Influência de fatores abióticos na atividade externa de Melitoma segmentaria (Apidae, Emphorini)...

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XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 2014 – CADERNO DE RESUMOS 569 Influência de fatores abióticos na atividade externa de Melitoma segmentaria (Apidae, Emphorini) em Santa Catarina Andressa Karine Golinski dos Santos*, Denise Monique Dubet da Silva Mouga*, Manuel Warkentin* & Rogério Nunes Barbosa* & Juliane Valduga da Silva* *Universidade da Região de Joinville A influência dos fatores abióticos sobre a atividade externa de Apidae tem sido averiguada para espécies sociais. Para espécies solitárias, também polinizadoras, tais dados não se encontram disponíveis. Este estudo visou obter informações sobre a influência da temperatura, umidade relativa e intensidade luminosa em Melitoma segmentaria, abelha solitária, com nidificação natural em parede de tijolos. O trabalho realizou-se em propriedade rural em Joinville/ SC (26º10’34.44”S 48º55’076”W, Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, altitude 38m, clima CFa Koeppen, precipitação anual 2418,0 mm). Foram realizadas observações com 3 ninhos de um agrupamento natural de 29, em parede abrigada de tijolos maciços de barro de 12,4 m², de 20/03/2013 a 21/06/2013, das 6h às 16h (280 horas de esforço amostral), a uma distância de 1-2 m da entrada dos ninhos. Foram anotadas informações de movimento externo (saída e entrada com ou sem carregamento) e, a cada hora, os valores de temperatura (oC), umidade relativa (%) e intensidade luminosa (lux). Foram utilizados termo-higrômetro digital ICEL Manaus modelo HT-208 e luxímetro digital ICEL Manaus modelo LD-511. Foi notada atividade externa em 10 dias do período de estudo (265 registros). Em média,o início da atividade externa se deu às 7:50 e o final, às 8:30 (com carregamento) e 15h (sem carregamento). O pico de atividade externa ocorreu entre 7h-9h., em 8 dias. Em relação à temperatura, a faixa com maior número de registros (83) foi a 23ºC-24ºC. Não houve registros com temperatura menor que 18,6 ºC e maior que 27,5 ºC. Em relação à umidade relativa, observou-se que a faixa com maior número de registros (127) foi 80%-90%. Não houve registros com umidade relativa menor que 52% e maior que 90%. Em relação à intensidade luminosa, observou-se que a faixa com maior número de registros (67) foi de 003 lux (valor sob edificação) e 426 lux (valor fora da edificação)(28 registros). Não houve registros com intensidade luminosa menor que 000lux (sob e fora da edificação) e maior que 010 lux (sob a edificação) e 1075 lux (fora da edificação). As faixas de movimento evidenciadas indicam uma espécie com atividade matutina e limites amplos mas definidos. Foi observado carregamento pólen nas escopas, das 7:00 às 8:30, em apenas 8 dos retornos, apontando para a finalização do processo de aprovisionamento das células de cria. O movimento dos ninhos em diminuição, na medida do avanço do outono, com interrupção completa antes do término da estação, evidencia sazonalidade e necessita continuidade de estudo nas demais estações (inverno, primavera e verão).

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XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 2014 – CADERNO DE RESUMOS

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Influência de fatores abióticos na atividade externa de Melitoma segmentaria (Apidae, Emphorini) em Santa Catarina

Andressa Karine Golinski dos Santos*, Denise Monique Dubet da Silva Mouga*, Manuel Warkentin* & Rogério Nunes Barbosa* & Juliane Valduga da Silva*

*Universidade da Região de Joinville

A influência dos fatores abióticos sobre a atividade externa de Apidae tem sido averiguada para espécies sociais. Para espécies solitárias, também polinizadoras, tais dados não se encontram disponíveis. Este estudo visou obter informações sobre a influência da temperatura, umidade relativa e intensidade luminosa em Melitoma segmentaria, abelha solitária, com nidificação natural em parede de tijolos. O trabalho realizou-se em propriedade rural em Joinville/ SC (26º10’34.44”S 48º55’076”W, Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, altitude 38m, clima CFa Koeppen, precipitação anual 2418,0 mm). Foram realizadas observações com 3 ninhos de um agrupamento natural de 29, em parede abrigada de tijolos maciços de barro de 12,4 m², de 20/03/2013 a 21/06/2013, das 6h às 16h (280 horas de esforço amostral), a uma distância de 1-2 m da entrada dos ninhos. Foram anotadas informações de movimento externo (saída e entrada com ou sem carregamento) e, a cada hora, os valores de temperatura (oC), umidade relativa (%) e intensidade luminosa (lux). Foram utilizados termo-higrômetro digital ICEL Manaus modelo HT-208 e luxímetro digital ICEL Manaus modelo LD-511. Foi notada atividade externa em 10 dias do período de estudo (265 registros). Em média,o início da atividade externa se deu às 7:50 e o final, às 8:30 (com carregamento) e 15h (sem carregamento). O pico de atividade externa ocorreu entre 7h-9h., em 8 dias. Em relação à temperatura, a faixa com maior número de registros (83) foi a 23ºC-24ºC. Não houve registros com temperatura menor que 18,6 ºC e maior que 27,5 ºC. Em relação à umidade relativa, observou-se que a faixa com maior número de registros (127) foi 80%-90%. Não houve registros com umidade relativa menor que 52% e maior que 90%. Em relação à intensidade luminosa, observou-se que a faixa com maior número de registros (67) foi de 003 lux (valor sob edificação) e 426 lux (valor fora da edificação)(28 registros). Não houve registros com intensidade luminosa menor que 000lux (sob e fora da edificação) e maior que 010 lux (sob a edificação) e 1075 lux (fora da edificação). As faixas de movimento evidenciadas indicam uma espécie com atividade matutina e limites amplos mas definidos. Foi observado carregamento pólen nas escopas, das 7:00 às 8:30, em apenas 8 dos retornos, apontando para a finalização do processo de aprovisionamento das células de cria. O movimento dos ninhos em diminuição, na medida do avanço do outono, com interrupção completa antes do término da estação, evidencia sazonalidade e necessita continuidade de estudo nas demais estações (inverno, primavera e verão).