Infecção Hospitalar e CCIH

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Particularidades sobre a infecção hospitalar, Principais infecções hospitalares e bactérias envolvidas, Papel do farmacêutico na Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

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INFECO HOSPITALAR E COMISSO DE CONTROLE DE INFECO HOSPITALAR

ConceitoInfeco hospitalar

Qualquer tipo de infeco adquirida aps a entrada do paciente em um hospital ou aps a sua alta quando essa infeco estiver diretamente relacionada com a internao ou procedimento hospitalar, como, por exemplo, uma cirurgia. A infeco acontece quando um microorganismo (vrus, bactrias, protozorios ou fungos) penetra no corpo do ser humano, e se multiplica (proliferao).

As infeces hospitalares podem ser causadas por falta de assepsia:No meio ambiente;Do material e medicamentos;No paciente;Da equipe que o atende.Assepsia o processo pelo qual so afastados os microorganismos patognicos de um local ou objeto.

3Exemplos de assepsia: O ato de lavar as mos impede a transferncia de microorganismos presentes na mo do agente de sade para o paciente;A esterilizao dos materiais;No tossir, espirrar, e nem mesmo falar sobre material esterilizado;Uso de papel toalha para as mos;No sentar nas camas dos pacientes;No colocar materiais no cho (comadre, bacia);Remoo das bactrias da pele (banho, limpeza).Como se adquire?

Qualquer pessoa que obrigada a internar-se em ambiente hospitalar para tratamento mdico est sujeita a contrair uma infeco hospitalar, que est diretamente relacionada ao tempo de internao e procedimento a ser realizado. Em procedimentos cirrgicos sempre existem mais riscos de contrair infeco do que em uma internao sem procedimentos, j que Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) ou Centros Cirrgicos so locais onde h muito mais chances de contrair infeco. Limpas: realizadas em tecidos estreis ou de fcil descontaminao, na ausncia de processo infeccioso local, sem penetrao nos tratos digestrio, respiratrio ou urinrio, em condies ideais de sala de cirurgia. Exemplo: cirurgia de ovrio;Potencialmente contaminadas: realizadas em tecidos de difcil descontaminao, na ausncia de supurao local, com penetrao nos tratos digestrio, respiratrio ou urinrio sem contaminao significativa. Exemplo: reduo de fratura exposta;Contaminadas: realizadas em tecidos recentemente traumatizados e abertos, de difcil descontaminao, com processo inflamatrio mas sem supurao. Exemplo: apendicite supurada;Infectadas: realizadas em tecido com supurao local, tecido necrtico, feridas traumticas sujas.De acordo com a Portaria n 2.616/98 MS, as cirurgias so classificadas em:O que se sente? Os sintomas so relacionados ao local do procedimento ou envolvem algum sistema, como respiratrio ou urinrio. Pacientes graves podem ter comprometimento de todo o organismo. Geralmente o primeiro sintoma febre.

Pacientes em maior riscoRecm- nascidos;Acidentados;Pacientes com Neoplasias Malignas; Receptores de rgos;Diabticos;Idosos;Aidticos.

Diagnstico de infeco hospitalar Observao direta do paciente ou anlise de seu pronturio; Resultados de exames de laboratrio;Quando no houver evidncia clnica ou laboratorial de infeco no momento da internao no hospital, convenciona-se infeco hospitalar toda manifestao clnica de infeco que se apresentar aps 72 horas da admisso no hospital;Tambm so convencionadas infeces hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 horas da internao, quando associadas a procedimentos mdicos realizados durante esse perodo; As infeces de recm-nascidos so hospitalares, com exceo das transmitidas pela placenta ou das associadas a bolsa rota superior a 24 horas.

Aps o diagnstico de infeco hospitalar, o tratamento feito sempre com antibiticos injetveis e por perodo de 14 a 30 dias. Como se trata? A preveno de infeces hospitalares por todo o mundo depende muito mais da instituio hospitalar e de seus trabalhadores do que dos pacientes, j que ningum se interna com inteno de contrair doenas dentro do hospital. Os cuidados para no ocorrer elevado nmero de infeces e sua preveno e controle envolvem medidas de qualificao da assistncia hospitalar, de vigilncia sanitria e outras, tomadas no mbito do municpio e estado. Como se previne? 1- INFECO DO TRATO URINRIOMais comumIdade avanada e Sexo femininoUso indiscriminado de antimicrobianosInstrumentao trato urinrio - sonda vesical 80% - outrosDoenas subjacentes graves infeces subclnicas

Infeces mais importantes2- INFECO DE STIO CIRRGICOTempo de internaoCondies pr-operatrias e Tcnica cirrgicaCorpos estranhos, drenos, prtesesAntibioticoprofilaxia

3-INFECO DO TRATO RESPIRATRIO Idade e Patologia baseInstrumentao do trato respiratrioColonizao orofaringeBroncoaspirao

4- INFECO DE CORRENTE SANGUNEAHospedeiro doena baseInsumos contaminados e TcnicaAcesso vascular tipo cateter curativo tempo local

Principais Bactrias Causadoras de IH(O TERROR DOS HOSPITAIS)STAPHYLOCOCCUS AUREUS

Grupo dos cocos Gram positivos e catalase-positivos; Infeces simples como: espinhas, furnculos e celulites; Infeces graves que so meningites, pneumonia, endocardite; Reservatrios: pacientes colonizados, funcionrios e pelo prprio ambiente; Responsvel por mais de 30% dos casos de infeces hospitalares.

STAPHYLOCOCCUS EPIDERMIDIS

Pacientes com baixa resistncia podem sofrer septicemia e endocardite relacionada a implantes, prteses e cateteresESCHERICHIA COLI

Bacilo Gram negativo, podem ser aerbias e anaerbias facultativas; Parte da microbiota normal nointestino; ITU; Septicemia.

KLEBSIELLA PNEUMONIAE Pneumonias comunitrias Pacientes imunocomprometidos Infeces peditricas relevantes

PSEUDOMONAS AERUGINOSA

Bacilo Gram-negativo, aerbio facultativo, tolera grandes variaes de temperatura, tm mnimas exigncias nutricionais est presente no solo, plantas, frutas e vegetais, e tem preferncia por ambientes midos. Causador de infeces em diversas regies do corpo

ENTEROCOCCUS

So bactriasgram-positivas, comensal do aparelho digestivo (intestino) e urinrio Endocardite Infeco Urinria Septicemia

ACINOBACTER BAUMANNII

BactriaaerbiaGram-negativa, com distribuio cosmopolita no solo; Elevada patogenicidade: vias respiratriase otrato urinrio

Histrico de Controle de Infeco1854 Guerra na Crimia: FLORENCE NIGHTINGALE (enfermeira inglesa) Implantao de medidas de higiene e limpeza no hospital que assistia os militares feridos Fim do sculo XIX e no incio do sculo XX: Joseph LISTER - Implantou os princpios de assepsia, isto , manter livre de germes os centros cirrgicos.Louis PASTEUR - descobriu algumas das bactrias causadoras de doena e que muitas delas morriam se aquecidas acima de certa temperatura - pasteurizao. Conhecimento sobre as bactrias, fungos e vrus. Desenvolvimento da MICROBIOLOGIA como cincia de apoio no combate s infeces.Incio sculo XX : HALSTED (cirurgio americano) - Introduo do uso de Luvas nos procedimentos hospitalares. Princpio do sculo XX: descobertas as sulfamidas, que matavam alguns micrbios....

1929 Obteno PENICILINA (Alexander Fleming) Seguida pelos demais antibiticos (corrida vertiginosa da potente indstria farmacutica)

Resistncia Bacteriana CONTROLE !!! CCIHLEIS E PORTARIAS REFERENTES AO CONTROLE DE INFECO HOSPITALARDECRETO DO MINISTRIO DA SADE N 77.052 de 19 de janeiro de 1976, em seu Artigo 2, Item IV, determinou que NENHUMA INSTITUIO HOSPITALAR PODE FUNCIONAR NO PLANO ADMINISTRATIVO SE NO DISPUSER DE MEIOS DE PROTEO CAPAZES DE EVITAR EFEITOS NOCIVOS SADE DOS AGENTES, PACIENTES E CIRCUNSTANTES.

1983 - Portaria MS, no. 196 de 24 de Junho de 1983 Todos os hospitais do pas, independente da natureza mantenedora, devem manter Comisso de Controle de Infeco Hospitalar (CCIH) ; d orientaes prticas sob a forma de cinco anexos. Portaria 930/92 Aes sistemticas para reduzir a incidncia e gravidade de IH.COM a promulgao da LEI FEDERAL N 9431, DE 6 DE JANEIRO DE 1997:Artigo 1 obrigatoriedade dos hospitais manterem um PCIHArtigo 2 Criao de Comisso de Controle de Infeces Hospitalares para a execuo deste controle

Obrigatoriedade da CCIH!!!Esta Portaria composta por CINCO ANEXOS. O primeiro trata da ORGANIZAO E COMPETNCIAS DA CCIH E DO PCIH. No anexo II, temos CONCEITO E CRITRIOS DIAGNSTICOS DAS INFECES HOSPITALARES. No anexo III, ORIENTAES SOBRE A VIGILNCIA EPIDEMIOLGICA DAS INFECES HOSPITALARES E SEUS INDICADORES.. Nos anexos IV e V, observamos RECOMENDAES SOBRE A LAVAGEM DAS MOS e outros temas - como o uso de germicidas, microbiologia, lavanderia e farmcia, dando nfase OBSERVNCIA DE PUBLICAES ANTERIORES DO MINISTRIO DA SADE.

Os hospitais devero constituir CCIH para produzir normas para orientar a execuo do PCIH.

PORTARIA 2.616/9813 DE MAIO DE 1998Comisso de Controle de Infeco Hospitalar - CCIH?A CCIH um rgo de assessoria autoridade mxima da instituio e de planejamento e normatizao de aes de controle de infeco hospitalar, que sero executadas pelo servio de controle de Infeco Hospitalar (SCIH) . responsvel por uma srie de medidas como o incentivo da correta higienizao das mos dos profissionais de sade; o controle do uso de antimicrobianos, a fiscalizao dalimpezae desinfeco de artigos e superfcies, etc.Prevenir e combater infeco hospitalar, beneficiando dessa maneira toda a populao assistida, proteger o hospital e o corpo clnico. Objetivo da CCIH Desenvolver aes na busca ativa das infeces hospitalares; Avaliar e orientar as tcnicas relacionadas com procedimentos invasivos; Participar da equipe de padronizao demedicamentos; Prevenir e controlar asinfeceshospitalares; Controlar a limpeza da caixa degua; Controlar o uso deantibitico; Implantar e manter o sistema de vigilncia epidemiolgica da infeces hospitalares; Elaborar treinamentos peridicos das rotinas do CCIH; Manter pasta atualizada das rotinas nas unidades; Executar busca ativa aospacientes com infeco; Fazer anlise microbiolgico da guaDeve manter arquivados documentos que comprovem a legalidade de sua existncia, rotinas de sua funcionabilidade, protocolos que orientem o tratamento mais adequado efetivado ao paciente e sobretudo dados estatsticos que demonstrem os ndices de infeco do hospital, para que, solicitados judicialmente, possam ser comprovados, mantendo estes ndices de infeco dentro dos limites aceitveis, comparativamente.25

O papel do farmacutico no CCIH Participar das reunies da Comisso de Controle de Infeco Hospitalar; Participar da elaborao de protocolos de tratamentos com antimicrobianos; Estabelecer intercmbio entre Comisso de Controle de Infeco Hospitalar (CCIH), Comisso de Farmcia e Teraputica (CFT), Comisso de Suporte Nutricional e Comisso de Padronizao de Material Mdico hospitalar; Participar de investigao de casos suspeitos de contaminao por solues parenterais e outros; Estabelecer polticas internas na farmcia abrangendo procedimentos e programas para evitar a contaminao de medicamentos produzidos e dispensados; Estimular o uso de embalagens em dose nica para produtos estreis; Trabalhar em conjunto com o laboratrio de microbiologia; Participar da padronizao dos germicidas e saneantes; e emitir pareceres sobre produtos recentemente lanados; Participar da elaborao e do desenvolvimento de projetos de pesquisa em controle de infeco hospitalar; Participar de programas de farmacoepidemiolgia, principalmente aquelas relacionadas a estudos de utilizao de medicamentos e farmacovigilncia; Participar de investigao epidemiolgica dos surtos ou suspeita de surtos; Desenvolver atividades de capacitao e atualizao de recursos humanos e orientao de pacientes.A SITUAO DO CONTROLE DE INFECO NO BRASIL

APESAR de muitos esforos, o Brasil ainda enfrenta uma realidade adversa daquilo que se pode julgar satisfatrio: CARNCIA DE RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS NAS INSTITUIES de sade (principalmente nas pblicas), AUSNCIA DE CCIHS ATUANTES em grande parte dos hospitais, ou ainda, PROFISSIONAIS exercendo a funo SEM CONHECIMENTO ADEQUADO DA ATIVIDADE - o que resulta em elevadas taxas de infeco hospitalar, ocorrncia de surtos no detectados em berrios e unidades de terapia intensiva, ESTA REALIDADE PRECISA DE MUDANAS!

08/05/2013