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Universidade Federal Fluminense Faculdade de Odontologia Programa de Pós-Graduação em Odontologia - Mestrado Área de concentração: Clínica Odontológica Influência do tipo de resina na resistência à fratura das próteses parciais fixas provisórias Antonio Carlos Vieira Filho Orientador: Prof. Dr. Cresus Vinícius Depes de Gouvêa Niterói 2011

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Universidade Federal Fluminense

Faculdade de Odontologia

Programa de Pós-Graduação em Odontologia - Mestrado

Área de concentração: Clínica Odontológica

Influência do tipo de resina na resistência à

fratura das próteses parciais fixas provisórias

Antonio Carlos Vieira Filho

Orientador: Prof. Dr. Cresus Vinícius Depes de Gouvêa

Niterói

2011

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Antonio Carlos Vieira Filho

Influência do tipo de resina na resistência à

fratura das próteses parciais fixas provisórias

Orientador: Prof. Dr. Cresus Vinícius Depes de Gouvêa

Universidade Federal Fluminense

Niterói – RJ

2011

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. Área de concentração: Clínica Odontológica.

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F818 Vieira Filho, Antônio Carlos

Influência do tipo de resina na resistência à fratura das próteses parciais fixas provisórias / Vieira Filho, Antônio Carlos; orientador: Prof. Dr. Cresus Vinícius Depes de Gouvêa - Niterói: [s.n], 2011.

33f. Incluem gráficos, figuras e tabelas Dissertação (Mestrado em Clínica odontológica) - Universidade

Federal Fluminense, 2011. Bibliografia: f. 30-32

1. Restaurações provisórias 2. Resina acrílica 3. Resistência à fratura I. Gouvêa , Cresus Vinícius Depes (orien) II. Título CDD 611.0184

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ANTONIO CARLOS VIEIRA FILHO

INFLUÊNCIA DO TIPO DE RESINA NA RESISTÊNCIA À FRATURA DAS PRÓTESES PARCIAIS FIXAS PROVISÓRIAS

Orientador: Prof. Dr. Cresus Vinícius Depes de Gouvêa

Aprovado em ___ de __________ de ______.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________ Prof. Dr. Cresus Vinícius Depes de Gouvea

Universidade Federal Fluminense – UFF / Niterói

__________________________________________ Prof. Dr. Gustavo Oliveira dos Santos

Universidade Federal Fluminense – UFF / Niterói

__________________________________________ Profª Dra Kátia Regina Cervantes Hostilio Dias

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ / Rio de Janeiro

Niterói

2011

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. Área de concentração: Clínica Odontológica.

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Dedico este trabalho:

Aos meus pais Antonio Carlos e Maria de Lourdes por

terem me deixado no coração amor, admiração e

reconhecimento por eles.

A minha esposa Denise pelo amor, apoio, confiança e

ajuda incansável na confecção deste trabalho e como se não

bastasse ainda ter me dado meus filhos, meus maiores

tesouros.

Aos meus filhos Alessandra, Pedro Henrique e

Fernanda, que são a razão da minha vida. Obrigado por

serem como são.

Aos meus irmãos Therezinha e Marcello por fazerem

parte da minha história.

Ao meu sobrinho, afilhado, compadre amigo e parceiro

Raphael, por ter sido incansável, persistente e por ter

colocado seu talento e abnegação em prol deste projeto.

Aos meus sogros, cunhados e sobrinhos, pelo carinho e

amizade.

Devo muito a todos vocês.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a DEUS por tudo que aconteceu em minha vida.

Ao eterno companheiro Prof. Dr. Luiz Carlos Santiago por ter abraçado

comigo a idéia e traçado o caminho a seguir.

Ao Prof. Dr. Helio Sampaio, por quem tenho profundo apreço, pela ajuda e

boa vontade em colocar todo o seu conhecimento e experiência à minha disposição

e disponibilizando muitas sextas feiras do seu tempo em prol deste trabalho.

Ao Prof. Dr. Cresus Vinicius Depes de Gouvea por me orientar nesta

empreitada.

Ao Prof. Dr. Ricardo Carvalhaes Fraga por permitir que eu fizesse parte

como mestrando desta respeitada instituição de ensino.

Aos amigos de sempre Djalma e Wayne por terem me suportado por tantos

anos e alguns que virão se Deus quiser.

A coordenação da FESO pela compreensão.

A Profra. Dra. Luciana Moura Sassone, amiga e comadre, por sua valiosa

contribuição sempre que solicitada.

Ao TPH Alexandre pela ajuda nos trabalhos laboratoriais.

A todos que de algum modo deram sua colaboração para que eu pudesse

estar aqui.

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SUMÁRIO

Página

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

RESUMO.................................................................................................................. 08

ABSTRACT.............................................................................................................. 09

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 10

2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 12

3 OBJETIVO ............................................................................................................ 19

4 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 20

5 RESULTADOS ..................................................................................................... 24

6 DISCUSSÃO ........................................................................................................ 26

7 CONCLUSÕES .................................................................................................... 29

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 30

ANEXO I................................................................................................................... 34

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. A - Bloco de Metálico com os preparos confeccionados; B-

Enceramento dos tecidos moles e dentes; C-Fundição do

simulador de tecidos moles; D-Nichos para os pônticos.

21

Figura 2. Molde de silicone para confecção das provisórias. 21

Figura 3. Materiais utilizados. 22

Figura 4. Ensaio sendo realizado. 23

Gráfico 1. Valores Médios de Resistência a Fratura (MPa). 24

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

TEGDMA Trietileno Glicol Dimetacrilato

Bis- GMA Bisfenol A Glicidil Dimetacrilato

MPa Mega Pascal

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RESUMO

O objetivo deste trabalho foi comparar a resistência à fratura de próteses

parciais fixas provisórias (PPFP) confeccionadas com diferentes materiais. A partir

do modelo mestre de metal fundido foram confeccionadas próteses parciais fixas

com os materiais: Dencor, Duralay, Instatemp, Snap (n=10). Cada prótese foi

confeccionada de acordo com as instruções do fabricante. Os materiais foram

inseridos na matriz de silicone e pressionados sobre o modelo com uma carga de

500g até o final do tempo de cura de cada material. Os valores foram submetidos á

análise de variância e teste de Tuckey (p<0,05). As médias de resistência a fratura

foram (MPa): Dencor 59,16 > Duralay 44,48 > Instatemp 31,52= Snap 29,69. As

restaurações provisórias confeccionadas com as resinas Dencor e Duralay,

apresentaram superiores aos materiais Instatemp e Snap.

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ABSTRACT

The aim of this study was to compare the flexural strength of provisional partial

prosthetic bridge (PPPB) manufactured with different materials. Using a master

model of cast metal, partial prosthetic bridges were made with the proprietary

materials: Dencor, Duralay, Instatemp, Snap, (n=10). Each prosthetic bridge was

manufactured according to manufacturer instructions. The materials were inserted in

the silicon template and this was pressured over the metal model with 500g. The

results were treated by ANOVA and Tuckey tests (p<0.05). The mean values of

flexural strength (MPa) were: Dencor 59.16 > Duralay 44.48 > Instatemp 31.52=

Snap 29.69. The provisional partial prosthetic bridge made with Dencor and Duralay

showed higher results than Instatemp and Snap.

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1. INTRODUÇÃO

Qualquer tipo de tratamento protético de um ou mais elementos exige a

confecção de restaurações provisórias, pois elas podem facilitar a confecção da

prótese definitiva e, consequentemente, levar ao sucesso do trabalho (GUNNING ET

AL. (1998).

As restaurações provisórias tem inúmeras funções como: estética, proteção

pulpar (BRAL, 1989), proteção do remanescente dentinário e proteção do periodonto,

restabelecer a oclusão, dar conforto psicológico ao paciente e ajudar no

planejamento (PEGORARO, 1998). No entanto, elas só exercerão estas funções

primordiais se permanecerem na boca sem alterações significativas, o tempo

necessário à confecção do trabalho definitivo.

Em Prótese Parcial Fixa, muitas vezes estas restaurações permanecem na

boca por longos períodos e, portanto, podem sofrer fraturas devido principalmente,

aos grandes esforços mastigatórios a que são submetidas. Desta forma, quando

utilizamos restaurações provisórias em procedimentos protéticos que envolvam um

ou mais pônticos, estas devem ter uma resistência estrutural capaz de suportar as

forças oclusais (LARSON ET AL., 1991, BALKENHOL ET AL., 2008, EISENBURGER

ET AL., 2008). A prótese parcial fixa provisória (PPFP) pode ser confeccionada de

duas formas: pela técnica direta, onde levamos a resina acrílica sobre o dente

preparado, não importando como a resina é transportada ao dente e

confeccionamos direto na boca a restauração; e pela técnica indireta, onde

utilizamos um modelo para prensar a resina sobre ele, onde é confeccionada a

restauração e só depois levada à boca. Na técnica indireta, normalmente, utilizamos

resina acrílica termopolimerizável, que é mais estável em termos de cor e mais

resistente à fratura que a resina acrílica autopolimerizável, utilizada na técnica direta

(PEGORARO, 1998). Apesar dessas vantagens, a técnica indireta tem

desvantagens importantes tais como: necessidade de mais consultas clínicas, para

obtenção de modelos, montagem em articulador, reembasamentos, necessidade de

etapa laboratorial e por conseguinte, elevado custo. Esses motivos fazem com que

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se utilize muito mais a técnica direta, que emprega resina autopolimerizável apesar

de suas desvantagens tais como: baixa resistência à fratura, alta instabilidade de cor

e maior acúmulo de placa bacteriana (DONOVAN ET AL., 1995, PEGORARO,

1998). Por esses motivos, é necessário estudar os materiais à base de polímeros

que possam melhorar as propriedades físicas das resinas, sem prejudicar outras

como polimento superficial e estabilidade de cor.

Ultimamente têm sido introduzidas no mercado odontológico novas resinas

acrílicas, tornando-se necessários novos estudos para avaliar suas características e

dar subsídios ao clínico para que o mesmo possa basear-se na hora de escolher o

melhor material.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

DONOVAN ET AL. (1985) descreveram a importância das resinas acrílicas

auto-polimerizáveis na confecção de próteses temporárias mantidas em função por

longo tempo. Segundo os autores, a resistência, a densidade e a dureza são as

causas da longevidade destas restaurações. Baseados nestes princípios

pesquisaram a resistência à flexão de uma resina acrílica quando processada de

quatro formas diferentes, ou seja, em ambiente seco, imersa em água, sob pressão

e sob pressão associada à imersão em água. Os espécimes polimerizados sob

pressão exigiram as maiores medidas de resistência.

Segundo PHILLIPS (1986) a resina de metacrilato de metila, é um material

transparente, de claridade marcante, que transmite luz no intervalo ultravioleta, com

comprimento de onda de 0,25 nanômetros. Apresenta dureza Knoop de 18 a 20,

com resistência a tração de 59MPa e módulo de elasticidade de 2400MPa. Segundo

o autor, este é o material restaurador com menor dureza disponível para o

tratamento dentário, proporcionando deste modo, baixa resistência à abrasão no

meio bucal.

BAN e ANUSAVICE (1990) relataram que o teste de flexão bi-axial reduz as

variações encontradas nos materiais dentários em vários níveis de homogeneidade

de forma superior ao teste de resistência à flexão de quatro pontos e ao teste de

tensão diametral.

De acordo com KOUMJIAN e NIMMO (1990) a resina de metacrilato de

metila tem sido eleita para a realização de restaurações temporárias, quando estas

são exigidas por um longo tempo e estendem-se por vários pilares. Com vãos

protéticos longos, a resistência e a estabilidade das próteses se tornam críticas.

CHADWICK ET AL. (1990) estudaram o efeito dos meios de armazenamento

na microdureza das resinas dentárias. Verificaram que ocorre diminuição da dureza

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principalmente nas partes mais superficiais dos corpos de prova. Este fato, segundo

os autores, pode levar a problemas clínicos importantes, principalmente na redução

da resistência à abrasão das resinas no meio bucal.

PARANHOS (1992) pesquisou as alterações na resistência à flexão de

resinas acrílicas submetidas a envelhecimento artificial. O autor observou que as

resinas tinham a resistência reduzida pelo processo de envelhecimento.

Com a evolução, os plásticos tornaram-se mais fáceis tecnicamente de se

trabalhar, tiveram propriedades físicas e mecânicas melhoradas e ainda

compatibilizaram-se biologicamente. Em 1993, Phillips descreveu os requisitos

idéias para uma odontológica, entre eles:

1-O material deve exibir suficiente translucidez ou transparência e ser capaz

de reproduzir esteticamente os tecidos orais que irá substituir. Deve-se poder colori-

la ou pigmentá-la para essa finalidade;

2-Não deve sofrer nenhuma alteração dimensional, ou seja dilatar, contrair,

ou empenar durante o processamento, nem depois de ser usada normalmente pelo

paciente;

3-Deve ter suficiente dureza, resiliência e resistência ao desgaste para

suportar o uso normal;

4-Deve ser impermeável aos fluidos bucais, para não se tornar anti-higiênica

e nem de odor ou sabor desagradável. Quando for utilizada, como material

obturador ou cimento, deve ligar-se quimicamente ao dente;

5-A resina deve ser insípida, inodora, atóxica e inócua para os tecidos

bucais;

6-Em caso de fratura deve ser possível reparar a resina, fácil e eficazmente;

7-A transformação da resina em um aparelho protético deve ser facilmente

efetuada e com equipamentos simples.

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OSMAN e OWEN (1993) estudaram a resistência à flexão de cinco resinas

auto-polimerizáveis utilizadas para confecção de provisórios (Caulk, Unifast, Snap,

Protemp, Scutan). Corpos de prova com dimensões de 3mm x 5mm x 90mm foram

mantidos sob pressão constante de 500gr durante a polimerização. Posteriormente

foram armazenados em solução salina a 370C durante 24h. Uma máquina de ensaio

universal foi utilizada para o teste de flexão. Os corpos de prova foram apoiados, um

a cada vez, sobre dois suportes cilíndricos distanciados 10mm um do outro. Força

de compressão foi aplicada com o auxílio do cabeçote da máquina até a fratura dos

corpos de prova. O teste Anova foi utilizado para análise estatística dos dados

obtidos. A resina Snap (polietilmetacrilato) evidenciou o maior valor de resistência à

fratura, seguida pelas resinas de polimetilmetacrilato (Caulk e Unifast) e pelas

resinas compostas (Protemp e Scutan). Não foi observada diferença estatística

significante entre os materiais Caulk, Unifast e Protemp e entre as resinas Protemp e

Snap.

INDRANI ET AL. (1995) avaliaram a resistência à flexão, o módulo de

elasticidade, o tipo de fratura e a absorção de água em seis resinas de metacrilato

de metila, quando submetidas ao envelhecimento em água a 37oC. Os autores

constataram aumento da resistência à flexão e redução do módulo de elasticidade.

Após seis semanas, todas as resinas apresentaram estabilidade quanto à variação

de resultados. A embebição de água ocorreu principalmente nas primeiras três

semanas.

MIETTUNEN e VALLITTU (1996) relataram que a resina de metacrilato

absorve água lentamente durante um período de tempo e que essa embebição se

deve a polaridade de suas moléculas. A água absorvida pode amaciar a resina

agindo como um plastificante, reduzindo seu módulo de elasticidade. A alta

solubilidade não é, portanto, uma característica favorável ao metacrilato de uso

odontológico.

De acordo com NEVES e VILELA (1999), a flexão é o efeito de uma força

aplicada perpendicularmente ao longo eixo de uma viga e resulta de uma

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combinação de forças de tensão e compressão. A resistência à flexão de uma

prótese provisória é importante, principalmente quando a mesma vai ser utilizada por

um longo período de tempo, quando o paciente desenvolve hábitos para-funcionais

ou ainda quando uma prótese extensa está sendo planejada.

DIAZ-ARNOLD ET AL. (1999) atestam que as resinas acrílicas são muito

utilizadas para restaurações provisórias, que objetivam devolver função, conforto e

estética ao paciente durante o período em que a prótese definitiva está sendo

confeccionada. Este tipo de restauração é importante no diagnóstico e correção de

planos oclusais irregulares, alteração de dimensão vertical, planejamento de

modificação do contorno gengival e de alteração da forma, tamanho e cor na

restauração final. Em reabilitações dentárias, as restaurações provisórias fazem

parte de uma etapa do tratamento e, quase sempre, devem manter sua integridade

durante longo período de tempo, justificado pelo tratamento, muitas vezes,

multidisciplinar.

CALLISTER JR. (2002) relata que os plásticos são compostos orgânicos

classificados como polímeros, produzidos sinteticamente e cuja química baseia-se

no carbono, hidrogênio e em outros elementos não metálicos. Após serem moldados

e endurecidos, podem apresentar características fibrosas, borrachóides, resinosas e

rígidas, estas determinadas por sua morfologia molecular.

HASELTON ET AL. (2002) estudaram a resistência à flexão de 13 resinas

para provisório, quatro a base de polimetilmetacrilato (Alike, Caulk, Jet, Zeta C & B

Acrylic) e nove a base de bisacrilato de metila. Foram confeccionados dez corpos de

prova de cada material que, em seguida, foram armazenados em saliva artificial a

37ºC durante dez dias. Posteriormente, foram submetidos ao ensaio de flexão de

três pontos, com carga de 10kN e velocidade de 0,75mm/min. Algumas resinas de

bisacrilato de metila (Provitec, Instatemp, Protemp Garant e Temphase)

apresentaram resultados inferiores as resinas Alike, Jet e Caulk. De acordo com os

autores, a resistência à flexão varia entre materiais específicos e não entre grupos.

Estes autores ressaltam que as resinas são compostas de moléculas lineares,

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monofuncionais, de baixo peso molecular e baixa resistência. Quando polimerizadas

sem pressurização, ocorre entrada de ar e formação de bolhas no seu interior

prejudicando suas propriedades mecânicas. As resinas de bisacrilato de metila são

bifuncionais e tem capacidade de realizar ligação cruzada com outras cadeias de

monômero, melhorando suas propriedades mecânicas. Podem conter fibras

inorgânicas (partículas de vidro) que aumentam sua resistência à abrasão e

reduzem a contração de polimerização.

YAP e TEOH (2003) estudaram as propriedades flexionais de quatro resinas

para restauração dentária, utilizando o teste de resistência à flexão (ISO 4049) e o

teste mini flexural (MFT), ambos com carga em três pontos. Seis amostras de cada

material (25mm x 2mm x 2mm) foram submetidos aos testes mecânicos, com

diferentes distâncias entre os suportes (20mm e 10mm). As amostras foram

armazenadas em água a 37ºC por 24 h, previamente a realização dos ensaios. Os

autores ressaltaram a importância dos testes flexionais, concluindo que o teste MFT

pode ser uma ótima alternativa ao uso do teste de resistência à flexão (ISSO 4049).

SCHERRER ET AL. (2003) estudaram a resistência à flexão e à fadiga de

compósitos para provisório (Protemp II, Protemp Garant e Provipont DC) e para

restaurações finais (Artglass, Columbus e Targis) e a resina acrílica Jet poli

(metilmetacrilato) foi incluída como controle para comparação. Para o teste de fadiga

foram utilizados trinta corpos de prova por grupo e para teste de flexão de três

pontos dez corpos de prova de cada resina. A diferença entre Jet, Protemp II e

Protemp Garant não foi significativa quanto à resistência à flexão. Entre os três

compósitos para restaurações finais, a resina Columbus obteve resistência à flexão

e à fadiga estatisticamente inferior a resina Targis, a qual não revelou diferença

estatística em relação à resina Artglass.

OLIVEIRA e PANZERI (2004) avaliaram a resistência à flexão e à fadiga de

resinas acrílicas quimicamente ativadas acrescidas de fibras híbridas, devido à

possibilidade de fratura de resinas acrílicas durante o uso. Foram confeccionados

dez corpos de prova (65mm x 10mm x 3mm) de resina ativada quimicamente (Vip

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Cril) acrescidos de fibra híbrida (Superfibre) para cada ensaio e para o grupo

controle. Os corpos de prova eram somente de resina acrílica quimicamente ativada.

Todos os corpos de prova foram imersos em água a temperatura ambiente por duas

semanas antes dos testes. Os corpos de prova foram levados ao ensaio de

resistência à flexão de três pontos e ao ensaio de fatiga que gerava 96 ciclos

flexurais por minuto. Após os ensaios de resistência à flexão e à fadiga, foi realizada

a observação da interface de união fibra/resina com microscópio eletrônico de

varredura. Os resultados mostraram o aumento da resistência à flexão e a

diminuição da resistência à fadiga da resina associada à fibra híbrida, entretanto há

ausência de união fibra/matriz nas amostras estudadas. De acordo com os autores,

desde a década de 1940 a resina acrílica é o material mais utilizado para trabalhos

protéticos em odontologia, devido à facilidade de reprodução de cor, de

processamento, de reparos e de pigmentação, além da biocompatibilidade. Porém,

apesar das qualidades, esse material não apresenta as propriedades mecânicas

desejáveis quando submetido a esforços durante longo período de tempo. Nesta

situação, uma das maiores desvantagens é a possibilidade de fratura, que ocorre

principalmente por fadiga à flexão.

SILVA FILHO e SILVA (2006) atestam que as próteses provisórias estão

sujeitas as forças de tensão durante os procedimentos mecânicos de cimentação,

remoção e limpeza. Desta forma, pode ocorrer fratura da borda, exigindo

reembasamento e reparo. É necessário, portanto que sejam confeccionadas com um

material que apresente propriedades mecânicas compatíveis com as necessidades

clínicas. Os principais problemas decorrentes do uso das resinas acrílicas estão

relacionados à instabilidade dimensional provocada pela absorção de água sofrida

pelo material, influenciando a adaptação marginal das próteses. Outras

desvantagens são a baixa resistência ao desgaste, à abrasão, ao impacto e a

manutenção da cor.

YILMAZ e BAYDAS (2007) estudaram a resistência à fratura de materiais para

restaurações provisórias. Os materiais estudados foram divididos em quatro grupos

de dez amostras: (G1) coroas de policarbonato, (G2) resina acrílica

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autopolimerizável a base de dimetilmetacrilato de metila, (G3) resina acrílica a base

de bisacrilato de metila e (G4) resina acrílica termopolimerizável a base de

polimetilmetacrilato. Todos os corpos de prova foram armazenados em água

destilada por 24h. Maior resistência à fratura foi verificada no G1 e a menor

resistência no G4. Não foi evidenciada diferença estatística entre os grupos 2 e 3,

porém, o G 2 apresentou valor superior quando comparado aos grupos 3 e 4.

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3. OBJETIVO

Comparar a resistência à fratura de próteses parciais fixas provisórias

(PPFP) confeccionadas com diferentes materiais.

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4. MATERIAL E MÉTODOS

Foi confeccionado um dispositivo na intenção de simular uma situação clínica

na qual se tem a ausência dos elementos 35 e 36, que serão substituídos por uma

prótese parcial fixa apoiada nos elementos 34 e 37. Assim em um bloco em Ni-Cr

(Durabond, Marquart, São Paulo, SP) com dimensões de 45/20/20mm foram

realizados dois nichos com distância de 28mm nos quais foram inseridos dois pilares

também em Ni-Cr, sendo o primeiro uma peça semelhante a um segundo molar

inferior esquerdo com preparo tipo coroa total e no segundo uma outra peça

semelhante a um primeiro pré-molar inferior esquerdo também com preparo de

coroa total (Fig. 1A). O bordo cervical destes pilares respeitou uma distância de dois

milímetros da superfície do bloco. Tal dispositivo foi preparado no laboratório de

mecânica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A partir de uma moldagem com silicone por adição pesada e leve (Elite,

Zermack Co), foi obtido um modelo de gesso (Kerr, SP, Brasil) onde se fez um

enceramento diagnóstico com cera opaca (Kota Ltda, SP), devolvendo a anatomia

natural dos dentes pilares e dos pônticos. Este enceramento diagnóstico foi

duplicado por meio de uma moldagem com a mesma silicone de adição utilizada na

primeira moldagem.

Em seguida realizou-se um enceramento para simular os tecidos moles

circundantes (Fig. 1B), com altura média de quatro milímetros por vestibular e lingual

e seis milímetros por proximal.

A peça simuladora de tecidos moles circundantes foi incluída e fundida em Ni-

Cr. Sendo em seguida adaptada através de pinos localizadores de modo a ser

removida quando da realização dos ensaios mecânicos. Em seguida o padrão de

cera (PPF) foi adaptado à peça simuladora de tecidos moles circundantes (Fig. 1C)

criando nichos para os pônticos (Fig. 1D).

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Figura 1. A - Bloco de Metálico com os preparos confeccionados; B-

Enceramento dos tecidos moles e dentes; C-Fundição do simulador de

tecidos moles; D- Nichos para os pônticos.

A partir daí se obteve uma matriz em silicone (Zeta Labor) para a confecção

dos corpos-de-prova (Fig. 2).

Figura 2. Molde de silicone para confecção das provisórias.

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A partir do modelo mestre de metal fundido foram confeccionadas próteses

parciais fixas com os materiais: Jet Clássico Dencor (Artigos Odontológicos Clássico

LTDA São Paulo, SP, Brasil), Duralay (Reliance Dental Manuf. Co., Alsip, III-

Polidental), Instatemp (Sterngold. Implamed do Brasil LTDA), Snap (Parkell Bio –

Materials division, EUA) (Fig. 3), formando os 4 grupos experimentais como descrito

a seguir (n=10).

Figura 3. Materiais utilizados.

Cada prótese foi confeccionada por meio da manipulação de seus

componentes de acordo com as instruções do fabricante, respeitando-se seus

respectivos tempos de trabalho, presa e cura. Uma vez manipulados, os materiais

eram inseridos na matriz de silicone e esta pressionada sobre o modelo de metal,

previamente isolado com vaselina pastosa. A pressão de 500g era mantida por meio

de um peso-padrão até o final do tempo de cura de cada material. Os ajustes e

recortes foram realizados com brocas de tungstênio tronco-cônica de ponta

arredondada nº 1520 determinando uma altura de 4mm para os conectores, que não

foram alterados.

Os espécimes foram então, adaptados ao modelo de metal e levados a

máquina universal de ensaios equipada com uma célula de carga de 500N e

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regulada para ensaio de resistência à fratura com velocidade de 0,5mm/min. Este

terceiro ponto foi realizado por meio de uma esfera de aço de 5mm de diâmetro,

fixado no eixo da máquina, que atingia a superfície oclusal da PPFP relacionada

com o centro do vão (Fig. 4). Este ensaio foi realizado no laboratório de ensaios

mecânicos da Faculdade de Odontologia da Universidade do Estado do Rio de

Janeiro.

Figura 4. Ensaio sendo realizado.

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5. RESULTADOS

Após a obtenção dos resultados os valores foram submetidos a análise de

variância ANOVA que demonstrou haver diferença entre os grupos (anexo 1). Assim,

eles foram submetidos ao teste de múltiplas comparações de Tuckey com nível de

significância de 5%. No gráfico 1 e na tabela 1 podemos observar os valores médios,

letras iguais correspondem a valores estatisticamente semelhantes.

0

10

20

30

40

50

60

Duralay

Dencor

Instatemp

Snap

Gráfico 1. Valores Médios de Resistência a Fratura (MPa).

O Acrílico Dencor apresentou os maiores valores de resistência à fratura

seguido do Duralay que foi maior que o Snap e o Instatemp que foram

estatisticamente semelhantes entre si.

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6. DISCUSSÃO

Se para o sucesso de um tratamento restaurador que passe pela confecção

de uma prótese parcial fixa, o uso de um tratamento intermediário por meio de uma

prótese parcial fixa provisória é fundamental e imprescindível (GUNNING ET AL.

1998; PEGORARO 1998; BALKENHOL ET AL., 2008), torna-se necessário que se

estude esse assunto quer sob o ponto de vista de operatória no que tange técnicas e

procedimentos, quanto do ponto de vista das condições de manipulação, formas de

processamento e durabilidade dos materiais disponíveis além de suas respectivas

propriedades biológicas, físicas e mecânicas. Quando um material é lançado no

mercado para um uso determinado, ele necessariamente passa por testes baseados

em normas severas, para verificação se ele se está apto a exercer a função a que se

propõe, testes estes, realizados pelo próprio fabricante ou por Institutos de

regulamentação.

No estudo em questão, o material rotineiramente utilizado é a resina acrílica,

havendo diferença nas condições de manipulação e processamento que influem

decisivamente nas propriedades apresentadas pelo produto final, que vem a ser a

prótese parcial fixa provisória propriamente dita. Quando a resina acrílica é para uso

imediato (auto-polimerizáveis), seu processamento passa por uma mistura entre um

componente líquido - onde se encontra o monômero, um inibidor de polimerização e

um ativador – e um sólido na forma de micro-pérolas – que contém polímero moído,

aditivos plastificantes, reforços, um catalisador e componentes responsáveis pela cor

– que passa por estágios definidos com arenoso, fibrilar, plástico (quando é

manipulado) borrachóide (quando a manipulação não é mais possível). Quando esta

mistura atinge a fase plástica, ela é conformada e após a presa final, sofre um

processo de desgaste e ajustes, reembasamento, acabamento e polimento já

estando apta a ser cimentada em seu lugar. A alternativa é a resina para uso

mediato (termo-polimerizáveis) cuja ativação é feita pelo calor em equipamento

próprio e necessita de um estágio laboratorial que inclui o enceramento para modelo

da prótese que é incluído em mufla e prensado, sendo em seguida enviado ao

Cirurgão-Dentista para provas, reembasamento, ajustes, acabamento e polimento.

Nota-se pela descrição que de uma forma natural, a técnica mais utilizada em clínica

é a direta, ou seja, com o uso das resinas auto-polimerizáveis.

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No entanto, enquanto os testes in vitro indicam uma resistência adequada

para o material termo-polimerizável, os auto-polimerizáveis não alcançam os valores

mínimos desejados. Na tentativa de solucionar essa limitação, desenvolveu-se

materiais reforçados por carga, mais onerosos e de manipulação crítica e ajustes

dificultados. As técnicas que incluem reforço diretamente na prótese por meio de

fibras ou fios metálicos também encontram resistência, pois demandam grande

tempo clínico sem dar em contra-partida um aumento substancial em termos de

propriedades mecânicas. Por outro lado, pequenos cuidados com o tamanho das

conexões entre os pônticos podem sim melhorar as propriedades mecânicas, já que

estas são diretamente proporcionais ao volume para um determinado material. A

norma ISO 10477/98 trata das propriedades desejáveis aos materiais a base de

acrílico para uso em cobertura de coroas e pontes e aponta como valor mínimo em

flexão 50MPa para barras com 25mm/2mm/2mm.

As resinas auto-polimerizáveis em geral não alcançam mais que 10MPa

(EMTIAZ & TARNOW, 1998; BALKENHOL ET AL., 2008), nestes testes e assim

deveriam estar alijadas do arsenal odontológico, o que seria um contra-senso já que

é o material mais utilizado. Assim chega-se a uma questão que passa pela forma do

corpo-de-prova, se em barra com 2 mm de espessura ou na forma de prótese parcial

fixa como será utilizada em serviço.

Para este trabalho, selecionou-se uma amostra composta por três materiais

poliméricos e um compósito. O grupo 1, foi formado por corpos-de-prova feitos com

o material Duralay, um polímero a base de Metil(meta-acrilato) que tem como

características principais o tempo de trabalho reduzido, boa manipulação, apresentar

uma superfície susceptível a acabamento e polimento de boa qualidade. O grupo 2

foi constituído por corpos-de-prova feitos com o material Dencor, também um

polímero a base de Metil(meta-acrilato), de origem brasileira, com baixo custo de

aquisição, boa manipulação, tempo de trabalho estendido e superfície passível de

procedimentos de acabamento e polimento adequados. O grupo três foi formado por

corpos-de-prova feitos com o material Instatemp, compósito a base de Bis-GMa

reforçado por partículas minerais e com ativação química, tendo sua manipulação

particularmente facilitada por já vir com em cartuchos que se inserem numa pistola

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dosadora-manipuladora resultando sempre num material com doses corretas,

diferente dos demais que ficam a cargo do operador. O quarto grupo foi formado por

um material também a base de Metil(meta-acrilato) porém, de origem norte-

americana com acesso restrito a clínicas mais sofisticadas. Ficou-se assim com um

painel bem amplo com alternativas em vários níveis de atendimento, podendo-se

assim verificar de que forma influenciam o fator base química ou origem do material.

Verifica-se diferença significativa entre os materiais Dencor e Duralay (p<

0,05), apesar de serem materiais com a mesma base química. Isto pode ser devido

à velocidade de polimerização, que na resina Duralay é bem maior que na resina

Dencor, podendo gerar tensões internas indesejáveis que quando confrontadas com

tensões geradas por agentes externos, como a mastigação ou um alimento mais

rígido, podem resultar em ruptura prematura. Há que se avaliar se o tempo ganho no

processo de manipulação justifica a perda de resistência. Outro fator a ser analisado

seria o fato de a resina Dencor suportar esforços dentro da faixa exigida pela ISO

(média de 59,16+15,17MPa) enquanto a resina Duralay fica abaixo desse valor

(média de 44,48+8,70MPa). De certo haverá situações onde o esforço não atinge

10% a menos, ao considerar-se o menor desvio-padrão gerado no grupo 2 em

relação ao grupo 1. E deve-se levar em conta que estes valores consideram o fator

fadiga, sendo determinantes em função do tempo em serviço, ou seja, se uma

prótese for ficar pouco tempo pode ser menos resistente, ficando este aspecto como

uma incógnita a mais a ser investigada em futuros experimentos. De fato, seria

imprudente afirmar que um material é absolutamente superior ao outro e mais

leviano sugerir o uso de um em detrimento do outro em função desses resultados.

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7 - CONCLUSÃO

As restaurações provisórias confeccionadas com as resinas Dencor e Duralay,

apresentaram maiores valores de resistência a fratura quando comparados com o

Istantemp e Snap.

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8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXO I

╔══════════════════════════════════════════════════════════════════════════════╗

║ Análise de variância: Valores originais ║

╠══════════════════════════════════════════════════════════════════════════════╣

║ ║

║ Fonte de Variaçäo Soma de Quadr. G.L. Quadr.Médios ( F ) Prob.(H0) ║

║ ----------------- -------------- ---- -------------- ------- --------- ║

║ Entre colunas 5594.5625 3 1864.8541 9.44 0.022 % ║

║ Resíduo 7110.5000 36 197.5139 ║

║ Variaçäo total 12705.0625 39 ║

║ ║

╠══════════════════════════════════════════════════════════════════════════════╣

╔══════════════════════════════════════════════════════════════════════════════╗

║ Médias amostrais calculadas: ║

╠══════════════════════════════════════════════════════════════════════════════╣

║ 1. Fator de variaçäo único: ║

║ Duralay : 44.48000 ║

║ Dencor : 59.16100 ║

║ Instatamp : 31.52300 ║

║ Snap : 29.69100 ║

║ ║

║ ║

╠══════════════════════════════════════════════════════════════════════════════╣

╔═══════════════════════════════════════════════════╗

║ Resultados do teste de Tukey ║

╠═══════════════════════════════════════════════════╣

║ Resíduo na análise de variância : 197.513 ║

║ Nível de probabilidade indicado : 5 ║

║ Número de dados da amostra : 40 ║

║ ║

║ Número de médias comparadas : 4 ║

║ Número de dados para cada média : 10 ║

║ ║

║ Graus de liberdade do resíduo : 36 ║

║ ║

║ Valor de q tabelado, (ao nível de 5%), ║

║ para 4 médias e 36 graus de liberdade : 2.968 ║

║ ║

║ Valor crítico de Tukey calculado : 13.19055 ║

╚═══════════════════════════════════════════════════╝