Repertório Sumário de Acervo Cartográfico Avulso / 1895 a 1997
Informatização do Acervo Cartográfico da EFNOB/Bauru
Transcript of Informatização do Acervo Cartográfico da EFNOB/Bauru
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
JÚLIO DE MESQUITA FILHO
Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação- FAAC
Departamento de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo- DAUP
INFORMATIZAÇÃO DO ACERVO CARTOGRÁFICO DA EFNOB
KM0/BAURU
Bolsista: Ana Luiza de Caires Schiavinato
Orientador: Prof. Dr. Samir Hernandes Tenório Gomes
Período: Agosto de 2012 à Julho de 2013
Bauru, Julho 2013
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
JÚLIO DE MESQUITA FILHO
Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação- FAAC
Departamento de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo- DAUP
INFORMATIZAÇÃO DO ACERVO CARTOGRÁFICO DA EFNOB
KM0/BAURU
Relatório Final de pesquisa apresentado à
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo. FAPESP
Processo n°: 2012/08626-3
Bolsista: Ana Luiza de Caires Schiavinato
Orientador: Prof. Dr. Samir Hernandes
Tenório Gomes
Bauru, Julho 2013
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SUMÁRIO
RESUMO ......................................................................................................................... 1
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 2
2. O CONTEXTO DA PESQUISA: A ESTRADA DE FERRO NOROESTE DO
BRASIL ........................................................................................................................... 4
4. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ....................................................................... 8
4.1 Etapas Realizadas ...................................................................................................... 11
4.1.1 Fase 1: Pesquisa bibliográfica com a temática: A cartografia e o patrimônio
cultural..............................................................................................................................12
4.1.2 Fase 2: Reconhecimento e identificação das fontes cartográficas do patrimônio
industrial da EFNOB na cidade de Bauru/SP ................................................................... 18
4.1.3 Fase 3: Organização do Catálogo ....................................................................... 25
4.1.4 Fase 4: Digitalização Cartográfica do Patrimônio Industrial da EFNOB na
Cidade de Bauru/SP .......................................................................................................... 29
4.1.5 Fase 5: Armazenamento e Gerenciamento das Imagens Digitais do Patrimônio
Industrial da EFNOB ........................................................................................................ 30
4.1.6 Fase 6: Desenvolvimento e Gerenciamento do Sistema Web do Acervo
Cartográfico ...................................................................................................................... 43
5. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 53
6. DIFICULDADES E PROBLEMAS ENCONTRADOS .................................... 54
7. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 55
ANEXO 1 - FICHA MODELO – CARTOGRÁFICO .............................................. 58
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RESUMO
Este relatório é final e tem como função apresentar o conteúdo de atividades
desenvolvidas pela aluna Ana Luiza de Caires Schiavinato, referente ao projeto de
informatização do acervo cartográfico da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (EFNOB),
processo Nº 2012/08626-3, realizada no período de agosto de 2012 à janeiro de 2013.
O trabalho faz parte do projeto intitulado “EFNOB Bauru Centro de Memória e
Informação Virtual”, que por sua vez, faz parte do projeto maior “EFNOB/Bauru, Km0”,
Edital FAPESP/CONDEPHAAT Nº 9/2011, processo Nº 11/51014-6 e Processo
CONDEPHAAT Nº 12/50041-2.
O projeto consiste em facilitar o acesso e conhecimento de dados cartográficos
concernentes ao patrimônio industrial ferroviário da EFNOB da cidade de Bauru/SP, com
posterior inserção dessas informações em banco de dados on-line.
Com a disponibilização on-line dos dados, informações e imagens cartográficas obtidas,
em formato digital, haverá efetiva contribuição para valorização do patrimônio industrial
ferroviário da EFNOB, assim como a preservação dos documentos constituintes do acervo,
para melhor e maior utilização do arquivo e também contribuirá para futuras pesquisas da
temática, assim como, banco de dados do Arquivo Público do Estado de São Paulo, Secretaria
da Cultura de São Paulo.
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1. INTRODUÇÃO
No Brasil, o estudo e a preservação do patrimônio ferroviário industrial têm alcançado
nos últimos anos crescente importância, principalmente, na discussão de muitas iniciativas
que tem englobado a reabilitação e a revalorização de antigos vestígios deste patrimônio
(linhas de trens, estações, depósitos, rotundas, oficinas e tantos outros). Nesse contexto, a
importância atribuída ao patrimônio ferroviário industrial tem dado origem, de maneira
recente, a muitas reflexões concretizadas em seminários, encontros, reuniões técnicas e
pesquisas, cujos resultados são aplicados na divulgação das atividades concernentes a este
patrimônio, bem como na definição de formas de permanência dessa herança cultural.
Figura 01 – Imagem da Rotunda e linhas férreas pertencentes, a época, a EFNOB, no município
de Bauru/SP
FONTE: Acervo do Museu Ferroviário de Bauru, sem data
Nesse contexto, as ações concretas para a preservação da memória desse conjunto
patrimonial industrial e ferroviário localizado na cidade de Bauru não têm conduzido a uma
atitude positiva relacionada ao tratamento cartográfico desse acervo, de modo a atender um
amplo leque de consultas e confecção de instrumentos de pesquisa. Os exemplos recentes de
propostas de preservação neste patrimônio industrial ferroviário têm carecido de ferramentas
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conscientes de critérios de intervenção desses bens culturais. Na maioria das vezes, as
propostas preservacionistas destes bens patrimoniais e culturais não têm levado em conta o
potencial estratégico dos serviços informacionais disponíveis, permitindo que ações básicas
de criação, ampliação e disseminação de informações na área operem sistemas de informações
restritos ou ineficazes.
O resgate, a recuperação, a organização de fontes documentais e inventários na área de
bens patrimoniais da ferrovia a fim de organizar o conhecimento produzido, sob impulso das
tecnologias da informação e comunicação apontam como o melhor caminho para melhorar a
qualidade de acesso e gerar imediatismo no atendimento das demandas informacionais.
Questões metodológicas como essas poderiam sistematizar informações, tornando-as
pertinentes, relacionando-as até constituírem um conjunto por meio do qual a memória
coletiva passa a ser valorizada, tornando-se patrimônio cultural. Ou seja, essas ações, como
última instância, velariam pela conservação dos fundos materiais e documentais de valor
histórico e artístico relacionados ao patrimônio industrial e ferroviário.
Neste sentido, a pesquisa teve como objetivo a coleta, tratamento, seleção, organização e
disseminação do acervo cartográfico do patrimônio industrial ferroviário da EFNOB da
cidade de Bauru/SP. Com amparo das novas tecnologias de acesso foi elaborada uma base de
dados on-line, onde os resultados obtidos, quando da conclusão deste trabalho, foram
inseridos e ganharam acesso remoto. Essa base tem como proposta à inserção no futuro
Centro de Memória Informação Virtual em processo de instalação na cidade de Bauru, onde
facilitará a busca em uma rede de dados dos acervos cartográficos, documentais e registros
fotográficos relacionados a este patrimônio. Fornecer informações eficazes, confiáveis e de
fácil acesso ao público geral e mais ainda à pesquisadores da área de patrimônio ferroviário
industrial é outro foco do trabalho. Pretende-se assim divulgar e transferir os conhecimentos
adquiridos nesta pesquisa que certamente irão suprir necessidades e demanda de informação
na temática.
Outra pesquisa análoga e simultânea a esta, é desenvolvida pela bolsista Nayara Taliberti
Lôvo (processo Nº 2012/06847-2) que analisa o acervo documental (relatórios, diários
oficiais, jornais, boletins de pessoal, revistas, etc) da EFNOB existente no Museu Ferroviário
de Bauru/SP. As duas pesquisas estão atreladas e vinculadas ao projeto maior intitulado
“Estrada de Ferro Noroeste do Brasbil/Bauru, Km0” trabalho aprovado junto ao convênio
FAPESP/CONDEPHAAT (processo 11/51014-6) e liberado pelo Prof. Dr. Nilson
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Ghirardello. Conta ainda com a participação do Prof. Dr. Eduardo Romero de Oliveira,
docente do Departamento de Turismo da UNESP, campus de Rosana e um especialista em
Patrimônio Industrial, Prof. Dr. Julián Sobrino Simal, docente do Departamento de História,
Teoria y Composición Arquitectónica, de la Escuela Técnica Superior de Arquitetura, da
Universidade de Sevilha, Espanha (através de convênio efetivado pela UNESP, com a
Universidade de Sevilha – Espanha).
2. O CONTEXTO DA PESQUISA: A ESTRADA DE FERRO
NOROESTE DO BRASIL
Sob o desígnio de baratear os custos e agilizar os transportes, houve um grande
desenvolvimento industrial na Europa no século XIX, o que proporcionou surgimento de
novas tecnologias, cuja principal foi inventada por Stephenson em 1825, a locomotiva. Esta,
aliada ao principal produto da revolução industrial, o ferro, foram associados nessa mesma
época pelo veloz desenvolvimento que teve a malha ferroviária européia, principalmente na
Inglaterra e na França. Na segunda metade do século é que esse desenvolvimento corre nos
Estados Unidos, onde os trens levavam as tropas até os frontes de batalha durante a Guerra
Civil Americana.
A busca por linhas férreas no Brasil ocorreu durante o império, quando houve aumento
das exportações de café e havia necessidade de mais e melhores canais de escoamento da
produção cafeeira. Em 1834, o regente Feijó autoriza a construção de estradas de ferro,
porém, somente em 1854 o Barão de Mauá idealiza, implanta e custeia a primeira estrada de
ferro brasileira.
Durante a Guerra do Paraguai (1864-1870) foi notória a precariedade dos meios de
transporte entre a capital do Império e as províncias do interior, quando uma viagem do Mato
Grosso ao Rio de Janeiro (capital brasileira da época) devia passar pelo rio Paraguai, rio Prata
até chegar ao oceano Atlântico, o que demorava cerca de três meses. A necessidade de ligação
entre o Mato Grosso e o resto do país ficou evidente após o fim da guerra. Com isso vários
planos de interligação foram propostos, dentre os principais: Plano Bicalho (1881) e Plano
Bulhões (1882). O primeiro propunha uma ligação férrea de norte a sul e uma mistura de
transporte fluvial e ferroviário; o segundo propunha quatro grandes eixos principais dos quais
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o primeiro ligava o Rio de Janeiro ao Mato Grosso. Em 1890, na recém proclamada república,
o Plano da Comissão foi proposto por uma comissão de engenheiro e técnicos.
Com traçado iniciado em Bauru e como destino a cidade de Cuiabá foi criada, em 18
de outubro de 1904, a Companhia de Estradas de Ferro Noroeste do Brasil, C.E.F.N.O.B.,
formada por recursos brasileiros e franco-belgas. O local inicial foi escolhido devido à
chegada dos trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana e a possível chegada dos trilhos da
Companhia Paulista de Trens, que acabou acontecendo.
Normalmente, as ferrovias passavam por grandes áreas produtoras de café, mas a
Noroeste não foi direcionada para uma área economicamente desenvolvida e ativa, sendo a
região a ser atravessada era praticamente inabitada e sem grandes atrativos. Portanto, em
função disso, no ano de 1908 o governo federal modifica o traçado da ferrovia por meio de
decreto, tendo agora como ponto final a cidade de Corumbá, e a ferrovia passaria a ter dois
trechos, Bauru-Itapura e Itapura-Corumbá. A construção da ferrovia em Bauru iniciou-se em
novembro de 1905, quando a cidade era uma minúscula vila e contava apenas com 600
habitantes.
As condições de trabalho eram subumanas. Por conta do isolamento geográfico e de
falta de infra-estrutura, os empregados eram obrigados a comprar alimentos nos armazéns da
Companhia, onde se endividavam. Doenças como leishmaniose, malária e febre amarela eram
comuns e contraídas rapidamente entre os operários, visto que as condições sanitárias, de
alimentação e de trabalho eram precárias.
Para a construção da ferrovia havia a necessidade de abrir caminho no meio do mato,
literalmente. Com isso, foi somado ao problema de doenças, ataques de índios caingangues,
os quais eram legítimos senhores da terra. Unindo o interesse de latifundiários de se apossar
dessas terras próximas à linha de trem aos da Companhia, foram contratados grupos de
homens armados para acompanhar as obras da ferrovia e exterminar os índios. Destruição dos
trilhos, queima de postes telegráficos, e até execução de funcionários da estrada de ferro eram
maneiras com que os indígenas revidavam.
Com a precariedade da ferrovia, em todos os setores, o Governo Federal teve que
praticamente reconstruí-la. Na década de 1920, trechos inteiros foram refeitos, raios de curva
ampliados, dormentes substituídos e estações erguidas em alvenaria, do contrário das poucas e
péssimas que por vezes eram de madeira. A divisa entre os estados de São Paulo e Mato
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Grosso do Sul, o rio Paraná, que antes era feita penosa e demoradamente por ferry boats, em
1926, já era feita por uma ponte de ferro, considerada até hoje a maior do tipo no Brasil.
Apesar disso, foi sobre o rio Paraguai que foi erguida uma ponte de dois quilômetros de
extensão e com estrutura de concreto armado, sendo então mais arrojada, inaugurada em
1947, representando um enorme salto na engenharia civil do país.
A EFNOB é encampada pela Rede Ferroviária Federal SA em 1957 e se transforma
em RFFSA. Por volta de 1990, a RFFSA é privatizada e a partir daí tanto a ferrovia quanto o
restante da rede ferroviária do país começa a declinar, visto a concorrência dos automóveis,
péssimas administrações e falta de interesse governamental. Atualmente, a América Latina
logística, ALL, gerencia o transporte de cargas na linha. Extensas áreas estão encravadas na
região central da cidade, permitindo ao longo dos anos, profundos desajustes nas dinâmicas e
conformações do tecido urbano. Portanto, a preservação das estruturas físicas da antiga
EFNOB, transcende o simples relevo local, para atingirem o interesse da memória nacional e
das próprias relações estratégicas com nossos parceiros hispano-americanos, numa quase
antevisão do Mercosul.
Figura 02 – Imagem do Prédio da Estação Central da NOB no município de Bauru/SP
FONTE: Acervo do Museu Ferroviário de Bauru, sem data
É de fundamental importância para a cidade de Bauru e para o estado de São Paulo a
preservação e salvaguarda do complexo arquitetônico pertencente à antiga sede da EFNOB
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localizado em Bauru, pois é um dos maiores e melhores exemplares de edifícios ferroviários
existentes no Brasil, retirando-o então do atual estado de abandono em que se encontra.
Fazem parte do complexo da EFNOB edificações construídas em diferentes períodos e de
peculiares características, conforme seu uso e data de construção, sendo eles: os antigos
escritórios, erguidos a partir de 1905; as grandes oficinas construídas no início dos anos 1920;
a estação central edificada entre 1934 3 1939; e a vila, erguida a partir de 1905, cujas casas
pertenceram às várias hierarquias funcionais da ferrovia, desde o superintendente, passando
pelos engenheiros e operários. Todo esse complexo de construções está sob estudo de
tombamento pelo CONDEPHAAT, e já foram parcialmente tombadas pelo órgão de
preservação local, o CODEPAC.
3. OBJETIVOS DA PESQUISA
O projeto consiste na informatização dos documentos cartográficos (mapas e plantas
arquitetônicas) do patrimônio industrial ferroviário da EFNOB na cidade de Bauru,
propiciando migração desses documentos para uma base de dados on-line de acesso em
formato digital. O interesse da pesquisa está na disponibilização dos arquivos dos documentos
cartográficos em formato digital, com possibilidade de acesso pela internet contribuindo,
desta forma, para uma valorização efetiva do patrimônio industrial ferroviário da EFNOB,
preservação dos documentos que constituem o acervo, e para uma melhor utilização do
arquivo ao introduzir as facilidades de acesso, de consulta e de manipulação permitidas pelas
tecnologias digitais.
Os objetivos específicos são:
Criar formas de indexação, acesso, consulta, disponibilização e recuperação de
documentos cartográficos do patrimônio industrial ferroviário da EFNOB por
meio de um sistema web;
Indexar a coleção cartográfica do patrimônio industrial ferroviário da EFNOB
junto ao futuro Centro de Memória e Informação Virtual do Patrimônio
Industrial Ferroviário, proposta a ser criada pelo projeto "Estrada de Ferro
Noroeste do Brasil/Bauru, km 0" (convênio Fapesp/Condephaat);
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Fornecer de forma rápida, confiável e eficaz ao público-alvo, informação
atualizada da coleção de mapas e plantas do patrimônio industrial ferroviário da
EFNOB;
Recuperar fontes cartográficas informacionais que sinalizem a história do
patrimônio industrial ferroviário da EFNOB;
Contribuir para a preservação do acervo cartográfico do patrimônio industrial
ferroviário da EFNOB da cidade de Bauru, reduzindo o manuseio e o acesso
físico ao material original, criando uma cópia de segurança do material primário;
Contribuir na definição de políticas públicas à área de atuação da
SEC/Condephaat e de interesse do Estado de São Paulo, para a salvaguarda do
patrimônio material e imaterial da EFNOB/Bauru e do patrimônio cultural do
Estado de São Paulo;
Os objetivos procuraram responder às seguintes questões: O trabalho com fontes
cartográficas, a partir de suportes e tecnologias digitais com a finalidade de recolher,
organizar e disponibilizar informação pode construir um modelo coerente na área de
preservação e memória do patrimônio industrial ferroviário? O acesso, a consulta e a
manipulação dos documentos cartográficos produzidos e disponibilizados no acervo digital
podem contribuir na definição de políticas públicas para a salvaguarda do patrimônio material
e imaterial da EFNOB e do patrimônio cultural do Estado de São Paulo? O acervo digital
cartográfico do patrimônio industrial ferroviário da EFNOB na cidade de Bauru/SP pode ser
uma ferramenta estratégica no trabalho de inventariar, identificar, documentar (histórica,
metrológica, sistema construtivo, acabamentos e estado de conservação dos materiais),
localizar e analisar os prédios da EFNOB?
4. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
Para a execução dos objetivos propostos, a pesquisa determinou um cronograma de
ações divididos da seguinte forma:
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FASE 1 – PESQUISA BIBLIOGRÁFICA COM A TEMÁTICA: A CARTOGRAFIA E O
PATRIMÔNIO CULTURAL
A cartografia, processo tecnológico e os reflexos sociais. A cartografia e a ciência da
informação. A cartografia e as fontes documentais.
Indexadores. A análise do conteúdo da imagem para seleção de indexadores.
Documentação patrimonial cartografia de bens culturais.
Elementos históricos do patrimônio arquitetônico pertencente à EFNOB/Bauru.
FASE 2 – RECONHECIMENTO E IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES CARTOGRÁFICAS
DO PATRIMÔNIO INDUSTRIAL DA EFNOB NA CIDADE DE BAURU/SP.
A importância da localização de fontes primárias cartográficas: caminhos, formas e
características.
Reconhecimento e identificação básica do acervo cartográfico da EFNOB/Bauru.
Definição tipológica cartográfica: ano, autoria, procedência, fundo ao qual pertence,
descrição, numeração, etc.
Montagem das fichas de identificação. Montagem de um Banco de Dados Digital para
busca, recuperação e gerenciamento das informações cartográficas pré-catalogadas.
FASE 3 – ORGANIZAÇÃO DO CATÁLOGO
O papel dos catálogos cartográficos
Organização do catálogo cartográfico do patrimônio arquitetônico pertencente à
EFNOB/Bauru: histórico da constituição do acervo, metodologia de organização, tipo
de material oferecido, etc.
FASE 4 – DIGITALIZAÇÃO CARTOGRÁFICA DO PATRIMÔNIO INDUSTRIAL DA
EFNOB NA CIDADE DE BAURU/SP.
O uso da tecnologia digital no contexto das unidades informacionais
Recursos digitais para armazenar, preservar e dar acesso aos conteúdos informacionais
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cartográficos
Digitalização dos documentos cartográficos da EFNOB/Bauru
Captura digital (máquina fotográfica) executada pelo trabalho de campo da pesquisa.
FASE 5 – ARMAZENAMENTO E GERENCIAMENTO DAS IMAGENS DIGITAIS DO
PATRIMÔNIO INDUSTRIAL DA EFNOB
Estruturação do armazenamento e gerenciamento dos objetos digitais do banco de
dados cartográficos. Definição de diretrizes na preservação do acervo e criação de
cópias de segurança.
Escolha de equipamentos e servidores (softwares e hardware) e plano de manutenção
do sistema de banco de dados.
Criação de cópias de segurança em dispositivos externos de armazenamento tais
como: cd-rom, dvd, fita dat, fita dlt.
FASE 6 – DESENVOLVIMENTO E GERENCIAMENTO DO SISTEMA WEB DO
ACERVO CARTOGRÁFICO
Criação de um sistema web para a migração, indexação, consulta e acesso on-line do
acervo cartográfico
Reunião do acervo digital de mapas e plantas, otimizando sua organização,
gerenciamento, manutenção e compartilhamento por meio de um sistema web.
FASE 7 – DISPONIBILIZAÇÃO DO ACERVO CARTOGRÁFICO NO FUTURO
CENTRO DE MEMÓRIA E INFORMAÇÃO VIRTUAL DO PATRIMÔNIO INDUSTRIAL
FERROVIÁRIO DE BAURU
Criação de repositório digital com alimentação e busca de rede on-line na home page
do futuro Centro de Memória e Informação Virtual do Patrimônio Industrial
Ferroviário de Bauru
FASE 8 - RESULTADOS E CONCLUSÕES RELATÓRIO FAPESP
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4.1 Etapas Realizadas
As atividades realizadas ocorreram de acordo com o cronograma proposto entre o
período de agosto/2012 a janeiro/2013. Como este projeto de iniciação científica está
vinculado ao projeto “Estrada de ferro Noroeste do Brasil/Bauru, Km0”, fez-se uso dos
equipamentos adquiridos em conjunto com o mesmo, sendo os mesmos indispensáveis para
execução do propósito. Destacando-se a máquina fotográfica digital, que foi utilizada para
capturar imagens não somente do espaço físico onde se encontra o acervo cartográfico da
NOB, mas também do próprio material a ser indexado e execução das etapas. Assim como o
scanner e o notebook, onde aquele é utilizado para gerar arquivos digitais dos mapas e plantas
arquitetônicas, pois estes tem dimensões variadas, sendo que a maioria é maior que uma folha
A3; e este, que é necessário para que as informações obtidas até o momento sejam passadas
para o acervo digital.
Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Elaboração do
projeto
ETAPA 1
ETAPA 2
ETAPA 3
ETAPA 4
ETAPA 5
ETAPA 6
ETAPA 7
ETAPA 8
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4.1.1 Fase 1: Pesquisa bibliográfica com a temática: A cartografia e o patrimônio
cultural
Na primeira fase foi feita a pesquisa bibliográfica para a abordagem teórica que
subsidiou a coleta das informações e sua análise. Os principais pontos analisados são descritos
a seguir:
As novas tecnologias da informação e os acervos cartográficos: O desenvolvimento
cada vez mais rápido das novas tecnologias da informação tem favorecido com
soluções que se adéquam às diversas necessidades cotidianas. Nos centros de
documentação e informação que trabalham com o patrimônio histórico no Brasil, por
exemplo, no que diz respeito ao armazenamento, disponibilização, recuperação e
acesso de informações até então disponíveis apenas em suportes físicos, especialmente
em papel, a atuação da tecnologia, com ênfase para a informatização, tem promovido
resultados evidentes para a preservação e acesso às informações, com destaque para
aquelas que se encontram em meio físico, e que se fragilizam tanto pela ação do
tempo, quanto por agentes externos e internos. Especificamente na área dos acervos
cartográficos de mapas e plantas da ferrovia, o resgate, a recuperação, a organização
de fontes documentais e inventários, a fim de organizar o conhecimento produzido,
sob impulso das tecnologias da informação e comunicação apontam como o melhor
caminho para melhorar a qualidade de acesso e gerar imediatismo no atendimento das
demandas informacionais. Questões metodológicas como essas poderiam sistematizar
informações, tornando-as pertinentes os conteúdos cartográficos, relacionando-as até
constituírem um conjunto por meio do qual a memória coletiva passaria a ser
valorizada, tornando-se patrimônio cultural. Ou seja, essas ações, como última
instância, velariam pela conservação dos fundos materiais e documentais cartográficos
de valor histórico e artístico relacionados ao patrimônio industrial ferroviário. Como
exemplo de novas formas de acesso aos documentos cartográficos, as tecnologias de
informação e comunicação despontaram como as grandes produtoras de alternativas
na área da imagem e dos recursos digitais. A informatização inaugurou de maneira
avassaladora, novos signos e colocou em ação a possibilidade de uma nova atuação
dos sistemas informações no contexto do patrimônio cultural. Redes de
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telecomunicação, combinadas com recursos de telemática e de multimídia, voltaram-
se para o oferecimento de um novo conceito de comunicação no contexto da
preservação do patrimônio cultural. Todos esses fatores e desafios referendaram em
novas alternativas no processo de disseminação e reprodução das coleções de mapas e
plantas, abrindo um panorama de potencialidades e aplicações, como por exemplo,
acesso a acervos de unidades de informação e distantes bases de dados cartográficos,
buscas de dados e informações às fontes imagéticas, serviços online de pesquisa de
imagens, acesso a centros bibliográficos e centros locais cooperativos de informação.
Além disso, os repositórios digitais possibilitaram, de um modo eficaz, a
disponibilização da informação através de uma organização alfabética, temática ou
geográfica, essencial nos serviços de documentação cartográfica.
A importância dos acervos cartográficos: Durante um longo período, os acervos
cartográficos não foram considerados peças importantes nos planos de salvaguarda,
porque eram considerados meramente copias e, assim, não recebiam a atenção devida
ou o cuidado como os desenhos originais. Entretanto, aos poucos começa a
esboçarem-se algumas modificações no sentido de se criarem novas condições de
trabalho aos profissionais que lidam com esse suporte informacional. Neste contexto,
os profissionais que militam em centros de memória e bibliotecas ou ainda os próprios
organismos informacionais, tem produzido elos fundamentais na criação de sinergias
em prol da valorização dos recursos cartográficos. No que se refere ao tema da
conservação e restauração de mapas e plantas arquitetônicas, encontra-se o trabalho de
Rivas e Barbachano (1987), que trata das técnicas de reprodução, tipos de suportes e
dos fatores de degradação. Este trabalho foi publicado como um estudo pertencente à
UNESCO, dentro do Programa de Gestão de Documentos e Arquivos conhecido como
RAMP, da Divisão do Programa Geral de Informação. O objetivo do Programa era
responder melhor as necessidades dos estados membros, em especial os países em
desenvolvimento, e para ser um orientador de politicas e normativas de procedimentos
para gestão de documentos e arquivos;
Tratamento dos acervos cartográficos: Com relação à importância no tratamento dos
acervos cartográficos, Carvalho (2011) destaca algumas instituições vinculadas à
memória do patrimonio cultural e que vêm trabalhando nos últimos anos na
conservação e disseminação de informações cartográficas, como, por exemplo: (a)
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Documentação arquitetônica do acervo da Biblioteca Avery da Universidade de
Columbia, que passou por um processo de identificação, acondicionamento e
microfilmagem; (b) O Centro de Documentação de Arquitetura Latino-Americana –
CEDODAL tem entre seus objetivos principais a definição de mecanismos de
valorização pública da documentação arquitetônica e o resgate de arquivos de plantas;
(c) No XVII Congresso Brasileiro de Arquitetos, em 2003 foi organizada a mesa
“Preservação e Acesso de Acervos de Arquitetura e Urbanismo”, onde traçou
diretrizes de documentação de plantas arquitetônicas e contando com a colaboração do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o Núcleo de Pesquisa
e Documentação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (FAU/UFRJ); (d) Em 2004 foi promovido o I Congresso
Internacional de Archivos de Arquitectura da Universidad de Alcala, sendo
apresentada uma pesquisa sobre as condições dos acervos dos arquitetos modernos
brasileiros, na qual relata a ausência de uma politica de guarda e conservação de
acervos cartográficos arquivos e sem apoio de recursos técnicos e financeiros dirigidos
a proteção desse patrimônio arquivístico; (e) No ano de 2006 foi criada a Câmara
Setorial sobre Arquivos de Arquitetura, Engenharia e Urbanismo do Conselho
Nacional de Arquivos/CONARQ. Seus objetivos foram realizar estudos, propor
diretrizes e normas no que se refere a organização, a guarda, a preservação, a
destinação e ao acesso de documentos integrantes de arquivos de arquitetura,
patrimônio histórico engenharia e urbanismo; (f) Em 2008, em Belo Horizonte, foi
organizado o Seminário Latino Americano Arquitetura e Documentação e um dos
pontos discutidos foi a retomada da consulta a fontes primarias (documentação
cartográfica), ocasionando uma revisão nas versões tradicionais da historiografia
dominante. Na ocasião, foi lançada a Rede Latino-Americana de Arquivos de
Arquitetura e Urbanismo – RELAQ.
O acervo cartográfico e os bens do patrimônio ferroviários: Os documentos
cartográficos de mapas e plantas arquitetônicas têm sido apontados como importantes
instrumentos destinados ao acesso informacional e disponibilização na área dos bens
patrimoniais ferroviários. Muitas vezes essas plantas são as únicas fontes documentais
de projetos que não foram executados, seja por questões politicas, econômicas ou
sociais. Na verdade são registros de projetos originais de construções que foram
posteriormente derrubadas ou alteradas. Importante ressaltar que esses registros
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servem de subsidio para intervenções adequadas na restauração de edificações,
tombadas ou não pelo patrimônio histórico, sendo fontes primarias históricas de
informação (CARVALHO, 2011). No contexto das ferrovias paulistas, a produção da
documentação cartográfica desempenhou papel fundamental não só no registro dos
levantamentos técnicos realizados ao longo da linha do trem, como por exemplo,
perfis topográficos, implantações, edificações e obras de arte, mas também a
confecção de plantas de máquinas, locomotivas, vagões e equipamentos em geral.
Com o advento da ferrovia, um número notável de engenheiros, técnicos e mestres-de-
obras inaugurou, com efeito, a necessidade de desenvolver um trabalho sistemático de
conhecimento e representação do território, não só por questões de estratégia
ferroviária, mas, também, pelo interesse em avaliar as necessidades de intervenção.O
trabalho chave de documentação cartográfica dos principais elementos construtivos
pertencentes à ferrovia ficou, obviamente, destinado aos profissionais engenheiros,
desenvolvendo atividades de acordo com as necessidades ditadas pelo respectivo
enquadramento institucional. Hoje, algumas dessas construções podem ser
classificadas entre as principais do país em suas categorias, seja devido a sua
dimensão, seja em termos de linguagem e tecnologias avançadas para sua época, tanto
no estado de São Paulo quanto no Brasil. Neste sentido, significativos conjuntos de
material cartográfico concentram valiosos registros desse conjunto patrimonial
ferroviário brasileiro. Como exemplo de edificação com especial importância no
patrimônio ferroviário, destaca-se a estação central, um novo edifício público, local de
confluência de diversos extratos sociais e núcleo gerador das principais atividades
sociais, econômicas, culturais e urbanas das cidades paulistas. Por outro lado, outras
importantes edificações ferroviárias são registradas, entre elas destacando-se as
rotundas, as oficinas, as vilas de operários, e demais instalações. Esses registros foram
fundamentais para a construção da memória cartográfica tecnológica e arquitetônica
da cultura industrial ferroviária paulista, permitindo que hoje, tais coleções ganhassem
status de documento e fonte de pesquisa para recuperar o passado. No contexto dos
sistemas de preservação do patrimônio ferroviário, os documentos cartográficos
desempenham papel fundamental nos mecanismos de levantamento e acesso às
informações de objetos/documentos, estabelecendo importantes vínculos entre o
indivíduo e o acervo preservado. Decoficando e interpretando os fragmentos de fatos
do presente e do passado, as informações de cunho cartográfico podem transformar ou
servir à construção do conhecimento e da pesquisa. Com isso, pode-se afirmar que em
16
se tratando de preservação e memória do patrimônio ferroviário, os documentos
cartográficos/ferroviários funcionam como instrumentos carregados de conteúdos
informacionais que podem operar importantes contribuições no âmbito da comunidade
em geral, além de promover o intercâmbio de experiências, informações e
conhecimentos entre pessoas e instituições. Entretanto, Carvalho (2011) descreve que
a utilização de documentos cartográficos como fontes de pesquisa e conhecimento
cultural é uma constatação recente. A mudança se deu, principalmente, quando o
conceito de ‘documento’ passa a desempenhar uma nova dinâmica de atuação,
incorporando à imagem a possibilidade de constituir-se como um resíduo do passado,
capaz de atestar situações de vivência. Quanto à manipulação dada aos documentos
cartográficos, as imagens recebem tratamento distinto se comparado aos acervos
textuais. Todo o trabalho de leitura dos acervos mapas e plantas passam por um
processo de transcodificação do código icônico até chegar ao código verbal, onde são
organizados e reestruturados a fim de que eles possam estar disponíveis aos usuários.
De forma geral, um longo trajeto é percorrido até que a informação cartográfica
chegue à unidade de informação como arquivos, bibliotecas, centros de memória ou
museus, começando com a formação do acervo e finalizando no estabelecimento de
acessos para a pesquisa;
O problema do acesso dos documentos cartográficos: O acesso aos documentos
cartográficos baseados em instituições de preservação do patrimônio ferroviário
paulista ainda se encontram acanhados e carentes de uma política de gestão
informacional que permitam, efetivamente, o acesso, a consulta e a manipulação dos
bens preservados. Não é demais afirmar que, as principais unidades de
informação/documentação paulistas que têm trabalhado com o tema lutam com
enormes dificuldades, sobretudo com relação à falta de pessoal qualificado,
instalações físicas inadequadas e descaso dos organismos governamentais. Além
disso, problemas estruturais na área têm sido enfrentados em termos de falta recursos
materiais e financeiros e planos ineficazes para disseminação da informação da
preservação do patrimônio industrial e ferroviário. Entretanto, as propostas
preservacionistas do conjunto patrimonial industrial ferroviário localizado na cidade
de Bauru não têm levado em conta o potencial estratégico dos serviços informacionais
disponíveis, permitindo que ações básicas de criação, ampliação e disseminação de
informações na área operem sistemas de informações restritos ou ineficazes. Desta
17
forma, embora sejam concentrados esforços no sentido de preservar esses suportes
cartográficos, a medida geralmente adotada tem sido o afastamento dos documentos
do público, para que não sejam acentuados os desgastes. Dessa postura adotada pelos
centros de informação como bibliotecas, museus, centros de pesquisa e tantos outros
surgem um impasse: como disponibilizar informações cartográficas contidas em
documentos históricos para os usuários sem comprometer sua integridade e
preservação, atendendo um amplo leque de consultas e confecção de instrumentos de
pesquisa? Nesse contexto, as ações concretas para a preservação do acervo
cartográfico patrimonial industrial e ferroviário de Bauru não têm conduzido a uma
atitude positiva relacionada ao tratamento documental desse acervo, de modo a
atender um amplo leque de consultas e confecção de instrumentos de pesquisa. Mais
que isso, as restrições nos acessos às informações cartográficas, juntamente com
outros desajustes na organização desta informação documental tem resultado no
desconhecimento da memória tecnológica e arquitetônica da cultura industrial
ferroviária paulista. Neste caminho, o objetivo desta pesquisa é informatizar os
documentos cartográficos (mapas e plantas arquitetônicas) do patrimônio industrial
ferroviário da EFNOB na cidade de Bauru, com vistas a uma posterior migração
desses documentos para uma base de dados on-line possibilitando o acesso em
formato digital. No âmbito desta pesquisa, importante mencionar que, o acesso aos
documentos cartográficos do conjunto patrimonial industrial ferroviário localizado na
cidade de Bauru ainda se encontra acanhado e carente de uma política de gestão
informacional que permita, efetivamente, o acesso, consulta e manipulação dos bens
preservados. Não é demais afirmar que, o Museu Ferroviário Regional e a
Inventariante da Extinta Rede Ferroviária Federal têm trabalhado com enormes
dificuldades, sobretudo com relação à falta de pessoal qualificado na área de
bibliotecas e museus e preservação da memória, carecendo de ações concretas
relacionadas ao tratamento documental do acervo cartográfico e confecção de
instrumentos de pesquisa. Na maioria das vezes, as propostas preservacionistas destes
bens cartográficos não têm levado em conta o potencial estratégico dos serviços
informacionais de base de dados disponíveis, permitindo que ações básicas de criação,
ampliação e disseminação de informações na área operem sistemas de informações
restritos ou ineficazes.
18
4.1.2 Fase 2: Reconhecimento e identificação das fontes cartográficas do patrimônio
industrial da EFNOB na cidade de Bauru/SP
É importante deixar claro que, o Museu Ferroviário de Bauru têm sob sua guarda não
só um conjunto documental cartográfico relacionado à Estrada de Ferro Noroeste do Brasil,
mas também inúmeras outras peças cartográficas vinculadas à cidade de Bauru, elementos
paisagísticos e arquitetônicos, entre outros. Este fato se deu, principalmente, porque o
trabalho principal do museu, direcionado à responsabilidade pelo recolhimento da
documentação do transporte ferroviário e por sua conservação, bem como pelo acesso a esse
patrimônio histórico, nunca teve seu papel definido. Apesar da importância preservacionista e
histórica destes conjuntos documentais, o acervo tem refletido esse caráter heterogêneo e
diversificado.
Portanto, vale mais uma vez destacar que um dos objetivos deste projeto foi
diagnosticar a situação do acervo cartográfico do Museu Ferroviário de Bauru, com o intuito
de separar, organizar e tratar os documentos que são vinculados diretamente ao patrimônio
ferroviário da Noroeste na cidade de Bauru. E com a importância deste acervo, considerado
não apenas patrimônio histórico da cidade, mas também no contexto Brasileiro, ficou mais
evidente a necessidade de se ter um tratamento adequado para com os seus documentos
cartográficos, uma vez que estes eram utilizados não somente pelos profissionais que
trabalham na instituição, mas também por historiadores, pesquisadores, bem como a
população em geral.
Nesta fase foi feito o reconhecimento da área de acervo do Museu Ferroviário,
especificadamente onde estavam e as condições do material que seria analisado, dentre eles
plantas das estações e demais edificações pertencentes à EFNOB, mapas da região com o
traçado e projeto da estrada de ferro, plantas com especificações de componentes de vagões e
locomotivas, etc. Foi reconhecida a maioria dos documentos do acervo definido para esta
pesquisa.
Como foi abordado anteriormente, Bauru possui grande importância no âmbito da
temática a respeito do patrimônio industrial ferroviário para o Estado de São Paulo e para o
país, visto que possui uma extensa e complexa rede de edifícios relacionados à linha férrea, a
qual foi de extrema relevância para a ligação do interior do país ao litoral, e também porque
19
foram produzidos muitos documentos sobre essa mesma temática, os quais guardam uma
parte da história vivenciada pela nação naquele momento.
Antes do início das atividades do projeto de Iniciação Científica, entre os dias 4 e 8 do
mês de julho de 2011, houve um primeiro contato com o acervo da EFNOB localizado no
Museu Ferroviário. Nesta época foram dados os passos iniciais para uma interligação com
pesquisadores da FATEC de Jundiaí, UNESP campus de Rosana e a UNESP campus Bauru.
Naquela semana foi feito um treinamento que serviu de base para o norteamento dos
instrumentos de pesquisa dos acervos cartográfico, documental e fotográfico e para troca de
informações a respeito do patrimônio industrial férreo. O interesse pelo vasto acervo
relacionado à Companhia Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, cujo marco inicial é na cidade
de Bauru, e o avançado estágio da pesquisa e do banco de dados digital utilizados para
levantamento do patrimônio industrial ferroviário da cidade de Jundiaí, foram as justificativas
dos pesquisadores terem vindo para ajudar a direcionar os trabalhos de manipulação do
material a ser examinado, assim como as devidas técnicas de higienização, manuseio,
organização das fichas catalográficas, classificação do acervo e tratamento da informação.
A docente do CEETEPS/FATEC Jundiaí, Professora Dra. Lívia Maria Louzada
Brandão, juntamente com as discentes Rachel Scrivani e Samira Lopes Ferreira, que
orientaram os discentes da UNESP/Bauru, Nayara Taliberti Lôvo, Airton Fernandes de Barros
Junior, Julian Monteiro Seifert e Ligia Moreira Rodrigues e o Prof. Dr. Samir Hernandes
Tenório Gomes, na execução das atividades descritas acima. À época desse treinamento, a
autora deste ainda não fazia parte do grupo de pesquisa, porém recebeu posteriores indicações
das maneiras que deveria proceder com os documentos para que se desempenha-se suas
funções na sua área de projeto.
As pesquisadoras da FATEC/Jundiaí estão envolvidas num projeto denominado
“Memória Ferroviária”, cujo objetivo é levantar dados acerca do patrimônio industrial
ferroviário do estado de São Paulo. Em vista da semelhança dos objetivos do grupo da
FATEC e do grupo de Bauru, os resultados obtidos a partir da presente pesquisa irá integrar a
base do banco de dados digital desse mesmo projeto.
Durante a pesquisa que ocorreu entre os meses de outubro a dezembro a catalogação e
indexação dos mapas e plantas foram feitas somente por esta pesquisadora, com amparo, em
momentos de dúvidas e dificuldades, e coordenação do professor orientador. Foi necessária a
20
elaboração de metodologia própria para, além de manter a organização dos documentos no
acervo do museu, sistematizar a catalogação e análise dos mesmos para fim da realização
deste projeto.
Todo o acervo está localizado em duas salas, em um dos prédios do Museu Ferroviário
de Bauru. As condições de armazenagem de todos os documentos não são das melhores,
muito menos a indicada, porém não é precária, cumpre seu papel de proteger os arquivos de
intempéries que poderiam prejudicar ainda mais o atual estado de conservação deles.
O armazenamento da parte cartográfica é bem diverso, existem documentos
acondicionados em caixas de papelão e que estão em cima de estantes e em cima de armário
tipo arquivo, caixas no chão e, a parte mais apropriada, armazenada em uma mapoteca. Este
móvel foi recuperado dentre os antigos móveis dos escritórios da EFNOB e atualmente é o
que dispõe de melhores condições de armazenamento. Os documentos nele contido ora estão
enrolados, ora estão planos; as condições de cada um deles são das mais diversas.
Descrevendo cada um dos acondicionadores:
Caixa pequena em cima de armário tipo arquivo: aproximadamente 15 mapas
enrolados;
Caixa média em cima de armário tipo arquivo: não foi possível contar, pois a
mesma está localizada em um armário alto e o local não possuía escada para
que se pudesse subir e contabilizar a quantidade de documentos;
Caixa grande em cima de estante de madeira: aproximadamente 50 mapas
enrolados;
Caixas no chão: 15 rolos grandes e aproximadamente 70 rolos pequenos
Mapoteca: foram contabilizados os mapas a partir das gavetas ao nível que
puderam ser abertas, visto que o móvel é de grandes dimensões (1m x 1m x
1,90m)
Gaveta nº7: 14 rolos pequenos;
Gaveta nº8: 16 rolos pequenos;
Gaveta nº9: 16 rolos pequenos;
21
Gaveta nº10: 16 rolos pequenos;
Gaveta nº11: nenhum item;
Gaveta nº12: nenhum item;
Gaveta nº13: aproximadamente 20 folhas soltas;
Gaveta nº14: 3 rolos pequenos e 2 imagens avulsas;
Gaveta nº15: 1 rolo comprido;
Gaveta nº16: 2 folhas grandes dobradas;
Gaveta nº17: nenhum item;
Gaveta nº18: nenhum item;
Gaveta nº19: nenhum item;
Gaveta nº20: nenhum item.
Figura 03 – Imagem das caixas pequena e média
estocadas em cima de armários tipo arquivo
FONTE: Tirada pelo autor, dezembro 2012
22
F
Figura 04 – Imagem caixa grande estocada em cima das estantes de madeira
FONTE: Tirada pelo autor, dezembro 2012
Figura 05 – Imagem da sala onde caixas com material cartográfico (à esquerda) estão no chão e a
mapoteca (à direita)
FONTE: Tirada pelo autor, dezembro 2012
23
Figura 06 – Imagem de caixas armazenando material cartográficas dispostas diretamente no chão
FONTE: Tirada pelo autor, dezembro 2012
Figura 07 – Imagem de caixas
armazenando material cartográfico
disposto diretamente no chão
FONTE: Tirada pelo autor, dezembro 2012
24
Figura 08 – Imagem de da mapoteca, móvel em madeira com 20 gavetas numeradas com etiquetas
de metal
FONTE: Tirada pelo autor, dezembro 2012
Como a quantidade de documentos é grande e há necessidade de tomar vários
cuidados ao analisar um por um, tais como a meticulosidade ao manusear os mapas, visto que
a maioria está em estado crítico, com pedaços faltando, contendo manchas e até contaminados
por fungos, houve um prolongamento nas ETAPAS 2 e 3. Uma única folha de mapa ou planta
demanda muito tempo somente para abri-la, tomando cuidado para não estragar a folha, rasga-
la ou amassa-la; a etapa seguinte é analisar documento por documento, preenchimento a ficha
catalográfica e após, fazer a imagem digital de cada uma utilizando-se a máquina fotográfica
ou o scanner. Este prolongamento das atividades não altera o cronograma proposto das fases
seguintes, a alteração se dá na carga horário dispensada a estas fases, a qual será aumentada,
porém sem prejudicar o andamento das próximas etapas.
25
4.1.3 Fase 3: Organização do Catálogo
Na terceira etapa foi organizado um catálogo a partir das fichas de identificação de
cada um dos documentos cartográficos. Este catálogo geral forneceu informações sobre o
acervo (histórico da constituição do acervo, metodologia de organização, tipo de material
oferecido, etc.) e sobre cada um de seus conjuntos cartográficos.
No conjunto documental cartográfico do Museu Ferroviário de Bauru não é utilizado
nenhum sistema de classificação, tampouco existe um catálogo com informações sobre os
mapas e plantas. Elas estão dispostas sem seguir qualquer critério recomendados na literatura
da área para a guarda dos documentos; entretanto, algumas plantas estão ordenadas por data:
cada diretório é identificado pela data e pelo título da ocasião.
Apesar de não ser utilizado nenhum método para o tratamento dos documentos
cartográficos e não haver um controle mais atento do ambiente do acervo ou uma orientação
definida de manuseio, os dirigentes do Museu Ferroviário de Bauru (atuais responsáveis pela
guarda dos documentos da EFNOB) demonstram preocupação e interesse em manter os
documentos de maneira mais adequada. Infelizmente, nem todas as instituições têm esse tipo
de preocupação, ainda que possuam os recursos necessários para uma preservação adequada
de seus acervos. Apesar de julgarem importante a preservação da coleção, o museu afirmou
não possuir condições financeiras para arcar com um investimento visando uma melhor
preservação dos documentos. O acervo cartográfico, apesar de reconhecidamente importante
para a memória da EFNOB, não está entre suas prioridades. O interesse de preservar a história
de uma linhagem torna-se secundário perante as necessidades atuais.
A proposta desta pesquisa, como apresentado anteriormente, que teve como objetivo
principal criar um acervo digital cartográfico do patrimônio industrial ferroviário da EFNOB
na cidade de Bauru/SP, visando preservar e criar condições de implantação de um banco de
imagens deste acervo.
Este projeto de pesquisa contou com uma parceria institucional importante nas tarefas
de catalogação. A parceria é fruto do trabalho desenvolvido junto ao Projeto Memória
Ferroviária na cidade de Jundiaí, coordenado pelo Prof. Dr. Eduardo Romero de Oliveira,
docente do Departamento de Turismo da UNESP, Campus de Rosana e membro do GA
(Grupo de Arquitetura): Teoria e Projeto, no levantamento das fontes documentais referentes
26
às empresas ferroviárias paulista e o inventário e mapeamento do patrimônio industrial em
determinados conjuntos ferroviários pelo estado, além da implantação de bases de dados
eletrônicas sobre as fontes levantadas. As experiências adquiridas ao longo do ano de 2011,
em termos metodológicos, envolvendo o levantamento documental pela equipe de
pesquisadores com uso de instrumentos de catalogação, com auxílio do CEDEM e Arquivo do
Estado, trouxeram contribuições significativas, principalmente, na confecção das fichas
catalográficas.
Nesse contexto, a pesquisa utilizou como sistema de organização, catalogação e
recuperação da informação o AACR2 (Anglo American Cataloging Rules – 2nd edition). A
fixação deste sistema, além de seguir parâmetros nacionais e internacionais de catalogação,
identificação e descrição dos objetos cartográficos disponíveis no acervo, visou também
estabelecer um processo claro e eficiente na organização e recuperação das informações do
projeto.
Como afirma Ribeiro (2004), o AACR2 define elementos importantes na descrição
das atividades de catalogação:
Recurso Bibliográfico é uma expressão ou manifestação de uma obra
ou de um item formando a base para a descrição. Item passa a ser o
termo usado em todas as regras, em substituição aos termos
específicos que identificam cada tipo de material ou suporte da
informação. Assim, é definido como um documento, ou grupo de
documentos, sob qualquer forma física, editado, distribuído, ou tratado
como uma entidade autônoma, constituindo a base de uma única
descrição, como por exemplo um livro, um mapa, um disco etc. A
descrição consiste na individualização do item-base da catalogação,
tornando-o único entre os demais de um acervo.
(RIBEIRO, 2004, p. 1-5).
Outra preocupação neste projeto de pesquisa foi formar uma interface importante entre
a informação documental cartográfica e o usuário especializado, fornecendo de forma rápida,
confiável e eficaz ao público-alvo, as centenas de documentos no arquivo. Neste caso, um
elemento importante e necessário para a recuperação destes documentos foram os
instrumentos de pesquisa, elaborados através do processo de descrição.
27
Para Bellotto (2004, p.179), a “descrição é a única maneira de possibilitar que os
dados contidos nas séries e/ou unidades documentais cheguem até os pesquisadores”. Com
essa afirmação é possível reconhecer o valor e a necessidade da atividade descritiva, pois,
somente por meio desse processo que usuários poderão direcionar suas atividades de pesquisa
e seus focos de interesse.
Schellenberg (2002) argumenta que os tipos de descrição seguem caminhos bem
definidos de atuação, sendo descritos quanto a seu conteúdo substantivo e quanto a sua
apresentação física e cada uma dessas descrições se divide em relação à organização,
atividades, assuntos, unidades de arquivamento e assim por diante, mantendo o caráter técnico
e objetivo da descrição, mostrando ser uma atividade que envolve a dedicação do arquivista
principalmente quanto ao arranjo, pois este estando incorreto irá resultar numa descrição
também incorreta.
Neste projeto de pesquisa, que objetiva trabalhar documentos cartográficos no
contexto das novas tecnologias, estipulando à interligação em redes com centros de pesquisa,
acervos e instituições, propõem-se a definição de políticas de descrição documental pautadas
em dois elementos básicos: uniformização na elaboração de instrumentos de pesquisa e
padronização de procedimentos descritivos no acervo estudado.
A pesquisa utilizou a norma ISAD(G)1 com o objetivo de estabelecer um padrão de
descrição arquivística. Com isso as atividades foram pautadas na facilitação do trabalho dos
arquivistas aliada as melhores condições de descrição do acervo e todas as facilidades para
que o pesquisador tenha o documento necessário em mãos.
Os documentos cartográficos deste projeto, segundo a ISAD(G), seguiram os padrões
de descritores arquivísticos visando:
a) assegurar a criação de descrições consistentes, apropriadas e auto-explicativas;
b) facilitar a recuperação e a troca de informação sobre documentos arquivísticos;
c) possibilitar o compartilhamento de dados de autoridade;
1 A ISAD(G) (Norma Internacional Geral de Descrição Arquivística) é o resultado dos esforços coletivos para padronizar
terminologias e procedimentos de tratamento dos documentos de arquivo. O tratamento descritivo uniforme para os
documentos se aproxima da biblioteconomia no sentido de procurar uma padronização do processo de descrição, o que
também envolve regras e termos específicos.
28
d) tornar possível a integração de descrições de diferentes arquivos num sistema
unificado de informação.
Para inventariar o acervo cartográfico, presente no Museu Ferroviário (R: 1º de
Agosto, S/N, Qd. 1, Centro, Bauru/SP), lançou-se mão de uma ficha indexadora contendo
informações básicas à essenciais a respeito do estado de conservações, condição de
preservação e localização física dentro do museu. Todo o material cartográfico foi analisado
através de leitura da legenda, memoriais descritivos, escalas, além da interpretação dos
desenhos de representação. Dentre todas as informações possíveis inseridas na ficha, o item
Descritores Gerais é o que teve maior relevância, pois sintetizou todo o conteúdo anunciado,
podendo ser compreendido também como palavras-chave. Os itens preenchidos na ficha
facilitaram, agilizaram e dinamizaram o processo de leitura, identificação, caracterização e
classificação de cada mapa e/ou planta arquitetônica.
Com a intenção de facilitar a busca de informações pelos usuários, foi elaborada uma
ficha catalográfica (ANEXO) que foi preenchida e faz referência aos documentos
cartográficos levantados no Museu Ferroviário. Foi montado um catálogo que possui uma
introdução com orientações para melhor e mais proveitoso uso do mesmo, sendo que este
contém todas as fichas de identificação. Foram visualizadas e parcialmente preenchidas, visto
que muitas formavam grupos, cerca de 470 documentos cartográficos.
A criação da ficha de indexação dos documentos segue como base a ficha cartográfica
utilizada pelo grupo de pesquisadores do Projeto Memória Ferroviária da FATEC/Jundiaí,
possuindo o mesmo formato, além de serem sucintas. Como os dados obtidos no acervo da
EFNOB/Bauru serão compartilhados também pelo banco de dados digital deles há
necessidade de que os dados possuam os mesmos itens descritivos.
A ficha possui vários itens a serem preenchidos, dentre os quais:
PRODUTOR CARTOGRÁFICO: nome; histórico (produtor); histórico
arquivístico; qualificação do acervo e datas limites;
LOCAL DE GUARDA: nome; estado de organização; endereço e informações
gerais;
29
ACERVO – ITENS LÓGICOS: gênero/tipo; cartográfico (plantas/ desenhos
técnicos/ planta cadastral/ mapa/ croqui/ outros); título; localidade; data limite
e descritores gerais;
ITENS FÍSICOS: suporte (papel/ cartonado/ vegetal/ telado/ ozalid/
heliográfico/ outros); estado de organização; acondicionamento; escala;
dimensão; estado de conservação (excelente/ bom/ satisfatório/ parcialmente
satisfatório/ ruim); descrição; quantidade; localização interna (biblioteca/
museu/ área externa) e identificação interna;
COLETA/DIGITAÇÃO: nome do(s) coletor (es); data da coleta; código de
cadastro; obs./digitador e revisado por.
Houve ainda uma viagem no final do mês de agosto de 2012 com destino à
FATEC/Jundiaí, onde se buscou fortalecer o vínculo entre as pesquisas e efetivar o
intercâmbio de informações entre ambos os grupos sobre o assunto patrimônio ferroviário.
Nesta viagem houve treinamento para melhor utilização do sistema digital onde seriam
inseridas as informações obtidas pelas fichas catalográficas.
4.1.4 Fase 4: Digitalização Cartográfica do Patrimônio Industrial da EFNOB na
Cidade de Bauru/SP
Esta fase tratou-se da digitalização dos documentos de maior relevância no tema de
patrimônio industrial ferroviário e salvaguarda, mais ainda aqueles que dizem respeito ao
complexo edificado da EFNOB em Bauru, obtidos na pesquisa realizada na FASE 2. Teve
início no mês de janeiro de 2013 e foi finalizado em junho de 2013.
Foi criado um arquivo digital da ficha cartográfica no programa de software Microsoft
Office Word que pudesse ser preenchida, assim, todas as fichas preenchidas manualmente na
FASE 2 foram digitalizadas, obtendo-se assim, cópias de segurança das mesmas. Nesta etapa
foi feita uma triagem das fichas consideradas de maior relevância e das quais seriam feitas
imagens digitais do documento cartográfico a que ela fazia referência.
30
Os equipamentos adquiridos com verba oriunda da FAPESP (scanner A3, scanner A4,
multifuncional e máquina fotográfica digital) e que seriam utilizados para captura de imagem
digital estavam alocados no Laboratório do Grupo de Arquitetura (G.A.), dentro do campus
da UNESP/Bauru. Este laboratório foi montado para uso de todos os pesquisadores que fazem
parte do projeto “EFNOB/Bauru, Km0”, Edital FAPESP/CONDEPHAAT Nº 9/2011,
processo Nº 11/51014-6 e Processo CONDEPHAAT Nº 12/50041-2. Porém houve um
empecilho na questão da logística para a captura das imagens digitais dos documentos
cartográficos. Como os equipamentos encontravam-se em local diferente do acervo
pesquisado, havia a necessidade de deslocamento de um dos dois (equipamentos ou
documentos) para que a etapa fosse realizada. Contudo, como os documentos são de grande
dimensão, só poderiam ser utilizados ou o scanner A3 ou a Máquina Fotográfica Digital para
captura das imagens e, como averiguado posteriormente, é proibida a retirada dos documentos
cartográficos (considerando-os em estado frágil e a possibilidade de contaminação) do museu
onde se encontram armazenados, o que exclui a possibilidade de uso do primeiro equipamento
– pois, como definido pelo grupo, ele não seria retirado do Laboratório do G.A. por questão
de segurança – restando a Máquina Fotográfica Digital para captura de imagem digital.
Também em vista da dificuldade do manuseio das pranchas de mapas e plantas
arquitetônicas que possuem dimensões maiores que uma folha A4, e para obter melhor
qualidade de imagens, teve-se que tirar várias fotos de um mesmo documento, existindo a
imprescindibilidade de tratamento da imagem digital, tanto para junção das imagens para
formar uma só tanto para melhorar a própria qualidade da foto, para posterior inserção da
mesma no acervo digital.
4.1.5 Fase 5: Armazenamento e Gerenciamento das Imagens Digitais do Patrimônio
Industrial da EFNOB
Nesta etapa houve a inserção dos elementos referentes aos documentos obtidos nesta
pesquisa na base de dados idealizada, criada e utilizada pelo grupo parceiro “Memória
Ferroviária” da FATEC/Jundiaí. Este banco de dados, seu processamento e gerenciamento
foram desenvolvidos pela equipe de Tecnologia e Cultura da faculdade citada, formada pelos
docentes Prof. MS. Carlos Eduardo Schuster (pesquisador responsável pela criação e
desenvolvimento do sistema de informação) e Profª Drª Lívia Maria Louzada Brandão
(coordenadora do subgrupo Tecnologia e Cultura e responsável pela equipe discente em seu
31
processo de construção) e 12 discentes do curso de Tecnologia da Informação, os quais foram
divididos em duas frentes de trabalho. A primeira equipe foi responsável pela higienização,
preenchimento de fichas arquivísticas e imagens digitais do material documental encontrado
na Biblioteca do Museu da Cia. Paulista. A segunda equipe trabalhava na sala do projeto –
Laboratório de Tecnologia da Informação, montada com recursos oriundos da FAPESP –
desenvolvendo o módulo base composto da criação da base de dados e desenvolvimento dos
submódulos “Cadastro” (desenvolvimento do sistema para a inserção dos dados coletados na
base de dados criados) e “Pesquisa” (composto pelo desenvolvimento dos códigos
responsáveis pela busca dos dados armazenados).
Tal sistema metodológico de trabalho foi utilizado pelos pesquisadores envolvidos em
levantamentos documentais realizados em outros acervos, tais como Arquivo do Estado, em
São Paulo, Museu da Sorocabana, em Sorocaba e, por esta pesquisa, no Museu Ferroviário
Regional de Bauru.
É importante salientar que o Sistema Memória Ferroviária foi composto por diversos
módulos desenvolvidos de acordo com cada fase do projeto. Em fase inicial, com
desenvolvimento parcial, ficou a cargo da equipe de alunos de TI o desenvolvimento de uma
base para que módulos posteriores pudessem ser criados. Este foi denominado Módulo Base.
Este Módulo I foi avaliado em março de 2011 com o desenvolvimento de um software de
base de dados. Durante o ano foi dado continuidade com o prosseguimento do Módulo II
relativo ao desenvolvimento de interface de consulta para o pesquisador. Trata-se de buscar
melhorias nos módulos construídos na primeira fase e construção de critérios de pesquisa que
permitissem melhor visualização e maior agilidade nas informações do conteúdo inserido no
banco de dados. Os professores Prof. Ms. Claudio Luís Vieira Oliveira e Prof. Ms. Carlos
Eduardo Schuster, orientadores da área de TI, foram os coordenadores desta etapa juntamente
com a Profª Drª Lívia Maria Louzada Brandão, que orientou as equipes de trabalho.
Com registro de domínio para o portal do Projeto Memória Ferroviária o Sistema foi
disponibilizado na rede de internet em julho de 2011. Neste “site”
(http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br/memoriaferroviaria/) também foram incluídos
no portal informações sobre o projeto, projetos associados, divulgação nos diversos meios de
comunicação, a equipe, links, formulário para contato e acesso aos sistemas de cadastro e
consulta ao acervo nas diversas instituições que os guardam.
32
Figura 09 – Imagem da página inicial do site do Projeto Memória Ferroviária
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
Integrando a equipe de docentes responsáveis pelo projeto, a Profª Adani Cusin
Sacilotti, ficou responsável por melhorias e implementações dos sites da companhia paulista e
do site do projeto. O desenvolvimento do Módulo III começou no segundo semestre de 2011
com a Interface da Consulta para o Pesquisador (ICP), onde houve também instalação das
rotinas para acesso público, reformulação dos itens do menu de acesso e controle de acesso
dos usuários.
Por fim, um dos objetivos desta pesquisa – “Informatização do Acervo Cartográfico da
EFNOB km0/Bauru” - era a alimentação do banco de dados do Sistema Memória Ferroviária
da FATEC/Jundiaí com dados sobre o acervo cartográfico situado no Museu Ferroviário
Regional de Bauru.
Foi durante a viagem para Jundiaí/SP, em agosto de 2012, como dito na Fase 3 deste
relatório, que houve troca de importantes informações entre os pesquisadores dos projetos
“Memória Ferroviária” e “EFNOB Bauru Centro de Memória e Informação Virtual”,
especificadamente esta pesquisadora, o orientador, Prof. Dr. Samir Hernandes Tenório Gomes
e Nayara Taliberti Lôvo, discente bolsista pesquisadora do projeto semelhante a este
33
intitulado “Construção da Base de Dados Documental do Patrimônio Industrial Ferroviário da
EFNOB/BAURU” (processo Nº 2012/06847-2). Foi nesta viagem que o Prof. Ms. Carlos
Eduardo Schuster definiu e autorizou acesso dos três pesquisadores citados acima ao Sistema
Memória Ferroviária, demonstrando também o processo para alimentação do mesmo.
A seguir será elucidado como deve ser agregada uma nova ficha cadastral do tipo
cartográfica. Os passos foram organizados em ordem alfabética para facilitar sua
compreensão.
A. A partir da página inicial do endereço online
http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br/memoriaferroviaria/ é preciso
acessar a área de cadastro de acervo. Para tanto, clica-se no link CADASTRO.
Figura 10 – Imagem da página inicial do site do Projeto Memória Ferroviária – link CADASTRO
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
34
B. Há o direcionamento para a página SISTEMA DE CADASTRO DE
ACERVO, onde deve-se clicar em EFETUAR LOGIN.
Figura 11 – Imagem da página SISTEMA DE CADASTRO DE ACERVO – EFETUAR LOGIN
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
C. Insere-se o LOGIN e SENHA > OK
Figura 12 – Imagem da página EFETUAR LOGIN
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
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D. Como o cadastro que será feito é de acervo os passos seguintes são: LOCAL
DE GUARDA: Museu Ferroviário de Bauru > PRÓXIMA.
Figura 13 – Imagem da página LOCAL DE GUARDA
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
E. Caso o LOCAL DE GUARDA do pesquisador não for um dos existentes,
deverá ser criado um novo item para esta categoria. Na aba CADASTRAR
clicar em LOCAL DE GUARDA. Na nova janela o item imprescindível de ser
preenchido é NOME, que é o nome do acervo, o qual o pesquisador deve ter
precisão de informação. Os demais campos são opcionais de preenchimento.
Item preenchido, clicar em PRÓXIMA e voltar a página de LOCAL DE
GUARDA.
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Figura 14 – Imagem da página CADASTRAR LOCAL DE GUARDA
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
F. Com o LOCAL DE GUARDA selecionado, a página seguinte é a do
FORMULÁRIO DE COLETA DE DADOS. Nesta página devem ser inseridos
todos os dados obtidos no preenchimento manual das fichas cartográficas. No
primeiro item deve ser selecionado o PRODUTOR. No caso desta pesquisa, a
maior parte do acervo foi produzida/mantida pela EFNOB, que foi o item
selecionado. Deve-se obrigatoriamente clicar em ADICIONAR, para que a
seleção seja salva.
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Figura 15 – Imagem da página FORMULÁRIO DE COLETA DE DADOS - PRODUTOR
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
G. O próximo item que deve ser selecionado é GENERO. Pelo fato da presente
pesquisa ser sobre itens cartográficos, deve-se selecionar CARTOGRÁFICO.
A página será atualizada e aparecerão os itens CROQUI, DESENHOS
TÉCNICOS, MAPA, OUTROS, PLANTA CADASTRAL e PLANTAS, dos
quais um deve ser selecionado, respeitando o que houver sido preenchido na
ficha.
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Figura 16 – Imagem da página FORMULÁRIO DE COLETA DE DADOS - CARTOGRÁFICO
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
H. A seguir os itens subsequentes devem ser preenchidos: NOME DO
CONJUNTO, AUTORIA, DATA LIMITE, DESCRITORES GERAIS,
SUPORTE, ESTADO DE ORGANIZAÇÃO, ACONDICIONAMENTO,
ESTADO DE CONSERVAÇÃO, DESCRIÇÃO, QUANTIDADE,
LOCALIZAÇÃO INTERNA e IDENTIFICAÇÃO INTERNA. E importante
salientar que nem todos os itens puderam ser obtidos após análise do
documento cartográfico, ora por não constar em legenda/etiqueta ora por não
ser possível interpretar a partir do desenho do documento.
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Figura 17 – Imagem da página FORMULÁRIO DE COLETA DE DADOS – DEMAIS ITENS
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
I. O último “dado” a ser inserido é o referente a imagem digital obtida do
documento. Clicando-se em “SELECIONAR ARQUIVO...” é aberta uma nova
janela para que o pesquisador selecione, dentre seus arquivos, a imagem
referente aquele arquivo/ficha cadastral.
J. Ao término do preenchimento dos dados e carregamento da imagem digital
clica-se em SALVAR. Assim, será criada uma ficha/acervo que ficará salva no
banco de dados. Uma nova página será carregada e será gerado um código
(#id), cada ficha gerada possui um código correspondente.
K. Outra atividade que pode ser feita pelo pesquisador é a edição e a consulta dos
formulários de acervo anteriormente cadastrados. Para tanto é necessário estar
logado na página inicial; clica-se em CONSULTAR; uma nova página é
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carregada onde aparece um único campo para preenchimento PALAVRA-
CHAVE e o botão PESQUISAR, que deve ser pressionado após adicionar o
termo que quer ser procurado.
Figura 18 – Imagem da página CONSULTAR
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
L. Observa-se que abaixo da aba CONSULTAR existem subcategorias
(ACERVO, PRODUTOR, TIPO DE ACERVO, LOCAL DE GUARDA,
FOTO, SUPORTE, LOCALIZAÇÃO INTERNA) pelas quais pode-se fazer
pesquisa – nota-se que são os mesmo itens da aba CADASTRAR -, apenas
deve-se possuir a palavra-chave correta, para que a busca seja feita com
sucesso. Para visualizar a ficha cadastral online clica-se sobre o signo
representado por um binóculo em miniatura na linha correspondente ao arquivo
desejado.
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Figura 19 – Imagem da página de referencia a ícone para visualização da ficha
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
Figura 20 – Imagem de exemplo d e ficha ficha cadastrada pesquisada
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
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M. Para editar uma ficha cadastral já pronta deve-se clicar em EDITAR, na
primeira aba, e posteriormente escolher um tipo entre ACERVO,
PRODUTOR, TIPO DE ACERVO, LOCAL DE GUARDA, SUPORTE e
LOCALIZAÇÃO INTERNA. Escolhido o tipo de busca – recomenda-se usar
ACERVO -, deve-se escrever a PALAVRA-CHAVE ou o #id da ficha
cadastral desejada. Ao digitar uma palavra-chave, a busca será mais ampla,
sendo que quando se escolhe fazer a busca pelo #id esta é direta – porém há
necessidade de saber com exatidão este número de identificação para que a
busca seja feita com êxito. Existe ainda a opção EXCLUIR, que é a última da
primeira aba, entretanto, os pesquisadores não tem acesso a ela.
Figura 21 – Imagem da página de edição de ficha cadastral
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
Ao finalizar qualquer tipo de tarefa, seja ela cadastro de acervo, consulta ou edição o
pesquisador deve fazer logout do sistema, ou seja, desconectar-se. Para tal deve-se clicar em
SAIR, no canto superior direito da página inicial do portal.
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Figura 22 – Imagem da página inicial – ação SAIR
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
4.1.6 Fase 6: Desenvolvimento e Gerenciamento do Sistema Web do Acervo
Cartográfico
Pelo item anterior vê-se que parte de um dos principais objetivos foi concluída –
disseminação de informações acerca do Patrimônio Industrial Ferroviário da EFNOB/Bauru
de acesso a pesquisadores. A Fase 6 demonstra que tal objetivo foi completamente
conquistado ao passo que o portal Sistema Memória Ferroviária também dispõe acesso do seu
conteúdo a outros usuários que não sejam os pesquisadores já vinculados que contribuíram
com material para o acervo. Assim, qualquer outro pesquisador, onde quer que esteja, do país
que for, tendo acesso a internet, poderá ter acesso às informações do acervo.
Para fazer uma pesquisa ou consulta o pesquisador deve acessar o endereço eletrônico
do portal - http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br – e, do lado esquerdo da tela, clicar
em PESQUISA. A página do “Sistema ICP (Interface de Consulta para o Pesquisador)” será
aberta onde deve-se inserir o USUÁRIO para de fato ter acesso ao conteúdo. Caso o
pesquisador em questão não possua um USUÁRIO ele deve solicita-lo clicando em
SOLICITAR ACESSO, no canto direito inferior. Uma página para cadastro será aberta, onde
o pesquisador deve preencher, obrigatoriamente, todos os campos solicitados (NOME
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COMPLETO, E-MAIL, CIDADE, ESTADO e INSTITUIÇÃO); feito isso, clica-se em
ENVIAR. Outra página é carregada e confirma que o cadastro foi efetuado com sucesso e
indica que na página de login deve-se digitar, no campo USUÁRIO seu e-mail tal qual o que
escreveu quando da solicitação de acesso. Clica-se na frase sublinhada e grafada em cor azul
“CLIQUE AQUI PARA EFETUAR SEU LOGIN” para voltar a página inicial e, assim, fazer
login para então poder fazer uma consulta ao acervo.
Figura 23 – Imagem página inicial do portal Projeto Memória Ferroviária – botão
PESQUISA
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
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Figura 24 – Imagem da página de LOGIN DO USUÁRIO
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
Figura 25 – Imagem da página de LOGIN DO USUÁRIO – SOLICITAR ACESSO
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
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Figura 26 – Imagem da página de SOLICITAÇÃO DE ACESSO - Preenchimento
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
Figura 27 – Imagem da página de SOLICITAÇÃO DE ACESSO – Cadastro efetuado
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
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Na página inicial do ICP existem os quatro seguintes itens na parte superior, fazendo
parte do menu: PRINCIPAL, PESQUISA, AJUDA e SOBRE. O item PRINCIPAL é a
primeira página do ICP, onde há uma sucinta explicação do que se trata e os objetivos do
sistema.
Figura 28 – Imagem da página INICIAL DO ICP - Menu
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
Ao clicar em PESQUISAR, há o redirecionamento de página e sub-itens são
mostrados para seleção de pesquisa: ACERVO, PRODUTOR, LOCAL DE GUARDA,
GERAL e TOTALIZAÇÃO.
A busca por ACERVO é uma pesquisa cruzada por campos de acervo. Nela a busca
pode ser feita preenchendo um dos seguintes itens: NOME DO CONJUNTO, AUTORIA,
DESCRITORES, GERAIS DESCRIÇÃO e/ou ITNERVALO TEMPORAL (DATA INICIAL
e DATA FINAL). Ao preencher um ou mais campos citados anteriormente a pesquisa
resultante aparece em forma de tabela com as seguintes colunas: NOME DO CONJUNTO,
AUTORIA, DESCRIÇÃO e a última é a que possui o ícone de binóculo para que se possa ver
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a ficha com dados correspondentes. Para exemplificar foi usado o descritor geral EFNOB, e o
resultado da pesquisa mostrado na Figura 29.
Figura 29 – Imagem da página de pesquisa por BUSCA POR ACERVO – exemplo EFNOB
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
A busca por PRODUTOR pode ser feita preenchendo um dos seguintes campos:
NOME, HISTÓRICO PRODUTOR, HISTÓRICO ARQUIVÍSTICO e QUALIFICAÇÃO DO
ACERVO. O resultado aparece em forma de tabela cujas colunas são as mesmas dos campos
de busca.
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Figura 30 – Imagem da página de pesquisa por BUSCA POR PRODUTOR
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
NOME, ESTADO DE ORGANIZAÇÃO, ENDEREÇO e INFORMAÇÕES GERIAS
são os campos passíveis de busca no item LOCAL DE GUARDA e os são também na tabela
dos resultados obtidos.
Figura 31 – Imagem da página de pesquisa por LOCAL DE GUARDA
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
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A busca GERAL possui um único campo de busca denominado PALAVRA-CHAVE,
porém sua tabela de resultados possui as seguintes colunas: NOME DO CONJUNTO,
LOCAL DE GUARDA e AUTORIA.
Figura 32 – Imagem da página de pesquisa por GERAL
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
Fazendo-se a busca por TOTALIZAÇÃO onde há um campo de busca (TIPO DE
TOTALIZAÇÃO) cujas opções de busca são pré-definidas em NOME DO CONJUNTO,
AUTORIA, ACONDICIONAMENTO, TOTAL GERAL, LOCAL DE GUARDA,
ESTADOD E CONSERVAÇÃO, LOCAL DE GUARDA/LOCALIZAÇÃO INTERNA,
PRODUTOR, SUPORTE e GENERO. A tabela resultante da busca de qualquer dos itens
citados é de duas colunas onde a primeira é referente ao tipo de item pesquisado e a segunda
indicada a quantidade de cada item descrito.
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Figura 33 – Imagem da página de pesquisa por TOTALIZAÇÃO
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
Figura 34 – Imagem da página de pesquisa por TOTALIZAÇÃO - opções
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
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Voltando a página inicial ainda temos os seguintes itens do menu principal: AJUDA e
SOBRE. O primeiro dispõe da descrição de cada tipo de pesquisa que faz parte do item
PESQUISAR. O segundo discorre sobre o Sistema ICP e sobre o Projeto Memória
Ferroviária.
Figura 35 – Imagem da página de AJUDA
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
Figura 36 – Imagem da página de SOBRE
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br, julho 2013
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Assim que o usuário finalizar sua pesquisa ele deve clicar em SAIR, localizado no
canto superior direito, ao lado do nome que ele usou para se cadastrar. Como elucidado, o
pesquisador desfruta de várias possibilidades para realizar busca e consulta do acervo a
respeito do patrimônio industrial ferroviário, sendo então obtido com êxito o objetivo
substancial desta pesquisa, ou seja, a difusão da informação.
5. CONCLUSÕES
As conclusões obtidas com a presente pesquisa e análise dos dados obtidos foram:
O espaço físico ocupado pela Estrada de Ferro Noroeste do Brasil no município de
Bauru, o volume de documentos cartográficos e de outros tipos armazenados no
Museu Ferroviário Regional de Bauru - os quais abordam desde estudos e projetos de
implantação da ferrovia e edifícios adjuntos na região citada, sua construção,
existência, anos de atividade - indicam a importância do Patrimônio Industrial
Ferroviário do Município de Bauru diante do contexto político e histórico das
ferrovias e no país;
O levantamento cartográfico foi primordial para a preservação e dissipação das
informações inseridas em tais documentos. Esta atividade possibilitou conhecer e
determinar o grau de condição física e a variedade de conteúdo encontrados no acervo
e ainda compor diretrizes para sua salvaguarda, especialmente, o banco de dados.
Também, a partir deste levantamento, pode-se discriminar os arquivos mais relevantes
e os que necessitam de cuidados para manter seu estado físico, afim de preservar as
informações contidas neles;
A digitalização dos arquivos teve como objetivo conservar e disseminar as
informações obtidas através do prolongamento de sua existência, substituindo o
manuseio físico dos documentos pelo digital - criando-se uma cópia de segurança -
aliado a facilidade de acesso e capacidade de organização documental, fazendo com
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que tais arquivos tenham tempo de vida inestimáveis;
O intercâmbio de informações foi conquistado com êxito, visto que os dados obtidos
são disseminados de forma rápida, eficaz e confiável através do sistema de banco de
dados que disponibiliza online sua visualização documental tanto para pesquisadores
da área de patrimônio e relacionadas, quanto para usuários interessados pelo assunto;
Apesar do grande volume de documentos encontrados no Museu Ferroviário Regional
de Bauru, foi possível fazer avaliação e catalogação de boa parte dele, porém, é
necessário salientar que ainda existe uma grande quantidade de documentos não
inspecionados. Adicionalmente, existem documentos cartográficos em posse da ALL
(América Latina Logística), que são mantidos em um prédio distinto do Museu, porém
no mesmo terreno e que carecem da mesma pesquisa. Houve uma pesquisa paralela a
esta em que foram analisados os documentos bibliográficos existentes no mesmo
acervo dos cartográficos, entretanto, as fontes fotográficas armazenadas no mesmo
museu ainda não foram catalogadas e estudadas, merecendo a mesma atenção e
dedicação de estudos para preserva-las e tomar conhecimento de seus dados.
O espaço físico do Museu Ferroviário Regional de Bauru mostrou-se impróprio para a
salvaguarda do tipo de material analisado – cartográfico – e também de outros tipos.
Espaço pequeno (duas salas de tamanho médio), falta de iluminação, estantes/arquivos
provisórios e inadequados, documentos contaminados, falta de itens de proteção
pessoal (luvas, máscaras, toucas, avental) para manuseio dos documentos, visto que há
muitos contaminados (foram expostos por anos a intempéries como chuva, sol, vento,
umidade, etc).
6. DIFICULDADES E PROBLEMAS ENCONTRADOS
Não houve grandes surpresas quando da realização das atividades. Porém, como o
volume de documentos cartográficos é consideravelmente grande e cujo trabalho demanda
cuidado e meticulosidade na manipulação, houve maior tempo dedicado nesta fase. Apesar
dessa alteração, o atraso no cronograma foi mínimo, não afetando as etapas posteriores, pois
houve uma readequação de tempo e método de trabalho.
55
Outro contratempo encontrado diz respeito à organização da parte cartográfica do
acervo, que não possui um local adequado para armazenagem dos mapas e plantas,
contribuindo para o já degradado estado em que se encontram. Também havia material
contaminado que por questões de segurança ficaram de fora do estudo.
O espaço físico do museu também contribui para tal, pois não possui mais espaço que
pode ser utilizado para organização do acervo. Como a quantidade de documentos
encontrados no museu é muito grande e o local onde estão armazenados é pequeno, essa
diferença gera conflito de uso do espaço, pois existem várias estantes onde estão livros e
afins, além de armários tipo arquivo que estão locados entre os corredores das prateleiras,
gerando dificuldade de locomoção dentro da área de acervo.
A logística programada para a obtenção das imagens digitais dos documentos
cartográficos era que eles fossem levados até o Laboratório do G.A. no campus da
UNESP/Bauru para que tal tarefa fosse realizada. Porém durante execução da pesquisa
verificou-se que é proibida a retirada de material do Museu. Assim, utilizou-se a máquina
fotográfica digital para captura das imagens digitais relativas aos arquivos.
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GODEAU, E. Imagens que contam o mundo. São Paulo, editora SM, tradutor.
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58
ANEXO 1 - FICHA MODELO – CARTOGRÁFICO
PRODUTOR Nome:
Histórico (produtor):
Histórico arquivístico:
Qualificação do Acervo:
Datas Limites: ____/____/______ A ____/____/______
LOCAL DE GUARDA Nome:
Estado de Organização:
Endereço:
Informações Gerais:
ACERVO - Itens Lógicos Gênero / Tipo: Cartográfico: ( ) Plantas ( ) Desenhos técnicos ( ) Planta cadastral ( ) Mapa ( ) Croqui ( ) Outros _______________________________
Título:
Autoria:
Localidade: Data Limite: ____/____/______ A ____/____/______
Descritores Gerais:
Itens físicos Suporte: ( ) Papel ( ) Cartonado ( ) Vegetal ( ) Telado ( ) Ozalid ( ) Heliográfico ( ) Outros
Estado de Organização:
Acondicionamento:
Escala: Dimensão:
Estado de conservação: ( ) Excelente ( ) Bom ( ) Satisfatório ( ) Parcialmente Satisfatório ( ) Ruim
Descrição:
Quantidade: Localização Interna: ( ) Biblioteca ( ) Museu ( ) Área Externa
Identificação Interna:
Coleta/digitação
Nome do(s) Coletor(es): Data da Coleta: ____/____/______
Digitado por: em: ____/____/_____ Cód. do Cadastro: Obs./digitador:_________________________________________________________________________
Revisado por: