Information Week Brasil - Ed. 219

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PARA OS HOSPITAIS AVANÇAREM NA ADOÇÃO DE FERRAMENTAS DE TI SERÁ PRECISO QUEBRAR BARREIRAS INTERNAS E UMA UNIÃO DO SETOR EM TORNO DE FOMENTAÇÃO DE PROTOCOLOS-PADRÃO www.informationweek.com.br O VALOR DA TI E TELECOM PARA OS NEGÓCIOS | Setembo de 2009 - Ano 11 - nº 219 cultural Uma ANALYTICS BRIEF Empresas mostram como vêm apostando na inovação da infraestrutura de TI INCUBADORAS A história dos principais centros e o que tem sido feito para incentivar as startups OUTSOURCING Tenha cautela ao renegociar contratos. Terceirizar só para reduzir custos pode não valer a pena questão MARGARETH ORTIZ DE CAMARGO, DO HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS: “Minha esperança gira em torno dos conselhos [de medicina] para que façam exigência a fim de colocar os médicos na era da informática”

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O VALOR DA TI E TELECOM PARA OS NEGÓCIOS | Setembro de 2009 - Ano 10 - Ed. 219 UMA QUESTÃO CULTURAL: Para os hopitais avançarem na adoção de ferramentas de TI será preciso quebrar barreiras internas e uma união em torno da fomentação de ferramentas padrão.

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PARA OS HOSPITAIS AVANÇAREM NA ADOÇÃO DE FERRAMENTAS DE TI SERÁ PRECISO QUEBRAR BARREIRAS INTERNAS E UMA UNIÃO DO SETOR EM TORNO DE FOMENTAÇÃO DE PROTOCOLOS-PADRÃO

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O V A L O R D A T I E T E L E C O M P A R A O S N E G Ó C I O S | S e t e m b o d e 2 0 0 9 - A n o 1 1 - n º 2 1 9

culturalUma

ANALYTICS BRIEFEmpresas mostram como vêm apostando na inovação da infraestrutura de TI

INCUBADORAS A história dos principais centros e o quetem sido feito para incentivar as startups

OUTSOURCING Tenha cautela ao renegociar contratos. Terceirizar só para reduzir custos pode não valer a pena

questão MARGARETH ORTIZ DE CAMARGO, DO HOSPITAL

SÍRIO-LIBANÊS: “Minha esperança gira em torno dos

conselhos [de medicina] para que façam exigência a fim de colocar os médicos na era da informática”

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MBMiddle Business

Jardins

sonho!

Jardins precisam de terra para existir. Mas a terra, normalmente, achamos que não a temosMas não sabes? A terra é o teu Pois é no sonho que o jardim começaMas sozinho, o sonho nada pode fazer...Pássaro sem asas...

Seja um empreendedordentro e fora de sua empresa.

24 a 27 de setembro de 2009

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Seja um empreendedordentro e fora de sua empresa.

44 InformationWeek Brasil

Indústria

Ilust

raçã

o: G

low

imag

es

Onde nascem as inovaçõesELAS DATAM DOS ANOS 80 E PREENCHEM

A LACUNA ENTRE A PRODUÇÃO

ACADÊMICA E O SETOR PRODUTIVO.

PARA MOSTRAR A IMPORTÂNCIA DAS

INCUBADORAS, INFORMATIONWEEK

BRASIL CONTA A HISTÓRIA DE SUCESSO

DE QUATRO EMPRESAS NASCIDAS EM

AMBIENTES DESTE TIPO QUE

SÃO REFERÊNCIA

Felipe Dreher

Todo organismo neces-sita de condições básicas para se desenvolver. A afirmação serve também para o ambiente corpora-tivo. Para que uma ideia deixe o campo abstrato e se transforme numa realidade, é preciso ter-ra fértil, boas doses de cuidado e níveis conside-ráveis de perseverança. Por oferecer este tipo suporte, as incubadoras ganham importância gerindo empresas que carregam inovação em seu DNA e formando um novo panorama em-presarial no Brasil.

lay_industria 44 04.09.09 12:50:26

CorreçãoAo contrário do publicado

na reportagem de Carreira da última edição,

o nome correto do executivo

da Korn/Ferry International é Jairo Okret. E,

na reportagem Rumo à matu-

ridade, o nome do diretor da

Golden Cargo é Márcio Pinheiro.

Índice

COM PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO EM ESPERA,É HORA DE LIMPAR AS OPERAÇÕES DE TI E FOCAR EM BONS NEGÓCIOS COM OS FORNECEDORES

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ANALYTICS BRIEF

>

INOVAÇÃO NA INFRAESTRUTURA M A R Y H A Y E S W E I E R , D A I N F O R M A T I O N W E E K E U A

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Setembro de 2009 - Número 218

56 79

26 Fixas

44

39 CIO INSIGHTCamilo Morais, da Star One, avalia impacto do monitoramento de desempenho da TI nos negócios; Ricardo Xavier, do Hospital Cerqueira Cruz, fala sobre sua experiência em tirar projetos do papel e fortalecer a operação da empresa; e Pedro Paulo Neves, do Grupo Coimex, faz um balanço positivo da recessão econômica

44 INDÚSTRIAComo andam as incubadoras brasileiras? Elas estão rendendo bons frutos ao País? A repor-tagem mapeou os principais centros do Brasil e apontou o que tem sido feito para incenti-var o surgimento de startups inovadoras no cenário nacional

56 GESTÃO – REDES SOCIAISAté o mês de dezembro a InformationWeek Brasil trará um especial sobre o uso de redes sociais no ambiente corporativo. A primeira reportagem aborda a importância do CIO estar aberto a estes canais alternativos de comunicação

58 GESTÃOCom a crise, muitas empresas viram na renegociação dos contratos com seus for-necedores um meio de reduzir custos. Mas os CIOs entrevistados para reportagem alertam que a terceirização vista apenas como fator de diminuição dos gastos não necessariamente vale a pena. Eles estão preocupados em mensurar os benefícios que terão com o prestador e também com a qualidade dos serviços entregues

66 FOR IT BY ITSuperintendente da unidade de segu-rança de TI do Banrisul, Jorge F. Krug, detalha projeto de cartão múltiplo que traz soluções de crédito e débito e certificação digital para acesso ao internet banking.

70 NA PRÁTICAPortal Terra troca provedor de help desk, que agora cumpre SLAs. Operação per-mite à empresa vislumbrar atuação mais estratégica suportada por indicadores de desempenho

72 NA PRÁTICABR Distribuidora automatiza abastecimento de aviões com tecnologia móvel. Compa-nhia reduziu inadimplência e aumentou capacidade de atendimento

74 NA PRÁTICAMultinacional italiana de transformação de aço, a Marcegaglia substitui sistemas de gestão e implementa WMS para obter visão mais clara de sua manufatura

79 ANALYTICS BRIEFAnálise traz exemplos de empresas que apostam na inovação da infraestrutura de TI, mesmo quando o clima geral é de contenção de gastos e corte no orçamen-to. Apesar do quadro econômico, CIOs aproveitam para modernizar e reduzir custos nas estruturas antes da reviravol-ta econômica.

SETORIALApesar dos avanços

tecnológicos estarem presentes em praticamente

todos os setores da economia, quando se olha

para saúde o desa� o ainda é grande. Alguns hospitais

estão na dianteira, como o Sírio-Libanês e o Albert

Einstein, de São Paulo, e se aproximam do que há de mais moderno no

mundo, com sistemas integrados, programas de

mobilidade e processos automatizados. Mas,

em geral, a situação é precária no Brasil

06 Expediente08 Editorial14 Estratégia16 www.itweb.com.br36 Segurança54 Telecom68 Mercado76 Novo Mundo88 Estante90 Inovação

lay_indice 4 04.09.09 16:22:42

PRESIDENTE-EXECUTIVO

VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO

DIRETOR DE RECURSOS E FINANÇAS

PRESIDENTE DO CONSELHO EDITORIAL

FÓRUNS

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PESQUISAS E CIRCULAÇÃO

FINANCEIRO-ADMINISTRATIVO

Adelson de Sousa - [email protected]

Miguel Petrilli - [email protected]

João Paulo Colombo - [email protected]

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Diretor: Guilherme Montoro - [email protected]: Emerson Moraes - [email protected]ções: Danielle Suzuki - [email protected]

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Gerente: Marcos Toledo - [email protected]

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DIRETOR-EXECUTIVO E PUBLISHER Alberto Leite - [email protected]

INFORMATIONWEEK BrasilInformationWeek Brasil é uma publicação mensal da IT Mídia S.A. InformationWeek Brasil contém artigos sob a licença da United Business LLC.

Os textos desta edição são traduzidos com a permissão da InformationWeek e da United Business LLC. Todos os direitos reservados United Business LLC.

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Carta ao leitor

Um olhar para a saúde

SE TEM UMA COISA QUE A PANDEMIA DA GRIPE SUÍNA — OU TIPO A(H1N1) COMO PREFEREM AS AUTORIDADES — FEZ FOI DESPERTAR A POPULAÇÃO (OU PARTE DELA) para observar com mais atenção o (des)preparo do funcionamento do sistema de saúde brasileiro. Não vou julgar se as ações do governo foram eficientes ou não, até porque minhas opiniões seriam estritamente pessoais e leigas, como cida-dã, não como jornalista especializada. Mas coube à InformationWeek Brasil nesta edição ir a fundo na discussão sobre o estágio de informatização dos hospitais.

Nosso principal objetivo, ao pensar em como faríamos esta reportagem, era verificar se houve avanços em questões amplamente discutidas pelo setor há alguns anos, como adoção de um protocolo de comunicação padrão, eliminação do papel, sistema de pres-crição eletrônica, integração do ERP, prontuário eletrônico, digitalização de imagens, entre tantos outros dilemas que a TI das instituições de saúde vêm enfrentando.

Com a pauta em mãos, o repórter Vitor Cavalcanti, que antes de integrar o nosso time foi por três anos especializado em saúde, saiu a campo entrevistando CIOs

de hospitais-referência em quatro Estados brasileiros. Três semanas depois, o cenário estava traçado: apesar de algumas instituições estarem na diantei-ra, como as paulistanas Albert Einstein e Sírio-Libanês, esta, infelizmente, não é a realidade do setor, que ainda encontra-se bem atrasado em relação a outros setores da economia.

Observar e analisar como um determinado segmento tem a TI incorpo-rada às operações e intrínsecas ao negócio é o propósito da seção Setorial. Assim, ao cabo de um ano, teremos um panorama de diversos segmentos e

poderemos compará-los. A atenção que governo e mercado devem dispensar à área de saúde para que ela avance deve ser a mesma dada às incubadoras. Na reportagem

Onde brotam as inovações, Felipe Dreher tomou o mesmo cuidado do Vitor ao retratar a realidade de iniciativas em quatro diferentes Esta-

dos. Evidenciar o trabalho destes “berços” de empresas é extrema-mente importante, principalmente, ao considerar que o Brasil quer firmar-se como provedor global de TI. Sem dar espaço às startups e apostar em projetos inovadores não chegaremos lá.

Boa lei tura!

Roberta Prescott - EditoraEnv ie comentár ios e sugestões para rprescot t@i tmidia.com.br

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Carta ao leitor

InformationWeek Brasil

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AF_ANGLOBAL_202x266mm.indd 1AF_ANGLOBAL_202x266mm.indd 1 03.09.09 18:47:1803.09.09 18:47:18

10 InformationWeek Brasil

Desde março de 2008, Vera Marques responde pela diretoria regional de informática para América Latina da Roche. Foi uma mudança grande, como ela mesma reconhece, afinal foram seis anos na diretoria de tecnologia e informática para América do Sul da Basf. Mas o foco e as necessidades diferentes do negócio parecem não assustar a executiva que trabalha no mercado de TI há quase 30 anos. Na sede da Roche, em São Paulo, de onde concedeu entrevista para InformationWeek

Brasil, ela transita com naturalidade entre os corredores e fala dos desafios da farmacêutica como se tivesse feito carreira neste segmento.

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Entrevista

IWB — Esta árEa dE

Estudos clínIcos é a maIs

complIcada do ponto dE

vIsta dE tI?

vEra — É uma área muito específica, porque não existe em outras empresas, em outros ramos de negócio. Ela é, com certeza, uma

das mais sensitivas, porque você está lidando com pacientes que participam dos estudos. Os dados têm de ser controlados meticulosamente. Temos um papel de proteção da informação muito grande. São políticas globais. O sigilo é muito valorizado. A acuracidade também é muito

importante, porque num estudo clínico sua base de dados tem de ser muito precisa. Este tipo de controle também depende do usuário, que tem de ser muito bem-treinado. E também pela questão legal não há informação identificada de paciente no sistema. É uma área que tem processos

Segurança, sigilo e acuracidade da informação estão entre as principais preocupações de Vera

Marques, diretora-regional de informática para América Latina da Roche

InformatIonWEEk BrasIl

— como Está Estruturada

a tI na rochE?

vEra marquEs — A primeira mensagem é que TI na Roche é bastante globalizada. Está dividida no que chamamos de “frente para o business”, que é de relacionamento, e a parte de entrega, organizada em duas verticais: o solution center e a operação. No Brasil, isto está bastante novo, recém-inaugurado. Formamos aqui um solution center para atender a América Latina como parte de um estrutura global e uma área de operação. E, além das verticais de operação e solução, exatamente igual, temos as verticais de processos.

IWB — a tI na rEgIão

consEguE pEnsar projEtos

para Exportar?

vEra — Como estas áreas são verticalmente ligadas, quando idealizamos um projeto, ele é discutido globalmente, de forma que nunca aparece somente em uma localidade. Daí a reutilização. Alguns projetos, inclusive, são feitos globalmente e nós participamos, somos um recurso do projeto. Por exemplo, a implementação de uma nova solução para controle dos estudos clínicos, que é coração para uma indústria farmacêutica.

IWB — são quantas pEssoas?

vEra — Agora estamos centralizando toda a América Latina aqui no Brasil. Na região, temos um pouco menos que cem pessoas. Fora desta estrutura de delivery, temos em todos os países o que chamamos de frente para o negócio, ou seja, um gerente de TI e uma pequena equipe por país. Eles respondem funcionalmente para mim.

lay_entrevista 10 03.09.09 19:55:56

11Setembro de 2008

InformaçãoRoberta Prescott

globais muito bem-definidos e que são seguidos à risca; tudo é bem-disciplinado. Isto dá um controle maior. Nós entramos para ajudar no registro. Um medicamento para ser registrado tem um processo muito minucioso e você também não pode inovar muito, porque está submetido

ao governo, no nosso caso a Anvisa. O que podemos fazer é colocar processos para dar maior controle e facilidade à área.

IWB — O desafIO aInda é

alInhar TI cOm O negócIO

Ou IsTO já fIcOu nO

passadO?

Vera — Ainda é, e isto ocorre devido ao nível de conhecimento exigido. Ou seja, quanto uma pessoa de TI precisa conhecer de negócio para poder alinhar. Dependendo do nível de conhecimento, serei mais tecnologia ou vou para o negócio. Eu

precisa

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12

Entrevista

InformationWeek Brasil

questiono qual é o nível de conhecimento necessário. Por exemplo, em BI, o grande desafio é desenhar o modelo de informação que uma indústria precisa. Quem sabe disto? TI sabe, sim, mas até que ponto? Muitas vezes quem sabe fazer este desenho é o negócio, mas ele não conhece a ferramenta.

IWB — em qual estágIo vocês estão?

vera — Eu sou uma pessoa regional, então, tenho muito contato com os general managers dos países. Mas, no dia a dia do Brasil, quem faz a gestão do relacionamento é o diretor de informática daqui. Procuramos muito alinhar as práticas dos países da AL e, obvio, suportar todos eles.

IWB — quaIs as dIferenças entre os países?

vera — O negócio é muito semelhante, mas há diferenças por causa das leis locais. A indústria farmacêutica é muito normatizada. O tamanho e a vocação também diferem bastante. Quero dizer, por exemplo, um país que tem uma vocação mais para remédios de farmácia, como antibiótico, tem um perfil diferente daquela nação cujo maior negócio é a oncologia, que é completamente distinto, pois, neste caso, se trata mais com governo e hospitais de grande porte.

IWB — até que ponto a tI de uma

farmacêutIca dIfere-se da de

outras empresas?

vera — Não é muito diferente das outras indústrias, talvez pela questão do cuidado para produzir o medicamento, porque uma ferramenta de controle é muito importante.

IWB — a segurança é o foco prIncIpal?

vera — Sim. Segurança, sigilo, acuracidade da informação. Existe um comitê mundial para cuidar das decisões que envolvam as questões mais críticas. Garantir a informação íntegra, sigilosa e saber manusear

a informação são pontos de fundamental importância. E usamos todas as ferramentas disponíveis neste sentido. Ferramentas de mercado mesmo. Elas são todas iguais para as companhias, mas o que muda é a exploração e o investimento — isto faz a diferença.

IWB — vocês sofrem ataques?

vera — Nada diferente das outras empresas do mundo. Temos sistemas muito bons de spam, firewall. É controlado mundialmente.

IWB — qual é a motIvação dos ataques?

vera — Roubar informação. Se você for ver, é uma indústria de clones, de genéricos, similares. Querem conseguir fazer o que a outra empresa levou anos para conseguir.

IWB — a grIpe suína gerou aumento da

demanda para a tI?

Vera — Ela interfere mais na cadeia produtiva do que para TI. Nós entramos na parte do estoque e nos processos de logística. Temos de suportar muito o negócio em seu plano de pandemia, isto sim, mas muito mais pela questão de continuidade de negócio.

IWB — vocês estão expandIndo o crm?

vera — Hoje, ele está em toda a América Latina, menos no Peru, e vamos implementar lá. Também estamos colocando mais features e investindo para integrar ao CRM um módulo de gerenciamento de planos de marketing. (marketing investidor management).

IWB — o crm dos países da al está

conectado?

vera — É interligado. Temos um core que sofre

Entrevista

lay_entrevista 12 03.09.09 19:56:58

13Setembro de 2008

adaptações dependendo de processos de cada país. Daí é por uma questão de permissão de acesso. Bem poucos têm acesso a tudo.

IWB — Como voCê avalIa a adoção de CRm

e BI nas empResas em geRal?

veRa — Se você olhar, há dez anos, o ERP era uma pedra no sapato, todos detestavam, odiavam, mas hoje o usuário já entendeu, absorveu. Acho que com relação a CRM e BI ainda não ocorreu isto, ainda estamos no ciclo de amadurecimento. E este ciclo é longo. A tecnologia é uma janela para no mínimo uma década.

IWB — QuaIs foRam os Resultados

oBtIdos?

veRa — A implementação começou há cerca de cinco anos e agora estamos colocando outras funcionalidades. Tivemos como resultados melhor coordenação da equipe de vendas, fornecimento de informações confiáveis para a área comercial e marketing, acompanhamento de call centers e dados para permitir que uma área acompanhe a continuidade do tratamento do paciente (um dos grandes problemas é que os pacientes param o tratamento no meio e queremos mantê-lo no tratamento).

IWB — Quanto foI InvestIdo no CRm?

veRa — Não divulgamos, mas foram alguns milhões. Agora, no aprimoramento, a quantia é menor.

IWB — o Que voCês espeRam agoRa?

veRa — Queremos dar suporte a mais áreas. Elevar o nível de informação e ensinar cada vez mais a empresa a trabalhar com a informação — e este é um lado importante, você tem de ensinar.

IWB — Como está o BI?

veRa — Acho que temos muitas informações, mas o grande desafio — não só nosso, mas de qualquer

indústria — é como você organiza esta informação. A área de BI requer de nós que consigamos ler nas entrelinhas, pois o requisito não vem tão claro. Estamos estudando, temos um volume grande de informação, mas ele precisa ser organizado e estar mais disponível para o negócio. De modo geral, acho que a TI tem de ter um papel mais decisivo. Não esperar os requisitos, mas usar seu conhecimento e propor. São vários desafios. Temos grande iniciativa.

IWB — está dando paRa fazeR todos os

pRojetos Que Consomem InvestImentos

Com a CRIse?

veRa — A Roche está trabalhando muito na definição de portfólio de projetos e, uma vez definido, vamos executá-lo. Temos projetos que vão ficar de fora. Nós fazemos o portfólio anualmente e o revisamos a cada três meses. Houve um projeto global de redução de custos, que, praticamente, não afetou a América Latina.

IWB — voCê entRou há 1,5 ano vIndo de

uma empResa Completamente dIfeRente, a

Basf. foI uma mudança gRande ?

veRa — Sim. O negócio é bem diferente, tem outro foco. Lá era otimização de processos e logística, aqui é muito mais a questão da informação. Na Basf, era melhorar a indústria, a parte de código de barras, porque era uma indústria grande. A Roche é uma empresa de informação, de serviço.

IWB — QuaIs valoRes voCê tenta passaR

paRa o seu tIme?

veRa — Procuro passar é que importante se importar com os outros, escutar o usuário. Não é para dizer que é ele que não sabe usar, tem de se interessar, porque é assim que você vai fazer diferença para ele. Mas há uma diferença muito grande entre foco no cliente e ser o “Yes Guy”. iwb

“há uma dIfeRença muIto gRande entRe

teR o foCo no ClIente e seR o Yes guY”

lay_entrevista 13 03.09.09 19:57:14

14

Estratégia

Foto

: Mag

dale

na G

utie

rrez

Sergio Lozinsky é consultor de tecnologia e gestão empresarialE-mail: [email protected]

Descobrindo oportunidades na cadeia de valor

O tema dO anO nOs eventOs da IT Mí-dIa é empreendedOrismO. O livro que acabei de lançar implementando empreendedorismo na sua empresa explora o assunto com um foco inter-no às organizações, ou seja, como empreender den-tro do negócio. empreendedorismo é fundamental para gerar riqueza, empregos, carreiras e tornar melhor a vida de todos nós.

a crise de 2008, e seus resquícios que ainda se fa-zem sentir em 2009, reforçam a necessidade de que as organizações transformem o empreendedoris-mo em um valor do negócio, compartilhado por to-dos os profissionais, que devem perceber que suas carreiras podem dar saltos qualitativos ao agirem como empreendedores em suas organizações.

Uma fonte de oportunidades muito interessan-te — e em geral pouco explorada — é a cadeia de valor onde a empresa está inserida: os participan-tes (clientes e fornecedores diretos, mas também todos os demais envolvidos, do fornecedor mais primário até o cliente final do produto ou serviço) têm problemas e necessidades que, em geral, não estão adequadamente resolvidas; e, no dinâmico mercado em que atuamos, novos problemas e ne-cessidades sempre surgem.

Há problemas de logística e distribuição, de pla-nejamento, de coordenação, de sistemas, de falta de conhecimento; há oportunidades de financiamen-to e de hedging; há mercados adicionais a serem explorados com os mesmos produtos, e variações

de produtos que poderiam atender outros merca-dos, com maior valor agregado; há necessidades de treinamento e de educação da força de trabalho; há fome por novas tecnologias que transformem os negócios e os tornem mais competitivos; há par-cerias que poderiam ser feitas para aproveitar a escala da cadeia de valor — seguros, manutenção, reposição de peças, terceirização de atividades, ar-mazenamento e transporte; há espaço para usar a internet na virtualização de parte dos processos da cadeia de valor, e compartilhar planos e ações de interesse comum; para produtos de massa, há as redes sociais que poderiam tornar-se um canal interessante de divulgação e de avaliação dos pro-dutos; há a possibilidade de colocar engenheiros, cientistas e outros especialistas — dentro e fora da cadeia de valor — em colaboração, para criar no-vas soluções. e muito mais...

aos líderes das empresas cabe fomentar o empre-endedorismo interno, porque muitas dessas desco-bertas dependem das pessoas que estão nas “pontas” ou nas operações, ou que possuem os relacionamen-tos específicos onde oportunidades podem ser iden-tificadas. aos profissionais cabe perceber que nos tempos atuais é preciso ajudar a empresa a crescer e criar as condições para que sua própria carreira seja alavancada. é uma troca que funcionará melhor nas organizações onde o ambiente de trabalho permitir confiança e colaboração.

“O gêniO é a arte da OpOrtUnidade” (napOleãO)

InformationWeek Brasil

lay_estrategia 14 03.09.09 10:52:48

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16 InformationWeek Brasil

Um plano de nacional de banda larga está em discussão no governo e, até o fim deste ano, algo mais concreto deve sair de reuni-ões interministeriais. Mas, enquanto o setor público não apresenta suas ideias, o empre-sariado se movimenta para formatar o plano. A democratização da internet rápida foi o tema central do 53º Painel Telebrasil. O evento reuniu lideranças das principais operadoras, associações e fabricantes do setor no fim de agosto, no Guarujá, litoral paulista.Durante o encontro, a discussão em torno da desoneração fiscal ganhou corpo. Ger-mano Rigotto, ex-governador do Rio Gran-de do Sul e membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, lembrou que a o setor é tributado em quase 43%, um dos mais altos índices. Já o minis-tro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, Daniel Barcelos Vargas, de-fendeu um plano estratégico de longo prazo para o segmento e informou acreditar que a substituição do ICMS pelo ISS poderia baratear o serviço. “Para um plano de banda larga, é preciso

fazer algo e não é só (baixar) ICMS. Tem de envolver toda a cadeia”, defendeu Antonio Carlos Valente, presidente da Telebrasil e da Telefônica. O executivo explicou que a reforma tributária que hoje está parada no Congresso Nacional não busca equilibrar a carga, mas apenas simplificar o processo tributário brasileiro. Além da discussão sobre tributos, os debates em torno dos debates do painel culminaram na chamada Carta do Guarujá, um docu-mento que contempla sugestões geradas. Nela, Valente estabeleceu como meta levar a internet banda larga para 150 milhões de brasileiros até a Copa do Mundo de 2014. A carta pede, ainda, o estabelecimento de um Plano Nacional de Banda Larga, “que apresente de forma clara a prioridade nacio-nal quanto ao desenvolvimento de políticas públicas que promovam rapidamente a evolução do marco legal, regulatório e rela-ções de consumo com vistas a incentivar o investimento em redes, soluções e aplicações voltadas à utilização dessa tecnologia.” (Vitor Cavalcanti)

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Internet para150 milhões

Lançando modaO Pão de Açúcar continua com a estratégia de se mostrar na vanguarda tecnológica. A rede varejista apresentou, em agosto, um nova forma de fazer compras com seu projeto Personal Shop. Clientes do programa de relacionamentos poderão — por enquanto apenas na loja-conceito instalada na zona sul de São Paulo — utilizar um coletor de dados da Motorola para adquirir os produtos. O aparelho, que possui conexão com o BI da companhia, traz dicas de promoção, receitas e os pontos que os consumidores possuem no programa. A maior mudança é para aqueles que optarem pelo serviço de entrega em domicílio. Estes clientes não precisarão colocar os produtos no carrinho, apenas selecioná-los com o coletor, seguir para o caixa, fazer o pagamento e agendar a entrega. Gostou? A rede pretende, a depender da aceitação, levar o modelo para outras lojas.

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Agora vaiA Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), enfim, aprovou o regula-mento para o uso da rede elétrica para transmissão de internet banda larga. Quando o sistema conhe-cido como PLC (do inglês, Power Line Communica-tions) estiver implantado, as tomadas residenciais passarão a ser pontos de rede, quando conectadas a um modem.A agência garante que o emprego da tecnologia vai permitir novos usos para as redes de distribuição de energia elétrica, sem que haja necessidade de expansão ou adequação da infraestrutura já existente. Ainda de acordo com a Aneel, a economia deve representar uma redução de custos para os consumi-dores. O acesso à internet banda larga por meio da rede elétrica já tinha recebido aval positivo do conselho diretor da Agên-cia Nacional de Telecomu-nicações (Anatel).

Setembro de 2009

Internet para

Foco no BrasilMuitas empresas estão com as antenas voltadas para o mercado brasileiro. O País se saiu bem durante a recessão econômica e mostra vigor para manter um ambiente saudável aos negócios. Para aproveitar este cenário — e também a escassez de solu-ções para o segmento de ensino superior — a Sungard Higher Education afirmou que possui um plano estratégico para o Brasil, com meta de, em cinco anos, liderar este segmento de mercado por aqui. Em visita ao País, o CEO mundial, Ron Lang, afirmou que existem muitas oportunidades no cenário nacional e a estrutura do sistema universitário é similar à encontrada nos Estados Unidos. “Faremos grandes investimentos. Não esperamos lucrar nos próximos cinco anos, o que ganharmos com os clientes será investido no País e em contratações”, avisa.

Carreira regulamentada?A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou proposta que regulamenta a profissão de analista de sistema. O projeto do senador Expedito Júnior segue, agora, para a Comissão de Assuntos Sociais. Caso esta comissão também sinalize de forma positiva, a proposta será apreciada pela Câmara dos Deputados. O projeto original sofreu modificações promovidas pelo senador Mar-coni Perillo. O substitutivo determina que apenas profissionais com curso superior em Análise de Sistemas, Ciência da Computação ou Processamento de Dados poderão exercer a profissão de analista de sistemas. Há muitas críticas em torno da regulamentação e o assunto deve render muitos debates.

Pensando grandeA TAM fechou contrato de dez anos com a Amadeus, empresa especializada na indústria de viagem e turismo. Melhorar atendimento ao cliente, dar mais agilida-de, reduzir custos, integrar todos os processos desde a reserva das passagens até o desembarque de um passageiro estão entre os objetivos que a companhia aérea pretende atingir com o parceiro. Em entrevista, o vice-presidente comercial e de planejamento da TAM, Paulo Castello Branco, lembrou que, em abril do próximo ano, a companhia pretende estar completamente integrada à rede Star Alliance e que essa intenção foi um dos pontos que motivou a escolha pela plataforma Altéa CMS (Costumer Management Solution) da Amadeus. “É a mesma plataforma adotada pelas companhias da Star”, afirma. Ao todo, 600 pessoas da área de TI da TAM, entre contratadas e terceiras, estarão envolvidas no projeto.

Menos INSSO presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto que reduz de 20% para 10% o INSS para empresas de TI focadas em exportação. A medi-da impacta positivamente o custo da mão-de-obra brasileira, fator que sempre pesa na competitividade das companhias nacionais, e deve gerar benefício de US$ 70 milhões para as empresas. “A medida foi idealizada para tornar a exportação de TI mais competitiva globalmente e a valo-rização do real vinha trabalhando contra isso”, afirma o presidente da Brasscom, Antonio Carlos Gil.

150 milhões

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18 InformationWeek Brasil

Vitor CavalcantiUma das principais operadoras de telefonia móvel do País, a

Claro, assim como qualquer grande corporação, tem grandes preocupações com relação à segurança de dados. Agir contra ataques ou perda de informações é algo que pede investi-mento e recursos humanos especializados. Pensando nisto, a companhia trabalha, desde 2007, em uma área de combate às fraudes eletrônicas. No início, o departamento fazia tudo manualmente, mas, recentemente, ganhou força com investi-mentos da telco em computação forense.

É grande o número de empresas que busca, com este tipo de tecnologia, um melhor gerenciamento de suas informações, além de investigação detalhada de qualquer prejuízo que venha a acontecer por conta de um ataque ou vazamento de dados confidenciais.

Na Claro, depois que a companhia adquiriu o sistema Enca-se Enterprise, as sete mil máquinas dos seus funcionários são controladas para saber se tudo está caminhando conforme as regras da empresa. “Informações que não podem estar nas estações são monitoradas. Consigo visualizar e apagar”, avisa Flávio Pires, gerente de segurança da operadora.

O software adquirido pela companhia e fornecido pela TechBiz Forense Digital é uma versão adaptada para empre-sas do Encase, utilizado por diversos departamentos de polí-cia. O programa é capaz de conduzir investigações comple-xas e em larga escala em discos locais ou via rede. Permite também a captura de dados mesmo quando encobertos ou deletados.

Antes deste investimento, Pires comentou que as ações eram pontuais quando havia alguma suspeita de fraude. “O bom, agora, é que conseguimos ver o arquivo mesmo se ele foi manipulado. Tenho todo o histórico”, afirma, falando sobre as vantagens da plataforma. O executivo não abre o número de fraudes, mas garante que, atualmente, consegue localizar os problemas. “Tínhamos morosidade no proces-so”, pontua.

A empresa adquiriu também do mesmo fornecedor um kit de hardware chamado .XRY. O equipamento possui conec-tores para mais de 650 modelos de celulares e pode identifi-car chamadas, calendários, fotos, videio, e-mails. “Quando descobrimos um vírus novo ou alguma vulnerabilidade em aparelhos, avaliamos o impacto e risco para a nossa rede e para os clientes”, explica ogerente de segurança da operadora, ao falar da utilidade do equipamento.

Vaivém de executivos

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> André Dalla fez as malas e partiu para a Suíça, onde assumiu a liderança da TI da Monsanto para a região composta pela Europa, África e Oriente Médio (Emea). O executivo está na companhia desde 2003 e, antes da partida, estava como CIO da subsidiária brasileira.

> Eduardo Cruz de Paula responde, desde o dia 1º de setembro, pela gerência de infraestrutura do McDonald’s para a América Latina. Ele está responsável pela área de data centers e correio eletrônico de 18 países da região.

> Ex-Banco do Brasil, Glória Guimarães assumiu a diretoria de TI da Companhia de Seguros Aliança do Brasil, braço da instituição financeira onde ocupou o cargo de CIO até maio deste ano.

> Wellington Brigante deixou a TI da Zilor depois de pouco mais de 2,5 anos à frente da área. Até o fechamento da edição, a companhia ainda não havia definido um substituto e as atribuições do setor foram acumuladas pelo CEO, Antonio José Zillo.

> Marcelo Ramos é o novo COO da Sterling Commerce para América Latina. Ramos irá liderar as áreas de vendas, pré-vendas, marketing, canais e gestão de produtos da companhia na região.

> Na Red Hat, Carlos Bokor assumiu a gerência regional de serviços da companhia para o Brasil. Bokor tem 15 anos de experiência e passou pela Oracle, e Sybase.

> Edson Perez recebeu promoção na T-Systems e agora é head of international key account, onde será responsável pelo gerenciamento de clientes globais presentes no Brasil.

> Na SAP, Cristina Palmaka assumiu a vice-presidência de pequenas e médias empresas (PME). A executiva vem de uma passagem de dez anos pela HP.

Computação forense contra fraudes

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20 InformationWeek Brasil

Especial: como atualizaro Windows XP para o 7

IT Web TV | www.itweb.com.br/webcastsConfira o que disseram executivos de TI e telecom em entrevistas para o webcast do IT Web.

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Windows 7Priscila Ramos, da Casa do Notebook, prevê adoção em massa da nova versão do sistema operacional da Microsoft.

Cloud computingCezar Taurion, da IBM, conversa sobre adoção de computação em nuvem e os rumos desta tecnologia.

TransformaçãoCarlos Polici, CIO da Simpress, explica como ocorreu transformação no ambiente tecnológico da empresa.

Foco nas PMEsMarcelo Cardoso, COO da EMC para América Latina, explica estratégia para tornar Iomega mais conhecida e ganhar espaço no segmento PME.

Com o Windows 7 já disponível em pré-venda, o produto deve se tornar a próxima grande versão do sis-tema operacional — o

que por muito tempo foi título do XP. Mas quem atualmente usa o XP e quiser fazer um upgrade, precisa estar ciente das possíveis complicações. A Microsoft oferece atualiza-ção direta do XP para o Vista, mas não abre essa mesma possibilidade do XP para o 7. O que isso significa para os usuários? Quer dizer que eles não podem pegar um compu-tador que atualmente roda com o Windows XP e simplesmente colocarem o DVD de ins-talação do Windows 7 e atualizá-lo, manten-do programas e dados intactos. Essa situação deve enlouquecer algumas pessoas. Parece injusto negar aos usuários do XP — o maior segmento do mercado entre os usuários do Windows — o poder de atuali-zar seu sistema diretamente para o Windows

7. Em três reportagens deste especial traduzi-do da InformationWeek EUA, o IT Web ajuda a superar esse desafio. São dicas do que se pode e não fazer, como organizar uma insta-lação paralela e um auxílio com a ferramenta Windows Easy Transfer. (Serdar Yegulalp, da InformationWeek EUA)

Conf ira o especial completo em www.i tweb.com.br/iwb/atual izaçãosete

Leia mais:

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ens:

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ção

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21Agosto de 2009

Comgás investe R$ 50milhões em CRM e billingEm um projeto de 18 meses, a área de TI da Companhia de Gás de São Paulo (Comgás) migrou os sistemas de CRM e de faturamento em um inves-timento de R$ 50 milhões. De acordo com o CIO, Roberto Newton Carneiro, a estrutura anterior não suportaria a demanda que a adição de novos clientes traria. “Como tínhamos ERP da SAP, fizemos um movimento para conver-gir.”, lembra, explicando que optou pelo produto SAP, com as ferramentas MySAP CRM e IS-U CCS. O processo, iniciado em janeiro de 2008, contou

com o apoio da Accenture e da Logica, que formaram um consórcio na prestação de consultoria, além da própria SAP. Internamen-te, foram mobilizadas 35 pessoas que atuaram durante todo o projeto. “A implantação foi em con-junto, sem piloto, sem di-visão por fases”, comenta Carneiro. A infraestrutura precisou de alteração, pois não comportava o dimen-sionamento novo, e alguns módulos do ERP também tiveram de ser atualizados. Os novos sistemas estão em operação desde dia 1º de julho deste ano. (Vitor Cavalcanti)

A segurança do governo federal Administrar a segurança da rede de uma grande empresa não é algo fácil. Imagine, então, ter sob sua responsabilidade dados de 39 ministérios e seis mil órgãos federais, onde estão alocados 900 mil servidores públicos. Sem contar 320 grandes redes e sistemas por onde trafegam informações ultraconfidenciais envol-vendo outros países. Esta é a realidade de Raphael Mandarino Jr, diretor da divisão de segurança da informação e comunica-ção do gabinete institu-cional da Presidência da República, que concedeu

entrevista exclusiva ao IT Web. De acordo com ele, apenas uma das redes recebeu três milhões de ataques em um ano. “Mas 1% deste total é o que me preocupa, que é a tentati-va de invasão.” São cerca de duas mil tentativas de invasão a cada ano. Em geral, criminosos em busca de informações estratégicas. Para o diretor, as ações promovidas pelo governo precisam envolver a socie-dade como um todo, já que pontos mal-configurados podem gerar possibilidade de ataque. o de risco.”

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Blogs | www.itweb.com.br/blogs

Blogs

Confira alguns dos assuntos postados pelos blogueiros

ItIl na PrátIca

Três especialistas na área discutem a

adoção das melhores práticas em TI.

No post que abre o mês de setembro,

eles falam sobre um guia de estudos

para profissionais interessados em

certificarem-se em Itil.

Frank MeylanSócio da consultoria KPMG produz um

especial sobre Mobile Payments que

está na segunda parte.

edIson FontesEm seu mais recente post, o profissional

de segurança da informação debate os

ataques virtuais envolvendo Rússia

e Geórgia.

Valter sousaConsultor em gestão de projetos da

Odebrecht escreveu artigo discutindo o

papel das pessoas nos projetos. Ele fala

sobre estresse, carga de trabalho

e liderança.

sérgIo lozInskyCoordenador de um grupo de consultores

por meio de sua empresa SLozinsky

Consultoria de Negócios aborda o tema

empreendedorismo.

guIlherMe IenoEspecialista em direito e sócio da KLA

debate a coexistência das redes WiMAX

e Long Term Evolution (LTE).

Blog da redaçãoJornalistas da InformationWeek Brasil e

do It Web comentam eventos, pesquisas

e notícias do dia a dia.

Apenas duas semanas após o Google anunciar o sistema ope-racional (SO) Chrome, ele já foi saudado como o aniquilador do Windows e desprezado como um fracasso garantido — grandes apostas para um software que nem sequer está finalizado. No entanto, se você é um executivo de TI, não importa muito se o Google poderá, ou não, destronar o Windows no uso de net-books. Mais além do entusiasmo sobre o anúncio do Google encontra-se uma questão delicada que vem preocupando os CIOs há algum tempo: quão dramática será a mudança na forma como softwares e aplicativos serão entregues aos usuários finais usan-do computação centrada na web? O Google diz que a web será a plataforma para quase todos os aplicativos, usando o navegador para acessá-los. Dada a crescente popularidade no uso de software como serviço (SaaS, na sigla em inglês), tanto entre consumidores quanto em empresas, a oferta do Google é cativante. Porém, existem dois problemas com essa ideia. A primeira é que os CIOs têm um grande número de aplicativos essenciais baseados em Windows que não podem ser migrados para a web devido a gastos com desenvolvimento, problemas técnicos ou cuidados com segurança e privacidade, descartando, assim, a possibilidade de usar apenas a web para grande parte dos funcionários. Steve Ballmer, CEO da Microsoft, afirma que os usuários de computador passam boa parte do tempo sem usar o navegador. Mas isso não descarta um sistema operacional leve e baseado em web, que seria mais apropriado para um pequeno grupo de funcionários ou se rodasse junto com o Windows, e não em seu lugar. Além disso, é fato que a internet muda a forma como os aplicativos são entregues e usados nas empresas e algumas delas - as mais tradicionais no mercado de software, como a Microsoft, a Oracle e a SAP - estão se adaptando para esta realidade, assim como os CIOs que têm aceitado SaaS como opção para mais aplicativos e para grande parte de suas infraestruturas de TI. No entanto, o Google parece estar se igualando ao poder da web ao transformar aplicati-vos com a necessidade de um sistema operacional como o Chrome, mas os executivos de TI não estão convencidos.

InformationWeek Brasil

Se interessou pelo tema? Este texto é parte de um especial sobre o Chrome publicado pelo IT Web em oito reportagens. Acesse o conteúdo completo emwww.itweb.com.br/iwb/chromeos.

Leia mais:

EspEcial

Andrew Conry-Murray, da InformationWeek EUA

prós e contras

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23Maio de 2009

Dois meses Depois De proibir a comerciali-zação Do serviço De internet banDa larga speeDy, da Telefonica, a Agência Nacional de Telecomunicações (Ana-tel) liberou a venda do produto no dia 26/08. Desde então, os operadores de telemarketing da telco têm tido muito trabalho. Em balanço dos primeiros quatro dias da retomada, a compa-nhia informou ter comercializado

mais de 15 mil assinaturas e recebido mais de 100 mil chamadas. “Ficamos surpreendidos pela fidelidade de nossos clientes e pelo volume de chamadas”, declarou Antonio Carlos Valente, presidente da operadora. Sobre o andamento do plano de expansão da rede, uma das exigências da Anatel, o executivo respondeu: “queremos a melhor rede de dados da América Latina até o final do ano.”

No dia da liberação, quando foi iniciado o 53º Painel Telebrasil, o pre-sidente da Anatel, Ronaldo Sarden-berg, afirmou acreditar que nunca mais ocorrerão problemas como os que aconteceram com o serviço Speedy. “Criou-se uma consciência tendo em vista a cautelar”, disparou.

Relembre todos os acontecimentos em www.itweb.com.br/iwb/speedysuspenso.

Leia mais:

Speedy tem venda liberada

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SetorialReportagem de capa

ParadigmaSegunda-feira em São Paulo. dia

chuvoSo e trânSito maiS intenSo que o normal. em um cruzamento movi-mentado, um acidente envolvendo doiS carroS chama a atenção. uma pessoa fica gravemente ferida e é encaminhada para um pronto-socorro público. ao dar entra-da, uma ficha é preenchida. mas pouco se sabe sobre este paciente. nesta situação hipotética, a pessoa tem assistência médica e, depois de melhorar, segue para uma instituição da rede privada de cobertura. no entanto, ao ingressar, precisará fazer todo procedimento novamente: relatar o acidente, descrever o que foi feito no hospital anterior, enfim, assuntos que, possi-velmente, ela nem se lembra direito para que possa passar por um médico de confiança ou mesmo fazer um exame mais detalhado.

a conjuntura descrita acima poderia ocorrer em qualquer cidade, com ordem alternada ou por qualquer outro tipo de emergência. destacar uma suposta sequência de fatos serve para ressaltar que, se houvesse um sistema de registro eletrô-nico de saúde, todas as informações do primeiro atendimento no hospital público estariam neste histórico e o paciente não precisaria repeti-lo ao chegar à instituição particular. e, mais, no pri-meiro atendimento, a junta médica saberia, por exemplo, se ele era portador de alguma doença, se era alérgico a determinado medicamento ou se passou por cirurgia recentemente. enfim, fun-cionaria como um banco de dados completo com protocolo padrão de troca de informações. este protocolo resolveria também as dores de cabeça que a ti ainda tem para integrar sistemas, algo que a maioria dos hospitais resolve por meio de desenvolvimento de interfaces.

culturalInformationWeek Brasil

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27Setembro de 2009

ParadigmaVitor Cavalcanti

Vista por especialistas da área como o “mundo ideal”, essa base centralizada e com possibilidade de interação do paciente, que atua-lizaria o registro com informações importantes para a gestão da saúde via plataforma web, deve despontar como um dos principais desafios para a TI dos hospitais e órgãos públicos ligados à saúde no longo prazo (leia o box Por um protocolo padrão). Atualmente, existem inicia-tivas isoladas, mas muito longe da integração total, o que seria possível apenas quando o governo federal fizesse algo para tornar eletrônica a base do Sistema Único de Saúde (SUS), que hoje responde por cerca de 75% dos atendimentos no País. Mas isto, como dito, é longo prazo.

Enquanto as coisas se delineiam

em rodas de conversas, sobretudo, em instituições nas quais a TI está mais avançada, outros desafios pau-tam a tecnologia da informação dos hospitais brasileiros neste momen-to. E, sem dúvida, um dos princi-pais deles é a eliminação do papel. Algo que não acontecerá do dia para noite e demandará muita paciência. “Culpa da cultura médica”, aponta Margareth Ortiz de Camargo, supe-rintendente de TI do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, como sendo um dos principais obstáculos. “A direção investe, compra equipa-mentos e softwares, mas o médico precisa usar”, comenta.

A ressalva da executiva mostra-se importante por se tratar da reali-dade de um dos hospitais que mais investem em tecnologia no Brasil.

O Sírio-Libanês possui sistemas de prescrição eletrônica, estrutura para prontuário eletrônico, softwares in-tegrados (o que é uma dificuldade, dado que as fabricantes não traba-lham com um protocolo padrão) e uma equipe interna de 30 pessoas preocupada em levar o que há de melhor para os 3,5 mil funcionários e 2,5 mil médicos colaboradores. Pe-ças fundamentais quando o assunto é sumir com o papel dos consultó-rios. São 5 mil usuários cadastrados no sistema. “Até o rapaz da limpeza utiliza para dar baixa no quarto que limpou”, sinaliza.

Mas esse dilema não é exclusivi-dade dela. Sérgio Arai, CIO do Hos-pital Israelita Albert Einstein, tam-bém em São Paulo, lembra que todos os hospitais buscam a digitalização

culturalHospitais investem para tirar atraso

tecnológico do setor de saúde, focam em

pacientes e buscam quebrar barreiras para

atingir excelência em ti

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28 InformationWeek Brasil

SetorialReportagem de capa

completa dos serviços. “Isto envolve processos. O uso do papel é forte na cultura médica”, concorda com a colega. “No geral, vários setores avançaram muito, tem automa-ção grande, mas na saúde ainda há muito papel”, acres-centa, lembrando que sua equipe tem focado a atuação também em construir aplicativos para diferentes áreas, melhorar segurança e criar serviços para os pacientes.

Quebrando

a barreira

Essa situação descrita ocorre mesmo no corpo clínico do Einstein, um dos mais informatizados do País, com, inclusive, programa de mobilidade (leia box Na palma da mão). Nas palavras do próprio CIO, “eles [os médicos] gostam de TI e cobram pelo desempenho das ferramen-tas.” Apesar de entender que é grande o desafio em rela-ção à redução de papel, Arai acredita que algo neste sen-tido deve acontecer no curto prazo. “Os avanços na saúde passam por digitalização.”

Outro que também trabalha com este fim é Érico Bue-no, diretor de TI, engenharia e infraestrutura do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). A instituição existe há pouco mais de um ano e tem servido de exem-plo na aplicação da tecnologia — os telefones são VoIP, existem três redes wireless dentro do instituto, as ima-gens são digitalizadas e os sistemas estão integrados. O

executivo mostra-se satisfeito com os resultados obtidos até agora. O sistema de prescrição eletrônica, por exem-plo, é utilizado por quase todos os médicos. “Funciona bem no pronto-socorro e na UTI, que são locais onde se prescreve muito, mas ainda temos resistência nos consul-tórios clínicos”, reconhece.

O instituto que, em um ano, realizou quase 100 mil procedimentos, possui também um sistema de prontuá-rio eletrônico. Ainda assim, Bueno ressalta que existe um grande obstáculo a ser superado. Acabar com o papel, en-volve assinatura digital e, antes, não havia lei ou informa-ção sobre como fazer isso. “Agora, seguimos uma diretriz do CFM [Conselho Federal de Medicina] que reconhece a eliminação do papel e assinatura eletrônica. É um projeto de grande porte que deve consumir mais de um ano.”

Contudo a expressão “mudança de paradigma” não preocupa Bueno. Pelo contrário: ele foi responsável pela adoção da digitalização de imagens no Instituto de Ra-diologia do Hospital das Clínicas de São Paulo. Ele re-corda que, na ocasião, houve resistência, mas aponta que hoje os profissionais da área não viveriam sem. “Quando fizemos a troca do filme para digital, pegamos o médico mais antigo da casa e o ensinamos. Ele se tornou exem-plo. Se o mais antigo usava, os outros também poderiam”, relembra do fato ocorrido há mais de dois anos.

O apego pelo papel é tamanho que no Einstein e no

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Margareth, do Sírio Libanês: “Minha esperança gera em torno dos conselhos para colocar os médicos na era da informática"

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29Setembro de 2009

Sírio, embora existam sistemas de prescrição eletrônica, há uma equipe responsável pela transcrição da recei-ta prescrita pelo médico. Margareth, do Sírio-Libanês, acredita, entretanto, que, apesar do desafio, o momen-to é bom. “Temos informações e automação do fluxo do paciente em relação ao atendimento. Conseguimos automatizar muitas coisas, mas a evolução [do quadro clínico do paciente] não dá. Você não transcreve isto, não recupera o texto. Minha esperança gira em torno dos conselhos, para que façam exigência para colocar os médicos na era da informática”, apela a CIO.

ExEmplo a sEr sEguido

Do Rio Grande do Sul, mais precisamente do bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, sai uma experiência bem-sucedida. Ainda há papel, é verdade, mas o proces-so para que ele seja eliminado talvez esteja mais próximo do que se vê em outras praças. No Hospital Moinhos de Vento, a prescrição é praticamente 100% eletrônica. Como lembra Mário Dorcato, gerente de informática da institui-ção, existem algumas exceções, como, por exemplo, quan-do o sistema passa por manutenção. “O hospital está to-talmente integrado, desde a recepção até o pagamento. Nosso nível de informatização é muito grande”, garante.

O hospital gaúcho também trabalha com prontuário eletrônico — há anos, como frisa Dorcato — e todos os

Ainda há muitas discussões e quase nada de decisão sobre interoperabilidade de sistemas e troca de informações. Embora a maioria dos hospitais tenha encontrado uma forma para fazer com que os sistemas conversem, um protocolo de comunicação padrão facilitaria o processo. Na área de imagens, por exemplo, existe o Daicon. Já para informações, se discute a adoção do padrão norte-americano HL7. O tema ganhou tamanha força que há um instituto global cuidando de sua propagação. No Brasil, ele é dirigido pelo clínico Marivan Santiago Abrahão. Para exemplificar a necessidade de adoção de um código único, Abrahão dá o seguinte exemplo: se você tem 20 sistemas dentro de um hospital e quer que todos conversem, são necessárias 190 interfaces, pois cada forma de comunicação implica um novo desenvolvimento. “O custo é muito alto, mas é o que tem acontecido”, dispara. Os hospitais mais avançados discutem a adoção do protocolo em seus sistemas, no entanto, todos acreditam que precisaria haver um impulso extra. Nos Estados Unidos, a interoperabilidade ficou importante no governo de Bill Clinton e, agora, com Barack Obama deve ser referendada definitivamente. Uma demonstração clara de que o governo norte-americano está com um amplo e ambicioso projeto na área de saúde. O debate sobre o assunto, entretanto, data de 1987, quando as discussões começaram no Hospital Pensilvânia, nos EUA. “Lá, 90% do sistema de informação fala HL7.” Até para o registro eletrônico seria necessária essa padronização para os hospitais promoverem a troca de informações. “Tem iniciativas interessantes no Brasil, mas ainda não existe um grande projeto para integrar tudo.” Atualmente, a discussão do HL7 vai além da simples troca de informações. Está na questão semântica, que envolve a padronização do vocabulário médico. A vantagem, no final, é que as 190 interfaces exemplificadas por Abrahão se convertem em uma. E os prontuários eletrônicos terão realmente uma função amplificada, dando ao paciente o poder de ter as suas informações. Apesar da realidade do sistema brasileiro, Abrahão acredita que a imposição de um protocolo de comunicação padrão não deva demorar. Ele informou que já existe uma movimentação dentro da ANS, assim como no Ministério da Saúde. Além disso, o Conselho Federal de Medicina (CFM), juntamente com a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), tem contribuído positivamente para esta discussão.

Por um protocolo padrão

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30 InformationWeek Brasil

SetorialReportagem de capa

consultórios têm um PC com acesso ao sistema, assim como no Sírio-Li-banês, Albert Einstein e Icesp. Pra-ticamente tudo passa pelo ERP for-necido pela MV Sistemas. Apenas o módulo de prontuário é desenvolvi-do internamente, porque, na época da implementação, a fornecedora ainda não possuía uma solução fi-nalizada para esta função.

Assim, quando um paciente se tra-ta no Moinhos de Vento, possui todo seu histórico no sistema (Einstein, Sí-rio-Libanês e Icesp também, mas sem o relato da consulta). Lá, os médicos atualizam, inclusive, a evolução do quadro clínico desta pessoa e, por isso, a instituição esteja um pouco à frente na empreitada para banir o papel. “Só imprimimos as coisas por questões le-gais. Ainda não tem a questão da assi-

natura eletrônica e será algo em escala. As fontes pagadoras precisarão aceitar também. Será um trabalho grande de implantação”, justifica Dorcato.

Mas, mesmo com esse avanço, o hospital encara desafios que para outros já foram superados e, para a maioria, ainda é sonho de consumo, como a digitalização de imagens de tomografia, raio X e outros exames. Isto já está em andamento e o processo deve transcorrer até o fim deste ano. Outro esforço na instituição segue na direção de digitalizar documentos que não estão no sistema. Seria mais um passo em direção à eliminação de papel. “Estamos sintonizados com a estratégia do hospital e trabalhando para dar todas as condições.”

Correndo para não perder tempo, a Rede D’Or, que congrega 42 unidades

� Terceirização da função de

impressão

� Desenvolvimentos específicospara fluxo de documentação

(soluções embarcadas)

� Impressão térmica também

terceirizada

� 200 projetos já implementados

� 1.850 sites de impressão

administrados em todo o Brasil

� Controle de Acesso

� Firewall

� Antivírus

� Web Security

� E-mail Security

� DLP, NAC, IPS, VPN

� Reestruturação de LAN

� Priorização e gerenciamento

de tráfego (QoS)

� Aceleração WAN

� IP Communications

� Wireless

IMPRESSÃO NETWORKINGSEGURANÇA DIGITAL

Matriz São Paulo 11 2808-7800

Brasília 61 3224-4894

Campinas 19 3232-4007

Recife 81 3212-2000

www.tecnoset.com.br

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Arai, do Albert Einstein: “Há consenso de que, se usar TI, terá benefícios , pois reduz custos e melhora a satisfação do paciente"

De quem é a informação?

A segurança dos dados dos pacientes, embora seja algo que sempre cause preocupação, parece ser um obstáculo resolvido, pelo menos nos hospitais de grande porte e que investem muito em tecnologia da informação. As instituições ouvidas pela reportagem afirmam possuir sistemas robustos capazes de proteger informações sigilosas e garantir aos usuários do sistema a confiabilidade de que nada será usado de forma inadequada. “A informação é do paciente”, avisa Margareth Ortiz de Camargo, do Hospital Sírio-Libanês. Como explicou a executiva, quando uma pessoa é internada, recebe um termo decidindo se os dados serão abertos ou não. Mas, se fecha, apenas o médico que a recebeu acessará aos dados, o que pode comprometer o tratamento caso o profissional falte. Ela lembra ainda que apenas os médicos acessam às informações relacionadas à saúde do paciente. É um esquema de perfil. O mesmo vale para o pessoal do financeiro, que visualiza apenas as contas e o que deve ser cobrado. No Icesp, Érico Bueno afirma que o sistema permite mudar a identificação do paciente se for alguém que precise de anonimato. E, no Albert Einstein, de acordo com o CIO, Sérgio Arai, há um movimento de auditoria, que permite verificar se os usuários estão tentando acessos indevidos.

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laboratoriais e 13 hospitais, sendo dez no Rio de Janeiro e três em Pernambuco, tem alocado muito investimento em tecnologia da informação. Como informou Marcelo Pina, diretor de plataforma de serviços corporativos, este foco vem desde 2007, quando a rede elaborou um projeto onde o principal objetivo era a expansão do grupo. “Sen-tamos com a TI para definir o papel dela. Precisávamos estabelecer um conceito para o ERP. Desenhamos um template padrão e montamos um projeto de integração da ferramenta”, explica.

A ideia era padronizar e integrar os procedimentos e processar as informações de forma centralizada. Na parte de back office, o executivo buscou parceria com a Totvs. As implantações ocorreram primeiro nos hos-pitais e depois chegaram às unidades laboratoriais. A conclusão completa deve acontecer até o primeiro tri-mestre de 2010. Todos estes passos permitiram criar um conjunto de indicadores e padronizar as métricas

da gestão. Ou seja, as ferramentas proporcionam a realização de comparativos entre unidades e áreas, o que antes era muito complicado. A próxima etapa será tornar as comparações online, sem a necessidade de gerar relatórios.

No entanto, a rede está defasada com relação a papel. Há muito trabalho pela frente, começando por um gran-de projeto de registro eletrônico de saúde, o que deve consumir cerca de dois anos. Pina salienta que o proje-to não se restringe ao prontuário eletrônico. Quando o sistema estiver concluído, o paciente da Rede D’or po-derá acessar o cadastro pela web e interagir, incluindo informações importantes para a gestão da própria saú-de. “Queremos eliminar o papel e queremos lidar com o pacote de informações da saúde dos usuários. Quanto mais preocupação com a saúde, mais ele vai gerenciar a saúde. São indicadores como peso, pressão, triglicérides, entre outros”, revela.

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Julho de 2009

� Terceirização da função de

impressão

� Desenvolvimentos específicospara fluxo de documentação

(soluções embarcadas)

� Impressão térmica também

terceirizada

� 200 projetos já implementados

� 1.850 sites de impressão

administrados em todo o Brasil

� Controle de Acesso

� Firewall

� Antivírus

� Web Security

� E-mail Security

� DLP, NAC, IPS, VPN

� Reestruturação de LAN

� Priorização e gerenciamento

de tráfego (QoS)

� Aceleração WAN

� IP Communications

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Matriz São Paulo 11 2808-7800

Brasília 61 3224-4894

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32 InformationWeek Brasil

SetorialReportagem de capa

DiversiDaDe brasileira

Por mais que os hospitais citados nesta reportagem tenham seus desafios, deve-se ressaltar que a realidade brasileira é muito diversa. O País possui mais de 203 mil estabelecimen-tos de saúde — entre clínicas, hospitais, ambulatórios, labo-ratórios, entre outros — totalizando quase 500 mil leitos. Um pouco mais de 6,5 mil são hospitais e, a maioria, de pequeno porte. Estes dados, do Cadastro Nacional de Estabelecimen-tos de Saúde, da Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, apontam para o complexo retrato do setor no Brasil. Além de muitos estabelecimentos, este segmento é extrema-mente fragmentado, calcula-se que 70% dos hospitais brasilei-ros tenham menos de 80 leitos.

Toda essa dimensão faz com que algumas praças tenham evoluído mais que outras, resultando em desafios diferentes para cada localidade. Tanto é que, quando consultado, o presi-dente do conselho deliberativo da Associação Nacional de Hos-pitais Privados (Anahp), Henrique Salvador, cita como princi-pal desafio uma ferramenta de TI que suporte toda a operação do negócio. “Em termos básicos, sempre foi difícil achar uma solução que suportasse com segurança a operação hospitalar. No Brasil, são três ou quatro fornecedores que avançaram no estudo e integração de sistemas”, ressalta Salvador.

No Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Per-nambuco (UFPE), no Recife (PE), a realidade da TI é um pouco do retrato dessa diversidade brasileira. Mesmo quando compa-rado com o Icesp, que é uma iniciativa do governo paulista, a

Enquanto o mercado discute sobre o fim do papel, a integração de sistemas e outros pontos que a TI dos hospitais lida diariamente, alguns outros projetos correm em paralelo, como os de mobilidade. No Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, por exemplo, há cerca de quatro meses os médicos podem acessar diversas informações por meio de um aparelho BlackBerry. “Com o Einstein Mobile, o médico acompanha agenda do centro cirúrgico, exames, prescrição de pacientes”, afirma Sérgio Arai, CIO da instituição. O projeto foi desenvolvido em parceria com a MVM Sistemas e a própria Research In Motion (RIM). “Os médicos têm muita mobilidade e é um desafio nosso viabilizar as informações de forma rápida e segura.” Há uma vertente também para pacientes, que já recebem SMS alertando sobre resultados de exames.No caso do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, está em curso um projeto voltado para os pacientes. Conforme explicou o gerente de informática do hospital, Mário Dorcato, a ideia é que as pessoas recebam um aviso sobre o agendamento de um exame com 24 horas de antecedência. “Tínhamos perdas com a falta de comparecimento de até 15%. Com este sistema de mensagem queremos reduzir isto. A ideia, depois, é expandir o SMS para os médicos (o corpo clínico é aberto, ou seja, não trabalham apenas no Moinhos), onde seriam confirmados procedimento cirúrgico ou exame complexo.”O envio de SMS não é exclusividade do Moinhos. Os laboratórios da Rede D’Or encaminham mensagens para alertar os pacientes sobre o resultado final do exame. Já no Sírio-Libanês, o uso é interno. De acordo com Margareth de Ortiz Camargo, que comanda a TI da instituição, quando um paciente dá entrada no hospital, uma mensagem é disparada para que o médico saiba - e o mesmo conteúdo vai para o núcleo de internação, se for o caso.

Na palma da mão

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Bueno, do Icesp: “Ainda temos resistência nos consultórios clínicos"

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SetorialReportagem de capa

Leia mais:

Confira reportagens complementares e materialextra em www.itweb.com.br/iwb/tiemsaude

IWB

realidade é outra, isso porque o instituto é administrado por uma fundação e fica livre dos trâmites burocráticos da vida pública.

No prédio de 11 andares e cerca de 400 leitos está o desafio de Manuel Valadão, coordenador de informáti-ca do HC da UFPE. Com nove pessoas em sua coorde-nadoria, ele trabalha basicamente para garantir suporte aos 250 computadores de sua rede. Os consultórios ain-da não têm PC e isto deve demorar. Ele já conseguiu co-locar máquinas nos postos de enfermagem o que alivia as dificuldades. “Meu maior desafio hoje é integrar os setores, a expansão da rede. Não temos redes nas salas e queremos integrar o hospital. A rede de informática funciona para o setor administrativo e marcação de consultas”, informa.

Tudo roda em plataforma Linux, gerando uma di-ficuldade de interfaces de programas quando existe compra de equipamentos. Mas este problema Valadão tem resolvido ao inserir no edital a obrigatoriedade do vencedor prover a integração com o sistema hospitalar, fornecido por uma empresa de Campina Grande; em

casos extremos, ele recorre a este parceiro para criar a interface. Atualmente, o executivo toca dois projetos grandes: a digitalização de imagens e o prontuário ele-trônico. Esse movimento é feito em conjunto com o nú-cleo de Telemedicina da universidade que, por meio de um projeto apresentado ao CNPQ, montará um piloto, testará e dará as diretrizes para a implantação no HC. “É projeto, mas vamos querer uma unidade avançada de 40 terabytes para armazenar as imagens”, avisa. Ha-verá substituição de máquinas e, no total, R$ 1,3 milhão deve ser investido.

Assim como as carências existentes no dia a dia dos hospitais, principalmente quando se vai para o interior do Brasil, a TI, em determinados momentos, convive com realidades muito distantes daquela que seria con-siderada ideal, sobretudo se retomar a ideia do início desta reportagem de plataforma de registro de saúde integrada, na qual, em qualquer estabelecimento de saúde, um brasileiro chegaria e teria seu histórico à dis-posição do médico.

O setor privado, em alguns casos, dispõe de recur-sos que se aproximam dos melhores centros de saúde no mundo, mas, passando ao setor público, existem unidades onde nem computador existe. De fato, há muito que evoluir. “É interessante olhar artigos inter-nacionais. Há um consenso de que, se usar a TI, terá benefícios. Reduz custo, melhora satisfação do pacien-te. Temos de evoluir muito. Talvez o (Barack) Obama ajude. A troca de informação, por exemplo, ele está im-pondo”, divaga Arai, CIO do Einstein, dizendo acredi-tar que a transformação dos processos aumenta até a eficiência do trabalho do médico.

Dorcato, do Moinhos de Vento: “Nosso nível de informatização é muito forte"

Fim do papel ainda é dilema dentro das instituições de saúde, mesmo naquelas que possuem a mais alta tecnologia em seu dia a dia

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Segurança

Quando se trata de saúde, segurança e privacidade da informação contida em documentos de prontuários médicos de pacientes sempre são temas muito sensí-veis. a normatização do setor está apoiada substan-cialmente em resoluções normativas do conselho fe-deral de medicina (cfm), em resoluções da agência nacional em saúde suplementar (ans) e em leis do próprio código penal.

com o avanço da tecnologia aplicada à saúde, em 2002, o conselho federal de medicina (cfm) em co-operação técnica com a sociedade Brasileira de infor-mática em saúde (sisB), normatiza o uso de sistemas informatizados para a guarda e o manuseio do pron-tuário médico. em seguida, publica o manual de re-quisitos de segurança, conteúdo e funcionalidades para sistemas de registro eletrônico em saúde (res), com o objetivo de dar a direção prática e permitir que os operadores se prepararem para o cumprimento das normas estabelecidas.

posteriormente, o cfm/sBis, por meio da resolução nº 1.821/07, revisa o tema com as “normas técnicas concernentes à digitalização e uso dos sistemas infor-matizados para a guarda e manuseio dos documentos dos prontuários dos pacientes, autorizando a elimi-nação do papel e a troca de informação identificada em saúde”. como consequência se produz o manual de certificação para sistemas de registro eletrônico em saúde (s-res) que consolida o propósito inicial de se criar a certificação no sistema.

além das resoluções do cfm, a certificação se apoia na infraestrutura de chaves públicas Brasileira – icp Brasil, nos cadastros nacionais em saúde e no padrão de troca de informações em saúde complementar — tiss — da agência nacional em saúde suplementar (ans). o padrão de segurança tem como base a isso 27002 e, mais especificamente, a iso 27799.

para atender às questões de segurança e à privacida-de da informação, se estabelece dois níveis distintos de proteção, sendo um básico e outro mais profundo, de-pendendo do risco do sistema de registro eletrônico de saúde associado.

os requisitos de segurança requeridos dependem do nível de proteção, abrangendo controle de versão do software, identificação e autenticação de usuário, controle de sessão de usuário, autorização e controle de acesso, disponibilidade, comunicação remota, seguran-ça de dados, auditoria, documentação, certificação digi-tal, assinatura digital, autenticação de usuário utilizan-do certificado digital e digitalização de documentos.

Há leis e outras resoluções que têm a informação como elemento crítico. por exemplo, aquelas sobre vio-lação de segredo profissional, divulgação de segredo e violação de sigilo funcional do código penal e também o código de ética médica do cfm.

o setor de saúde no Brasil tem investido muito em ti nos últimos anos. da mesma forma, tem havido grandes avanços nas resoluções normativas a respeito da segurança e privacidade da informação, o que tem exigido cuidados específicos com estes temas pelo se-tor da saúde.

o fato é que segurança e privacidade da informa-ção, principalmente aquela relacionada ao prontuário médico dos pacientes, é tema essencialmente crítico. a sensibilidade deste tema para o segmento da saúde é comparado apenas à sensibilidade deste mesmo tema no segmento das instituições financeiras.

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Edgar D’Andrea é sócio da área de segurança e tecnologia da PricewaterhouseCoopers

Segurança para o setor de saúde

InformationWeek Brasil

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O avanço da tecnologia se destaca pela velocidade. Acompanhe a dinâmica dessa evolução participando do Futurecom 2OO9

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3 ARTIGOS ESPECIAIS

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OS CONTORNOS DA CRISE ECONÔMICA SÃO DUROS E, EM MAIOR OU MENOR INTENSIDADE, SEMPRE DEIXAM RASTROS. OS PROCEDIMENTOS NA TURBULÊNCIA OBRIGAM A LIGAR SINAIS DE ALERTA, APERTAR OS CINTOS E MANTER A CALMA. DE CERTA FORMA, O ASSUNTO PERMEIA ESSA EDIÇÃO DE CIO INSIGHT. GESTORES DE TECNOLOGIA CONTAM COMO PASSARAM POR ESTE PERÍODO DE INSTABILIDADE E, TALVEZ O PONTO MAIS IMPORTANTE, O QUE FIZERAM PARA QUE AS EMPRESAS ONDE ATUAM SAÍSSEM MAIS FORTES.

FORTALECIMENTO

Camilo Morais | Ricardo Xavier | Pedro Paulo Neves

Camilo Morais, da Star One, avalia a relação entre o monitoramento de desempenho da área de TI e seus impactos nos negócios.

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Olhando a crise pelo retrovisor. Pedro Paulo Neves, do Grupo Coimex, faz um balanço positivo do período de turbulência econômica global.

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Di� culdades podem se transformar em mudanças. Ricardo Xavier conta como tirou projetos do papel e fortaleceu a operação da Cerqueira Cruz.

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A seguir uma visão um pouco mais detalhada do modelo:

Cliente: ti tem como responsabilidade estabelecer uma parceria e um canal de comunicação eficazes visando a definir os requisitos e a apresentar uma solução que contemple prazo, custo e que atenda às necessidades e às expectativas dele.

estrAtégiA empresAriAl: objetivo é garantir que a solução esteja inserida no planejamento (original ou revisado) e com uma relação de custo—benefício aderente à estratégia da empresa. ti tem de garantir

que seus processos internos também aten-dam aos requisitos legais.

Universo teCnológiCo: são observados temas como governança de ti, gestão do conhecimento, qualidade, gerência de projetos, itil, Cobit, Cmmi, etom, novas tecnologias de software e hardware. somam-se ainda habilidades não técnicas do profissional de ti como visão de negócios, comunicação, lideran-ça em projetos, saber se relacionar com fornecedores e parceiros.

prodUtos e serviços: a entrada em produção e o acompanhamento das entregas de acordo com o planejamento pré-estabelecido é de vital importância para o sucesso da parceria e satisfação do cliente.

neste contexto, um dos maiores desa-fios é adequar o trabalho às limitações de prazo, custo e qualidade. Uma estratégia é utilizar o conceito de “melhoria contínua de processos”, ou seja, a cada ciclo, en-riquecer os trabalhos e criar versões dos documentos gerados.

para medir e avaliar melhor o desempe-nho da área de ti, precisa-se identificar, definir e monitorar indicadores geren-ciais que impactem mais diretamente os negócios da empresa, estabelecendo um processo dinâmico de gestão de ti. estes indicadores, organizados em camadas, permitem visualizar, em um primeiro nível, quatro grandes grupos: slA, disponibili-dade de serviços, projetos e melhorias, e satisfação do cliente.

na star one, ti é também responsá-vel pelo mapeamento dos processos de negócios, utiliza-se como referência o modelo etom. A integração de processos e sistemas resultou em mais agilidade e efetividade organizacional para empresa.

o modelo apresentado é amplamente utilizado como metodologia de trabalho da equipe de ti. A medição realizada nos últimos três meses na star one mostrou atendimento de 100% das solicitações de serviços dentro do slA e o alcance da sa-tisfação dos clientes foi de 97%, dos quais 60% se consideraram muito satisfeitos.

Gestão de tI no ambIente empresarIal

Na diNâmica atual de Negócios, priNcipalmeNte em compaNhias de alta tecNologia, é imprescindível que ti esteja alinhada com a estratégia empresarial e também que se apresente como provedora de soluções. o modelo abaixo apresenta uma forma de como ti deve estar inserida no ambiente empresarial, com seus principais focos e relacionamentos: o cliente, a estratégia empresarial, o universo tecnológico e os produtos e serviços de ti. o objetivo principal é atender de forma precisa às solicitações de seus clientes por produtos e serviços, com a melhor relação custo—benefício.

CIO Insight Leia todos os artigos em: www.itweb.com.br/iwb/cioinsight

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Para medir e avaliar melhor o desemPenho da área de Ti, Precisa-se idenTiFicar, deFinir e moniTorar indicadores gerenciais que imPacTem os negócios da emPresa

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camilo morais é gerente de processos e sistemas da star one s/a

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estrAtégiA empresAriAl

Cliente prodUtos e serviços

Universo teCnológiCo

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Virtualização para combater a criseTive a felicidade de parTicipar de um caso de sucesso de virTualização de servidores sobre o qual vou falar um pouco nesTe arTigo. o projeto nasceu de uma necessidade da alcicla de redução de custos e de quadro de funcionários para superar um momento complicado, consequência da crise que se instaurou no país em 2008. vi naquele momento de dificuldade uma oportunidade para tirar do papel um projeto que eu estava modelando e executando em ambiente de testes.

ricardo Xavier é cio da cerqueira cruz

Vi no momento de dificuldade uma oportunidade para tirar do papel um projeto que estaVa modelando e executando em ambiente de testes

Setembro de 2009

O compromisso assumido pela TI junto à direção da empresa foi o de reduzir os custos com a infraestrutura em pouco tempo e com o menor investimento pos-sível. Para isto, colocaríamos em prática o projeto de virtualização dos nossos servidores com uma maior ênfase na eco-nomia de energia e na manutenção dos mesmos. Em contrapartida, a gerência de TI também ganharia, com a redução da complexidade do ambiente e melhoria da eficiência na gestão.

Estávamos com uma estrutura com cerca de 11 servidores distintos, entre máquinas de banco de dados, de impressão, de aplicação, firewalls etc... Tudo acomoda-do em uma estrutura grande com muitos cabos, switches, no breaks, ar-condicio-nado, entre outros. Hoje, um ano depois do início do projeto e com um porcentual de conclusão de 90%, temos um ambien-te bem enxuto, contando com um rack, dois servidores físicos bem robustos, um storage e dois no-breaks em uma estru-tura extremamente concisa. Os demais servidores são todos virtualizados em um ambiente onde temos vários sistemas ope-racionais, todos gerenciados com apenas uma ferramenta.

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Entre os ganhos com o projeto, podemos destacar:• Redução do espaço físico necessário para armazená-los;• Redução do consumo de energia dos equi-pamentos; • Redução das conexões de cabos de rede. E menos cabo significa menor número de portas de switch necessárias;• Redução de tomadas e cabos de energia;• Redução da dissipação de calor, e conse-quentemente da necessidade de refrigeração;• Menor complexidade da infraestrutura física;• Economia nos investimentos futuros de TI;• Melhor controle de contingência a falhas;• Garantia de backup e restore de todo o ambiente com recuperação online de qualquer servidor dentro do ambiente em questão de minutos. Considero este um caso bem claro de su-cesso. A condução do projeto foi tranquila, pois contávamos com dois fatores extrema-mente importantes para projetos deste porte: a definição exata do que precisávamos e o apoio da direção da empresa. Apoio este conseguido devido à visão de negócios da gestão de TI em um momento delicado de mudança de estratégia da empresa.

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CIO Insight Leia todos os artigos em: www.itweb.com.br/iwb/cioinsight

Durante uma crise, a reDução De custos torna-se alvo principal de to-das as áreas de uma companhia, principal-mente para a ti. um desafio para os cios é manter ou ampliar a qualidade dos serviços oferecidos, conciliando esta premissa com de redução do budget.

Casa em ordem

EnxErgamos na crisE uma oportunidadE E não ficamos parados diantE dEla

peDro paulo neves é gerente de ti do Grupo coimex

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agora, já olhando a crise pelo retrovisor e observando que outra fase está por começar, pudemos fazer um balanço do período, que , no caso da gerência de tecnologia da informação do grupo coimex, foi bastante positivo, considerando que a diminuição de custos era uma prática bem consolidada, com uma estrutura enxuta e sob controle.

não dá para reter todos os projetos e aguardar a tempes-tade passar. por que então não aproveitar para tirar da gaveta aqueles que consomem pouco investimento, mas que trazem grande benefício de desempe-nho para a organização? fomos beneficiados com um projeto de mapeamento de processos que já havia sido iniciado antes da fase de retração. começar por aí é um ótimo caminho para identificar os gaps de automação e as oportuni-dades de redesenho ou de ajustes nos próprios processos, de uma forma holística, encadeada, com a visão do todo e não de uma ou outra área demandante.

o uso deste rico material foi es-sencial para identificarmos as prio-ridades, levando em consideração o impacto de cada mudança, e a relação entre o investimento e esforço necessário. aproveitamos o momento para atuar no fortaleci-mento de controles, na otimização de processos e automações sim-ples, mas de grande efeito sobre o desempenho da organização.

um dos projetos que pode-

mos citar como exemplo tratou de aprovações de pedidos de compras, pelo qual os formu-lários impressos e assinados foram substituídos pelo fluxo e aprovação eletrônicos. Este tipo de projeto costuma não encontrar espaço nas prioridades das áreas de negócios, quando elas estão a todo vapor, mas são evidenciados em momentos de menor volume de demanda, por oferecerem facilidades para a implantação, podendo ainda contar com maior tempo de dedicação por parte dos usuários.

a gerência de ti também apro-veitou para rever seus próprios processos e estrutura, planejou e se consolidou como um centro de serviços compartilhados. Esta nova estrutura permite o atendimento estruturado a três empresas do grupo coimex, com diferentes necessidades de negócios, mas com muitos processos e serviços comuns nos alicerces de infraestrutura e suporte, gerando significativa redução de custos.

não perdemos de vista o aten-dimento às obrigações, como foi o sped contábil, que entregamos no prazo, e o sped fiscal, que está em sua fase final. ou seja, vimos na crise uma oportunidade e não ficamos parados diante dela. E, agora, que venha a próxima fase, que desejamos e acreditamos será de bons e grandes projetos.

InformationWeek Brasil

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Onde nascem as inovaçõesELAS DATAM DOS ANOS 80 E PREENCHEM

A LACUNA ENTRE A PRODUÇÃO

ACADÊMICA E O SETOR PRODUTIVO.

PARA MOSTRAR A IMPORTÂNCIA DAS

INCUBADORAS, INFORMATIONWEEK

BRASIL CONTA A HISTÓRIA DE SUCESSO

DE QUATRO EMPRESAS NASCIDAS EM

AMBIENTES DESTE TIPO QUE

SÃO REFERÊNCIA

Felipe Dreher

Todo organismo neces-sita de condições básicas para se desenvolver. A afirmação serve também para o ambiente corpora-tivo. Para que uma ideia deixe o campo abstrato e se transforme numa realidade, é preciso ter-ra fértil, boas doses de cuidado e níveis conside-ráveis de perseverança. Por oferecer este tipo suporte, as incubadoras ganham importância gerindo empresas que carregam inovação em seu DNA e formando um novo panorama em-presarial no Brasil.

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Marco históricoUm passo importante no que diz respeito à tecnologia ocorreu nos anos 90, com o nascimento de um conjunto de iniciati-vas focadas no estí-mulo de projetos de software. Se de 1984 até 1993 existiam 13 incubadoras no Bra-sil, o advento do Pla-no Real serviu como o empurrão que faltava para prolife-ração das entidades. A estabilidade favo-receu o planejamento de longo prazo, tanto que a Anprotec cal-cula um crescimento constante na casa dos 25% ao ano. Em 2009, a associa-ção de incubadoras � rmou parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Expor-tações e Investimen-tos (Apex—Brasil) para dar mais um salto evolutivo no processo e levar as empresas graduadas em incubadoras para territórios interna-cionais. O projeto batizado de Brazil IT Emerging Players estende-se até o próximo ano na ten-tativa de impulsionar negócios nos Estados Unidos, México, França, Reino Unido, Alemanha, Portugal, Espanha e Colômbia.

“O futuro das empresas depende da capa-cidade de incorporar inovação”, avalia Ronal-do Mota, secretário de desenvolvimento tec-nológico e inovação do Ministério de Ciência e Tecnologia, afirmando que as companhias nascidas em incubadoras cumprem este papel, além de servirem de exemplo para o mercado. “Uma característica da retomada econômica prevista para os próximos meses não será a maior oferta de concursos públi-cos, mas, sim, enormes oportunidades para quem tiver espírito empreendedor”, projeta.

A Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inova-dores (Anprotec) calcula que existam cerca de 4,8 mil empresas distribuídas em 400 in-cubadoras no Brasil, de acordo com dados de 2007. Em quase 30 anos, cerca de 1,5 mil companhias graduaram-se e hoje verificam, em média, um faturamento anual próximo aos R$ 3 milhões.

O assunto é tratado como prioridade na esfera política. Segundo Mota, a pasta des-tinou mais de R$ 10 milhões do orçamento de 2008 para incubadoras e parques tecno-lógicos. Para 2009, a previsão de aporte gira na casa dos R$ 20 milhões. “E, a depender dos recursos, temos intenção de fazer inves-timento de grande porte”, antecipa, sem re-velar montante alocado.

“Em 20 anos, estimamos que as incubado-ras receberam R$ 450 milhões”, contabiliza o presidente da Anprotec, Guilherme Ary Plonski, afirmando que uma quantia próxi-ma a esta é devolvida pelas graduadas anu-almente em forma de tributos. Pelas contas do MCT, em 2009, chegaremos aos patama-res de 600 empresas inovadoras que fazem uso legal das isenções fiscais – oriundas, em grande parte, das leis de Inovação e do Bem.

Onde nascem as inovaçõesFelipe Dreher

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Plonski, da Anprotec: em 20 anos as encubadoras receberam R$ 450 milhões

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Indústria

A RETOMADA DO SOFTEX CAMPINAS As coisas andavam meio

paradas no ano passado e Dinéa Arissoto não recebia muitos projetos de incubação. Em 2008, foram apenas três. Com o mercado de tecnologia aquecido, re� ete a gerente-administrativo do Softex Campinas, as empresas recrutavam alunos já na faculdade. O emprego garantido re� etia na baixo interesse das pessoas em empreenderem.

Mas com a crise global, muitas companhias de TI pararam de contratar. Assim, novos projetos começaram a aparecer na incubadora da Softex Campinas. “Neste ano, já temos quatro para avaliação”, contabiliza a executiva. A iniciativa nasceu em 1996 e localiza-se dentro da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo, com capacidade para abrigar dez startups.

O processo de seleção de empresas funciona com um edital de � uxo contínuo (sem período pré-estabelecido para recebimento). “Interessam-nos projetos de TI que tragam diferencial para o mercado.” Atualmente, a incubadora abriga nove nascentes. Até hoje, 36 empresas receberam apoio. Destas, seis foram desativadas ainda no período de incubação e cinco desistiram. Do universo, 16 graduaram-se, sendo que 14 atuam no mercado de forma independente.

50 VISITAS. 49 NÃOSCom um capital inicial de R$

12,5 mil, quatro ex-colegas do curso de Ciências da Computação da Unicamp montaram uma empresa e, em 15 de fevereiro de 2002, começaram a funcionar incubados na Softex Campinas. O plano amadurecia há três anos. Depois de capitular algumas vezes, viram na

oferta de serviços de otimização de desempenho de aplicações baseada em inteligência arti� cial uma possibilidade de negócio com apelo comercial. Surgiu, então, a Inmetrics. “No primeiro dia na incubadora você sente um medo enorme de que aquilo não dê certo e que você esta fazendo a maior bobagem de sua vida”, recorda Pablo Cavalcanti, presidente da empresa. Nas primeiras semanas, os colegas enfrentaram o desa� o de distribuir as tarefas. “Todos sabiam fazer a parte técnica, mas quem iria administrar ou vender?” Assim, estipulou-se que o que mais falava tocaria a parte comercial; o mais “pão-duro”, a administrativa; o melhor técnico, a de tecnologia e o que melhor sabia ouvir cuidaria dos recursos humanos.

A Inmetrics começou a aproveitar os recursos da incubadora para

formatar seu discurso de vendas. “Os primeiros meses foram 50 visitas e 49 nãos”, conta Cavalcanti, que a cada negativa buscava na entidade novas formas de estruturar sua oferta. Aos poucos, os ensinamentos ajudaram os jovens empresários. Em seis meses, a empresa conquistou seu primeiro cliente: o Santander. Ao � m de 2002, mais dois contratos foram assinados e o faturamento de R$ 100 mil previsto para o primeiro ano foi triplicado. De lá para cá, a empresa vem dobrando de tamanho a cada ano. Hoje, a Inmetrics diversi� cou o portfólio e se classi� ca como prestadora de serviços de software. São aproximadamente 250 funcionários e, além da matriz em Campinas, possui � liais em São Paulo e no Chile. Na sua carteira de clientes lêem-se nomes como Vivo, SPTrans, GVT, Alcoa e outras cerca de 40 empresas.

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47Setembro de 2009

EMPREENDENDO TI

O ambiente de incubação se mostra mui-to útil, especialmente, para ex-alunos das ci-ências exatas. Esses são cursos que formam profissionais extremamente qualificados para atender requisitos técnicos e elevada capacidade de inovação, mas pouco afeitos às questões administrativas exigidas do empreendedor. O nascimento de um “abri-go” para projetos inovadores no Brasil data dos anos 80 e veio para preencher a lacuna existente entre a produção acadêmica e sua aplicação no setor produtivo.

Sem acesso a esses conhecimentos, mui-tos jovens empreendedores falham e in-gressam na clássica estatística nacional que aponta uma taxa de mortalidade na casa dos 40% das empresas com até cinco anos. O número de incubadoras que sucumbem mostra-se consideravelmente menor, na casa dos 10% no mesmo período. Está prova-do que empresas incubadas podem ser boas alternativas para encontrar — e até ambien-tes para desenvolver — produtos que, por vias tradicionais, seriam inalcançáveis por questões de custo, qualidade ou aderência a demandas locais. Adquirir soluções ino-vadoras de um provedor próximo (o que traz, entre outros, estímulo para a economia regional) e que possui respaldo de uma or-ganização notadamente séria deve ser um ponto a ser considerado na hora de comprar tecnologia. Ao longo desta reportagem, contamos a história de sucesso de quatro empresas nascidas em incubadoras que são referência na área: Softex Campinas, de São Paulo; C.E.S.A.R., de Pernambuco; Prointec, de Minas Gerais e Unitec, do Rio Grande do Sul. Além de uma possível fonte para buscar soluções tecnológicas, os ambientes podem servir como estímulo aos profissionais que queriam ativar suas veias empreendedoras.

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48 InformationWeek Brasil

Indústria

Hora, da Tempest Security Intelligence: não tínhamos dinheiro para montar uma empresa

O C.E.S.A.R. nasceu há cerca de 13 anos nos corredores do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Em pouco tempo, a iniciativa evoluiu para se tornar o embrião que hoje pode ser chamado de instituição-âncora para o desenvolvimento do ecossistema tecnológico do Nordeste. A gênese da entidade alimentava dois preceitos: reter pro� ssionais e empreender vias tecnológicas geradas por doutores e mestres que cada vez mais deixavam o Estado por falta de

oportunidades. Em dois anos, a iniciativa possuía clientes que percebiam a oportunidade de substituir soluções de mercado por tecnologia local.

Não dá para chamá-lo de incubadora num modelo clássico. “Nunca lançamos edital, nem formamos uma banca (para avaliar projetos)”, enfatiza Guilherme Cavalcanti, presidente do C.E.S.A.R. Participações, dizendo que a � loso� a da instituição assemelha-se mais a de um investidor em busca de negócios, apoiando empresas nascentes com infraestrutura, marca e

serviços compartilhados além de regras claras de entrada e saída.

Aprovados, os empreendedores começam a receber informações estratégicas e experiência do incubador para tocar seus negócios. A instituição abriga 450 pessoas de alta quali� cação em 20 áreas especí� cas. O instituto busca, ainda, constantemente ideias ou projetos que tenham potencial para se tornarem novos empreendimentos dentro de sua própria operação.

“De CNPJ criado temos 28 empresas.

Destas, contabilizamos que oito deram errado no primeiro ano”, analisa. Entre as vinte que sobreviveram, Cavalcanti estima que pelo menos seis se deram mal. As 14 restantes transformaram-se em empresas relevantes com faturamento anual de até R$ 20 milhões. Com o grande grupo multidisciplinar interno e renome no mercado, muitas demandas chegam até o C.E.S.A.R, que busca parceiros empreendedores caso a solução encontrada se mostre um projeto viável para se converte em um novo negócio.

UM SÓCIO DIFERENTE NO C.E.S.A.R.

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50 InformationWeek Brasil

Indústria

AO ACASOEvandro Curvelo Hora dava aulas no

departamento de informática Universidade Federal do Sergipe quando partiu ao Recife para cursar um mestrado na UFPE. “Cheguei aqui em 1998 e o C.E.S.A.R. estava recém-criado”, recorda. No ano após sua chegada, a rede de varejo Bompreço buscou na instituição uma solução de segurança. Curvelo Hora integrou o grupo, estudou o problema e apresentou uma tecnologia aderente à demanda. O cliente gostou do resultado obtido.

O sucesso despertou interesse na instituição, que se propôs a incubar a solução desenvolvida e indicou dois sócios para que ele pudesse tocar o negócio. “Caí no colo deles por acaso”, diz o atual diretor de projetos da Tempest Security Intelligence, que oferece software e serviços de segurança da informação.

Nenhum dos três sócios tinha histórico de empreendedorismo. “Também não tínhamos dinheiro para montar uma empresa.” No primeiro ano, a Tempest faturou R$ 300 mil e fechou uma dezena de contratos. No período seguinte, as receitas subiram para R$ 450 mil e, em seguida, saltaram para R$ 650 mil. Quando estava prestes a graduar-se, a startup submeteu um projeto de inovação tecnológica à Finep e após um tempo foi apresentada pela � nanciadora a um grupo de investidores de risco, do qual captou R$ 1,8 milhão, por 50% do negócio. Os recursos possibilitaram a compra de equipamentos, contratação de equipe e abertura de uma � lial em São Paulo.

Na época pós-aporte as receitas evoluíram consideravelmente. Em 2007, a Tempest comprou de volta a cota que pertencia aos venture capitalists. A companhia teve faturamento de R$ 6 milhões, em 2008, e hoje conta com 52 pro� ssionais divididos entre Recife e a capital paulista. A companhia projetava crescer 25% sobre esse resultado neste ano, mas a crise freou um pouco os negócios. “Esperamos terminar o ano com 70% do desempenho do ano passado”, reconhece o executivo que enxerga um reaquecimento na demanda por seus produtos a partir do segundo trimestre de 2010.

No � m da década de 90, o Vale dos Sinos — próximo à região metropolitana de Porto Alegre — começou a sofrer com a crise asiática que re� etiu negativamente nos setores coureiro, calçadista e metalmecânico. “A economia que sustentava a região entrou em declínio”, recorda Susana Kakuta, diretora da unidade de inovação tecnológica da Unisinos, universidade localizada na cidade de São Leopoldo (RS).

Lideranças públicas e privadas se uniram em busca de uma alternativa. A universidade foi chamada para esse jogo estratégico contribuindo com conhecimento. Na busca por modelos viáveis, os envolvidos enxergaram TI como um provável divisor de águas e decidiu-se criar um complexo de base tecnológica capaz de reunir incubadora, um núcleo de aproximação de empresas e um condomínio para

companhias de tecnologia, que hoje abriga 18 empreendimentos (sendo um deles o laboratório da SAP).

A incubadora Unitec surge, assim, como um elo dessa cadeia tecnológica. Atualmente, o espaço tem capacidade para cerca de 25 empresas, mas deve abrigar cem nascentes em 2011, quando projetos de duas novas áreas de atuação (energias renováveis e nutracêutica) passarão a integrar a iniciativa. Ao longo dos dez anos de vida, seis empresas se graduaram. O porcentual pode parecer baixo, mas há uma razão. “Muitas nem chegam a se graduar, pois são compradas no meio do processo”, revela Susana. “É uma dinâmica que queremos incentivar”, reconhece. Hoje, a incubadora abriga 21 nascentes. Com algumas salas desocupadas, novos projetos chegam frequentemente.

UNISINOS PASSA NOÇÕES DE COMUNIDADE

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51Setembro de 2009

SEGUNDO ROUNDA fabricante de sistema

de gestão para área política e eleitoral Polis Tecnologia acaba de chegar ao Unitec. “A empresa nasceu, formalmente, em fevereiro de 2009 como spin-off da Unique IT, que trabalha com consultoria”, conta Carlos Alberto Kalinovski Hoffmann, diretor da startup, citando que a empresa-mãe graduou-se na incubadora Raiar, da PUC-RS.

A Unique IT chegou a faturar R$ 50 mil por ano e a ter sete funcionários e 15 clientes. Mas trabalhava por projetos e não mantinha

uma relação recorrente, o que era um problema. Assim, o empreendedor acabou colocando a consultoria em stand by para possibilitar dedicação total à Polis. Com experiência em incubação, Hoffmann acredita em mais maturidade para a nova empreitada.

A escolha pela entidade na Unisinos deu-se por sua estrutura de seleção mais � exível, o que aceleraria a entrada da empresa na incubadora. O projeto da Polis foi pré-aprovado na Prime, linha de � nanciamento da Finep,

e pode receber um aporte inicial de R$ 120 mil nos próximos meses. “A outra empresa começou com R$ 10 mil”, recorda, dizendo que este dinheiro do fundo permitirá que a nascente comece em um patamar mais elevado. A expectativa do empreendedor é graduar-se na Unitec com um faturamento na casa dos R$ 1,8 milhão, três mil usuários de sua tecnologia e 17 funcionários. Além disto, o novo projeto prevê a comercialização de licenças do software como serviço, o que garantirá receitas recorrentes.

Hoffmann, da Polis : "Projeto foi pré-aprovado na Prime e pode receber aporte inicial de R$ 120 mil'

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52 InformationWeek Brasil

Leia mais:

Conheça os cases em profundidade em www.itweb.com.br/iwb/incubadoras

Santa Rita do Sapucaí (MG) tem pouco mais de 32 mil habitantes e um histórico de empreendedorismo. Pulmão do Vale da Eletrônica, uma parte do sucesso obtido pela cidade mineira pode atrelar-se ao fomento à inovação proporcionada por duas incubadoras situadas no município. “Hoje, temos entre 120 e 130 empresas de base tecnológica. Destas, mais de 60 passaram por processo de incubação”, estima Dani Xavier, diretora do Prointec (Programa Municipal de Incubação Avançada de Empresas de Base Tecnológica), criado em 1999.

Composto por uma incubadora municipal (IME) e por um condomínio ocupado, atualmente, por 18 empresas, a iniciativa surgiu para abrigar e complementar as estratégias de pré-incubação que já existiam em instituições locais de ensino. Três instituições destacam-se no cenário. Dani aponta o trabalho realizado pela Faculdade de Administração e Informática, pela Escola Técnica de Eletrônica e o Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações). Este último, por sinal, mantém a outra incubadora da cidade, nascida em 1985 e que,

até hoje, graduou cerca de 36 startups.

Já a IME abriga, atualmente, 14 empreendimentos. “Essas empresas geram 60 empregos diretos”, contabiliza a diretora, citando que a entidade formou 25 companhias, que hoje empregam aproximadamente 200 pessoas. O forte da incubadora são inovações que condizem com a realidade regional: tecnologias focadas no setor eletroeletrônico e de telecom. A inscrição se dá em prazo estabelecido por edital. Os critérios de julgamento para ingresso são viabilidade técnica e econômica, capacidade da equipe, inovação e estágio de desenvolvimento do projeto.

ELETRICIDADE A GT Gestão e

Tecnologia surgiu há 1,5 ano como consultoria para elaboração de planejamentos. Os sócios tocavam projetos sazonais com duração de três meses da própria casa. Utilizando os recursos domésticos, passaram a ter insights avaliando como poderiam fazer para reduzir a conta de energia elétrica. Em novembro de 2008, o Prointec abriu edital com cinco vagas na IME e a GT Gestão e

Tecnologia resolveu submeter seu projeto de redução de energia em aparelhos em stand by para obter estímulo para industrialização da ideia. Em seis meses na incubadora, a GT termina o protótipo de um produto que tem previsão de lançamento em outubro. Segundo Rodrigo Gaigher Cezana, engenheiro de desenvolvimento, a tecnologia reduz de 15% a 25% o consumo total de energia elétrica de uma residência. A montagem da placa PCI e a inserção de componentes eletrônicos no dispositivo foi terceirizada para empresas do pólo de informática de Santa Rita do Sapucaí.

Os executivos da empresa acreditam tanto no produto que desenvolvem, que devem tirar do foco a parte de consultoria em, no máximo, dois anos. A partir do segundo ano de incubação, a nascente estima receitas mensais na casa do R$ 30 mil. Além disso, o módulo de economia integra um projeto maior de automação residencial, que terá parte dos recursos oriundos de órgãos de fi nanciamento com previsão de estar pronto por volta do terceiro trimestre de 2010, possibilitando, assim engrossar a receita.

SANTA RITA DO SAPUCAÍ É BERÇO DE INOVAÇÃO

Principais objetivosdas incubadoras

• Incentivo ao empreendedorismo (97%)• Desenvolvimento econômico regional (88%)• Geração de empregos (84%)• Desenvolvimento tecnológico (72%)

Área de atuação das incubadoras

• Tecnologia da Informação e Comunicação: 18%• Agronegócios: 11%• Eletroeletrônica: 11%• Mecânica/Biotecnologia: 8%• Serviços: 15%• Outros: 37%

Por dentro das incubadoras64% dos municípios com

menos de 1 milhão e mais de 300 mil habitantes possui uma incubadora e/ou parque tecnológico

100%20%

dos municípios com mais de 50 mil e menos de 300 mil habitantes possui uma incubadora e/ou parque tecnológico

dos municípios brasileiros com mais de 1 milhão de habitantes possui uma incubadora e/ou parque tecnológico

Fonte: Anprotec/2007

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Luís Minoru Shibata é diretor de consultoria da PromonLogicalis e blogueiro do IT Web

O cenáriO em telecOmunicações nãO pOderia ser mais cOmplexO: demanda por oferta cada vez mais diversificada, surgimento cada vez mais rápido de novas tecnologias, consolidação de players, pressão por rentabilidade e uma pre-ocupação crescente por qualidade na prestação de serviços ao usuário. para contornar estes desafios, as operadoras de telecomunicações devem rever os processos e a arquitetura de sistemas de forma a buscar mais agilidade e eficiência. esta afirmação é tão conhecida quanto desafiadora, pois quanto mais diversificado é o leque de serviços e tecnologias, mais complexo fica o ambiente de operação e mais efêmero se torna um processo dentro da empresa.

como se não bastassem os problemas decorren-tes da complexidade dos negócios, podemos somar como complicador o elevado nível de terceirização no qual se encontram as operadoras: a redução de custos e o maior foco buscados com a terceirização das atividades têm como trade-off maior dificulda-de de gestão e padronização. para algumas delas, a idade também conta: redes implantadas há anos e sistemas caseiros que cresceram organicamente sem planejamento ou sem documentação só im-põem mais dificuldades de qualidade e evolução.

não é de hoje a busca por padrões operacionais e arquiteturas de sistemas. iniciativas como o lean Operator do tm Forum[1], que desde meados da década de 90 vem evoluindo seu mapa de operações (etOm[2]) e outros frameworks, fornecem subsídios para melhoria operacional e automação. porém, ci-tar o uso de frameworks de processos ou melhores

práticas em desenho de arquiteturas como sendo a solução para os problemas de operação é uma alter-nativa tentadora, mas, ao mesmo tempo, simplista. a busca por eficiência depende de programas de melhoria abrangentes e sincronizados, nos quais o uso de melhores práticas é essencial, mesmo repre-sentando apenas uma parte dos fatores de sucesso.

resultados concretos de melhorias (como redu-ções de 30% em lead-time de resolução em falhas de rede, de 40% em retrabalho por minimização de erros de configuração e de 15% nos custos de ma-nutenção de rede) foram obtidos com ações coorde-nadas de mapeamento e redefinição de processos de aquisição e integração de ferramentas, além da aplicação de conhecimento das tecnologias envol-vidas. conseguir estabelecer o alinhamento entre diferentes áreas e fornecedores é fundamental, seja porque sem este alinhamento não é possível criar processos fim-a-fim, seja porque a transformação depende de capacitações distribuídas em diversas equipes na empresa e também fora dela.

*colaborou Yassuki takano, gerente de consulto-ria da promonlogicalis.

Os desafios da busca por eficiência

54 InformationWeek Brasil

[1] tm Forum é um fórum composto por operadoras de telecomunicações, fabricantes de equipamentos, provedores de soluções de software, integradores e empresas usuárias de serviços de telecomunicações, com o objetivo de melhorar o resultado de negócios na indústria de comunicações por meio da divulgação de padrões e intercâmbio de informações.

[2] etOm: enhanced telecom Operations map

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56 InformationWeek Brasil

Vida dura a do chief executive officer (CIO). Parece que toda mudança que ocorre no mundo dos negócios passa pela sua mesa. Antes da década de 90, este executivo era o

típico técnico enclausurado em um ambiente cheio de máquinas e ar condicionado. Nos últimos anos, esse quadro mudou drasticamente. Todo CIO mo-derno é um agente de mudanças e parceiro impor-tante do negócio. Por suas mãos passam decisões gerenciais e orçamentárias e ele tem assento cativo nas salas onde são estabelecidas as estratégias da empresa. Parabéns a eles, que conseguiram se mol-dar às mudanças do ambiente de mercado.

O DEPARTAMENTO DE MARKETING DAS EMPRESAS JÁ DESCOBRIU COMO UTILIZAR A INTERAÇÃO E A TROCA DE CONHECIMENTO PROPORCIONADA POR FERRAMENTAS COMO FACEBOOK, ORKUT, WIKIPEDIA, BLOGS E TWITTER EM SUAS ESTRATÉGIAS. AGORA, É A VEZ DA TI COMEÇAR A TER CONTATO COM ESTAS NOVIDADES

REDES SOCIAIS:

Mas não aplaudam muito. Outra mudança está a cami-nho e o CIO terá um papel importante — de novo. A nova onda do mundo informatizado e conectado é língua das multidões. As mídias sociais são expoentes em termos de inovação tecnológica e já seduzem empresas pelo mundo afora. Mais da metade da lista da Fortune 500 está desen-cravando novos meios de se comunicar com stakeholders e consumidores por meio de redes sociais, segundo recen-te levantamento da empresa de relações públicas Burson-Marsteller. Tudo é feito em sites como o Facebook, Twitter, Youtube, além de wikis e blogs variados. Quem investiu nisto teve aumento de 18% nas vendas nos últimos 12 me-ses, aponta estudo da Wetpaint e Altimeter Group.

Números fantásticos e que se repetem quase toda a se-mana no noticiário especializado. O problema é que tudo isso ainda está muito ligado ao marketing. Mas como fica o CIO fora da pirotecnia deste departamento? Assusta-do, dizem especialistas na área. Imagine um gestor de tecnologia tendo de lidar com um ambiente heterogêneo cheio de trocas de mensagens instantâneas e em várias

direções. Informações entrando e saindo da organização diretamente dos funcionários, centenas de links externos sendo abertos e tudo tendo de caber em um desktop, um netbook ou um smartphone com a mesma qualidade.

Parece um prato cheio para problemas com seguran-ça, vazamento de informação privilegiada e perda de produtividade. Não é por acaso que o número de empre-sas que passaram a bloquear sites como Orkut, MySpace, Facebook e Twitter aumentou 20% em um ano. O levan-tamento da ScanSafe aponta que o cerceamento é feito por medo de ataques de malwares e de queda da produ-tividade dos funcionários.

Parece uma visão meio paranóica de tudo, contudo é a realidade para o CIO e uma característica do departamen-to de TI. Diferentemente do marketing, a área de tecnolo-gia tem de lidar com padrões, homologações e processos verticais e documentados. Tem de evitar ao máximo o ris-co, enquanto quem trabalha com marca e comportamento de consumo pode fazer do risco uma estratégia.

Mesmo assim, as ferramentas de mídia social estão no

dor de cabeça ou oportunidade?

Gestão

Gilberto Pavoni Júnior, especial para InformationWeek Brasil

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REDES SOCIAIS: foco dos CIOs. É impossível encontrar um que não esteja “brincando” com a novidade. “O marketing não é o fim para as mídias sociais, é só o começo da brincadeira”, aponta o gerente de estra-tégia de clientes e mercado da Deloitte, Fábio Cipriani, autor do livro Blog Cor-porativo. Para ele, há muitas oportuni-dades a serem exploradas com essas ferramentas. “As empresas precisam tratar estrategicamente a vontade das pessoas de quererem se conectar.”

E parece mesmo impossível fre-ar o ímpeto dos funcionários em se manterem conectados. Empresas que bloqueiam o Twitter costumam se ver às voltas com o Yammer (www.yammer.com) , site que funciona inde-pendentemente da infraestrutura da companhia, basta ter o endereço ele-trônico corporativo para se cadastrar

e encontrar seus pares pelo mundo afora. Não apenas isto: quem barrou o uso do Yammer, teve de lidar com o SocialCast (www.socialcast.com) e ou-tras plataformas que oferecem serviço semelhante.

“As empresas não detém mais o controle das informações como an-tigamente”, enfatiza Mauro Segura, líder de marketing e comunicação da IBM Brasil, que possui uma política de redes sociais desde 2005. Dos 400 mil funcionários em todo o mundo, 80 mil são usuários de blogs (internos ou externos). Números mais impres-sionantes são os dos wikis: existem 15 mil diferentes na IBM. Alguns são estratégicos e fechados a um grupo, já outros, mais abertos. Cerca de 370 mil funcionários, bem próximo da totali-dade da empresa, utilizam wikis.

Para o executivo da IBM, o papel do CIO nesta revolução é entender que o cenário de negócios está mu-dando e, provavelmente, a visão so-bre o controle da infraestrutura terá de se adaptar a isso. “A segurança passa a ter um papel mais cultural, que necessita de educação e treina-mento.” Segundo ele, dificilmente as iniciativas de redes sociais vão nascer no departamento de TI. Elas virão de outras áreas, como marketing, ven-das, comunicação e RH. “Mas cabe ao CIO trabalhar a parte tecnológica das ferramentas”, comenta

O tamanho da onda social

• Um em cada cinco adultos categoriza conteúdo por rankings ou sistemas como o Digg

• Metade dos adultos online faz parte de alguma comunidade, como Facebook

• Pessoas entre 35 e 54 devem ser metade do universo de uso social de tecnologias ainda em 2009

• Poucos são os criadores de conteúdo, mas os consumidores disto cresceram de 25% para 48% em serviços, 29% para 55% em vídeo e 25% para 39% em textos

Fonte: estudo da Forester chamado The Broad Reach of Social Technologies, de agosto

Mais do que quatro em cada cinco pessoas conectadas produzem ou consomem conteúdo de mídias sociais ao menos uma vez por mês

dor de cabeça ou oportunidade?

IWB

Leia mais:

Esta é a primeira matéria de uma série de reportagens que serão publicadas até dezembro na InformationWeek Brasil com notícias complementares no IT Web. O especial completo está em www.itweb.com.br/iwb/redesocial.

Setembro de 2009

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58 InformationWeek Brasil

Até o fim deste ano, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) espera economizar R$ 1,3 milhão com a revisão de contratos de terceiriza-ção do seu parque de computadores. A empresa — que engloba o Centro Industrial do Rio de Janeiro (CIRJ), o Serviço Social da Indústria (SESI), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Instituto Euval-do Lodi (IEL) — chamou seu principal fornecedor para a mesa de negociações. Ao final da conversa, não apenas havia ampliado os serviços já terceirizados como reduziu custos, padronizou equi-pamentos e softwares e estabeleceu níveis de serviço (SLA) mais eficazes. “Aproveitamos o fato de o último acor-do ter preços melhores e, com base nele, transformamos 13 contratos em um“, relata Carlos Eduardo Gambôa, ge-rente de TI da Firjan. Até dezembro, a fornecedora Microcity terá substituído cerca de 3,3 mil máquinas da Federação por modelos top de linha — e manterá responsabilidade pela configuração, pelo help desk, pela manutenção e pelo inventário, entre outros serviços.

O mOmentO é bOm para renegOciar cOntratOs. mas nem

a incerteza ecOnômica nem a busca pOr reduçãO de

custOs devem ser critériOs priOritáriOs nas decisões que

envOlvem terceirizaçãO

A Firjan configura entre as empresas que tiraram pro-veito do cenário de crise econômica — que propicia rene-gociações — para aumentar escopo e benefícios decorren-tes da terceirização. A decisão foi bem-sucedida, segundo Gambôa, porque se baseou em planejamento, em busca por mais qualidade e em uma parceria sólida com a Mi-crocity, iniciada em 2003, além, claro, da economia. No entanto, esta não é a realidade de inúmeras outras compa-nhias que investiram na terceirização nos últimos meses. Muitas delas são motivadas, principalmente, por um dis-

Não existem milagres Gestão

Ana Lúcia Moura Fé, especial para InformationWeek Brasil

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curso de mercado que apresenta o out-sourcing como panacéia para os males financeiros, devido ao seu poder de enxugar custos. O pensamento, con-tudo, é um erro, na visão de especia-listas como Sérgio Alexandre, diretor da PricewaterhouseCoopers (PwC), e Laércio Albino Cezar, vice-presidente de TI do Bradesco. “A redução de custo é importante, mas não deve ser o fator

para tomada de decisão. O foco deve estar na melhoria de qualidade de serviços e das métricas, entre outros, além, é claro, do melhor custo, que pode ser obtido com parceiros capazes de diluir o investimentos entre vários clientes, por exemplo“, diz Alexandre. Embora tenha percebido crescimento do interesse das companhias em fazer economia por meio do outsourcing, ele informa que, na base de clientes da PwC, a aprovação de todos os pro-jetos implementados neste ano e em 2008 se baseou em outros aspectos, embora, no final das contas, tenham resultado em significativa economia. “Mesmo nas empresas de segmentos muito pressionados pela crise, como varejo e consumo, o custo não é mais o fator decisório. Pesa a qualidade e um modelo de terceirização que torna o benefício sustentável”, enfatiza.

pré-requisitos

Alexandre ressalta como equívoco a aposta na terceirização antes de a empresa ter uma governança bem-es-truturada. A exigência parece óbvia, mas nem sempre é atendida a conten-to. Entre os riscos de pular esta etapa, há a possibilidade de engessamen-

Não existem milagres

Setembro de 2009

Gambôa, da Firjan: “Em qualquer cenário, o serviço e o escopo devem ser dimensionados com base no crescimento futuro e na capacidade do fornecedor”

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Gestão

to do negócio, como aconteceu, recentemente, com um cliente que a PwC auxiliou a trocar de provedor. “Ele não tinha governança estruturada. Apenas delegou suas ne-cessidades, que cresceram além do que foi dimensionado, chegando ao ponto de o outsourcing começar a prejudicar a evolução do negócio”, relata o diretor.

A própria Firjan foi vítima de mal dimensionamento, não obtendo na terceirização da telefonia móvel o mes-mo sucesso registrado na de desktops, como admite o seu gerente de TI. “Temos uma parceria com a Claro que está nos trazendo prejuízos e grande insatisfação entre os nossos usuários de celular. Trocaremos de operadora em setembro, quando o contrato expira, e a Claro não partici-pará da seleção”, informa Gambôa.

O gerente não exime a Firjan de culpa na deterioração do relacionamento. “Não definimos com clareza o obje-to do contrato e as necessidades futuras. Com o tempo, o número de linhas que determinamos se mostrou insufi-ciente obrigando-nos a pedir mais, sem nenhum controle nosso ou da operadora. Esta, para compensar as perdas, deixou de nos prestar serviços. Resultado: queda na qua-lidade, usuários insatisfeitos e uma parceria desfeita. Até sentamos juntos, mas não chegamos a acordo algum”, diz o gerente. A experiência serviu de lição. “Em qualquer ce-nário, o serviço e o escopo devem ser dimensionados com base no crescimento futuro e na capacidade do fornece-dor. E deve-se incluir aditivo no contrato se a demanda aumentar, antes que tudo saia do controle”, diz.

Rogério Ribeiro, CIO da AstraZeneca, acredita que aproveitar o momento de incerteza econômica para re-

negociações pode ser proveitoso, desde que isso não sig-nifique “apertar” muito o fornecedor. “Porque ninguém faz milagres”, diz. A gigante do mercado farmacêuti-co recentemente repassou à T-Systems todo o suporte funcional e técnico do sistema de gestão SAP motivada por experiência mal-sucedida com outro prestador que cuidava da parte funcional do sistema. “Os serviços oferecidos não estavam alinhados com as nossas neces-sidades”, resume.

O CIO comemora a retração de custos obtida, da ordem de 30%. Considera ser este recuo um dos maiores benefí-cios alcançados, mas ressalta que a contratação foi prece-dida de cuidadoso planejamento e levou em conta outros fatores decisórios. “Passamos a contar com profissionais altamente atualizados em SAP e reduzimos nossa vulne-rabilidade, pois não dependemos mais de uma única pes-soa, e sim de uma equipe de especialistas da T-Systems. Não preciso mais me preocupar com as férias do meu fun-cionário, sem contar que ele foi reaproveitado para outras atividades importantes”, aponta.

Como dica, o executivo da AstraZeneca alerta que o grande desafio no outsourcing é transferir conheci-mentos internos para o parceiro e manter a equipe e o negócio cientes de todas as regras. “Deve-se pensar em estratégias para resolver isto, porque é tudo muito fácil quando está dentro de casa.” Ele acrescenta que a empre-sa também já terceirizou recursos como bancos de dados e service desk, mas não tem intenção de terceirizar tudo. “Segurança da informação, por exemplo, sempre ficará dentro de casa”, avalia.

Cezar, do Bradesco: nada em TI que faça parte do core da instituição é passível de terceirização

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de todos os processos operacionais internos. “Temos times tra-balhando dia e noite, mapeando, revisando e automatizando processos. O projeto de contact center resultou deste esforço”, conta. Com investimento estimado em R$ 3 milhões, a nova central modernizou o atendimento prestado a portadores de cartões, empresas, gestores de RH, restaurantes e supermer-cados. “O cliente não precisa mais repetir o número do cartão quando a chamada for transferida”, exemplifica.

A empresa também ampliou o número de empreendimen-tos que participam do piloto que substitui máquinas de lei-tura de cartão nos pontos de vendas (POS, na sigla em inglês) por telefone celular. A tecnologia reduz custos permitindo ao estabelecimento a aquisição de muitos aparelhos, o que para muitos era inviável devido ao alto preço dos antigos equipamentos de POS. Para 2010, a Accor prepara nova pla-taforma de internet que integra usuários de cartão, empresas e estabelecimentos. “O cliente encontrará todos os produtos da Ticket em um único site”, promete Spada.

Julho de 2009

A digitalização da operação de televisão requer permanente inovação em tecnologia. Isto implica projetos de TI fortemente alinhados com as melhores práticas de produção e geração de conteúdo. A observação é do gerente de informática do SBT, Nelson Carpinelli. Às voltas com implantação de módulos operacionais do ERP e do sistema de BI na rede de televisão, o executivo foca seus esforços na integração da TI com a tecnologia de produção de conteúdo. “Todos os projetos de infraestrutura hoje levam em consideração ferramentas de monitoração do tráfego de conteúdo gerado e sua disponibilização às áreas de criação e definição de programação. A TI está inserida no negócio do SBT na medida em que participa ativamente desde a concepção até a veiculação dos produtos”, diz Carpinelli, que tem como meta mudar a percepção interna sobre TI, para além do suporte operacional.

TI na televisão

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Core e inteligênCia

em Casa

No Bradesco, nenhuma decisão sobre terceirização foi impulsionada pela instabilidade econômica ou pela bus-ca de corte expressivo nos custos, garante o VP, Laércio Albino Cezar. “Primeiro, porque nem sempre um bom projeto implica redução de custos.” Além disso — ressalta o executivo—, é possível medir efetivamente o tamanho da economia apenas quando o projeto é implementado, por meio da comparação com os custos internos naquele momento. “Depois, perde-se a referência”, diz.

Ele reconhece que em algumas circunstâncias, como quando o fornecedor presta o serviço não apenas ao Bra-desco, mas a todo o sistema financeiro, o custo torna-se mais palatável e evidente. “Mesmo assim, a decisão do

que é terceirizado decorre do nosso dia a dia e da possibi-lidade de nos trazer benefícios que nem sempre são finan-ceiros, como, por exemplo, a liberação de espaço”, diz.

A estratégia corporativa do banco determina que nada em TI que faça parte do core da instituição é passível de terceirização. “Gente no mundo afora cometeu este erro em grandes projetos e teve de recuar.” Ficam dentro de casa os grandes computadores que detém o processamen-to central de tudo o que diz respeito à guarda, ao arma-zenamento e à disponibilidade de dados sobre clientes. São informações consideradas estratégicas que, se vio-ladas, deterioradas ou perdidas, colocariam a atividade em grande risco. “Fazemos hoje cerca de 270 milhões de transações por dia. Imagine entregar isto a um fornecedor que não dá conta? Ou não volta nunca mais ou volta tudo dilapidado, sem consistência”, argumenta.

Por outro lado, recursos como desenvolvimento de sistemas e parque gráfico e de impressão estão entre as atividades totalmente terceirizadas no Bradesco. “Paga-mos pelo que consumimos. Nestes casos, qualquer aci-dente de percurso representaria prejuízo, mas não para-lisaria nossas atividades”, explica o vice-presidente. Para garantir que a inteligência do negócio não saia da insti-tuição, todo projeto de construção de software nasce e é documentado por especialistas. “Desta forma, podemos terceirizar 100% do desenvolvimento e, se o fornecedor claudicar, temos em mãos a documentação que possibi-lita repassar o serviço para outro parceiro. O importante é jamais perder a inteligência do negócio; e isto vale para qualquer setor”, ressalta.

Albino Cezar também não aconselha esperar um am-biente propício para renegociar contratos. As oportunida-des e melhorias têm de ser buscadas permanentemente, no cotidiano. No caso do Bradesco, ele diz que a massa de especialistas experientes, a rotina padronizada e docu-mentada, o uso de metodologias avançadas e o rigoroso filtro de avaliação e homologação de fornecedores têm tornado bastante raros os “desvios de comportamento” de parceiros. Mas o alerta máximo nunca pode ser des-ligado. “No caso de impressão de extratos, tenho acesso ao fornecedor para realizar auditorias permanentes que me garantem que o que entreguei chega ao destinatário

Ribeiro, da AstraZeneca: aproveitar o momento para renegociações pode ser proveitoso, desde que isto não signifique “apertar” muito o fornecedor

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de todos os processos operacionais internos. “Temos times tra-balhando dia e noite, mapeando, revisando e automatizando processos. O projeto de contact center resultou deste esforço”, conta. Com investimento estimado em R$ 3 milhões, a nova central modernizou o atendimento prestado a portadores de cartões, empresas, gestores de RH, restaurantes e supermer-cados. “O cliente não precisa mais repetir o número do cartão quando a chamada for transferida”, exemplifica.

A empresa também ampliou o número de empreendimen-tos que participam do piloto que substitui máquinas de lei-tura de cartão nos pontos de vendas (POS, na sigla em inglês) por telefone celular. A tecnologia reduz custos permitindo ao estabelecimento a aquisição de muitos aparelhos, o que para muitos era inviável devido ao alto preço dos antigos equipamentos de POS. Para 2010, a Accor prepara nova pla-taforma de internet que integra usuários de cartão, empresas e estabelecimentos. “O cliente encontrará todos os produtos da Ticket em um único site”, promete Spada.

Julho de 2009

A digitalização da operação de televisão requer permanente inovação em tecnologia. Isto implica projetos de TI fortemente alinhados com as melhores práticas de produção e geração de conteúdo. A observação é do gerente de informática do SBT, Nelson Carpinelli. Às voltas com implantação de módulos operacionais do ERP e do sistema de BI na rede de televisão, o executivo foca seus esforços na integração da TI com a tecnologia de produção de conteúdo. “Todos os projetos de infraestrutura hoje levam em consideração ferramentas de monitoração do tráfego de conteúdo gerado e sua disponibilização às áreas de criação e definição de programação. A TI está inserida no negócio do SBT na medida em que participa ativamente desde a concepção até a veiculação dos produtos”, diz Carpinelli, que tem como meta mudar a percepção interna sobre TI, para além do suporte operacional.

TI na televisão

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na qualidade acordada e sem violação. Também vamos à fábrica do fornecedor do equipamento para verificar a qualidade do produto, só para dar dois exemplos”, conta.

Para empresas menos avançadas no uso de TI, o VP re-comenda investir na especialização de funcionários. “Se você não entende nada de carro, como irá avaliar a qua-lidade do serviço de um mecânico? O mesmo vale para terceirização de TI.” Para ele, é também vital contar com processos e ferramentas de qualidade para acompanhar e avaliar tudo o que está sendo entregue pelo fornecedor. Ele aproveita para se contrapor à percepção de alguns analis-tas de que banco, em geral, não gosta de outsourcing. “Na década de 90, mantínhamos dentro de casa até marcenaria para fabricação dos nossos móveis. Hoje, tudo mudou.”

Parceiro não é inimigo

Independentemente do cenário ou de experiências pré-vias mal-sucedidas, não se deve enxergar o fornecedor

como um inimigo. Ter isto em mente é tão importante quanto um bom escopo e níveis de serviço bem-definidos. CIOs ouvidos pela reportagem apontam que a terceiri-zação vale a pena desde que não envolva conhecimentos específicos sobre o negócio da companhia. Para quem está interessado na modalidade, elaborar em separado análises técnicas e comerciais e definir SLAs em comum acordo com o prestador de serviço são práticas recomen-dadas. Também vale conversar e visitar outros clientes do fornecedor em avaliação.

A essa lista de recomendações, o especialista em gover-nança de TI e segurança da informação e sócio da Enigma Security Consultoria, Mário Sérgio Ribeiro, acrescenta a necessidade de inclusão no contrato de sanções rigorosas que causem impacto no negócio do fornecedor, no caso de descumprimento. “Ele tem de sentir na pele o mesmo que um funcionário de cargo de confiança sente quando não entrega o que é esperado dele”, compara.

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Gestão

Cenário da terceirização

• Projetos de outsourcing estão entre os que sustentarão o crescimento da TI no Brasil este ano.

• O mercado de outsourcing no País sofreu menos o impacto da crise econômica do que outros segmentos de TI, devido a parte de sua receita ainda ser lastreada em contratos de médio e longo prazos.

• A expectativa é que muitos desses contratos sejam renegociados em virtude da forte necessidade das empresas em reduzir seus custos.

• A maior parte das renegociações deverá contemplar redução de níveis de SLA ou até mesmo corte de serviços não críticos em 2009.

• A cobrança sobre os departamentos de TI para redução de custos aliada a eventuais cortes de pessoal interno irão impulsionar a contratação de serviços terceirizados de infra-estrutura em 2009.

Fonte: IDC Brasil-2009

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O consultor acredita que todas as em-presas devem estabelecer a prática de au-ditorias sistemáticas e sem aviso prévio nas instalações do fornecedor. “Seja fábri-ca de software ou de micros, seja provedor de help desk, é importante esquematizar visitas e manter estreita parceria com ou-tros departamentos da companhia, como a área de avaliação de risco e controle, para obtenção de auxílio na redução dos riscos de naturezas diversas inerentes a um contrato de terceirização”, diz Ribei-ro. Ele também considera a governança de TI um pré-requisito vital para projetos de outsourcing. “Correr atraído pelas boas ofertas do momento e pela promessa de economia, sem ter cumprido esse requisi-to, não me parece uma boa ideia.”

Vale um

passo atrás

Do mesmo jeito que o bom outsourc-ing resulta de uma avaliação sobre as vantagens para a empresa, sob critérios diversos, o oposto também é válido, ou seja, recursos terceirizados devem ser sempre reavaliados e trazidos de volta, se isso representar melhor custo—benefício. É o que reforça João Navarro, diretor de tecnologia e desenvolvimento da Univer-sidade Norte do Paraná (Unopar).

A entidade, que investe em tecnologia para suportar as atividades administrati-vas e acadêmicas de três campi e 350 pó-los de ensino a distância espalhados pelo País, já terceirizou transmissões de aula via satélite, mas hoje tem uma operação própria. “No começo, apenas 37 polos fa-ziam parte de nossa rede e os custos jus-tificavam a terceirização. Com o tempo, a rede e o número de salas de geração cres-ceram e ter uma operação dentro da uni-

versidade se mostrou mais interessante e menos arriscado”, explica

Um dos projetos de outsourcing mais recentes da Unopar envolveu a transfe-rência para a Global Crossing da gestão e monitoramento da rede de fibra de 120 megabits que interliga os campi, além do gerenciamento da interconexão dos polos educacionais via internet. Toda a infraes-trutura de telefonia da universidade tam-bém está sob a gerência da Global Cros-sing. “Ainda estamos implementando e acrescentando novas funcionalidades, mas se pode afirmar que valeu muito a pena, pela facilidade de alterações da rede, sem prejuízos para os usuários, pela visível otimização do uso dos recursos e por contarmos com a expertise dos pro-fissionais da Global Crossing, entre ou-tros benefícios”, diz Navarro.

Em termos de enxugamento de cus-tos, ele calcula que os serviços, que con-sumiam cerca de R$ 40 mil mensais da universidade, foram reduzidos em cerca de 30% após a terceirização. A escolha do fornecedor está entre os principais cuida-dos em iniciativas de outsourcing. “Ele tem de ter agilidade compatível com a di-nâmica do mundo atual e abertura para negociações”, diz.

Para Robert Ilse, sócio da área de con-sultoria empresarial da Deloitte, as re-negociações de contratos na área de TI são duras e complexas, mas as empresas usuárias estão mais experientes e ganha-ram armas nesta disputa. “Este é um bom tempo para brigar por mais vantagens. No fim do dia, o importante é sempre o SLA. As empresas que se prepararam com metodologias sofisticadas, como Itil e Cobit, conseguem definir melhor os ní-veis de serviço”, finaliza.

Empresas devem estabelecer a prática de auditorias sistemáticas e sem aviso prévio nas instalações dos fornecedores

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For IT by IT

Tudo O segmentO bancáriO cOmeça a se render

aO usO de cartãO múltiplO para as aplica-ções de créditO, débitO e certificaçãO digi-tal. E isto é um case de sucesso. Desde o advento da auto-mação bancária, o setor vem utilizando o cartão com tarja magnética na autenticação do cliente, durante o acesso aos produtos e serviços oferecidos. Este modelo ficou como um símbolo do banco e do cidadão bancarizado.

No entanto, com a difusão da tecnologia, esse eficiente mecanismo de autenticação passou a ser objeto de ataques do crime organizado. Sua tecnologia simples e de fácil aces-so possibilita a clonagem e o seu uso indevido, fazendo com que o cartão com tarja magnética passasse de ícone tecnoló-gico para ícone de fraudes.

Isso exigiu do sistema bancário uma ação rápida para estancar prejuízos e garantir a confiabilidade de seus sis-temas informatizados, levando ao atual cartão com chip. A tecnologia teve início discreto na década de 1980 e um avan-ço exponencial no início deste século.

O antigo cartão — já conhecido como dinheiro de plás-tico — recebe um circuito integrado de última geração e uma aplicação embarcada baseada em um padrão mun-dial chamado EMV, sigla de um consórcio montado pelas principais bandeiras mundiais para transações de crédito e débito. Este conjunto possui a capacidade de autenticar de forma segura o seu portador, tanto na rede bancária como de crédito e débito em geral.

Enquanto o modelo com chip estava se consolidando no Brasil e no mundo, outros dois fortes movimentos vinham ganhando força no mesmo período: os serviços bancários pela internet e o uso de certificados digitais para autenticar pessoas e assinar documentos eletrônicos (PKI).

na rede mundialO histórico de uso de internet banking é quase de co-

nhecimento geral, mas o movimento brasileiro para pa-dronização da certificação digital, liderado pelo ITI sob

unificado

Jorge F. Krug > Graduado em análise de sistemas pela PUC-RS, pós-graduado em engenharia de software da UFRGS e tem especialização em informática aplicada pela White Plains (Nova York, EUA)> É superintende da unidade de segurança de TI do Banrisul e presidente da Autoridade Certificadora do Estado do Rio Grande do Sul > No Banrisul, supervisionou o desenvolvimento do primeiro internet banking > Introduziu o modelo de cartões inteligentes multiaplicação, convergindo num mesmo chip, aplicações EMV e PKI compatível com o padrão Brasileiro ICP-Brasil > Indicado a um assento no board do PCI Council (Payment Card Industry) para o período de 2009/2010

Experiência

superintende de segurança de ti dO banrisul, JOrge f. Krug, detalha O prOJetO que culminOu na Oferta de um cartãO múltiplO cOm sOluções de créditO e débitO e certificaçãO digital para acessO aO internet banKing

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a bandeira ICP-Brasil, passou despercebido a muitos. O uso de certificados digitais pelo cidadão em geral para acessar serviços de e-gov, como os oferecido pela Secre-taria da Receita Federal (SRF), impulsionou a dissemi-nação desta tecnologia. Associado a isto, o certificado digital se mostra uma solução segura e confiável para a autenticação do cliente no banco pela web, o que levou o sistema bancário de observador a player neste negócio.

Com o estabelecimento de todos esses elementos na mesa do jogo, coube uma nova discussão: o cliente ban-cário teria dois cartões — um para o crédito e débito (padrão EMV) e outros para acesso ao internet banking, assinatura de documentos eletrônicos e acesso a serviços de e-gov (padrão PKI)? Do ponto de vista tecnológico, a indústria em geral oferecia duas opções: uma tecnologia mais simples que abrigava aplicações distintas em cartões distintos ou uma solução mais sofisticada que, em um mesmo cartão, oferecia a possibilidade de integrar tanto a aplicação PKI como a EMV.

Antes mesmo desta discussão iniciar, o Banrisul identificou a necessidade de pesquisar o assunto e de-senvolver um projeto que atendesse às necessidades do banco frente ao avanço constante da tecnologia. Uma peculiaridade frente aos demais bancos brasileiros é que possuímos uma rede própria de débito — o Ban-ricompras —, enquanto os demais estão atrelados às redes das bandeiras de crédito.

Essa peculiaridade, agregada a uma inclinação para a vanguarda tecnológica, fez com que o banco começasse um projeto há alguns anos para utilização de um cartão único com as soluções de crédito e débito (EMV) e certifi-cação digital (PKI), com acesso ao internet banking.

O Cartão Múltiplo Banrisul exigiu anos de pesquisa e desenvolvimento, pois envolveu a construção de uma aplicação EMV e PKI para o cartão, além da migração da rede de atendimento para aceitar a tecnologia com chip, a adequação do autorizador bancário para transações EMV, do sistema de personalização para emissão de cartões e o desenvolvimento de aplicações de baixo nível para in-tegração da aplicação PKI com os sistemas operacionais, browser e gerenciadores de caixa postal de mercado.

Após anos de discussão sobre o tema “cartão múl-tiplo”, o sistema bancário brasileiro está dando os primeiros sinais de definição. Isso é observado pelos anúncios feitos neste ano pelos dois principais bancos estatais: emissão de cartões que oferecerão ao cliente a aplicação EMV e PKI.

Essa decisão é mais do que apenas uma opção tecnoló-gica, pois ela representa maior economia na emissão do cartão e maior facilidade ao cliente, que, com um único plástico, poderá ter atendidas as suas necessidades de acesso e autenticação em diversos canais.

Olhando lá para meados do ano 2000, quando se come-çou a discutir esta tecnologia e levar o assunto para as rodas nacionais, vemos realmente um grande avanço.

O esforço realizado no projeto Banrisul e a incansável defesa desta solução em nível nacional, já nos renderam reconhecimento por diversas entidades internacionais, além da satisfação de observar que a solução adotada está hoje alinhada com os principais avanços que a tecnologia tem sofrido nos últimos anos.

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Mercado

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Roberto Carlos Mayer é diretor da MBI, presidente da Assespro São Paulo e membro do conselho da Assespro Nacional. E-mail: [email protected]

O uso da tecnologia da informação, surgido há dé-cadas no ambiente corporativo, expandiu-se sucessiva-mente, passando dos CPDs pelas mesas dos funcioná-rios aos lares da classe média para, enfim, hoje chegar a praticamente toda a população. Tudo isto graças a diversas iniciativas batizadas de “inclusão digital”.

O uso da TI tornou-se fundamental à gestão do di-nheiro circulante (por exemplo, nos bancos e na arre-cadação de impostos), à comunicação entre as pessoas (como nas redes sociais e na telefonia IP), ao entreteni-mento (estão aí as músicas mp3 e vídeos digitais para comprovar) e a vários outros aspectos da vida diária de toda a população. A tendência — ninguém discute — é que a tecnologia faça parte de forma ainda mais forte de nosso dia a dia.

Como consequência, seu uso se torna cada vez mais semelhante ao de outros recursos essenciais ao funcio-namento de nossa sociedade, assim como, por exemplo, a disponibilidade de alimentos ou de energia elétrica.

Entretanto, enquanto existe uma preocupação geral e mais em particular no governo, existem ministérios específicos e planejamento de longo prazo — quinze anos no caso da energia — para a gestão destes recur-

sos. Contudo, no caso da tecnologia da informação há um enorme número de iniciativas (públicas e privadas), leis e ONGs, decretos e voluntários, gratuitas e pagas, federais, estaduais, municipais ou comunitárias, visan-do ao melhorar o uso da TI. Acreditamos, salvo prova em contrário, que todas elas sejam bem-intencionadas, mas elas são desenvolvidas sem nenhuma “linha mes-tra”, o que gera desperdício de recursos e, em alguns casos, contradições nos objetivos.

Propomos, portanto, a criação de uma estratégia na-cional para o uso da TI, de longo prazo (pensamos que o ano do bicentenário da Independência — 2022 — seja uma boa referência), que defina claramente os objeti-vos e os meios para que estes sejam atingidos.

Para que tenha chance de ser bem-sucedido, este tipo de planejamento deve ter o envolvimento de outros se-tores da sociedade (além do mundo da TI). Precisamos ter a coragem de tocar nas chamadas “pedras nos sapa-tos” e trabalhar firmemente para realizar a promessa do bem-estar gerado pelo uso intenso da TI em todos os aspectos da vida nacional.

O momento a ser gerado pela nova campanha eleito-ral a nível nacional em 2010 é uma oportunidade para pavimentarmos o caminho até 2022.

TI virou recurso essencial: precisamos geri-la!

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Na Prática

Adeus, O serviçO de help desk baseadO em bOdy

shOp, que OperOu nOs últimOs cincO anOs,

era classificadO cOmO “bOm”, na avaliação do gerente de TI do Terra na América Latina, Leandro Ban-calero Mendonça. O problema é que o modelo não trazia indicadores precisos sobre o andamento dos cerca de mil chamados abertos todos os meses pelo time interno do portal, formado por aproximadamente 600 colaborado-res no Brasil. “Acompanhando algumas estatísticas da época, que não eram muitas, concluímos que tínhamos terreno para melhorar”, avalia o executivo, citando que a ideia de mudança veio à cabeça dos gestores de tecnolo-gia em meados de 2008.

A reflexão coincidiu com um momento intenso de de-senvolvimento pelo qual o portal passava e que deman-dou esforços extras de TI. “Chegamos à conclusão de que aquele modelo de trabalho não atendia mais à expectativa de resultado da empresa”, Mendonça. O futuro do Terra exigia, naquela época, mais qualidade e isso viria de um suporte estruturado por meio de um acordo de nível de serviço (SLA, na sigla em inglês).

Durante seis meses, a área de tecnologia desenhou o que queria do novo contrato em termos de qualidade para poder cobrar depois. “Fomos bastante agressivos no que pedimos”. Isso porque, nas palavras de Mendonça, nos

tempos do body shop o suporte resumia-se ao básico. Na formatação baseada em SLA, três níveis de serviço

viriam compor as rotinas do help desk: receptivo, atendi-mento em campo e administrativo. A primeira camada faz a triagem e resolve os problemas mais simples (que com-põem 60% das demandas) dos usuários remotamente. Na segunda, como o próprio nome diz, o analista soluciona ocorrências in loco. O terceiro, e grande diferencial frente ao que existia até então, refere-se à manutenção dos servi-dores corporativos, possibilitando geração de inventários e relatórios que tornariam o processo mais estratégico.

Oito empresas foram avaliadas. Quatro delas passaram da triagem técnica e apresentaram propostas financeiras. Sem abrir números ou detalhar diferenças monetárias, o gerente sinaliza que os custos acompanharam a complexi-dade da nova estrutura. Em janeiro de 2009, o Terra bateu o martelo contratando a CPM Braxis para o serviço pe-los próximos quatro anos. O executivo lembra que havia muita preocupação com o impacto causado pela transição. “A mudança no fluxo de aprovação e o controle maior das ocorrências poderia parecer mera burocracia”, analisa. Para evitar um período tumultuoso, a empresa decidiu pela não sobreposição de contratos.

O novo provedor contratado substituiu sete body shop-pers por 15 profissionais terceirizados e avaliados por pro-

pOrtal terra trOca prOvedOr de help

desk, que agOra cumpre slas, permitindO

aO pOrtal vislumbrar uma atuaçãO mais

estratégica supOrtada pOr indicadOres

de desempenhO

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Adeus,

Em foco Desafio: melhorar o desempenho do help desk

solução: trocar serviço baseado em body shop

ResultaDo: sla de 91% em pouco mais de seis

meses de projeto

jeto entregue. De janeiro a março, este time fez uma fotografia do que era a TI do portal e começou a operar. Com a alteração de fornecedor, a média de solicitações subiu para 1,2 mil ocor-rências por mês. Segundo o gerente, o aumento atrela-se a um controle mais apurado e também porque, no passado, algumas solicitações não eram contabilizadas.

Após os primeiros três meses de contrato, o portal já aponta melhorias na gestão de serviços de tecnologia, maior controle, qualidade e rapidez ao atendimento dos usuários. Os re-latórios emitidos sobre as ocorrências garantem ao time de TI agir proati-vamente a medida que os problemas mais comuns conseguem ser tratados com mais atenção e antecedência. Me-nos de seis meses depois, Mendonça valoriza o resultado obtido. “Antes,

tínhamos um atendimento que en-tregava 50% do que estava acordado e, em junho, já trabalhamos com 91% do SLA”, dimensiona. O Terra, agora, ruma aos 99% nos níveis de serviço previstos para 2010.

O gerente espera que, no longo prazo, o provedor de serviços for-neça melhor visibilidade dos pro-cessos e que isso colabore para o planejamento da TI. Os indicado-res recebidos ajudam a direcionar a força de trabalho para desenvol-vimento de novos serviços. “Não tínhamos uma parte forte de ino-vação e já começamos a vislumbrar esses caminhos”, projeta o executi-vo, que tem recebido feedback posi-tivo dos funcionários sobre a troca de fornecedor. “Mesmo quando re-cebo críticas dos usuários, a pessoa traz uma sugestão.” Por este resul-tado, os gestores de tecnologia não descartam expandir o acordo com o novo provedor para outras regiões da América Latina onde opera num futuro próximo. (FD) iwb

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body shop

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Na Prática

O aviãO chega aO aerOpOrtO precisandO

abastecer. Um caminhãO da br distribUi-

dOra se aprOxima da aerOnave e O pilOtO

infOrma O vOlUme de cOmbUstível neces-

sáriO. O operador identifica a companhia (cliente) e em um dispositivo móvel insere os dados do processo. Com o tanque cheio, o motorista imprime um comprovante de en-trega para o responsável da companhia aérea. No final do abastecimento (ou no fim do dia para dados capturados ao longo da jornada de trabalho), o operador da distribuidora descarrega as informações do PDA em um computador de coleta. As informações vão para um servidor central e, em seguida, para o sistema de gestão empresarial (ERP), que processa o faturamento em tempo real.

Mas em sempre foi simples assim. Durante muito tem-po, o processo de venda de combustíveis de aviação era manual — da litragem à identificação das aeronaves. Os

comprovantes eram digitados um a um no computador e enviados, via disquete, para a gerência da operação. Naquele contexto, consolidar informações e fazer o fatu-ramento demorava até 15 dias. Ruim? Nem tanto. Sergio Alves, consultor de projetos da BR Distribuidora, recorda que este era o procedimento adotado apenas nos quatro maiores aeroportos do Brasil. “Nos outros 90, os compro-vantes eram mandados via malote e processados em 17 gerências da BR”, relembra o profissional. O processo, com sorte, levava 20 dias e o modelo, entre outros percal-ços, acarretava elevado índice de inadimplência.

A mudança no sistema começou por volta do ano de 2001, quando a distribuidora começou um primeiro movi-mento para automatizar o processo de venda de combustí-veis suportado por uma solução de mobilidade. A iniciativa pensada na ocasião não foi levada adiante por falta de ade-rência. “Utilizávamos uma tecnologia de smart card com

br distribUidOra aUtOmatiza abastecimentO de aviões cOm

tecnOlOgia móvel. prOcessO redUz inadimplência e aUmenta

capacidade de atendimentO

Felipe Dreher

InformationWeek Brasil

Tanque cheio e combustível pago

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Em foco Desafio: automatizar o processo de abastecimento de aviões

solução: adoção de tecnologia móvel

ResultaDo: melhor controle de estoque, redução nos níveis de inadimplência e maior

volume de aeronaves abastecidas

arquivos binários. Naquela época, também não tínhamos equipamentos robustos para a aplicação desejada”, re-corda Alves. Mesmo não evoluindo, a incursão não foi descartada totalmente e serviu como embrião para uma nova tentativa três anos mais tarde.

Assim, em 2004, a empresa retomou a ideia de substituir a caneta e o papel por um sistema mais automático e eficiente. Mas, desta vez, o projeto foi desenhado de outra forma, engloban-do desde a captura dos dados até o servidor central. Para o consultor, este novo foco permitiu encontrar a cha-ve de sucesso. A distribuidora partiu para uma solução dentro da platafor-ma Windows Mobile num PDA de características industriais. Com isto, o operador do caminhão para abas-tecimento consegue validar a transa-ção por meio deste dispositivo móvel, que transmite as informações para o servidor de banco de dados Microsoft SQL Server, responsável por unificar as informações e enviá-las para a so-lução de faturamento.

Em seguida, é realizado o abasteci-mento da aeronave e emitido — ain-da na pista — o comprovante da ope-ração, que tem valor fiscal. Após um ano de elaboração, a iniciativa entrou em fase de piloto durante três meses no aeroporto de Brasília (DF). Passa-da esta fase, entre novembro de 2005 e novembro 2006, a BR Distribuidora estendeu a solução a outros 93 aero-

portos brasileiros. Pelas contas do consultor, a iniciativa consumiu in-vestimentos de cerca de R$ 7 milhões e, além dos softwares da Microsoft, contemplou 328 coletores da Inter-mec e 56 computadores — chamados subconcentradores.

Os caminhões de abastecimento receberam, ainda, uma mesa metáli-ca com a impressora do comprovan-te de entrega, um berço para o PDA, um painel de alimentação de energia elétrica e o registrador. O computa-dor central tem conexões seriais com sede da estatal, no Rio de Janeiro (RJ), onde as informações são conso-lidadas para, então, ficarem dispo-níveis via internet para consulta das companhias aéreas. “Com o sistema, tudo ficou muito mais padrão, pois a tecnologia ajuda na operação”, avalia Alves, ao detalhar o processo linear que abre esse texto.

A solução garantiu precisão no con-trole de estoque de combustível, que reflete melhor controle financeiro uma vez que o operador sabe os clientes inadimplentes antes do início do abas-tecimento. Outro benefício foi uma redução de 30% a 40% (atualmente, 30 minutos em média para o abasteci-mento) no tempo gasto em relação ao processo anterior. Com isso, a compa-nhia consegue ampliar a quantidade de aeronaves atendidas. Segundo a BR Distribuidora, o retorno sobre investi-mento ocorreu em 12 meses. iwb

Setembro de 2009

Tanque cheio e combustível pago

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74

Na Prática

Processos espelhadosProcessos espelhadosQuando começou a operar no Brasil, em

outuBro de 2000, a marcegaglia, uma mul-

tinacional italiana de transformação

de aço, preocupou-se em alinhar sua administração a um software integrado de gestão (ERP) de um provedor local. Na expansão dos negócios e com a inauguração de uma fábrica, a empresa identificou que a tecnologia usa-da não cumpria todas necessidades de gerenciamento de produção. “O sistema que tínhamos até 2002 não estava sincronizado às áreas de negócio”, recorda Celi Luciano Gonçalves, que nessa época ingressou na companhia para gerenciar o departamento de TI.

A indústria, então, sentiu a necessidade de investir em um novo ERP para dispor de um processo controlado de produção. A planta tem capacidade instalada para prover 7 milhões de condensadores aramados, 240 mi-lhões de metros de tubos de aço para refrigeração, 250 mil toneladas de tubos de aço carbono, 6 mil toneladas de tubos de aço inoxidável, 13 mil toneladas de blancks e 45 mil toneladas de slitter.

As primeiras exigências para a escolha de uma nova fornecedora eram que ela fizesse a transição de todo o banco de dados existente e que deixasse disponíveis no-vos módulos, a serem implantados em menor tempo. Para chegar a este nível de detalhamento, Gonçalves assumiu o desafio de estabilizar e substituir o ERP existente e em seguida implantar o Logix, da Logocenter.

O fornecedor ajudou a formatar processos. “Queríamos uma reimplantação do sistema dentro de uma visão es-

truturada. Iniciamos naquela época a inserção de novos módulos, o treinamento das equipes e a adequação das funcionalidades”, detalha Gonçalves. Os trabalhos come-çaram na área de saída, que engloba do pedido de ven-da até a entrega do produto. “Focamos primeiro na parte onde entra o dinheiro”, justifica.

O passo seguinte foi atacar os pontos de entrada — da compra de produtos, recebimento e estoque. Quando es-sas duas frentes se estabilizaram, o time de TI começou a estender a solução para a manufatura. “Fomos fazer o gerenciamento da fábrica para gerar o custo de venda de forma integrada, online, com informações concretas e sólidas”, conta o gestor, mencionando que este processo caminhou entre 2002 e 2003. Na visão do gerente, enquan-to toda parte “básica” não estivesse pronta, o projeto não entraria na segunda fase, quando os módulos seriam adi-cionados à espinha dorsal do produto.

A partir dessa base, Gonçalves, pouco tempo depois, pode instalar um aplicativo de business intelligence (BI) que ajuda a Marcegaglia a traçar suas estratégias de negó-cio com gráficos atualizados a cada 15 minutos. A estabili-zação do ERP ajudou, também, no processo de descentra-lização de vendas por meio de representantes. “Geramos uma independência de 90%. Os vendedores podem con-sultar o Logix para as questões de estoque, de crédito do cliente, dos pedidos colocados por ele, auxiliando sua ven-da”, explica. O sistema permite acompanhar todo o pro-cesso, desde as informações originadas nos fornecedores até a emissão da nota fiscal eletrônica.

multinacional italiana de transformação de aço

marcegaglia suBstitui sistemas de gestão e implementa

Wms para oBter uma visão mais clara de sua manufatura

Felipe Dreher

InformationWeek Brasil

lay_napratica_marcegagila 74 04.09.09 15:23:46

75

Processos espelhadosProcessos espelhados

Em foco Desafio: obter maior controle dos processos de produção

solução: substituir sistema mais administrativo por

ferramenta mais aderente aos processos de manufatura

ResultaDo: espelhamento de 100% da produção no eRP

Todo esse esforço culminou, em outubro de 2008, com a implantação de um módulo de gerenciamento de armazém (WMS, do inglês ware-house management system) da To-tvs. O gerente classifica esse ponto como um grande desafio, devido às necessidades de personalização demandadas. “Hoje, eu consigo en-xergar onde está localizado um far-do de tubo”, comemora o gerente de TI. O sistema apresenta todo o fluxo do produto, gerando um ganho de volume e velocidade de separação e busca no estoque. “Assim que abro as ordens de produção no ERP, pas-so para os sistemas das máquinas, onde os operadores identificam a necessidade de produção e buscam a matéria-prima correta”, detalha.

A solução de WMS disponibiliza também a administração do pátio, das agendas de recebimento e ex-pedição por dia, hora e doca, além de definir prioridades para entrada e saída de produtos, administração da carga de trabalho, interface com o fornecedor para captura das notas fiscais, checagem dos itens recebi-

dos e tratamento das divergências e danos, consultas e emissão de re-latórios de todo a cadeia. O execu-tivo não quantifica o investimento que ajudou a promover a revolução na companhia ao longo dos anos. Segundo Gonçalves, somente entre 2007 e 2008, a Marcegaglia aplicou R$ 2 milhões em tecnologia da in-formação, que visaram primordial-mente à migração de sistemas para versão mais atuais.

Atualmente, 100% da produção é espelhada no software de gestão. Gonçalves lista como benefícios principais os ganhos em agilidade. “Outro ponto que consideramos ser importante é poder rastrear e a in-tegração e confiabilidade das infor-mações”, enumera. Justamente por tais questões, justifica o gerente, a opção de manter o máximo de sis-temas possíveis originários de um fornecedor único — o que pode-ria ter sido um erro, caso da fusão Microsiga com a Logocenter (que originou a Totvs) desse errado. “Ti-vemos uma preocupação inicial”, recorda o executivo sobre o movi-

mento. Tal sensação desfez-se quando a provedora apresentou o plano de investimento previs-to na linha de produtos utiliza-da pela indústria. iwb

Multinacional italiana de transforMação de aço

Marcegaglia substitui sisteMas de gestão e iMpleMenta

WMs para obter uMa visão Mais clara de sua Manufatura

Setembro de 2009

lay_napratica_marcegagila 75 04.09.09 15:24:03

Novo mundo

Foto

: Ric

ardo

Ben

ichi

o

Alberto Leite é diretor-executivo e publisher da IT Mídia

Lembro-me como se fosse hoje de quan-do vi, em 1981, o fiLme de voLta para o fu-turo, na casa de amigos dos meus pais. do alto dos meus seis anos de idade, sonhei pela primeira vez com aquilo. imaginei por meses como seria conhecer meus pais jovens, participar de acon-tecimentos históricos, ver de perto o que só os livros podiam nos contar. mais tarde, quando li operação cavalo de tróia, de j. j. benitéz, pude relembrar toda aquela imagem de infância.

durante muitos anos li sobre isso. o físico e matemá-tico stephen hawking acabou com minhas expectati-vas quando, questionado sobre a possibilidade de uma viagem no tempo, foi incisivo: nunca fomos visitados por alguém do futuro.

seria aquele o fim da minha busca.contudo, o mundo evoluiu e um dia, um curio-

so funcionário de uma empresa americana investiu tempo para construir uma engenhoca capaz de rea-lizar tal façanha.

pensou bastante em como fazer o que as pessoas queriam. elas querem poder voltar no tempo, sen-tir sensações, ver pessoas e poder trazer isso para o mundo real. criou uma grande nave chamada orkut. seu sobrenome seria utilizado eternamente para tal façanha.

brasileiros invadiram rapidamente a nave e, de uns anos para cá, navegam entre o antes e depois com uma maestria invejável. conseguem façanhas incrí-veis como a de trazer do passado somente aqueles que querem, descartar aqueles que não trouxeram muita felicidade e explorar o futuro, especular, viven-ciar, conhecer pessoas novas e trazê-las para o mun-do real, casando inclusive.

não imagino uma definição mais adequada do que “a fantástica máquina do tempo”. tenho uma cadei-ra lá e consegui em um ano encontrar pessoas e cenas

tão antigas que muitas vezes penso em desistir deste negócio. nostálgico ou não, nos faz pensar, refletir e trazer opções de vida diferentes daquelas que temos, o que pode ser bom, ou ruim.

no filme, o cientista dr. emmet brown diz que você jamais deve interferir no passado, pois isto poderia quebrar o espaço e o tempo, o que com certeza não foi bem entendido no filme. hoje, o que mais se vê com o uso de tal máquina é o aumento de problemas com a utilização. pessoas se separando de seus cônjuges, mudando de país, falando novas línguas, trocando de gostos, desejos, comendo novas comidas, visitando novos espaços, fazendo novas propagandas, amando novamente, amando pela primeira vez, encontrando amigos e familiares perdidos, encontrando suas al-mas também perdidas, curtindo ou gastando tempo com um computador, mandando currículos e trocan-do de empregos, sonhos e vidas, tem gente que até troca de nome, personalidade e passado. poucos ou-viram o velho emmet.

o que isso tem a ver com o mundo corporativo? tudo. todos vivemos conectados neste mundo, seja ele de presente ou de passado. o importante é entender o que é isso e seu impacto para o futuro.

penso que seria vital para aqueles que navegam nes-ta nave ou em outras que apareceram, poderem ter tempo para assistir ao filme sobre o tempo. tal prática trará uma reflexão profunda sobre quem somos, para onde vamos e o que queremos com nosso passado.

76 InformationWeek Brasil

A fantástica máquina do tempo

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ANALYTICS BRIEF

>

INOVAÇÃO NA INFRAESTRUTURA M A R Y H A Y E S W E I E R , D A I N F O R M A T I O N W E E K E U A

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ANALYTICS BRIEF

80 InformationWeek Brasil

ANALYTICS BRIEF

A falência da Washington Mutual (ou WaMu), em setembro do ano passado, marcou o inicio da reces-são econômica. Mas, para JPMorgan Chase, marcou uma oportunidade. E para Guy Chiarello, CIO da JPMorgan Chase, foi o mo-mento certo para investir em infraestrutura de TI para a empresa, incluindo milhões de dólares e novos com-putadores mainfraime. Ao adquirir um pedaço grande dos negócios da WaMu por US$ 1,9 bilhão, incluin-do as � liais supervaloriza-das na costa oeste e pilhas de empréstimos imobiliários que não foram pagos dentro do prazo estipulado, a JPMorgan Chase já au-mentou seu rendimento em banco de varejo e emprés-timos pessoais. A empresa modernizou o sistema Z10, da IBM, pouco depois da aquisição, criando uma infraestrutura de mainframe capaz suportar os volu-mes atuais e ainda gerar capacidade sob demanda, para que a empresa pu-desse absorver o portfólio e os dados de clientes da WaMu e ter mais e� ciência quando os negócios volta-rem ao prumo.

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Setembro de 2009

Enquanto alguns CIOs deram uma

pausa nas iniciativas de infraestrutura de

TI, a equipe de Chiarello, do JPMorgan

Chase, vem investindo tempo e dinheiro

em hardware, upgrade e virtualização

de desktops e servidores por toda a

empresa. As negociações vantajosas

com os fornecedores oferecem uma eco-

nomia de 25% sobre o que a empresa

gastaria em novos hardwares durante

tempos melhores, o que marca um pon-

to nos preços que pode ser difícil para

os fornecedores reverterem quando a

economia der a volta por cima. Tempos

ruins? Para Chiarello, não poderiam

ser melhores para os negócios, mesmo

com a “enorme pressão” sobre seu or-

çamento. Ele não sabe quanto tempo a

competição por melhores preços entre os

fornecedores vai durar, mas a empresa

já se posicionou. “Não vou pagar um

centavo a mais [do que já pago] pela

última coisa que comprei.”

A chamada inovação na infraestrutura

de TI está surgindo em várias empresas.

São tempos difíceis, sem dúvida, com

quedas nos rendimentos derrubando os

orçamentos de TI e forçando demissões,

o que levou a taxa de desemprego em

TI nos EUA de volta à 2004, com mais

de 5%. O Gartner prevê que os gastos

globais em hardware de TI vão cair 16%

neste ano e continuarão iguais no ano

que vem. Prevê também que os gastos

com serviços de TI devem cair 5,6% em

2009, o que re� ete a falta de novos pro-

jetos em andamento.

Mas resumir isso tudo como “nada

demais acontecendo em TI” seria uma

visão super� cial. Debaixo desta penum-

bra, existe um turbilhão de atividades,

novos pensamentos e, até mesmo, investi-

mentos selecionados, já que alguns CIOs

aproveitam a oportunidade de moderni-

zar e reduzir os custos nas infraestruturas

antes da reviravolta, quando os projetos

de crescimento voltarão a dominar a

agenda da tecnologia corporativa.

Algumas das ideias mais inovadoras e

inteligentes em TI hoje não têm nada a ver

com, digamos, softwares que ajudam no

crescimento da base de clientes e melho-

ra a colaboração com parceiros. “Quan-

do o negócio prospera e as demandas

aumentam, a infraestrutura precisa servir

o negócio de forma progressiva, deixan-

do menos tempo no portfólio para focar

em melhorias.” Se você está no cargo de

CIO, o momento mais interessante para

infraestrutura é quando o ambiente está

pra baixo; e o mais interessante para de-

senvolvimento de aplicativos é quando

tudo está em funcionamento.

Entre as inovações ganhando força

estão a virtualização de servidores e,

de forma menos estendida, a virtualiza-

ção de desktops, além da computação

em nuvem, softwares de código aberto

alternativos, novos bancos de dados de

e� ciência energética, voice network de

baixo custo, incluindo comunicações uni-

� cadas, automatização espandida de

TI e novos processos e softwares para

rastrear custos e usos de sistemas de

TI. Em um relatório de abril, o Gartner

cita a redução de custos com TI como

a estratégia número dois dos CIOs em

2009, um salto em comparação com o

nº12, em 2007. A entrega de projetos

que permite o crescimento do negócio

caiu do 1º lugar para o 3º neste ano. A

nº1 � cou para a ligação entre negócio

e estratégias e planejamento de TI, que

ano passado estava � cou como a nº2.

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82 InformationWeek Brasil

AnAlytics brief

À base de cafeínaA JPMorgan Chase — que devolveu os

US$ 25 bilhões dos fundos TARP (Troubled

Asset Relief Program) para o governo dos

EUA e registrou lucro de US$ 2,7 bilhões no

último trimestre — tem, agora, uma posição

melhor que muitas empresas para investir

na sua infraestrutura de TI. Mas mesmo as

empresas cujo crescimento está lento e de-

caindo vêm aproveitando o momento para

corrigir o que estiver errado.

John Shepard, diretor de infraestrutura

global de TI da Starbucks, juntou-se à ca-

deia de filiais da cafeteria em novembro de

2006, na época em que muito mais gente

podia gastar cerca de US$100 por mês

nos expressos matinais e lattes vespertinos.

“Uma coisa que fazíamos bem era abrir lo-

jas, eram sete ou oito todo dia, ao longo do

ano.” relembra Shepard. “Nós confiávamos

que as unidades individuais fariam tudo o

que precisassem para iniciar o negócio.” A

eficiência perdeu a importância diante do

crescimento e, como resultado, diz Shepard,

investimento em infraestrutura de TI era “um

tipo de competição”. Assim como o sucesso

da Starbucks era um símbolo dos bons tem-

pos, a queda em seus faturamentos em 2008

e a decisão de diminuir o ritmo na abertura

de novas lojas e até mesmo fechar algumas

delas foram sinais de uma economia deca-

dente. O falatório sobre redução de gastos

se intensificou na empresa e demissões atin-

giram algumas áreas, incluindo a de TI. Em

maio de 2008, a Stabucks nomeou o novo

CIO, Stephen Gillett, antigo CIO da Corbis,

uma empresa de imagem digital que perten-

ce a Bill Gates. Em outubro de 2008, embar-

cou em uma nova abordagem de gerencia-

mento de propriedade central para TI, o que

incluiu um plano para rastrear todos os PCs

em todas as unidades do negócio.

A Starbucks descobriu cerca de 2 mil

PCs guardados, que ninguém estava usan-

do. “Nós estavámos gastando dinheiro em

novos computadores quando vimos este

enorme inventário de máquinas ainda com

garantia”, disse Shepard. Usando o sof-

tware de gerenciamento de propriedade

da Apptio, a área de TI agora controla os

PCs, seu estado físico, o desgaste e a ga-

rantia — e também identifica licenças de

software mais caras e que algumas máqui-

nas não precisam mais.

A Starbucks também usa o software App-

tio para comparar os custos de manutenção

em PCs mais antigos e determinar se, em

alguns casos, não é melhor comprar um

novo, examinando fatores como histórico

de suporte de TI em máquinas individuais e

pesquisas sobre o ciclo de vida típico de mo-

delos específicos. Às vezes, a conclusão é

que sai mais barato comprar um novo. Mas,

acima de tudo, a Starbucks está gastando

menos em computadores - economizando

cerca de US$ 2 milhões que seriam gastos

em novos PCs, diz Shepard, principalmente

análise de impactoBenefício

Área de TI - Se feita de maneira certa, as melhorias em infra-estrutura podem reparar os erros cometidos em nome da velocidade e mostrar que a área de TI pode economizar dinheiro.

Área de TI - A área de TI deve mostrar economia - o que geralmente significa demissão de pesso-al e eliminação de aplicativos - sem assassinar a moral ou a performance do negócio.

Empresa - Esse é momento em que as empresas devem querem que as equipes de TI trabalhem em infra-estrutura para que elas possam estar focadas em novos projetos quando voltarem os frutos.

Empresa - As empresas não podem se dar ao luxo de interromper operações.

Competitividade - Os concorrentes mais espertos também estão atentos às ino-vações em infra-estrutura para reduzir gastos e agilizar a área de TI

Competitividade - Muitas vezes, investi-mentos são necessários para melhorar a infra-estrutura, o que pode representar um alto risco na economia de hoje.

Organização de TI

Organização do Negócio

Concorrência de Negócio

ResultadoPonto Principal - As empresas podem superar essa crise tendo menos gasto com infra-estrutura de TI e a possibili-dade aproveitar melhor as oportunidades de crescimento quando elas voltarem.

Risco

Font

e: In

form

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nWee

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A

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ANALYTICS BRIEF

84 InformationWeek Brasil

para reparar sistemas sem uso. A empre-

sa quer, agora, estender seus esforços

de gerenciamento de propriedade para

impressoras em rede, telefones celulares

e, até mesmo, servidores.

CONSELHO DO CIO DA JPMORGAN Devido à natureza de informação in-

tensiva de seus negócios globais, a inova-

ção na infraestrutura da JPMorgan é mui-

to mais complexa do que a da Starbucks

e algumas outras. Empresas de serviços

� nanceiros, geralmente, gastam entre 8%

e 12% de seu rendimento em TI — isto

quer dizer que a área de TI da empresa

gastou mais US$ 7 bilhões neste ano. Em

comparação, varejistas, geralmente, não

gastam mais que uma pequena porcenta-

gem de seu rendimentoI. “Serviços � nan-

ceiros podem ser vistos como tecnologia

corporativa que tem o dominio � nanceiro

como especialidade”, disse Chiarello,

CIO do JPMorgan.

Ele marca todos os maus tempos eco-

nômicos em sua carreira — 1987, 1991,

2001 e 2008 — como os momentos

em que “pisou fundo” nas inovações e

melhorias na área de TI. “Meu lema é

sempre ataque versus defesa. Você não

pode poupar para ter sucesso”, ensina.

Depois de três décadas na panela de

pressão que é a TI em Wall Street, Chi-

arello gosta de compartilhar dicas sobre

como atacar uma economia em crise.

Alguns dos melhores acordos aconte-

cem com os fornecedores de TI que lutam

para se manterem relevantes em um mer-

cado consolidado. É mais fácil negociar

os preços para hardware do que para

software. Enquanto isto, as empresas de

software virão atrás de você, pode se

preparar. “Os fornecedores de software

se sustentam com os lucros de manuten-

ção e fazem auditoria de inventários,

tentando arrancar qualquer dinheiro que

puderem”, diz ele. Seu conselho é “man-

tenha os inventários de gerenciamento de

propriedade bem-estruturados e entenda

os contratos, assim você poderá atacar e

combater essa atividade.”

Frequentemente, economizar exige

uma estratégia de infraestrutura signi� -

cativamente diferente e, às vezes, tecno-

logias emergentes. Nos últimos meses,

a JPMorgan investiu em rede IP para

diminuir contas de telefone com ligações

interurbanas em certas regiões. Sua

equipe tem examinado cada banco de

dados, avaliando o custo por metro qua-

drado, para garantir que cada um está

recebendo a carga de trabalho mais

adequada e trazendo virtualização ao

servidor VMware onde é necessário. A

ALGUNS DOS MELHORES ACORDOS

ACONTECEM COM OS FORNECEDORES

DE TI QUE LUTAM PARA SE MANTEREM

RELEVANTES EM UM MERCADO

CONSOLIDADO

PREVISÃO MUNDIAL DOS GASTOS COM TI 2008 2009 2010 Gastos | Cresc. Anual Gastos | Cresc. Anual Gastos | Cresc. Anual (Bilhões de doláres) (Bilhões de doláres) (Bilhões de doláres)

Software US$ 221.9 10.3% US$ 218.3 -1.6% US$ 225.3 3.2%

Hardware US$ 379.5 2.5% US$ 317.8 -16.3% US$ 317.7 0%

Serviços de TI US$ 805.9 8.2% US$761.0 -5.6% US$ 784.0 3.0%

Telecom US$ 1.045,2 5.7% US$ 1.855.9 -4,6% US$ 1,898.7 2.3%

TI geral US$ 3.352,5 6.2% US$ 3.152.9 -6.0% US$ 3.225,7 2.3%

2009 Gastos | Cresc. Anual Gastos | Cresc. Anual Gastos | Cresc. Anual

(Bilhões de doláres) (Bilhões de doláres) (Bilhões de doláres)

Software US$ 221.9 10.3% US$ 218.3 -1.6% US$ 225.3 3.2%

Hardware US$ 379.5 2.5% US$ 317.8 -16.3% US$ 317.7 0%

Serviços de TI US$ 805.9 8.2% US$761.0 -5.6% US$ 784.0 3.0%

Telecom US$ 1.045,2 5.7% US$ 1.855.9 -4,6% US$ 1,898.7 2.3%

TI geral US$ 3.352,5 6.2% US$ 3.152.9 -6.0% US$ 3.225,7 2.3%

2008 Gastos | Cresc. Anual Gastos | Cresc. Anual Gastos | Cresc. Anual

(Bilhões de doláres) (Bilhões de doláres) (Bilhões de doláres)

Software US$ 221.9 10.3% US$ 218.3 -1.6% US$ 225.3 3.2%

Hardware US$ 379.5 2.5% US$ 317.8 -16.3% US$ 317.7 0%

Serviços de TI US$ 805.9 8.2% US$761.0 -5.6% US$ 784.0 3.0%

Telecom US$ 1.045,2 5.7% US$ 1.855.9 -4,6% US$ 1,898.7 2.3%

TI geral US$ 3.352,5 6.2% US$ 3.152.9 -6.0% US$ 3.225,7 2.3%

2010Gastos | Cresc. Anual Gastos | Cresc. Anual Gastos | Cresc. Anual

(Bilhões de doláres) (Bilhões de doláres) (Bilhões de doláres)

Software US$ 221.9 10.3% US$ 218.3 -1.6% US$ 225.3 3.2%

Hardware US$ 379.5 2.5% US$ 317.8 -16.3% US$ 317.7 0%

Serviços de TI US$ 805.9 8.2% US$761.0 -5.6% US$ 784.0 3.0%

Telecom US$ 1.045,2 5.7% US$ 1.855.9 -4,6% US$ 1,898.7 2.3%

TI geral US$ 3.352,5 6.2% US$ 3.152.9 -6.0% US$ 3.225,7 2.3%

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85

empresa está construindo ambientes priva-

dos de computação nas nuvens para fazer

simulação de mercado e calcular riscos, e

também está querendo usar serviços públi-

cos de cloud.

Chiarello também tem cerca de 20%

dos funcionários (cerca de 30 mil pessoas)

usando desktop virtual e ele planeja expan-

dir este número. Como a virtualização de

um computador desktop é feita por meio

de um software baseado em servidor, ele

vê a possibilidade de aumentar o tempo

de vida de um PC de três para cinco ou

seis anos. O objetivo � nal do CIO é permi-

tir que os funcionários criem seus próprios

ambientes em PC virtualizados. Essa abor-

dagem, por sua vez, deve gerar poder de

negociação com as empresas de software

para que a empresa pague apenas pelos

softwares que usarem.

O QUE MACGYVER FARIA?

James Sims, CIO do Save Mart Superma-

rkets, navega em um barco completamen-

te diferente. Com cerca de US$ 5 bilhões

em rendimento anual e um orçamento de

TI que corresponde a menos de 1% deste

valor, ele deve cortar US$ 6 milhões do seu

orçamento neste ano. Está quase lá. Mas

Sims está acostumado a viver na escassez.

“Eu nunca vi uma empresa mais escrupu-

losa em relação ao valor da TI como nós”,

diz, justi� cando que lá eles analisam tudo

e questionam o que se faz de verdade.

Sims queria comemorar a inovação

que corta os gastos com infraestrutura de

TI, então, ele criou o prêmio “Miraculous

MacGyver”. As ideias para usar software

de código aberto de baixo custo ganha-

ram alguns prêmios. Agora, a Save Mart

usa o software de código aberto do proje-

to Hobbit, por exemplo, para gerenciar e

monitorar alguns sistemas. A empresa está

substituindo o SQL Server da Microsoft e os

bancos de dados da Oracle em várias ins-

tâncias pelo o banco de dados em código

aberto e de baixo custo da Ingres. “Nós já

nos cansamos da falta de senso de parce-

ria da Oracle”, declarou Sims, baseando-

se na má vontade dos fornecedores de ne-

gociar ou cancelar licenças para sistemas

que a Save Mart não usa mais. Usando

virtualização, a Save Mart tem cerca de

370 servidores Linux em funcionamento e

a empresa investiu, recentemente, em sis-

temas de armazenamento compartilhado,

eliminando milhares de tape drives.

Há três anos, cada loja da Save Mart ti-

nha quatro servidores individuais rodando

Windows, AIX ou SCO. Usando o WM-

ware, cada loja, hoje, tem dois servidores

rodando em Suse Linux que se espelham,

e dois sistemas ponto de venda idênticos e

em tempo real. Em caso de falha no sistema,

sempre há um backup. “O modelo antigo

precisaria de um técnico no local”, disse ele,

sinalizando que acabou saindo caro demais

e consumindo muito tempo, especialmente

depois que a Save Mart comprou a divisão

Albertson’s Northern California, em 2007 e

se tornou uma cadeia de 245 lojas.

“PROJECT S” E OUTROS PASSOS DIFÍCEIS Como muitos hospitais, o Hospital Regio-

nal New Hanover, na Carolina do Norte,

EUA, foi abalado pelo número crescente

de pacientes desempregados ou sem pla-

no de saúde, pelos gastos com pacientes

em procedimentos médicos arbitrários, cor-

tes governamentais para Medicaid e Medi-

care, doações � lantrópicas cessadas e per-

A Axtec Tecnologia oferecesoluções completas eminfra-estrutura de TI. Por isso,compartilhamos com médiase grandes empresas, diversaspossibilidades em soluçõese tecnologias de últimageração.

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Setembro de 2009

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ANALYTICS BRIEF

86 InformationWeek Brasil

das em investimentos. O orçamento anual

para TI do CIO, Avery Cloud, foi reduzido

de US$ 11 milhões para US$ 9 milhões.

O lado bom foi que, durante o perído

difícil, o hospital pode passar mais tempo

preparando a infraestrutura de TI para dar

suporte às iniciativas estratégicas que cer-

tamente virão no futuro. E é ai que entra o

chamado “Project S”, com objetivo de esta-

bilizar sistemas e serviços. O hospital cortou

70% dos projetos de estratégias de TI orien-

tados a crescimento, e os recursos que res-

taram foram para o “Project S”. Até agora,

o New Hanover conseguiu evitar demissões

transferindo as pessoas.

Comprou software do Compuware para

gerenciar o desempenho da infraestrutura

de TI, assim como o software de gerencia-

mento de portfólio de TI para garantir que

a verba está indo para os projetos certos.

Também está investindo em virtualização de

servidor para cortar gastos com sistemas.

“Eu não tive a oportunidade de fazer essas

coisas antes porque o foco estava nos proje-

tos orientados a crescimento”, disse Cloud.

Também são tempos difíceis para a Va-

lassis, empresa de mala-direta, que, entre

outras coisas, faz livretos e cupons para jor-

nais. A Valassis, que teve US$ 2,8 bilhões

em rendimentos no ano passado, tem visto

as vendas caírem nos últimos seis meses de-

vido a orçamentos de marketing mais aper-

tados. Ao mesmo tempo, mais clientes estão

mudando de anúncios em versão impressa

para online e pensando em novos canais,

como dispositivos móveis.

Para acompanhar o ritmo da mudança e

reduzir gastos, a Valassis resolveu consoli-

dar sua infraestrutura de banco de dados

usando virtualização para dar suporte a um

número maior de servidores em menos es-

paço e e pegar de volta o título de proprie-

tária de sistemas que são usado em banco

de dados da IBM. Esse projeto envolveu a

expansão do banco de dados central da

empresa, perto de Livonia, Michigan, do

centro de operações e a compra de tantos

equipamentos novos que os caminhões de

entrega entupiram o estacionamento em

algumas noites. “Ao consolidar, a Valassis

cortou US$ 5 milhões por ano dos gastos

de sua infraestrutura de TI e US$ 35 mi-

lhões em taxas de consultoria de TI relacio-

nadas à um banco de dados outsourced

fragmentado”, disse o CIO, John Lieblang.

Enquanto a Valassis trouxe o trabalho em

processos de volta pra casa, este raramen-

te é o caso em inovação de infraestrutura.

Normalmente, pelo menos uma parte da

economia feita vem da diminuição na equi-

pe de TI, devido ao aumento na automati-

zação ou e� ciência. Bob Beauchamp, CEO

da BMC Software, que desenvolve software

para gerenciamento de TI, disse que, em um

grande acordo realizado recentemente, o

CFO cliente se recusou a aprovar o acordo

até que o gerenciamento de TI lhe forneces-

se, por escrito, quais cargos especí� cos não

seriam mais necessários já que o software

garantia automatização. “As pessoas que

ocupavam tais cargos foram demitidas ou

transferidas”, conta Beauchamp.

MOMENTO CERTO DE CONSOLIDAR

A Emerson, empresa de manufatura e

tecnologia, completou, recentemente, uma

grande consolidação de banco de dados,

uma mudança de quando TI descentralizada

era considerada uma necessidade. “Muitas

decisões foram tomadas em unidades indivi-

duais para que nós pudéssemos reagir com

mais velocidade às condições de mudança

do mercado”, disse o CIO, Steve Hassell.

A antiga estrutura causou muito desper-

dício. Depois de múltiplas aquisições, a em-

presa tinha 135 bancos de dados espalha-

dos pelo país. Então, decidiu consolidar em

apenas um grande em Saint Louis e, como

parte do processo, fez algo um pouco dife-

rente: reuniu a equipe de TI com os arquite-

tos da construção.

Uma das decisões mais inovadoras que

surgiu foi a de colocar o sistema de aque-

cimento do prédio no telhado junto com as

unidades de ar-condicionado. Inicialmente,

“PROJECT S”: PLANO DE INFRAESTRUTURA DE UM HOSPITAL • Queda de 18% no orçamento de TI; • Corte de 70% em projetos de TI orientados a crescimento; • Verba transferida para o “Project S” • estabilização de sistemas, especialmente em registro eletrônico de paciente; • Compra de software para gerenciar e monitorar performance de hardware e software; • Incluindo funções de previsão, assim a área de TI pode informar a um médico se a falha de um hardware afetará o desempenho de um software crítico, mesmo que brevemente; • Por que estabilização? Com os novos registros eletrônicos, “vidas são afetadas quando um sistema cai”, disse o CIO Avery Cloud.

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Setembro de 2009Fevereiro de 2009

...........................................................................................

Tanto a iSCSI quanto a FCoE utilizam a ethernet para o transporte dos dados de armazenamento. Mas onde a iSCSI usa o TCP/IP e herda as capacidades de recuperação de perda de pacote e routability (utilização de rotas), a FCoE requer a utilização de uma ethernet aprimorada e assume as propriedades do Fibre Channel. A FCoE é rápida e sem perdas, mas requer hardware novo e o protocolo não pode ser roteado.

Como a iSCSI e a FCoE se organizam?

FCoE

Sistema operacionale aplicativos

Camada SCSI

Fibre Channel

FCoE

“Ethernet Aprimorada”

iSCSI

Sistema operacional e aplicativos

Camada SCSI

iSCSI

TCP/IP

Ethernet

Infelizmente, a ethernet aprimo-rada requer novos chipsets, então, os NICs “padrões” de ethernet de 10 Gbps e os switches agora lançados não serão compatíveis com os esten-didos de 10 Gpbs; novos hardwares serão necessários.

QUANDO UM É MELHOR QUE DOISA ethernet aprimorada pode car-

regar diversos tipos de tráfego, in-cluindo TCP/IP e FCoE, então, os fa-bricantes estão a posicionando como estrutura universal para os bancos de dados da nova geração, conectan-do servidores com armazenamento,

redes de IP e outros servidores para aplicação de clustering.

Os arquitetos de data center e fa-bricantes sonham com este banco de dados perfeito, unificado, no qual uma única estrutura de alto desem-penho vai ao encontro das necessi-dades de IP, armazenamento e fluxo de interservers. Esta é a promessa da ethernet aprimorada e do FCoE. Uma estrutura unificada (fabric) de data center oferece alguns negócios e benefícios técnicos, incluindo:

• Menos hardware e gerencia-mento mais fácil. Somente um par de cabos NIC é necessário por servidor (para redundância),

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O V A L O R D A T I E T E L E C O M P A R A O S N E G Ó C I O S | J a n e i r o d e 2 0 0 9 - A n o 1 0 - n º 2 1 1

scom extensão do prazo de entrega dos arquivos para o fisco para o fim de maio, companhias promovem últimos ajustes nos sistemas de TI

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O V A L O R D A T I E T E L E C O M P A R A O S N E G Ó C I O S | F e v e r e i r o d e 2 0 0 9 - A n o 1 0 - n º 2 1 2

DROGA RAIACrescimento da rede se deve em parte à adoção de TI

COMPUTAÇÃO EM NUVEMSegurança coloca em xeque decisão de adotar cloud

PLANEJAMENTO DE CARREIRAEstabelecer metas ajuda a alcançar sucesso profi ssional

lay_Tech Review 63 2/18/09 1:20:44 AM

os arquitetos � caram preocupados com

a ideia, já que não é assim que geral-

mente se faz; os aquecedores costumam

ser instalados no chão, atrás do prédio.

Mas colocá-los no telhado fez com tivesse

uma abordagem modular em expansão,

deixando mais espaço para resfriamento

somente onde fosse necessário conforme

incorporasse outros núcleos ao principal.

O banco de dados começou a operar

em meados deste ano e irá usar, inicial-

mente, apenas um terço de sua capaci-

dade, mas como resultado da ideia do

telhado, não está usando mais ar-con-

dicionado do que precisa. Colocar os

aquecedores tão perto do sistema de

ar-condicionado fez com que a empresa

economizasse quatro quilômetros em tu-

bulações subterrâneas.

Em alguns casos, uma infraestrutura de

baixo custo já está abastecendo inova-

ções orientadas a crescimento. O banco

de investimentos Cowen está usando o

banco de dados Ingres baseado em Linux

para expandir seu grupo de programa

de traders e desenvolver um portal para

o grupo compartilhar análises com os

clientes. O programa de traders executa

análises complexas para ajudar gerentes

� nanceiros a tomar decisões sobre onde

investir seu capital, trabalho que envolve

um grande número de dados. “O Ingres é

maduro o bastante para lidar com tal car-

ga de trabalho e barato o su� ciente para

ajudar a Cowen a aumentar o programa”,

a� rma o CIO, Dan Flax.

William Miller, da Nationwide Insur-

ance, diz que, ultimamente, ele percebe

muito mais o interesse dos executivos em

problemas de infraestrutura de TI, o que

torna mais fácil colocar os projetos em

prática. “Vale lembrar que a luta contra

o bug do milênio fez com que muitas pes-

soas que não entendiam nada de tecno-

logia de repente virassem especialistas”,

disse Miller, vice-presidente associado e

controlador de TI da empresa.

Hoje, mais do que nunca, é importante

que os executivos e os pro� ssionais de TI

conversem seriamente sobre investimentos

em infraestrutura. Milles cita o exemplo de

um líder executivo que exige um servidor

e um sistema de armazenamento extre-

mamente redundantes para evitar que os

aplicativos deixem de funcionar, mas os

aplicativos não são tão essenciais para

merecerem esse custo. “O que realmen-

te deve ser feito é expor o negócio aos

economistas de TI de uma forma que faça

sentido e seja compreendido por todos”,

explica Miller. A empresa usa softwares

da Digital Fuel para rastrear os custos e

o uso de TI por unidades de negócio in-

dividuais. “Não é questão de gastos, é

questão de valores”, diz Miller. “Você gas-

ta mais se for um investimento de valor. As

empresas que não entendem essa relação

de forma objetiva, não entendem nem a

indústria em que estão”.

Não surpreende que os negócios es-

tejam mal. Mas as empresas não podem

deixar que suas infra-estruturas de TI sejam

superadas por seus concorrentes. “O fato

é que os orçamentos podem estar aperta-

dos, mas a demanda por tecnologia está

crescendo”, declarou Chiarello, da JPMor-

gan Chase. “Não é questão de gastar

mais, é questão de gastar com inteligên-

cia”. Isso signi� ca reconhecer as oportuni-

dades únicas que vêm com uma economia

em crise, e mais importante, entender que

infra-estrutura não é questão de manter as

luzes acesas. É questão de ajustar os moto-

res que tornam possível inovar. UBM

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O V A L O R D A T I E T E L E C O M P A R A O S N E G Ó C I O S | A g o s t o d e 2 0 0 9 - A n o 1 1 - n º 2 1 8

LIÇÕES DA CRISEO que as empresas nacionais aprenderam com o período de turbulência econômica

CARREIRADemissões e mudanças alertam para transformações no cargo de CIO

PORTO SEGUROCIO detalha o serviço de trânsito com base nos dados enviados pelos rastreadores

Computação em

NUVEMMUITO DIFUNDIDO PELOS FORNECEDORES,este modelo começa a ganhar espaço no ambiente corporativo. Mas a adoção de cloud computing ainda é lenta e gradual e esbarra em questionamentos sobre segurança, disponibilidade, custo e o que fazer com o legado

12º E

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A ascensão do “resto” Professora do MIT, Alice Amsden analisa o processo de industria-lização tardia de algumas nações emergentes na busca por desven-dar como o novo mundo tecnoló-gico luta para superar o atraso. A autora defende a atuação do setor público para equilibrar as forças de mercado. Além de avaliar este ce-nário, a obra projeta quais proble-mas devem desafiar os “atrasados” ao longo do século 21. Editora: UnespPreço sugerido: R$ 70

O Andar do Bêbado Por trás de um título improvável (cujo intertítulo é Como o Acaso Determina Nossas Vidas), encon-tra-se um curioso livro de ciências. Leonard Mlodinow divaga sobre a interferência do acaso no cotidiano das pessoas, situações “tão previ-síveis quanto o próximo passo de um bêbado depois de uma noita-da...”. Para isto, o autor apoia-se em exemplos e pesquisas que transitam por diferentes âmbitos da vida, das finanças ao esporte e à medicina. Com tudo isto, o livro oferece ferramentas para ajudar o leitor a conviver melhor com o aleatório e as questões que não consegue controlar. Editora: Jorge ZaharPreço sugerido: R$ 39

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Não é de hoje que estabelecer pla-nos estratégicos e táticos surge como questão de máxima urgência para o sucesso das organizações. Na última década, o papel do gestor avançou junto com as evoluções da própria tecnologia acarretando processos que equilibrem TI, qualidade e custo com aumento de produtividade. A obra de Ricardo Mansur aborda conceitos que permeiam o cotidiano trazendo ques-tões como intensidade ideal do uso de tecnologia da informação, retorno de investimento e demonstração de resul-tados. Mostra ainda um pouco sobre como a governança de TI pode contri-buir para o sucesso organizacional. Editora: Brasport Preço sugerido: R$ 86

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Além da inovação colaborativa

Problemas com trânsito e conges-tionamento causam dores de cabeça Por todo o mundo e tendem a Piorar a cada dia. a sociedade de transporte inteligente da américa (intelligent transportation society of america) e seus parceiros têm procurado soluções para esses problemas e buscaram a Vencorps para colocar em prática os princípios da Wikinomics.

a Vencorps é uma comunidade online que busca descobrir e cultivar as soluções mais criativas para um problema específico. É a evolução da inovação colaborativa, em que a comunidade ajuda a identifi-car as melhores soluções e depois a construir e culti-var tais soluções. a Vencorps conecta empresários, investidores e facilitadores em uma comunidade de interesses comuns. em suma, usa a sabedoria popu-lar para atrair, projetar e cultivar as soluções mais inovadoras. (declaração: eu sou um dos acionistas da empresa matriz proprietária da Venscorps).

Prêmios em dinheiro são entregues às Pessoas que: • trazem uma tecnologia inovadora ao mercado; • apresentam soluções dez vezes mais rápidas, in-teligentes, melhores, mais baratas, mais fortes etc que as soluções atuais; • tenham experiência ou histórico de sucesso. Po-rém, nós sabemos bem que algumas das melhores soluções vêm de iniciantes. • consigam alcançar a casa dos milhões em rendi-mentos poucos anos após o lançamento; • resolvam um problema real; • seja expansível, custando menos por unidade conforme as vendas aumentem.

no caso da sociedade de transporte inteligente, o objetivo é financiar uma empresa que consiga redu-zir o impacto ambiental, fortalecer a produtividade econômica, transportar as pessoas de forma mais eficiente e prevenir acidentes.

depois de lançado o desafio, 94 grupos envia-ram soluções que foram revisadas e votadas por uma comunidade de 4080 pessoas (estou fami-liarizado com várias das sugestões e aconselhei outras, portanto me retirei do processo de sele-ção). as nove melhores soluções acabaram de ser anunciadas e irão passar, agora, por um processo de análise mais intenso.

os nove finalistas podem ser encontrados neste site (www.vencorps.com/showdowns/its_challen-ge). eles são oriundos da hungria, irlanda, canadá, holanda e estados unidos. as origens dessas solu-ções são tão variadas quanto as abordagens e ideias para fazer dos problemas de trânsito, história.

Inovação

InformationWeek Brasil

Foto

: Mag

dale

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Don Tapscott é presidente da nGenera Innovation Network, coautor de Wikinomics e de outros dez livros na área de negócios

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