Inovação: Uma perspectiva oriental
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O que é inovação?
Inovação: Tecnologia
• Foco
– Pesquisa e desenvolvimento
– Comercialização de tecnologias
• Conceitos/práticas
– Stage-gate (funil de inovação)
– Roadmapping tecnológico
– Propriedade intelectual
– Parceria c/ universidades
– Capacidade de absorção
Inovação: Marketing
• Foco
– Necessidades de mercado
– Desenvimento de novos produtos
• Conceitos/práticas
– Pesquisa de mercado
– Etnografia
– Design thinking
– Co-criação
Inovação: Novos negócios
• Foco
– Novos produtos/negócios
– Crescimento acelerado
• Conceitos/práticas
– startups (negócios nascen-tes de alto potencial)
– novos modelos de negócios
– venture capital
– venturing corporativo
– inteligência de mercado
Inovação: Criatividade
• Foco
– Geração de idéias
– Melhorias em geral
• Conceitos/práticas
– Cultura de inovação
– Programas de idéias
– Atitude empreendedora
– Gestão de mudanças
– Mercados de idéias
Uma visão oriental?
Uma visão oriental
• Conhecimento tácito vs. explícito
• Coletivo/todo vs. Individual/parte
• Experiência direta vs. raciocínio intelectual
Tácito vs. explícito
• Senso comum do conhecimento tácito: aquilo que é difícil articular
• Aprofundando...
–Conhecimento particular, específico (p. ex. pessoas, locais, clientes)
– Interpretação, perspectiva (subjetivo)
– Experiência prática (competência)
Onde está o conhecimento?
livro autor
Conhecimento explícito e tácito
venda
Quem está certo?
Saber objetivo e subjetivo
Saber objetivo Saber subjetivo
Universal Particular
Baseado em fatose na realidade
Baseado em percepçõese interpretação
Independe da pessoa, situação ou contexto
Depende da pessoa, situação e contexto
Quem conhece mais?
EmpreendedorPesquisador
“Saber que” e “saber como”
Saber que Saber como
ConceitosTeorias, modelos
Princípios
HabilidadesTécnicas, métodos
Procedimentos
EntenderExplicar
DesempenharRealizar
PensamentoRaciocínio
Estudo
AçãoPrática
Experiência
Coletivo vs. individual
• Consideração do todo, do coletivo
• Aprofundando...
–Conhecimento social: cultura, valores, normas, práticas
–Redes sociais: nodos, conexões, topologia
–Capital social: confiança, densidade
Onde está o talento de um time?
Conhecimento social
Cultura organizacional
23
“Conjunto de valores e crenças
compartilhados que geram
certas regras e padrões de
comportamento.”
Rede social
24
• Atores/Nodos− Indivíduos− Grupos, organizações,
etc.
• Relações/vínculos− Conhecimento,
confiança, parentesco, proximidade, etc.
− Alianças, clientes, investmentos, etc.
Relação
Ator
Fonte: Robin Teigland
Análise de redes sociais
Fonte: Valdis Krebs, 2006. Know the Net, Knit the Net.
Dimensões de Análise:
• Centralidade• Influência• Conectividade• Intensidade • Eficiência • Resiliência
Capital social
“Enquanto o capital físico refere-se a objetos e o capital humano a propriedades de indivíduos,
o capital social refere-se a conexões entre indivíduos – redes sociais e as normas de
reciprocidade e confiança que delas surge.”
Robert Putnam (2000)
Capital social
Três dimensões:
• Estrutural: redes informais de relações; padrões de conexões fortes e fracas
• Relacional: dinâmica interpessoal entre membros da rede; confiança, valores e normas, expectativas, identidade
• Cognitivo: contexto e referenciais compartilhados que permitem a construção de relações
Topologias de Rede
Fonte: Paul Baran, via Augusto de Franco
CentralizadaDescentralizada Distribuída
Fenomenologia de redes
• A partir de certo número de conexões, surgem fenômenos surpreendentes:– Clustering (aglomeramento)
– Swarming (enxameamento)
– Crunch: redução do tamanho (social) do mundo
– Autoregulação sistêmica
– Produção de ordem emergente bottom up (a partir da cooperação)
• Quanto mais distribuída a topologia da rede, maiores as chances de tais fenômenos ocorrerem
Fonte: Augusto de Franco
Clustering
Fonte: Augusto de Franco
Swarming
Fonte: Augusto de Franco
Crunch
Fonte: Augusto de Franco
Simples
As relações de causa e efeito se repetem, são visíveis e previsíveis
Conhecido
Domínio do realMelhores práticas
Complicado
As relações de causa e efeito se repetem, mas nem sempre são previsíveis
Conhecível
Domínio do provávelEspecialistas - boas práticas
Caótico
Relações de causa e efeito não percebidas
Padrões não percebidos
Domínio do inconcebívelPráticas inovadoras
Fonte: David Snowden, 2003. Modelo Cynefin.
Sistemas complexos
Complexo
Relações de causa e efeito com frequência não percebidas e previsíveis. Alto nível de erro, ilusão e incerteza
Padrões emergentes
Domínio das muitas possibilidadesPráticas emergentes/adaptativas
Complicado vs. complexo
Complicado Complexo
Fonte: Inspirado em apresentação David Snowden.
Experiência vs. raciocínio
• Conhecimento vivencial
• Aprofundando...
– Experiência direta: mente/raciocínio vs. percepção/ação
– Expertise: intuição, padrões, configurações
– Sensibilidade, estética
Inovação sob a perspectiva oriental?
Criação de conhecimento: Nonaka
• Modelo SECI
– Espiral do conhecimento
– Indivíduo, grupo, organização
• Modelo atualizado: fluxo de criação
–Visão e objetivos condutores
– Fluxo de diálogo e prática
–Ba: contextos capacitantes
Ciclo SECI de conversão do conhecimento
Fonte: Takeuchi & Nonaka (2008). Gestão do Conhecimento.
Espiral do conhecimento organizacional
Fonte: Nonaka & Takeuchi (1997).
Fonte: Nonaka & Konno (1998)
Ciclo SECI de conversão do conhecimento(revisitado)
Desenvolvimento de produtos
Diálogo(Por quê?)
Prática(Como?)
Visão(O quê?)
Conhecimento Tácito (Subjetividade)
Conhecimento Explícito (Objetividade)
Ambiente(Ecossistema)
Objetivoscondutores
Ativos de Conhecimento
Ba(contexto)
Modelo dinâmico de criação de conhecimento
Criação do ConhecimentoNonaka (2002)
Visão e objetivos condutores
Visão e objetivos condutores
• Senso comum: missão, visão, valores...
• Aprofundando:
– Estratégia emergentePensamento causal vs. emergente
–Design thinkingPensamento analítico vs. intuitivo
– Liderança e change managementEstratégia/decisão vs. inspiração/motivação
Visões e valores
• Honda“oferecer ao cliente um bom carro” e “As Três Alegrias: criar, comprar e vender”
• Olympus“Social In” (em relação a market in)
• Eisai“hhc - human health care”
• Seven Eleven Japan“adaptar-se às mudanças” e “fazer o básico corretamente”
Objetivos condutores
• Suzuki“1cc = mil yens”
• Canonfluxo de caixa saudável
• Seven Eleven Japancortar perda de oportunidades
Estratégia tradicional
Fonte: Imagens de Gray et al., 2010. Gamestorming.
Estratégiatradicional
Estratégiaemergente
Fonte: Imagens de Gray et al., 2010. Gamestorming.
Estratégia emergente
Means. The basis for decisions and new opportunities:– Who I am– What I know– Whom I know
Goals. Given (based on predictions)
Causation vs. Effectuation
Fonte: Sarasvathy, 2008
Expected Return. Calculate upside potential
and pursue the (riskadjusted) best opportunity.
Affordable Loss. Calculate downside potential
and risk no more than you can afford to lose.
Causation vs. Effectuation
Fonte: Sarasvathy, 2008
Leverage Surprises.Surprises can present new
opportunities.
Avoid Surprises. Surprises bring risk and
inefficiency.
Causation vs. Effectuation
Fonte: Sarasvathy, 2008
Partnership.Build your “future” together
with customers, suppliers and even prospective competitors.
Competition. Set up transactionalrelationships with
customers and suppliers.
Causation vs. Effectuation
Fonte: Sarasvathy, 2008
To the extent we can predict the future, we can control it.
PLAN
To the extent we can control the future, we don’t need to predict it.
ACT
Causation vs. Effectuation
Fonte: Sarasvathy, 2008
“Habilidades de design e de negócios estão convergindo. Para ser bem sucedido no futuro, pessoas de negócios terão que se tornar mais designers… mais ‘mestres da heurística’ do que ‘gestores de algoritmos’.”
Roger MartinDiretor da Rotman School of Business, Autor de The Design of Business
Fonte: Roger Martin (2009)
Pensamento analítico vs. intuitivo
Pensamento analítico
• Propósito– Comprovação via dedução e
indução
• Abordagem– Proveito de conhecimento
existente
– Foco em dados do passado
– Administração do que existe
– Supressão do discernimento
• Objetivo– Confiabilidade: busca de
resultados replicáveis
Pensamento intuitivo
• Propósito– Saber independente de
análise
• Abordagem– Exploração de conhecimento
novo
– Foco no que pode vir a ser
– Invenção do futuro
– Supressão da análise
• Objetivo– Validade: busca de resultados
que atingem objetivos
Fonte: Roger Martin (2009)
Fonte: Roger Martin (2009)
Design thinking
• Propósito– Equilíbrio via raciocínio generativo
• Abordagem– Apreciação tanto de proveito como de exploração
– Integração de futuro e passado
– Design do que deve vir a ser
– Integração de análise e discernimento
• Objetivo– Confiabilidade e validade necessárias para manter
vantagem competitiva
Fonte: Roger Martin (2009)
Dinâmica da mudança
Fonte: Luc Galoppin, 2010. 20 Shortcuts on organizational change management.
Two sides of change
Fonte: Luc Galoppin, 2010. 20 Shortcuts on organizational change management.
1. Push: people will only take the leap if the house is on fire
2. Progress: “where are we and what have we accomplished to date?”
3. Plan: steps ahead and actions to undertake to reach the nearest milestone, and the next and so on.
4. Pull: final destination, serving as guide if we lose sense of direction.
4 P’s of Organizational Change
Liderando mudanças: oito passos
1. Estabelecer senso de urgência
2. Formar aliança gestora
3. Criar uma visão
4. Comunicar a visão
5. Empoderar pessoas e agir rumo à visão
6. Planejar e conseguir vitórias de curto-prazo
7. Consolidar ganhos e alavancar mudanças
8. Institucionalizar o novo
Fonte: John Kotter, 1995. Leading change.
Diálogo e prática
Fluxo de diálogo e prática
• Recapitulando:– Diálogo: reflexão, compreensão
– Prática: vivência, experimentação
• Aprofundando– Prática reflexiva
– Design thinking• Observação, etnografia, etc.
• Prototipação rápida
• Diversidade
Honda: dialogando no local
• Genba: o lugar certo
• Genbutsu: a coisa certa
• Genjitsu: ser realista
Fonte: Ikujiro Nonaka
Fonte: Nonaka & Toyama.
Prática reflexiva
Reflexão na ação
• Pensar imediatamente à frente da ação
• Experienciar
• Analisar e atuar de forma crítica
Reflexão sobre a ação
• Pensar após a conclusão da ação
• Discutir
• Aprender com a rotina de reflexão
Fonte: Adaptado de Donald Schön.
Performance profissional competente
Initiation Conclusion
Doing
Thinking
Communicating
Sensing
Listening
Developing situation
Changing conditions
Context
Fonte: Adaptado de Michael Eraut, 1994.
O processo de design (IDEO)
Fonte: IDEO. Human-Centered Design. Kit de Ferramentas.
Fonte: IDEO. Human-Centered Design. Kit de Ferramentas.
Fonte: IDEO. Human-Centered Design. Kit de Ferramentas.
Formatos comuns de protótipos
Fonte: IDEO. Human-Centered Design. Kit de Ferramentas.
Formatos comuns de protótipos
Ambientes capacitantes
Ba (contextos capacitantes)
• Relação espaço-temporal onde ocorre o fluxo SECI
–Arquitetura, ergonomia
– Tecnologia, sistemas
–Organização, normas, processos, projetos
–Cultura: princípios, normas, hábitos
– Estratégia: missão, visão, valores
–Comunidade, coletividade
Ba: contexto compartilhado para o cultivo de relações emergentes (Nonaka)
Fonte: Nonaka
Cultivando o contexto para a GC
• 場所 (basho): lugar [sho: lugar]
• 市場 (shiba): mercado[ichi: mercado, cidade]
• 広場 (hiroba): praça[hiro: amplo, vasto]
• 場合 (baai): situação[ai: encaixe]
• 市場 (shijō): mercado(p.ex. imóveis, alimentos)
• 入場 (nyūjō): admissão *nyū: entrar+
(ba): local, lugar
• Arquitetura, ergonomia• Tecnologia, sistemas
Ba: lugar
Ba: contexto• Organização, normas• Processos, projetos
Ba: campo• Estratégia, alinhamento• Cultura de colaboração, confiança
Ecossistema de conhecimentoA empresa como configuração organica de ba’s
Fonte: Nonaka
Como usar tudo isso?
• Visão e objetivos– Qual longe consigo enxergar?
– Quão bem consigo comunicar?
• Diálogo e prática – Equilibrar falar e ouvir, pensar e agir,
realizar e experimentar
• Ba– Criar espaços/momentos de diálogo e prática
dialéticos
Obrigado!