Informativo TelessaúdeSC Julho 2011

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Telessaúde Informa Boletim Informativo mensal do Núcleo de Telessaúde SC telessaude.sc.gov.br Julho de 2011 [email protected] gabrielmuniz.wordpress.com Violência no cotidiano do profissional de saúde da família Expediente Texto, edição e diagramação: Luisa Pinheiro Revisão: Jimeny Santos, Luise Lüdke e Marina Veshagem p.4 p.3 p.6 Entrevista sobre a Segunda Opinião Formativa Programação das webconferências de julho

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Reportagem especial sobre violência no cotidiano do profissional de saúde, entrevista com Izauria Zardo sobre o Segunda Opinião Formativa e o dia da cidadania. Mais: programação das webconferências de julho, dicas de filmes, livros e sites e equipes destaques do mês.

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Violência no cotidiano do profissional de saúde da família

Expediente

Texto, edição e diagramação: Luisa PinheiroRevisão: Jimeny Santos, Luise Lüdke e Marina Veshagem

p.4

p.3 p.6

Entrevista sobre a Segunda Opinião

Formativa

Programação das webconferências de

julho

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Mas João nunca fez nadaSó sabia reclamarNão sabia que ele mesmoPoderia ajudarTinha vários elementosPra situação mudar

1º de julho: Dia da Cidadania

A HumanizaSUS é uma polí-tica para fortalecer os princípios do SUS no cotidiano das práticas de Atenção Básica e gestão em saúde, incentivando trocas solidá-rias entre gestores, trabalhadores e usuários. Uma das estratégias da Política Nacional da Humaniza-ção, lançada em 2003, foi o cordel O dia que o SUS visitou o cidadão, que conta dos direitos e deveres dos brasileiros em relação ao Sis-tema Único de Saúde.

Tem um jeito muito fácilDe todo mundo ajudarAtravés da OuvidoriaVocê vai me procurarE se ela não existeVai pedir para criar

Pra findar essa conversaAgora preste atençãoTodas essas mudançasE as outras que virãoTem um nome bem bonitoÉ a humanização.

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João sempre reclamouDa fila e do atendimentoSempre que precisouSentia um ressentimentoDe nunca ser recebidoConforme o merecimento

Acesse o cordel completo aqui http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cordel2.pdf

Carta dos direitos dos usuários da saúde

1 Todo cidadão tem direito a ser atendido com ordem e organização.

2 Todo cidadão tem direi-to a ter um atendimento com qualidade.

3 Todo cidadão tem direito a um tratamento humanizado e sem nenhuma discrimina-ção.

4 Todo cidadão deve ser respeitado seus direitos de paciente.

5 Todo cidadão também tem deveres na hora de bus-car atendimento de saúde.

6 Todos devem cumprir o que diz a carta dos direitos dos usuários da saúde.

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Telessaúde Informa: Por que foi elaborado o serviço de Segun-da Opinião Formativa?

Izauria Zardo: Esse serviço foi criado com o objetivo de prestar um suporte às Equipes de Saúde da Família no momento em que os profissionais se deparam com dúvidas no seu processo diário de trabalho. Esse suporte é prestado à distância, através da página do Telessaúde na internet, onde os profissionais cadastrados entram e formulam as suas perguntas.

TI: Que tipos de dúvidas podem ser tiradas através do serviço?

Iza: Dúvidas clínicas relacio-nadas ao tratamento, cuidados e demais condutas envolvidas no atendimento da população. E também dúvidas pertinentes ao

processo de organização e plane-jamento do trabalho em equipe desses profissionais de saúde da Atenção Primária.

TI: Essa ferramenta realmente é utilizada pelos profissionais de saúde? Por quê?

Iza: Essa ferramenta é bastante útil, mas atualmente está sendo subutilizada pelos profissionais do estado de Santa Catarina. Acredita-se que uma grande par-cela dos profissionais desconheça o serviço e, portanto não o utiliza. Outro fator importante que pode representar um entrave na utili-zação desse serviço é o acesso à internet, que pode estar sendo insuficiente.

TI: Quais alternativas o Teles-saúde está buscando para tornar

a Segunda Opinião mais acessí-vel?

Iza: Estamos buscando estra-tégias de divulgação do serviço para os profissionais de saúde e gestores, bem como procurando adequar a linguagem científica ao contexto de cada profissional que nos solicita informações.

TI: Quais as outras fontes de informação que o profissional pode buscar quanto tem dúvida no dia-a-dia?

Iza: Outras fontes de pesquisa são o site do Telessaúde Brasil (www.telessaudebrasil.org.br) e o Portal de Evidências (http://evi-dences.bvsalud.org/php/index.php), por exemplo. Além disso, outras fontes podem ser consul-tadas, mas é importante lembrar que as fontes de pesquisa sempre devem ser confiáveis, para que as condutas possam ser tomadas com segurança.

TI: Como os tutores trabalham para responder as questões?

Iza: Os tutores procuram res-ponder às questões baseados na melhor evidência científica dispo-nível para cada área. Os critérios utilizados na elaboração de cada resposta das dúvidas de Segunda Opinião Formativa são bastante ri-gorosos, o que garante a qualida-de do serviço e o transforma num suporte em que o profissional que está imerso no cotidiano de traba-lho pode confiar.

Telessaúde como fonte de pesquisaComo você, profissional da saúde tira as dúvidas que surgem durante o seu processo de trabalho?

O Telessaúde oferece apoio às equipes de saúde, com a Segunda Opinião Formativa, na pesquisa sobre os problemas que aparecem no dia-a-dia. Confira a entrevista com a tutora Izauria Zardo, que responde a questões que chegam através do serviço.

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Um homem esquizofrênico de 33 anos não sai da cama há dez. Ele mora numa casa de madeira de apenas um cômodo com a mãe e o irmão. Vivia como um garoto normal até os doze anos, quando

encontrou um tio enforcado. O irmão também tem problemas psiquiátricos e nunca foi diagnosticado. A mãe faz jornada dupla e deixa os dois filhos sozinhos o dia inteiro. Foi a Agente Comunitária de Saúde de uma região de Florianópolis que levou o caso de ne-gligência familiar para a sua equipe.

Uma das primeiras medidas tomadas pela equipe foi oferecer sessões de fisioterapia, mas a mãe pa-rou de abrir a porta para os residentes em educação física após dois encontros. Depois de algumas visi-tas domiciliares feitas com assistente social e psicó-loga, a equipe discutiu o caso na reunião semanal e decidiu orientar a família para entrar com o pedido de aposentadoria para o homem, impossibilitado de trabalhar. O primeiro passo era fazer a carteira de identidade dele, mas a mãe da família não concor-dava que o filho mais velho saísse de casa, mesmo com carro oferecido pela Unidade de Saúde. Ela não colaborou nem para marcar um horário que alguém pudesse ir até a casa deles fazer os documentos de identificação da família. Antes de enviar um relató-rio denunciando a situação ao Ministério Público, a equipe ainda vai tentar o contato intersetorial com o padre da região, que possui grande força política.

Negligência familiar é uma das formas de violên-cia características da nossa sociedade e que os pro-

fissionais da saúde lidam durante seu processo de trabalho. No oitavo caderno de Atenção Básica do Ministério da Saúde (http://bit.ly/violenciafamiliar), violência familiar é definida como toda ação ou omis-são que prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica ou liberdade e o direito ao pleno desen-volvimento de outro membro da família. Toma forma de maus tratos físicos, psicológicos, sexuais, econô-micos ou patrimoniais. As vítimas costumam ser ido-sos, crianças, deficientes e mulheres. “A prevalência significativa de violência intrafamiliar constitui sério problema de saúde, grave obstáculo para o desen-volvimento social e econômico e uma flagrante viola-ção aos direitos humanos”, prevê o caderno.

Em alguns casos, os profissionais de saúde são os primeiros a serem informados sobre episódios de violência. A busca pelo atendimento às vezes disfar-ça outros problemas. Foi o caso de uma moradora de outro bairro com 86 anos – hiperutilizadora da Unidade de Saúde da sua comunidade – que sofria solidão, violência psicológica e negligência. Foi reti-rada de um abrigo, onde gostava de viver, pelos fa-miliares e passou a dormir no sofá da casa deles. Suas roupas ficavam dobradas ao lado da sua cama

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Violência no cotidiano do processo trabalho em saúde

A equipe de saúde da família deve ficar atenta para perceber casos de

negligência ou abuso na comunidade e resolver essas questões com

abordagem multidisciplinar

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improvisada, na sala. A família passou a dizer que não havia mais lugar para ela. A estratégia da equipe de saúde para resolver essa questão foi discutir o pro-blema com a idosa e seus fami-liares, duas visitas domiciliares, atendimento da idosa com uma assistente social, visita ao novo abrigo para avaliar se o local era adequado e acompanhamento da mudança. A senhora foi abrigada e deixou de ficar sozinha em casa durante o dia e de sofrer violência psicológica.

Perceber esse tipo ocorrência é um desafio para profissionais de saúde, através de visitas domici-liares e diálogo com a família. É responsabilidade de toda a equi-pe estar atenta quanto à possibi-lidade de um membro da família ser praticante ou vítima de violên-cia, mesmo que não haja fortes suspeitas. A Equipe de Saúde da Família deve utilizar uma aborda-gem compreensiva e não julgado-ra, orientando e dando suporte para que a vítima compreenda melhor o que está vivendo, anali-se as soluções possíveis para os seus problemas e tome a decisão que pareça mais adequada. Cada membro do grupo deve comparti-lhar as experiências vividas, prin-cipalmente durante as reuniões semanais, para que adotem práti-cas comuns na hora de lidar com situações de violência e o atendi-mento tenha qualidade. O suporte oferecido pelos profissionais deve incluir a rede de serviços especia-lizados das áreas de saúde, se-gurança, justiça e órgãos de pro-

teção a crianças e adolescentes, por exemplo. “O nosso objetivo é fazer com que o usuário consiga acessar uma rede de proteção so-cial. A gente acolhe, estrutura, es-cuta e cria um vínculo com o pa-ciente”, afirma a assistente social entrevistada.

A médica de uma Unidade de Saúde de Florianópolis recebeu uma paciente que usava óculos escuros e estava machucada, com hematomas. A mulher contou que já tinha apanhado do marido outras vezes e teve uma conversa lon-ga com a profissional de saúde, que orientou que a escolha de de-nunciar o companheiro era dela pois, assim, receberia proteção. A paciente nunca mais voltou e a médica não sabe o fim dessa história. “A pessoa que está sofrendo a violência tem muita dificuldade de sair de violentada para acusadora”, explica.

Riscos. Os próprios profissio-nais de saúde correm riscos quan-do atuam em Unidades de locais dominados pelo tráfico de drogas, por exemplo. Na região onde tra-balha a médica que colaborou com a reportagem, a equipe fica insegura com o crime no bairro, mas já criou uma relação com os moradores. A médica conta que o morador que agrediu um profis-sional com um soco foi expulo da comunidade. A equipe de saúde deve mostrar que o seu papel não é fiscalizar, mas acolher os mora-dores. 5

A pessoa que está sofrendo a violência tem muita dificuldade de sair de violentada para acusadora”

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Essas são as equipes que mais pontuaram no mês com participação nas webs e na Segunda Opinião!

1º lugar: Santa Terezinha do Progresso 140 pontos2º lugar: Lages 80 pontos3º lugar: Coronel Martins 70 pontos

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Equipes destaque de julho!

Equipe da Saúde da Família de Santa

Terezinha do Progresso.

FIQUE LIGADO!As Conferências Municipais de Saúde em Santa Catarina continuam acontecendo em julho

O objetivo das etapas municipais da 14ª Conferência Nacional de Saúde, que acontece em novembro, é avaliar a saúde da região e propor diretrizes para a formulação de novas políticas.

Fraiburgo, Mafra, Iomerê, Xanrerê e Itapema realizaram sua conferência no primeiro dia do mês. Em 4 de julho é a vez de Rio das Antas, seguida por Içara (6) e Ituporanga, Ibiam e Videira (7). No dia 8, acontecem as de Chapecó, Catanduvas, São José e Timbó. Por fim, Curitibanos (9), Lauro Müller (11) e Florianópolis (14, 15 e 16).

11º Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade (CBMFC): multiprofissional, multidisciplinar e internacional

O encontro aconteceu entre 23 e 26 de junho. A cobertura das palestras, mesas de discussão e

oficinas está disponível no site. Participaram aproxidadamente quatro mil pessoas ligadas à medicina da família e comunidade, atenção básica.

Confira os temas científicos e culturais discutidos em http://bit.ly/congressomfc.

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Como e por que as desigualdades sociais fazem mal à saúde, Rita Barradas Barata. A autora faz um apanhado das correntes de pesquisa sobre desigualdades sociais em saúde para debater questões como as classes sociais, etnia e discriminação, relações de gênero e produção

da saúde e da doença. http://bit.ly/j8hwkW

Revista Radis - comunicação em saúde. A edição de junho da revista da Fundação Oswaldo Cruz trata do risco, conceito fundamental para a saúde que normatiza comportamentos e aponta para o controle. Também traz reportagens sobre o código florestal, proibição da sibutramina e doação de sangue. A assinatura é gratuita!

http://www4.ensp.fiocruz.br/radis/

Film

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Sites de referência

Cisne Negro (2010). Natalie Portman interpreta a primeira bailarina de uma companhia de balé em Nova York que ganha o papel principal no espetáculo O Lago dos Cisnes. O filme é um thriller psicológico desencadeado pelos problemas interiores de Nina, que passa a ter contato com seu lado mais sombrio.

O discurso do rei (2010). George é gago desde os quatro anos. Após várias tentativas de tratamento sem sucesso, sua esposa o leva para um terapeuta de método pouco convencional, que o ajuda a adquirir autoconfiança e superar suas dificuldades para assumir o trono inglês.

Mary e Max (2009)

Associação Brasileira de Pós-graduação • em Saúde Coletiva (ABRASCO)

http://www.abrasco.org.br/

Organização Mundial de Saúde (OMS)• http://www.who.int/en/index.html (inglês)

Rede de Pesquisa em Atenção Primária • em Saúde

http://www.rededepesquisaaps.org.br/

Ministério da Saúde • http://www.saude.gov.br

Fundação Oswaldo Cruz • http://www.fiocruz.br/

Sociedade Brasileira de Medicina de • Família e Comunidade

http://www.sbmfc.org.br/

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Programação das webconferências de julho

Estudo de Plantas medicinais na APS

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06/07

20/07 27/07

27/07

13/07

Tutor: Gisele DamianResumo: A Melissa officinalis (Melissa) é conhecida popularmente por erva-cidreira. O nome popular erva-cidreira é utilizado para identificar diferentes espécies vegetais. A melissa possui indicações para cólicas abdominais, quadros leves de ansiedade e insônia, como calmante suave. Nesta webconferência serão discutidos os aspectos botânicos, agronômicos, químicos, farmacológi-cos, terapêuticos, o uso popular e a melhor evidência científica disponív el, adequada e pertinente ao contexto da Atenção Primária em Saúde sobre esta planta medicinal.

Atenção Domiciliar, 15hTutor: Residentes em Medicina e Comunidade da UFSCResumo: A atenção domiciliar e suas possibilidades: visita, assistência e internação. Atenção domiciliar: meio e fim. A casa como espaço de entendimento, como contexto.

Grupos de Apoio, 15hTutor: Ronaldo ZontaResumo: Grupo de apoio e educação em saúde. Grupo e suas relações com identidades, coesão e solidariedade. Grupo e empoderamento do sujeito. Grupo e empoderamento grupal.

Em julho e agosto, o Telessaúde SC vai promover uma série de webs direcionadas à organização do processo de trabalho das equipes de saúde. Cada encontro terá discussões sobre componentes essenciais ao fortalecimento dos trabalhadores como equipe multiprofissional e à melhoria na qualidade dos serviços prestados na Atenção Básica.

Ações Integradas, 15hTutor: Luiz Roberto CutoloResumo: Ações integradas e seus elementos. Promoção, proteção, prevenção, recuperação e reabilitação. As ações integradas e a expressão da concepção saúde-doença ampliada.

Territorialização, 15hTutor: Leonardo OliveiraResumo: A orientação comunitária como atributo da APS. O território como espaço de manifestação social. Cultura, relações sociais e espaço geográfico.. A territorializaçao como instrumento do diagnóstico comunitário.

Web extraàs 14h