Informativo Laspex outubro/novembro

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Acontece na ESAG EX Informativo do Laboratório de Aprendizagem em Serviços Públicos twitter: lasp_esag e-mail: [email protected] Edição nº 12 - Outubro/Novembro 2011 No palco: ESAG em Cena estréia com aplausos “Foi muito emocionante; quase chorei”. É o que declarou uma das autoridades presentes ao 2° Encontro de Cidadania e Educação fiscal realizado na ESAG em 22 de setembro passado ao assistir a peça “O Mito da Caverna”, apresentada pelo grupo de teatro “ESAG em Cena”. A peça espelhou o surgimento do homem e sua trajetória sócio-econômica, fazendo uma crítica ao seu comportamento político atual. Este mesmo homem pode ser criativo e honesto, mas ele também pode fazer “caixa 2” para patrocinar campanhas eleitorais; pode remeter lucros ao exterior; pode usar “laranjas”; pode comprar sem exigir nota fiscal; pode adotar posturas de manipulação; pode fraudar licitações sem levar em consideração as conseqüências sociais, etc. O “Mito da caverna” foi apresentado em três esquetes, antes das palestras e o público presente não sabia da presença do grupo, sendo, por isso, surpreendido com as apresentações. Foi a estréia do “ESAG em Cena”, cujo grupo foi criado através de um projeto de extensão, coordenado pela professora Aline Regina Santos. O grupo conta com a participação de professores, alunos da ESAG, da FAED, do CEART e de pessoas externas à universidade que trabalham em Secretarias de Estado ou no setor privado. Vem se reunindo desde março deste ano, desenvolvendo a expressão corporal com auxílio do ator, diretor e dramaturgo Gil Guzzo, formado pela USP e PUC (SP)e mestrando da UFSC, e vinha preparando a peça que foi levada a palco em sua estréia no dia 22 de setembro. A peça se adequou à discussão do dia: cidadania e educação fiscal. O grupo foi muito aplaudido pelos 120 participantes do evento e na avaliação escrita por vários expectadores só houve elogios, o que os animou muito para a continuidade desta arte. O grupo “ESAG em Cena” inclusive foi convidado para se apresentar em outros eventos, que se realizam na grande Florianópolis, tais como:os movimentos de combate a corrupção; o Consocial e outros nos quais estão envolvidos o CGU, a Receita Federal, o Ministério Público, os Tribunais de Contas e vários movimentos sociais organizados. O Grupo “ESAG em Cena” está se preparando, inclusive com ampliação e melhoramento do “Mito da Caverna” para a “Semana Ousada”, que se realizará aqui em Florianópolis. O grupo fará sua apresentação em 25 de novembro, às 19 horas no CEART. Atores do projeto ESAG em cena, em uma apresentação no Encontro de Cidadania e Educação Fiscal.

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Acontece na ESAG

EX

Informativo do Laboratório de Aprendizagem em Serviços Públicos

twitter: lasp_esag e-mail: [email protected]

Edição nº 12 - Outubro/Novembro 2011

No palco: ESAG em Cena estréia com aplausos

“Foi muito emocionante; quase chorei”. É o que declarou uma das autoridades presentes ao 2° Encontro de Cidadania e Educação fiscal realizado na ESAG em 22 de setembro passado ao assistir a peça “O Mito da Caverna”, apresentada pelo grupo de teatro “ESAG em Cena”. A peça espelhou o surgimento do homem e sua trajetória sócio-econômica, fazendo uma crítica ao seu comportamento político atual. Este mesmo homem pode ser criativo e honesto, mas ele também pode fazer “caixa 2” para patrocinar campanhas eleitorais; pode remeter lucros ao exterior; pode usar “laranjas”; pode comprar sem exigir nota fiscal; pode adotar posturas de manipulação; pode fraudar licitações sem levar em consideração as conseqüências sociais, etc. O “Mito da caverna” foi apresentado em três esquetes, antes das palestras e o público presente não sabia da presença do grupo, sendo, por isso, surpreendido com as apresentações.Foi a estréia do “ESAG em Cena”, cujo grupo foi criado através de um projeto de extensão, coordenado pela professora Aline Regina Santos. O grupo conta com a participação de professores, alunos da ESAG, da FAED, do CEART e de pessoas externas à universidade que trabalham em Secretarias de Estado ou no setor privado. Vem se reunindo desde março deste ano, desenvolvendo a expressão corporal com auxílio do ator, diretor e dramaturgo Gil Guzzo, formado pela USP e PUC (SP)e mestrando da UFSC, e vinha preparando a peça que foi levada a palco em sua estréia no dia 22 de setembro.

A peça se adequou à discussão do dia: cidadania e educação fiscal. O grupo foi muito aplaudido pelos 120 participantes do evento e na avaliação escrita por vários expectadores só houve elogios, o que os animou muito para a continuidade desta arte. O grupo “ESAG em Cena” inclusive foi convidado para se apresentar em outros eventos, que se realizam na grande Florianópolis, tais como:os movimentos de combate a corrupção; o Consocial e outros nos quais estão envolvidos o CGU, a Receita Federal, o Ministério Público, os Tribunais de Contas e vários movimentos sociais organizados.O Grupo “ESAG em Cena” está se preparando, inclusive com ampliação e melhoramento do “Mito da Caverna” para a “Semana Ousada”, que se realizará aqui em Florianópolis. O grupo fará sua apresentação em 25 de novembro, às 19 horas no CEART.

Atores do projeto ESAG em cena, em uma apresentação no Encontro de Cidadania e Educação Fiscal.

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Ponto Discente e Docente

Por Amanda Konrad e Profº Enio Spaniol

Administração Pública 7° Encontro de Extensão

Na segunda-feira, dia 07 de novembro, com a presença do Reitor da UDESC, aconteceu, no Centro de Artes, em conjunto com a 4º Semana Ousada de Artes, o 7º Encontro de Extensão. A realização do evento foi coordenada pela Pró-Reitoria de Extensão, com o objetivo de apresentar à comunidade os projetos de extensão realizados na universidade durante 2011. Este 7° Encontro proporcionou a todos os centros a chance de mostrar, conhecer e questionar os projetos em andamento na UDESC, além de ser um momento de integração entre alunos, técnicos e professores da universidade e sua relação com a comunidade. O 7° Encontro de Extensão se caracterizou pela exposição de banners, que contavam, de forma resumida, os propósitos e as realizações de cada programa e de cada projeto de extensão. A ESAG esteve presente, apresentando, pelos professores e bolsistas, os 5 Programas de Extensão e os 21 Projetos de Extensão que estão sendo desenvolvidos neste ano de 2011. O Programa de Extensão LASP (Laboratório de Aprendizagem em Serviço Público), por banners, detalhou as realizações dos seus 3 Projetos: Formação Cidadã, Bússola Municipal: indicadores de desempenho e reflexos no desenvolvimento s u s t e n t á v e l ; e M u l t i p l i c a d o r d o Conhecimento: universidade, gestores municipais e comunidade no fortalecimento da formação comunitária.

Sem carro é melhor

Já se vai longe o tempo em que carro representava conforto, comodidade, agilidade, bem estar, segurança ou até status. Hoje o carro pode significar confusão, morosidade, nervosismo, stress, insegurança, poluição ou até atraso. Temos carros demais: 1 carro por cada 1,5 pessoas. Se nossa frota de veículos continuar crescendo no ritmo acelerado dos últimos anos, não vai demorar para termos o correspondente a um veículo para cada pessoa em Florianópolis. Evidente que estes carros estão mal distribuídos: alguns poucos tem vários veículos e máquinas potentes, enquanto outros muitos não tem veículo automotor. E vejam esta contradição: faz sentido alguém ter um veículo com motor, 4 x 4, por exemplo, em ruas pavimentadas, onde só é possível transitar em velocidade reduzida em função dos engarrafamentos, cujo trajeto poderia ser coberto com carros menos potentes, menos poluentes e menos consumidores? Faz sentido levarmos mais tempo para percorrer determinado trajeto se em menos tempo fizéssemos o mesmo de bicicleta?

Enio Spaniol

Equipe da Extensão da ESAG no 7º Encontro de Extensão da ESAG.

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É hora de parar e pensar. O jornal LASPEX, em sua último edição, levantou este problema, referindo-se especificamente à dificuldade de encontrar estacionamento nos pátios da UDESC durante os dias normais de aula. Talvez esta tenha sido uma das senhas para a ESAG aderir mais intensamente neste ano de 2011 ao dia mundial sem carro – 22 de setembro. Resultado: obtivemos relativo êxito. Muitas pessoas deixaram seus carros em casa. Estudantes, servidores e cidadãos em geral utilizaram o transporte coletivo, caminharam, deslocaram-se de bicicleta, ou aderiram à carona solidária. Foi um dia de diminuição de carros e de tomada de consciência em torno de um dos problemas mais sérios da capital e de outras cidades do mundo: a mobilidade urbana. Aqui houve entrevistas na rádio UDESC, na Rádio Record, na Bandeirantes, nos programas de televisão, TVBV, SBT, TV Câmara de São José, RBS TV: no Bom Dia Santa Catarina, Jornal do Almoço, Patrola, além de jornais da região. Os professores Daniel, Carolina, Paula, Enio, Samantha, Patrícia, Valério e outros, além de alunos, revezavam-se em explicar, na mídia e em redes sociais, o significado do evento.O mais importante é que este movimento deve continuar. Na ESAG já foi instalado um bicicletário e novas ações continuarão sendo desenvolvidas. Haverá continuidade com ações para diminuição de veículos nas ruas e no próximo ano esta data deverá ter ampliação com a participação em rede de outros centros e outras entidades sociais de Florianópolis.Uma das funções é chamar atenção para a população e para as autoridades locais sobre o precário estado de transporte coletivo (caro, de qualidade questionável e de espaçamento muito grande entre um e outro horário de ônibus), a melhoria e a ampliação das ciclovias e a criação alternativa de meios de transporte coletivo. A faixa exposta na entrada da ESAG dizia: “O transporte precisa ser público”.

Um dos projetos desenvolvidos pelo LASP em 2010 foi o “Diagnóstico Social” que objetivava fazer um levantamento das comunidades do entorno da ESAG/UDESC, nos bairros do Itacorubi, Santa Mônica e Córrego Grande. Essas Comunidades, organizadas em associações, foram contatadas, visando a identificação das demandas sociais e incentivo de oportunidades de ação social. As instituições foram cadastradas junto ao LASP e as informações poderão subsidiar atividades de extensão, de pesquisa e outras ações sociais. O projeto teve como uma de suas justificativas a necessidade de interligação entre a Universidade e o seu entorno e, para isto se concretizar, precisava-se conhecer as principais demandas do bairro.Através da metodologia adotada por questionários e entrevistas, chegou-se à sistematização das principais demandas, que a seguir são elencadas (as demandas aqui são reproduzidas da forma como foram expressas pelos entrevistados):

Itacorubi

Estabilidade Financeira das organizações não-governamentais; Assistência Social no Morro do Quilombo; Saneamento no bairro (aumento da rede coletora de esgoto); Melhoria na Estrutura Física no bairro (mais Iluminação pública); Melhoria na Infra-Estrutura (melhores vias de acesso, mais sinalização, diminuição do congestionamento); Melhor Aproveitamento da Estrutura Física pública existente; Inclusão social;

Enio Luiz Spaniol

Demandas Sociais no Itacurubi

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Apoio para a manutenção das atividades de inclusão já existentes nas organizações não-governamentais; Áreas de lazer públicas (aumento do número de praças, aumento do número de parques, criação de áreas de lazer no morro do Quilombo); Melhoria na Mobilidade Urbana (ciclovias, espaços para pedestres, transporte coletivo mais funcional e barato); Mais Coleta de Lixo (tornar a coleta mais frequente); Melhoria na Coleta Seletiva (maior freqüência e mais divulgação em torno da coleta seletiva de lixo); Melhor Segurança; Mais informações e orientações transparentes sobre administração de recursos sociais para as organizações não-governamentais; Melhoria na Saúde (necessidade de mais postos de saúde); Parcerias mais eficazes entre instituições do bairro e da comunidade; Mais Creches; Melhoria na Captação de Recursos; Maior d e n s i d a d e d e E s p a ç o s C u l t u r a i s (bibliotecas.teatros e cinemas); Melhoria no Abastecimento de água; Mais e melhor Divulgação das atividades do bairro; Busca por melhor Entrosamento entre Empresas Públicas e Privadas; Disponibilidade de Serviços Financeiros (mais bancos e/ouCaixas Eletrônicos).

Santa Mônica

Demanda por Estabilidade Financeira das organizações não-governamentais; Melhoria na Estrutura Física no bairro (falta de abrigos de ônibus, pontos de ônibus mal localizados, deficiência na iluminação pública); Melhoria no Saneamento do bairro (a limpeza Pública não é bem feita e requer-se ampliação da rede coletora de esgoto); Melhoria da Mobilidade Urbana (ciclovias, espaços para pedestres); Mais informações sobre a Captação de recursos públicos; Melhor Segurança; Mais e melhores serviços de Saúde (mais postos de saúde); Melhor Preservação do Meio Ambiente; Inovação nos Modelos de Transporte Urbano.

Córrego Grande

Captação de Recursos pelas instituições (ONGs. etc.) para desenvolver projetos; Segurança com maior efetivo, melhor equipada e mais capacitada; Melhoria no Abastecimento de Água; Melhor Infra-E s t r u t u r a ( d i m i n u i ç ã o d o s Congestionamentos e melhoria nas Vias de acesso).Destaca-se, por fim, que quantitativamente, o bairro do Itacorubi recebeu uma atenção mais intensa neste projeto de extensão.Como pode ser observado, algumas demandas se repetem nos três bairros. As demandas acima expostas e os dados reunidos no Banco de dados poderão subsidiar outros projetos a ser desenvolvidos pela Universidade e poderão também ser objeto de implementação de políticas públicas nestes bairros do entorno da ESAG/UDESC.

O projeto Bússola Municipal, um dos projetos que compõem o LASP, vem seguindo com suas atividades a todo o vapor. Ul t imamente es tamos t rabalhando ativamente na confecção dos boletins com indicadores socioeconômicos e financeiros das cidades que fazem parte da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de Itajaí. O projeto está criando forma, e para tanto, vem sendo de fundamental importância a dedicação de todos os bolsistas e da professora Ivoneti Ramos, coordenadora deste projeto, que tanto se esforça para que todas as oportunidades sejam aproveitadas e o projeto seja cada vez mais divulgado.

Bússola Municipal

Laura Teixeira

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Entre todos bolsistas da "Família Bússola", há os que iniciaram junto com o projeto, e outros que recém entraram, é o caso da acadêmica de Adm. Pública, Bruna Anziliero que afirma: "Sou bolsista do Projeto há cerca de um mês e ele sempre despertou minha atenção, visto que é de grande valia para uma análise municipal mais profunda, tanto dos aspectos econômico-financeiros como sociais, na medida em que os boletins nos quais trabalhamos podem ser utilizados como norteadores nas decisões dos Administradores Públicos". Contudo, o bolsista Adilson complementa: "A oportunidade de participar deste projeto esta sendo muito importante no meu aprendizado sobre o tema e também com relação ao curso em si. E por ser um meio de reverter para a sociedade o investimento feito p e l a m e s m a n a u n i v e r s i d a d e e conseqüentemente aos acadêmicos." Enfim, que o Bússola continue agregando interessados e que esse projeto de extensão da ESAG, tenha o alcance que é esperado por todos, acadêmicos e sociedade civil. Participam do projeto como bolsistas os seguintes acadêmicos: Laura Linhares, bolsista do LASP. Thayline Maria F. Pereira, Adilson da Silva, Felipe Matos e Bruna Anziliero e Ana Beatriz Senna, bolsistas voluntários do Projeto Bússola.

Fins e começos: o poder das pessoas

Empreendemos uma nova jornada sem ao certo sabermos seus meandros, obstáculos ou possibilidades. Estar à frente da coordenação do curso de Administração Pública da ESAG/UDESC entre 2009 e 2011 foi estar diante de um universo de desafios.O curso completava cinco anos e havia sido forjado, desde sua criação, com o mais profundo rigor para que sua implantação refletisse os propósitos ousados e inovadores do Projeto Político-pedagógico (PPP). Como todo PPP é vivo - se não o for, perde a razão de ser - , arremates e polimentos ajustaram os intentos iniciais à regulamentação educacional, e esta, por sua vez, reflete a dinâmica da formação no país.Os custos do pioneirismo não são fáceis de arcar. Alunos e professores foram juntos construindo, nesses primeiros anos, uma identidade mais clara para o curso. Talvez os frutos dos primeiros esforços tenham sido colhidos com mais abundância nesses últimos dois anos, em que compartilhamos mais intensamente os processos de gestão, c o n s o l i d a m o s o c o r p o d o c e n t e , acompanhamos nossos egressos atuando no mercado de trabalho e conquistamos novos canais de comunicação com a sociedade.Em 2010, fomos provocados a nos debruçar sobre nova reforma curricular. Como docentes e discentes refletimos, propusemos melhorias, discordamos e, por fim, decidimos esperar pela maturidade que só o tempo é capaz de dar, pois foi apenas em 2011.1 que o currículo atual foi plenamente implementado, cujo início se deu com a turma de 2008.1.

Patrícia Vendramini

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A consolidação institucional nas instâncias da ESAG e na sociedade pode ser percebida com mais ênfase. Internamente, nossos alunos conquistaram espaços de representação estudantil junto aos conselhos deliberativos e à entidade representativa estudantil do centro. A estrutura do Departamento foi fortalecida com a incorporação de uma técnica administrativa permitindo à nova gestão um melhor suporte na realização das inúmeras tarefas.Externamente, temos a presença constante e intensa dos docentes e discentes apresentando resultados de pesquisas em eventos científicos, sendo convidados a proferir cursos, palestras, a mediar debates que envolvam o interesse público em congressos, a participar de entrevistas em televisão, rádio e jornal em que o tema seja Administração Pública. A essência do curso, que busca o desenvolvimento de líderes para articular a rede de coprodução de serviços públicos de excelência, foi sorvida pelos professores de tal forma que vem sendo transmitida além-mar – somos referência.Novas parcerias interinstitucionais foram criadas. Uma das realizações nesse sentido foi a instalação do Conselho de Gestores Públicos, iniciativa da Direção Geral que nos proporciona o diálogo com gestores de órgãos públicos, suas perspectivas e demandas relativas ao perfil profissional que buscam. Demandas da comunidade surgem a todo momento, evidenciando a visibilidade do curso, efetividade nas ações e resultados para o fortalecimento da democracia, o que só é possível com o engajamento de professores e alunos.Mais do que sustentar falas bem articuladas em prol da coletividade, mostramos, com nossas ações, que o bem comum é construído pela combinação entre critérios técnicos e políticos, pelo engajamento das pessoas, investindo seus recursos, conhecimentos, expectativas e capacidade de realização. A Chefia do Departamento foi um espaço ímpar de aprendizado e crescimento, sobretudo pela visão de mundo que se põe à prova a partir do desvelar da alma humana.

Em função do crescente controle social no que tange às ações desenvolvidas pela administração pública, instituiu-se, por normativa constitucional, os conselhos municipais de saúde, compostos por representantes da comunidade, das entidades de classe e dos profissionais da área, para apresentar as suas necessidades aos entes governamentais e para legitimar as ações e orçamentos públicos.Para municiar os conselheiros de informações e melhorar a sua participação nos processos deliberativos dos conselhos, configurou-se o Projeto Multiplicadores do Conhecimento. Este projeto propõe-se a capacitar os conselheiros municipais de saúde de Florianópolis nas principais temáticas que envolvem a formulação de estratégias, controle e fiscalização da execução da política de saúde municipal.Desde o início do ano, uma equipe interdisciplinar e interinstitucional se reúne quinzenalmente, capitaneada pela Secretaria Municipal de Saúde, composta por representantes dos postos de saúde, dos conselhos, da UFSC e da nossa UDESC com o objetivo de desenvolver a capacitação dos conselheiros. Como resultados, podemos colher:• Formatação da estrutura das oficinas aos conselheiros municipais e locais de saúde• Realização de quatro oficinas aos conselheiros municipais de saúde, com as temáticas: (1) O SUS e a Participação Social: novos e velhos desafios, (2) Planejamento e Plano Municipal de Saúde: como passar do projeto à realidade?, (3) O dinheiro na Saúde Pública e (4) O público e o privado na Saúde Pública.• Realização de cinco oficinas para os conselheiros locais de saúde de cada regional da cidade, com a temática “Saúde, controle social e você: qual é a força do conselho local de saúde em sua comunidade?”

Projeto Multiplicadores do Conhecimento

Patrícia Vendramini

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Desenvolvimento: Para além do IDH Parte I

No último dia 2 de novembro, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgou Relatório de Desenvolvimento Humano 2011, que apresentou o ranking global do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). O IDH foi concebido no final da década de 1980 e seu objetivo principal era o de se tornar uma alternativa “mais realista” ao PIB per capita para avaliar e mensurar o desenvolvimento. O índice é calculado pela conjugação de três dimensões: renda (PIB per capita); educação (expectativa de anos de escolaridade e média de anos de escolaridade) e saúde (expectativa de vida ao nascer), podendo variar de 0 até 1 ( quanto mais próximo de 1, maior será o desenvolvimento humano). No relatório de 2011, o Brasil apareceu na 84ª posição, com um IDH de 0,718. Neste ranking, composto por 187 países, a Noruega aparece no topo, com um IDH de 0,943, e a República Democrática do Congo foi a última colocada, com um IDH de 0,286.

No Brasil logo após a divulgação dos números mencionados surgiram “defensores” e “críticos” do desempenho brasileiro no ranking da ONU. Por um lado, governo e o próprio relatório do PNUD destacaram que as políticas públicas postas em marcha nos últimos anos possibilitaram ao país consolidar sua condição de “Desenvolvimento Humano Elevado”, permitindo que o IDH brasileiro crescesse no período 1990-2010 a uma taxa média de 0,86%, enquanto que a América Latina e o grupo de países de alto desenvolvimento cresceram a t a x a s m é d i a s d e 0 , 7 3 % e 0 , 6 1 % , respectivamente, no período mencionado. Por outro lado, oposição e alguns setores da sociedade destacam fatos, igualmente verdadeiros, como o Brasil estar posicionado atrás de alguns países latino americanos, como:Chile (0,805), Argentina(0,797), Cuba( 0,776), Uruguai(0,783), México(0,770), Peru(0,725) e Equador (0,720), países que nem de longe apresentam o vigor econômico da economia brasileira. Como se vê, a vantagem dos números é que eles não falam, bastando tratá-los bem para que fiquem sempre ao nosso lado.No entanto, o que ambos os lados não debatem, ou se debatem o fazem de maneira marginal, é sobre o que o IDH não indica, ou melhor, o que falta incorporar ao IDH ou a outros índices semelhantes para que realmente se consiga captar as múltiplas facetas que integram o conceito de desenvolvimento. Como falar de desenvolvimento humano, ou melhor, desenvolvimento da sociedade, sem incorporar a temática ambiental e a pressão que a humanidade exerce sobre o meio que a cerca? Como é possível afirmar que um país possui alto desenvolvimento humano se a igualdade de gênero e de raça ainda não atingiu a sua plenitude? É possível afirmar que a ausência de direitos políticos é apenas um detalhe e que não precisa ser considerado na mensuração do desenvolvimento? E o que falar sobre a má distribuição de renda dentro de uma sociedade?

André Luiz Campos de Andrade¹

Mestre em Economia e Especialista em Politicas Públicas e Gestão Governamental do Ministério do Planejamento. É Professor Colaborador da ESAG /UDESC nos cursos de Ciências Econômicas e Administração Empresarial.

As oficinas envolveram em torno de 150 participantes, entre o conselho municipal e os locais. É um número modesto, comparado às possibilidades, entretanto, diante da cultura da omissão e da delegação da democracia (dita representativa), chega a ser surpreendente. O destaque pode ser dado ao compromisso dos gestores municipais que estão patrocinando a iniciativa, o Secretário Municipal, João Cândido da Silva, o Secretário Adjunto de Saúde, Clézio Espezim, assim como o Diretor de Planejamento, Informação e Captação de Recursos sob a batuta do Diretor Mário José Bastos Júnior e a gerência do projeto com a servidora Brenda T. Porto de Matos, além de enfermeiras, assistentes sociais, médicos, técnicos administrativos e voluntários da comunidade. Todos incansáveis em acreditar que a saúde pública é para ser efetivamente de todos.

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Colaboraram para esta edição: Prof Enio Spaniol, Leonardo Reis,Prof. André Luiz Campos de Andrade, Laura Teixeira, Prof. Patrícia Vendramini e Amanda Konrad.

Envie seu elogio, crítica ou sugestão para a próxima edição: [email protected]

EX

Por onde anda

Administrador público, emprego privado

Quando se chega lá pela 7ª ou 8ª fase a gente quer morder quem pergunta o que vamos fazer depois de formados. É um período de muitas incertezas e expectativas. Posso dizer que o esforço vale a pena.Em 2009, trabalhei por cerca de 40 dias no Departamento Financeiro de uma empresa especializada em pipoca saborizada (eu nem atinava que isso poderia dar dinheiro!), graças à indicação de uma amiga. Nesse ínterim, surgiu a oportunidade de atuar diretamente na Administração Pública e fui levado à Prefeitura Municipal de Florianópolis pelo então Secretário Executivo de Controle Interno e Ouvidoria, professor Arlindo Carvalho Rocha; eleito Presidente da Federação Nacional dos Estudantes de Administração Pública (Feneap), pedi para sair e me dediquei exclusivamente à desafiadora tarefa que se descortinava na minha vida.

Mas o curso ia chegando ao fim e era preciso “tomar um rumo”, ganhar dinheiro!Pois bem. Eis que em um sábado, 23 de julho de 2011, a 8 dias da minha formatura e sem saber o que seria da vida depois da faculdade, me liga o Diretor daquela tal empresa de pipoca saborizada, com quem eu não tinha contato há mais de dois anos. Contou-me rapidamente de como a empresa tinha crescido e se consolidado e pedindo uma reunião para conversarmos melhor. Foi minha primeira proposta de trabalho, que depois de alguns dias de reflexão e consulta aos pais – sim, veja como não somos tão independentes quanto nós mesmos pensamos -- aceitei.Hoje, três meses depois da formatura, estou Gerente de Expansão da Flavored Popcorn. lá em 2007, na minha primeira fase -- e encaro isso como um desafio na consolidação do campo de atuação desse profissional. Com a autonomia e o reconhecimento que um recém-formado espera, tenho provado com resultados reais como o Administrador Público tem competência para atuar positivamente na iniciativa privada – como já me havia dito o prof. José Francisco Salm,Essa breve experiência serve para deixar claro que a universidade é o momento de aproveitarmos e construirmos oportunidades, fazendo com dedicação o que se espera de um estudante: estudar. Trabalhando, envolvendo-se no movimento estudantil, mas sem perder o foco da sua real missão naquele instante da vida, temos todas as condições de abrir as portas de um futuro incrível.

Leonardo Reis

Obviamente que a resposta para todas estas perguntas é “NÃO” e é exatamente por isso que acreditar cegamente que aumentos sucessivos do IDH são a garantia para atingirmos uma sociedade livre de problemas com os quais hoje convivemos talvez nos conduza a uma grande decepção, assim como foi a constatação de que crescimento e c o n ô m i c o n ã o é s i n ô n i m o d e desenvolvimento econômico.A boa notícia, no entanto, é a de que já existem algumas mentes brilhantes, como o trio formado por Amartya Sen, Joseph Stiglitz e Jean-Paul Fitoussi pensando em formas alternativas de se mensurar o verdadeiro desenvolvimento, mas isso é o assunto da continuação deste artigo, que estará em nosso próximo informativo.