INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE AGROQUÍMICOS NO …

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UNICESUMAR - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS TECNOLÓGICAS E AGRÁRIAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE AGROQUÍMICOS NO DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DE Brassica oleracea var. botrytis ANDRÉ DE SOUZA BURGUÊS GABRIEL ANDREOTTI TRASSI MARINGÁ PR 2019

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UNICESUMAR - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS TECNOLÓGICAS E AGRÁRIAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE AGROQUÍMICOS NO

DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DE Brassica oleracea var. botrytis

ANDRÉ DE SOUZA BURGUÊS

GABRIEL ANDREOTTI TRASSI

MARINGÁ – PR

2019

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André de Souza Burguês

Gabriel Andreotti Trassi

INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE AGROQUÍMICOS NO

DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DE Brassica oleracea var. botrytis

Artigo apresentado ao curso de graduação em

Agronomia da UniCesumar – Centro

Universitário de Maringá como requisito

parcial para a obtenção do título de bacharel(a)

em Agronomia, sob a orientação da Profa. Dra.

Edneia Aparecida de Souza Paccola.

MARINGÁ – PR

2019

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FOLHA DE APROVAÇÃO

ANDRÉ DE SOUZA BURGUÊS

GABRIEL ANDREOTTI TRASSI

INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE AGROQUÍMICOS NO

DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DE Brassica oleracea var. botrytis

Artigo apresentado ao curso de graduação em Agronomia da UniCesumar – Centro

Universitário de Maringá como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel(a) em

Agronomia, sob a orientação da Profa. Dra. Edneia Aparecida de Souza Paccola.

Aprovado em: 08 de novembro de 2019.

BANCA EXAMINADORA

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INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE AGROQUÍMICOS NO DESENVOLVIMENTO

E PRODUÇÃO DE Brassica oleracea var. botrytis

RESUMO

Alguns efeitos fisiológicos benéficos proporcionados pelo uso de alguns tipos de fungicidas

sistêmicos e hormônios vegetais em horticultura foram ponderados, onde os efeitos

observados foram o aumento do crescimento e desenvolvimento vegetal, interferindo

diretamente na produção final. Nesse sentido, objetivou-se avaliar a influência da aplicação de

alguns fungicidas sistêmicos e hormônios vegetais nas características agronômicas, realizando

a aplicação dos mesmos na cultura Brassica oleracea L. var. botrytis L, de variedade

Barcelona, onde o experimento foi conduzido com delineamento em blocos casualizados, com

4 tratamentos: (T1) testemunha, sem aplicação, (T2) Boscalida 0,3 g L-1, (T3) Piraclostrobina

3,0 g L-1, (T4) Cinetina 0,09 g/L + Ácido giberélico 0,05 g/L (GA3) + Ácido 4-indol-

3ilbutírico 0,05 g/L. Cada parcela foi representada com 20 plantas, sendo 2 aplicações, a

primeira com as plantas após 20 dias de germinadas e a segunda no momento do

florescimento no campo, onde pode-se testar e avaliar características como altura da planta,

diâmetro do caule, numero de folhas, diâmetro da inflorescência, altura da inflorescência e

peso da inflorescência. O tratamento com Boscalida resultou inflorescências maiores e mais

pesadas, diferenciando-se e destacando-se sobre os demais tratamentos, em todos os quesitos

avaliados, apresentando resultados positivos sobre a produção final, que é um dos principais

fatores esperados. Seguido pelo tratamento no qual foi utilizado Piraclostrobina (T3),

testemunha (T1), respectivamente. O tratamento que apresentou resultado inferior em todos os

quesitos avaliados foi o (T4), com Cinetina 0,09 g/L + Ácido giberélico 0,05 g/L (GA3) +

Ácido 4-indol-3ilbutírico.

Palavras-chave: Efeitos fisiológicos. Couve flor. Inflorescência.

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ABSTRACT

Positive physiological effects of using some systemic fungicides in horticulture were

meansured. Some effects were observed, growth increased and vegetal development, what

directly interfered in the final production. In this way, this study ainmed at examining how the

application of some systemic fungicides influenced in the agronomic characteristics. For that

these fungicides were administered on crop Brassica oleracea L. var. botrytis L, cv.

Barcelona. The experiment was performed with randomized complete block design, with four

trataments (T1) control without fungicide application, (T2) Cantus 0,3 g L-1, (T3) Cabrio Top

3,0 g L-1, T4 stimulate 0,6%) and 4 replicates. Each parcel was represented by 20 plants, with

fungicide application at two times the first at 20 days after sowing in the trays and the second

at the beginning of the flowering on the field crop. With regard to the number of leaves per

plant, the treatment that presented the worst result was (T4) in which there were on difference

on treatment. The treatment with boscalid resulted in bigger and heavier inflorescenses

standing out production over the other treatments. It presented positive results in the final

production, which was one of the main expected factors. Followed by the treatment in which

Piraclostrobine (T3) was used, witness (T1), respectively. The treatment that presented an

inferior result in all the analyzed elements was (T4), with Cinetine 0,09 g/L + Giberelic Acid

0,05 g/L (GA3) + Ácido 4-indol-3ilbutírico.

Keywords: Cauliflower. Systemic fungicides. Physiological effects.

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1 INTRODUÇÃO

Em 2014, a produção mundial de couve-flor e brócolis em foi de aproximadamente

24.175.040, tendo uma área cultivada de 1.382.463 ha, e sendo cinco países responsáveis por

59,20% de toda produção. Aparecem como principais produtores os países asiáticos China

(27,98%) e Índia (22,71%), seguidos por Estados Unidos (4,82%), Itália (1,85%) e Espanha

(1,84%) (FAO, 2017). Em 2017, no Estado de São Paulo, foram produzidos cerca de

58,7 milhões de inflorescências em uma área de pouco mais de 2,8 mil hectares (IEA, 2018).

A couve-flor (Brassica oleracea L. var. botrytis L.), variedade botânica proveniente da

couve-silvestre (Brassica oleracea var. silvestris), é uma espécie hortícola pertencente à

família Brassicaceae. A principal parte comestível dessa planta é uma inflorescência imatura,

que cresce sobre um caule curto, e mostra-se nas colorações branca, creme ou amarelo. A

planta possui folhas alongadas, com limbo elíptico, raízes concentradas na profundidade de 20

cm de acordo com o sistema de cultivo. É uma planta oriunda de clima frio, cujas cultivares

ou híbridos precisam de baixas temperaturas para a passagem da fase vegetativa para a

reprodutiva (MAY et al., 2007).

As culturas da couve-flor e do brócolis necessitam de nitrogênio, fósforo e potássio em

grandes quantidades. Em situações em que o fornecimento desses nutrientes é baixo, o

crescimento vegetativo das plantas é reduzido. Dentre esses nutrientes, o nitrogênio e o

potássio são os que mais influenciam na produção dessas brássicas. O nitrogênio é

responsável pelo desenvolvimento rápido e vigoroso da inflorescência da couve-flor, o que

está diretamente relacionado ao seu bom crescimento, sendo o fósforo é o macronutriente que

é absorvido em menor quantidade (MAY et al., 2007).

A couve-flor e o brócolis são exigentes em micronutrientes como molibdênio, boro

entre outros, e a disponibilização adequada desses elementos é fundamental para garantir

plantas sadias e produtivas (MAY et al., 2007; VIDIGAL et al., 2007). A deficiência de boro

nas brássicas resulta em coloração escura da inflorescência e formação de talo-oco (PIZETTA

et al., 2005; MAY et al., 2007; VIDIGAL et al., 2007). De maneira geral, a couve-flor e o

brócolis respondem à adubação e a resposta é normalmente associada ao tipo de solo, ao teor

dos nutrientes no solo e à cultivar estudada.

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O monitoramento das condições hídricas é necessário para garantir produções

satisfatórias (CALBO; SILVA 2005). E, o manejo da irrigação afeta o desenvolvimento, a

fitossanidade, a qualidade e a produtividade das culturas (MOURA et al., 2006). Isto ocorre

porque a irrigação disponibiliza água, aumenta a umidade e diminui a temperatura do ar e do

solo (PIRES et al., 2000).

Moschou (2014) relata que uma das práticas culturais mais utilizadas na agricultura

moderna é o uso de agroquímicos, dentre eles os fungicidas, que podem induzir alterações em

alguns compostos antioxidantes, como a vitamina C e, consequentemente, modificar o

metabolismo oxidativo, possibilitando melhor desenvolvimento vegetal. Segundo OLIVEIRA

(2005), foi possível constatar que estes agroquímicos provocam alterações positivas no

metabolismo e crescimento. Estas mudanças metabólicas e/ou fisiológicas podem resultar em

maior produtividade e lucratividade para o agricultor, proporcionando maior duração da área

foliar, elevação na acumulação de proteínas e biomassa, diminuição na respiração celular e

elevação no rendimento das culturas.

De acordo com BASF (2005), dentre os agroquímicos mais consumidos nas olerícolas,

muitos expressam efeitos fisiológicos, como o grupo químico das estrobilurinas e anilidas,

além de produtos a base de fitohormônios. Esses produtos podem expandir a fotossíntese

liquida, pois reduzem temporariamente a respiração das plantas, o que provoca menor perda

de carbono gerando mais energia para a planta. Decorrendo, assim, aumento na produtividade,

desenvolvimento de folhas mais verdes e redução da senescência.

Além da ação fungicida, as estrobilurinas apresentam efeitos fisiológicos positivos nas

culturas em que são aplicadas, como possíveis alterações no metabolismo e crescimento. Este

resultado foi observado, pois, mesmo na ausência de fungos patogênicos, as plantas tratadas

com esses produtos apresentaram maior produção e vigor, em comparação com as plantas não

tratadas (KÖHLE et al., 1994). Esses fungicidas propiciam alta produtividade, maior

desenvolvimento e folhas mais verdes devido o maior teor de clorofila (BASF, 2005).

Também aumentam a atividade da enzima nitrato redutase e geram melhor balanço hormonal,

diminuindo a síntese de etilento e aumentando as concentrações de ácido abscísico (ABA),

ácido indolilacético (IAA) e isopentenil adenina (I6-ADE) (YPEMA & GOLD, 1999).

Segundo FREITAS FILHO (2014), os fungicidas do grupo das anilidas se mostram

como mecanismo de ação a inibição da enzima succinato ubiquinona redutase ou complexo II,

na cadeia de transporte de elétrons da mitocôndria. Rodrigues (2006), compreende que o

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crescimento do fungo é barrado pelos fungicidas desse grupo, desguarnecendo a fonte de

energia das células do fungo e preenchendo a entrada de substratos para a produção de

componentes essenciais nas células.

O Ácido 4-indol-3-ilbutírico + ácido giberélico + cinetina, que é um composto

químico sintético ou hormônio com efeito sobre o metabolismo vegetal, age de forma

semelhante aos hormônios vegetais presentes nas plantas (LAMAS, 2001). Os reguladores

vegetais são compostos naturais ou sintéticos que interferem no crescimento e na evolução da

planta, realizando intensa influência em diversos processos fisiológicos (PAROUSSI et al.,

2002).

De maneira geral, trata-se de uma cultura que se desenvolve melhor em solos com pH

entre 6,0 e 6,8, mais argilosos, ricos em matéria orgânica e bem drenados. A horticultura é

uma atividade de alto risco, mas, ainda assim, em geral, proporciona ao agricultor um bom

retorno econômico. Entretanto, a adubação tem sido feita de forma inadequada e os nutrientes,

como o fósforo, o nitrogênio e o potássio, aplicados em maiores quantidades (TOURINHO;

LIMA JÚNIOR, 2011)

Dessa forma, com o presente o estudo foi possível avaliar as características

agronômicas como produtividade e qualidade da inflorescência de Brassica oleracea L. var.

botrytis L. causadas pelos produtos aplicados.

2 DESENVOLVIMENTO

O experimento foi implantado em uma propriedade rural, no município de Marialva-

PR, que situa-se nas coordenadas NO 52°35’0”, à 644 metros de altitude. O local apresenta

um clima quente e temperado com pluviosidade significativa ao longo do ano, mesmo no mês

mais seco do ano. Segundo Köppen e Geiger o clima é classificado como Cfb. Foi realizada

uma análise química de solos para conhecer os macronutrientes e micronutrientes, conforme

demonstrado na tabela 1.

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Tabela 1. Análise química de solo de macronutrientes e micronutrientes na região

Noroeste do Paraná.

ANÁLISE DE SOLO

Macronutrientes

Ph 6,30

Matéria orgânica 25,20 g/dm3

Carbono 14,62 g/dm3 Fósforo 15,49 mg/dm3

Potássio 0,80 cmolc/dm3

Cálcio 9,03 cmolc/dm3 Magnésio 3,93 cmolc/dm3

Hidrogênio + Alumínio 2,84 cmolc/dm3

Acidez total 2,84 cmolc/dm3

Alumínio 0,00 cmolc/dm3 Soma de bases (SB) 13,76 cmolc/dm3

Capacidade de troca catiônica (CTC) 16,60 cmolc/dm3

Saturação de bases (V%) 82,89 cmolc/dm3

Micronutrientes

Cobre (Cu) 50,05 mg/dm3

Zinco (Zn) 39,57 mg/dm3

Ferro (Fe) 65,81 mg/dm3

Manganês (Mn) 108,70 mg/dm3

Sódio (Na) 8,18 mg/dm3

Boro (B) 1,26 mg/dm3

O experimento foi conduzido durante o ano de 2019 utilizando a cultivar Barcelona de

Brassica oleracea L. var. botrytis L., apresentando ciclo entre 110 à 120 dias.

As mudas de couve-flor foram preparadas em bandejas de polietileno em ambiente

protegido, preenchidas por substrato comercial, colocando-se uma semente por célula. O

transplante para os canteiros ocorreu 30 dias após a semeadura, utilizando-se espaçamento de

0,6 m x 0,4 m, resultando numa densidade de plantas de 41.666 plantas ha-1. Após o

transplante, realizamos a primeira irrigação com duração de 30 minutos para adaptação das

plantas ao ambiente.

O experimento foi conduzido em campo aberto e irrigado por sistema de gotejo. O

controle das plantas daninhas foi executado por meio de capinas manuais. Para o preparo do

solo, utilizamos uma inchada rotativa a fim de deixar o solo descompactado, poroso e

homogêneo. O solo do local é classificado como Latossolo vermelho distroférrico. De acordo

com a analise de solo, observou-se que ele apresenta níveis satisfatórios de fertilidade, sendo

necessária, apenas, a adubação de base, que foi realizada conforme as recomendações do

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Instituto Agronômico de Campinas (MAY et al., 2007), com 84 kg de N, 294 kg de P2O5 e

168 kg de K2O ha-1.

O delineamento experimental adotado foi em blocos ao acaso, com 4 tratamentos

constituídos de testemunha sem aplicação de produtos (T1), Boscalida 500 g/kg (T2),

Metiram 550 g/kg + Piraclostrobina 50 g/kg (T3), Cinetina 0,09 g/L + Ácido giberélico 0,05

g/L (GA3) + Ácido 4-indol-3ilbutírico 0,05 g/L (T4), com 4 blocos, cada parcela foi

representada por 20 plantas. As parcelas foram dispostas em linhas duplas com 10 plantas

cada.

Os agroquímicos comercializados citados apresentam diferentes constituições

químicas. O fungicida Cantus® (Boscalida 500 g/kg) pertence ao grupo químico Anilida.

Cabrio® Top (Metiram 550 g/kg + Piraclostrobina 50 g/kg) é do grupo dos alquilenobis e

estrobilurinas, ambos da BASF S.A. O Stimulate® é constituído de Cinetina 0,09 g/L + Ácido

giberélico 0,05 g/L (GA3) + Ácido 4-indol-3ilbutírico 0,05 g/L (AIB) e pertence ao grupo

químico citocinina + giberelina + auxina, fabricado pela Stoller do Brasil S.A. O adjuvante

usado foi o óleo vegetal Veget’oil® (ésteres de ácidos graxos de origem vegetal 930 g/L),

fabricado pela Oxiquímica Agrociência LTDA.

Foram realizadas duas aplicações dos produtos, a primeira aos 20 dias após a

semeadura nas bandejas e a segunda aplicação no início do florescimento da cultura, na fase

reprodutiva. As aplicações dos tratamentos foram realizadas via foliar. Os produtos foram

aplicados com auxílio de pulverizador costal com capacidade de 20 litros, utilizando-se

cortina plástica entre os tratamentos para evitar a deriva.

As medições biométricas foram realizadas no momento da colheita, avaliando-se 10

plantas por parcela. Avaliando as seguintes características, altura das plantas, medida entre a

superfície do solo até a parte mais alta da planta, com auxílio de uma régua métrica graduada

em cm; diâmetro transversal e longitudinal das inflorescências, medido com auxílio de uma

régua métrica graduada em cm; número de folhas por planta e o peso da inflorescência.

Para aquisição dos dados estatísticos foi utilizado o teste de Scott-Knott. Métodos de

comparação múltipla baseados em análise de agrupamento de alteração numa variada,

eliminando este tipo de problema, pois tem por objetivo separar as médias de tratamentos em

grupos homogêneos, pela minimização da variação dentro, e maximização entre grupos e um

desses procedimentos é o teste de Scott-Knott (SANTOS, 2000).

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados indicaram pouca influência da aplicação dos diferentes fungicidas e

hormônios vegetais nas características foliares da planta de couve-flor. Entretanto, houve

interferência nas caraterísticas da inflorescência, como massa e tamanho, quando comparado

àquelas que não receberam a aplicação dos fungicidas e hormônios (Tabela 2).

Não houve variação no número de folhas por planta, porém, nas plantas que foram

aplicados os produtos postaram-se visivelmente mais saudáveis. A aplicação do produto com

Piraclostrobina se destacou nos valores de massa, tamanho e área foliar, contribuindo

positivamente no desenvolvimento da inflorescência, seguido pelo produto com Boscalida

(Tabela 2). Desse modo, diversas características fitotécnicas podem ser usadas para estimar o

potencial fotossintético das plantas, como a sanidade das folhas, área foliar da planta,

conteúdo de clorofila, dentre outras, influenciando diretamente no aumento da produtividade

(Erismann et al., 2006), como evidenciado nesse estudo na couve-flor, usando boscalida e

piraclostrobina.

Na Tabela 2, são demonstrados as medias de altura da planta, diâmetro do caule,

número de folhas, diâmetro da inflorescência, altura da inflorescência e peso da inflorescência

dos diferentes tratamentos, juntamente com a testemunha.

Tabela 2. Médias do peso da inflorescência (PI) diâmetro da inflorescência (DI) altura da

inflorescência (AI) altura da planta (AP) número de folhas (NF) diâmetro do caule (DC).

TRATAMENTOS PI (g) DI (cm) AI (cm) AP (cm) NF DC (cm)

T1 – TESTEMUNHA 911 c 17,52 c 11,12 b 57,86 c 16,95 a 3,5 c

T2 – CANTUS 1369 a 23,65 a 13,21 a 74,58 a 16,50 a 4,5 a

T3 – CABRIO TOP 1081 b 19,19 b 11,06 b 70,42 b 17,32 a 3,8 b

T4 – STIMULATE 847 d 16,52 d 10,68 c 52,99 d 15,02 b 3,3 d

Na figura 1, mostra-se o experimento, do transplantio até a colheita, figuras (a) e (b).

Onde a figura (c) mostra as inflorescências pós colheita referentes à testemunha (T1), na

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figura (d), inflorescências pós colheita referentes ao tratamento com Boscalida (T2), figura (e)

mostra inflorescências pós colheita referentes ao tratamento com Piraclostrobina (T3) e a

figura (f) as inflorescências referentes ao tratamento com Cinetina 0,09 g/L + Ácido

giberélico 0,05 g/L (GA3) + Ácido 4-indol-3ilbutírico 0,05 g/L (AIB) (T4). As

inflorescências que se mostraram maiores e mais pesadas foram as das figuras (d) e (e).

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Figura 1. Plantas e inflorescências de Brassica oleracea L. var. botrytis L. cultivadas

sob diferentes tratamentos.

4 CONCLUSÃO

A aplicação do fungicida Cantus® (Boscalida 500 g/kg), proporcionou um melhor

desenvolvimento da cultivar em todos os aspectos inferidos e, principalmente, resultou em

uma maior produtividade e sanidade em relação aos demais produtos químicos testados, com

inflorescências de maior tamanho e maior peso.

Foi constatado, também, que o Stimulate®, que é constituído de Cinetina 0,09 g/L +

Ácido giberélico 0,05 g/L (GA3) + Ácido 4-indol-3ilbutírico 0,05 g/L (AIB) e pertence ao

grupo químico citocinina + giberelina + auxina, não implicou em mudanças no

desenvolvimento e produção da cultura. Sendo assim, não apresentou o mínimo de

interferência na cultura trabalhada.

Conclui-se com esse experimento que a aplicação de produtos agronômicos como

fungicidas sistêmicos constituídos com Piraclostrbina e principalmente com Boscalida

interferem diretamente sobre a produção final, apresentando um aumento positivo, e

consequentemente, uma maior lucratividade.

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