Iniciando a Disciplina de Cartas Paulinas Faz

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    Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de CaruaruCurso: Bacharelado em teologia Período: VIIDisciplina: Cartas PaulinasProfessor: Pe. JairoAluno: Francinaldo Feitoza da Cunha

    Prolegômenos para uma teologia de Paulo(Apreciação crítica

    Iniciando a disciplina de Cartas Paulinas !az"se necess#rio uma $re%e dissertação e

    apreciação acerca de alguns pontos &ue tocam a teologia do Apostolo Paulo e &ue tam$'m são

    caminhos para entrarmos mais pro!undamente no %asto mundo da eologia de Paulo. )

    material por n*s+ a&ui+ estudado e resumido ' a introdução e alguns &uestionamentos &ue são!eitos pelo James ,. -. ,unn no seu li%ro /eologia do apostolo Paulo0+ e tem como titulo

    /Proleg1menos para uma teologia de Paulo0. 2ssa $re%e introdução por ele apresentada no

    li%ro desperta o leitor para uma maior indagação e in%estigação acerca de Paulo e de sua

    teologia. Assim apresentaremos uma pe&uena resenha 3unto com alguns coment#rios nossos+

    !ruto de nossa leitura e re!le4ão.

    Por que uma teologia de Paulo?

    2st# ' a primeira indagação de nosso autor+ mas para iniciarmos ca$e primeiramente

    sa$ermos &uem de !ato era Paulo5 isso o pr*prio autor nos responde. ) apostolo Paulo ' o

     primeiro e tam$'m o maior te*logo cristão+ nos a!irma ,unn nas primeiras linhas introdut*rias.

    Autor de uma %asta literatura cristã+ onde apresenta sua !' e ao mesmo tempo con%ida"nos a

    %i%er e a !azer est# mesma e4peri6ncia cristã+ Paulo pertencente /ao grupo de cristãos &ue

    %iram como parte de sua %ocação articular a sua !' por escrito e instruir os outros na sua !'

    comum0. Paulo e suas cartas compreende um %asto legado para toda a teologia $í$lica e cristã.

    /,a primeira geração temos um testemunho de primeira mão+ a teologização de apenas um

    homem+ Paulo apostolo0.

    /Com as Cartas de Paulo podemos ter plena con!iança de &ue estamos em contato com a

     primeira geração do cristianismo0+ nos diz ,unn. 7 desse argumento &ue parte o autor para

    chegar ao n8cleo de sua re!le4ão e !ornecer os argumentos necess#rios para sua indagação

    anterior. Para ele+ ' 3ustamente importante a reconstrução da teologia paulina e do pensamento

    de Paulo por&ue ele ' a primeira !onte do cristianismo nascente. Foi Paulo o primeiro a colocar 

     por escrito toda a e!er%esc6ncia da religião &ue aca$ara de nascer. Com isso surge alguns

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    autores &ue argumenta contrario uma reconstrução da teologia de Paulo e de seu pensamento+

    tendo em %ista estarmos muitos s'culos distantes de Paulo. Com isso ao longo do artigo o nosso

    autor %ai argumentar e !ornecer as $ases e caminhos necess#rios para essa reconstrução.

     9os diz ele+ /mais nos 8ltimos cin&uenta anos+ desde a cele$re e4posição da teologia do 9o%o estamento de :. Bultmann apareceu apenas um punhado de tentati%as completas de

    e4por ou discutir a teologia de Paulo com pro!undidade de grande !1lego0. 2 completa /no%a

    tentati%a de e4posição completa da teologia de Paulo ' ainda mais necess#ria ; luz do &ue

    atualmente se costuma chamar es de nosso autor &ue tam$'m nos

    le%a e a3uda a re!letir acerca do &ue seria a teologia paulina.

    2le+ ainda nesse en!o&ue+ $uscando compreender o &ue seria a teologia paulina

    apresenta alguns pontos &ue au4ilia na in%estigação+ são eles

    Descri!"o ou dialogo? 

    #eologia ou religi"o? 

    #eologia ou retorica?

    $ possí%el escre%er uma teologia de Paulo?

    2le tam$'m chama a atenção para a possi$ilidade de escre%er a teologia paulina+ isto

    dado a dist?ncia &ue nos separa de Paulo e de sua cultura@ e se ' possí%el escre%er. Pois !alar de

    Paulo não ' apenas !alar de sua doutrina ou produção liter#ria+ isto %ai mais al'm. /) pro$lema

    de escre%er a teologia de Paulo pode ser proposto assim &uando !alamos de

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    como tal50. 2 depois das indagaç>es !ormula sua resposta+ /a resposta &ue me %i a dar ' &ue a

    teologia de Paulo não pode ser mais &ue a soma da teologia de cada uma das cartas indi%iduais

    e+ contudo+ tem &ue ser mais &ue simplesmente a soma das teologias das cartas0. 7 a partir 

    desses &uestionamentos &ue o nosso autor %ai chegar a uma conclusão de como escre%er a

    teologia paulina.

    Buscando uma uni!icação e um ponto comum entre as cartas+ temos como desa!io não

    somente a di%ersidade de cartas e escritos &ue comp>e a literatura paulina+ mas o desa!io de

    escre%er a teologia paulina a dist?ncia de anos &ue nos separa de Paulo+ o tempo e a cultura.

    Isto tudo in!lu6ncia e di!iculta o tra$alho de reconstrução+ por'm não parece como algo

    impossí%el. Com es!orço e um m'todo apropriado conseguiremos chegar a um es$oço da

    teologia paulina. Para chegarmos a esse o$3eti%o ,unn apresenta alguns meios• /2m primeiro lugar+ temos &ue reconhecer o car#ter alusi%o re!erencial da

     pr*pria língua de Paulo. Paulo escre%e numa língua antiga. 2sta língua s* tem

    sentido como grego oin'+ entendido ; luz do uso do grego oin' no s'culo I da

    era Cristã (... os te4tos compostos por Paulo estão ine4trica%elmente radicados

    no conte4to da !ala do seu tempo...0• /2m segundo lugar+ parte dessa moeda corrente comum da língua era+

    e%identemente+ o conhecimento compartilhado das escrituras 3udaicas+

     presumi%elmente+ na maioria dos casos+ na sua !orma grega0.• /2m terceiro lugar+ as re!er6ncias alusi%as de Paulo+ por ele supostamente

    conhecidas+ incluem muito da !' 3# comum a Paulo e seus leitores. 7 por isso

    &ue ' tão di!ícil reconstruir a pregação e%ang'lica de Paulo simplesmente

     por&ue ele não 3ulgou necess#rio repeti"la nas cartas aos seus con%ertidos0.• /2m &uarto lugar+ podemos citar o caso mais contro%erso das alus>es ; tradição

    de Jesus+ particularmente nas seç>es paren'ticas das cartas de Paulo. 2 tam$'m

    a&ui &ual&uer tentati%a de reconstruir a teologia de Paulo de%e ponderar o &uetanto ele como seus leitores podiam supor como conhecido0.

    • /2 !inalmente+ nas cartas de Paulo h# muitas passagens em &ue ele claramente

    alude a &uest>es e t*picos+ &ue e4istiam entre Paulo e seus leitores+ so$retudo os

    assuntos particulares em discursão entre ele e alguns dos seus leitores em

     primeiro lugar as raz>es por&ue lhe escre%eu0.

    :esumindo esse caminho apresentado por ele poderíamos assim dizer /Ao estudar a

    teologia de Paulo simplesmente não ' realístico con!inar"se ;s teologias das cartas indi%iduais

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    de Paulo. 9a melhor das hip*teses+ isso nos daria a teologia das contro%'rsias de Paulo em da

    teologia de Paulo0.

    Assim+ no tocante a teologização de Paulo+ ,unn nos apresenta tr6s ní%eis ou tr6s !ases+

    &ue são

    D. ) primeiro ní%el+ e o mais pro!undo+ ' o das con%icç>es herdadas ou dos padr>es

    de %ida tradicionais@E. ) segundo ní%el ' a se&u6ncia de momentos trans!ormadores do crescimento e

    desen%ol%imento do indi%íduo@. ) terceiro ní%el '+ naturalmente+ o das &uest>es imediatas e das re!le4>es

    correntes.

    /Portanto+ 3# de%e estar su!icientemente claro &ual ser# minha resposta ; terceira

     pergunta. 7 possí%el escre%er uma teologia de Paulo5 a resposta ' simG 7 possí%el reconhecer as

    alus>es+ ou%ir as di!erentes hist*rias+ sondar a$ai4o da super!ície os di!erentes ní%eis0.

    Como escre%er uma teologia de Paulo?

    Agora nos surge o &uestionamento Como proceder para escre%er uma teologia de

    Paulo5 9osso autor ' de opinião &ue !alar de Paulo e de sua teologia não ' apenas !alar a

    respeito da sua doutrina+ religião ou retorica. 7 algo &ue %ai mais al'm+ &ue apro!unda o

    &uestionamento e aguça o pensamento.

    Para ele ' possí%el tocar o centro+ o centro organizacional da teologia paulina. =egundo

    ele+ /) dinamismo central da teologia de Paulo estaria na tensão entre cristianismo 3udaico e

    cristianismo gentílico5 ) centro da teologia de Paulo ser# a es !oi re!le4o de circunst?ncias

    mutantes e não de teologia mutante0.

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     9a $usca pelo centro da teologia paulina+ Jurgen Becer+ distingue tr6s !ases principais

    a teologia da eleição+ a teologia da cruz e a mensagem de 3usti!icação. /Jurgen Becer prop>e

    tr6s !ases principais nos escritos teol*gicos de Paulo primeiro+ sua teologia da eleição (D

    tessalonicense@ segundo+ a teologia da cruz (Coríntios@ terceiro+ sua mensagem de 3usti!icação

    (-#latas. 2 resume+ /destas tr6s !ases+ a segunda ' o centro real@ a teologia da cruz ' o /c?non0

     pelo &ual ' de!inida a teologia da eleição@ a mensagem da 3usti!icação ' a linguagem da &ual se

    re%este a teologia da cruz0. Pois ' a partir da teologia da cruz &ue somos conduzidos para as

    outras duas eleição e 3usti!icação. /A !orça deste modelo est# precisamente em &ue a coer6ncia

    não reduz a alguma !ormulação est#tica ou estrutura inalter#%el de pensamento+ e assim não

     pode ser !acilmente rompida pelas correntes mutantes da conting6ncia0.

    &umo a uma teologia de Paulo:umo a construção de uma teologia de Paulo nosso autor+ ,unn+ %ai apresentar dois

    caminhos metodol*gicos+ considerados essenciais para ele+ especialmente no tocante a

    construção de uma teologia paulina. 2ssas duas %ias são o dialogo e a Carta aos :omanos.

    2sclarece ele

    • O di'logo  modelo pre!erido " di#logos entre pessoas são os meios prim#rios pelos

    &uais os indi%íduos conhecem e aprendem a entender os outros. 7 precisamente no

    di#logo &ue aprendemos a apreciar alus>es.

    ) dialogo+ para ele+ ' a %ia mais precisa para entramos no pensamento paulino e na sua

    cultura e o$ser%amos o essencial de seu pensamento. Ai !ica a indagação+ como entrar em

    dialogo com Paulo %isto &ue estamos E mil anos de distancia dele5 ,unn responde /Podemos

    entrar em di#logo com Paulo de di%ersas !ormas+ le%ando em consideração &ue ele !oi um autor 

    de cartas0. 2 continua+ /odos os estudiosos de Paulo estão mais ou menos de acordo &ue

     podemos reconstruir os outros lados do di#logo+ pelo menos at' certo ponto+ inserindo as cartas

    de Paulo no seu conte4to hist*rico e prestando atenção ;s alus>es aos outros lados do di#logo0.

    2 conclui sua argumentação acerca da %ia do dialogo para a reconstrução da teologia paulina

    /Heu es!orço ' procurar entrar na pele de Paulo+ %er atra%'s dos seus olhos+ pensar seus

     pensamentos+ como &ue partindo de dentro dele+ e !azer isso de maneira a a3udar os outros a

    apreciarem por si mesmos a percepção+ a sutileza e as preocupaç>es de Paulo0.

    Partindo a %ia dialogal ele chega a Carta aos :omanos+ esta para ele ' a segunda %ia

     para a reconstrução da teologia paulina.

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    • Carta aos :omanos /)nde ' melhor colocar"se dentro do !lu4o de pensamento

    de Paulo para começar o di#logo com ele. Pois se dialogarmos com Paulo

    li%remente ao longo de toda a s'rie de suas reminisc6ncias e cartas podemos

    aca$ar simplesmente numa con!usão não na teologia de Paulo como ele de%e

    %6"la possuído em &ual&uer momento ao longo da sua ati%idade. Has a decisão '

    !#cil de tomar. Pois h# uma carta de Paulo &ue est# menos en%ol%ida no !lu4o e

    discurso progressi%o de Paulo com suas igre3as do &ue as outras. 2sta ' a Carta

    aos :omanos0.

     9o tocante a Carta aos romanos ele considera &ue /:omanos ainda est# muito longe de

    um tratado dogm#tico ou sistem#tico so$re teologia+ toda%ia ' a e4posição mais contínua e

    re!le4i%a da teologia de Paulo por ele mesmo0. 2ntão.A partir de todas essas colocaç>es nos !ica ainda a indagação de como escre%er uma

    teologia de Paulo5 2le !inalizando nos responde /=e+ portanto+ &uisermos entender a teologia

    madura de Paulo e dialogar com ela+ não podemos !azer nada melhor &ue tomar :omanos como

    uma esp'cie de ga$arito e com ele construir nossa pr*pria e4posição da teologia de Paulo+ uma

    corda dominante para com ela a!inar nossos instrumentos menores0. Assim concluímos nossa

    dissertação com as pala%ras da&uele &ue nos acompanhou durante todo esse percurso+ James ,.

    -. ,unn+ /uma teologia de Paulo &ue começa a descre%er e discutir a teologia de Paulo notempo em &ue escre%eu :omanos e em constante re!er6ncia a :omanos como e !io de prumo

    est# no caminho certo0.

    2ste pe&ueno tra$alho ser%e"nos para a$rirmos a mente para &uestionarmos acerca de

    alguns portos da teologia paulina. Buscamos apresentar uma síntese da %isão do autor segundo

    o nosso entendimento. Visto ser um prologo ' di!ícil !azermos uma analise critica+ pois eles

    dei4a muitos &uestionamentos em a$erto. Has como %isão geral e modelo de itiner#rio para a

    teologia paulina ele apresenta e ser%e uma $ase singular+ pois suas indagaç>es e seu caminho percorrido a3udam"nos a pesarmos e $uscar in%estigar tam$'m acerca da teologia desse grande

    discípulo da !'.