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Reginaldo Manuel dos Santos INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM CABRAS Monografia apresentada ao Curso de Medicina Veterinária Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Médico Veterinário. Professor Orientador: João Ari Gualberto Hill Orientador Profissional: Renato Mocellin Lopes Curitiba 2007

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Reginaldo Manuel dos Santos

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM CABRAS

Monografia apresentada ao Curso de Medicina Veterinária Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Médico Veterinário.

Professor Orientador: João Ari Gualberto Hill

Orientador Profissional: Renato Mocellin Lopes

Curitiba 2007

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SUMÁRIO

RESUMO............................................................................................................... iii 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 4 2 HISTÓRIA DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL..................................................... 6 3 COLHEITA DE SÊMEN...................................................................................... 7 4 AVALIAÇÃO DO SÊMEN.................................................................................. 9 5 PROCESSAMENTO DO SÊMEN PARA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL COM SÊMEN CONGELADO OU RESFRIADO............................................................. 12 5.1 LAVAGEM DO SÊMEN................................................................................... 12 5.2 DILUIÇÃO........................................................................................................ 12 5.3 ENVASE.......................................................................................................... 13 5.4 RESFRIAMENTO............................................................................................ 13 5.5 CONGELAÇÃO DO SÊMEN................................................................. .......... 14 6 SINCRONIZAÇÃO DO CIO NAS CABRAS....................................................... 17 6.1 MÉTODO NATURAL (EFEITO MACHO)......................................................... 18 6.2 MÈTODO NUTRICIONAL (FLUSHING ALIMENTAR)..................................... 18 6.3 TRATAMENTO COM AJUSTE DE LUZ.......................................................... 19 6.4 MÉTODO DAS ESPONJAS VAGINAIS........................................................... 19 7 TÉCNICAS DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM CABRAS............................. 20 8 CONCLUSÃO..................................................................................................... 23 REFERÊNCIAS..................................................................................................... 24 .

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RESUMO

A inseminação artificial é um método muito antigo, provém das Arábias no ano de 1932. Consiste na retirada do sêmen do bode e sua deposição no aparelho genital da cabra. No Brasil as primeiras inseminações ocorreram em 1954, Existem quatro tipos de inseminação artificial, cervical rasa, profunda, a superficial e a intrauterina e tem por finalidade aumentar a produtividade através da seleção de gens superiores. O presente trabalho tem como objetivo uma revisão sobre essas técnicas. Palavras chave: caprinos, reprodutor, palheta, fêmea, população.

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1 INTRODUÇÃO

A inseminação artificial consiste na retirada do sêmen do bode e sua

deposição no aparelho genital de cabra, pelo homem. A colheita do sêmen pode ser

feita com vagina artificial, desviando-se o pênis do bode quando esse monta uma

cabra ou manequim, colhendo o sêmen em um recipiente, ou através do uso de

eletroejaculador (RIBEIRO, 1997).

A inseminação Artificial é um ato realizado pelo homem, que tem por

finalidade a introdução do sêmen nas vias genitais da fêmea caprina, in natura,

diluído, resfriado ou congelado-descongelado por meio de instrumentos em

condições que permitam que os espermatozóides encontrem o óvulo e o fecunde

(GONZALES et al, 2002).

A inseminação artificial é a técnica mais importante para o melhoramento

genético de animais, se tornando possível porque poucos reprodutores altamente

selecionados produzem espermatozóides suficientes para inseminar milhares de

fêmeas por ano visando o uso intensivo desses animais que são portadores de

genes desejáveis (GONÇALVES et al, 2002).

A inseminação é uma poderosa ferramenta populacional, responsável pela

elevação da produtividade, através da seleção de reprodutores geneticamente

superiores, que usados como doadores de sêmen vem acelerando o ganho genético

na população caprina (SOLANO et al, 1999).

A inseminação Artificial é praticamente essencial em conjugação com os

programas de sincronização do ciclo estral, e já foi proposta como um meio de

controle dos sexos, por meio da separação dos espermatozóides portadores de

cromossomo X e Y (HAFEZ et al, 1995).

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Devido a estacionalidade reprodutiva em algumas regiões, nem sempre é

possível se obter bons resultados na distribuição de parições, utilizando o cio

natural; sendo assim, os criadores podem recorrer à sincronização artificial do estro,

desde de que seja economicamente viável (MEDEIROS et al, 1994).

A inseminação artificial pode ser programada e realizada em um grande

número de fêmeas em período pré-determinado, sendo assim, seu custo pode ser

reduzido. A técnica consiste na retirada do sêmen do macho caprino e sua

deposição no aparelho genital da cabra. O sêmen quando devidamente processado

pode de uma colheita, servir para dezenas de cabras (GONÇALVES et al, 2002).

O sêmen caprino deve ser conservado sob refrigeração a 4°C podendo ser

utilizado em um curto espaço de tempo ou ainda, congelado a -196ºC em nitrogênio

líquido, o que possibilita a sua utilização por um longo período de tempo. A

tecnologia sêmen caprino possui uma particularidade com relação ao congelamento

devido a problemas gerados pela interação do plasma seminal com fosfolipídios

existentes nos diluentes, comumente utilizados para beneficiamento e

criopreservação do material genético Nunes et al, 1982 citado por (GONZALES et al,

2002).

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2 HISTÓRIA DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

O método de inseminação Artificial é muito antigo, provém das Arábias no

ano de 1332 a sua primeira utilização. No Brasil, as primeiras inseminações em

caprinos ocorreram em 1954. Apesar do seu potencial no incremento à

produtividade, a inseminação artificial nesta espécie ainda é pouco aplicada no

Nordeste do Brasil, devido a exigüidade de difusão desta biotecnologia, à falta de

informação técnica e apoio aos criadores por parte de deficiência de espírito

associativista; custo inicial obrigatório para a implantação de programas de

inseminação artificial; deficiência da escrituração zootécnica em muitas

propriedades; relutância de muitos criadores em submeter o rebanho a um manejo

correto e racional em todas as etapas do seu processo; resultados ainda não

totalmente satisfatórios com relação ao uso de sêmen congelado-descongelado e

depositado no sistema vaginal da fêmea via transcervical (GONZALES et al, 2002).

O incremento da inseminação artificial em caprinos tem sido verificado em

alguns países como a Alemanha, Holanda, França e Índia, porém, o maior volume

de trabalho nesta espécie se faz no Japão, que inseminou cerca de 10% do total e

chegou aos 35 mil ventres em 1960. Com o advento da congelação do sêmen, o

interesse para a ampliação do método em caprinos cresce, o Brasil importou do

Canadá em 1983, 643 doses de sêmen caprino tendo utilizado parte deles para

inseminação artificial de cabras leiteiras (MIES FILHO, 1987).

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3 COLHEITA DE SÊMEN

A correta colheita do sêmen é da maior importância em um programa de

inseminação artificial. Pode ser feito até três colheitas do sêmen por semana durante

os meses de verão e outono (RIBEIRO, 1997).

Para a colheita de sêmen deve-se fazer inicialmente a tricotomia dos pêlos do

prepúcio e fazer higienização onde o desinfetante (não tóxico) deve ser introduzido

no interior do prepúcio por três vezes consecutivas com uma seringa (BETINI et al,

1998).

A colheita de sêmen pode ser feita por 2 métodos: através da Vagina

artificial ou pela Eletroejaculação (TRALDI, 1994).

O sêmen do bode pode ser colhido com 7 a 8 meses de idade, o método que

se utiliza Vagina Artificial, alguns reprodutores podem ser treinados para montar em

dispositivos apropriados, estes dispositivos podem ser construídos de modo a alojar

a Vagina Artificial em seu interior. Os manequins mecânicos apresentam vantagens

sobre os manequins vivos no sentido de proporcionarem estabilidade e quanto às

fêmeas particularmente por permitirem a controle de doenças. Os manequins vivos

devem ser contidos para diminuir movimentos laterais e para frente e ainda

proporcionar fácil acesso para colheita do sêmen (HAFEZ, 1995).

Na colheita de sêmen de bodes o método mais utilizado é o da Vagina

Artificial; instrumento que simula a condição de pressão e temperatura da vagina

natural a pressão da Vagina Artificial para caprinos deve ser igual a do ar e a água e

estar em uma temperatura entre 42°C a 45°C (GONZALES et al, 2002).

Nos bodes é possível obter várias ejaculações por dia, antes que as

reservas epididimárias sejam gravemente esgotadas de espermatozóides. Isto se

deve ao pequeno volume das ejaculações (0,5 mL) e as grandes reservas

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epididimárias. Para que haja estímulo do bode não é necessário que a fêmea esteja

necessariamente no cio devido os bodes terem a libido bem exacerbada, para cada

amostra de sêmen colhido deve-se usar uma Vagina Artificial esterilizada. A vagina

artificial deve ser lubrificada cuidadosamente com lubrificante estéril. No momento

da ejaculação a Vagina Artificial deve ser dirigida para baixo de modo que o sêmen

possa escorrer para o tudo de colheita. O estímulo elétrico é um método preferido

apenas quando os reprodutores não podem ser treinados ou recusam servir a

vagina artificial. Os bodes respondem excepcionalmente bem à estimulação elétrica,

e a resposta é mais rápida do que a do touro. Recomenda-se que os estímulos

sejam aplicados a cada sete segundos com aumento de 1 volt. A ejaculação ocorre

com 4 a 7 estímulos. O sêmen pode ser colhido com o bode de pé ou deitado de

lado sobre uma mesa. A glande do pênis deve se levemente segurada com uma

gaze estéril de modo que o apêndice filiforme e a uretra sejam dirigidos para dentro

do tubo de colheita antes da ejaculação para diminuir a perda do sêmen

(HAFEZ,1995).

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4 AVALIAÇÃO DO SÊMEN

Para um reprodutor ser selecionado como doador de sêmen e ser utilizado

em programas de inseminação artificial deverá ter seu sêmen avaliado

criteriosamente do ponto de vista produtivo, onde este deve ser isento de doenças

infecto-contagiosas que podem ser transmitidas através do sêmen (TRALDI, 1994).

O sêmen colhido deve ser colocado em banho-maria a 37ºC para que haja

preservação dos espermatozóides durante as análises. Os materias utilizados como

lamínulas, lâminas, corantes, pipetas e recipientes devem ser colocados em placa

aquecedora a 37ºC, evitando que os espermatozóides passem por variações

térmicas (BETINI et al, 1998).

O sêmen deve ser avaliado de acordo com as seguintes características

macroscópicas do sêmen:

• De acordo com o volume: varia de 0,5 a 2,0 mL

determinação do volume do ejaculado é realizada no laboratório, através da leitura

no copo coletor graduado, antes da colocação no banho-maria (BETINI et al, 1998);

• Quanto a cor: deve ser amarelada, desprezando-se o

sêmen com coloração avermelhada ou com cor de chocolate, indicando presença de

sangue. A análise da cor do sêmen é feita visualmente (BETINI et al, 1998).

• De acordo com o pH: determinado colocando-se uma gota

de sêmen sobre uma fita de papel tornassol. O normal do pH é estar em torno de 7,0

(BETINI et al, 1998).

• Quanto ao aspecto: variando de leitoso a cremoso,

desprezando-se o sêmen aquoso ou turvo, pois é indicativo de pequeno número de

espermatozóides (BETINI et al, 1998).

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Também podem ser características microscópicas para análise do sêmen:

• Através do Turbilhonamento (motilidade massal):

movimento da massa de espermatozóides no plasma seminal. Assemelha-se a

ondas do mar e pode receber notas de 0 ( sem movimento) a 5 ( movimentos muito

fortes).

• Quanto a concentração: determina no espectrofotômetro

ou no microscópio. A concentração é definida como a quantidade de

espermatozóides em cada milímetro de sêmen, onde o valor normal está em torno

de 3 bilhões/ mL (GONÇALVES et al, 2002).

• Motilidade individual progressiva (MP): movimento em

flecha de cada espermatozóide deve ser de 70% a 80% no mínimo.

A motilidade progressiva é determinada colocando-se uma gota de sêmen

sobre uma lâmina e adicionando-se 25 gotas de citrato de sódio a 3%. O material

deverá ser homogeneizado; retira-se uma gota dessa mistura e coloca-se uma

lâmina a 37ºC e cobre-a com uma lamínula e no caso da análise do sêmen

congelado não se utiliza a diluição (BETINI et al, 1998).

• Vigor: esta avaliação é realizada a partir da lâmina

preparada para motilidade progressiva e classificada numa escala de 0 a 5 pontos,

onde os valores mais elevados indicam sêmen de melhor qualidade (BETINI et al,

1998).

• Morfologia espermática (ME): indica a porção de

espermatozóides patológicos (sem cauda, com cauda dupla, com dupla cabeça, etc.)

dentro da população espermática, não devendo ultrapassar os 15% (GONÇALVES

et al, 2002).

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• Índices de sobrevivência: este é outro critério que faz

parte da analise do sêmen; determinado em microscópio óptico de contraste de fase

em 40x, a partir de esfregaço feito com mistura de uma gota de eosina vermelha a

3%, uma gota de nigrosina a 5% e uma gota de sêmen; homogeineizar a mistura por

30 segundos; colocar uma gota dessa mistura na lâmina, e preparar um esfregaço

que após a secagem será levado no microscópio em 40x. Para determinar o valor

desses índices, deve-se contar 100 espermatozóides entre corados e brancos, onde

os brancos serão os sobreviventes, dividir as células brancas pelo total e multiplicá-

las por 100 (BETINI et al, 1998).

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5 PROCESSAMENTO DO SÊMEN PARA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL COM

SÊMEN CONGELADO OU RESFRIADO

A colheita do sêmen e sua avaliação macroscópica e microscópica são

fundamentais e se houver condições favoráveis, seguirá para a fase de

processamento do sêmen, composta pelas etapas descritas a seguir.

5.1 LAVAGEM DO SÊMEN

O processo de lavagem na diluição do ejaculado na proporção de 1:9 em

solução de citrato de sódio 3% a 37ºC e centrifugação a 500g por 15 minutos à

temperatura ambiente, devendo desprezar o sobrenadante, desfazer o precipitado e

repetir a lavagem (BETINI et al,1998).

É necessário a retirada do plasma seminal para que não haja prejuízo na

viabilidade das células espermáticas e na taxa de fertilidade nas inseminações

artificiais com sêmen congelado, sendo assim o sêmen deverá ser centrifugado de

500 a 600g para se obter precipitado consistente de células espermáticas que

permita a eliminação apenas do plasma seminal, a eliminação do plasma seminal

tem como objetivo melhorar a crioconservação do sêmen (ANDRADE et al, 1999).

5.2 DILUIÇÃO

A presença de fosfolipídeos no plasma seminal de caprinos compromete a

fertilidade do sêmen durante o processo de congelamento pela ação das

lisofosfolipases nas quebras das lecitinas por isso se questiona muito o método a ser

adotado para criopreservação espermática nesta espécie (BARBOSA et al,1999).

Os espermatozóides da espécie caprina são muito suscetíveis ao choque

térmico e por este motivo é necessário nível adequado de gema de ovo para que

haja sucesso na estocagem (FERRARI et al, 1998).

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Utiliza-se diversas soluções diluidoras no sêmen caprino principalmente na

congelação, entre elas o leite desnatado e Tris gema de ovo, mas esta última é a

que possui a enzima coaguladora que produz efeitos negativos no plasma seminal

do bode, por isso, não se indica esta como componente de diluição do sêmen do

bode, sendo indicado para esta espécie solução a base de água de coco tendo

baixo teor em fosfolipídeos para diluição e congelação do sêmen (SOLANO et al,

1999).

5.3 ENVASE:

O sêmen diluído deve ser envasado em palhetas de 0,5 mL contendo 200

milhões de espermatozóides normais a 5ºC lacrando-se sua extremidade livre com

álcool polivinílico. As palhetas devem ser identificadas de acordo com cada

reprodutor, data e o método de congelamento vertical ou horizontal (BETINI et al,

1998).

5.4 RESFRIAMENTO:

O sêmen caprino pode ser conservado sob refrigeração a 4ºC podendo ser

utilizado em um curto espaço de tempo, tendo sua viabilidade máxima de 48 horas,

deve ser transportado em garrafa térmica repleta de cubos de gelo, sendo os paillets

neles inserido, envolto em algodão, evitando assim contado direto com o gelo.

A inseminação com sêmen resfriado a diluição é feita com uma parte de

sêmen para nove partes do diluente; isto é, para 1,5 mL de sêmen, adiciona-se 13,5

mL do diluente, quantidade suficiente para inseminar 30 fêmeas; já que se utiliza 0,5

mL da solução por inseminação. É muito importante a escolha de um bom diluente,

onde este deve ser atóxico para os espermatozóides, ser de baixo custo, preparo

fácil e ter pH e pressão osmótica compatíveis com a sobrevivência espermática

(GONÇALVES et al, 2002).

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O sêmen fresco diluído constitui uma prática em criação caprina que não

necessita de pessoal treinado e do material necessário para o processamento do

sêmen desta espécie (MORENO et al, 2001).

O uso da inseminação artificial com sêmen fresco pode padrear 200 fêmeas

ou mais (RIBEIRO ,1997).

O aquecimento da dose inseminante do sêmen resfriado deve ser a 37ºC

durante 10 segundos, onde o sêmen fresco deve ser diluído e utilizado na mesma

fazenda (GONZALES et al, 2002).

Os diluentes mais usados para sêmen resfriado são: água de coco (50 mL);

água biodestilada (25 mL); solução de citrato de sódio a 5% (25 mL). Para o preparo

do diluidor de eleição (a base de gema de ovo), deve-se primeiramente preparar a

solução a base de água de coco (100 mL); ou seja: utiliza-se 50% de água de coco

filtrada, 25% de água biodestilada e 25% de solução de citrato de sódio a 5%. A

água biodestilada é utilizada para baixar a osmolaridade para 300 milimols e o citrato

de sódio a 5% para elevar o pH para 6,2 a 6,8 por serem estes compatíveis para o

sêmen caprino. Após preparada a solução, acrescenta-se 2,5% de gema de ovo à

solução a base de água de coco, ou seja , em uma solução de 100 mL, retira-se 2,5

mL da solução e descarta-se, depois adiciona-se 25 mL de gema de ovo à solução

(GONÇALVES et al, 2002).

5.5 CONGELAÇÃO DO SÊMEN:

No Brasil existem poucas centrais de congelamento de sêmen caprino

devido a alguns fatores limitantes, entre os quais, a insuficiências de técnicas

adequadas, a coleta e o processamento do sêmen congelado são feitos por técnicos

especializados, em locais apropriados ou em centrais de inseminação. O sêmen

congelado pode ser armazenado por longo tempo quando mantido em nitrogênio

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líquido a -196ºC, contudo, a falta deste, mesmo que poucas horas, podem resultar

na destruição completa de banco de sêmen (HAFEZ, 1995).

O uso da inseminação artificial com o sêmen congelado, o número de

fêmeas por reprodutor é superior sendo difícil de ser determinado, onde uma única

ejaculação pode produzir de 10 até 40 doses de sêmen dependendo da quantidade

do mesmo e quantidade de espermatozóides utilizados por dose (RIBEIRO, 1997).

A congelação do sêmen a primeira diluição é feita na proporção de uma

parte de sêmen para 4,5 partes da fração A (sêmen + diluidor), ou seja, 1 mL de

sêmen para 4,5 mL de fração A; após a primeira diluição, o sêmen é incubado a

37ºC em banho-maria, sendo então avaliado motilidade individual progressiva e a

porcentagem de espermatozóides móveis; onde coloco 1 gota de sêmen diluído e

avaliado no microscópio. A segunda diluição é a glicerolização que é feita para o

congelamento do sêmen onde é realizada em 3 etapas que constam de adição a

cada 5 minutos de uma parcela de fração B (só diluidor II – glicerol); duplicando o

volume e reduzindo a primeira diluição pela metade (Gonçalves et al, 2002).

Para BETINI et al, (1998) existem 2 tipos de congelação do sêmen caprino:

a) Congelação horizontal: procedimento realizado em uma câmara

de congelação, feita com uma caixa de isopor, dotada de suporte de

sustentação para conter as palhetas em posição horizontal. Para efetuar-se a

congelação, coloca-se 15 cm (em altura) de nitrogênio líquido e o suporte

contendo as palhetas que devem ser fixadas a 5 cm da superfície do

nitrogênio, a -70ºC a -80ºC, permanecendo nesta posição por 15 minutos,

depois deveram ser imersas em nitrogênio líquido por 5 minutos a -196ºC.

b) Congelação vertical: é realizada em aparelho de congelação

vertical desenvolvido por Souza e Mies Filho em 1986. Consiste em uma

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caixa de madeira preenchida com isopor e um suporte para a sustentação das

palhetas na posição vertical, esta contém duas partes, uma superior e outra

inferior de placas perfuradas de aço inoxidável que permitem a passagem das

palhetas; sob a placa inferior, é colocado uma tela de apoio para as palhetas

e para facilitar o manuseio, uma estrutura de arame em forma de alça na

parte superior. O sêmen é colocado no cilindro e este é colocado na caixa de

congelação, á altura de 5cm da superfície do nitrogênio líquido, por 15

minutos a -70º a -80ºC, depois disso o sêmen é imergido nitrogênio líquido

durante 5 minutos.

Em ato complementar deve-se avaliar novamente após descongelação a

motilidade progressiva individual, a porcentagem de espermatozóides vivos em cada

diluente e alterações morfológicas (Gonçalves et al, 2002).

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6 SINCRONIZAÇÃO DE CIO DAS CABRAS

Nas fêmeas a puberdade se estabelece com a ocorrência da primeira

ovulação, podendo vir ou não acompanhada de manifestações clinicas de cio;

normalmente no Nordeste do Brasil as fêmeas caprinas atingem a puberdade em

torno de 7 a 12 meses de idade com peso corporal de 14 a 20 Kg, entretanto,

recomenda-se que as fêmeas sejam usadas em reprodução quando atingirem o

peso equivalente a 60 a 75% do peso de uma fêmea adulta de sua raça e ou tipo

(MEDEIROS et al, 1994).

A cabra é um animal poliestral estacional caracterizando por apresentar

estros nos períodos em que os dias vão ficando mais curtos, ou seja, nos meses de

Janeiro à Julho; isso se deve provavelmente a uma relação entre a duração do dia e

a função da glândula pineal que diminui a secreção de melatonina com o aumento

da luminosidade (FONTELLES, 2000).

A duração média do ciclo estral em caprinos é de 21 dias, onde o estro é o

período em que a fêmea aceita o macho e está apta a ser fecundada, em média o

estro tem duração de 36 a 42 horas, onde as fêmeas em cio apresentam

características como: tornam-se inquietas; montam nas companheiras ou aceitam

ser montadas pelo macho ou por outras fêmeas; cauda com movimentos rápidos e

laterais; perdem peso; berram freqüentemente; apresentam vulva inchada,

avermelhada e vagina úmida. No início do cio, apresentam secreções

mucocristalinas, creme-claro durante o cio e no final, secreção viscosa com aspecto

de pus. Já os machos caprinos são relativamente precoces, podendo atingir a

puberdade em torno dos 4 a 5 meses de idade e serem colocados para reprodução

em 6 e 8 meses de idade e, para isso, serão submetidos a um rigoroso exame

clínico-andrológico levando em conta vários fatores, entre eles: não ser portador de

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doenças específicas da reprodução; ter boa libido, bem como, ausência de defeitos

hereditários. Um reprodutor pode atuar ativamente no rebanho até os 8 anos de

idade (MEDEIROS et al 1994).

Os tratamentos hormonais visam induzir e ou sincronizar o estro e a

ovulação nas fêmeas em anestro, ou então, sincronizar o momento do estro nas

fêmeas cíclicas.Esses tratamentos utilizam diferentes substâncias e hormônios

exógenos, seja para controlar a fase lútea (progestágenos e luteolíticos), seja para

induzir ou aumentar a resposta ovariana (GONÇALVES et al, 2002).

6.1 MÉTODO NATURAL (EFEITO MACHO)

Consiste na introdução de machos rufiões em um lote de fêmeas, as quais

estejam isoladas de reprodutores no mínimo de 3 a 4 semanas. As fêmeas

apresentarão o estro em cadeia no período de 5 a 10 dias, após sua exposição aos

rufiões. Este fenômeno se deve à liberação de uma substância andrógeno

dependente-ferormônio. Seguida a sua quimiorrecepção pelas fêmeas pelo sistema

olfatório irá iniciar a liberação de LH que atinge um nível máximo cerca de 56 horas

do contato entre os animais. Neste método, o pico de LH pode ser insuficiente,

ocasionando uma baixa taxa ovulatória; ciclos curtos devido a formação de corpos

lúteos de má qualidade. Esse método é utilizado como auxiliar aos demais e pode

ser por um período de 7 dias, é necessário a ausência do macho no rebanho por um

período mínimo de 30 dias, podendo utilizar o uso direto do reprodutor ou uso do

rufião e nas fêmeas que entrarem em cio pode-se utilizar a inseminação artificial ou

monta natural (MEDEIROS et al, 1994).

6.2 MÉTODO NUTRICIONAL (FLUSHING ALIMENTAR)

Flushing, ou aumento do consumo de alimentos pelas cabras 3 a 4 semanas

antes e durante a estação de monta, aumenta a taxa de ovulação, em especial em

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animais com condição corporal moderada. Pode-se adotar essa prática mediante o

fornecimento de pastagem de alta qualidade, à vontade, e de suplemento de grãos

(PUGH, 2004).

6.3 TRATAMENTO COM AJUSTE DE LUZ

O objetivo do programa de luz é simular a variação do comprimento do dia

que ocorre naturalmente. Consiste em fornecer luz artificial, para completar um total

de 16 a 18 horas diárias por um período mínimo de 60 dias. Após esse período

retira-se a luz, voltando ao período natural (RIBEIRO et al, 1997).

6.4 MÉTODO DAS ESPONJAS VAGINAIS

Têm como objetivo simular o ciclo estral, com hormônios que permitam o

desenvolvimento e a maturação dos folículos, bem como a ovulação e o

aparecimento do cio. O tratamento é curto é o que vem sendo mais utilizado: a

esponja é impregnada com progesterona sintética (45 mg de acetato de

fluorogestona), que permanece da vagina da cabra por 11 dias; 48 horas antes da

remoção da esponja são injetados, via intramuscular, 200 a 300 UI de PMSG e 50 a

100 µg de cloprostenol sódico (prostaglandina F – 2α sintética) (RIBEIRO, 1997).

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7 TÉCNICAS DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM CABRAS

Em caprinos podem ser feitos 4 tipos de inseminação artificial para

deposição do sêmen, cervical rasa, a profunda, a superficial e a intra-uterina. Na

prática de deposição do sêmen o aplicador deve penetrar o mais profundo possível o

trajeto cervical (passagem de todos os anéis) e a dose de sêmen deve ser

depositada no corpo do útero. Caso não seja possível ultrapassar todos os anéis

cervicais, o sêmen deve ser depositado no local da cérvix onde foi permitida a

introdução. Em seguida, o aplicador deve ser retirado cuidadosamente e a cabra

deve ser mantida com a porção posterior levantada por alguns segundos

(GONZALES et al, 2002).

O melhor da inseminação artificial quando o cio é natural é aquele com

intervalo entre 12 e 18 horas após aceitação da monta pelo rufião ou quando o muco

vaginal apresenta coloração creme-clara, pois se a inseminação artificial for feita

quando as cabras estiverem com muco cristalino ou pegajoso terão menos chance

de serem fecundadas, as cabras marcadas pelo rufião encontradas à tarde devem

ser inseminadas na manhã do dia seguinte e as marcadas durante a noite e a

madrugada devem ser inseminadas no fim da tarde do mesmo dia, respeitando

dessa forma o melhor momento para a inseminação artificial (TALDI, 1994).

Segundo RIBEIRO (1997). A técnica da inseminação artificial deve ser feita

da seguinte maneira:

Separação dos equipamentos que serão utilizados: Os equipamentos

usados para inseminação artificial em caprinos são compostos de especulo (bico de

pato ou fixo ou tubular), fonte luz, aplicador para palhetas de 0,25 e 0,5 mL, garrafa

térmica e botijão contendo nitrogênio líquido.

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Posição e forma de contenção da cabra: no momento da inseminação

artificial é importante que a cabra se encontre devidamente contida, facilitando o

trabalho do inseminador. Há cinco formas para contenção onde o responsável

poderá escolher uma delas:

1. Manter a cabra na plataforma de ordenha, pressa pelo canzil

onde a cabra permanece em estação, não sendo possível contar com a ação

da gravidade, deslocando as vísceras e diminuindo a pressão das mesmas

sobre o aparelho reprodutor para ajudar no progresso dos espermatozóides,

sendo pouco recomendada; mas por outro lado estressa bem menos a cabra

e o auxiliar;

2. O operador se encosta em uma parede e levanta o posterior da

cabra, segurando-a pelas canelas, com os jarretes dobrados. Esta posição

estressa o animal e é desgastante para o auxiliar, mas é mais recomendada,

pela posição que o animal fica em relação ao inseminador e ao solo, pelo fato

de o sêmen contar com a gravidade e chegar mais facilmente aos cornos

uterinos e trompas.

3. Na plataforma de ordenha, o ajudante coloca uma perna

dobrada por baixo do ventre da cabra, fazendo com que o posterior fique

ligeiramente levantado.

4. Uso de dispositivos de contenção próprios para inseminação e

exames ginecológicos, podendo ser um tronco com rampa móvel, que pode

ser inclinada, na qual a cabra é apoiada em posição adequada.

5. Com uma “estrutura” de pano, com local específico para a

passagem das pernas e do úbere, a cabra é suspensa por uma corda.

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Seqüência de Inseminação:

1º) É necessário escolher um local tranqüilo, limpo e sem outros animais por

perto, como gatos e cães, que estressam o animal;

2º) Verificar o muco da cabra para confirmar se está no momento mais

adequado; preparar a cabra limpando a região com papel descartável;

3º) No caso da inseminação artificial ser feita com sêmen congelado deve-se

preparar água a 37ºC para descongelar o sêmen; abrir o botijão de nitrogênio e

verificar em qual caneco está o sêmen;

4º) Levantar o caneco sem elevá-lo acima da boca do botijão e retirar a

palheta rapidamente conferindo se é a desejada e voltar rapidamente o caneco á

posição original;

5º) Colocar a palheta imediatamente em água a 37ºC (por 15 segundos

quando a palheta é de 0,25 mL, ou 30 segundos com palheta a 0,5 mL) para sua

descongelação; após isso, enxugá-las cuidadosamente com papel toalha; caos a

inseminação artificial seja feita com sêmen fresco, segue-se direto para montagem

do aplicador.

6º) Introdução da palheta onde deverá ser cortada sua ponta lacrada;

7º) Encaixar a bainha e fixá-la corretamente com o anel plástico; o auxiliar

deverá colocar a cabra na posição adequada; introduzir o espéculo com a fonte de

luz acesa, tentando localizar a entrada da cérvix, tentar ultrapassar seus anéis com

aplicador;

8º) Quando mais profunda for a penetração da cérvix, maior será o

percentual de resultados positivos.

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8 Conclusão

O principal fator que determina o sucesso da inseminação de cabras é o

inseminador, que deverá adquirir prática e um perfeito conhecimento do aparelho

genital, já que a qualidade de cuidado necessário poderá comprometer a fertilidade

do rebanho e o sucesso da inseminação. No caso da cérvix ser lacerada pela pipeta,

o sangue liberado poderá aglutinar e matar rapidamente os espermatozóides, além

disso, um animal estressado terá uma descarga hormonal desfavorável à

fertilização. O sucesso do inseminador também é medido pelo número de cabras

inseminadas que pariram; aqueles inseminadores que conscientemente realizaram

40 a 60% das inseminações intra-uterinas, obterão um índice de fertilidade maior do

que aqueles que dizem obter acima de 65% desse tipo, entretanto, possivelmente

estarão lesando a cérvix e nesse caso a fertilidade é expressa pelo número de

cabras inseminadas e paridas.

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REFERÊNCIAS

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TRALDI, A. de S. Tópicos em reprodução e inseminação artificial em caprinos – Manual técnico. Texto apostilado, 1994.

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde

Curso de Medicina Veterinária

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (T.C.C)

Reginaldo Manuel dos Santos

Curitiba

2007

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde

Curso de Medicina Veterinária

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (T.C.C)

Curitiba 2007

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Reitor Prof° Luiz Guilherme Rangel Santos Pró-Reitor Administrativo Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos Pró- Reitora Acadêmica Profª Carmen Luiza da Silva Pró-Reitor de Planejamento Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos Pró-Reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Profª Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini Secretário Geral Prof° João Henrique Ribas de Lima Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e daSaúde Prof° João Henrique Faryniuk Coordenador do Curso de Medicina Veterinária Profª Neide Mariko Tanaka Coordenador de Estágio Curricular do Curso de Medicina Veterinária Profª Elza Maria Galvão Ciffoni CAMPUS CHAMPAGNAT Rua. Marcelino Champagnat, 505- Mercês CEP 80.125-090 – Curitba – PR Fone: (41) 3331-7958

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APRESENTAÇÃO

Este trabalho de conclusão de curso (T.C.C), apresentado ao curso de

Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da

Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial a obtenção do título de Médico

Veterinário, é composto de Relatório de Atividades de Estágio no qual são

descritas as atividades desenvolvidas durante o período de 05 de março de 2007 a

02 de maio de 2007, no Capril Vale do Jordão, localizado no município de

Guarapuava – PR cumprindo o estágio curricular obrigatório e também de uma

Monografia que versa sobre Inseminação Artificial em Cabras.

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Ao meu pai MANOEL JULIO pela sua alegria e entusiasmo,

meus irmãos ELIS, BETINHA E RICARDO pela paciência,

toda a minha família pelo apoio financeiro e incentivo.

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

Meu agradecimento primeiro a Deus, por mais esta etapa percorrida em

minha vida. A Ele seja dada toda honra e toda a glória.

Agradeço ao meu pai e meus irmãos e a toda a minha família pela confiança

depositada, pelo apoio moral e financeiro, que me proporcionaram.

Aos meus amigos pela amizade e ajuda, em todas as horas que precisei.

Ao pessoal do Capril Vale do Jordão, em especial ao Médico Veterinário

Renato Mocellin Lopes e a Médica Veterinária Érika Zoller Erginzer pela confiança e

pelo tempo dedicado a mim.

Aos meus professores, pelos conhecimentos passados e muitas vezes a

própria experiência de vida.

E a todos que lutam pelo bem estar animal.

v

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De tudo ficaram três coisas:

A certeza de que estamos sempre começando...

A certeza de que é preciso continuar...

A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...

Portando, Devemos.

Fazer da interrupção um caminho novo...

Da queda, um passo de dança...

Do medo, uma escada...

Do sonho, uma ponte...

Da procura um encontro.

Fernando Sabino

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Reginaldo Manuel dos Santos

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

Relatório de Estágio Curricular apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Médico Veterinário. Professor Orientador: Dr João Ari Gualberto Hill Orientador Profissional: Renato Mocellin Lopes

Curitiba 2007

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SUMÁRIO

Resumo..................................................................................................................ix

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 11

2 HISTÓRIA DA CAPRINOCULTURA................................................................... 12

TABELA 1.............................................................................................................. 13

TABELA 2.............................................................................................................. 14

3 OBJETIVO DO ESTÁGIO.................................................................................. 15

4 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO........................................................... 16

5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS...................................................................... 17

5.1 MANEJO NUTRICIONAL................................................................................ 17

5.2 MANEJO SANITÁRIO..................................................................................... 20

5.3 VACINAÇÃO PREVENTIVA............................................................................ 22

5.4 MANEJO REPRODUTIVO............................................................................... 22

6 RELATO DE CASO............................................................................................ 26

6.1 DISCUSSÃO SOBRE O TRATAMENTO PREVENTIVO................................ 26

6.2 RELATO DE CASO......................................................................................... 26

6.2.1 DISCUSSÃO SOBRE O TRATAMENTO...................................................... 27

7 CONCLUSÃO DO ESTÁGIO............................................................................. 28

8 CONCLUSÃO..................................................................................................... 29

REFERÊNCIAS..................................................................................................... 30

viii

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RESUMO

Este trabalho tem por objetivo relatar as atividades realizadas por Reginaldo Manuel dos Santos, no estágio curricular obrigatório, realizadas no Capril Vale do Jordão, no município de Guarapuava. A caprinocultura tem se desenvolvido intensamente nos últimos anos, com uma população mundial de 609 milhões de cabeças. O Brasil ocupa o 9° lugar no cenário mundial. No Paraná 54,7% da caprinocultura é desenvolvida em propriedades pequenas de 50 ha. Foram executados trabalhos nas áreas de manejo nutricional, sanitário e reprodutivo de caprinos de corte. Na prática laboratorial foram feitos exames coproparasitológicos, para o melhor entendimento da infestação parasitária em caprinos. Conclui-se na caprinocultura, principalmente em propriedades médias e pequenas, que para se obter bons resultados é necessário que se forneça alimentos em quantidade e qualidade para os animais. Um controle adequado da verminose, que deve ser incluído no calendário sanitário profilático. A estacionalidade reprodutiva concentra os nascimentos nos meses de maio e julho, época em que a propriedade deve estar preparada da melhor forma possível.

Palavras chave: Boer, caprinos, manejo, população, sazonalidade.

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1 INTRODUÇÃO

A caprinocultura tem se desenvolvido intensamente nos últimos anos, com

uma população mundial de 609 milhões de cabeças. O Brasil ocupa o 9° lugar no

cenário mundial. No Paraná 54,7% da caprinocultura é desenvolvida em

propriedades pequenas de 50 ha.

E região de Guarapuava tem como principal fonte de renda a agropecuária,

destacando-se a produção de grãos, principalmente a soja e o milho no verão, mas

também as culturas de inverno, como cevada, o trigo, o triticale tem importância. A

bovinocultura de corte tem destaque. A caprinocultura vem crescendo na região e

propriedades como o Capril Vale do Jordão vem se destacando.

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2 HISTÓRIA DA CAPRINOCULTURA

A cabra foi o primeiro animal capaz de produzir alimentos, domesticado pelo

homem, há cerca de 10 mil anos. De lá para cá, sempre acompanhou a história da

humanidade, conforme atestam os diversos relatos históricos, mitológicos e até

mesmo bíblicos, que mencionam os caprinos. Apesar disso, poucas vezes teve seu

valor devidamente reconhecido (RIBEIRO, 1997).

A colocação dos caprinos no reino animal apresenta-se na seguinte forma:

Ordem: Artiodactyla

Família: Bovidae

Gênero: Capra

Espécie: hircus

A caprinocultura é uma atividade que vem se desenvolvendo muito nos

últimos anos. A população mundial de caprinos que é de 609 milhões de cabeças

(Production Yearbook, 1994), aumentou em 7,3% entre 1979 e 1987, enquanto a

população de bovinos aumentou em apenas 4,9% e a de ovinos em 5,7%. A

produção mundial de leite de cabra, porém, aumentou em 10,7%, e a produção de

sua carne aumentou em 21,8% no mesmo período, indicando um aumento na

produtividade dos animais, uma vez que o aumento na produção de leite e carne foi

maior do que o aumento no efetivo (Production Yearbook, 1988). Na Tabela 1

encontra-se o efetivo de rebanho de caprinos no Mundo e os principais países

produtores de carne e derivados.

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TABELA 1 – EFETIVO DE REBANHO CAPRINO, PRODUÇÃO DE CARNE, LEITE E PELES

FRESCAS

PAÍSES N° DE CABEÇAS

PELES FRESCAS (T) CARNE (T) LEITE (LITROS)

MUNDO 743.374.353 871.802 3.963.493 11.845.744 China 161.374.353 305.155 1.444.083 249.000 Índia 124.000.000 128.880 470.000 2.550.000 Sudão 40.000.000 22.750 118.300 1.295.000 Bangladesh 34.400.000 38.800 130.000 1.312.000 Nigéria 27.000.000 22.400 142.690 -------------- Irã 25.757.000 18.695 104.690 374.150 Indonésia 12.400.000 10.187 44.290 200.000 Etiópia 9.622.088 6.062 28.626 17.057 Brasil 9.800.000 5.000 39.750 138.000 Quênia 9.000.000 8.750 27.500 96.000 Mongólia 8.858.000 9.600 30.100 35.000 Mali 8.50.000 4.900 34.300 183.000 Turquia 7.022.000 6.000 46.500 219.795 Níger 6.900.000 4.200 25.200 105.000 Nepal 6.606.858 6.890 38.584 64.000 FONTE: ONU/FAO – ORGANIZAÇÕES DAS NAÇÕES UNIDAS PARA AGRICULTURA E

ALIMENTAÇÃO, 2002.

Cerca de 94,2% dos caprinos no mundo encontra-se em regiões em

desenvolvimento, evidenciando a capacidade do caprino de se adaptar a condições

adversas, justificando sua reputação de animal rústico. Porém, os 5,8% dos caprinos

localizados em regiões desenvolvidas são responsáveis por 26,3% do leite

produzido pela espécie, mostrando que, quando as condições são favoráveis, os

caprinos apresentam alta produtividade. No Brasil, o 9º maior rebanho do mundo,

90% dos caprinos estão na região Nordeste, onde a maioria dos animais é criada em

condições precárias, sendo exploradas apenas a carne e a pele. Por outro lado,

existe no Centro-Sul e no próprio Nordeste uma caprinocultura voltada para a

produção de leite, onde busca-se alta produtividade.

A realidade virtual para SILVA (2003) “o Paraná por sua vez a caprinocultura

experimentou pelo menos duas fases distintas, uma de vendas de reprodutores,

principalmente das raças Saanen, Alpina, voltadas para a produção de leite e

derivados. A grande maioria dos produtores, que possuem caprinos em sua

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propriedade, os exploram no regime de subsistência. Segundo o Censo

Agropecuário de 1996, no Paraná, a caprinocultura é desenvolvida em propriedades

de até 10 ha (19%) e 10 a 50 ha (35,7%). Ou seja, 54,7% da caprinocultura é

desenvolvida em pequenas propriedades”. Porém uma nova pesquisa municipal do

IBGE em 2001 mostrou que o Paraná está entre os 7 maiores rebanhos, como está

demonstrado na Tabela 2.

TABELA – 2 BRASIL E ESTADOS COM MAIORES REBANHOS E PARTICIPAÇÃO NO

CONTEXTO NACIONAL E RANKING, 2001.

ESTADOS N° DE CABEÇAS COLOCAÇÃO (°) PARTICIPAÇÃO (%) BRASIL 9.537.439 --------------- 100 BAHIA 3.849.986 1 40,4 PIAUÍ 1.455.135 2 15,3 PERNAMBUCO 1.443.597 3 15,1 PARAÍBA 608.155 4 6.4 MARANHÃO 340.880 5 3,6 RIO GRANDE DO SUL 333.314 6 3,5 PARANÁ 80.880 7 0,8 DEMAIS 1.425.492 ---------------- 14,9 FONTE: IBGE – PESQUISA PECUÁRIA MUNICIPAL – 2001.

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3 OBJETIVO DO ESTÁGIO

O objetivo deste trabalho é relatar de forma objetiva e clara o manejo

nutricional, sanitário e reprodutivo adotado pelo Capril Vale do Jordão, incluindo

exames coproparasitológicos para melhor entendimento da infestação parasitária.

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4 DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO

O capril Vale do Jordão está situado na Av. Vereador Rubem Siqueira Ribas,

S/N – KM 06 Vale do Jordão – Guarapuava/ PR, a propriedade está localizada a 4

Km do centro e possui uma área total de 12 Alqueires, possuindo um laticínio de

pequeno porte onde se pasteuriza cerca de 30 mil litros de leite por semana.

Desenvolve também algumas atividades como a pecuária e a caprinocultura de corte

há aproximadamente 17 anos. O plantel caprino possui 300 animais meio sangue

Boer e Saanen, que está divido em dois barracões de 200 metros quadrados.

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5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Na caprinocultura é fundamental o manejo correto dos animais, visto que nas

espécies caprinas e ovinas são muito susceptíveis a doenças principalmente a

verminose. No capril Vale do Jordão os proprietários levam muito a sério sobre este

assunto, pois um plantel bem cuidado é também resistente a diversas doenças, por

isso o manejo nutricional, sanitário e reprodutivo é excelente e também um pouco

diferente daquele descrito na literatura.

Foram observadas algumas doenças como: linfadenite caseosa,

haemoncose.

5.1 MANEJO NUTRICIONAL

A alimentação no Capril Vale do Jordão, consiste em silagem de sorgo e

pastagem de Tifton e capim estrela (Cynodon dactylum), suplementação mineral e

ração comercial.

Os grãos de sorgo são semelhantes aos de milho em composição e valor

nutritivo. São ricos em ENN constituídos principalmente por amido, são pobres em

fibra e ricos em energia. A porcentagem de proteína é bastante variável, com valores

de 8 até 18% em algumas variedades. Existe variação nos aminoácidos encontrados

nas diversas variedades considerando alguns autores a Lisina, a Metionina, e a

Treonina como aminoácidos limitantes (ANDRIGUETTO, 1981).

Os concentrados são alimentos com menos de 18% de fibra bruta, divididos

em energéticos, quando têm menos de 20% de PB, ou protéicos, quando

apresentam mais de 20% de PB. Como o próprio nome indica, apresentam maior

concentração de nutrientes do que os volumosos e animais de exigência elevada,

que não conseguem, só com o volumoso, ingerir a quantidade de nutrientes

necessários, devem receber concentrados (RIBEIRO, 1997).

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A partir da primeira semana do mês de abril do corrente ano, a pastagem

fora renovada em algumas áreas, fazendo-se o plantio de pastagem de inverno com

ervilhaca e aveia. Nesse período os animais ficaram presos recebendo alimentação

no cocho a base de silagem de sorgo e napier. Devido ao desbalanceamento da

alimentação três animais desenvolveram um quadro clínico sugestivo de toxemia da

prenhez, que fora tratado a princípio com glicose à 5% IV, que depois foi substituído

por um composto energético comercial Bioxan®1 intraperitoneal. O tratamento foi

efetivo em dois animais, e um animal morreu no dia seguinte ao tratamento.

Cabras prenhes devem receber alimentação suplementar 4 semanas antes e

após o parto. O aporte nutricional abaixo ou acima do normal pode predispor à

toxemia da prenhez (PUGH, 2004).

Segundo (RIBEIRO, 1997) nutrir adequadamente um caprino significa

fornecer-lhe todos os nutrientes, em quantidade e proporção adequadas para

atender às suas necessidades, através de uma ração sem fatores tóxicos e com o

menor custo possível.

Os principais aspectos a considerar são:

• Hábitos alimentares;

• Exigência dos animais;

• Valor nutritivo da ração oferecida;

• Valor nutritivo e produtividade das forrageiras ao longo do ano;

• Peculiaridades do uso de determinados alimentos;

• Viabilidade econômica da ração;

Para (SANTOS, 2004) o alimento principal dos ruminantes (caprinos, ovinos,

bovinos e outros), é a forragem, a qual proporciona mais de 90% da energia

1 Bioxan®, composição: Dextrose Anidra, Cloreto de Sódio, DL Metionina. caprinos, ovinos e suínos 500 mL intravenosa ou intraperitoneal. Vallée S/A Produtos Veterinários.

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consumida. Denomina-se forragem todos os vegetais comestíveis, com exceção de

grãos e concentrados. É a base alimentar dos rebanhos em qualquer região do

mundo, principalmente nos países com amplos recursos naturais.

Segundo o mesmo autor os dez mandamentos para uma boa alimentação

são:

1 O importante é manter os animais em boa condição corporal, durante o ano

inteiro. Nem tão magros nem tão gordos.

2 A boa alimentação só é eficaz se fizer parte de um bom manejo alimentar,

incluindo adequada estabulação, exercícios e cuidados sanitários, principalmente

quanto à prevenção e tratamentos antivermes.

3 Os alimentos precisam ser armazenados adequadamente antes de irem ao

cocho, evitando umidade.

4 Os alimentos precisam ser ofertados higienicamente de acordo com o

comportamento dos animais, de forma que todos possam ter a sua parte.

5 Um bom feno é muito importante na dieta.

6 Pelo menos 50% da dieta deve consistir de forragem.

7 Alimentos verdes, concentrados, minerais, vitaminas e água são importantes,

exigindo um correto balanceamento entre eles para garantir o sucesso.

8 Qualquer mudança na alimentação precisa ser feita gradualmente, dando tempo

de adequação para as bactérias do rúmen.

9 É importante estabelecer uma rotina alimentar. Verifique se algum animal não

comeu sua quota. Um dia ou dois é normal para o animal ajustar-se a uma nova

dieta, mas a recusa a um alimento tradicional é mau sinal.

10 Cochos e alimentos devem ser limpos. Nenhum animal irá tocar em alimentos ou

água onde há fezes. A água deve ser clara, fresca e sempre disponível.

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5.2 MANEJO SANITÁRIO

Para obter um bom resultado produtivo e econômico na criação é de suma

importância a condição sanitária do plantel. E se a saúde não estiver bem, haverá

queda na produção, comprometimento da reprodução, gastos para atender os

animais doentes e, em alguns casos, até a morte (RIBEIRO, 1997).

Os programas de manejo sanitário e de medicina preventiva do rebanho são

elaborados para minimizar os riscos dos efeitos de enfermidades previsíveis e para

proteger os animais contra outras doenças. O objetivo de um programa sanitário é

melhorar a produtividade do rebanho de caprinos mediante a adoção de um manejo

adequado que inclui suporte nutricional, controle de parasitas, vacinação e manejo

ambiental (PUGH, 2004).

A prática de manejo do Capril Vale do Jordão, era basicamente a limpeza

diária dos cochos e bebedouros, também a limpeza do piso que é ripado, fazendo

com que os animais, não entrassem em contato direto com as fezes e favorecendo o

controle de verminose no rebanho, esse manejo é descrito por RIBEIRO, (1997) que

escreve que na utilização de piso ripado, deve-se varrer semanalmente as baias

podendo-se fazer uso de uma espátula para raspar as fezes que ficarem aderidas na

madeira.

O controle da verminose na propriedade é baseado na avaliação das

mucosas oculares e bucais, conhecido como método Famacha e como complemento

um exame coproparasitológico pelo método de McMaster.

Na propriedade o que limitava a produção de caprinos, era a verminose, com

isso adotou-se um sistema de manejo próprio, onde os animais eram soltos somente

no período da tarde e presos logo ao entardecer, com isso conseguiu-se baixar a

incidência de verminose no rebanho, visto que o sol auxilia no controle de vermes

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como o Haemonchus contortus um dos principais parasitas da caprino- ovinocultura

da região. O Haemonchus contortus é um nematódeo gastrointestinal e que em

infestações severas causa anemia e hipoproteinemia, a anemia é causada pela sua

ação hematófaga e a hipoproteinemia é devido aos distúrbios na digestão e

absorção de nutrientes. No período de estágio foi observado um caso de infestação

severa de verminose, que logo fora tratado com Ripercol®2.

Segundo ANDRADE, (2002) um dos princípios básicos para o controle das

enfermidades parasitárias é compreender que 95% da população do parasito está

presente no meio ambiente.

A redução da taxa de lotação e a rotação de pastagens diminuem

significativamente a população de parasitos.

Em animais destinados à produção, a retirada completa do antígeno, neste

caso os vermes leva a diminuição da imunidade dos animais é indesejável, ou seja,

quando são realizadas desverminações supressivas, o desenvolvimento da

imunidade é interrompida e esses animais reagirão sempre como se estivessem,

sendo expostos à uma infecção primária (ANDRADE, 2002).

Na propriedade aprendeu-se a conviver com algumas doenças, por isso o

tratamento supressivo de verminoses é evitado e a linfadenite caseosa que requer

um cuidado na transmissão horizontal e no caso da suspeita de Artrite Encefalite

Caprina o animal fora abatido devido a doença ser contagiosa, porém para um

diagnóstico mais preciso é importante um exame laboratorial.

Portanto desde que não haja prejuízo econômico, consegue-se muito bem

levar a caprinocultura adiante, e o mais importante também é minimizar os custos de

produção, pois a competição com a carne bovina e as importações impede a

2 Laboratório Fort Dodge Saúde Animal; Levamisol.

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viabilidade da produção de caprinos tanto para carne quanto para leite. O período de

estágio não se tratava de época prevista para vacinações nos caprinos, mas

recomendam-se algumas vacinações para se manter uma boa sanidade do rebanho,

como demonstra-se no item 5.3 ( ANDRADE, 2002).

5.3 VACINAÇÃO PREVENTIVA

1. Ectima contagioso – Enfermidade de caráter zoonótico, causada pelo

Parapoxvirus. Os animais devem ser vacinados quando há ocorrência

da enfermidade na propriedade.

2. Carbúnculo sintomático, Enterotoxemia e Gangrena Gasosa – em

regiões onde há diagnóstico da doença, vacinar todos os animais de 2

a 6 meses de idade, em duas vacinações, com intervalo de 2

semanas.

3. Tétano – A maior ocorrência de tétano em caprinos e ovinos está

associada a procedimentos como castração, tosquia, corte de cauda

e vacinações. Os animais devem ser vacinados a partir de 2 meses

de idade e revacinados com 1 ano.

4. Raiva – Os animais são vacinados somente na ocorrência da

enfermidade no rebanho, podendo ser utilizada a vacina atenuada ou

inativada. Os animais podem ser vacinados a partir de 2 meses de

idade, devendo ser submetidos a uma dose de reforço 30 dias após e,

em seguida, anualmente.

5. Linfadenite Caseosa – Causada pelo Corynebacterium

pseudotuberculosis. O esquema vacinal preconizado é a

primovacinação dos animais com 40 a 60 dias de idade, reforço

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vacinal 4 a 6 semanas após, seguidos de reforços anuais. Deve-se

vacinar fêmeas 3 semanas antes do parto.

5.4 MANEJO REPRODUTIVO

O macho caprino e ovino é um animal precoce, que, aos 4 meses de idade,

pode entrar em puberdade e atingir a maturidade sexual entre 6 e 7 meses, podendo

ser usado como reprodutor, servindo a um pequeno número de fêmeas. A partir de

dois anos de idade é considerado adulto, quando atinge o peso, o desenvolvimento

corporal e a produção espermática ideais de acordo com a raça. A vida útil de um

reprodutor está em torno de 7 a 8 anos de idade, apresentando a partir daí uma

diminuição no seu potencial reprodutivo (SANTOS, 2004).

A seleção de animais para corte, como medida de melhoramento na

quantidade e na qualidade de carne, não tem sido ainda uma prática muito

difundida, principalmente pelo fato de os caprinos de corte não serem o principal

negócio das fazendas. No capril ainda se tem a criação como renda extra já que o

foco principal, é a pasteurização e venda de leite tipo C.

A escolha das matrizes e dos reprodutores que serão utilizados é importante

para aquisição de animais quanto para a seleção daqueles nascidos na propriedade

e que entrarão no programa de acasalamentos ou serão vendidos. É necessária

uma definição bastante clara dos objetivos e das condições de infra-estrutura e de

recursos do criatório, para que se possam estabelecer metas, traçando o perfil no

animal necessário (RIBEIRO, 1997).

O manejo adequado é o que garante o sucesso numa propriedade onde a

alta produtividade é o objetivo final. A escolha do método certo para reprodução do

rebanho também é de suma importância. Mas seja qual for (monta natural,

inseminação artificial ou transferência de embriões), este deve estar associado

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diretamente a um exame físico – clínico de qualidade. Estas observações decisivas

envolvem principalmente o andrológico (exame do trato genital masculino) e o

ginecológico (análise do trato genital feminino). Ambos são de responsabilidade

exclusiva do Médico Veterinário e assuem um papel primordial. A garantia de

fertilidade do reprodutor irá influenciar na taxa de concepção e natalidade,

principalmente por herdar uma posição hierárquica na cadeia de produção, é

responsável por 88% do melhoramento genético do rebanho. Numa pecuária

extensiva onde prevalece a monta natural, este valor é sensivelmente afetado pela

capacidade maior ou menor de gerar filhos. Quanto às fêmeas, a fertilidade no

rebanho em geral é resultado final do somatório de diversas práticas de manejo e

seleção. Um maior número de fêmeas férteis no rebanho influencia,

conseqüentemente, no aumento das taxas de prenhez e de natalidade, com

incremento na produção de borregos (FONSECA, 2005; citado por FERREIRA,

2006).

As metas para eficiência reprodutiva em caprinos de corte incluem alta taxa

de fertilidade (acima de 90%), ótima média da ninhada (1,5 a 2 crias), alta taxa de

sobrevivência à desmama (superior a 90%) e intervalo entre partos inferior a 12

meses. O estabelecimento da época do acasalamento corresponde ao início do ciclo

de produção anual. Pode ser definida com base no período de nascimento desejado,

para aproveitar a boa pastagem da primavera (PUGH, 2004).

O manejo do capril é a monta a campo, onde machos e fêmeas permanecem

juntos, o que limita nesse tipo de manejo é o desgaste o reprodutor já que o mesmo

cobre diversas vezes o mesmo animal, outro fator limitante é que não é possível

determinar a data de cobertura e parto.

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O manejo correto de matrizes é fundamental para o melhoramento do

rebanho e aumento da produção, no mínimo 20% das fêmeas reprodutoras devem

ser substituídas anualmente (PUGH, 2004).

No estágio pode-se observar que algumas matrizes que não tinham boa

habilidade materna, não produziam colostro e leite o suficiente para cria e problemas

com partos distócicos, com isso recomenda-se o descarte desses animais.

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6 RELATO DE CASO

Identificação do animal: Fêmea caprina, meio sangue Alpina de aproximadamente 5

anos.

Anamnese: recém parida, fezes ressecadas, com escore corporal 2 (animal

considerado magro), disfagia, atonia ruminal.

Sinais clínicos: inapetência, ranger de dentes (bruxismo), “atitude de mirar as

estrelas”, não produziu leite, apatia.

Diagnóstico: Toxemia da prenhez.

Tratamento: 500 mL de Bioxan®

Evolução do quadro: óbito.

6.1 DISCUSSÃO SOBRE O TRATAMENTO PREVENTIVO

O quadro clínico poderia ter sido amenizado, com um manejo adequado da

alimentação, visto que a condição corporal era baixa.

6.2 RELATO DE CASO

Identificação do animal: Fêmea caprina, meio sangue Alpina de aproximadamente 3

anos.

Anamnese: fezes ressecadas, com escore corporal 1 (animal considerado

extremamente magro), pêlo arrepiado, cara inchada, anêmica.

Sinais clínicos: inapetência, palidez de mucosas, atonia ruminal, decúbito lateral.

Diagnóstico: Haemoncose.

Tratamento: 2 mL de levamisol subcutâneo Ripercol®2.

Evolução do quadro: óbito

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6.2.1 DISCUSSÃO SOBRE O TRATAMENTO

O tratamento intitulado foi 2 mL de Ripercol®2 subcutâneo, porém a

recuperação do animal não foi efetiva, podendo ser o grau de infestação ou a própria

resistência ao medicamento, tendo em vista o proprietário pediu que se sacrificasse

o animal.

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7 CONCLUSÃO DO ESTÁGIO

O estágio no Capril Vale do Jordão foi muito proveitoso, hoje tem-se noção

de que o trabalho com animais de produção requer, aplicações técnicas que vão

além da literatura. É primordial um manejo correto e muito importante minimizar os

custos de produção, pois a competição com a carne bovina e as importações

impedem a viabilidade na produção tanto para carne quanto para leite. Hoje o Brasil

importa cerca de 80% da carne consumida, onde nosso maior consumidor é o

Estado de São Paulo.

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8 CONCLUSÃO

O Brasil apesar de deter um rebanho de 9.800 milhões de cabeças de

caprinos dos quais 94,2% estão respectivamente, na Região Nordeste, dos quais é

responsável por 26,3% do leite produzido o que mostra a eficiência produtiva da

espécie, a venda e a aceitabilidade da carne caprina ainda é uma barreira e ser

vencida. Contudo o manejo adequado garante uma eficiência na produção

garantindo uma rentabilidade extra para pequenos produtores, demonstrando que a

caprinocultura é um mercado muito promissor.

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REFERÊNCIAS

ANDRADE, SILVIA FRANCO. Manual de Terapêutica Veterinária. 2ª ed. São Paulo: Editora Roca, 2002. p. 439; 441; 620-621. ANDRIGUETTO, J. M, et al.; As Bases e os Fundamentos da Nutrição Animal, Os Alimentos. 1ª ed. São Paulo: Nobel, 1981, p. 279 cap1 parte II FERREIRA, FERNANDA SARI. Manejo e Reprodução de pequenos ruminantes. 2006. 18 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Medicina Veterinária) – Setor de Ciências Biológicas e de Saúde – Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, 2007. PUGH. G.D. Clínica de ovinos e caprinos. São Paulo: Roca Ltda, 2004, p. 471; 475; 478. PRODUCTION YERBOOK. Roma: FAO, 1988. v. 42, p. 192-4. PRODUCTION YERBOOK. Roma: FAO, 1994. v. 48, p. 350. RIBEIRO, SILVIO DORIA de ALMEIDA. Criação racional de caprinos. São Paulo: Nobel, 1997, p. 19-20; 71; 95; 158; 190. cap. 1, 5, 7 e 8. SANTOS, RINALDO DOS. A criação da cabra e da ovelha no Brasil. Uberaba- Mg: editora Agropecuária Tropical Ltda, 2004, p. 220, 374. cap 8 e 12. SILVA, ROBERTO DE ANDRADE. Caprinocultura Mundo – Brasil e Paraná. Seab Disponível em: http://www.pr.gov.br/seab/caprinos_AGO_03.pdf. Acesso em: 05 maio. 2007.