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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL INOCULAÇÃO DE BACTÉRIAS DIAZOTRÓFICAS ASSOCIATIVAS E COINOCULAÇÃO DE RIZÓBIO EM ARROZ DE TERRAS ALTAS BACHAREL EM ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL PHELLYPE DA SILVA ORMAY Rondonópolis, MT 2019

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS

CURSO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

INOCULAÇÃO DE BACTÉRIAS DIAZOTRÓFICAS ASSOCIATIVAS E COINOCULAÇÃO DE RIZÓBIO EM

ARROZ DE TERRAS ALTAS

BACHAREL EM ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

PHELLYPE DA SILVA ORMAY

Rondonópolis, MT – 2019

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INOCULAÇÃO DE BACTÉRIAS DIAZOTRÓFICAS

ASSOCIATIVAS E COINOCULAÇÃO DE RIZÓBIO EM

ARROZ DE TERRAS ALTAS

por

Phellype da Silva Ormay

Trabalho de Curso apresentado à Universidade Federal de Mato Grosso como parte dos requisitos do Curso de Graduação em Engenharia

Agrícola e Ambiental para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Agrícola e Ambiental.

Orientador: Profº. Dr. Salomão Lima Guimarães

Rondonópolis, Mato Grosso – Brasil

2019

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Universidade Federal de Mato Grosso Instituto de Ciências Agrárias e Tecnológicas

Engenharia Agrícola e Ambiental

A comissão examinadora abaixo assinada aprova o trabalho de curso

INOCULAÇÃO DE BACTÉRIAS DIAZOTRÓFICAS ASSOCIATIVAS E

COINOCULAÇÃO DE RIZÓBIO EM ARROZ DE TERRAS ALTAS

elaborado por

Phellype da Silva Ormay

como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Agrícola e

Ambiental

Comissão Examinadora

_________________________________________ Prof. Dr. Salomão Lima Guimarães

UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso

____________________________________________

Drª Ana Paula Alves Barreto Damasceno

UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso

_______________________________________

Mª Wlly Cristiny Mendes de Oliveira

UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso

Rondonópolis, 15 de abril de 2019

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Aos meus avós, Ivo José Ormay (in memorian) e

Eunice da Cunha Ormay (in memorian)

Ofereço!

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Aos meus pais,

Dedico!

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AGRADECIMENTOS

A minha família por ser a base de tudo.

Agradeço ao meu pai, Ivanor Eber Cunho Ormay, por todo o amor, a amizade

e suporte que me deu, sempre me incentivando a nunca desistir.

À minha mãe, Giscelia Caetano da Silva, pelo amor, o carinho a dedicação e o

apoio que sempre me dispôs.

Ao professor Doutor Salomão Lima Guimarães, pela orientação, o

conhecimento transmitido, por toda a paciência e o incentivo durante a minha vida

acadêmica.

Aos professores do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, pelos

conhecimentos transmitidos.

A Universidade Federal de Mato Grosso pela contribuição institucional e

estrutural para a realização desse trabalho. Ao Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela bolsa de estudos.

Ao grupo Ooféras, Christian, Daverson, Jayson, Serafim, Sergio, Wimkler, pela

parceria e amizade que me proporcionaram momentos memoráveis e outras não, mas

de valores imensuráveis.

A todos os amigos e conhecidos que contribuíram direta ou indiretamente para

a condução deste trabalho e minha vida acadêmica.

Agradeço.

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“A folha vive o tempo que lhe cabe, e não luta contra o vento que a leva embora. A

folha não provoca dano algum, e finalmente cai para alimentar novas folhas. Assim

deveria ser com todos os homens. E mulheres”.

Robert Jordan

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS

CURSO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

INOCULAÇÃO DE BACTÉRIAS DIAZOTRÓFICAS ASSOCIATIVAS E COINOCULAÇÃO DE RIZÓBIO EM ARROZ DE TERRAS ALTAS

Graduando: Phellype da Silva Ormay

Orientador: Prof. Dr. Salomão Lima Guimarães

RESUMO

Objetivou-se avaliar a eficiência da inoculação de bactérias associativas e da

coinoculação de rizóbio em arroz de terras altas. A condução do experimento ocorreu

em casa de vegetação. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente

casualizado, contendo sete tratamentos: inoculante comercial (IC), coinoculação com

quatro estirpes de rizóbio: MT16, MT23, MT08, MT15 e duas testemunhas

(nitrogenada - 50 mg dm-3 de nitrogênio na forma de ureia, e absoluta sem nitrogênio

e sem inoculação), com 5 repetições, totalizando 35 unidades experimentais. A

cultivar de arroz utilizado foi a BRS Esmeralda. As variáveis analisadas foram índice

de clorofila Falker, número de perfilhos, altura de planta, massa seca da parte aérea,

massa de grãos, volume de raízes, massa seca de raízes e massa seca total. Utilizou-

se o programa estatístico SISVAR para análise de dados. Notou-se diferença

estatística entre os tratamentos. Os resultados mostraram que as plantas de arroz

coinoculadas apresentaram resultados benéficos similares à testemunha nitrogenada

para as variáveis altura de plantas, índice de clorofila Falker, massa seca de raízes,

volume de raízes e número de perfilhos. Além disso, todos os tratamentos

apresentaram desempenho superior quando comparados à testemunha absoluta.

Portanto, a inoculação de bactérias diazotróficas associativas coinoculadas com os

rizóbios apresentou efeito benéfico no desenvolvimento das plantas de arroz.

Palavras-chave: Rhizobium, Nitrogênio, Oryza sativa L.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS

CURSO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

INOCULATION OF ASSOCIATIVE DIAZOTROPHIC BACTERIA AND RHIZOBIUM COINOCULATION IN RICE OF HIGH LANDS

Graduating: Phellype da Silva Ormay

Leader: Prof. Dr. Salomão Lima Guimarães

ABSTRACT

The objective of this study was to evaluate the efficiency of inoculation of associative

bacteria and the coinoculation of rhizobia in upland rice. The experiment was

conducted under greenhouse conditions. The experiment was conducted in a

completely randomized design with seven treatments: commercial inoculant (CI), co-

inoculation with four rhizobia strains: MT16, MT23, MT08, MT15 and two controls

(nitrogen - 50 mg dm-3 nitrogen in the form of urea, and absolute without nitrogen and

without inoculation), with 5 replicates, totaling 35 experimental units. The cultivar of

rice used was BRS Esmeralda. The variables analyzed were: Falker chlorophyll index,

number of tillers, plant height, dry shoot mass, grain mass, root volume, root dry mass

and total dry mass. The SISVAR statistical program was used for data analysis.

Statistical differences were observed between treatments. The results showed that the

co-inoculated rice plants presented beneficial results similar to the nitrogen control for

the variables plant height, Falker chlorophyll index, root dry mass, root volume and

number of tillers. In addition, all treatments presented superior performance when

compared to the absolute control. Therefore, the inoculation of associative diazotrophic

bacteria coinoculated with rhizobia showed a beneficial effect on the development of

rice plants.

Key words: Rhizobium, Nitrogen, Oryza sativa L

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Análise química do solo na profundidade de 0,00-0,20 m. ....................... 21

Tabela 2- Altura de plantas de arroz inoculado com bactérias associativas e

coinoculado com rizóbio. ........................................................................................... 28

Tabela 3- Índice de clorofila Falker de plantas de arroz inoculado com bactérias

associativas e coinoculado com rizóbio. ................................................................... 29

Tabela 4 – Massa seca da parte aérea e massa seca de raízes de plantas de arroz

inoculado com bactérias associativas e coinoculado com rizóbio. ............................ 31

Tabela 5 - Massa seca total de plantas de arroz inoculado com bactérias associativas

e coinoculado com rizóbio. ........................................................................................ 32

Tabela 6- Volume de raízes de plantas de arroz inoculado com bactérias associativas

e coinoculado com rizóbio. ........................................................................................ 33

Tabela 7 - Número de perfilhos de plantas de arroz inoculado com bactérias

associativas e coinoculado com rizóbio. ................................................................... 34

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Vasos alocados para a determinação da capacidade de vaso. ............... 22

Figura 2 - Posição das unidades experimentais após a casualização: T1 (MT08

Rhizobium tropici + Inoculante Comercial), T2 (MT16 R. leguminosarum + Inoculante

Comercial), T3 (MT15 Rhizobium tropici + Inoculante Comercial), T4 (MT23 R.

legumisorarum + Inoculante Comercial), IC (Inoculante Comercial), TN (Testemunha

Nitrogenada), TA (Testemunha Absoluta). ................................................................ 23

Figura 3 – Processo de inoculação. ......................................................................... 24

Figura 4 – Avaliando altura de plantas. .................................................................... 25

Figura 5 – Massa de grãos de plantas de arroz inoculado com bactérias associativas

e coinoculado com rizóbio. ........................................................................................ 35

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Sumário

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 14

2. REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................... 16

2.1 Arroz ......................................................................................................................... 16

2.2 Fixação Biológica de Nitrogênio ....................................................................... 17

2.3 Bactérias diazotróficas na produção de Arroz ............................................. 18

2.4 Inoculante, Inoculação e Coinoculação .......................................................... 19

3.1 Área de estudo ....................................................................................................... 21

3.1 Coleta, calagem e adubação do solo ............................................................... 21

3.2 Delineamento experimental ............................................................................... 22

3.3 Semeadura, multiplicação e inoculação das Bactérias .............................. 23

3.4 Variáveis Analisadas ............................................................................................ 25

3.4.1 Altura de plantas .............................................................................................. 25

3.4.2 Índice de Clorofila Falker ................................................................................ 26

3.4.3 Número de perfilhos ........................................................................................ 26

3.4.4 Massa seca da parte aérea, raízes e total ................................................... 26

3.4.5 Volume de raízes ............................................................................................. 26

3.4.6 Massa de grãos ................................................................................................ 27

3.5 Análise estatística ................................................................................................. 27

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 28

4.1 Altura de plantas ................................................................................................... 28

4.2 Índice de clorofila Falker ..................................................................................... 29

4.3 Massa seca da parte aérea e raízes ................................................................. 30

4.4 Massa seca total .................................................................................................... 31

4.5 Volume de raízes ................................................................................................... 33

4.6 Número de perfilhos ............................................................................................. 34

4.7 Massa de grãos ..................................................................................................... 35

5 CONCLUSÃO ................................................................................................................ 37

6 REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 38

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1. INTRODUÇÃO

O arroz (Oryza sativa L.) é um alimento básico para cerca de bilhões de

pessoas, sendo de suma importância econômica para muitos países em

desenvolvimento. Consumido e cultivado em todos os continentes, destaca-se pela

produção e área de cultivo desempenhando papel importante em níveis sociais e

econômicos (EMBRAPA, 2018). Considerando a perspectiva que até 2050 haverá 9

bilhões de pessoas no planeta, e que o arroz é um importante alimento para a

população humana, torna-se imprescindível o aumento na produção, minimizando os

custos e aperfeiçoando procedimentos de menor dano ecológico (GODFRAY et al.,

2012).

Na cultura do arroz, o nitrogênio é o nutriente absorvido em maior quantidade

em seu ciclo. Devido a isso, geralmente utilizam-se altas doses de nitrogênio para se

elevar a produção. Entretanto, uma das consequências dessa alta aplicação nas

lavouras de arroz é o risco de perdas por volatilização elevando o custo de produção

da cultura (KNOBLAUCH, 2011).

Para atender parcialmente a demanda nitrogenada no cultivo do arroz irrigado

e diminuir o volume de fertilizante mineral aplicado, um método eficiente pode ser a

fixação biológica de nitrogênio (FBN), que consiste na inoculação com bactérias

diazotróficas que possuem como característica a capacidade de fixar nitrogênio

atmosférico no solo, disponibilizando-o para as plantas (BIANCHET et al., 2013;

HUNGRIA, 2011).

A motivação pela busca de micro-organismos capazes de fixar nitrogênio

diretamente da atmosfera vem se ampliando devido ao fato do alto custo de produção

ligado a grande perda de nitrogênio para o ambiente e os riscos em sua aplicação,

reduzindo assim a poluição de águas, solos e o custo de produção (LADHA et al.,

2003).

Bactérias diazotróficas podem contribuir para o desenvolvimento vegetal de

plantas através da síntese de fitormônios, tais como auxinas, etileno, giberelinas e

citocininas (ALI et al., 2009; MENHAZ; LAZAROVITS, 2006). Estudos realizados por

Silva et al. (2007) e Guimarães et al. (2003), mostraram a possibilidade do uso de

bactérias diazotróficas endofíticas como insumo biológico, melhorando a

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disponibilidade de nutrientes, promovendo crescimento e melhorando a eficiência da

aplicação de nitrogênio na cultura do arroz.

De acordo com Ladha et al. (2003) diversos estudos têm mostrado que

determinados genótipos de arroz inundados podem obter certa parte do nitrogênio

necessário ao seu desenvolvimento através do processo de FBN.

Portanto, devido à grande importância econômica desta cultura, o interesse

crescente no estudo da quantificação da FBN vem aumentando, buscando-se

substituir parcialmente o adubo nitrogenado industrializado, permitindo uma redução

no custo de produção e incentivando o desenvolvimento de cultivares no estado de

Mato Grosso.

Deste modo, objetivou-se avaliar a eficiência da inoculação de bactérias

associativas e da coinoculação de rizóbio em arroz de terras altas.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Arroz

O arroz (Oryza sativa L.) é uma poácea originária da Ásia sendo um dos

principai cereais consumidos na dieta humana. É uma cultura adaptada para o cultivo

em condições de inundação, mostrando-se sensível à seca, o estresse hídrico

geralmente acarreta quedas significativas de produção (OLIVEIRA, 1994).

Essa cultura se caracteriza como sendo um dos principais alimentos

consumidos pela população mundial, com destaque dominante nos países em

desenvolvimento, tais como o Brasil, tendo papel importante em níveis sociais e

econômicos (WALTER, 2009).

Sendo um alimento de grande importância para a nutrição humana, é a base

alimentar de bilhões de pessoas e representa 29% do total de grãos usados na

alimentação. Estima-se que a produção mundial de arroz base beneficiado ficará em

487,8 milhões de toneladas na safra 2018/2019. E o consumo mundial está estimado

em 487,9 milhões de toneladas. Vale ressaltar que é a primeira vez nos últimos anos

que a demanda será maior que a produção mundial (CONAB, 2018).

A maior concentração da produção brasileira de arroz está localizada no sul do

país com cerca de 75% da produção nacional, sendo o sistema de cultivo irrigado por

inundação predominante na região. Faz-se necessário o desenvolvimento de

tecnologias para o aumento da produtividade do arroz no sistema de sequeiro, pois

podem ser utilizadas por pequenos e grandes produtores que não disponibilizam do

sistema irrigado (GITTI et al., 2012).

No sistema do cultivo de arroz irrigado, aproveita-se 40% da adubação

nitrogenada, o restante é perdido pelos processos de volatilização, lixiviação e

desnitrificação, tornando necessário a aplicação de fertilizantes químicos em elevadas

doses, acarretando na contaminação ambiental (FAGERIA et al., 2003).

A área cultivada com arroz de terras altas ou de sequeiro atualmente vem

sofrendo grande redução, uma das razões recorrente é a limitação de abertura de

novas áreas na região central do Brasil, local onde a cultura se desenvolve bem

(GARCIA, 2016).

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Depois da água o nitrogênio é o fator mais crítico para o crescimento e a

produção dos cultivares de arroz. Estatísticas da Associação Nacional para a Difusão

de Adubos (ANDA), mostra que a maior parte dos insumos consumidos no Brasil

anualmente é importada. A demanda de fertilizantes derivados do exterior saltou

11,2% entre 2013 e 2014, fato que deixa o país em situação delicada de dependência

da importação desses insumos (SNA, 2015).

Uma das maneiras de aumentar a produção vegetal é através da utilização de

fertilizantes, sendo o nitrogênio um dos elementos mais exigidos pelas culturas e,

geralmente, sendo o mais limitante na produtividade de grãos. Este nutriente é

classificado como problemático no solo, visto que, grande parte está ligado à matéria

orgânica e apenas uma pequena parcela está acessível para a assimilação das

plantas. Para transformar o N2 em formas disponíveis para as plantas faz-se

necessário que ocorra a quebra da tripla ligação entre os átomos de N pela fixação

espontânea, biológica ou industrial (COSER et al., 2007; SANTOS et al., 2008).

2.2 Fixação Biológica de Nitrogênio

O nitrogênio é um dos nutrientes mais limitantes no desenvolvimento das

plantas. Apesar de se utilizar a adubação mineral para o fornecimento de nitrogênio

às culturas agrícolas, esse adubo costuma apresentar elevado custo e seu uso

inadequado pode gerar impactos ambientais. Portanto, a utilização de adubos verdes

capazes de realizar a fixação biológica de nitrogênio (FBN) eficientemente, pode

apresentar consideráveis contribuições na viabilidade e sustentabilidade econômica

dos sistemas de produção por reduzir a necessidade da aplicação de nitrogênio

sintético (BODDEY et al., 1997).

Segundo Carvalho (2002) a fixação biológica de nitrogênio atmosférico é um

dos processos que consegue fornecer quantidades significativas de nitrogênio às

plantas. Esse processo é de suma importância na natureza, sendo realizado por

bactérias conhecidas como diazotróficas. Estes organismos, são capazes de reduzir

o nitrogênio atmosférico, tornando-o disponível para a assimilação das plantas (REIS

et al., 2006).

As bactérias diazotróficas possuem a habilidade de converter nitrogênio

atmosférico em amônia, que pode ser utilizado pela planta para seu crescimento

vegetal. Essas mesmas bactérias podem enriquecer seletivamente a rizosfera, local

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onde habitam organismos de vida livre ou que estão associadas assimbioticamente a

planta (DOBBELAERE et al., 2003).

As bactérias fixadoras de nitrogênio endofíticas também atuam no interior de

algumas plantas, como cereais e gramíneas forrageiras podendo suprir a adubação

mineral (AGEITEC, 2010). Um exemplo é o caso da soja no Brasil, cuja a área

cultivada ultrapassa os 20 milhões de hectares, e quando o processo de inoculação

com Bradyrhizobium é eficaz, dispensa por completo o uso de fertilizantes

nitrogenados, correspondendo a uma economia significativa de recursos além de

diminuir o potencial de poluição por nitrato (ALVES et al., 2006).

A utilização de rizobactérias promotoras de crescimento de plantas (RPCPs)

para o aumento da produtividade em lavouras de arroz será, possivelmente, uma

prática importante visando a agricultura atual, pois a sociedade necessita e está em

busca de uma agricultura mais sustentável levando a diminuição da dependência de

fertilizantes químicos (FIGUEIREDO et al., 2008; MOREIRA; SIQUEIRA, 2006).

2.3 Bactérias diazotróficas na produção de Arroz

Bactérias promotoras de crescimento, também conhecidas como “plant growth-

promoting rhizobacteria” (PGPR) ou “rhizobacteria promotora de crescimento de

plantas” (RPCP), caracterizam-se por colonizar vários órgãos das plantas e

desempenhar efeitos benéficos sobre elas, podendo estimular aumento no

desenvolvimento, na germinação de sementes e no rendimento das culturas (DEY et

al., 2004)

Rizóbios são bactérias que habitam o solo, de vida livre, ou simbiontes com

plantas da família leguminosas, neste caso, realizando a fixação biológica de

nitrogênio, em estruturas radiculares conhecidas como nódulos. Essas bactérias são

aeróbias obrigatórias, gram-negativas, em forma de bastonetes, não formadoras de

endósporos (SOMASEGARAM; HOBEN, 1994; MOREIRA; SIQUEIRA, 2006).

Esse grupo de bactérias tem a capacidade de sintetizar uma vasta gama de

enzimas utilizando de diversos substratos (KUMARI et al., 2010). A capacidade do

rizóbio de fixar nitrogênio e nodular quando associado a um hospedeiro, varia

conforme as características do hospedeiro, é de suma importância a seleção de novas

estirpes, pois otimiza o processo de fixação biológica de nitrogênio na simbiose

(CARVALHO et al., 2008; VIEIRA et al., 2010).

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Além da fixação de nitrogênio, a produção de fito-hormônios é um importante

mecanismo de ação na promoção de crescimento de plantas por micro-organismos.

A síntese de auxina, particularmente o ácido indol acético (AIA), por micro-organismos

endofíticos, promove a proliferação de pelos radiculares e o crescimento das raízes,

melhorando a absorção de nutrientes e água do solo, deste modo melhorando o

desenvolvimento da planta (CABALLERO-MELLADO, 2006).

Dobbelaere et al. (2003) classificam os modos de ação dos organismos

promotores de crescimento, como (I) fixação biológica de nitrogênio, (II) produção de

substâncias promotoras de crescimento, (III) síntese de enzimas moduladoras de

crescimento, (IV) aumento na absorção de nutrientes, (V) aumento na resistência ao

estresse, (VI) solubilização de fosfatos, (VII) aumento na agregação do solo, (VIII)

produção de vitaminas, (IX) biocontrole, (X) interações com outros microrganismos.

Estudos têm demonstrado que as plantas de arroz são capazes de estabelecer

uma associação efetiva com bactérias promotoras de crescimento, incluindo estirpes

de rizóbios, permitindo um aumento de produção, pois os rizóbios estimulam a

germinação e o desenvolvimento das plantas de arroz (YANNI et al., 1997; JAMES et

al., 2002).

De acordo com Chi et al. (2005), em arroz os rizóbios não são capazes de

nodular, não ocorrendo a fixação biológica de nitrogênio. Entretanto, a interação da

bactéria com o cereal eleva os níveis de fito-hormônios nos tecidos, originando uma

variedade de benefícios, que refletem consideravelmente na fisiologia do crescimento

das plantas de arroz.

Os benefícios da inoculação com rizóbios em arroz podem ser manifestados

prematuramente, desde os estádios vegetativo, florescimento e enchimento dos

grãos. Algumas estirpes de Rhizobium foram capazes de estimular o comprimento da

radícula, aumentar a matéria seca da parte área, da área foliar, a absorção de

nitrogênio e o rendimento de grãos (BISWAS et al., 2000).

2.4 Inoculante, Inoculação e Coinoculação

Uma definição para inoculantes microbianos pode ser dada como sendo

produtos ou formulações, incluindo uma ou mais estirpes microbianas benéficas para

determinadas plantas. Os micro-organismos são inseridos em veículos-suporte,

sintéticos ou orgânicos para serem disponibilizados. Todo produto que contenha

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micro-organismo que estimule o desenvolvimento das plantas é considerado

inoculante. O objetivo de se utilizar determinado micro-organismo é de introduzir e

aumentar a comunidade microbiana no ambiente de interesse (BASHAN, 1998).

Atualmente faz-se necessário a busca para avaliar novas estirpes, e tipos de

formulações de inoculantes com o intuito de aumentar a eficiência da inoculação para

diminuir a dose de fertilizantes nitrogenado (PANDOLFO et al., 2015).

O veículo de inoculação pode ser sólido ou liquido. O substrato sólido mais

utilizado é a turfa estéril neutralizada. Já nos inoculantes líquidos, usa-se óleo mineral

e polímeros que promovem o encapsulamento das células e as libera após a

degradação do polímero (JUNG et al., 1982).

Dentre os fatores ligados ao sucesso da inoculação à escolha da estirpe e o

estágio fisiológico da planta, tem demonstrado que existe certa afinidade entre

determinados estirpes e cultivares (WANI et al., 1985) ou entre espécies de plantas e

bactérias (PENOT et al., 1992).

O processo de inoculação pode ser definido como sendo o procedimento na

qual bactérias fixadoras de nitrogênio são incorporadas as plantas, sendo feita através

de inoculantes (EMBRAPA, 2018).

A técnica de coinoculação ou também conhecida como inoculação mista

consiste na utilização de combinações de diferentes microrganismos, os quais

produzem um efeito conjunto, em que os resultados produtivos obtidos superam os

mesmos, quando utilizados de forma separada (FERLINI, 2006; BÁRBARO et al.,

2008).

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Área de estudo

O experimento foi conduzido em casa de vegetação e no laboratório de Meio

Ambiente na Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Universitário de

Rondonópolis – MT, nas coordenadas geográficas: 54°34’45’’ longitude Oeste,

16°27’48’’ latitude Sul e altitude de 284 m. O clima da região é classificado como Aw

(clima tropical com estação seca no inverno) de acordo com o modelo de Köppen e

Geiger.

3.1 Coleta, calagem e adubação do solo

Inicialmente foi realizada a coleta de solo, fazendo uma limpeza superficial da

área onde o solo foi coletado na profundidade de 0-20 cm. O tipo de solo utilizado foi

o Latossolo Vermelho Distrófico. O mesmo foi peneirado em peneira com malha de 2

mm e alocados em sacos plásticos, após a coleta fez-se uma amostragem do solo

para ser levado em laboratório para ser feito a análise do mesmo.

Após análises físico-químicas foi realizada a calagem do solo para adequação

do pH, e na sequencia o solo foi submetido à adubação fosfatada, potássica e de

micronutrientes. Posteriormente foi alocado em 35 vasos com capacidade para 4 dm³

de solo. Análise química do solo conforme a tabela 1.

Tabela 1- Análise química do solo na profundidade de 0,00-0,20 m.

P = fósforo disponível; K+, Ca2+ e Mg2+ trocáveis; H e Al = acidez potencial; CTC = capacidade de troca de cátions a pH 7,0; V = saturação por bases; MO = matéria orgânica; SB = soma de bases.

O experimento foi conduzido mantendo-se o solo com 80% da capacidade

máxima de retenção de água. Determinou-se a capacidade de retenção de umidade

(ou de vaso) de acordo com a metodologia descrita por Bonfim-Silva et al. (2001). Em

laboratório utilizaram-se vasos com perfurações na sua base e de volumes idênticos

pH P K+ Ca2+ Mg2+ H Al V MO CTC SB (S)

CaCl2 ...mg dm-3... ..............cmolc .dm-3............. % g dm-3 ....cmolc dm-3....

4,0 1,4 23 0,4 0,2 5,4 0,8 9,7 27,1 6,8 0,7

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ao do experimento, com três repetições. Foram preenchidos com terra fina seca ao ar

(TFSA), pesados e posteriormente alocados em uma bacia contendo dois terços de

água, possibilitando a saturação por capilaridade (Figura 1). Após vinte e quatro horas

os vasos foram retirados, drenados e pesados novamente, através da diferença dos

pesos foi determinada a capacidade de vaso.

Figura 1 – Vasos alocados para a determinação da capacidade de vaso.

Realizou-se adubação fosfatada e potássica antes da semeadura em todos os

tratamentos com exceção da testemunha absoluta, nas doses de 200 mg dm-3 de

P2O5, 80 mg dm-3 de K2O. Para a testemunha nitrogenada foi utilizada a ureia como

fonte de nitrogênio na recomendação de 50 mg dm-3.

Foi realizada adubação de micronutrientes (FTE) na dose de 30 mg/dm³ em

cada unidade experimental com exceção da testemunha absoluta. O FTE era

composto por um coquetel de micronutrientes sendo eles, Boro, Manganês, Zinco e

Cobre.

3.2 Delineamento experimental

O delineamento utilizado para a condução do experimento foi o inteiramente

casualizado, com sete tratamentos e cinco repetições totalizando 35 unidades

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experimentais. Os tratamentos foram compostos por inoculante comercial

(Azospirillum brasilense, contendo as estirpes AbV5 e AbV6), coinoculação com

quatro estirpes de rizóbio: MT16, MT 23, (Rhizobium leguminosarum), MT08, MT 15

(R. tropici), (IC+MT16, IC+MT23, IC+MT08, IC+MT15). Os demais tratamentos foram

a testemunha absoluta e testemunha nitrogenada (50 mg dm-3 na forma de ureia).

Figura 2 - Posição das unidades experimentais após a casualização: T1 (MT08 Rhizobium tropici + Inoculante Comercial), T2 (MT16 R. leguminosarum + Inoculante Comercial), T3 (MT15 Rhizobium tropici + Inoculante Comercial), T4 (MT23 R. legumisorarum + Inoculante Comercial), IC (Inoculante

Comercial), TN (Testemunha Nitrogenada), TA (Testemunha Absoluta).

3.3 Semeadura, multiplicação e inoculação das Bactérias

Em casa de vegetação os vasos foram casualizados e na sequência foram

semeadas 10 sementes de arroz por vaso da cultivar BRS Esmeralda, e

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posteriormente foi realizado o desbaste, deixando quatro plantas por unidade

experimental.

O Arroz - BRS Esmeralda se destaca pela qualidade e produtividade de grãos

com alto potencial produtivo. Seus grãos são longos e finos, com boa aparência. É

moderadamente resistente às principais doenças, possui maior tolerância ao estresse

hídrico e possui a característica de que na maturação os colmos continuam fortes e

flexíveis, diminuindo o risco de acamamento (EMBRAPA, 2018).

Em laboratório, as quatros estirpes de rizóbio (MT 08, MT 15, MT 16 e MT 23)

foram multiplicadas. As estirpes foram colocadas para crescer em meio líquido

durante 48 horas, sob agitação de 100 rpm, à temperatura de 30 °C e sua pureza

avaliada em meio de cultura YMA (HUNGRIA, 1994).

Após o crescimento das estirpes, as mesmas foram alocadas em erlenmayer

e levadas a casa de vegetação para serem coinoculadas às plantas. O processo de

inoculação foi realizado com o auxílio de uma pipeta automática, foi adicionada uma

alíquota de 5 mL do inoculante comercial por unidade experimental próximo ao

sistema radicular das plantas, e sequentemente foi realizado a coinoculação com as

estirpes rizobianas seguindo o mesmo procedimento da inoculação.

Figura 3 – Processo de inoculação.

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3.4 Variáveis Analisadas

As coletas de dados foram realizadas nos estádios vegetativo, florescimento e

enchimento de grãos, e nesses períodos as variáveis analisadas foram altura de

plantas, número de perfilhos e índice de clorofila Falker. Após 119 dias da semeadura

foram avaliados massa seca da parte aérea, raízes e total, volume de raízes e massa

de grãos.

3.4.1 Altura de plantas

Foram realizadas 4 avaliações de altura com auxílio de uma régua aos 30, 40,

55 e 70 dias após a semeadura (DAS), os valores foram obtidos pela distância entre

a base da superfície do solo no vaso até a extremidade do perfilho mais alto. Foram

realizadas 4 leituras por unidade experimental, uma por planta, para compor uma

leitura média.

Figura 4 – Avaliando altura de plantas.

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3.4.2 Índice de Clorofila Falker

Com auxílio do clorofilômetro clorofiLOG® Falker foi realizada a leitura do

índice de clorofila utilizando a metodologia descrita por Matsunaka et al. (1997). Foram

realizadas 4 avaliações (total) no intervalo de 30, 40, 55 e 70 DAS. Para leitura o

aparelho foi fixado no terço médio da lâmina foliar da folha que se encontrava abaixo

da folha bandeira. Obteve-se a média por unidade experimental, realizando uma

leitura por planta.

3.4.3 Número de perfilhos

O número de perfilhos teve sua média obtida através da soma da quantidade

de colmos presente em cada planta por unidade experimental. Foram realizadas duas

avaliações no decorrer do experimento.

3.4.4 Massa seca da parte aérea, raízes e total

A obtenção das massas secas da parte aérea, raízes e total, ocorreu através

do corte dos colmos rente ao solo. As plantas foram coletadas e alocadas em sacos

de papel, acondicionados em estufa de circulação de ar forçado a 65 °C, por 72 horas.

Posteriormente o material foi pesado em balança semianalítica.

O valor da massa seca total foi determinado através da soma dos valores da

massa de raízes e parte aérea.

3.4.5 Volume de raízes

Após as raízes serem lavadas e separadas, determinou-se o volume pelo

método da proveta, com o auxílio de uma proveta com o volume de água conhecido

foi feita a imersão da raiz. A determinação foi dada pelo acréscimo de volume

registrado na proveta.

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3.4.6 Massa de grãos

A massa de grãos foi determinada após a coleta das espiguetas de todas as

plantas por unidade experimental. Os grãos foram retidos das espiguetas e pesados

em balança semianalítica.

3.5 Análise estatística

As análises foram realizadas nos estádios vegetativo, florescimento e

enchimento dos grãos. Os dados obtidos de todas as variáveis com exceção da massa

de grãos, foram submetidos a análise de variância e posteriormente utilizou-se o teste

Tukey a 5% de probabilidade para comparação das médias com os auxilio do software

estatístico SISVAR (FERREIRA, 2011).

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Altura de plantas

Para a variável altura de plantas, observou-se diferença estatística entres os

tratamentos. A coinoculação apresentou resultados similares à testemunha

nitrogenada e ao inoculante comercial em todas as avaliações realizadas. Os

tratamentos que continham às bactérias MT 08 (T 01) e MT 23 (T 04) apresentaram

médias até 20% maiores do que a da testemunha absoluta (Tabela 02).

Tabela 2- Altura de plantas de arroz inoculado com bactérias associativas e coinoculado com rizóbio.

Tratamentos 30 DAS 40 DAS 55 DAS 70 DAS

T 01 20,17 a 21,97 a 22,67 a 37,42 a

T 02 20,40 a 22,40 a 22,97 a 33,68 a

T 03 19,75 a 21,77 a 23,00 a 30,55 a

T 04 20,40 a 21,70 a 22,75 a 35,00 a

IC 20,27 a 22,12 a 23,55 a 36,55 a

TN 22,25 a 23,07 a 23,08 a 29,12 a

TA 04,70 b 06,35 b 7,72 b 10,75 b

CV (%) 7,16 5,63 8,35 16,38 Valores seguidos de mesma letra, na coluna, indicam que os tratamentos não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey ao nível de significância 0,05. T 01 (MT08 Rhizobium tropici + Inoculante Comercial), T 02 (MT16 R. leguminosarum + Inoculante Comercial), T03 (MT15 Rhizobium tropici + Inoculante Comercial), T 04 (MT23 R. legumisorarum + Inoculante Comercial), IC (Inoculante Comercial), TN (Testemunha Nitrogenada), TA (Testemunha Absoluta).

Para este estudo, os tratamentos coinoculados mantiveram a mesma média do

tratamento inoculado e do nitrogenado, diferindo dos resultados apresentados por

Silva et al. (2006), onde a maior parte dos tratamentos coinoculados em leguminosas

como o feijão caupi obteve médias inferiores em relação aos tratamentos inoculados,

sugerindo um gasto mais elevado de energia para a fixação de N2 e produção de

nódulos que pôde refletir numa redução de crescimento da planta.

Estes dados corroboram com o estudo de Viana (2012), onde apresento que a

inoculação com Herbaspirillum seropedicae em arroz cultivar BRS Tropical,

apresentou aumento de 3,5% na altura das plantas.

Mazzuchelli et al. (2014) trabalharam com a coinoculação de Bacilos subtilis e

Azospirillum brasilense na cultura do milho. E observaram que a altura das plantas de

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milho que receberam o tratamento contendo ambas bactérias obtiveram maior

desenvolvimento em relação ao controle, assim como nesse estudo, onde todos os

tratamentos coinoculados apresentaram médias superiores à testemunha absoluta.

4.2 Índice de clorofila Falker

Com relação ao índice de clorofila Falker, houve diferença significativa

estatística entre os tratamentos. Na primeira leitura, realizada 30 dias após a

semeadura (DAS) o tratamento contendo a estirpe MT16 (T 02) obteve médias

próximas da testemunha nitrogenada sendo superior a testemunha absoluta. Na

segunda leitura executada aos 40 DAS o tratamento nitrogenado se destacou dos

demais, entretanto a diferença entre a testemunha absoluta e as demais foi menor se

comparado com a leitura anterior. A testemunha nitrogenada na terceira leitura, 55

dias após a semeadura, continuou apresentando a maior média. Já na última leitura

realizada não houve diferença estatística entre os tratamentos (Tabela 03).

Tabela 3- Índice de clorofila Falker de plantas de arroz inoculado com bactérias associativas e coinoculado com rizóbio.

Valores seguidos de mesma letra, na coluna, indicam que os tratamentos não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey ao nível de significância 0,05. T 01 (MT08 Rhizobium tropici + Inoculante Comercial), T 02 (MT16 R. leguminosarum + Inoculante Comercial), T03 (MT15 Rhizobium tropici + Inoculante Comercial), T 04 (MT23 R. legumisorarum + Inoculante Comercial), IC (Inoculante Comercial), TN (Testemunha Nitrogenada), TA (Testemunha Absoluta).

Em relação a testemunha absoluta, todos os tratamentos coinoculados

apresentaram médias superiores nas duas primeiras leituras. Nas subsequentes a

circunstância de não haver diferença estatística entre elas, pode estar relacionado ao

fator tempo. Na última leitura o tratamento controle, não estava no mesmo estágio

Tratamentos 30 DAS 40 DAS 55 DAS 70 DAS

T 01 43,04 b 30,09 ab 28,47 ab 25,96 a

T 02 45,95 ab 31,78 ab 27,97 ab 26,42 a

T 03 44,62 b 31,00 ab 28,06 ab 27,39 a

T 04 42,48 b 32,34 ab 27,00 ab 26,96 a

IC 44,67 b 28,70 ab 25,76 b 23,27 a

TN 49,85 a 46,22 a 33,37 a 29,50 a

TA 19,36 c 23,05 b 27,57 ab 29,65 a

CV (%) 6,01 28,51 12,02 13,1

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vegetativo que as demais devido ao seu desenvolvimento inicial mais tardio. De

acordo com Stroschein et al. (2011), avaliando a caracterização e influência de

rizóbios isolados de alfafa na germinação e desenvolvimento inicial de plântulas de

arroz, verificaram que todas as sementes de arroz inoculadas com rizóbios

apresentaram um aumento inicial na porcentagem de geminação em comparação ao

tratamento controle, além de aumentar o índice de velocidade de geminação das

sementes.

O tratamento contendo a estirpe MT16 (T 02) apresentou na primeira leitura

uma média superior à 55% se comparado com a testemunha absoluta. Segundo

Baldani (1996) estudos de inoculação em arroz, mostraram resultados promissores

para a inoculação de plantas com estirpes de Burkholderia sp. (11 a 20%), e H.

seropedicae (aumentos de 17-19% do nitrogênio derivado da FBN), em experimento

de vasos.

Basi (2013) em estudo sobre associação de nitrogênio e A. brasilense em

cobertura na cultura do milho não constatou inteiração da adubação nitrogenada de

cobertura com a inoculação, porém foi encontrado, pela média dos resultados,

acréscimos de 0,96 e 1,05% com a presença de A. brasilense nas sementes e no

sulco de semeadura e no teor de clorofila total. Assim como neste trabalho onde

algumas médias dos tratamentos coinoculados nas primeiras leituras mostraram um

acréscimo de até 60% no índice de clorofila em comparação ao tratamento controle.

4.3 Massa seca da parte aérea e raízes

Em relação à massa seca da parte aérea, houve diferença significativa entre os

tratamentos. A testemunha nitrogenada foi o tratamento que promoveu a maior média.

Os demais tratamentos não apresentaram diferença estatística entre si, e todos os

coinoculados foram superiores em relação à testemunha absoluta. Desse modo,

pode-se notar que as bactérias afetaram de forma positiva no desenvolvimento da

parte aérea das plantas (Tabela 04).

A variável massa seca de raízes também apresentou diferença significativa

entre os tratamentos comparados ao controle. Os demais tratamentos coinoculados

se mantiveram no mesmo nível da testemunha nitrogenada, mostrando uma ação

benéfica das bactérias no desenvolvimento radicular das plantas (Tabela 04).

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Tabela 4 – Massa seca da parte aérea e massa seca de raízes de plantas de arroz inoculado com bactérias associativas e coinoculado com rizóbio.

Tratamento Massa seca da parte aérea Massa seca de raízes

T 01 23,92 b 19,76 a T 02 24,28 b 18,56 a T 03 24,36 b 18,26 a T 04 23,84 b 18,84 a TN 33,66 a 23,32 a IC 21,68 b 16,82 a TA 05,00 c 03,12 b

CV (%) 12,35 29,52

Valores seguidos de mesma letra, na coluna, indicam que os tratamentos não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey ao nível de significância 0,05. T 01 (MT08 Rhizobium tropici + Inoculante Comercial), T 02 (MT16 R. leguminosarum + Inoculante Comercial), T03 (MT15 Rhizobium tropici + Inoculante Comercial), T 04 (MT23 R. legumisorarum + Inoculante Comercial), IC (Inoculante Comercial), TN (Testemunha Nitrogenada), TA (Testemunha Absoluta).

De acordo com Macedo et al. (2018) a coinoculação com A. brasilense e R.

tropici apresentou efeito significativo na produção de massa seca da parte aérea e de

raízes nas plantas do feijoeiro.

Os dados obtidos estão de acordo com os encontrados por Bulegon et al.

(2014), onde avaliando a altura de plantas de soja para a cultivar TURBO coinoculadas

com Bradyrhizobium e Azospirillum, mostraram que a atividade hormonal desses

organismos é positiva para o maior desenvolvimento da parte aérea e radicular,

proporcionando um maior diâmetro e maior massa seca da parte aérea.

Os resultados dos resultados encontrados nesse trabalho diferem dos estudos

desenvolvidos por Bárbaro et al. (2009), que verificaram que a coinoculação de A.

brasilense e Bradyrhizobium não apresentou influência no desenvolvimento da massa

seca da parte aérea, radicular e na nodulação em plantas de soja.

4.4 Massa seca total

Ao determinar a massa seca total, observou-se que houve diferença

significativa entre os tratamentos. A testemunha nitrogenada apresentou maior média.

Os demais tratamentos coinoculados. Assim como o tratamento com o inoculante

comercial tiveram médias similares, porém todos se sobressaíram em relação a

testemunha absoluta, que obteve médias abaixo dos demais tratamentos (Tabela 05).

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Tabela 5 - Massa seca total de plantas de arroz inoculado com bactérias associativas e coinoculado com rizóbio.

Tratamento Massa seca total (g)

T 01 43,68 b

T 02 42,84 b

T 03 42,62 b

T 04 42,78 b

TN 56,98 a

IC 38,50 b

TA 8,12 c

CV (%) 16,37

Valores seguidos de mesma letra, na coluna, indicam que os tratamentos não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey ao nível de significância 0,05. T 01 (MT08 Rhizobium tropici + Inoculante Comercial), T 02 (MT16 R. leguminosarum + Inoculante Comercial), T03 (MT15 Rhizobium tropici + Inoculante Comercial), T 04 (MT23 R. legumisorarum + Inoculante Comercial), IC (Inoculante Comercial), TN (Testemunha Nitrogenada), TA (Testemunha Absoluta).

Os tratamentos coinoculados apresentaram médias até 5 vezes maior que o

tratamento controle, entretanto a testemunha nitrogenada apresentou a maior média

entre os tratamentos, corroborando com o estudo feito por Bianchet et al. (2013), onde

avaliaram o efeito da inoculação simples e mista com bactérias diazotróficas em

cultivar de arroz irrigado sob diferentes níveis de nitrogênio. Concluíram que plantas

que receberam tratamentos com isolados de bactérias diazotróficas produziram 18%

menos de massa seca da parte área e 26% da fitomassa radicular das plantas de

arroz que receberam adubação nitrogenada.

Guimarães et al. (2013) avaliando a produção de arroz inoculado com bactérias

diazotróficas marcadas com resistência induzida ao antibiótico estreptomicina,

mostraram que na cultivar de arroz IR42, inoculado com a estirpe ZAE94

Hesbaspirillum seropediacae houve um aumento de 50% na massa seca de plantas.

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4.5 Volume de raízes

Para a variável volume de raiz, foi observada diferença significativa estatística

entre os tratamentos. Os tratamentos contendo o inoculante comercial coinoculado

com as bactérias MT 08 (T 01), MT 16 (T 02) e MT 23 (T 04) apresentaram um volume

até 4 vezes maior quando comparado a testemunha absoluta, indicando assim como

na variável de massa seca da raiz, eficiência dos tratamentos no desenvolvimento

radicular das plantas (Tabela 06).

Tabela 6- Volume de raízes de plantas de arroz inoculado com bactérias associativas e coinoculado com rizóbio.

Tratamento Volume de raízes (cm3)

T 01 116,40 a

T 02 115,60 a

T 03 96,20 a

T 04 121,20 a

TN 133,40 a

IC 115,00 a

TA 25,60 b

CV (%) 21,66

Valores seguidos de mesma letra, na coluna, indicam que os tratamentos não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey ao nível de significância 0,05. T 01 (MT08 Rhizobium tropici + Inoculante Comercial), T 02 (MT16 R. leguminosarum + Inoculante Comercial), T03 (MT15 Rhizobium tropici + Inoculante Comercial), T 04 (MT23 R. legumisorarum + Inoculante Comercial), IC (Inoculante Comercial), TN (Testemunha Nitrogenada), TA (Testemunha Absoluta).

Estes dados corroboram com os apresentados por Bianchet et al. (2015)

avaliando o desenvolvimento vegetativo do arroz irrigado afetado pela inoculação com

Azospirillum e aplicação de nitrogênio mineral, mostraram que a área e o volume

radicular foram afetados pela interação entre cultivar e inoculação. As parcelas do

cultivar de arroz SCS 115 CL quando foram inoculadas com os isolados UDESC AI

27 e UDESC AI 32 do gênero Azospirllum, apresentaram maior volume radicular do

que o tratamento não inoculado.

Estes resultados diferem dos reportados por Bianchet et al. (2013) mostraram

que com a inoculação de bactérias diazotróficas em cultivo de arroz irrigado, onde os

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tratamentos inoculados apresentaram volume e a área radicular menor em relação ao

tratamento não inoculado.

4.6 Número de perfilhos

Nas avaliações feitas em relação ao número de perfilhos houve diferença

significativa entre os tratamentos. Na primeira avaliação realizada aos 30 dias após

semeadura o tratamento contendo a bactéria MT 08 (T 01) apresentou a maior média.

Já na segunda avaliação feita no final do estágio reprodutivo a testemunha

nitrogenada proporcionou média superior as demais, e em ambas a testemunha

absoluta mostrou menor desempenho. O acréscimo no número de perfilhos foi de até

80% em relação ao tratamento sem inoculação (Tabela 07).

Tabela 7 - Número de perfilhos de plantas de arroz inoculado com bactérias associativas e coinoculado com rizóbio.

Tratamentos 1° Avaliação 2° Avaliação

T 01 4,60 a 5,6 ab T 02 4,00 ab 5,75 ab T 03 3,95 ab 5,2 b T 04 3,9 b 4,95 b TN 4,45 ab 6,4 a IC 3,95 ab 5,4 b TA 1,00 c 1,00 c

CV (%) 9,12 9,41

Valores seguidos de mesma letra, na coluna, indicam que os tratamentos não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey ao nível de significância 0,05. T 01 (MT08 Rhizobium tropici + Inoculante Comercial), T 02 (MT16 R. leguminosarum + Inoculante Comercial), T03 (MT15 Rhizobium tropici + Inoculante Comercial), T 04 (MT23 R. legumisorarum + Inoculante Comercial), IC (Inoculante Comercial), TN (Testemunha Nitrogenada), TA (Testemunha Absoluta).

Os resultados diferem dos encontrados por Mendes et al. (2011), trabalhando

com cultivar de trigo constataram que não houve diferenças significativas entre os

tratamentos com redução da adubação nitrogenada e inoculação de A. brasilense

para o número de perfilhos, resultados que não corroboram com este trabalho.

Sala et al. (2008) obtiveram resultados similares a este estudo avaliando na

cultura do trigo a interação da adubação nitrogenada e bactérias diazotróficas, onde

observaram uma maior contribuição da inoculação no período vegetativo para o

perfilhamento das plantas.

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4.7 Massa de grãos

Por um equívoco no momento de realizar a pesagem da massa de grãos, onde

pesou-se as repetições dos tratamentos juntas ao invés de separadamente, não foi

possível fazer análise de variância dessa variável, por isso optou-se por fazer uma

média aritmética entre os tratamentos.

Em relação ao peso de sementes, os tratamentos coinoculados foram os que

apresentaram maiores médias, sobressaindo em relação à testemunha absoluta e a

nitrogenada. (Figura 05).

Figura 5 – Massa de grãos de plantas de arroz inoculado com bactérias associativas e coinoculado com rizóbio.

T 01 (MT08 Rhizobium tropici + Inoculante Comercial), T 02 (MT16 R. leguminosarum + Inoculante Comercial), T03 (MT15 Rhizobium tropici + Inoculante Comercial), T 04 (MT23 R. legumisorarum + Inoculante Comercial), IC (Inoculante Comercial), TN (Testemunha Nitrogenada), TA (Testemunha Absoluta).

Os resultados apresentados corroboram com estudos realizados por

Guimarães et al. (2010) avaliando bactérias diazotróficas e adubação nitrogenada em

cultivares de arroz. Os autores constataram que para a cultivar IR42, houve aumentos

na produção de grãos em relação à testemunha absoluta em todos as plantas

18,94620,38

17,90518,92 18,349

3,5331,812

0

5

10

15

20

25

T1 T2 T3 T4 IC TN TA

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g)

Tratamentos

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inoculadas com H. seropedicae e Burkholderia sp. seguidas de adubação nitrogenada

correspondente a 50 kg N ha-1.

Os tratamentos coinoculados apresentaram uma massa de grãos superior a

testemunha nitrogenada e o controle, constatando os resultados de Garcia (2016),

avaliando culturas antecessoras e inoculação de A. brasiliense em arroz de terras

altas e feijão de inverno em sucessão inoculado com R. tropici, observou-se que houve

efeito significativo da inoculação, onde o tratamento inoculado obteve um incremento

de 19% na produtividade de grãos de arroz em relação ao tratamento sem inoculação

de A. brasilense.

Lima et al. (2011) observaram que a inoculação das sementes de milho com

Bacillus subtilis melhorou o desenvolvimento das plantas e aumentou a produtividade

de grãos das mesmas.

Mazzuchelli et al. (2014), concluiu que a produtividade do milho foi maior no

tratamento com inoculação de A. brasilense nas sementes, apresentando uma

produtividade em cerca de 12 sacas por hectares maior que o tratamento controle.

Chaves et al. (2016), que trabalharam com as estirpes referentes ao inoculante

comercial (IC) reportaram um incremento na produtividade de grãos avaliando a

eficiência da inoculação na cultura do arroz utilizando as estirpes Abv 5 e Abv6 de A.

brasiliense mostraram que os resultados obtidos sugerem um incremento na

produtividade de grãos de arroz devido a inoculação em relação ao tratamento

controle.

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5 CONCLUSÃO

A inoculação de bactérias diazotróficas associativas coinoculadas com estirpes

de rizóbios apresentou efeito benéfico, promovendo crescimento e desenvolvimento

do arroz em todas as variáveis analisadas.

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