Infeção VIH/Sida – Região Norte 2017 · Infeção VIH/Sida Região Norte Relatório 2017...
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Infeção VIH/Sida
Região Norte
Relatório 2017
Administração Regional de Saúde do Norte, I.P.
Departamento de Saúde Pública
PRVIH/Sida
Departamento de Saúde Pública Programa Regional para a Infeção VIH/Sida
3
Ficha Técnica
Título
Infeção VIH/ Sida Região Norte – Relatório 2017
Editor
Administração Regional de Saúde do Norte, I.P.
Rua de Santa Catarina, 1288
4000-447 Porto
Presidente do Conselho Diretivo da ARS Norte, I.P.
Dr. Pimenta Marinho
Departamento de Saúde Pública da ARS Norte, I.P.
Diretora
Dra. Maria Neto
Área Funcional – Promoção e Proteção da Saúde
Dra. Lurdes Maio Gonçalves
Morada
Rua Anselmo Braamcamp, 144
4000-078 Porto
Tel. 220411701 | Fax: 220 411 738
Equipa Técnica
Maria José Santos
Cármen Guimarães
E-mail de contacto
Departamento de Saúde Pública Programa Regional para a Infeção VIH/Sida
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Índice Introdução .......................................................................................................................................................... 6
1. Perfil Epidemiológico da infeção VIH/Sida na região Norte .................................................. 7
2. Fast Track Cities: Cidades na Via Rápida........................................................................................ 9
3. Acompanhamento hospitalar dos doentes com infeção VIH/Sida ................................... 11
3.1. Deteção da infeção por VIH nos Cuidados de Saúde Primários: Implementação
Regional do Teste Rápido .......................................................................................................................... 13
4. Rede de Centros de Aconselhamento e Deteção (CAD) ........................................................ 18
5. A infeção VIH/Sida em diferentes contextos ............................................................................ 19
5.1 Infeção VIH nos utilizadores de drogas .............................................................................. 19
5.1.1 Programa Troca de Seringas ”Diz Não a uma Seringa em Segunda Mão” .... 19
5.2 Infeção VIH em Meio Prisional ............................................................................................... 20
5.3. Organizações de Base Comunitária (OBC) ............................................................................. 21
5.3.1. Programa de Financiamento Público a projetos no âmbito do PNVIH/Sida .... 22
5.4. Saúde Oral e Infeção ....................................................................................................................... 24
6. Materiais de Prevenção ......................................................................................................................... 24
Bibliografia ...................................................................................................................................................... 26
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Siglas
ACeS Agrupamento de Centros de Saúde
ACS Alto Comissariado da Saúde
ACSS Administração Central do Sistema de Saúde
AFP Associação de Farmácias de Portugal
ANF Associação Nacional de Farmácias
ARS Administração Regional de Saúde
ARSN Administração Regional de Saúde do Norte
CAD Centro de Aconselhamento e Deteção
CNSIDA Coordenação Nacional para a Infeção VIH/Sida
CDP Centro de Diagnóstico Pneumológico
CSP Cuidados de Saúde Primários
DICAD Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências
DGAG Departamento de Gestão e Administração Geral
DGRSP Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais
DGS Direção-Geral da Saúde
DSP Departamento de Saúde Pública
EP Estabelecimento Prisional
ERRMD Equipa de Redução de Riscos e Minimização de Danos
ET Equipa de Tratamento
ETA Equipa Técnica de Avaliação
HSH Homens que têm Sexo com Homens
IEC Informação, Educação e Comunicação
INSA Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
ONG Organização Não Governamental
PNVIH/Sida Programa Nacional para a Infeção VIH/Sida
PRVIH/Sida Programa Regional para a Infeção VIH/Sida
PTS Programa Troca de Seringas
QEM Quadro de Execução Mensal
SCLÍNICO Sistema de Informação de apoio à clínica
SICAD Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências
SINAVE Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica SIDA Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
SI.VIDA Sistema de Informação para a Infeção VIH/Sida
SPMS Serviços Partilhados do Ministério da Saúde
TB Tuberculose
UAG Unidade de Apoio à Gestão
UD Utilizadores de Drogas
UDI Utilizadores de Drogas Intravenosas
ULS Unidade Local de Saúde
UCSP Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados
USF Unidade de Saúde Familiar
USP Unidade de Saúde Pública
VHB Vírus da Hepatite B
VHC Vírus da Hepatite C
VIH Vírus da Imunodeficiência Humana
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Introdução
Os casos registados na base de dados nacional da vigilância epidemiológica da infeção
por VIH e SIDA e notificados até 30 de junho de 2017, revelam que durante o ano 2016
foram diagnosticados em Portugal 1030 novos casos de infeção por VIH,
correspondendo a uma taxa de 10,0 novos casos por 100 000 habitantes, não ajustada
para o atraso da notificação. A maioria dos diagnósticos (99,7%) ocorreu em indivíduos
adultos (15 ou mais anos de idade). A seguir à Área Metropolitana de Lisboa, a região
Norte foi aquela em que se registou o maior número de novos casos de infeção (237) e
de casos de SIDA (62), correspondendo a 23,1% e a 23,8%, respetivamente, do total dos
casos diagnosticados. O Distrito do Porto apresenta uma taxa de novos casos de 9,4%
por 100 000 habitantes, não ajustada para o atraso da notificação. As características
clínicas dos novos casos de infeção indicam que a maioria ocorreu por transmissão
sexual (96,8%) e, em 65,2% dos casos, a infeção era assintomática. Os dados disponíveis
indicam que cerca de 55% das pessoas com infeção pelo VIH são diagnosticadas tarde
(valores de CD4≤350) (Relatório INSA, 2017).
Contrariamente às abordagens médicas convencionais, baseadas em comorbilidades e
multimorbilidades, uma visão sindémica de uma epidemia urbana permite explorar
melhor os efeitos, sobre a saúde, das interações de determinada doença com os fatores
sociais, económicos, ambientais e culturais e os determinantes que promovem a
reciprocidade dessas interações, as quais contribuem para o agravamento das doenças.
A intervenção sindémica reforça as estratégias de prevenção e de assistência, ao
considerar o espectro completo das vulnerabilidades, em vez de tratar individualmente
cada distúrbio e ignorar os contextos complexos nos quais ocorre (Lancet
2017;389:889-891).
Em 2017, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) assinou, junto com o
Município do Porto, a Declaração de Paris, assumindo o compromisso de definir uma
estratégia conjunta que contribua para acabar com a SIDA até 2020.
Cumprindo um dos objetivos do Programa Regional para a Infeção VIH/Sida
(PRVIH/Sida), apresentamos o presente relatório da Infeção VIH/Sida na região
Norte.2017, na continuidade do publicado no ano transato, mantendo a base de
informação recolhida e contribuindo, assim, para o melhor conhecimento desta infeção
na região.
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1. Perfil epidemiológico da infeção VIH/Sida na região Norte
Em 2016 foram notificados 237 novos casos de infeção por VIH, o que corresponde a
uma incidência de 6.6 por 100.000 habitantes. Destes novos casos identificados, 62
apresentavam uma doença definidora de SIDA (1.7 por 100.000/hab). Nos quadros
seguintes, observa-se a evolução temporal da incidência da infeção por VIH e de SIDA,
desde 2012 a 2016, na região Norte e em Portugal Continental.
Quadro n.º 1: Incidência da Infeção VIH por 100.000 habitantes, 2012-2016
Quadro n.º 2: Incidência de SIDA por 100.000 habitantes, 2012-2016
Podemos observar no gráfico seguinte a distribuição do número de casos de infeção VIH
por grupo etário e sexo. Verifica-se que, de 2012 a 2016, o maior número de casos
notificados de infeção se verificou no sexo masculino e no grupo dos 30 aos 44 anos.
Gráfico n.º 1: Distribuição do número de casos de infeção VIH por grupo etário e sexo, região Norte, 2012-2016.
Relativamente à categoria de transmissão, apresenta-se a comparação do quinquénio
2006-2010 com o de 2012-2016 (gráfico n.º 2). Assim, podemos verificar um acentuado
aumento da infeção associada aos homens que têm sexo com homens (HSH), de 18.4%
para 33.7%.
De realçar que a transmissão sexual foi responsável por 91.8% das infeções ocorridas no
período de 2012 a 2016.
1
300
433
286
110
49
141
103
44
500 300 100 100 300 500
<15
15-29
30-44
45-59
60+
Feminino Masculino
Residência 2012 2013 2014 2015 2016
Continente 15,5 14,8 11,0 9,7 10,1
Região Norte 9,9 9,5 7,8 6,6 6,6
Residência 2012 2013 2014 2015 2016
Continente 5,7 4,6 3,0 2,3 2,6
Região Norte 4,3 2,7 2,2 1,6 1,7
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Gráfico n.º 2: Distribuição do número de casos de infeção VIH por categoria de transmissão e quinquénio, ambos os sexos.
58,4% 18,4%
0,4%
21,5%
1,3%
2006-2010
Hetero
HSH
Mãe/ filho
Toxicodependente
Outras
58,1%
33,7%
0,1% 4,8%
3,2%
2012-2016
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2. Fast Track Cities: Cidades na Via Rápida
Portugal continua a possuir uma elevada incidência da infeção VIH/Sida, nomeadamente
em populações mais vulneráveis, pelo que urge adotar políticas integradas que visem a
prevenção, identificação precoce de novos casos e a orientação adequada dos indivíduos
infetados para os serviços de saúde, de forma a ser possível iniciar o tratamento de
forma célere, implementando uma política abrangente no sentido de se conseguir
controlar a epidemia do VIH. Uma das questões prementes que se verifica e à qual
importa dar especial atenção, prende-se com o facto da incidência do VIH nas grandes
cidades ser muito superior quando comparada com outras áreas do país. O número de
novos casos de VIH nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto representa cerca de
2/3 do total de novas infeções em Portugal.
Torna-se fundamental a criação de redes sustentadas de partilha de ações com outras
entidades fora do Serviço Nacional de Saúde, de forma a chegarmos às populações mais
vulneráveis, seguindo o exemplo de outros países, e constituindo um elemento crítico de
sucesso a articulação com estruturas formais e informais da sociedade, nomeadamente
autárquicas e de base comunitária. Neste âmbito, reconhece-se que as cidades têm um
papel destacado na aceleração da resposta à epidemia do VIH/Sida.
Adicionalmente, as dinâmicas urbanas aumentam frequentemente o risco e
vulnerabilidade para a infeção por VIH, nomeadamente por enfrentarem desafios como
a elevada densidade populacional, migrações e desigualdades. Neste sentido, as cidades
representam um importante contributo para atingir, até 2020, as metas de tratamento
90-90-90 propostas pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre VIH/Sida
(ONUSIDA), que consistem em 90% das pessoas que vivem com VIH estarem
diagnosticadas, 90% destas receberem tratamento e 90% das pessoas sob terapêutica
atingirem a supressão vírica. Isto significaria que 72,9% da população mundial a viver
com a infeção pelo VIH teria carga viral indetetável no ano de 2020.
Neste contexto, no dia mundial da SIDA em 2014, foi lançada a Declaração de Paris,
“Cidades na via rápida para acabar com a epidemia VIH”, tendo como principais
parceiros: a cidade de Paris, a ONUSIDA, o programa específico das Nações Unidas para
habitação e desenvolvimento urbano sustentável (UN-HABITAT – United Nation Human
Settlement) e a Associação Internacional de Prestadores de Cuidados no âmbito da SIDA
(IAPAC), a qual foi subscrita por várias cidades de diferentes regiões do mundo, como
Banguecoque, Costa do Marfim, Senegal, Amsterdão, Atenas, Atlanta, Bucareste, Denver,
Genebra e São Francisco.
As cidades que assinaram a Declaração de Paris comprometeram-se atingir sete
objetivos principais:
Acabar com a epidemia do VIH/Sida nas cidades até 2030 e atingir metas
ambiciosas até 2020;
Colocar as pessoas no centro da resposta ao VIH/Sida;
Abordar as causas de risco, vulnerabilidades e transmissão do VIH;
Usar a resposta ao VIH/Sida para uma transformação social positiva e construção
de sociedades equitativas, inclusivas, resilientes e sustentáveis;
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Construir e acelerar respostas adequadas às necessidades locais;
Mobilizar recursos para uma saúde pública e um desenvolvimento integrado;
Unir líderes, trabalhando de forma inclusiva.
Neste enquadramento, importa também, em Portugal, através de uma abordagem
conjunta do Ministério da Saúde em parceria com os Municípios e a Sociedade Civil,
alinhados com os objetivos propostos pela ONUSIDA e pela experiência internacional,
introduzir uma mudança positiva nas Cidades de Lisboa, do Porto e de Cascais,
contribuindo para o objetivo de acabar com a epidemia do VIH/Sida. Tornam-se,
portanto, pertinentes as estratégias diferenciadas destinadas a abordar os desafios do
diagnóstico, tratamento e supressão viral nos cidadãos infetados nestas regiões. O
projeto internacional “Cidades na via rápida para acabar com a epidemia do VIH”
apresenta-se como uma oportunidade para a mobilização dos diferentes atores sociais
no combate ao VIH/Sida.
Importa assim, criar um grupo de trabalho com o objetivo de definir uma estratégia
integrada para a eliminação da epidemia do VIH/Sida nas Cidades de Lisboa, do Porto e
de Cascais, no contexto do projeto internacional “Cidades na via rápida para acabar com
a epidemia VIH”, que garanta uma articulação das várias instituições do Ministério da
Saúde, das organizações da sociedade civil e municípios na prossecução deste objetivo,
garantindo um aproveitamento integrado dos recursos e dos vários projetos a serem
desenvolvidos. Por outro lado, é importante que o desenvolvimento deste processo
permita lançar as bases nacionais para o alargamento a outros concelhos, aproveitando
a experiência e o conhecimento que vier a ser construído.
Neste âmbito, a ARSN assinou, a 29 de maio de 2017, o Protocolo da Declaração de Paris,
assumindo assim os compromissos nela explicitados. O Grupo de Trabalho criado pelo
Despacho n.º 5216/2017, do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, integra um
elemento da Administração Regional de Saúde do Norte/ Programa Regional para a
Infeção VIH/Sida, que definiu uma estratégia integrada para a eliminação da epidemia
do VIH/Sida nas cidades de Cascais, Lisboa e do Porto, no contexto do projeto
internacional «Cidades na via rápida para acabar com a epidemia VIH», e definir o
posterior alargamento a outros concelhos.
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3. Acompanhamento hospitalar dos doentes com infeção VIH/Sida
O SI.VIDA é um sistema de informação hospitalar que tem como finalidade melhorar a
qualidade da vigilância epidemiológica da infeção por VIH e melhorar a qualidade e a
eficiência dos serviços de saúde prestados nas unidades hospitalares do SNS.
Em setembro de 2017, foi publicado o Despacho n.º 8379/2017, que determina que a
implementação do sistema informático SI.VIDA deverá estar concluída em todos os
hospitais do SNS que seguem doentes com VIH, até 31 de dezembro de 2017.
Este Despacho refere ainda que, até outubro de 2018, deverá ser realizada a integração
dos sistemas locais de registo e acompanhamento das pessoas que vivem com o VIH com
o SINAVE, de forma a garantir a automatização da notificação dos novos diagnósticos de
VIH/Sida, sem necessidade de duplicação de registos ou plataformas para o efeito.
A notificação dos novos casos, através do SINAVE, deve ocorrer de forma automática, no
momento da confirmação de cada novo diagnóstico e registo dos dados essenciais no
SClínico Hospitalar ou similar. Prevê ainda, que as notificações ao INSA passem a ser
desmaterializadas e a efetivar-se de forma automática através do SClínico Hospitalar ou
similar, articuladas com o SINAVE.
Em 2017, verificou-se, na região Norte, que com a implementação do sistema SI.VIDA,
em mais 3 Centros Hospitalares/Hospitais, 100% dos Centros Hospitalares/Hospitais da
rede de referenciação VIH têm o SI.VIDA implementado (quadro n.º 3). De referir que os
dados dos 3 Centros Hospitalares/Hospitais atrás referidos, não sendo considerados
estabilizados, não foram incluídos no ano de 2017.
Quadro n.º 3: Centros Hospitalares/ Hospitais com implementação SI.VIDA
CHP Centro Hospitalar do Porto
CHSJ Centro Hospitalar São João
CHTS Centro Hospitalar Tâmega e Sousa
CHVNG Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/ Espinho
HB Hospital de Braga
ULSM Unidade Local de Saúde de Matosinhos – Hospital Pedro Hispano
ULSAM Unidade Local de Saúde do Alto Minho
CHTMAD Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro
HSOG Hospital Nossa Senhora da Oliveira - Guimarães
Total 9 Centros Hospitalares/Hospitais
Fonte: SPMS, 2017
Verifica-se que foram registados 7874 doentes, dos quais 6914 estão em tratamento
anti retrovírico (TAR), o que representa 87,8% dos doentes em tratamento.
Pretende-se, assim, obter informação fidedigna e sistemática que nos permita
monitorizar as metas dos 90-90-90 estabelecidas pela ONUSIDA até 2020. De seguida,
apresentamos a distribuição, por Centro Hospitalar/ Hospital, do número de doentes em
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seguimento hospitalar, em tratamento anti retrovírico e que apresentam cargas víricas
(CV) suprimidas (quadro n.º 4).
Quadro n.º 4: Número de doentes em acompanhamento hospitalar e em tratamento anti retrovírico
Número de doentes em acompanhamento hospitalar
CHTS HB CHSJ CHVNG ULSM CHP ULSAM CHTMAD HSOG Total 90-90-90
2016 245 536 2238 1054 762 2704 7539
2017 244 601 2320 1122 798 2782 7874
Número de doentes com VIH/Sida em tratamento anti retrovírico (TAR) 90%
2016 239 522 2185 1018 728 2426 7118
2017 241 518 2104 924 646 2450 6914 87,8%
Número de doentes com VIH/Sida em tratamento anti retrovírico (TAR) e com CV suprimida 90%
2017 478 1906 483 1983 4852
Fonte: SPMS, 2017
Relativamente ao número de doentes com diagnóstico no último ano (2017), apresenta-
se uma caracterização relativamente ao sexo (quadro n.º 5), grupo etário (quadro n.º 6)
e categoria de transmissão (quadro n.º 7).
Quadro n.º 5: Número de doentes com diagnóstico de infeção VIH e Sida em 2017, por sexo
Centro Hospitalar/ Hospital CHTS HB CHSJ CHVNG ULSM CHP HSOG Total
Sexo Masculino 10 19 59 19 7 30 3 147
Feminino 4 10 17 12 2 4 2 51
Total 14 29 76 31 9 34 5 198
Fonte: SPMS, 2017
Quadro n.º 6: Número de doentes com diagnóstico de infeção VIH e Sida em 2017, por grupo etário
Centro Hospitalar/ Hospital CHTS HB CHSJ CHVNG ULSM CHP HSOG Total
Grupo etário
0-5 0 0 0 0 0 0 0 0
6-14 0 0 0 0 0 0 0 1
15-24 2 2 3 4 0 4 0 13
25-34 4 3 26 4 1 13 1 50
35-44 2 10 18 5 5 7 2 41
45-54 3 8 13 10 2 4 1 45
55-64 2 4 12 5 1 5 1 17
64-84 1 2 4 3 0 0 0 11
≥85 0 0 0 0 0 1 0 0
Total 14 29 76 31 9 34 5 178
Fonte: SPMS, 2017
Quadro n.º 7: Número de doentes com diagnóstico de infeção VIH e Sida em 2017, por categoria de transmissão
Centro Hospitalar/ Hospital CHTS HB CHSJ CHVNG ULSM CHP Total
Categoria de
transmissão
Bissexual 0 0 2 0 0 3 5
Homossexual 3 2 32 4 5 15 61
Heterossexual 7 7 47 16 11 16 104
Toxicodependente (IV) 1 0 1 1 0 1 4
Trabalhador/a do Sexo 0 0 1 0 0 0 1
Outras categorias 0 0 1 0 0 0 1
Total 11 9 84 21 16 35 176
Fonte: SPMS, 2017
De acordo com o local onde foi efetuado o diagnóstico, e tal como plasmado no quadro
n.º 8, verifica-se que, dos 178 novos casos, obteve-se informação relativa ao local de
diagnóstico em 132 doentes, dos quais 51.5% dos diagnósticos foram realizados em
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contexto hospitalar, 32.5 % foram diagnosticados nos cuidados de saúde primários e
11% através dos centros de aconselhamento e diagnóstico.
Quadro n.º 8: Número de doentes com diagnóstico de infeção VIH e Sida em 2017, por entidade que efetuou o diagnóstico
CHTS HB CHSJ CHVNG ULSM CHP Total
Entidade que
efetuou o
diagnóstico
CAD 0 0 9 1 1 3 14
Centro de Saúde 3 3 31 0 2 4 43
Hospital 8 3 36 4 7 17 75
internamento 5 2 3 2 0 3 15
consulta 2 0 18 0 3 9 32
urgência 0 0 14 2 2 3 21
outro 1 1 1 0 2 2 7
Total 11 6 76 5 10 24 132 Fonte: SPMS, 2017
Relativamente ao número de doentes com data de óbito em 2017, verifica-se que
ocorreram 52 óbitos e que três destes óbitos correspondem a doentes em que o
diagnóstico foi realizado nesse mesmo ano (quadro n.º 9).
Quadro nº 9: Número de doentes com data de óbito em 2017
Centro Hospitalar/ Hospital CHTS HB CHSJ CHVNG ULSM CHP Total
Com data óbito em 2016 3 6 0 10 12 21 52
Com diagnóstico em 2016 0 0 0 0 0 3 3 Fonte: SPMS, 2017
Outro aspeto relevante a monitorizar é o número de pessoas que recorrem aos serviços
de urgência após uma exposição ao VIH, podendo esta ocorrer em contexto ocupacional
ou não. Assim, e de acordo com a informação registada no SI.VIDA durante o período em
análise, 62 utentes tiveram acesso à profilaxia pós-exposição (PPE).
Quadro nº 10: Número de utentes com profilaxia pós-exposição ao VIH em 2017
Centro Hospitalar/ Hospital CHTS HB CHSJ CHVNG ULSM CHP Total
Total de utentes 3 0 49 2 0 8 62
Total Profilaxias 3 0 49 2 0 8 62 Fonte: SPMS, 2017
3.1. Deteção da infeção por VIH nos Cuidados de Saúde Primários:
Implementação Regional do Teste Rápido
O Programa Regional para a Infeção VIH/Sida (PRVIH/Sida) no cumprimento das
orientações programáticas do Programa Nacional para a Infeção VIH/Sida (PNVIH/Sida)
e da Circular Normativa n.º 58/2011, atualizada em 2014, sobre o diagnóstico da infeção
VIH, continua a monitorizar o grau de implementação desta medida.
De acordo com a informação disponível (registo na plataforma eletrónica da DGS),
verifica-se que, em 2017, foram realizados 9134 testes rápidos nas 197 unidades
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funcionais registadas na plataforma, pertencentes a 18 ACeS. No seguinte gráfico pode
ver-se a evolução temporal da implementação desta estratégia a nível regional.
Fonte: Dados extraídos da Plataforma da DGS, 14/03/2018
Gráfico nº 3: Número de Testes Realizados por ACeS em 2017
Como se pode verificar no seguinte quadro, cinco ACeS têm implementado o teste rápido
para deteção da infeção por VIH em 100% das suas unidades funcionais.
Quadro nº 11: Implementação por ACeS em 2017
No entanto, considera-se que o número de testes registados na plataforma da DGS pode
não traduzir o grau de implementação desta medida, pois durante o mesmo período e de
acordo com a informação disponibilizada pela Unidade de Aprovisionamento – Compras
e Logística da ARSN, foram distribuídos 21.050 testes rápidos a 20 ACeS, como mostra o
seguinte quadro.
2 3 4 12 18 42 160
515
2497
9134
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000
10000
2013 2014 2015 2016 2017
ACES Registados
Testes Realizados
ACESNº Unidades Existentes
Nº Unidades Ativas
%implementação
1 ACES Grande Porto I - Santo Tirso/ Trofa 12 12 100%
2 ACES Grande Porto IV - Póvoa do Varzim/ Vila do Conde 15 15 100%
3 ACES Tâmega III - Vale do Sousa Norte 21 21 100%
4 ACES Alto Ave - Guimarães/ Vizela/ Terras de Basto 25 25 100 %
5 ACES Cávado II - Gerês/ Cabreira 11 11 100%
6 ACES Tâmega II - Vale do Sousa Sul 22 21 95%
7 ACES Entre Douro e Vouga I - Feira/ Arouca 16 15 94%
8 ACES Grande Porto VI - Porto Oriental 11 10 91%
9 ACES Entre Douro e Vouga II - Aveiro Norte 17 11 65%
10 ACES Tâmega I - Baixo Tâmega 26 16 62%
11 ACES Cávado I - Braga 20 12 60%
12 ACES Douro II - Douro Sul 12 7 58%
13 ACES Ave - Famalicão 16 8 50%
14 ACES Alto Trás-os-Montes II - Alto Tâmega e Barroso 10 3 30%
15 ACES Grande Porto II - Gondomar 15 2 13%
16 ACES Douro I - Marão e Douro Norte 26 3 12%
17 ACES Grande Porto VIII - Espinho/ Gaia 19 2 11%
18 ACES Grande Porto VII - Gaia 14 1 8%
19 ACES Cávado III - Barcelos/ Esposende 21 1 5%
20 ACES Grande Porto III - Maia/ Valongo 21 0 0%
21 ACES Grande Porto V - Porto Ocidental 19 0 0%
TOTAL REGIÃO NORTE 383 197 52%
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Quadro n.º 12: Número de Testes distribuídos por ACeS
ACeS Nº testes
Alto Ave - Guimarães/Vizela/Terras de Basto 3.680
Alto Trás-os-Montes - Alto Tâmega e Barroso 275
Ave - Famalicão 560
Cávado I - Braga 2.180
Cávado II - Gerês / Cabreira 925
Cávado III - Barcelos / Esposende 500
Douro I - Marão e Douro Norte 865
Douro II - Douro Sul 905
Entre Douro e Vouga I - Feira / Arouca 1.120
Entre Douro e Vouga II - Aveiro Norte 760
Porto I - Santo Tirso / Trofa 1.600
Porto II - Gondomar 80
Porto III - Maia/Valongo 580
Porto IV - Póvoa do Varzim / Vila do Conde 380
Porto VI - Porto Oriental 1.140
Porto VII - Gaia 740
Porto VIII - Espinho / Gaia 380
Tâmega I - Baixo Tâmega 1.100
Tâmega II - Vale do Sousa Sul 1.820
Tâmega III - Vale do Sousa Norte 1.460
TOTAL 21.050
Fonte: Unidade de Aprovisionamento - Compras e Logística da ARSN
À semelhança do ano anterior, verifica-se que o número de serologias (Anticorpos para
VIH 1 e 2) por ACeS/ULS, requisitadas através dos Cuidados de Saúde Primários, foi de
85.249, com um impacto financeiro considerável – cerca de 1 108 237 euros (quadro n.º
12). Continuamos a verificar, na região, uma taxa de rastreio da infeção por VIH
muito baixa, considerando que o número de utentes inscritos com médico de família,
com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos, era de 2.272.727 utentes.
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Quadro n.º 13: N.º de exames prescritos nos Cuidados de Saúde Primários em 2017
ACeS Ano 2017
Exames Prescritos (Nº)
Exames Prescritos (Custo - SNS)
ACES Alto Minho 7.283 94.004
ACES Entre Douro e Vouga I - Feira e Arouca 2.983 39.129
ACES Tâmega II - Vale do Sousa Sul 3.517 46.608
ACES Entre Douro e Vouga II - Aveiro Norte 2.655 34.601
ACES Cávado II - Gerês / Cabreira 1.875 24.539
ACES Cávado III - Barcelos / Esposende 4.020 52.303
ACES Cávado I - Braga 3.773 49.025
ACES Tâmega I - Baixo Tâmega 3.987 52.465
ACES Ave / Famalicão 2.626 34.393
ACES Tâmega III - Vale do Sousa Norte 2.871 37.946
ACES Matosinhos 6.286 80.574
ACES Grande Porto V - Porto Ocidental 5.402 69.925
ACES Grande Porto VI - Porto Oriental 2.133 27.732
ACES Grande Porto IV - Póvoa do Varzim / Vila do Conde 4.132 54.223
ACES Grande Porto I - Santo Tirso / Trofa 1.137 14.917
ACES Grande Porto VII - Gaia 4.488 58.081
ACES Douro I - Marão e Douro Norte 2.060 26.903
ACES Alto Trás-os-Montes - Alto Tâmega e Barroso 1.621 21.044
ACES Douro II - Douro Sul 1.314 17.203
ACES Grande Porto VIII - Espinho / Gaia 4.042 52.352
ACES Alto Ave - Guimarães, Vizela e Terras de Basto 3.617 47.172
ACES Grande Porto II - Gondomar 4.796 62.198
ACES Grande Porto III - Maia / Valongo 5.751 75.050
ACES Alto Trás-os-Montes - Nordeste 2.880 37.539
85.249 1 108 237 Fonte: Departamento de Planeamento da ARSN,2018
Tendo sido definido como objetivo QUAR da ARSN (OOP6), promover o diagnóstico
precoce da infeção por VIH/Sida, foram desenvolvidos esforços no sentido de garantir
futuramente a plena concretização desta estratégia, através do que consideramos ser um
aspeto crucial, a implementar a curto prazo: a contratualização com os ACeS/ULS do
Indicador de Monitorização Contratualização (306) que avalia o grau de
cumprimento da Circular Normativa n.º 058/2017 da DGS. Em fevereiro de 2017, sob
proposta do PRVIH/Sida, foi realizada a parametrização do sistema de informação
SClínico (versão 2.3), que permite a prescrição e registo do resultado do teste rápido
em todas as unidades de saúde, que já se encontra disponível em todas as unidades.
Como aspeto negativo a realçar, durante o ano de 2017, nenhuma das Unidades Locais
de Saúde da região (3) implementou ainda o teste rápido como meio privilegiado e
custo-efetivo de deteção precoce da infeção por VIH. As ULS não adquirem testes através
da Unidade de Aprovisionamento e Gestão da ARSN, o que se traduz numa dificuldade
acentuada em monitorizar a implementação dos testes rápidos nas suas unidades.
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Verifica-se que, até ao momento, não se encontra inscrita na plataforma da DGS
nenhuma unidade de saúde das três ULS da região.
Importa ainda referir que, a nível regional, continua a verificar-se uma elevada taxa de
diagnósticos tardios (≤ 350 CD4+) que se realizaram no último ano, isto é, o número de
pessoas que foram diagnosticadas numa fase de doença, aumentando assim o custo quer
a nível individual, quer para o sistema de saúde.
Quadro n.º 14: Proporção das infeções com diagnóstico em 2017, com CD4 inferior a 350 cel/mm3
Fonte: SI.VIDA, SPMS.2018
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4. Rede de Centros de Aconselhamento e Deteção (CAD)
Com o objetivo de dar continuidade ao trabalho iniciado no ano anterior, foi enviada
para a DGS, em junho de 2017, uma proposta de alteração ao protocolo existente que
previa o um conjunto de atividades a desenvolver, nomeadamente:
1) Alargamento do circuito de intervenção da unidade móvel (CAD Móvel) que
pode assumir particular importância nos concelhos geograficamente mais
distantes dos locais onde estão implementados os CAD fixos.
2) Elaboração de protocolos com Organizações Não Governamentais (ONG)
com experiência junto de populações mais vulneráveis à infeção VIH/Sida, para
promover a realização de testes rápidos em articulação com a unidade móvel.
3) Formação Contínua dos cinco psicólogos dos CAD da região Norte: Embora
fazendo parte dos protocolos iniciais, a verba nunca foi utilizada para este efeito,
daí propormos a alocação de uma verba anual para a formação contínua destes
profissionais.
4) Desenvolvimento de uma aplicação informática de âmbito regional (junto
da Área Funcional Sistemas de Informação da ARSN) que permita uniformizar a
informação recolhida aos utilizadores dos quatro centros de aconselhamento
fixos e na unidade móvel, e produza os mesmos indicadores de atividade.
5) Produção de Materiais de Informação, Educação e Comunicação (IEC):
Produção de informação sobre o processo de aconselhamento e teste, bem como
sobre os locais e horários de realização do mesmo.
Como base no trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho, entretanto criado, foi
produzido e distribuído, aos CAD, o Manual de Procedimentos Regional, destinado a
uniformizar os procedimentos dos profissionais que exercem funções nos CAD, bem
como cartazes para divulgação da rede CAD, contendo informação relativa à rede
CAD, sua localização e horários de funcionamento, entre outros.
Os resultados obtidos nos CAD, em 2017, são apresentados no seguinte quadro.
Quadro n.º 15: N.º de testes realizados, reativos, confirmados e referenciados, por CAD, em 2017
2017 Testes
Realizados
Testes
Reativos
Confirmados Referenciados
Braga 158 0 0 0
Bragança 1275 5 5 5
Porto 3940 63 42 53*
Viana do Castelo 54 0 0 0
Total 5427 68 47 58
*Referenciados utentes com testes reativos anteriores a 2017
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5. A infeção VIH/Sida em diferentes contextos
5.1 Infeção VIH nos utilizadores de drogas
No cumprimento da intervenção conjunta (PRVIH/Sida e DICAD), que permite
monitorizar, de forma consistente e no que à infeção VIH diz respeito, todos os utentes
atendidos nas Equipas de Tratamento (ET) /Equipas de Redução de Riscos e
Minimização de Danos (ERRMD) da região Norte, em 2017, foram realizadas várias
reuniões de trabalho, tendo-se verificado que era necessário uniformizar os
procedimentos de atuação relativamente ao programa de deteção precoce
implementado em todos os Centros de Resposta Integrada (CRI). Por isso, procedeu-se à
elaboração/atualização de um Manual de Procedimentos, distribuído a todas as
equipas.
No plano de monitorização foi atualizado o Quadro de Execução Mensal (QEM), que
permite obter o número de testes rápidos realizados, e a caracterização dos utentes em
tratamento e acompanhados nas equipas de redução de danos.
Assim, em 2017 foram atingidos os seguintes objetivos:
1. Elaboração/atualização de um Manual de Procedimentos, distribuído a todas as
equipas.
2. Atualização do Quadro de Execução Mensal (QEM), que permite a obtenção
mensal dos indicadores de realização dos testes nos utentes ativos;
3. Foram realizados 2906 testes rápidos, dos quais 15 foram reativos (0,52%).
4. O teste rápido foi proposto a 74,4% dos utentes em 1.ª consulta, superando
assim o objetivo proposto (70%).
5.1.1 Programa Troca de Seringas ”Diz Não a uma Seringa em Segunda Mão”
O Programa Troca de Seringas (PTS) disponibiliza o fornecimento gratuito de material
de injeção estéril para consumo endovenoso e, simultaneamente, promove a recolha de
seringas usadas, evitando a troca de seringas entre utilizadores e permitindo a
diminuição do tempo de retenção de seringas contaminadas pelos utilizadores.
Relativamente à região Norte, em 2017, integraram o programa 497 farmácias
(ANF+AFP), 15 Equipas de Rua e um ACeS. Foram distribuídas 595.530 seringas por
estas estruturas, o que corresponde a 42% das trocas realizadas a nível nacional,
sendo que 92,4 % foram distribuídas pelas ERRMD e 7,6 % pelas farmácias. A troca
de seringas nos CSP é apenas efetuada no ACeS Baixo Tâmega, concretamente na UCSP
do Marco de Canaveses (20 seringas). No quadro n.º 15, apresenta-se o número de
seringas distribuídas por estrutura.
Assim, embora exista a capacidade instalada em 18 ACeS/ ULS, continua a verificar-se
que os UDI não recorrem às estruturas dos CSP para efetuaram a troca de material para
consumo, confirmando a perceção geral (de profissionais de saúde e de utentes) que o
PTS tinha voltado às farmácias.
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Quadro n.º 16: Distribuição do número de seringas por estrutura em 2017
Seringas distribuídas
Seringas distribuídas por estrutura Estruturas que integram o PTS
Unidades
CSP ONG/OG
Farmácias
(ANF+AFP) ACES ONG Farmácias
jan-dez
2017 595.530 20 550.444 45.066 1 15 497
Fonte: PTS, 2017
5.2 Infeção VIH em Meio Prisional
A nível nacional, a 31 de dezembro de 2017, o número de reclusos em Estabelecimentos
Prisionais (EP) era de cerca de 13.274 reclusos, valor ao qual acrescem 147
inimputáveis, internados em estabelecimentos psiquiátricos não prisionais,
correspondendo a um total de pessoas a cumprir penas e medidas de segurança
privativas da liberdade de 13.421.
Do total de reclusos, 3.946 (29,4%), encontram-se nos 14 EP da região Norte. No
seguinte quadro, apresenta-se a distribuição do número de reclusos por EP da região e a
correspondente taxa de ocupação, verifica-se uma sobrelotação na ordem dos 120,4%,
sendo apenas três, os estabelecimentos prisionais que apresentam taxas de ocupação
abaixo dos 100%.
Figura n.º1. Estabelecimentos Prisionais da Região Norte
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Quadro n.º 17: Distribuição número de reclusos/lotação por Estabelecimento Prisional
Fonte: DGSP, 2018
O PRVIH/Sida solicitou à Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP),
informação relativa à região Norte, para que fosse possível monitorizar este importante
setting, no que às doenças infeciosas diz respeito.
Verifica-se que, a 31 de dezembro de 2017, 146 reclusos eram portadores de VIH, o que
representa uma prevalência de 3,69%. Destes, 133 (91%) encontravam-se em
tratamento anti retrovírico. Relativamente à infeção pelo vírus da hepatite C, e de
acordo com os dados da DGRSP, 496 reclusos apresentam anticorpos para o VHC e
destes, 13% apresentam coinfecção com VIH, sendo que, apenas 24 (5%) se encontram
em tratamento.
De salientar que durante 2017, 13 reclusos iniciaram tratamento para a Tuberculose
Pulmonar na região Norte.
5.3. Organizações de Base Comunitária (OBC)
É fundamental intervir em determinadas populações, que pelas suas características se
encontram em situação de maior vulnerabilidade, quer por barreiras geográficas,
culturais ou de outra ordem. Considerando que, estas populações, têm maiores
dificuldades de acesso a meios de prevenção e ao diagnóstico da infeção VIH/Sida, o
papel de estruturas de proximidade, como as Organizações de Base Comunitária é
fundamental.
Estabelecimentos Prisionais Total população
prisional Lotação
Taxa de ocupação
%
EP Braga 122 91 134
EP Bragança 87 58 150
EP Chaves 70 55 127
EP Guimarães 96 73 131,5
EP Izeda 264 301 88
EP Lamego 84 65 129
EP Paços de Ferreira 714 548 130
EP PJ Porto 43 48 90
EP Porto 1140 686 166
EP Sta Cruz Bispo Feminino 335 354 95
EP Sta Cruz Bispo Masculino 470 374 103
EP Vale do Sousa 384 374 103
EP Viana do Castelo 64 42 152
EP Vila Real 73 67 109
TOTAL 3946 3276 120,4%,
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Em 2017, o PRVIH/Sida promoveu, em parceria com Organizações de Base Comunitária
com intervenção na Cidade do Porto (Abraço, APDES, APF, Arrimo, Médicos do Mundo e
Norte Vida) e o CAD do Porto, um conjunto de iniciativas, designadamente:
1. Vacinação contra a hepatite A: Em resposta ao surto de hepatite A na região de
saúde do Norte, através da colaboração estabelecida com ONG e com o CAD do
Porto, foi possível promover a vacinação de grupos de risco, na comunidade,
nomeadamente HSH, na cidade do Porto. Neste contexto comunitário foram
administradas 510 doses de vacina da hepatite A.
2. Semana Europeia do Teste: É uma iniciativa europeia
que tem por objetivo aumentar o número de pessoas que
conhecem o seu estatuto serológico face ao VIH e às
hepatites virais, aumentando a acessibilidade e
promovendo o teste em diferentes contextos. Este ano
decorreu entre os dias 17 e 24 de novembro. Foram
distribuídos, pelas OBC com intervenção na Cidade do Porto, 7.500 folhetos da
Semana Europeia do Teste.
3. Roteiro “Cidade do Porto”: Foi produzido um folheto, desdobrável, tipo cartão-
de-visita, de modo a agregar os contactos, os serviços prestados, os horários de
atendimento e a população-alvo, de todas as ONG e alguns serviços de saúde da
Cidade do Porto, que desenvolvem atividades no âmbito da infeção VIH. A sua
distribuição foi assegurada por todas as ONG e CAD do Porto.
4. Divulgação das atividades propostas pelas ONG e pelo CAD na página da
ARS Norte:
Ações dirigidas aos utilizadores de drogas, promovidas pela ARRIMO e pela
NORTE VIDA;
Divulgação de resultados dos projetos do “Centro Comunitário da Abraço” e
do “Porto Escondido” da responsabilidade dos Médicos do Mundo;
Ações dirigidas a jovens universitários, promovidas pelo CAD do Porto;
Tertúlia “No Sofá com a Abraço” num espaço recreativo noturno;
Rastreio do VIH e Hepatites Virais, com o alargamento do horário e dos
circuitos das unidades móveis.
5.3.1. Programa de Financiamento Público a projetos no âmbito do
PNVIH/Sida
O Decreto-Lei n.º 186/2006, de 12 de setembro, estabelece o regime de atribuição de
apoios financeiros pelo Estado, através dos serviços e organismos centrais do Ministério
da Saúde e das ARS, a pessoas coletivas privadas sem fins lucrativos.
O sistema de apoios instituído por este Decreto- Lei tem como principal objetivo centrar
nas prioridades definidas pelas políticas de saúde o financiamento concedido pelos
diversos serviços e organismos públicos do setor da saúde e garantir uma maior eficácia
dos apoios atribuídos, favorecendo a emergência de novos polos de inovação e
complementaridade, tendo como finalidade aumentar os ganhos em saúde da população.
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A DGS, através do Núcleo de Gestão dos Programas de Apoios Financeiros, promove
anualmente concursos de projetos no âmbito do PNVIH/Sida. Estes projetos devem
concorrer para a prossecução dos objetivos do PNVIH/Sida 2017-2020.
As candidaturas das organizações de base comunitária (OBC) com intervenção nas
populações consideradas mais vulneráveis à infeção VIH/VHC e outras IST são avaliadas
por uma Comissão de Seleção, constituída por elementos do PNVIH/Sida-DGS e um
elemento do PRVIH/Sida-ARSN. Estas OBC diferem na sua estrutura, mas a sua
atividade centra-se, fundamentalmente, no rastreio destas populações e em garantir o
acesso aos meios preventivos, designadamente preservativos masculinos e femininos e
material de consumo seguro.
Atualmente, são financiados na região Norte cinco projetos, de acordo com este
programa: Centro João Carlos; Porto Escondido; Porto G; Centro Comunitário + Abraço;
+ Abraço Aveiro. O Espaço Pessoa, embora atualmente não seja financiado pela DGS,
continua a reportar atividade na plataforma.
Em 2017, foram realizados por estas estruturas 985 testes VIH, apresentando uma
proporção de reativos de 2,84%. Verifica-se, no entanto, que a proporção de casos
reativos atingiu, na população dos HSH, valores de incidências da infeção por VIH na
ordem dos 6,36 %, como pode verificar-se no seguinte quadro.
Quadro n.º 18: Testes Realizados por projeto em 2017
2017 População-Chave Realizados Reativos Referenciados Confirmados Incidência
Centro Comunitário
+Abraço HSH 299 19 17 16 6,36%
Porto Escondido HSH; TS e seus clientes; sem-abrigo;
UDI; Migrantes 225 2 1 1 0,80%
Porto G TS e seus clientes 117 3 2 3 2,56%
Projeto +Abraço Aveiro HSH; TS e seus clientes; sem-abrigo;
UDI; Migrantes 254 0 0 0 0%
Espaço Pessoa (APF-
Norte) TS ; sem-abrigo; UDI; 90 4 2 0 4,40%
Total 985 28 22 20 2,84%
Fonte: Plataforma DGS.2018
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5.4. Saúde Oral e Infeção
O Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (PNPSO) tem como objetivo a redução
da incidência e da prevalência das doenças orais e a promoção da equidade na prestação
de cuidados de saúde oral. Através da atribuição de cheques-dentista aos utentes
beneficiários, o PNPSO promove a prestação de cuidados de saúde oral personalizados,
preventivos e curativos, ministrados por estomatologistas e médicos dentistas. Em
2010, o PNPSO passou a abranger os doentes infetados pelo VIH/Sida.
Na região Norte, em 2017, foram emitidos 473 cheques-dentista para doentes
portadores de VIH/Sida, dos quais foram utilizados 416, o que corresponde a uma taxa
de utilização de 87,9%.
Comparativamente com o ano anterior, verifica-se uma diminuição no n.º de cheques-
dentistas emitidos, embora se observe um aumento de 3,5% na taxa de utilização dos
mesmos.
6. Materiais de Prevenção
Distribuição de Material Preventivo
De forma a dar cumprimento à Norma da DGS n.º 7/2014, o PRVIH/Sida distribuiu, nas
Unidades de Saúde, material preventivo da transmissão por via sexual do VIH.
Em 2017, foram distribuídos a 20 Unidades de Saúde 534.332 preservativos
masculinos, 53.740 preservativos femininos, 95.060 unidades de gel lubrificante,
105.448 kits sexy e 153.980 folhetos.
Foram, ainda, distribuídos 389 dispensadores de preservativos a todas as unidades
funcionais dos ACeS/ULS.
Distribuíram-se 10.000 desdobráveis “Roteiros VIH – Cidade do Porto” e 7.500
folhetos da “Semana Europeia do Teste 2017”, pelas OBC com intervenção na Cidade
do Porto.
Relativamente ao ano de 2016, houve um aumento significativo na distribuição de
material, chegando em alguns casos a duplicar a quantidade de material distribuída em
algumas unidades, conforme se pode verificar no quadro nº 19.
Quadro n.º 19: Nº de preservativos distribuídos pelo PRVIH/Sida
Distribuídos pelo PRVIH/Sida 2016 2017
Preservativos masculinos 290.540 534.332 Preservativos femininos 35.420 53.740 Gel lubrificante 47.525 95.060 Kit Sexy 43.805 105.448
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Anexo 1
Resumo das principais características dos projetos
1. Associação Abraço – Associação de apoio a pessoas infetadas com VIH/Sida Designação do Projeto: Centro João Carlos
Vigência: 12 meses (de 9 março de 2017 a 11 março de 2018)
Âmbito de intervenção do projeto: Infeção VIH/Sida
Área geográfica de intervenção do projeto: Distrito do Porto
Público-Alvo: 60 pessoas infetadas com VIH, por ano, residentes na área metropolitana do Porto
referenciados por Hospitais, IPSS e Serviço Social em apoio domiciliário; 8 utentes/mês, doentes
em situação de vulnerabilidade socioeconómica e em isolamento familiar e social em apoio
residencial; 100 pessoas (que vivem com a infeção por VIH/Sida e familiares) em atendimento e
acompanhamento psicossocial.
2. Associação Médicos do Mundo Portugal
Designação do Projeto: Porto Escondido
Vigência: 12 meses (de 24 de julho de 2017 a 23 de julho de 2018)
Âmbito de intervenção do projeto: Infeção VIH/Sida e Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST).
Área geográfica de intervenção do projeto: Região do Grande Porto: Concelhos Vila do Conde
(Freguesia de Vila do Conde); Vila Nova de Gaia (Freguesias de Mafamude e Santa Marinha); Porto
(Freguesias de São Nicolau, Sé, Lordelo do Ouro, Campanhã, Cedofeita, Massarelos, Nevogilde,
Santo Ildefonso, Bonfim, Vitória e Miragaia).
Público-Alvo: 920 pessoas de ambos os sexos com idades compreendidas entre os 25 e 59 anos,
pertencentes aos grupos de Trabalhadores do Sexo e seus clientes, População sem-abrigo,
Utilizadores de Drogas Intravenosas, Populações Migrantes e Homens que têm Sexo com Homens.
3. APDES – Agência Piaget para o Desenvolvimento
Designação do Projeto: Porto G
Vigência: 24 meses (de 6 abril de 2016 a 6 abril de 2018)
Âmbito de intervenção do projeto: Infeção VIH/Sida e IST
Área geográfica de intervenção do projeto: concelhos de Vila Nova de Gaia, Maia, Porto, Matosinhos,
Penafiel, Paredes, Vila do Conde e Póvoa do Varzim
Público-Alvo: 150 trabalhadores do sexo e seus clientes
4. Associação Abraço – Associação de apoio a pessoas infetadas com VIH/Sida Designação do Projeto: Centro Comunitário + Abraço
Vigência: 24 meses (setembro de 2016 a setembro de 2018)
Área geográfica de intervenção do projeto: Distrito do Porto
Público-Alvo: Homens que fazem sexo com Homens.
5. Associação Abraço – Associação de apoio a pessoas infetadas com VIH/Sida Designação do Projeto: + Abraço Aveiro
Vigência: 12 meses (dezembro de 2017 a dezembro de 2018)
Âmbito de intervenção do projeto: Infeção VIH/Sida
Área geográfica de intervenção do projeto: Distrito de Aveiro
Público-Alvo: Homens que fazem Sexo com Homens, Trabalhadores do Sexo e seus clientes,
População sem-abrigo, Utilizadores de Drogas Intravenosas e Populações Migrantes.
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Bibliografia
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