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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DE MINAS GERAIS CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA
ANDREICE PATRICIA ROCHA, ELIANE DE QUEIROZ LEMES E MICAELY PEREIRA DE ARRUDA
EFEITO DE DIFERENTES SUBSTRATOS NA EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS E NO CRESCIMENTO DE MUDAS DE ENTEROLOBIUM
CONTORTISILIQUUM (VELL.) MORONG.
SÃO JOÃO EVANGELISTA MG
JUNHO DE 2009
ANDREICE PATRICIA ROCHA, ELIANE DE QUEIROZ LEMES E
MICAELY PEREIRA DE ARRUDA
EFEITO DE DIFERENTES SUBSTRATOS NA EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS E NO CRESCIMENTO DE MUDAS DE ENTEROLOBIUM
CONTORTISILIQUUM (VELL.) MORONG.
Orientador: Prof. Msc. Fabricio Gomes Gonçalves
SÃO JOÃO EVANGELISTA MG
JUNHO DE 2009
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em Silvicultura, do IFMG -Campus São João Evangelista -
MG, como parte dos requisitos para obtenção do título de Tecnólogo em Silvicultura.
R671e
ROCHA, Andreice Patrícia. Efeito de diferentes substratos na emergência de plântulas e no crescimento de mudas de Enterolobium contortisiliquum / Andreice Patrícia Rocha; Eliane de Queiroz Lemes; Micaely Pereira de Arruda; São João Evangelista, MG: IFMG - Campus
São João Evangelista,
2008. 38p.
Monografia (graduação) apresentada ao Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia de Minas Gerais -
Campus São João Evangelista, Curso Superior de Tecnologia em Silvicultura, 2008.
Orientador: Fabrício Gomes Gonçalves 1. Substrato. 2. Mudas de Enterolobium contortisiliquum. I. Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia de Minas Gerais -
Campus São João Evangelista. Curso Superior de Tecnologia em Silvicultura. II. Título.
CDD 634.923232
ANDREICE PATRICIA ROCHA, ELIANE DE QUEIROZ LEMES E
MICAELY PEREIRA DE ARRUDA
EFEITO DE DIFERENTES SUBSTRATOS NA EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS E NO CRESCIMENTO DE MUDAS DE ENTEROLOBIUM
CONTORTISILIQUUM (VELL.) MORONG.
Aprovado em: ____ de ____________ de 2009.
COMISSÃO EXAMINADORA
___________________________________________________________________ Prof. Msc. Fabricio Gomes Gonçalves - Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Minas Gerais - Campus São João Evangelista (Orientador).
___________________________________________________________________ Prof. Dr. Rodrigo Sobreira Alexandre - Universidade Federal do
Espírito Santo - Campus São Mateus.
___________________________________________________________________ Prof. Dr. Aderlan Gomes Gonçalves - Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Minas Gerais - Campus São João Evangelista.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em Silvicultura, do IFMG -
Campus São João Evangelista -
MG, como parte dos requisitos para obtenção do título de Tecnólogo em Silvicultura.
Aos nossos pais, pela compreensão e estímulo
em todos os momentos.
AGRADECIMENTOS
A Deus por estar sempre presente em nossas vidas e ser a base essencial de
nossas conquistas.
À nossa família pela base sólida, e por nos ajudarem a encarar a vida de frente. Aos
nossos pais, pela dedicação, apoio e carinho em todos os momentos.
Ao nosso orientador Fabricio Gomes Gonçalves e co-orientador Rodrigo Sobreira
Alexandre, por todo o conhecimento passado, pela excelente supervisão.
A todos os professores deste instituto que fizeram parte dessa jornada. Em especial
ao professor Aderlan, que nos auxiliou na realização desse trabalho de conclusão de
curso.
À nossa turma pelos 3 anos de convivência e aprendizado. Em especial ao Antônio
(Vô), Leandro (Lee), João (071), Érica (Kika), Jéssica (Jé) e Tânia (Gabira) pelo
apoio na realização do experimento.
Aos nossos amigos que mesmo à distância, estiveram sempre presentes. Em
especial a Jéssica e Lucinéia Aparecida. Aos amigos que conquistamos nesse
período de graduação, que nos ajudaram e apoiaram nos momentos difíceis longe
de casa. Em especial a família Neneco, República K Entre Nós e Regina Pereira.
À Instituição pela estrutura oferecida para execução da pesquisa.
Aos funcionários por todo o suporte, pelo sorriso no rosto e dedicação ao resolver
nossos problemas.
A nós pela união e esforço na realização desse trabalho, mesmo diante das
dificuldades e obstáculos encontrados.
ROCHA, A. P.; ARRUDA, M. P.; LEMES, E. Q. Efeito de diferentes substratos na emergência de plântulas e no crescimento de mudas de Enterolobium contortisiliquum (VELL.) MORONG. São João Evangelista, MG: IFMG - Campus São João Evangelista, Junho de 2009. 38p. Orientador: Msc. Fabricio Gomes Gonçalves.
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar a emergência e o crescimento de plântulas de Enterolobium contortisiliquum em diferentes substratos, permitindo assim a busca de um melhor crescimento da muda, tanto da parte aérea como da raiz. Os substratos utilizados foram vermiculita (VE), terra de barranco (TB), composto orgânico (CO), serragem de madeira (SM), moinha de carvão (MC) em proporções variadas. Analisou-se o índice de velocidade de emergência - (IVE), porcentagem de emergência
(E%), tempo médio de emergência - em dias (TME), altura total da planta, comprimento da raiz, comprimento da parte aérea, diâmetro do colo (DC), número de nódulos (NOD), massa seca da raiz, massa seca da parte aérea, volume de raiz (VR) e índice de qualidade de Dickson (IQD). O melhor resultado para E (%) e IVE foi à mistura de TB (33%) + CO (33%) + SM (33%) e o substrato que proporcionou melhor crescimento foi CO (50%) e VE (50 %). Mesmo o tratamento 3 VE (33%) + MC (33%) + SM (33%), apresentando melhor VR e NOD, as mudas não apresentaram qualidade para plantio, podendo provavelmente não resistirem as condições adversas. O DC não variou significamente nos tratamentos, diferentemente do NOD e do VR que apresentaram melhores resultados no tratamento 3.
Palavras - chave: Enterolobium contortisiliquum, recuperação de área degradada, produção de mudas.
ROCHA, A. P.; ARRUDA, M. P.; LEMES, E. Q. Effect of different substrates in the emergence of seedlings and growth of seedlings of Enterolobium contortisiliquum (VELL.) MORONG. São João Evangelista, MG: IFMG - Campus São João Evangelista, June of 2009. 38p. Advisor: Msc. Fabricio Gomes Gonçalves.
ABSTRACT
The objective of this work was to evaluate the emergency and growth of the seedlings of Enterolobium contortisiliquum different substrata, allowing with this the search a better growth of the seed, both the aerial part and the root. The used substrata were vermiculita (VE), ravine earth (TB), organic compound (CO), wood of sawdust (SM), coal of bran (MC) in varied proportions. The index of emergency speed was analyzed - (IVE), emergency percentage - (E%), medium time of emergency (TME), - in days total height of the plant, length of the root, length of the aerial part, diameter of the neck (DC), number of nodules (NOD), dry mass of the root, dry mass of the aerial part, volume of root (VR) and index of Dickson Quality (IQD). The substratum for the best E(%) and IVE of seedlings was the mixture of 33% of TB + 33% of CO + 33% of SM and the substratum that provided better growth was 50% of CO and 50% of VE. Even the treatment 3 presenting better VR and NOD, the seedlings showed no quality planting, probably not being resist the adverse conditions. The DC didn't vary significantly in the treatments, differently of NOD and VR that presented better results in the treatment 3, composed by 33% of VE + 33% of MC and 33% of SM.
Key words: Enterolobium contortisiliquum, recovery of degraded area, seed of production.
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Vista do experimento na casa de vegetação do IFMG -
Campus São
João Evangelista................................................................................... 18
Figura 2 - Caixas com os tratamentos, suspensos em bancadas na casa de
vegetação.............................................................................................. 20
Figura 3 - Emergência (%) de plântulas de E. contortisiliquum nos diferentes
tratamentos estudados...........................................................................
25
Figura 4 - (A) Índice de velocidade de emergência (IVE) e (B) Índice
de
qualidade de Dickson (IQD), em dias, de plântulas de E.
contortisiliquum, provenientes de diferentes substratos. Médias
seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si,
pelo teste de Tukey a 5% de significância.............................................
27
Figura 5 - Avaliação dos parâmetros em função dos tratamentos: (A)
Comprimento de raiz. Letras iguais não diferem estatisticamente pelo
teste de Tukey ao nível de 5% de significância.....................................
30
Figura 6 - Avaliação dos parâmetros em função dos tratamentos: (A)
Comprimento da parte aérea, (B) Altura total e (C) Nodulação. Letras
iguais não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de
5% de significância................................................................................ 31
Figura 7 - Avaliação dos parâmetros em função dos tratamentos: (A) Volume de
raiz, (B) Massa seca da parte aérea e (C) Massa seca da raiz. Letras
iguais não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de
5% de significância................................................................................ 32
ÍNDICE DE QUADRO E TABELAS
Quadro1 -
Tratamentos utilizados no experimento, sendo VE (vermiculita), MC
(moinha de carvão), TB (terra de barranco), CO (composto
orgânico), SM (serragem de madeira)................................................ 20
Tabela 1 - Resultado da análise química dos tratamentos e substratos
utilizados..............................................................................................
24
Tabela 2 - Resumo da análise de variância e Erro padrão residual (Sxy)
para
Emergência (E), Índice de velocidade de emergência (IVE), Tempo
médio de emergência (TME) em dias e Índice de qualidade de
Dickson (IQD)...................................................................................... 26
Tabela 3 - Resumo da análise de variância e erro padrão residual do
comprimento da raiz (CR), comprimento da parte aérea (CPA),
altura total (AT), diâmetro do colo (DC), número de nódulos (NOD),
volume de raiz (VR), massa seca da raiz (MSR) e massa seca da
parte aérea (MSPA) de E. contortisiliquum, * significativo a 5% pelo
teste F, ns não significativo.................................................................. 28
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 10
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................... 12
2.1 ENTEROLOBIUM CONTORTISILIQUUM .............................................................. 12
2.2 SUBSTRATO PARA PRODUÇÃO DE MUDAS...................................................... 13
2.3 IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DAS MUDAS..................................................... 15
2.4 MECANISMOS DE DORMÊNCIA........................................................................... 16
2.5 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS COM LEGUMINOSAS
ARBÓREAS EM ASSOCIAÇÃO COM MICROORGANISMOS............................. 16
3 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 18
3.1 TRATAMENTOS ..................................................................................................... 19
3.2 AVALIAÇÕES.......................................................................................................... 21
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................. 24
5 CONCLUSÃO.......................................................................................................... 33
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 34
10
1 INTRODUÇÃO
Atualmente a preocupação mundial com relação à qualidade ambiental tem se
mostrado cada vez mais freqüente, fazendo com que ocorra um aumento na
demanda de serviços e produtos florestais, em especial na produção de mudas para
recuperação de áreas degradadas, revegetação, reflorestamentos para fins
econômicos, restauração de matas ciliares, arborização, entre outros. Esta demanda
crescente mostra a necessidade do desenvolvimento de pesquisas e técnicas que
otimizem a produção de mudas, a baixo custo, e com qualidade capaz de atender
aos objetivos dos plantios (LELES et al., 2006).
Nos últimos anos, tem-se intensificado o interesse na propagação de
espécies nativas, em razão da necessidade de recuperação de áreas degradadas e
recomposição da paisagem. Entretanto, não há conhecimento suficiente para o
manejo e análise das sementes da maioria dessas espécies, de modo a fornecer
dados que possam caracterizar seus atributos físicos e fisiológicos. Há, também,
necessidade de se obter informações básicas sobre a germinação, cultivo e
potencialidade dessas espécies, visando à sua utilização para os mais diversos fins
(ARAUJO NETO; AGUIAR; FERREIRA, 2003).
O conhecimento da potencialidade de uso, fisiologia, manejo e produção
podem contribuir tanto para manutenção das florestas como para planejamento de
recomposição da forma mais próxima da cobertura original da vegetação (ALMEIDA
et al., 2005).
As plantas leguminosas, em razão da grande diversidade de espécies,
versatilidade de usos potenciais e de seu papel na dinâmica dos ecossistemas, têm
sido indicadas para a recuperação de áreas degradadas. A restauração deste tipo
de ambiente envolve conhecimentos diversos, principalmente no que se refere à
reconstituição da estrutura do ecossistema e da dinâmica das espécies (SANTOS;
CARVALHO; CARVALHO, 1994).
As leguminosas arbóreas despertam grande interesse, já que em sua maioria
são lenhosas, perenes e formam simbiose que fixa nitrogênio do ar. Quando
associadas aos fungos micorrízicos, propiciam maior aproveitamento do fósforo e de
outros nutrientes no solo (FRANCO et al., 1992). Ainda segundo o autor, as
leguminosas de porte arbóreo vêm sendo amplamente utilizadas em trabalhos de
11
recuperação de áreas degradadas, por apresentarem um sistema radicular profundo
contendo nodulação, crescimento rápido, tolerância à acidez do solo e estresse de
temperatura.
Reis et al. (2003) mencionam que em processos de recuperação de áreas
degradadas, deve-se somente, além de uso de modelos já criados e disponíveis, a
observação dos custos e a facilidade na execução são primordiais.
Entre os fatores que influenciam na produção de mudas de espécies
florestais, destacam-se, além da semente, o substrato e o recipiente utilizado, os
quais vão refletir diretamente na qualidade do produto final. Por isso, e na busca
constante de melhor produtividade dos reflorestamentos, a qualidade da muda tem
sido abordada em vários trabalhos de pesquisa que tem procurado definir os
melhores tamanhos, tipos de recipientes e substratos, adequando-os à produção de
mudas de qualidade desejável (SANTOS et al., 2000).
O objetivo deste trabalho foi avaliar a emergência de plântulas e o
crescimento de mudas de Enterolobium contortisiliquum em diferentes substratos,
permitindo assim a busca de um melhor crescimento da muda, tanto da parte aérea
como da raiz.
12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Segundo Carvalho; Nakagawa (2000)1 apud Vieira; Sanches (2008) o
conhecimento das condições adequadas para a germinação das sementes e
emergência de plântulas de uma espécie é crucial, principalmente pelas respostas
diferenciadas que estas podem apresentar devido aos fatores intrínsecos à própria
espécie, fatores ambientais e de interação com outros organismos.
Wright; Westoby (1999)2 apud Vieira; Sanches (2008) falam que mudanças
nas taxas de crescimento e na alocação da biomassa são consideradas respostas à
limitação de recursos, como tentativa de maximizar o aproveitamento dos mesmos.
2.1 ENTEROLOBIUM CONTORTISILIQUUM
Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong, comumente conhecida como
orelha-de-macaco, orelha-de-negro, orelha-de-onça, tamboril e timbaúva pertence à
família Mimosoideae. É uma árvore de grande porte e crescimento rápido,
encontrada em diversas formações florestais brasileiras e mais frequentemente,
colonizando áreas desmatadas, em clareiras e bordas de matas (SCALON et al.,
2005). Possui de 15 a 30 m de altura, é nativa do Brasil, com copa ampla, tronco
cilíndrico com casca pardo-acizentada, folíolos oblongos, sésseis, glândulos negros
no pecíolo, tolera solos compactados e com baixa fertilidade (CARVALHO, 1994).
A espécie, segundo Lorenzi (1992) é considerada pioneira, apresentando-se
amplamente dispersa no país, da região Amazônica ao Rio Grande do Sul, sendo
predominante nas florestas latiofoliadas na bacia do rio Paraná.
Lorenzi (1998) e Carvalho (2003) relatam que o E. contortisiliquum é uma
espécie heliófita, seletiva, higrófita, pioneira, dispersa em várias formações
florestais. Sua madeira, devido à sua leveza, é própria para fabricação de barcos,
canoas, brinquedos, armação de móveis e caixotarias, em geral, pode ser
1 CARVALHO, N. M. & NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. Jaboticabal: FUPESP, 588p, 2000. 2 WRIGHT, I. J. & WESTOBY, M. Differences in seedling growth behaviour among species: trait correlations across species, and traits shifts along nutrient compared to rainfall gradients. Journal of Ecology, v.87, p.85-97, 1999.
13
empregada em reflorestamentos de áreas degradadas de preservação permanente
e em plantios mistos, devido ao seu rápido crescimento, facilitado pela dispersão de
suas sementes por roedores, como pacas e cutias. Suas flores apresentam
importância apícola, a estética de sua copa lhe confere uso paisagístico.
A exploração intensiva para utilização em serrarias, móveis e mesmo
construção civil tem contribuído para a diminuição das populações naturais. A
multiplicação via sementes é lenta e desuniforme devido ao mecanismo de
dormência presente na espécie (ALCALAY; AMARAL, 1982).
Para Santos Júnior et
al. (2004) a E. contortisiliquum necessita da condição de pleno sol para sua
germinação e desenvolvimento inicial.
Santos (1987) menciona esta espécie como sendo de grande plasticidade,
uma vez que se presta para recuperação de áreas degradadas e construção civil, de
forma geral.
2.2 SUBSTRATOS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS
Entre os fatores que influenciam a produção de mudas de espécies florestais,
destacam-se, além das sementes, os substratos e os recipientes utilizados, os quais
vão refletir diretamente na qualidade do produto final (SANTOS et al., 2000).
Segundo Carneiro (1995), substrato é o meio em que as raízes proliferam-se,
para fornecer suporte estrutural à parte aérea das mudas e também as necessárias
quantidades de água, oxigênio e nutrientes.
De acordo com Santos et al. (2000), na escolha do substrato como meio de
crescimento de mudas, devem ser consideradas algumas características físicas e
químicas do substrato relacionadas com a espécie a plantar, além dos aspectos
econômicos.
A formação de mudas florestais de boa qualidade envolve os processos de
germinação de sementes, iniciação e formação do sistema radicular e da parte
aérea, que estão diretamente relacionados com características que definem o nível
de eficiência dos substratos. Carneiro (1995), cita como as principais características
físicas de um substrato a textura, a estrutura, a porosidade, a densidade e como
características químicas a capacidade de troca catiônica (CTC), pH e fertilidade.
14
Segundo Carneiro et al. (1995) e Gonçalves et al. (2000), o substrato ideal
deve oferecer boa estrutura e consistência, de forma a sustentar as sementes e
estacas durante a germinação ou enraizamento e ser suficientemente poroso e
permitir a drenagem do excesso de água para que se mantenha uma adequada
aeração junto ao sistema radicular. Além disso, devem apresentar boa capacidade
de retenção de água para que se evite estresse hídrico e diminua a necessidade de
irrigação, não se expandindo ou contraindo facilmente devido às oscilações de
umidade.
Cunha et al. (2005), também afirmam que maior ênfase tem sido dada à
pesquisa de diferentes combinações de substratos, que claramente influenciam o
vigor, o desenvolvimento e a sanidade das mudas produzidas. Entre os diversos
materiais utilizados como substratos, é muito comum a recomendação de misturas a
partir da utilização de terra, areia, raspas de madeira vermelha ou de pinus e adubos
químicos, podendo-se alterar a proporção desses materiais até certo limite. Ainda
segundo o autor, o aumento da quantidade de solo na mistura diminui o custo do
substrato, mas aumenta o seu peso.
Gonçalves et al. (2000), acrescentam que o substrato deve estar
prontamente disponível em quantidades adequadas e custos economicamente
viáveis e deve ser bem padronizado e homogeneizado, com características físicas e
químicas pouco variáveis de lote para lote. Segundo Cunha et al., 2005 os resíduos
orgânicos surgem como uma alternativa para diminuir os custos com a adubação
química.
Segundo Carneiro (1995) a matéria orgânica tem como finalidade básica
aumentar a capacidade dos substratos em reter água e nutrientes para as mudas,
reduzir a densidade e aumentar a porosidade do meio.
Segundo Gonçalves et al. (2000), o bom entendimento da nutrição das mudas
e o uso de substratos de cultivo apropriado são fatores essenciais para definição de
uma adequada recomendação de fertilização.
Determinadas espécies ou cultivares variam muito na sua capacidade de
tolerância ou sensibilidade á acidez ativa, á acidez ativa, á acidez trocável,
saturação por bases, saturação por alumínio e disponibilidade de nutrientes. Dessa
forma, as análises dos substratos devem ser interpretados para avaliar a
disponibilidade e a quantidade de nutrientes existentes nos mesmos, pois é
15
importante conhecer a qualidade dos componentes que serão empregados na
formulação do substrato (RIBEIRO et al., 1999).
2.3 IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DAS MUDAS
A produção de mudas de espécies florestais, em quantidade e qualidade, é
uma das fases mais importantes para o estabelecimento de povoamentos, com
repercussão sobre a sua produtividade e qualidade. Nesse sentido, muitos esforços
têm sido realizados para melhorar a qualidade e reduzir os custos de produção das
mudas (WENDLING; GUASTALA; DEDECEK, 2007).
Gomes et al. (1991) relatam que o êxito na formação de florestas de alta
produção depende, em grande parte, da qualidade das mudas plantadas; assim
como em florestas de cunho conservacionistas.
Os programas de implantação, recomposição e revitalização de florestas
nativas só terão sucesso garantido quando os métodos e sistemas empregados
pelos viveiristas priorizarem a produção de mudas de qualidade (FONSECA et al.,
2002).
Mesmo com o avanço nas técnicas de produção de mudas, ainda existem
muitos problemas a serem solucionados, principalmente no que se refere ao
desenvolvimento do sistema radicular das mudas, em função das características dos
recipientes utilizados (MATTEI, 1999).
Carneiro (1995) definiu que os critérios para a classificação da qualidade de
mudas baseiam-se fundamentalmente em aumentar o percentual de sobrevivência
das plantas após o plantio, atingindo uma qualidade em que as mudas apresentem
características que possam oferecer resistência às condições adversas que
porventura ocorrem, mesmo tendo sido o plantio efetuado em período de condições
favoráveis.
Carneiro et al. (1995) recomenda que após a semeadura, a camada
superficial do substrato deve permanecer úmida para favorecer o processo
germinativo. Por outro lado, deve-se evitar o excesso de umidade que favorece a
lixiviação de nutrientes e o possível surgimento de doenças como damping-off nas
fases pré e pós-emergentes. O excesso de umidade também cria condições
desfavoráveis para a circulação do ar no substrato. A eficiência do sistema radicular
16
é influenciada pela aeração, visto que a energia despendida no processo de
crescimento é obtida pelas raízes por meio de respiração.
2.4 MECANISMOS DE DORMÊNCIA
Scalon et al. (2005) afirma que a orelha-de-macaco é uma espécie que tem
sementes com dormência, cuja quebra ocorre após o desgaste do tegumento e o
período de pré-embebição, sugerindo que o embrião necessita de um tempo para
iniciar seu crescimento, associado ao fato de que o crescimento da muda é
favorecido em ambiente moderadamente sombreado.
Segundo o mesmo autor a importância ecológica da dormência baseia-se,
principalmente, no bloqueio da germinação. Quando as condições ambientais são
aparentemente adequadas à germinação, porém, as perspectivas de futuro,
estabelecimento e crescimento das plântulas não são promissores.
A escarificação mecânica através do atrito das sementes contra superfícies
abrasivas vem sendo recomendada, para pequenos lotes de sementes, indicando
bons resultados quanto a sua eficiência em sementes de espinilho (Acacia caven
(Mol.) Molina) (FRANCO; FELTRIN, 1994).
Alexandre et al., (2009) estudando a superação de dormência em E.
contortisiliquum, encontraram que a escarificação mecânica com lixa, sem ou com
embebição em água é um método eficiente para superação de dormência
tegumentar na espécie.
GRUS; DEMATTE; GRAZIANO (1984) após estudos afirmam que as sementes
de Pau-ferro e Cássia-javanesa apresentam dormência tegumentar que pode ser
reduzida ou eliminada por processos mecânicos de escarificação.
2.5 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS COM LEGUMINOSAS
ARBÓREAS EM ASSOCIAÇÃO COM MICROORGANISMOS
Para a exploração racional das potencialidades das espécies nativas na
recuperação de ambientes com algum tipo de perturbação, é de suma importância o
17
estudo da autoecologia das espécies, bem como a melhor maneira de produção de
mudas (SCALON et al., 2005)
Para o IBAMA (1990), a degradação de uma área ocorre quando a vegetação
nativa e a fauna forem destruídas, removidas ou expulsas, a camada superficial do
solo for perdida, removida e a qualidade do regime hídrico for alterada. A
recuperação se dá através da definição de um plano que considere os aspectos
ambientais, estéticos e sociais, de acordo com a destinação que se pretende dar a
área permitindo um novo equilíbrio ecológico. As leguminosas são plantas que
apresentam características que as tornam peça fundamental na recuperação de
áreas degradadas. Em torno de 97% e 90% das plantas testadas, das subfamílias
Papilinoideae e Mimosoideae, respectivamente, possuem capacidade de nodular
(FREITAS et al., [entre 1990 e 2000]).
Barberi et al. (1998), afirmam que a capacidade de nodular, ou seja, de formar
simbiose com bactérias fixadoras de N2 denominadas vulgarmente de rizóbio, é mais
freqüente entre as Mimosoideae e Papilionoideae. Além disso, fatores químicos,
físicos e biológicos do solo podem limitar a nodulação da espécie capazes de formar
esta simbiose.
Um aspecto fundamental na recuperação de áreas degradadas é o
conhecimento do solo ou do substrato onde essa recuperação tem que ser
conduzida. Os procedimentos específicos na recuperação dessas áreas dependem
essencialmente das propriedades físicas, químicas, biológicas e mineralógicas do
solo ou substrato, que deverá apresentar condições adequadas para o
desenvolvimento das plantas (FONTES, 1991).
A formação de micorrizas consiste na associação simbiótica entre as raízes
finas e fungos altamente especializados. O fungo utiliza substâncias sintetizadas
pelas plantas como açúcares e aminoácidos propiciando em contrapartida maior
aquisição de nutrientes para estas principalmente (SIQUEIRA; PAULA, 1986).
Segundo Goi et al. (1997), devido ao fato de fixarem nitrogênio, certas
leguminosas possuem maior facilidade de estabelecimento quando plantadas em
solos deficientes deste elemento, economizando gastos com adubos nitrogenados.
Apesar da importância da interação entre leguminosas e bactérias eficientes
em fixar N2 ser bem reconhecida, pouco esforço tem sido realizado para usar a
simbiose de plantas nativas em larga escala, visando à reabilitação e restauração de
ecossistemas naturais (THRALL et al., 2005).
18
3 MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo foi conduzido na casa de vegetação do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais - Campus São João Evangelista
(IFMG
Campus São João Evangelista) (Figura 1), localizada no Município de São
João Evangelista - MG. Este se encontra situado na região Centro Nordeste de
Minas Gerais, a 22º13 16 de latitude Sul e 54º48 2 de longitude Oeste com altitude
média de 452 m. O clima é classificado, de acordo com Köppen (1948), como Cwa
(inverno seco e verão chuvoso), possui temperatura média anual em torno dos 22ºC,
com média máxima anual de 26,1ºC e média mínima anual de 15ºC. O índice médio
pluviométrico anual é de 1081 mm.
Figura 1 - Vista do experimento na casa de vegetação do IFMG - Campus São João Evangelista
Foram coletados no campus, frutos de Enterolobium contortisiliquum de cinco
árvores matrizes, produtivas e sadias, que possuem frutos relativamente grandes e
sem orifícios visíveis a olho nu que propiciassem a entrada de patógenos. Após
extraídas dos frutos e antes de serem colocadas para germinar, as sementes
sofreram um tratamento pré-germinativo com escarificação em lixa d água nº 10 e
imersão em água destilada por um período de 12 horas, permitindo uma
homogeneidade na germinação, através da embebição da semente.
19
Foram utilizados saquinhos de polietileno com dimensões 18,5 cm de altura e
11,3 cm de largura, forma circular e com furos na porção inferior para facilitar a
drenagem da água.
A semeadura foi realizada, a 1 cm de profundidade. Foram plantadas duas
sementes por saquinho, sendo as sementes cobertas por uma fina camada de
vermiculita em todos os tratamentos. Após a semeadura as mudas foram irrigadas a
cada dois dias.
3.1 TRATAMENTOS
No experimento foram utilizados 16 tratamentos, constituídos por cinco tipos
de substratos em várias proporções. Foram utilizados os seguintes substratos:
vermiculita (VE), terra de barranco (TB), composto orgânico (CO), serragem de
madeira (SM) e moinha de carvão (MC).
A vermiculita de granulometria média, segundo Ugart et al. (2005), a moinha
de carvão vegetal e a terra de barranco foram adquiridas no IFMG - Campus São
João Evangelista. Segundo IBGE (2005), os solos da região Centro Nordeste
Mineiro são classificados como latossolos vermelhos.
O composto orgânico feito com resíduos orgânicos (estercos, restos de
alimentos, restos de vegetais) foi doado pela Empresa Vital Engenharia Ambiental,
localizada na cidade de Ipatinga - MG.
A serragem de madeira, obtida em marcenarias da cidade de São João
Evangelista, é em sua maioria subproduto das espécies de eucalipto, sucupira,
vinhático, angelim, cedro-rosa, jacarandá e angico-vermelho.
A moinha de carvão vegetal triturada, a serragem, a terra de barranco e o
composto orgânico foram peneirados em peneira de malha 4 mm e homogeneizadas
para formar os tratamentos dispostos no Quadro 1.
20
Quadro 1 - Tratamentos utilizados no experimento, sendo VE (vermiculita), MC (moinha de carvão), TB (terra de barranco), CO (composto orgânico), SM (serragem de madeira).
As caixas plásticas (Figura 2), contendo os tratamentos foram dispostos em
bancadas suspensas a 77 cm do solo, facilitando a coleta de dados e manejo do
experimento.
Figura 2 - Caixas com os tratamentos, suspensos em bancadas na casa de vegetação.
Os cinco substratos e os 16 tratamentos foram encaminhados para o
laboratório do IFMG - Campus São João Evangelista para análise química. Foram
avaliados os seguintes parâmetros: fósforo, potássio, matéria orgânica, alumínio,
cálcio, cálcio+magnésio, potencial de hidrogênio e hidrogênio + alumínio de acordo
com a 5ª aproximação explicado por Ribeiro et al. (1999).
Tratamento
Composição dos tratamentos Tratamento Composição dos tratamentos
1
2
3
4
5
6
7
8
VE (33%) + MC (33%) + TB (33%)
VE (33%) + MC (33%) + CO (33%)
VE (33%) + MC (33%) + SM (33%)
MC (33%) + TB (33%) + CO (33%)
MC (33%) + TB (33%) + SM (33%)
TB (33%) + CO (33%) + SM (33%)
VE (50%) + MC (50%)
VE (50%) + TB (50%)
9
10
11
12
13
14
15
16
VE (50%) + CO (50%)
VE (50%) + SM (50%)
MC (50%) + TB (50%)
MC (50%) + CO (50%)
MC (50%) + SM (50%)
TB (50%) + CO (50%)
TB (50%) + SM (50%)
CO (50%)+ SM (50%)
21
Portanto todas as análises realizadas em laboratório são ferramentas
auxiliares para a escolha do substrato mais adequado para a cultura de interesse.
3.2 AVALIAÇÕES
O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, sendo 5
blocos constituídos por 16 tratamentos e 25 repetições cada.
Para os 16 tratamentos foram realizadas análises de variância (ANOVA). As
médias foram avaliadas através do teste de Tukey sempre que o teste F foi
significativo a 5%. Para essas análises foram utilizados os softwares SAEG (1993) e
EXCEL® (2000).
Foram analisados o Índice de Velocidade de Emergência - (IVE) (Maguirre,
1962), porcentagem de emergência - (E%), tempo médio de emergência - em dias
(TME) (Laboriau, 1983), altura total da planta (AT), comprimento da raiz (CR),
comprimento da parte aérea (CPA), diâmetro do colo (DC), número de nódulos
(NOD), massa seca da raiz (MSR), massa seca da parte aérea (MSPA) e volume de
raiz (VR).
Para análise do IVE (1), E% e TME (2) foram realizadas contagens diárias
até 15 dias após a instalação do experimento, para averiguar o número de plântulas
emergidas. Entende-se por plântulas emergida aquela que sair do substrato.
i
n
ii
D
PIVE 1
(1)
Sendo:
- IVE: Índice de velocidade de emergência;
- Pi: número de plântulas emergidas no i-ésimo dia de contagem;
- Di: número de dias em que as plântulas levaram para emergir no i-ésimo dia de
contagem.
22
i
n
iii
n
tnTME 1
(2)
Sendo:
- TME: Tempo médio de emergência, em dias;
- ni: Número de plântulas emergidas no intervalo entre cada amostragem;
- ti: Tempo médio decorrido entre o início da emergência e a i-ésima contagem.
Os dados de porcentagem de emergência e número de nódulos foram
transformados para 100sen xarco e submetidos à análise estatística, sendo o x a
porcentagem de emergência das plântulas e número de nódulos presente nas
raízes.
A altura das mudas foi avaliada a partir do nível do substrato até a gema
apical usando régua graduada em milímetros, aos 30, 60, 90 e 120 dias após o
replantio. O diâmetro do colo foi determinado ao nível do substrato, através de um
paquímetro de precisão de 0,05 mm no mesmo período de tempo.
O sistema radicular foi separado da parte aérea e lavado em água corrente,
usando-se peneira fina para evitar perdas significativas de raízes. O sistema
radicular foi avaliado através do método de deslocamento de água, mediante o uso
de provetas de 20 ml. Em seguida, a parte aérea e o sistema radicular de cada
planta foram acondicionados separadamente em sacos de papel, identificados e
colocados em estufa a 75º C por 72 horas, e determinado, assim a massa seca da
parte aérea e do sistema radicular.
Foram avaliadas 25 mudas por tratamento em cada período determinado (30,
60, 90 e 120 dias), totalizando 400 avaliações a cada 30 dias.
Os nódulos formados nos substratos foram contados, após lavagem do torrão
com água corrente para uma melhor visualização, permitindo uma quantificação
total.
Com base nos dados obtidos, foi calculado o índice de qualidade de Dickson
(IQD) (3) segundo DICKSON; LEAF; HOSNER (1960) 3 apud GOMES et al. (2002).
3 DICKSON, A.; LEAF, A. L.; HOSNER, J. F. Quality appraisal of white spruce and white pine seedling stock in nurseries. For. Chron., v. 36, p. 10-13,1960.
23
O IQD foi determinado em função da altura da parte aérea (H), do diâmetro do
colo (DC), a massa seca da parte aérea (MSPA) e a massa seca da raiz (MSR).
MSR
MSPA
DC
H
MSTIQD (3)
Sendo:
- MST: massa seca total;
- H: altura da parte aérea;
- DC: diâmetro de colo da muda;
- MSPA: massa seca da parte aérea;
- MSR: massa seca da raiz.
Calculou-se a área sob a curva (ASC) (4) para os parâmetros avaliados em
função do tempo, de acordo com Campbell; Madden (1990), para possibilitar uma
avaliação integral de todo o período do experimento. As análises estatísticas foram
realizadas após a transformação dos dados.
1
11 *
2
n
iii
ii ttyy
ASC (4)
Sendo:
- yi e yi + 1 - estimativa do ponto central do parâmetro avaliado
- ti e ti + 1 - tempo de duração do evento avaliado
24
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 1 encontra-se o resultado da análise dos substratos e tratamentos.
Não foi possível realizar a análise de nitrogênio, a Instituição ainda não realiza avalia
esse parâmetro.
Tabela 1 Resultado da análise química dos tratamentos e substratos utilizados
Percebe-se que alguns apresentaram um maior nível de certos nutrientes,
sendo, portanto mais férteis. Por exemplo, o tratamento 14, apresentou melhores
níveis de pH, P, Ca e K, esses muito importantes no crescimento das plantas.
Todos os valores das variáveis analisadas, com exceção do H + Al,
apresentaram-se sensivelmente mais elevados no substrato que recebeu o
composto orgânico, em comparação à terra de barranco, indicando elevação da
fertilidade desse substrato, graças ao aumento dos teores de P, K, Ca, Mg, e CTC.
O tratamento 15 apresentou baixo nível de fósforo, percebe-se assim a
grande necessidade desse nutriente em fases iniciais de crescimento da espécie em
Variáveis
Tratamento pH
(H2O)
P
(mg/dm)
K
(mg/dm)
Ca+2
(%)
Mg+2
(dag/Kg)
Al+3
(mg./L)
H+Al
(cmolc/dm3)
CTC
(cmolc/dm3)
V
(%)
MO
(dag/Kg)
P-rem
(mg/L)
1 5,7 24 221 3,2 2,0 0,25 4,52 10,29 56,1 1,33 40,0
2 5,84 25,3 159 10,4 5,25 0,2 3,24 19,3 83,2 7,92 46,4
3 5,28 58,3 267 2,25 1,7 0,6 4,37 9,0 51,4 10,4 62,0
4 5,46 28,3 149 9,05 1,95 0,15 5,05 16,43 69,3 7,84 32,4
5 5,95 24,8 152 3,15 1,5 0,15 3,35 8,39 60,1 9,75 25,2
6 5,52 35,3 205 8,65 2,4 0,15 4,04 15,61 74,1 13,04 28,1
7 5,9 49,2 370 4,45 4,2 0,45 5,46 15,06 63,7 2,41 56,4
8 5,86 10,5 159 2,3 4,3 0,1 4,52 11,53 60,8 0,09 30,3
9 5,32 31,4 755 15,45 1,75 0,05 4,88 24,01 79,7 1,32 6,1
10 4,8 32,3 544 2,2 1,85 0,25 2,9 8,34 65,2 16,31 41,4
11 5,8 7,7 834 4,35 0,5 0,7 5,77 12,75 54,7 23,4 69,1
12 5,54 43,9 1383 15,45 0,75 0,35 5,28 25,02 78,9 2,61 21,0
13 5,23 94,7 1073 2,75 0,8 0,6 5,58 11,87 53 3,47 28,5
14 6,16 163,9 1383 12,15 0,6 0,1 3,06 19,35 84,2 3,14 7,9
15 6,3 6,3 360 3,25 0,4 0,05 2,1 6,67 68,5 3,99 19,5
16 5,38 332,6 1383 12,95 1,45 0,35 4,13 22,07 81,3 5,34 11
VE 6,42 44,8 827 6,75 2,6 0,35 2,43 13,9 82,5 7,95 1,4
MC 5,62 55,6 1246 1,95 0,35 0,6 6,97 12,46 44,1 3,79 18,4
TB 5,92 0,6 66 1,35 0,85 0 9,51 11,88 19,9 9,3 48,1
CO 5,9 180 1419 21,3 1,7 0,25 3,95 30,58 87,1 13,84 57,4
SM 4,36 35,3 438 1,45 0,7 1,2 4,32 7,59 43,1 3,36 18,4
25
estudo. Segundo Grant et al. (2001), as limitações na disponibilidade de P no início
do ciclo vegetativo podem resultar em restrições no desenvolvimento, das quais a
planta não se recupera posteriormente, mesmo aumentando o suprimento de P a
níveis adequados. O suprimento adequado de P é, pois, essencial desde os estádios
iniciais de crescimento da planta.
Constata-se que quase todos os elementos químicos essenciais para o
desenvolvimento das plantas estão com bons resultados, exceto o Ca para o
substrato 10 com VE (50%) e SM (50%).
A falta ou mesmo o excesso de qualquer um dos macronutrientes provoca,
dependendo da sua função, anomalias no crescimento e desenvolvimento da planta,
como sintomas de cloroses, que posteriormente pode evoluir para necroses no limbo
foliar, que se trata de zonas escuras (PINTO, 2003).
Durante a produção de mudas, o substrato é um dos componentes que mais
interferem na emergência e no crescimento da plântula, por meio de fatores como
estrutura e textura (RODRIGUES et al., 2007). É através do substrato que a nova
planta receberá nutrientes, água e oxigênio, bem como a sua sustentação
(ANDRADE, 2006).
Na Figura 3, encontram-se os dados referentes a emergência (%) do E.
contortisiliquun nos diferentes tratamentos. De acordo com a análise estatística
(Tabela 2) a porcentagem de emergência e o tempo médio de emergência não
apresentaram diferença significativa a 5% de significância.
40
45
50
55
60
65
70
75
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Tratamentos
Em
erg
ênci
a (%
)
Figura 3 - Emergência (%) de plântulas de E. contortisiliquum nos diferentes tratamentos estudados.
26
Os tratamentos 8 e 6 respectivamente tiveram os maiores valores de
emergência (%). Nos demais substratos avaliados, as porcentagens de emergência
tiveram valores inferiores e semelhantes entre si, indicando basicamente que as
plântulas obtiveram praticamente a mesma porcentagem de emergência no período
de 15 dias estudados.
Possivelmente, nos tratamentos com vermiculita e serragem de madeira a alta
drenagem reduziu a disponibilidade de água necessária, reduzindo a porcentagem
de emergência. Enquanto nos tratamentos em que a terra de barranco foi misturada
com vermiculita ou serragem de madeira, a emergência de plântulas foi maior, isso
deve-se a um substrato com mais porosidade, o que faz com que o substrato não
perca toda a água rapidamente. De igual forma, Iossi et al. (2003) observaram que
as plântulas de Phoenix roebelenii O'Brien tinham menor desenvolvimento quando
se usavam os substratos areia, vermiculita e serragem de madeira.
Na análise estatística (Tabela 2), o IVE e o IQD apresentaram diferença
significativa a 5%. O substrato que apresentou melhor IVE (Figura 4 - A) foi o
tratamento 6 (TB 33% + CO 33% + SM 33%). Segundo Nakagawa (1999)4 (apud
Scalon et al., 2006) quanto maior a velocidade de emergência das plântulas, menor
é o tempo de exposição das sementes a fatores adversos do ambiente, os quais
podem causar deterioração e até mesmo prejuízo, em termos produtivos, assim,
quanto maior o IVE, maior a velocidade de emergência, o que permite inferir que
mais vigoroso é o lote de sementes avaliado.
Tabela 2 - Resumo da análise de variância e Erro padrão residual (Sxy) para Emergência (E), Índice de velocidade de emergência (IVE), Tempo médio de emergência (TME) em dias e Índice de qualidade de Dickson (IQD).
* significativo a 5% pelo teste F, ns não significativo.
4 NAKAGAWA, J. Testes de vigor baseados no desempenho das plântulas. In: KRZYZANOWSKI, F. C.; VIEIRA, R. D.; FRANÇA NETO, J. B. (Ed.). Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, 1999. 21p.
Quadrado Médio do Resíduo Fonte de Variação GL
E (%) IVE TME IQD
Tratamentos 15 0,0060213 ns 2,544* 0,348 ns 87,56*
Resíduo 64 0,00595 1,237 0,217 25,904
Sxy - 0,00867 0,135 0,056 7,168
27
Para o IQD (Figura 4 - B) a muda que apresentou maior qualidade foi a muda
cultivada no tratamento 9 (VE 50% + CO 50%).
Os parâmetros morfológicos mais utilizados na determinação do padrão de
qualidade de mudas de espécies arbóreas têm sido a altura da parte aérea, o
diâmetro do coleto, matéria seca total, matéria seca da parte aérea e matéria seca
das raízes. Algumas relações entre esses parâmetros têm sido utilizadas para
avaliar a qualidade de mudas (SABONARO, 2006).
ab
b
ab
abababab abab
ab
ab
ab
abab
ab
a
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Tratamentos
IVE
(d
ias)
(A)
bcbc
abbc
bc bcbc bc
a
bc
bc bc
bc
bccbc
0
5
10
15
20
25
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Tratamentos
IQD
(B)
Figura 4 - (A) Índice de velocidade de emergência (IVE) e (B) Índice de qualidade de Dickson (IQD),
em dias, de plântulas de E. contortisiliquum, provenientes de diferentes substratos. Médias
seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a 5%
de significância.
28
De acordo com Sturion; Antunes (2000)5 (apud Cunha et al., 2005) mudas
com baixo diâmetro do colo apresentam dificuldades de se manterem eretas após o
plantio. O tombamento decorrente dessa característica pode resultar em morte ou
deformações que comprometem o valor silvicultural dos indivíduos. O diâmetro do
colo é reconhecido como um dos melhores indicadores do padrão de qualidade de
mudas (MOREIRA; MOREIRA, 1996).
Segundo Fonseca et al. (2002) os parâmetros morfológicos e as relações
utilizadas para a avaliação da qualidade de mudas não devem ser utilizados
isoladamente para a classificação do padrão da qualidade de mudas, a fim de que
não corra o risco de selecionar mudas altas, porém fracas, descartando as menores,
mas com maior vigor.
De acordo com os dados da Tabela 3, referente ao resumo da análise de
variância, verificou-se que apenas a variável diâmetro do colo (DC) não obteve
diferença significativa entre os tratamentos. As demais variáveis, comprimento de
raiz (CR), comprimento de parte aérea (CPA), altura total (AT), nodulação (NOD),
volume de raiz (VR), massa seca de raiz (MSR) e massa seca da parte aérea
(MSPA) apresentaram diferença entre os tratamentos a 5 % de significância.
Tabela 3 - Resumo da análise de variância e erro padrão residual do comprimento da raiz (CR),
comprimento da parte aérea (CPA), altura total (AT), diâmetro do colo (DC), número de
nódulos (NOD), volume de raiz (VR), massa seca da raiz (MSR) e massa seca da parte
aérea (MSPA) de E. contortisiliquum.
ANOVA VARIÁVEIS SQ QM S2
XY
CR 1927316,0 1284877,0* 76,12
CPA 114841000,0 765606600,0* 489,05
AT 141103800,0 09406922,0* 534,01
DC 117994,8 7866,3 ns 8,27
NOD 290297,4 19353,1* 7,19
VR 7533746,0 502249,7* 45,75
MSR 754425,7 50295,0* 14,34
MSPA 6648860,0 443257,3* 40,06
* significativo a 5% pelo teste F, ns não significativo.
5 STURION; J.A.; ANTUNES, B.M.A. Produção de mudas de espécies florestais. In: GALVÃO, A.P.M. Reflorestamento de propriedades rurais para fins de produtivos e ambientais, Colombo: 2000. p.125-150
29
O comprimento de raiz (CR), comprimento de parte aérea (CPA), altura total
(AT), massa seca da parte aérea (MSPA) e massa seca da raiz (MSR) (5-A, 6-A, 6-
B, 7-B e 7-C, respectivamente), apresentaram diferença significativa nos
tratamentos, sendo o 9 o melhor tratamento (50% de VE e 50% de CO), porém o
tratamento 2 (33% de VE e 33% de CO + 33% MC) também apresentou bons
resultados para todos os parâmetros apresentados acima. Isso está, provavelmente,
relacionado ao fato do composto orgânico ter nutrientes mais prontamente
disponíveis, e a vermiculita apresentar melhor estruturação e retenção de umidade.
Analisando MSPA e MSR, verificou-se que o tratamento 9 proporcionou as
maiores médias, inclusive com valores superiores aos obtidos para as mudas
cultivadas com outros substratos. Este efeito pode ser atribuído à melhoria da
fertilidade do substrato, que promoveu o fornecimento de nutrientes e um substrato
com características que estimulem o crescimento inicial das plantas. As produções
dessas duas variáveis são consideradas como bons parâmetros para a avaliação da
qualidade de mudas (BERNARDINO et al., 2005).
O efeito significativamente positivo do substrato enriquecido com composto
orgânico no crescimento das mudas pode estar relacionado com a maior
disponibilidade de nutrientes, situado em níveis adequados ao desenvolvimento das
plantas. Segundo Cunha et al. (2005), diversos autores têm comprovado que a
adição de composto orgânico aos substratos usados para produção de mudas
resulta em benefícios como o fornecimento de macro e micronutrientes e a redução
do Al trocável.
Mudas de oiti (Licania tomentosa Benth.) atingiram as maiores médias em
altura de plantas, segundo Alves; Passoni (1997), quando cultivadas em substrato
acrescido de composto orgânico.
Os menores valores de crescimento foram observados no tratamento 10 e 15,
isso se deve às baixas concentrações de nutrientes e a baixa capacidade de CTC
(Capacidade de troca catiônica) nesses substratos. O baixo teor de Ca nesse
substrato, que tem como conseqüência um pH mais baixo, provavelmente foi o que
causou um menor crescimento das mudas nele produzidas, embora apresente maior
percentagem de matéria orgânica. Isso indica que as plântulas de E. contortisiliquum
podem ser exigentes em nutrientes nos estágios iniciais de crescimento, sendo
necessário semeá-las em substratos com boa fertilidade.
30
A nodulação (NOD) (Figura 6 - C) apresentou diferença significativa entre os
tratamentos. O tratamento 3 (33% de VE + 33% de MC + 33% de SM) e o
tratamento 9 (50% de VE e 50% de CO) apresentaram respectivamente o maior e o
menor número de nódulos.
A ausência de nodulação em uma espécie nodulífera pode estar relacionada
a fatores químicos (acidez, deficiência em: P, Mo, Co, etc.), físicos (compactação,
erosão, salinização, etc.) ou biológicos (ausência de estirpes específicas) ou o
estádio de desenvolvimento da espécie vegetal (BARBERI et al., 1998). Esses
fatores podem ter contribuído para a baixa nodulação de E. contortisiliquum nos
tratamentos 4, 9 e 12, uma vez que as demais tratamentos não apresentaram
grandes limitações.
Gomes et al. (2002) pesquisando a nodulação em alfafa (leguminosa),
verificou ausência de nódulos nos tratamentos em que o cálcio não foi aplicado. Isso
demonstra a importância deste nutriente no processo de nodulação. Diferentemente
dos resultados encontrados neste trabalho, os tratamentos apresentaram um maior
número de nódulos no substrato com menor quantidade de cálcio.
Verificou-se que para o volume de raízes (Figura 7 - A) houve diferenças
significativas de crescimento das mudas, sendo o 3 o tratamento com maior volume
de raiz, seguido do tratamento 9 . É provável que a quantidade de nódulos contribua
para essa diferença no volume das raízes.
O diâmetro do colo (DC) não variou significativamente entre os diferentes
substratos, apresentando em média 0,45 cm e um crescimento linear que atingiu, ao
final do experimento 0,71 cm.
bcdd
abcd abababcdab
bcd bcd abcdcd
bcd abcbcd
a
bcd
0
500
1000
1500
2000
2500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Tratamentos
CR
(cm
*t)
(A)
Figura 5 - Avaliação dos parâmetros em função dos tratamentos: (A) Comprimento de raiz. Letras iguais não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância.
31
eff
defdef
ef
ef
abcd
cdef
abcabcd
a
abcdbcde
ababc a
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Tratamentos
CP
A (
cm*t
)
(A)
abaa ab ab
abcabcd abcd
bcde bcdecdede e
ee e
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Tratamentos
AT
(cm
*t)
(B)
bcd
efg
a
g
b
bcd bcd
cde
g
def
g
b
fg
bc
efg
cde
05
101520253035404550
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Tratamentos
NO
D (
*t)
C)
Figura 6 - Avaliação dos parâmetros em função dos tratamentos: (A) Comprimento da parte aérea,
(B) Altura total e (C) Nodulação. Letras iguais não diferem estatisticamente pelo teste de
Tukey ao nível de 5% de significância.
32
d cdcd cd
bcd
abc
a abab
abc abcabcdabcd
abcdabcdabcd
0
50
100
150
200
250
300
350
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Tratamentos
VR
(m
l*t)
(A)
aab
ab ab
abab
abc
abcd
abcd
abcde
bcde
bcdecdede
ee
0
50
100
150
200
250
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Tratamentos
MS
PA
(g
*t)
(B)
ab
eede cde
bcdebcdeabcde
abcd abcdabc ab
a
ab abab
0102030405060708090
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Tratamentos
MS
R (
g*t
)
(C)
Figura 7 - Avaliação dos parâmetros em função dos tratamentos: (A) Volume de raiz, (B) Massa seca da parte aérea e (C) Massa seca da raiz. Letras iguais não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância.
33
5 CONCLUSÃO
O substrato que proporcionou condições mais adequadas para a E (%) e IVE
das sementes do E. contortisiliquum respectivamente foram o tratamento 8 VE
(50%) + TB (50%) e 6 TB (33%) + CO (33%) + SM (33%). Para o IQD, o
tratamento que apresentou melhor qualidade foi o 9 VE (50%) + CO (50%).
A mistura constituída de VE (33%) + MC (33%) + SM (33%) proporcionou
melhores valores para VR e NOD, no entanto as mudas não apresentaram
qualidade suficiente para plantio no campo, podendo provavelmente não resistirem
as condições ambientais adversas.
A mistura de 50% de vermiculita e 50% de composto orgânico é capaz de
promover o crescimento inicial de mudas de orelha-de-macaco e outras misturas
podem ser dispensadas. Ressalta-se que em quase todos os substratos os
resultados foram satisfatórios, podendo se destacar o tratamento 9 VE (50%) + CO
(50%) e 2 VE (33%) + MC (33%) + CO (33%) para a produção de mudas de
E.contortisiliquum.
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