INOVAÇÃO A PARTIR DA REALIDADE LOCAL: INSERÇÃO DO...

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1 Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation. Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015. INOVAÇÃO A PARTIR DA REALIDADE LOCAL: INSERÇÃO DO DESIGN NO SETOR JOALHEIRO PARA APROVEITAMENTO DE REJEITOS DE MINERAÇÃO EM PRODUTOS Raquel Pereira Canaan Escola de Design - Universidade do Estado de Minas Gerais Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil [email protected] Gilberto Almeida Junior Escola de Design - Universidade do Estado de Minas Gerais Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil [email protected] Maria Bernadete Teixeira Escola de Design - Universidade do Estado de Minas Gerais Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil [email protected] RESUMO O design pode contribuir para ampliar o espectro de possibilidades de inovação, não só do produto, mas também social, política, econômica, ambiental e cultural. O setor de gemas e joias coloca-se então como um cenário em potencial. O intuito deste artigo é apontar o aproveitamento de rejeitos de mineração como uma possibilidade de inovação em produtos de joalheria. Aborda a valorização de recursos materiais e imateriais apoiada pelo design, na identificação de potenciais locais e desenvolvimento de projetos voltados à ativação de aspectos e valores particulares dos territórios. Como resultado, apresenta estudos relacionados à inserção do design em Arranjos Produtivos Locais 1 da região de minas Gerais, no Brasil, que integram ações de pesquisa e extensão no setor de gemas e joias, com o objetivo de apresentar possibilidades de inovação social e produtiva. Estas apoiam-se em dois estudos de caso realizados em APLs de Gemas e Joias de regiões mineradoras. 1 Para a definição de Arranjos Produtivos Locais será adotada a sigla APL no desenvolvimento deste trabalho. PALAVRAS CHAVE Design, inovação, patrimônio cultura, aproveitamento de resíduos. ABSTRACT Design can contribute on possibilities of innovation, not only the product but also social, political, economic, environmental and cultural and gems and jewelry sector is a potenctial scenary. The purpose of this article is to point out the use of mining waste as an opportunity for innovation in jewelry products. Adresses the valuation of tangible and intangible resources supported by design, in identifying potentials and developing projects aimed at activating aspects and particular values of the territories. As a result, presente studies related to the integration of design in Minas Gerais, Brasil, integrating research and extension in gems and jewelry sector with the objective of presenting social and productive inoovation possibilitites. These are supported by two case studies of clusters.

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1 Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation.

Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015.

INOVAÇÃO A PARTIR DA REALIDADE LOCAL: INSERÇÃO DO DESIGN NO SETOR JOALHEIRO PARA APROVEITAMENTO DE REJEITOS DE

MINERAÇÃO EM PRODUTOS

Raquel Pereira Canaan Escola de Design - Universidade

do Estado de Minas Gerais Belo Horizonte, Minas Gerais,

Brasil [email protected]

Gilberto Almeida Junior Escola de Design - Universidade

do Estado de Minas Gerais Belo Horizonte, Minas Gerais,

Brasil [email protected]

Maria Bernadete Teixeira Escola de Design - Universidade

do Estado de Minas Gerais Belo Horizonte, Minas Gerais,

Brasil [email protected]

RESUMO

O design pode contribuir para ampliar o espectro de possibilidades de inovação, não só do produto, mas também social, política, econômica, ambiental e cultural. O setor de gemas e joias coloca-se então como um cenário em potencial.

O intuito deste artigo é apontar o aproveitamento de rejeitos de mineração como uma possibilidade de inovação em produtos de joalheria. Aborda a valorização de recursos materiais e imateriais apoiada pelo design, na identificação de potenciais locais e desenvolvimento de projetos voltados à ativação de aspectos e valores particulares dos territórios.

Como resultado, apresenta estudos relacionados à inserção do design em Arranjos Produtivos Locais1 da região de minas Gerais, no Brasil, que integram ações de pesquisa e extensão no setor de gemas e joias, com o objetivo de apresentar possibilidades de inovação social e produtiva. Estas apoiam-se em dois estudos de caso realizados em APLs de Gemas e Joias de regiões mineradoras.

1 Para a definição de Arranjos Produtivos Locais será adotada a sigla APL no desenvolvimento deste trabalho.

PALAVRAS CHAVE Design, inovação, patrimônio cultura,

aproveitamento de resíduos.

ABSTRACT Design can contribute on possibilities of

innovation, not only the product but also social, political, economic, environmental and cultural and gems and jewelry sector is a potenctial scenary.

The purpose of this article is to point out the use of mining waste as an opportunity for innovation in jewelry products. Adresses the valuation of tangible and intangible resources supported by design, in identifying potentials and developing projects aimed at activating aspects and particular values of the territories.

As a result, presente studies related to the integration of design in Minas Gerais, Brasil, integrating research and extension in gems and jewelry sector with the objective of presenting social and productive inoovation possibilitites. These are supported by two case studies of clusters.

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KEY WORDS

design, innovation, culture heritage, rejects

INTRODUÇÃO Por se tratar de uma atividade projetual que

lida com as interações e inovações sociais, o design tem como principal objeto a sociedade como um todo, considerando as expectativas e limitações particulares de cada grupo que a conforma.

Desde os anos 1970, a sustentabilidade vem sendo discutida no âmbito da atividade projetual do design. Porém, nos últimos tempos, ganhou maior abrangência, juntamente com novos valores e movimentos que entraram em questão na sociedade atual. Segundo Manzini (2008, p.27), a transição rumo à sustentabilidade:

É um processo de aprendizagem social a que seremos, gradualmente, submetidos, e que consiste em viver melhor consumindo muito menos, regenerando a qualidade do ecossistema global e dos contextos locais em que estamos inseridos. [1]

É necessário começar a ver o desenvolvimento sustentável de outra perspectiva, que representa uma maneira de reconhecer os valores e crenças, atribuindo significado aos mesmos. Requer-se então a atuação do design como atividade que busca a resolução de problemas e busca de possibilidades por meio da experimentação e criação de uma nova cultura.

A projetação em design tem como pressuposto a percepção das necessidades de um indivíduo ou do grupo social em que ele vive, buscando soluções projetuais que podem se consolidar em artefatos referentes à cultura material global e local.

Segundo Krucken (2009) “criar condições para que o potencial dos recursos locais se converta em benefício real e durável das comunidades representa um grande desafio nas economias emergentes”. [2] Pela capacidade do design de interpretar o presente e projetar o futuro, seu objeto é a sociedade como um todo, nas suas expectativas e limitações.

No caso do setor de gemas e joias, apresenta-se um grande potencial para geração de emprego e renda. Segundo dados oficias do IBGM2, o Brasil é responsável pela produção de 1/3 do volume mundial de gemas e Minas Gerais é um dos maiores estados produtores. Composto em grande parte por pequenas unidades produtivas, o setor necessita de ações integradoras e cooperadas que fortaleçam todo o conjunto. [3]

A capacidade inovativa está diretamente relacionada à ação do design, constituindo-se na estratégia de diferenciação e agregação de valor a produtos a partir de aspectos significativos locais, atribuindo-lhes significados e sentido. Nesse contexto, projetos de design aplicados para a valorização do território tem se destacado, pois envolvem o estudo do ambiente abarcando contexto histórico, tradições, expertises, arquitetura, materiais disponíveis, relações sociais, dentre outros aspectos.

O objetivo deste artigo é demonstrar, por meio de um projeto realizado no APL de Gemas e Joias de Teófilo Otoni, como o design pode apoiar esse tipo de organização, trabalhando dentro das potencialidades, limitações e perfis locais. Demonstra possibilidades de inserção do design que podem contribuir para seu desenvolvimento econômico e social, bem como para a valorização de seu potencial cultural, humano e material. O PAPEL ESTRATÉGICO DO DESIGN NA VALORIZAÇÃO DOS TERRITÓRIOS

Considerando as condições atuais do planeta, Thackara (2008) [4] já questionava o papel dos designers, defendendo serem atores sociais que lidam com as interações cotidianas dos seres humanos e seus artefatos. Na projetação, o design deve considerar o individuo entre o artefato e a natureza, desenvolvendo possibilidades alternativas na construção de uma relação diferenciada entre patrimônio biológico, cultura material e simbólica. Assim, a inovação em design deve garantir uma resposta às diferentes necessidades das pessoas e, como consequência, melhorar não só as experiências 2 Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos

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individuais como também a qualidade de vida da sociedade em geral.

Nesse sentido, as questões de sustentabilidade tem sido discutidas nos diversos ambientes produtivos, na esfera governamental e pela sociedade em geral, em busca de soluções que tragam benefícios econômicos, sociais, políticos e ambientais.

O aumento crescente da demanda por produtos diferenciados, acelerado pela competitividade que advém do processo contínuo de globalização, despertou a atenção para a preservação da tradição, culturas, e produtos locais, fortalecendo os movimentos de identificação cultural. Alcoforado (2010) afirma que dessa situação surgem novas formas de organização social, comunidades conectadas à realidade global que conservam características peculiares, redefinindo o termo local (p.01) [5]

Fleury e Fleury (2004) trazem o tema “pensar globalmente, agir localmente”[6], utilizado por muitas literaturas, que se traduz na busca por competitividade global, aprendizagem, inovação e retorno local. O design contribui para converter traços culturais em modos de valorizar os produtos, atuando como uma ferramenta de promoção do território. A capacidade inovativa, diretamente relacionada à ação do design, pode se constituir em importante estratégia de diferenciação e valorização de aspectos significativos dos arranjos, atribuindo-lhes sentido e ativando significados.

Segundo Lastres e Cassiolato (2005), a ideia de território refere-se à parcela geográfica apropriada por um grupo ou indivíduo, visando assegurar sua reprodução e a satisfação de suas necessidades vitais. Todas as definições para território mantém a ideia de domínio pessoal ou coletivo, fazendo referência a diferentes contextos e escalas: um ambiente, uma região, um país e assim sucessivamente. [7]

Porém um território não se reduz à dimensão material. É moldado a partir da combinação de condições e forças internas e externas, além de uma rede de relações sociais que se projetam naquele espaço. A gênese, a dinâmica e a diferenciação dos territórios vinculam-se à dimensões física, econômica,

simbólica e sócio política, de acordo com Albagli (2004). [8]

O design pode contribuir significativamente na busca de formas para tornar visível uma sociedade, bem como a história por trás dos seus produtos. Isto significa associar e comunicar elementos históricos, culturais e socais, possibilitando ao consumidor avaliar e apreciar o produto de forma mais ampla, absorvendo também sua cultura (KRUCKEN, 2009) e aproximando o produtor do consumidor final.

A capacidade inovativa está diretamente relacionada à ação do design, constituindo-se na estratégia de diferenciação e agregação de valor a aspectos significativos locais, como, no caso deste artigo, os materiais disponíveis, atribuindo-lhes sentido e significados.

POSSIBILIDADE IDENTIFICADA: O APROVEITAMENTO DE REJEITOS

Apesar do grande potencial a ser explorado em Minas Gerais, apresentado anteriormente, a participação do Estado no mercado internacional de gemas é muito restrita. Alguns problemas apontados a seguir, referem-se a aspectos relacionados ao setor no Estado de Minas Gerais, foco do estudo de caso deste trabalho. Grande parte das exportações nacionais ainda é constituída por pedras em bruto, com baixo valor agregado, fato que prejudica a competitividade brasileira em relação a outros países. A informalidade nas atividades da cadeia produtiva do setor é um ponto muito importante, mencionado na maior parte das pesquisas sobre o assunto.

Grande parte da extração mineral é feita por garimpeiros em locais de pouca infraestrutura, difícil acesso e, geralmente, sem nenhum tipo de pesquisa prévia. Estes, na sua maioria, têm baixo nível de instrução e enfrentam uma complexa fiscalização e alta tributação, fato que incentiva a venda das gemas e sua saída do país de forma clandestina.

Thackara (2008) defende que a sustentabilidade não é uma meta distante, difícil de ser atingida, mas que ela já existe, assim como muitos elementos de um mundo

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sustentável também. Além disso, o autor aponta que a maioria das soluções é composta de práticas sociais, algumas muito antigas que evoluíram em outras sociedades e tempos.

Por esse motivo, considera-se neste trabalho a importância de trabalhar dentro das possibilidades locais, identificando e desenvolvendo soluções que façam parte do cotidiano da comunidade e que lhe seja familiar, para que possam continuar se desenvolvendo depois que a ação do design for concluída.

De acordo com Krucken (2009), a análise da cadeia de valor pode ser uma das ferramentas estratégicas que ajudam a identificar oportunidades de inovação em diversos níveis, melhorando a performance do sistema. De acordo com a autora, a perspectiva do design enriquece essa análise, por considerar o papel do consumidor na cadeia de valor, o que envolve tanto o sistema de produção, como o de consumo de produtos e serviços.

A transformação de recursos em produtos envolve um conjunto de atividades, iniciando-se a partir dos produtores de matéria prima, envolvendo processadores de diversos níveis (beneficiadores, transformadores e indústrias), agentes responsáveis pela comercialização e distribuição de produtos e finalmente, os usuários finais. Ao comprarmos um produto acionamos toda essa cadeia de valor (KRUCKEN,2009, p. 59).

A análise da cadeia, na perspectiva da pesquisadora, permite compreender o conjunto de atividades que resulta em um produto e identificar o potencial de agregação de valor em cada um dos seus níveis (KRUCKEN,2009,p.59). A pesquisadora considera que “visualizar a cadeia de valor contribui, ainda, para o desenvolvimento de uma visão compartilhada entre os diversos atores, promovendo o estabelecimento de objetivos comuns e estratégias para fortalecer seu desempenho”. (KRUCKEN,2009,p.10)

Figura 01: Representação esquemática da cadeia de valor. Adaptado de KRUCKEN, 2009, p.60)

A representação apresentada na figura 02 é um ensaio da cadeia de valor de gemas e joias, construída coletivamente partir da representação esquemática de Krucken (Figura 01). Inicialmente em sala de aula, na disciplina Design e Sustentabilidade, orientada pela Prof. Lia Krucken, no curso de Pós Graduação lato sensu em Design de Gemas e Joias (turmas de 2009 e 2012). Posteriormente foi complementada no trabalho de mestrado de um dos autores deste artigo, Raquel Canaan, por meio de pesquisa e com a colaboração de especialistas do setor.

Figura 02: Ensaio da cadeia de valor do setor de gemas e joias com exemplos de possibilidades de inserção do design.

O foco deste artigo é o setor mineral, logo, o destaque da cadeia de valor apresentada é o nível 2 da mesma, onde encontram-se as matérias primas. Na representação, estão apresentadas sinteticamente as matérias primas e recursos importantes para o desenvolvimento deste trabalho. Dentre os minerais, encontram-se, além das gemas de maior valor intrínseco, as gemas de menor valor, chamadas popularmente de cascalhos e consideradas, juntamente com outros minerais industriais, rejeitos da mineração. Em relação ao aproveitamento desses materiais, de acordo com Salum (2003,p.4), é, “tecnicamente, perfeitamente possível, devido ao valor econômico desses minerais.” [9]

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De acordo com a Rede APL Mineral, a extração de minérios produz rejeitos e o ideal seria que todos os minerais contidos na rocha extraída tivessem algum tipo de aproveitamento econômico. Estes processos normalmente geram grande quantidade de rejeito mineral sob a forma de cascalho, pequenos fragmentos e até grandes amostras. Visto que a maioria das pedras de alto valor extraída no Brasil é exportada, restam as pedras brutas e de baixo valor agregado, que podem ser aproveitadas e valorizadas por meio da inserção do design. O material considerado rejeito pode ser promissor com a interferência do design e das tecnologias existentes, para que, desta união resulte produtos, ou subprodutos com maior valor agregado.

PANORAMA: O SETOR DE GEMAS E JOIAS EM MINAS GERAIS

Gemas e Joias integram o conjunto de APLs3

de Base Mineral que representa um instrumento estratégico de articulação e integração de políticas de apoio ao desenvolvimento regional e local da mineração em pequena e média escala. A Macrorregião Jequitinhonha/Mucuri situa-se na “Província Gemológica Oriental Brasileira”, uma das áreas mais ricas do planeta, tanto em quantidade, como em variedade e qualidade de ocorrências gemológicas (CAMPOS, 2009). [10] Apesar dessa riqueza e de alguns poucos centros de relativa importância econômica, é a região mais pobre do Estado de Minas Gerais, carente de recursos diversos.

Seus recursos minerais são mal aproveitados, tanto nos processos extrativistas como nos industriais e artesanais, sem retorno econômico e social proporcional à riqueza da região. Os produtos derivados da extração mineral tendem à cópia e, sem características singulares, não se identificam com a região. Ainda, as unidades produtivas locais, apesar do potencial para desenvolvimento, muitas vezes são inibidas por falta de recursos, como máquinas, equipamentos, capacitação técnica, etc.

3 Arranjos Produtivos Locais

Várias são as denominações utilizadas para a mesma região do arranjo, constituído por 21 municípios das microrregiões de Teófilo Otoni e Araçuaí. Neste trabalho, foi utilizado o Arranjo Produtivo de Gemas e Artefatos de Pedras de Teófilo Otoni, por ser a denominação utilizada nos projetos dos estudos de caso.

A origem do setor de gemas onde se localiza a comunidade produtiva confunde-se com a história da região, pois as gemas estão entre os motivos das tentativas de ocupação da mesma. Antes da década de 1840 a região do Vale do Mucuri era inteiramente povoada por indígenas, posteriormente composta de diversas etnias. A expansão capitaneada pela atividade mineradora foi rápida e com um intenso processo de ocupação. Várias foram as vilas criadas imediatamente após a descoberta de áreas de mineração e o início de sua exploração (MESOVALES, 2005). [11]

Atualmente estima-se que o produto local, reconhecido mundialmente, possa mudar de patamar através da inovação e diferenciação, e a principal diretriz está calcada na valorização e destaque de aspectos diferenciais que contribuam para o desenvolvimento de produtos com o DNA da região. A identificação dos signos e valores locais amplia as possibilidades de inovação nos produtos, pela inserção do design na cadeia produtiva do setor.

A região como um todo apresenta uma população de vida e hábitos simples, com forte relação com o cultivo da terra, o trato dos animais e o artesanato de cerâmica, este reconhecido como um forte ícone local. O material natural, uso de técnicas simples de pintura com pigmentos naturais, além de bordados de tecidos e tecelagem também com técnicas rudimentares, são indicadores da herança indígenas, primeiros povos que ocuparam toda a região. Ainda podem ser notados hábitos gastronômicos, também influenciados pelos povos indígenas.

Muitos dos costumes e tradições de europeus, libaneses, indianos e chineses foram incorporados à cultura local, principalmente em Teófilo Otoni, diferenciando-a das demais cidades da região. Existem ainda os remanescentes quilombolas, que também influenciaram a

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cultural local com seus ritos, ritmos e culinária singulares.

Para apreender esses padrões de comportamento dos múltiplos, variados e heterogêneos conjuntos de atores sociais, o design tem como recurso importante a abordagem etnográfica. A etnografia tem origem na Antropologia e surge da necessidade de se compreender as relações socioculturais, os comportamentos, ritos, técnicas, saberes e práticas das sociedades até então desconhecidas. Considerando todo o potencial sociocultural da região, seus signos e valores, a abordagem etnográfica permite entender uma cultura não familiar todo o conhecimento, técnicas e práticas que a constituem.

OS SIGNOS E VALORES LOCAIS

O desenvolvimento de atividades no APL que

fortaleçam seus aspectos identitários e capacidades individuais e coletivas, estimula também a criação e difusão do conhecimento enraizado localmente e apresenta-se como uma oportunidade para o crescimento da economia regional, através da criação de diferencial competitivo.

Entretanto, para abordar os signos e valores locais é importante entrar na esfera da semiótica, que pode ser definida como uma ciência que estuda todos os fenômenos culturais como um sistema de significação. Segundo Peirce (1990) a tese central da Semiótica é que todo o pensamento se dá em signos. Sendo assim, os gestos, as ideias, as cognições e até o próprio homem são considerados entidades semióticas. Nesse contexto, signo é entendido como alguma coisa que representa algo para alguém.

Do ponto de vista do APL, os signos locais estão intrinsecamente ligados àquilo que representa algo aos habitantes locais. Isso pode ser identificado na simples tentativa de retratar o cotidiano vivido na região, que segue ritos e padrões adaptados à realidade local, utilizando elementos ali presentes, respeitando os aspectos particulares da região.

A análise semiológica permite identificar signos de uma determinada região e definir seus possíveis significados com participação conjunta

tanto de indivíduos que fazem parte do contexto de estudo, quanto de indivíduos externos. Para traçar os signos locais, devem ser observados os elementos retratados cotidianamente e de forma corriqueira, seja através do artesanato local, dos materiais abundantes, do trabalho mais comum, suas heranças culturais históricas, seus hábitos e costumes, na gastronomia, na arte, na dança, na arquitetura, na linguagem, na escrita, dentre tantas outros.

A título de ilustração, alguns dos signos e elementos locais identificados na região do projeto, com a interpretação de seus significados, foram sintetizados no mapa de signos e significados da figura 03. A cultura local, constituída por povos de diferentes etnias, é representada por um repertório conformado por diferentes hábitos e costumes.

Figura 03: Mapa de signos locais e interpretação de seus significados. Fonte: Elaborado pelos autores de acordo com a semiótica.

ESTUDO DE CASO: ITAPORARTE

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Com uma população em torno de 10.000 habitantes, a cidade de Coronel Murta, situada no território do Vale do Jequitinhonha, tem sua economia amparada na extração mineral. A principal fonte de renda local está relacionada às atividades informais de mineração, principalmente a extração mineral, predominando o garimpo. Segundo Teixeira et al., (2007, p.6) “[...] apesar de pertencer a um dos principais eixos de produção de gemas do estado, a região não se destaca pela produção de produtos derivados dessa riqueza, que é exportada sem nenhum beneficiamento”. [12]

O Projeto Itaporarte nasceu de uma possibilidade identificada no âmbito do projeto PROGEMAS4, cujo objetivo era a melhoria de aspectos de sustentabilidade nos níveis da cadeia produtiva do setor de gemas e joias. Além disso, apresentava-se como uma resposta à demanda da comunidade de Coronel Murta por capacitação no setor, voltada à população mais jovem da região.

Figura 04: A cidade de Coronel Murta no Vale do Jequitinhonha.

Durante o PROGEMAS, identificou-se abundância de feldspato e cascalhos de turmalina disponíveis como materiais passíveis de 4 Rede de Ações Integradas em Prol do Desenvolvimento Sustentável do Arranjo Produtivo de Gemas e Joias do Norte e Nordeste de Minas Gerais.

aproveitamento pela agregação de valor pelo design. Esses rejeitos da extração mineral poderiam ser aproveitados em artefatos, por meio de mão de obra qualificada (capacitação técnica e tecnológica) e recursos (máquinas e equipamentos) adequados.

Considerou-se para a realização do Projeto dois aspectos: a possibilidade de beneficiamento de gemas de menor valor e outros materiais descartados na extração mineral, bem como o ambiente propício ao seu desenvolvimento, por contar com o apoio e participação de agentes locais, como a Prefeitura Municipal e o Sindicato dos Garimpeiros de Coronel Murta e Baixo Jequitinhonha. Foram propostas também ações educacionais e tecnológicas para inserir as pessoas da região no projeto. O APROVEITAMENTO DE REJEITOS: FELDSPATO E CASCALHOS DE TURMALINA

A produção mineral da região do APL tem na extração de gemas um importante subproduto, o feldspato. Acumulado nas entradas dos garimpos, uma parte do material fica “pontilhada” com a presença da turmalina, o que inibe sua aplicação na louça branca. Tanto o feldspato como os cascalhos de turmalina, utilizados no Projeto Itaporarte, são rejeitos da extração mineral, de baixo valor intrínseco e abundantes na região. (Figura 05)

No Laboratório de Cerâmica do CEDGEM5, foram feitos testes com o material para identificar outras possibilidades para sua aplicação. De acordo com Teixeira (2008), a demanda de mercado para produtos diferenciados, com materiais não usuais, está em expansão, o que abre uma brecha para o aproveitamento destes, agregando-lhes valor por meio de inovação estética. [13]

5 Centro de Estudos em Design de Gemas e Joias

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Figura 05: Materiais utilizados no Itaporarte: pigmentos naturais, feldspato e cascalhos de turmalina.

Para o desenvolvimento do projeto, propôs-se

a instalação de uma mini plataforma produtiva experimental, com o propósito de servir tanto à capacitação de pessoas da região, como ao desenvolvimento de produtos de baixa complexidade.

Durante a fase de realização de seminários com informações sobre o projeto e caracterização do contexto produtivo local, avaliou-se a infraestrutura disponível e o levantamento dos recursos técnicos e tecnológicos disponíveis e necessários. Dentre os principais problemas identificados nos processos de desenvolvimento de produtos locais, destacaram-se baixa produtividade e qualidade, falta de capacitação em todos os níveis, ausência de apoio e recursos, tendência à cópia, falta de recursos técnicos, tecnológicos e organizativos.

Para orientar o desenvolvimento dos produtos, buscou-se referências na produção artesanal da região (Figura 06). O material encontrado não revelou tipos característicos de produto artesanal, além da já praticada e reconhecida cerâmica do Vale.

Figura 06: Tipos de artesanatos desenvolvidos na região. – Foto dos bolsistas do projeto Itaporarte.

Para a prática de projetos integrados, metodologia proposta para o Itaporarte, foram avaliadas as demandas e seus pressupostos dentro da dinâmica local, incluindo interesses, conflitos, bem como as possibilidades técnicas e de capacitação local. O desenvolvimento de produtos com identidade da região deveria valorizar as práticas, técnicas e processos associados às competências e habilidades dos grupos locais.

RESULTADOS: O PRODUTO ITAPORARTE

A continuidade das ações deu-se pela

implementação de novos projetos voltados especificamente à produção de linhas de objetos e desenvolvimento de protótipos dos produtos Itaporarte. Os modelos desenvolvidos utilizaram técnicas e experiências locais, a linguagem da cerâmica do Vale do Jequitinhonha, o feldspato e turmalinas de baixo valor agregado, sem aproveitamento para a lapidação tradicional. No trabalho de superfície foram aplicados os pigmentos naturais extraídos dos solos da região, após pesquisa de técnicas e testes de aplicação no feldspato.

A proposta que deu origem à linha Itaporarte foi desenvolvida por bolsistas do CEDGEM e premiada pelo SEBRAE (figura 07). É uma linha de anéis que utilizou os pigmentos naturais locais em pinturas gestuais a etimologia da palavra Jequitinhonha (jequi: balaio, armadilha; nhonha: peixe) para o desenho das peças e embalagens.

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Figura 07: Linha Expedição. Projeto vencedor I Prêmio SEBRAE na categoria resíduos, 2008.

A partir dessa primeira linha, os produtos evoluíram para uma proposta de produção com técnicas de baixa complexidade, para permitir o rápido aprendizado da lapidação nos equipamentos do laboratório e tornar possível posteriores contribuições formais dos produtores, ampliando e reforçando os aspectos identitários da região.

Figura 08: Protótipos atuais da linha Itaporarte.

Figura 09: Produtos atuais da linha Itaporarte.

Um terceiro projeto foi idealizado no ano de 2010, acrescentando a padronização da produção, definindo padrões formais e produtivos a serem registrados em um manual de normalização e procedimentos que sirva de orientação ao desenvolvimento posterior dos produtos. O processo de capacitação e treinamento é contínuo e deve ser desenvolvido de forma permanente na região pelos técnicos extensionistas treinados no CEDGEM, em paralelo ao desenvolvimento de produtos. Na figura 10, são apresentados os passos desde a preparação do feldspato até a produção dos artefatos.

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Figura 10: Equipe em capacitação no Laboratório Itaporarte.

Na imagem anterior estão numerados a separação e seleção dos cascalhos de turmalinas para inlay (01); aplicação dos cascalhos para polimento final da peça (02), preparação dos pigmentos (03) e tividades de pintura com a comunidade local (04).

No momento em que os produtos começaram a ser produzidos em escala, jovens locais se interessaram pelo projeto e passaram a trabalhar voluntariamente no laboratório, em busca de uma oportunidade de capacitação e especialização. Nessa etapa pôde-se perceber o reconhecimento pela comunidade dos produtos

como típicos da região, traduzindo a identidade e riqueza material local.

Como desdobramento desse envolvimento, foi assinado em 2012 um Termo de Compromisso da Prefeitura de Coronel Murta com a Universidade do Estado de Minas Gerais e o Sindicato dos Garimpeiros de Coronel Murta, onde a comunidade se compromete, durante dez anos, com o apoio das Ações do Laboratório Itaporarte, a cessão do espaço onde ele funciona atualmente e o contrato de três extensionistas da região para atuar no laboratório. Coordenado por uma prof. do CEDGEM, o laboratório integra os demais Laboratórios do Centro.

APONTAMENTOS

A proposta de artesanato mineral do laboratório Itaporarte apresenta design com forte apelo identitário e estético, respeitando em seu processo produtivo relações de sustentabilidade em diversos aspectos. Estes podem ser representados pela pirâmide de sustentabilidade da figura 11, adaptada de Krucken (2012). [14]

Figura 11: Iniciativas de sustentabilidade presentes no projeto. Adaptado por Canaan (2013) [15]

O aproveitamento dos materiais da região

considerados rejeitos minerais apresenta-se como uma iniciativa de sustentabilidade ambiental do projeto. Neste caso, o output de um sistema foi usado como recurso para delinear outro sistema.

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11 Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation.

Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015.

A opção por privilegiar materiais de baixo valor intrínseco disponível aliado à qualificação profissional de jovens com poucas oportunidades de inserção no mercado de trabalho, o aprimoramento de técnicas e processos gerando oportunidades de emprego e aumento de renda configuram ações sustentáveis no eixo econômico.

Os desenhos das pinturas das peças desenvolvidos a partir da iconografia da cerâmica do Vale do Jequitinhonha, característica cultural reconhecida da região.

Os projetos trabalham a transferência de conhecimento e tecnologia geradas no CEDGEM, envolvendo alunos bolsistas e professores na capacitação tecnológica de pessoas da comunidade na produção de artefatos em artesanato mineral, compondo o vértice de iniciativas de sustentabilidade social do projeto. Assim, configura-se como uma iniciativa de inovação social, onde foram criadas novas oportunidades a partir de um problema do setor, com apoio de agentes locais e o respaldo da equipe da UEMG, capacitando e empregando mão de obra jovem disponível.

Ainda há muito a ser feito para que o projeto se consolide como uma atividade de grande representatividade para o setor de gemas e joias do estado, mas ele deu início a um processo que certamente trará desdobramentos em outros projetos futuros.

O Laboratório Itaporarte também foi premiado no Prêmio Melhores Práticas 2011 em APLs de Base Mineral com o 3º lugar, que visa reconhecer as práticas inéditas realizadas no âmbito da cadeia produtiva do setor mineral.

A incorporação de aspectos relacionados ao contexto local como estratégia de projeto apresenta-se como grande diferencial competitivo. O reconhecimento dos valores culturais de uma região reunidos a elementos tecnológicos, técnicos e materiais garante acesso ao valor imaterial, que pode ser transferido através da inserção do design ao que é produzido localmente. Esses valores podem e devem ser identificados e trabalhados durante o desenvolvimento estratégico e ferramentas podem auxiliar para que a identificação de signos

e elementos locais seja facilmente aplicada no processo de design.

REFERÊNCIAS [1] Manzini, E. 2008. Design para inovação

social e sustentabilidade: comunidades criativas, organizacoes colaborativas e novas redes projetuais. E-papers, Rio de Janeiro,104p.

[2] Krucken, L., 200, Design e Território: valorizacao de identidades e produtos locais. Studio Nobel, São Paulo, 107p.

[3] IBGM - Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos. Políticas e ações para a cadeia produtiva de gemas e jóias. Hécliton Santini Henriques e Marcelo Monteiro Soares (coord). Brasília: Brisa, 2005. 116p.

[4] Thackara, J, 2008, Plano B: O Design e as alternativas viáveis em um mundo complexo. Saraiva, Virgilia, 299p.

[5] Alcoforado, M. 2010. Cultura e territorialidade em políticas sociais. In: P&D Design, 9. Anais do Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design. São Paulo, 17p.

[6] Fleury, A; Fleury, M. 2004. Estrategias empresariais e formação de competencias. 3ED, São Paulo, 160p

[7] Cassiolato, J. 2005. Glossário de Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – GASPIL. Rio de Janeiro, 29p.

[8] Albagli, S, 2004. Território e Territorialidade. In: Territórios em movimento: cultura e identidade como estratégia de inserção competitiva. In: LAGES, Vinícius; BRAGA, Christiano Lima; MORELLI, Gustavo. (Org.). Territórios em movimento: cultura e identidade como estratégias de inserção competitiva. Rio de Janeiro, Relume Dumará, p. 23-64.

[9] SALUM, Maria José; FONSECA, Marco Antônio. CTI&S: Uma nova abordagem no conceito da inovação tecnológica. In: XXXI COBENGE - Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia. Rio de Janeiro: 2003.

[10] Campos, V. 2009. Projeto Pró-Inovar Mineral: Consolidação da Unidade de Inovação Tecnológica em Gemas e Joias do APL de Gemas

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12 Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation.

Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015.

e Artefatos de Pedra de Teófilo Otoni. Relatório de Desenvolvimento de Produto, Anexo 03. Belo Horizonte: CETEC, 36 p.

[11] MESOVALES. 2005. PLANOMESO - Plano de desenvolvimento integrado e sustentável do Mesovales Jequitinhonha e Mucuri. 292p.

[12] TEIXEIRA, M. B. S. et al., 2007. Projeto Itaporarte: Capacitação tecnológica na unidade produtiva de coronel murta com vista ao aprimoramento nos processos de inovação e lapidação de materiais descartados dos corpos pegmatíticos aplicados a acessórios e artesanato mineral. Relatório Técnico financiado pela FAPEMIG (TEC 2248/05). Belo Horizonte, UEMG, 78p.

[13] TEIXEIRA, M. B. S. et al. 2008. Inserção do Design nos APLs Araçuaí, Belo Horizonte, Coronel Murta e Teófilo Otoni – Da GEMA. Projeto Estruturador Rede de Inovação Tecnológica da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Belo Horizonte, Centro Minas Design, 53p.

[14] KRUCKEN, L. 2012. Pirâmide de sustentabilidade. Adaptado de modelo apresentado na disciplina Design e Sustentabilidade do Programa de Pós Graduação em Design da UEMG. Belo Horizonte.

[15] CANAAN, R. 2013. Gemas e joias: a gestão pelo design aplicada à cadeia de valor de arranjos produtivos locais. Belo Horizonte, MG. Universidade do Estado de Minas Gerais – Escola de Design, 119p.