Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

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Infecção Intracraniana Avaliação por Imagem Dr. Emanuel R. Dantas Médico Radiologista – Membro Titular do C.B.R Fonte Principal: Scott Atlas Dr. Emanuel R. Dantas

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1 - Infecções Virais: HSV-1 e HSV-2; CMV; Epstein-Barr; Vírus varicela zoster ; Vírus B; HSV-6; HSV-7; Leucoencefalopatia multifocal progressiva. 2 - Infecções bacterianas: Cerebrite focal; Abscesso; Meningite; Empiema extra-axial (subdural ou epidural), TB.

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Infecção  Intracraniana  Avaliação  por  Imagem

Dr. Emanuel R. Dantas Médico Radiologista – Membro Titular do C.B.R

Fonte Principal: Scott Atlas

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Infecções  Virais  

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Infecção  Viral  •  Geralmente  é  um  processo  inflamatório  mul9focal  ou  difuso  (ex.:  encefalite)  que  freqüentemente  envolve  as  meninges  também.  

•  O  processo  patológico  pode  resultar  de  infecção  aguda  ou  latente  do  SNC.  

•  Nos  EU,  a  encefalite  viral  aguda  mais  freqüentemente  se  deve  a  vírus  transmi9dos  por  artrópodes  (arbovírus,  uma  designação  epidemiológica  em  vez  de  ser  uma  classificação  taxonômica).  

•  Destes  arbovírus,  duas  famílias  de  vírus,  os  togavírus  (alfavírus  e  flavavírus)  e  bunyavírus  são  responsável  pela  maioria  dos  casos.  

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Infecção  Viral  •  Na  população  geral,  a  meningite  assép9ca  mais  frequentemente  é  devida:  o Enterovírus  (especialmente  coxsackievírus  e  ecovírus);  o Menos  frequentemente,  ao  vírus  herpes  simples  (HSV)  ou  da  caxumba.  

•  Patologicamente:  o Caracterís9cas  primárias  da  encefalite  incluem  degeneração  neuronal  e  inflamação.  

o Frequentemente  associa-­‐se  edema  e  congestão  cerebral  dos  vasos  sangüíneos.  

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Infecção  Viral  •  Aparência  geral  à  RM:  

o Áreas  dispersas  ou  confluentes  de  hiperintensidade  nas  imagens  em  T2  e  são  isointensas  ou  hipointensas  nas  imagens  em  T1,  com  efeito  de  massa  variável.  

o Os  focos  de  hemorragia  subaguda  demonstram  um  aumento  na  intensidade  do  sinal  tanto  nas  imagens  com  tempos  de  repe9ção  (TR)  longo  e  curto.  

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Infecção  Viral  –  Herpes  Vírus  •  Incluem  um  grande  grupo  de  vírus  de  DNA  com  dupla  cadeia,  que  incluem  os  vírus:  o  HSV-­‐1  e  HSV-­‐2;  o  CMV  o  Epstein-­‐Barr  (VEB)  o  Vírus  varicela  zoster    o  Vírus  B  o  HSV-­‐6  o  HSV-­‐7  

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Infecção  Viral  –  Herpes  Vírus  •  A  infecção  do  SNC  pela  família  herpesvírus  pode-­‐se  dar  por  uma  via:  o Hematogênica    o Transmissão  neuronal  a  par9r  de  um  foco  extracerebral  de  infecção.  

•  Os  sintomas  podem  variar  desde  meningite  assép9ca  até  uma  severa  encefalite  com  cefaléia,  febre,  estado  mental  alterado  e  déficit  neurológico  focal  ou  difuso.  

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Infecção  Viral  –  Herpes  Vírus  •  Vírus  Herpes  Simples  Tipo  1:  

o O  HSV-­‐1  é  o  agente  causal  em  95%  das  encefalites  herpé=cas  e  é  a  causa  mais  comum  de  encefalite  esporádica  fatal.  

o Em  adultos,  ocorre  por  rea9vação  de  an9corpos  preexistentes.    

o Em  crianças,  a  aquisição  do  HSV-­‐1  geralmente  é  pós-­‐natal  e,  em  neonatos,  o  HSV-­‐2  é  muito  mais  freqüente  que  o  HSV-­‐1.  

o Os  achados  no  líquor  (LCR)  são  inespecíficos,  e  o  isolamento  do  HSV  é  raro.  Diagnós9co  defini9vo:  biópsia  cerebral.  

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Infecção  Viral  –  Herpes  Vírus  •  Vírus  Herpes  Simples  Tipo  1:  

o Nos  pcts  sem  AIDS,  o  HSV-­‐1  pode  resultar  em  uma  encefalite  necrosante  dos  lobos  temporais  e  das  superhcies  orbitárias  dos  lobos  frontais.  

o O  córtex  insular,  a  convexidade  cerebral  e  o  córtex  occipital  posterior  podem  ser  envolvidos.  

o Supõe-­‐se  que  a  encefalite  pelo  HSV-­‐1  seja  uma  rea=vação  de  uma  infecção  latente  pelo  HSV-­‐1  no  gânglio  trigeminal.  

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Infecção  Viral  –  Herpes  Vírus  •  Vírus  Herpes  Simples  Tipo  1:  

o TC:  •  Lesões  hipodensas  nos  lobos  temporais  com  ou  sem  envolvimento  dos  lobos  frontais.  

•  Realce  e  hemorragia  são  infreqüentes.  o RM:  

•  Demonstra  alterações  edematosas  precoces  de  encefalite  herpé=ca,  com  sinal  aumentado  observado  nos  lobos  temporais  e  frontais  inferiores  nas  imagens  ponderadas  em  T2.  

•  Este  sinal  hiperintenso  envolve  tanto  o  córtex  quanto  a  substância  branca  e  pode  ser  observado  tão  precocemente  quanto  48h  após  o  início  dos  sinais  e  sintomas.  

•  Conforme  as  áreas  de  envolvimento  aumentam  e  coalescem,  há  um  efeito  de  massa  associado.  

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Infecção  Viral  –  Herpes  Vírus  •  Vírus  Herpes  Simples  Tipo  1:  

o  RM:  •  A  extensão  desde  os  lobos  temporais  através  da  fissura  silviana  até  a  ilhota  de  Reil  é  bem  observada,  assim  como  freqüente  preservação  do  putame.  

•  A  RM  frequentemente  demonstrará  envolvimento  bilateral  quando  a  TC  mostra  apenas  a  infecção  unilateral.  

•  O  realce  frequentemente  está  ausente  nos  estágios  iniciais,  mas  o  realce  giriforme  pode  ser  observado  com  a  progressão  da  doença.  

•  A  hemorragia  focal  está  consistentemente  presente  na  autópsia,  mas  ainda  assim  freqüentemente  ela  não  é  detectada  ou  é  menos  aparente  na  TC.  

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Encefalite  Herpé9ca.  A:  FLAIR  revela  sinal  hiperintenso  com  efeito  de  massa  mínimo  primariamente  envolvendo  o  lobo  temporal  esquerdo,  mas  também  afetando  o  lobo  temporal  direito  emboram  em  menor  grau.  B:  T1  sem  constrase  revela  sinal  hiperintenso  na  porção  medial  do  lobo  temporal  esquerdo  estendendo-­‐se  ao  giro  paraipocampal.  Este  sinal  sinal  hiperintenso  giriforme  denota  a  presença  de  hemorragia  subaguda  (metaemoglobina).  C:  T1  pós-­‐contraste  demonstra  mínimo  realce  em  mosaico  na  região  temporal  esquerda.    

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Encefalite  Herpé9ca.  A:  FLAIR  revela  sinal  hiperintenso  com  efeito  de  massa  mínimo  primariamente  envolvendo  o  lobo  temporal  esquerdo,  mas  também  afetando  o  lobo  temporal  direito  emboram  em  menor  grau.  B:  T1  sem  constrase  revela  sinal  hiperintenso  na  porção  medial  do  lobo  temporal  esquerdo  estendendo-­‐se  ao  giro  paraipocampal.  Este  sinal  sinal  hiperintenso  giriforme  denota  a  presença  de  hemorragia  subaguda  (metaemoglobina).  C:  T1  pós-­‐contraste  demonstra  mínimo  realce  em  mosaico  na  região  temporal  esquerda.    

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Infecção  Viral  –  Herpes  Vírus  •  Vírus  Herpes  Simples  Tipo  1:  o RM:  •  A  RM  é  mais  sensível  do  que  a  TC  à  presença  de  hemorragia  subaguda,  que  é  aparente  como  um  sinal  hiperintenso  tanto  em  T1  quanto  T2.  

•  Nos  pcts  imunocomprome9dos,  parece  haver  uma  relação  inversa  entre  o  grau  de  imunodeficiência  e  a  severidade  da  inflamação  induzida  pelo  herpes  vírus  e  a  rapidez  de  progressão  da  dça.  

•  A  TC  nos  pcts  com  AIDS  com  infecção  pelo  HSV  é  mais  freqüentemente  normal  ou  pode  revelar  apenas  atrofia.  

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Ecenfalite  pelo  Herpes  Simples.  A:  Imagem  coronal  ponderada  em  T1  sem  contraste  revela  um  foco  de  hemorragia  subaguda  no  lobo  frontal  direito,  não-­‐aparente  na  TC  realizada  anteriormente  no  mesmo  dia.  Este  paciente  era  um  menino  de  10  ano  que  se  apresentou  com  confuso,  progredindo  rapidamente  para  encefalopa9a.  B:  Imagem  ponderada  em  T2  no  mesmo  paciente  revela  sinal  hiperintenso  bilateral  em  ambos  os  lobos  temporais  envolvendo  tanto  a    substância  branca  quanto  a  cinzenta.  Dr. Emanuel R. Dantas

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Infecção  Viral  •  Virus  Herpes  Simples  Tipo  2:  

o É  a  principal  causa  de  encefalite  neonatal,  através  do  canal  de  parto.  

o O  SNC  é  envolvido  em  aproximadamente  30%  dos  bebês  infectados,  podendo  resultar  em  convulsões,  microcefalia,  ventriculomegalia,  encefalomalacia  mul9cís9ca  e  morte.  

o Em  contraste  pela  predileção  temporal  /  frontal  observada  em  adultos,  a  infecção  neonatal  é  difusa,  podendo  resultar  em  destruição  disseminada  do  cérebro.  

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Infecção  Viral  •  Citomegalovírus:  

o Patógeno  freqüente  na  população  com  AIDS  e  em  outros  pacientes  imunocomprome9dos,  ocorrendo  não  somente  no  SNC,  mas  por  todo  o  corpo.  

o A  rea9vação  geralmente  resulta  em  infecção  subclínica  ou  discreta,  simulando  a  mononucleose.    

o No  entanto,  em  alguns  pacientes  imunodeficientes,  a  rea=vação  resulta  em  uma  infecção  disseminada  e  /  ou  meningoencefalite  necrosante  severa  e  ependimite.  

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Infecção  Viral  •  Citomegalovírus:  

o Nos  pcts  com  AIDS,  CMV  pode  coexis9r  com  outras  lesões  incluindo  a  toxoplasmose,  a  criptococose,  e  pode  ser  clinicamente  silenciosa.  

o O  envolvimento  ependimário  é  bastante  comum.    o  Infrequentemente,  a  infecção  pelo  CMV  pode  resultar  em  extensa  destruição  das  substâncias  cinzenta  e  branca.  

o O  envolvimento  cerebral  pode  ser  difuso  ou  limitado  às  regiões  subependimárias.    

o Os  achados  no  líquor  e  os  otulos  de  fixação  de  complemento  no  sangue  são  inespecíficos  e,  portanto,  o  diagnós9co  clínico  pode  ser  dihcil.  

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Encefalite  pelo  herpes  zostes  em  um  paciente  com  AIDS.  A:  T2  demontrasta  sinal  anormal  no  lobo  occipital  direito.  Um  pequeno  foco  de  hiperintensidade  também  é  visto  no  lobo  occipital  esquerdo  (seta),  observado  ainda  em  outras  imgens.  B:  Imagem  de  RM  axial  ponderada  em  T1  do  mesmo  paciente  revela  realce  focal  na  região  occipital  direita,  primariamente  envolvendo  a  substância  cinzenta.  C:  Imagem  em  T1  na  linha  média  demonstra  realce  nas  cisternas  supra-­‐selar  e  interpendunculares  (setas).    Dr. Emanuel R. Dantas

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Encefalite  pelo  herpes  zostes  em  um  paciente  com  AIDS.  A:  T2  demontrasta  sinal  anormal  no  lobo  occipital  direito.  Um  pequeno  foco  de  hiperintensidade  também  é  visto  no  lobo  occipital  esquerdo  (seta),  observado  ainda  em  outras  imgens.  B:  Imagem  de  RM  axial  ponderada  em  T1  do  mesmo  paciente  revela  realce  focal  na  região  occipital  direita,  primariamente  envolvendo  a  substância  cinzenta.  C:  Imagem  em  T1  na  linha  média  demonstra  realce  nas  cisternas  supra-­‐selar  e  interpendunculares  (setas).      Dr. Emanuel R. Dantas

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Infecção  Viral  •  Citomegalovírus:  

o TC:  •  Insensível  no  estudo  da  encefalite  pelo  CMV,  sendo  a  manifestação  mais  comum  a  atrofia  do  SNC.  •  Infrequentemente,  a  hipodensidade  da  substância  branca  pode  ser  aparente.  •  Lesões  com  realce  em  anel  também  foram  descritas.  

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Infecção  Viral  •  Citomegalovírus:  

o  RM:  •  Além  de  atrofia,  a  RM  pode  mostrar  um  sinal  aumentado  nas  imagens  em  T2  na  substância  branca  periventricular,  que  pode  ser  em  mosaico  e,  menos  frequentemente,  é  confluente.  

•  Infrequentemente,  o  realce  subependimário  é  evidente,  e,  se  presente,  é  uma  pista  diagnós9ca  valiosa.  

•  RM  com  supressão  de  gordura  com  uso  gadolíneo  pode  revelar  uma  coróide  /  re9na  espessada  e  realçada  em  pacientes  com  re9nite  pelo  CMV,  uma  re9nite  hemorrágica  que  afeta  20-­‐40%  da  população  com  AIDS.  

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Citomegalovirus.  A:  RM  Axial  ponderada  em  T1  ob9da  após  a  administração  do  gadolineo  revela  realce  periventricular  /  subependimário  ao  longo  do  ventrículo  lateral  esquerdo.  B:  Imagem  coronal  ponderada  em  T1  pós-­‐contraste  do  mesmo  paciente  novamente  demonstra  realce  listo  subependimário  /  periventricular.  C:  Aprência  “felpuda”dos  cornos  frontais  devido  à  ventriculite  pelo  citomegalovirus.  

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•  Fig.21.5  Citomegalovirus.  A:  RM  Axial  ponderada  em  T1  ob9da  após  a  administração  do  gadolineo  revela  realce  periventricular  /  subependimário  ao  longo  do  ventrículo  lateral  esquerdo.  B:  Imagem  coronal  ponderada  em  T1  pós-­‐contraste  do  mesmo  paciente  novamente  demonstra  realce  listo  subependimário  /  periventricular.  C:  Aprência  “felpuda”dos  cornos  frontais  devido  à  ventriculite  pelo  citomegalovirus.  

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Infecção  Viral  •  Leucoencefalopa9a  Mul9focal  Progressiva  (LMP):  

o  A  LMP  é  uma  dça  desmielinizante  progressiva  que  ocorre  por  infecção  do  SNC  por  um  papovavírus.  

o  O  agente  e9ológico  é  um  poliomavírus  humano,  o  vírus  JC,  que  pertence  à  família  papova  dos  vírus  do  SNC.  

o  O  alvo  do  vírus  JC  é  o  oligodendrócito,  que  forma  e  mantém  a  bainha  de  mielina.  

o  A  infecção  do  oligodendrócito  causa  uma  destruição  citolí9ca  e,  portanto,  resulta  em  perda  de  mielina.  O  axônio  é  poupado.  

o  O  vírus  JC  infecta  80%  da  população  humana  antes  da  idade  adulta  sem  produzir  dça  franca.  

o  Atualmente,  a  LMP  parece  ter  uma  associação  mais  forte  à  AIDS  que  a  qualquer  outro  distúrbio  imunossupressivo,  presente  em  aproximadamente  5%  dos  pcts  com  AIDS  na  autópsia.  

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Infecção  Viral  •  Leucoencefalopa9a  Mul9focal  Progressiva  (LMP):  

o Clínica:  Perda  da  memória,  déficit  visual,  alterações  da  personalidade,  distúrbios  cogni9vos  e  da  fala,  estado  mental  alterado  e  alterações  motoras  e  /  ou  sensoriais  com  um  declínio  neurológico  progressivo.  

o Há  uma  progressão  inclementemente  da  doença,  com  a  morte  ocorrendo  em  9  meses  após  o  início  dos  sintomas.  

Dr. Emanuel R. Dantas

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Infecção  Viral  •  Leucoencefalopa9a  Mul9focal  Progressiva  (LMP):  

o  TC:  •  Hipodensidade  focal  dentro  da  substância  branca,  sem  efeito  de  massa,  e  geralmente  sem  realce.  

•  Mais  freqüentemente,  as  lesões  estão  presentes  tanto  na  substância  branca  periventricular  quanto  na  área  subcor9cal.  

•  Este  método  pode  ser  nega9vo  nas  lesões  em  fase  precoce.  

•  O  realce  em  áreas  esparsas  é  ocasionalmente  observado.  

Dr. Emanuel R. Dantas

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Infecção  Viral  •  Leucoencefalopa9a  Mul9focal  Progressiva  (LMP):  

o RM:  •  T2:  lesões  demonstram  intensidade  de  sinal  aumentada  na  substância  branca  periventricular  e  /  subcor9cal.  

•  As  lesões  podem  ser  inicialmente  de  tamanho  pequeno,  mas  geralmente  progridem  até  áreas  maiores  de  envolvimento.  

•  Um  padrão  de  distribuição  mul9focal  é  observado,  que  pode  ser  unilateral,  mas  mais  frequentemente  bilateral  e  assimétrico.  

•  Há  ausência  de  um  efeito  de  massa,  e  as  lesões  raramente  exibem  realce.  

•  Quando  há  realce,  ele  é  discreto  e  periférico.  

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Leucoencefalomalacia  mul9focal  progressiva  (comprovada  à  autópsia).  A:  Doença  su9l    é  notada  na  região  subcor9cal  frontal  esquerda  (setas)  nesta  imagem  ponderada  em  T2.  B:  Observa-­‐se  envolvilmento  parietoccipital  bilateral  florido  em  outro  paciente  também  com  leucoencefalopa9a  mul9focal  progressiva.  A  RM  axial  ponderada  em  T2  revela  hiperintesidade  da  substância  branca  parietoccipital  sem  efeto  de  massa.    

Dr. Emanuel R. Dantas

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Leucoencefalopa9a  mul9focal  progressiva  (comprovada  à  autópsia  e  à  biópsia).  Imagem  de  RM  pós-­‐gadolíneao  em  T1  de  um  paciente  com  LMP,  patologicamente  comprovada,  revela  su9l  realce  ao  longo  da  margem  da  lesão.  

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Infecção  Viral  •  Leucoencefalopa9a  Mul9focal  Progressiva  (LMP):  

o  RM:  •  Raramente,  está  presente  um  discreto  efeito  de  massa  e,  em  tais  casos,  isto  prenuncia  uma  sobrevida  reduzida.  

•  As  lesões  subcor=cais  acompanham  a  interface  substância  branca-­‐cinzenta,  resultando  em  uma  aparência  “recortada”  devido  ao  envolvimento  das  fibras  em  “U” subcor9cais.  

•  Nas  imagens  em  T1,  as  lesões  da  LMP  geralmente  são  hipointensas  ao  parênquima  e  razoavelmente  bem  demarcadas,  emboras  as  lesões  em  fase  precoce  possam  ser  isointensas.  

•  Em  contraste,  a  desmielinização  relacionada  com  o  HIV  geralmente  é  isointensa  nas  imagens  em  T1  e  frequentemente  inaparente.  

•  Qualquer  lobo  pode  ser  envolvido  pela  LMP,  mas  as  localizações  frontais  e  parietoccipitais  são  as  mais  comuns.  

Dr. Emanuel R. Dantas

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Leucoencefalopa9a  mul9focal  progressiva  (comprovada  patologicamente).  Imagem  de  RM  axial  ponderada  em  T2  de  uma  criança  com  LMP  que  se  tornou  posi9va  para  o  vírus  da  imunodeficiência  humana  após  transplante  de  hgado  para  atresia  biliar.  Observe  o  “recorte”da  substância  branca.  

Dr. Emanuel R. Dantas

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Leucoencefalopa9a  mul9focal  progressiva  (comprovada  por  autópsia).  A:  TC  axial  revela  lesão  hipodensa  à  dieita,  sem  realce.  B:  RM  ponderada  em  T1  pós-­‐gadolíneo  do  mesmo  paciente  revela  acentuada  hipointensidade  da  lesão,  sem  realce  significa9vo.  

Dr. Emanuel R. Dantas

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Infecção  Viral  •  Leucoencefalopa9a  Mul9focal  Progressiva  (LMP):  

o  A  LMP  comumente  AFETA  a  fossa  posterior:  •  Cerca  de  1/3  dos  casos  de  LMP  apresentam  algum  9po  de  envolvimento  da  fossa  posterior.    

•  Existem  frequentemente  lesões  supratentoriais  sincrônicas.    o  Nos  pcts  com  AIDS,  a  LMP  pode  ser  dihcil  de  ser  dis9nguida  radiologicamente  da  desmielinização  relacionada  ao  HIV:  •  A  LMP  é  mais  frequentemente  mul=focal  e  assimétrica,  com  “reocorte”  e  uma  maior  predileção  pela  substância  branca  subcor9cal.  

•  A  encefalite  pelo  HIV  é  mais  frequentemente  difusa,  simétrica  e  periventricular  em  localização.  

•  Correlação  clínica  é  fundamental:  o  HIV:  distúrbios  cogni9vos  globais  e  demência  o  LMP:  déficit  motor  sensorial  focal.  

Dr. Emanuel R. Dantas

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Infecções  Bacterianas  

Dr. Emanuel R. Dantas

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Infecção  Bacteriana  •  As  manifestações  mais  comuns  de  infecção  por  bactérias  patogênicas  no  SNC  são:  o Cerebrite  focal;  o Abscesso  o Meningite  o Empiema  extra-­‐axial  (subdural  ou  epidural).  

Dr. Emanuel R. Dantas

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Infecção  Bacteriana  •  Cerebrite  e  Abscesso:  

o Patologia:  área  localizada  porém  mal  demarcada  de  “amolecimento”  parenquimatoso  com  necrose  dispersa,  edema,  congestão  vascular,  hemorragia  petequial  e  infiltrados  inflamatórios  perivasculares.  

Dr. Emanuel R. Dantas

Page 39: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Infecção  Bacteriana  •  Cerebrite  e  Abscesso:  

o  RM  Fase  Inicial:  •  T2:  Área  de  intensidade  aumentada,  indis9güível  do  ou  ligeiramente  hipointensa  ao  

edema  circunjacente.  •  T1:  Isointensa  a  hipointensa  em  relação  ao  parênquima  cerebral  normal  adjacente,  com  

efeito  de  massa  associado,  manifestado  por  um  apagamento  sulcal  ou  compressão  ventricular.  

•  T1:  Pode  ainda  revelar  focos  de  hemorragia  subaguda  como  hiperintensos  em  relação  ao  cérebro  normal  e  edematoso.    

•  O  realce  pelo  contraste  é  mínimo  e  não-­‐homogêneo.  

Dr. Emanuel R. Dantas

Page 40: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Infecção  Bacteriana  •  Cerebrite  e  Abscesso:  

o O  foco  de  cerebrite  progride  para  um  abscesso  quando  a  zona  central  de  necrose  dentro  da  área  torna-­‐se  liquefeita,  mais  bem  definida  e  circundada  por  uma  cápsula  de  colágeno,  que,  por  si  mesma,  é  rodeada  por  uma  zona  proeminente  de  gliose.  

o  A  evolução  do  abscesso  foi  caracterizada  por  4  estágios:  •  Cerebrite  em  fase  inicial;  •  Cerebrite  em  fase  final;  •  Formação  inicial  da  cápsula;  •  Formação  tardia  da  cápsula.  

Dr. Emanuel R. Dantas

Page 41: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Infecção  Bacteriana  •  Cerebrite  e  Abscesso:  

o  No  estágio  final,  a  cápsula  de  colágeno  está  completa  e  a  área  circunjacente  de  cerebrite  estende-­‐se  apenas  minimamente  além  da  cápsula,  que  é  bem  menos  desenvolvida  no  seu  lado  ventricular  do  que  no  lado  cor9cal,  provavelmente  relacionado  com  ligeiras  diferenças  de  perfusão.  

o  Tornam-­‐se  aparentes  abscessos-­‐filhos  durante  esse  estágio.  o  E9ologia:    

o Principalmente  anaeróbicas.    o Crianças:  stafilo,  estreptococo  e  penumococos.  o História  de  TCE:  S.  aureus.  

Dr. Emanuel R. Dantas

Page 42: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Infecção  Bacteriana  •  Cerebrite  e  Abscesso:  

o  A  maioria  dos  pacientes  apresenta-­‐se  nos  estágios  de  cerebrite  tardia  ou  abscesso  em  fase  inicial.  

o  RM  do  abscesso  opico:  •  Centro  da  cavidade:  ligeiramente  hiperintenso  com  relação  ao  líquor,  enquanto  o  cérebro  edematoso  circunjacente  é  ligeiramente  hipointenso  em  T1.  

•  O  abscesso  maduro  freqüentemente  tem  um  halo,  que  é  isointenso  a  ligeiramente  hiperintenso  à  substância  branca  nas  imagens  em  T1  e  é  hipointenso  em  T2.  

•  O  halo  resolve-­‐se  com  yo  cirúrgico  e  /  ou  clínico  à  indicador  de  resposta  ao  tratamento.  

•  Obs.:  Outras  lesões  que  podem  ter  um  halo  hipointenso  em  T2:  hematoma  em  involução  e,  infreqüentemente,  metástases.  

Dr. Emanuel R. Dantas

Page 43: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Abscesso  estreptocócico.  A:  TC  axial  sem  contraste  de  um  paciente  com  pneumonia  estreptocócica  revela  uma  lesão  cís9ca  que  comprime  o  ventrículo  lateral  direito,  com  edema  circunjacente  e  efeito  de  massa.  B:  RM  ponderada  em  T1  do  mesmo  paciente  revela  que  a  cavidade  central  é  hiperintensa  com  relação  ao  líquor,  relacionado  com  os  resíduos  e  materal  proteináceo  con9dos  dentro  dela.  O  halo  é  isointenso  ao  parênquima,  com  edema  hipointenso  circunjacente  e  efeito  de  massa,  com  desvio  da  linha  média.  C:  RM  ponderada  em  T2  do  mesmo  caso  revela  uma  acentuada  hipointensidade  da  borda  do  abscesso.  A  cavidade  central  e  o  edema  aparecem  isointensos  ao  líquor.  

Dr. Emanuel R. Dantas

Page 44: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Abscesso  estreptocócico.  A:  TC  axial  sem  contraste  de  um  paciente  com  pneumonia  estreptocócica  revela  uma  lesão  cís9ca  que  comprime  o  ventrículo  lateral  direito,  com  edema  circunjacente  e  efeito  de  massa.  B:  RM  ponderada  em  T1  do  mesmo  paciente  revela  que  a  cavidade  central  é  hiperintensa  com  relação  ao  líquor,  relacionado  com  os  resíduos  e  materal  proteináceo  con9dos  dentro  dela.  O  halo  é  isointenso  ao  parênquima,  com  edema  hipointenso  circunjacente  e  efeito  de  massa,  com  desvio  da  linha  média.  C:  RM  ponderada  em  T2  do  mesmo  caso  revela  uma  acentuada  hipointensidade  da  borda  do  abscesso.  A  cavidade  central  e  o  edema  aparecem  isointensos  ao  líquor.  Dr. Emanuel R. Dantas

Page 45: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Infecção  Bacteriana  •  Cerebrite  e  Abscesso:  

o  RM  do  abscesso  maduro:  •  Realce  em  anel  da  cápsula  de  um  abcesso.  •  O  edema  que  rodeira  um  abscesso  pode  ser  maior  em  volume  do  que  o  próprio  abscesso  e  causa  grande  parte  do  seu  efeito  de  massa.  

•  Ruptura  do  anel  para  dentro  do  sistema  ventricular  à  ependidimite,  com  realce  da  margem  ventricular  além  do  realce  do  abscesso.  

•  Dx  para  realce  em  anel:  o  Tumor  cerebral  primário  (astrocitoma  de  alto  grau);  o Metástases  o  Infarto  (hemorrágico  ou  sép9co)  o Hematoma  em  resolução;  o Aneurisma  trombosado  o Malformação  arteriovenosa  o Necrose  por  radiação  

Dr. Emanuel R. Dantas

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Infecção  Bacteriana  •  Cerebrite  e  Abscesso:  

o RM  do  abscesso  maduro:  •  Difusão:  diferenciar  abscesso  de  tumor  necró9co:  

o O  abscesso  demonstra  um  elevada  intensidade  de  sinal  com  uma  redução  correspondente  no  ADC  

o Tumores  com  necrose  central  (tanto  primário  qto  metastá9cos)  têm  um  aspecto  de  hipointensidade  acentuada  na  difusão  e  valores  de  ADC  muito  maiores.  

Dr. Emanuel R. Dantas

Page 47: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

RM  do  abscesso  bacteriano  (S.  viridans).  A,  B:  Imagens  axial  e  sagital  ob9das  sem  contraste  revelam  uma  lesão  parietal  esquerda  com  uma  borda  hiperintensa  fina  separando  uma  cavidade  central  acentuadamente  hipointensa  do  edema  circunjacente  moderadamente  hipointenso.  A  lesão  é  centrada  na  substância  branca  subcor9cal.  C,  D:  Imagens  ponderadas  em  T1  pós-­‐gadolíneo  mostram  halo  espesso  de  realce  com  afilamento  mesial.    

Dr. Emanuel R. Dantas

Page 48: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

RM  do  abscesso  bacteriano  (S.  viridans).  A,  B:  Imagens  axial  e  sagital  ob9das  sem  contraste  revelam  uma  lesão  parietal  esquerda  com  uma  borda  hiperintensa  fina  separando  uma  cavidade  central  acentuadamente  hipointensa  do  edema  circunjacente  moderadamente  hipointenso.  A  lesão  é  centrada  na  substância  branca  subcor9cal.  C,  D:  Imagens  ponderadas  em  T1  pós-­‐gadolíneo  mostram  halo  espesso  de  realce  com  afilamento  mesial.    Dr. Emanuel R. Dantas

Page 49: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Infecção  Bacteriana  •  Meningite:  

o  Na  população  geral,  o  S.pneumoniae,  N.  meningi9ds  ou  H.influenzae  são  responsáveis  pela  maior  parte  dos  casos  de  meningite  supura9va  aguda  devido  à  disseminação  hematogênica.  

o  Neonatos:  bastonetes  gram-­‐nega9vos  (E.coli,  Citrobacter)  e  os  estreptococos  do  grupo  B  são  os  principais  patógenos.  

o  Patologia:  •  Congestão  e  hiperemia  da  pia-­‐aracnóide  e  distensão  do  espaço  subaracnóide  por  exsudato  polimorfonuclear  

•  O  envolvimento  parenquimatoso,  com  edema  e  efeito  de  massa,  pode  ser  localizado  ou  difuso.  

•  A  infecção  e  a  necrose  da  aracnóide  permite  a  formação  de  uma  coleção  subdural,  que  pode  se  tornar  infectada  (empiema).  Dr. Emanuel R. Dantas

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Infecção  Bacteriana  •  Meningite  –  RM  

o  Pós-­‐contraste:  realce  leptomeníngeo,  análogo  ao  observado  na  TC  contrastada.  

o Os  infartos  isquêmicos  cor9cais  e  subcor9cais  são  evidentes  como  áreas  de  intensidade  de  sinal  aumentada  em  T2  e  são  visualizadas  mais  precocemente  pela  RM  do  que  pela  TC.  

o  A  oclusão  das  pequenas  artérias  perfurantes  resulta  em  infartos  locais  dos  gânglios  da  base,  enquanto  o  espasmo  das  artérias  das  artérias  cerebral  anterior  ou  médias  podem  levar  a  infartos  maciços.    

Dr. Emanuel R. Dantas

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Infecção  Bacteriana  •  Meningite  –  RM:  

o  As  oclusões  venosas  cor9cais,  com  ou  sem  trombose  venosa  dural,  resultam  em  áreas  hiperintensas  no  córtex  subpial  e  substância  branca  subjacente,  que  não  se  conformam  à  distribuição  arterial  esperada.  

o  A  cerebrite  e  o  infarto  ambos  aparecem  como  áreas  de  intensidade  de  sinal  aumentada  nas  imagens  de  RM  ponderadas  em  T2,  a  sua  dis9nção  sendo  possível  apenas  com  o  passar  do  tempo:  •  Cerebrite  9picamente  evolui  para  abscesso  •  As  modificações  do  sinal  presentes  no  infarto  arterial  se  conformarão  com  uma  distribuição  vascular  dis9nta.  

Dr. Emanuel R. Dantas

Page 52: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Infecção  Bacteriana  •  Meningite:  

o  A  hidrocefalia  pode  ser  comunicante  ou  obstru9va  e  é  uma  complicação  da  meningite  mais  frequentemente  observada  em  crianças  do  que  em  adultos.  

o  A  meningite  também  pode  resultar  em  hidrocefalia  comunicante.  Em  tais  casos,  realce  basilar  e  /  ou  supratentorial  dos  espaços  subaracnóides  pode  ser  visualizado  em  associação  com  o  alargamento  ventricular.  

Dr. Emanuel R. Dantas

Page 53: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Infecção  Bacteriana  •  Meningite:  

o O  acúmulo  de  líquido  periventricular  (“migração  transependimária”)  secundário  à  obstrução  ventricular  é  observado  nas  imagens  em  DP  e  T2  como  áreas  de  sinal  hiperintenso,  circundando  o  sistema  ventricular.  

o  Pode-­‐se  observar  uma  hipointensidade  periventricular  similar  em  casos  de  ependimites  sem  hidrocefalia;    no  entanto,  nestes  casos,  a  RM  contrastada  deve  demonstrar  realce  ependimário.  

Dr. Emanuel R. Dantas

Page 54: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Infecção  Bacteriana  •  Empiema:  

o  Coleções  purulentas  no  espaço  subdural  e  /ou  epidural  são  incomuns,  ocorrendo  em  um  ¼    à  metade  da  freqüencia  dos  abscessos  intracerebrais.  

o  Em  65-­‐90%  dos  casos,  o  empiema  é  secundário  à  infecção  otorrinolaringológica,  que  se  disseminou  por  invasão  direta  do  espaço  extra-­‐axial  e  ,  ou  por  tromboflebite  retrógrada  vias  veias  emissarias  comunicantes.  

o  Os  casos  restantes  de  empiema  são  relacionados  a  TCE  prévio  (lesão  penetrante,  hematoma  subdural  infectado)  ou  a  procedimentos  neurocirúrgicos  e,  menos  freqüentemente,  como  uma  complicação  de  bacteremia  ou  meningite.  

o  O  ESD  é  mais  comumente  localizado  sobre  a  convexidade  cerebral  e  frequentemente  bilateral,  com  base  nos  estudos  de  TC.  

Dr. Emanuel R. Dantas

Page 55: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Infecção  Bacteriana  •  Empiema  –  RM  

o  O  ESD  da  convexidade  e  inter-­‐hemisférico  aparecem  hiperintensos  ao  líquor,  mas  hipointensos  com  relação  ao  parênquima  cerebral.  

o  T2  e  DP:  Coleções  isointensas  a  hiperintensas  com  relação  ao  líquor.    

o  Um  realce  proeminente  na  margem  de  um  empiema  é  devido  à  formação  de  uma  membrana  de  tecido  granulomatoso  sobre  as  leptomeninges  e  inflamação  no  córtex  cerebral  subjacente.  

o  O  ESD  pode  ser  diferenciado  radiologicamente  do  HSD  subagudo  ou  crônico  pelo  sinal  hiperintenso  nas  imagens  em  T1  e  T2  no  HSD,  devido  a  derivados  da  globina.  Dr. Emanuel R. Dantas

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Infecção  Bacteriana  –  M.  Tuberculosis  

•  A  TB  do  SNC  ocorre  em  2-­‐5%  de  todos  os  paciente  com  TB  e  em  10%  daqueles  com  TB  relacionada  com  AIDS.  

•  A  TB  do  adulto  mais  frequentemente  é  uma  infecção  pós-­‐primária,  enquanto  a  maioria  dos  casos  em  crianças  se  deve  à  infecção  primária.  

•  10-­‐30%  dos  casos  atuais  em  adultos  devem-­‐se  à  infecção  primária.  

•  A  TB  do  SNC  pode  assumir  uma  variedade  de  formas,  incluindo  a  meningite  tuberculosa,  abscessos,  cerebrite  focal  e  tuberculoma.  Dr. Emanuel R. Dantas

Page 57: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Infecção  Bacteriana  –  M.  Tuberculosis  

•  Os  achados  radiológicos  mais  comuns  associados  com  a  TB  do  SNC  incluem:  o Realce  das  cisternas  de  base;  o Granulomas;  o Calcificações;  o Hidrocefalia  o Realce  meníngeo  e  infarto,  mais  freqüentemente,  nos  núcleos  da  base.  

Dr. Emanuel R. Dantas

Page 58: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Infecção  Bacteriana  –  M.  Tuberculosis  

•  As  artérias  que  cursam  através  deste  exsudato  podem-­‐se  tornar  diretamente  envolvidas  pelo  infiltrado  inflamatório,  indiretamente  pela  endarterite  oblitera9va  rea9va  ou  por  ambos  os  processos.  

•  Arterite  está  presente  em  aproximadamente  28-­‐41%  dos  casos  com  meningite  basilar.  

•  Tanto  a  TC  quanto  a  RM  também  podem  documentar  hidrocefalia  comunicante,  uma  seqüela  comum  da  meningite  tuberculosa.  

Dr. Emanuel R. Dantas

Page 59: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Infecção  Bacteriana  –  M.  Tuberculosis  •  O  realce  das  cisternas  frequentemente  é  bastante  marcante  e  

pode  ser  bem  visualizado  tanto  na  TC  quanto  RM.  •  A  hidrocefalia  encontrada  na  TB  geralmente  é  do  8po  

comunicante,  secundário  ao  bloqueio  das  cisternas  basais  pelo  exsudato  inflamatório  

•  A  forma  parenquimatosa  mais  comum  de  TB  do  SNC  é  o  granuloma  tuberbuloso  (tuberculoma).  

•  Patologicamente,  o  granuloma  é  composto  de  uma  zona  central  de  necrose  caseosa  sólida,  circundada  por  uma  cápsula  de  tecido  colágeno.  

•  Por  fora  da  cápsula,  há  edema  parenquimatoso  e  proliferação  artrocitária.  Dr. Emanuel R. Dantas

Page 60: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Meningite  tuberculosa  com  infarto.  A:  Imagem  sagital  ponderada  em  T1  pré-­‐gadolíneo  revela  sinal  aumentado  dentro  de  um  quarto  ventrículo  ligeiramente  dilatado.  B-­‐D:  Realce  anormal  (setas  sólidas)  das  meningens  anteriores  à  ponte  e  bulbo,  dentro  das  cisternas  perimesencefálicas  e  quadrigeminais  e  na  saída  do  quarto  ventrículo.  

Dr. Emanuel R. Dantas

Page 61: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Meningite  tuberculosa  com  infarto.  A:  Imagem  sagital  ponderada  em  T1  pré-­‐gadolíneo  revela  sinal  aumentado  dentro  de  um  quarto  ventrículo  ligeiramente  dilatado.  B-­‐D:  Realce  anormal  (setas  sólidas)  das  meningens  anteriores  à  ponte  e  bulbo,  dentro  das  cisternas  perimesencefálicas  e  quadrigeminais  e  na  saída  do  quarto  ventrículo.    

Dr. Emanuel R. Dantas

Page 62: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

E:  Sinal  hiperintenso  focal  visualizado  na  ponte  direita  nesta  imagem  ponderada  em  T2  representa  uma  área  de  infarto  (seta  aberta).  Ela  também  pode  ser  visualizada  na  imagem  B  como  uma  faixa  de  sinal  hipointenso  bem  definido  (seta  aberta)  sem  realce.  Dr. Emanuel R. Dantas

Page 63: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Infecção  Bacteriana  –  M.  Tuberculosis  

•  A  dça  parenquimatosa  mais  freqüentemente  envolve  a  junção  cor=comedular  e  as  regiões  periventriculares,  conforme  esperado  para  a  disseminação  hematogênica.  

•  A  maioria  dos  tuberculomas  são  supratentoriais,  podendo  ocorrer  em  associação  ou  não  a  meningite  (coexistente).  

Dr. Emanuel R. Dantas

Page 64: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Infecção  Bacteriana  –  M.  Tuberculosis  

•  Imagem  -­‐  TC:  o  Na  TC,  os  tuberculomas  são  visualizados  em  apenas  alguns  pacientes  com  meningite  por  TB,  sendo  10-­‐34%  dos  pacientes  com  lesões  múl9plas;  

o  Pequena  lesão  com  realce  em  anel  que  se  correlaciona  com  os  achados  patológicos  de  necrose  central  e  organização  periférica.  

o  Um  terço  pode  apresentar  “sinal  do  alvo”:  calcificação  central  ou  realce  pon9lhado  rodeado  por  uma  região  de  hipodensidade  com  realce  circunjacente  da  borda.  

Dr. Emanuel R. Dantas

Page 65: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Infecção  Bacteriana  –  M.  Tuberculosis  •  Imagem  –  RM:  

o T1:    •  Isointensos  à  substância  cinzenta,  podendo  apresentar  uma  borda  ligeiramente  hiperintensa    • Realce  intenso  nodular  e  semelhante  a  um  anel.  • Podem  calcificar  (23%  dos  casos)  à  Gradiente-­‐eco  • A  atrofia  é  freqüentemente  é  uma  seqüela  a  longo  prazo  da  infecção  da  infecção  por  TB  do  SNC.  

Dr. Emanuel R. Dantas

Page 66: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Infecção  Bacteriana  –  M.  Tuberculosis  •  Imagem  –  RM:  

o  T2:  Sinal  variável:  •  Frequente  iso  ou  hipointensos  ao  parênquima  cerebral  •  Quando  hiperintensos,  deve-­‐se  a  um  maior  grau  de  necrose  liquefa9va  central  nestas  lesões.  

•  Há  geralmente  efeito  de  massa  associado,  com  edema  circunjacente,  pelo  menos,  mínimo  nas  pequenas  lesões,  porém  muito  menor  do  que  o  que  rodeira  abscessos  piogênicos  de  tamanho  comparável.  

Dr. Emanuel R. Dantas

Page 67: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Granulomas  tuberculosos  em  um  paciente  com  AIDS  (comprovado  patologicamente).  Imagem  de  RM  ponderada  em  T1  pós-­‐contraste  revela  áreas  focais  nodulares  de  realce  (seas)  sem  edema  ou  efeito  de  massa  significa9vos.  

Dr. Emanuel R. Dantas

Page 68: Infecção intracraniana - Avaliação por Imagem

Infecção  Bacteriana  –  M.  Tuberculosis  

•  Abscesso    Tuberculoso:  o  Complicação  rara.  o  Em  contraste  com  a  caseação  sólida  observada  no  granuloma,  o  abscesso  é  formado  por  pus  semilíquido  com  abundantes  bacilos  da  TB    

o  Postula-­‐se  que  o  abscesso  pode  ser  devido  a  uma  ruptura  por  liquefação  de  um  tuberculoma  caseoso  mais  opico.  

o  A  aparência  é  similar  à  do  abscesso  bacteriano,  apesar  de  ele  freqüentemente  ser  mul=loculado.  

Dr. Emanuel R. Dantas