INFLUÊNCIA DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO · PDF filede outros medicamentos...
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Anais do III Congresso de Educação em Saúde da Amazônia (COESA), Universidade Federal do Pará - 12 a 14 de
novembro de 2014. ISSN 2359-084X.
INFLUÊNCIA DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS ISENTOS
DE PRESCRIÇÃO MÉDICA NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO
ARTERIAL Denilson Barbosa de Freitas
1; Gedeão Batista de Oliveira
2; Fábio Rodrigues de
Oliveira2
1Acadêmico de Farmácia;
2Mestre em Ciências Farmacêuticas
Universidade Federal do Pará (UFPA)
Introdução: Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) correspondem a 30% de
todos os medicamentos consumidos no mundo, alguns destes medicamentos estão
amplamente disponíveis a população e são medicamentos isentos de prescrição, no
Brasil: Naproxeno, ibuprofeno e cetoprofeno que, embora sejam considerados seguros,
são passiveis de interações importantes que podem prejudicar a resposta farmacológica
de outros medicamentos de uso continuo, como os anti-hipertensivos. Neste contexto, é
comum a associação destas classes terapêuticas principalmente em idosos, devido à
coexistência com doenças como a hipertensão arterial sistêmica e distúrbios músculo-
esqueléticos, como artrite reumatóide e osteoartrite. Os efeitos adversos associados aos
AINEs são bem conhecidos, contudo quando associados aos fármacos anti-
hipertensivos ainda é controverso. Objetivos: Evidenciar a relevância clínica de
interações medicamentosas entre AINEs de venda livre e os anti-hipertensivos.
Métodos: Para seleção dos AINEs comercializados sem prescrição médica no Brasil foi
consultada a RDC nº 138/03. Foi realizada busca na base de dados PubMed, Scielo,
Medscape e Medline. Os descritores utilizados foram: anti-inflamatórios não-
esteroidais, ibuprofeno, cetoprofeno, naproxeno, hipertensão, anti-hipertensivo e
interações medicamentosas. Resultados/Discussão: Os estudos evidenciaram que
pacientes hipertensos e que utilizaram os referidos AINEs apresentaram aumento nos
níveis pressóricos. Nestes pacientes estes fármacos foram responsáveis por redução de
eficácia terapêutica, principalmente quando associados a anti-hipertensivos inibidores
da enzima conversora de angiotensina > ß-bloqueadores > diuréticos > antagonista dos
receptores de angiotensina II. Diversos estudos relatam que o naproxeno foi capaz de
alterar a pressão arterial média, em aproximadamente 5,4 mmHg, sendo seu efeito
pressórico superior ao do ibuprofeno (3mmHg) e do cetoprofeno (2mmHg). Estudos
mostram que tanto as elevações transitórias como as sustentadas da pressão arterial
constituem fator de risco morbidade e mortalidade cardiovascular, sendo que um
aumento de 5 mmHg na pressão arterial diastólica pode elevar em 67% o risco de
acidente vascular cerebral e de doença cardíaco coronariana em 15%, logo, o
monitoramento de cada paciente se faz necessário através da aferição de seus níveis
pressóricos, especialmente durante o período de início da terapêutica com AINEs,
principalmente de pacientes idosos pois estes são mais propensos a usar esta classe de
medicamentos associados ao tratamento de hipertensão e outras comorbidades em
relação a população mais jovem. Conclusão: É de extrema que os pacientes em uso de
anti-hipertensivos tenham acesso a serviços de atenção farmacêutica durante a aquisição
de medicamentos como os AINEs, no intuito de amenizar possíveis impactos que o uso
concomitante destes medicamentos pode acarretar ao paciente em decorrência do
aumento dos níveis pressóricos.