infiltrAÇÕES - a cidade em foco
-
Upload
julianna-prota -
Category
Documents
-
view
223 -
download
0
description
Transcript of infiltrAÇÕES - a cidade em foco
TGI II. 2012 JULIANNA PROTA G. DE OLIVEIRA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULOINSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
SÃO CARLOS
PROFESSORES CAP:JOUBERT JOSE LANCHA LÚCIA ZANIN SHIMBOSIMONE HELENA T. VIZIOLIFRANCISCO SALLES T. FILHO
INFILTRAÇÕES - A CIDADE EM FOCO
ÍNDICE
> INQUIETAÇÕES
> infiltrações referenciais
> infiltrações na macro-escala da cidade
> infiltrações na micro-escala da cidade
> AÇÕES
4-7
7-13
15-21
22-108
109-139
Chegou o momento em que uma primeira síntese sobre os conhecimentos e experiências adquiridos ao longo do curso de Arquitetura e Urbanismo impõe presença e concretização projetual. Pensar sobre esta arte que envolve a construção e que permeia tantos outros campos do conhecimento; que é feita para e pelo homem e que, portanto, esta imersa na sua complexidade, assim como na complexidade de relações da cidade.
Um processo que teve início no primeiro ano de faculdade, mas que ganha corpo durante as etapas de Pré-TGI e TG1, e agora delimita seu ciclo em TGI2.
Um árduo processo de investigação na busca em concatenar idéias, não necessáriamente de forma linear nem com a pretensão de ser um produto acabado, mas que evidencia o processo. Constante ir e devir, da escala do macro ao micro e vice-versa, na busca por estabelecer relações. Muito mais um projetar condições do que condicionar o projeto.Além disso, um processo investigativo que foi antes um processo de desnaturalizar a minha própria forma de projetar e pensar a arquitetura, de modo a desligar algumas coisas do automático, (re)construção de um novo olhar não pautado pelas primeiras percepções; uma problematização que começa pelas questões simples.
PRIMEIRAS CONSIDERAÇÕES
4
O trabalho tem o nome de Infiltrações – a cidade em foco, devido ao interesse em lidar com o pré-existente, com a dinâmica da cidade, diferentemente da tábula rasa. Novos usos, atividades sempre devem ser pensados em relação aos já existentes. Não se deve perder de vista para quem a arquitetura esta sendo feita. A cidade, ao mesmo tempo que invade o projeto, é também invadida por este.
Ter a consciência, que ao projetar, se está também redesenhando a cidade, seu funcionamento, organizando novas concepções em sua trama, agindo sobre seus fluxo e sobre sua dinâmica física e simbólica.
Uma estratégia não baseada numa continuidade histórica nem espacial, nem na homogeneidade histórica ou social, mas sim na indeterminação e no dinâmico. O interesse no desenvolvimento do trabalho está primeiramente apontado para um enfrentamento em lidar com a indeterminação e o dinâmico, a instabilidade da configuração urbana num processo contínuo de articulação.
Assim um olhar que permeado primeiramente por pequenas mudanças, mesma no forma de nomear as coisas, foi tomando corpo e ampliando o seu horizonte. Um incessante questinar-se sobre as diferentes escalas do existente. Ter a noção, como coloca Marketica Potrc, que não podemos mais trabalhar com idéias pré-concebidas dos espaços. Devemos intensionar torná-los atuais. Isso se insere dentro de uma tentativa de olhar para as coisas em termos de sociedade e, sobretudo, em termo dos usuários dessa sociedade.
Dessa maneira, Potrc, ao invés de se referir aos espaços da cidade como espaço público, usa o termo espaço compartilhado, uma vez que tal mudança tras implícito a idéia do usuário, de que existe uma participação.
Este trabalho incorpora essa respossabilidade, essa maneira de olhar para a cidade e de lidar com um conhecimento que deve ser reinventado. Assim, é fundamental a análise de algumas obras como exemplos de soluções que dialogam com as inquietações aqui colocadas, de modo a aprofundar o entendimento do tema e as abordagens projetuais em relação a este.
INQUIETAÇÕES
A relação entre arquitetura e a cidade encontra em Lina Bo Bardi, mais do que uma defensora, uma expoente praticante. Lina preconiza não a delimitação da arquitetura, mas a potencialização dos espaços, canalizando peculiaridades/potencialidades sensitivas do local a favor do projeto e tirando força da participação dos usuários.
É dessa maneira, por exemplo, que ela realiza a intervenção na antiga fábrica de tambores de pompéia. Ao mesmo tempo em que ela preserva a identidade da fábrica e do local, com o aspecto de vila operária, estruturado por uma rua central e diversos pavilhões distribuídos ao longo dessa via, Lina busca disseminar o projeto na cidade, atuando nos limites e tensionando as relações.
“Lina junta materiais, organiza relações espaciais e sobrepõe referências culturais, elaborando uma plasticidade plena de poesia e delicadeza para sua arquitetura. É a partir destas ações de juntar, aproximar e contrapor que a materialidade de sua arquitetura se configura.”
Vale notar o modo inicial como Lina denomina este espaço a ser criado, dando preferência ao termo centro de lazer ao invés de centro cultural, pois “o cultural pesa muito pesa muito e pode levar as pessoas a pensarem que devem fazer cultura por decreto. E isso, de cara, pode causar uma inibição ou embotamento traumático”.
É de interesse deste trabalho a forma como Lina Bo Bardi encara o artesanato e sua relaçao com a cultura. Lina coloca que existe uma confusão inadequada entre os termos folclore e artesanato, reduz a potencia utilitária do artesanato, tomando-o apenas por seus aspectos superficiais e não por possibilidades estruturantes. Artesanato designa uma categoria de manifestação mais autenticamente porpular, vinculado à condiçõe s específicas para ser produzido.
Me chama a atenção o cuidado que Lina Bo Bardi sempre persegue em seus projetos e em seus levantamentos críticos em não engessar, nem mesmo permitir que engessem, as coisas. Como Lina possui uma consciência de liberdade e sensibilidade com as subjetivações criadas por todos. A arquiteta busca ir na direção contrária a qualquer repressão, de instlação de códigos, normas.
“Para Lina Bo Bardi, esta produção manufaturada deixaria de ter significado cultural sob duas condições: quando as condições sociais que a estruturam se esgotam e também quando o corporativismo estatal se apropria desta produção para legitimar um discurso nacionalista. Isto justifica sua preocupação em ajustar os termos de seu discurso” (ROSSETTI)
Inserido num projeto mais amplo, que busca progressivamente devolver a vida ao Bairro da Luz na cidade de São Paulo, o projeto de intervenção no antigo Liceu de Artes e Ofícios refuncionalizou o edifício para um museu artístico nas mãos do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, juntamente com os arquitetos Eduardo Colonelli e Wellinton Torres.
Me interessa trazer este projeto pela forma como foi retrabalhado a pre-existencia e todas os questionamentos envoltos nessa operação. Um cuidado desde lidar com as camadas históricas e já existentes, perpassando por questões de implantação e ligação com a cidade até intervenções mais pontuais, na escolha e posicionamento dos materiais.
Chama a atenção a maneira como são realizadas mudanças na espacialidade do existente, com a revelação dos espaços externos em espaços de permanência e de passagem, com a criaçao de novos eixos suspensos de circulação. Uma ação que possibilita novas formas de apreensão e fruição da arquitetura e do acervo em exposição.
Um cuidado com a materialidade já existente e na reinserção de novas, de modo a “agregar valor ao velho edifício a partir da reaparição do existente – da valorização dos elementos que o projeto conclama, emergidos a partir de uma confrontação com o presente e que nos fazem atentar à experiência arquitetural do passado”. Após as colocações a cima, percebe-se que o que foi primordial neste projeto de intervenção foi a forma adotada de ação no existente, baseada num pensamento relacional e, assim, que não busca imperativos, mas trabalha nas interfaces. “onde os aspectos da temporalidade não ficam presos às questões estéticas, éticas e morais de como conjugar dois tempos que, em verdade, não podem ser tomados como coisas diferentes, mas avança em seu comprometimento com a realidade que deve articular”
[MULLER]
De fato, para além de uma inquietação, a relação arquitetura e cidade impõe uma forma mais consistente de proposta projetual. O objeto do trabalho, persegue, então, uma arquitetura mais próxima da experiência urbana, mais próxima de seus usuários, que se coloca como potência do pensamento, permitindo a capacidade do juízo, do dar-se conta. Assim, uma arquitetura pensada como um processo aberto, que estimula o movimento e a experimentação, na assimilação do improviso e no dar subsídios as reapropriações.
“Medir-se com o improjetável. Mergulhar profundamente nos processos de subjetivação que se atuam no corpo-a-corpo com dispositivos contemporâneos, encourajando a aventura humana, despertando a capacidade de encontrar pontos de fuga, direções imprevisíveis e ingovernáveis que façam naufragar qualquer forma de poder que impõe a lei econômica à vida dos homens.”[LUTERO P. ALMEIDA]
13
av. Jerô
nimo Gon
çalves
av. Francisco Junqueira
rua José Bonifácio
rua Saldanha Marinho
rua Amador Bueno
rua Álvares Cabral
rua Tibiriça
rua Visconde de Inhaúma
rua Barão do Amazonas
rua Cerqueira César
rua Duque de Caxias
rua General Osório
rua São Sebastião
rua Américo Brasiliense
rua Florêncio de Abreu
rua Lafaiete
rua Prudente de Morais
rua Campos Salles
rua Rui Barbosa
rua Bernardino de Campos
RIBEIRÃO PRETO É A CIDADE ONDE ESTÁ INSERIDA A ÁREA DE INTERVENÇÃO.
CIDADE DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, RIBEIRÃO POSSUI HOJE 604.482 HAB (IBGE 2010). CIDADE, PORTANTO, DE PORTE MÉDIO E QUE ESTA EM PLENA CONFORMAÇÃO. DESSA FORMA, VAI SENDO ORGANIZADA POR ÁREAS DE EXPANSÃO ALÉM DO SEU LIMITE URBANO, AO MESMO TEMPO EM QUE SÃO REAFIRMADAS OU SE ESTABELECEM NOVAS RELAÇÕES NA SUA ÁREA CENTRAL.
A ÁREA EM DESTAQUE É O CHAMADO QUADRILÁTERO CENTRAL DA CIDADE, DELIMITADO PELAS AVENIDAS FRANCISCO JUNQUEIRA, INDEPENDÊNCIA, NOVE DE JULHO E JERÔNIMO GONÇALVES. ÁREA DE CONVERGÊNCIA DAS VIAS ESTRUTURANTES DA CIDADE, É UMA REGIÃO DE FÁCIL ACESSO.
infiltrações na macro-escala
17
O PROJETO TRABALHA SEGUNDO A PERCEPÇÃO DE DUAS CENTRALIDADES DENTRO DO QUADRILÁTERO CENTRAL DE RIBEIRÃO. UM CENTRO CUJO NÚCLEO É PRAÇA XV DE NOVEMBRO, QUE CONCENTRA GRANDE PARTE DAS ATIVIDADES, FLUXOS E EVENTOS DA CIDADE, COM UMA NÍTIDA DISTINÇÃO DO ENTORNO PELO GABARITO MAIS ALTO, DEVIDO A CONCENTRAÇÃO DE ELEVADOS EDIFÍCIOS; E UMA OUTRA CENTRALIDADE AO REDOR DO EIXO DO CÓRREGO DO RIBEIRÃO E SUA RESPECTIVA AVENIDA LINDEIRA JERÔNIMO GONÇALVES, MARCADA PELO DECLÍNIO DAS ATIVIDADES COMERCIAIS, DEVIDO AO ESPRAIAMENTO E MULTIPLICAÇÃO DOS SHOPPINGS CENTERS PELA CIDADE; CONSTITUI-SE NUMA CENTRALIDADE PARALELA, DOMINADA POR UMA PROFUSÃO DE FLUXOS DE CARROS E TRANSPORTE PÚBLICO E PONTES, POIS É UM DOS PRINCIPAIS PONTOS DE PARTIDA E DE PASSAGEM PARA OUTRAS ZONAS.
ESTA SEGUNDA CENTRALIDADE, DE MANEIRA GERAL, TEVE SUA IDENTIDADE CRIADA PELA PRESENÇA DO MERCADO MUNICIPAL E PELA MULTIPLICIDADE DE ATIVIDADES COMERCIAIS DE DIFERENTES TAMANHOS MESCLADOS À MORADIA. AS QUADRAS SOFRERAM CONSTANTES TRANSFORMAÇÕES: NA IMPOSSÍBILIDADE DE CRESCER EM GABARITO, PELA DEBILIDADE DAS CONSTRUÇÕES, O CRESCIMENTO SE DEU EM DIREÇÃO AO MIOLO DE QUADRA, GERANDO CONFIGURAÇÕES QUE FOGEM À UMA LÓGICA CONSTRUTIVA .
TERMINAL RODOVIÁRIOUNIDADEDE SAÚDE
PARQUE MAURÍLIOBIAGI
MERCADO MUNICIPAL
CENTROPOPULARCOMPRAS
SESC
ESCOLA MUNICIPAL
PREFEITURA
MUSEU DE ARTE
CATEDRAL
TEATRO PEDRO II
CENTROCULTURALPALACE
ESTÚDIOS KAISER DE CINEMA
BIBLIOTECA MUNICIPAL
PRAÇA DASBANDEIRAS PRAÇA LUIS
DE CAMÕES
PRAÇA SCHMIDT
PRAÇA XV DE NOVEMBRO
córrego Ribe
irão Preto
córrego do Retiro
> ILUSTRAÇÃO DA ÁREA ELEVADA E, PORTANTO, DE USO EXCLUSIVO PARA O PEDESTRE, ENTRE O MERCADO MUNICIPAL E O CENTRO POPULAR DE COMPRAS [CPC]. UM DOS ÚNICOS ESPAÇOS DA ÁREA DESTINADOS À CIDADE. UM INTERSTICIO QUE GANHA VIDA NA APROPRIAÇÃO DO SEU ESPAÇO
infiltrações na micro-escala
22
> VISUAL A PARTIR DA RODOVIÁRIA, COM DESTAQUE PARA PRESENÇA DO TERMINAL DE ÔNIBUS E, MAIS ADIANTE, O CPC.
avenidas que delimitam o quadrilátero central - em destaque FranciscoJunqueira e JerônimoGonçalves
intensidade do fluxo
demarcação das duascentralidades
delimitação da áreade intervenção
> LOCALIZADA NO ENTRE DAS DUAS CENTRALIDADES DO QUADRILÁTERO CENTRAL, A ÁREA DE INTERVENÇÃO É CONSTRUÍDA POR FLUXOS. PERMEADA NESTE NÓ DE TRANSPORTES, O CARÁTER DE ESPAÇO PÚBLICO FOI QUASE POR COMPLETO DISSOLVIDO.
28
av. Jerô
nimo Gon
çalves
av. Francisco Junqueira
rua José Bonifácio
rua Saldanha Marinho
rua Amador Bueno
rua Álvares Cabral
rua Tibiriça
rua Visconde de Inhaúma
rua Barão do Amazonas
rua Cerqueira César
rua Duque de Caxias
rua General Osório
rua São Sebastião
rua Américo Brasiliense
rua Florêncio de Abreu
rua Lafaiete
rua Prudente de Morais
rua Campos Salles
rua Rui Barbosa
rua Bernardino de Campos
av. Jerô
nimo Gon
çalves
av. Francisco Junqueira
rua José Bonifácio
rua Saldanha Marinho
rua Amador Bueno
rua Álvares Cabral
rua Tibiriça
rua Visconde de Inhaúma
rua Barão do Amazonas
rua Cerqueira César
rua Duque de Caxias
rua General Osório
rua São Sebastião
rua Américo Brasiliense
rua Florêncio de Abreu
rua Lafaiete
rua Prudente de Morais
rua Campos Salles
rua Rui Barbosa
rua Bernardino de Campos
> diagrama de intensidade do fluxo na área, sobreposição dos percursos de pedestre, com os de carro e meios de tranporte urbano.
> delimitação da área de intervenção.
> destaque para os eixos de fluxo que atravessam a área de intervenção.
A INFILTRAÇÃO ENTÃO UM ESPACO INTERNO A ESTAS, NUMA POSSIBILIDADE DE FUGA À LÓGICA ORTOGONAL DO TRAÇADO URBANO, AO MESMO TEMPO QUE PRIVILEGA A BUSCA DA CONTINUIDADE E DINÂMICA DOS ESPAÇOS DA CIDADE. RE-TRABALHAR ESTE ESPAÇO DE FLUXOS EM ESPAÇOS QUE TAMBÉM PERMITAM PERMANÊNCIAS.
DIVERSAS SÃO AS FORMAS QUE SE PODE ENCARAR ESSE VAZIO CRIADO. POR ISSO, A INTERVENÇÃO É CONSTRUÍDA NUM INCESSANTE IR E VIR DE ESCALAS, DE CAMADAS. UMA AÇÃO QUE PREZA POR DESPERTAR REFLEXÕES ANTES DE CONDICIONÁ-LAS, SE COLOCANDO ENTRE O PROGRAMADO E ABERTURA À CONSTRUÇÃO DE NOVAS SITUAÇÕES.
SE ENTRANHA ENTRE QUADRAS E GERA
COM BASE NA PERSPECTIVA DE INTERCÂMBIO ENTRE ESPAÇOS COMPARTILHADOS DA CIDADE, COM ATIVIDADES CULTURAIS E DE LAZER, A INTERVENÇÃO PROPÕE A CRIAÇÃO DE UM ESPAÇO DE LAZER EM RIBEIRÃO PRETO, EM QUE, ATRAVÉS DO PROLONGAMENTO E DESDOBRAMENTO DOS PASSEIOS PÚBLICOS NO INTERIOR DAS QUADRAS, ESTABELECEM-SE VÍNCULOS COM OS USOS DO ENTORNO.
TOMA-SE A CIDADE COMO UM GRANDE ESPAÇO COLETIVO ABERTO. ASSIM A EXPLORAÇÃO PROGRAMÁTICA PROPOSTA, BASEADA NA INTERAÇÃO ENTRE ARTES DO FAZER, ENTRELAÇAMENTO ENTRE O ARTESANATO, O DESIGN, E EXPRESSÕES ARTÍSTICAS URBANAS, É ENTENDIDA COMO COMPLEMENTO AO CONJUNTO DE ESPAÇOS DE LAZER DA CIDADE.
É IMPORTANTE RESSALTAR, A INTERVENÇÃO BUSCA CRIAR UM ESPAÇO COLETIVO, QUE POSSUI ARTICULAÇÃO COM USOS CULTURAIS DA CIDADE, MAS QUE NÃO PERSEGUE BASES NUM CORPORATIVISMO ESTATAL. ESSE ESPAÇO É PARA O POVO E POR ELE DEVE SER GERADO, ORGANIZADO.
AINDA SOBRE RIBEIRÃO, VALE COLOCAR QUE É UMA CIDADE QUE SE DESTACA NO CENÁRIO REGIONAL NO ÂMBITO CULTURAL, DEVIDO, POR EXEMPLO, A EVENTOS COMO A FEIRA NACIONAL DO LIVRO E POR VIRADAS CULTURAIS. TAIS EVENTOS SÃO REALIZADOS, PRIORITARIAMENTE, NA PRAÇA XV DE NOVEMBRO.
JÁ ESTE ANO, ESSE ESPAÇO REVELOU-SE INSUFICIENTE PARA A PRODUÇÃO DOS FESTIVAIS. PARA ALÉM DE COLOCAR A QUESTÃO DA ESCASSES DE ESPAÇOS COMPARTILHADOS NA CIDADE, BUSCA-SE AQUI EVIDENCIAR O ESPRAIAMENTO DA PRODUÇÃO DESSES EVENTOS POR OUTROS ESPAÇOS DA CIDADE, OCUPANDO ATÉ PRAÇAS E RUAS.
A PRIMEIRA VISTA, NOTA-SE, EM RIBEIRÃO, UMA CONCENTRAÇÃO DE ATIVIDADES CULTURAIS NAS ÁREAS TEATRAIS, MUSICAIS E DE CINEMA, TENDO NO TEATRO D. PEDRO II E, MAIS RECENTEMENTE, NOS ESTÚDIOS KAISER DE CINEMA, ESPAÇOS POTENCIAIS DESSAS ATIVIDADES ARTÍSTICAS.
33
cinema
educação
lazeresporte
cinemaeventos
arte
teatro
lazeresporte
música
arte
lazereventos
educação
educação
educação
educação
ARTESANATOARTE
DESIGN
arte
teatromúsica
eventosmúsica
O PROJETO CONSTITUI-SE, PRIMARIAMENTE, POR DOIS GRANDES PLATÔS NA SUPERFÍCIE [NAS COTAS DE NÍVEL 525,70 E 528,70] QUE SE ARTICULAM CONFORME O ENCONTRO DAS ATIVIDADES PROPOSTAS E DO CRUZAMENTO DE FLUXOS NOS PATAMARES , NUM ENTRELAÇAR COM A CIDADE E SEUS USOS, CONSTRUINDO OS ESPAÇOS DE PERCURSO E DE PERMANÊNCIA DENTRO DO PROJETO E DAS MEDIAÇÕES AS QUADRAS DE INTERVENÇÃO.
ATRAVÉS DO EIXO LONGITUDINAL CENTRAL INSEREM-SE OUTROS EIXOS TRANSVERSAIS DE CIRCULAÇÃO EM CONJUNTO COM GRANDES ÁREAS DE CONVÍVIO AO AR LIVRE, QUE BUSCAM VÍNCULOS COM OS USOS DO ENTORNO.
TOMA-SE A CIDADE COMO UM GRANDE ESPAÇO COLETIVO ABERTO. ASSIM A EXPLORAÇÃO PROGRAMÁTICA PROPOSTA, BASEADA NA INTERAÇÃO ENTRE ARTES DO FAZER, ENTRELAÇAMENTO ENTRE OS CAMPOS DO ARTESANATO E DO DESIGN, E EXPRESSÕES ARTÍSTICAS URBANAS, É ENTENDIDA COMO COMPLEMENTO AO CONJUNTO DE ESPAÇOS DE LAZER DA CIDADE.
O EDIFÍCIO COMO RECEPTOR E PROPULSOR DE CONEXÕES, DESDE VÍNCULOS COM OS USOS DO ENTORNO, ATÉ DIVERSAS COMBINAÇÕES ENTRE AS ATIVIDADES LIGADAS AOS PRÓPRIOS CAMPOS PROGRAMÁTICOS PROPOSTOS, ESPAÇOS TAMBÉM ENTRELAÇADOS POR ESPAÇOS DE EXPOSIÇÃO E DE EXPERIMENTAÇÕES TEATRAIS, MUSICAIS, DE DANÇA, ENTRE OUTROS.
FOI PRECISO PENSAR E LIDAR COM O CAMPO DO ARTESANATO NA ATUALIDADE. PERCEBER QUE O ARTESANATO, HOJE, TRABALHA SEGUNDO UMA IMPRECISÃO, SEJA NO FAZER EM SI, EM QUE SEU ALCANCE FOI RELEGADO A UM SABER ARCAICO, DESPROVIDO DE GRANDES UTILIDADES, RESERVADO AO MERCADO DE FUTILIDADES OU AO TURISMO; SEJA NA DELIMITAÇÃO DO SEU PRÓPRIO CAMPO DE AÇÃO, QUE ESTÁ CADA VEZ MAIS PRÓXIMO DE OUTRAS ARTES DO FAZER.
DESSA FORMA, PERSEGUE-SE AUMENTAR O CONHECIMENTO A RESPEITO DO ARTESANATO EM CONJUNTO COM O DESIGN E À ARTE. REPENSAR O SISTEMA DE ENCONTRO ENTRE ESSES CAMPOS, O QUE IMPLICA EM CRIAR CONDIÇÕES PARA QUE OS ENVOLVIDOS NA PRODUÇÃO ENCONTREM O SENTIDO DE SEU TRABALHO E POSSAM, ELES MESMOS, NORTEÁ-LO DE ACORDO COM AS SUAS NECESSIDADES.
Rua SaldanhaMarinho
Rua José Bonifácio
Rua Américo
Brasiliense
Rua Florêncio
de Abreu
Rua Lafaiete
Rua São Sebastião
DESIGN
ARTESANATO
ARTE
ponto de ônibus-em nivel com a quadra em questao
ponto de ônibus
NÍVEL 531,70diagrama exploração programática
espaços dos núcleos densos adicionados
dispositivos de conexão escadas elevadores
espaços das edificações existentes
rampas passarelas
ACESSO
eixo de circulaçãovertical
ACESSO
arquibancadaestarrepousoleitura
REFRESCA PERCURSO EVENTOespaço paraapresentações>teatrais, musicais, dedança, etc
CAFÉCONVERSA
exposiçãoACESSO
fluxopasseio
permanência eixo de circulaçãovertical
ESPAÇO COMPARTILHADO CONVERSA
PERMANÊNCIA CAMINHAPERMANÊNCIA FAZER ATELIÊS
VER CONVERSA FAZERAPRENDER
estúdios demalharia,tecelagem,pintura
eixos de circulaçãovertical
CAFÉ DESCANSA EXPOSIÇÃO PERMANÊNCIA CAMINHA VER
VER CAMINHA VERESPAÇOCOMPARTILHADO
ACESSOFAZER
APRENDER
VERREFRESCAR MULTIMEIOS
FAZER EXPERIMENTAÇÕES
espaço com equipamento para desenvolver protótipos
edificações existentes
núcleos densos adicionados
intercâmbio comusos do entorno
pontos de ônibus
eixo longitudinalcentral
eixos secundários depercursos
CRIA-SE UM ESPAÇO COMPARTILHADO, FORMADO POR UM CONJUNTO ARQUITETÔNICO ARTICULADO ENTRE UMA BASE EDIFICATÓRIA EXISTENTE E NÚCLEOS DENSOS DE EDIFICAÇÕES NOVAS, CUJA INTERFASE É TRABALHADA POR DISPOSITIVOS DE CONEXÃO, REPRESENTADOS POR EIXOS FIXOS DE CIRCULAÇAO VERTICAL (ESCADAS, ELEVADORES E RAMPAS) E HORIZONTAL (PASSARELAS).
BUSCA-SE VER NA INTERPRETAÇÃO DA QUALIDADE DO VAZIO UMA EXTENSÃO DO OBJETO NÃO APRISIONADO AO PRAGMATISMO DA FORMA E DO DOMÍNIO. UM ESPAÇO QUE É PENSADO E CRIADO A PARTIR DO CAMINHAR: TIRAR FORÇA DO GRANDE FLUXO DE PESSOAS QUE PASSAM PELA ÁREA DE INTERVENÇÃO, PROPORCIONANDO-LHES NOVAS FORMAS DE TRANSPOSIÇÃO DIÁRIAS, MAS TAMBÉM ESPAÇOS ONDE ELA POSSAM PERMANECER E NOS QUAIS ELAS SE IDENTIFIQUEM.
A IMPLANTAÇÃO ESTRUTURA-SE A PARTIR DE UM EIXO CENTRAL QUE BUSCA A UNIDADE VISUAL E QUE TIRA PARTIDO DA TOPOGRAFIA PARA CRIAR VÍNCULOS ENTRE OS ESPAÇOS E AS QUADRAS. AO PERCORRER A EXTENSÃO DA ÁREA SE ARTICULAM PERCURSOS, ATIVIDADES, PÁTIOS, PRAÇAS; UM TENSIONAMENTO DAS DISTINTAS SITUAÇÕES EXISTENTES.
Q3Q2Q1
liberação de visuais paramelhor percepção das edificações existentes
criação de vínculos intrae interquadras
A INTERVENÇÃO É PENSADA ENQUANTO P E R C E P Ç Ã O S I M U L T Â N E A D A MULTIPLISCIDADE DE NÍVEIS DA COMPLEXIDADE DA CIDADE. LIDAR COM UMA SITUAÇÃO EXISTENTE, QUE SERÁ CONFRONTADA, EXTRAPOLADA, RECOLOCADA.
UM PROCESSO QUE VAI DESDE A ESCALA DO URBANO ATÉ UMA AÇÃO MAIS PONTUAL, DOTADA SEMPRE DA PREOCUPAÇÃO COM O COLETIVO E NA BUSCA POR CRIAR PARÂMETROS POSSÍVEIS DE RELAÇÕES DENTRO DA NOÇÃO DESSE ESPAÇO COMPARTILHADO.
ISSO POSTO, OPERA-SE SEGUNDO UMA ESTRATÉGIA DE DESCONSTRUÇÃO, DE MODO A LIBERAR AS CAMADAS DO EXISTENTE EM QUESTÃO. TAIS CAMADAS SERÃO TRABALHADAS ENQUANTO RELAÇÕES: RECIPIENTES DA EXISTÊNCIA, QUE, POR SUA NATUREZA RELACIONAL, NÃO DETERMINAM, MAS POSSIBILITAM ACONTECIMENTOS.
rua Américo
Brasiliense
rua Florêncio
de Abreu
rua Lafaiete
rua São Sebastião
rua Saldanha Marinho
rua José Bonifácio
> A REGIÃO CONSTITUI-SE NUM DOS PONTOS INICIAIS DA CIDADE E, ASSIM, ESTEVE PERMEADA POR CONSTANTES T R A N S F O R M A Ç Õ E S , I N C L U S I V E DESCARACTERIZAÇÕES DE SUA ARQUITETURA ORIGINAL. FATO AGRAVADO PELO USO PREDOMINANTEMENTE COMERCIAL DA ÁREA. ASSIM, ADAPTAÇÕES, AO LONGO DO TEMPO ÀS DINÂMICAS ECONÔMICAS, SOCIAIS E CULTURAIS.
PREEXISTÊNCIAS
rua Américo
Brasiliense
rua Florêncio
de Abreu
rua Lafaiete
rua São Sebastião
rua Saldanha Marinho
rua José Bonifácio
INFILTRAÇÕES
edificações existentesa intervir
edificações total ouparcialmente desocupadas
uso como estacionamento
demolições
deliminitação daárea de intervenção
edificações adicionadas
dispositivos de conexão
uso comercial reinserido
escadas
elevadores
rampas
passarelas
> A INFILTRAÇÃO CONSISTE EM ADIÇÕES E SUBTRAÇÕES AO PREEXISTENTE, ADICIONANDO NÚCLEOS DENSOS [EDIFICAÇÕES NOVAS], DISPOSITIVOS DE CONEXÃO - REPRESENTADOS POR EIXOS FIXOS DE CIRCULAÇÃO VERTICAL [ESCADAS, ELEVADORES E RAMPAS] E PLANO HORIZONTAL [PASSARELAS] - E APARATOS FLEXÍVEIS, QUE AUXILIAM NA OCUPAÇÃO E APROPRIAÇÃO DESSE ESPAÇO
CAMADA DAS EDIFICAÇÕES EXISTENTES
CAMADA DAS EDIFICAÇÕES ADICIONADAS
P 71-82
P 83-90
CAMADA DOS DISPOSITIVOS DE CONEXÃO
P 91-98
APARATOS FLEXÍVEIS DE OCUPAÇÃO
99-104P
av. Jerônimo
Gonçalves
rua José Bonifácio
rua Saldanha Marinho
rua São Sebastião
rua Américo Brasiliense
rua Florêncio de Abreu
rua Lafaiete
FORAM SELECIONADAS TRÊS EDIFICAÇÕES NA ÁREA DE INTERVENÇÃO A SEREM RETRABALHADAS.
OPERA-SE NO SENTIDO DE QUESTIONAR A DISTINÇÃO NOS EDIFÍCIOS DE UMA FACHADA PRINCIPAL, VOLTADA PARA AS VIAS DE CIRCULAÇÃO DA CIDADE, EM CONTRAPONTO, AS DEMAIS FACHADAS.
A INTERVENÇÃO,AO LIBERAR TRANSPOSIÇÕES NO INTERIOR DAS QUADRAS, EXPÕE ESTE RACIOCÍCIO E O TENSIONA ATUANDO EM DIFERENTES NÍVEIS DE INTERVENÇÃO, QUE TRABALHAM DESDE INFILTRAÇÕES NA ESCALA DO URBANO - POSSIBILITAR O PROLONGAMENTO DOS PASSEIOS URBANOS -, ATÉ INFILTRAÇÕES MAIS PONTUAIS, COMO NA INTEGRAÇÃO ENTRE ESPAÇOS DO EDIFÍCIO AO PROMOVER RECORTES NAS LAJES.
CADA QUADRA CONCENTRA DETERMINADO NÚMERO DE PREEXISTÊNCIAS. TAL DIFERENÇA DELINEOU UMA FORMA DE COMO OPERAR.
infiltraçõesCAMADA DAS EDIFICAÇÕES EXISTENTES
redefinição dos acessos do edifíciocom redesenho das aberturas -retirada das portas metálicas; uso da madeira [entradas] evidro como materialidade.
edificação do entorno demolida - criação de um novo acesso a quadra;nova forma de apreensão da cidadee da edifícação existente.
DEMOLIÇÕESELEMENTOS REMOVIDOSELEMENTOS RETRABALHADOS
retirada da antiga marquise, com a reincorporação de uma nova,desenhada na linguagem dos dispositivosde conexão - marcação dos distintas camadas adicionadas.
intervenção no existente, de modo a facilitar a Leitura da edificação, com a repintura das paredes, na cor branca, de modo a revelar seu desenho e ressaltar as aberturas, essas também retrabalhadas, com a remoção de caixilhos e telas de proteção, e uso de chapa metálica em substituição as antigas esquadrias.
abertura de acessos aointerior da quadra
aberturas no térreo - redefinição dos acessoas
acessos
RUA SALDANHA M
ARINHO
RUA JOSÉ BONIFÁCIO
abertura de acessos aointerior da quadra
aberturas no térreo - redefinição dos acessoas
acessos
elementos retrabalhados
elementos removidos
> EM CONTRAPONTO AS DEMAIS QUADRAS DA ÁREA DE INTERVENÇÃO, ESTA QUADRA NÃO APRESENTA UM EDIFÍCIO EM SI COMO OBJETO DE INTERVENÇÃO.
A INFILTRAÇÃO AO ROMPER COM UM ESPAÇO INTERNO AS QUADRAS, CONSTRÕE-SE A PARTIR DE UM CONJUNTO DE PAREDES, QUE SERÃO EXPLORADAS COMO ESPAÇOS PARA APROPRIAÇÃO POR EXPRESSÕES ARTÍSTICAS URBANAS.
galeria ao ar livre -espaços de arte
Q2
ruajosé bonifácio
acesso criado
painéis expositivos, com as técnicasde grafiti, lambe-lambe, stencil, entre outras
DEMOLIÇÕESELEMENTOS REMOVIDOSELEMENTOS RETRABALHADOS
intervenção no existente, de modoa facilitar a leitura da edificação,com a remoção de caixilhos nas aberturas.
redefinição dos acessos do edifíciocom redesenho das aberturas -retirada das portas metálicas; uso da madeira [entradas] evidro como materialidade.
edificações do entorno demolidas - criação de um novo acesso a quadra;nova forma de apreensão da cidadee da edifícação existente.
retirada do revestimento existente,de modo a revelar a estrutura original,em tijolo.
remoçaõ da laje do teto do último
pavimento, para se ter acesso a luz
zenital das aberturas na cobertura, com
a recuperação da estrutura do telhado.
Q3
ruasaldanha marinho
rua
florêncio de abreu
acesso criado
acesso criado
liberação de visuais paramelhor percepção daedificação existentes
criação de vínculos intrae interquadras
espaço para apropriaçõesartísticas
av. Jerônimo
Gonçalves
rua José Bonifácio
rua Saldanha Marinho
rua São Sebastião
rua Américo Brasiliense
rua Florêncio de Abreu
rua Lafaiete
85
A CAMADA ADICIONADA DAS NOVAS EDIFICAÇÕES EMPREGA O CONCRETO APARENTE COMO MATERIALIDADE, DE MODO A SER UMA BASE NEUTRA QUE
SEJA EM RELAÇÃO AS PREEXISTÊNCIAS, SEJA EM RELAÇÃO AS OUTRAS CAMADAS ADICIONADAS.
DA MESMA FORMA, O USO DO CONCRETO VEM NO SENTIDO DE NÃO GERAR UM OBJETO QUE SE IMPUSESSE A PAISAGEM, NEM QUE SUBJULGASSE AS PREEXISTENCIAS A SUA NOVA ORDEM.
EVIDENCIE AS DISTINTAS TEMPORALIDADES,
infiltraçõesCAMADA DAS EDIFICAÇÕES ADICIONADAS
av. Jerônimo
Gonçalves
rua São Sebastião
rua Américo Brasiliense
rua Lafaiete
rua Florêncio de Abreu
rua Saldanha Marinho
rua José Bonifácio
infiltraçõesCAMADA DOS DISPOSITIVOS DE CONEXÃO
ESCADAS
RAMPAS
ELEVADORES
PASSARELAS
O RACÍCINIO PARA A CONCEPÇÃO DO ESPAÇO CRIADO TIRA FORÇA DAS ESTRUTURAS DE CIRCULAÇÃO, CONSTITUÍDA PELOS DISPOSITIVOS DE CONEXÃO, FORMADA POR PONTOS FIXOS DE CIRCULAÇÃO VERTICAL (ESCADAS, ELEVADORES E RAMPAS) E DE CIRCULAÇÃO HORIZONTAL (PASSARELAS); E AS ÁREAS DE TRÂNSITO, ESPAÇOS QUE SE ABREM AO USO COTIDIANO, ENTRELAÇADOS AS ATIVIDADES, COM ESPAÇOS MAIS DELIMITADOS, GERANDO PONTOS DE INDETERMINAÇÃO DESSAS RELAÇÕES, ABERTOS AS APROPRIAÇÕES. DESSA MANEIRA,
DETERMINADOS PELOS NÍVEIS DAS EDIFICAÇÕES EXISTENTES, OS DISPOSITIVOS DE CONEXÃO DESENHAM UM PASSEIO SUSPENSO, DE MODO GERAL, CONCENTRADO AO EIXO CENTRAL, MAS QUE SE EXTENDE E SE INFILTRA, ALÉM DO EIXO EM ALGUNS MOMENTOS, DE MODO A POSSIBILITAR OS DISTINTOS MOMENTOS AO LONGO DO ESPAÇO DAS QUADRAS E GARANTIR A RELAÇÃO COM O CONTEXTO URBANO.
UM ESPAÇO ESTRUTURADO PELO CAMINHAR E CUJOS PERCURSOS TENSIONAM A PRÓPRIA INTERVENÇÃO.
ESSAS CAMADAS ADICIONADAS DE CIRCULAÇÃO, TRABALHADAS EM CONJUNTO COM A TOPOGRAFIA, SÃO ELEMENTOS QUE ATUAM NAS INTERFACES, NUMA INFILTRAÇÃO QUE SE COLOCA COMO ELEMENTO AGREGADO AO MESMO TEMPO EM QUE PERFURA DETERMINADOS PONTOS DAS EDIFICAÇÕES, TENSIONANDO AS RELAÇÕES NO CONJUNTO DOS TRÊS MOMENTOS DA ÁREA DE INTERVENÇÃO [AS TRÊS QUADRAS].
EDIFIC
AÇÃO N
OVA
PREEXISTÊN
CIA
> INFILTRAÇÕES NAS PREEXISTENCIAS, POR MEIO DE SUBTRAÇÕES
rasgarperfurarconectarSOBREPOSIÇÕES.
EDIFICAÇÃO NOVA
PREEXISTÊNCIA
PREEXISTÊNCIA
acesso
conexão ao nível do térreo
1
2> REAFIRMANDO UMA ARQUITETURA ACOPLADA À OUTRA, ALÉM DE EIXOS PRINCIPAIS DE CIRCULAÇÃO, OS DISPOSITIVOS CRIAM PERCURSOS SECUNDÁRIOS,VOLTADOS PARA O EIXO LONGITUDINAL CENTRAL EXPLORADO NA ÁREA DE INTERVENÇÃO. TAIS PASSEIOS PARALELOS POSSIBILITAM A DESCOBERTA DO
.
ESPAÇO PELO MOVIMENTO.
EDIFICAÇÃO NOVA
EDIFICAÇÃO NOVA
EIXO LONGITUDINAL CENTRAL
> INFILTRAÇÕES NAS PREEXISTENCIAS, POR MEIO DE SUBTRAÇÕES
rasgarperfurarconectarSOBREPOSIÇÕES.
> PRIORIZANDO A CONSTRUÇÃO ESPACIAL DESSE EIXO LONGITUDINAL CENTRAL, OS DISPOSITIVOS SE AGREGAM AOS NOVOS EDIFÍCIOS E EM ALGUNS PONTOS OS PERFURAM COMPLETAMENTE, AMPLIFICANDO AS RELAÇÕES E TENSIONANDO A PRÓPRIA CENTRALIDADE EXPLORADA.
EIXO LONGITUDINAL CENTRAL
EDIFICAÇÃO NOVA
EDIFICAÇÃO NOVA
PREEXISTÊNCIA
EDIFICAÇÃO NOVA
EDIFICAÇÃO NOVA
PREEXISTÊNCIA
> TENSIONAM-SE DS CIRCULAÇÕES, APARTIR DE UMA CONSTRUÇÃO QUE PARTE DE UM EIXO LONGITUDINAL CENTRAL, ENTRELAÇADO À PERFURAÇÕES TRANSVERSAIS. UMA INTERVENÇÃO QUE DETEM O OLHAR SOBRE O TODO DAS TRÊS QUADRAS, AO MESMO TEMPO QUE EXPLORA PATICULARIDADES DE CADA MOMENTO.
FOI ENVOLVIDO POR ESTES CAMPOS, EM QUE É ESSENCIAL UM FAZER, QUE OPERA-SE COM UM QUARTO NÍVEL DE INTERVENÇÃO, QUE BUSCA EXPLORAR O DESENHO DE OBJETOS E MÓVEIS PARA COMPLEMENTAR A ARQUITETURA.
OS APARATOS SÃO ELEMENTOS MÓVEIS DE OCUPAÇÃO, PENSADOS TANTO PARA ESPAÇOS DE PERMANÊNCIA, COMO SUPORTE PARA AS APROPRIAÇÕES
SÃO PENSADOS ENQUANTO COMPONENTES ADICIONADOS, ACOPLADOS AO CORPO DA ESTRUTURA, COMPOSTOS POR MATERIAIS LEVES QUE CONTRASTEM COM O CONCRETO E, ASSIM, RESSALTEM AS CAMADAS ADICIONADAS.
NA NOÇÃO DE OBRA ABERTA, TODOS OS ELEMENTOS ESTÃO DEFINIDOS MAS É NO DIA-A-DIA QUE A OBRA SE RE-COMPLETA.
infiltraçõesAPARATOS FLEXÍVEIS DE OCUPAÇÃO
vista superior
vista frontal
0,25 m0,40 m
> os aparatos de tubos de PVC, articulados com planos horizontais de chapa metálica, seguem uma modulação de 0,40 e 1,10 metros de altura.
> de modo a explorar o desenho de diferentes configurações de objetos a partir de uma mesma materialidade, opera-se com elementos do sistema de infraestrutura dos prédios. assim, aparatos flexíveis de ocupação que utilizam tubos de PVC trabalhados em conjunto com as tubulações hidráulicas e elétricas do edífico que, enquanto elementos aparentes, busca-se tirar proveito de seu grafismo como estruturadores dos espaços - espaços que se propôem mais democráticos.
vista superior
vista frontal
2,26 m
1,16 m
0,06 m0,06 m
0,46 m
0,86 m
> suporte arquibancada > suporte mesa > suportes expositivos
vista superior
vista frontal
2,26 m
1,16 m
0,06 m
3,36 m
0,46 m
0,06 m
2,26 m
> aparatos para apropriações artísticas
> aparatos são estruturas passíveis de serem transportadas entre os diferentes espaços [uso de rodízios].
>aqui estão demonstrados os usos dos aparatos enquanto extensões deste corpo que se apropria do espaço compartilhado.
>acima: suporte para apropriações artísticas; abaixo, uso dos aparatos nas áreas de exposição.
104
> INFILTRAÇÕES ESTA PAUTADO POR UM OLHAR QUE VÊ NO COLETIVO SUA FORÇA. ASSIM, SÃO ESPAÇOS ORIGINADOS DA INTERAÇÃO COM SEUS ESPAÇOS ADJASCENTES E QUE, ENTÃO, NÃO PODEM SER PENSADOS ENQUANTO ENTIDADES ISOLADAS.
UMA INTERVENÇÃO QUE OPERA NAS INTERFACES, ATRAVÉS DE AÇÕES DE SUBTRAÇÃO, PERFURANDO OS LIMITES E INTEGRANDO OS ESPAÇOS.
TEM-SE ENTÃO PANOS OPACOS ,QUE ROMPIDOS EM DETERMINADOS PONTOS DE SUA ALTURA, NUNCA OCUPAM POR COMPLETO O PÉ-DIREITO DOS LUGARES ONDE ESTÃO LOCALIZADOS.
DA MESMA FORMA, ESPAÇOS QUE NECESSITAM DE DETERMINADO ISOLAMENTO - ACÚSTICO, POR EXEMPLO - SÃO TRABALHADOS POR VEDAÇÕES CUJA MATERIALIDADE PREZA PELAS RELAÇÕES VISUAIS.
105
CORTE TRANSVERSAL
espaços dos núcleos densos adicionados
dispositivos de conexão escadas elevadores rampas
espaços das edificações existentes
passarelas
117
eixos de circulaçãovertical
ESPAÇOCOMPARTILHADO
PERMANÊNCIA CAMINHA
REFRESCAR MULTIMEIOS
PERMANÊNCIA CONVERSA ACESSO
ENTORNOmercado municipal
REFRESCODESCANSO PROJEÇÕES
ACESSO
VERextensão de atividadesdo mercado municipalfeiras, festivaisgastronômicos
COMER
EXPOSIÇÃO
PASSEIOCAMINHA
Rua São Sebastião
Rua Américo Brasiliense
Rua Saldanha Marinho
Rua José Bonifácio
nível 528,70
BIBLIOTECARECEPÇÃO
ESPAÇO ATELIÊ
BIBLIOTECA
CAFÉ
ESTÚDIOSEXPOSIÇÃO
ponto de ônibus
perímetro plato
dispositivos de conexão
áreas de trânsito
acessos
edificações novas
edificações existentes
acessos com a cidade
circulações primáriasinternas
Q1
ruajosé bonifácio
acesso criado
proximidade do mercado municipal - possibilitar o uso do espaço criado também como uma extensãodesse esquipamento.
CORTE TRANSVERSAL
espaços dos núcleos densos adicionados
dispositivos de conexão escadas elevadores
espaços das edificações existentes
rampas passarelas
123
ACESSO
PAREDE COMO ESPAÇO DEEXPRESSÃOARTÍSITICA
CONVERSA
PONTO DEÔNIBUS
PERMANÊNCIAGALERIA AO AR LIVRE
SOMBRACAFÉ DESCANÇO
PASSEIO PERMANÊNCIAESPAÇO MULTIUSO PERCURSO SANITÁRIOS VER
PERMANÊNCIAVERDESCANSAR
APROXIMAÇÃO CORTE TRANSVERSAL
522,70
524,70
525,70
523,70
526,70
527,70
528,70
529,70
531,70
534,70
537,70
ponto de ônibus
perímetro plato
dispositivos de conexão
áreas de trânsito
acessos
Rua SaldanhaMarinho
Rua JoséBonifácio
nível 531,70
Q2
Rua Américo Brasiliense
Rua Florêncio de Abreu
edificações novas
edificações existentes
acessos com a cidade
circulações primáriasinternas
SALAS MULTIUSO
LEITURA
LEITURA
DESENHO
CORTE TRANSVERSAL
espaços dos núcleos densos adicionados
dispositivos de conexão escadas elevadores
espaços das edificações existentes
rampas passarelas
129
eixos de circulaçãovertical
ESPAÇO COMPARTILHADOPERMANÊNCIA
MULTIMÍDIAENTORNO ACESSO ACESSO
eixos de circulaçãohorizontal
eixos de circulaçãovertical
ENTORNOTRANSPOSIÇÃO
EXPOSIÇÃO MIRANTE PASSEIO VER
REFRESCAR
CAMINHA ESPAÇO PRÁTICO
CONVERSA
ponto de ônibus
perímetro plato 6,0
dispositivos de conexão
áreas de trânsito
acessos
Rua SaldanhaMarinho
Rua JoséBonifácio
nível 529,70
Q3
Rua Florêncio de Abreu
Rua Lafaiete
edificações novas
edificações existentes
acessos com a cidade
circulações primáriasinternas
ESPAÇO MULTIMIDIAsanitários
RECEPÇÃO
sanitários
EXTENSÃO DO ESPAÇO «BOM PRATO»
EXTENSÃO DO ESPAÇO «BOM PRATO»
ALMEIDA, Lutero Proscholdt. Dobras Deleuzianas, Desdobramentos de Lina Bo Bardi - considerações sobre «desejo» e o «papel do arquiteto» no espaço projetado. Disponível em:<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/13.146/4422>
BUCCI, Angelo. São Paulo, razões de arquitetura – da dissolução dos edifícios e de como atravessar paredes. São Paulo: Romana Guerra, 2010
CALIL, Ozório Jr. O centro de Ribeirão Preto: os processos de expansão e setorização. Dissertação de Mestrado em arquitetura e Urbanismo, Instituto de Arquitetura e Urbanismo, São Carlos, USP, 2003.
FERRAZ, Marcelo. Numa velha fábrica de tambores. SESC-Pompéia comemora 2 5 a n o s . D i s p o n í v e l e m : <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/08.093/1897>
GUATELLI, Igor. A ampliação da Biblioteca de Estocolmo. Discussões sobre d o i s a r q u i v o s . D i s p o n í v e l e m : <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.087/221>
LEON, Ethel. Design e artesanato: relações delicadas. Revista D'ART Disponível em<http://www.centrocultural.sp.gov.br/revista_dart/pdfs/dart12%20design%20e%20artesanato%20rela%C3%A7%C3%B5es%20delicadas.pdf>
MULLER, Fábio. Velha-nova Pinacoteca: de espaço a lugar. Disponível em:<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/01.007/951>
BIBLIOGRAFIA
NACIF, Flávia da Costa. Uma reflexão sobre o design como reativador da experiência espacila. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.045/613>
PEDROSA, Maria E.C. Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso: uma experiência diferenciada. Tese de Mestrado. São Paulo, 2009.
ROSSETTI, Eduardo Pierrotti. Tensão moderno/popular em Lina Bo Bardi: nexos de arquitetura (1).Disponível em:<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/03.032/717>
« »LINA BO BARDIuma pessoa não pode possuir o espaço, mas somente pode usá-lo