Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais Divisão de ... · que simula o trânsito de um planeta...

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Luis Ricardo Moretto Tusnski Orientadora: Dra. Adriana Válio Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais Divisão de Astrofísica Workshop da Divisão de Astrofísica 2014 Busca por Exoluas e Anéis em Órbita de Exoplanetas Utilizando os Telescópios Espaciais CoRoT e Kepler

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Luis Ricardo Moretto Tusnski

Orientadora: Dra. Adriana Válio

Instituto Nacional de Pesquisas EspaciaisDivisão de Astrofísica

Workshop da Divisão de Astrofísica 2014

Busca por Exoluas e Anéis em Órbita de Exoplanetas

Utilizando os Telescópios Espaciais CoRoT e Kepler

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Introdução

• Trânsitos Planetários: quando um exoplaneta passa diante de sua estrela hospedeira, causando um decréscimo na luminosidade observada da estrela.

Figura 1: Detecção de planetas por trânsitos planetários.

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• Planetas detectados por trânsitos e velocidades radiais possuem todos os parâmetros medidos, inclusive o ângulo de inclinação orbital, que deve ser próximo a 90o.

• Dos 1780* exoplanetas detectados, 1131 estão em trânsito (~ 63%).

• Duas missões espaciais estão detectando exoplanetas pelo método dos trânsitos: – CoRoT (CNES + colaboradores, inclusive o Brasil);– Kepler (NASA).

* Segundo o site www.exoplanet.eu em 07/04/2014.

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Figura 2: Curva de luz de Kepler-7b (RP/R* = 0.08)

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Figura 3: Curva de luz de CoRoT-19b (RP/R* = 0.09)

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Por quê luas e anéis?• Habitabilidade: luas em órbita de planetas

localizados na zona habitável também são habitáveis.

Figura 4: Zona Habitável.

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• Formação planetária:– Formação antes ou depois da migração?– Interação lua/anéis com o disco durante a migração?– Interação lua/anéis com outros planetas durante a

migração?

• Interação das luas/anéis com a estrela.

• Anéis podem indicar luas ocultas (luas pastoras).

• Anéis e luas revelam dados sobre os planetas, através dos limites de Hill e de Roche.

• No caso de não serem detectadas: onde estão as exoluas?

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Trabalho de Mestrado

• No Mestrado (2011), foi desenvolvido um programa que simula o trânsito de um planeta com uma lua ou com anéis diante da estrela.

• Mostrou-se que como esse modelo pode ser usado na detecção de luas e anéis, e estabeleceu-se limites de detecção para os telescópios CoRoT e Kepler.

• O trabalho resultou em um artigo publicado no The Astrophysical Journal (arXiv: 1111:5599).

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Figura 5: Simulação do trânsito de planetas com lua (esquerda) e anéis (direita).

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Sinais de Exoluas e Anéis

• Exoluas deixam dois tipos de sinais na curva de luz:– Assinaturas fotométricas;

– Variações temporais nos trânsitos.

• Anéis deixam assinaturas fotométricas diferentes das exoluas, e não causam variações temporais.

• A detecção e medida desses efeitos permite obter os parâmetros físicos e orbitais da lua (período orbital, massa e raio) e dos anéis (raios interno e externo, ângulos de inclinação e transparência).

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Assinaturas Fotométricas

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• Podem ser detectadas de duas maneiras:– Diretamente nos trânsitos individuais;

– Através da curva de luz em fase.

• Assinaturas de exoluas são diferentes a cada trânsito, enquanto as de anéis são sempre iguais.

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Figura 6: Deformações na curva de luz em dois trânsitos consecutivos causadas pela presença de uma lua em órbita do planeta (simulação).

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Figura 7: Deformações fotométricas visíveis no diagrama de fase da curva de luz (simulação).

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Variações Temporais• TTV (transit time variation): variações no instante

de trânsito devido à posição e à velocidade do planeta em relação ao CM.

Figura 8: Transit Time Variation (TTV).

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• Transit Duration Variation (TDV):

Figura 9: Transit Duration Variation (TDV).

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Figura 10: Diferença de fase entre os efeitos TTV e TDV.

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Detecção de Anéis Planetários

• Anéis podem ser detectados pelos resíduos.

• A diferença entre resíduos de anéis e luas é que resíduos de anéis são simétricos nos trânsitos individuais.

• Além disso, anéis não causam efeitos temporais.

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Figura 11: Simulação de um planeta com anéis ajustados com um modelo de planeta sem anéis.

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O Programa de Busca

1. Dados de entrada – arquivos .FITS1. Cabeçalho – informações da estrela hospedeira2. Tabela – curva de luz

2. Identificação do primeiro trânsito3. Medidas de instante central e duração de cada trânsito (MCMC)4. Diagrama de fase (resíduos)5. Identificação de candidatos6. Utilizar o modelo desenvolvido no mestrado para determinação

de parâmetros de possíveis luas ou anéis7. Comparar modelos com e sem lua usando estatística Bayesiana

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Estatística Bayesiana

● Os ajustes dos trânsitos individuais são feitos com o algoritmo MCMC.

● A principal vantagem é que o ajuste já fornece as estimativas de erro.

● Outra vantagem é o uso da evidência bayesiana para comparação entre modelos.

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Figura 12: Histogramas e correlações do ajuste de um trânsito do exoplaneta Kepler-5b.

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Resultados Preliminares

● 21 Planetas foram analisados:

● CoRoT-2b, 3b, 4b, 5b, 6b, 8b, 9b, 10b, 11b e 12

● Kepler-4b, 5b, 6b, 7b, 8b, 12b, 15b, 17b, 18b, 21b e 27b

● Próximas etapas:

● Analisar também os candidatos a planetas do Kepler;

● Ferramentas de diagnóstico do MCMC;

● Ajuste automatizado do stepsize do MCMC.

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