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Informativo da Produção de Leite Edição 304 . Ano XXII . Setembro de 2014 . Viçosa - MG Dica do Zootecnista: Tratamento de grãos de milho armazenados 2 Veja também nesta edição Momento do Produtor: Conheça o Sitio Dona Chiquinha, em Teixeiras 3 Criação de bezerras em sistema de abrigo contínuo 5 Qualidade do Leite: Como evitar resíduo de antibiótico no leite 6 XXV Torneio Leiteiro de Viçosa e Região No dia 13 de setembro, aconteceu no Sítio Aurora, em Teixeras, o XXV Torneio Leiteiro de Viçosa e região. O Torneio é organizado pelo Progra- ma de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira (PDPL) e pelo Programa de Capacitação de Especialistas em Pe- cuária Leiteira (PCEPL) em parceria com a UFV, Itambé, Nestlé, DPA e SEBRAE. Este é o evento de maior abran- gência e importância promovido pelo PDPL/PCEPL, e tem o objetivo de ho- menagear o esforço e confiança dos produtores leiteiros da região nos ser- viços do Programa. O Torneio reuniu este ano, aproxi- madamente, 400 pessoas na premia- ção, entre eles, produtores, professo- res, universitários, técnicos e todos os colaboradores do PDPL/PCEPL. O primeiro Torneio Leiteiro foi re- alizado em 1998, e contou com a ins- crição de apenas 4 produtores e 17 va- cas participantes. Em 2014, foram 17 categorias com premiação para os 1º, 2º e 3º lugares em cada uma delas. Os ganhadores receberam troféus, meda- lhas e presentes dos parceiros do Pro- grama como reconhecimento. O troféu que representou a maior premiação do torneio foi o “Higino Frederico”, que carrega esse nome em homenagem ao produtor leiteiro, de 89 anos, parceiro do PDPL/PCE- PL. Higino se destacou no programa pelas suas atitudes empreendedoras e de responsabilidade social, com as quais dedicou em sua propriedade durante todos esses anos. O ganhador deste troféu foi José Afonso Frederico, filho do Sr. Higino, que recebeu a homenagem bastante emocionado e agradecido pelos servi- ços prestados pelo programa. A vaca Hélia, 7/8HZ, consagrou-se campeã produzindo na categoria 3 ordenhas livre 82,20 Kg/dia, com o aumento da produção em 4,5% em comparação a última ganhadora. José Afonso acredita que o PDPL foi essencial para o desenvolvimen- to de sua propriedade, por meio da transferência de aprendizagem e téc- nicas, tanto para o proprietário, como para os funcionários da fazenda. Oti- mista, o produtor ainda afirma: “foi muito difícil chegar até aqui, estamos muitos emocionados com a homena- gem e esta premiação é o maior incen- tivo para estabelecermos novas metas e procurar vôos mais altos”. Além de ser um momento de confraternização e valorização dos resultados obtidos pelos produtores de leite de Viçosa e região, o Torneio Leiteiro busca evidenciar importân- cia da produção leiteira local e o seu potencial de crescimento. A partir da produtividade de cada vaca, pode-se mensurar o desenvolvi- mento dos rebanhos. Estes resultados a cada ano superam a expectativa até mesmo dos realizadores do evento, e são provenientes do aperfeiçoamento de fatores como, alimentação, manejo, melhoramento genético, reprodução e sanidade, que são analisados de perto pelos especialistas do Programa. Segundo Adriano Provezano, co- ordenador geral do Programa, hoje, a produtividade dos rebanhos e quali- dade do leite dos produtores campe- ões de cada categoria, têm alcançado níveis que se assemelham a padrões de 1º mundo. Dessa forma, os produtores ho- menageados de Viçosa e região, que contam com o apoio do PDPL/PCE- PL, tem a possibilidade de enxergar maneiras de viabilizar suas pequenas propriedades para que elas se tornem sustentáveis não somente financeira, mas também cultural, social e am- bientalmente. Laís Coletta Pereira Estudante Comunicação Social Adriano, coordenador do Programa juntamente com José Afonso Frederico, Higino Frederico e família Funcionários, estagiários e técnicos do Programa Troféus, medalhas e outras premiações doTorneio.

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Informativo da Produção de Leite

Edição 304 . Ano XXII . Setembro de 2014 . Viçosa - MG

Dica do Zootecnista:Tratamento de grãos de

milho armazenados 2

Veja também nesta edição

Momento do Produtor:Conheça o Sitio Dona

Chiquinha, em Teixeiras 3 Criação de bezerras em sistema de abrigo

contínuo5

Qualidade do Leite:Como evitar resíduo de

antibiótico no leite6

XXV Torneio Leiteiro de Viçosa e Região

No dia 13 de setembro, aconteceu no Sítio Aurora, em Teixeras, o XXV Torneio Leiteiro de Viçosa e região. O Torneio é organizado pelo Progra-ma de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira (PDPL) e pelo Programa de Capacitação de Especialistas em Pe-cuária Leiteira (PCEPL) em parceria com a UFV, Itambé, Nestlé, DPA e SEBRAE.

Este é o evento de maior abran-gência e importância promovido pelo PDPL/PCEPL, e tem o objetivo de ho-menagear o esforço e confiança dos produtores leiteiros da região nos ser-viços do Programa.

O Torneio reuniu este ano, aproxi-madamente, 400 pessoas na premia-ção, entre eles, produtores, professo-res, universitários, técnicos e todos os colaboradores do PDPL/PCEPL.

O primeiro Torneio Leiteiro foi re-alizado em 1998, e contou com a ins-crição de apenas 4 produtores e 17 va-cas participantes. Em 2014, foram 17 categorias com premiação para os 1º, 2º e 3º lugares em cada uma delas. Os ganhadores receberam troféus, meda-lhas e presentes dos parceiros do Pro-grama como reconhecimento.

O troféu que representou a maior premiação do torneio foi o “Higino Frederico”, que carrega esse nome em homenagem ao produtor leiteiro, de 89 anos, parceiro do PDPL/PCE-PL. Higino se destacou no programa pelas suas atitudes empreendedoras e de responsabilidade social, com as quais dedicou em sua propriedade durante todos esses anos.

O ganhador deste troféu foi José Afonso Frederico, filho do Sr. Higino, que recebeu a homenagem bastante emocionado e agradecido pelos servi-ços prestados pelo programa. A vaca Hélia, 7/8HZ, consagrou-se campeã

produzindo na categoria 3 ordenhas livre 82,20 Kg/dia, com o aumento da produção em 4,5% em comparação a última ganhadora.

José Afonso acredita que o PDPL foi essencial para o desenvolvimen-to de sua propriedade, por meio da transferência de aprendizagem e téc-nicas, tanto para o proprietário, como para os funcionários da fazenda. Oti-mista, o produtor ainda afirma: “foi muito difícil chegar até aqui, estamos muitos emocionados com a homena-gem e esta premiação é o maior incen-tivo para estabelecermos novas metas e procurar vôos mais altos”.

Além de ser um momento de confraternização e valorização dos resultados obtidos pelos produtores de leite de Viçosa e região, o Torneio Leiteiro busca evidenciar importân-cia da produção leiteira local e o seu potencial de crescimento.

A partir da produtividade de cada vaca, pode-se mensurar o desenvolvi-mento dos rebanhos. Estes resultados a cada ano superam a expectativa até mesmo dos realizadores do evento, e são provenientes do aperfeiçoamento de fatores como, alimentação, manejo, melhoramento genético, reprodução e sanidade, que são analisados de perto pelos especialistas do Programa.

Segundo Adriano Provezano, co-ordenador geral do Programa, hoje, a produtividade dos rebanhos e quali-dade do leite dos produtores campe-ões de cada categoria, têm alcançado níveis que se assemelham a padrões de 1º mundo.

Dessa forma, os produtores ho-menageados de Viçosa e região, que contam com o apoio do PDPL/PCE-PL, tem a possibilidade de enxergar maneiras de viabilizar suas pequenas propriedades para que elas se tornem sustentáveis não somente financeira, mas também cultural, social e am-bientalmente.

Laís Coletta PereiraEstudante Comunicação Social

Adriano, coordenador do Programa juntamente com José Afonso Frederico, Higino Frederico e família

Funcionários, estagiários e técnicos do Programa

Troféus, medalhas e outras premiações doTorneio.

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A integração lavoura pe-cuária consiste basicamente de diferentes sistemas produtivos de volumosos/grãos e pecuária, implantados na mesma área, em consorcio, rotação ou sucessão de culturas. Na integração, nor-malmente é envolvido o plantio de milho e a recuperação ou im-plantação de pastagens em áreas degradadas ou em novas áreas. Normalmente são utilizadas cul-tivares de brachiaria, que pode ser realizada na linha do milho, na entrelinha, ou em área total, sendo que esta pode ser feita através do uso de plantadeiras de grãos com o plantio simultâ-neo de milho e brachiaria, uso de plantadeiras de sementes em linha (matracas), ou plantio ma-nual a lanço.

Uma dúvida comum no meio rural é o receio do milho ser afe-tado pela competição com a bra-

chiaria.Tal fato não acontece, pois o milho apresenta um crescimen-to inicial superior ao da brachia-ria. Caso a brachiaria inicie com-petição com milho, o produtor tem como ferramenta a aplicação de subdoses de herbicidas a base de nicossulfuron, que apenas retarda o desenvolvimento da mesma, proporcionando o pleno desenvolvimento do milho.

Pensando na importância da cobertura do solo após a desti-nação de 3,0 hectares de um an-tigo cafezal, foi implementado no Sítio Aurora, de propriedade dos irmãos Alvimar e Paulo, lo-calizado no município de Teixei-ras, o sistema lavoura pecuária na safra 2013/2014. Na safra em questão, foi utilizado a Brachia-ria brizantha cv.Marandú. Foram notórios os benefícios do sistema na nova área de plantio, através da grande produção de forra-gem, diminuição considerável da compactação, cobertura do solo após o corte do milho, mantendo

o solo protegido e auxiliando no controle de plantas daninhas e formação de banco de sementes de brachiaria.

O plantio consorciado de mi-lho com brachiaria tem influen-ciado diretamente na fertilidade do solo, onde pode ser observado após análise de solo comparativa do ano de 2013 e 2014, aumento significativo de potássio (K) de 27 mg/dm para 48 mg/dm, au-mento na saturação de bases de (V %) e expressiva redução na

saturação de alumínio, elemento altamente tóxico ás planta, de 93 % para 33%.

Portanto, além da produção de milho para forragem, o produ-tor passa a constar com um pasto como reserva estratégica de vo-lumoso, que no caso da proprie-dade, por não haver necessidade de uso, foi destinado a produção de palhada para o plantio direto que será realizado na safra 14/15, preservando assim com todos os benefícios acima descritos.

Para que possamos trabalhar de maneira sustentável dentro da fazenda é fundamental traba-lhar seguindo as Boas Praticas na Fazenda-BPF e sempre manter a propriedade organizada, isso proporciona um melhor ambien-te de trabalho, que refletirá em um uso mais eficiente dos insu-mos, redução de risco eaumento da renda da atividade leiteira.

Um ponto agronômico den-tro das BPF que vem chamando a atenção, dos técnicos e esta-giários, em grande maioria das propriedades, são as poucas fa-zendas que seguem a norma re-gulamentadora 31(NR-31) para armazenamento de produtos químicos. Muitos produtores efe-tuam as compras dos agrotóxicos no começo da safra e ao receber os agroquímicos armazenam em locais inadequados, em galpão de máquinas, na farmácia junto com os produtos veterinários e

até mesmo do galpão que fica es-tocado o milho e concentrado da propriedade.

Vamos relembrar as orienta-ções da NR-31, sobre Agrotóxi-cos:

* É proibido a aplicação de agrotóxico que não são registra-dos, para a cultura, pelo órgão governamental(MAPA);

* Somente maiores de 18 anos podem trabalhar com agrotóxi-cos;

* É proibido o trabalho antes do fim do período de reentra-da(período que corresponde o dia da ultima pulverização até a permissão de entrada de pessoas na área sem risco de ser contami-nadas);

* Realizar as aplicações sem-pre com o uso de EPI(Equipa-mento de Proteção individual);

* O agrotóxico não pode ser fracionado na embalagem origi-nal;

* O local de armazenamento de agrotóxicos devem possuir pa-redes e cobertura, acesso restrito aos trabalhadores, possuir placas com símbolos de perigo;

* Distancia mínima de 30 m de moradias, casa de máquinas e currais;

* As embalagens devem ser colocadas em estrados e afasta-das das paredes;

Após o uso dos agrotóxicos:

* Imediatamente após o esva-ziamento da embalagem (rígidas e laváveis), realizar a tríplice la-vagem, coloque um volume ate ¼ de água na embalagem, agite bem e coloque a agua de lavagem no tanque do pulverizador. Repi-ta o processo por 3 vezes. Seguin-do o processo você terá oportu-nidade para utilizar o liquido de lavagem na pulverização;

* Inutilize a embalagem, per-furando o fundo na embalagem, mantendo o rotulo e a tampa;

* As embalagens inutilizadas poderão ser estocas temporaria-mente e posteriormente deverão ser entregue nos postos de coleta autorizados, no máximo um ano após a compra;

Portanto devemos redobrar a atenção na questão do armaze-namento dos agroquímicos de maneira correta e eficiente. Ao fazermos isso evitamos a con-taminação do meio ambiente, redução dos riscos de contami-nação, diminuímos a perda de dinheiro por produtos vencidos e otimizamos o tempo de servi-ço no momento da utilização dos agroquímicos.

Informativo da Produção de Leite

Dica do AgrônomoOrganização no depósito de agrotóxicos

João Marcos S. LimaEstudante de Agronomia

Integração Milho-Brachiaria: Ferramenta de melhoria das condições físicas e químicas do solo

Lucas Silva MarquesEstudante de Zootecnia

Obs: Na região de Viçosa a unidade de recolhimento de embalagem de agrotóxicos já utilizada fica localizada no trevo de Coimbra-MG

Armazenamento inadequado de agrotóxicos

Armazenamento correto após a organização dos agrotóxicos

Pastagem formada após integração

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Olá! Eu sou o Tobias, esse mês fui conhecer a propriedade do senhor Rogério Barbosa Moreira, o Sitio Dona Chiquinha, localizado no município de Teixeiras. A propriedade conta com uma área total de 22,05 ha, onde 12,05 ha são voltados para a

atividade leiteira e os outros 10 ha são de reservas.

Cana-de-açúcar com piquetes de Mombaça ao fundo

Desde o inicio de sua administração o Sr. Rogério procurou novas tecnologias que poderiam auxiliar no desenvolvimento, com isso entrou para a Associação de leite Vau leite, que orientava os produtores da região. A partir de então o produtor inseriu o uso de inseminação artificial, fornecimento de cana corrigindo com ureia, controle financeiro e um forte controle zootécnico, com informações de todos os animais.

No ano de 1997, o senhor Rogério Barbosa assumiu a administração da propriedade que antes era comandada pelo seu pai, e a partir de então começou a conciliar sua profissão de dentista com a de produtor. Aos poucos foi se interessando pela atividade e investindo mais na propriedade.

Em 2011 o produtor iniciou a parceria com o PDPL/PCEPL, onde em pouco tempo alcançou grandes resultados. Quando ingressou no programa, a fazenda tinha uma produção total de 170 litros diários e hoje já passa dos 400 litros diários.

Na fazenda o manejo utilizado é bastante comum entre os produtores, que se baseia na utilização de pasto no período das águas, com um suporte de volumoso no cocho e no período da seca toda a dieta é fornecida no cocho. Após a parceria iniciada com o PDPL/PCEPL, realizou em 2011/2012 o seu primeiro plantio de milho para silagem, em apenas 3,23 ha. O sucesso da silagem fez com que o produtor na safra 2013/2014 aumentasse a área para 5 ha. Com o melhor desempenho do rebanho e a facilidade do manejo alimentar, faz com que o produtor pense em futuramente eliminar o seu canavial e plantar milho para silagem nessa área.

Produtor Rogério Barbosa

Visão panorâmica da fazenda

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Sempre atento às informações da atividade o Sr. Rogério viu que as fases de cria e recria devem receber uma atenção maior, podendo assim alcançar uma menor idade ao primeiro parto. Com isso adotou um manejo da cria em abrigos individuais, com fornecimento diário de 6 litros de leite até os 30 dias e 4 litros até os 60 dias, quando é realizado o desaleitamento. Durante a fase de cria, há o fornecimento de ração concentrada a vontade, e quando desaleitados consomem em média 800 gramas de concentrado por dia. Quando os animais entram na fase de recria, são separados rigorosamente de acordo com suas condições físicas, recebem uma dieta de capim-elefante in natura como volumoso e uma ração concentrada com teor de 25% de proteína, atendendo a necessidades dos animais. Espera-se que com esse manejo adotado a idade média ao primeiro parto que é de 29 meses, alcance valores próximos a 25 meses para as vacas de 1° cria.

Como planos futuros, pretende-se utilizar o sistema de fertirrigação em todas as áreas cultivadas. A propriedade apresenta uma quantidade de terra restrita (apenas 12 ha utilizados para a atividade leiteira), procuram-se maneiras para aumentar a produtividade, já que se torna inviável o aumento do rebanho.

O produtor Rogério Barbosa acompanha toda a atividade de perto junto com o PDPL/PCEPL contribuindo para o crescimento profissional dos estagiários. Obrigado por estar sempre de portas

abertas e nos mostrar um pouco mais de sua fazenda!

A propriedade também se destaca pela qualidade do leite, com níveis de CCS (contagem de células somáticas) de 191 mil/ml e de CBT (contagem bacteriana total) de 11 mil/ml, que se encaixam plenamente na normativa IN 62 que está em vigor. Nas características do leite também se destaca a quantidade de sólidos totais, que advém bastante da genética dos seus animais. Desde o inicio o Sr. Rogério apostou na raça Jersey, que trás dentro das características da raça o elevado nível de sólidos no leite. Além da raça Jersey é utilizado nas inseminações touros da raça Holandesa e Girolando, tendo variados graus de sangue.

A propriedade conta com 5 ha de piquetes de brachiaria, o que possibilita um pastejo rotacionado dos animais. Diante de uma oportunidade de implantação de um sistema de fertirrigação, pela proximidade a uma granja de suínos o produtor formou uma parceria com o proprietário, que passou a destinar os resíduos da granja para o Sítio Dona Chiquinha, depois de passar por diversos processos de estabilização. Hoje os piquetes estão sendo irrigados e já foram observados bons resultados, mas o projeto ainda está em desenvolvimento.

Período 2010/2011 2013/2014 Previsto 2015Vacas em lactação 15 21 27

Total de vacas 18 24 30Produtividade (L/vaca/dia) 14,66 16,66 18

Produção/MDO (L/dh) 110 236 286Produção/área (L/ha/ano) 7400 12000 14784Taxa de lotação (UA/ha) 1,38 1,9 2,5

Animal ½ sangue jersolando

Bezerra no abrigo individual

Tanque de armazenamento do resíduo

Sistema de irrigação

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A lucratividade é um indicador de eficiência que indica a capacidade da atividade transformar renda em margem líquida, isto é, de toda a receita da ati-vidade, quanto sobra no bolso do produtor. Muitas vezes é confundida com outro indicador importan-te, a Taxa de Giro do capital, que aponta quanto do estoque empatado na propriedade se transforma em renda bruta.

Observe que juntos esses indicadores compoem a Taxa de remuneração do capital (TRC), que represen-ta a capacidade da atividade transformar patrimônio em dinheiro:

Mas como podemos utilizar a lucratividade para avaliar o negócio leite? É simples, a lucratividade representa o fôlego que o produtor tem para operar sem prejuízo mesmo com possível variação no pre-ço do leite ou no volume de leite produzido. Quanto menor a lucratividade, maior o risco da atividade. Significa que o custo operacional total está muito próximo do faturamento, ou seja, a margem líquida está muito pequena. Essa análise é importante por-

que mostra que não basta ter receita, é preciso ter um equilíbrio entre renda e custo.

A taxa de lucratividade mínima para a atividade leiteira deve ser de 20% ao ano. Por exemplo, um produtor que fatura um milhão de reais por ano na atividade, com venda de leite, animais e esterco, após pagar todas as despesas (concentrado, silagem, funcionários, etc.), pagar as depreciações e a mão de obra familiar, ainda deve sobrar no bolso, no mínimo R$200.000,00.

O importante mesmo é trabalhar com eficiência! Quanto maior o capital empatado na propriedade, maior deve ser a produção de leite para compensar o investimento. Trabalhar bem a escala de produção, o custo operacional e investimentos equilibrados, ga-rantem o sucesso da atividade, tornando-a lucrativa.

Lucratividade: o que quer dizer?Bruna Leonel Estudante de Zootecnia

Criação de bezerras em sistema de abrigo contínuo

Dentro da atividade leiteira, fa-zer a cria adequada das fêmeas é o passo inicial para se alcançar renta-bilidade e, um dos fatores que favo-recem o desenvolvimento dos be-zerros, é o tipo de abrigo utilizado para este fim.

Um bom abrigo para as crias deve contar com área sombreada, porém com incidência de raios solares em parte do dia, para evitar umidade no local e diminuir a incidência de

doenças. Também é importante es-tar localizado acima ou no mesmo nível do abrigo dos animais adultos, de modo a evitar transmissão de patógenos de um local para o outro. Deve-se atentar para o espaço ade-quado por animal e para a limpeza do ambiente, os animais devem ter contato com carrapatos nesta fase para criar resistência imunológica às doenças transmitidas por eles.

No sítio Água Limpa, situado no município de Porto Firme, o Sr. Geraldo Aleixo Gonçalves e seus filhos, José Geraldo e Paulo Sérgio, tem obtido sucesso na cria de suas bezerras. Há dois meses, o produ-

tor implantou o sistema de abrigo contínuo e substituiu o antigo sis-tema de abrigos individuais. O be-zerreiro é constituído por 16 baias individuais, cercadas com madeira, que possuem cocho de alvenaria e bebedouros automáticos sombrea-dos. As baias são divididas em uma pequena parte de alvenaria e uma área de pastagem de tifton.

Um dos benefícios com a adoção do novo sistema foi o aumento do ganho de peso diário dos animais, os quais passaram a consumir con-centrado mais rapidamente, obten-do um melhor desenvolvimento do rúmen. As bezerras que antes eram

desaleitadas com cerca de 100 dias de vida, hoje já estão consumindo concentrado o suficiente para saí-rem do aleitamento aos 60 dias de idade. Além do ganho de peso, a facilidade de manejo dos animais neste sistema é outro ponto a se destacar.

O Sr. Geraldo está satisfeito com os resultados obtidos e espera al-cançar índices ainda melhores com o novo bezerreiro associado a um correto manejo da cria e recria, re-duzindo assim os custos de produ-ção nessas fases e obtendo retorno econômico sobre o investimento re-alizado.

Daniel Getulio FerreiraEstudante de ZootecniaLorena Machado PedrosaEstudante de Agronomia

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Qualidade do Leite

Alimentos que contém resíduos de antibióticos trazem grandes preocupações para os consumido-res, indústria do leite e produtores. As consequências dos antibióticos para os laticínios é que os fermen-tos usados para fabricação de iogurtes e queijos, por exemplo, são culturas de bactérias lácteas que não se desenvolvem bem na presença de antibióticos, redu-zindo a qualidade desses produtos. Para os consumi-dores, a ingestão de leite com resíduos de antibióticos pode provocar reações alérgicas como: dermatites, urticárias, asma e rinite, além disso, estes resíduos aumentam a resistência bacteriana aos antibióticos que atuam em infecções da flora intestinal, podendo trazer riscos para saúde humana.

Uma maneira de evitar resíduo de antibióticos no leite é respeitar o período de carência que é o prazo de eliminação do antibiótico no leite. Este período varia de produto para produto e de acordo com a via de aplicação (intramamária, intramuscular ou intra-venosa). Sempre que um antibiótico é recomendado para tratamento de vacas em lactação, deve-se estar atento para o período de carência, como podemos ob-servar o exemplo na tabela (1) a seguir. Isto significa que neste período todo o leite da vaca tratada deve

ser retirado do tanque, seguindo o protocolo do me-dicamento com data de início e fim do tratamento. Os cuidados com o rebanho podem ser simples, como realizar anotações sobre animais que estão sendo tra-tados, registrar em quadros de aviso quais são esses animais, marcá-los com fitas coloridas, colares, ou até com tinta no lombo para que de alguma maneira se-jam identificados – observa-se na figura 1 o exemplo de uma vaca com colar vermelho indicando que está sobre tratamento. Assim, o funcionário saberá qual o animal está sendo tratado, registrar a ocorrência na ficha do animal para criar um histórico da doença no animal e no rebanho, sobre o uso correto do antibi-ótico.

Deve-se atentar para alguns outros cuidados com o rebanho como separar os animais em lotes de vacas em tratamento, identificando quais estão no início e no final do tratamento, determinando os horários de aplicação do medicamento e lembrando sempre de descartar o leite com resíduos de antibióticos. Tam-bém é importante evitar aumentar ou reduzir a do-sagem recomendada pela bula. Por exemplo, a bis-naga ou seringa para aplicação intramamária deve

ser aplicada integralmente em um quarto mamário, e não dividida para dois ou mais. Evitar o uso de mais de um antibiótico diferente no mesmo tratamento. Isto pode aumentar o período de excreção de resídu-os e alterar o prazo de retirada do leite para consumo

No Brasil, o controle de medicamentos veteriná-rios que reduzam os problemas causados por anti-bióticos em diversos tratamentos e resíduos do leite não é muito eficaz, por isso, deve haver a conscienti-zação por parte dos produtores e técnicos para fisca-lização e controlar o uso destes produtos. Melhorar a qualidade do nosso leite é algo que traz benefícios para todos que trabalham com leite, bem como, a saúde de quem consome.

Como evitar resíduo de antibiótico no leiteAlex Marques ResendeEstudante de Zootecnia da UFRPE

No dia 21 de agosto o engenheiro agrônomo Dimas Cardoso, supervisor de desenvolvimento de produtos da empresa Riber-KWS, ministrou a palestra “Fatores para altas produtividades” para os estagiários da 3ª fase do PDPL/PCEPL. Ele a iniciou abordando os estádios fenológicos do mi-lho.

Segundo Dimas, os cuidados básicos para se ter

sucesso na lavoura são: planejamento das ativida-des, correção e preparo do solo, época de plantio, tratamento de sementes, precisão no plantio, es-colha do híbrido, manejo correto de plantas da-ninhas, doenças e insetos. Se todos esses fatores não forem utilizados de forma correta, eles irão interferir negativamente na cultura.

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é algo sim-ples que engloba dentre outros, área de refúgio, monitoramento pós-emergência do híbrido veri-ficando ataques de lagartas, utilização de inseti-cidas seletivos para inimigos naturais, tecnologia

de aplicação e rotação dos ingredientes ativos dos inseticidas. Entretanto esses princípios são pouco usados pela maioria dos produtores brasileiros, o que contribui para a perda de algumas tecnolo-gias utilizadas nos híbridos contra pragas, como ocorreu com a lagarta do cartucho.

Portanto, as empresas e técnicos devem tra-balhar em proatividade com o produtor visando o conjunto de um manejo adequado, a genética utilizada no milho e o ambiente do plantio para alcançar a produtividade desejada, sem provocar resistência das pragas às novas tecnologias.

Palestra: “Fatores para altas produtividades na cultura do milho”

Rafael Moura Estudante de Zootecnia

As 10 maiores produções do mês de Agosto de 2014Ord Produtor Município Produção

1 Antônio Maria Cajuri 155.558

2 José Afonso Frederico Coimbra 74283

3 Hermann Muller Visconde do Rio Branco 57323

4 Marco Túlio Kfuri Araújo Oratórios 52858

5 Juninho Cabral Dores do Turvo 48267

6 Paulo Frederico Araponga 42889

7 Paulo Cupertino Coimbra 37872

8 Rafaela Araújo de Castro Guaraciaba 33488

9 Cristiano José Lana Piranga 30904

10 Ozanan Moreira Ubá 28937

As 10 maiores produtividades do mês de Agosto de 2014

Ord Produtor Município Produtividade por vaca em lactação

Produtividade por vaca total

1 Antônio Maria Cajuri 27,7 24,8

2 Ozanan Moreira Ubá 27,5 23,9

3 Davi C. F. de Carvalho Senador Firmino 27,5 20,7

4 José Afonso Frederico Coimbra 21,4 19,5

5 Áureo de Alcântara Ferreira Guaraciaba 20,7 18,9

6 Rafaela Araújo de Castro Guaraciaba 20,0 18,0

7 Rogério Barbosa Teixeiras 16,9 15,4

8 Alaelson José Ubá 17,1 14,7

9 Paulo Cupertino Coimbra 18,2 14,5

10 José Maria de Barros Presidente Bernardes 21,8 14,2

Data Animal Medicamento Motivo Fim do trat.

Retorno leite ao tanque

12/10/14 312 Ciprofloxacina Mastite 15/10/2014 17/10/2014

Figura 1: Vaca com colar de identificação

Tabela 1. Tratamento de animais e período de descarte do leite.