Inseguranca alimentar
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Maricá tem ônibus com tarifa zero
Oacessoà alimentaçãonão significanecessariamenteque essas pessoasestejam bemnutridas,pois o alimento bom,qualitativo e saudávelainda émuito caro”
Asquatro primeiras linhas de ônibus com tarifa zero (semcobrarpassagem) começarama circular ontememMaricá, o terceiromunicípio do estado doRio a oferecer transporte público gratuito.Os dezônibus circularão com intervalos de20minutos entre 5h e22h, e dehora emhora durante amadrugada. No itinerário, estãoparadasno fórumda cidade, unidades de saúde e a prefeitura.ABr
VivanBlasoEspecialista emSustentabilidade
PatríciaBü[email protected] “
Divulgação
O Brasil conseguiu reduzir em35,7% o total de pessoas que vi-venciam situação grave de priva-ção de alimentos, inclusive expe-riência de fome, de 2009 para2013, segundo dados divulgadosontem da Pesquisa Nacional deAmostrasdeDomicílios (Pnad)so-breSegurançaAlimentar,do Insti-tuo Brasileiro deGeografia e Esta-tística (IBGE). O estudo apontaque 7,2milhões de brasileiros en-frentaram no ano passado situa-ção grave de falta de alimentos —em 2009, eram 11,2 milhões depessoas nesta situação.
Segundo a pesquisa, a insegu-rança alimentar grave apresentoureduções importantes ao longodos últimos dez anos.O indicadorcaiu de 6,9% do total de domicí-lios em 2004 para 5,0% em 2009e, em 2013, atingiu seu patamarmaisbaixo: 3,2%do total. Sãodo-micílios onde, alémde adultos, ascrianças também passavam pelaprivação de alimentos.
Paraaespecialista emsustenta-bilidade Vivian Blaso, professorada pós-graduação da FaculdadeMackenzie, a melhora da renda eas políticas governamentais detransferênciade renda foram fun-damentais para essamelhora. “Aspolíticas sociais têmpapel impor-tante no acesso à alimentação, e omesmo vale em relação àmelhorada renda, que vem como aumen-to real do salário mínimo. Aindaassim, o acesso à alimentação nãosignificanecessariamente que es-saspessoas estejambemnutridas,pois o alimento bom, qualitativo esaudável ainda émuito caro. Daí apreferência de quem acessa aoconsumo por produtos processa-dos ou alimentos massificados,pois é o que cabeno orçamento.”
A Pnad apontou que o percen-tualdedomicíliosqueseencontra-va em algum grau de insegurançaalimentar— desde a preocupaçãoquanto à disponibilidade de ali-mentos no futuro até passar fome,caiu de 30,2% em 2009 para22,6% em 2013. No ano passado,52milhões de pessoas apresenta-vam alguma restrição alimentarou alguma preocupação com apossibilidade de ocorrer restri-ção, devido à falta de recursos.
Dos65,3milhõesdedomicíliosnoBrasil, 77,4%estavamemsitua-ção de segurança alimentar em2013. Eram 149,4milhões de pes-soas, o equivalente a 74,2% dosmoradores emdomicíliosparticu-lares do país. Isso significa que21,7milhões demoradores passa-ram a ter acesso regular e perma-nente a alimentos de qualidade eem quantidade suficiente na pas-sagem de 2009 para 2013. A inse-gurança alimentar era maior nasregiõesNorte eNordeste, atingin-do, respectivamente, 36,1% e38,1%dosdomicílios, enaárearu-
ral em todo o país (35,3%).Além disso, a insegurança ali-
mentar era maior em domicíliosonde residiammenores de 18anos(28,8%), entre os pretos e pardos(33,4%) e para aqueles com um atrêsanosdeestudo (13,7%comin-segurançamoderada ou grave).
Para a presidente e fundadora
da ONG Banco de Alimentos, Lu-ciana Chinaglia Quintão, não hácomo negar os avanços, especial-mente por conta doBolsa Família,que tiroumilhõesdepessoasda si-tuação demiséria extrema. Aindaassim, ela acredita que o númerode pessoas que ainda passa fomeestá subestimado. “Eu vivo isso
diariamente, e sei que ainda exis-teumcontingenteenormedepes-soas sem acesso à alimentação.”Ela lembra que brasileiros quenãotêm endereço fixo, por exemplo,ficam fora da pesquisa do IBGE.
Embora reconheça asconquis-tasdosúltimosanos,Lucianades-taca a importância da busca pelo
fim da fome ser permanente. Se-gundo a ONG Bolsa de Alimentos,dados da Embrapa apontam que,no Brasil, cerca de 26,3 milhõesde toneladasdealimentossãodes-perdiçadas todo ano, quantidadesuficiente para alimentar 19 mi-lhõesdebrasileiros comas três re-feições básicas.
Quantomenosserviçoscoletivos,mais fomeA Pnad apontou que domicíliosem insegurança alimentar leveeram menos atendidos por redecoletora de esgoto (44,2%) do queaqueles em segurança alimentar(63,2%). A proporção de domicí-lioseminsegurançaalimentargra-ve atendidos por esse serviço eraaindamenor (34,4%).
Entre os domicílios com segu-rançaalimentar,92,0%tinhamli-xo coletado diretamente; 87,2%contavam com a rede geral deabastecimento de água; e 98,8%tinhambanheiro.Para aqueles eminsegurança alimentar grave, ospercentuais foram 75,2%; 73,6%e87,5%, respectivamente.
São Paulo
Cai a proporçãode brasileirosque passam fomePaís diminuiu em35,7% total de pessoas semacesso àalimentação.Mas 7,2milhões ainda têmcomida insuficiente
Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia)
Segurança alimentar
Insegurança alimentar leve
Insegurança alimentar moderada
Insegurança alimentar grave
Acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, emquantidade suficiente, sem sentir eminência de sofrer restriçãono futuro próximo
Preocupação ou incerteza quanto a disponibilidade de alimentosno futuro em quantidade e qualidade adequadas
Redução quantitativa de alimentos e/ou ruptura nos padrões dealimentação resultante da falta de alimentos entre os adultos
Redução quantitativa de alimentos e/ou ruptura nos padrões dealimentação resultante da falta de alimentos entre adultos e/oucrianças; e/ou privação de alimentos; fome
Fonte: IBGE
MENOS GENTE FAMINTA EM DOMICÍLIOS PARTICULARES
INSEGURANÇA ALIMENTAR
Grave
Moderada
Leve
Insegurança Alimentar
Segurança alimentar
2009 2013
41,4 milhões (69,8%)
17,9 milhões (30,2%)14,7 milhões (22,%)
11,1 milhões (18,7%)9,6 milhões (14,8%)
3,9 milhões (6,5%)3,0 milhões (4,6%)
3,0 milhões (5,0%)2,1 milhões (3,2%)
50,5 milhões (77,4%)
MOBILIDADEURBANA
Sexta-feira e fimde semana, 19, 20 e 21 de dezembro de 2014 Brasil Econômico 5