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Universidade Federal de Ouro Preto Escola de MinasDepartamento de Engenharia Civil

2 TRABALHOInfra-Estrutura de Vias Terrestres CIV 256Professor (a): Marcela Paula Grobrio

Filipe Neri de Souza

Infra-Estrutura de Vias Terrestres CIV 256

1) Drenagem em Rodovias (Drenagem Superficial e Drenagem Profunda). Descreva o Processo Erosivo em Rodovias, os Fatores Condicionantes no Processo Erosivo e os Tipos e Fases de Eroso Hdrica.

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Drenagem em Rodovias (Drenagem Superficial e Drenagem Profunda) A gua o maior inimigo dos pavimentos. A primeira rede viria de grande porte da histria foi iniciada pelos romanos no terceiro sculo AC, que sabiam dos efeitos danosos da gua e procuravam constru-las acima do nvel dos terrenos adjacentes, sobre uma camada de areia e cobertas por lajes de pedra cimentadas entre si. Durante vinte sculos, houve pouco progresso nos processos de construo, at que, no sculo XIX, Tresaguet, Metcalf, Telford e McAdam "redescobriram" a necessidade de manter secas as estradas - para evitar que se deteriorem por danos causados por presses d'gua existente nos poros (poro-presses) do material de sua estrutura e movimentos de gua livre contida nesta estrutura. MECANISMO DOS DANOS a) A gua atinge a base e/ou sub-base de um pavimento (rodovirio, ferrovirio, pista de aeroporto, estacionamento, etc.), ocasionando uma reduo em sua capacidade de suporte; b) quando a gua livre preenche completamente as camadas, o trfego, por meio das rodas, produz impacto sobre a gua, surgindo presses pulsantes que causam movimento, com eroso e ejeo de material ou mesmo o desprendimento de partes da capa asfltica, desintegrao de solos estabilizados com cimento, enfraquecimento de bases granulares pela rearrumao das partculas finas das misturas de agregados, etc.; c) a reduo da proteo da camada superficial abre caminho para novas infiltraes, o que agrava o problema, dando origem assim um circulo vicioso. Como evitar este mecanismo de danos? 1) Evitando que a gua atinja a estrutura da estrada; 2) Caso a gua atinja a base e/ou a sub-base da estrada, deve ser rapidamente eliminada. OBJETIVO DO ESTUDO DE DRENAGEM DE RODOVIAS: Orientar e permitir ao engenheiro a utilizao adequada dos dispositivos de drenagem, ao projetar, construir ou restaurar rodovias. Fornecer o conhecimento indispensvel para a escolha de medidas de proteo estrada contra a ao

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prejudicial das guas que o atingem, sob forma de chuva, infiltraes, torrentes, ou armazenada sob a forma de lenis freticos ou artesianos. PROJETO DE DRENAGEM Objetivo: evitar o acmulo e a reteno da gua na rodovia e suas cercanias atravs de: a. Previso da intensidade e freqncia das chuvas, visando o escoamento superficial; b. Determinao de pontos naturais de concentrao e descarga, e outras condies hidrulicas; c. Remoo dos excessos de gua prejudiciais, do subsolo; d. Proporcionar a disposio mais eficiente das instalaes de drenagem, de acordo com o custo, importncia da rodovia, economia na conservao e normas em vigor. PRINCIPAIS DIVISES DA DRENAGEM RODOVIRIA:

Drenagem superficial - drena a guas precipitadas sobre a estrada, e reas adjacentes.

Drenagem do pavimento - retira as guas infiltradas nas camadas do pavimento;

Drenagem profunda ou subterrnea - drena a gua situada abaixo da superfcie do terreno natural;

Drenagem de transposio de talvegues - possibilita a passagem da gua de um para outro lado da estrada, usada na travessia de cursos dgua.

Os objetivos so atingidos por meio de obras diversas, denominadas "dispositivos". Seu conjunto constitui o "sistema de drenagem". PRINCIPAIS DISPOSITIVOS DE DRENAGEM:

Dispositivos de drenagem superficial: valetas de proteo de corte, valetas de proteo de aterro, sarjetas de corte, sarjetas de aterro, sadas dgua, descidas dgua, caixas coletoras, bueiros de greide, dissipadores.

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Dispositivos de drenagem do pavimento: camada drenante do pavimento, drenos laterais de base (sangras), drenos rasos longitudinais, drenos transversais de pavimento.

Dispositivos de drenagem subterrnea ou profunda: drenos profundos, drenos em espinha-de-peixe, camadas drenantes, drenos horizontais profundos, valetes laterais.

Dispositivos de transposio de talvegues: bueiros, pontilhes e pontes.

METODOLOGIA DE PROJETO:

Coleta ou investigao dos elementos bsicos estudo de alternativas; escolha da soluo; detalhamento (clculo e desenho) dos dispositivos

1. Coleta dos elementos bsicos: A perfeita adequao entre tcnica e economia de um sistema de drenagem depende essencialmente da amplitude e confiabilidade das informaes condicionantes: 1.1.

Informaes sobre as reas do projeto, nos seguintes tpicos: Definio preliminar dos dispositivos de drenagem: Identificao, tipo, localizao provvel, aspectos locais, condies de acesso, etc. ;

Definio preliminar sobre a geometria, terraplanagem e pavimentao do projeto: exame do projeto da rodovia permite identificar obras necessrias ao projeto de drenagem ;

Definio preliminar das caractersticas tcnicas do projeto: (o principal elemento para estabelecer a vida til da rodovia);

Normas Tcnicas: fixam os padres a observar, e a necessidade de normas e especificaes complementares ;

Prazos e recursos: disponveis e previstos para a execuo . Informaes Locais

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Topogrficas (levantamento de dispositivos j existentes nas proximidades, avaliao de reas, comprimento de talvegues, etc.);

Geotcnicas (sondagens e estudos para caracterizao de materiais a utilizar nos dispositivos de drenagem e elementos para o projeto de fundao dos dispositivos);

Hidrolgicas (para obter os valores de descarga de projeto do sistema de drenagem).

2. Estudo de alternativas Fase em que a experincia do projetista permite encontrar o maior nmero possvel de solues, sua comparao e a escolha de uma delas. Deve ser levada em conta a implantao dos dispositivos adequados, incluindo dimenses gerais (extenses, declividades e sees aproximadas) . 3. Escolha da soluo A escolha da soluo mais conveniente levar em conta critrios tcnicos, econmicos, estticos e administrativos. A seleo da soluo definitiva se d pela ponderao desses critrios, possibilitando uma escolha final devidamente justificada. 4. Detalhamento (clculo e desenho) dos dispositivos

dimensionamento; desenho de execuo; especificaes, quantitativos e custos; plano de execuo e cronograma.

APRESENTAO: Os documentos do projeto de drenagem de uma rodovia so apresentados de acordo com as instrues vigentes, e grupados de acordo com sua finalidade:

Memria descritiva: Resumo da concepo geral da drenagem e dos resultados obtidos.

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Memria justificativa: Conjunto de documentos justificando as solues apresentadas e clculos efetuados.

Documentos para concorrncia: Definio quantitativa e qualitativa dos dispositivos a executar, especificao de materiais, mtodos de execuo, modos de medio e pagamento.

Projetos-tipo: Conjunto de desenhos gerais e detalhes que permitam a execuo, incluindo processos executivos. Devem obedecer ao disposto no "lbum de projetos-tipo e padres de apresentao" do "Manual de servios de consultoria para estudos e projetos rodovirios" do DNER.

Custos: Composio de custos unitrios de todos os dispositivos, de acordo com o "Manual de composio de custos rodovirios" do DNER.

Esquema do sistema de drenagem: Conjunto de desenhos para indicar a posio dos dispositivos e visualizar o sistema de drenagem, separados do projeto geomtrico, e obedecidas as convenes e nomenclatura padronizados para cada dispositivo.

Notas de servio: Conjunto de informaes permitem identificar tipo, localizao, extenso e demais elementos necessrios execuo de cada dispositivo.

DRENAGEM SUPERFICIAL Destina-se a interceptar as guas que chegam ao corpo da estrada, provenientes de reas adjacentes, e a captar a gua pluvial que incida diretamente sobre ela, conduzindo-as para local de desge seguro, sem causar danos. COLETA PRELIMINAR DE DADOS Qualquer anlise adequada sobre drenagem requer a investigao e coleta preliminar de informaes, antes de qualquer tentativa de trabalho usando a teoria da hidrulica. Necessitamos:

Estaqueamento das reas de corte; Estaqueamento das reas de aterro;

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Estaqueamento dos pontos baixos; Estaqueamento dos pontos altos; Alturas aproximadas de cortes e aterros; rea de drenagem resultante do projeto de terraplanagem, como indicadas pelas curvas de nvel e propostas;

Localizao preliminar das instalaes de drenagem; Relatrio de estudos hidrolgicos com dados das vazes das bacias ao longo da rodovia.

No caso de restaurao, dever ser feita inspeo no campo, e um diagnstico das instalaes de drenagem existentes, como:

Dimenses e tipo; Localizao geral; Condies de funcionamento; Elementos recuperveis (tubos, grelhas, sarjetas, descidas dgua, etc.); Informaes sobre solos: eroso de taludes, caractersticas da vegetao; Observaes sobre afloramentos do lenol fretico, ou gua parada em escavaes, que indiquem necessidade de drenos subterrneos;

Cota de nvel mximo nas travessias de cursos dgua; Levantamento topogrfico dos locais de transposio de talvegues.

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1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.

Valetas de proteo de corte; Valetas de proteo de aterro; Sarjetas de corte; Sarjetas de aterro; Sarjetas de canteiro central; Descidas dgua; Sadas dgua; Caixas coletoras; Bueiros de greide

1. VALETAS DE PROTEO DE CORTE Tem o objetivo de interceptar as guas que escorrem pelo terreno a montante, impedindo-as de atingir o talude de corte. Devem ser locadas paralelamente crista do corte, dela distante dois a trs metros. O material resultante da escavao deve ser adensado (apiloado) manualmente entre a valeta e a crista do corte, conforme figura seguinte. 2. VALETAS DE PROTEO DE ATERRO Tem o objetivo de interceptar as guas que escorrem pelo terreno a montante, impedindo-as de atingir o p do aterro. Tambm se incluem neste tipo os dispositivos destinados a conduzir a gua proveniente de outras valetas de proteo e das sarjetas, para os dispositivos de transposio de talvegues. Devem ser construdas quando o terreno natural tiver inclinao igual ou superior a 10% no sentido da estrada, nas proximidades de pontes e pontilhes. O material proveniente da escavao dever ser colocado entre a valeta e o talude de aterro de modo a suavizar a interseo entre estas superfcies e apiloado manualmente. 3. SARJETAS DE CORTE Captam a gua que se precipita sobre a estrada e a conduzem longitudinalmente rodovia (a margem dos acostamentos) at o ponto de transio entre o corte e o

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aterro (boca de corte), para que saia lateralmente para o terreno natural, para a valeta de aterro, ou para a caixa coletora de um bueiro de greide. Devem ser executados em todos os cortes onde no se justifique a construo de valetes laterais. 4. SARJETAS DE ATERRO So dispositivos com o objetivo de impedir que as guas precipitadas sobre a plataforma escoem pelo talude de aterro, provocando eroses neste ou na borda do acostamento. Por escoamento longitudinal, levam as guas interceptadas at local de desage seguro, em caixas coletoras ou no terreno natural. 5. SARJETAS DE CANTEIRO CENTRAL Tem a funo de captar as guas do prprio canteiro e das pistas. A valeta de canteiro central tende a acompanhar a declividade longitudinal da rodovia. 6. DESCIDAS DGUA Conduzem as guas captadas por outros dispositivos de drenagem pelos taludes de cortes e aterros. Quando vindas de valetas de proteo de corte, desaguam na plataforma em sarjetas de corte ou em caixas coletoras. Quando as guas provm de sarjetas de aterro, desguam geralmente no terreno natural. Tambm sangram valetas de banquetas em pontos baixos ou ao ser atingido o comprimento crtico, e frequentemente so necessrias para conduzir pelo talude de aterro guas vindas de bueiros elevados. Posicionam-se nos taludes de corte e aterro acompanhando suas declividades e tambm na interseo do talude de aterro com o terreno natural e nas transies corte-aterro. Podem ser do tipo rpido ou em degraus. A escolha do tipo funo da velocidade limite do escoamento para no provocar eroso, das caractersticas geotcnicas dos taludes, do terreno, da necessidade de quebra de energia do fluxo e dos dispositivos de amortecimento na sada. Sendo ponto bastante vulnervel, principalmente em aterros, requer cuidados especiais para evitar desnveis causados por caminhos preferenciais durante chuvas

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fortes, cujas eroses podem destruir toda a estrutura. Por isso, deve ser "encaixada" nos taludes de aterro, nivelada, e protegida com o revestimento indicado para os taludes. 7. SADAS DGUA So dispositivos de transio que conduzem as guas captadas por sarjetas de aterro para as descidas dgua. Algumas vezes so chamadas entradas d'gua. Localizam-se nas extremidades dos comprimentos crticos das sarjetas de aterro, nos pontos baixos das curvas verticais cncavas, junto pontes, pontilhes e viadutos e - algumas vezes- nos pontos de transio entre corte e aterro. So posicionadas nos acostamentos ou em alargamentos prprios para sua execuo. Devem ter uma seo tal que permita rpida captao, sendo um mtodo eficiente para tanto o rebaixamento gradativo conjugado uma largura suficiente. O rebaixamento da borda deve ser controlado com rigor, e considerado nas notas de servio de pavimentao. 8. CAIXAS COLETORAS Tem como objetivos principais coletar guas provenientes de sarjetas e que se destinam aos bueiros de greide; guas provenientes de pequenos talvegues a montante de bueiros de transposio de talvegues, permitindo sua construo abaixo do terreno natural, e; guas provenientes de descidas d'gua de cortes, conduzindo-as a um dispositivo de desge seguro. 9. BUEIROS DE GREIDE So dispositivos destinados a conduzir para locais de desge seguro as guas captadas por dispositivos de drenagem superficial cuja vazo admissvel j tenha sido atingida pela descarga de projeto. Localizam-se comumente nas extremidades dos comprimentos crticos das sarjetas de corte em seo mista ou quando, em seo de corte pleno, for possvel o lanamento de gua coletada (com desague seguro) por "janela-de-corte". Nos cortes em seo plena, quando no for possvel o aumento da capacidade da sarjeta ou a utilizao de abertura de janela no corte a jusante, projeta-se um bueiro de greide longitudinalmente pista at o ponto de passagem de corte para aterro. Nos

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ps das descidas d'gua dos cortes, recebendo as guas das valetas de proteo de corte e/ou valetas de banquetas, captadas por caixas coletoras. Nos pontos de passagem de corte-aterro, evitando que as guas provenientes das sarjetas de corte desgem no terreno natural com possibilidade de eroso. Nas rodovias de pista dupla, conduzindo ao desague as guas coletadas pelos dispositivos de drenagem do canteiro central. DRENAGEM SUBTERRNEA OU PROFUNDA Consideraes iniciais: A gua proveniente das chuvas, toma caminhos diferentes: uma parte se infiltra no solo, podendo formar lenis subterrneos, outra permanece sobre a superfcie do solo (da qual uma frao evapora). Estes destinos no so dicotmicos, havendo variaes de condies que tornam os solos mais ou menos permeveis, e sendo tais condies funo de clima, topografia, natureza do solo. A gua

subterrnea pode prejudicar a estrutura das estradas, devendo ser eliminada ou reduzida por rebaixamento dos lenis freticos, que devem ser mantidos pelo menos uma profundidade de 1,5 a 2 metros do subleito das rodovias, dependendo do tipo de solo da rea considerada. Os dispositivos de drenagem subterrnea mais comuns so os

Drenos profundos; Drenos espinha-de-peixe; Colcho (camada) drenante; Drenos horizontais profundos (drenos sub-horizontais ou de penetrao); Valetes laterais; Drenos verticais de areia.

A necessidade de construo do sistema de drenagem profunda deve basear-se em investigaes de campo que compreendero:

Conhecimento da topografia da rea;

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Observaes geolgicas e pedolgicas, com obteno de amostras por sondagens trado, percusso, rotativa e, em certos casos, por abertura de poos p e picareta;

Conhecimento da pluviometria da regio, por recursos oferecidos pela hidrologia.

Essas investigaes de campo devero constar do projeto e ter suas datas confrontadas com o regime de chuvas da regio, para verificao da poca de execuo, se chuvosa ou no. DRENOS PROFUNDOS So drenos subterrneos que se caracterizam por sua maior profundidade em relao ao greide de terraplanagem, tendo como objetivo rebaixar (e/ou interceptar) o lenol fretico, impedindo que este atinja o corpo da estrada. So instalados preferencialmente em profundidades entre 1,5 e 2,0 m , em cortes, nos terrenos planos que apresentem lenol fretico prximo ao subleito e em reas eventualmente saturadas prximas ao p de taludes, principalmente nos casos em que forem encontradas camadas permeveis intercaladas com impermeveis, mesmo que sem a presena de gua por ocasio da pesquisa do lenol fretico. DRENOS ESPINHA-DE-PEIXE Objetivo e caractersticas: So dispositivos destinados drenagem de grandes reas, pavimentadas ou no. Geralmente sem tubos, com pequena profundidade, so usados em srie, dispondose obliquamente um eixo longitudinal ( no caso, o eixo longitudinal da rodovia) ou rea a drenar. O desge pode ser livre ou em drenos longitudinais. Os drenos espinha-de-peixe devero ser previstos para drenagem de grandes reas pavimentadas, parques de estacionamento, praas de pedgio, cortes quando a soluo do dreno longitudinal for julgada insuficiente ou antieconmica face caracterstica peculiar do lenol e do terreno, sob aterros, quando o terreno natural apresentar lenol fretico muito alto ou impermevel, ou presena de gua superficial prejudicial estabilidade do macio.

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Quando o dreno espinha-de-peixe for julgado insuficiente para drenar toda a rea, emprega-se camada drenante. COLCHO (CAMADA) DRENANTE Com o mesmo objetivo que os drenos anteriores, situa-se pequena profundidade no leito, e constitui-se de uma ou mais camadas de material permevel, colocadas em toda a largura da rea drenada. So adotados quando o volume a ser drenado for muito grande, no sendo possvel o uso de espinha-de-peixe. So usadas nos cortes em rocha; nos cortes onde o leno fretico estiver prximo (ou acima) do greide de terraplenagem; na base de aterros onde houver sinais de gua livre prxima do terreno natural; nos aterros sobre camadas impermeveis. A remoo das guas drenadas poder ser feita:

Atravs de sadas em pontos (baixos) previamente calculados Por coletores ou drenos longitudinais, se no existirem pontos baixos.

Conforme o solo da regio onde ser construdo, poder ser necessria uma camada filtrante que bloqueia a penetrao de finos na camada drenante propriamente dita. DRENOS HORIZONTAIS PROFUNDOS Tambm chamados drenos sub-horizontais ou drenos de penetrao, so dispositivos cravados nos macios ou taludes dos cortes, com a finalidade de drenlos para reduzir a presso de lenis confinados. So aplicveis quando, nos macios em que o lenol fretico se apresentar muito elevado, e por isso surgir risco de deslizamento, mostrarem maior eficincia que outros tipos de dreno. So constitudos de tubos (metlicos ou de PVC) ocos, providos de ranhuras ou orifcios na sua parte superior, com inclinao prxima da horizontal, e camada filtrante envoltria, mais bucha, ancoramento e tmpo. Mais importante que o alvio da presso d'gua nos poros, a mudana da direo do fluxo, que de praticamente horizontal, passa a ser quase vertical, orientando a fora de percolao para uma direo que contribui para o aumento da estabilidade do talude.

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Em solos ou rochas permeveis (ou muito fraturadas), a vazo pode ser grande. Nos solos menos permeveis, a vazo pode ser pequena ou nula, embora o alvio de presso exista: neste caso a vazo pode ser to pequena que a gua se evapore ao longo de seu percurso, mas com efeito positivo (aqui mensurvel apenas com a instalao de instrumentao adequada). Algumas vezes, os drenos horizontais profundos so empregados apenas durante a construo, e depois abandonados. VALETES LATERAIS So valas abertas nos cortes junto plataforma, com a finalidade conjunta de substituir os dispositivos de drenagem subterrnea e superficial. So mais recomendados em regies planas, quando trabalharo como sarjeta e dreno profundo, simultaneamente. Alguns autores recomendam que sejam limitados pelo acostamento e pelo talude de corte. Apesar da economia, podero ser perigosos para o trfego, a no ser que sejam executados com um alargamento substancial do acostamento. O projeto de valeto lateral dever obedecer s diretrizes:

talude junto palataforma ser identico ao de aterro do trecho, e sua inclinao ser no mximo 1:1,5 ; do lado oposto, o mesmo do talude de corte;

A profundidade mnima ser de 1,5 m a partir do greide de terraplanagem; Dever possuir revestimento vegetal em toda a sua superfcie; No dever ser projetado se o greide da rodovia possibilitar eroso. Ser indicado preferencialmente para o lado interno de trechos em curva. Somente sero executados em trechos com escavao de materiais de 1 categoria.

Utilizao:

Nos locais onde o projeto de terraplanagem indicar alargamento dos cortes; Nos cortes onde for necessrio construir drenos profundos, substituindo-os;

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Nas regies de difcil aquisio de materiais para executar drenos profundos. Aps estudo comparativo com dispositivos convencionais de drenagem subterrnea, apenas ser adotado se for soluo mais econmica.

Sua construo dever ser prevista como operao de rotina de terraplanagem. A escolha da seo (triangular ou trapezoidal) ser compatvel com o trabalho dos equipamentos existentes.

DRENOS VERTICAIS DE AREIA, COM COLCHO DE AREIA Objetivo: acelerar o adensamento do subleito Como o adensamento um fenmeno lento, pode ser acelerado para encaixar-se ao tempo da construo, fazendo-se furos (sonda rotativa ou cravao de tubos drenantes), com o contedo lavado por jatos dgua e preenchido com areia. Uma camada de areia (colcho) ou brita lanada sobre o topo dos drenos, para que a gua drenada possa sair, quando pressionada pelo aterro em execuo. O dimensionamento dos drenos funo dos coeficientes de percolao da gua, j estudados. Os dimetros variam de 20 a 60 cm, com espaamento na ordem de grandeza de dez vezes o valor do dimetro (2 a 6 m). PROCESSO EROSIVO EM RODOVIAS A eroso um processo natural de desagregao, decomposio, transporte e deposio de materiais de rochas e solos que vem agindo sobre a superfcie terrestre desde os seus princpios. Contudo, a ao humana sobre o meio ambiente contribui exageradamente para a acelerao do processo, trazendo como conseqncias, a perda de solos frteis, a poluio da gua, o assoreamento dos cursos d'gua e reservatrios e a degradao e reduo da produtividade global dos ecossistemas terrestres e aquticos. Entende-se por eroso o processo de desagregao e remoo de partculas do solo ou fragmentos de rocha, pela ao combinada da gravidade com a gua, vento, gelo ou organismos (IPT, 1986). Os processos erosivos so condicionados basicamente por alteraes do meio ambiente, provocadas pelo uso do solo nas suas vrias formas, como no caso de

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obras urbanas e virias, que, de alguma forma, propiciam a concentrao das guas de escoamento superficial. A quebra do equilbrio natural entre o solo e o ambiente (remoo da vegetao), promovida e acelerada pelo homem conforme j exposto, expe o solo a formas menos perceptveis de eroso, que promovem a remoo da camada superficial deixando o subsolo (geralmente de menor resistncia) sujeito intensa remoo de partculas, o que culmina com o surgimento de voorocas. Quando as voorocas no so controladas ou estabilizadas, alm de inutilizar reas aptas agricultura, podem ameaar obras virias, reas urbanas, assorear rios, lagos e reservatrios, comprometendo por exemplo o abastecimento das cidades, projetos de irrigao e at a gerao de energia eltrica. Torna-se, portanto, importante a identificao das reas cujos solos sejam suscetveis a esse tipo de eroso, sobretudo, em regies onde no existem planos de conservao, bem como o estudo dos fatores e processos que possam agravar este fenmeno, visando a obteno de uma metodologia de controle do mesmo. Os processos erosivos se iniciam pela retirada da cobertura vegetal, seguido pela aduo e concentrao das guas pluviais na implantao de obras civis (sada de coletores de drenagem em estradas, arruamento urbano, barramento de guas pluviais pela construo de estradas forando sua concentrao nas linhas de drenagem), estradas vicinais, ferrovias, trilhas de gado, uso e manejo inadequado das reas agrcolas. A urbanizao, forma mais drstica do uso do solo, impe a adoo de estruturas pouco permeveis, fazendo com que ocorra diminuio da infiltrao e aumento da quantidade e da velocidade de escoamento das guas superficiais. A eroso acelerada (ao antrpica) pode ser laminar ou em lenol, quando causada por escoamento difuso das guas das chuvas resultante na remoo progressiva dos horizontes superficiais do solo; e eroso linear, quando causada por concentrao das linhas de fluxo das guas de escoamento superficial, resultando em incises na superfcie do terreno na forma de sulcos, ravinas e voorocas.

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A vooroca a feio mais flagrante da eroso antrpica, podendo ser formada atravs de uma passagem gradual da eroso laminar para eroso em sulcos e ravinas cada vez mais profundas, ou ento, diretamente a partir de um ponto de elevada concentrao de guas pluviais. No desenvolvimento da vooroca atuam, alm da eroso superficial como nas demais formas dos processos erosivos (laminar, sulco e ravina), outros processos, condicionados pelo fato desta forma erosiva atingir em profundidade o lenol fretico ou nvel dgua de subsuperfcie. A presena do lenol fretico, interceptado pela vooroca, induz ao aparecimento de surgncias dgua, acarretando o fenmeno conhecido como "piping" (eroso interna que provoca a remoo de partculas do interior do solo, formando "tubos" vazios que provocam colapsos e escorregamentos laterais do terreno, alargando a vooroca, ou criando novos ramos). Alm deste mecanismo, as surgncias dgua nos ps dos taludes da vooroca provocam sua instabilizao e descalamento. As voorocas formam-se geralmente em locais de concentrao natural de escoamento pluvial, tais como cabeceiras de drenagem e embaciados de encostas. A importncia do estudo dos fenmenos associados formao de voorocas estabelecer medidas de preveno e controle, como tambm o estabelecimento de tcnicas compatveis ao combate do problema. FATORES CONDICIONANTES NO PROCESSO EROSIVO Diversos so os fatores que influenciam a eroso, dentre os principais pode-se citar: a) Chuva: um dos fatores climticos de maior importncia na eroso dos solos. O volume e a velocidade da enxurrada dependem da intensidade, durao e freqncia da chuva, sendo a sua intensidade talvez o mais importante. Este fator considerado atraves do ndice de erosividade das chuvas. b) Infiltrao: o movimento da gua dentro da superfcie do solo. Quanto maior sua velocidade, menor a intensidade de enxurrada na superfcie e, conseqentemente, a eroso. c) Topografia do terreno: representada pela declividade e pelo comprimento do declive, exerce acentuada influncia sobre a eroso. O tamanho e a quantidade do

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material em suspenso arrastado pela gua dependem da velocidade com que ela escorre, e essa velocidade funo do comprimento do declive e da inclinao do terreno. d) Cobertura vegetal: a defesa natural contra a eroso. Os efeitos da vegetao no fenmeno so: d.1) proteo direta contra o impacto das gotas de chuva; d.2) disperso da gua, interceptando-a e evaporando-a antes que atinja o solo; d.3) decomposio das razes das plantas que, formando canalculos no solo, aumentam a infiltrao da gua; d.4) melhor estruturao do solo pela adio de matria orgnica, aumentando assim sua capacidade de reteno de gua; d.5) diminuio da velocidade de escoamento da enxurrada pelo aumento do atrito na superfcie. e) Natureza do solo: as propriedades fsicas, principalmente estrutura, textura, permeabilidade e densidade, assim como as caractersticas qumicas e biolgicas do solo exercem diferentes influncias na eroso. Suas condies fsicas e qumicas, ao conferir maior ou menor resistncia ao das guas, caracterizam o comportamento de cada solo exposto a condies semelhantes de topografia, chuva e cobertura vegetal. TIPOS E FASES DE EROSO HDRICA A eroso hdrica acelerada, processo de rpida desagregao e remoo do solo pela ao das guas das chuvas, constitui um importante problema geotcnicoambiental. A eroso causada pela gua pode ser das seguintes formas: laminar, em sulcos e voorocas. As trs formas de eroso podem ocorrer simultneamente no mesmo terreno. a) Eroso laminar: a remoo de camadas delgadas de solo sobre toda uma rea a forma de eroso menos notada, e por isso a mais perigosa. Em dias de chuva as enxurradas tornam-se barrentas. Os solos, por sua ao, tomam colorao mais clara, e a produtividade vai diminuindo progressivamente. A eroso laminar arrasta

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primeiro as partculas mais leves do solo, e considerando que a parte mais ativa do solo de maior valor, a integrada pelas menores partculas, pode-se julgar os seus efeitos sobre a fertilidade do solo. b) Eroso em sulcos: resulta de pequenas irregularidades na declividade do terreno que faz com que a enxurrada, concentrando-se em alguns pontos do terreno, atinja volume e velocidade suficientes para formar sulcos mais ou menos profundos. c) Voorocas: a forma mais avanada da eroso, ocasionada por grandes concentraes de enxurrada que passam, ano aps ano, no mesmo sulco, que se vai ampliando, pelo deslocamento de grandes massas de solo, e formando grandes cavidades em extenso e em profundidade. Exemplos da literatura mundial so citados com voorocas de mais de uma centena de metros de comprimento e atingindo dezenas de metros de profundidade. A vooroca a viso impressionante do efeito da enxurrada descontrolada sobre a terra. Aliado a isto temos a ao da eroso interna "piping" que provoca s vezes a ruptura das paredes das vooroca.

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2) Qual a Importncia do Estudo de Impacto Ambiental, como feita esta Avaliao em Obras Rodovirias e Comente tambm sobre as Licenas que devem ser tiradas nesse caso.

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IMPORTNCIA DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL O art 2 da Resoluo n. 1/86 do CONAMA estabelece um rol exemplificativo de atividades modificadoras do meio ambiente que dependem obrigatoriamente da elaborao do estudo de impacto ambiental para seu licenciamento como estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento, ferrovias, oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissrios de esgotos sanitrios e linhas de transmisso de energia eltrica, acima de 230KV. O estudo de impacto ambiental tem origem no Direito Norte-americano em virtude de exigncia de elaborao de um relatrio de impacto do meio ambiente, a partir de 1969, a ser apresentado juntamente aos projetos de obras do governo federal que causassem sensvel alterao na qualidade do meio ambiente. O estudo prvio de impacto ambiental deve ter como objetivo compatibilizar o desenvolvimento econmico-social com a preservao da qualidade do meio ambiente e do equilbrio ecolgico, tendo em vista constituir um dos principais objetivos da Poltica Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81, art. 4, I). AVALIAO EM OBRAS RODOVIRIAS A elaborao do EIA/RIMA deve: (a) contemplar todas as alternativas tecnolgicas e de localizao confrontando-as com a hiptese de no execuo do projeto, b) identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantao e operao da atividade, (c) definir as reas Direta e Indiretamente afetadas pelos impactos, e (d) considerar os Planos e Programas de Governo com jurisdio sobre a rea onde ser implementada a atividade impactante. Desde modo, considerando as abrangncias das reas Direta e Indiretamente a serem afetas, o estudo de impacto ambiental dever no mnimo contemplar as seguintes atividades tcnicas: (a) o diagnstico ambiental, (b) o prognstico das condies ambientais com a execuo do projeto, (c) as medidas ambientais mitigadoras e potencializadoras a serem adotadas e (d) o programa de acompanhamento e monitoramento ambiental.

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Descreve-se a seguir esta atividades tcnicas: 1) Diagnstico Ambiental consiste na elaborao de uma descrio e anlise dos recursos ambientais e suas interaes.Portanto, este diagnstico dever caracterizar: (a) o meio fsico - exemplo: solo, subsolo, as guas, ar, clima, recursos minerais, topografia e regime hidrolgico; (b) o meio biolgico: fauna e flora; (c) o meio scio econmico - exemplo: uso e ocupao do solo; uso da gua; estruturao scio econmica da populao; stios e monumentos arqueolgicos, histricos e culturais; organizao da comunidade local; e o potencial de uso dos recursos naturais e ambientais da regio. 2) Prognstico refere-se a identificao, valorao e interpretao dos provveis impactos ambientais associados a execuo, e se for o caso, a desativao de um dado projeto. Desta forma, estes impactos ambientais devem ser categorizados segundo aos seguintes critrios: (a) Ordem - diretos ou indiretos; (b) Valor - positivo (benfico) ou negativo(adverso); (c) Dinmica - temporrio, cclico ou permanente; (d) Espao - local, regional e, ou, estratgico; (e) Horizonte Temporal - curto, mdio ou longo prazo; e (f) Plstica - reversvel ou irreversvel.

3) Medidas Ambientais Mitigadoras e Potencializadoras tratam-se de medidas a serem adotadas na mitigao dos impactos negativos e potencializaro dos impactos positivos. Neste caso, as medidas devem ser organizadas quanto: a) a natureza - preventiva ou corretiva; (b) etapa do empreendimento que devero ser adotadas; (c) fator ambiental que se aplicam - fsico, bitico e, ou, antrpico; (d) responsabilidade pela execuo - empreendedor, poder pblico ou outros; e (e) os custos previstos. Para os casos de empreendimentos que exijam reabilitao de reas degradas devem ser especificadas as etapas e os mtodos de reabilitao a serem utilizados. 4) Programa de Acompanhamento e Monitoramento Ambiental implica na recomendao de programas de acompanhamento e monitoramento das evoluo dos impactos ambientais positivos e negativos associados ao empreendimento. Sendo necessrio especificar os mtodos e periodicidade de execuo. LICENCIAMENTO AMBIENTAL

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O primeiro passo para o Licenciamento Ambiental o Requerimento da Licena cuja finalidade permitir que se obtenha o Termo de Referncia para elaborao dos Estudos Ambientais, feito ainda durante a fase de concepo do projeto. Aps a aprovao do Estudo Ambiental, durante o projeto bsico de Engenharia, adquire-se a Licena Prvia (LP). Seu objetivo atestar a viabilidade ambiental do empreendimento. Na fase do projeto executivo, aps a aprovao do Plano Bsico Ambiental, obtmse a Licena de Implantao (LI), que autoriza a implantao do projeto. Durante a execuo das obras ainda necessrio que se fiscalize o cumprimento das diretrizes contidas no Plano Bsico Ambiental, e aps a obra concluda e com o empreendimento em funcionamento, preciso que se obtenha regularmente a Licena de Operao (LO), que atesta a conformidade ambiental do empreendimento pronto.