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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - AJES ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL - LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO A FUNÇÃO DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Sebastiana Aparecida Neves Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo NOVA XAVANTINA/2013

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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - AJES

ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL - LETRAMENTO E

ALFABETIZAÇÃO

A FUNÇÃO DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Sebastiana Aparecida Neves

Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo

NOVA XAVANTINA/2013

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ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL - LETRAMENTO E

ALFABETIZAÇÃO

A FUNÇÃO DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Sebastiana Aparecida Neves

Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo

“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do Título de Especialização em Educação Infantil: Letramento e Alfabetização."

NOVA XAVANTINA/2013

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela oportunidade de concretizar mais esta etapa em

minha vida.

À minha família, em especial por entender minha ausência nos finais de

semana que eu tinha que estudar.

Aos professores pelo apoio e paciência em nos orientar.

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DEDICATORIA

Dedico a Deus meu amigo e companheiro que me manteve firme nas horas

difíceis e me fez prosseguir confiante na vitória.

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Quando a criança escuta uma música, ela se concentra e tende a acompanhá-la, cantando e fazendo movimentos com o corpo. Isso desenvolve o senso do ritmo nos pequeninos. Aprendendo a ouvir, a criança pode repetir uma música, recriando-a. É importante que nós, educadores, valorizemos o ato de criação da criança, para que ele seja significativo no seu contexto de desenvolvimento. (OLIVEIRA; BERNARDES e RODRIGUEZ, 1998, p. 104).

RESUMO

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A música tem acompanhado a história da humanidade, ao longo dos

tempos, exercendo as mais diferentes funções. Está presente em todas as regiões

do globo, em todas as culturas, em todas as épocas: ou seja, a música é uma

linguagem universal, que ultrapassa as barreiras do tempo e do espaço. Ela além de

trazer alegria à vida da criança contribui para estimular o convívio coletivo, levando a

compreender o trabalho em conjunto, aprimorando o desenvolvimento da linguagem

falada como também desenvolve a sensibilidade musical, baseada no ritmo, no som

e na palavra. Além de estar presente em várias culturas consiste numa importante

forma de expressão humana. Mas a música na educação tem muito mais valor do

que isso, cientificamente comprovado, ela estimula diversas áreas do cérebro, e

facilita o aprendizado. A iniciação musical é de extrema importância, e ela deve

acontecer o mais cedo possível. É uma das formas admiráveis de demonstração

humana, o que por si só justifica sua presença no contexto da educação, de um

modo geral, e na educação infantil, particularmente.

Portanto, esse trabalho será apenas bibliográfico para dar suporte ao

trabalho docente nas salas de educação infantil visando uma aprendizagem

prazerosa.

Dessa forma, esperamos estar contribuindo para um embasamento teórico

de como podemos trabalhar a música em nossa sala de aula, visando um

desenvolvimento harmonioso das crianças com o universo musical.

Palavras chave: Musica, Educação Infantil, Desenvolvimento

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................07

1.0 UM BREVE HISTÓRICO DA MÚSICA................................................................09

2.0 A MUSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL..............................................................14

CONCLUSÃO............................................................................................................26

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................28

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho nos mostra a música na educação, não apenas como

experiência estética, mas também como facilitadora do processo de aprendizagem,

como instrumento para tornar a escola um lugar mais alegre e receptivo, e também

ampliando o conhecimento musical do aluno, afinal a música é um bem cultural e

seu conhecimento não deve ser privilégio de poucos. Enfatizamos que a escola seja

o espaço aonde devemos oportunizar a convivência com os diferentes gêneros,

apresentando novos estilos, proporcionando uma análise reflexiva do que lhe é

apresentado, permitindo que o aluno se torne mais crítico.

Este projeto se desenvolveu sob o formato de estudo qualitativo, de acordo

com BOGDAN, apud TRIVIÑOS (1987, p. 128) “A pesquisa qualitativa com apoio

teórico na fenomenologia é essencialmente descritiva. Por isso não é vazia, mas

coerente, lógica e consistente”, fundamentada em bibliografia com objetivo de

entender a contribuição da música na educação infantil e sobretudo pela sua

conotação de socialização pois sabemos que a música torna-se um valioso recurso

educativo a ser aplicado na educação infantil. A partir daí, concebe-se uma fonte de

equilíbrio e de estímulos sensoriais, afetivos e emocionais para a vida da criança.

LOUREIRO (2003, p.141), explica:

Atenção especial deveria ser dispensada ao ensino de música no nível da educação básica, principalmente na educação infantil e no ensino fundamental, pois é nessa etapa que o individuo estabelece e pode ser assegurada sua relação com o conhecimento, operando-o no nível cognitivo, de sensibilidade e de formação da personalidade.

Quando observamos em uma real formação do indivíduo, queremos acima

de tudo ampliar suas potencialidades. Torná-lo apta ao aprendizado de tudo que

quiser para perceber o relacionamento com os outros e o mundo e o ato de interagir

e modificar o meio aonde esta inserida.

A música possui o dom de aconchegar as pessoas. A criança que convive

em permanente contato com a música aprende a fazer a socialização com as outras

crianças e se coloca em um meio de se comunicar harmonioso do que aquela que é

privada da música, em contra partida, quando aprende a tocar algum instrumento,

também aprende a ficar sozinha, sem se sentir solitária ou carente de atenção.

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A música faz a somatização de benefícios, e através das músicas infantis

como “um elefante incomoda muita gente”, “o sapo não lava o pé” entre outras, onde

algumas sílabas são rimadas e repetitivas, fazendo com que a criança compreenda

o real significado das palavras através dos gestos que se fazem ao cantar. Dessa

forma, a criança se alfabetiza rapidamente, conhece e internaliza o processo ensino-

aprendizagem de maneira harmônica.

Confirmando dessa maneira, uma proposta que passa a existir do dia a dia,

do desejo de saber, aprender e mudar, através da criação coletiva / individual, das

reflexões e da busca pela melhoria da qualidade de vida começando pela sala de

aula nas pequenas ações do cotidiano.

É preciso reestruturar, desacomodar-se, e fazer uma varredura na busca do

“inédito viável” proposto por Paulo Freire, ou seja, uma educação que é possível de

ser solidificado, repleta de significados para todos os envolvidos neste processo

educativo.

Portanto, este trabalho monográfico está dividido em dois capítulos. O

primeiro vem abordando um breve histórico da música de maneira geral.

O segundo capítulo já vem falando da música no contexto da educação

infantil tomando como base sua função e contribuição para o desenvolvimento das

crianças de 4 e 5 anos.

Na conclusão buscamos reforçar a importância dessa ferramenta para o

universo infantil e de certa forma mostrando embasamento teórico de como a

música pode nos ajudar e especialmente sendo objeto de aprendizagem e parceira

no desenvolvimento de um trabalho voltado para a criança, pois sabemos que

música está presente no cotidiano das sociedades e exerce várias funções,

dependendo da situação em que estiver inserida. Principalmente nos dias de hoje, a

música está presente na vida dos alunos dentro e fora da escola, na TV, no rádio,

nos CDs, no telefone, enfim, diariamente.

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CAPÍTULO I

UM BREVE HISTÓRICO DA MÚSICA

Atualmente existem diversas definições para a música, porém de um modo

geral ela é considerada ciência e arte.

A música, segundo WEIGEL (1988, p. 10),é composta basicamente por

sons, ritmos, melodia e harmonia. Os sons são as vibrações, o ritmo é o efeito da

duração dos sons, melodia é a sucessão ou repetição do ritmo e a harmonia é a

combinação dos sons de forma que se torne agradável aos ouvidos. A música eleva

os sentimentos mais profundos do ser humano. Não é necessário gostarmos de

todos os estilos, porém conhecê-los.

De acordo com BRITO (1998), no decorrer do processo de construção de

cada cultura específica, o ser humano transformou em linguagem expressiva a

relação (inicialmente utilitária e funcional) com o fenômeno sonoro, chegando à

denominação atual do termo música como jogo de organização e relacionamento

entre som e silêncio que acontece no tempo e espaço. Para a autora, a música é a

“alquimia” que organiza sons de diferentes qualidades (graves ou agudos, curtos ou

longos, fortes ou suaves, com texturas diversas), gera formas sonoras que

expressam e comunicam emoções, sensações, percepções e pensamentos que

refletem o modo de sentir, perceber e pensar de um indivíduo, de uma cultura ou

época. É por isso que diferentes povos ou culturas possuem um repertório musical

específico, cada um diferente do outro, assim como existem, na história da música,

diferentes estilos e formas de composição.

Pitágoras (582-507 AC) considerava a música como a expressão da

harmonia, e esta se explicavam através de proporções numéricas. Anáxoras (500-

428 AC) criou a teoria do nous, uma partícula invisível responsável pelo princípio de

organização do universo, e disse que tal princípio se encontrava na música através

do ritmo, este regulado por leis físicas. Demócrito (n.460 AC) apontava a música

como poderosa força educacional e social. Sócrates (469-399 AC), Platão (427-347

AC) e Aristóteles (384-322 AC) consideraram os efeitos da música no corpo e alma

do ser humano e apoiaram decisivamente a inclusão da música no currículo escolar

da Grécia Antiga. (ARISTÓTELES, 1932; MARK, 1982; MONROE, 1915).

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Na Era Medieval, a função da música foi de servir aos interesses da Igreja, e

foi usada como instrumento educacional. Até a Renascença, a música continuou a

manter importante papel na educação. Lutero (1483-1546), Calvino (1483-1546) e

Comenius (1592-1670) escreveram extensivamente sobre música e defendiam o

aspecto importante da música na educação individual, enquanto Locke (1632-1704)

questionou tal posição. Rousseau (1712-1778) considerava a música como a arte de

expressão e imitação, e Pestalozzi (1746-1827), Froebel (1782-1852) e Spencer

(1820-1903), recomendavam a música como parte essencial de uma educação

formal. (BOYD, 1968; COLE, 1961; DUGGAN, 1948; FROEBEL, 1908; FUBINI,

1971; GOOD & TELLER, 1969; LOCKE, 1689; ROUSSEAU, 1893; SPENCER,

1951)

HOUAISS, apud BRÉSCIA (2003, p. 25), conceitua a música como “[...]

combinação harmoniosa e expressiva de sons e como a arte de se exprimir por meio

de sons, seguindo regras variáveis conforme a época, a civilização etc.”

GAINZA (1988, p.22), ressalta que: “A música e o som, enquanto energia

estimula o movimento interno e externo no homem; impulsionam-no ‘a ação e

promovem nele uma multiplicidade de condutas de diferentes qualidade e grau.”

Portanto, consideramos a música como uma verdadeira “linguagem de

expressão”, termo integrante da formação da criança. Ela contribui no

desenvolvimento dos processos de aquisição do conhecimento, sensibilidade,

criatividade, sociabilidade e gosto artístico.

O ser humano vem fazendo música há muito tempo. Provas arqueológicas

citadas por MENHUIN e DAVIS (1990), sugerem que o homem primitivo usava

tambores, flautas e ossos como instrumentos musicais, muito antes da Era Glacial.

Na história da música do ocidente, segundo GAINZA (1964), foi Guido

D’Arezzo, um monge beneditino, quem primeiro se destacou por suas virtudes

pedagógicas. Foi o criador de muitos recursos para o ensino da leitura e da escrita

musical, muitos dos quais são usados até hoje. Ao longo da Idade Média, a

educação musical esteve a cargo de monges e era realizada dentro dos mosteiros.

Mais tarde, se organizou no ambiente das grandes catedrais e, junto com a

aritmética, a geometria e a astronomia, expressou o espírito religioso da época.

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Nas antigas civilizações (chinesa, persa, hebraica), a música desempenhou

uma função social e educativa com um grau de importância variável, ora para mais,

ora para menos. Entre os gregos, a música alcançou um esplendor e uma

importância inexistentes em qualquer outro povo. Entre eles houve uma clara

consciência da necessidade de difundir a prática musical no seio da sociedade. A

Grécia ofereceu para a história da humanidade um exemplo de como deveria ser

considerada a educação musical: a música, que era ensinada desde a infância, era

considerada um fator essencial na formação dos futuros cidadãos. Ainda segundo

GAINZA (1964), para os gregos, a música educava e era a chave de uma filosofia

pedagógica que, infelizmente, não tem se mantido viva ao longo das épocas e que,

por isso, é preciso, periodicamente, ser redescoberta.

Na Antiguidade, a música não tem data. Parece presente entre todas as

civilizações, quase sempre com caráter religioso. Predominava o recital de palavras -

instrumentos musicais não eram muitos e nem muito utilizados, pois a prioridade da

música era comunicar. O ensino da música era obrigatório na Grécia Clássica, e há

indicativos de que já havia orquestras naquele período. Pitágoras de Samos, filósofo

grego da Antigüidade, ensinava como determinados acordes musicais e certas

melodias criavam reações definidas no organismo humano. “Pitágoras demonstrou

que a seqüência correta de sons, se tocada musicalmente num instrumento, pode

mudar padrões de comportamento e acelerar o processo de cura.” (BRÉSCIA, 2003,

p. 31).

A música existe e sempre existiu como produção cultural, pois de acordo

com estudos científicos, desde que o ser humano começou a se organizar em tribos

primitivas pela África, a música era parte integrante do cotidiano dessas pessoas.

Acredita-se que a música tenha surgido há 50.000 anos, onde as primeiras

manifestações tenham sido feitas no continente africano, expandindo-se pelo mundo

com o dispersar da raça humana pelo planeta. A música, ao ser produzida e/ou

reproduzida, é influenciada diretamente pela organização sociocultural e econômica

local, contando ainda com as características climáticas e o acesso tecnológico que

envolve toda a relação com a linguagem musical. A música possui a capacidade

estética de traduzir os sentimentos, atitudes e valores culturais de um povo ou

nação. A música é uma linguagem local e global.

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Para GAINZA (1964), na educação musical há a convergência de duas

tendências opostas: o racionalismo e o sensorialismo, que dão primazia à teoria e à

prática musical respectivamente. Com o transcorrer do tempo, essas tendências

assumem direções extremistas que ignoram por completo tudo que foi produzido

segundo outra tendência. Nesse sentido, racionalismo e sensorialismo puros em

música conduzem a um empobrecimento que afeta profundamente o ensino: é tão

nocivo ensinar teoria musical desvinculada da realidade sonora, quanto preparar os

alunos para a execução vocal ou instrumental, sem relacionar essa prática com os

fundamentos da arte musical.

De acordo com as pesquisas de GAINZA (1964), Rousseau, no século XVIII,

é o principal representante de uma inquietude pedagógica no campo musical. Ele

compôs numerosas canções para crianças e um de seus maiores objetivos foi

difundir e popularizar a educação musical. A pedagogia musical se desenvolveu na

França e apareceram novas correntes racionalistas dentro do campo da educação

musical. E, como reação contra o intelectualismo, tendência essa que caracterizou o

racionalismo do século XIX, aparecem os métodos ativos como, por exemplo, o

método Montessori, cujas raízes têm por base a linha de pedagogias sensoriais

iniciadas por Komenski e Rousseau e continuada por Pestalozzi (1745-1827) e

Froebel (1782-1852). As idéias desses autores influenciam também o ensino da

pintura, das artes plásticas, da literatura e da música, abandonando as tendências

tradicionalistas.

O século XX é marcado por uma série de novas tendências e técnicas

musicais, no entanto torna-se imprudente rotular criações que ainda encontra-se em

curso. Porém algumas tendências e técnicas importantes já se estabeleceram no

decorrer do século XX. São elas: Impressionismo, Nacionalismo do século XX,

Influências jazzísticas, Politonalidade, Atonalidade, Expressionismo, Pontilhismo,

Serialismo, Neoclassicismo, Microtonalidade, Música concreta, Música eletrônica,

Serialismo total, e Música Aleatória. Isto sem contar na especificidade de cada

cultura. Há também os músicos que criaram um estilo característico e pessoal, não

se inserindo em classificações ou rótulos, restando-lhes apenas o adicional

“tradicionalista”.

GAINZA (1964), afirma ainda que, à medida que o círculo da educação geral

e da cultura atingem um número maior de indivíduos, torna-se mais urgente a

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necessidade de reformular os métodos de ensino, de maneira que o conhecimento

seja acessível a todas as pessoas, incluindo aquelas que não possuem habilidades

especiais para a música.

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2.0 A MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A relação afetiva das crianças com a música acontece, de acordo com

BORGES (1994), desde muito cedo podendo ser facilmente comprovada nas

reações de prazer que as mesmas apresentam ao serem embaladas, às cantigas de

ninar, nos primeiros movimentos de dança, independentemente do contexto

histórico-cultural em que estejam inseridas.

OLIVEIRA; BERNARDES e RODRIGUEZ (1998), afirmam que as crianças,

mesmo antes de aprenderem a falar, se expressam através de movimentos, sons e

ritmos. Para as autoras, a convivência com os diferentes sons e ruídos é de suma

importância, pois através dos mesmos se faz descobertas e com elas, o

conhecimento e a exploração do diferente.

Ainda de acordo com as autoras, a primeira descoberta dos sons e do ritmo

se dá através do próprio corpo e do ambiente ao redor. Por ser criativo, o ser

humano rompe continuamente os esquemas repetidos das experiências anteriores e

vai explorando novos caminhos.

Quando a criança escuta uma música, ela se concentra e tende a acompanhá-la, cantando e fazendo movimentos com o corpo. Isso desenvolve o senso do ritmo nos pequeninos. Aprendendo a ouvir, a criança pode repetir uma música, recriando-a. É importante que nós, educadores, valorizemos o ato de criação da criança, para que ele seja significativo no seu contexto de desenvolvimento. (OLIVEIRA, BERNARDES e RODRIGUEZ, 1998, p. 104).

JEANDOT (1993), vai ao encontro dessas afirmações quando relata que a

receptividade à música é um fenômeno corporal. De acordo com a autora, a criança,

ao nascer, passa a ter contato com um universo sonoro que se localiza em torno

dela, ou seja, os sons produzidos pelos objetos e pelos seres vivos. Assim, sua

relação com a música se torna imediata, seja através dos aparelhos sonoros de sua

casa, seja através do acalanto da mãe e do canto de outras pessoas.

A autora também ressalta o fato das crianças gostarem de acompanharem

as músicas com movimentos corporais, seja com palmas, sapateados, volteios de

cabeça, danças, entre outros, sendo a partir dessa relação entre o som e o gesto da

criança que ela constrói seu conhecimento sobre música.

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Portanto, a autora salienta que é possível constatar a grande influência que

a música exerce sobre a criança. É por isso que os jogos ritmados, próprios dos

primeiros anos de vida, devem ser incentivados e trabalhados na escola.

JEANDOT (1993), descreve as habilidades que as crianças desenvolvem em

relação à música nas diferentes etapas do desenvolvimento infantil. De acordo com

a autora, cada idade reserva um aspecto particular em relação à música, sendo que

aproximadamente em torno de: 2 anos, a criança é capaz de cantar versos soltos,

fragmentos de canções, geralmente fora do tom. Reconhece algumas melodias e

cantores. Gosta de movimentos rítmicos em rede, cadeira de balanço, etc.; • 3 anos,

a criança consegue reproduzir canções inteiras, embora geralmente fora do tom.

Tem menos inibição para cantar em grupo. Reconhece várias melodias. Começa a

fazer coincidir os tons simples de seu canto com as músicas ouvidas. Tenta tocar

instrumentos musicais. Gosta de participar de grupos rítmicos: marcha, pula,

caminha corre, seguindo o compasso da música; • 4 anos, a criança progride no

controle da voz. Participa com facilidade de jogos simples, cantados. Interessa-se

muito em dramatizar as canções. Cria pequenas músicas durante a brincadeira; • 5

anos, a criança entoa mais facilmente e consegue cantar melodias inteiras.

Reconhece e gosta de um extenso repertório musical. Consegue sincronizar os

movimentos da mão ou do pé com a música. Reproduz os tons simples de ré até dó

superior. Consegue pular em um só pé e dançar conforme o ritmo da música.

Percebe a diferença dos diversos timbres (vozes, objetos, instrumentos), dos sons

graves e agudos, além da variação de intensidade (forte e fraca); • 6 anos, a criança

percebe sons ascendentes e descendentes. Identifica as fórmulas rítmicas, os

fraseados musicais, as variações de andamento e a duração dos valores sonoros.

Adapta palavras sobre ritmos ou trecho musical já conhecido. Acompanha e repete

uma seqüência rítmica; • 7 anos, a criança expõe e defende suas idéias. Ouve em

silêncio, acompanhando a melodia e o ritmo da música. Canta acentuando a tônica

das palavras. Bate as pulsações rítmicas com as mãos, enquanto o pé acentua o

tempo mais forte. Distinguem ritmos populares – baião, rock, samba, marcha, valsa

–, expressando-se com o corpo, criando gestos livremente, segundo esse ritmo.

Produz pequenas melodias (compostas de perguntas e respostas) segundo uma

fórmula rítmica. Interpreta músicas com expressão e dinâmica; • 8 anos, a criança é

mais rápida em suas próprias reações e também compreende melhor as dos

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demais. Percebe e distingue com segurança os elementos rítmicos , criando frases

rítmicas; • 9 anos, a criança adquire maior domínio de si mesma. Gosta muito de

conversar. É capaz de distinguir os elementos da música: melodia, ritmo, harmonia.

Percebe o fraseado musical. Lê, interpreta e responde a fórmulas rítmicas; • 10

anos, a criança facilmente cria sonoplastias para histórias e trilhas sonoras para

novelas. Canta a duas ou três vozes. Gosta de cantar, mas não canções pueris.

Escuta discos com entusiasmo, principalmente de músicas mais tocadas na

televisão e no rádio; • a partir de 11 anos, o entusiasmo é o traço mais característico.

Facilmente a criança perde sua própria identidade em função do grupo. As tarefas

coletivas a atraem. É a época de montar ópera, criar uma obra musical em conjunto.

Os debates, no nível analítico, aumentam. Ouve com facilidade tanto a música

popular quanto a clássica. Gosta muito de música americana. (JEANDOT, 1993, p.

63-64).

A autora ressalta que todas essas características variam de criança para

criança, sendo que o desenvolvimento da mesma pode ser acelerado através da

interferência do trabalho de musicalização realizado na escola. É importante que o

professor tenha cuidado para, por exemplo, não dar ênfase exagerada à parte

rítmica em detrimento dos elementos melódicos, culturais, formais e criativos que

compõem a música.

O Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil (BRASIL, 1998),

ressalta a importância de se trabalhar na pré-escola, com atividades que envolvam

música, por ser este um excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do

equilíbrio e da auto-estima das crianças.

Ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos

rítmicos, jogos de mão, são atividades que despertam, estimulam e desenvolvem o

gosto pela atividade musical, além de atenderem às necessidades de expressão que

passam pela esfera afetiva, estética e cognitiva. (BRASIL, 1998).

FORQUIN e GAGNARD (1982), apud NICOLAU (1997), também ressaltam a

importância da música na educação infantil quando afirma que a mesma é um

inestimável benefício para a formação, o desenvolvimento, o equilíbrio da

personalidade da criança e do adolescente; o acesso à música constitui-se nas

possibilidades de criar, de interpretar ou de ouvir, que podem ser

estimuladas,desenvolvidas e educadas.

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Para JEANDOT (1993), o objetivo do ensino da música não reside na

transmissão de técnicas, mas no desenvolvimento do gosto pela música e da

habilidade para captar a linguagem musical além de expressar-se através dela,

possibilitando o acesso do educando a um imenso patrimônio musical que a

humanidade vem construindo.

Nesse sentido, é importante ressaltar que é de responsabilidade do

educador, enquanto um dos maiores modelos de imitação da criança, ser crítico e

criativo na escolha do que apresentar a mesma, garantindo, com isso, que o

trabalho seja interessante para ambos.

Além da competência técnica, o professor deve ser criativo. A necessidade de criar é comum a todas as crianças, que, ao interagirem com o mundo, constroem seu conhecimento. O educador não deve perder a oportunidade de aproveitar essa disposição. (JEANDOT, 1993, p. 133).

Para a autora cabe ao adulto compreender de que forma a música constitui

uma possibilidade expressiva privilegiada para a criança, considerando que a

mesma atinge diretamente sua sensibilidade sensorial e afetiva.

A autora ainda afirma que é de suma importância estimular a criança a fazer

suas próprias descobertas, cabendo ao educador enriquecer o repertório musical da

mesma através de materiais a serem explorados, observando o trabalho de cada

criança e planejando atividades que envolvam músicas de diferentes povos, de

diferentes formas, de diferentes épocas, de diferentes compositores. O trabalho do

professor deve ser criativo para despertar a motivação na criança, pensando em

novas possibilidades de aprendizagem além de facilitar,quando solicitado, as

atividades dos alunos.

PASCHOAL e ZAMBERLAN (2005), também enfocam a importância do

professor organizar um espaço que permita a participação de todas as crianças,

reunindo, para isso, toda e qualquer fonte sonora como brinquedos, instrumentos

musicais e objetos variados, podendo se incluir os materiais recicláveis.

Para JEANDOT (1993), a música é linguagem e, dessa forma, deve-se

seguir no que diz respeito à música, o mesmo processo de desenvolvimento que se

adota quanto à linguagem falada, ou seja, é necessário que a criança seja exposta à

linguagem musical e dialogue com ela sobre e por meio da música.

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A autora também coloca que da mesma forma que acontece com a

linguagem, cada grupo social, cada civilização possui sua expressão musical

própria. Nesse sentido, antes que o educador transmita sua cultura musical própria é

importante que o mesmo investigue o universo musical do qual a criança faz parte,

encorajando, com isso, a criação de novas formas de expressão através da música.

No entanto, BORGES (1994), afirma que, embora se concorde com a

importância que a música tem na educação das crianças, é freqüente se deparar,

nas classes pré-escolares, com atividades musicais limitadas exclusivamente à

reprodução de cantigas utilizadas com finalidades apenas didáticas, quando as

mesmas deveriam ligar-se primordialmente às emoções, no sentido de proporcionar

um momento de prazer ao ouvir, cantar, tocar e inventar sons e ritmos.

Para a autora, se a música for utilizada na educação infantil apenas com o

objetivo de ensinar conceitos matemáticos, anunciar o momento da história ou do

lanche ou reforçar hábitos de higiene, a função primeira da mesma estará sendo

desvirtuada.

E para que isso não aconteça, é necessário que o professor seja sensível à

expressão musical, o que não significa que o mesmo tenha que ser um especialista

em música ou que saiba, necessariamente, tocar algum instrumento. Ele deve sim,

estar consciente de que, em contato com a música, a criança poderá:

• manter em harmonia a relação entre o sentir e o pensar;

• proteger a sua audição, para que não se atrofie diante do aumento de ruídos e da desqualificação sonora do mundo moderno;

• habituar-se a isolar um ruído ou som para dar-lhe sentido, especificidade ou beleza que lhe são próprios. (BORGES, 1994, p. 101).

Dessa forma, os conteúdos relacionados à musicalização deverão ser

desenvolvidos nas instituições de educação infantil como conceitos em construção

organizados em um processo contínuo e integrado de modo que as crianças

desenvolvam, dentre outras, as capacidades de identificar e explorar os elementos

da música a fim de que se expressem, interajam e ampliem seus conhecimentos

sobre o mundo.

Partindo dessas idéias, é importante refletir sobre algumas questões

relacionadas à formação de professores, especialmente os da educação infantil uma

vez que é a partir da mesma que se configura um dos aspectos que permeia a

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prática do profissional que atua junto às crianças nas instituições formais desse nível

de ensino.

O canto, segundo RCNEI (BRASIL, 2006), desempenha um papel de grande

importância na educação musical infantil, pois integra melodia, ritmo e —

freqüentemente — harmonia, sendo excelente meio para o desenvolvimento da

audição. Quando cantam, as crianças imitam o que ouvem e assim desenvolvem

condições necessárias à elaboração do repertório de informações que

posteriormente lhes permitirá criar e se comunicar por intermédio dessa linguagem.

É importante apresentar às crianças canções do cancioneiro popular infantil, da

música popular brasileira, entre outras que possam ser cantadas sem esforço vocal,

cuidando, também, para que os textos sejam adequados à sua compreensão. Letras

muito complexas, que exigem muita atenção das crianças para a interpretação,

acabam por comprometer a realização musical. O mesmo acontece quando se

associa o cantar ao excesso de gestos marcados pelo professor, que fazem com

que as crianças parem de cantar para realizá-los, contrariando sua tendência natural

de integrar a expressão musical e corporal.

Ainda o manual do Referencial Curricular do MEC, no que diz respeito à

música, mostra que:

A partir dos três anos, aproximadamente, os jogos com movimento são fonte de prazer, alegria e possibilidade efetiva para o desenvolvimento motor e rítmico, sintonizados com a música, uma vez que o modo de expressão característico dessa faixa etária integra gesto, som e movimento. Aos poucos ocorre um maior domínio com relação à entoação melódica. Ela é uma boa improvisadora, “cantando histórias”, misturando idéias ou trechos dos materiais conhecidos, recriando, adaptando etc. (BRASIL, 2006, p. 49).

O documento apresenta ainda orientações referentes aos conteúdos

musicais, estes se encontram organizados em dois blocos: “O fazer

musical”compreendido como improvisação (BRASIL, 1998, p.57), composição e

interpretação e o de “Apreciação musical”, ambos referentes às questões da reflexão

musical. A proposta do RCNEI é uma discussão sobre as práticas pedagógicas, aqui

em específico a de música, e não engessá-las em modelos pré definidos.

Convivemos diariamente com a música nos mais variados tipos de ambiente,

do familiar aos supermercados, lojas, salas de espera, restaurantes, e vários outros

lugares, onde já é tão comum a presença da música que nem mesmo percebemos.

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A música está presente nos meios de comunicação, em programas de

televisão, toques de celular, com finalidades diversas que não são as de ouvir a

música propriamente dita. Com relação a este assunto, ligado à apreciação musical,

é de grande importância o texto transcrito do Referencial Curricular Nacional para a

Educação Infantil que demonstra a preocupação no que diz respeito a esse tipo de

procedimento em que a música é usada como fundo para outras atividades.

A escuta musical deve estar integrada de maneira intencional às atividades cotidianas dos bebês e das crianças pequenas. É aconselhável a organização de um pequeno repertório que, durante algum tempo, deverá ser apresentado para que estabeleçam relações com o que escutam. Tal repertório pode contar com obras da música erudita, da música popular, do cancioneiro infantil, da música regional etc. A música, porém, não deve funcionar como pano de fundo permanente para o desenvolvimento de outras atividades, impedindo que o silêncio seja valorizado. A escuta de emissoras de rádio comerciais com programas de variedades ou músicas do interesse do adulto durante o período em que se troca a fralda ou se alimenta o bebê é desaconselhada. (BRASIL, 1998, p.64).

No decorrer de toda história da humanidade e entre diferentes povos, a

música sempre foi cultivada e usada para diferentes fins: diversão, vender idéias ou

produtos, cultuar,curar.

Na área educacional, o ensino da música tem grande importância.

FORQUIN e GAGNARD (1982), “consideram o ensino da música como um

inestimável benefício para a formação, o desenvolvimento e o equilíbrio da

personalidade da criança e do adolescente.” (apud ARAÚJO, 2007, p.67).

Muitos educadores e profissionais da educação têm defendido sua inclusão,

até mesmo em razão das discussões que se formaram por ocasião da volta do

ensino de música nas escolas. HENTSCHKE (1995), defende a volta do ensino de

música nos currículos escolares como uma forma de:

desenvolvimento da sensibilidade artística e estética, o desenvolvimento da imaginação e do potencial criativo, o desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor e o desenvolvimento da comunicação verbal e não verbal. (apud ARAÚJO, 2007, p.67).

Musicalmente, como traz o RCNEI (BRASIL, 1998, p.31) “participar de

brincadeiras de roda ou de danças circulares, (...) favorecem o desenvolvimento da

noção de ritmo individual e coletivo (...).” Ao inserir as cantigas de roda no convívio

das crianças, aspectos como musicalidade e ritmo estarão sendo trabalhados, pois

como disse BRITO (2003, p.45) “principalmente o ritmo se aprende por meio do

corpo e do movimento.”

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Sendo assim, diante de tantos estudos e resultados positivos alcançados

com o trabalho musical, torna-se cada vez mais evidente a importância da música e

do canto para as crianças, pois além dos benefícios, cantar é um prazer e as

crianças mostram naturalmente interesse, sendo, por esta razão uma ferramenta

pedagógica privilegiada para a musicalização.

Na Educação Infantil é comum o uso da música, pois é consenso que ela

ajuda no desenvolvimento de diversas potencialidades, trazendo benefícios de

ordem física, psíquica e emocional. “A música é vista como o elemento humanizador

das crianças. Idéia defendida por pedagogos para despertar a sensibilidade estética

e ampliar o universo de conhecimentos.” (BEYER, 1998, p.31).

LOUREIRO (2003), explica que o aprendizado de música deve ser um ato

de desprendimento prazeroso, que comungue com as experiências da criança sem

ser uma imposição ou que busque a qualquer custo que a criança domine um

instrumento, o qual pode minar sua sensibilidade e criatividade.

Diante do exposto, entende-se que o grande desafio é que a música na

educação infantil venha a colaborar com o desenvolvimento da criança, almejando

que essa não seja apenas uma prática descontextualizada, mas um complemento,

um meio para o melhor entendimento e trabalho das muitas atividades realizadas na

educação infantil, que além de desenvolver a sensibilidade musical pode ainda

ajudar no desenvolvimento de outras potencialidades da criança

Reconhecendo a importância que estas canções desempenham como forma

de “resgatar” a história e os costumes das sociedades, bem como a possibilidade de

ser um veículo para que as crianças tenham contato com a cultura de outros povos

com as canções folclóricas perpetuando assim essa herança deixada às novas

gerações.

Muitas vezes, ainda, vemos que a criança é impedida de usar sua

criatividade, pois a elas são propostas músicas ou atividades já prontas, canções

folclóricas já cantadas há décadas de maneira mecânica e em momentos

específicos da rotina escolar, sem saber o significado e sentido daquilo do que está

cantando, realizam apenas a memorização e gestos corporais estereotipados que

deixam as crianças desinteressadas e poucos contribuem no seu desenvolvimento.

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Ensinar música, a partir dessa óptica, significa ensinar a reproduzir e a

interpretar músicas, desconsiderando as possibilidades de experimentar, improvisar,

inventar como ferramenta pedagógica de fundamental importância no processo de

construção do conhecimento musical. (BRITO 2003, p. 52).

Para ser significativa e atingir seus objetivos, a música deve ser trabalhada

de diferentes formas, como por exemplo, com exercícios de pulsação, parâmetros

sonoros, canto, parlendas, brincadeiras cantadas, sonorização de histórias. Pode-se

trabalhar com os alunos ruídos cotidianos, o que parece muito interessante, uma

maneira de explorar os sons ou ruídos de uma forma muito completa. Na educação

infantil, podemos buscar um trabalho que permita o aluno a experimentar sensações

e sentimentos como de tristeza, alegria, e que ele venha a expressar esses

sentimentos através da manipulação dos instrumentos musicais que lhes serão

colocados a disposição pelo professor.

Propor brincadeiras onde os alunos descrevem os sons que emitem quando

acordam, escovam os dentes, comem e colocam suas roupas e sapatos. Eles ainda

podem reproduzir sons de animais, cachorros, cavalos e o som dos carros. BRITO

(2003), relata em especifico que “esses jogos trabalham usando ações dos

cotidianos dando base para desenvolver muito a criatividade e atenção das

crianças”.

SNYDERS (1997, p.30), diz que “resta ao professor situar e não restringir”,

situar aqui segundo as palavras do autor é contextualiza que o docente pode ser um

mediador, orientando seus alunos nas atividades com a música e não minando sua

criatividade. Para que o ensino de música na educação infantil relacione o prático

com o pedagógico, ela deve ser usada como ferramenta educacional e para isso é

necessário explorar diferentes possibilidades nos vários momentos da aula. Temos

de lembrar que trabalhar a música na educação infantil não se restringe ao aspecto

musical, mas também aos aspectos cognitivo e motor, o que promove o

desenvolvimento do sujeito no todo.

NOGUEIRA (2003), diz que a música deve ser vista além de uma “arma”

pedagógica, também como uma das mais importantes formas de comunicação do

nosso tempo. No texto a autora ainda cita SNYDERS (1997), o qual contribui

expressando que uma geração nunca viveu mais a música que a nossa, mas o autor

ainda ressalta que para entendermos o processo de desenvolvimento de uma

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criança, temos de ir muito além de seus aspectos físicos ou intelectuais, é um

processo que envolve uma grande rede de questões, questões que são uma

complexidade muito além às da maturação biológica.

Partindo desta realidade entende-se sob que ponto de vista a música é

pensada nas escolas e se ela é realmente considerada fundamental para a

formação plena da criança aos olhos dos educadores e profissionais da educação

infantil. Como disse TOURINHO “defender o lugar da música na escola é, em parte,

não aceitá-lo como uma atividade neutra para, então, entendê-la como influente na

formação dos indivíduos.” (1993, p.94).

Portanto, o primeiro desafio do educador musical é promover uma

consciência da necessidade do ensino da música para que esta, então, seja vista

não como um pretexto, mas como fundamental no desenvolvimento das crianças.

Neste trabalho, está sendo sugerida uma educação musical por meio das canções,

mediante todos os motivos já apresentados e por ser esta uma prática já

tradicionalmente adotada na Educação Infantil.

Geralmente, pensa-se o canto apenas como uma atividade em si, sem concebê-lo como um meio para a compreensão mais ampla de conceitos musicais e sem analisá-lo como uma ação poderosa que serve a fins variados e contrastantes. (TOURINHO, 1993, p.95).

Como se pode ver, dentre as muitas funções que a canção pode

desempenhar estão a de divertir, ninar, ensinar, etc., e dentro destas possibilidades,

a de trabalhar também conteúdos especificamente musicais como altura, ritmo,

motivo, andamento, timbre, reconhecimento dos instrumentos e muitos outros

ensinamentos relacionados ao conteúdo musical propriamente dito. Como escreveu

Teca Alencar de Brito: algumas canções, pelos temas que enfocam, podem servir ao

desenvolvimento de outras atividades, musicais ou não. Às vezes, é a canção que

nos remete a outros conteúdos, ao passo que outras vezes ocorre o contrário: algum

projeto que vem sendo desenvolvido pelo grupo pode estimular a introdução de

determinada canção. (BRITO, 2003, p. 119).

Dentre as contribuições que trabalhos como estes, associados às canções,

podem oferecer, estão: o desenvolvimento da expressividade; a ampliação do

repertório musical das crianças; formação de apreciadores; apresentação de

compositores e suas obras, gêneros e estilos musicais; que somados a tantos outros

benefícios dos quais se falou ao longo deste capítulo fazem das canções um

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material valioso que deve ser trabalhado na intenção de promover o

desenvolvimento das potencialidades das crianças nos níveis cognitivo, afetivo e

psicomotor, contribuindo para uma formação mais completa.

A música pode contribuir para a formação global do aluno, desenvolvendo a capacidade de se expressar através de uma linguagem não-verbal e os sentimentos e emoções, a sensibilidade, o intelecto, o corpo e a personalidade [...] a música se presta para favorecer uma série de áreas da criança. Essas áreas incluem a “sensibilidade”, a “motricidade”, o “raciocínio”, além da “transmissão e do resgate de uma série de elementos da cultura”. (DEL BEN; HETSCHKE, 2002, p. 52-53).

Um dos objetivos e preocupação que o educador deve ter em mente é

desenvolver a expressividade das crianças. Nesse aspecto, um dos erros mais

comuns na educação infantil é o hábito de pré-estabelecer gestos que não

favorecem uma expressão espontânea. As crianças devem ter liberdade para se

expressar da forma como quiserem. O modo como se expressam é a sua maneira

de perceber e compreender o mundo. ROSA (1990, p.19), atesta esta verdade

quando afirma que “a música é uma linguagem expressiva e as canções são

veículos de emoções e sentimentos, e podem fazer com que a criança reconheça

nelas seu próprio sentir."

No capítulo “música” do volume três dos Referenciais Curriculares da

Educação Infantil (BRASIL,1998), está descrito que o trabalho com a música deve

garantir à criança a possibilidade de vivenciar e refletir sobre questões musicais, em

um exercício sensível e expressivo.

O trabalho com a música deve considerar, portanto, que ela é um meio de expressão e uma forma de conhecimento acessível aos bebês e crianças, inclusive aquelas que apresentam necessidades especiais. A linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da autoestima e autoconhecimento, além de poderoso meio de integração social. (BRASIL, 1998, p. 47).

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CONCLUSÃO

Desde a mudança na LDBEN de 1996, quando se começou a pensar numa

educação não mais focada na guarda, no cuidado e na assistência social, que

marcava a Educação Infantil dos anos anteriores, e a criação do RCNEI, grandes

avanços foram experimentados na Educação do país, no que diz respeito à

Educação Básica. Porém, no campo da Educação Musical, ainda caminhamos a

passos lentos, em razão das transformações curriculares pelas quais sofreu o curso

de Educação Artística até se constituir no que é hoje.

Por estas e outras razões, muitos professores de música se renderam às

exigências à visão distorcida de uma pedagogia que desconhecia e ignorava o

verdadeiro papel do professor de música, ministrando conteúdos que fugiam

completamente daqueles oferecidos em sua formação. Até os dias de hoje, a luta

em combate à idéia que ainda se mantém sobre o ensino da arte e o profissional da

área, continua. No caso da música, há a necessidade do reconhecimento dos

benefícios que o conteúdo específico da disciplina pode oferecer.

No contexto da Educação Infantil, muitas vezes a música é vista como um

pretexto para outras atividades, e dentro desta realidade as canções são usadas de

forma inapropriada, e em muitos casos por pessoas despreparadas.

Este trabalho buscou oferecer, ainda que de forma sucinta, um apoio ao

trabalho do professor de música que atua na Educação Infantil, reapresentando um

assunto sempre útil e atual: o da utilização das canções na Educação Infantil.

Ao atender diferentes aspectos do desenvolvimento humano: físico, mental,

social, emocional e espiritual, a música pode ser considerada um agente facilitador

do processo educacional. Nesse sentido faz-se necessária a sensibilização dos

educadores para despertar a conscientização quanto às possibilidades da música

para favorecer o bem-estar e o crescimento das potencialidades dos alunos, pois ela

fala diretamente ao corpo, à mente e às emoções.

Os pesquisadores da Música e os especialistas no desenvolvimento da

criança chegaram à conclusão de que o divertimento pela Música é mais importante

do que a imposição de técnicas na primeira infância. Através dessa argumentação

deve-se ter o cuidado para que as aulas fiquem dinâmicas com atividades

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diferenciadas para garantir o envolvimento e o desenvolvimento dos alunos de forma

completa e prazerosa.

Desta forma, a inserção da música na educação da criança é de grande

valor, pois consiste no processo de auxiliar o desenvolvimento das capacidades de

apropriação e conhecimento das potencialidades corporais afetivas e éticas, na

perspectiva de contribuir para a formação de crianças saudáveis e felizes.

Portanto o professor de Educação Infantil possui em suas mãos uma grande

responsabilidade perante estas crianças: a de educar possibilitando o

desenvolvimento da criança.

Este trabalho veio contribuir para que seja repensado o papel da música na

educação infantil, não só criticando os professores, mas revendo sua formação, os

recursos que eles têm a sua disposição, e tentando ressignificar a música na

educação infantil, mostrando que é possível uma prática consistente com a música

na educação infantil. Acredito ser importante que as professoras tenham essa

consciência, mas ainda são necessárias políticas que envolvam a formação dos

professores para atuação com música e melhores recursos para seu trabalho em

sala.

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