Indústria, território e políticas de desenvolvimento · Del distrito industrial marshalliano a...

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Indústria, território e políticas de desenvolvimento Profs. Marcelo Matos e José Cassiolato Aula 3

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Indústria, território e políticasde desenvolvimento

Profs. Marcelo Matos e José Cassiolato

Aula 3

Abordagens para tratar da interface entre produção eterritório

Bibliografia• LASTRES, H. M. M.; CASSIOLATO, J. E. (2005). Systems of innovation, clusters and

industrial districts: analytical and policy implications of convergence and differences inthe approaches. 3rd Globelics Conference South Africa, Pretoria, 1 November.<www.sinal.redesist ie.ufrj.br>.

• STORPER, M. (1997). The regional world: territorial development in a global economy.New York: Guilford Press

• SCHMITZ. H.; NADVI, K. (1999). Clustering and Industrialization: Introduction. WorldDevelopment Vol. 27, No. 9, pp. 1503-1514.

• BECATTINI, G. (2002). Del distrito industrial marshalliano a la «teoría del distrito»contemporánea: una breve reconstrucción crítica. Investigaciones Regionales. v.1, p. 9 a32.

• PORTER, M. E. (2000). Location, Competition, and Economic Development: LocalClusters in a Global Economy. Economic Development Quarterly, vol. 14 no. 1,February, p.15-34.

• MARTIN, R.; SANLEY, P. Deconstructing clusters: chaotic concept or policy panacea?,Journal of Economic Geography, vol. 3, 2003.

• A origem da discussão recente• Os diferentes conceitos e abordagens• O conceito de APL e as implicações de

política

Local X Global

• Território como fonte de riquezas: a 3ª. Itália nos anos 90• Globalização, localização e inovação• Termos como: sinergia, economias de aglomeração

(clustering), economias e aprendizado por interação,sistemas locais de inovação ou eficiência coletivaexprimem as principais preocupações de tal debate.

• A pesquisa sobre “aglomerações” industriais e sobre o“local” como uma fonte de vantagens competitivas temcrescido significativamente nos últimos anos.

• Na medida em que se intensifica o processo deglobalização a percepção sobre a importância do local temaumentado.

Na literatura especializada, tal ênfase convergente no local semanifesta em quatro linhas de trabalho:

• Economia neo-clássica tradicional:– economistas neo-clássicos têm podido modelar retornos

crescentes, o que levou à denominada nova teoria docrescimento.

– Paul Krugman (1995), particularmente em seus trabalhos sobregeografia e comércio internacional, colocou os retornoscrescentes avindos da aglomeração na agenda da teoriaeconômica tradicional;

• Economia e gestão de empresas:– Porter (1998)

• enfatiza a importância de “clustering” e fatores locacionais.• argumenta que as vantagens competitivas na economia global

derivam de uma constelação de fatores locais, que sustentam odinamismo das empresas líderes.

• destaca a importância da proximidade, não apenas de fornecedoresmas também de empresas rivais e clientes para o desenvolvimentoempresarial dinâmico;

• Geografia econômica e ciência regional:– literatura recente sobre distritos industriais,

• Escola Florentina (Becatini 1990, Brusco 1990)- enfatiza a “região”;inspirada por uma visão neo-Marshalliana (“the secrets of industry”)

• Escola Californiana (Markusen 1996, Pyke e Sengerberger 1992). -generalizações sobre processos de organização industrial, ênfase nasinstituições

– região como um nexo de interdependências que não são“comercializáveis”.

• Economia neo-schumpeteriana sobre sistemas de inovação:– Escola Nórdica - processos de aprendizado como fonte das

especificidades locais

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Políticas de Produção e Inovação: a Experiência do País deGales

Pugh, R. (2013) Developing a theoretical framework for the analysis of innovation policy in a weakerregion, texto apresentado na Globelics Academy 2013, University of Tampere, Tampere, Finlândia

Grande parte da literatura sobre aglomerações e distritosindustriais (EUA e Europa) enfatiza a correlação entre

• organização industrial• desempenho• rotinas comportamentais

– qualitativas,– específicas da localidade– e historicamente determinadas

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Diversidade de enfoques

• Contribuições em diferentes disciplinas e enfoques teóricos ( geografiaeconômica, ciência regional, economia evolucionária, etc) com elevadadiversidade em termos conceituais e metodológicos.

• Vantagens:– diversidade contribuiu para ampliar a perspectiva de análise sobre a inovação e sua

dimensão territorial.– Conceitos antes restritos a disciplinas específicas passaram a compor um pano de

fundo comum para diferentes modelos permitindo integrar elementos analíticosligados à noção de aprendizado, inovação, instituições e território

• Desvantagens:– incorporação de diferentes dimensões analíticas também tem levado o estudo da

dimensão territorial da inovação e da competitividade a um grau crescente decomplexidade sem a devida contrapartida em termos de evidências empíricas.

– conclusões tautológicas: A mera alocação de atores num mesmo espaço passa a sertomada como evidência da existência de vínculos de cooperação e de processos deaprendizado interativo entre os mesmos.

Schmitz e a visão do IDS

• “uma definição simples (e operacional) de ‘clusters’– uma concentração setorial e espacial de firmas com ênfase em uma visão de

firmas como entidades conectadas e nos fatores locais para a competição nosmercados globais” (Nadvi e Schmitz 1999)

• introduziu a noção de eficiência coletiva que descreve os ganhoscompetitivos associados à interação entre empresas em nível local,além de outras vantagens derivadas da aglomeração.

• Apesar de que a espacialidade e a cooperação sejam explicitados emtal abordagem, ela utiliza uma visão simplificada de “mudançatecnológica”.

– resultado de aquisição e uso de equipamentos (bens de capital).– “difusão” de tecnologia principal processo contribuindo para a mudança

tecnológica dentro do aglomerado e demonstra um interesse limitado sobre adinâmica de criação e acumulação de capacitações internas ao aglomerado paragerar inovações.

IDS- O conceito de upgrading

• Upgrading: processo de capacitação produtiva e inovativadas empresas que integram aglomerações locais e queresulta da necessidade de enfrentar pressões competitivas

• Esse processo pode implicar tanto na busca de maioreficiência no desempenho de suas atividade produtivastradicionais (upgrading de processo), na busca de novosnichos de produção (upgrading de produto) ou mesmo nodesempenho de atividades em outros estágios da cadeiaprodutiva (upgrading funcional)

IDS- O conceito de governance

• Governance: implica na coordenação de atividadeseconômicas através de relações extra-mercado, e que sãodiferenciadas através de três categorias que refletem ograu de simetria associado às relações entre atores locaise globais: network; quasi-hierarchy e hierarchy).

• “network governance” representa formas de coordenaçãoonde a relação de poder entre empresas é relativamentesimétrica

• “quasi-hierarchy governance” envolve a subordinaçãode uma empresa à outra como geralmente acontece nocaso das relações de subcontratação

Marshall

• O ponto de partida para explorar o nascimento do conceito dedistrito industrial nas obras iniciais de Marshall quandoaparecem debates econômicos mais importante no momentode seus primeiros passos como um economista (1871- 1873);

• Após a publicação Principles of Political Economy de J.S.Mill, graças a J.E. Cairnes y T. Cliffe Leslie. Estes autoresnotaram que a mobilidade profissional e territorial, tida comocerta pela teoria clássica para o trabalho e para o capital, nãoexistia sequer na Inglaterra, a terra prometida das leiseconômicas clássicas.

Realidade social britânica é segmentada em compartimentosmostrou regional sector, bem como social, o que impediu alivre circulação de capital e trabalho assumida pela teoria.

Problema de Marshall

• Problema identificar áreas ou grupos de agentesque poderiam permitir a vinculação entre osfenômenos e a teoria que requer uma ciênciaempírica, como a economia.

• Sem essa metodologia, a teoria econômica estariasuspensa no ar. Daí deriva o tema centralmarshalliano: a "nação econômica"que deriva degrupos não-competitivos apresentada por Marshallem duas versões diferentes

Nação "econômica" marshalliana

• 1 - é um lugar, ou um sistema de lugares, caracterizadospela homogeneidade cultural (valores e instituições),facilidade de circulação de informações e contigüidadeterritorial, que fazem com que os movimentos de capitais etrabalhadores rapidamente nivelem as taxas de lucro esalários. Qualquer área territorial com estas característicasconstituem uma espécie de "nação econômica". Uma naçãopolítica (o padrão do estado-nação) será composto de váriasnações e não há nenhuma razão econômica para excluir ofato de que uma nação econômica de um país situa-se entrediversas nações políticas

• 2 - Um "conjunto de sujeitos"dentro de um Estado-nação(por exemplo, os mineradores e proprietários de minas decarvão, os "interesses agrícolas", etc.), ou entre Estados-nação diferentes (por exemplo a classe operária), quereconhecem como comuns seus próprios interesseseconômicos fundamentais, em oposição aos interesses dosblocos análogos de um mesmo país ou do mundo. Aconvicção de ter interesses econômicos comuns interage aolongo do tempo com elementos de coesão não econômicosdesses corpos sociais.

Marshall : O tradicional 'Setor Industrial': Umacaixa de sucata

• H.G. Grubel and P.J. Lloyd (1975): comércio entre ospaíses não é especializado em moldes “setoriais” (porexemplo, produtos químicos, têxteis, produção deautomóveis, etc), mas exibe uma extraordinária proliferaçãode trocas intra-setoriais.

• Franco Momigliano e Domenico Siniscalco (1982)– crescimento das empresas prestadoras de serviços de negócios é, na

realidade, em grande parte uma articulação interna do secundário.Daí a leitura convencional por macro-setores primário, secundário eterciário transmite uma impressão enganosa.

• Lancaster– escolhas dos consumidores não devem ser vistas em termos de

bens, mas sim em termos das suas características (por exemplo, avitamina A, proteínas, carboidratos, etc, de um produto alimentar )

Marshall : O tradicional 'Setor Industrial': Umacaixa de sucata

• Pasinetti (1981) o termo “setor industrial”, no seu sentido convencional,não é adequado para descrever a evolução estrutural da indústria, e elepropõe a sua substituição com o mais rigoroso e significativo“expressão do setor verticalmente integrado”.

• Estudos “insumo-produto” têm demonstrado que o único conceitoverdadeiramente operacional de 'setor' é dado por um conjunto deempresas que produzem um único produto bem definido (por exemplocalçados femininos de plástico) ou prestação de um serviço único e bemdefinido (por exemplo, polimento de móveis), utilizando a mesmatecnologia ou, se utilizar tecnologias diferentes, fazendo isso de umamaneira que uma delas predomina.

• Becatini ressuscitou o conceito de distrito industrial originalmenteformulada por Alfred Marshall (c. 1870) para enfatizar a dinâmicade vínculos entre as características sócio-culturais de umacomunidade produtiva e a taxa de crescimento tanto da suaprodutividade quanto da inovação.

Cluster• Definição vaga

– Refere-se à aglomeração territorial de empresas, com característicassimilares.

• Competitividade– Enfatiza mais o aspecto da concorrência, do que o da cooperação, como

fator de dinamismo.– Como a complexidade de fatores sociais, políticos e econômicos podem

ser reduzida a um conceito porteriano de competitividade (firmascompetem, “clusters” competem, nações competem; diferenciação deprodutos, diferencial de custo e foco ...) ????

• Teoria de competividade: hipótese de que os “clusters” competitivos sãoaqueles voltados à exportação

• Algumas abordagens reconhecem a importância da inovação, que évista, porém, de uma maneira simplificada (por exemplo, comoaquisição de equipamentos).

• Não contempla necessariamente outros atores, além das empresas,tais como organizações de ensino, pesquisa e desenvolvimento, apoiotécnico, financiamento, promoção, entre outros.

• “The discreet charm of obscure objects of desire” (Steiner, 1998,p. 1)

Cluster• O termo associa-se à tradição anglo-americana e, genericamente,

refere-se a aglomerados de empresas, desenvolvendo atividadessimilares.

• Chaotic concept or policy panacea???• Ao longo de seu desenvolvimento, o conceito ganhou nuances de

interpretação. No âmbito da teoria neoclássica, a nova geografiaeconômica utiliza o termo como simples aglomeração deempresas (a abordagem de Krugman).

• Porter– Originalmente preocupado em entender as vantagens competitivas

de países– enfatizou a importância de cinco fatores para a competitividade

• rivalidade entre empresas e condições de entrada de concorrentes;papel de fornecedores de equipamentos e outros insumos; ameaça deprodutos substitutos; importância dos diferentes fatores de produção; econdições da demanda.

– O autor colocou mais ênfase no aspecto de rivalidade(concorrência) entre empresas, como estimulador dacompetitividade, do que nos processos de cooperação, aprendizadoe capacitação.

Distrito Industrial

• Refere-se a aglomerações de empresas, com elevado graude especialização e interdependência, seja de caráterhorizontal (entre empresas de um mesmo segmento, ouseja, que realizam atividades similares) ou vertical (entreempresas que desenvolvem atividades complementares emdiferentes estágios da cadeia produtiva)

• No Brasil, freqüentemente utiliza-se a noção de distritoindustrial para designar determinadas localidades ouregiões definidas para a instalação de empresas, muitasvezes contando com a concessão de incentivosgovernamentais.

A Escola Californiana e Storper

• Novos espaços industriais: Storper (1982 e 1995) e Scott (1988e1995)

• Combina elementos da literatura sobre distritos industriais, dadiscussão sobre sistemas flexíveis de produção e da abordagemevolucionária. O principal foco de discussão recai sobre a relaçãoentre territórios, tecnologias e organizações

• Tais recursos, tanto podem assumir a forma de ativos territoriaisespecíficos (no sentido material), como podem traduzir tambémativos relacionais que encontram-se disponíveis a partir derelacionamentos e arranjos inter-organizacionais que envolvemnecessariamente a proximidade entre os atores envolvidos.

Storper - Recursos territoriais específicos

• Fenômeno distinto da mera localização de atividades econômicas nummesmo espaço territorial.

• A territorialização é definida como um conjunto de atividadeeconômicas que é dependente de recursos específicos do ponto de vistaterritorial

• Tais recursos, tanto podem assumir a forma de ativos territoriaisespecíficos (no sentido material), como podem traduzir também ativosrelacionais que encontram-se disponíveis a partir de relacionamentos earranjos inter-organizacionais que envolvem necessariamente aproximidade entre os atores envolvidos.

• “An activity is fully territorialized when its economic viability is rootedin assets (including practices and relations) that are not available inmany other places and cannot easily or rapidly be created or imitatedin places that lack them” (Storper: 1997:170).

Distrito Industrial

• Conceito– introduzido por Alfred Marshall em fins do século XIX– deriva de um padrão de organização comum à Inglaterra do

período, onde pequenas firmas especializadas na manufatura deprodutos específicos aglomeravam-se em centros produtores.

• características básicas dos modelos clássicos de DI indicam:– alto grau de especialização e forte divisão de trabalho;– acesso à mão de obra qualificada;– existência de fornecedores locais de insumos e bens

intermediários;– sistemas de comercialização e de troca de informações entre os

agentes.• Argumenta-se que a organização do distrito industrial permite

às PMEs obterem ganhos de escala, reduzindo custos, bemcomo gerando economias externas significativas.

Redes de Empresas

• Refere-se a formatos organizacionais, definidos a partir deum conjunto de articulações entre empresas, que podemestar presentes em quaisquer ASPILs.

• Envolve a realização de transações e/ou o intercâmbio deinformações e conhecimento entre os agentes, nãoimplicando necessariamente na proximidade espacial deseus integrantes.

• Atuação em redes:– principal inovação organizacional associada ao paradigma tecno-

econômico das TIC– alternativa para enfrentar o processo acelerado de mudanças nas

relações econômicas.

Redes de Empresas• Empresa em rede

– mudanças na organização interna da firma• evolução da firma estruturada em múltiplas divisões independentes entre si (multi-

divisional), para um novo padrão de articulação entre as diferentes instâncias.– processo acelerado pelo desenvolvimento das TICs.

• Indústria (ou setor industrial) em rede– associado, em geral, a setores de infra-estrutura (telecomunicações, energia, saneamento

etc.),– baseado no estabelecimento de um padrão de interconexão e compatibilidade entre

tecnologias e características técnicas de processos produtivos realizados nas diferentesunidades produtoras daquela atividade.

– eficiência da organização da indústria em pauta está intimamente associada ao formato“em rede”.

• Rede de empresas– arranjos inter-organizacionais baseados na articulação formal ou informal de empresas

autônomas.– nascem através da consolidação de vínculos sistemáticos entre firmas, os quais assumem

diversas formas: aquisição de partes de capital, alianças estratégicas, externalização defunções da empresa, etc.

– relacionados a diferentes elos de uma determinada cadeia produtiva (conformando redesde fornecedor-produtor-usuário),

– vinculadas a diferentes dimensões espaciais (redes locais, regionais, locais, nacionais ousupranacionais).

– No caso das redes de fornecedores, geralmente as pequenas firmas se concentram emtorno de grandes empresas para o fornecimento de insumos ou serviços.

Cadeia Produtiva

• Refere-se a conjunto de etapas consecutivas pelasquais passam e vão sendo transformados etransferidos os diversos insumos em ciclos deprodução, distribuição e comercialização de bens eserviços.

• Implica em divisão de trabalho, na qual cadaagente ou conjunto de agentes realiza etapasdistintas do processo produtivo.

• Não se restringe, necessariamente, a uma mesmaregião ou localidade

• Milieu inovador– O foco é no ambiente social que favorece a inovação e

não em atividades produtivas.• Pólos, parques científicos e tecnológicos

– Referem-se predominante a aglomerações de empresasde base tecnológica articuladas a universidades e centrosde pesquisa e desenvolvimento (P&D).

• A ‘best practice’ might work well in some countries but failmiserably when recommended in other contexts. Inquestions of institutional development, it is very difficult toknow a priori just how general is a ‘best practice’. RobertCole studied the diffusion in industry of quality circles andJapanese-style quality methods. The process of localadaptation was so extensive and creative that it amounted toa local reinvention of ‘global best practice’ ... Thesignificance of this point of view is that contrary to thesimplistic use of the term by many economists, there is, inprinciple, no such thing as diffusion of best practices,practices that evolve in the course of their diffusion.Contrary to popular wisdom, there are times when it pays toreinvent the wheel (Stiglitz 2000)

ASPIL

• A abordagem dos ASPL caracteriza-se,particularmente, por ressaltar a importância doaprendizado interativo, envolvendo - além deempresas - diferentes conjuntos de atores emâmbito local, como elemento central dedinamização do processo inovativo.

Principais implicações da visão da inovação comoum processo interativo

Conhecimento e tecnologia são resultados de processosinterativos e não passíveis de transferência.Informação passível de transferência, compra, venda.Assim, podemos utilizar a noção de que inovação:

“é o processo pelo qual as organizações dominam eimplementam o desenvolvimento e a produção debens e serviços, que sejam novos para elas,independentemente do fato de serem novos para seusconcorrentes – domésticos ou internacionais”

• O uso indiscriminado dos conceitos de arranjos produtivoslocais, aglomerações produtivas (distrito industrial, cluster,etc.), complexos e cadeias produtiva - como se fossemsinônimos e predominando sempre a idéia de aglomeração -tem levado à conclusão que– (i) a simples existência de um aglomerado produtivo é razão

suficiente para sua seleção tanto quanto estudo de casoquanto para apoio político

– (ii) as informações sobre a localização da aglomeraçãopodem por si próprias responder quais políticas devem serimplementadas.

• A identificação e mapeamento de aglomerações incluem ouexcluem o que?

• A identificação e mapeamento de aglomerações devesubstituir a política?– Tais esforços partem da premissa equivocada de que, tanto

para a implementação de políticas de apoio, quanto para aseleção de casos a serem estudados, uma certarepresentatividade (ou peso relativo) de um setor de atuaçãoem um espaço geográfico represente um critério consistentepara distinguir o que constitui um APLs e o que não.

Algumas contradições

• A experiência analítica é com “aglomerações exitosas”• Quais as implicações de política para países como o Brasil

dessa constatação?– “picking the winners?– separação do econômico do social?– concentração nas atividades mais facilmente visíveis?

(exclusão de serviços, cultura e até da agropecuária.....)