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LEIA NO PANORAMA GERAL Fórum Nacional do Trigo e os desafios da cadeia produtiva LEIA NESTA EDIÇÃO Trigo: Área no RS será menor em 2010 N.º 1084 13 de maio de 2010 Aqui você encontra: Panorama Geral Condições Meteorológicas Grãos Hortigranjeiros Criações Análise dos Preços Semanais EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo,1051 90150-053 – Porto Alegre – RS Fone: (051) 2125-3144 Fax: (051) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento – GPL Núcleo de Informações Estruturais e Conjunturais – NIC Impresso na EMATER/RS Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte PANORAMA GERAL Fórum Nacional do Trigo e os desafios da cadeia produtiva Foi realizado na cidade de Erechim, no Norte do Rio Grande do Sul, o V Fórum Nacional do Trigo, nos dias 11 e 12 deste mês, com os debates voltados para as questões econômicas e políticas da cadeia do trigo. Evento muito apropriado para a ocasião, justamente no momento em que os produtores estão tomando suas decisões em relação ao plantio da safra, tais como, área plantada e o nível de tecnologia a ser empregado. Esse evento priorizou as questões de mercado, hoje um dos principais gargalos da cadeia do trigo. A safra brasileira de trigo em 2009/10 foi de 5 milhões de toneladas, para um consumo aproximado de 10,8 milhões de toneladas. No RS, a produção foi de 1,8 milhão de t, em uma área de 860 mil ha. Os preços atuais, no RS, em média, sofreram uma redução de 15% em relação ao mesmo período do ano passado e da média histórica. Esses se encontram abaixo do preço mínimo para o Brando Tipo 3. A conjugação de preço baixo, associada à dificuldade de operacionalização no Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), não está estimulando os produtores para uma possível expansão da área cultivada, para a próxima safra. Muito pelo contrário. O plantio da próxima safra de trigo deverá sofrer uma redução. O Fórum Nacional do Trigo, na sua 5ª edição, além das dificuldades já mencionadas, tratou do desafio de produzir trigo que atenda às necessidades específicas da indústria, remunerando o agricultor. Também se propôs a analisar o cenário interno e externo que influencia o mercado, os mecanismos de apoio à comercialização e a nova Instrução Normativa para a classificação do cereal. Sobre a nova Norma, a ser implementada em 2011, o Serviço de Classificação da Emater/RS-Ascar apresentou indicativo do possível impacto que esta poderá ter sobre a triticultura gaúcha. Na análise apresentada no evento, com a instrução normativa atual, das 287 amostras avaliadas, 55% delas poderiam destinar-se à panificação. Sob a normativa a ser implementada, apenas 14% da amostra atenderia aos requisitos para a elaboração do pão françês. Com a participação de 550 pessoas, o evento mais uma vez contribui para que o processo decisório dos triticultores se estabeleça, levando em conta informações de toda a cadeia produtiva. Águeda Marcéi Mezomo Presidenta e Diretora Técnica da Emater/RS

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LEIA NO PANORAMA GERAL • Fórum Nacional do Trigo e os desafios da

cadeia produtiva LEIA NESTA EDIÇÃO • Trigo: Área no RS será menor em 2010

N.º 1084 13 de maio de 2010

Aqui você encontra: �� Panorama Geral

�� Condições Meteorológicas

�� Grãos

�� Hortigranjeiros

�� Criações

�� Análise dos Preços Semanais

EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo,1051 90150-053 – Porto Alegre – RS Fone: (051) 2125-3144 Fax: (051) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento – GPL Núcleo de Informações Estruturais e Conjunturais – NIC Impresso na EMATER/RS

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte

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PANORAMA GERAL

Fórum Nacional do Trigo e os desafios da cadeia produtiva

Foi realizado na cidade de Erechim, no Norte do Rio Grande do Sul, o V Fórum Nacional do Trigo, nos dias 11 e 12 deste mês, com os debates voltados para as questões econômicas e políticas da cadeia do trigo. Evento muito apropriado para a ocasião, justamente no momento em que os produtores estão tomando suas decisões em relação ao plantio da safra, tais como, área plantada e o nível de tecnologia a ser empregado. Esse evento priorizou as questões de mercado, hoje um dos principais gargalos da cadeia do trigo.

A safra brasileira de trigo em 2009/10 foi de 5 milhões de toneladas, para um consumo aproximado de 10,8 milhões de toneladas. No RS, a produção foi de 1,8 milhão de t, em uma área de 860 mil ha.

Os preços atuais, no RS, em média, sofreram uma redução de 15% em relação ao mesmo período do ano passado e da média histórica. Esses se encontram abaixo do preço mínimo para o Brando Tipo 3. A conjugação de preço baixo, associada à dificuldade de operacionalização no Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), não está estimulando os produtores para uma possível expansão da área cultivada, para a próxima safra. Muito pelo contrário. O plantio da próxima safra de trigo deverá sofrer uma redução.

O Fórum Nacional do Trigo, na sua 5ª edição, além das dificuldades já mencionadas, tratou do desafio de produzir trigo que atenda às necessidades específicas da indústria, remunerando o agricultor. Também se propôs a analisar o cenário interno e externo que influencia o mercado, os mecanismos de apoio à comercialização e a nova Instrução Normativa para a classificação do cereal.

Sobre a nova Norma, a ser implementada em 2011, o Serviço de Classificação da Emater/RS-Ascar apresentou indicativo do possível impacto que esta poderá ter sobre a triticultura gaúcha. Na análise apresentada no evento, com a instrução normativa atual, das 287 amostras avaliadas, 55% delas poderiam destinar-se à panificação. Sob a normativa a ser implementada, apenas 14% da amostra atenderia aos requisitos para a elaboração do pão françês.

Com a participação de 550 pessoas, o evento mais uma vez contribui para que o processo decisório dos triticultores se estabeleça, levando em conta informações de toda a cadeia produtiva.

Águeda Marcéi Mezomo Presidenta

e Diretora Técnica da Emater/RS

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CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS O último período iniciou com forte queda na temperatura, provocada pela passagem de uma massa de ar polar, registrada entre os dias 8 e 9. Em vários pontos do Estado foram observadas temperaturas abaixo dos 5°C, o que provocou a ocorrência das primeiras geadas da temporada, principalmente nas regiões da Campanha e Fronteira Oeste. Estas, entretanto, não foram de intensidade muito forte e ficaram mais restritas às áreas de baixada. A partir do dia 11, com a elevação gradual da temperatura, formaram-se linhas de instabilidade, que resultou na ocorrência de chuvas. Os volumes registrados foram novamente bastante díspares entre as regiões, ficando, os maiores, mais concentrados na faixa Leste do Estado, consequência da passagem de um ciclone junto à costa gaúcha, e que manteve a condição de alta umidade e ventos moderados por mais tempo nessa área. Várias localidades atravessaram praticamente toda a semana nessas condições, como, por exemplo, o município de Torres e arredores que, em cinco dias de chuva, acumulou 133mm, um volume 49% maior que o esperado para o total do mês em curso (89mm). Esse cenário fez com que a colheita de grãos, entre outras atividades, fosse interrompida, impossibilitando sua conclusão e prolongando a permanência das plantas maduras nas lavouras. Em sentido oposto, e como previra a meteorologia na semana passada, do centro para o Oeste do Estado, as precipitações registradas foram menos intensas, com casos de total ausência, como em Uruguaiana e Santana do Livramento. Em outras áreas, quando elas ocorreram, possibilitaram a manutenção da umidade em níveis adequados à implantação e desenvolvimento das pastagens e dos cultivos de inverno. Nos quadros a seguir, as precipitações acumuladas até às 9h do dia 13 e sua comparação com a média esperada para o total do mês em curso.

Precipitação - Distribuição semanal (mm): maio/10

1ª semana 2ª semana 3ª semana 4ª semana Município 01 - 07 08 - 14 15 - 21 22 - 31

Iraí 11,5 30,1 0,0 0,0

SLGonzaga 0,5 8,9 0,0 0,0

Cruz Alta 13,0 17,9 0,0 0,0

P Fundo 11,0 13,7 0,0 0,0

L Vermelha 5,6 29,2 0,0 0,0

Cx do Sul 15,1 74,6 0,0 0,0

S Maria 11,4 21,7 0,0 0,0

P Alegre 14,3 48,5 0,0 0,0

Uruguaiana 57,5 0,0 0,0 0,0

Livramento 8,4 0,0 0,0 0,0

Bagé 11,7 6,5 0,0 0,0

Pelotas 38,8 21,2 0,0 0,0

S V Palmar 0,0 1,1 0,0 0,0

Média 15,3 21,0 0,0 0,0

Fonte: 8º DISME/INMET

Elaboração: Emater/RS-Ascar (GPL/NIC)

Precipitação Acumulada (mm): maio/10

Município mm Méd.Hist Desvio(%) Dias Chuva

Iraí 41,6 156,0 -73,3 8

SLGonzaga 9,4 146,0 -93,6 4

Cruz Alta 30,9 130,0 -76,2 5

P Fundo 24,7 131,0 -81,1 7

L Vermelha 34,8 113,0 -69,2 7

Cx do Sul 89,7 110,0 -18,5 8

S Maria 33,1 127,0 -73,9 4

P Alegre 62,8 95,0 -33,9 10

Uruguaiana 57,5 117,0 -50,9 2

Livramento 8,4 105,0 -92,0 1

Bagé 18,2 101,0 -82,0 4

Pelotas 60,0 78,0 -23,1 5

S V Palmar 1,1 98,0 -98,9 1

Média 36,3 115,9 -66,7 5 Fonte: 8º DISME/INMET

Elaboração: Emater/RS-Ascar (GPL/NIC)

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GRÃOS Arroz – A cultura chega nesta semana com a finalização da colheita encaminhada, alcançando 92% de área colhida. Este percentual poderia ser ligeiramente maior, não fosse o tempo úmido e a ocorrência de chuvas em algumas zonas produtoras, uma vez que a totalidade das lavouras restantes se encontra maduras e por colher. Em termos de produtividade, estas últimas colheitas não alteraram de maneira significativa o rendimento médio obtido até aqui, o que encaminha a atual safra para uma produção total aproximada de 7,12 milhões de toneladas.

Safra Atual Safra Anterior

Média* Fases da cultura no RS Arroz

Em 13/05

Em 06/05

Em 13/05

Em 13/05

Plantio 100% 100% 100% 100% Germinação/Des. Veget 0% 0% 0% 0% Floração 0% 0% 0% 0% Enchimento de grãos 0% 2% 0% 0% Maduro e por colher 8% 11% 2% 3% Colhido 92% 87% 98% 97%

Fonte: EMATER/RS-ASCAR *média 2005-09 Na comercialização, o produto consegue mantendo pequenas altas no preço médio da saca de 50kg negociada junto ao produtor. Na semana, a alta de 0,42% foi para R$ 28,48.

Feijão – A 2ª safra segue com bom desenvolvimento e já apresenta, com a colheita finalizada, algumas áreas semeadas no cedo, tendo como referência as lavouras dos Vales do Rio Pardo e Taquari. Nestas lavouras, a produtividade vem se mantendo abaixo das estimativas iniciais, pois compreende parte das regiões que sofreram com as pesadas chuvas do final de ano e início deste, que inundaram áreas de produção. Nas demais, as áreas já colhidas vêm apresentando muito bom rendimento, podendo, no final, compensar as diferenças dessas primeiras lavouras. A evolução da colheita no Estado, nesta semana, foi de nove pontos percentuais, chegando aos 65%, mantendo um atraso em relação à média histórica de cinco pontos. Essa situação poderá ser recuperada se as condições meteorológicas forem favoráveis nos próximos períodos, pois já existe 21% da cultura em fase de maturação final e pronta para ser colhida.

Safra Atual Safra Anterior

Média* Fases da cultura no RS Feijão 2ª safra

Em 13/05

Em 06/05

Em 13/05

Em 13/05

Plantio 100% 100% 100% 100% Germinação/Des. Veget 0% 0% 0% 0% Floração 0% 1% 0% 0% Enchimento de grãos 14% 21% 3% 11% Maduro e por colher 21% 22% 13% 19% Colhido 65% 56% 84% 70%

Fonte: EMATER/RS-ASCAR *média 2005-09 Também nesta semana, os negócios apresentaram um acréscimo bem mais expressivo no valor da saca de 60kg do feijão preto, com índice de 3,01% em relação à passada, elevando o preço médio para R$ 65,77, valor ainda considerado baixo pelos produtores, pois se encontra 4,9% abaixo do preço do mesmo período do ano passado, e 19,9% menor que a média histórica.

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Semanapassada

Mêsanterior

Anoanterior

Médiageral

Média abril

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Preço Médio Arroz em 13 de maio = R$ 28,48 (50 kg)

2,96

8,58

13,47

5,09

0,42

-5

0

5

10

15

Semanaanterior

Mês anterior Ano anterior Média geral Média abril

Variação percentual em relação à...

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Nasemana

Semanapassada

Mêsanterior

Anoanterior

Médiageral

Médiamaio

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Milho – O avanço da colheita foi considerado pequeno durante a semana. As condições inadequadas para o processo, em várias das zonas produtoras, fizeram com que o percentual de área colhida só aumentasse dois pontos percentuais, chegando ao total de 78%. Este poderia ser maior, uma vez que 15% da área já se encontra em estágio maduro e pronto para a colheita. No momento, o que leva preocupação para uma pequena parte dos produtores é a situação dos 7% que se encontram ainda em fases de enchimento de grãos. A pouca luminosidade e as baixas temperaturas registradas recentemente podem afetar o pleno desenvolvimento do processo, reduzindo a produção e a qualidade final do produto. Todavia, mesmo que essas lavouras sofram algum tipo de dano, em nada alterará o quadro de excelente safra obtida este ano no RS.

Safra Atual Safra Anterior

Média* Fases da cultura no RS Milho

Em 13/05

Em 06/05

Em 13/05

Em 13/05

Plantio 100% 100% 100% 100% Germinação/Des. Veget 0% 0% 0% 0% Floração 0% 0% 0% 0% Enchimento de grãos 7% 9% 6% 8% Maduro e por colher 15% 15% 19% 21% Colhido 78% 76% 75% 71%

Fonte: EMATER/RS-ASCAR *média 2005-09 Quanto aos preços praticados, estes se mantiveram estáveis durante o período, sendo registrada apenas uma ligeira ascensão de 0,20% no preço médio estadual, com a saca de 60kg fixada para o produtor em R$ 14,96.

Soja – Também na soja a colheita se apresenta praticamente encerrada, restando tão somente 2% (que já se encontram maduros) para ser concluída. Apesar dos altos e baixos ao longo desta safra, os gaúchos deverão colher uma excelente safra. Esta deverá se situar, em produção, bem acima das expectativas iniciais, devido aos excelentes rendimentos obtidos pelos produtores em todas as regiões. Na próxima semana deverá estar concluída uma nova avaliação para a produção total no RS. Até aqui, os números indicam uma tendência bastante positiva no sentido de aumento em relação às expectativas já divulgadas. Quanto à comercialização, aqueles que negociaram durante este último período conseguiram um significativo aumento de 2,29% no preço médio da saca de 60kg, fixada em R$ 33,49 para o produtor.

Preço Médio Feijão em 13 de maio = R$ 65,77 (60kg)

-19,87

-15,20

-4,86

5,303,01

-30

-20

-10

0

10

Semanaanterior

Mês anterior Ano anterior Média geral Média maio

Variação percentual em relação à...

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Mêsanterior

Anoanterior

Médiageral

Média abril

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Preço Médio Milho em 13 de maio = R$ 14,96 (60 kg)

-24,79-23,67

-20,43

-1,84

0,20

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0

5

Semanaanterior

Mês anterior Ano anterior Média geral Média abril

Variação percentual em relação à...

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Trigo – Com a safra de verão praticamente encerrada, os produtores que se dedicam à cultura do trigo esperam o melhor momento para iniciar o plantio. Neste ano, segundo as primeiras informações, a safra parece iniciar de forma menos intensa na procura por insumos. Preços baixos (veja os gráficos) e a lenta comercialização, ainda dos estoques da safra passada, parecem ser os motivos desse desânimo inicial. O Levantamento de Intenção de Plantio para a Safra 2010, finalizado nesta semana, indica que este ano o Estado terá uma redução de 70,15 mil hectares na área plantada com o cereal, o que representa -8,16% em relação ao ano passado, devendo semear um total de 789.642 hectares. Caso se confirme estes números nas próximas avaliações, esta safra deverá ficar abaixo, em área, da média dos últimos cinco anos.

Ano Área Plantada (ha) 2005 844.821 2006 699.451 2007 850.169 2008 970.375 2009 859.790 Média 844.921 2010 789.642

Na comparação entre as 10 Regiões Administrativas da Emater/RS-Ascar, a diferença mais significativa foi observada na região de Estrela, com -25,94%, seguida de Bagé, com -20,94%. Entre as de maior área e produção, a diminuição mais significativa em área, em relação à safra passada, deve ficar com Passo Fundo, onde a diminuição chega a 17,6 mil hectares (-11,23%). Na região de Ijuí, com a maior concentração de trigo no Estado, a diminuição alcança 13,15 mil hectares (-5,61%).

Região Administrativa

Área 2009

Área 2010

Variação (%)

Variação (ha)

Bagé 17.950 14.191 -20,94 -3.759 Caxias do Sul 52.517 50.453 -3,93 -2.064 Erechim 76.820 66.380 -13,59 -10.440 Estrela 2.327 1.174 -49,53 -1.153 Ijuí 234.500 221.345 -5,61 -13.155 Passo Fundo 156.805 139.196 -11,23 -17.609 Pelotas 26.850 24.471 -8,86 -2.379 Porto Alegre 3.638 3.638 0 0 Santa Maria 9.293 97.566 -10,73 -11.727 Santa Rosa 179.090 171.228 -4,39 -7.862

Quanto à produção a ser esperada, a Emater/RS-Ascar estima, baseada em uma produtividade média inicial de 2.040 kg/ha, um total de 1.610.870 toneladas. Esta seria 10,78% menor que a produção obtida ano passado de 1,805 milhão de t, segundo o IBGE. Trata-se de números iniciais e que, por certo, sofrerão alterações ao longo da evolução das lavouras que começam a ser plantadas. A primeira reavaliação de área deverá ser efetuada em fins de julho próximo. Para esta primeira estimativa de área, foram levadas em conta informações de 195 Escritórios Municipais que cobrem 72,4% do universo a ser cultivado. Para a estimativa da produtividade média inicial, foi considerado o histórico da cultura nos últimos dez anos e o comportamento dos rendimentos dentro de cada região administrativa da Emater/RS-Ascar. Já na comercialização, que se mostrou lenta e sem grandes volumes negociados durante a semana, o preço da saca de 60kg se manteve praticamente estável, oscilando apenas +0,5%, para R$ 21,89. A diferença em relação ao preço de um ano atrás chega a –13,24%, o que pode explicar o atual desânimo do produtor para com a atual safra que se inicia.

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Semanapassada

Mêsanterior

Anoanterior

Médiageral

Médiamaio

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Preço Médio Soja em 13 de maio = R$ 33,19 (60 kg)

-9,47 -8,82

1,37

-30,55

-0,39

-35

-30

-25

-20

-15

-10

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Semana anterior Mês anterior Ano anterior Média geral Média maio

Variação percentual em relação à...

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Outras Culturas Cana-de-açúcar – Na Fronteira Noroeste do Estado, no entorno do município de Porto Xavier, o desenvolvimento dos cerca de 9.100 ha de lavoura é normal, com boa sanidade e bom porte de planta. As fases atuais são de maturação fisiológica e início de corte. A produtividade esperada é de 44 t/ha. A entrega é para a Usina de Beneficiamento de Álcool de Porto Xavier. O preço médio atual é de R$ 46,00/t.

HORTIGRANJEIROS

Olericultura Aipim/Mandioca – Lavoura com bom desenvolvimento nas regiões da Fronteira Noroeste e Missões, onde ocupa uma área de aproximadamente 16 mil hectares. A produtividade estimada atual desta raiz é de 16 t/ha. A comercialização está ágil, com preços, até este momento, remuneradores ao produtor, chegando a um máximo de R$ 1,00/kg, para o produto com casca. Batata – Terminada a safra na Zona Sul, os produtores estão realizando os tratos culturais da 2ª safra ou safrinha. A comercialização segue estável, com os produtores recebendo em média R$ 60,00/saca de 50 kg. Cebola – As sementeiras das variedades precoces se ressentiram das condições adversas do clima na Serra gaúcha, freando seu desenvolvimento, porém, sem interferir na sanidade das mudas. Também a prática de preparo de canteiros e a semeadura das variedades tardias ficaram levemente afetadas. Diversos encontros realizados por técnicos da Emater/RS-Ascar vêm sendo efetivados, visando a demonstrar a técnica do controle físico das ervas espontâneas. A partir disso, vários cebolicultores já adotaram, com sucesso, a ideia. Na Zona Sul, onde se situa o município maior produtor do Estado, São José do Norte, com cerca de 2.000 hectares para cultivos, a fase da lavoura é de semeadura.

Fruticultura Citros - Intensifica-se a colheita da safra na região da Serra, tanto pelo avanço na maturação das variedades superprecoces, quanto pelo início

das precoces, como a variedade de bergamota Ponkan e da variedade de laranja Umbigo Bahia. Vêm melhorando gradativamente a cor e o sabor dos frutos, que continuam livres de fitomoléstias e pragas, assim como as plantas. Preços em elevação, cotados em R$ 0,75/kg para a variedade de bergamota Caí, de R$ 0,50/kg para a variedade Ponkan, de R$ 0,55/kg para a variedade de laranja do Céu, e de R$ 0,80/kg para a variedade Umbigo Bahia. No Alto Uruguai, iniciou a comercialização de citros na região. Nela, estão sendo comercializadas, principalmente, as bergamotas variedades Caí (comum), com o preço oscilando entre R$ 0,40/kg a 0,80/kg, as Satsuma e Ponkan sendo comercializadas entre R$ 0,40/kg e 0,50/kg. Já entre as laranjas, temos as variedades Umbigo Bahia, Salustiana, Rubi e a do Céu sendo comercializadas, estando a Umbigo Bahia a R$ 0,40/kg e, as demais, na média de R$ 0,30/kg. Em alguns municípios está sendo negociada a variedade Valência temporona a R$ 0,20/kg. Citricultura: XVII Ciclo de Palestras do RS – Programado para os dias 27 e 28/05, o encontro promovido pela Ufrgs, Emater/RS-Ascar e Fepagro, e organizado pela Prefeitura de Rosário do Sul, chega à 17ª edição, consagrando o evento e a parceria. Essa nova fronteira tem seu foco na exportação de laranjas apirenes (sem sementes). O evento terá, como destaque, assuntos relacionados à fitossanidade da cultura. Moranguinho - Concluída a implantação das lavouras das localidades mais baixas da região serrana e mantendo a mesma área da última safra. Na parte alta, chega ao auge o transplante, com um pouco de retardo, em decorrência do atraso da internalização das mudas argentinas, afetadas por condições adversas do clima. Há tendência, nessa área, de leve aumento no cultivo. Preço das mudas importadas está estável e, as nacionais, com tênue acréscimo. Kivi - Chega ao auge a colheita da safra da Serra, apresentando frutos de ótima sanidade e bom calibre. A produtividade está bem acima da média histórica e deverá ter o maior volume já registrado. Comercialização um pouco lenta, em face da pressão da oferta, porém, a valoração se mantém satisfatória, entre R$ 0,90/kg e R$ 1,20/kg. No município de Farroupilha, reuniram-se, na última sexta-feira, 7/5, cerca de 200 pessoas, em seminário realizado com destaque para as fitomoléstias, abordadas por especialista europeu.

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Comercialização de Hortigranjeiros

Na Ceasa/RS de Porto Alegre, dos 35 principais produtos analisados em relação a preços pela Gerência Técnica, no período entre os dias 04/05/10 a 11/05/10, 20 se mantiveram estáveis, sete tiveram alta e oito tiveram queda.

PRODUTOS EM BAIXA

04/05/10

(R$)

11/05/10

(R$)

% de Baixa

Abacate especial 1,30/kg 1,25/kg 3,85 Agrião 0,50/mol 0,42/mol 16,00 Couve 0,67/mol 0,58/mol 13,43 Repolho verde 0,67/kg 0,56/kg 16,42 Chuchu 0,67/kg 0,56/kg 16,42 Vagem 2,50/kg 1,80/kg 28,00 Cenoura 1,28/kg 1,15/kg 10,16 Aipim/Mandioca 0,67/kg 0,56/kg 16,42

PRODUTOS EM ALTA

04/05/10

(R$)

11/05/10

(R$)

% de Aumento

Limão Tahiti 0,90/kg 1,00/kg 11,11 Mamão Formosa 1,54/kg 1,60/kg 3,90 Caqui chocolate 0,80/kg 1,00/kg 25,00 Couve-Flor 2,08/cab 2,50/cab 20,19 Pepino salada 1,00/kg 1,39/kg 39,00 Tomate caqui LVida 1,22/kg 1,50/kg 22,95 Batata branca esp. 2,20/kg 2,30/kg 4,55

CRIAÇÕES Forrageiras – Mais um período de irregularidade de distribuição nas chuvas no Estado. As maiores precipitações se concentraram na faixa Leste e parte da região Central, onde sua intensidade variou de fraca à moderada. Nas regiões onde as precitiações foram menores ou não ocorreram, segue o trabalho de preparo e semeadura das novas pastagens de inverno. As chuvas seguem beneficiando as já implantadas, mas comprometem o cronograma de implantação nas áreas em que esta é mais intensa. Na região da Campanha, os trabalhos de corte e produção da silagem já estão praticamente concluídos, restando algumas poucas áreas de milho e sorgo para ensilar. Os produtores, na medida que vão liberando as áreas, já estão realizando o trabalho

de preparo e semeadura com as espécies forrageiras hibernais. Embora não tenha ocorrido geadas significativas, o campo nativo a cada dia se apresenta mais amarelado e seco e, consequentemente, com pior qualidade. Em termos de volumoso, suas reservas ainda seguem significativas e, graças a isso, tem sido possível manter uma boa lotação de animais. O desenvolvimento do azevém de ressemeadura natural tem se monstrado promissor, principalmente depois das últimas chuvas. A exceção fica para regiões onde as chuvas foram menos expressivas. Nestas, os efeitos do vazio forrageiro outonal tendem a ser mais prolongados. Bovinocultura de corte – O mercado estadual de bovinos para abate tem se comportado de forma satisfatória, pois, apesar da boa oferta, tem oscilado entre a estabilidade e pequenas valorizações. Assim demonstrou mais uma vez o levantamento sistematicamente realizado pela EMATER/RS–ASCAR nas principais praças de comercialização. Segundo este levantamento, no período decorrido, o preço médio dos bovinos de corte apresentou mais uma elevação, passando o preço da vaca gorda de R$ 2,16 para R$ 2,17 o kg vivo, aumento de 0,46%, e o do boi gordo, de R$ 2,45 para R$ 2,46 o kg vivo, aumento de 0,41%. As condições gerais para essa atividade seguem favoráveis, apesar do campo nativo estar perdendo gradativamente sua qualidade nutricional, uma vez que a disponibilidade de forragem na forma de volumoso tem propiciado uma boa manutenção ao rebanho neste início de estação fria. Com a chegada do frio, também está diminuindo a presença de parasitas, em especial a mosca, que necessita de temperaturas mais elevadas para seu rápido desenvolvimento. Contudo, os carrapatos ainda seguem exigindo maior atenção por parte dos criadores. De forma geral, o estado sanitário do rebanho é bom. A ausência de geadas precoces intensas tem contribuído para isso. Bovinocultura de leite – O período outonal está dentro da normalidade, com suas características de baixa qualidade na oferta de pastos aos animais. Neste período, tanto as pastagens cultivadas de verão, em fim de ciclo, quanto o campo nativo apresentam-se mais secos e fibrosos. Essa baixa qualidade das forrageiras promove queda na produção de leite, obrigando os criadores a lançar mão de rações e concentrados para minorar o problema. Sabe-se, no entanto, que o uso de rações e concentrados reflete-se em

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sensível aumento do custo de produção. O preço do leite permaneceu estável nesta semana, em relação às anteriores. Ovinos – O mercado de ovinos segue mantendo um comportamento favorável, com mais um período em que o preço médio praticado apresentou alta. O produto, nas principais praças de comercialização, passou de R$ 2,33 para R$ 2,39 o kg vivo, alta de 2,58%. A diminuição da umidade nas regiões Central e Fronteira Oeste segue favorecendo a recuperação da condição sanitária do rebanho em geral. Já se observa uma redução no número de casos de infestação por agentes parasitários, comuns em ambientes de maior umidade. Os produtores seguem realizando a ação preventiva de aparar os cascos dos animais, o que contribui para a redução do número de casos de manqueira. Piscicultura – Prossegue o período de limpeza e fertilização de açudes e tanques criatórios, bem como, após a realização dessas práticas, de recuperação do volume de água e o repovoamento com alevinos. Suinocultura – O milho, principal insumo na alimentação suína, vem se mantendo em níveis baixos de preço. Isso tem ajudado na manutenção dos custos de produção que, combinados com o preço do kg vivo do suíno para abate, em alta, em relação aos preços do ano passado, está propiciando uma margem razoável aos suinocultores.

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ANÁLISE DOS PREÇOS SEMANAIS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES

COMPARAÇÕES ENTRE OS PREÇOS DA SEMANA E PREÇOS ANTERIORES. R$

MÉDIAS DOS VALORES DA SÉRIE HISTÓRICA 2005-2009

PRODUTOS

UNIDADE

SEMANA ATUAL

13.MAI.10

SEMANA ANTERIOR 06-MAI-10

MÊS ANTERIOR 15.ABR-09

ANO ANTERIOR 14.MAI.09 GERAL MAIO

ARROZ 50 kg 28,48 28,36 27,10 27,66 26,23 25,10 FEIJÃO 60 kg 65,77 63,85 62,46 69,13 82,08 77,56 MILHO 60 kg 14,96 14,93 15,24 18,80 19,89 19,60 SOJA 60 kg 33,19 32,74 33,32 47,79 36,66 36,40 SORGO 60 kg 11,70 11,70 11,70 14,89 16,48 15,80 TRIGO 60 kg 21,89 21,78 21,94 25,23 25,17 26,13 BOI kg v 2,46 2,45 2,43 2,50 2,34 2,22 VACA kg v 2,17 2,16 2,15 2,24 2,09 1,98 SUÍNO kg v 2,12 2,12 2,08 1,70 2,26 2,11 CORDEIRO kg v 2,39 2,33 2,24 2,15 2,47 2,44 LEITE litro 0,64 0,64 0,59 0,57 0,53 0,54 P e r í o d o 10/05-14/05 03/05-07/05 12/04-16/04 11/05-15/05 - -

Fonte dos dados / Elaboração: EMATER/RS-ASCAR. Índice de correção: IGP-DI ( FGV ). NOTA: Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior são preços correntes. Ano Anterior e Médias dos Valores da Série Histórica são valores corrigidos. Média Geral é a média dos preços mensais do quinqüênio 2005-2009 corrigidos. A última coluna é a média, para o mês indicado, dos preços mensais, corrigidos, da série histórica 2005-2009 OBS: 1) Bovinos e ovinos com prazo de pagamento de 20 e 30 dias. 2) Leite: preço bruto 3) SI, indica sem informação. ST, indica sem transação.