INFLUÊNCIA DAS MUDANÇAS NO USO DO SOLO NO … · AGRADECIMENTOS À minha família, pelo amor e...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS INFLUÊNCIA DAS MUDANÇAS NO USO DO SOLO NO COMPORTAMENTO HIDROLÓGICO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CATOLÉ PAULO GABRIEL DE OLIVEIRA NETO VITÓRIA DA CONQUISTA BAHIA BRASIL FEVEREIRO 2017

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS

INFLUÊNCIA DAS MUDANÇAS NO USO DO SOLO NO

COMPORTAMENTO HIDROLÓGICO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO

RIO CATOLÉ

PAULO GABRIEL DE OLIVEIRA NETO

VITÓRIA DA CONQUISTA BAHIA – BRASIL

FEVEREIRO – 2017

PAULO GABRIEL DE OLIVEIRA NETO

INFLUÊNCIA DAS MUDANÇAS NO USO DO SOLO NO

COMPORTAMENTO HIDROLÓGICO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO

RIO CATOLÉ

Dissertação apresentada à Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais, para a obtenção do título de Mestre.

Orientador: Prof. Dr. Cristiano Tagliaferre (UESB)

VITÓRIA DA CONQUISTA BAHIA – BRASIL

FEVEREIRO – 2017

PAULO GABRIEL DE OLIVEIRA NETO

INFLUÊNCIA DAS MUDANÇAS NO USO DO SOLO NO

COMPORTAMENTO HIDROLÓGICO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO

RIO CATOLÉ

Dissertação apresentada à Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais, para a obtenção do título de Mestre.

Aprovado em 14 de fevereiro de 2017.

Comissão Examinadora: ___________________________________________________________________ Prof. Felizardo Adenilson Rocha (D.Sc., Engenharia Agrícola) – IFBA ___________________________________________________________________ Prof. Edvaldo Oliveira (D.Sc., Geografia) – UESB ___________________________________________________________________ Prof. Odair Lacerda Lemos (D.Sc., Agronomia) – UESB ___________________________________________________________________ Prof. Cristiano Tagliaferre (D.Sc., Engenharia Agrícola) – UESB Orientador

Aos meus pais, que são a minha maior fonte de inspiração pessoal e profissional e

por me ensinarem que o verdadeiro significado da vida é fazer tudo com muito

carinho, felicidade, humildade, honestidade e amor.

Dedico

Aos meus pais, Rosângela e Marco Antônio.

Aos meus irmãos, Bárbara e Matheus.

Às minhas avós, Damiana e Maria.

Ofereço

AGRADECIMENTOS

À minha família, pelo amor e dedicação durante todos estes anos.

Aos meus irmãos, pela cumplicidade, amor e carinho.

Aos meus amigos, Paula, Igor, Giulia, Jasmine, Gabrielle, Vanessa, Isis, Marcos e

Thamyres, por serem tão presentes.

Ao meu orientador, prof. Cristiano, por ter depositado toda a confiança em mim, com

muita perseverança, compreensão, sabedoria e principalmente otimismo, que foi

fundamental para seguir sempre adiante com as minhas atividades.

Aos professores Edivaldo, Quintão e Odair, que sempre estiveram disponíveis para

qualquer dúvida que precisasse: o apoio de vocês foi fundamental para a conclusão

deste ciclo.

À mestranda Débora pela intensa parceria e dedicação em todos os trabalhos que

realizamos. Pode contar comigo para o que der e vier.

A todos os professores que fizeram parte desta jornada contribuindo para ampliar

meus conhecimentos.

À Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) pela concessão da bolsa de

estudo.

À Áurea, que foi minha segunda mãe no período de estadia em Vitória de Conquista.

A todos os colegas do mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciências

Florestais.

Às secretárias do PPGCIFLOR Milena e Fabrícia pela disposição e assistência.

A todos que contribuíram de alguma forma para a realização de mais esta etapa.

Muito obrigado!

“Quem salva uma vida salva a humanidade inteira.”

(Talmud judaico)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Localização da bacia hidrográfica do rio Catolé e dos municípios

pertencentes à bacia..................................................................................................14

Figura 2 – Mapa de declividade da bacia hidrográfica do rio Catolé – BA ...............16

Figura 3 – Mapa altimétrico da bacia hidrográfica do rio Catolé – BA ......................17

Figura 4 – Localização das estações pluviométricas e da estação fluviométrica

utilizada no estudo .....................................................................................................26

Figura 5 – Classe temática do uso do solo para o ano de 1988 na área da bacia

hidrográfica do rio Catolé ..........................................................................................31

Figura 6 – Classe temática do uso do solo para o ano de 2013 na área da bacia

hidrográfica do rio Catolé ..........................................................................................32

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Especificações das bandas do sensor TM do satélite LANDSAT 5 ........10

Tabela 2 – Composição RGB de bandas do sensor TM do satélite LANDSAT 5 e

características aplicativas ..........................................................................................10

Tabela 3 – Especificações das bandas do sensor OLI/TIRS do satélite LANDSAT

8..................................................................................................................................11

Tabela 4 – Informações sobre as imagens adquiridas do sensor LANDSAT – 5 e 8

....................................................................................................................................19

Tabela 5 – Órbita/ponto e data de passagem dos satélites LANDSAT utilizados no

estudo ........................................................................................................................20

Tabela 6 – Área ocupada e variações percentuais para os diferentes tipos de uso do

solo, entre os anos de 1988 e 2013 na bacia do rio Catolé ......................................29

Tabela 7 – Séries históricas das vazões (m³ s-1) e precipitações (mm) do período de

estudo da bacia hidrográfica do rio Catolé ................................................................35

Tabela 8 – Vazão específica no período de monitoramento do uso do solo da bacia

hidrográfica do rio Catolé ..........................................................................................37

Tabela 9 – Equação ajustada para a vazão máxima na bacia do rio Catolé para o

período de 1988 a 2013 ............................................................................................38

Tabela 10 – Equação ajustada para a vazão média na bacia do rio Catolé para o

período de 1988 a 2013 ............................................................................................40

Tabela 11 – Equação ajustada para as vazões mínimas (Q7,10), (Q90), Q(95) na

bacia do rio Catolé para o período de 1988 a 2013 ..................................................42

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1

2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 4

2.1. Manejo de bacias hidrográficas ..................................................................4

2.2. Influência do uso do solo na vazão ............................................................5

2.3. A importância do sensoriamento no monitoramento do uso do solo..... 7

2.4. LANDSAT 5 – TM .......................................................................................... 9

2.5. LANDSAT 8 – OLI/TIRS ................................................................................ 11

3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 13

3.1. Descrição da bacia do rio Catolé ............................................................... 13

3.1.1. Localização da área de estudo ................................................................... 13

3.1.2. Clima ........................................................................................................... 14

3.1.3. Solos ........................................................................................................... 14

3.1.4. Características morfométricas .....................................................................15

3.2. Monitoramento do uso do solo na bacia do rio Catolé ............................ 18

3.2.1. Aquisição das imagens dos satélites LANDSAT 5 e 8 ............................... 18

3.2.2. Processamento digital das imagens ........................................................... 20

3.2.2.1. Realce de histograma .............................................................................. 21

3.2.2.2. Filtragem .................................................................................................. 21

3.2.2.3. Registro de imagens ................................................................................ 21

3.2.2.4. Segmentação ........................................................................................... 22

3.2.2.5. Definição das classes temáticas .............................................................. 23

3.2.2.6. Definição de amostras ............................................................................. 24

3.2.2.7. Classificação orientada ao objeto ............................................................ 25

3.3. Análise do comportamento hidrológico .................................................... 25

3.3.1. Seleção do período de análise e preenchimento de falhas ........................ 26

3.3.2. Vazões médias, máximas e mínimas ......................................................... 27

3.3.3. Análise das precipitações ........................................................................... 28

3.3.4. Análise da tendência do comportamento hidrológico ................................. 28

3.3.5. Estudo da associação entre vazões e uso do solo ..................................... 28

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 29

4.1. Mudanças ocorridas no uso do solo ......................................................... 29

4.2. Monitoramento do comportamento das variáveis hidrológicas ............. 34

4.3. Associação entre os usos do solo e o comportamento hidrológico ...... 37

4.3.1. Vazão máxima ............................................................................................ 37

4.3.2. Vazão média ............................................................................................... 39

4.3.3. Vazão mínima ............................................................................................. 41

5. CONCLUSÕES ................................................................................................. 44

REFERÊNCIAS..................................................................................................... 45

APÊNDICES ......................................................................................................... 55

RESUMO

OLIVEIRA NETO, Paulo Gabriel, M.Sc., Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia,

julho de 2016. Influência das mudanças no uso do solo no comportamento

hidrológico da bacia hidrográfica do rio Catolé. Orientador: Cristiano Tagliaferre.

Co-orientador: Odair Lacerda Lemos.

Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a influência do uso e ocupação

do solo no comportamento hidrológico da bacia hidrográfica do Rio Catolé. Para o

monitoramento do uso do solo, utilizaram-se dez imagens do satélite LANDSAT5 – TM

e 2 imagens do satélite LANDSAT8 – OLI/TIRS, obtidas para o período de 1988 a

2013, tempo em que se avaliou o uso e ocupação do solo na bacia. Inicialmente, fez-se

o pré-processamento das imagens, correção geométrica e de contraste das imagens.

Após correção fez-se a classificação das imagens por meio da classificação orientada

ao objeto, utilizando o algoritmo de atribuição de classes. As classes atribuídas às

fisionomias de interesse foram: solo exposto, mata, cultivo, reservatórios, campo

antrópico e pasto. Para a análise do comportamento hidrológico foram utilizados dados

de uma estação fluviométrica e três estações pluviométricas, disponibilizados pela

Agência Nacional de Águas (ANA), para obter a vazão máxima, a vazão média, a

vazão mínima (Q90, Q95 e Q7), a precipitação média anual, a precipitação do

semestre mais chuvoso, a precipitação do semestre mais seco, a precipitação do mês

mais chuvoso e a precipitação do mês mais seco. Os dados foram analisados

quantitativamente. Na análise quantitativa dos dados realizou-se a regressão linear

múltipla, adotando como variável dependente as vazões e como variáveis

independentes as classes de uso e a precipitação. As classes de usos do solo que

tiveram tendência de crescimento ao longo do período analisado foram a classe pasto,

mata e campo antrópico, ocorrendo comportamento contrário as classes cultivo, solo

exposto e reservatório. O comportamento da vazão máxima associou-se ao uso do solo

pasto, à precipitação do mês mais chuvoso e à precipitação média anual; a vazão

média ao uso do solo mata e à precipitação média anual; as vazões mínimas aos usos

do solo pasto e cultivo, à precipitação do mês mais seco e à precipitação do semestre

mais seco. O comportamento hidrológico da bacia do rio Catolé foi alterado

expressivamente em função do uso e da ocupação do solo na área de drenagem.

Palavras-chave: hidrologia, manejo de solo, comportamento hidrológico.

ABSTRACT

OLIVEIRA NETO, Paulo Gabriel, M.Sc., Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia,

julho de 2016. Influence of land use change on the hydrological behavior of the

Catolé river watershed. Adviser: Cristiano Tagliaferre. Co-supervisor: Odair Lacerda

Lemos.

This study was developed with the objective to evaluate the influence of the land use

and occupation on the hydrological behavior of the Catolé river watershed. For the

monitoring of the land use, ten images of the satellite LANDSAT5 – TM and two images

of the satellite LANDSAT8 – OLI/TIRS were used, obtained for the period from 1988 to

2013, during which time the use and occupation of the soil in the watershed were

evaluated. Initially, it was performed the pre-processing of images, geometric and

contrast correction of the images. After the correction, the images were classified,

through the object-oriented classification, using the algorithm of class attribution. The

classes assigned to the physiognomy of interest were: exposed soil, forest, farming,

reservoirs, anthropic field and grazing. For an analysis of the hydrological behavior,

data from a fluviometric station and three rain gauge stations were used, provided by

the Brazilian National Water Agency (ANA), in order to analyze the maximum flow,

minimum flow (Q90, Q95 and Q7), the annual precipitation average, the rainiest

semester precipitation, the driest semester precipitation, the rainiest month precipitation

and the driest month precipitation. The data were analyzed quantitatively. In the

quantitative analysis of the data a multiple linear regression was performed, adopting as

a dependent variable the flows and independent variables the classes of use and

precipitation. The classes of land use that had a tendency to grow over the analyzed

period were: pasture, forest and anthropic field. The classes of land use that had

reduction in this same period were: cultivation, exposed soil and reservoir. The

maximum flow behavior was associated to the uses of the pasture land, the variable

precipitation of the rainiest month and the annual precipitation average; the average

flow to the use of forest land and the annual precipitation average; the minimum flows to

the uses of the forest land, cultivation, the driest month the precipitation and the driest

semester precipitation. The hydrological behavior of the Catolé river watershed was

significantly altered due to the use and occupation of the soil in the drainage area.

Key-words: Hydrology, soil management, hydrological behavior.

1

1. INTRODUÇÃO

A água é um dos recursos naturais mais importantes do planeta e seu uso vem

se intensificando nas últimas décadas com o desenvolvimento econômico e o aumento

populacional, tanto no que se refere ao aumento da quantidade demandada para

determinada utilização, quanto à variedade de sua utilização (SILVA e ANDRADE,

2014). Sua manutenção em padrões de quantidade e qualidade representa um desafio

à sociedade (SANTOS et al., 2010), já que a maior parte dos problemas relacionados

aos recursos hídricos tem como principais problemas a falta de planejamento e gestão,

além da sua contaminação.

Sendo assim, torna-se essencial que o manejo sustentável e a ordenação do

emprego dos recursos hídricos se façam no contexto da bacia hidrográfica como

unidade de gestão, a qual representa o foco de ações e serviços necessários à

prevenção e recuperação da disponibilidade de água (MACHADO, 1998; CUNHA,

2009).

O gerenciamento dos recursos hídricos requer uma completa perspectiva a

respeito das necessidades da população, sobre os recursos ambientais disponíveis e o

conhecimento sobre o comportamento dos processos naturais da bacia para

racionalmente compatibilizar necessidades crescentes com recursos limitados

(CARAM, 2010).

A supressão dos recursos ambientais disponíveis, como a vegetação, pode

influenciar no comportamento hidrológico de um manancial (BALBINOT et al., 2008).

Nesse aspecto, segundo Santos et al. (2010), as bacias hidrográficas são suscetíveis

às modificações da vegetação, pois essas alterações afetam nas características do

solo, refletindo nas propriedades da água e na degradação marginal dos rios,

promovendo um acréscimo no processo erosivo.

Para diminuir esse problema, a implantação de um monitoramento detalhado

utilizando a variável de uso da terra, cobertura vegetal, processos erosivos e mudanças

das condições climáticas (SANTOS, 2008) permite identificar áreas passíveis de

utilização com atividades agropecuárias sustentáveis e das áreas que devem ser

preservadas, favorecendo o planejamento hidroagrícola e ambiental da área estudada

(OLIVEIRA, 2006).

2

Com o advento do sensoriamento remoto, as variáveis supracitadas tornaram-se

passíveis de ser mensuradas com precisão, eficácia e rapidez, tornando-se uma

ferramenta que auxilia de maneira importante na caracterização do meio físico, biótipo

e áreas submetidas ao processo de antropismo (RODRIGUES, 2000), sendo

imprescindível no gerenciamento de bacias hidrográficas, por permitir avaliações

constantes das características hidrológicas e meteorológicas dos recursos hídricos

(SANTOS, 2009), contribuindo por encontrar maneiras de mitigar problemas como

assoreamento dos rios e qualidade das águas (FERNANDES et al., 2012).

Com isso, o mapeamento de uso e cobertura do solo surge como um

mecanismo indispensável para uma plena compreensão dos cenários atuantes nas

bacias, por identificar as diferentes categorias de elementos que constituem o espaço

(AUGUSTO e SEABRA, 2014).

A análise do comportamento hidrológico decorrente de mudanças nas condições

de usos do solo ou modificações destes é de grande importância para o planejamento

de novas áreas irrigadas e da disponibilidade dos recursos hídricos na bacia (PEREIRA

et al., 2003). Desse modo, conforme Barbosa et al. (2005), para uma gestão adequada,

notadamente nas atividades de administração, a disponibilidade hídrica na bacia

precisa ser bem conhecida, a fim de subsidiar a tomada de decisão na gestão dos

recursos hídricos. Essa disponibilidade é avaliada através da aplicação de um balanço

hídrico, o que torna imprescindível o conhecimento das principais variáveis

hidrológicas, sobretudo da precipitação e da vazão.

A bacia hidrográfica do rio Catolé apresenta área de 3.101 km² e está localizada

na região sudeste da Bahia. De acordo com Barreto et al. (2009), essa bacia é

influenciada por diversos fatores humanos, destacando-se a existência das cidades,

povoados, propriedades agropecuárias de pequeno, médio e grande porte, rodovias e

retirada de areia de seu leito.

Com a intensa ação antrópica sob a bacia do rio Catolé nos últimos anos, houve

maior demanda do uso da água, principalmente para o abastecimento humano e

irrigação, fazendo a população pressionar as políticas públicas por um melhor

atendimento desses usos dos recursos hídricos, tendo em vista o aumento da

disponibilidade de água, a fim de melhorar a qualidade de vida dos habitantes que

abrangem a bacia do rio Catolé

Na literatura encontram-se poucos trabalhos relacionados às mudanças no uso

dos solos e sua influência no comportamento hidrológico da bacia hidrográfica do rio

3

Catolé, apesar de ser uma bacia considerada de grande importância para a população

do sudoeste do estado da Bahia. Nesse sentido, como consequência da grande

expansão da agricultura ao longo da bacia do Rio Catolé surgem sérios conflitos por

uso da água entre agricultores, gerando uma necessidade de estudo dessas mudanças

que vêm ocorrendo quanto à utilização do solo e sua influência nos regimes dos rios,

bem como necessidade de determinar a disponibilidade hídrica dessa bacia para

gerenciamento dos recursos hídricos.

Tendo em vista a importância da cobertura vegetal sobre os processos

hidrológicos que ocorrem numa bacia hidrográfica, o presente estudo teve como

objetivo avaliar a influência do uso e ocupação do solo no comportamento hidrológico

da vazão e precipitação da bacia hidrográfica do rio Catolé.

4

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Manejo de bacias hidrográficas

A bacia hidrográfica é o âmbito de grande importância para o controle ambiental,

pois é nessa região que ocorre o desenvolvimento e o crescimento da população.

Entretanto, essa região é caracterizada pela falta de planejamento e gestão dos

múltiplos usos dos recursos hídricos que prejudica os cursos de águas e altera as

condições naturais de infiltração, causando o aumento do escoamento superficial e

alteração no ciclo hidrológico. Por esses motivos há a necessidade de estudar

diferentes formas de manejo aplicadas nas bacias hidrográficas com a finalidade de

mitigar os prejuízos causados pelo aumento populacional (BIANCHI, 2012).

Devido à falta de gerenciamento dos recursos hídricos a partir da década de

1990, as bacias hidrográficas e/ou as regiões hidrográficas vêm sendo utilizadas como

forma de delimitação para a atuação da gestão e planejamento do território, como a

criação dos comitês de bacia hidrográfica, que trabalham para monitorar e implementar

medidas para melhor uso e preservação dos recursos hídricos. Isso vem acontecendo

devido à dinâmica que as bacias hidrográficas possuem, no âmbito ambiental e

socioeconômico (ANTONIO, 2013).

Dessa forma, com a necessidade de assegurar uma gestão dos recursos

hídricos de forma racional e sólida, foi criada em 1997 a Lei Federal nº 9.433, que

instituiu o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, que incorpora

princípios e normas para a gestão dos recursos hídricos, adotando a definição de bacia

hidrográfica como unidade de estudo e gestão (CARAM, 2010). Assim, pode-se

observar no Artigo 1, entre outros fundamentos, que: “III – em situações de escassez, o

uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de

animais; IV – a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo

das águas” (SILVA & ANDRADE, 2014).

Com a criação e a implementação dessa política pode-se compreender melhor o

conceito de manejo de bacias hidrográficas, que tem sido cada vez mais expandido e

utilizado como unidade de gestão da paisagem na área de planejamento ambiental,

sob perspectiva do desenvolvimento sustentável (FERREIRA, 2011).

Atualmente, tanto em países desenvolvidos quanto naqueles em

desenvolvimento, como o Brasil, as bacias hidrográficas são utilizadas como unidades

5

de planejamento e gestão. Um exemplo concreto é o caso do estado de Minas Gerais,

uma vez que todo o Estado foi subdividido em Unidades de Planejamento e Gestão dos

Recursos Hídricos (PINTO, 2007).

Nesse sentido, dentro de um contexto geral do gerenciamento de recursos

hídricos, o planejamento da ocupação de uma bacia hidrográfica é fundamental em

uma sociedade com usos crescentes por água, tendo em vista os conflitos sobre a

disponibilidade deste recurso para atender ao aumento da demanda em quantidade e

qualidade de água (LATUF, 2007).

Logo, faz-se necessário o aprofundamento do conceito de manejo dos recursos

hídricos para gestores e pesquisadores. Para tanto, deve-se levar em consideração as

definições de bacias hidrográficas feitas por Dourojeanni et al. (2002) e Word Vision

(2004), que as definem como uma área compreendida entre os recursos naturais e a

infraestrutura criada pelo homem, existindo uma interação entre quatro sistemas: o

biológico, o físico, o econômico e o social.

2.2. Influência do uso do solo na vazão

Devido ao aumento populacional e o avanço tecnológico nas últimas décadas, a

ação do homem sobre o uso do solo e a sua ocupação vem produzindo impactos nos

processos hidrológicos, como a alteração dos valores da vazão média, máxima e

mínima e alterações na qualidade da água de uma bacia hidrográfica (TUCCI, 2002).

Por conseguinte, estudos detalhados sobre o comportamento hidrológico e seus

regimes de variação de vazões (XAVIER, 2007), assim como suas relações com os

agentes econômicos e socioambientais presentes ao longo de toda a área de

contribuição da bacia, fazem-se necessários para o melhor gerenciamento dos

recursos hídricos (LATUF, 2007).

Segundo Caram (2010), para se conhecer o comportamento hidrológico de uma

bacia hidrográfica sob sua condição (vegetação nativa) ou após intervenção antrópica,

deve ser realizada uma análise do processo de precipitação – vazão. Isso pode ser

feito pelo estabelecimento de relações quantitativas entre os processos hidrológicos no

ciclo hidrológico. Ela pode ser realizada através do monitoramento e modelagem

numérica simultaneamente.

As séries temporárias de vazão, conforme Mortatti et al. (2004), são o resultado

da integração dos componentes e, consequentemente, das influências naturais e

6

antrópicas em determinada região, tendo fundamental importância como subsídio para

as tomadas de decisões com relação à racionalização do uso da água e a conservação

desse recurso. Modificações no regime de vazões de uma bacia hidrográfica podem

ser decorrentes de mudanças do tipo de uso do solo, da variabilidade climática, de

construção de barragens ou de aumento da irrigação, dentre outros fatores (COSTA et

al., 2003).

Em curto prazo, grandes alterações no uso e ocupação do solo acarretam

maiores impactos no regime e na disponibilidade hídrica de uma bacia (PERAZZOLI et

al., 2013). De acordo com Latuf (2007), o aumento das frequências de vazões de

enchentes, dos custos de tratamento de água, da poluição de corpos hídricos e a perda

de fertilidade dos solos são ocasionados pelo mau uso do solo.

Nas áreas formadas por mata nativa, cujo solo permanece protegido das ações

de precipitações diretas, o excedente de precipitação que não é evapotranspirado

possui melhor capacidade de se infiltrar, elevando potencialmente a recarga do

aquífero, aumentando, neste sentido, as vazões mínimas e reduzindo as vazões

máximas e médias (TUCCI, 1998). Vanzela et al. (2010) relatam que áreas ocupadas

por matas e pastagens (em menor intensidade) favoreceram o aumento da vazão

específica e a melhoria de alguns atributos de qualidade de água.

Com a substituição da floresta por pasto, o solo ficará mais exposto e mais

susceptível às ações da energia cinética associada a precipitações, diminuindo a

interceptação da água da chuva (LATUF, 2007). Costa et al. (2003) descrevem que

essa substituição acarreta aumento do escoamento superficial e diminuição da

infiltração nessas áreas, provocando aumento do fluxo superficial durante a estação

chuvosa e causando diminuição das vazões mínimas e aumento das vazões máximas.

As vazões máximas e mínimas dos cursos d’água podem apresentar tendências

de incrementos ou de redução em prazos mais ou menos longos. Avaliar tais

tendências é importante para identificar possíveis influências ocasionadas pelas

mudanças do uso do solo (SANTOS e FERREIRA, 2014).

As vazões máximas que são caracterizadas pela frequência da sua ocorrência

estão particularmente associadas aos riscos de inundação em uma bacia e à definição

das vazões de projeto de obras hidráulicas de controle de enchentes. A vazão máxima

é utilizada nos estudos voltados para os projetos dos vertedores de barragens, dos

canais de drenagem, dos bueiros e galerias de águas pluviais, dos diques e dos vãos

de pontes, entre outros (BARBOSA et al., 2005).

7

A vazão média dá uma indicação do potencial energético da bacia hidrográfica e

representa a maior vazão passível de ser regularizada, ao passo que a vazão mínima é

caracterizada pela sua duração e frequência (ou período de retorno), ressaltando-se

que o seu estudo é imprescindível por envolver a capacidade natural de autodepuração

do curso d'água e, também, para avaliar a possibilidade de concessão do uso da água

para dada finalidade (BARBOSA et al., 2005).

Sendo assim, a análise das séries de vazão de uma bacia, com base na

compreensão dos diversos fenômenos e processos que a regem, é crucial para o

desenvolvimento de ações de exploração e conservação dos recursos hídricos,

tornando fundamental a discretização dos componentes do ciclo hidrológico e a

indicação das inter-relações com o ambiente no qual interagem a fim de caracterizar o

comportamento dinâmico da água na paisagem (MELO NETO, 2012).

2.3. A importância do sensoriamento para monitorar o uso do solo

A análise do uso e cobertura do solo, mediante informações de sensoriamento

remoto, constitui-se numa técnica de grande utilidade ao planejamento e administração

da ocupação ordenada e racional do meio físico (RODRIGUES, 2000). Segundo Latuf

(2007), essa análise permite em curto espaço de tempo a obtenção de uma grande

quantidade de informações a respeito do uso e registro de uso da terra, fazendo com

que cada vez mais o Sistema de Informações Geográficas (SIG) venha a ser utilizado

pelos setores da sociedade, como universidades, empresas públicas e privadas, dentre

outras.

A utilização de técnicas como o Sensoriamento Remoto e o Geoprocessamento

no estudo da cobertura do solo vem evoluindo de forma significativa nas últimas

décadas, consideradas como recursos tecnológicos muito importantes (ANDRADE,

2008) por serem ferramentas usadas em diversas aplicações, auxiliando a pesquisa e a

implantação de projetos em diversas áreas que trabalham com os fenômenos ligados a

superfície terrestre (VANZELA, 2008).

Neste âmbito, a ciência geográfica, por estudar os fenômenos naturais e a

relação entre sociedade e natureza no espaço e no tempo, aliada ao uso de

geotecnologias, contribui para aprimorar o conhecimento sobre o espaço geográfico.

Isso faz com que essa ciência, além de ser mais valorizada, ganhe mais espaço em

estudos de planejamento e monitoramento do território (KALISKI et al., 2010).

8

O sensoriamento remoto e o SIG são ferramentas que contribuem para

minimizar os problemas oriundos da baixa disponibilidade de informações de campo

(SANTOS, 2009), pois estas servem para o diagnóstico e monitoramento de grandes

extensões de áreas (FERNANDEZ et al., 2012), bem como são indispensáveis em

estudos de mudanças das características ambientais, já que as informações podem ser

atualizadas devido à característica de repetitividade de aquisição das imagens

(CAMPOS et al., 2010; BIANCHI, 2012).

A interpretação das imagens possibilita a geração de mapas, dos quais é

possível extrair dados quantitativos e qualitativos que viabilizam análise adequada

sobre determinado tema (AUGUSTO e SEABRA, 2014), além de servir como poder de

fiscalização pelos órgãos públicos, bem como para identificação e localização das

áreas de conflitos de uso da terra, mostrando ser uma ferramenta fundamental para o

planejamento de uso do solo numa bacia; um dos principais enfoques da aplicação

desta tecnologia está na caracterização das atividades do homem sobre a superfície

terrestre (CASTRO et al., 2009).

Conforme Santos (2008), para diminuir esse problema gerado pelas atividades

antrópicas, a implantação de um monitoramento detalhado, com utilização da variável

de uso da terra e cobertura vegetal, processos erosivos e mudanças das condições

climáticas, permite a realização do diagnóstico ambiental, quantificando as variáveis

bióticas, físicas e socioeconômicas.

O monitoramento dos corpos d’água tem sido um grande desafio sob o aspecto

técnico e econômico, pois os critérios de delimitação com base na topografia exigem o

envolvimento de equipe multidisciplinar e de informações detalhadas da unidade

espacial em análise (CASTRO et al., 2009).

O acompanhamento da dinâmica do uso e ocupação do solo possibilita a

atuação racional do homem sobre o ambiente. Assim, os efeitos prejudiciais ao meio

físico diminuem, uma vez que o acompanhamento desta dinâmica permite o

diagnóstico das mudanças ocorridas sobre o meio ambiente. Nessa conjuntura, o

levantamento do uso e ocupação do solo, através do uso de imagens de satélites e das

ferramentas oferecidas pelo geoprocessamento, torna-se aspecto fundamental para a

compreensão dos modelos de organização do espaço em determinada região (SILVA e

FRANÇA, 2013).

9

2.4. LANDSAT 5 – TM

As operações do satélite LANDSAT (Land Remote Sensing Satelite) foram

iniciadas na década de 1970 pela NASA (National Aeronautics and Space

Administration), com o lançamento do satélite ERTS-1 (Earth Resources Technological

Satelite-1) a fim de fornecer imagens de alta resolução dos recursos terrestres

(SANTOS, 2010).

A princípio, o programa LANDSAT era composto por três satélites (LANDSAT 1,

2 e 3) formados pelos sensores o RBV (Return Bean Vidicon) e o MSS (Multispectral

Scanner System). Em razão de problemas técnicos no RBV e da superioridade técnica

do instrumento MSS do ponto de vista espectral e radiométrico, o RBV foi muito pouco

utilizado (MOREIRA, 2011; NOVO, 2010; ZARATTINI, 1989).

A partir de 1984, a NASA colocou em órbita o sensor TM a bordo dos satélites

LANDSAT-4 e LANDSAT-5, funcionando em orbita equatorial a 705 km de altitude

(KRUMBIEGEL, 2001), com as mesmas características do MSS, apresentando, porém,

uma série de melhorias no que diz respeito às resoluções espectral, espacial, temporal

e radiométrica (MOREIRA, 2011). Entretanto, por problemas técnicos em 1995 o

sensor MSS foi desligado e o sensor TM continuou em operação (MARQUES, 2010).

O sensor TM possui um sistema de imageamento eletro-óptico do tipo de

varredura mecânica. Os detectores do TM estão arranjados em forma matricial de 16 X

6 fotodetectores de silício (bandas 1, 2, 3, e 4) e de antimoneto de índio (bandas 5 e 7)

e ainda 4 detectores termais de telureto de mercúrio-cádmio (HgCdTe) para a banda 6

(MARQUES, 2010).

O sensor TM do satélite LANDSAT-5 possui órbita aproximada de 98 graus de

inclinação, posicionando-se de forma hélio-síncrona. Passa sobre uma mesma área da

superfície terrestre (resolução temporal) a cada 16 dias e cada imagem cobre uma área

de 185 por 185 km com resolução espacial de 30 x 30 m (120 m na banda termal)

(FLORENZANO, 2002).

O sensor TM opera em sete bandas espectrais, sendo três na região do visível,

três na região do infravermelho refletido e uma na região termal (LATUF, 2007),

conforme é apresentado na Tabela 1.

10

Tabela 1 – Especificações das bandas do sensor TM do satélite LANDSAT 5

Banda Faixa espectral

(µm)

Região do Espectro

Uso

1 0,45-0,52 azul-verde Mapeamento batimétrico; distingue solo da vegetação, vegetação conífera de decídua.

2 0,52-0,61 verde Realça a vegetação, útil para avaliar o vigor da vegetação.

3 0,63-0,69 vermelho Realça os declives da vegetação.

4 0,76-0,90 Infravermelho próximo

Realça o teor de biomassa e encostas.

5 1,55-1,75 Infravermelho médio

Discrimina conteúdo de umidade do solo e da vegetação; capaz de penetrar nuvens finas.

6 10,4-12,5 Infravermelho termal

Útil para mapeamento termal e estimativa da umidade do solo.

7 2,08-2,35 Infravermelho distante

Útil para mapeamento de rochas alteradas hidrotermalmente associadas com depósitos minerais.

Fonte: USGS (2016).

É relevante que o fotointérprete tenha conhecimento das principais

características das bandas, para que assim possa adotar uma composição de bandas

(composição RGB) que melhor atenda ao objetivo do seu respectivo estudo (SANTOS,

2010), o que permitirá escolher qual banda irá ser associada ao canal R, ao canal G e,

consequentemente, ao canal B (LATUF, 2007).

Algumas das possíveis composições das bandas com as cores RGB e suas

aplicações podem ser observadas na Tabela 2, de acordo com as recomendações do

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Tabela 2 – Composição RGB de bandas do sensor TM do satélite LANDSAT 5 e características aplicativas

Associação (bandas TM)

Aplicabilidades

3, 2 e 1 Imagens em "cor natural", com boa penetração na água, realçando as

correntes, a turbidez e os sedimentos. A vegetação aparece em

11

tonalidades esverdeadas.

2, 3 e 4

Define melhor os limites entre o solo e a água, ainda mantendo algum

detalhe em águas pouco profundas, e mostrando as diferenças na

vegetação que aparece em tonalidades de vermelho.

3, 4 e 5

Mostra mais claramente os limites entre o solo e a água, com a

vegetação mais discriminada, aparecendo em tonalidades de verde e

rosa, indicado para mapeamento de usos da terra.

2, 4 e 7 Mostra a vegetação em tons verdes e permite discriminar a umidade

tanto na vegetação como no solo.

Fonte: INPE (2009).

2.5. Landsat – 8 OLI/TIRS

O satélite LANDSAT-8, conhecido como LDCM (Landsat Data Continuity

Mission), foi lançado pela NASA em parceria com o Serviço Geológico dos Estados

Unidos (USGS) em fevereiro de 2013, com o objetivo de dar seguimento ao registro de

dados de forma mais consistente que os satélites antecessores (NASA, 2016).

Os sensores OLI/TIRS do satélite LANDSAT-8 possuem órbita semelhante às

dos sensores LANSAT 5 e 7, com resolução temporal de 16 dias pela linha do equador

(USGS, 2016) e campo de visada de aproximadamente 15° (REN et al., 2014). O

sistema operacional do LANDSAT-8 possui dois sensores, o Operational Land Imager

(OLI) e o Thermal Infrared Sensor (TIRS).

O sensor OLI registra imagens com resolução espacial de 30 metros para as

bandas visíveis, infravermelho próximo e infravermelho médio e de 15 metros para a

banda pancromática (USGS, 2016). Apresenta também duas novas bandas espectrais,

a banda 1 do coastal aerossol e a banda 9 do cirros. O sensor TIRS apresenta duas

bandas de pixel de 100 metros, processadas e disponibilizadas em 30 metros, para

coincidir com a maioria das bandas multiespectrais do sistema imageador (USGS,

2016), como pode ser observado na Tabela 3.

Tabela 3 – Especificações das bandas do sensor OLI/TIRS do satélite LANDSAT 8

Banda Faixa

espectral (µm) Região do Espectro

Uso

12

1 0,43 – 0,45 Ultra-Azul Permite o estudo de áreas costeiras.

2 0,45 – 0,51 Azul

Mapeamento batimétrico; distingue o solo da vegetação; vegetação conífera de decídua.

3 0,53 – 0,59 Vermelho Realça a vegetação, útil para avaliar o vigor da vegetação.

4 0,64 – 0,67 Infravermelho Próximo

Realça os declives da vegetação.

5 0,85 – 0,88 Infravermelho Médio/SWIR 1

Realça o teor de biomassa e encostas.

6 1,57 – 1,65 Infravermelho Médio/SWIR 2

Discrimina conteúdo de umidade do solo e da vegetação.

7 2,11 – 2,29 Infravermelho distante

Discrimina conteúdo de umidade do solo e da vegetação.

8 0,50 – 0,68 Pancromática (PAN)

Melhorar a resolução espacial para 15 m a partir da fusão.

9 1,36 – 1,38 Cirrus Detectar nuvens do tipo cirrus.

10 10,6 – 11,19 Infravermelho Termal/TIRS 1

Medir a temperatura e a umidade da superfície terrestre.

11 11,5 – 12,51 Infravermelho Termal/TIRS 2

Medir a temperatura e a umidade da superfície terrestre.

Fonte: USGS (2016).

Os dados do satélite LANDSAT-8 são processados em uma imagem de 185 km

× 180 km, com aproximadamente 950 MB em formato Geo Tiff, corrigidos em nível 1

(L1T), mais que o dobro dos satélites LANDSAT antecessores. Todas as bandas

espectrais OLI e TIRS são armazenadas em arquivo como números digitais

geolocalizados de 16 bits. As bandas do sensor TIRS de 100 m são redefinidas pelo

método de convolução cúbica e disponibilizadas em resolução de 30 m e registradas

com base nas bandas OLI (ROY et al., 2014).

13

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Descrição da bacia do rio Catolé

3.1.1. Localização da área de estudo

A bacia hidrográfica do rio Catolé está localizada na região sudeste do estado da

Bahia, com área de drenagem de 3.101 km². Possui sua nascente no planalto de

Vitória da Conquista, próximo à cidade de Planalto, e dirige-se à calha do rio Pardo, no

sentido Nordeste-Sudeste, com sua foz próximo à cidade de Itapetinga (LEITE, 2014).

A sua extensão territorial (Figura 1) abrange uma população aproximada de 545

mil habitantes, composta pelos municípios de Vitória da Conquista, Itambé, Barra do

Choça, Caatiba, Itapetinga, Nova Canaã, Planalto e uma pequena parte do município

de Itarantim, local onde situa-se o exutório da bacia (OLIVEIRA, 2006).

Segundo Pinto (2013), o principal rio dessa bacia é o rio Catolé e os seus

principais afluentes são o rio Catolezinho, Água Fria, Serra Preta e rio dos Monos,

tendo os riachos do Saquinho, da Anta Podre e do 16 Guingó como seus formadores.

No seu curso ocorre significativa variação da paisagem refletida, principalmente, na

vegetação e nos usos do solo e da terra (IBGE, 1999).

Esta bacia, considerando o sistema de projeção Universal Transversa de

Mercator (UTM), está contida na zona 24S, entre os paralelos N: 8380000 – 8226000 e

meridianos E: 300000 – 385000 (BARRETO et al., 2014).

14

Figura 1 – Localização da bacia hidrográfica do rio Catolé e dos municípios pertencentes à bacia.

3.1.2. Clima

O clima da região segundo a classificação de Köppen é Cwa, variando de

semiárido a sub-úmido, com uma estação quente e chuvosa de outubro a março, com

temperatura média entre 22 e 24º C e precipitação de 1.057 mm, e uma estação seca

de abril a setembro, com temperatura média entre 18 e 22º C e precipitação de 325

mm (LIMA e PINTO, 2011).

3.1.3. Solos

Os solos da bacia do rio Catolé são marcados pela ocorrência de chernossolo

argilúvico, luvissolo crômico e argissolo vermelho amarelo distrófico. São solos com

média a elevada fertilidade natural, com médio e alto teor de matéria orgânica.

Possuem baixa a média profundidade e estão sobrepostos a rochas do embasamento

cristalino, marcadamente saprólitos de granito, gnaisse e migmatito. O relevo é

15

suavemente ondulado na maior parte da bacia; no entanto, na parte da cabeceira da

bacia é muito montanhoso (LIMA, 2012).

3.1.4. Características morfométricas

A bacia hidrográfica do rio Catolé é caracterizada por possuir formato irregular

apresentando-se alongada (FRAGA et al., 2014). Villela e Mattos (2015) afirmam que

bacias deste formato possuem menor concentração de deflúvio, apresentando menor

risco de enchentes em condições normais de precipitação.

Com relação aos aspectos de declividade (Figura 2), o relevo apresenta uma

variação de plano a montanhoso. Vale destacar que a declividade desta bacia se

apresenta como muito baixa, principalmente nas regiões do alto e baixo Catolé, que

apresentam relevo plano em praticamente toda a sua extensão.

A bacia do rio Catolé possui altimetria discrepante (Figura 3), com cota mínima

de 281 m, localizada no baixo Catolé, e cota máxima de 974 m, localizada no alto

catolé. As cotas, variando entre 697 a 974 m, marcam as áreas predominantemente

elevadas. No sentido norte/sul da bacia as altitudes vão decrescendo de forma gradual

com as elevações acompanhando a estrutura dos relevos.

Em alguns trechos na região norte da bacia é possível encontrar cotas que

chegam a mais de 1.100 m e, no fundo dos vales, cotas de até 300 m. A bacia do rio

Catolé é composta por importantes compartimentos geomorfológicos, associados a

expressivas variações espaciais dos aspectos pedológicos e fitogeográficos (LIMA e

PINTO, 2011). Sendo assim, os rios desse corpo hídrico são fortemente controlados

pela estrutura geológica, como demonstra o traçado retilíneo dos cursos d’água. Isso

origina um padrão de drenagem que varia de treliça à retangular.

16

Figura 2 – Mapa de declividade da bacia hidrográfica do Catolé-BA.

17

Figura 3 – Mapa Altimétrico da bacia hidrográfica do rio Catolé-BA.

18

3.2. Monitoramento do uso do solo na bacia do Rio Catolé

A análise temporal do uso do solo da bacia hidrográfica do rio Catolé contou com

um monitoramento desde 1988 a 2013, sendo que a escolha do primeiro e o último ano

do estudo deve-se ao fato de a estação fluviométrica localizada na bacia possuir dados

hidrológicos consistentes, sem falhas e erros grosseiros nesse intervalo de tempo, de

acordo com a base de dados fluviométricos e pluviométricos da ANA (2016).

O levantamento e o mapeamento do uso e ocupação do solo da bacia foram

determinados a partir de dez cenas orbitais do satélite LANDSAT-5 e duas cenas do

satélite LANDSAT-8, disponibilizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE, 2016), envolvendo os anos de 1988 a 2013. O mapeamento e o monitoramento

do uso do solo na bacia do rio Catolé foram realizados em um intervalo de cinco em

cinco anos, contemplando, neste caso, seis anos de observação (1988, 1993, 1998,

2003, 2008 e 2013).

3.2.1. Aquisição das imagens dos satélites LANDSAT 5 e 8

Para a aquisição das imagens, foi realizada uma consulta ao DGI/INPE com a

finalidade de selecionar as órbitas/ponto que abrangem a área de estudo. Assim,

realizou-se uma listagem preliminar das imagens de acordo com as coordenadas

geográficas dos limites da área da bacia do rio Catolé, levando-se em consideração a

menor cobertura possível de nuvens.

Foi constatado que as melhores imagens observadas correspondiam ao período

de estiagem na região (maio a setembro), devido à menor taxa de cobertura de nuvens

na região. As imagens foram apresentadas de acordo com a composição RGB (R5, G4

e B3) para as cenas adquiridas pelo satélite LANDSAT-5 e composição RGB (R6, G5 e

B4) para as cenas do sensor LANSAT-8.

As imagens do sensor LANDSAT TM foram obtidas, com o máximo de correções

possíveis (Nível 1G), utilizando-se das efemérides do sensor, características de

altitude, velocidade, posicionamento, entre outras para a realização das correções

radiométricas, assim como para as correções geométricas.

Nas Tabelas 4 e 5 encontram-se as características das imagens selecionadas

para este trabalho, obtidas do satélite LANDSAT5-TM e LANDSAT-8 – OLI/TIRS e as

suas datas de passagem, respectivamente.

19

Tabela 4 – Informações sobre as imagens adquiridas do sensor LANDSAT-5 e 8.

Características Especificação (LANDSAT-5) Especificação (LANDSAT-8)

Resolução espacial 30 m (120 m infravermelho termal)

30 m (100 m infravermelho termal e 15 m pancromático)

Resolução radiométrica

8 bites 16 bites

Área imageada 185km 185 km

Resolução espectral

7 bandas 11 bandas

Formato Geotiff Geotiff

Bandas 543 654

Datum Horizontal Sirgas 2000 (ZONA 24 S) Sirgas 2000 (ZONA 24 S)

Projeção UTM UTM

Nível de correção 1 G (Radiométrica e geométrica)

1 G (Radiométrica e geométrica)

Fonte: INPE (2016).

20

Tabela 5 – Órbita/ponto e data de passagem dos satélites LANDSAT utilizadas no estudo

Ano Órbita/ponto Data de Passagem

1988 216/70 19/06/1988

216/71 05/07/1988

1993 216/70 04/08/1993

216/71 01/06/1993

1998 216/70 02/08/1998

216/71 02/08/1998

2003 216/70 29/06/2003

216/71 29/06/2003

2008 216/70 29/08/2008

216/71 29/08/2008

2013 216/70 14/08/2013

216/71 14/08/2013

Fonte: INPE (2016).

3.2.2. Processamento digital das imagens

O processamento digital das imagens para a elaboração dos mapas de uso do

solo foi realizado em duas etapas, utilizando-se o software ENVI 4.1, desenvolvido pela

Research Systems (www.RSInc.com).

A primeira etapa consistiu no pré-processamento inicial dos dados brutos das

imagens para calibração radiométrica da imagem, correção de distorções geométricas

e remoção de ruído. A qualidade da correção geométrica das imagens utilizadas no

estudo foi averiguada, apesar de as cenas já terem recebido um tratamento prévio, o

21

que aumenta a precisão dos dados utilizados. Neste processo foi realizado o realce de

histograma, filtragem, verificação da correção geométrica e segmentação.

3.2.2.1. Realce de histograma

De acordo com Câmara et al. (1996), a técnica de realce de histograma tem por

objetivo melhorar a qualidade das imagens sob os critérios subjetivos do olho humano,

permitindo uma melhor discriminação dos objetos presentes na imagem.

Através de testes com todos os realces do histograma disponíveis pelo software

ENVI 4.1 foi verificado que o realce a 2% foi o que apresentou as melhores condições

visuais nas imagens após a aplicação, permitindo melhor discriminação dos objetos.

Desse modo, este procedimento foi utilizado em todas as imagens utilizadas neste

estudo.

3.2.2.2. Filtragem

O processo de filtragem consiste no realce seletivo das feições de baixa, média

e alta frequência que compõem as imagens de sensoriamento remoto, buscando

melhorar a aparência da distribuição espacial das informações, auxiliar na interpretação

das mesmas e facilitar a análise posterior pelo fotointérprete (SANTOS et al., 2010).

Dos tipos de filtragem existentes, neste estudo foi utilizado o filtro passa-baixa

de dimensão 3 × 3, eliminando ruídos de altas frequências.

3.2.2.3. Registro de imagens

O registro de imagens é de fundamental importância por possibilitar a integração

de duas ou mais imagens, permitindo estabelecer uma relação única entre as

coordenadas das imagens e coordenadas geográficas, tornando-as conhecidas em

dado sistema de referência (LATUF, 2007). É importante destacar que a forma mais

usual de calcular a relação entre dois sistemas de coordenadas é por meio da definição

de pontos de controle no terreno, que devem ser reconhecidos tanto na carta

planialtimétrica como na imagem (CROSTA, 1992).

Na execução desse trabalho foram utilizadas duas órbitas/ponto para o total

recobrimento da área de interesse, totalizando um conjunto de 12 imagens para a área

da bacia ao longo de seis anos de monitoramento.

22

A correção geométrica das imagens de 1988 a 2013 consistiu em associar

pontos de uma base cartográfica da bacia hidrográfica do rio Catolé, previamente

mapeada e corrigida do ano de 2012 (LIMA, 2012), cedida pelo laboratório de

Cartografia e Fotointerpretação (LABCART) da Universidade Estadual do Sudoeste da

Bahia, a locais que fossem facilmente identificáveis nas imagens do presente estudo.

Para isso utilizou-se o Software ENVI 4.1, na função registro, por meio do modelo

linear, associado ao algoritmo de mosaicamento das duas cenas utilizadas.

O sistema de coordenadas adotado para o registro de todas as imagens foi a

base de informações do IBGE, ou seja, datum SIRGAS 2000 e projeção UTM zona 24

Sul.

O georreferenciamento das imagens foi realizado preliminarmente para cada

cena a partir do ano de 1988. Nesse processo foram selecionados aproximadamente

de 20 a 40 pontos de controle, mediante a utilização do registro em uma função

polinomial de primeiro grau, em que os pixels foram reamostrados pelo método do

vizinho mais próximo. Este método apenas atribuiu o valor do nível de cinza de

determinado pixel da imagem reamostrada ao pixel da imagem original que estava

mais próximo.

Após o primeiro conjunto de órbita/ponto ter sido registrado com sucesso, foram

utilizados os pontos de controle, que permitiram uma precisão mais elevada para o

complemento do trabalho do registro das demais imagens.

O processo constituiu-se em carregar os pontos de controle, inicialmente

selecionados no primeiro grupo de duas imagens, para registrar as demais imagens,

haja vista que basta apenas carregar os pontos e atualizar sua coordenada na imagem

a ser referenciada (SANTOS, 2010). Desse modo, a utilização do software acelerou o

processamento do registro das imagens restantes, bastando para isso identificar

pontos coincidentes entre as imagens ano após ano.

3.2.2.4. Segmentação

Para este trabalho utilizou-se o segmentador instalado no software Ecognition

Developer 64, capaz de segmentar e identificar áreas homogêneas.

O algoritmo de segmentação utilizado foi o multirresolução (ou multiescala)

baseado em objetos, pois este tipo de algoritmo delimita os objetos que serão

classificados em seus respectivos níveis de detalhe, considerando não apenas a

dimensão espectral, mas também a dimensão espacial.

23

Para a utilização deste método foi necessário que o fotointérprete gerasse

diferentes testes com a finalidade de obter o resultado mais satisfatório possível, tanto

computacional, quanto para a qualidade da classificação. O parâmetro utilizado para a

realização dos testes foi o parâmetro escala, por determinar a heterogeneidade

máxima permitida para os objetos da imagem. Seu valor varia de acordo com o

tamanho dos objetos resultantes, em que um parâmetro de escala com valores maiores

produz objetos maiores.

Os objetos formados pelos parâmetros de escala foram avaliados quanto à

heterogeneidade interna e delimitação da feição, segundo o critério de cor, forma e

contexto.

Com o término da primeira etapa, a segunda etapa, a saber, do processamento

digital das imagens, compreendeu a elaboração dos mapas de uso do solo das

diferentes épocas imageadas. Essa etapa consistiu na definição de amostras

representativas das classes de uso do solo, classificação e elaboração dos mapas

temáticos de uso do solo.

3.2.2.5. Definição das classes temáticas

As classes temáticas de uso e ocupação do solo foram definidas de acordo com

as classificações adotadas pelo Manual Técnico de Uso da Terra (IBGE, 2013), em

que:

Pastagem: é a área destinada ao pastoreio do gado, formada mediante plantio

de forragens perenes ou aproveitamento e melhoria de pastagens naturais.

Nessas áreas, o solo está coberto por vegetação de gramíneas e/ou

leguminosas, cuja altura pode variar de alguns decímetros a alguns metros.

Mata: formações arbóreas com porte superior a 5 m, incluindo-se aí as

fisionomias da floresta densa (estrutura florestal com cobertura superior

contínua), da floresta aberta (estrutura florestal com diferentes graus de

descontinuidade da cobertura superior, conforme seu tipo (com cipó, bambu,

palmeira ou sororoca), da floresta estacional (estrutura florestal com perda das

folhas dos estratos superiores durante a estação desfavorável – seca e frio –,

além da floresta ombrófila mista) e das áreas de mangues.

24

Cultivo: pode ser definida como terra utilizada para a produção de alimentos,

fibras e commodities do agronegócio. Inclui todas as terras cultivadas,

caracterizadas pelo delineamento de áreas cultivadas ou em descanso, podendo

também compreender áreas alagadas. Podem se constituir em zonas agrícolas

heterogêneas ou representar extensas áreas de plantations. Encontram-se

inseridas nesta categoria as lavouras temporárias, lavouras permanentes,

pastagens plantadas, silvicultura e áreas comprovadamente agrícolas cujo uso

não foi identificado no período do mapeamento.

Reservatórios: são represamentos artificiais de água construídos para irrigação,

controle de enchentes, fornecimento de água e geração de energia elétrica,

além das lagoas costeiras ou lagunas, estuários e baías.

Solo exposto: é uma área que pode ser referente tanto a ambientes naturais

como áreas sem cobertura vegetal ou cobertas por rocha nua exposta, quanto a

ambientes antrópicos, decorrentes da degradação provocada pelas atividades

humanas, como extração de minerais.

Campo antrópico: áreas aparentemente desprovidas de cuidados e com

cobertura do solo variável, composta por plantas arbustivas e subarbustos,

plantas rasteiras e solos expostos.

3.2.2.6. Definição de amostras

A classificação digital consiste em associar determinado pixel a determinada

categoria ou classe temática por meio de critérios preestabelecidos. Assim, o processo

de definição das amostras de cada classe previamente estabelecida é crucial para o

sucesso da classificação digital (SANTOS, 2010).

Foram coletadas, a princípio, informações sobre documentos cartográficos já

elaborados na área de estudo, utilizados como suporte nas decisões quanto às classes

de uso a serem utilizadas neste estudo. Desse modo, para facilitar e aumentar a

precisão do mapeamento utilizou-se um mapa do uso do solo elaborado por Lima

(2012), no ano de 2012, em que o autor estudou as interações socioambientais na

bacia hidrográfica do rio Catolé.

25

3.2.2.7. Classificação orientada ao objeto

Na etapa final do processamento digital de imagens foram utilizadas as amostras

coletadas da etapa anterior. É importante que todas as etapas anteriores tenham sido

realizadas com sucesso para maximizar a qualidade dos resultados da classificação do

uso do solo.

Nesta etapa foi realizada a classificação orientada dos objetos, utilizando-se os

algoritmos de atribuição de classes (assign class) através do software Ecognition

Developer 64, que utiliza a extração automática das feições. Após a classificação foi

realizada uma reclassificação por meio da edição manual dos dados para corrigir

eventuais falhas do mapeamento das classes de uso e cobertura do solo.

3.3. Análise do comportamento hidrológico

Para a realização deste estudo foram analisados os dados da estação

fluviométrica código 53780000, que abrange uma área de drenagem de 2.845,33 km² e

representa 90,95% da área de drenagem da bacia do rio Catolé e de três estações

pluviométricas (Figura 6). Essas estações pertencem à rede hidrometeorológica da

Agência Nacional de Águas (ANA).

26

Figura 4 – Localização das estações pluviométricas e da estação fluviométrica utilizada no estudo.

3.3.1. Seleção do período de análise e preenchimento de falhas

A base de dados fluviométricos e pluviométricos das estações pertencentes à

bacia do rio Catolé foi obtida através do site HidroWeb da Agência Nacional de Águas.

Esses dados foram tabulados em planilhas eletrônicas e foi verificada a existência de

dados discrepantes ou a existência de erros sistemáticos ou ausência de dados para,

posteriormente, efetuar o preenchimento de falhas e a sua correção.

Para o preenchimento de falhas em séries pluviométricas foi utilizado o método

da ponderação regional com base em regressões lineares (Equação 4), método esse

que consiste em estabelecer regressões lineares entre o posto com dados a serem

preenchidos, PY, em cada um dos postos vizinhos, PX1, PX2,..., PXn. De cada uma

das regressões lineares efetuadas obteve-se o coeficiente de correlação (r) que deverá

ser superior a 0,7.

27

Em que:

PY = é a precipitação no posto em análise, mm mês-1;

PXn = é a precipitação no posto de apoio, mm mês-1;

rYXn =coeficientes de correlação entre postos considerados, adimensional;

n = número total de postos de apoio considerados.

Para o preenchimento de falhas da série de vazão, utilizou-se a regressão linear

simples de acordo com o modelo:

Em que:

Qy = é a vazão do posto em análise, m3 s-1;

Qx = é a vazão do posto de apoio, m3 s-1;

β0, β1 = parâmetros de ajuste na regressão pelo método dos mínimos

quadrados, adimensional.

3.3.2. Vazões médias, máximas e mínimas

Para a estação fluviométrica analisada foi obtida, para cada ano da série de

1988 a 2013, a vazão média (Qmed), a vazão máxima anual (Qmax), a vazão mínima

de sete dias de duração (Q7) e as vazões associadas às permanências de 90% e 95%

do tempo, Q90 e Q95, respectivamente.

Com base nos dados diários da estação fluviométrica, as vazões associadas à

permanência de 90% e 95% foram obtidas pelas curvas de permanência, sendo que

essas vazões retratam a parcela de tempo a que determinada vazão é igualada ou

superada durante o período analisado.

3.3.3. Análise das precipitações

Na análise da precipitação foi utilizada a precipitação média anual (Pa), a

precipitação do semestre mais chuvoso (Psc), a precipitação do semestre mais seco

(Pss), a precipitação do mês mais chuvoso (Pmc) e a precipitação do mês mais seco

(Pms). Para obtenção da precipitação média da bacia utilizou-se o método do polígono

28

de Thiessen, por meio do software Thiessen. Este Software exige, como dados de

entrada, o limite da bacia, bem como as coordenadas geográficas das estações

pluviométricas, com suas respectivas precipitações.

3.3.4. Análise da tendência do comportamento hidrológico

Para analisar a tendência das variáveis hidrológicas foram estimadas equações

de regressão lineares simples entre a variável tempo (variável independente) e a

hidrológica (variável dependente).

A partir desta associação, estimou-se o quanto ao longo dos anos, no período

de estudo, as vazões máximas (Qmax), médias (Qmed) e mínimas (Q7, Q90 e Q95)

diminuíram ou aumentaram na seção fluviométrica, através da regressão linear

simples. Após o ajuste da linha de tendência foi obtida a significância, para avaliar a

probabilidade de a variação da variável dependente ser decorrente da alteração

atribuída à variável independente conforme descrito por Pruski et al. (2005).

3.3.5. Estudo da associação entre vazões e uso do solo

Para estabelecer uma relação entre as vazões e usos do solo da bacia

procedeu-se uma análise quantitativa dessa associação por meio do ajuste de

equações de regressão lineares, conforme descrito por Santos et al. (2010) e Latuf

(2007).

Para a análise quantitativa foi utilizada a regressão linear múltipla entre as

variáveis dependentes (vazões máximas (Qmax), médias (Qmed) e mínimas (Q7,10,

Q90, Q95), com as independentes (precipitação e as classes de usos do solo),

utilizando Software SAEG 9.0. As equações foram ajustadas observando o coeficiente

de determinação (R²), a significância da equação pela ANOVA da regressão e a

significância dos coeficientes de regressão.

29

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Mudanças ocorridas no uso do solo

Após a obtenção dos mapas temáticos gerados para a bacia em estudo para

cada um dos seis anos de observação, realizou-se o monitoramento das modificações

do uso do solo, conforme apresentado na Tabela 6.

Tabela 6 – Área ocupada e variações percentuais para os diferentes tipos de usos do solo, entre os anos

de 1988 e 2013 na bacia do rio Catolé

Classes de uso do solo 1988 1993 1998 2003 2008 2013 ∆(%)

Pasto 50,68 49,70 59,12 46,36 62,38 47,60 -3,08

Mata 28,08 28,48 21,24 23,08 29,43 29,42 +1,34

Campo antrópico 15,10 14,79 16,48 26,95 5,22 18,02 +2,92

Cultivo 4,86 5,72 2,07 3,09 2,55 4,07 - 0,79

Solo exposto 1,14 1,26 1,06 0,45 0,34 0,76 - 0,38

Reservatório 0,13 0,04 0,03 0,07 0,07 0,13 0

Conforme os resultados apresentados, constata-se que no início do

monitoramento do uso do solo na bacia do rio Catolé já havia uma forte influência das

ações antrópicas em toda a sua extensão, sendo comprovada pelas classes de usos

do solo de tipo pasto, campo antrópico e cultivo, que totalizaram 70,64% da área da

bacia. Esse comportamento se estende aos demais anos de observação.

A área de pasto apresenta-se como a principal classe de uso do solo, mantendo-

se em torno de 50% entre os anos de 1988 e 1993. Transcorridos cinco anos, pode ser

verificado um aumento de 9,42% na área de pastagem, passando a representar

59,12% da bacia. Em 2003 a classe pasto sofreu uma queda de 12,76%, ocupando

apenas 46,36% de área de estudo, apresentando o menor valor de área, se comparado

aos demais anos. Entretanto, em 2008, a classe pasto apresentou comportamento

contrário ao ano de observação anterior, caracterizando-se como o ano de maior

produção de gado na bacia do rio Catolé, passando a representar 62,36% da área da

bacia, sofrendo uma retração em 2013 para 47,60%.

30

Essa constante oscilação da classe pasto no período monitorado,

principalmente entre os anos de 1993 a 2013, indica períodos de instabilidade

econômica no setor pecuário na região, mesmo sendo esse uso a principal atividade

econômica. De acordo com estudo realizado por Lima (2012) para a mesma área,

verificou-se que a classe pasto representa o principal uso e ocupação do solo da bacia

do rio Catolé, evidenciando a elevada presença dessa classe no território da bacia.

Observa-se nos mapas de uso do solo a presença dessa classe em praticamente toda

a bacia, seja por meio de vastas extensões territoriais de pastos melhorados ou na

forma de mosaico com florestas, que compreendem desde o baixo até o alto curso da

bacia.

Nascimento e Fernandes (2016), Coelho et al., (2014) e Santos et al. (2010), ao

realizar estudos sobre mudança na ocupação e uso do solo em suas respectivas

bacias hidrográficas, observaram uma forte presença da ocorrência de pastagem na

paisagem de suas áreas de estudo.

A vegetação encontrada dentro da bacia do rio Catolé, segundo Pinto (2013), é

classificada como floresta estacional semidecidual e decidual, floresta ombrófila densa

e floresta decidual submontana; entretanto, pastagens artificiais compostas por capins

braquiária e colonião dominam a bacia do rio Catolé. Essa vegetação, mesmo antes da

análise temporal realizada neste estudo, passou por um intenso processo de

desmatamento, originado pelo avanço dos setores econômicos da região

Observando-se os mapas de uso do solo para os anos de 1988 e 2013 (Figura 5

e 6) e para os demais anos (APÊNDICES), visualiza-se a presença de fragmentos

florestais próximos ao curso do rio principal da bacia, principalmente na região do

médio Catolé, totalizando 28,08% da área da classe mata, no primeiro ano de

observação, seguindo essa mesma tendência no segundo ano. Assim como a classe

pasto, a classe mata apresentou o mesmo comportamento de oscilação entre os anos

monitorados. Dessa forma, em 1998 a classe mata apresentou uma queda de 7,24%

em relação ao ano de 1993, ocupando 21,24% da bacia; no ano de 1998 a classe mata

representou área semelhante à do ano interior, correspondendo a 23,08%. Entre 2008

e 2013 a área de mata na bacia do rio Catolé manteve-se constante, podendo ser

observada uma área correspondente a 29% da bacia, representando uma pequena

fração da área da bacia.

31

Figura 5 – Classe temática do uso do solo para o ano de 1988 na área da bacia hidrográfica do rio

Catolé.

32

Figura 6 – Classe temática do uso do solo para o ano de 2013 na área da bacia hidrográfica do rio

Catolé.

Essa realidade é comum nas bacias hidrográficas brasileiras que se encontram

em estágio de deterioração. Isso exige dos órgãos competentes e da sua população

um planejamento adequado e ordenado de ações que visem, no primeiro momento,

manter essa cobertura e, depois, aumentar as áreas florestais nas bacias. Vale

ressaltar, segundo Oliveira (2006), que nenhuma das formações florísticas originais

teve a sua continuidade temporal e espacial assegurada, sendo gradativamente

substituída pelas atividades antrópicas relacionadas à agricultura e à pecuária,

trazendo prejuízos inestimáveis para a flora e para a fauna. É importante salientar que

os remanescentes florestais são encontrados em forma de fragmentos que estão

dispersos por toda a bacia, o que dificulta a recuperação das áreas fragmentadas, por

se tornarem mais vulneráveis aos agentes externos de degradação (CRUZ, 2007).

Nas pesquisas realizadas por Latuf (2007) e Santos (2010), as áreas ocupadas

pela classe mata ocupavam maior abrangência se comparadas às demais, o que indica

33

que essas áreas possuíam seus recursos naturais preservados, porém apresentaram o

mesmo comportamento de oscilação das áreas de pasto e mata.

A área ocupada pela classe cultivo seguiu comportamento diferente da classe

pasto por se tratar de um uso do solo que representa uma área média 10 vezes menor

que a área ocupada pela pecuária. Entre os anos de 1988 e 1993, a área cultivada

representou, em média, 5% da área da bacia do rio Catolé, sofrendo uma diminuição

para 2,07% em 1998, aumentando em seguida para 3,09% em 2003, diminuindo 0,54%

no ano seguinte e por fim ocupando 4,07%, em 2013.

Segundo Lima (2012), o aumento da produção de pasto nas últimas décadas na

bacia do rio Catolé fez com que esse uso de solo se tornasse a principal atividade

econômica da região da bacia, implicando uma queda do cultivo de espécies agrícolas,

principalmente a cultura do café. A queda da produção cafeeira se deu inicialmente

pela queda do preço do café e posteriormente pela mudança de uso do solo, que

passou de cultivo para pastagem em algumas áreas, principalmente na região do baixo

Catolé.

Na avaliação temporal da classe campo antrópico, nota-se que grande parte da

área da bacia do rio Catolé apresenta áreas com pouca vegetação, caracterizando-se

como área de vegetação degradada, onde a presença da ação antrópica é existente

em toda a sua região. Nos anos de 1988 a 2013, essa classe representou

aproximadamente 16% da área da bacia, exceto no ano de 2003, em que apresentou

26,95% da bacia, e em 2008, com 5,22%. O mesmo comportamento foi observado por

Ramos (2008) na bacia do rio Catolé, que constatou que cerca de 18% da área da

bacia era composta por campo antrópico. Esse fato pode ser ocasionado pelo corte

ilegal de floresta nativa na área estudada, ocasionando uma expansão de áreas de

pastagem.

O uso e ocupação do solo por reservatórios apresentou um comportamento de

redução ao longo da análise temporal, se comparado ao primeiro ano da análise. No

início do monitoramento essa classe ocupava 0,13% da bacia do rio Catolé, e a partir

de 1993 essa classe sofreu um declínio de 0,9%, passando a ocupar 0,04% da área da

bacia, permanecendo sem grandes modificações nos anos seguintes, mas no ano de

2013 apresentou o valor original de 0,13% da área da bacia. À medida que ocorre o

aumento de áreas irrigadas e cresce o número de gado, esses usos do solo se tornam

uma ameaça à capacidade de captação de água dos reservatórios dos centros urbanos

dos municípios da área de influência da bacia, o que acarreta uma redução dessa

34

classe devido à escassez de água. Essa região é caracterizada por apresentar baixos

índices pluviométricos, principalmente em épocas de seca, justificando a pequena

abrangência dessa classe em todos os anos monitorados.

O aumento na demanda dos recursos hídricos pelos diferentes usuários exige a

construção de barragens ou a sua ampliação para aumentar o volume de água

armazenado para atender a demanda, dentre elas podemos citar as barragens Água

Fria I e II, barragem da Serra Preta e barragem da Biquinha, que compõe as principais

represas da bacia. Essas barragens foram construídas para abastecer a população

urbana dos municípios de Vitória da Conquista, Barra do Choça e Planalto (LIMA,

2012; OLIVEIRA, 2006).

A classe solo exposto, constituído principalmente por pastagens degradas e

voçorocas, apresentou uma tendência de redução durante o período estudado, que

pode estar associada ao aumento das classes mata e pasto em diversos períodos da

análise temporal. A área de solo exposto obteve comportamento similar do primeiro

ano até o terceiro ano de monitoramento, podendo ser verificada uma área média de

1,15% entre esses anos. Essa mesma classe nos anos de 2003, 2008 e 2013 sofreu

reduções, passando a ocupar 0,45; 0,34 e 0,76%% da área da bacia, respectivamente.

A classe solo exposto é um importante indicador de degradação ambiental (FREITAS

et al., 2013), por isso é importante que o fotointérprete identifique as áreas onde

realmente não existe nenhum uso e ocupação do solo (RIOS et al., 2011) para que

medidas mitigatórias possam ser adotadas, como projetos de reflorestamento e

recuperação de áreas degradadas; porém, essa classe é frequentemente aleatória,

podendo apenas ser observada nos períodos de preparo, plantio e colheita das culturas

anuais.

4.2. Monitoramento do comportamento das variáveis hidrológicas

No estudo da análise temporal das vazões e precipitações das estações

pertencentes à bacia do rio Catolé houve a necessidade de preenchimento de falhas

para a precipitação média anual, precipitação do semestre mais chuvoso, precipitação

do semestre mais seco, precipitação do mês mais chuvoso e precipitação do mês mais

seco para o ano de 1988.

Na Tabela 7 estão apresentados os valores totais anuais das séries históricas

dos dados hidrológicos (vazão e precipitação) para a bacia hidrográfica do rio Catolé.

35

Os dados médios de precipitação foram gerados a partir do método polígono de

Thiessen entre as estações Lucaia, Vitória da Conquista e Itapetinga.

Tabela 7 – Séries históricas das vazões (m3 s-1) e precipitações (mm) do período de estudo da bacia hidrográfica do rio Catolé

Ano Qmax Qmed Q7,10 Q90 Q95 pm psmc psms pmc pms

1988 56,46 9,83 4,39 5,59 4,79 774,10 507,17 156,39 155,76 10,94 1989 269,00 16,47 2,78 4,79 3,60 1.227,25 850,83 279,30 475,65 8,02 1990 77,34 13,94 6,44 7,30 6,78 737,75 430,80 254,68 137,86 10,41 1991 158,00 16,77 5,81 6,38 5,98 752,82 511,42 194,90 197,53 0,40 1992 182,50 23,34 8,60 10,43 9,39 1.129,90 830,43 247,20 316,87 10,26 1993 87,50 10,84 3,14 4,40 3,60 465,76 252,77 144,87 107,07 1,53 1994 99,00 10,29 1,78 3,60 2,44 592,37 438,17 166,90 179,07 6,77 1995 49,80 8,19 0,03 0,33 0,14 791,35 538,30 226,73 204,47 0,77 1996 18,92 3,02 0,64 1,02 0,73 419,30 265,93 100,50 127,63 4,93

1997 147,20 11,89 0,57 1,91 1,38 1.115,26 854,30 203,57 361,33 8,63

1998 178,00 5,82 0,05 0,53 0,33 740,24 534,23 123,83 218,17 6,93

1999 214,50 14,86 0,89 2,27 1,20 1.017,70 585,83 340,67 211,13 28,07

2000 82,52 17,09 6,33 8,87 7,30 1.060,53 887,80 148,20 289,30 4,73 2001 41,95 10,11 2,74 4,79 3,99 739,87 395,80 264,17 165,03 5,30 2002 164,00 14,78 2,76 5,59 3,99 1.213,83 829,53 230,87 262,20 2,57

2003 54,35 8,27 1,69 2,62 2,27 588,27 227,70 254,90 107,60 7,13 2004 280,00 14,99 1,88 4,79 4,19 1.185,31 978,83 200,27 324,97 2,97 2005 103,17 14,90 4,16 5,59 5,18 1.017,17 640,47 270,07 261,80 2,13 2006 97,54 12,62 3,72 5,10 4,07 930,53 617,57 283,20 229,57 14,97 2007 60,99 11,61 5,03 6,14 5,35 1.081,54 763,43 191,20 269,30 4,93 2008 96,74 8,62 2,95 4,29 3,37 900,17 632,47 135,70 224,03 1,97 2009 68,46 10,00 3,38 4,18 3,97 835,03 441,20 355,23 219,25 7,07 2010 67,42 6,59 2,73 3,27 2,82 795,99 537,40 214,07 233,00 6,97 2011 117,36 10,78 3,37 4,51 3,97 689,33 446,80 152,10 127,70 9,83 2012 97,54 6,34 3,23 3,56 3,37 570,30 259,54 238,56 234,30 2,83 2013 90,48 7,50 3,00 3,56 3,37 871,31 528,77 201,57 221,65 7,43

Diferença 34,02 -2,33 -1,39 -2,03 -1,42 97,21 21,6 45,18 65,89 -3,48

∆(%) 60,26 -23,70 -31,66 -36,31 -29,64 12,56 4,26 28,89 42,30 -81,81

A precipitação média anual foi de 855,50 mm, sendo os anos de 1989 e 1996,

respectivamente, os de maior e menor precipitação, com valores médios de 1.227,25 e

419,30 mm. Nota-se um comportamento aleatório nos dados, ora com anos acima da

média e outros abaixo da mesma, tanto para a precipitação média anual, quanto para

as demais precipitações. Lima e Pinto (2011) mencionam que o período de maior

precipitação na bacia do rio Catolé se encontra no verão e o período de menor

precipitação no inverno. Desse modo, a precipitação do mês mais chuvoso e do

semestre mais chuvoso se encontraram na estação quente e chuvosa, que vai de

36

outubro a março, e a precipitação do mês mais seco e a precipitação do semestre mais

seco são verificadas na estação fria e seca, que vai de abril a setembro.

O comportamento nas séries de precipitação, de acordo com Almeida (2007), é

em função do clima, mostrando que este apresenta um padrão de repetição anual, com

maiores valores de precipitação no verão e menores no inverno. Segundo o autor, esse

comportamento apresenta flutuações intra-anuais, mais evidentes na estação chuvosa

e menos na estação seca. Isto se deve ao fato de os valores mínimos serem mantidos

por processos de base, como a evaporação da água do solo e de corpos d’água e a

transpiração vegetal. Já os valores máximos são afetados por alterações nos

processos climáticos globais.

Com relação à vazão, o ano com maior descarga foi o de 2004 (280 m³/s),

evento correlacionado com o ano de maior precipitação do semestre e mês mais

chuvoso e segundo maior ano da precipitação média anual na bacia (Tabela 8). O ano

de 1996 foi o que apresentou a menor vazão máxima (18,96 m³/s), apresentando

comportamento similar com o ano de menor precipitação do semestre mais seco e

precipitação média anual.

As vazões média e mínima (Q7,10; Q90; Q95) apresentaram o mesmo

comportamento durante todo o período do monitoramento. Essas variáveis

apresentaram os maiores valores para o ano de 1992 e menores valores para o ano de

1998. Observa-se que nesta bacia ocorrem baixos índices fluviométricos em

praticamente toda a análise temporal, em virtude das baixas precipitações que ocorrem

ao longo dos anos e que é insuficiente para recarregar os aquíferos.

A bacia do rio Catolé possui vazão específica relativamente baixa (Tabela 8) por

apresentar pouca disponibilidade de água devido às precipitações serem escassas no

decorrer do ano, afetando economicamente os municípios inseridos na bacia.

Entretanto, nos meses que apresentam menor precipitação, entre maio e setembro, o

escoamento mantém-se, em função das condições de armazenamento (escoamento

subterrâneo), o que caracteriza a disponibilidade de água do rio Catolé como

proveniente do escoamento subterrâneo (MIRANDA et al., 2010).

Tabela 8 – Vazão específica no período do monitoramento do uso do solo da bacia hidrográfica do rio Catolé

Ano Vazão específica (m³.s-1.km-2)

37

1988 0,00345

1993 0,00381

1998 0,00205

2003 0,00291

2008 0,00303

2013 0,00264

Na bacia estudada, a contribuição hídrica pelo escoamento superficial é

torrencial, pois os solos são rasos e a ausência da vegetação natural de Floresta

Estacional (substituída por pastagens) dificulta a infiltração das águas pluviais (IBGE,

1999), além de provocar menor rugosidade do solo, menor capacidade de

interceptação das árvores e acarretar diminuição das vazões mínimas e médias

(TUCCI e CLARKE, 1997).

4.3. Associação entre o uso do solo e o comportamento hidrológico

No estudo entre a associação das modificações no uso do solo com o

comportamento hidrológico da área da bacia do rio Catolé foram excluídas as classes

de uso e ocupação do solo, corpo hídrico e solo exposto, pelo fato de não serem

espacialmente representativas na bacia, sendo menores que 2% da área em estudo.

4.3.1. Vazão máxima

De acordo com o monitoramento do uso e cobertura do solo realizado, o

desmatamento dos remanescentes florestais consistiu na principal alteração na

mudança da paisagem da bacia do rio Catolé, ocasionada pela expansão da pecuária

nas últimas décadas. Desse modo, a diminuição da cobertura florestal em função das

atividades antrópicas na área da bacia proporciona variações de escoamento dos rios e

do escoamento superficial (ROCHA et al., 2010), ocasionando principalmente o

aumento das vazões máximas. Collischonn (2001), estudando a mudança no uso e

cobertura do solo na bacia do Taquari, no Rio Grande do Sul, verificou que a classe

pastagem é responsável por 13,2% do aumento do escoamento superficial, afirmando

a grande influência desta classe no aumento das vazões máximas.

38

Segundo Tucci e Clarke (1997), o aumento nas vazões máximas pode ainda ser

maior em caso de presença de forte mecanização, por aumentar a compactação da

camada superficial do solo e consequentemente diminuir a infiltração da água da

chuva.

De acordo com a análise temporal foi observada uma tendência de aumento nas

vazões máximas da bacia do rio Catolé no período de 1988 a 2013, que foi de 56,46 m3

s-1 para 90,48 m3 s-1, apresentando significância de 56,6%. O aumento da vazão

máxima na bacia do rio Catolé durante esse período está relacionado às áreas de

pastagem, precipitação do mês mais chuvoso e precipitação média anual (Tabela 9).

De acordo com a equação gerada para a vazão máxima a partir da regressão linear

múltipla, pode-se verificar que o uso e ocupação do solo pastagem é a classe que

exerce influência direta na bacia do rio Catolé. Santos (2010), ao realizar estudo similar

na bacia do rio Lontra, localizado no estado do Tocantins, verificou comportamento

semelhante ao encontrado no presente estudo, de modo que a classe pasto foi a que

apresentou maior influência na mudança da vazão máxima.

Tabela 9 – Equação ajustada para a vazão máxima na bacia do rio Catolé para o período de 1988 a 2013

Equação ajustada R² Sign(a)(%) Variáveis*

Sign(b) dos

coeficientes (%)

Qmax = 77,50 + 0,046(P) +1,4584(Pmc)

– 0,4193 (Pa) 91,99 88,24 P Pmc Pa 0,05

Sign(a): significância da equação pelo teste F;

Sign(b): significância dos coeficientes dos parâmetros pelo teste t;

* Q (m3s-1); P (km2); Pmc; Pa (mm).

** P – Pasto, Pmc – Precipitação do mês mais seco e Pa – Precipitação média anual.

A classe pasto apresentou contribuição positiva para o aumento da vazão

máxima, o que caracteriza uma área de uso do solo manejado de forma inadequada.

Com esse tipo de exploração, a região da bacia hidrográfica do rio Catolé, com o

passar dos anos, pode sofrer intensos processos de degradação ambiental. Grande

parte da região com características depressivas foi desmatada e transformada em

pastagens, com início no município de Vitória da Conquista, por apresentar um centro

potencialmente econômico voltado para a criação de gado e, posteriormente,

39

avançando para a região de Itapetinga, Nova Canaã, Caatiba e Planalto, incluindo

áreas de relevo fortemente ondulado e topos das elevações (LIMA e PINTO, 2011).

Devido ao crescimento das atividades pecuária na bacia do Catolé no período do

monitoramento do uso do solo, como já relatado anteriormente, era esperado o

aumento das vazões máximas, em virtude da redução da interceptação da chuva pelas

árvores, redução do tempo de infiltração do solo pela compactação causada pelo gado

e aumento do escoamento superficial.

A tendência de aumento da vazão máxima está relacionada com o crescimento

da precipitação do mês mais chuvoso para a área da estação fluviométrica Itapetinga,

visto que a precipitação é o principal meio de entrada da água nas bacias monitoradas.

Esse fato é ocasionado devido à grande quantidade precipitada ocorrer num período

pequeno de tempo, que corresponde à estação de verão.

Segundo Latuf (2007), a substituição de área de matas por áreas antropizadas,

como pastagem, cultivo, entre outras, pode trazer consequências para o

comportamento hidrológico e até mesmo aumentar a vazão máxima mesmo quando a

precipitação for reduzida. Esse fato pode ser observado através da precipitação média

anual, que apresentou comportamento negativo na análise quantitativa. Esse

comportamento pode ser verificado devido aos baixos índices pluviométricos que a

bacia do rio Catolé apresenta em todo o período de monitoramento e também porque,

quando o ano é chuvoso, a cobertura do solo se desenvolve mais, diminuindo o

escoamento superficial.

4.3.2. Vazão média

Diferentemente do comportamento das vazões máximas que apresentaram

tendência de aumento, as vazões médias da bacia hidrográfica do rio Catolé

apresentaram tendência de declínio no período de 1988 a 2013, que foi de 2,33 m³ s-1,

apresentando uma significância de 83,33% de redução ao longo do período da análise

temporal. Seu comportamento está relacionado com a classe mata e precipitação

média anual, como pode ser observado na equação ajustada (Tabela 10).

40

Tabela 10 – Equação ajustada para a vazão média na bacia do rio Catolé, para o período de 1988 a 2013

Equação ajustada R² Sign(a)(%) Variáveis*

Sign(b) dos

coeficientes (%)

Qmed = 3,65 + 0,015(Mata) – 0,0087(Pa) 80 90,7 M, Pa 0,05

Sign(a): significância da equação pelo teste F;

Sign(b): significância dos coeficientes dos parâmetros pelo teste t.

* Q (m3s-1); M (km2); Pms (mm).

** M – Mata e Pa – Precipitação média anual.

Segundo a modelagem, a tendência de redução das vazões médias é

ocasionada por causa do comportamento negativo apresentado pela precipitação

média anual. Esse fato pode ser explicado por Rodriguez et al. (2010), pois relatam

que, em uma bacia hidrográfica, a variabilidade pluviométrica controla a maioria das

respostas hidrológicas, ressaltando-se que esse comportamento é melhor observado

em bacias de grande escala; já em bacias de escala menor, a mudança do

comportamento dos dados de vazão sofre maior influência das mudanças no uso do

solo do que propriamente com a precipitação média.

Espinoza et al. (2009), ao realizarem um estudo que tem como um dos objetivos

verificar a transformação do escoamento da bacia amazônica, observaram correlação

existente entre os dados fluviométricos e pluviométricos. Observaram também que as

mudanças das variáveis hidrológicas são explicadas pelas mudanças no uso e

ocupação do solo. O mesmo foi constatado por Latuf (2007), que, ao estudar a

influência do uso do solo na vazão média da bacia do rio Preto, considerou que a

classe mata possui paralelismo com o deflúvio médio. Desse modo, à medida que a

classe mata aumenta, a vazão média diminui e vice-versa.

Logo, na equação ajustada a classe mata apresentou comportamento positivo

no ajuste da equação, ou seja, a área de mata aumenta a vazão média. Em estudo

realizado por Santos et al. (2010), o ajuste da equação para a vazão média apresentou

o mesmo comportamento, de modo que, segundo os autores, o sinal positivo no ajuste

de equação já era esperado, pois a vazão média apresentou tendência de redução.

Na bacia do rio Catolé, os remanescentes florestais foram desmatados de forma

intensa para o cultivo de pasto, principalmente nas encostas de morros, enquanto seus

topos permaneceram preservados. Dessa forma, iniciou-se a formação de mosaicos de

pastagens com remanescentes florestais aumentando a área da classe pasto na bacia.

41

Entretanto, entre os anos de 2003 a 2013, ocorreu um leve aumento na área da classe

mata, o que justifica a tendência de redução da vazão média na bacia de estudo,

verificando relação existente entre a classe mata e a mudança na análise temporal da

vazão média. Apesar de ter sido detectada mudança na tendência da vazão em função

do aumento na quantidade de área da classe mata nesse presente trabalho, diversos

autores (EUGÊNIO et al., 2013; LINHARES, 2006) afirmam que essa correlação não

possui diferença estatística.

Eugênio et al. (2013), ao estudar a influência do desmatamento no

comportamento hidrológico na bacia hidrográfica de Rive, no estado do Espirito Santo,

verificaram que o desmatamento ou aumento da quantidade de remanescentes

florestais não influência na disponibilidade hídrica de uma bacia. O mesmo resultado foi

detectado por Almeida (2007), que, ao estudar uma bacia próxima da estudada pelo

autor supracitado, também verificou que a classe mata não está interligada com os

dados de vazão média. Segundo o autor, a explicação dessa não correlação entre os

dados de vazão e mata reside no comportamento aleatório nos dados de vazão, porém

não se pode afirmar que a mudança no uso e ocupação do solo não afeta a

disponibilidade hídrica.

Linhares (2006) mostrou que a resposta hidrológica e a taxa de incremento de

deflúvio mostraram-se associadas às taxas de desflorestamento anuais na bacia do Rio

Ji-Paraná, indicando que a remoção da floresta gera uma resposta rápida nos valores

de escoamento superficial e lateral devido à diminuição dos processos de interceptação

e de infiltração após a remoção da floresta.

Moreira et al. (2015), ao analisar a influência da floresta no comportamento

hidrológico, constataram na sua bacia de estudo que o aumento de 22% da vazão

média na sub-bacia na porção leste da Amazônia foi resultado da perda de 24% da

cobertura florestal, o que indica relação existente entre os usos do solo e a vazão

média de uma bacia.

4.4.3. Vazão mínima

Seguindo o mesmo comportamento da vazão média, as vazões mínimas

apresentaram comportamento de redução, de acordo com a análise temporal realizada

para o período de 1988 a 2013, demonstrando significância de 65,6% para a vazão Q

(7,10), 68,7% para a vazão Q (90) e 65,33% para a vazão Q (95). A vazão Q (7,10) e a

42

vazão Q (95) apresentaram redução de 1,40 m³ s-1 no volume de água escoado,

comparando-se o primeiro e o último ano do monitoramento dos dados de vazão

mínima. A vazão Q (90) apresentou redução de 2,03 m³ s-1 na área de influência da

estação Itapetinga. Vale ressaltar que o seu comportamento possui relação com a

classe pasto e cultivo e as precipitações do semestre mais seco e mês mais chuvoso,

conforme os modelos apresentados nos ajustes das equações (Tabela 11).

Tabela 11 – Equações ajustadas para as vazões mínimas Q (7,10), Q (90), Q (95) para o período de

1988 a 2013

Equação ajustada R² Sign(a)(%) Variáveis* Sign(b)dos

coeficientes (%)

Q(7.10) = -27,17 + 0,07(C) + 0,0315(Pss) + 0,012(P) 89,61 84,82 C, Pss, P 0,05

Q90 = -19,94 + 3,477(Pss) 1,122(P) – 3563(Pms) 91,54 87,58

Pss, P, Pms 0,05

Q95 = -31,7153 + 3,890(C) + 3,259(Pss) + 1,56(P) 94,10 91,29 M, Mf, Pa

0,05 Sign(a): significância da equação pelo teste F;

Sign(b): significância dos coeficientes dos parâmetros pelo teste t.

* Q (m3s-1); P; C (km2); Pss; Pms (mm).

** C – Cultivo, P – Pasto, Pss – Precipitação do semestre mais seco, Pmc – Precipitação do mês mais

chuvoso.

A tendência de redução nas significâncias das vazões mínimas pode ser

explicada devido ao aumento de áreas irrigadas localizadas na bacia do rio Catolé, que

surgiram com a necessidade de atender as áreas cultivadas formadas por culturas

anuais e temporárias, além de abastecer a população urbana e rural, principalmente

nos municípios que apresentam menores índices pluviométricos (MARTINS et al.,

2011).

A bacia hidrográfica do rio Catolé possui baixos índices pluviométricos, tendo

uma pequena contribuição hídrica para o escoamento superficial, apesar de a vazão

máxima ter apresentado tendência de aumento. De acordo com o trabalho realizado

pelo IBGE (2009), a bacia estudada possui solos rasos e ausência de vegetação

primitiva, o que dificulta a infiltração das águas pluviais nessa região.

A expansão da pecuária, principalmente na região do alto e baixo Catolé, vem

acarretando diversos problemas na qualidade física do solo: provocando menor

43

rugosidade do solo, menor capacidade de interceptação das árvores, maior

compactação do solo (TUCCI & CLARKE, 1997), além de diminuir a infiltração da água

no solo e a alimentação do aquífero subterrâneo. Esses fatores reduzem as vazões em

épocas de estiagem e, por consequência, vazões mínimas.

A forte presença da agropecuária implica também a presença de solo exposto

sujeito à ação de gotas de chuva, o que tende a causar sua compactação e diminuição

da sua capacidade de infiltração, gerando aumento da velocidade do escoamento

superficial e da vazão máxima (BALBINOT et al., 2008; FREDDI et al., 2007; PRUSKI

et al., 2003). Segundo Latuf (2007), a classe cultivo e pasto explica a redução das

taxas de vazão mínima, geradas pelo índice reduzido da cobertura florestal, que

diminui a eficiência da interceptação do dossel florestal.

A precipitação do semestre mais seco apresentou comportamento positivo em

todas as equações das vazões mínimas estudadas, o que indica que, apesar de essa

precipitação ter aumentando no decorrer da análise temporal realizada, as vazões

mínimas permanecem reduzindo. Como a bacia do rio Catolé é uma área que

apresenta características fisiológicas da cobertura florestal e índices pluviométricos

escassos, no período de estiagem o abastecimento dos aquíferos é limitado, o que

implica diminuição constante das vazões mínimas

A precipitação do mês mais seco apresenta resultado negativo para a vazão

mínima Q (90). Esse comportamento já era previsto, já que essa precipitação

apresentou redução de 81,81% comparada ao primeiro e ao último ano de

monitoramento da bacia do rio Catolé.

Os resultados obtidos neste trabalho, no que diz respeito aos usos do solo e aos

estudos sobre a vazão do rio Catolé, mostram que os fatores que podem ser

modificados pela ação antrópica usos do solo influenciam diretamente nos resultados

de vazão do rio. Assim, a adoção de práticas corretas e um manejo sustentável dos

solos e da vegetação que cobre a bacia hidrográfica contribuem positivamente para a

manutenção da perenidade dos rios e uma diminuição dos eventos extremos de vazão.

44

5. CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos neste trabalho pode-se concluir:

As classes de usos do solo que tiveram tendência de crescimento ao longo

do período analisado foram a classe pasto mata e campo antrópico,

ocorrendo comportamento contrário quanto às classes cultivo, solo exposto e

reservatório.

A bacia do rio Catolé apresenta forte influência das ações antrópicas em toda

a sua extensão, pela forte presença da classe pasto, campo antrópico e

cultivo, que totalizaram 70,64% da área da bacia.

O comportamento da vazão máxima associou-se ao uso do solo pasto, à

precipitação do mês mais chuvoso e à precipitação média anual; a vazão

média, ao uso do solo mata e à precipitação média anual; as vazões

mínimas, aos usos do solo pasto e cultivo, à precipitação do mês mais seco e

à precipitação do semestre mais seco.

O comportamento hidrológico na bacia do rio Pardo, expresso pela vazão

máxima, média e mínima, está associado às modificações dos usos do solo e

às alterações no regime pluvial.

45

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Maria.

55

APÊNDICES

Figura 1 A – Classe temática do uso do solo para o ano de 1993 na área da bacia hidrográfica do rio

Catolé.

56

Figura 2 A – Classe temática do uso do solo para o ano de 1998 na área da bacia hidrográfica do rio

Catolé.

57

Figura 3 A – Classe temática do uso do solo para o ano de 2003 na área da bacia hidrográfica do rio

Catolé.

58

Figura 4 A – Classe temática do uso do solo para o ano de 2008 na área da bacia hidrográfica do rio

Catolé.