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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA – INPA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM
PROGRAMA INTEGRADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA TROPICAL E
RECURSOS NATURAIS
MESTRADO EM AGRICULTURA NO TRÓPICO ÚMIDO
USO DE MANIPUEIRA DE MANDIOCA (Manihot esculenta CRANTZ) E EXTRATO DE
ERVA-DE-RATO (Palicourea marcgravii ST. HILL) SOBRE O PULGÃO PRETO DOS
CITROS (Toxoptera citricida KIRKALDY) EM CONDIÇÕES EXPERIMENTAIS
ADRIANA DANTAS GONZAGA
MANAUS, AMAZONAS
ABRIL, 2007
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA – INPA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM
PROGRAMA INTEGRADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA TROPICAL E
RECURSOS NATURAIS
MESTRADO EM AGRICULTURA NO TRÓPICO ÚMIDO
USO DE MANIPUEIRA DE MANDIOCA (Manihot esculenta CRANTZ) E EXTRATO DE
ERVA-DE-RATO (Palicourea marcgravii ST. HILL) SOBRE O PULGÃO PRETO DOS
CITROS (Toxoptera citricida KIRKALDY) EM CONDIÇÕES EXPERIMENTAIS
ADRIANA DANTAS GONZAGA
ORIENTADORA: DRA. JOANA D' ARC RIBEIRO – IN MEMORIAN
ORIENTADOR: DR. VICTOR PY-DANIEL
CO-ORIENTADOR: DR. SILAS GARCIA AQUINO DE SOUSA
MANAUS, AMAZONAS
ABRIL, 2007
Dissertação apresentada ao Programa Integrado de Pós-graduação em Biologia Tropical e Recursos Naturais, do convênio INPA/UFAM como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências Agrárias, área de concentração Agricultura no Trópico Úmido.
G642 Gonzaga, Adriana Dantas Uso de Manipueira de mandioca (Manihot esculenta CRANTZ) e extrato de Erva-de- rato (Palicourea marcgravii ST. HILL) sobre o Pulgão preto dos citros (Taxoptera citricida KIRKALDY, 1907) em condições experimentais./ Adriana Dantas Gonzaga.-- Manaus : [ s. n. ], 2007. 96 p. Dissertação (mestrado)-- INPA/UFAM, Manaus, 2007
Orientador : Ribeiro, Joana D'Arc - In Memorian Orientador : Py-Daniel, Victor Co-Orientador : Sousa, Silas Garcia Aquino Área de concentração : Biologia Tropical e Recursos Naturais. 1.Pragas – Controle Biológico. 2. Pulgão preto dos citros - Controle biológico. 3. Erva-de-rato. 4. Manipueira. 5. Inseticidas vegetais I. Título CDD 595.72
SinopseEstudou-se a toxicidade de Manipueira de mandioca (Manihot esculenta
CRANTZ) e extrato de Erva-de-rato (Palicourea marcgravii ST. HILL) sobre o pulgão preto dos citros (Taxoptera citricida KIRKALDY, 1907) em condições experimentais.
A toxicidade dos extratos aquosos em diferentes concentrações foram analisadas.
Palavras Chave:Toxicologia, entomologia, plantas tóxicas.
Dedico
À Deus, que pela sua misericórdia deu-me paciência, sabedoria, determinação para a
conclusão deste trabalho e muito obrigada por alcançar mais um degrau na minha vida acadêmica
e profissional.
In Memorian, a minha orientadora Dra. Joana D’Arc Ribeiro, pela ajuda e incentivo para
alcançar mais um objetivo em minha vida.
A minha família, em especial aos meus pais (Jorge e Dalvanir), pelo amor e carinho que
têm por mim, cobrindo-me todos os dias com suas orações ao nosso Deus.
A todas as pessoas que me ajudaram direta ou indiretamente na construção desta
dissertação.
“O Amor é paciente, o amor é bondoso. Não tem inveja. O
amor não é orgulhoso, não é arrogante, nem escandaloso.
Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não
guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila
com a verdade. Tudo desculpa tudo crê, tudo espera, tudo
suporta. O amor jamais acabará”.
10 Cor 13, 4-8 a.
Agradecimentos
Agradeço a Deus, que me ajudou nos momentos difíceis e que iluminou a minha mente
para continuar e conseguir chegar até o final desta etapa;
Agradeço de todo o coração também In Memorian, à Dra. Joana D’Arc Ribeiro,
Pesquisadora do INPA, minha orientadora, pela amizade, confiança, valiosos ensinamentos e
inestimável colaboração na realização deste trabalho, que contribuiu para o meu crescimento
intelectual;
Ao Dr. Victor Py-Daniel, pesquisador do INPA, pela orientação e ajuda na finalização
desta pesquisa;
Ao Dr. Silas Garcia, pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, pela ajuda e apoio
neste trabalho;
Ao Dr. Marcos Garcia, pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, pelo apoio e ajuda
na finalização deste trabalho;
A Dra. Maria de Fátima Vieira, que foi a primeira pessoa que conheci no INPA, pelo
apoio e incentivo que me deu nas pesquisas;
A Dra. Suzana Maria Ketelhut, pela amizade, que desejo do fundo do coração cresça a
cada dia, pelo incentivo em todas as ocasiões, apoio nas dificuldades e pelos momentos de festa e
descontração;
Ao MSc. Sebastião Eudes, pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, pelas inúmeras
ajudas no decorrer deste trabalho.
A Dra. Aloyseia Noronha, pesquisadora da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,
pelo apoio nas pesquisas bibliográficas;
Ao Laboratório do CPAQ/INPA em nome da Sra. Inês Pereira e do Dr. Manoel Pereira
Filho e ao Laboratório de Solos CPCA/INPA, pela ajuda no processamento dos materiais
vegetais para a formação dos extratos;
Ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) pela minha formação e
oportunidade, desde a época do PIBIC;
Ao Herbário INPA, pela ajuda na identificação das exsicatas;’
Ao CNPq e a FAPEAM pela ajuda financeira, do projeto e das bolsas concedidas, para o
desenvolvimento do Mestrado em Agricultura no Tropico Úmido;
Agradeço também a banca julgadora da minha aula de qualificação, as Dras. Gislene
Carvalho, Lucille Antony e Suzana Ketelhut, que me incentivaram no decorrer desta etapa;
Aos meus amigos e colegas da turma de (2005-2007) do curso de Mestrado em
Agricultura no Trópico Úmido, Cibele, Darcilene, Estefania, Henrique, José, Karina, Márcio,
Socorro, Raimundo, Suziane, Vanessa e Wilson;
Também agradeço aos amigos do TEAM Formigas, Suzana, Márcio, Rayk, Michael e
Fabrício, que são pessoas alegres, divertidas, sempre deixando um alto astral, pelo incentivo,
festas, boas risadas e ajuda nos materiais;
Aos colegas e amigos do Laboratório de Entomologia Agrícola, CPCA, Raquel, Márcio,
Teiamar, Tarcimar, Giselle, Cleiciane, Cláudio, Francis, Tavares e Mauricio pela amizade;
A minha amiga Raquel Corrêa, pelo companheirismo, amizade e apoio;
A minha amiga Darcilene Pereira, pela ajuda durante o experimento e todo o apoio que
me deu para a realização deste trabalho;
Aos meus amigos, Demétrius Leite e Rafael Albuquerque, pela preciosa amizade, horas
de conversas e desabafos;
A todos que direta e indiretamente contribuíram para a realização desta dissertação.
Muito Obrigada
Resumo
Estudos têm registrado a utilização de extratos de plantas tóxicas como alternativa para o
controle de pragas, entre elas, destacam-se a erva-de-rato (Palicourea marcgravii) e o subproduto
(manipueira) da produção de farinha de mandioca (Manihot esculenta), plantas comuns na região
amazônica, que possuem como princípios ativos os ácidos monofluoracético e cianídrico,
respectivamente. Ambos interferem no ciclo de krebs prejudicando a respiração celular. Esse
trabalho objetivou investigar o potencial inseticida de manipueira e de extrato de erva-de-rato
sobre Toxoptera citricida (pulgão preto do citros), em condições experimentais. Esse pulgão
ataca os citros, provocando encarquilhamento das folhas jovens e morte dos brotos, além de
transmitir o vírus da tristeza dos citros. Em laboratório, foram obtidos os extratos liofilizados de
manipueira e de erva-de-rato diluídos em cinco concentrações (10mg/ml, 20mg/ml, 30mg/ml,
40mg/ml e 50mg/ml). Para cada extrato foi realizado bioensaio simulando os modos de ação via
contato e via translaminar. O delineamento foi inteiramente casualizado, sendo 11 tratamentos
(incluindo a testemunha) e 5 repetições. Todas as concentrações analisadas (10 a 50 mg/ml)
causaram mortalidade acima de 50%, em T. citricida. A concentração de 50 mg/ml causou a
mortalidade de todos os insetos (n = 100%) em ambos os ensaios nos dois processos de aplicação
– contato e translaminar. O potencial destes extratos demonstrado no experimento coloca os
mesmos como uma alternativa de inseticidas no controle do pulgão preto dos citros.
Abstract
Studies have been registered the use of toxicant plants extracts as alternative for the
control of plagues among them stands out the erva-de-rato (Palicourea marcgravii) and the by-
product from the residue of the cassava, the manipueira (Manihot esculenta) common plants in
region of amazon, which has as active principle the monofluoracetic acids and the cyanide acid,
both break the krebs cycle harming the cell breathing. This research had as main target, to
investigate the insecticide potential of the Manihot esculenta (manipueira of cassava) and
Palicourea marcgravii (erva-de-rato) on Toxoptera citricida (brown citrus aphid), in
experimental conditions. That greenfly attacks the citros, wrinking the young leaves and the
sprouts death, as well as transmitting the sadness virus of the citros. In laboratory, we have
obtained the extracts of these two plants, in five concentrations (10mg/ml, 20mg/ml, 30mg/ml,
40mg/ml and 50mg/ml). Each extract tests were accomplished simulating the ways of action
through contact and translaminar. The outline was entirely fortuitous through 11 treatments
(including the witness) and 5 repetitions. All the analyzed concentrations (10 to 50 mg/ml) causes
mortality above 50%, in T. citricida. The concentration 50 mg/ml caused the mortality of all the
insects (n = 100%) in both rehearsals in the two application processes, contact and translaminar.
As per above mentioned tests, the use of both vegetables, manipueira extracts (M. esculenta) and
erva-de-rato (P. marcgravii) might be an insecticide alternative, for the control of the brown
citros aphid.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................15
2 OBJETIVOS .............................................................................................................................18
2.1 Geral ..................................................................................................................................18
2.2 Específicos .........................................................................................................................18
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................19
3.1 Cultura de citros .................................................................................................................19
3.1.1 Os plantios de citros no Brasil e no Estado do Amazonas .............................................19
3.1.2 Principais pragas dos citros ............................................................................................21
3.2 Pulgão preto dos citros (Toxoptera citricida Kirkaldy) .....................................................23
3.2.1 Distribuição geográfica do pulgão preto dos citros ................................................24
3.2.2 Algumas fórmulas inseticidas para o controle do pulgão preto dos citros .............25
3.3 Toxicologia de inseticidas .................................................................................................26
3.4 Riscos ao homem e ao meio ambiente associados ao uso de agrotóxicos .........................27
3.5 Controle alternativo de pragas ...........................................................................................28
3.6 Plantas tóxicas no controle de pragas ................................................................................30
3.6.1 Uso de Plantas tóxicas no Brasil .............................................................................31
3.6.2 A erva-de-rato (Palicourea marcgravii St. Hill) ....................................................34
3.6.2.1 Ácido monofluoracético ...............................................................................36
3.6.3 A Mandioca (Manihot esculenta Crantz) ...............................................................38
3.6.3.1 A Manipueira como nematicida ...................................................................41
3.6.3.2 A Manipueira como fungicida ......................................................................41
3.6.3.3 A Manipueira como inseticida ......................................................................42
3.6.3.4 Produção de ácido cítrico a partir da manipueira .........................................42
3.6.3.5 Ácido cianídrico ...........................................................................................44
4 MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................................................47
4.1 Área de estudo .............................................................................................................47
4.2 Coleta dos insetos ........................................................................................................48
4.3 Coleta da Mandioca e Erva-de-rato .............................................................................49
4.3.1 Obtenção de Manipueira ...................................................................................49
4.3.2 Obtenção da Erva-de-rato .................................................................................50
4.4 Produção de mudas de citros (Citrus reshni Hort.) para uso em bioensaio .................50
4.5 Preparo das concentrações ...........................................................................................52
4.5.1 Manipueira ........................................................................................................52
4.5.2 Erva-de-rato ......................................................................................................52
4.6 Bioensaio .....................................................................................................................55
4.7 Ensaios .........................................................................................................................57
4.7.1 Exposição via de contato ..................................................................................57
4.7.2 Aplicação via translaminar ...............................................................................57
4.8 Estatística e Análise de dados ......................................................................................59
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................61
5.1 Efeito de manipueira (Manihot esculenta) e erva-de-rato (Palicourea marcgravii)
pela aplicação via contato ............................................................................................61
5.1.1 Concentração letal mediana (CL50) no processo de exposição por
pulverização de contato ...............................................................................................66
5.1.2 Tempo letal mediano (TL50) no processo de pulverização via contato ............68
5.2 Efeito do extrato de manipueira de mandioca (M. esculenta) e erva-de-rato
(P. marcgravii) aplicado sobre a folha dos citros - aplicação via
translaminar .................................................................................................................69
5.2.1 Concentração letal mediana (CL50) no processo translaminar ..........................72
5.2.2 Tempo letal mediano (TL50) no processo de pulverização via translaminar ....75
5.3 Alerta ...................................................................................................................76
6 CONCLUSÕES...........................................................................................................................77
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................78
8 ANEXO ......................................................................................................................................95
Gonzaga, A.D, 2005
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Vista de uma plantação de citros na BR 174 Km 19, Manaus, Amazonas ..................20
Figura 2 – Colônia de Toxoptera citricida atacando citros, detalhe na seta ..................................23
Figura 3 – Pulgão preto dos citros em mudas de laranja (destaque em círculo)............................25
Figura 4 - Palicourea marcgravii St. Hill com inflorescência (seta detalhe da inflorescência) ...35
Figura 5 – Manipueira - Resíduo tóxico da mandioca ..................................................................38
Figura 6 – Casa de vegetação rústica localizada no INPA/CPCA, destinada ao cultivo de plantas,
criação de insetos e realização dos bioensaios ..............................................................................47
Figura 7 – Mudas de laranja infestadas com pulgão preto, plantadas em garrafas Pet protegidas
por filó alojadas em casa de vegetação ..........................................................................................48
Figura 8 - Manipueira sendo processada para a confecção de farinha na comunidade Palestina,
Manacapuru, Amazonas (detalhe da manipueira na seta) .............................................................49
Figura 9 – Mudas de citros com três meses de idade utilizadas ....................................................50
Figura 10 - Erva-de-rato - Coleta (A); Secagem em estufa (B); Trituração de folhas (C) ............52
Figura 11 – Aparelho Soxhlet onde foi adquirido o extrato da erva-de-rato .................................53
Figura 12 – Liofilizador utilizado para a desidratação a frio resultando nos extratos puros de
manipueira e erva-de-rato ..............................................................................................................54
Gonzaga, A.D, 2005
Figura 13 – Mudas de tangerina com pulgão preto dos citros, insetos pincelados para o bioensaio
de pulverização ..............................................................................................................................57
Figura 14 – Mudas de tangerina com pulgão preto dos citros, bioensaio translaminar ou
superficial ......................................................................................................................................58
Figura 15 – Muda de tangerina utilizada no bioensaio, mostrando o disco branco (indicado pela
seta) para facilitar a visualização dos pulgões mortos ...................................................................59
Figura 16 - Percentual de mortalidade de Toxoptera citricida em relação às diferentes
concentrações de extrato aquoso de manipueira e erva-de-rato ....................................................63
Figura 17 – Curva de determinação da concentração letal mediana (CL50) para extrato de
manipueira (Manihot esculenta), em pulgão preto (Toxoptera citricida) por meio da análise de
Probit .............................................................................................................................................66
Figura 18 – Curva de determinação da concentração letal mediana (CL50) para extrato de erva-de-
rato (Palicourea marcgravii), em pulgão preto (Toxoptera citricida) por meio da análise de
Probit .............................................................................................................................................67
Figura 19 – Curva de determinação da concentração letal mediana (CL50) para extrato de
manipueira de mandioca (Manihot esculenta) em pulgão preto (Toxoptera citricida) por meio da
análise de Probit .............................................................................................................................73
Figura 20 – Curva de determinação da concentração letal mediana (CL50) para extrato de erva-de-
rato (Palicourea marcgravii) em pulgão preto (Toxoptera citricida) por meio da análise de Probit
........................................................................................................................................................74
A
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Comparação de curvas de dose-resposta de convulsões obtidas em ratos (n=6/ cada 5
doses) através da administração oral do extrato puro de P. marcgravii e de ácido
monofluoracético ...........................................................................................................................37
Tabela 2 - Composição química da manipueira (média 20 amostras analisadas) .........................40
Tabela 3 – Análise realizada no laboratório de solos da Embrapa Amazônia Ocidental
descrevendo os componentes do substrato das mudas de citros (Citrus reshni) utilizados nos
bioensaios ......................................................................................................................................51
Tabela 4 - Diluições do produto (manipueira e erva-de-rato) e suas respectivas concentrações em
água destilada (extrato aquoso) .....................................................................................................55
Tabela 5 – Esquema e combinação de extratos de erva-de-rato e manipueira (A e B) .................56
Tabela 6 – Mortalidade de Toxoptera citricida, nas diferentes concentrações de extrato aquoso de
manipueira de Manihot esculenta e folhas de Palicourea marcgravii, no intervalo de 120 horas
no bioensaio de pulverização via contato ......................................................................................62
Tabela 7 – Valores médios da mortalidade (%) de Toxoptera citricida nas diferentes
concentrações de extrato aquoso de manipueira de mandioca (Manihot esculenta), no intervalo de
tempo de 120 horas ........................................................................................................................64
Tabela 8 – Valores médios da mortalidade (%) de Toxoptera citricida nas diferentes
concentrações de extrato aquoso de erva-de-rato (Palicourea marcgravii), no intervalo de tempo
de 120 horas ...................................................................................................................................64
Tabela 9 - Valores da mortalidade de Toxoptera citricida nos extratos aquosos de manipueira e
erva-de-rato ....................................................................................................................................68
Tabela 10 – Mortalidade de Toxoptera citricida, nas diferentes concentrações de extrato aquoso
de manipueira de Manihot esculenta e folhas Palicourea marcgravii, via translaminar
.......................................................................................................................................................70
Tabela 11 – Mortalidade média de Toxoptera citricida, após o uso dos extratos Manipueira por
aplicação translaminar em mudas de tangerinas obtidas em um intervalo de 120 horas ..............71
Tabela 12 – Mortalidade média de Toxoptera citricida, após o uso dos extratos de Erva-de-rato
por aplicação translaminar em mudas de tangerinas obtidas em um intervalo de 120 horas ........71
Tabela 13 - Valores médios da mortalidade de Toxoptera citricida nos extratos aquosos de
manipueira de mandioca (Manihot esculenta) e erva-de-rato (Palicourea marcgravii) em
intervalo de 120 horas....................................................................................................................75
Tabela 14 – Anova, teste Dunnett – Aplicação pulverização via de contato de extrato de erva-de-
rato .................................................................................................................................................95
Tabela 15 – Anova, teste Dunnett – Aplicação pulverização via de contato de extrato de
manipueira .....................................................................................................................................95
Tabela 16 – Anova, teste Dunnett – Aplicação pulverização via de translaminar de extrato de
erva-de-rato ....................................................................................................................................95
Tabela 17 – Anova, teste Dunnett – Aplicação pulverização via de translaminar de extrato de
manipueira .....................................................................................................................................96
1 INTRODUÇÃO
A partir dos anos 40, o controle das pragas na agricultura objetivou eliminar
completamente tais insetos nocivos. Essa visão absoluta de encarar o problema teve origem na
entomologia aplicada, em decorrência do desenvolvimento dos inseticidas orgânico–sintéticos,
como os clorados, (DDT) e o hexaclorobenzeno (BHC). Os produtos eram tão baratos e de tão
largo espectro que qualquer consideração de ordem econômica ou ambiental tornava-se
irrelevante (Palladino, 1996).
Durante os primeiros anos, da década de 40, o controle obtido com os novos inseticidas
foi marcante: os campos cultivados eram territórios praticamente isentos de insetos. Com o passar
do tempo, essa prática provocou serias perturbações no ecossistema, como: a agressividade do
homem e da natureza e resistência de pragas. Neste último, por exemplo, houve seleção de
insetos resistentes aos inseticidas, surtos epidêmicos de pragas historicamente de importância
secundária e diminuição da população de insetos benéficos. No ecossistema, foram detectados
efeitos deletérios em animais selvagens e domesticados e mesmo no homem, assim como o
acúmulo de resíduos tóxicos no solo, na água e nos alimentos. O controle químico de pragas,
mesmo com produtos como o DDT, teve sua eficiência diminuída e seu custo aumentado até
exceder níveis econômicos e socialmente aceitáveis (Flint & Van Den Bosch, 1981).
Atualmente, os métodos utilizados na proteção e defesa das culturas vêm apresentando
evolução considerável. O conhecimento e a utilização de métodos de diagnóstico envolvendo
dinâmica populacional e epidemiologia, em várias culturas, têm permitido prever a ocorrência de
pragas e doenças (Zambolim, 1999).
Para a utilização racional de controle, utiliza-se o manejo integrado de pragas (MIP). Este
termo foi criado na metade dos anos 60 como um conceito contra a utilização maciça e abusiva
de pesticidas na agricultura mundial. Desde então, estabeleceram-se vários grupos e escolas com
diferentes princípios. Em uma visão prática, o MIP foi implementado de diversas maneiras, de
acordo com as necessidades locais e a disponibilidade ou ausência de conhecimentos e
instrumentos. Ele varia de um simples controle químico supervisionado de doenças e pragas a
programas muito sofisticados incluindo o uso de modelos de população, sistemas
computadorizados de previsão de doenças e, mais recentemente a utilização da agricultura de
precisão (Azevedo, 1999 apud Zambolim, 1999; Crocomo, 1990).
Medidas de controle que causem menor impacto ambiental são de primordial importância,
o que vem estimulando o ressurgimento do uso de plantas inseticidas como promissora
ferramenta para controle de insetos (Kocke, 1987).
Villalobos (1996) ressalta que o princípio ativo de inseticidas botânicos são compostos
resultantes do metabolismo secundário das plantas sendo acumulados em pequenas proporções
nos tecidos vegetais. Tais substâncias podem ser encaradas como um modelo para síntese de
pesticidas mais eficientes, menos tóxicos e menos persistentes no meio ambiente (Saito &
Luchini, 1998).
O emprego de substâncias, extraídas de plantas silvestres, na qualidade de inseticida, tem
inúmeras vantagens quando comparado ao emprego de sintéticos. Os inseticidas naturais são
obtidos de alguns recursos renováveis e rapidamente degradáveis (Penteado, 2001; Altieri et al.,
2003). O desenvolvimento da resistência dos insetos a essas substâncias compostas da associação
de vários princípios ativos é um processo lento. Alguns pesticidas são de fácil acesso e obtenção
por agricultores, não deixando, por sua vez, resíduos nos alimentos (Penteado, 2001; Altieri et
al., 2003), além de apresentarem baixo custo de produção (Roel, 2001).
Os derivados botânicos podem causar diversos efeitos sobre os insetos, tais como
repelência, inibição de oviposição, da alimentação e alterações no sistema hormonal. Como
conseqüências causam distúrbios no desenvolvimento, deformações e mortalidade nas diversas
fases (Klocke et al., 1991; Wrba et al., 1992; Ahn et al., 1998).
Estudos para o controle de pragas e doenças por meio de inseticidas botânicos são
realizados principalmente nas culturas de grande importância no Brasil, onde se destacam os
citros. Plantas cítricas são bastante predadas pelas moscas das frutas (Ceratitis capitata,
Anastrepha fraterculus), pelas cochonilhas (Selenaspidus articulatus, Chrysomphalus aonidum,
Crysomphalus dictyospermi, Unaspis citri, Planacoccus citri, Cerya purchasi, Orthezia
praelonga) e pulgões como Toxoptera citricida, conhecido popularmente como pulgão preto
(Koller, 1994).
A citricultura no Estado do Amazonas apresenta grande incidência do pulgão preto dos
citros (Toxoptera citricida), que são insetos que geram anualmente grandes perdas econômicas
aos citricultores da região, através de danos diretos e indiretos (Silva et al., 2004).
O pulgão preto (T. citricida) é um inseto fitófago com formas aladas e ápteras. Atacam
principalmente os brotos novos da plantas cítricas, sugando-lhes a seiva. Provocam
encarquilhamento e atrofiamento das folhas e brotos. Liberam uma substância açucarada expelida
pela codícola que permite o desenvolvimento de um fungo negro conhecido como fumagina. Esse
inseto também transmite o vírus da tristeza dos citros em plantas sadias (Gallo et al., 1988).
Diante deste quadro, pode-se reafirmar que em programas de manejo integrado de insetos
pragas, a utilização de plantas tóxicas pode ser considerada como um dos componentes chaves,
tendo em vista a redução do uso de produtos químicos sintéticos (Ribeiro et al., 2002).
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Investigar o potencial de ação inseticida da manipueira (Manihot esculenta) e erva-de-rato
(Palicourea marcgravii) sobre o pulgão preto dos citros (Toxoptera citricida) em casa de
vegetação.
2.2 Específicos
Comparar a toxicidade da manipueira e da erva-de-rato para o pulgão preto a partir da estimativa
dos parâmetros CL50 (Concentração letal mediana) e TL50 (Tempo letal mediano), pela via de
contato e translaminar;
Avaliar o potencial de mortalidade dos dois extratos aguosos dessas plantas.
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Cultura de citros
Na China a cultura de citros é muito antiga, como atestam as referências bibliográficas do
período 2205 a 2197 antes de Cristo. Na América Central a cultura foi introduzida por Cristóvão
Colombo em 1493, na África do Sul em 1654 e na Austrália em 1788 (Webber, 1967).
Acredita-se que todas as espécies do gênero Citrus são originárias das regiões tropicais e
subtropicais da Ásia e do Arquipélago Malaio (Koller, 1994).
No Brasil nos primórdios do descobrimento, os citros devem ter sido introduzidos na Bahia,
por volta de 1567. Tiveram-se relatos na mesma época de citros nos Estados de São Paulo, em
1540, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais (Andrade, 1930).
As plantas cítricas compreendidas principalmente por laranjeiras, tangerinas, limoeiros,
limeiras, pomeleiros e toranjeiras, desempenham um papel de acentuada importância sócio-
econômica mundial (Koller, 1994). Estas frutas ocupam o primeiro lugar na produção mundial,
seguida pela produção de bananas e uvas (Baldassari & Tannuri, 2003).
3.1.1 Os plantios de citros no Brasil e no Estado do Amazonas
A citricultura brasileira tem destaque internacional, dando ao Brasil a posição de maior
produtor mundial de laranja e maior exportador de suco concentrado (Silva et al., 2004). A
produção de citros no Brasil, especificamente de laranja, alcançou na safra 2002 o patamar de
18.931.919 t, com produtividade de 22.915 kg/ha sobre uma área de 826.192 ha (Silva & Souza,
2002).
O Estado do Amazonas apresenta uma produção de 13.086 t, com produtividade de 4.590
kg/ha sobre uma área de 2.851 ha (Silva & Souza, 2002). Esta produtividade é uma das menores
do Brasil (Figura 1), mas a atividade está no início e desperta o interesse dos produtores em
virtude do bom preço que as frutas têm alcançado no mercado (Silva et al., 2004). O Estado
possui condições climáticas que favorecem o bom desenvolvimento das culturas, entretanto o
pouco conhecimento de tecnologias básicas tem provocado queda na produção e redução da vida
útil dos pomares (Id., ibid.).
O sucesso da citricultura, a exemplo de qualquer fruticultura, está na sua implantação.
Erros na escolha das variedades de copas, porta-enxertos e qualidade da muda certamente
comprometerão o futuro do pomar (Koller, 1994). O caráter perene da cultura dos citros faz com
que a muda utilizada no plantio seja a chave do sucesso ou do fracasso do pomar, sendo,
portanto, o insumo mais importante na implantação de um plantio comercial (Baldassari &
Tannuri, 2003).
O clima, como condicionante do cultivo de citros, interfere em todas as etapas da cultura,
como na adaptação das variedades, no comportamento fenológico, na abertura floral, na curva de
maturação, na taxa de crescimento, nas características físicas e químicas do fruto e no potencial
de produção (Veloso et al., 2000). Em climas tropicais, a laranja permanece na planta por cerca
de quatro semanas, após atingir o índice de maturação, enquanto que, em climas subtropicais, a
fruta pode ser mantida na planta, após atingir o ponto de maturação de mercado, por 3 a 5 meses
(Baldassari & Tannuri, 2003). Nos trópicos, quanto mais tempo a fruta permanece na planta,
menor é a acidez e maior o teor de sólidos solúveis totais, sendo próprias para consumo in natura
(Veloso et al., 2000). O clima do Estado do Amazonas se caracteriza por temperaturas elevadas,
com média anual variando de 23ºC a 31ºC, luminosidade alta e precipitação superior a 1.500 mm
anuais (Silva et al., 2004).
Figura 1 – Vista de uma plantação de citros na BR 174 Km 19, Manaus, Amazonas.
Gonzaga, A.D, 2006
No Amazonas, o tipo de solo predominante é o Latossolo Amarelo, caracterizado por sua
baixa fertilidade e elevada acidez, porém com boa estrutura física e capacidade de retenção de
água e de nutrientes (Silva et al., 2004). As raízes desenvolvem-se no solo, de onde retiram
nutrientes, água e oxigênio. Por isso, a permeabilidade e a profundidade do solo são as principais
características exigidas pela planta cítrica (Baldassari & Tannuri, 2003).
Os principais problemas enfrentados pela cultura no Amazonas são o limitado número de
variedades utilizadas como copa e a susceptibilidade à gomose. O porta-enxerto mais utilizado na
região que é o limão cravo. Na década de 90, diante da introdução da leprose dos citros e do
minador das folhas nas plantações do Estado, o Ministério da Agricultura estabeleceu como
medida preventiva, a proibição de mudas vindas de outras regiões, principalmente daquelas onde
está presente o cancro cítrico e a clorose, doenças ainda não detectadas nos pomares do
Amazonas (EMBRAPA, 2003).
3.1.2 Principais pragas dos citros
Nos pomares de citros, a natureza perene das árvores, o clima, o solo e a vegetação
associada favorecem a existência de centenas de espécies de artrópodos fitófagos (insetos e
ácaros), formando um sistema de interação permanente (Flint & Van Den Bosch, 1977).
A intensidade e a freqüência com que as pragas ocorrem dependem essencialmente do
modo como o pomar está sendo conduzido. É necessário, entretanto, observar que nem todos os
insetos e ácaros que ocorrem num pomar produzem danos apreciáveis (Nakano & Silveira Neto,
1975). Portanto, saber reconhecer quais desses agentes provocam danos, para que se faça um
controle eficaz é importante. Com tratos culturais adequados pode-se conseguir um equilíbrio
populacional entre os artrópodos, pragas e seus inimigos naturais (Silva et al., 1968).
Para que qualquer tipo de controle de pragas de plantas cítricas seja eficiente, deve-se
considerar: época mais provável de seu aparecimento; presença de seus inimigos naturais;
influência dos tratos culturais na população dessas pragas; inspeções periódicas para que se faça
um controle eficiente, sem gastos excessivos com defensivos, que onerariam a cultura (Puzzi,
1966). Todavia, antes de definir as táticas de controle é necessário classificar os artrópodos
fitófagos que ocorrem em pomares cítricos em ordem de importância (Mariconi, 1976).
As pragas–chaves da cultura cítrica são representadas por moscas-das-frutas, ácaros (da
ferrugem e leprose) e cochonilhas (Matioli, 1985). As pragas secundárias são representadas por
pulgões, percevejos, lagartas, coleobrocas, cigarrinhas das frutíferas, mosca branca, besouros,
ácaro purpúreo e outras (Nakano et al., 1984). Dentre estas, as formigas cortadeiras têm
provocado sérios danos, podendo dizimar em um dia todo um pomar em fase inicial (Ribeiro,
1992).
Entre as moscas-das-frutas estão as da ordem díptera, da família Tephritidae do gênero
Anastrepha. Suas larvas se introduzem no endocarpo fazendo galerias, causando a queda e o
apodrecimento dos frutos. O fruto atacado fica mole, apresentando geralmente uma mancha
circular marrom (Koller, 1994).
A ordem Hemíptera, da família Ortheziidae, Orthezia praelonga, é uma cochonilha que
ataca os citros nas épocas mais quentes e frias do ano. O inseto suga a seiva da planta, inoculando
uma toxina, causando a desfolha, enfraquecimento das árvores e a queda dos frutos
(FUNDECITRUS, 2005). Essa praga tem um grande potencial de reprodução e rapidamente se
espalha por toda a planta (Melo & Silva, 1998).
Outras cochonilhas encontradas constantemente atacando os pomares cítricos são: Coccus
viridis, Planacoccuus citri e Crysomphalus aonidum. A primeira, trata-se de um inseto de forma
oval, achatado e de consistência mole, medindo aproximadamente 5 mm de comprimento.
Atacam ramos novos e a parte inferior das folhas ao longo da nervura principal (Gallo et al.,
1988). O Planacoccus citri apresenta o corpo coberto por secreção pulvurulenta esbranquiçada,
formando apêndices laterais. Suga a seiva das plantas (Id., ibid.) assim como Crysomphalus
fícus, que enfraquece as plantas, podendo levá-las a morte (Negri et al., 1996).
Insetos como Aleurotrixus floccosus (Homoptera, Aleyrodidae), são pragas de hábito
sugador, tidos em geral como de importância secundária para os citros. Na fase larval causam
danos ao se alimentarem das folhas jovens reduzindo o vigor das plantas (Negri et al., 1996).
Outro inseto sugador de importância econômica para os citros é o pulgão preto (Toxoptera
citricida). Esses insetos causam danos diretos e indiretos para as plantas. Os danos diretos são
caracterizados pela sucção da seiva e encarquilhamento das folhas, que podem levar a planta à
morte. A transmissão do vírus da tristeza dos citros é dada como dano indireto causado por este
pulgão (Negri et al., 1996).
3.2 Pulgão preto dos citros (Toxoptera citricida Kirkaldy)
O pulgão preto dos citros do gênero Myzus foi descrito pela primeira vez por Kirkaldy em
1907 (Michaud, 1998).
Entre outros nomes sinaminizados a Toxoptera citricida (Figura 2), que são encontrados na
literatura cita-se: Aphis citricida Kirkaldy, Aphis aeglis Shinji, Aphis tavaresi Del Guercio e
Paratoxoptera argentiniensis Blanchars (Gravena, 2005).
Figura 2 – Colônia de Toxoptera citricida atacando citros, detalhe na seta.
O pulgão preto dos citros ocorre em maior número do que outras espécies de insetos
encontradas no citros (Bown, 2005). Adultos ápteros são negros brilhantes e as ninfas são
marrom avermelhadas.
Os insetos ápteros e alados medem 1,5 - 2,4 mm. Os pulgões alados possuem o abdome
preto brilhante, a asa anterior com pterostigma pálido e a nervura média normalmente com 2
ramas (OIRSA, 2003) .
O ciclo de vida do pulgão preto do citros é mais complexo do que da maioria de outros
afídios (Gravena, 2005).
Em quase todas as áreas do mundo, este afídio é permanentemente anholocíclico (sem
geração sexual) (OIRSA, 2003). Com a ausência do macho, o ciclo sexual no outono é ausente,
não ocorrendo oviparidade (Bown, 2005).
Gonzaga, A.D 2005
Durante todo ano, os indivíduos são fêmeas partenogênicas vivíparas (OIRSA, 2003). Esse
tipo de partenogênese com formação exclusiva de fêmeas recebe o nome de telitoquia (Ribeiro &
Queiroz, 1999).
O tempo de desenvolvimento das ninfas depende da temperatura. A 20º C ou mais, o tempo
ninfal é de 6–8 dias, com trinta gerações por ano e o tempo reprodutivo é de 8,1 dia, com
longevidade de 28,4 dias (OIRSA, 2003). Em Zimbábue foram registradas gerações com tempo
de desenvolvimento de 8-21 dias, média de 11,8 dias (Gravena, 2005).
Uma única fêmea de T. citricida pode colonizar uma população. Um único afídio pode
produzir uma população de 4.500 indivíduos em três semanas, isso na ausência de inimigos
naturais (Id., ibid). Segundo). A média de ninfas reproduzidas por fêmea é de 34,1 indivíduos
(Tsai et al.,1996; Gravena, 2005).
A dispersão do pulgão preto dos citros depende de fatores como comportamento e
alimentação, dentre outros. Este afídio prefere alimentar-se dos terminais recém-desenvolvidos
incluindo folhas e gemas das flores (Tsai et al., 1996).
Michaud (1998) cita como inimigos naturais de T. citricida, os parasitoides Lysiphlebia
japonica Ashmead (Hymenoptera: Aphidiidae) e Lysiphlebus testaceipes (Hymenoptera:
aphidiidae) na Venezuela e no Brasil (Gallo et al.,1988).
3.2.1 Distribuição geográfica do pulgão preto dos citros
O pulgão preto dos citros (Figura 3) ocorre predominantemente nas regiões de trópico
úmido (Gravena, 2005). É originário da África (Tsai et al., 1996; Michaud, 1998) e foi
introduzido na região do Pacífico, incluindo a China, Taiwan, Índia, Japão, Filipinas, Vietnam,
Tailândia, Nepal, Indonésia, Malásia, Siri Lanka, Hawai, Laos, Filipinas, Samoa, Tonga,
Austrália e Nova Zelândia. Este pulgão foi registrado em Camarões, Congo, Etiópia, Gana,
Kenya, Marrocos, Moçambique, Somália, Tanzânia, Túnez, Uganda, Zaire e Zambabwe (Tsai et
al., 1996).
Há registro de pulgão preto dos citros em países do hemisfério ocidental como: Argentina,
Belize, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Repúblia Dominicana, El Salvador.
Também foi encontrado na Flórida, Guadalupe, Guiana, Haiti, Jamaica, Nicarágua, Peru, Porto
Rico, Santa Lúcia, Surinami, Uruguai e Venezuela (Id., ibid.).
No Brasil são encontrados nos 27 Estados nacionais e no Amazonas encontra-se
distribuidos principalmente nos municípios de Iranduba e Manacapuru (IDAM, 2004).
3.2.2 Algumas fórmulas inseticidas para o controle do pulgão preto dos citros
Os pulgões apresentam o rostro articulado e aparelho bucal do tipo sugador labial. O
primeiro par de asas é dividido em duas partes bem distintas, os hemiélitros, sendo a parte
anterior dura e resistente e a outra metade fina e membranosa. Alguns são ápteros, apresentando
desenvolvimento incompleto, alimentando-se das seivas das plantas (fitófagos). Causam danos
direta e indiretamente ao homem, devido as moléstias que transmitem a plantas cultivadas
(Santos et al., 1988).
Algumas fórmulas para o controle dos pulgões, (Santos et al., 1988):
* Fórmula 1:
Emulsão com aguarrás:
Sabão comum – 50g, Aguarrás – 150 g, Querosene – 200g, Água – 1000 g.
Gonzaga, A.D, 2006Figura 3 – Pulgão preto dos citros em mudas de laranja (destaque em círculo)
Preparação: Dissolver o sabão em água quente. Acrescentar o querosene e o aguarrás,
homogeneizar.
Aplicação: Pulverizar os locais onde existem estes insetos.
* Fórmula 2:
Emulsão com potassa e glicerina:
Sabão comum – 50 g, Potassa – 10 g, Querosene – 25 g, Glicerina – 25 g, Água – 240 g.
Preparação: Dissolver o sabão em água quente, juntar os outros ingredientes e homogeneizar.
Aplicação: Pulverização dos lugares onde habitam os percevejos.
3.3 Toxicologia de inseticidas
Os produtos fitossanitários (agrotóxicos ou pesticidas) são substâncias químicas que
podem ter ação fisiológica sobre os organismos vivos, e a importância de seu uso deve ser
equilibrada pela informação dos efeitos que eles podem causar em pessoas que os manipulam nas
fábricas e nos campos, nos consumidores de alimentos eventualmente contaminados com seus
resíduos, nos animais domésticos e silvestres, bem como nos organismos aquáticos e no meio
ambiente (Andrei, 1999).
Eles são introduzidos no meio ambiente obedecendo a critérios técnicos, com o objetivo
de impedir a ação ou destruir direta ou indiretamente formas de vida animal ou vegetal
prejudiciais à agricultura (insetos, ácaros, fungos, plantas daninhas etc.), sendo portanto
substâncias com capacidade de produzir efeitos prejudiciais aos organismos vivos, isto é,
possuem toxicidade (Omoto & Guedes, 1999).
Do ponto de vista toxicológico, eles podem ser mais ou menos tóxicos ao homem,
conforme o estudo de avaliação toxicológica correspondente, realizada no âmbito nacional e
internacional, sob a coordenação da Organização Mundial de Saúde (OMS). O parâmetro
toxicológico mais comum e importante é a dose letal 50 (DL50), geralmente estudada em ratos
albinos e outros animais de laboratório; uma das mais importantes é a aguda oral (quando a
exposição se dá por meio de uma única dose e via oral), havendo ainda a aguda dérmica (quando
a exposição ocorre pela pele) ou a inalatória (pelas vias respiratórias) (Guimarães, 1999).
A DL50 é definida como “a dose que previsivelmente causará uma resposta de 50% em
uma população na qual se procurará determinar o efeito letal”, e sua unidade é mg/Kg (Beeman,
1982).
Para fins de registro de uma determinada formulação de um produto fitossanitário, a
legislação brasileira exige a apresentação tanto de estudos de toxicologia aguda como também de
crônica (Guimarães, 1999).
Com efeito, os inseticidas são mais tóxicos ao homem e aos animais superiores do que os
fungicidas e herbicidas e, freqüentemente, são responsáveis por intoxicações ocupacionais no
campo e nas fábricas. Isso se explica pelo fato de que, tanto em insetos como nos animais
superiores (incluindo-se o homem), os inseticidas têm o mesmo modo e local de ação, que é,
comumente, o sistema nervoso, fato que não ocorre com os fungicidas e herbicidas, que são,
principalmente, destinados a controlar microrganismos vegetais e ervas daninhas, cujo modo de
ação é, de todo, diferente (Chapman, 1998).
3.4 Riscos ao homem e ao meio ambiente associados ao uso de agrotóxicos
O uso intensivo de agrotóxicos tem um alto potencial de impacto negativo, tanto dentro,
quanto fora do agroecossistema. Nos limites do agroecossistema, o uso intensivo de agrotóxicos
aumenta a dependência do seu uso, pois provoca desequilíbrios biológicos que eliminam os
inimigos naturais das pragas e doenças de plantas e animais, favorecendo a reincidência de altas
populações das pragas e patógenos (ressurgência), assim como o aparecimento de novas pragas
que estavam sob controle natural (Campanhola et al., 1998).
Há também o dano causado à saúde das pessoas que manipulam e aplicam os agrotóxicos
no campo, com riscos para o desenvolvimento da resistência das pragas, dos fitopatógenos e das
plantas invasoras, aos agrotóxicos. Isto resulta na necessidade de se utilizar doses mais elevadas,
ou de se misturar agrotóxicos ou ainda de se elevar a freqüência das pulverizações, aumentando
ainda mais o seu potencial de dano ao homem e ao meio ambiente (Chaim et al., 1999).
Externamente aos limites dos agroecossistemas, os agrotóxicos causam danos à saúde do
consumidor e da população em geral, assim como a poluição ou contaminação do solo, da água e
do ar. Os seus efeitos podem se manifestar de diferentes formas e intensidades, intoxicando e
eliminando espécies terrestres e aquáticas e, com isso, interferindo nos diferentes níveis tróficos e
simplificando sistemas biológicos complexos e equilibrados (Graziano, 1999).
O envenenamento humano e as doenças são certamente os maiores impactos causados
pelo uso de agrotóxicos. Um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) registra que
mais de três milhões de pessoas são envenenadas com agrotóxicos a cada ano, com cerca de 220
mil mortes e de 750 mil pessoas que apresentam intoxicação crônica, câncer e problemas
neurológicos (Campanhola et al., 2003). Enquanto os países desenvolvidos utilizam anualmente
cerca de 80% de todo o agrotóxico produzido no mundo (Campanhola et al., 2003), menos da
metade das mortes induzidas por agrotóxicos ocorrem nesses países. Portanto, uma grande parte
dos envenenamentos e mortes causados por agrotóxicos ocorre em países em desenvolvimento,
onde os padrões ocupacionais e de segurança são inadequados. Associado a isto tem-se a
regulamentação e a rotulagem dos agrotóxicos que são insuficientes; o elevado nível de
analfabetismo, a inexistência ou inadequabilidade de infra-estrutura para a lavagem e o uso de
equipamentos de proteção individuais, além de operadores desconhecerem os perigos dos
agrotóxicos à sua saúde (Bull, 1982 apud Pimentel et al., 1993). Ainda no caso específico dos
países em desenvolvimento, estimativas mostram que o número de pessoas intoxicadas por
agrotóxicos chega a mais de 25 milhões (FAO, 1999). Além dessas deficiências, o guia da FAO
(1999) ainda atribui outras razões para os envenenamentos, como o manuseio inadequado dos
resíduos e embalagens de agrotóxicos e a prática comum de se utilizar os recipientes de
agrotóxicos para armazenar alimentos e água (Pimentel et al., 1993).
Os efeitos dos agrotóxicos no homem e nos organismos não-alvo são diretamente
proporcionais à sua concentração e ao tempo de exposição (Campanhola et al., 1998).
3.5 Controle alternativo de pragas
A implantação de agroecossistemas leva sempre à alteração nos ambientes nativos ou
originais, tais como um campo, uma mata ou uma floresta. Um dos problemas mais sérios da
agricultura consiste na manutenção destes novos sistemas dado a sua simplicidade e fragilidade
em relação a agentes físicos e biológicos. Dentre os problemas biológicos, o desequilíbrio de
populações torna-se um aspecto importante quando tratado em nível de pragas e doenças
(Fernandes, 1987).
Ao tempo em que a agricultura era praticada em pequena escala, a importância das pragas
e doenças era mais reduzida. Com o passar do tempo, o homem foi avançando as fronteiras
agrícolas, invadindo o habitat de pragas em potencial. Essa invasão destruiu espécies vegetais que
serviam de alimento ou abrigo tanto para as espécies que se tornariam pragas quanto para os seus
competidores, responsáveis pelo controle e equilíbrio dos níveis populacionais. Assim,
importantes pragas hoje existentes, foram muitas vezes manifestadas pela utilização inadequada
de áreas em equilíbrio ecológico (Guerra, 1985).
As primeiras medidas de controle surgidas foram simples. Baseavam-se na observação
dos agricultores e no uso dos meios disponíveis na propriedade ou em casa, apesar de nem
sempre redundarem em sucesso. Posteriormente, muitas destas medidas foram testadas de um
modo empírico e transferidas como sugestões aos agricultores por estudiosos do assunto. As
sugestões foram fornecidas por cartas e mesmo em revistas e livros (Maranhão, 1986).
Com o advento dos agrotóxicos modernos (inseticidas, fungicidas, bactericidas etc.)
iniciado na década de quarenta com a dedetização, DDT, pareciam estar superados muitos
problemas. A partir de 1940/45 foram introduzidos no Brasil os inseticidas organo-sintéticos,
produtos esses que tiveram larga aceitação tanto no meio rural e urbano. Porém, ao lado dos
beneficios que propiciaram, acarretaram uma série de efeitos paralelos e indesejáveis de modo
que, hoje, seu uso é ponderável na sociedade, que questiona sempre tais produtos sintéticos. Os
efeitos mencionados estenderam-se ao homem e ao ambiente de modo geral (Rego, 1943).
Os médicos indicam estarem os agrotóxicos relacionados a esterilidade masculina, câncer,
perturbações gástricas, lesões hepáticas, mutações, dentre outras (Guerra, 1985).
Os procedimentos atuais de controle às pragas nas lavouras deixam muito a desejar
(Fernandes, 1987). Em primeiro lugar, a nossa agricultura é exposta aos riscos climáticos, o custo
adicional de praguicidas aliado à falta de estruturas e canais eficientes de comercialização,
praticamente inviabilizam a execução frutuosa desse tipo de controle (Fernandes, 1987).
Como decorrência dos aspectos apontados nos paragrafos anteriores, observa-se
atualmente, como anseio social a necessidade de repensar e retornar práticas simples, que antes
davam resultados favoráveis, em relação ao controle de pragas e doenças (Maranhão, 1986).
3.6 Plantas tóxicas no controle de pragas
Após a segunda grande guerra mundial, a agricultura passou a ser uma atividade de
interesse fundamental na economia dos povos. Até então, a única forma de combater as pragas
agrícolas que se conhecia era por meio de plantas e inseticidas. Com o fim da segunda guerra
mundial, os agrotóxicos, antes utilizados para combater insetos e desinfetar áreas de invasão,
foram rebatizados e passaram a se chamar defensivos, para serem empregados em larga escala no
controle das pragas agrícolas (Corradeio, 1998).
Os primeiros inseticidas vegetais utilizados foram a nicotina, a rotenoma e as piretrinas, as
quais deixaram de ser usadas com o surgimento dos inseticidas organo-clorados que se
mostravam mais eficientes e baratos. A retomada dos estudos de técnicas de controle deve-se à
necessidade de novos compostos para uso no manejo de pragas que apresentam menor risco de
contaminação ambiental, resíduos nos alimentos, efeitos prejudiciais sobre organismos benéficos
e do aparecimento de insetos resistentes (Cunha, 1945).
Com o advento dos agrotóxicos iniciados em 1940/45 com destaque ao uso de DDT, as
pragas tornaram-se mais resistentes (Pimentel et al., 1992). Contudo, medida sanitária alternativa
em benefício do homem e do próprio ambiente tem sido uma das preocupações da sociedade
moderna (Penteado, 2000).
Com a crescente importância dos movimentos sociais inspirados no paradigma
ambientalista, nos países industrializados tem havido uma maior preocupação com a melhoria da
qualidade ambiental e dos padrões de produção, com conseqüente aumento na procura por
práticas agropecuárias favoráveis à conservação da qualidade do meio ambiente. Entre essas
práticas tem-se destacado o manejo dos sistemas de produção (ou “produção integrada”) e a
integração de sistemas produtivos em um mesmo espaço (Pimentel et al., 1992). Para o controle
alternativo das pragas, medidas alternativas têm sido testadas (Matos, 1970; Santos et al., 1988;
Penteado, 2000) visando o uso de plantas tóxicas.
Para Schmutter (1988) apud Castiglioni & Vendramim (2003), os produtos derivados de
vegetais com atividades inseticidas são considerados como apropriados para o seu uso no manejo
integrado de pragas por ser menos agressivos ao meio ambiente, com o efeito residual de poucos
dias, além de que a resistência dos insetos a estes produtos são mais lentas.
A toxicidade de uma substância química em insetos não a qualifica necessariamente como
um inseticida. Diversas propriedades devem estar associadas à atividade, tais como eficácia
mesmo em baixas concentrações, ausência de toxicidade frente a mamíferos, ausência de
fitotoxicidade, fácil obtenção, manipulação e aplicação, viabilidade econômica e não ser
cumulativa no tecido adiposo humano e de animais domésticos (Viegas, 2003).
3.6.1 Uso de plantas tóxicas no Brasil
Os estudos de controle de pragas com produtos derivados de plantas foram retomados após
a constatação de graves problemas de contaminação ambiental. Essas contaminações são
causadas, majoritariamente, pela utilização de produtos químicos, pesticidas e fertilizantes na
agricultura moderna industrializada.
Já nos tempos do rei Jerjes da Pérsia, em aproximadamente 400 aC., o piretro, derivado do
crisântemo (Chrysanthemum cinerariafolium família Asteraceae), era utilizado com o nome “Pó
(polvos) da Pérsia” (Viegas, 2003). De acordo com Lagunes & Rodriguez (1992), os primeiros
fitoinseticidas utilizados foram a nicotina extraída de Nicotiana tabacum (Solanaceae), a
rianodina extraída de Ryania speciosa (Flacourtiaceae), a sabadina e outros alcalóides extraídos
de Schoenocaulon officinale (Liliaceae), as piretrinas extraídas do piretro C. cinerariaefolium e a
rotenona extraída de Derris spp. e Lonchocarpus spp. Algumas plantas têm contribuído para o
controle de pragas fornecendo ingredientes ativos inseticidas ou, ainda, como base para a síntese
de novas moléculas para o uso na agricultura, como por exemplo, a planta Physostigma
venenosum (Fabaceae), utilizada para a síntese de inseticidas carbamatos (Silva, 1990).
Na década de 50, relacionou-se cerca de 2.000 plantas (distribuídas em 170 famílias) com
atividade tóxica para diversos insetos (Maranhão, 1954). De acordo com esse autor, os inseticidas
comerciais de origem vegetal eram obtidos principalmente de cinco famílias botânicas:
Solanaceae, Compositae, Leguminosae, Chenopodiaceae e Liliaceae, das quais se extraíam
respectivamente, a nicotina, piretro, timbó, heléboro e anabasina. Grainge & Ahmed (1988)
catalogaram 2.400 espécies de plantas com propriedades úteis no controle de insetos, além de
listarem cerca de 800 pragas controladas por essas plantas e, ainda, 100 plantas com outras
substâncias químicas reportadas no controle de doenças e nematóides parasitas do homem e de
animais. Schumutterer (1988) citou as famílias Meliaceae, Asteraceae, Labiaceae,
Aristolochiaceae e Annonaceae como principais fontes de princípios ativos inseticidas.
Os derivados botânicos podem causar diversos efeitos sobre os insetos, tais como
repelência, inibição de oviposição e da alimentação, alterações no sistema hormonal, causando
distúrbios no desenvolvimento, deformações, infertilidade e mortalidade nas diversas fases. A
extensão dos efeitos e o tempo de ação são dependentes da dosagem utilizada, de maneira que a
morte ocorre nas dosagens maiores e os efeitos menos intensos e mais duradouros nas dosagens
menores. A utilização de doses sub-letais causa redução das populações em longo prazo e
necessita de menores quantidades de produtos. As doses letais muitas vezes tornam sua utilização
inviável pela grande quantidade necessária. A eficiência da utilização de qualquer bioinseticida
aumenta quando as lavouras são monitoradas regularmente, e o produto é aplicado em
populações menores, com indivíduos no início do desenvolvimento. Dependendo da espécie
vegetal e do tipo de utilização, os derivados pesticidas podem ser utilizados sob forma pura, em
estado de maceramento, em forma de pós ou de extratos (especialmente em soluções aquosas),
além de outras formas especificas condições que facilitam o manuseio e a utilização (Rodrigues,
1995).
No Brasil, há atualmente, inúmeras pesquisas sobre o potencial fitoinseticida de algumas
plantas nativas. Investigações sobre a utilização de extratos da pimenta-do-reino Piper nigrum
(Piperaceae) na proteção de grãos contra a traça-dos-cereais Sitotroga cerealela, Olivier
(Curcubitaceae) obteve resultados promissores (Boff & Almeida, 1995), assim como sobre as
larvas de Culex (Culex) quinquefasciatus Wiedmann, vetor da filariose bancroftiana (Chahad &
Boff, 1994). Para o controle do bicudo do algodoeiro, Anthonomus grandis Burks, comprovou-se
o potencial dos extratos de Melia azedarach (Meliaceae) (cinamomo), Chenopodium
ambrosioides (Chenopodiaceae) (erva de santa maria) e principalmente dos frutos de P. nigrum
(pimenta preta), para uso em programas de manejo de populações de insetos (Fernandes et al.,
1993). A mamona Ricinus communis L., demonstrou ser eficiente no combate a formigas
cortadeiras em testes feitos por Hebling (1996). A canela, Cynnamomum zeylanicum (Liliaceae),
demonstrou ter efeito repelente sobre Zabrotes subfasciatus Boh., praga de grãos armazenados,
em testes desenvolvidos em laboratório por Oliveira et al., (2000). Os ingredientes ativos
contidos nas folhas de Eucaliptus citriodora (Myrtaceae) e outras espécies do gênero se
mostraram promissores para o controle tanto de pragas de grãos armazenados quanto de formigas
cortadeiras do gênero Atta (Nakano & Cortez, 1997; Anjos & Santana, 1994).
A família botânica Meliaceae é atualmente muito investigada, por possuir muitas espécies
que são fontes de princípios ativos com propriedades inseticidas e diferentes modos de ação em
relação a muitas espécies de insetos (Rodrigues, 1995). Destaca-se entre estas, a Azadirachta
indica, conhecida popularmente como nim (Koul et al., 1990). Os derivados dessa planta têm
sido usados tradicionalmente por agricultores, na Ásia e África, contra insetos nocivos à
produção agrícola. Originária das regiões áridas da Índia, essa planta é utilizada, numa prática
antiga e corrente naquele país, em culturas de subsistência. Nessa perspectiva, as folhas secas do
nim são misturadas com grãos armazenados ou seus frutos são esmagados nas paredes dos
armazéns, para evitar danos provocados por insetos. Possui alta capacidade como inseticida e é
capaz de exercer diversos modos de ação sobre os insetos, tais como: inibição alimentar, inibição
da síntese do ecdisônio, inibição da biosíntese da quitina, deformações em pupas e adultos,
redução da fecundidade e longevidade de adultos, alterações na capacidade de atração dos
feromônios, esterilização e inibição de oviposição, diminuição da transmissão de vírus e
mortalidade (Schmutterer, 1988; Rodrigues, 1995).
Planta nativa das matas da Amazônia, Venezuela e América Central, a quina ou Quasia
amara (Simaroubaceae) é comumente encontrada nos quintais dessas regiões, devido ao uso
medicinal feito pela população. A quina é indicada, na bibliografia científica como repelente de
moscas e no controle de pulgões, pequenos insetos fitófagos e polífagos muito comuns em
lavouras e plantas ornamentais. Para se sublinhar a importância do conhecimento popular para o
desenvolvimento da ciência, note-se que, no ano de 1995, um pequeno agricultor observou, no
Estado do Pará, grande quantidade de gafanhotos mortos sob uma árvore de quina, cujas folhas
tinham sido devoradas (Schmutterer, 1988).
A manipueira, líquido de aspecto leitoso derivado da indústria da farinha de mandioca M.
esculenta (Euphorbiaceae), contém goma, glicose e outros açucares, proteínas, células
descamadas das raízes, ácido cianídrico e derivados cianogênicos, sais minerais e substâncias
orgânicas diversas. Estudos demonstram sua utilidade na agricultura por sua eficiência como
inseticida, nematicida, e também são salientadas suas propriedades fertilizantes, decorrentes de
uma composição química na qual se encerra a maioria dos macro e micro nutrientes (Ponte,
1999). Testes também mostram a sua eficiência inseticida para a cochonilha de carapaça Coccus
hesperidium L., para o pulgão preto T. citricida e para a cochonilha escama-farinha Pinaspis
aspidistrae Sing (Ponte et al., 1998).
Outras plantas de importância toxicológicas e econômicas pertencentes a outras famílias
botânicas têm se destacado no Amazonas, como por exemplo, P. marcgravii (Rubiaceae),
conhecida como erva -do- diabo ou erva-de-rato (Tokarnia et al., 1979).
3.6.2 A erva-de-rato (Palicourea marcgravii St. Hill)
A P. marcgravii St. Hil. Pertence à família Rubiaceae é conhecida popularmente como
“cafezinho”, “café bravo”, “erva do café”, “roxa”, “roxona” e “vick” (Hoehne, 1932).
É um arbusto com até 1,5 m de altura, caule lenhoso e nodoso, quebradiço e seco. Suas
folhas são oblongo-lanceoladas às vezes arroxeada no dorso, quando jovens. As
inflorescências são em panículas, com flores amarelo-vermelho-arroxeadas (Figura 4). Tanto
o caule como as folhas exalam nítido odor de salicilato de metila, cheiro característico do
“Balsamo de Bengué”, quando esmagados; nervação peninérvea (Penteado, 2001).
Os frutos são em bagas globosas, inicialmente vermelhos passando a roxo-escuro,
quase preto na maturação (Oliveira et al., 2004).
A espécie P. marcgravii é nativa do Brasil, ocorrendo em praticamente todo o país,
exceto no extremo Sul e sertão do Nordeste, em áreas onde não tem enchentes. Devido à
necessidade de sombreamento cresce apenas em matas, principalmente nas bordas, em
capoeiras e ainda em pastos recém formados, não sendo encontrada em área de várzea e nem
nas abas de terra firme (Hoehne, 1932). Foi considerada por Dobereiner & Tokarnia (1959)
como sendo a planta tóxica mais importante da Amazônia pela sua toxicidade em herbívoros.
É a maior causadora de envenenamento do gado brasileiro, o que lhe confere importância
econômica. A intoxicação geralmente ocorre quando estes penetram em matas ou capoeiras onde
existe a planta, ou quando os animais são colocados em pastos recém formados, em áreas antes
ocupadas por mata. A planta possui boa palatabilidade, já que os bovinos a ingerem em qualquer
época do ano, mesmo com forrageio abundante. A dose letal para os bovinos é em torno de 1
grama das folhas frescas por quilograma de peso do animal. Foi constatado que a planta
dessecada também é tóxica (Dobereiner & Tokarnia, 1959; Penteado, 2001).
Após a ingestão desta planta, a intoxicação de bovinos e outros animais é geralmente
superaguda, conhecida como síndrome da morte súbita (Penteado, 2001). Esses sintomas
consistem em queda repentina do animal no chão, sobrevindo a morte dentro de poucos minutos.
Em alguns casos o animal mostra desequilíbrio, tremores musculares, respiração ofegante
(Tokarnia & Dobereiner, 1978).
Os sinais neurotóxicos provocados na morte súbita, segundo Eckschmidt et al. (1989), são
conseqüências da ação do fluoricitrato, metabólito dos fluoracetatos. Esse metabólito inibe duas
importantes enzimas do ciclo de krebs: a aconitase, que catalisa o metabolismo do citrato, e a
Figura 4 - Palicourea marcgravii St. Hill com inflorescência (seta detalhe da inflorescência).
Gonzaga, A.D, 2005
succinato desidrogenase, que catalisa o metabolismo do succinato. As inibições dessas duas
enzimas e as subseqüentes formações do bloqueio do ciclo de krebs levam a uma diminuição do
metabolismo da glicose, do armazenamento de energia e da respiração celular.
Os órgãos que apresentam altas taxas metabólicas, como o coração, os rins e o cérebro, são
os mais suscetíveis aos efeitos tóxicos do fluoricitrato – ácido monofluoracético (Ellenhorn &
Barceloux, 1988). A intoxicação, apesar de muito descrita em animais, é rara em seres humanos.
O tratamento limita-se à aplicação de carvão ativado, sendo recomendadas medidas de
emergência para o controle das alterações cardíacas. Em tempo ágil, devem ser feitas lavagem
gástrica e aplicação de demulcentes (Oliveira et al., 2004).
3.6.2.1 Ácido monofluoracético
P. marcgravii é a principal planta que envenena o gado brasileiro (Tokarnia et al., 1979).
Esta planta causa sinais neurotóxicos, como depressão, descoordenação motora, apreensão
(ataques) e morte (Górniak et al., 1986). Apesar do número limitado de publicações a respeito
dos princípios ativos desta planta, os responsáveis pelos sinais neurotóxicos são o ácido
monofluoracético (Oliveira, 1963; Hall & Cain, 1972) e a cafeína (Górniak et al., 1986). Os
efeitos do extrato da P. marcgravii e das soluções do ácido monofluoracético foram comparados
em ratos para verificar a intoxicação aguda.
Foram usados ratos fêmeas com peso de 180-220 g, semelhantes entre si, depositados em
gaiolas de malha de arame (16 x 30 x 18 cm, 3 ratos por gaiola) com iluminação e acesso livre
para comida e água (Eckschmidt et al., 1989).
O extrato da P. marcgravii foi preparado de folhas secas coletadas em Salvador, Estado
da Bahia, Brasil. As folhas foram misturadas em água destilada por um período de 12 h e então
filtradas por gaze, tendo, portanto o extrato puro. O ácido monofluoracético (Sigma chemical
Co., St. Louis, MO) foi diluído em água destilada. Foram construídas curvas de dose-resposta
para ambos os produtos: P. marcgravii (500, 600, 800, 1200 e 1300 mg/kg) e ácido
monofluoracético (0,66, 0,76, 0,91, 1,09 e 1,20 mg/kg). Depois das exposições, os animais (n = 6
por tratamento) foram observados por 10 h para a verificação das alterações de comportamento e
para o aparecimento de convulsões. O método de Litchfield e Wilcoxon (5) foi usado para
construção da dose-resposta. As curvas de dose-resposta foram comparadas quantitativamente
determinando o DL50, dose que causa convulsões em 50% dos animais dentro do limite de
confiança de 95% (Litchfield & Wilcoxon, 1949).
As curvas de dose-resposta obtidas nos efeitos de convulsão da P. marcgravii no extrato
puro e as soluções de ácido monofluoracético foram paralelas (Tabela 1). A semelhança dos
declives sugere que os mecanismos de convulsão de ambos os produtos sejam qualitativamente o
mesmo. Como esperado, uma comparação da Dose letal mediana, DL50 calculada para cada
substância mostrou que o ácido monofluoracético é o dobro (700) mais potente que a P.
marcgravii no extrato puro (Tabela 1). Foi verificado um padrão de comportamento comum
observado em P. marcgravii e ácido monofluoracético, ambos causaram a intoxicação em ratos,
1h depois de administração das doses, os animais pareciam estar deprimidos, com respiração
ofegante, espasmos musculares anormais durante aproximadamente 30 minutos (Eckschmidt et
al., 1989). Também foi observado defecação e urinação em alguns casos. Convulsões começaram
aproximadamente 3 h depois da intoxicação (dependendo da dose), ocorrendo à morte de alguns
ratos em aproximadamente 40 a 80 min após o início da convulsão (Eckschmidt et al., 1989).
Estes resultados sugerem fortemente que os sinais neurotóxicos causados por P.
marcgravii são uma conseqüência da presença de ácido monofluoracético nas folhas desta planta.
Os monofluoracetatos são venenos metabólicos que podem ser enzimaticamente convertidos a
ácido fluoracético e bloqueiam o ciclo do ácido tricarboxílico inibindo a enzima aconitase
(Goldberg et al., 1966; Peters, 1957).
Tabela 1 - Comparação de curvas de dose-resposta de convulsões obtidas em ratos (n=6/ cada 5
doses) através da administração oral do extrato puro de P. marcgravii e de ácido
monofluoracético.
Fonte: Eckschmidt et al. (1989).
Tratamento CD50 (mg/kg) Relação dos CD50 SlopeP. marcgravii 630 (508,0 - 781,0) 1 1,39 (1,08 - 1,79)Ácido
monofluoracético
0,90 (0,76 - 1,06) 700 1,28 (1,07 - 1,54)
3.6.3 A Mandioca (Manihot esculenta Crantz)
A manipueira de mandioca (Figura 5) faz parte da família Euphorbiaceae, é um líquido de
aspecto leitoso e cor amarelo-clara que escorre das raízes da mandioca (M. esculenta Crantz),
devido a prensagem das mesmas, para à obtenção da fécula ou da farinha de mandioca. É um
subproduto ou resíduo da industrialização da mandioca, que, fisicamente, se apresenta na forma
de suspensão aquosa e, quimicamente, como uma miscelânia de compostos: goma (5 a 7%),
glicose e outros açúcares, proteínas, células descamadas, ácido cianídrico e derivados
cianogênicos, substâncias orgânicas diversas e diferentes sais minerais (Magalhães, 1993).
A manipueira contém um glucosídeo cianogênico – a linamarina, do qual se originam o
ácido cianídrico (HCN), que é bastante volátil e os cianetos (Tabela 2). São os cianetos que
respondem pelas ações inseticidas, acaricida e nematicida do composto, enquanto o enxofre,
presente em larga quantidade (cerca de 200 ppm), garante-lhe a destacada eficiência como
fungicida, sem o comprometimento da presença, em menor escala, de outras substâncias que
exercem, também, ação antifúngica, tais como cetonas, aldeídos, cianalaninas, lectinas e outras
proteínas tóxicas, inibidoras de amilases e proteinases, que atuam como ingredientes ativos
complementares. Ademais, o enxofre tem, também, ação inseticida-acaricida. Na atualidade, a
manipueira, quando investida nas funções de pesticida, vem sendo empregada em sua forma
natural, tal como é recolhida da prensa, na casa-de-farinha. Não sofre qualquer beneficiamento,
quer físico ou químico, salvo eventuais diluições em água, quando necessárias ou aconselháveis,
Figura 5 – Manipueira - Resíduo tóxico da mandioca
Gonzaga, A.D, 2006
a fim de obter-se maior rendimento ou prevenção de efeitos fitotóxicos em plantas de compleição
mais delicada (Ponte, 1999).
A manipueira pode ser estocada, à temperatura ambiente, por um período de três dias, sem
prejuízo de sua potencialidade nematicida ou pesticida em geral (Ponte & Franco, 1983).
Todavia, em refrigerador (8 a 10 ºC), o período de estocagem pode estender-se por 60 ou mais
dias, sem que haja fermentação do composto e, por conseqüência, sem perda dessa potencialidade
(Magalhães, 1993).
Muitos testes bem sucedidos, envolvendo, inclusive insetos pragas de maior porte como a
lagarta-peluda (Agraulis spp.) mostraram que a manipueira é um bom inseticida (Ponte, 1999).
Estudos realizados no Ceará mostraram que a manipueira controla o pulgão-preto (Toxoptera
citricida) e a cochonilha “escama farinha” (Pinnaspis aspidistrae Sign), presentes em culturas de
importância econômica para a citricultura. As concentrações utilizadas foram de 50% e 100%
(manipueira pura) (Ponte et al., 1998).
Tabela 2 - Composição química da manipueira (média 20 amostras analisadas).
Componente (ppm) Quantidade
Nitrogênio (N) 425,5
Fósforo (P) 259,5
Potássio (K) 1853,5
Cálcio (Ca) 227,5
Magnésio (Mg) 405,0
Enxofre (S) 195,0
Ferro (Fe) 15,3
Zinco (Zn) 4,2
Cobre (Cu) 11,5
Manganês (Mn) 3,7
Boro (B) 5,0
Cianeto livre (CN-) 42,5
Cianeto total (CN) 604,0** 55,0 mg/litro, em média (Fonte: Ponte, 1992).
3.6.3.1 A Manipueira como nematicida
A manipueira foi testada pela primeira vez como nematicida em 1979, com os nematóides
das galhas Meloidogyne spp., vermes que se situam entre os mais tolerantes aos nematicidas
comerciais (Ponte et al., 1979).
Logo nesta primeira investigação, a manipueira já revelava uma enérgica potencialidade
nematotóxica. Este teste preliminar envolveu o cultivo de plantas de quiabo (Hibiscus esculentus
L.) em solos envasados que haviam sido, previamente, infestados de nematóides das galhas. Nos
anos subseqüentes, essa enérgica potencialidade nematicida seria comprovada, em seguidos testes
feitos em casa de vegetação e no campo, envolvendo hospedeiros altamente suscetíveis a tais
vermes: tomateiro (Lycopersicon esculentum Nill), cenoura (Daucus carota L.) entre outros
(Ponte & Góes, 2002).
Além da comprovação da utilidade da manipueira como nematicida, vários pontos
correlatos à sua aplicação para este fim foram esclarecidos: dosagem ideal, tempo útil de
estocagem do composto, composição da manipueira, interferência com bactérias fixadoras de N,
efeitos residuais e influência na fertilidade do solo, conforme relata Ponte (2000a).
A manipueira revelou-se um nematicida tecnicamente excelente, sobre ser inócuo e de
baixíssimo custo, quando comparada aos nematicidas comerciais, sempre poluentes e caros
(Ponte et al., 1979).
3.6.3.2 A Manipueira como fungicida
Teve início os estudos da manipueira como fungicida em 1993, onde foi realizado um
experimento com a mandioca no controle do Oídio do urucum (Bixa orellana L.), doença causada
pelo fungo Oidium bixae Viégas, um ectoparasita de marcante patogenicidade. Os resultados
obtidos revelaram ser a manipueira tão eficiente quanto o oidicida sintético (pyrazophos), então
usado como parâmetro de controle (Santos & Ponte, 1993).
Oidium anacardii Noack, fungo patogênico ao cajueiro (Anacardium occidentale L.), foi
rigorosamente controlado pela manipueira pura ou em diluição aquosa 1:1 (Ponte & Góes 2002).
Outras bem sucedidas avaliações da manipueira como fungicida foram relatadas por Ponte
& Góes (2000 e 2002), envolvendo, respectivamente, fungos de “ferrugem” e “antracnose”:
Uredo crotonis P. Henn e Glomerella cingulata (Ston.) Spauld e Schrenk., sobre plantações de
cróton de jardim (Croton variegatus L.) e cajueiro. No primeiro caso, uma única aplicação do
composto foi suficiente para prevenir, durante três semanas, o surgimento de novas pústulas de
ferrugem. No segundo, seis aplicações, a intervalos semanais, suprimiram praticamente o
aparecimento de novas lesões foliares de antracnose.
3.6.3.3 A Manipueira como inseticida
O início dos estudos da manipueira como inseticida se deu em 1988, no controle da
cochonilha de carapaça-marrom (Coccus hesperidum L.). Na oportunidade, uma única
pulverização com manipueira pura (não diluída em água), sobre copas de limoeiro-galego (Citrus
aurantifolis Swingle) infestadas por tal cochonilha, foi suficiente para eliminar toda a população
deste coccídeo (Ponte et al., 1979).
Seguiram-se vários outros testes, todos igualmente bem sucedidos, envolvendo, inclusive,
insetos pragas de maior porte, a exemplo da lagarta peluda (Agraulis spp.) das passifloráceas,
outras pragas que se notabilizaram por marcante tolerância aos inseticidas tópicos em geral, a
exemplo do piolho-branco (Orthezia insignis Browe) que, a par de extremamente agressivo, só é
controlado mediante composto sistêmico de alta toxicidade, daqueles que exigem seis meses de
carência (Ponte, 2000a).
Muitos outros insetos-pragas foram, também, objeto de ensaios experimentais com
manipueira, invariavelmente com resultados positivos de controle: T. citricida (pulgão preto dos
citros), Pinnaspis aspidistrae (cochonilha escama-farinha), Scrobipalpula absoluta Meirink
(traça do tomateiro) (Ponte, 2000b).
3.6.3.4 Produção de ácido cítrico a partir da manipueira
O ácido cítrico é utilizado em grande escala pelas indústrias de alimentos, refrigerantes,
produtos farmacêuticos e outras em que o íon citrato propicia a formação de uma variedade de
moléculas complexas, que possuem a capacidade de seqüestrar e inativar íons metálicos. Devido
a estas propriedades, o ácido cítrico é adicionado em sistemas reacionais objetivando controlar
efeitos indesejáveis, que poderiam ocasionar alterações de cor, aparência, estabilidade etc.,
prejudicando o produto final (Cabello & Cereda, 1989).
A produção de ácido cítrico é bastante conhecida, sendo obtida quase que exclusivamente
por processo de biosíntese, utilizando microorganismos selecionados e melhorados para
apresentar alto desempenho na transformação de carboidratos em ácido cítrico. O principal dentre
estes microorganismos utilizados é o fungo imperfeito, o Aspergillus niger, cujas condições de
produção do ácido cítrico foram observadas pela primeira vez por Currie, em 1917. A partir dessa
época, desenvolveu-se toda uma metodologia de produção pelo método de cultivo de micélios do
fungo em superfície de meio contendo nutrientes e uma significante disponiblidade de
carboidratos. Esta colônia de fungo, desenvolvendo-se simultaneamente, biossintetizava o ácido
cítrico excretando-o ao meio de cultivo, que, por sua vez, era sistematicamente trocado quando
apresentava concentrações predeterminadas deste ácido (Kubicek & Rohr, 1986).
As indústrias de farinha de mandioca e as fecularias produzem um efluente líquido
altamente tóxico, contendo matéria orgânica biodegradável, que, ao ser lançado num curso
d’água, entra em decomposição, aumentando a demanda bioquímica de oxigênio. A presença de
um glicosídio tóxico, a linamarina, torna o resíduo potencialmente apto a causar sérios prejuízos
ecológicos. Na hidrólise da linamarina ocorre liberação de ácido cítrico, que inibe a cadeia
respiratória no nível dos citocromos, tornando o meio altamente tóxico para microorganismos
aeróbios como o fungo A. niger. Agentes físicos enérgicos, tais como pressão, temperatura e pH
adequado, fazem romper ligações do tipo beta entre a glicose e radical cianeto (Ikediobi &
Onyike, 1982).
Para cada tonelada de mandioca processada, são produzidos 300 litros de líquido residual
por uma fábrica de farinha e cerca de 600 litros por uma fábrica de extração de fécula. Apresenta
potencial poluidor equivalente a um índice populacional de 150 a 250 habitantes/dia, que
expresso em termos de demanda biológica de oxigênio (DBO) pode chegar a 30.000 mg/litro
(Cereda, 1990). Além da carga poluidora, a manipueira apresenta em média 130 ppm de cianeto,
quando originária de uma fecularia, e 280 ppm, quando originária de uma fábrica de farinha de
mandioca (Cabello, 1991).
O custo do tratamento das águas residuárias é elevado, sendo pouco viável para indústrias
de médio e grande porte e totalmente inviável para pequenas indústrias, sendo de grande
importância a busca de aplicações que transformem a manipueira de resíduo a um subproduto,
portanto, gerando lucros e minimizando o impacto ambiental na fabricação de farinha e/ou fécula
de mandioca (Cabello, 1991)
A utilização da manipueira como substrato na biossíntese de ácido cítrico pelo fungo A.
niger, foi testada pela primeira vez por Cabello & Cereda (1989), que constaram sua
potencialidade. Posteriormente, Cabello (1991) verificou a evolução da produção deste ácido,
através de fermentação submersa monitorada por computador e observou a viabilidade do uso da
manipueira recém-coletada enriquecida com sacarose, como substrato para a biossíntese de ácido
cítrico (Cereda, 1990).
A possibilidade de uso da manipueira como meio de cultura para a obtenção do inóculo na
biossíntese de ácido cítrico foi testada por Leonel et al (1991), que constataram a viabilidade do
uso da manipueira recém coletada na fábrica, adicionada de água, 10% de sacarose e ágar, como
meio de cultura para linhagens de A. niger.
Para que se torne viável o uso da manipueira como substrato na produção de ácido cítrico,
estão sendo realizadas pesquisas que visam caracterizar a manipueira armazenada em condições
naturais, com o objetivo de conhecer as alterações ao longo do tempo e a sua influencia na
utilização do resíduo como substrato (Leonel, 1993).
Existem perspectivas da utilização de outros microorganismos como agente na biossíntese
do ácido cítrico, como o Saccharomyces sp., que talvez possam se adaptar melhor à manipueira,
produzindo quantidades de ácido cítrico de interesse para a indústria. O amido presente na
manipueira poderia ser mais rapidamente hidrolisado, com a adição de enzimas amilolíticas,
tornando o substrato mais rapidamente adequado aos requerimentos nutricionais dos
microrganismos de biossíntese utilizados (processo SSF), otimizando a excreção de ácido cítrico
(Cereda, 1990).
3.6.3.5 Ácido cianídrico
O ácido cianídrico, no estado puro, apresenta-se sob a forma de um líquido ou de um gás
incolor, muito volátil, exalando um odor característico de amêndoas amargas, habitualmente
detectável a uma concentração de 1 ppm (Cabello & Cereda, 1989).
Muito solúvel na água, utiliza-se geralmente sob a forma de soluções aquosas, sendo
miscível com o álcool etílico e o éter sulfúrico (Currie, 1917). O ácido cianídrico, rigorosamente
puro, seria um produto estável; contrariamente as soluções comerciais não estabilizadas,
polimerizam dando origem a um depósito castanho-escuro.
A presença da água e de certos produtos de reação alcalina acelera o processo. Este é
exotérmico, autocatalítico e pode desenvolver-se com violência (explosão). É por isso que, na
maioria dos casos, se estabiliza o ácido cianídrico adicionando-lhe 0,05 a 1%, em peso, de ácido
fosfórico; podem igualmente utilizar-se os ácidos fórmico ou acético à razão de 1 a 5%. O ácido
cianídrico incendeia-se no ar, dando anidrido carbónico e azoto. Por oxidação controlada obtém-
se ácido ciânico (Cereda, 1990).
O ácido cianídrico utiliza-se no fabrico de numerosos produtos como: inseticidas,
acrilonitrilo e derivados acrílicos, cianetos metálicos, ferrocianetos, derivados de adicção
diversos etc (Williams, 1979).
As vias de penetração são: inalação, ingestão e cutânea.
É um dos tóxicos mais violento que se conhece. Esse ácido e seus sais são usados na
indústria (extração de metais nobres, galvanização de metais, endurecimento do aço), no
combate a pragas (por exemplo, ratos de navios), e para pulverização das plantas cítricas
(Ikediobi & Onyike, 1982).
O ácido cianídrico pode aparecer também em forma composta nos caroços de amêndoas
amargas, pêssegos, ameixas, cerejas, damascos e outras frutas, o que as torna potencialmente
perigosas (Williams, 1979).
Dado que o ácido cianídrico é um composto extremamente inflamável, pode formar
misturas explosivas com o ar nos limites de 6 a 41% em volume. Recomenda-se, assim, que esta
substância e os vapores que podem libertar-se, sejam mantidos afastados de qualquer fonte de
inflamação. Os incêndios que provocam são extremamente perigosos devido ao risco de
intoxicação (Currie, 1917).
Nas formas mais ou menos agudas de intoxicação por inalação de ácido cianídrico, os
sintomas podem ir da sensação de fadiga e de vertigens até ao estado de embriaguez, brutal perda
de conhecimento, bem como a convulsões, podendo sobrevir à morte, precedida de coma
profundo (Cereda, 1990).
A ausência de sinais de gravidade não significa que deva subestimar-se o perigo, isto é,
deverá proceder-se do mesmo modo à evacuação dos locais de trabalho e a uma verificação dos
teores atmosféricos (Leonel, 1993).
De modo geral, pensa-se que taxas atmosféricas superiores a 50 ppm respiradas durante
mais de meia hora representam um risco importante e que 200 a 400 ppm ou mais, durante alguns
minutos, constituem concentrações susceptíveis de provocar imediatamente a morte (Id., ibid.).
Quanto à exposição crônica aos vapores de ácido cianídrico parece que no meio
profissional pode dar origem a perturbações de ordem geral, digestiva e oculares. O contacto da
pele com soluções líquidas pode provocar dermatoses (Cereda, 1990).
O Ministério Francês do Trabalho fixou para o ácido cianídrico os valores limites de
exposição média que podem ser admitidos na atmosfera dos locais de trabalho, respectivamente
10 ppm e 2 ppm (Leonel, 1993).
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Área de estudo
O experimento (bioensaios) foi realizado em casa de vegetação rústica (Figura 6), telada
(12m x 4m), com uma cobertura de plástico permitindo 80% de luminosidade, e localizada na
Coordenação de Pesquisas em Ciências Agronômicas (CPCA) no Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia, INPA, Zona Leste da cidade de Manaus, Amazonas.
O material vegetal e os insetos foram coletados nos Municípios de Manaus e Manacapuru,
Am, pois nestes municípios, de acordo com os dados do IDAM (2004), tanto a praga como os
plantios de citros ocorrem com freqüência.
Figura 6 – Casa de vegetação rústica localizada no INPA/CPCA, destinada ao cultivo de plantas, criação de insetos e realização dos bioensaios.
Gonzaga, A.D, 2006
4.2 Coleta dos insetos
Os insetos foram coletados em plantas de laranjeiras (Citrus sinensis) localizadas aos
arredores de Manaus, na fazenda experimental da Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
localizada no Km 38 da BR-174, estrada que liga Manaus a Presidente Figueiredo, na Fazenda
Brejo do Matão, situada na BR 174, Km 15 e na Embrapa Amazônia Ocidental, AM 010 Km 29.
Amostras de ramos de C. sinensis foram coletadas e armazenadas em sacos plásticos,
devidamente etiquetados (data, horário, local) e transportados até a casa de vegetação, onde os
insetos foram repassados para as mudas de C. sinensis hospedeiras (Figura 7). A progênie destes
insetos gerada na casa de vegetação foi utilizada nos bioensaios.
Os insetos mortos no decorrer do experimento (aplicação dos extrados vegetais por
pulverização via de contato e translaminar) foram armazenados em álcool a 70% e foram
identificados utilizando a chave de identificação de Stoetzel (1994). Esses insetos foram
depositados no laboratório de entomologia agrícola do INPA/CPCA para compor uma coleção
entomológica.
As mudas de citros utilizadas no experimento foram plantadas em garrafas do tipo Pet, e
protegidas por tecido de filó para evitar a fuga dos pulgões.
Figura 7 – Mudas de laranja infestadas com pulgão preto, plantadas em garrafas Pet protegidas por filó alojadas em casa de vegetação.
Gonzaga, A.D, 2006.
Gonzaga, A.D, 2005
4.3 Coleta da Mandioca e Erva-de-rato
Amostras de plantas de M. esculenta e P. marcgravii (folhas) foram prensadas para a
confecção da exsicata com fins de identificação e catalogação. Estas exsicatas após catalogadas
foram depositadas na coleção do herbário INPA
4.3.1 Obtenção de Manipueira
A manipueira usada neste trabalho foi obtida diretamente em agroindústria localizada na
rodovia AM - 010, KM 48, Ramal do Sossego, na propriedade do Senhor Modesto.
Na propriedade agrícola, as raízes de mandioca das variedades tucumã e tracajá, foram
coletadas no dia anterior, lavadas e descascadas manualmente. As raízes descascadas foram
trituradas em “caititu” triturador movido manualmente. A massa pastosa obtida a partir dessa
trituração foi fortemente prensada, em uma prensa de madeira acionada manualmente e extraída a
manipueira que foi coletada em uma bacia plástica (Figura 8). Em seguida, esse material foi
acondicionado (recuperado) em frascos plásticos e armazenado sob refrigeração
(aproximadamente 10o C) em laboratório por um período de cinco dias.
Figura 8 - Manipueira sendo processada para a confecção de farinha na comunidade Palestina, Manacapuru, Amazonas (detalhe da manipueira na seta).
Gonzaga, A.D, 2005
4.3.2 Obtenção da Erva-de-rato
As folhas da erva-de-rato foram coletadas na Rodovia BR 174 Km 29, sendo colocadas em
sacos plásticos, devidamente etiquetados (data, local e horário) e encaminhadas ao laboratório de
Entomologia Agrícola (INPA/CPCA).
4.4 Produção de mudas de citros (Citrus reshni Hort.) para uso em bioensaio
As mudas de Citrus reshni (tangerinas) foram obtidas no viveiro da Embrapa Amazônia
Ocidental (Figura 9) com a idade de três meses. Foram replantadas em vasos plásticos, com
substratos regionais adquiridos no mercado de Manaus, cuja análise química realizada no
laboratório de solos da Embrapa Amazônia Ocidental (Tabela 3) mostrou baixos níveis de
nitrogênio (N).
Figura 9 – Mudas de citros com três meses de idade utilizadas.
Gonzaga, A.D, 2006
A análise foi realizada para homogeneizar as mudas de citros, pois todas as 1100 mudas
utilizadas, sendo 550 em cada bioensaio (pulverização via de contato e translaminar),
apresentaram as mesmas características. Como a taxa de nitrogênio apresentou-se baixa, foi
realizada uma adubação com esterco de galinha em todas as mudas. Silva et al (2004),
recomendam adubações principalmente das fontes de nutrientes mais solúveis e a utilização de
práticas que visem diminuir estas perdas.
Tabela 3 – Análise realizada no laboratório de solos da Embrapa Amazônia Ocidental
descrevendo os componentes do substrato das mudas de citros (Citrus reshni) utilizados nos
bioensaios.
Elementos ValorpH (H2O) 5,72Carbono (C) 172,81 g/kgMatéria orgânica (M.O.) 297,23 g/kgNitrogênio (N) 3,99 %Potássio (K) 50 mg/dm3
Fósforo (P) 13 mg/dm3
Sódio (Na) 9 mg/dm3
Cálcio (Ca) 10,78 cmolc/ dm3
Magnésio (Mg) 0,77 cmolc/ dm3
Alumínio (Al) 0,00 cmolc/ dm3
Capacidade de Troca Catiônica efetiva(t) 11,72 cmolc/ dm3
Capacidade de Troca Catiônica a pH 7,0 (T) 14,81 cmolc/ dm3
Índice de Saturação por Alumínio (m) 0,00 %Índice de Saturação por Bases (V) 79,10 %Ferro (Fe) 125 mg/ dm3
Zinco (Zn) 12,45 mg/ dm3
Manganês (Mg) 16,99 mg/ dm3
Cobre (Cu) 0,81 mg/ dm3
4.5 Preparo das concentrações
4.5.1 Manipueira
O extrato líquido da manipueira (refrigerado) foi aliquotado em 32 placas de petri sendo
40 ml/placa. Estas voltaram ao sistema de refrigeração (10º C) para posterior encaminhamento ao
aparelho de liofilização. Após o período de uma semana, foi obtido o extrato em pó do produto.
Este foi diluído em diferentes quantidades de água destilada resultando nas concentrações
utilizadas no bioensaio.
4.5.2 Erva-de-rato
No laboratório de Entomologia Agrícola (CPCA-INPA), as folhas da erva-de-rato foram
separadas, pesadas e levadas a estufa de circulação de ar forçado a uma temperatura de 55oC, por
um período de cinco dias. As folhas retiradas da estufa, já secas (500 g) foram trituradas no
laboratório de solos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, em peneiras de 1 mm,
(Figura 10).
O material triturado foi encaminhado ao sistema soxhlet, tendo como solvente água
destilada.
Figura 10 – Erva-de-rato - Coleta (A); Secagem em estufa (B); Trituração de folhas (C).
A B C
Gonzaga, A.D, 2006
O sistema soxhlet (Figura 11) é composto por seis condensadores que fazem a extração à
quente, de substâncias contidas em materiais vegetais, em um intervalo de seis horas. Após estes
procedimentos, a solução aquosa foi submetida à liofilização, (desidratação a frio) (Figura 12),
liofilizador marca Terroni, modelo Sauvel C3000, resultando na obtenção do produto
desidratado.
Para a obtenção do extrato aquoso, o produto desidratado (pó) foi diluído em água destilada.
Foram testadas cinco concentrações 10, 20, 30, 40 e 50mg/ml, com base em estudos realizados
por Silva (2004). Este autor usou as concentrações de 20mg/ml, 30mg/ml, 40mg/ml, tendo
resultados satisfatórios.
Figura 11 – Aparelho Soxhlet onde foi adquirido o extrato da erva-de-rato.
Gonzaga, A.D, 2006
A concentração 1, foi obtida com diluição de 1 ml de água destilada por 1 mg do produto
em pó. O procedimento para obtenção do extrato aquoso das demais concentrações foi
semelhante, variando somente a quantidade do produto em pó (Tabela 4). Para testemunha foi
utilizada somente água destilada.
Gonzaga, A.D, 2005
Figura 12 – Liofilizador utilizado para a desidratação a frio resultando nos extratos puros de manipueira e erva-de-rato.
Gonzaga, A.D, 2006
Tabela 4 - Diluições do produto (manipueira e erva-de-rato) e suas respectivas
concentrações em água destilada (extrato aquoso).
4.6 Bioensaio
Foram realizados dois ensaios com objetivo de testar a eficiência de dois métodos de
aplicação do produto: aplicação (pulverização) para exposição via de contato e aplicação via
translaminar.
O delineamento estatístico desses ensaios foi inteiramente casualizado sendo 11 tratamentos
5 repetições, totalizando 55 parcelas (Tabela 5 e Croqui experimental).
Produto Fator Concentração
(mg)
Fator Água destilada
Manipueira A1 10 B1 1 mlA1 20 B2 1 mlA1 30 B3 1 mlA1 40 B4 1 mlA1 50 B5 1 ml
Erva-de-rato A2 10 B1 1 mlA2 20 B2 1 mlA2 30 B3 1 mlA2 40 B4 1 mlA2 50 B5 1 ml
Testemunha T - T 1 ml
Tabela 5 – Esquema e combinação de extratos de erva-de-rato e manipueira (A e B).
Fator B – ConcentraçõesFator A – Produto B1 B2 B3 B4 B5A1 A1B1 A1B2 A1B3 A1B4 A1B5A2 A2B1 A2B2 A2B3 A2B4 A2B5
Legenda: A1= Manipueira em pó; A2= Erva-de-rato em pó; B1= concentração 1; B2= concentração 2; B3= concentração 3; B4= concentração 4; B5= concentração 5.
Os tratamentos foram distribuídos aleatoriamente na casa de vegetação, como mostra o
Croqui abaixo:
Croqui experimental
Tratamento Repetição
1 2 3 4 51 A2B4 A1B3 A1B4 A1B2 A2B1
2 A1B5 T A2B5 A2B1 A1B3
3 A1B2 A1B5 T A1B3 A2B5
4 A2B5 A2B1 A1B5 A2B3 A1B4
5 A2B3 A1B1 A1B3 A1B5 T
6 A1B3 A2B3 A2B3 A2B2 A2B2
7 A1B1 A1B2 A1B2 A1B4 A1B1
8 T A2B2 A1B1 A1B1 A2B3
9 A2B1 A2B4 A2B2 A2B4 A1B5
10 A1B4 A1B4 A2B1 A2B5 A2B411 A2B2 A2B5 A2B4 T A1B2
Legenda: A1= Manipueira em pó; A2= Erva-de-rato em pó; B1= concentração 1; B2= concentração 2; B3= concentração 3; B4= concentração 4; B5= concentração 5; T= testemunha.
4.7 Ensaios
4.7.1 Exposição via de contato
Foram colocados com o auxílio de pincel 10 pulgões adultos, com idade de 10 a 15 dias,
para cada muda de citros, com auxílio de pinças entomológicas. Posteriormente, os vasos com as
mudas foram protegidos por tecido de filó, usando como suporte a parte superior da garrafa de
“PET”, a fim de evitar a fuga dos pulgões e infestações por outros insetos e inimigos naturais
(Figura 7). Com os pulgões presentes nas mudas foi realizada a pulverização, com auxílio de
borrifadores manuais, dos extratos em suas respectivas concentrações (Figura 13). A testemunha
foi pulverizada com água destilada.
4.7.2 Aplicação via translaminar
As mudas foram pulverizadas com borrifadores manuais (Figura 14), até o ponto de
escorrimento, com os extratos em suas respectivas concentrações. Em seguida foram repassados
10 pulgões para cada muda, com auxílio de pincel entomológico. Os pulgões foram colocados na
superfície das folhas de citros.
Figura 13 – Mudas de tangerina com pulgão preto dos citros, insetos pincelados para o bioensaio de pulverização.
Gonzaga, A.D, 2006
Os vasos com as mudas pulverizadas, foram protegidos da mesma forma como citado no
item 4.7.1 e disponibilizados no arranjo experimental do delineamento inteiramente ao acaso
(Figura 7).
Na bancada da casa de vegetação os vasos foram organizados e disponibilizados no
espaçamento de 30 cm x 30 cm. Sobre a base de cada planta, foi colocado um disco de papel
filtro branco (do tamanho da borda dos vasos), para facilitar a visualização e contagem de
mortalidade dos insetos (Figura 15).
Figura 14 – Mudas de tangerina com pulgão preto dos citros, bioensaio translaminar ou superficial.
Gonzaga, A.D, 2006
As observações referentes à taxa de mortalidade em (%) foram realizadas a cada 06 horas
durante 5 dias (120 horas).
4.8 Estatística e Análise de dados
Os dados foram submetidos a uma análise de variância – ANOVA (Zar, 1984), onde foi
usado um delineamento inteiramente casualizado com onze tratamentos e cinco repetições, sendo
avaliada a mortalidade dos insetos. Os resultados foram expressos pelos parâmetros: CL50
(concentração letal mediana), TL50 (tempo letal mediano), menor concentração de efeito
observado, concentração de nenhum efeito observado, menor tempo de mortalidade observada e
tempo de nenhuma mortalidade observada.
Para avaliação da toxicidade aguda, foi usada a ANOVA, onde os valores médios das
taxas de mortalidade em cada tratamento foram comparados, seguidos pelo teste de comparação
múltipla (teste de Dunnett) que comparou as médias dos tratamentos com o controle,
determinando quais concentrações têm valores médios (taxa de mortalidade) diferentes do
Figura 15 – Muda de tangerina utilizada no bioensaio, mostrando o disco branco(indicado pela seta) para facilitar a visualização dos pulgões mortos.
Gonzaga, A.D, 2006
controle. Valores de taxas de mortalidade foram previamente transformados em arcoseno para
procedimento da ANOVA.
O método de Probit (Finney, 1971) foi usado para o cálculo dos valores da CL50 e dos
respectivos intervalos de confiança 95% (IC-95%). O programa TOXRAT® foi utilizado para
execução das análises de Probit e construção das curvas de dose-resposta. Nos casos de
mortalidade natural ocorrida no controle, antes do cálculo da CL50 os valores da mortalidade nos
tratamentos foram corrigidos segundo a fórmula de Abbott.
Mc(%) = %Mo - %Mt x 100, onde
100 - %Mt
Mc = Mortalidade corrigida
Mo = Mortalidade observada
Mt = Mortalidade na testemunha
Para comparação da toxicidade entre os inseticidas, os valores dos intervalos de confiança
de duas CL50 foram usados. Valores da CL50 foram considerados estatisticamente diferentes
quando os seus IC-95% não se sobrepuseram.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Efeito de manipueira (M. esculenta) e erva-de-rato (P. marcgravii) pela aplicação via
contato
Os valores percentuais referentes à mortalidade do inseto, nas concentrações de 10, 20,
30, 40 e 50 mg/ml de extrato aquoso de manipueira (Manihot esculenta) e erva-de-rato
(Palicourea marcgravii), no intervalo de tempo de 120 horas, encontram-se na Tabela 6 e estão
demonstrados na Figura 16. Observou-se 100% de mortalidade de pulgão preto (Toxoptera
citricida) pela aplicação via contato de extrato aquoso de manipueira e erva-de-rato na
concentração de 50 mg/ml após 120 horas de observação (Tabela 6 e Figura 16).
Após 24 horas da aplicação dos extratos aquosos de manipueira e erva-de-rato, observou-
se mortalidade de no mínimo 10% da população de pulgão preto do ensaio em todas as
concentrações. Tal fenômeno demonstra a ação imediata do produto, fato que pode ser
considerado como um diferencial positivo, pois um dos problemas enfrentados nos ensaio de
campo é o risco de aplicação de um determinado produto e no dia seguinte ser lavado pelas
chuvas. Os extratos aquosos de manipueira e de erva-de-rato, mesmo em baixas concentrações
(10 mg/ml), provocaram taxa de mortalidade acima de 50% sobre a população de pulgão preto
(menor índice de mortalidade observada). Contudo foi na concentração de 40 mg/ml, para ambos
os produtos, que provocou taxa mortalidade acima de 80 %. Essa taxa de mortalidade pode ser
considerada alta para os padrões desse tipo de produto. Tal resultado agrega maior valor
econômico e ecológico a esses produtos, que podem ser encontrados na maioria das propriedades
rurais.
Os resultados de mortalidade do pulgão preto (T. citricida), utilizando o extrato da
manipueira, confirmam o que foi citado por Ponte et al (1988). Estes autores utilizaram extrato da
manipueira contra o pulgão preto (T. citricida) em acerola, mostrando resultados semelhantes aos
obtidos no presente ensaio. Verificaram também, que apenas uma pulverização de manipueira foi
suficiente para o controle de cochonilhas de carapaça.
Com referência ao extrato de erva-de-rato, Silva (2004) descreve que P. marcgravii é
tóxica para insetos pragas, principalmente quando se trata de cigarrinha das frutíferas (Aetalion
sp.).
Observamos que a média que aumenta a concentração aumenta a mortalidade.
Tabela 6 – Mortalidade de Toxoptera citricida, nas diferentes concentrações de extrato aquoso de
manipueira de Manihot esculenta e folhas de Palicourea marcgravii, no intervalo de 120 horas
no bioensaio de pulverização via contato.
Valores de mortalidade corrigida.
TratamentosMortalidade mínima (%) (24 h)
Mortalidade máxima (%) (120 h)Testemunha 0 10Manipueira em póA1B1 (10 mg/ml) 10 54A1B2 (20 mg/ml) 10 66A1B3 (30 mg/ml) 10 78A1B4 (40 mg/ml) 10 82A1B5 (50 mg/ml) 10 100Erva-de-rato em póA2B1 (10 mg/ml) 10 58A2B2 (20 mg/ml) 10 74A2B3 (30 mg/ml) 20 90A2B4 (40 mg/ml) 10 98A2B5 (50 mg/ml) 10 100
Figura 16 - Percentual de mortalidade de Toxoptera citricida em relação às diferentes
concentrações de extrato aquoso de manipueira e erva-de-rato.
Legenda: A1= Manipueira em pó; A2= Erva-de-rato em pó; B1= concentração 10 mg/ml; B2=
concentração 20 mg/ml; B3= concentração 30 mg/ml; B4= concentração 40 mg/ml; B5=
concentração 50 mg/ml e testemunha = água destilada.
Nas tabelas 7 e 8 encontram-se as diferenças estatísticas de taxa média de mortalidade
observada nas concentrações de 10, 20, 30, 40 e 50 mg/ml de extrato aquoso de manipueira e de
erva-de-rato.
Por meio do teste de Dunnett (p<0,05) verificou-se diferença significativa na mortalidade
de pulgão preto em todas as concentrações testadas de extrato aquoso de manipueira, em
comparação com a testemunha. No entanto, foram com as concentrações de 40 e 50 mg/ml que se
obteve as taxas de mortalidade acima de 80%.
0
20
40
60
80
100
120
Testemunha A1
B1A1B2
A1B3
A1B4
A1B5
A2B1
A2B2
A2B3
A2B4
A2B5
Concentrações (mg/mL)
Mor
talid
ade
(%)
Tabela 7 – Valores médios da mortalidade (%) de Toxoptera citricida nas diferentes
concentrações de extrato aquoso de manipueira de mandioca (Manihot esculenta), no
intervalo de tempo de 120 horas.
** Significativo e superior à testemunha, pelo teste de Dunnett, em nível de
5% de probabilidade.
Tabela 8 – Valores médios da mortalidade (%) de Toxoptera citricida nas diferentes
concentrações de extrato aquoso de erva-de-rato (Palicourea marcgravii), no intervalo de
tempo de 120 horas.
** Significativo e superior à testemunha, pelo teste de Dunnett, em nível de
5% de probabilidade.
Todas as concentrações com aplicação por pulverização via contato de extrato de erva-de-
rato, alcançaram grau de significância quanto a mortalidade sendo superiores à testemunha pelo
teste Dunnett (p<0,05) (Tabela 8).
Entretanto, verificou-se que as concentrações superiores a 30 mg/ml do extrato de erva-
de-rato proporcionaram mortalidade acima de 90% de pulgão preto dos citros. Esta concentração
foi abaixo com extrato aquoso de manipueira, que apresentou resultado semelhante (mortalidade
Manipueira - contatoTratamentos – Concentração (mg/ml) Taxa média de mortalidade (%) DesvioTestemunha 10 ** 0.00010 54 ** 0.5520 66 ** 0.55830 78 ** 0.4540 82 ** 0.4550 100 ** 0.000
Erva-de-rato – contatoTratamentos - Concentração (mg/ml) Taxa média de mortalidade (%) DesvioTestemunha 10 ** 0.00010 58 ** 0.4520 74 ** 0.5530 90 ** 0.00040 98 ** 0.4550 100 ** 0.000
acima de 80%) na concentraçao de 40%. Isto pode indicar que o extrato de erva-de-rato, em
menores concentrações pode ser mais eficiente do que de extrato de manipueira. Neste contexto,
foi observado que mesmo nas menores concentrações (10 mg/ml), verificou-se a mortalidade de
58% da população de pulgão preto de citros. Por outro lado, o extrato de manipuiera, na
concentração de 10 mg/ml, provocou mortalidade de 54%.
Entretanto, essa tendência de maior percentagem de mortalidade com extrato de erva-de-
rato, deve merecer maior atenção nos próximos estudos com extratos desta planta.
Pelas Tabelas 7 e 8, verificou-se que a concentração de 50 mg/ml de extrato aquoso, tanto
de manipueira como de erva-de-rato, procovaram taxa de mortalidade de 100% de pulgão preto,
após 120 horas de observação. Estes dados demonstram a capacidade de controlar este tipo de
praga (pulgão preto dos citros) baseado em extrato de plantas, que pode ser encontrado com
grande facilidade na propriedade e de menor custo para o produtor.
Ponte (1992) verificou que as doses de 1:1, 1:2, 1:3 de extrato de manipueira diluído em
água foram suficientes para controlar insetos pragas de citros. Por outro lado, Silva (2004)
descreve que pulverização na concentração de 50 mg/ml de erva-de-rato, provocou mortalidade
de 20% das cigarrinhas das frutíferas (Aetalion sp.), no intervalo de 24 horas.
Nos ensaios para o controle de pragas na agricultura a taxa média de mortalidade para a
testemunha não pode ser superior a 10%, pois resultados acima destes valores podem revelar
inconsistências na conclusão do experimento com os produtos que estão sendo testados, e
invalidar o trabalho cientifico. Neste trabalho, observaram-se a taxa de mortalidade no limite de
10% da população de pulgão preto no tratamento testemunha, nos ensaios com os dois extratos.
Essas mortes podem ser atribuídas provavelmente, a fatores abióticos (estresse) e/ou bióticos
(fisiológicos ou genéticos). Entretanto, foram considerados dentro da probabilidade de erro para
este tipo de bioensaio.
Os resultados de mortalidade das testemunhas assemelham-se aos encontrados por Fazolin
et al. (2005), que obtiveram menos de 10% de mortalidade de insetos utilizados no tratamento
controle. Estes autores utilizaram neste estudo Cerotoma tingomarianus (Coleoptera:
Chrysomelidae) e extrato de Piper aduncum. Em um bioensaio instalado nas mesmas condições
do presente ensaio, mas em localizações diferentes.
5.1.1 Concentração letal mediana (CL50) no processo de exposição por pulverização de
contato
As análises estatísticas mostraram que a concentração letal mediana (CL50) com extrato
aquoso de manipueira foi de 12,25 mg/ml (Figura 17). Esta concentração não diferiu da CL50 de
extrato da erva-de-rato, cujo valor foi de 10,61 mg/ml (Figura 18). Estes resultados reforçam as
evidências de que mesmo as menores concentrações utilizadas (10 mg/ml) no processo de
pulverização com manipueira e erva-de-rato foram capazes de controlar pelo menos 50% da
população de pulgão preto de citros.
Figura 17 – Curva de determinação da concentração letal mediana (CL50) para extrato de
manipueira (Manihot esculenta), em pulgão preto (Toxoptera citricida) por meio da análise de
Probit.
Concentração (mg/ml)
10 20 30 40 50
Mor
talid
ade
(%)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
DadosFunçãoIC 95%
Figura 18 – Curva de determinação da concentração letal mediana (CL50) para extrato de
erva-de-rato (Palicourea marcgravii), em pulgão preto (Toxoptera citricida) por meio da análise
de Probit.
A mortalidade de 50% de insetos-pragas, com extratos de planta, em baixas concentrações
é um fato importante na rotina da agricultura familiar e contribui para validar os princípios da
agroecologia.
O extrato de manipueira é um produto encontrado comumente em propriedades da
agricultura familiar. Por outro lado, os insetos pragas são um dos problemas enfrentados pelos
agricultores familiares que cultivam entre outros produtos: laranja, graviola, acerola e cupuaçu,
que são culturas normalmente atacadas por pulgões e outras pragas. Neste contexto, esses
produtores poderiam utilizar o extrato de manipueira para controlar esses insetos pragas em suas
plantações. Normalmente a manipueira é descartada e muitas vezes causa acidentes aos pequenos
animais e poluem os córregos d’água. Entretanto, é necessário investir em mais pesquisas para
saber o efeito residual (tempo de carência), toxidade, entre outros efeitos da manipueira sobre os
vegetais e na fisiologia dos diferentes pulgões que atacam os cultivos econômicos.
Concentração (mg/ml)
10 20 30 40 50
Mor
talid
ade
(%)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
DadosFunçãoIC 95%
5.1.2 Tempo letal mediano (TL50) no processo de pulverização via contato
O tempo letal mediano (TL50) observado para os extratos da manipueira e da erva-de-rato
foi de 39,287 horas e 43,495 horas, respectivamente (Tabela 9). Isto quer dizer que em menos de
dois dias as concentrações de extrato aquoso destas plantas foram capazes de provocar a
mortalidade da metade da população de pulgão preto, nas condições do presente ensaio. Estes
resultados corraboram para demonstrar a eficiência destes produtos naturais no controle célere de
pulgões em citros. A aplicação de inseticidas é uma despesa que onera o custo de produção das
culturas agrícolas. Por causa disso, os produtores preferem os produtos sistêmicos, ou os produtos
que agem rápido no controle da população de insetos pragas. Um dos motivos de reaplicaçao dos
inseticidas são as chuvas que podem ocorrer logo após o trabalho de pulverização. Entretanto, se
o produto tiver ação rápida não é necessária a sua reaplicação.
Tabela 9 - Valores da mortalidade de Toxoptera citricida nos extratos aquosos de
manipueira e erva-de-rato.
Silva (2004) descreve que a concentração de 30 mg/ml de erva-de-rato, aplicado via
contato, apresentou tempo letal mediano em 48 horas, na mortalidade de cigarrinhas das
pastagens (Aetalion sp.). Observou também que o extrato de manipueira apresentou uma
tendência de agir na mortalidade do pulgão preto de citros em menos tempo do que o extrato de
erva-de-rato, porém estes valores não apresentaram diferenças significativas.
Tempo Letal Mediano (TL50)Extrato TL50 em horas Intervalo de confiança (95%)Manipueira (M. esculenta) 39.28 (32.97 - 44.59)Erva-de-rato (P. marcgravii) 43.49 (35.97 - 49.70)
5.2 Efeito do extrato de manipueira de mandioca (M. esculenta) e erva-de-rato (P.
marcgravii) aplicado sobre as folhas dos citros - aplicação via translaminar
Os insetos (pulgão preto dos citros) transferidos para as plantas submetidas à aplicação via
translaminar do extrato de manipueira, sofreram uma taxa de mortalidade média de 78,6 % em
uma população de 250 indivíduos, após 120 horas de observação. Dos 250 insetos transferidos
para as câmaras com as plantas submetidos ao extrato de erva-de-rato, morreram 205 pulgões,
representando taxa de 82 % de mortalidade. Entretanto, no grupo testemunha, apenas três insetos
morreram, após 120 horas, representando 6 %, da população (Tabela 10). Estes resultados
aproximam-se dos valores encontrados por Corrêa (2006), que observou mortalidades similares
(10%), com extratos aquosos e etanólico de timbó (Lonchocarpus floribundus), contra o pulgão
preto dos citros. Estes resultados assemelhan-se aos observados por Yamamoto et al., (2000),
contra o pulgão preto dos citros, com mortalidade de aproximadamente 3% usando inseticidas
sistêmicos.
De acordo com o teste Dunnett (p<0,05) observou-se diferença significativa na
mortalidade do pulgão preto em todas as concentrações testadas de extrato aquoso de manipueira.
No entanto, foram as concentrações de 30, 40 e 50 mg/ml que garantiram as taxas de mortalidade
acima de 80%.
Verificou-se que a concentração de 50% de extrato aquoso de manipueira ocorreu a
mortalidade de 100% dos insetos (Tabela 11).
Tabela 10 – Mortalidade de Toxoptera citricida, nas diferentes concentrações de extrato aquoso
de manipueira de Manihot esculenta e folhas Palicourea marcgravii, via translaminar.
Os extratos de manipueira e da erva-de-rato na aplicação via translaminar resultaram em
mortalidade significativa (p<0,005) e superiores a testemunha, pelo teste de Dunnett,
demonstrando a eficiência destes extratos (Tabelas 11 e 12).
Tratamentos Mortalidade mínima (%) (24 h) Mortalidade máxima (%) (120 h) Testemunha 0 6Manipueira em póA1B1 (10 mg/ml) 20 48A1B2 (20 mg/ml) 20 74A1B3 (30 mg/ml) 20 82A1B4 (40 mg/ml) 20 88A1B5 (50 mg/ml) 30 100Erva-de-rato em póA2B1 (10 mg/ml) 10 62A2B2 (20 mg/ml) 20 72A2B3 (30 mg/ml) 20 84A2B4 (40 mg/ml) 30 92A2B5 (50 mg/ml) 40 100
Tabela 11 – Mortalidade média de Toxoptera citricida, após o uso dos extratos de Manipueira por
aplicação translaminar em mudas de tangerina obtidas em um intervalo de 120 horas.
** Significativo e superior à testemunha, pelo teste de Dunnett, em nível de 5% de
probabilidade.
Tabela 12 – Mortalidade média de Toxoptera citricida, após o uso dos extratos de Erva-de-rato
por aplicação translaminar em mudas de tangerina obtidas em um intervalo de 120 horas.
Erva-de-rato - translaminarTratamentos - Concentração (mg/ml) Mortalidade Média (%) Desvio
Testemunha 06 ** 0.54810 62 ** 0.44720 72 ** 0.44730 86 ** 0.54840 92 ** 0.44750 100 ** 0.000
** Significativo e superior à testemunha, pelo teste de Dunnett, em nível de 5% de
probabilidade.
A tendência de maior taxa de mortalidade de pulgão preto em citros foi observada tanto na
aplicação via contato quanto na aplicação via translaminar com o extrato aquoso de erva-de-rato.
Na concentração de 10 mg/ml, do extrato de manipueira ocorreu a mortalidade de quase
50% dos insetos, a mesma concentração no extrato de erva-de-rato a mortalidade foi 60%.
Aplicações no campo podem ser realizadas para a comprovação dos dados obtidos. Vale
ressaltar que pesquisas devem ser realizadas para o efeito residual e o tempo de carência dos
produtos no meio ambiente.
Manipueira - translaminarTratamentos - Concentração (mg/ml) Mortalidade Média (%) Desvio
Testemunha 06 ** 0.54810 48 ** 0.44720 74 ** 0.54830 82 ** 0.44740 88 ** 0.44750 100 ** 0.000
5.2.1 Concentração letal mediana (CL50) no processo translaminar
A aplicação do extrato de manipueira pelo processo translaminar, nas folhas do citros
indicou a concentração letal mediana (CL50) em 11,852 mg/ml. Este valor não diferiu da CL50 por
pulverização via translaminar do extrato da erva-de-rato que foi de 9,155 mg/ml (Figuras 19 e
20).
Os resultados obtidos no presente trabalho assemelham-se aos de Leonel & Cereda
(1995), que descrevem que a aplicação de extrato de manipueira, na concentração de 70 mg/ml, é
eficiente para o controle de microorganismos, em condições de laboratório.
A aplicação dos extratos aquosos de manipueira e erva-de-rato destacam-se pelo fato de
serem produtos facilmente econtrados na propriedade rural. Neste sentido outros produtos
naturais disponíveis nas propriedades agrícolas, são os óleos vegetais, como o estudado por
Estrela et al. (2006) que verificaram a concentração letal (CL50) de 0,51 e 2,87 ml cm-2 para óleo
de pimenta longa (Piper aduncum), no controle Sitophilus zeamais. Entretanto, estes autores
alertaram que estes valores irão depender da concentração e do método de exposição a que o
inseto foi submetido. No presente trabalho, além das concentrações medianas serem baixas, as
respostas foram positivas para os dois tipos de aplicação, via direta de contato e via indireta
translaminar.
A
Figura 19 – Curva de determinação da concentração letal mediana (CL50) para extrato de
manipueira de mandioca (Manihot esculenta) em pulgão preto (Toxoptera citricida) por meio da
análise de Probit.
Não obstante a disponibilidade destes produtos naturais na própria propriedade, uma das
vantagens do uso de extratos de manipueira e erva-de-rato, pode residir na facilidade de obtenção
do extrato aquoso, por meio da maceração destes produtos, quando comparado com a extração de
óleo, como, por exemplo, da pimenta longa (Piper aduncum).
Concentração (mg/ml)
10 20 30 40 50
Mor
talid
ade
(%)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
DadosFunçãoIC 95%
Figura 20 – Curva de determinação da concentração letal mediana (CL50) para extrato de
erva-de-rato (Palicourea marcgravii) em pulgão preto (Toxoptera citricida) por meio da análise
de Probit.
A concentração letal mediana no bioensaio translaminar apresentou tendência semelhante
a da pulverização via contato direto para o extrato das duas plantas testadas. Os extratos de
manipueira aplicados via contato e translaminar, apresentaram CL50 de 12,25 mg/ml e 11,85
mg/ml, respectivamente. Enquanto que, no extrato de erva-de-rato a CL50 na pulverização via
contato foi de 10,62 mg/ml e a CL50 via translaminar foi de 9,15 mg/ml. Os menores valores
obtidos com os extratos de erva-de-rato, as concentrações letais medianas, podem indicar que
erva-de-rato seja mais eficiente do que manipueira. Fato que deve ser melhor investigado nos
próximos trabalhos com extratos destas plantas no controle de pulgões ou demais isetos pragas.
Todas as concentrações analisadas, variando de 10 a 50 mg/ml causaram mortalidade
acima de 50%, na população de pulgão preto (T. citricida) nas condições do presente bioensaio.
Entretanto, foram as concentrações de 50 mg/ml de extrato aquoso de manipueira e erva-de rato
que causaram a mortalidade de todos os insetos (100%) em ambos os ensaios, nos dois processos
de aplicação, via contato direto e via translaminar, após 120 horas de exposição ao produto.
Concentração (mg/ml)
10 20 30 40 50
Mor
talid
ade
(%)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
DadosFunçãoIC 95%
5.2.2 Tempo letal mediano (TL50) no processo de pulverização via translaminar
O tempo letal mediano (TL50) para o extrato aquoso de manipueira foi de 33,42 horas e
para a erva-de-rato foi de 33,40 horas, período que não diferem entre si no intervalo de
observação de 120 horas (Tabela 13). Os resultados mostraram que o tempo de ação letal
mediano (TL50), de ambos os produtos, foi menos que um dia e meio (± 33,40 horas) para
eliminar a metade da população de pulgão preto submetida às condições do presente bioensaio
em laboratório.
Tabela 13 - Valores médios da mortalidade de Toxoptera citricida nos extratos aquosos de
manipueira de mandioca (Manihot esculenta) e erva-de-rato (Palicourea marcgravii) em
intervalo de 120 horas.
Analisando os resultados de TL50 do extrato de manipueira aplicado via contato (39,29
horas) e aplicação via translaminar (33,42 horas), verificou-se uma diferença de apenas 5,87
horas na ação do produto sobre a mortalidade da população de pulgão preto de citros. Por outro
lado, a diferença de aplicação do extrato de erva-de-rato via contato (43,49 horas) e via
translaminar (33,40 horas) foi de 10,09 horas. Este resultado chama atenção para o modo de
aplicação deste produto e sua eficiência.
Este achado científico pode ser um diferencial dentro dos extratos naturais, utilizados
como biocidas. Portanto, erva-de-rato, deve merecer maior atenção dos pesquisadores em
fitoquímica e bioquímica, bem como, deve ser estudado o seu efeito em ensaio de campo.
A erva-de-rato é uma planta encontrada vegetando entre os cultivos agrícolas (erva
daninha) e de ocorrência ruderal, sendo na grande maioria das situações descartada pelos
Tempo Letal Mediano (TL50)Extrato TL50 em horas Intervalo de confiança (95%)Manipueira 33,42 ( 26.93 - 39.09)Erva-de-rato 33,40 ( 26.19 - 39.63)
produtores. Por isso, pode ser considerada como um produto viável para a agricultura familiar, no
controle de insetos pragas nos cultivos da agricultura tropical Amazônica.
5.3 Alerta
Deve-se tomar cuidado no manuseio destes vegetais tóxicos, recomendamos o uso dos
equipamentos de proteção individual – EPI, pois em altas concentrações kg/ml, ambos os
produtos causam intoxicação e podem ser letais a mamíferos.
6 CONCLUSÕES
Os extratos de manipueira (Manihot esculenta) e erva-de-rato (Palicourea marcgravii)
aplicados por meio de pulverizações via contato direto e translaminar foram eficientes no
controle de pulgão preto dos citros (Toxoptera citricida), em condições de laboratório;
As CL50 e TL50 mostraram uma tendência de maior ação dos extratos de manipueira (M.
esculenta) e erva-de-rato (P. marcgravii), quando aplicados via translaminar;
A eficiência no controle de T. citricida, com extratos de manipueira de mandioca (M.
esculenta) e erva-de-rato (P. marcgravii), verificada nas condições de laboratório, necessita ser
testada em ensaio de campo, assim como, investigar o efeito residual e o tempo de carência
destes extratos vegetais e impactos sobre os inimigos naturais;
A utilização de ambos os vegetais, extratos de manipueira de mandioca (Manihot
esculenta) e erva-de-rato (Palicourea marcgravii) pode ser uma alternativa de inseticida, para o
controle do pulgão preto dos citros (Toxoptera citricida);
Erva-de-rato se mostrou mais eficiente, em condições de laboratório no controle do
pulgão preto dos citros.
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Zar, J. H.1984. Biostatistical analysis. 2nd ed. Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall. 110 p.
8 ANEXO
Tabela 14 – Anova, teste Dunnett – Aplicação pulverização via de contato de extrato de erva-de-
rato.
Fonte de variação GL SQ QM FTratamento 5 291.367 58.273 499.486Erro 24 2.800 0.117Total 29 294.167Teste de Dunnett, em nível p <0.001
Tabela 15 – Anova, teste Dunnett – Aplicação pulverização via de contato de extrato de
manipueira.
Fonte de variação GL SQ QM FTratamento 5 241.500 48.300 289.800Erro 24 4.000 0.167Total 29 245.500Teste de Dunnett, em nível p <0.001
Tabela 16 – Anova, teste Dunnett – Aplicação pulverização via de translaminar de extrato de
erva-de-rato.
Fonte de variação GL SQ QM FTratamento 5 290.167 58.033 290.167Erro 24 4.800 0.200Total 29 294.967Teste de Dunnett, em nível p <0.001
Tabela 17 – Anova, teste Dunnett – Aplicação pulverização via de translaminar de extrato de
manipueira.
Fonte de variação GL SQ QM FTratamento 5 294.167 58.833 294.167Erro 24 4.800 0.200Total 29 298.967Teste de Dunnett, em nível p <0.001
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