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06/03/08 - 1 de 40 Módulo 4 – Infra-estrutura de Transporte INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE A escolha do(s) modo(s) de transporte(s) é determinada pelas características econômicas e legais para cada modo (básico) ou multimodo (composição de modos). A importância do modo é caracterizada pela distância coberta pelo modo, pelo volume de tráfego, pela receita e pela natureza da composição do tráfego. Fatores que devem ser considerados na escolha do modo de transporte: pontos de embarque e desembarque, custos (relacionados com o embarque, desembarque, cuidados especiais, frete até o ponto de embarque, frete internacional e manuseio da carga), urgência de entrega, características da carga (peso, volume, formato, dimensão, periculosidade, cuidados especiais, refrigeração etc.), possibilidade do uso de mais de um modo de transporte (disponibilidade, freqüência, adequação, exigências legais etc.) Órgãos Reguladores ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) Criação / Dispositivo Legal: Lei 10.233 de 05 de junho 2001. Implantação: Janeiro 2002; Funcionamento efetivo: Fevereiro 2002 Área de Atuação Malha Rodoviária Federal Concedida: 06 concessões; Malha Ferroviária Concedida: 11concessionárias e 12 malhas concedidas (a CVRD detém a Estrada de Ferro Vitória Minas e a Estrada de Ferro Carajás); Transporte Rodoviário Nacional e Internacional de Cargas; Transporte Rodoviário Interestadual e Internacional de Passageiros; Transporte Ferroviário de Cargas; Transporte Ferroviário de Passageiros; Transporte Multimodo; Transporte Dutoviário (cadastramento de empresas); Transporte de Produtos Perigosos; ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) Criação / Dispositivo Legal: Lei n° 10.233 de 5 de junho de 2001. Finalidades: I - implementar, em sua esfera de atuação, as políticas formuladas pelo Ministério dos Transportes e pelo Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte - CONIT, segundo os princípios e diretrizes estabelecidos na Lei nº 10.233/ 2001 e II - regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviços de transporte aquaviário e de exploração da infra-estrutura portuária e aquaviária, exercida por terceiros, com vistas a: a) garantir a movimentação de pessoas e bens, em cumprimento a padrões de eficiência, segurança, conforto, regularidade, pontualidade e modicidade nos fretes e tarifas; b) harmonizar os interesses dos usuários com os das empresas concessionárias, permissionárias, autorizadas e arrendatários, e de entidades delegadas, preservando o interesse público; e c) arbitrar conflitos de interesse e impedir situações que configurem competição imperfeita ou infração contra a ordem econômica. ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) Em 27 de setembro de 2005 (Lei 11.182) foi criada a ANAC, que é vinculada ao Ministério da Defesa, e tem por finalidade regular e fiscalizar as atividades de aviação civil e a infra-estrutura aeronáutica e aeroportuária. O novo órgão substituiu o Departamento de Aviação Civil (DAC). O DAC foi criado em 22 de abril de 1931, por meio do Decreto 19.902, pelo Presidente Getúlio Vargas.

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IINNFFRRAA--EESSTTRRUUTTUURRAA DDEE TTRRAANNSSPPOORRTTEE A escolha do(s) modo(s) de transporte(s) é determinada pelas características econômicas e legais para cada modo (básico) ou multimodo (composição de modos). A importância do modo é caracterizada pela distância coberta pelo modo, pelo volume de tráfego, pela receita e pela natureza da composição do tráfego. Fatores que devem ser considerados na escolha do modo de transporte: pontos de embarque e desembarque, custos (relacionados com o embarque, desembarque, cuidados especiais, frete até o ponto de embarque, frete internacional e manuseio da carga), urgência de entrega, características da carga (peso, volume, formato, dimensão, periculosidade, cuidados especiais, refrigeração etc.), possibilidade do uso de mais de um modo de transporte (disponibilidade, freqüência, adequação, exigências legais etc.)

Órgãos Reguladores

ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) Criação / Dispositivo Legal: Lei 10.233 de 05 de junho 2001. Implantação: Janeiro 2002; Funcionamento efetivo: Fevereiro 2002 Área de Atuação � Malha Rodoviária Federal Concedida: 06 concessões; � Malha Ferroviária Concedida: 11concessionárias e 12 malhas concedidas (a CVRD detém a

Estrada de Ferro Vitória Minas e a Estrada de Ferro Carajás); � Transporte Rodoviário Nacional e Internacional de Cargas; � Transporte Rodoviário Interestadual e Internacional de Passageiros; � Transporte Ferroviário de Cargas; � Transporte Ferroviário de Passageiros; � Transporte Multimodo; � Transporte Dutoviário (cadastramento de empresas); � Transporte de Produtos Perigosos;

ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários)

Criação / Dispositivo Legal: Lei n° 10.233 de 5 de junho de 2001. Finalidades: I - implementar, em sua esfera de atuação, as políticas formuladas pelo Ministério dos Transportes e pelo Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte - CONIT, segundo os princípios e diretrizes estabelecidos na Lei nº 10.233/ 2001 e II - regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviços de transporte aquaviário e de exploração da infra-estrutura portuária e aquaviária, exercida por terceiros, com vistas a:

a) garantir a movimentação de pessoas e bens, em cumprimento a padrões de eficiência, segurança, conforto, regularidade, pontualidade e modicidade nos fretes e tarifas; b) harmonizar os interesses dos usuários com os das empresas concessionárias, permissionárias, autorizadas e arrendatários, e de entidades delegadas, preservando o interesse público; e c) arbitrar conflitos de interesse e impedir situações que configurem competição imperfeita ou infração contra a ordem econômica.

ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil)

Em 27 de setembro de 2005 (Lei 11.182) foi criada a ANAC, que é vinculada ao Ministério da Defesa, e tem por finalidade regular e fiscalizar as atividades de aviação civil e a infra-estrutura aeronáutica e aeroportuária. O novo órgão substituiu o Departamento de Aviação Civil (DAC). O DAC foi criado em 22 de abril de 1931, por meio do Decreto 19.902, pelo Presidente Getúlio Vargas.

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Principais Tipos de Acondicionamento de Carga

A carga geral ou solta, conhecida no meio marítimo como break bulk (massa quebrada), inclui os volumes de carga acondicionados sob dimensões e formas diversas, ou sejam: sacaria, fardos, caixas de papelão e madeira, engradados, tambores etc.. Para a melhoria da produtividade de carga e de descarga, necessitam-se unitizar, de forma padronizada, as cargas gerais, facilitando o manuseio e o acondicionamento.

1- Paletes: são plataformas de madeira, com dimensões padronizadas (NBR 8254/1983), sustentadas por pés ou vigas de madeira, nas quais as mercadorias, de aproximadamente 1 tonelada, são empilhadas. A altura dos paletes deve ser tal, de modo a permitir a entrada de garfo de uma empilhadeira, mas também não deve ser excessiva para não ocupar espaço nos compartimentos de carga. Geralmente possuem 1,00m x 1,00m ou 1,00m x 1,20m.

A NWPMA (National Wooden Pallet & Container Association) norte americana aponta dezesseis vantagens de um programa de paletização (retirado de

http://members.aol.com/interlogis/artigos/tecnica_unitizacao.htm): 1. A melhor utilização dos espaços verticais, pois um programa de paletização possibilita uma quantidade maior de armazenagem em uma dada área. 2. Redução de acidentes pessoais na substituição da movimentação manual pela movimentação mecânica. 3. Economia de 40% a 45% no custo da movimentação devido a paletização.

4. O tempo de movimentação fica reduzido. Economia por homens/horas na eliminação dos tempos ociosos. 5. Os paletes carregados permitem a ventilação entre as mercadorias tanto nos depósitos como durante o transporte 6. A paletização simplifica o controle de inventário. 7. Histórias de casos demonstraram que a adoção de métodos de movimentação mecânica e de carregamento paletizado resultaram na eliminação quase total de danos aos produtos. 8. A unitização de cargas sobre paletes reduz o tempo de rotulagem e as despesas operacionais deste item. Um ou dois rótulos por unidade de carga elimina a necessidade de identificar cada embalagem do produto. 9. O furto é reduzido quando itens individuais são unitizados por cintas, faixas ou filmes. 10. A paletização permite uniformizar o local de estocagem resultando em áreas com aproveitamento racional. 11. Os paletes são a forma natural de subpisos para o qual cintas de aço podem ser usadas facilmente na ancoragem segura das mercadorias. 12. Uso do palete elimina freqüentes custeios do sistema de transporte e permite entregas, cargas e descargas dentro de qualquer ponto acessível por equipamentos de movimentação. 13. Paletes bem adequados na linha de produção elimina interrupções e gargalos e proporciona maior produtividade. 14. Operários não precisam perder seu valioso tempo para dar apoio na movimentação de materiais. 15. Corta pela metade o tempo de carga e descarga de caminhões:

(a) redução dos custos de prorrogação no tempo de embarque e eliminação de (sobretaxa); (b) a melhor utilização dos equipamentos de carga e descarga;

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(c) crescimento do peso de rendas no transporte, otimiza a relação de caminhões. 16. Tempo de carga e descarga pode ser reduzido com o uso do palete, resultando em:

(a) rapidez no retorno do caminhão (b) redução de custos. Economias são claramente visualizadas quando realizadas pelo custo

de carga e descarga de mercadorias, pois muitas vezes são maiores naquelas que envolve operação de transbordo. 2 - Marino-slings (cinta marinha) - São cintas de material sintético, que formam uma rede, com dimensões padronizadas, geralmente utilizadas para sacaria. Cada unidade de carga tem peso de aproximadamente 1,5t. Dependendo do embarque, seguem com a carga até o destino ou apenas até o porão do navio, quando são retirados. 3 - Big-Bag - São sacos de material sintético, com fundo geralmente circular ou quadrado, utilizados freqüentemente para produtos industrializados em grãos e pós, em substituição a sacaria. Permitem o reaproveitamento. O seu custo é superior ao dos marino-slings e por isso, em operações de comércio exterior, geralmente, não embarcam com a carga. A sua capacidade geralmente é superior à dos marino-slings.

4 – Contêiner – Esse equipamento segue o padrão internacional estabelecido pela ISO (International Organization for Standardization), é um equipamento de transporte, e não apenas uma forma de acondicionamento de carga, tendo em vista que é parte integrante das unidades de transporte quer sejam vagões ferroviários, veículos rodoviários ou navios. Possuem as seguintes características: � De natureza permanente, e desta forma, resistente o bastante para permitir utilização repetida; � Projetado especialmente para facilitar o transporte de mercadorias por uma ou mais modoidades

de transporte, sem recarregamentos intermediários; � Equipado com dispositivos que permitem sua pronta movimentação, particularmente sua

transferência de uma modoidade de transporte a outra; � Projetado de forma a ser facilmente enchido e esvaziado; O estudo dos aspectos relativos à construção do contêiner foi iniciado pela ISO já em 1961, de modo a determinar padrões internacionais para contêineres de carga. Estes devem ser construídos de tal forma que possam ser transferidos de um meio de transporte para outro, de modo a permitir a automatização de sua movimentação, assim como a compatibilidade entre os sistemas de transporte nacional e internacional de contêineres. Os padrões englobam dimensões, resistência mínima e requisitos de teste para cada componente do contêiner, tolerância, dispositivos de canto, certificados, terminologia, marcação e identificação além de outros itens, de modo a facilitar o intercâmbio dos contêineres e garantir a segurança no carregamento, na movimentação, na transferência e em todas as modoidades de transporte.

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Em 1971 a ABNT emitiu as seguintes normas para a padronização dos contêineres: P-TB/75/71 - Terminologia relativa aos contêineres. P-NB/193/71 - Classificação e Designação - Dimensões - Tolerância e Pesos Brutos. P-NB/309/71 - Especificações de dispositivos de cantos dos contêineres. P-MB/505/71 - Ensaios de contêineres. A única medida invariável é a sua largura que tem sempre 8’. A sua altura pode ser de 8’, 8’6” e 9’6”, sendo a primeira padrão ISO e as demais padrão ASA (American Standard Association). Quanto ao comprimento, os mais comuns e conhecidos são os de 10’, 20’, 30’, 40’ e 45’, embora existam outras medidas como 24’, 28’, 32’. 35’ e 48’. Geralmente no transporte marítimo, os contêineres mais utilizados são o de 20’ e 40’. O espaço útil varia com o tipo de contêiner. A altura 9’6” refere-se ao contêiner denominado High Cube (H/C) e proporciona considerável aumento no espaço volumétrico. H/C é uma característica dos contêineres de 40’ e 45’ , Quanto ao peso, os de 20’ e 40’ podem comportar no máximo até 30.480 e 34.000 quilogramas, incluindo o peso do próprio equipamento, resultando em aproximadamente 28.000 e 30.000 quilogramas de carga útil (payload). Os contêineres são modulares e os de 20’ são considerados como um módulo, sendo denominado TEU (Twenty feet Equivalent Unit), e servem de padrão para definição de tamanho de navio porta-contêiner. Os de 40’ são denominados FEU (Forty feet Equivalent Unit), porém não são utilizados como medidas para navios.

1‘ = 0,3048 m

Contêiner “Módulo Padrão”: 8’ x 8’ x 20’ = 1 TEU (Twenty Feet Equivalent Unit) Os contêineres mais usados no Brasil são:

Inglaterra americana

Fruehauf Japonesa Fuji Heavy Industries

Tipo 20’ (compr.) 20’ (compr.) 20’ (compr.) 8’6’’ (alt.ext.)

Material Aço Alumínio Aço (high top) Comprimento 5878 mm 5829 mm 5905 mm

Largura 2315 mm 2349 mm 2346 mm

Altura 2161 mm 22351 mm 2384 mm Volume interno 29,40 m³ 31 m³ 33 m³ Tara 2,299 kg 1,919 kg 2,300 kg

(Fonte: http://www.novomilenio.inf.br/porto/conteinm.htm)

A vida útil mínima prevista do contêiner é de 8 anos e a máxima de 12 (dependendo do material utilizado na sua construção) uma vez que o contêiner é um equipamento durável e de uso repetitivo. A maioria dos contêineres em uso são classificados como de carga seca (dry van containers) para transporte, armazenagem de carga unitizada ou carga geral. Os demais tipos foram criados para atender ao transporte de produtos específicos, englobando os tipos: tanque (para líquidos), frigoríficos, open top (com teto aberto), ventilados, para granéis secos, para automóveis, plataformas (dispõem de armações e dispositivos de canto para carregamento lateral de cargas pesadas ou muito grandes) e desmontáveis.

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As dimensões, capacidade e peso bruto máximo dos contêineres aprovados pela ISO, usualmente empregados no tráfego internacional (Tipo 1), são apresentados a seguir.

5) ULD (Unit load devices): são equipamentos de unitização de cargas, ou seja, os contêineres e paletes utilizados na carga aérea. Esses se distinguem, em formatos e tamanhos, bem como em sua concepção e utilização, daqueles utilizados no transporte marítimo. A variedade é muito maior e suas medidas são dadas em polegadas.

Alguns podem carregar em torno de 30 toneladas.

Alguns podem carregar mais de 30 toneladas.

(Fonte: http://www.novomilenio.inf.br/porto/conteinm.htm)

(Fonte: http://www.codern.com.br/movcontei.gif)

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MODOS DE TRANSPORTE

RODOVIÁRIO � Aumento da sua participação após a Segunda Guerra Mundial

(Brasil) Principais Características Operacionais

� Carga com pequeno volume. � Curta distância. � Flexibilidade operacional. � Entregas porta-a-porta. � Falta de alternativas em situações de contingência. � Utilização intensiva de combustíveis de fontes esgotáveis e de alto custo financeiro e ambiental. � Grandes impactos ambientais (poluição atmosférica, ruído, alto número de acidentes,

congestionamentos etc.). � Custos fixos pequenos (terminais simples, rodovias com manutenção pública ou privadas).

o Embora as taxas, impostos e os custos dos pedágios sejam altos, estão relacionadas aos quilômetros percorridos.

� Custo variável alto => combustível, reparos, pneus etc.

Organização do Modo Rodoviário para Cargas Empresas de Transporte de Carga (ETC) que são pessoas jurídicas, legalmente constituídas, e cuja atividade consiste em transportar cargas para terceiros. Carreteiros (TCA): é pessoa física proprietária ou co-proprietária de um ou mais veículos, conduzidos pelo próprio ou por motorista, sem vínculo empregatício, e utilizados na prestação de serviços de transporte rodoviário de carga para terceiros. Empresas de Carga Própria (ECP): são empresas industriais, comerciais, agrícolas, agroindustriais e cooperativas que utilizam veículos de sua propriedade ou fretados para a movimentação das cargas que comercializam ou produzem. Eventualmente também podem realizar transporte remunerado de cargas para terceiros. Transportadores individuais: realizam atividade similar à da Empresa de Carga Própria, embora seja pessoa física. Incluem-se fazendeiros, pequenos empreiteiros e outros. Embora o frete cobrado pelo carreteiro, via de regra, seja inferior àquele estipulado pelas empresas de transporte de carga (aproximadamente 50%), o mesmo é pago antecipadamente quando contratado o carreteiro, e a parcela restante quando entregue a carga. Empresas de transporte, por sua vez, concedem um prazo para pagamento do frete.

Principais Tipos de Veículos � Combinações de Veículos de Carga – CVC (bi-trem, rodotrem e treminhão): corresponde a um

veículo constituído de um cavalo mecânico com 2 semi-reboques. � Caminhão trator (conhecido como cavalo mecânico) com semi-reboque: também conhecido

como carreta - capacidade ± 28 t � Caminhão com eixo duplo na carroceria (conhecido como truck) - capacidade ± l5 t � Caminhão com eixo simples na carroceria (conhecido como toco) - capacidade ± 8t � Sider: tipo de carroceria carregada pelas laterais do baú, vedada com lona plástica que funciona

como cortinas que se deslocam horizontalmente.

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Codificação das Estradas De acordo com o Plano Nacional de Viação (PNV), a nomenclatura das rodovias brasileiras segue um padrão, sendo as rodovias federais identificadas pela sigla “BR” e as estaduais pela sigla de cada estado. As rodovias radiais, identificadas com o dígito inicial zero (0), são aquelas que partem de Brasília e seguem em direção aos extremos do país (Ex: BR-010, BR-020). As longitudinais identificadas pelo dígito inicial um (1), cortam o País na direção Norte-Sul (Ex: BR-101, BR-153). As transversais cortam o País na direção Leste-Oeste e são identificadas pelo dígito inicial dois (2) (Ex: BR-262, BR-290). As rodovias diagonais podem apresentar dois modos de orientação: Noroeste-Sudeste ou Nordeste-Sudoeste e são identificadas pelo dígito inicial três (3) (Ex: BR-367, BR-354). E, finalmente, as rodovias de ligação, que podem seguir qualquer direção, geralmente ligando rodovias federais ou pelo menos uma rodovia federal a cidades importantes ou às fronteiras internacionais, são identificadas pelo dígito inicial quatro (4) (Ex: BR-493, BR-486).

Condições das Estradas CNT (3) (2007)

Resultados Gerais Estado Geral

Pavimento

Sinalização

Geometria da Via

Tipo de Rodovia

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Acostamento

Obras de Arte

Gestão Pública Estado Geral

Pavimento

Sinalização

Geometria da Via

Tipo de Rodovia

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Acostamento

Obras de Arte

Gestão Privada Estado Geral

Pavimento

Sinalização

Geometria da Via

Tipo de Rodovia

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Acostamento

Obras de Arte

Resumo das Condições das Estradas (notas acima de 90%)

Dados Representativos

ÍNDICE DE MORTES NAS ESTRADAS / 1000KM DE RODOVIA

Fonte: COPPEAD/UFRJ - 2002

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Quantidade de Acidentes nas Rodovias Federais Concedidas

MODO RODOVIÁRIO

Fonte: COPPEAD/UFRJ - 2002

Fonte: Relatório ANTT de 05/07/2006

Fonte: Relatório ANTT de 05/07/2006

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FERROVIÁRIO Marcos Históricos

� 1770: descoberta da máquina a vapor por Watt; � 1825: construção da primeira locomotiva a vapor por George Stephenson e implantação da

primeira estrada de ferro, ligando as cidades de Stockton e Darlington na Inglaterra; � Os três ciclos evolutivos da ferrovia no Brasil:

o 1852 até 1900 – Financiamento do capital inglês com garantias de boas taxas de retorno do investimento. Inaugurada pelo Imperador Dom Pedro II em 30 de abril de 1854, a primeira ferrovia do Brasil tinha 14,5 Km de extensão e ligava a Baía de Guanabara à Serra da Estrela, na direção de Petrópolis, no Rio de Janeiro.

o 1900 até 1980 – Nacionalização das ferrovias. Em 1929 o Estado era proprietário de 67% das

ferrovias e administrava 41% (cerca de 10.000Km) da malha nacional. Criação da RFFSA pela Lei 3.115 16 de março de 1957 e da FEPASA pela Lei estadual 10.410, de 1971. Crescimento do modo rodoviário após a Segunda Guerra Mundial (01/09/1939 até 08/05/1945).

o 1980 até hoje – O Decreto-lei 2.178 de 1984 transfere para o Tesouro Federal as dívidas da

RFFSA e lança as bases para a criação da Cia. Brasileira de Trens Urbanos - CBTU, que absorve as divisões de transporte de passageiro de subúrbio da RFFSA. O Decreto 473 de 1992 inclui a RFFSA no Plano Nacional de Desestatização. A desestatização da RFFSA foi efetivada por meio de leilões públicos conforme tabela a seguir. A Rede Ferroviária Federal S.A – (em liquidação) foi extinta pela Medida Provisória n.º 353, de 22 de janeiro de 2007.

(Adaptação: Estrutura, Desempenho e Perspectivas do Transporte Ferroviário de Carga - Newton de Castro – UFRJ)

Leilão das Malhas da RFFSA

Fonte: CNT(2), 2007 Segundo Pesquisa Ferroviária da CNT de 2007, hoje são 29.487 Km de linhas de tráfego, das quais doze malhas são concessionadas, sendo onze concedidas à iniciativa privada e uma a empresa pública (tabela a seguir), duas malhas industriais locais privadas e uma malha operada pelo estado do Amapá. As duas malhas industriais locais privadas são: a Estrada de Ferro Trombetas - EFT e a Estrada de Ferro Jari - EFJ, ambas no estado do Pará, as quais atendem à demanda da indústria de minério e de celulose, respectivamente.

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Estrada de Ferro do Amapá – EFA: está sob controle do estado do Amapá, realiza o transporte do minério de manganês extraído e beneficiado na Serra do Navio, estado do Amapá, embarcado para exportação pelo porto de Santana, em Macapá.

Resumo das Doze Malhas Ferroviárias Concedidas

(Fonte DNIT – Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes – MT)

Malha Oeste (Ferrovia Novoeste S.A.) Regional da RFFSA: SR-10 (Bauru) Área de Atuação: São Paulo e Mato Grosso do Sul Bitola: 1.942 Km, toda em bitola de 1,00 m Pontos de Interconexão com Ferrovias: FERROBAN - Ferrovias Bandeirantes S.A. (Bauru-SP) Empresa Ferroviária Oriental S.A. - Bolívia (Corumbá-MS) Pontos de Interconexão com Portos: Porto Esperança-MS (Terminal Hidroviário) e Ladário-MS (Terminal Hidroviário)

Malha Tereza Cristina (Ferrovia Tereza Cristina S.A.) Regionais da RFFSA:SR-9 (Tubarão) Área de Atuação: Santa Catarina Bitola: 164 Km, toda em bitola de 1,00 m Pontos de Interconexão com Ferrovias: Nenhum Pontos de Interconexão com Portos : Imbituba – SC

Malha Sudeste (MRS Logística) Regionais da RFFSA: SR-3 (Juiz de Fora) e SR-4 (São Paulo) Área de Atuação: Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo Bitolas: 1.643 Km, em bitolas de 1,60 m e mista. Pontos de Interconexão com Ferrovias: Ferrovia Centro-Atlântica S.A.: Eng.º Lafaiete Bandeira -MG, Ferrugem - MG, Miguel Burnier - MG e Três Rios -RJ Estrada de Ferro Vitória a Minas: Açominas - MG FERROBAN - Ferrovias Bandeirantes S.A.: Jundiaí-SP, Lapa - SP e Perequê - SP Pontos de Interconexão com Portos: Rio de Janeiro - RJ, Sepetiba - RJ e Santos-SP

Malha Centro-Leste (Ferrovia Centro-Atlântica - FCA) Regionais da RFFSA: SR-2 (Belo Horizonte), SR-7 (Salvador) e SR- 8 (Campos) Área de Atuação: Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Bahia, Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo Bitola: 8.023 Km, em bitolas de 1,00 m e mista. Pontos de Interconexão com Ferrovias: Estrada de Ferro Vitória a Minas: Vitória-ES, Capitão Eduardo-MG e Engº Lafaiete Bandeira - MG. MRS Logística S.A.: Ferrugem - MG, Miguel Burnier - MG Três Rios - RJ e Engº Lafaiete Bandeira - MG. Companhia Ferroviária do Nordeste: Própria - SE FERROBAN - Ferrovias Bandeirantes S.A.: Uberaba-MG Pontos de Interconexão com Portos: Rio de Janeiro - RJ, Angra dos Reis-RJ, Vitória-ES, Aracaju-SE, Salvador-BA e Aratu - BA

Malha Sul (América Latina Logística do Brasil - ALL) Regionais da RFFSA: SR-5 (Curitiba) e SR-6 (Porto Alegre) Área de Atuação: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná Bitolas: 7.229 Km em bitola métrica (1,00 m) e 11 Km em bitola padrão (1,435) Pontos de Interconexão com Ferrovias: FERROBAN - Ferrovias Bandeirantes S.A.: Pinhalzinho-PR, Ourinhos-SP FERROESTE - Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A.: Guarapuava-PR, AFE - Administracion de Ferrocarriles del Estado – Uruguai: Santana do Livramento-RS Ferrocarril Mesopotamico General Orquiza – Argentina: Uruguaiana-RS Pontos de Interconexão com Portos: Paranaguá-PR, São Francisco do Sul-SC, Porto Alegre-RS, Rio Grande-RS e Estrela-RS (Terminal Hidroviário)

Malha Nordeste (Cia Ferroviária do Nordeste – CFN) Regionais da RFFSA: SR-1 (Recife), SR-11 (Fortaleza) e SR-12 (São Luis) Área de Atuação: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas Bitolas: extensão de sua malha é de 4.238 Km, em bitolas de 1,00 m e mista (1,00 m e 1,60 m) Pontos de Interconexão com Ferrovias: Estrada de Ferro Carajás S.A.: Itaqui-MA Ferrovia Centro-Atlântica S.A.: Propriá-SE Pontos de Interconexão com Portos: Itaqui-MA, Mucuripe-CE, Recife-PE, Natal-RN, Suape-PE e Cabedelo-PB

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Malha Paulista (Ferrovia Bandeirantes – FERROBAN) Regionais da RFFSA: FEPASA incorporada à RFFSA em 1997. Área de Atuação: São Paulo e Minas Gerais Bitolas: estrita, larga e mista (1,00m/1,60m - peq.trecho) 2001: Transferência de trechos de bitola métrica para ALL e FCA. 2002: Incorporação da Ferroban pela Brasil Ferrovias S.A., juntamente com as ferrovias Ferronorte e Novoeste, em 4 de março de 2002. 2004: Transferência do trecho de bitola larga de Jundiaí a Campinas, SP, para MRS.

2.097 Km, em bitolas larga (1,60 m) e mista. Pontos de Interconexão com Ferrovias: Ferrovia Centro-Atlântica S.A.: Uberaba-MG MRS Logística S.A.: Jundiaí-SP, Lapa-SP e Perequê-SP ALL - América Latina Logística do Brasil S.A.: Pinhalzinho-PR e Ourinhos-SP Ferrovia Novoeste S.A.: Bauru-SP FERRONORTE S.A. - Ferrovias Norte Brasil: Santa Fé do Sul-SP Pontos de Interconexão com Portos: Santos-SP, Pederneiras-SP, Panorama-SP e Presidente Epitácio-SP

Malha da Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A. A Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A. (FERROESTE), empresa do Estado do Paraná, detém a concessão para construir e operar estrada de ferro, entre as cidades de Guarapuava e Cascavel. A outorga desta concessão foi efetivada pelo Decreto Presidencial n.º 96.913, de 03/10/88. Em 01/03/97, a FERROESTE subconcedeu sua malha à Ferrovia Paraná S.A. (FERROPAR), para explorar o serviço público de transporte ferroviário de cargas. Área de Atuação: Paraná Bitola: liga Guarapuava a Cascavel, com 248 Km de extensão. Pontos de Interconexão com Ferrovias: ALL - América Latina Logística do Brasil S.A.: Guarapuava-PR Pontos de Interconexão com Portos: Paranaguá-PR

Malha da Estrada de Ferro Carajás (CVRD) Privatizada por Decreto Presidencial em 27/06/97. Área de Atuação: Pará e Maranhão Bitola larga com extensão de 892 Km em linha singela Pontos de Interconexão com Ferrovias: Ferrovia Norte-Sul: Açailândia-MA Companhia Ferroviária do Nordeste S.A.: Itaqui-MA Pontos de Interconexão com Portos: Terminal da Ponta da Madeira-MA

Malha da Estrada de Ferro Vitória a Minas (CVRD) Privatizada por Decreto Presidencial em 27/06/97 Área de Atuação: Espírito Santo e Minas Gerais Bitola: 898 Km de extensão da malha, toda em bitola de 1,00 m, a maior parte em linha dupla, sendo hoje uma das mais modernas e produtivas ferrovias brasileiras, transportando mais de um terço de toda a carga ferroviária do País, em volume. Pontos de Interconexão com Ferrovias: Ferrovia Centro-Atlântica S.A.: Vitória-ES, Eng.º Lafaiete Bandeira-MG e Capitão Eduardo-MG Pontos de Interconexão com Portos: Tubarão-ES

Malha da FERRONORTE S.A. - Ferrovias Norte Brasil Concessão outorgada pelo Decreto n.º 97.739, de 12/05/1989 Trata-se de um projeto estritamente privado e de longo prazo, com extensão prevista para malha ferroviária de 5.228 Km. Projeto da Ferrovia Área de Atuação: Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Pará Bitolas: 1,60 m. Pontos de Interconexão com Ferrovias: Ferrovia Centro-Atlântica S.A.: Uberlândia-MG FERROBAN - Ferrovias Bandeirantes S.A.: Aparecida do Taboado-MS Pontos de Interconexão com Portos: Santarém-PA (Terminal Hidroviário) e Porto Velho-RO (Terminal Hidroviário)

Situação Atual quanto à Operação Ferroviária Bitola: entre Açailândia (MA) e Estreito (MA), com 226Km de extensão, em convênio com a Estrada de Ferro Carajás - EFC

Malha da Ferrovia Norte-Sul Concessão outorgada pelo Decreto n. º 94.813, de 01/09/87, para a empresa pública VALEC – Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. Projeto da Ferrovia Área de Atuação: Maranhão, Tocantins e Goiás Bitolas: larga e estreita (1638Km) Pontos de Interconexão com Ferrovias Estrada de Ferro Carajás: Açailândia-MA Ferrovia Centro-Atlântica S.A.: Senador Canedo-GO Pontos de Interconexão com Portos Porto de Itaqui-MA

Situação Atual quanto à Operação Ferroviária Operando entre Açailândia (MA) e Estreito (MA), com 226 Km de extensão, em convênio com a Estrada de Ferro Carajás - EFC Área de Atuação: Maranhão Bitola: larga

Pontos de Interconexão com Portos Porto de Itaqui-MA

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Segundo CNT (2) (2007), o setor ferroviário brasileiro é disciplinado pelo Regulamento dos Transportes ferroviários aprovado pelo decreto nº. 1.832, de 4 de março de 1996. Das doze malhas concessionadas, quatro são administradas pela holding ALL - América Latina Logística S.A., que atualmente opera as concessionárias Ferroban – Ferrovias Bandeirantes S.A., Ferronorte S.A. – Ferrovia Norte Brasil, Ferrovia Novoeste S.A. - Novoeste e ALL - América Latina Logística do Brasil S.A., sendo que as três primeiras, até maio de 2006, foram operadas pela holding Brasil Ferrovias S.A.. Juntamente com a Companhia Ferroviária do Nordeste - CFN, Ferrovia Centro Atlântica S.A. - FCA, Ferrovia Tereza Cristina S.A. - FTC, MRS Logística S.A., são responsáveis, hoje, pelos 25.336 Km concedidos da antiga malha da RFFSA.

Os demais 2.550 Km concedidos estão sob responsabilidade da Ferropar (sub-concessionária da Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A. - Ferroeste, empresa do estado do Paraná), da Ferronorte S.A., da Valec - Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. (empresa pública detentora da Ferrovia Norte Sul) e outras duas malhas são administradas pela concessionária Companhia Vale do Rio Doce - CVRD, que opera as concessões da Estrada de Ferro Carajás - EFC e da Estrada de Ferro Vitória à Minas - EFVM. Assim, as 11 malhas concedidas à iniciativa privada totalizam 27.886 Km, que, somadas à Ferrovia Norte Sul (empresa pública), atingem 28.112 Km de extensão de malhas concedidas, o que equivalem a 95% do sistema.

CNT (2) (2007)

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Resultados das Ferrovias

Fonte: CNT (2007)

PPÉÉSSSSIIMMOO EESSTTAADDOO DDEE

CCOONNSSEERRVVAAÇÇÃÃOO

AALLTTOO CCUUSSTTOO DDEE CCAAPPIITTAALL

RREEGGUULLAAMMEENNTTAAÇÇÃÃOO IINNAADDEEQQUUAADDAA Fonte: COPPEAD/UFRJ - 2002

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Principais Produtos (Tu)

Principais Entraves Logísticos (CNT (2), 2007)

⇒ Invasões na Faixa de Domínio; ⇒ Passagens de Nível Críticas; ⇒ Diferenças de Bitola; ⇒ Direito de Acesso; ⇒ Malha Antiga (muitas curvas e rampas); ⇒ Manobras de trens que paralisam o tráfego de veículos e pessoas; ⇒ Circulação de trens de carga com compartilhamento dos de passageiros (CPTM); ⇒ Acesso difícil aos portos de Santos, Rio de Janeiro, Paranaguá e de São Francisco do Sul. ⇒ Necessidade de expansão e Integração da Malha Ferroviária Nacional;

o Concretização da Ferronorte e da Norte-Sul; o Eixo ferroviário para escoamento de grãos do sul de Goiás e Mato Grosso para os

portos de Santos, Sepetiba e Vitória; o Construção da Transnordestina: Ferrovia importante, não apenas para Pernambuco,

mas, igualmente para os nove Estados do Nordeste, desde o Maranhão até a Bahia, interligando os pólos de produção agrícola, mineral e industrial da região. Foi iniciada sua implantação em 1990 e em dezembro de 1992 foi paralisada por falta de recursos;

o Ligação com o Pacífico: (Gazeta Mercantil – 12/03/2004) – Um dos projetos prevê a ligação do porto de Santos com o Antofagasta, na costa chilena, no oceano pacífico, passando pela Bolívia e pela Argentina. O trecho brasileiro (41,51%) inicia no porto de Santos (SP) até Corumbá (MS), com 1.772 Km; de Corumbá a Pocitos, divisa da Bolívia com Argentina, mais 1.170 Km; de Pocitos a Socompa, na fronteira da Argentina e o Chile, outros 987 Km; e de Socompa a Antofagasta, na costa do Pacífico, mais 340 Km. Redução das rotas entre a China e a Índia em 7.000 Km.

Fonte: Relatório ANTT de 05/07/2006

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Principais Características Operacionais � Menor consumo de combustíveis (comparado com o rodoviário). � Menores impactos ambientais (comparado com o rodoviário). � Capacidade de transporte de grande peso e quantidade à longa distância. � Cargas com baixo valor agregado (granel, carvão, produtos químicos etc.). � Alto custo fixo => Via segregada, equipamentos, pátios de manobras e terminais caros. � Custos operacionais baixos => Óleo e energia elétrica. � Frete mais barato em torno de 50% comparado com o modo rodoviário. � Ligação com hidrovias (comércio internacional). � Composição com rodovias (empresas ferroviárias conveniadas com rodoviárias). � Utilização de trens unitários (custo operacional mais baixo do que as composições tradicionais,

mais rápidos e não necessitam do uso de pátios para manobra). � Uso de contêineres -> menos avarias aos produtos. � Necessidade de bitolas padronizadas para integração regional e internacional. No Brasil existem

três bitolas: larga (1,60 m – 17%), métrica (1,00 m – 81%) e mista (1,435 - 2%).

AQUAVIÁRIO De acordo com a ANTAQ, os tipos de navegação são: � Navegação de cabotagem: é aquela realizada entre os portos ou pontos do

território brasileiro, utilizando a via marítima ou estas e as vias navegáveis interiores;

� Navegação de longo curso: é a navegação realizada entre os portos brasileiros e os estrangeiros;

� Navegação de interior: é aquela realizada em hidrovias interiores, em percurso nacional ou internacional;

� Navegação de apoio marítimo: é a realizada para o apoio logístico a embarcações e instalações em águas territoriais nacionais e na Zona Econômica, que atuem nas atividades de pesquisa e lavra de minerais e hidrocarbonetos;

� Navegação de apoio portuário: realizada exclusivamente nos portos e terminais aquaviários, para atendimento a embarcações e instalações portuárias.

Definições quanto a área de cobertura:

(1 milha marítima = 1852 metros) - http://www.inmetro.gov.br/consumidor/unidLegaisMed.asp 1)Mar Territorial Brasileiro: De acordo com a Lei 8.617 de 04/01/1993, no Art. 1º, compreende uma faixa de doze milhas marítima de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil. 2)Zona Contígua: De acordo com a Lei 8.617 de 04/01/1993, Capítulo II, Art. 4º e Art. 5º, compreende uma faixa que se estende das doze às vinte e quatro milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial. Na zona contígua, o Brasil poderá tomar as medidas de fiscalização necessárias para: I - evitar as infrações às leis e aos regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou sanitários, no seu território, ou no seu mar territorial; II - reprimir as infrações às leis e aos regulamentos, no seu território ou no seu mar territorial. 3)Zona Econômica Exclusiva: De acordo com a Lei 8.617 de 04/01/1993, Capítulo II, Art. 6º ao Art.10º, compreende uma faixa que se estende das doze às duzentas milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial.

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Na zona econômica exclusiva, o Brasil tem direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não-vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo, e no que se refere a outras atividades com vistas à exploração e ao aproveitamento da zona para fins econômicos. Na zona econômica exclusiva, o Brasil, no exercício de sua jurisdição, tem o direito exclusivo de regulamentar a investigação científica marinha, a proteção e preservação do meio marítimo, bem como a construção, operação e uso de todos os tipos de ilhas artificiais, instalações e estruturas. A investigação científica marinha na zona econômica exclusiva só poderá ser conduzida por outros Estados com o consentimento prévio do Governo brasileiro, nos termos da legislação em vigor que regula a matéria. A realização por outros Estados, na zona econômica exclusiva, de exercícios ou manobras militares, em particular as que impliquem o uso de armas ou explosivos, somente poderá ocorrer com o consentimento do Governo brasileiro. É reconhecido a todos os Estados o gozo na zona econômica exclusiva, das liberdades de navegação e sobrevôo.

Principais Características Operacionais

� Capacidade para transportar cargas com grande volume. � Elevado custo portuário. � Menor custo de transporte para grandes distâncias. � Rodoviário < Custo Fixo Aquaviário < Ferroviário. � Desvantagens -> Baixa velocidade (maior prazo de entrega), alcance da operação limitado

(normalmente necessita de outro modo para complementação do transporte). � Normalmente os terminais são mantidos pela transportadora, mas com acesso controlado pelo

governo. � Devido à baixa velocidade considera-se a possibilidade do estoque em trânsito.

Principais Tipos de Embarcações

1)Cargueiros - são navios construídos para o transporte de carga geral, ou seja, carga acondicionada. Normalmente, seus porões são divididos horizontalmente por prateleiras (conveses), onde diversos tipos de cargas podem ser estivados ou acomodados para o transporte. A fim de diferenciá-los dos navios destinados ao transporte de mercadorias específicas, são também chamados de navios convencionais. São utilizados em alguns tráfegos regulares, como liners, isto é, oferecem um serviço regular, conferenciado ou não, e por isso com velocidade adequada às suas operações. Embora os cargueiros convencionais também permitam o transporte de contêineres no convés, por não serem adaptados para esse fim, eles acabam onerando o transporte e provocando tempo adicional de estadia nos portos. Essas razões implicaram na utilização de Porta-Contêiner, Roll-on/Roll-off ou Multi-Purpose para o transporte econômico dos contêineres. Obs.: Convés: designação comum aos pavimentos a bordo de uma embarcação. 2)Porta-Contêiner: são navios especializados, utilizados exclusivamente para transportar contêineres, dispondo de espaços celulares. Os contêineres são movimentados com equipamento de bordo ou de terra. As unidades são transportadas tanto nas células como no convés.

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Geralmente essas embarcações possuem velocidade de cruzeiro elevada, em torno de 18 a 23 nós1. As Conferências que atendem o Brasil têm navios com capacidade até 2500 TEU embora no exterior a capacidade alcance perto de 5000 TEU. Os equipamentos de manuseio do próprio navio podem ser guindastes ou pórticos, mas os equipamentos específicos do cais para esse tipo de manuseio são pórticos marítimos, denominados “portêineres” com elevada velocidade para carga e descarga. O sistema de manuseio de contêineres por içamento é conhecido como Lift-on/Lift-off (Lo-Lo), em comparação com o Roll-on/Roll-off. 3) Roll-on/Roll-off (Ro-Ro): são navios especiais para o transporte de veículos, carretas ou trailers. Dispõem de rampas na proa, na popa e/ou na lateral, por onde a carga sobre rodas se desloca para entrar ou sair da embarcação. Internamente possuem rampas e elevadores que interligam os diversos conveses.

Proa - É extremidade anterior do navio no sentido de sua marcha normal. Tem a forma exterior adequada para mais facilmente fender o mar. Popa - É a extremidade posterior do navio. Tem a forma exterior adequada para facilitar a passagem dos filetes líquidos que vão encher o vazio produzido pelo navio em seu movimento, a fim de tornar mais eficiente a ação do leme e da hélice.

Quando transportam contêineres, os mesmos são introduzidos nas embarcações por veículos sobre rodas, embora alguns Ro-Ro também transportem os contêineres no convés, e neste caso podem ser colocados ou retirados das embarcações, por içamento a partir do cais. Essas embarcações são conhecidas por Ro-Ro/Lo-Lo. O sistema foi planejado de modo que o equipamento utilizado para descarregar o navio permite a transferência da carga diretamente da área do terminal para a rede rodoviária ou ferroviária além de oferecer grande flexibilidade quanto aos tipos, tamanhos e peso da carga a ser transportada. Os veículos motorizados podem ser conduzidos para dentro ou para fora da embarcação com força motriz própria. 4)Multipurpose: são navios projetados para linhas regulares para transportarem cargas diversas como: neo-granéis(aço, tubos etc.) e contêineres, embora também possam ser projetados para o transporte de granéis líquidos em adição a outras formas de acondicionamento como granéis sólidos. 5)Graneleiros - são navios destinados apenas ao transporte de granéis sólidos. Seus porões, além de não possuírem divisões, têm cantos arredondados, o que facilita a estiva da carga. A maioria desses navios opera como “tramp”, isto é, sem rotas ou linhas estabelecidas. Considerando que transportam mercadorias de baixo valor, devem ter baixo custo operacional. A sua velocidade é inferior à dos cargueiros. Os principais tipos de graneleiros são: � General Purpose: tem capacidade entre 25.000 e 50.000 TPB (Tonelada de Porte Bruto) e tem

muitas diferenças quanto ao calado, comprimento, largura, capacidade cúbica, número e tamanho das escotilhas e porões, equipamentos etc.. Os de 26.000 TPB são construídos em série. Tem construção relativamente simples, mas tem apreciável flexibilidade operacional como, por exemplo, para transporte de grãos, carvão, minério e produtos siderúrgicos.

� 25.000 - 50.000 TPB (Handy-sized) - tem elevada eficiência em termos de poupança de combustível e de oportunidade de emprego. Tem a possibilidade de trafegar no canal do Panamá

1 De nós para m/s: x 0,5144; de nós para milhas/h: x 1,1515; de nós para Km/h: x 1,8539.

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e de Suez e para atender às condicionantes técnicas de restrição de calado de alguns dos principais portos e terminais de granéis.

� 35.000 - 50.000 TPB (Handy-max) - surgiram no final da década de 1950. No início destinavam-se ao transporte especializado de minérios mas, gradativamente, também passaram a ser usados no transporte de outros granéis.

� “Panamax”: construídos para atravessar o canal do Panamá, e por isso com certas dimensões quanto a boca e calado. A sua capacidade está entre 50.000 e 75.000 TPB. Freqüentemente também são empregados no tráfego internacional em outras rotas. A tabela a seguir apresenta algumas gerações de navios Panamax.

5) Navios Químicos - Transportam cargas químicas especiais, tais como: enxofre líquido, ácido fosfórico e soda cáustica. 6) Navios Gaseiros – Como o próprio nome sugere, transportam gases liquefeitos. Calado: é a distância vertical entre a linha d’água e a parte mais baixa do navio naquele ponto. Linha d’água: é a linha que todo navio deve ter gravada no seu costado, para que se possa verificar visualmente se o mesmo está sobrecarregado. TPB: diferença entre o deslocamento máximo e o deslocamento leve. Representa, portanto, o peso que o navio é capaz de transportar, ou seja, carga + combustível + equipagem (desprezível).

Navios Combinados

1) Mínero-Petroleiros (Ore-Oil): são adequados tanto para o transporte de minério como de petróleo. Alguns possuem tanques e porões separados; outros possuem tanques conversíveis os quais, após o transporte do petróleo, são lavados e utilizados como porões, acomodando o minério a granel. 2) Graneleiros-petroleiros (Ore-Bulk-Oil): são navios próprios para transporte de petróleo e, alternativamente para mercadoria a granel, como cereais. 3) Navios Tanques: são embarcações exclusivas para o transporte de granéis líquidos. Inclui os petroleiros. Possuem equipamento para bombear a carga a bordo e vice-versa. Com o fechamento do Canal de Suez aumentou o porte desses navios, de modo a reduzir o custo operacional decorrente do aumento da distância de viagem, dando origem aos VLCC - Very Large Crude Carrier (geralmente na faixa acima de 150.000 TPB) e os ULCC - Ultra Large Crude Carrier (com mais de 300.000 TPB). Com a reabertura do Canal de Suez e a descoberta de petróleo no Mar do Norte e no Golfo do México, reduziram-se as distâncias, o que tornou a utilização dessas embarcações antieconômica.

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Atualmente, a tendência é para utilização de uma frota com embarcações mais econômicas e mais ágeis. Os superpetroleiros de até 500.000 TPB, grande novidade no início da década de 70, têm sido sucateados ou utilizados como armazéns flutuantes, comprovando que em todos os setores opta-se por estoques menores. A tendência tem sido de utilização de petroleiros nas faixas de 60.000-100.000 TPB e 100.000 a 150.000 TPB

Longo Curso (Internacional), Cabotagem e “Feeder Service”

Os serviços de transporte marítimo de longo curso são oferecidos, fundamentalmente, de duas formas opostas: � os “liners” que prestam serviços regulares (rotas, escalas e datas determinadas) através de

Conferências de Frete e Acordos Bilaterais. São utilizados para carga geral, que é constituída, principalmente, por produtos de alto valor,

� os “outsiders”, que prestam os mesmos serviços mas não participam das Conferências de fretes; � os “tramps” que oferecem serviços irregulares de transporte, associados a grandes

carregamentos por embarque, de cargas de baixo valor unitário. Conferências de Fretes: as Conferências de Frete correspondem a grupos de empresas de transporte marítimo de longo curso que se unem para explorar o serviço em determinado tráfego, estabelecendo o mesmo frete, regularidade, continuidade, qualidade de serviço relativamente uniforme, e demais condições de transporte para o usuário. Começaram no século passado com os ingleses, no tráfego entre Inglaterra e Índia, pois havia um excesso de espaço sendo oferecido nessa rota, o que reduzia os fretes cobrados. A idéia subjacente às Conferências é que as mesmas representavam, para o usuário, uma garantia de qualidade e segurança, frente aos “outsiders” o que também justificava a cobrança de um frete mais elevado. Gradativamente percebeu-se, no entanto, que as Conferências protegiam alguns armadores e não o comércio exterior nacional. Obs.: O Armador é a pessoa jurídica, que em seu nome e sob sua responsabilidade, apresta o navio a utilizá-lo para a navegação. Acordos Bilaterais: Os Acordos Bilaterais de Tarifas e Fretes são estabelecidos entre dois governos, segundo o qual a carga marítima, gerada entre ambos os países, é dividida entre as bandeiras nacionais. As Tarifas de Fretes dos Acordos, assim como as das Conferências, são registradas no Departamento de Marinha Mercante, mas os valores do frete exercidos na prática geralmente são negociados e tem valor inferior. As embracações “feeder service”, embora ainda não esteja em funcionamento no litoral brasileiro, têm por objetivo apoiar o transporte marítimo de longo curso, atuando na cabotagem. Justifica-se o seu uso, principalmente, na contêinerização. A idéia subjacente, quanto à carga importada, é que os navios de longo curso atracariam apenas nos principais portos brasileiros, e a partir daí os contêineres seriam transferidos para embarcações menores, que os transportariam até os portos menos expressivos. Na exportação obedecer-se-ia o fluxo inverso.

Linhas Diretas X Transhipment As linhas diretas são aquelas que permitem ao dono da carga embarcá-la em um navio que o conduzirá do porto de origem ao porto de destino estabelecido no conhecimento de embarque. Esta, no entanto, freqüentemente não é a modalidade que proporciona o frete mais baixo ao dono da carga, notadamente, quando os fluxos de tráfego na rota são reduzidos. O Transhipment consiste em aproveitar os fluxos de tráfego intensos, realizando uma triangulação ao invés do tráfego direto, ou seja, embarcando a carga para um porto intermediário onde esta será

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transferida para outro navio até o destino. A sua utilização portanto é indicada nas rotas onde o tráfego é reduzido. O frete total que se obtém é mais baixo comparado com o embarque direto, mas o tempo total de trânsito também costuma superar o “transit time” dos embarques diretos. O contêiner é elemento fundamental como parte integrante do transhipment.

Navegação Fluvial

(retirado de http://www.mar.mil.br/dhm/publicacao/download/cap-40.pdf)

Segundo a morfologia, é possível distinguir, de maneira esquemática, quatro tipos de cursos d’água: 1)Rios de alto curso: São rios que percorrem regiões altas e/ou acidentadas. Nestes rios são comuns as quedas rápidas e corredeiras. As margens altas predominam e os rios raramente são largos e profundos. As condições de navegabilidade são precárias para embarcações de porte. As terras que os circundam são, geralmente, pouco sujeitas a alagamentos extensos. 2)Rios de médio curso (rios de planalto): Estes rios também apresentam obstáculos para a navegação, tais como corredeiras e trechos com pedras e/ou pouca profundidade; mas os obstáculos não são muito freqüentes e, entre eles, a navegação é possível, se bem que nem sempre fácil, para embarcações maiores. Assim, os rios de planalto apresentam, normalmente, uma sucessão de estirões mais ou menos extensos, com pouca declividade e boas condições naturais de navegação, interrompidos por desníveis que formam corredeiras ou quedas, por vezes de elevada altura, que tornam difícil, se não impossível, a transposição por embarcações. 3)Rios de baixo curso ou de planície: São os mais favoráveis à navegação, caracterizados por uma declividade suave e regular. Os rios de planície são, em geral, razoavelmente largos. A navegação é relativamente fácil, se bem que possam existir obstáculos, como os bancos de areia. É comum haver bifurcações que formam ilhas fluviais e criam alternativas para a navegação. 4)Rios Costeiros: no caso do Brasil, eles descem diretamente do planalto central brasileiro para o Oceano Atlântico e estão distribuídos ao longo da costa oriental do país, desde o Nordeste até o Rio Grande do Sul. Não oferecem, em sua maioria, qualquer condição natural que favoreça a navegação. Excluídos os lagos e lagoas navegáveis, podem-se dividir as vias navegáveis interiores em 3 classes: 1)Rios de corrente livre: Os rios de corrente livre são os naturalmente navegáveis, em que não há barragens em seu curso. Sem perder, entretanto, esta característica, eles podem ter as suas condições de navegabilidade sensivelmente melhoradas, por meio de dois principais processos, que podem ser usados isoladamente ou conjuntamente: regularização do leito e dragagem. 2)Rios canalizados: construindo-se uma série de barragens com eclusas (ou outro meio de transposição de desnível) ao longo de um curso d’água, tem-se um rio canalizado. O termo “canalizado”, em nossa língua, pode dar uma impressão falsa de outros tipos de obras nos rios ou riachos, geralmente feitas quando estes atravessam cidades. Seria melhor, talvez, que os chamássemos de rios represados. Exemplo: hidrovia Tietê–Paraná, com as barragens e eclusas de Barra Bonita, Bariri, Ibitinga, Promissão, Nova Avanhandava e Três Irmãos, no Rio Tietê; e de Jupiá e Porto Primavera, no Rio Paraná.

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Eclusas ou Elevadores de Embarcações: é um reservatório em forma de paralelepípedo que possibilita, pelo seu enchimento e esvaziamento, que uma embarcação transponha uma diferença de nível.

Funcionamento de uma Eclusa

3)Canais: eles podem ser definidos como vias navegáveis interiores completamente artificiais, em oposição às vias navegáveis naturais. Há duas classes principais de canais:

Canais laterais: são usados quando o melhoramento de um trecho do rio é de tal modo difícil ou oneroso que se torna preferível construir lateralmente um canal, inteiramente artificial, que pode ser dividido em vários planos d’água, ligados por eclusas ou elevadores.

Canais de partilha: são os de interligação de hidrovias (ou de bacias hidrográficas).

2

Eclusa de Gatun, em direção ao Pacífico, no canal do

Panamá - Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/turismo/americacentral/panama-canal.shtml

3

Fonte: Fundação Ayrton Lolô Cornelsen http://www.fundacaololo.com.br/sudesul%20-%20hidrovia%20do%20ivai%20-

1

Eclusa de Sobradinho, no rio São Francisco, na Bahia

- Fonte: http://www.portaldosaofrancisco.hpg.ig.com.br/sobradinho/eclusa.html

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Alguns Painéis para Sinalização Complementar Fluvial

Bordos - São as duas partes simétricas em que o casco é dividido pelo plano diametral: Boreste (BE) é a parte à direita e bombordo (BB) é a parte à esquerda, supondo-se o observador situado no plano diametral e olhando para a proa. Em Portugal se diz estibordo, em vez de boreste. Montante: o lado de um curso de água é o mesmo da nascente. Jusante: o inverso.

Dados Representativos (COPPEAD, 2002)

Obs.1 – FMM: É administrado pelo Ministério dos Transportes, através do Departamento do Fundo da Marinha Mercante – DEFMM. Foi constituído em 1958, com a finalidade fomentar a Construção Naval Brasileira, a Renovação da Frota Nacional e o Apoio à Exportação de Embarcações Nacionais, através do AFRMM. O FMM é constituído por: • Cota-parte do Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante – AFRMM, tributo incidente sobre o frete

marítimo e arrecadado pelo Ministério dos Transportes, através do Departamento do Fundo da Marinha Mercante – DEFMM;

• Retorno dos financiamentos concedidos pelo Agente Financeiro; e • Receita de operações financeiras.

77..550000 KKmm ddee ccoossttaa ccoomm 8800%% PPIIBB VVooccaaççããoo ppaarraa CCaabboottaaggeemm

4455..000000KKmm ddee rriiooss nnaavveeggáávveeiiss ((UUttiilliizzaaddooss cceerrccaa ddee 1100..000000KKmm,, sseennddoo qquuee 8811,,44%% ssããoo ppeellaa bbaacciiaa aammaazzôônniiccaa))

MMoovviimmeennttaaççããoo ddee bbeennss pprriimmáárriiooss

EExxcceessssoo ddee mmããoo--ddee--oobbrraa nnaass ooppeerraaççõõeess ppoorrttuuáárriiaass.. ** ddee 33 aa 99 vveezzeess mmaaiioorr qquuee eemm ppoorrttooss eeuurrooppeeuuss ee ssuull--aammeerriiccaannooss

BBaaiixxaa eeffiicciiêênncciiaa rreellaattiivvaa nnaa mmoovviimmeennttaaççããoo ddee ccoonnttêêiinneerreess.. ** mmááxx.. 2277 uunniidd..//hhoorraa.. OO iiddeeaall éé 4400 uunniidd..//hhoorraa

PPééssssiimmoo eessttaaddoo ddooss eessttaalleeiirrooss

AAllttoo ccuussttoo ddoo ccaappiittaall FFuunnddoo MMaarriinnhhaa MMeerrccaannttee((OObbss..11))

EEnnccoommeennddaa ppaarraa eessttaalleeiirrooss nnaacciioonnaaiiss

NAVEGAR JUNTO A ESTA MARGEM A SEU BORESTE

NAVEGAR JUNTO A ESTA MARGEM A SEU BOMBORDO

MUDE PARA A MARGEM A SEU BORESTE

MUDE PARA A MARGEM A SEU BOMBORDO

NAVEGAR PELO MEIO DO RIO

TRÁFEGO ENTRE AS MARGENS

DISTÂNCIA PERCORRIDA DE JUSANTE PARA MONTANTE

ALINHAMENTO RUMO A SER SEGUIDO

REDUZIR VELOCIDADE. EVITE MAROLAS NAS MARGENS

FUNDEIO PROIBIDO NA ÁREA OU NO ALINHAMENTO DOS PAINÉIS

OBSTRUÇÃO AÉREA. MÁXIMA ALTURA PERMITIDA

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Desempenho (ANTAQ, 2007)

OBS.2

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OBS.2

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* Prancha Média (ANTAQ, 2007) o Unidade de medida: unidades/h Fórmula de cálculo: somatório das unidades movimentadas tempo atracado em h o Utilidade : Indica a produtividade média de cada terminal ou conjunto de berços, medida em

relação ao tempo de atracação dos navios, tomado como tempo de atendimento.

Principais Hidrovias Nacionais

� Hidrovia do Madeira (Corredor Oeste): navegável por 1.056 Km entre Porto Velho (RO) até sua foz no Rio Amazonas, em Itacoatiara (AM), por onde circula a maior parte da produção de grãos e minérios da região;

� Hidrovia do São Francisco (Corredor São Francisco): de Pirapora (MG), a Juazeiro (BA), são 1.371 Km de vias navegáveis que transportam 170 mil toneladas anuais de carga;

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� Hidrovia Guamá Capim (Corredor Tocantins-Araguaia): conta com 2.250 Km de rios navegáveis: 580 Km no Rio das Mortes, 1.230 Km no Rio Araguaia e 440 Km no Rio Tocantins. A área de influência da hidrovia abrange vários municípios, destacando-se Paragominas (PA), São Domingos do Capim (PA) e São Miguel do Guamá (PA). A hidrovia está sinalizada e dragada, com expectativa de movimentar dois milhões toneladas por ano de minérios provenientes das jazidas de caulim e de bauxita e também produtos de pólos agropecuários da região;

� Hidrovia Tietê-Paraná (Corredores Transmetropolitano do Mercosul e do Sudoeste): maior em extensão e volume - ligando Conchas (SP), no rio Tietê, e São Simão (GO), no rio Paranaíba, até Itaipu (PR). Atinge 2.400 Km de via navegável e 5,7 milhões de toneladas por ano de cargas transportadas;

� Hidrovia Paraguai-Paraná: um dos mais extensos e importantes eixos continentais de integração política, social e econômica. Ela corta metade da América do Sul, servindo a cinco países: Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai, desde a cidade de Cáceres (MT), até Nova Palmira, no Uruguai, totalizando 3.442 Km. No trecho brasileiro, totaliza 1.270 Km.

Curiosidades (GuiaLog, 2006) Super Cargueiro de Contêineres Para construir um super cargueiro com capacidade para 3.000 contêineres, são necessárias de 10.000 a 12.000 chapas de aço, quantidade que cobriria o equivalente a 8 campos de futebol.

Cargueiro dinamarquês Emma Maersk (Revista Veja de 28/03/2007, pgs 100 e 101)

Fabricado em 2006, carrega 11 mil contêineres, que para ser transportado por via terrestre precisaria de um comboio de 71 km. Tripulação de 13 pessoas, com 56 m de largura e 61 metros de altura (equivale a um edifício de 16 andares), calado de 16 m (nenhum porto da América do sul pode recebê-lo), motor com 109 mil cavalos (equivalente à potência de 1156 carros) e com âncora de 29 toneladas. Navios Pela legislação internacional, os navios são obrigados a deixarem a mostra 2 bandeiras de países, uma na popa, referente a nacionalidade do mesmo e uma na parte mais alta do mesmo, referente ao país a qual pertence as águas que está navegando.

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DUTOVIA

Podem ser classificados segundo (Terzian, 2005): � O material de constituição: aço, materiais "não metálicos" etc; � A localização em relação ao meio: enterrado, aéreo, submarino, flutuante; � A rigidez: rígido ou flexível; � A temperatura de operação: normal ou aquecido � O produto que transporta: oleoduto, gasoduto e minerodutos. Quanto ao tipor de produto, pode detalhar o seguinte: 1 - Oleodutos, cujos produtos transportados são, em sua grande maioria: petróleo, óleo combustível, gasolina, diesel, álcool, GLP, querosene e nafta2, e outros. 2 - Minerodutos, cujos principais produtos transportados são: Sal-gema3, Minério de ferro e Concetrado Fosfático. 3 - Gasodutos, cujo principal produto transportado é o gás natural. O Gasoduto Brasil-Bolívia (3150 km de extensão) é um dos maiores do mundo.

Histórico baseado em Terzian (2005)

Em 1865 foi construído o primeiro oleoduto para transporte de hidrocarbonetos, com 2" de diâmetro, que era de ferro fundido e ligava um campo de produção à uma estação de carregamento de vagões, a uma distância de 8 km, na Pensilvânia. No Brasil, a primeira linha que se tem registro foi construída na Bahia, com diâmetro de 2" e 1 km de extensão, ligando a "Refinaria Experimental de Aratu" ao Porto de Santa Luzia e que recebia o petróleo dos "Saveiros-Tanques" vindos dos campos de Itaparica e Joanes, com início de operação em maio de 1942. O primeiro gasoduto interestadual (GASEB) entrou em operação em 1975 ligando os estados de Sergipe e Bahia, cuja extensão é de 235 km e o diâmetro de 14". Nos anos 90, os rápidos avanços de informática deram um grande impulso nos sistemas de controle e de aquisição de dados nos oleodutos e gasodutos, tais como o sistema SCADA (Supervisory Control and Data Aquisition), permitindo um acompanhamento e supervisão das operações em tempo real. Nos projetos dos novos dutos foram utilizados, ainda, outros equipamentos e sistemas avançados da informática, permitindo levantamentos e mapeamentos com a ajuda de satélites, como o GPS (Global Positioning System) e o GIS (Geographic Information System), além do emprego do CAD (Computer Aided Design) na elaboração dos desenhos.

2Nafta: é a matéria-prima básica para toda a cadeia de produção das resinas plásticas e é obtida na primeira etapa do refino do petróleo, que envolve quatro fases. 3 Sal-gema: sal derivado de precipitação química devido à evaporação da água de antigas bacias marinhas em ambientes sedimentares.

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Características Operacionais � Nos EUA 53% dos TKm totais de petróleo e óleo bruto � Vantagens -> operam 24h/dia e 7 dias / semana => com restrições durante a troca de produtos

transportados e manutenção. � Maior custo fixo (construção, controle das estações e bombeamento), menor custo variável

(pouca MO) de todos os modos.

Dutos da Transpetro – Região Sudeste

Mais informações em http://www.transpetro.com.br/portugues/negocios/dutosTerminais/mapaDutos.shtml.

Relatório da ANTT de 05/07/2006

Fonte: Relatório da ANTT de 05/07/2006

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Gasoduto Brasil - Bolívia ���� Investimento de US$ 2 bilhões, sendo US$ 1,7 bilhão no Brasil. ���� 540 mil toneladas de tubos de aço carbono, fabricados no Brasil, Japão e Estados Unidos.

426 mil toneladas em solo brasileiro. ���� 12 Estações de Compressão construídas no país. ���� 2 Estações de Medição instaladas (duas no Brasil e uma na Bolívia). ���� 36 Estações de Entrega (city-gates) no Brasil. ���� 115 Válvulas de Bloqueio instaladas ao longo de todo o trajeto do gasoduto. ���� As tubulações são enterradas em valas de dois metros de largura, em uma profundidade

entre 1,20 e 2,50 metros. Trecho Boliviano

O gasoduto começa em Rio Grande, 40 quilômetros ao sul de Santa Cruz de La Sierra e se estende por 557 km até Puerto Juarez, na fronteira com o Brasil.

Trecho Brasileiro O gasoduto entra em solo brasileiro por Corumbá, Mato Grosso do Sul (717Km), às margens do Rio Paraguai, passando por São Paulo (1042Km), pelo Paraná (207Km), por Santa Catarina (447Km) e pelo Rio Grande do Sul (184Km). Mais informações em http://www.tbg.com.br.

Mineroduto da SAMARCO

Opera com baixos custos operacionais e elevada confiabilidade, o que proporciona segurança operacional e proteção ambiental. Há 25 anos em atividade, é o maior mineroduto do mundo para transporte de minério de ferro, com 396 km de extensão, 346 km de diâmetro 20" e 50 km de diâmetro 18". A espessura da chapa de aço varia de 8 mm até 19 mm. Liga a Unidade de Germano, em Minas Gerais, à Unidade de Ponta Ubu, no Espírito Santo, atravessando centenas de propriedades em 24 municípios. Projetado para transportar 12 milhões de toneladas/ano, o Mineroduto da Samarco tem hoje capacidade para bombear 15,5 milhões de toneladas/ano de concentrado de minério de ferro. Um moderno sistema de transmissão de dados on-line, via satélite, permite o monitoramento em tempo real de toda a operação. A velocidade de transporte pode variar de 1,5 m/s até 1,8 m/s, com vazões aproximadas variando de 1.000 m³/h até 1.200 m³/h. O ponto de maior elevação está localizado na Serra do Caparaó, com 1.180m. O tempo de transporte entre as duas Unidades é de cerca de 61 horas, com velocidade média de 1,8 m/s. A tubulação é praticamente toda enterrada a cerca de 1,5m de profundidade e protegida contra corrosão, através de revestimento de fita de PVC e um sistema de proteção catódica por corrente impressa. Sua vida útil projetada era de 20 anos, mas, devido a um melhor controle operacional e menores taxas de corrosão e abrasão, estima-se que ela possa ser estendida para o dobro. Mais informações em http://www.samarco.com/port/operacao/mineroduto.asp.

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AÉREO

Fontes: Atlas do Transporte, CNT, 1ª edição, 2007, Em 1898 Santos Dumont realizou o primeiro vôo em balão mecanicamente dirigido e, em 1906, bateu o recorde de vôo com o 14-Bis, de motor a explosão, voando 220 metros em 21 segundos. A utilização do avião no transporte de passageiros data de 1919. Na Primeira Guerra Mundial o avião começou a ser utilizado para fins bélicos e, no final da década de 20, a aviação comercial já estava definitivamente estabelecida, apresentando daí até os dias atuais grande desenvolvimento. Atualmente o transporte aéreo responde por cerca de 0,31% da matriz de cargas e por 2,45% da matriz de passageiros, crescendo gradativamente com a economia a partir de 1994. O sistema aeroviário engloba as aerovias, os terminais de passageiros e de cargas e o sistema de controle de tráfego aéreo. Existem dois principais tipos de aerovias: as superiores, com altitude de vôo acima de 24.500 pés (7.450 m), e as inferiores, com altitude de vôo abaixo deste limite. Cada tipo de aerovia é ainda subdividido em outros níveis, sendo a diferença entre eles também estabelecida pela altitude de vôo. A altitude mínima de vôo passível de ser monitorada pelo Controle de Tráfego Aéreo é de 22.000 pés (6.700 m) e, abaixo desse valor, o vôo é considerado visual. As rotas de navegação aérea são estabelecidas somente no espaço aéreo superior e têm as mesmas dimensões das aerovias superiores. Cada rota é identificada por um designador que consiste das letras A, B, G, L, R, W ou Z, seguido de um número, por exemplo G678. As letras W e Z são usadas na identificação de rotas domésticas e as demais, nas rotas internacionais. As letras M, N, L e Z são usadas em particular nos designadores de Rotas de Navegação de Área (RNAV). Um designador de rota poderá ser acompanhado das letras U, S e K, com os seguintes significados: U (UPPER): indicando rota pertencente ao espaço aéreo superior; S (SUPERSONIC): indicando rota específica para vôos supersônicos; e K (KOPTER): indicando rota específica para vôo de helicóptero.

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Controle de Tráfego Aéreo (Air Traffic Control, ou ATC, em inglês) é um serviço prestado por controladores, em terra, que guiam aeronaves (geralmente, aviões) no ar e no solo, para garantir um fluxo de tráfego seguro, ordenado e rápido. Os controladores de tráfego aéreo fornecem indicações e autorizações de vôo, de acordo com as características operacionais das aeronaves e as condições de tráfego em determinado momento. Estas autorizações podem se referir à rota, altitude e/ou velocidade, para determinado vôo, devendo os pilotos cumprir as instruções/autorizações recebidas. O monitoramento do tráfego aéreo é feito por unidades de controle, como a Torre de Controle de Aeródromo, que controla o tráfego que pousa e decola dos aeródromos, e ainda os centros de controle de rota, que prestam serviço às aeronaves em sobrevôo ou na fase de cruzeiro que se segue a uma decolagem ou que precede uma aproximação e pouso. Estes centros de controle de rota, definidos como Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA) compõem o Sistema de Controle de Espaço Aéreo Brasileiro. Sob responsabilidade do Departamento de Controle de Espaço Aéreo (DECEA), órgão vinculado ao Comando da Aeronáutica, os CINDACTA são subdivididos em 4 setores, cobrindo todo território brasileiro. Juntamente com a ANAC, outro órgão de grande importância no sistema aeroviário brasileiro é a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (INFRAERO), que administra e opera, desde 1972, os aeroportos de interesse federal: aeroportos de capitais, de fronteira ou com grande volume de tráfego. Tipos de Aeronaves São vários os modelos de aeronaves, porém, todos eles são classificados em três tipos quanto a sua configuração e utilização: all cargo – full cargo (somente carga), combi (aeronave mista) e full pax (avião de passageiros). A configuração da aeronave é determinada pelo deck superior. Tipos de Cargas Todo tipo de carga pode ser transportada por este modo, desde que não ofereça risco à aeronave, aos passageiros e operadores. Para cargas perigosas, as condições estabelecidas pela IATA (International Air Transport Association) são bastante rigorosas. As mercadorias perigosas podem ser classificadas pela ONU nas seguintes categorias de riscos : Classe 1 - Explosivos; Classe 2 - Gases; Classe 3 - Líquidos inflamáveis; Classe 4 - Sólidos inflamáveis; Classe 5 - combustíveis e materiais oxidantes; Classe 6 - substâncias tóxicas e infecciosas; Classe 7 - materiais radioativos; Classe 8 - corrosivos; Classe 9 - mercadorias perigosas diversas. Características Operacionais � Mais novo e menos utilizado � Vantagem -> maior velocidade, custo compensado pela redução dos custos de estocagem

e armazenagem � Custo fixo baixo -> comparado com ferroviário, dutoviário e aquaviário.

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� Vias aéreas e aeroportos mantidos por órgãos públicos � Custo variável alto ->combustível, manutenção (material e MO) e pessoal de bordo e terra. � Difícil integração com outros modos (exceção para o rodoviário). � Válidos para produtos perecíveis e com alto valor agregado. � Frete 2 vezes maior que o modo rodoviário e 16 vezes maior que o ferroviário (Ballou,

2001). Curiosidade (GuiaLog, 2006) - Quando um prefixo de aeronave é PP, é porque a mesma está cadastrada / inscrita no ANAC, como estando em nome de um particular (pessoa física); e quando um prefixo de aeronave é PT, é porque a mesma está cadastrada / inscrita no ANAC, como estando em nome de uma empresa (pessoa jurídica).

CARGA POR MODO DE TRANSPORTE - BRASIL (Relatório da ANTT de 13/06/2005)

CARACTERÍSTICAS OPERACIONAIS DE CADA MODO DE TRANSPORTE

Modo

Custo por Ton.Milha (1,61km)

(1=maior)

Tempo Médio de Entrega

(1=mais rápido)

Variabilidade (1=menor)

Perdas e DaNos

(1=menor) Ferroviário 3 3 4 5 Rodoviário 2 2 3 4 Aquaviário 5 5 5 2 Dutoviário 4 4 2 1 Aeroviário 1 1 1 3

Fonte: Ballou, 2001

Modo Velocidade Disponibilidade Confiabilidade Capacidade Freqüência Ferroviário 3 2 3 2 4 Rodoviário 2 1 2 3 2 Aquaviário 4 4 4 1 5 Dutoviário 5 5 1 5 1 Aeroviário 1 3 5 4 3 Obs.: menor pontuação = melhor classificação Velocidade Relativo ao tempo de movimentação. Disponibilidade Capacidade de um modo atender a qualquer origem / destino. Confiabilidade Possibilidade de alterações nas programações de entrega esperadas ou

divulgadas. Capacidade Característica de um modo lidar com qualquer requisito de transporte,

como, por exemplo, o tamanho da carga. Freqüência Depende da quantidade de movimentações programadas.

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Fonte: Bowersox et al., 2001

Fonte: Arruda (2001)

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Fonte: Arruda (2001)

CARACTERÍSTICAS DE CAPACIDADE

AÉREO RODOVIÁRIO FERROVIÁRIO AQUAVIÁRIO DUTOVIÁRIO

Massa Pequena Média Grande Muito Grande Muito Grande Velocidade Muito Alta Alta Média Baixa Muito Baixa Alcance Muito Longo Médio Longo Muito Longo Muito Longo Custo Muito Alto Médio Baixo Muito Baixo Muito Baixo

Fonte: Ballou, 2001

CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO

AÉREO RODOVIÁRIO FERROVIÁRIO AQUAVIÁRIO DUTOVIÁRIO Custo Muito Alto Médio Baixo Muito Baixo Muito Baixo Prazo Muito Curto Curto Médio Longo Muito Longo Alcance Muito Longo Médio Longo Muito Longo Muito Longo Proteção Muito Alta Alta Média Baixa Muito Alta

Fonte: Ballou, 2001

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CARACTERÍSTICAS DOS PRODUTOS TRANSPORTADOS

AÉREO RODOVIÁRIO FERROVIÁRIO AQUAVIÁRIO DUTOVIÁRIO Peso x Volume Baixa Média Alta Muito Alta Alta Valor x Peso Muito Alta Alta Média Muito Baixa Muito Baixa Periculosidade Muito Baixa Baixa Média Alta Muito Alta Vol. de Pass. Baixa Alta Média Muito Baixa -

Fonte: Ballou, 2001

Evolução dos Transportes Rodoviário e Ferroviário (TKm por ano)

(Fonte: A Retirada dos Trilhos - Ivanil Nunes – Revista Iniciativa Econômica – UNESP - nº2 / 2002)

Relação Massa x Distância entre Ferrovia e Rodovia (EUA)

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Relação Massa x Distância entre Ferrovia e Rodovia (Brasil)