketing. São
Paulo: Prentice-Hall, 2006.
KOTLER, Philip. Marketing para o século XXI. 9 ed. São Paulo: Futura, 2001.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.
PETER, J. Paul; OLSON, Jerry C. Comportamento do consumidor e Estratégias de
Marketing. 8. ed. São Paulo: Editora McGraw-Hill, 2009.
ROUSSANOV, N.; CHARLES, K. K.; HURST, E. Conspicuous Consumption and
Race.In: NBER WorkingPaper, 2007. Disponível em:
http://www.nber.org/papers/w13392.pdf. Acesso em: 20 out. 2015.
SCHIFFMAN, L. G.; KANUK, L. L. Comportamento do consumidor. São Paulo:
Livros técnicos e científicos, 2009.
SOLOMON, M. R. O comportamento do consumidor: comprando, possuindo e sendo.
São Paulo: Bookman, 2011.
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Aplicação da Metodologia para Comparação de desempenho
de algoritmos em Ambientes Virtuais
João Ferreira Neto1, Ricardo Soares Bôaventura
1
1Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) –
Campus Uberlândia Centro - Uberlândia – MG – Brasil
[email protected], [email protected]
Abstract. Cloud computing emerges as a new dominant paradigm in distributed
systems, with a model that allows users to access, over demand, to a shared pool
of computing configurable resources, such as networks, servers, storage,
applications and services. The tested algorithm WordCount belong to the
benchmark Apache Hadoop. These experiments were planned and executed
based on the experimental design theory. The planning that was used is factorial
planning 34, where each factor (core, memory, operating system and virtual
machine) were varied in three levels. Tested operating systems were Ubuntu
14.04 64bit, CentOS 7.0 64bit and Windows 8.0 64bit; and virtual machines
were tested KVM, Xen and VMware. Data were collected and analyzed using
analysis of variance.
Resumo. A Computação em Nuvem surge como um novo paradigma dominante
em sistemas distribuídos, sendo um modelo que permite usuários acessarem, sob
demanda, um conjunto compartilhado de recursos computacionais que podem
ser configuráveis, como: redes, servidores, armazenamento, aplicativos e
serviços. O algoritmo testado WorkCount pertence ao benchmark do Apache
Hadoop. Esses experimentos foram planejados e executados tendo como base a
teoria de planejamento experimental. O planejamento utilizado foi o
planejamento fatorial 34, onde cada fator (núcleo, memória, sistema operacional
e máquina virtual) foram variados em três níveis. Os sistemas operacionais
testados foram o Ubuntu 14.04 64bits, CentOS 7.0 64bits e Windows 8.0 64bits;
e as máquinas virtuais testadas foram o KVM, Xen e VMware. Os resultados
foram coletados e analisados utilizando análise de variância.
1. Introdução
A análise de algoritmos é importante para escolher, entre os vários algoritmos disponíveis
na literatura, o mais eficiente para resolver um determinado problema. Além disso, a
análise é necessária para prever o desempenho de um algoritmo em um ambiente de
execução, escolhendo os melhores parâmetros.
O estudo teórico de algoritmos utiliza métodos dedutivos matemáticos que
caracterizam o desempenho do algoritmo em função do tamanho do problema. Os
resultados da análise da complexidade são relatados em termos do melhor-pior e caso
médio (ZIVIANI, 2008), sem entrar em detalhes do sistema físico (hardware do
computador) no qual o algoritmo é executado (HOOKER, 1994) citado por (PAIS, 2014).
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Entretanto, nem sempre os resultados obtidos pela análise teórica são suficientes para
explicar o funcionamento de algoritmos na resolução de problemas reais. A análise
experimental pode auxiliar nessa tarefa.
Portanto, segundo Bartz-Beielstein et al. (2010), a experimentação de algoritmos
em computadores atuais é relevante e necessária para obter informações mais precisas
sobre o seu desempenho e robustez.
Para Johnson (2002), no passado, os pesquisadores apresentavam uma falta de
rigor científico nos primeiros trabalhos, apresentando, para a análise de algoritmos
métodos teóricos e rigorosos (pior caso e caso médio). Portanto, com base nesse rigor, foi
difícil usar estudos com experimentos.
Bartz-Beielstein et al. (2010) discutem que o distanciamento entre a análise teórica
e a análise experimental que existe na área da computação não ocorre em outras áreas das
ciências naturais. Já para Johnson (2002), pode-se perceber um aumento no interesse pelo
trabalho experimental na área da ciência da computação, baseado no crescente
reconhecimento de que somente os resultados teóricos encontrados nos algoritmos não
podem mostrar a verdadeira e completa história sobre o desempenho de algoritmos em
mundo real.
Hooker (1994) foi um dos primeiros pesquisadores a apresentar a importância de
realizar experimentos com planejamento, com métodos rigorosos para a análise dos dados
obtidos e com resultados que possam ser reproduzidos.
O objetivo do trabalho é aplicar a metoldogia proposta por Boaventura, Yamanaka
& Oliveira (2014), na experimentação com algoritmos e verificar a performance de
algoritmos utilizando diversos sistemas operacionais e diversas máquina virtuais.
2. Metodologia
O objetivo dos experimentos realizados é a determinação dos fatores que influenciam o
desempenho de algoritmos computacionais em ambientes virtuais na Computação em
Nuvem. Busca-se descobrir como, quando e quanto o aumento de desempenho dos
algoritmos em ambientes virtuais é determinado pela configuração do ambiente e como os
parâmetros de configuração podem influenciar-se mutuamente.
O benchmark utilizado foi o Apache Hadoop. Esse benchmark é um framework
que permite o processamento distribuído de grandes conjuntos de dados em clusters de
computadores que utilizam modelos de programação simples.
O computador onde estão sendo realizados os ensaios é composto por um
computador com processador Intel® Core
TM i5-3337U 1.8GHz, com uma CPU com quatro
núcleos, 32K de cache L1, 256k de cache L2, 3072k de cache L3, 6GB de memória DDR3
1600MHz, disco de 1.0 TB ATA e com o sistema operacional Ubuntu 12.04.4 LTS
(Kernel 3.8.0-44 generic x86-64).
Alguns fatores foram fixados, tais como: o tipo do processador, a frequência do
clock, a linguagem de programação e o compilador. Os fatores não controláveis, como
sistemas em execução no segundo plano que podem interferir no tempo de execução de
um determinado algoritmo, foram contornados executando os algoritmos aleatoriamente
utilizando a repetição. Nesse trabalho foi utilizado 35 réplicas. Para um ambiente virtual a
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ser analisado foram escolhidos fatores que correspondem a parâmetros de configuração de
um ambiente virtual em Computação em Nuvem. Os fatores e os seus respectivos níveis
estão apresentados na Tabela 1:
Tabela 1: Níveis dos fatores analisados pelo planejamento experimental # Fator Descrição Nível 1 Nível 2 Nível 3
1 Núcleo Quantidade de núcleos de
processamento
1 2 3
2 Memória Quantidade de memória 1 3 5
3 SO Tipo de Sistema Operacional Ubuntu CentOS Windows
4 VM Tipo de Máquina Virtual KVM Xen VMware
A resposta dos experimentos foi tempo em milissegundos gasto com o
processamento de CPU; e quantidade em bytes de memória física;
3. Análise e discussão dos resultados
A Figura 1 apresenta da esquerda para a direita, informações exploratórias sobre as
variáveis respostas (CPU e memória física) respectivamente, encontradas durante a
execução do algoritmo WordCount nos ambientes virtuais analisados. O primeiro gráfico
de cada variável resposta apresenta o diagrama de caixa com as respectivas respostas.
Figura 1: Verificação dos resíduos: gráfico resíduos versus valores preditos e gráfico de
probabilidade normal dos resíduos para o modelo de ordem de dois do fatorial 34 do
algoritmo WordCount, após a transformação de Johnson para cada variável resposta
(a) CPU (b) Memória Física
A Figura 2 mostra o gráfico de Pareto que apresenta os valores absolutos estimados
de cada efeito em cada variável resposta para o algoritmo WordCount. Pode-se verificar
que na maioria dos gráfico A Figura 2a, a Memória e O núcleo foram os fatores com
maiores efeitos significativos e já na Figura 2b, a Memória é o fator com maior efeito
significativo.
4. Conclusões
Para a variável resposta CPU, o fator núcleo no nível – utiliza em média menos tempo a
CPU que o nível + que por sua vez utiliza em média mais tempo a CPU que o nível –. Em
média o sistema operacional que utiliza mais tempo o processamento de CPU é o sistema
operacional Windows, em relação às distribuições do Linux analisadas. E por fim, a
máquina virtual que utiliza em média maior tempo o processamento de CPU é o KVM.
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Figura 2: Gráfico de Pareto com os efeitos estimados em valor percentual absoluto
para o tempo de execução para o algoritmo WordCount, após a transformação de
Johnson.
Para a variável resposta Memória Física, os fatores núcleo e memória no nível –
utiliza, em média, menos quantidade de memória que os demais níveis (nível 0 e +). E por
fim, o sistema operacional Windows utiliza, em média, menos quantidade de memória
física que os demais sistemas operacionais.
Referências
BARTZ-BEIELSTEIN, Thomas et al. (Ed.). Experimental methods for the analysis of
optimization algorithms. New York: Springer, 2010.
BOAVENTURA, R. S.; YAMANAKA, K.; OLIVEIRA, G. P.. Performance analysis of
algorithms for virtualized environments on cloud computing. IEEE Latin America
Transactions, v. 12, n. 4, p. 792-797, 2014.
HOOKER, J. N. Needed: An empirical science of algorithms. Operations Research, v. 42,
n. 2, p. 201-212, 1994.
JOHNSON, D. S. A theoretician’s guide to the experimental analysis of algorithms. Data
structures, near neighbor searches, and methodology: Fifth and Sixth DIMACS
Implementation Challenges, v. 59, p. 215-250, 2002.
PAIS, M. S. Estudo da Influência dos Parâmetros de Algoritmos Paralelos da Computação
Evolutiva no seu Desempenho em Plataformas Multicore. Uberlândia : Tese de
doutorado: Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de
Uberlândia, 2014.
ZIVIANI, N. Projeto de Algoritmos: com implementações em Pascal e C. São
Paulo:Pioneira Thomson Learning, v. 2. 2008.
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A trajetória da expansão da Educação Técnica e Profissional no
Brasil: cenários em disputa
Benedito Elias Ferreira¹, Luzia Bragato Vieira¹, Rafael Fiuza Silva¹, Elisa
Antônia Ribeiro²
1 Licenciando em Computação - 4º período - Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Triângulo Mineiro ( IFTM) - Campus Uberlândia Centro
2 Professora Doutora - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo
Mineiro(IFTM) - Campus Uberlândia Centro
Rua Blanche Galassi, 150 - Morada da Colina - 38.400-364 –
Uberlândia/MG - Brasil
[email protected], [email protected],
[email protected], [email protected]
Abstract. The present article aims to present a development and contextualize the main
frameworks of technical and professional expansion in Brazil. Supported and
ambassadors in results obtained through the collection of data and research, will
demonstrate in a summarized way, a little of the history of Technical and Vocational
Education, as well as a chronology of the main themes and events related to the technical
and professional technique of the Brazil. The developing countries, the policies and laws
that regulate and create the technical and professional courses.
Resumo. O presente artigo tem por finalidade apresentar a evolução e contextualizar os
principais marcos da expansão da educação técnica e profissional no Brasil. Apoiados e
embasados em resultados obtidos através da coleta de dados e pesquisas, demonstrar-se-
á de uma forma resumida, um pouco da história da Educação Técnica e Profissional, bem
como a cronologia dos principais marcos e acontecimentos relacionados à educação
técnica e profissional do Brasil. Relataremos quem são os públicos alvos, as políticas e
leis que regulamentam e criam os cursos técnicos e profissionais.
1. Introdução
Ao olhar para o passado, considerando a sociedade primitiva, percebe-se que as ações ou
intervenções desenvolvidas pelo homem enquanto sociedade demonstravam um caráter de
espontaneidade tanto com a educação, quanto com o processo de trabalho que era
executado de forma comum a todos num processo produtivo que contemplasse a
coletividade em prol da existência. Com o passar do tempo, diz Saviani (2007) que
mediante a apropriação privada da terra, os homens se dividiram em classes: a classe dos
proprietários e a dos não-proprietários. Essa divisão vai gerar uma divisão na educação.
Essa que antes se identificava com o próprio processo de trabalho, assume um caráter
dual, constituindo-se em educação para os homens livres pautada nas atividades
intelectuais, enquanto que para os serviçais e escravos coube a educação inerente ao
próprio processo de trabalho; desde então, surge a separação entre educação e trabalho
consumada nas formas escravista e feudal. A partir desta realidade a relação trabalho-
educação toma nova forma, com o nascimento do modo de produção capitalista, passando
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a escola de ter função primordial de possibilitar o saber necessário à burguesia em
crescente ascensão, numa sociedade não mais pautada nas relações naturais, mais nas
produzidas pelo homem.
2. Marcos históricos: da origem da Educação Técnica e Profissional no Brasil à
contemporaneidade
Da história da educação técnica e profissional no Brasil, pode se afirmar que ela tem raízes
desde o seu descobrimento, o então Brasil - Colônia de Portugal. E que de certo modo foi
pensada pelos descobridores desde o início; pois eles precisavam da força de trabalho para
a exploração da colônia recém-criada: o Brasil. Inicialmente esta mão de obra utilizada por
eles, foi na forma escravagista em primeiro momento pelos escravos nativos e posterior
africanos, e que mesmo com a independência 1822, ainda, foi explorado por mais ou
menos meio século depois, até o ano de 1888 com a lei Áurea que aboliu a escravatura no
Brasil.
Diante de tal realidade e com a necessidade da contratação de mão de obra
assalariada, e culminando com o surgimento e a modernização das indústrias existentes, é
que se tem início a Educação Técnica e Profissional no Brasil. Adotando como referencial
a divisão cronológica da história da Educação Profissional no Brasil, proposta por
Tavares (2012), o presente texto pretende contextualizar a sociedade da época, assim
como, o desenvolvimento e regulamentação do ensino profissional.
2.1 Primeira fase (1500-1889)
A partir de 1500, com a chegada dos portugueses ao Brasil, a Educação Profissional
começa a ser esboçada, não com caráter de inclusão, mas como uma necessidade da nova
sociedade a ser criada. O modelo de exploração baseou-se em princípio no extrativismo do
pau-brasil, posterior o cultivo da cana-de-açúcar ―que levou o Brasil, à condição de maior
exportador desse produto naquela época‖ e ao final do século XVII marcado pelo Ciclo do
Ouro, onde das atividades econômicas, destacou o extrativismo de ouro no interior.
Tomando então por principal, esta modalidade de mão de obra escrava utilizada
naquele período, a Educação Profissional neste primeiro momento era desnecessária, uma
vez que o povo escravizado aprendia o oficio no próprio trabalho, não sendo necessário
investimento para profissionalização desses trabalhadores. Tavares (2012) esclarece que a
elite ou classe alta desse período, não se identificavam com o trabalho, e, principalmente,
com o trabalho manual. Devido a estas séries de motivos não existia um público para
Educação Profissional, inviabilizando investimentos nesta área.
2.2 Segunda fase (1890-1955)
A Proclamação da República, em 1889, é responsável por várias mudanças, que
impactaram a vida da sociedade brasileira. A Primeira República (1889-1930) foi marcada
por crises econômicas e conflitos internos, todavia a indústria começa a ganhar força:
a industrialização proporcionou mudanças na estrutura social brasileira,
com a formação de uma classe operária e o crescimento do espaço urbano.
As mudanças políticas e sociais, também conhecidas pelo termo
modernização, resultaram ainda em agudos conflitos sociais, tanto no
campo, como no caso da Guerra de Canudos, quanto nas cidades, como a
Revolta da Vacina e as greves operárias na década de 1910. (PINTO, (sem
data), p.1)
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Um problema deste período, foi que os ex-escravos estavam à margem da
sociedade, sem condições que permitissem o seu próprio sustento. Na indústria ainda não
era necessário um grande volume de mão de obra qualificada, porém: [―...] a Educação
Profissional era vista como alternativa ao problema da ociosidade dos ―desfavorecidos da
fortuna‖, que geravam altos índices de criminalidade e impediam o progresso do país. ‖
(TAVARES, 2012, p.5). A oficialização da Educação Profissional ocorreu no ano de
1909, com a criação de 19 Escolas de Aprendizes e Artífices, embasadas no decreto 7.566,
no governo de Nilo Peçanha. De acordo com Tavares (2012), o público alvo eram os
pobres, aleijados, cegos, surdos, ex-escravos, loucos, órfãos, entre outros marginalizados
pela sociedade da época. Ainda, segundo esse autor, é inexistente uma aproximação entre
a Educação Profissional e o ensino propedêutico, ou seja, não existe uma educação
preparadora para especializações futuras.
Em 1937, a Constituição, promulgada por Getúlio Vargas, transformou as
Escolas de Aprendizes Artífices em Liceus Industriais. Para sustentar esse crescimento,
era preciso formar mão de obra qualificada, um bem escasso no Brasil naquele momento.
O ensino técnico passou a ser contemplado como um elemento estratégico para o
desenvolvimento da economia e como um fator para proporcionar melhores condições de
vida para a classe trabalhadora.
Em 1942 um divisor de águas na organização da educação no Brasil, a profunda
reforma no sistema educacional brasileiro, promovida por Gustavo Capanema, que
equiparou o ensino profissional e técnico ao nível médio. Naquela mesma ocasião, os
Liceus Industriais passaram a se chamar Escolas Industriais e Técnicas (EITs).
2.3 Terceira fase (1956-1970)
O desenvolvimento industrial se intensifica a partir da década de 1950, quando o governo
passa a fazer investimentos e a facilitar que empresas multinacionais se instalem no Brasil.
Para Tavares (2012, p.5), ―o Brasil torna-se dependente do capital internacional, que passa
a requisitar investimentos na qualificação de mão-de-obra, com base na teoria do Capital
Humano.‖. A qualificação seria então, um fator determinante para o desenvolvimento
industrial, uma vez que aumentava a procura pela a Educação Profissional e as
universidades eram menos requisitadas pela massa. O público alvo, que antes eram os
excluídos da sociedade, passa a ser os jovens trabalhadores que chegavam ao ensino
secundário, satisfazendo assim, a necessidade do mercado de trabalho e regulando a
procura pelo curso superior.
Parte dessa demanda foi atendida pelas já existentes EITs –Escolas Industriais e
Técnicas que prevaleceu até 1959, quando foram transformadas em Escolas Técnicas
Federais (ETFs) e ganharam autonomia pedagógica e administrativa. Em seguida, o ensino
técnico ganhou um novo status por fixação da lei das Diretrizes e Bases da Educação
Nacional em 1961, que equiparou o ensino profissional ao ensino acadêmico. Até então,
prevalecia a ideia de que esse tipo de formação era destinado apenas a indivíduos carentes
– os mesmos ―desafortunados‖ da época de Nilo Peçanha. A partir desse momento, o
ensino profissional e técnico passou a ser considerado essencial para a expansão da
economia e passou a se basear nas escolas técnicas dos países industrializados.
2.4 Quarta fase (1970-2002)
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Nos anos 1970, com a aceleração do crescimento econômico, houve uma forte expansão
da oferta de ensino técnico e profissional, promovida pela imperiosidade da Lei Federal
5692/71, que tornou obrigatória à profissionalização do então ensino secundário, na
tentativa de unificar o antigo ensino primário e médio, eliminando as diferenças entre os
ramos secundário – agrícola, industrial, comercial e normal. Essa Lei segundo Tavares
(2012), torna ainda maior as diferenças entre escolas de ricos e pobres, assim como a
Educação Profissional e Ensino Propedêutico.
Em 1978, surgiram os três primeiros Centros Federais de Educação Tecnológica
(CEFETs), que tinham como objetivo formar engenheiros de operação e tecnólogos.
Dezesseis anos depois, os Cefets viraram a unidade padrão da Rede Federal de Ensino
Profissional, Científico e Tecnológico (Lei 11.892/2008). Eles absorveram as atividades
das ETFs e das Escolas Agrotécnicas Federais e se preocuparam em preparar o País para a
revolução tecnológica ocorrida entre os anos 1980 e 1990. Muitos destes "Centros" foram
suprimidos e passaram a compor a rede de Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia, passando a adotar o nome de "Institutos" (menos os CEFET/RJ e
CEFET/MG, que permanecem com o nome antigo, mesmo fazendo parte da nova rede), à
exceção do CEFET-PR que passou a ser Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Marcado por estagnação econômica e inflação descontrolada, o presente período apresenta
um enfraquecimento nos investimentos do Estado para a educação. Esses fatos
possibilitaram o fortalecimento da rede privada de ensino, assim como a tentativa de
privatização do ensino público.
Esta fase está fortemente presente o espirito neoliberal, que transfere a
responsabilidade do sucesso ou insucesso para o próprio indivíduo. O papel da educação
profissional novamente se transforma, prezando que:
cabe à Educação Profissional formar o ―trabalhador de novo tipo‖, em sintonia
com as novas formas de organização e gestão do trabalho e com os interesses do
mercado. Contudo, transfere-se para o trabalhador a responsabilidade pelo
domínio das competências profissionais exigidas pelo mercado e, portanto, pela
sua empregabilidade. (TAVARES, 2012, p.8)
2.5 Quinta fase (a partir de 2003)
Com a eleição do presidente Lula, em 2002, o Estado retoma o investimento na Educação
Técnica e Profissional, na condição de financiador, bem como por meio de transferência
de recursos para a iniciativa privada, ampliando o atendimento às unidades já existentes e
provendo a abertura de novas. Entre 2003 e 2016, o MEC concretizou a construção de
mais de 500 novas unidades referentes ao plano de expansão da educação profissional,
totalizando 644 campi em funcionamento. Essa Rede, ainda, é formada por instituições
que não aderiram aos Institutos Federais, mas também oferecem educação profissional em
todos os níveis. São a Universidade Tecnológica Federal do Paraná, os CEFETS MG e RJ,
25 Escolas Técnicas vinculadas às Universidades Federais e o Colégio Pedro II.
3. Alguns números referentes à Rede Federal
É impressionante ao analisar a expansão da Rede Federal de Educação Profissional,
Científica e Tecnológica, quando se trata de unidades em um curto prazo de tempo. De
acordo com a Figura 1, entre 2003 e 2016 houve um aumento de mais de 500 unidades.
Essa quantidade é mais de 3 vezes, do que já havia sido criado anteriormente. A Figura 2
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demonstra a capilaridade da Rede, é possível observar que os municípios atendidos
passam de 119 ao fim de 2002, para 568 no fim de 2016, significando quase 4 (quatro)
vezes mais.
Figure 1. Expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica - em unidades
Figura 2. Quantidade de Municípios atendidos com a expansão da Rede Federal de
Educação Profissional, Científica e Tecnológica
4. Considerações finais
Conclui-se que os avanços da expansão da educação profissional e tecnológica, na
sociedade brasileira, vêm sendo valorizados como um elemento fundamental na inclusão
social, no apoio, na melhoria da produtividade e competitividade do País. A partir da
implementação dos IFs, as ações de educação profissional dos tempos remotos, passaram a
desfrutar de um caráter totalmente organizado e trouxeram avanços significativos. A
Educação Profissional e Tecnológica passa a ser para muitos jovens e adultos a porta de
entrada para o mercado de trabalho, preparando os profissionais, tanto para o trabalho
quanto para o convívio neste ambiente, e tornando possível que a economia possa se
desenvolver e consequentemente que exista uma ascensão social das classes menos
favorecidas.
Referencias Portal da Rede Federal de Educação Profissional. Expansão da Rede Federal. Disponível
em: <http://redefederal.mec.gov.br/>. Acesso em: 16 set. 2017.
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Portal Brasil. Sistema S oferece cursos técnicos em todo o Brasil. Disponível em:
<http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2011/10/sistema-s-oferece-cursos-
tecnicos-em-todo-o-brasil>. Acesso em: 13/set. 2017
PINTO, Tales. República Velha (1889-1930). Disponível em:
<http://brasilescola.uol.com.br/historiab/republica-velha-1889-1930.htm>. Acesso em: 17
set. 2017.
TAVARES, Moacir Gubert. Evolução da Rede Federal de Educação Profissional e
Tecnológica: As etapas históricas da educação profissional no Brasil. Disponível
em: Acesso em: 17 set. 2017.
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As relações de amor na música sertaneja da década de 1970
Márcio Bonesso, Eloah Leite Dalaglio, Maria Eduarda Pádua Porto, Elisa Macedo de
Campos, Clarice Regina da Silva Santos
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Campus
Uberlândia Centro
[email protected] [email protected]
[email protected] [email protected]
Resumo. A comunicação de pesquisa visa apresentar uma interpretação sobre a
narrativa poética das músicas sertanejas da década de 1970. Essa década é
bastante significativa, pois com o processo de modernização brasileiro e a
ascensão do movimento do rock nacional da jovem-guarda; vários cantores,
duplas e trios sertanejos absorveram os elementos tecnológicos dos rockeiros, tais
como baterias, guitarras, contrabaixos e teclados. Nesse contexto, a pesquisa
deseja interpretar em 12 músicas da época como suas narrativas discutem as
questões de amor, sexualidade e gênero relacionadas aos aspectos históricos e
tecnológicos. Para isso, tal estudo recorre às discussões sociológicas e
antropológicas sobre tais temáticas.
Abstract. The research communication aims to present an interpretation about the
poetic narrative of country songs of decade of 1970. This decade is quite
significant, because with the process of brazilian modernization and the rise of the
national rock movement of the young-guard; several singers, duets and backwoods
trios absorbed the technological elements of rockers, such as drumns, guitars,
bass guitars and keyboards. In this context, the research seeks to interpret in 12
songs of the time as their narratives dicuss the issues like love, sexuality and
gender related to historical and technological aspects. For this, this study resorts
to sociological and anthropological discussions about this issues.
1. Introdução
Este projeto tem como tema de pesquisa compreender a relação entre amor, sexualidade e
violência na música caipira e sertaneja. A problemática geral do projeto de pesquisa é
realizar uma ampla investigação histórica, ao longo de sua produção fonográfica, sobre o
pensar e fazer musical desses estilos através de suas narrativas poéticas. Iniciada com a
famosa série do selo vermelho da música caipira, produzida de maneira independente por
Cornélio Pires em 1929, a música caipira/sertaneja ultrapassou várias gerações até chegar
atualmente no movimento denominado de sertanejo universitário, estilo que movimenta a
maior fatia de lucro do mercado e da produção da arte no Brasil.
2. Metodologia
Na concepção dos vários atores que vivenciam o gênero, pesquisadores, intelectuais,
músicos, público, mudanças substanciais de interpretação sobre o pensar musical
(estruturas musicais, gramática musical, representações acerca da conexão entre a
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expressão formal da música e seus conteúdos) e fazer musical (aspecto prático, processual,
composto por dança, teatro, música instrumental, forma musical elementos sonoros e sua
gestalt básica) caipira e sertanejo ocorreram, nas décadas de 1920, quando as músicas
ganharam uma reprodução serial via LP. A partir da década de 1970 e início da década de
1980 com a criação de uma estratégia de marketing de grandes corporações de canal
aberto e jovens empresários do interior paulista, mineiro e goiano que começaram a
investir no ramo da ruralidade brasileira. Assim, o ramo da ruralidade torna-se o filão do
mercado musical semelhante em termos de lucro ao do futebol e do samba/carnaval
(Alem, 1996 e Caldas, 2004-2005). Com o início deste século XXI, o sucesso meteórico
nacional de duplas e eventos que se denominam de sertanejo universitário conquista a
hegemonia do mercado da música brasileira. A partir dessas três fases históricas a
pesquisa visa investigar como ocorreu o tratamento poético sobre a mulher, sobre as
relações sociais entre homens e mulheres e, em específico, os aspectos da violência
simbólica e física nessas relações de amor.
3. Resultados e discussão
Na parte temática, o plano de trabalho começará com a narrativa poética das músicas
sertanejas da década de 1970. Essa década é bastante significativa, pois com o processo de
modernização brasileiro e a ascensão do movimento do rock nacional da jovem-guarda,
vários cantores, duplas e trios sertanejos absorveram os elementos tecnológicos dos
rockeiros, tais como baterias, guitarras, contrabaixos e teclados. Além disso, o estilo de
vida da jovem-guarda, cabelos compridos, óculos aviador, calça jeans e jaquetas de couro
também foram incorporados pelos artistas sertanejos. Esse processo de modernização
dentro do gênero se tornou bastante robusto nos últimos anos desta década quando os seus
shows saíram das estruturas amadoras dos circos e foram substituídos pelo processo de
profissionalização dos rodeios.
Nesse aspecto o plano de trabalho ocorrerá em seu primeiro momento em duas frentes
de trabalho: teórica e empírica. A parte teórica se iniciará com leituras sobre a sociologia
do amor, a história da música sertaneja e fará uma pesquisa explanatória sobre as últimas
produções bibliográficas. Na parte empírica o trabalho fará nesse primeiro momento a fase
denominada de escutatória que consiste na identificação minuciosa das artistas, das suas
obras, das músicas de trabalhos, cd´s e dvd´s.
No segundo momento, a aluna fará a seleção das 12 músicas que serão analisadas.
Essa analise terá como base as discussões teóricas clássicas realizadas no primeiro
momento da pesquisa. Nesse contexto da década de 1970, muitos cantores do gênero tais
como: João Mineiro & Marciano, Trio Parada Dura, Léo Canhoto & Robertinho,
Chitãozinho & Xororó, Milionário & José Rico, Tonico & Tinoco, Pena Branca &
Xavantinho, dentre vários outros, possuem qual narrativa poética ligada aos tipos de amor
sociológico problematizado no conteúdo teórico do projeto de pesquisa.
Assim, esse plano de trabalho visa investigar qual é o conteúdo poético multifacetado
que essa geração de cantores sertanejos narrou em suas canções musicais. A quantidade de
12 músicas escolhidas tem como parâmetro a orientação de pesquisa de outros projetos de
natureza musical mencionados no item justificativa. O próximo passo da pesquisa será a
analise das músicas e simultaneamente a continuidade das leituras teóricas. Para o
relatório parcial serão escolhidas três músicas para serem analisadas. Após esse período a
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aluna continuará no processo teórico das pesquisas relacionadas à temática e, ao mesmo
tempo, no processo empírico de analise das nove músicas. Por fim será confeccionado no
último mês o relatório final da pesquisa.
Referências
ALEM, João Marcos. Caipira e country: a nova ruralidade brasileira. São Paulo, Tese
de Doutorado USP, 1996.
CALDAS, Waldenyr. Revendo a música sertaneja. Revista USP Dossiê Brasil Rural,
número 64. São Paulo, 2004-2005.
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Amor de Princesa: um estudo semiótico sobre os
relacionamentos amorosos nos filmes infantis Juliana Sousa Lobo, Márcio Bonesso
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Campus
Uberlândia Centro [email protected] [email protected]
Resumo. Este projeto pretende discutir a influência das relações amorosas na
educação tecnológica, através dos filmes de princesa. Ao longo das últimas
décadas, os desenhos animados transmitidos pelas TVs brasileiras de canal aberto
como Pato Donald, Perna Longa, Mickey Mouse e Minnie, Zé Carioca, Pica Pau,
Tom e Jerry se reconfiguraram e se adaptaram às novas tecnologias digitais. Com
o surgimento das mídias digitais como DVDs e as redes sociais como a Netflix e o
Youtube, esses filmes passaram a ser produzidos e consumidos por uma grande
massa heterogênea de crianças brasileiras, sobretudo do público feminino.
Tornaram-se referências diárias para vários pais e professores na socialização da
população infantil brasileira. Diante desse contexto, o plano de trabalho objetiva
interpretar os discursos das mensagens e os diálogos dos personagens desses
filmes de princesas na construção dos seus relacionamentos amorosos.
Abstract. This project intends to discuss an influence of the amorous relations in
the technological education, through princess films. Over the last decades, the
cartoons transmitted by the Brazilian open channel TVs like Donald Duck, Bugs
Bunny, Mickey Mouse and Minnie, Ze Carioca, Woody Woodpecker, Tom and
Jerry reconfigured and adapted to new digital technologies. With the emergence of
digital media such as DVDs and social networks like Netflix and Youtube, these
films started to be produced and consumed by a large heterogeneous mass of
Brazilian children, especially the female audience. They became daily references
to various parents and teachers in the socialization of the Brazilian child
population. In view of this context, the work plan aims to interpret the speeches of
the messages and the dialogues of the characters of these films of princesses in the
construction of their amorous relationships.
1. Introdução
Este projeto tem como tema de pesquisa mais amplo compreender como as relações entre
as antigas e novas mídias, inseridas em especial nos filmes infantis através dos
dispositivos analógicos como a televisão e outros dispositivos digitais móveis, interferem
na construção social da infância no Brasil. A delimitação deste tema para esta pesquisa é
analisar o conteúdo simbólico de alguns filmes infantis sobre princesas que fazem parte da
rotina das crianças em casa e na escola, observando as diferenças na apresentação e
formação do significado dos discursos sociais em torno de personagens que se relacionam
com histórias de amor.
Como desdobramento, o estudo desses filmes infantis permitirá um vínculo
temático nessa problematização visando incorporar concepções atuais sobre a sociologia
do amor, na construção dos gêneros, da cultura popular e da indústria cultural na nossa
sociedade brasileira. Vivemos em um mundo em que a presença das mídias e tecnologias
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está inserida em nosso cotidiano. Ao pensarmos em relação às crianças é visível a
influência determinante que estas exercem sobre a vida e formação do ser humano visto
que, na atual sociedade contemporânea, instrumentos como a televisão, o computador e
outros dispositivos móveis menores passam a fazer parte dos principais utensílios
frequentes na rotina das famílias e constantemente moldam o comportamento por esta
adquirida.
2. Metodologia
Como objetivo geral do plano de trabalho a aluna vai descrever etnograficamente as
narrativas discursivas e semióticas dos filmes de princesa no que tange os relacionamentos
amorosos. O primeiro objetivo específico do plano de trabalho se propõe em revisar
teoricamente as discussões sobre os temas da sociologia do amor, cultura popular e
indústria cultural na formação educacional infantil. O segundo objetivo do filme,
simultâneo ao primeiro, será o de assistir sete filmes: Cinderela, A Bela e a Fera, Branca
de Neve, Pocahontas, Frozen, Valente e Shrek. Por fim, como desdobramento desses
objetivos o trabalho de relatório final visa como último objetivo específico escolher dois
filmes que correlacione às análises empíricas às referências teóricas estudadas. O objetivo
é descrever etnograficamente esses filmes selecionados visando correlacionar suas
narrativas discursivas e semióticas com as propostas teóricas dos tipos de amor.
Como cada filme possui em média 1h30min de duração, a definição de dois filmes
foi feita tendo como base o tempo uma comparação com outros projetos, de iniciação
científica júnior, já realizados em que as alunas estudam por meio de técnicas de
decupagem as animações musicais.
3. Plano de Pesquisa
O plano de trabalho da aluna trará como eixo principal das pesquisas temas da sociologia
do amor. Todavia, como mencionado, o plano de trabalho está articulado diretamente com
um projeto mais amplo de pesquisa que envolve a temática de outros eixos transversais
como o da indústria cultural e cultura popular. Nesse sentido, a pesquisa busca
correlacionar o eixo principal com esses eixos e temas transversais.
Essa correlação com os temas transversais é bastante evidente, na obra O grande massacre
de gatos (1986). O antropólogo historiador Robert Darton demonstra como os contos
camponeses da Idade Média da França, Alemanha, Itália e outros países europeus foram
resignificados por folcloristas no início da modernidade. Charles Perrault, na França e os
irmãos Grimm, na Alemanha, são até hoje reconhecidos mundialmente como os principais
pesquisadores que coletaram esses contos populares e reescreveram com um significado
mais moralizado à ética moderna.
Darton descreve que contos como o da Cinderela, A Bela e a Fera ou Branca de
Neve na maioria dos casos não possuíam desfechos bondosos como resignificados por
esses folcloristas. Segundo o pesquisador Darton, na França, por exemplo, o início do
período da modernidade o baixo desenvolvimento humano nas aldeias permaneceu por um
longo período – dos primeiros estragos da peste negra em 1347 até por volta de 1730 com
o salto populacional e produtivo. Os camponeses eram relativamente livres, mas não
podiam escapar a um sistema senhorial que lhes negava terras suficientes para alcançarem
a independência econômica. Ainda segundo o pesquisador o elevado número de madrastas
nesse período (proporção estatística de dez para um) demonstra que o tema da madrasta
má aparece em vários contos camponeses de princesa como o da Cinderela,
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negligenciando o tema correlato da desnutrição, dos conflitos violentos entre homem e
mulher, o abandono na floresta ou até mesmo o infanticídio dos pais sobre os filhos mais
novos, fatos históricos tão comuns nesse momento de escassez.
Nesse aspecto o casamento não fornecia nenhum escape às mulheres, pelo
contrário impunha uma carga maior para elas, subordinando-as a trabalhar no sistema
manufatureiro domiciliar dentro da casa e também nos campos. Muitos contos descrevem
como elas tinham a função familiar de cuidar do gado, ceifar feno, carregar lenha de dia;
cozinhar e trabalhar à roda de fiar dentro de casa no período noturno. Nesse contexto
histórico do tipo de amor patriarcal, as famílias das mulheres deveriam ainda oferecer
certos dotes para se casarem.
Outros filmes de princesas mais modernos tais como Pocahontas, Frozen, Valente
e Shrek já demonstram outros roteiros de narrativas, mais condizentes aos valores da
indústria cultural, da modernidade e, quiçá, da pós-modernidade. Nesse sentido, outras
construções de relacionamentos amorosos, do papel do feminino e do masculino podem
ser aplicadas ou dialogadas com o amor patriarcal, vigente no universo medieval e do
início da modernidade europeia descrito pelo pesquisador Darton.
O livro A Transformação da Intimidade (1993), do sociólogo Anthony Giddens
também traz importantes contribuições para essa discussão na medida em que sua pesquisa
objetivou demonstrar a construção social de alguns outros tipos de relacionamentos
amorosos com o advento da modernidade e avanço do século XX. Escreveu, por exemplo,
sobre o amor apaixonado, cujo envolvimento emocional é bastante invasivo, pois é
marcado por uma urgência que o coloca à frente das rotinas da vida cotidiana e acaba
tendo uma relação conflitante com o cotidiano, também ocorre uma idealização temporária
do parceiro, esse tipo de relação dificilmente era encarado como uma base para um
relacionamento duradouro ou para um casamento, que é exatamente o que ocorre no amor
romântico.
Segundo Giddens, todavia, o mais abrangente nesses modelos na modernidade foi
o amor romântico que começou a surgir lentamente no século XVIII, depois de uma
pequena evolução do casamento tradicional que seria parte do amor patriarcal e que
ocorria geralmente por razões econômicas entre famílias. O amor romântico é um tipo
mais individualizado onde as pessoas colocam sua própria satisfação em primeiro lugar e
depois vêm a do seu parceiro, mas ao mesmo tempo, exerce um tipo de amor que o
idealiza na relação, causando uma dependência muito forte, à procura sua “alma gêmea”.
Alguns filmes como Valente onde a princesa é submetida a um casamento arranjado, mas
luta pela sua liberdade de escolha, percebe-se exatamente um roteiro que vincula o
conflito geracional entre o amor patriarcal e o amor romântico. A princesa deseja exercer
sua liberdade de cidadã, com os direitos civis e sociais garantidos, escolher um tipo de
amor voltado para desfrutar uma relação com sua “alma gêmea”.
Pode-se aventar como hipótese que os filmes de princesas da atualidade orbitam na
essência do amor romântico, porém não exclusivamente as histórias giram em torno da
espera pelo príncipe perfeito, elas também mostram a autonomia e independência das
princesas em relação ao seu próprio futuro. Se ainda não há um roteiro de filmes de
princesa com o tipo de amor confluente, desejo de amar cujo princípio é a felicidade
mútua, estando com você ou não, possibilitando uma abertura para o relacionamento
aberto; percebe-se que esse tipo de amor pode ser desenvolvido em alguns momentos dos
filmes com esses roteiros mais modernos.
Sobretudo nos momentos de conflitos entre as almas gêmeas que buscam o amor
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romântico, também são percebidos nesses roteiros de maneira fragmentada alguns
resquícios do chamado amor líquido. O filósofo Zygmunt Bauman em sua obra O Amor
Líquido (2004) demonstra como esse tipo amor se desenvolveu na atualidade, com o
advento da chamada pós-modernidade ou modernidade líquida. As relações amorosas
tornam-se efêmeras e com uma extrema fluidez, de modo que não existe tempo de se
construir laços duradouros como no amor romântico ou patriarcal. As relações sociais são
assimiladas como relações virtuais onde homens e mulheres se conectam e desconectam
de acordo com seus desejos hedonistas. Apesar de pouco provável um roteiro de princesa
com esse tipo de amor líquido, traços desses tipos de amores pós-modernos podem
perpassar roteiros como Poncahontas, Frozen, Valente e Shirek ou de outros filmes não
identificados nesse projeto? Essa é uma pergunta que a pesquisa irá percorrer ao longo de
sua vigência, demonstrando as tensões entre esses tipos de amores que foram construídos
desde a idade média, atravessando o período da modernidade e chegando aos tempos
atuais.
4. Conclusões
No plano de trabalho da aluna, a organização do material será iniciada ao assistir os sete
filmes de princesas mencionados nos objetivos. No primeiro trimestre da pesquisa, os
filmes serão assistidos semanalmente para a obtenção da escolha dos dois filmes que serão
analisados a seguir. O método de análise será a observação etnográfica dos diálogos e das
imagens dos filmes. Como vimos anteriormente, a etnografia visa interpretar os
personagens envolvidos nas histórias de forma relacional. Ao mesmo tempo, serão
apresentadas as discussões teóricas mencionadas acima que servirão de base analítica para
as etapas seguintes. Além disso, ocorrerá uma identificação de trabalhos similares nas
plataformas científicas, visando estabelecer um diálogo com as produções científicas que
perpassam o tema proposto. Esses dois trabalhos empírico e teórico servirão como base
para o primeiro relatório.
No segundo trimestre da pesquisa, a aluna fará inicialmente uma interpretação
empírica sobre os dois filmes escolhidos que servirá de base para o relatório parcial. A
descrição etnográfica será realizada buscando uma interpretação quadro a quadro dos
diálogos, relatando minuciosamente o conteúdo dessas mensagens semióticas. Ao mesmo
tempo, será realizado o fichamento dos conteúdos teóricos para nutrirem a análise da
terceira e quarta fase da pesquisa.
No terceiro trimestre da pesquisa, serão realizadas efetivamente as descrições
etnográficas dos filmes, isto é, a decupagem empírica fará uma conexão de sentido à luz
das discussões teóricas mencionadas e a confecção do relatório final.
Referências
BAUMAN, Zygmunt. Amor Líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.
DARTON, Robert. O Grande Massacre de Gatos: e outros episódios da história
cultural francesa. Rio de Janeiro: Graal, 1986.
GIDDENS, Anthony. A Transformação da Intimidade: sexualidade, amor e erotismo
nas sociedades modernas. São Paulo: Editora da Unesp, 1993.
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Show Opinião: Representações da Resistência
Democrática ao Golpe Civil e Militar de 1964 no Brasil.
Profa. Dra. Sírley Cristina Oliveira
Área de História - Instituto Federal do Triângulo Mineiro - IFTM /Campus
Uberlândia Centro – Uberlândia – MG - Brasil
ABSTRACT. The purpose of this communication is to reflect on the relationship
between History and Theater, especially on the spectacle Show Opinion produced
and taken to the public in April 1964. Although the show was understood as a
manifestation of Resistance to the Coup, many criticisms fell on his production: a
festive, romantic spectacle, solidary to the left and to the Brazilian people, above
all, devoid of political struggle. Resizing the spectacle in the field of History, we
defend the idea that Show Opinion is an important manifestation of resistance to
the political events of 1964.
RESUMO. A presente comunicação tem como propósito refletir acerca da
relação entre História e Teatro, em especial sobre o espetáculo Show Opinião
produzido e levado ao público em abril de 1964. Embora, o espetáculo se
compreendido como uma manifestação de resistência ao Golpe, muitas criticas
recaíram sobre sua produção: um espetáculo festivo, romântico, solidário à
esquerda e ao povo brasileiro, sobretudo, desprovido de luta política.
Redimensionando o espetáculo no campo da História, defendemos a ideia de que
o Show Opinião é uma importante manifestação de resistência aos
acontecimentos políticos de 1964.
1. Introdução
Na noite de 31 de março de 1964 o Brasil sofreu um Golpe Militar, provocando surpresa e
perplexidade a toda a sociedade. A partir de então, a população brasileira, se viu diante de
uma forma política fundada exclusivamente na violência e na falta de participação
popular. De repente, o Brasil de forças políticas progressistas e mobilizadoras passou a ser
dirigido por um regime pródigo em cassações políticas, perseguições, torturas, proibições,
exílios, censuras e mortes, devidamente amparados em Atos Institucionais e Leis de
Segurança Nacional
Entretanto, apesar da estrutura de poder fechada e centralizada dos militares, não
há como negar a efervescência da produção artística e intelectual da esquerda. O cinema, a
música, as artes plásticas, o teatro fizeram florescer o debate político acerca da luta, da
resistência às arbitrariedades do Golpe.
É nesse processo que é gestado o Show Opinião, produzido em 1964 pelo Grupo
Opinião em parceria com o Teatro de Arena de São Paulo. O espetáculo, que nasceu com
proposta de dizer não à ditadura e de resistir à permanência dos militares no poder,
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apresentou formas dramatúrgicas essencialmente inovadoras no palco. Ao aliar as
diferentes formas da cultura popular a um conteúdo essencialmente político, se tornou, ao
lado de outras manifestações artísticas da época, em uma das bandeiras de luta da
resistência política organizada e democrática ao regime militar.
2. Plano de Trabalho
Opinião é um espetáculo que se constituiu a partir dos relatos pessoais de três cantores
populares. Zé Kéti, que representava o samba marginal suburbano do Rio de Janeiro. João
do Vale, que exprimia simbolicamente, a partir dos baiões que cantava a dor e a pobreza
do migrante nordestino cujo destino era os grandes centros econômicos doPaís. Nara Leão,
a representação da classe média, morava em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro,
uma das precursoras da bossa nova. Assim, as inúmeras canções que constituem o Show –
a maioria delas de protesto – foram entremeadas por comentários dos cantores que
souberam articular com perspicácia o acúmulo de conhecimento da experiência pessoal à
ação da conscientização e da militância política.
Contudo, a apresentação do espetáculo causou muitas polêmicas. A primeira delas
veio por parte de intelectuais e críticos especializados de teatro que enxergaram a obra
como um espetáculo fechado, solidário à esquerda e com um posicionamento
explicitamente romântico do que seria o nacional e o popular naquele momento no Brasil.
Para eles o Show Opinião, ao colocar no palco o problema social dos moradores de favelas
e morros do Rio de Janeiro, o sertão pobre e seco do nordeste e consequentemente a
migração dos nordestinos para as regiões mais prósperas do País, traduziu a postura
política limitada de alguns setores da esquerda e do Partido Comunista Brasileiro frente à
luta e à resistência que se projetava contra a ditadura militar. Outro problema é que as
canções engajadas/protestos colocadas no texto fizeram do espetáculo um produto cultural
rentável, aceito e valorizado pelo mercado cultural da arte, o que por sua vez
comprometeria a eficácia e a importância política do espetáculo.
Nesse sentido, qual seria a contribuição do Show Opinião no campo da História?
As ricas experiências estéticas e artísticas aliadas a uma perspectiva política de
engajamento faz do Show Opinião uma manifestação romântica, solidária e acolhedora do
povo frente os acontecimentos do Golpe Civil Militar de 1964?
Partimos da hipótese de que o Show Opinião não deve ser compreendido apenas
sob o prisma do Golpe e da arte engajada que se projetou nos anos 1960. Para que se
reconheça a sua historicidade e a sua capacidade política de articular a resistência política
aos acontecimentos de 1964, é preciso buscar outras referências artísticas e políticas com
quais ele dialoga. Assim, a primeira fonte que inspirou o trabalho artístico e político dos
dramaturgos na construção do Show Opinião veio de uma manifestação teatral
essencialmente popular e pouco discutida na História do Teatro Brasileiro, o Teatro de
Revista do século XIX.
Comumente no Brasil, o teatro de revista pode ser compreendido como um gênero
teatral nitidamente marcado pela diversão e espontaneidade. Sua essência é provocar o riso
e apresentar ao público os acontecimentos expressivos da sociedade, utilizando para isso
linguagens e gestos figurados, musicados, irônicos, debochados e essencialmente
sarcásticos. Embora o riso seja a principal tônica das experiências revisteiras, também
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estão presentes em seu palco as alegorias políticas e as mordazes críticas à vida pública da
Corte, bem como a intolerância às mazelas sociais que assolavam a população carioca nos
anos republicanos.
Em várias situações as convenções teatrais da Revista estiveram presente no palco
do Opinião, elas podem ser identificadas pela construção das personagens grotescas,
cômicas, irônicas e assumidamente engajadas às denunciais sociais e política da
sociedade. A inserção da música também realça a influencia revisteira no espetáculo,
samba, baião, xote dão o tom descontraído e popular da apresentação.
Outra fonte que permite o regate da historicidade do Show Opinião foi o
restaurante Zicartola. O restaurante político e artístico de Cartola e Dona Zica teve vida
curta, de apenas dois anos (1963-1965), mas foi o suficiente para mobilizar a população
carioca para um acontecimento inusitado: o encontro entre os sambistas tradicionais do
morro – considerados os autênticos representantes da cultura popular – e os artistas da
classe média do Rio de Janeiro – representados pelos jovens universitários que se
dedicavam à produção de uma arte nacional no teatro, no cinema e na música popular
brasileira.
Diante do quadro político que se instaurou em 1964, o Zicartola apareceu como
acalanto aos jovens artistas engajados que foram arrancados do seu frutífero espaço de
produção cultural e discussão política: “[...] veio o golpe, o CPC foi fechado, a Une foi
fechada e sobrou o Zicartola, fomos todos para o Zicartola, lá era o nosso reduto”,
(CABRAL, S. 2004), explica Sérgio Cabral. Assim, a partir de 1964 o bar-restaurante de
Cartola passou a ser frequentado pelos ex-membros do CPC da UNE, pela juventude
universitária, pela classe média da Zona Sul do Rio de Janeiro. Além dos sambistas
tradicionais do morro, a casa agora recebia, entre outros, Oduvaldo Vianna Filho, Ferreira
Gullar, Gianfrancesco Guarnieri, Carlos Lyra, Nara Leão, Tereza Aragão e João das
Neves.
3. Conclusão:
Ao resgatarmos as matrizes artísticas e culturais do Show Opinião, nota-se que o
espetáculo colocou em dúvida a preponderância do mundo oficial, sério, moralista e
estável dos militares. Em cena a música de protesto, as canções populares do baião, do
xote e do samba vieram mostrar que o debate político também se realiza com diversão,
humor, música e quantidade considerável de riso. Assim, com uma força política
extraordinária, o Show Opinião constatou que a ironia, o cômico, o deboche, a comédia
também são instrumentos políticos e, que, quando pensados e articulados a uma
perspectiva histórica, podem contribuir para o fortalecimento da democracia e da justiça.
Em particular, no ano de 1964, para o restabelecimento do Estado de Direito.
Referências
CHAUÍ, Marilena. Seminários – O Nacional e o Popular na Cultura Brasileira. São Paulo:
Brasiliense, 1983.
DEPOIMENTO de Ferreira Gullar a Maurício Barros de Castro. (CASTRO, Maurício
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Anais da Mostra de Trabalhos do IFTM – Campus Uberlândia Centro
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Barros de. Zicartola: política e samba na Casa de Cartola e Dona Zica. Rio de Janeiro:
RelumeDumará / Prefeitura do RJ, 2004, p. 85.)
HOLANDA, Heloisa Buarque. Impressões de Viagens – CPC, Vanguarda e Desbunde:
1960/1970. São Paulo: Brasiliense, 1981.
RIDENTI, Marcelo. Em Busca do Povo Brasileiro. Rio de Janeiro: Record, 2000.
SODRÉ, Nelson Werneck. Quem é o Povo no Brasil? Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1962. (Coleção Cadernos do Brasileiro).
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A Verticalização do ensino nos Institutos Federais: uma
bordagem a partir da percepção do trabalho docente no
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Triângulo Mineiro Campus Uberlândia Centro
Danielle Cristina Silva1, Felipe Augusto G. O. Pereira2
1 Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia Centro.
2 Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia Centro.
{[email protected]; [email protected]}
Abstract. Faced with such significant changes in vocational education at
technical and technological levels required by Law 11,892 / 2008, which
established the Federal Network of Professional, Scientific and Technological
Education, creating the Federal Institutes of Education, Science and
Technology, the present research, descriptive in terms of objectives, with a
qualitative / quantitative purpose, aimed to investigate how the process of
verticalization of teaching influences the quality of teaching work. The
research universe consisted of the Campus Uberlândia Centro, where we
sought to detect the most significant reflexes of the verticalization in the
teaching activity and its impact on the professional performance of the
teachers who work in the institution. To do this, it was necessary to know and
highlight the perceptions of teachers working in at least two different levels of
teaching, since each level has its own characteristics. The paper recaptured
the history of education in Brazil, highlighting the main events that influenced
its transformation. The development of professional and technological
education has also been addressed throughout history, with the
implementation of the Federal Institutes. The quantitative / qualitative
research sought to understand the conceptions of the teachers about the
verticalization of teaching within the development of their activities in the
vertical perspective, in order to detect which are the factors that generate the
impact of the teaching in the Uberlândia Center campus.
Resumo. Diante de mudanças tão significativas no ensino profissional de
níveis técnico e tecnológico, demandadas pela Lei nº 11.892/2008, que
instituiu a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica,
criando os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, a presente
pesquisa, descritiva quanto aos objetivos, com cunho qualitativo/quantitativo,
objetivou investigar de que formas o processo de verticalização do ensino
influencia na qualidade do trabalho docente. O universo da pesquisa se
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constituiu no Campus Uberlândia Centro, onde buscamos detectar os reflexos
mais significativos da verticalização na atividade docente e o impacto deste no
desempenho profissional dos professores que atuam na instituição. Para isso,
fez-se necessário conhecer e evidenciar as percepções dos professores que
trabalham em pelo menos dois níveis de ensino distintos, visto que cada nível
possui características próprias. O trabalho retomou o histórico da educação
no Brasil, ressaltando os principais eventos que influenciaram sua
transformação. O desenvolvimento da educação profissional e tecnológica
também foi abordada ao longo da história, chegando a implementação dos
Institutos Federais. A pesquisa quantitativa/qualitativa buscou compreender
as concepções dos docente sobre a verticalização do ensino dentro do
desenvolvimento de suas atividades na perspectiva vertical, a fim de detectar
quais são os fatores que geram impacto do ensino no campus Uberlândia
Centro.
1. Introdução
O caminho percorrido no Brasil pela educação profissional desde 1909, iniciou
com o estabelecimento das Escolas de Aprendizes Artífices pertencentes a Rede Federal
de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Com essa criação possibilitou
transformações históricas, educacionais, sociais e da reestruturação produtiva de modo
capitalista, encadeando, assim, modificações na maneira de pensar e realizar as políticas
públicas para a educação profissional e tecnológica no país, com consequências para o
trabalho docente. Posteriormente, mais especificamente a partir do ano de 2008, a rede
Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica foi uma expansão da
Educação Profissional em todo o país a partir da transformação das escolas técnicas
federais em Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, também conhecidos
somente como Institutos Federais (IFs) (Romanelli, 2010).
Essa transformação também significou a expansão do ensino técnico, uma vez
que as escolas técnicas, muitas delas centenárias tiveram a sua estrutura administrativa
reorganizada. Novas unidades descentralizadas, chamadas de campus foram criadas em
todos os estados brasileiros, contemplando regiões onde antes não havia educação
profissional pública federal (Romanelli, 2010).
Todo esse percurso que separa a origem das primeiras escolas técnicas federais,
ainda no início do século XX, e a criação dos Institutos Federais no início do século
XXI não foi homogêneo no que se refere à educação profissional como política de
estado ou de governo (Peres, 2005).
A educação profissional passou por períodos de valorização, protagonismo,
estagnação e quase esquecimento. Esse cenário foi revertido a partir da instituição de
uma rede federal de escolas dedicadas ao ensino profissional e da volta do protagonismo
dessa modalidade de ensino por meio de programas e políticas públicas de governo para
a educação, materializando assim os Institutos Federais de Educação, Ciência e
Tecnologia (Ortigara, 2013).
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Os IFs foram criados por meio da Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, a
mesma lei instituiu a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica,
chamada apenas Rede Federal, ou seja, há menos de uma década observa-se a
transformação do cenário da Educação Profissional e Tecnológica no país. Segundo
Ortigara (2013, p. 2), os Institutos Federais representam uma nova institucionalidade na
oferta da educação profissional no Brasil por ter como particularidade: a verticalização.
2. Pressupostos teóricos
Os Institutos Federais foram pensados e implantados para atender as necessidades
do mercado profissional e tecnológico. Neste sentido a lei de criação dos institutos
federais foi bem clara e específica no sentido poder ofertar educação profissional e
tecnológica de qualidade à comunidade em que os institutos estiverem inseridos a fim
de atender as necessidades socioeconômicas.
Pacheco (2010) ressalta a importância dessa finalidade afirma que, a
verticalização do ensino permite que os docentes atuem em diferentes níveis de ensino e
que os discentes compartilhem os espaços de aprendizagem, possibilitando o
desenvolvimento de uma linha de formação que pode ir do curso técnico ao doutorado.
Deste modo políticas públicas voltada à profissionalização também se
caracterizam como respostas do Estado às demandas e pressões geradas por setores da
economia. A partir deste contexto em 29 de dezembro de 2008 foi promulgada a Lei
11.892 que fez surgir efetivamente os Institutos Federais que se tornaram instrumentos
de transformação de vida social, econômica cultural modificando positivamente a
sociedade brasileira (Pacheco, 2010; Ferreira, Mineo e Carvalho, 2010).
No IF, os docentes ocupam o cargo de Profissionais do Magistério da Educação
Básica, Técnica e Tecnológica (EBTT) nos IF. Embora tenham como lócus de trabalho
uma IES, atuam no ensino médio e técnico, cursos superiores, pós-graduação, em
conteúdos ou disciplinas ligadas às áreas de formação. Atuam em diversas atividades
ligadas ao ensino, pesquisa, extensão e gestão e atendem públicos muito diferentes, que
exigem posturas cada vez mais diferenciadas e sob a lógica gerencialista. São ainda
responsáveis ou corresponsáveis pela implementação, execução e/ou supervisão de
muitos programas.
Silva (2015) avalia que o trabalho docente nos IF é:
(...) marcado pela complexidade intrínseca à EPT, somada à heterogeneidade da ES, uma vez
que atuam na educação básica e na ensino superior, em diversas modalidades de ensino; devem
realizar atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão, com vistas a formar mão de obra, mas
também produzir conhecimento, invenção e inovação; e a relação da instituição com os APL
aproxima estes docentes, não só das questões sociais da região, mas também das questões
econômicas e políticas. Assim, vislumbra-se que a atuação desse docente seja flexível e
habilidosa, de modo que assuma uma postura diferenciada e mais próxima, não só dos
estudantes, mas também da sociedade e dos setores econômicos da região. (p. 118).
Percebe-se que as funções desempenhadas pelos docentes dos IF compreendem
estágios distintos de formação, integrados e comunicativos, que envolvem o trabalho,
.
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o conhecimento universalizado e a inovação tecnológica que os expõem ao
desenvolvimento de atividades que vão além dos limites dos níveis de formação
deles.
3. Procedimentos Metodológicos
O levantamento bibliográfico deu início ao desenvolvimento deste projeto.
Buscando na revisão apresentar o que o autores contribuíram nos estudos da
concepção dos Institutos Federais, da verticalização do ensino, da transversalidade.
Com aplicação de questionário estruturado, tivemos a oportunidade de apurar as
concepções do impacto da verticalização no trabalho docente.
4. Resultados Parciais
O olhar sobre o impacto da verticalização no trabalho dos professores
oportunizou a abordagem de várias questões, como por exemplo: o processo de
trabalho, as exigências sobre as atividades, as tensões, os desafios trazidos pelas
várias ocupações, a experiência dos professores e a organização pedagógica como um
todo. Observou-se, através da pesquisa, que a verticalização do ensino no Câmpus
Uberlândia Centro ainda não está totalmente implantada, pois apesar de ter cursos em
todos os níveis, nem sempre são da mesma área. De um modo geral, isso ocorre
porque a oferta de ensino nos diferentes níveis deve estar articulada com a vocação
regional e com as demandas registradas. A implantação de novos cursos exige cautela,
especialmente quando estão vinculados a novas áreas, distintas daquelas já atendidas
pela instituição, para que não sejam demandas transitórias, as quais, posteriormente,
venham acarretar em estruturas ociosas.
Referências
ORTIGARA C. Institutos Federais: uma nova concepção de educação ou
reorganização administrativa? Anais do II Colóquio Nacional. A
Produção do Conhecimento em Educação Profissional. Natal: IFRN,
2013.
PACHECO, E. M. Institutos Federais: uma revolução na educação profissional e
tecnológica. São Paulo: Moderna, 2010.
PERES, Eliane. A política educacional no Brasil in Stephanou, M e Camara, M H B.
(orgs.) História e memórias da educação no Brasil. Vol III – Século XX, Editora
Vozes. Petrópolis, 2005. p. 114-128.
SILVA, P. F. A expansão da educação superior e o trabalho docente no Instituto
Federal do Norte de Minas Gerais. Dissertação - (Mestrado) - Universidade
Federal de Minas Gerais, Faculdade de Educação, 2015.
ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da Educação no Brasil. 35 ed. Petrópolis,
RJ: Vozes, 2010.
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História, Memória e Política no Teatro Brasileiro: a
Dramaturgia de Jorge Andrade.
Rafaela Paula Cruz1, Sírley Cristina Oliveira
2
1Curso Técnico de Computação Gráfica Integrado ao Ensino Médio- IFTM Campus
Uberlândia Centro, bolsista do Programa PIBIC/EM - Uberlândia MG
2Área de História – Instituto Federal Triângulo Mineiro – IFTM Campus Uberlândia
Centro – Uberlândia MG
([email protected],[email protected])
Abstract. This presentation aims to reflect on the theater of Jorge Andrade,
especially the dialogue he establishes with History, as well as the process of
building a collective memory brought to the stage, through the rescue and
problematizations of classical themes of historiography , namely: the eighteenth
century and the question of freedom, the Revolution of 1930 and the arrival of
immigrants to Brazil. Thinking about the past / present relation, the present
communication seeks to discern the contributions of andradine theatrical art to
the contemporary Brazilian political debate.
Resumo. Esta apresentação tem como proposta refletir acerca do teatro de
Jorge Andrade, em especial o diálogo que ele estabelece com a História, bem
como, o processo de construção de uma memória coletiva levada aos palcos,
através do resgate e das problematizações de temas clássicos da historiografia,
a saber: o século XVIII e a questão da liberdade, a Revolução de 1930 e a
chegada dos imigrantes ao Brasil. Pensando na relação passado/presente, a
presente comunicação procura vislumbrar quais as contribuições da arte teatral
andradina ao debate político do Brasil Contemporâneo.
1- Introdução
Jorge Andrade (1922-1980) é um dramaturgo paulista que mais colocou no palco temas
e problemas da história brasileira. Sua obra dramática carrega dados biográficos que
acompanham diferentes processos históricos do País, em especial a passagem da
ruralização para modernização.
Jorge Andrade nasceu na cidade de Barretos - São Paulo em 1922, na fazenda do
seu avô paterno. Desde criança foi alheio aos costumes do mundo rural que o pai
exageradamente insistia em lhe ensinar. Caçar, pescar e laçar bichos estava longe da
imaginação infantil do dramaturgo. Em Rasto Atrás (1966) peça autobiográfica do autor
é possível perceber nuances do conflito entre pai e filho:
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Menino inteligente e afeito aos livros Jorge Andrade não desiste do projeto
artístico e estético que lhe inspirava a vida. O conflito entre pai e filho paulatinamente
vai se transformando em um conflito de geração, em um conflito histórico que carrega
não só a memoria afetiva do dramaturgo, mas as lutas pessoais e coletivas de um País
que se transformava.
2- Desenvolvimento
Luís Humberto Martins Arantes em sua obra Teatro da Memória (1999) ao resgatar a
trajetória artística do dramaturgo diz que, Jorge Andrade vai à capital em dois
momentos de sua formação escolar: a primeira, ainda adolescente, trazido pela tia, para
poder frequentar um colégio mais conceituado, porém, sua tia vem a falecer
prematuramente e Jorge volta ao interior. A segunda vez retorna à capital já com o
ensino fundamental concluído, para estudar Direito no largo São Francisco. Após
finalizar os estudos em Direito pela Universidade de São Paulo, Jorge é obrigado pelo
pai a voltar para o interior para cuidar da fazenda. Os conflitos de interesse com o pai,
que não aceitava os sonhos do filho de se tornar artista (na opinião do pai, não se trata
de ofício de “homem”), torna-se mote chave para o desenvolvimento de um conflito
central na obra do dramaturgo. Primeiramente, um conflito pessoal de pai e filho;
posteriormente um conflito de gerações e um conflito identitário; por fim, um conflito
territorial (o campo e a cidade) e histórico (a tradição e a modernização). “Neste
movimento memorizador, o espaço familiar torna-se determinante e selecionador do que
deve ser lembrado. Assim, figuras responsáveis por alegrias e desejos não realizados são
postos no palco da Memoria.”
Tanto é assim, que em suas peças sempre ocorre um conflito de ideias, crenças
ou comportamentos entre personagens que expressam seus próprios conflitos passados e
desavenças familiares. Mas os dramas pessoais de Jorge Andrade tornam-se instigante e
inspiradores por que podem ser historicidades em um tempo e lugar, sobretudo, por que
não ficam presos somente no âmbito pessoal, mas se transforam em um projeto de
memória coletiva, de representação do povo brasileiro que vivia os impasses, os
conflitos e as perdas de um mundo rural em decadência e as incertezas de um mundo
urbano que nascia:
VICENTE:(5 anos) Papai! Por que a lua está quebrada?
JOÃO JOSÉ: (Muda o tom) Não estou vendo lua nenhuma no
céu. Vicente.
VICENTE: Eu vi no livro.
JOÃO JOSÉ: É desenho, meu filho.
JOÃO JOSÉ: Por que é. Quer aprender?
VICENTE: (Afastando-se, até desaparecer) Se o senhor me
explicar por que a lua fica quebrada, aprendo a laçar também.
(ANDRADE, p. 463)
VICENTE: Vi também no céu e estava quebrada. Por quê, papai?
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Em muitas entrevistas Jorge Andrade nunca escondeu que teve problemas com
sua família. Ao contrário, usava esse passado: as memórias da infância, o
relacionamento com a família, e a sua formação como escritor para escrever suas peças
e fundamentar sua carpintaria teatral:
Mas Jorge Andrade não possuía apenas esse lado sensível, ao contrário dos que
muitos pensam, suas obras não são apenas afetivas e intimistas. Ao contrário, seu teatro
é essencialmente político e crítico. Em suas peças ele defende posições políticas claras e
faz denúncias dos grupos socialmente excluídos. Defende, sobretudo, que não existe arte
neutra e nem imparcial e que o teatro não é um palanque ideológico, mas pode agir
sobre o homem e fazê-lo pensar criticamente sobre o passado histórico do País e o
presente em que vive.
Tendo como interlocutores os pensadores Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto
Freyre e Caio Prado Júnior, Jorge Andrade tece um teatro histórico, político e de
denúncia social. Assim seus textos dramáticos interpretam a história brasileira numa
perspectiva crítica e transformadora, seus personagens são sempre homens e mulheres
que vivem em um processo de exclusão diante das transformações históricas advindas
da modernidade e urbanização do País. Mais que isso, a memória pessoal, familiar de
Jorge Andrade é também uma memória coletiva, é também a representação das
categorias sociais historicamente excluídas e empobrecidas do País.
A fim de familiarizarmos com dramaturgia de Jorge Andrade, apresentaremos
alguns textos teatrais cujo enredo, estabelece, não só, um diálogo profícuo com a
História do Brasil, mas que resgata o cotidiano e a luta das categorias sociais excluídas
em diferentes épocas da sociedade brasileira, a saber: mineração no século XVIII,
decadência da aristocracia cafeeira em 1930 e a imigração europeia.
A partir daí então eu acho que comecei a ouvir nas portas, a ouvir das
paredes, a examinar e a querer descobrir o que é que existia atrás de tudo
aquilo. E aprendi a observar os grandes e a ouvir essas conversas. E via
então aquele coro que começou: “era assim”, “foi assim”, “tínhamos isto”,
“vivíamos assim”, “tínhamos essa importância”... E comecei a observar
tudo, pra trinta anos depois dar no teatro que eu fiz e, sobretudo, n’A
Moratória. (...) E vivia num mundo de fazendeiros e coronéis, um mundo
agreste, que não conhecia a arte, não conhecia a sensibilidade, e onde a
sensibilidade era mal interpretada. ARANTES (1999, p.37, apud Andrade,
1978:2).
Buscando a mim mesmo e o meu chão na engrenagem da sociedade
moderna, tentei fixar o drama do homem e da terra paulista dentro da
história brasileira. Mas foi a estranha e inútil a maneira que segui de
escrever e de me esconder ao mesmo tempo. Inútil, porque escrever é nos
revelar, mesmo quando nos escondemos. (ARANTES, 1999, p.41, apud
Andrade, 1978, p. 219)
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As Confrarias – objeto de estudo desta pesquisa - foi escrita em 1969, e tem
como trama a história de uma mãe, a personagem Marta que perambula pela cidade de
Ouro Preto, à procura de um sepultamento para seu filho José nas associações religiosas
do século XVIII. A peça foi escrita no período da Ditadura Militar época em que a arte
sofria grande censura e cerceamento pelos governos militares. Pensando na relação
texto/contexto a peça não faz uma leitura apenas do século XVIII, mas estabelece um
diálogo crítico com projeto cultural dos militares que impedia a arte de protesto e
resistência. Na década de 1960, o teatro foi uma das manifestações que mais sofreu
retaliações por denunciar as mazelas sociais da sociedade brasileira, a falácia do milagre
econômico da década de 1960 e as práticas de torturas dos governantes. Jorge Andrade
Está inserido neste debate.
Outro texto que trás um debate extremamente importante para pensar os
impasses e conflitos da Revolução de 1930 é A Moratória, esta foi escrita em 1954 e
relata a história de uma família de cafeicultores dos anos 1920 que perdera a fazenda
devido à crise de 1929, bem como os impasses e conflitos advindos da nova ordem
social e política da Revolução de 1930 do Governo Vargas. Levando em conta às
particularidades teóricas e metodológicas da História, ou seja, levando em conta a
relação passado presente, o dramaturgo Jorge Andrade resgata a Revolução de 1930
mostrando o quanto a urbanização, o crescimento das cidades, a chegada da indústria
provocaram mudanças de comportamentos e um processo de exclusão social das
famílias. Notadamente, a saída do mundo rural e a inserção à modernidade urbana –
cidade – fez com que as famílias se deparassem com desemprego, onde os postos de
trabalho tradicionais se tornam paulatinamente ultrapassados, bem como, a exploração e
pauperização do trabalho fabril que emergia com força no País. .
Referências
ANDRADE, J. Labirinto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
______. Marta, a árvore e o relógio. São Paulo: Perspectiva, 1996.
ARANTES, Luís Humberto Martins. Teatro da Memória: história e ficção na
Dramaturgia de Jorge Andrade. São Paulo: AnnaBlume/Fapesp, 2001.
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O Corpo Feminino na Mídia: Uma análise em revistas online
voltadas para adolescentes
Ana Laura M. Alves¹, Mariana O. Lopes1, Karina Estela Costa
2
1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Campus
Uberlândia Centro
{almedeirosalves, marianalopesiftm}@gmail.com, [email protected]
Abstract: Analyzing the body as an object represented by culture and the
press, the objective of this work was to investigate the education of the female
bodies in magazines aimed at adolescents, and to investigate how this
education invests in certain types of body patterns, as well as how much these
magazines are formative of opinions. The method of research adopted was
qualitative, with a bibliographical survey and documentary analysis. After
analyzing the magazines Capricho and the American Seventeen, it was
observed that both reflect patterns of beauty and behavior.
Resumo: Analisando o corpo como objeto representado pela cultura e pela
imprensa, o objetivo deste trabalho foi investigar a educação dos corpos
femininos em revistas voltadas para adolescentes, e averiguar como essa
educação investe em determinados tipos de padrões corporais, bem como o
quanto estas revistas são formadoras de opiniões. O método de pesquisa
adotado foi o qualitativo, com levantamento bibliográfico e análise
documental. Após análise das revistas Capricho e da norte-americana
Seventeen, observou-se que ambas repercutem padrões de beleza e de
comportamento.
1. Introdução
A imprensa feminina é locus de produções culturais entre corpo, sujeito, conhecimento e
poder. Em uma relação ambígua, paradoxal e cheia de contradições, essa imprensa é
utilizada na construção da identidade da mulher, com a imposição de padrões corporais
e comportamentais.
A imprensa brasileira desde o início do século XX apresenta ideais
estereotipados de beleza em relação ao corpo feminino. Para Buitoni (2009), que faz
uma análise histórica de revistas femininas a partir de 1900, essa imprensa reforçava o
papel social da mulher como dona de casa, esposa, mãe e consumidora.
Na imprensa feminina, a mulher está, metafórica e
metonimicamente, ligada aos seus papéis básicos: dona de casa,
esposa, mãe, principalmente até os anos 1970. O termo de
comparação de mulher é sempre um signo de trabalho doméstico,
casamento, maternidade. Igualmente, a contiguidade opera na
direção lar, marido, filhos. Sabe cozinhar e arrumar como uma
formiga laboriosa; é companheira e delicada, mãe doce e suave. Suas
frases já vêm predeterminadas: seus predicados e objetos organizam-
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se em sintagmas pela continuidade óbvia e natural das coisas que
sempre estiveram juntas. Já nos anos 1960 aparecia uma tendência
que privilegiava a consumidora. E, mais do que mãe ou esposa, o
status de namorada foi se fortalecendo.
(Buitoni, D. S. 2009: 200)
A padronização da beleza é uma construção social e se estabelece em meio a
relações de poder hierárquicas. Foucault (1971) analisa o saber e o poder nas relações
sociais, que estabelecem uma relação estreita entre o conhecimento e o poder da
coletividade, com a ideologia da vantagem individual se sobrepondo sobre o pensamento
coletivo. Isso gera um controle estratégico pelos que possuem conhecimento e,
consequentemente, o poder. Entretanto, é importante ressaltar que essas representações
ideais de corpo são mutáveis e variáveis, transmutando-se de acordo com as relações de
poder que vigoram em determinada época.
Outro aspecto importante para debate e reflexão, é a relação que a imprensa
estabelece com a sociedade no que tange à reprodução de discursos e representações da
mulher como sexo inferior, reforçando processos de desigualdades sociais. Nesse
aspecto, as relações de poder transcendem a conquista do corpo ideal, da juventude e da
pela beleza externa.
2. Metodologia
O método de pesquisa adotado foi o qualitativo, com levantamento bibliográfico e
análise documental nas revistas Capricho e Seventeen.
3.Resultados e Discussão
Após as análises observamos que as revistas em questão repercutem padrões de beleza e
de comportamento.
Traçamos uma linha temporal com a Revista Capricho a partir de 1900, o que nos
permitiu investigar padrões corporais e comportamentais. Nesse período observamos
que as mulheres que estampavam a revista apresentavam um corpo magro, atlético e
com feições europeias. Em 1991 as mulheres negras começaram a aparecer em suas
capas; e de 1992 a 1994 a revista começou a usar os homens, estereotipando também a
ideia do namorado perfeito. Os padrões comportamentais estavam presentes em matérias
que objetivavam mostrar as preferências masculinas, incentivando mulheres a adotarem
atitudes e padrões de comportamento que os agradassem.
Em 1995 a revista começou a trazer reportagens que mostravam a reação
masculina às questões sexuais do corpo feminino. Em 1996, a mulher ainda era
colocada como o sexo frágil, que se apaixonava facilmente - o que trazia a ideia de
subserviência afetiva. Aos homens foram atribuídos adjetivos como frios, secos e fortes
- o que trazia a ideia da virilidade exacerbada e de solidão planejada.
Outro aspecto importante era o Tabu que o público feminino enfrentava em relação
ao sexo, o que não acontecia com o público masculino, que sempre exerceu sua
sexualidade naturalmente. Se por um lado a revista reforçou padrões e comportamentos,
é notório que por outro lado, aos poucos, a revista começou a desconstruir a ideia de que
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as mulheres não devem ter vida sexual antes do casamento.
Entre 1997 e 2001 ressalta-se as construções de padrões de perfeição de modelos e
artistas hollywoodianas, como Spice Girls e Britney Spears, que continuavam
representando um ideal de beleza a ser seguido.
Em 2002 o discurso feminista contra a objetificação da mulher começa a prevalecer e
ganhar espaço na revista, o que questiona esses comportamentos de dependência e
objetificação. A partir disso, há um início de discurso de empoderamento feminino,
assim como uma tentativa de desconstrução da superioridade masculina . Entretanto,
nota-se que em 2003 e 2004, por mais que a revista tentasse passar a imagem do “girl
power”, ela ainda apresentava matérias que colocavam o sexo masculino em destaque e
como alvo de conquista. Nos anos posteriores a revista minimizou os preconceitos
implícitos e explícitos, porém não deixou de trazê-los por completo, o que gerava várias
críticas dos leitores.
A outra revista utilizada para as análises foi a estadunidense Seventeen, que é
tida como uma revista que aborda os problemas polêmicos da adolescência. Ela traz em
seu escopo questionários, conselhos românticos, dicas de beleza e moda. A Seventeen é
uma das revistas para adolescentes mais influentes mundialmente e está no topo de
vendas desde sua criação em 1944. As garotas procuram na revista conselhos de
maquiagem, roupas e garotos. Contudo, mesmo ela trazendo questões polêmicas, não
deixa de incentivar a busca de padrões e de reforçar as desigualdades. Muitas matérias e
capas foram representadas por mulheres altas, brancas, loiras e magras, e traziam a ideia
de que a mulher deveria alcançar um padrão de beleza para agradar o seu parceiro.
Entretanto, após a grande era do “girl power” (poder feminino) iniciado com as bandas
Spice Girls, Destiny’s Child e The Saturdays e com a cantora Britney Spears na década
de 90, a revista passou a publicar reportagens mais centralizadas nas mulheres e na
diversidade da beleza. Entretanto, mesmo com essa mudança significativa, continuaram
utilizando apenas mulheres magras e brancas como estrelas de suas capas. No século
XXI observa-se uma mudança nesse estereótipo e, finalmente, mulheres negras
começam a posar para a revista. Outro fator que mostra a tentativa de empoderamento
feminino pela revista, foi a inclusão de assuntos que tratavam abertamente de sexo e do
auto prazer feminino, o que até então era focado para o público feminino.
Após as análises, podemos entender que mesmo com uma mudança de
postura, essas revistas ainda repercutem padrões de beleza e de comportamento. Apesar
dos argumentos e preconceitos sexistas não estarem tão explícitos, ainda podemos notá-
los em algumas capas e reportagens. Dessa forma, conseguimos perceber que o
machismo ainda está presente em nossa contemporaneidade e que reforça estereótipos,
padrões de beleza e de comportamentos.
4. Conclusão
Após as análises, conclui-se que os padrões corporais, estéticos e comportamentais são
frutos de uma construção social, estabelecida socialmente em meio a relações de poder,
que têm na imprensa um forte aliado. Historicamente, as mulheres são submetidas a
padrões inalcançáveis de beleza e a submissão ao sexo masculino.
Com a transformação das relações sociais, percebe-se uma adaptação das revistas às
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novas conjecturas. Entretanto, por mais que essa adaptação ao viés feminista
emancipador por parte das revistas exista, elas ainda apresentam uma ideologia sexista
implantada, e de uma forma implícita, acabam passando esses valores para garotas
adolescentes, fazendo com que seu público se tornem inseguro em relação a sua auto-
imagem.
O projeto de pesquisa pretende se estender por mais um ano, a fim de
conseguir escrever os artigos científicos com os dados adquiridos ao longo desse
primeiro momento da pesquisa.
Referências
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doutorado]. Acesso em 3 de Junho de 2017.
BUITONI, Dulcília Schroeder. Mulher de Papel: a representação da mulher pela
imprensa feminina brasileira. São Paulo: Summus, 2009. Acesso em 25 de Junho
de 2017.
FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. França: Gallimard, 1971. Acesso em 9
de Junho de 2017.
SAMARÃO, Liliany. O Espetáculo da Publicidade: a representação do corpo
feminino da mídia. Rio de Janeiro, UERJ [tese de doutorado]. Acesso em 15 de
Junho de 2017.
FELERICO, Selma. Compram-se corpos ultra medidos: representações do corpo
feminino na mídia impressa no carnaval brasileiro. Rio Grande do Sul, UFRGS
[tese de doutorado]. Acesso em 21 de Junho de 2017.
ARAÚJO, Denise Castilhos. Processos Midiáticos: Gênero e Cultura. Buenos Aires,
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Disponível em <http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36401054>. Acesso em 20 de
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SAVARD, Molly. Seventeen. Disponível em <http://genprogress.org/voices/2013
/02/09/18434/ seventeens-kesha-cover-sends-wrong-message-to-girls/>. Acesso em
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ARAÚJO, Alessandro. Porque a revista Capricho ainda não acabou? . Disponível
em <www.pimentanoteuerefresco.com.br/2013/08/porque-revista-capricho-ainda-
nao.html>. Acesso em 23 de Junho de 2017.
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As percepções dos professores do IFTM sobre a educação
tecnológica: uma análise sobre as novas mídias sociais na
educação infantil
Isabella Araujo Dias Damaceno, Marcio Bonesso
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Campus
Uberlândia Centro
[email protected], [email protected]
Abstract. This paper intends to expose some of the results of the research
carried out by the scholarship holder of the edict 06/2016 PIBIC Jr. CNPq .
The main objective was to discuss the influence of Technological Education on
the perception of IFTM teachers in campus Uberlândia-Centro regarding the
socialization process of their children and Brazilian children in general. In
addition, the work demonstrates how the mathematical language contributed in
the visualization of qualitative data from the extraction of quantitative data
through graphs.
Resumo. Este trabalho pretende expor alguns dos resultados da pesquisa
realizada por bolsista do Edital 06/2016 PIBIC Jr. CNPq. O objetivo central
foi discutir a influência da Educação Tecnológica na percepção dos
professores do IFTM campus Uberlândia-Centro no que tange o processo de
socialização dos seus filhos e das crianças brasileiras em geral. Ademais, o
trabalho demonstra por meio de gráficos como a linguagem matemática
contribuiu na visualização de dados qualitativos a partir da extração de dados
quantitativos.
1.Introdução
Este trabalho tem como tema apresentar parte dos resultados da pesquisa desenvolvida
por bolsista de Iniciação Científica Júnior do CNPq no Instituto Federal do Triângulo
Mineiro - Campus Uberlândia Centro. A pesquisa buscou compreender como as
relações entre as antigas e novas mídias, inseridas em especial nas animações musicais e
desenhos voltados para o universo infantil emitidas em novas tecnologias interferem de
maneira ampla e substancial na construção social da infância no Brasil.
Consideradas como as duas principais formas digital/analógica de linguagens
infantis as animações musicais e os desenhos animados são elementos constitutivos do
campo (BOURDIEU, 2009) de produção, circulação e consumo das multimídias infantis
no Brasil. Esse campo é um lócus onde diferentes agentes que possuem diferentes
habitus e através deles promovem uma luta concorrencial do espaço em questão.
Através dos múltiplos discursos dos entrevistados compilados em transcrições e
tabulações os relatórios de pesquisas demonstraram como eles percebem essas mídias na
própria formação cotidiana e dos filhos, visando uma reflexão aberta em que o
entrevistado possa se posicionar de forma e no tempo que desejar. Como resultado final
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a pesquisa apresentou essas percepções dos professores sobre as ações habituais próprias
e dos seus filhos em relação ao campo da animação infantil.
2. Materiais e Métodos
Neste trabalho selecionamos uma das discussões levantadas nos resultados da pesquisa
– o método utilizado foi a realização de entrevistas com os professores do IFTM
Uberlândia-Centro voluntários que tenham filhos na faixa-etária de até 12 anos – e
construímos gráficos com dados quantitativos.
3. Discussão dos dados
Dentro do contexto da pós-modernidade é notório a influência que as novas tecnologias
digitais móveis desempenham na vida dos indivíduos. Se algumas décadas atrás era
necessário ir até um telefone fixo para se realizar uma ligação, hoje todos àqueles com
acesso aos smartphones podem realizar chamadas de vídeo e não só ouvir como ver a
outra pessoa em tempo real em qualquer lugar que estiver, no trabalho, ônibus, rua,
metrô, etc. Se antes para ler um livro era necessário adquiri-lo na livraria ou pegar
emprestado na biblioteca com limitações de títulos e idiomas, ou ainda baixá-lo em um
computador fixo, a atualidade permite a leitura por diferentes meios digitais dos mais
variados títulos e línguas em qualquer lugar. Esses são somente pequenos exemplos de
como as tecnologias digitais móveis têm revolucionado ainda mais a nossa forma de se
comunicar com as pessoas e com o mundo a nossa volta. A interação com o digital
móvel (smarphones, tablets, notebooks, smartwatchs) faz parte de um cenário mais
recente da revolução técnico-científica e que tem impactado também nos processos de
crescimento e educação das crianças. A inserção destes provocam mudanças na
construção da infância, as mídias que esses dispositivos difundem se configuram como
instrumentos cotidianos no universo simbólico em desenvolvimento dessas crianças.
Assim, surge neste contexto, a importância de se estudar o impacto das novas
mídias na construção do campo infantil brasileiro atravessado por essa possibilidade
múltipla de uma formação educacional propiciado pelo universo digital. Nesse aspecto,
a pesquisa desejou interpretar os conteúdos poéticos e semióticos das animações
musicais e desenhos infantis, por meio de um roteiro de entrevistas e questionários que
permitiram descrever a construção dos habitus (BOURDIEU, 1998 e 2009) científicos
de mães/pais professoras e professores de uma rede pública federal de ensino, situada no
município de Uberlândia/MG. Compilados em transcrições e tabulações, este trabalho
visa selecionar alguns dos resultados de pesquisa: como esses profissionais da ciência
percebem as mídias sociais na própria formação cotidiana de educador e dos filhos em
relação às práticas de violência:
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Fonte: autores.
Figura 1. Violência física e simbólica nas mídias infantis.
O motivo, majoritariamente, levantado pelos pais como parâmetro de exclusão de uma
mídia, foi a violência física explícita, a qual procuram evitar em todos os desenhos.
Dentro dessa dimensão, vários pais a relacionaram com desenhos para crianças mais
velhas “[prefiro] coisas mais voltadas para a idade dela que não vai estimular a
violência, que não vai estimular nenhum tipo de comportamento agressivo”:
[Não gosto] principalmente dessas animações que parecem ser infantis, mas é
voltada mais para um público adulto. Esses desenhos, por exemplo:
Simpsons, ...Cavaleiros do Zodíaco eu também acho um pouco forte, é
muito...apesar de ser antigo eles têm acesso ainda, muita luta, muito sangue.
Uma parcela menor cita a presença violência simbólica nas animações por meio
da repetição de estereótipos, preconceitos e discursos de intolerância como outro fator
de exclusão, “...nós não permitiríamos, por exemplo, desenhos que instiguem o
machismo, que instiguem situações de perseguição a minorias…”.
Eu acho que aquele Fammer, são animações portuguesas, de traduções
principalmente de animações e contos populares ingleses… que reafirma essa
série de estereótipos. Como, por exemplo, a galinha gorda, a pata que serve o
pretenso esposo dela que era um porco e um amigo dele que era a vaca. São
homens que trabalhavam fora de casa e aí ela só serve os dois ela nem vai
para a mesa de jantar com eles e nem depois ela acaba comendo, ela acaba só
apenas servindo e ficando só ali como uma espécie de garçonete deles. Então
assim, tem muita coisa ruim.
Ainda dentro da perspectiva da violência, os pais entrevistados consideram
nocivas animações que estimulam o desrespeito e desobediência direcionada aos pais,
por acreditarem que estimulam a falta de limites. O receio vem da possibilidade de as
crianças repetirem essas ações, ou seja, de influenciar no comportamento delas:
“desenhos que eu não gosto, por exemplo, o caso da Peppa, pelos maus exemplos que
ela dá, pela falta de postura, que os pais às vezes são omissos em relação a ela e acaba
gerando essa influência ruim perante ela”.
Para além do gráfico analisado acima relacionado aos habitus criados pelos
entrevistados em torno das mídias infantis, outros gráficos foram construídos.
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Fonte: autores
Figura 2. Relação de mídia e número de citações
O primeiro deles possui uma relação das sessenta e sete mídias e quantas vezes
elas foram citadas no total das entrevistas. A conexão de sentido dos nomes mais citados
pelos entrevistados se relaciona diretamente com imagens associadas ou dissociadas
com os temas da violência física e simbólica. Peppa Pig, Patati Patatá, Galinha
Pintadinha, Pato Donald, Disney, Tom e Jarry, Pica Pau foram associados aos temas da
violência, enquanto Palavra Cantada, Moana, Dora Aventureira, Frozen foram
associados aos temas de cidadania e respeito à diversidade humana.
Fonte: autores
Figura 3. Divergência na escolha das mídias
O terceiro gráfico apresenta a porcentagem de pais que alegam ter ou não
conflitos com seus filhos no momento de escolher as mídias infantis. Boa parte dos 70%
dos entrevistados mencionou que o tema da violência também se refere ao conflito na
divergência das escolhas das mídias. Na medida em que a criança vai ganhando
autonomia e deseja escolher alguma mídia que os pais consideram inapropriada,
justamente por cenas e imagens de violência física e simbólica, os conflitos se tornam
mais aflorados.
4. Conclusões
A partir deste trabalho é possível concluir que mesmo em pesquisas de caráter
predominantemente qualitativo podem utilizar a linguagem matemática para propor
novas perspectivas de visualização dos resultados. Os dados gerados a partir deste
trabalho podem ser utilizados em futuras pesquisas que extrapolem o tema de
investigação da atual. Uma sugestão de desdobramento do tema seria a analise
especifica das mídias mais citadas e seus tipos, bem como do porquê existe uma
discrepância entre os entrevistados que consideram ou não o processo de escolha
conflituoso.
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Referências
BOURDIEU, Pierre. A Economia das Trocas Simbólicas. São Paulo: Perspectiva,
1974.
_______________. Esboço de uma teoria da prática. In: ORTIZ, Renato (org.). Pierre
Bourdieu: Sociologia. Trad. de Paula Montero e Alícia Auzmendi. São Paulo: Ática,
1983 a, p. 46-81.
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Ensino Híbrido: Um Diálogo com Realidade Social e Cultural
da Educação Brasileira?
Kellen Cristina Gonçalves1, Sírley Cristina Oliveira
2
1Professora de História - Prefeitura Municipal de Uberlândia – PMU - Uberlândia/MG
2 Área de História – Instituto Federal do Triângulo Mineiro – IFTM Campus Uberlândia
Centro – Uberlândia MG
([email protected]; [email protected])
Abstract: The purpose of this communication is to discuss the theoretical
and methodological aspects that surround the relationship between education
and technology. To do so, we take as object of study the Hybrid Teaching
model. In the process of insertion of technologies in the field of education, it
is noted that the methodologies related to Hybrid Education are little studied
and discussed in Brazil, which allowed us to problematize the following
questions: What is Hibrido teaching?Does the Hybrid Teaching modality
actually promote the insertion of computer education in the school? The
present work defends the hypothesis that Hybrid Education did not reach the
pedagogical political and didactic function of the technology in the school
space, assuming, above all, a utilitarian and functionalist perspective in the
learning process of the students.
Resumo: A presente comunicação tem como proposta discutir os aspectos
teóricos e metodológicos que circundam a relação entre educação e
tecnologia. Para tanto, tomamos como objeto de estudo o modelo de Ensino
Hibrido. No processo de inserção das tecnologias no campo da educação,
nota-se que as metodologias relacionadas ao Ensino Hibrido são pouco
estudadas e discutidas no Brasil, o que nos permitiu problematizar as
seguintes questões: O que é ensino Hibrido? A modalidade Ensino Híbrido
promove de fato a inserção da educação computacional na escola? O
presente trabalho defende a hipótese que o Ensino Hibrido não alcançou a
função política e didático pedagógica da tecnologia no espaço escolar,
assumindo, sobretudo, uma perspectiva utilitarista e funcionalista no
processo de aprendizagem dos estudantes.
1-Introdução:
No mudo contemporâneo, globalizado e tecnológico, uma das formas de pensar a escola
no debate relacionado à educação, sociedade e tecnologia é através do Ensino Híbrido,
modelo norte-americano já implantado em diversas escolas brasileiras, uma metodologia
que busca a integração, a conexão entre educação e tecnologia.
Neste trabalho, buscamos explorar as metodologias utilizadas pelo Ensino
Híbrido tendo como suporte bibliográfico o debate promovido pela obra Ensino
Híbrido: Personalização e Tecnologia na Educação (BACICH, Lilian, 2015), que traz
de forma sistematizada as definições, métodos e as relações didáticas pedagógicas que
circundam essa nova metodologia de aprendizagem.
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Por se tratar de uma proposta de natureza teórica, pretendeu-se basicamente
problematizar a partir de questões como, o que é Ensino Híbrido? Quais são as
metodologias utilizadas? Quais são as rupturas e permanências com a adoção do ensino
hibrido no espaço escolar?
2- Plano de Trabalho
Para o autor Clayton Christensen Institute, “o ensino híbrido é um programa de
educação formal no qual um aluno aprende por meio do ensino on-line, com algum
elemento de controle do estudante sobre o tempo, o lugar, o modo e/ou o ritmo do
estudo, e por meio do ensino presencial na escola.” (BACICH, Lilian, 2015, p.52 ). Em
termos práticos significa dizer que o ensino hibrido se projeta através da relação entre o
ensino “convencional” e o ensino tecnológico, entre o “novo” e o “velho”, “antigo” e o
“moderno”.
As propostas de ensino híbrido se organizam a partir de quatro moldes
didáticos: o modelo de rotação, modelo flex, modelo à La carte e o modelo virtual
enriquecido, sendo o modelo de rotação com quatro propostas subsequentes: rotação
por estações, laboratório rotacional, sala de aula invertida e rotação individual.
(BACICH, 2015)
Entre as metodologias hibridistas é de nosso interesse o modelo de sala de aula
invertida, cuja aula é redimensionada para o ambiente domiciliar, ou seja, a casa do
estudante, a aula é produzida em um formato on-line, sendo a sala de aula utilizada para
discussões e resolução de atividades. Nessa metodologia há uma integração entre a
modalidade on-line e a presencial. “Esse modelo é valorizado como a porta de entrada
para o ensino híbrido” ( BACICH, 2015 P.56 ) pois tem como base primordial a busca e
exploração do conhecimento pelo aluno e não mais repassada através dos professores,
ou seja, uma proposta pedagógica que permite ao aluno o papel de sujeito de sua
aprendizagem, mantendo o papel do professor como mediador entre o conhecimento
elaborado e o aluno.
Basicamente todas as propostas do ensino híbrido associam de alguma forma o
uso do ensino on-line, algumas como o modelo à La carte a abordagem é feita
inteiramente online, o estudante em parceria com o professor é responsável pela
organização de seus estudos, que pode ocorrer dentro dos espaços escolares ou fora
deles, de acordo com os objetivos gerais a serem atingidos. Esse modelo busca a
personalização da educação, dando autonomia ao aluno no processo de construção da
aprendizagem, apresentando uma das características primordiais dessa teoria: a
autonomia do estudante.
Nesse processo, o professor tem um papel primordial: inserir-se no mundo
tecnológico, conhecer as mídias digitais, as ferramentas tecnológicas, os canais de
comunicação e informação das redes sociais a fim de viabilizar o diálogo com o aluno e
mediar a construção do conhecimento. Só assim, o professor - em certa medida - criará
condições para utilizar pedagogicamente as tecnologias como objeto de aprendizagem.
Mesmo reconhecendo a importância das novas metodologias hibridas, avaliamos
que os fundamentos políticos e filosóficos da educação computacional ainda estão longe
de serem alcançados.
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É importante ressaltar que todas as propostas apresentadas pelo modelo de
ensino híbrido - que articula momentos presenciais e não presenciais - continua sendo
uma tentativa de forjar a ideia de uma democracia do saber que vem se apresentando
fortemente nas últimas décadas, advindas, sobretudo da Era da informação. Será que
apenas mesclar ensino tecnológico ao ensino tradicional é suficiente para democratizar,
possibilitar o livre acesso ao mundo do conhecimento?
Avaliamos que não! Primeiro o espaço físico e organizacional da escola não é
nada atrativo para receber a tecnologia. Tradicionalmente, a escola sustenta um espaço
racionalizado, hierarquizado e notadamente disciplinado, dificultando em sua maioria as
ações coletivas e democráticas de aprendizagem e conhecimento. (FOUCAULT, 1987)
A Tecnologia por si só não conseguirá romper com as barreiras espaciais, institucionais
e até mesmo curriculares da escola tradicional. Nessas circunstâncias como projetar o
diálogo entre educação e tecnologia?
Outro impasse que avaliamos é que o Ensino Híbrido se projeta no Brasil à luz
das experiências das escolas norte americana, cujas perspectivas históricas e sociais são
totalmente distintas . Nesse sentido, o processo de inserção do hibridismo tecnológico
nas escolas brasileiras, já se inicia sem levar em conta os processos sociais, culturais e
históricos pelas quais passam a população que habita a escola brasileira. Com esta
perspectiva de análise, torna-se falacioso acreditar que a tecnologia na modalidade
hibrida ira solucionar os problemas da educação. Quando avaliamos essas perspectivas,
o discurso de eficácia, competência, inovação torna-se insustentável para a realidade da
educação brasileira.
E mais, o que é a tecnologia se a mesma não acompanhar um conteúdo, ou
melhor, um fundamento teórico que também seja transformador? Conteúdo e forma
devem estar alinhados, juntos no diálogo e na construção do conhecimento. Se a
tecnologia carrega perspectiva de inovação e transformação, o conteúdo da mesma
forma deve-se apresentar crítico, reflexivo e transformador.
Por fim, a ideia do ensino híbrido no Brasil como apresentada no livro, Ensino
Híbrido: Personalização e Tecnologia na Educação se configura de
forma essencialmente utilitarista, funcional e prática e não potencializa o conhecimento,
aprendizagem dentro da realidade educacional brasileira.
Referências
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Trad. Lígia M. Ponde
Vassalo. Petrópolis: Vozes, 1987.
KENSKI, Vani Moreira. Educação e Tecnologias: o novo ritmo da informação.
Campinas: Papirus, 2012.
KERBAUY, Maria Tereza. Ciência, Tecnologia e Sociedade no Brasil. São Paulo:
Alínea, 2012.
BACICH, Lilian. Ensino Híbrido: Personalização e Tecnologia na Educação. Porto
Alegre: ARTMED, 2015.
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Compreendendo a Plataforma Pais e Filhos do IFTM: um
estudo sobre a aproximação pais e filhos por meio das TICs
Danielle Cristina Silva1, Fabíola Nogueira Leal
1, Lara Kuhn
1
1 Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia Centro.
{[email protected];[email protected];
Abstract. Our goal with this project is to investigate the potential of the
Parents and Children Platform for the family and school approach. We believe
that this research is justified by the importance of seeking alternatives to
improve the family and school approach, and by the need to present to the
IFTM community feedback on the operationalization of the Parents and
Children Platform.
Resumo. Nosso objetivo com esse projeto é investigar as potencialidades da
Plataforma Pais e Filhos para a aproximação família e escola. Acreditamos
que essa pesquisa justifica-se pela importância de se buscar alternativas para
aprimorar a aproximação família e escola, e pela necessidade de se
apresentar à comunidade do IFTM um feedback sobre a operacionalização da
Plataforma Pais e Filhos.
1. Introdução
Recentemente o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo
Mineiro - IFTM - disponibilizou a Plataforma Pais e Filhos cujo objetivo é permitir
que os responsáveis tenham acesso à vida escolar de seus filhos referentes à grade de
disciplinas, horários, frequência em registro de presenças, acompanhamento detalhado
de notas e histórico do aluno com informações sobre aprovação e reprovações nas
disciplinas. O acesso à referida plataforma pode ser feito em computadores ou
celulares que permitam a instalação do aplicativo.
Nosso objetivo com esse projeto é investigar as potencialidades da Plataforma
Pais e Filhos para a aproximação família e escola. Para tanto delineamos os seguintes
objetivos específicos: a) Descrever e analisar as funcionalidades da Plataforma Pais e
Filhos. b) Fazer um levantamento dos principais usuários da Plataforma Pais e Filhos e
seus perfis. c)Analisar e avaliar os impactos da Plataforma Pais e Filhos na
aproximação família e escola. d) Problematizar as funcionalidades da Plataforma Pais e
Filhos como canal de comunicação entre família e escola.
Acreditamos que essa pesquisa justifica-se pela importância de se buscar
alternativas para aprimorar a aproximação família e escola, e pela necessidade de se
apresentar à comunidade do IFTM um feedback sobre a operacionalização da
Plataforma Pais e Filhos.
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2. Pressupostos teóricos
Segundo Peraya (2001) a inserção das Tecnologias de Informação e Comunicação
(TICs) na educação não representa uma ―revolução metodológica‖, contudo é capaz
de reconfigurar o ―campo do possível‖ (PERAYA, 2002). Isto significa dizer que as
possibilidades educacionais são ampliadas com as TICs por meio da quebra de
barreiras espaço-temporais, do acesso, envio e recebimento de materiais a diversos
usuários em tempo real. Nessa esteira, Kenski (2008) afirma que o desejo das pessoas
em se comunicar ampliou-se por meio da expansão dos suportes midiáticos. A
possibilidade de se informar e trocar informações em qualquer tempo e espaço pelo
desenvolvimento da rede faz a diferença. A autora declara, ainda, que:
A capacidade de participar efetivamente da rede, na atualidade,
define o poder de cada pessoa em relação ao seu próprio
desenvolvimento e conhecimento. Mais do que infraestruturas
físicas, o hardware, equipamentos e tecnologias que viabilizam o
acesso, a necessidade de infraestrutura de software, das pessoas –
o conhecimento, tempo, dedicação, motivação – e do
desenvolvimento ampliado nesse novo modelo de sociedade fazem
a diferença. (KENSKI, 2007, p.36)
Podemos dizer que as TICs instauraram uma nova dinâmica de acesso à
informações, contudo, afirmar que as TICs favorece a comunicação de informações
entre família e escola não é suficiente. É preciso pensar na forma como essa
comunicação acontece e, ainda, considerar o modo como cada uma dessas instituições
se compreendem. Nesse sentido, consideramos pertinente a problemática apresentada
por Fevorini (2009) em sua tese O Envolvimento dos pais na educação escolar dos
filhos: um estudo exploratório. Após realizar entrevistas com 21 pais de alunos de três
diferentes escolas da cidade de São Paulo, a pesquisadora constatou que:
Tanto alguns entrevistados, quanto a literatura, apontaram que
muitas vezes a comunicação com as escolas é de mão única – a
escola manda circulares e informativos, mas não responde aos
bilhetes e/ou e-mails dos pais. Em geral a escola corre para informar
sobre problemas de aproveitamento e de comportamento, mas nunca
para dar boas notícias (FEVORINI, 2009, p. 106).
Na pesquisa desenvolvida por Fevorini (2009), percebe-se que em algumas
famílias, para além de receber comunicados das instituições educativas, têm a
necessidade de serem ouvidas. Assim, devemos considerar que a comunicação entre a
família e escola precisa se desenvolver de maneira a atender às expectativas de cada
uma das partes envolvidas.
Nessa esteira, acreditamos que se direcionadas e adequadas ao contexto
educacional, as TICs podem proporcionar canais de comunicação que auxiliam a
aproximação de ambas as instituições - a família que se interessa pela vida escolar de
seu filho e a escola que se importa em comunicar-se com as famílias. Contudo,
compreendemos que se faz necessário o rompimento de certas barreiras para que
tecnologias inovadoras sejam inseridas no espaço escolar e permitam que ambas as
instituições sejam protagonistas no processo comunicativo.
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Rodrigues e Valadares (2012) ressaltam a importância da abertura da escola
para a utilização das tecnologias inovadoras com o objetivo de se instaurar uma nova
dinâmica educacional, de modo que professores e alunos (acrescentamos a família)
façam parte dessa nova dinâmica ao invés de ficarem à margem desse processo. Os
autores afirmam que:
A escola contemporânea não pode ficar alheia ao desenvolvimento
proporcionado pelas novas tecnologias de mediação e comunicação,
ela deve incorporar as novas tecnologias em sua metodologia de
ensino de forma crítica e consciente, desenvolvendo a autonomia dos
alunos, estendendo sua atuação para além de seus muros, adentrando
no ciberespaço, propiciando a seus alunos um ambiente de
aprendizagem integrado à inteligência coletiva das novas tecnologias
de mediação e comunicação. (MURTA; VALADARES, 2012, p.8).
Entendemos que as particularidades intrínsecas às TICs, se bem compreendidas e
adequadas aos contextos educacionais, podem atender às necessidades de diálogo entre
escola e família, em um processo recíproco, permeado pela interatividade e divisão de
responsabilidades de todos os envolvidos.
3. Procedimentos Metodológicos
Esta pesquisa está orientada pelo paradigma interpretativista e conduzida pelos
princípios da abordagem qualitativa. Segundo Cavalcanti e Moita Lopes (1991) a
pesquisa qualitativa trata-se de um trabalho eminentemente exploratório em que não
se exige hipóteses prévias nem categorias rígidas de análise. Esse tipo de pesquisa
permite ao pesquisador tomar decisões ao longo do estudo, possibilitar uma
teorização calcada nos dados e preocupar-se com o particular.
Quanto aos objetivos, trata-se de uma pesquisa descritiva, pois nossa
preocupação é a de observar, registrar, analisar e correlacionar fatos ou fenômenos.
Nestas pesquisas, é habitual que o pesquisador procure não interferir na realidade que
ele espera revelar, mas fazer conexões com outros eventos de mesma natureza e
características semelhantes.
Quanto aos procedimentos técnicos, o estudo está pautado em interpretações e
atribuições de sentido aos fenômenos linguísticos. Os dados estão sendo analisados
indutivamente, recaindo o foco sobre o processo e os significados que dele emergem.
Os contextos dessa pesquisa são dois: o espaço virtual da Plataforma Pais e
Filhos do IFTM e o Campus Uberlândia-Centro do IFTM, especificamente os cursos
de ensino técnico e técnico integrado ao ensino médio. Os participantes são os pais ou
responsáveis pelos alunos matriculados nos referidos cursos.
Como procedimentos e instrumentos para coleta de dados, estamos realizando
uma categorização das funcionalidades da Plataforma Pais e Filhos por meio de uma
matriz de análise elaborada com base nos pressupostos de design instrucional de
Filatro (2004, 2008) e modelos pedagógicos de Behar (2009) e aplicaremos
questionários aos pais ou responsáveis de alunos dos cursos já mencionados.
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4. Resultados Parciais A Plataforma Pais e Filhos está disponível para pais e responsáveis de alunos
menores, discentes do ensino médio ou de cursos técnicos, matriculados em qualquer
um dos Campi do IFTM. É possível acessar a plataforma através do site da instituição
ou realizar o download do aplicativo em qualquer dispositivo Android. Em relação
aos dispositivos Android, o aplicativo está disponível no Google Play e segundo as
informações disponibilizadas pela aplicação a Plataforma Pais e Filhos possui menos
de duzentos downloads.
Outro ponto importante, obtido com o desenvolvimento da pesquisa, refere-se
aos problemas de usabilidade e navegabilidade da plataforma. A análise tem mostrado
falhas na disponibilização de informações aos usuários, tais como falta de instruções
referentes ao primeiro acesso e cadastro tanto na plataforma Android quanto na versão
Web.
Caso o usuário esteja realizando o primeiro acesso, só é permitido realizar o cadastro
através da plataforma Web, no entanto no aplicativo não é disponibilizado essa
informação, causando dúvidas e desconforto ao usuário. Durante a realização do
cadastro notamos outro ponto de desconforto e transtorno ao usuário, a plataforma
realiza o vínculo de perfis, ou seja, caso o pais ou responsável seja um servidor da
instituição o seu perfil é vinculado ao cadastro no Virtual IF.
Referências Behar, P. A. (org.) (2009) ―Modelos Pedagógicos em Educação a Distância‖. Porto
Alegre: Artmed, 316 p.
Fevorini, L. B. (2009) ―O envolvimento dos pais na educação escolar dos filhos: um estudo exploratório‖. 178 p. Tese (Doutorado) – Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.
Filatro, A. (2004) ―Design instrucional contextualizado‖. São Paulo: Senac. 215 p.
Filatro, A. (2008) ―Design instrucional na prática‖. São Paulo: Person Education do Brasil. 170 p.
Peraya, D. (2002) ―O ciberespaço: um dispositivo de comunicação e de formação
midiatizada‖. In: ALAVA, S. Ciberespaço e formações abertas: rumo a novas práticas educacionais? Porto Alegre: Artmed. p. 98-186. Rodrigues, C. A. e Valadares, M. G. P. (2012) ―Novas Tecnologias de mediação e comunicação como extensão da escola contemporânea.‖ In: Encontro Virtual de Documentação em Software Livre e Congresso Internacional de Linguagem e Tecnologia Online, 2012, Belo Horizonte. v. 1. p. 1-7.
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Como as Atividades Pedagógicas Podem Utilizar Software
Multimídia
Roberto Eugenio dos Santos1, Walteno Martins Parreira Júnior2 , Ricardo Soares
Bôaventura3
1Discente, Tecnologia em Sistemas para Internet - IFTM Campus Uberlândia Centro. –
Uberlândia –MG
2 Docente, Técnico Integrado ao Ensino Médio em Computação Gráfica e Licenciatura em
Computação - IFTM Campus Uberlândia Centro. – Uberlândia –MG
3 Docente, Técnico Concomitante ao Ensino Médio em Redes de Computadores e Tecnologia
em Sistemas para Internet - IFTM Campus Uberlândia Centro. – Uberlândia –MG
[email protected], {waltenomartins,
ricardoboaventura}@iftm.edu.br
Resumo. Este artigo descreve o desenvolvimento de um projeto de pesquisa
envolvendo um discente do curso de Sistemas para Internet e que tem como
objetivo avaliar recursos digitais a partir de alguns referenciais selecionados
em periódicos e eventos acadêmicos. E posteriormente ocorrerá o
desenvolvimento de aplicações, tutoriais e exemplos práticos com a finalidade
de ofertar cursos de capacitação para profissionais da área de educação. O
trabalho está em desenvolvimento, estando ocorrendo a seleção e avaliação
dos recursos que serão utilizados no desenvolvimento do projeto assim como
realizando novas leituras de referenciais adquiridos nas pesquisas.
1. Introdução
Este artigo descreve um projeto de pesquisa que está em andamento na instituição e que
está avaliando a utilização de recursos digitais disponíveis para a elaboração e produção
de artefatos pedagógicos utilizando as Tecnologia da Informação e Comunicação
(TICs).
O desenvolvimento da pesquisa está na fase inicial, onde estão sendo avaliado
um conjunto de recursos tecnológicos que possivelmente podem ser utilizados no
desenvolvimento de aplicações e tutoriais que posteriormente serão disponibilizados
para os profissionais das escolas públicas através de atividades de capacitação.
E deve-se considerar que nas mãos de professores e estudantes, as
tecnologias digitais são ferramentas que possibilitam a transformação
social e não apenas recursos para distração e entretenimento. E assim,
permitem que dentro da escola todos tenham voz e possam criar e
compartilhar seus conhecimentos e não simplesmente reproduzir o
que outros já fizeram (PADILHA, 2016, p. 11).
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Os profissionais da área de educação apresentam a necessidade da utilização dos
recursos tecnológicos, mas muitas escolas não ofertam cursos ou atividades de
capacitação que atendam suas necessidades; ou estes docentes não conseguem por si só
adquirir esta competência.
E o objetivo principal do projeto é pesquisar e aprender a manipular softwares
livres que permitam a produção de artefatos digitais (vídeos, áudios, etc) com finalidade
educacional e posteriormente disseminar este conhecimento nas escolas parceiras da
instituição.
2. Desenvolvimento
Escrevem Pinheiro, Rosa e Bonilla que a presença do computador na escola é
fundamental nos dias atuais, e para muitos educadores e gestores educacionais, não dá
para pensar uma ―educação moderna, de qualidade e inclusiva, sem que artefatos
tecnológicos como os computadores façam parte deste contexto‖ (2012, p.3).
A utilização das tecnologias digitais na educação tem muitas oportunidades no
seu cotidiano, e
com as mudanças no paradigma pedagógico e o surgimento das novas
tecnologias, tais como o computador e a Internet, os professores
abriram as portas ao uso de recursos que extrapolam a visão
tradicional e os métodos meramente discursivos no processo de
ensino-aprendizagem (TAROUCO et al., 2004, p.7).
As tecnologias digitais chegaram à escola, mas de um modo geral, a prática
pedagógica dos docentes continuam sendo a mesma, pois o educador continua falando e
o educando em uma atitude passiva fica escutando. ―As novas tecnologias são utilizadas
simplesmente para apresentar o conteúdo, sem criar novas formas de aprendizagem, que
desafiem o educando na aprendizagem‖ (FRANCO NETO; PARREIRA JUNIOR,
2006).
Uma das possibilidades que estão sendo avaliadas no projeto é quanto as vídeo-
aulas. A produção de vídeos-aula deve ser precedida de um conjunto de ações
desenvolvidas pelo professor, para que a escolha do formato e das informações a serem
disponibilizadas no vídeo seja absorvida e possam se transformar em conhecimento pelo
espectador. ―[...] podem ser oferecidas em diferentes formatos de linguagem, entre eles:
aula gravada em estúdio com cenografia customizada, em cenários reais ou locações
vinculadas ao conteúdo do curso, documentários, entrevistas, debates, matérias pré-
produzidas, etc‖ (SPANHOL; SPANHOL, 2009, p. 3)
Neste momento está sendo avaliado o referencial disponível sobre a temática,
realizando a escolha dos recursos tecnológicos que serão utilizados e fazendo o
nivelamento dos conhecimentos dos componentes da equipe.
3. Resultados e Discussão
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Inicialmente ocorreu uma pesquisa bibliográfica sobre a temática, contemplando leitura
e seleção dos melhores referenciais, contemplando autores consagrados e periódicos
com boa reputação acadêmica, para que a nossa pesquisa tenha uma base consistente,
com várias abordagens e ponto de vista diferentes mas dentro do mesmo objetivo que é
encontrar formas que auxiliem no dia a dia na nossa educação ou seja, no nosso ensino.
O projeto está na fase de pesquisar e avaliar os recursos digitais disponíveis na
internet, pesquisando várias fontes para que possamos ter materiais e acima de tudo
experiência para abordar mais fundo na nossa pesquisa e posteriormente com a
experiência adquirida e as ferramentas pesquisadas vão permitir avançar na elaboração
de novos referenciais para a produção de artefatos digitais e com isto instrumentalizar
os membros do projeto para ofertar aos professores um conjunto de técnicas e softwares
apropriados para a produção do seu próprio material instrucional.
4. Considerações Finais
O trabalho está evoluindo satisfatoriamente, dentro do cronograma elaborado. Os
membros da equipe estão compartilhando as experiências e conhecimentos adquiridos
nas ações desenvolvidas, eles estãos empolgados e felizes com a nosso objetivo, já que
essa pesquisa irá ajudar vários professores, alunos enfim todos que estão dentro do
nosso contexto.
O próximo passo será a seleção dos recursos tecnológicos e referenciais que
melhor se adequam aos propósitos elencados para a equipe. Considerando que a escolha
dos tópicos que serão desenvolvidos e que efetivamente terão as guias de utilização
elaboradas depende da finalização da etapa atual. Onde estão sendo pesquisados os
softwares e outros recursos tecnológicos, suas configurações e oportunidades de uso nas
atividades pedagógicas.
Com esse resultado da pesquisa teremos um conteúdo que ajudará a todos as
pessoas envolvidas no âmbito escolar, no qual aquele que tiver alguma dificuldade em
realizar as suas aulas, vão encontrar no nosso material todo um suporte e instruções para
que consiga realizar a sua aula com mais desenvoltura, rapidez e os próprios alunos
conseguiram absorver com mais rapidez e com mais qualidade o conteúdo trabalhado.
Referencias
FRANCO NETO, J. R.; PARREIRA JÚNIOR, W. M. A utilização do Hot Potatoes® no
ensino médio da Escola Municipal “Machado de Assis”, criando palavras cruzadas
e auxiliando a construção do conhecimento em nomenclatura de hidrocarbonetos.
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tecnológicos: uma análise a partir do programa um computador por alunos
(PROUCA). Workshops do Congresso Brasileiro de Informática na Educação,
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Regressão Linear Multivariada de uma Série de Análogos
de Chalcona com Potencial Atividade Antimalárica.
Luiz F. Motta1
1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM)
Campus Uberlândia Centro – Uberlândia – MG – Brasil.
Abstract. Malaria is recognized by World Health Organization (WHO) as
problem serious of public health. The increase of resistant malarial represents
the greatest obstacle to antimalarial chemotherapy. The objective of this
research is to perform the classic QSAR study for a series of derivatives of
chalcone against the resistant strains of Plasmodium falciparum. The
multidimensional model selected by Multivariate Linear Regression (RLM)
has four descriptors: Molecular Volume (MV), Molecular Length (Lx), Orbital
Energy LUMO (ELUMO) and Verloop [B4 (A)]. The model has good capacity
to explain the experimental values of biological activity, has good ajustment
level, statistical significance and good predictive capacity.
Resumo. A Malária é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde
(OMS) como grave problema de saúde pública. O aumento da resistência
malarial representa o maior obstáculo para a quimioterapia antimalárica. O
objetivo desta pesquisa é realizar o estudo QSAR clássico para uma série de
derivados de chalcona contra as cepas resistentes de Plasmodium falciparum.
O modelo multidimensional selecionado por Regressão Linear Multivariada
(RLM) possui quatro descritores: Volume Molecular (VM), Comprimento
Molecular (Lx), Energia do Orbital LUMO (ELUMO) e Verloop [B4(A)]. O
modelo possui boa capacidade para explicar os valores experimentais da
atividade biológica, tem bom nível de ajuste, significância estatística e boa
capacidade preditiva.
1. Introdução
A malária é uma doença infecciosa causada por protozoários unicelulares do gênero
Plasmodium, que parasitam, destroem as hemácias (células vermelhas) e tecidos. A
transmissão ocorre por meio da picada da fêmea do mosquito do gênero Anopheles,
transfusão de sangue de pessoas infectadas ou por seringas hipodérmicas.
Aproximadamente 40% da população mundial vive em áreas endêmicas. Estima-se que
ocorre mundialmente 300 a 500 milhões de novos casos e 1,5 a 2,7 milhões de mortes
por ano, decorrentes da doença. A maioria dos casos de malária grave e óbitos, deve-se à
infecção pelo Plasmodium falciparum (Golan, 2008).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a malária humana é
reconhecida como grave problema de saúde pública, principalmente em regiões tropicais
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e subtropicais (Katzung, 2010). Este parasita intracelular depende do hospedeiro, pois
utiliza biomacromoléculas da célula parasitada com a finalidade de obter nutrientes
necessários ao seu metabolismo e também para a obtenção de energia (Gareth, 2003).
Por intermédio da química medicinal, diversas estratégias podem ser utilizadas
no planejamento racional de compostos bioativos promissores. O planejamento racional
de tais compostos auxiliado por computador ocorre utilizando um conjunto de técnicas
da química teórica computacional. As estratégias utilizadas no planejamento estrutural
de uma nova molécula com potencial atividade biológica levam em consideração a
abordagem fisiopatológica, ou seja, fundamenta-se no alvo terapêutico escolhido. Uma
das estratégias modernas exploradas é o planejamento computacional baseado na
estrutura química do ligante (análogos), conhecida como abordagem do tipo Ligand-
Based Drug Design (LBDD) (Patrick, 2001).
No LBDD, correlaciona-se as estruturas químicas da série de análogos (ligantes)
com as suas respectivas atividades biológicas experimentais: Relação Quantitativa entre
Estrutura Química e Atividade Biológica (QSAR - Quantitative Structure Activity
Relationship) (Patrick, 2001).
O objetivo da pesquisa é realizar o estudo QSAR clássico de uma série de
derivados de chalcona contra as cepas resistentes de Plasmodium falciparum. Os
derivados de chalcona (cetonas α-β insaturadas) foram sintetizados via reação do tipo
condensação de Claisen-Schmidt entre aldeídos e cetonas (Li, 1995). Os dados
experimentais in vitro de atividade biológica (pIC50) dos derivados de chalcona
testados contra as cepas de Plasmodium falciparum resistentes à cloroquina, quinina e
pirimetamina, CDC/Indochina III (W2), foram extraídos da literatura (Li, 1995).
2. Materiais e Métodos
O estudo QSAR clássico da série de derivados de chalcona foi realizado em etapas:
2.1 Primeira Etapa: Otimização Geométrica
Esta fase consistiu na obtenção da geometria molecular de cada derivado de chalcona. A
etapa foi realizada levando em consideração os seguintes procedimentos:
1) Desenho bidimensional (2D) e tridimensional (3D) das estruturas químicas de
cada derivado de chalcona utilizando o programa ACD/ChemSketch Freeware® versão
2016.2;
2) Minimização energética das estruturas químicas de cada derivado de chalcona
empregando o método semiempírico PM6 utilizando o programa MOPAC Freeware®
versão 2012;
3) Otimização da geometria molecular das estruturas químicas de cada derivado
de chalcona utilizando o método Teoria do funcional da densidade - DFT (B3LYP/6-
31G*) com auxílio do programa ChemSite Pro versão 9.0;
4) Minimização energética molecular das estruturas químicas de cada derivado
de chalcona com emprego do método simplex com intuito de simular efeito solvente
utilizando constante dielétrica 80 (meio aquoso) no programa Molecular Modeling Pro
Plus versão 6.3;
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5) Análise conformacional das estruturas químicas de cada derivado de chalcona
com rotação simultânea de 10 para as duas ligações simples (C3-CA1 e C1-CB1) com
auxílio do programa Molecular Modeling Pro Plus versão 6.3 (Figura 1).
Figura 1. Estrutura química do protótipo.
2.2 Segunda Etapa: Cálculo de Descritores Moleculares
Nesta fase foram calculados 143 descritores moleculares (parâmetros físico-químicos)
de natureza hidrofóbica, eletrônica quântica, eletrônica empírica, estereoquímica,
termodinâmica, dimensional, topológica e geométrica.
Foram utilizados os programas: a) MOPAC Freeware® versão 2012; b)
MarvinSketch Freeware versão 17.24; c) Molecular Modeling Pro Plus versão 6.3; d)
ChemSite Pro versão 9.0.
2.3 Terceira Etapa: Análise Quimiométrica.
Com intuito de selecionar um modelo multiparamétrico linear de acordo com a
abordagem de Unger-Hansch, considerou-se o critério de Topliss, a baixa correlação
entre os descritores, o grau de ajuste (R2 e s), o grau de significância estatística (Teste de
Fischer), o nível de confiança (p) e o grau de previsibilidade biológica (Q2 e SPRESS) do
modelo.
Inicialmente foi realizado a regressão linear e os descritores moleculares com
coeficiente de correlação de Pearson (R) menor que 0,25 foram excluidos da análise
QSAR clássica. A matriz de correlação entre descritores foi determinada, eliminando as
propriedades moleculares altamente correlacionadas. Posteriormente os descritores
foram autoescalados (pré-processamento) e finalmente foi utilizado o método
quimiométrico (regressão linear multivariada – RLM), para selecionar equações
multiparamétricas com apenas quatro descritores por intermédio de busca sistemática.
Na terceira etapa utilizamos o programa BuildQSAR 2009 Freeware® versão 2.1.
3. Resultados e Discussão
A análise quimiométrica dos 19 análogos de chalcona resultou no modelo
multiparamétrico linear de Hansch (Equação 1) com quatro descritores. Os descritores
selecionados foram: Volume Molecular (VM), Comprimento Molecular (Lx), Energia
do Orbital LUMO (ELUMO) e Verloop [B4 (A)] para o substituinte no anel A.
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pIC50 (W2) = + 0,045 (± 0,018) VM + 3,216 (± 1,228) ELUMO + 0,325 (± 0,105) Lx -
0,9253 (± B4(A)] + 19,5326 (± 6,236).
n = 19; R = 0,956; R2
= 0,913; s = 0,185; F = 18,366; p < 0,0001; Q2 = 0,826; SPRESS =
0,198.
Equação 1. Modelo multiparamétrico linear de Hansch.
O modelo é capaz de explicar os valores experimentais de atividade biológica,
pois, apresenta elevado coeficiente de determinação múltipla (R2) e descreve 91,3% da
atividade antimalárica observada. O modelo possui bom nível de ajuste: elevado
coeficiente de correlação de Pearson (R = 0,956) e baixo desvio padrão (s = 0,185). A
evolução do grau de significância estatística foi designada pelo teste de Fischer (F =
18,366) e pelo nível de confiança (p < 0,0001). Os parâmetros estatísticos de validação
(Q2 = 0,826 e SPRESS = 0,198) indicam a boa capacidade preditiva do modelo.
A Figura 2 mostra a atividade biológica experimental versus atividade biológica
predita. No modelo linear proposto, nota-se que dos 19 análogos de chalcona, 14 (cor
azul) estão muito bem ajustados e somente 5 análogos (cor amarela) estão na faixa dos
limites de confiança da RLM. O modelo não apresenta análogo com elevado resíduo, ou
seja, não possui amostra outlier ou anômala (cor vermelha).
Figura 2. Diagrama da atividade biológica predita versus atividade biológica
experimental.
4. Conclusões
O estudo QSAR clássico indicou a importância dos descritores de natureza dimensional,
estereoquímica e eletrônica quântica. A análise estatística (RLM) revelou que o modelo
proposto apresenta considerável grau de ajuste, significância estatística e boa capacidade
de previsibilidade da atividade biológica antimalárica.
5. Referências Bibliográficas
Golan, D. E., Tashjian, A. H., Armstrong, E. J. and Armstrong, A. W. (2008). In:
Principles of Pharmacology: The Pathophysiology Basis of Drug Therapy, Lippincott
Willians & Wilkins, 2th
edition United States.
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Katzung, B. G. (2010). In: Basic and Clinical Pharmacology, 10th
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Hill Companies, Inc., United States.
Gareth, T. (2003). In: Medicinal Chemistry, 2th
edition, John Wiley & Sons, Ltd.,
United States.
Patrick, G. L. (2001). In: An Introduction to Medicinal Chemistry, 2th
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Li, M., et al (1995). ―In vitro antimalarial activity of Chalcones and Their Derivatives‖.
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