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1
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
3
CAPITULO I
CARACTERIZAÇÃO DO CONTEXTO
TEMAS DE ESTUDO 5
OVAR, CONCELHO 9
REDE MUSEOLÓGICA DE OVAR (RMO) 18
CAPITULO II
ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO
ESTRATÉGIA 27
PROJECTO: OVAR TURISMO E PATRIMÓNIO 30
CONSIDERAÇÕES 38
CAPITULO III
FASES DE INTERVENÇÃO
1ª FASE “O MUSEU VAI À ESCOLA”
ENQUADRAMENTO 41
OBJECTIVO 41
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS 41
METODOLOGIA 42
PARTE 1 - ANÁLISE DE DADOS 46
PARTE 2 – PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO 51
CONSIDERAÇÕES
54
2
2ª FASE “O MUSEU VAI À BIBLIOTECA”
ENQUADRAMENTO 55
OBJECTIVO 55
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS 55
METODOLOGIA 56
ANÁLISE DE DADOS 57
CONSIDERAÇÕES
83
3ª FASE “O MUSEU VAI À BIBLIOTECA”
ENQUADRAMENTO 84
OBJECTIVO 84
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS 84
METODOLOGIA 85
ANÁLISE DE DADOS 86
CONSIDERAÇÕES 93
CONCLUSÕES
95
CONSIDERAÇÕES FINAIS
102
BIBLIOGRAFIA 104
ANEXOS 106
1. Exemplo 1
2. Exemplo 2
3. Exemplo 3
4. Estatutos ATO
5. Questionário ao funcionário do Posto de Turismo de Ovar
6. Proposta de melhoramento do Site da Câmara Municipal de Ovar
7. Programa proposto para o projeto “O museu vai à biblioteca”
8. Notícia de jornal
9. Programa apresentado no Workshop “A problemática dos serviços educativos”
10. Análise SWOT dos museus e núcleos museológicos da Rede Museológica de
Ovar
3
INTRODUÇÃO
O relatório que aqui se apresenta é o resultado de 6 meses de trabalho na
Câmara Municipal de Ovar, que decorreu entre Novembro de 2010 a Maio de 2011, na
área do Património Histórico Museus e Turismo, da Divisão da Cultura.
Todo o trabalho assenta essencialmente na Rede Museológica de Ovar “que
integra um conjunto de Museus e Núcleos Museológicos, públicos e privados, cuja
gestão do Plano Estratégico Museológico é feita pela Câmara Municipal de Ovar,
nomeadamente, pelo Pelouro da Cultura, através da Área de Património Histórico e
Museus da Divisão da Cultura, Desporto, Património Histórico, Museus e Turismo e
tem como missão apoiar o estudo, a conservação e divulgação dos elementos
essenciais da cultura material e imaterial da região, bem como, contribuir para um
desenvolvimento local integrado e sustentado, bem com, num projecto global para o
desenvolvimento do Turismo Cultural do concelho.” 1
No desenvolvimento deste trabalho irei apresentar um projeto estratégico que
assenta no desenvolvimento sustentável do turismo cultural de Ovar e os
procedimentos/fases essenciais para um melhoramento dos serviços da RMO, de
forma a tornar viável as condições de qualidade turística, em geral.
Desta forma, em 3 capítulos distintos, irei apresentar a descrição do contexto
de trabalho (a base do meu estudo e onde trabalhei), a estratégia adotada para atingir
os fins (projeto global para o desenvolvimento do Turismo do Concelho) e, por último,
as três fases essenciais deste processo (estudo de públicos, dos serviços e aposta na
formação dos agentes).
1 Câmara Municipal de Ovar 2006, Regulamento Interno da Rede Museológica de Ovar. Ovar: Câmara Municipal de Ovar, P. 1.
5
TEMAS DE ESTUDO
Para se poder falar em Turismo Cultural é necessário, antes de qualquer
abordagem, falar de três conceitos fundamentais que estão na base de todo o trabalho
desenvolvido, Turismo, Cultura e Património Cultural.
Turismo, e a sua definição, está ligado com uma determinada ambiguidade
porque é necessário estudar os “múltiplos e interdisciplinares campos científicos a que
devemos recorrer quando pretendemos percepcionar a natureza multidimensional,
multifacetada e complexa do turismo.”2 Destacam-se autores que “antevêem o
turismo como «uma deslocação e permanência pouco prolongada de indivíduos fora
da respectiva área de residência habitual (…) não motivada por nenhuma actividade
directamente lucrativa»”3
“com o intento de esclarecer melhor o conceito avançamos ainda uma
definição de Mahiesom e Wall (1882), segundo a qual turismo consiste no
«movimento temporário para destinos fora do lugar normal de residência e trabalho
bem como nas actividades desenvolvidas durante a estada e as facilities criadas para
satisfazer as necessidades dos turistas»”4
Embora estas definições possam ser apropriadas é importante salientar que o
turismo: “provem de um movimento e de uma estada de pessoas para e num
determinado destino; há dois elementos no turismo, o tempo de viagem até ao
destino e a estada no destino (incluindo actividades); a viagem e a estada tem lugar
fora do local normal de residência e trabalho, de modo que o turismo promove o
crescimento de actividades que são distintas daquelas que os residentes e
trabalhadores têm nesse local; a deslocação para destinos turísticos é temporária e de
duração reduzida, a intenção é voltar a casa ao fim de poucos dias, semanas ou meses;
os destinos são visitados com outros objectivos para além dos associados ao emprego
e a residência permanente nesse lugar.”5.
2 Cláudia Henriques 2003, Turismo cidade e Cultura – Planeamento e Gestão Sustentável. Lisboa: Edições Sílabo, P. 21.
3 Ibidem.
4 Idem, P.22.
5 Ibidem.
6
“Reflectindo sobre a especificidade do turismo verificamos que ela se traduz,
entre outros aspectos, pelo facto de este envolver o consumo de experiências (embora
não as ofereça necessariamente), envolver intertenimento e diversão e se constituir
como uma actividade orientada para a procura”6
Relativamente ao tema Cultura podemos dizer que “ Não se come da mesma
forma no Japão ou em França; não se adere aos mesmos valores conforme se nasce
em Nova Deli ou em Nova Iorque; não se obedece às mesmas normas de vida que os
nossos avós, etc. A ideia de “cultura” remete para esta diversidade de costumes, de
comportamentos e de crenças forjados no seio de uma sociedade. (…) Mas por trás
desta definição da cultura, que se tornou para nós tão familiar, perfilam-se de facto
significações e modelos diferentes.”7.
Ainda numa tentativa de descortinar as linhas estruturantes da cultura, “A
antropologia impôs uma definição muito geral que engloba o conjunto dos costumes,
dos valores e das ideologias de uma sociedade: «A cultura ou civilização, tomada no
seu sentido etnológico alargado, é o conjunto complexo que inclui os conhecimentos,
as crenças, as artes, a moral, as leis, os costumes, assim como as outras capacidades e
hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro de uma sociedade.» (E. B. Tylor,
Primitive Culture, 1871.). Neste sentido lato, os valores de uma sociedade (por
exemplo, os espírito cavaleiresco na Idade Média ou o respeito fiel no confucionismo),
os costumes alimentares (acompanhar todas as refeições com pão em França ou
comer com os pauzinhos na China), os ritos de casamentos, a língua, a religião
dominante de um país… fazem parte da cultura de uma sociedade.”8 .
Por fim, o último tema que me propus a abordar é o que se entende por
Património Cultural e daí pude constatar que são “(…) todos os bens que, sendo
testemunhos com valor de civilização ou de cultura portadores de interesse cultural
relevante, devam ser objecto de especial protecção e valorização. (…) O interesse
cultural relevante, designadamente histórico, paleontológico, arqueológico,
arquitectónico, linguístico, documental, artístico, etnográfico, científico, social,
industrial ou técnico, dos bens que integram o património cultural reflectirá valores de
6 Cláudia Henriques 2003, Turismo cidade e Cultura – Planeamento e Gestão Sustentável. Lisboa: Edições Sílabo, P. 22.
7 Jean-Françõis Dortier (coord.) 2006, Dicionário das Ciências humanas. Lisboa: s/d, P. 96.
8 Ibidem, P. 97.
7
memória, antiguidade, autenticidade, originalidade, raridade, singularidade ou
exemplaridade”.
“Integram, igualmente, o património cultural aqueles bens imateriais que
constituam parcelas estruturantes da identidade e da memória colectiva portuguesas”
Constituem, ainda, património cultural quaisquer outros bens que como tal sejam
considerados por força de convenções internacionais que vinculem o Estado
Português, pelo menos para os efeitos nelas previstos.” (…) “Integram o património
cultural não só o conjunto de bens materiais e imateriais de interesse cultural
relevante, mas também, quando for caso disso, os respectivos contextos que, pelo seu
valor de testemunho, possuam com aqueles uma relação interpretativa e
informativa.”9
Para que, antes de mais, se pudesse pensar num projeto deste âmbito, é
fundamental pensar sobre os princípios gerais da política do Património Cultural de
forma a manter e preservar o Património na sua essência como cultura de uma região.
Por vezes, projetos que englobam multidões e interesses mútuos entre agentes podem
adulterar a história e cultura local. Assim, para evitar essa alienação do sentido mais
profundo da cultura, foram estabelecidos princípios para a preservação do património:
“a) Inventariação, assegurando-se o levantamento sistemático, actualizado e
tendencialmente exaustivo dos bens culturais existentes com vista à respectiva
identificação;
b) Planeamento, assegurando que os instrumentos e recursos mobilizados e as
medidas adaptadas resultam de uma prévia e adequada planificação e programação;
c) Coordenação, articulando e compatibilizando o património cultural com as
restantes políticas que se dirigem a idênticos ou conexos interesses públicos e
privados, em especial as políticas de ordenamento do território, de ambiente, de
educação e formação, de apoio à criação cultural e de turismo;
d) Eficiência, garantindo padrões adequados de cumprimento das imposições
vigentes e dos objectivos previstos e estabelecidos;
9 Lei n.º 107/2001 de 8 de Setembro que estabelece as bases da política e do regime de proteção e valorização do património cultural.
8
e) Inspecção e prevenção, impedindo, mediante a instituição de organismos,
processos e controlos adequados, a desfiguração, degradação ou perda de elementos
integrantes do património cultural;
f) Informação, promovendo a recolha sistemática de dados e facultando o
respectivo acesso tanto aos cidadãos e organismos interessados como às competentes
organizações internacionais;
g) Equidade, assegurando a justa repartição dos encargos, ónus e benefícios
decorrentes da aplicação do regime de protecção e valorização do património cultural;
h) Responsabilidade, garantindo prévia e sistemática ponderação das
intervenções e dos actos susceptíveis de afectar a integridade ou circulação lícita de
elementos integrantes do património cultural;
i) Cooperação internacional, reconhecendo e dando efectividade aos deveres
de colaboração, informação e assistência internacional.” 10
Assim, nas linhas que se seguem irei apresentar o Concelho de Ovar e aquilo
que pode oferecer ao Turismo Cultural, inclusive a RMO, sendo esta o objeto
fundamental deste estudo.
10 Lei n.º 107/2001 de 8 de Setembro que estabelece as bases da política e do regime de proteção e valorização do património cultural.
9
OVAR, CONCELHO
Fonte: Elaboração própria com base no Guia do Concelho de Ovar: a terra, o mar e a ria.
PRAIA DE ESMORIZ
PRAIA DE CORTEGAÇA
PRAIA DE S. PEDRO
DE MACEDA
PRAIA DO FURADOURO
PRAIA DO TORRÃO
DO LAMEIRO
10
O concelho de Ovar pertence ao Distrito de Aveiro, à NUTS III Baixo Vouga e é
constituído por 8 freguesias (Arada, Cortegaça, Esmoriz, Maceda, Ovar, S. Vicente de
Pereira, São João – Ovar e Válega), cada uma delas com características específicas que
fazem de Ovar uma cultura predominantemente Rural.
Segundo os últimos dados disponíveis (censo 2001), Ovar tinha uma população
residente de 55 198 habitantes. A densidade populacional (2002) era de 377,8 h/km2
porque a forma de povoamento rural predominante na região é o povoamento
disperso alinhado. Nas últimas décadas verificou-se um crescimento acentuado da
população urbana, tendo os aglomerados de Ovar (1984) e Esmoriz ganho a categoria
de cidades.
Durante séculos, Ovar foi um concelho habitado, maioritariamente, por
lavradores e pescadores e, minoritariamente, por artesãos e comerciantes. A partir de
meados do século passado, tornou-se um concelho industrial.
Atualmente, a indústria ocupa uma parte significativa da população ativa (mais
de 60%). Tem-se verificado, entretanto, um desenvolvimento extraordinário dos
estabelecimentos comerciais, com a implantação sucessiva de médias e grandes
superfícies, estando em curso obras de construção que não poderão deixar de ter
grande impacto no concelho. Assim, procura-se obter um desenvolvimento
equilibrado, com um consequente crescimento do sector do comércio e dos serviços
que assegure um crescente bem-estar à população. Esse desenvolvimento equilibrado,
conjugado com as preocupações de preservação do meio ambiente e de
desenvolvimento urbanístico, será, certamente, um dos fatores que vai tornar Ovar um
concelho cada vez mais atrativo e virado para o futuro.
A Nível de Património podemos apontar inúmeras preciosidades, tais como:
“Património natural:
Norteando-se pelo desenvolvimento sustentável, ambiente e qualidade de vida,
Ovar sempre conjugou o seu crescimento urbano com os espaços verdes. Desta forma,
encontram-se espalhados pela cidade vareira diversos jardins públicos, que
proporcionam verdadeiros momentos de relaxamento, passeio, desporto e recreio.
Pela beleza destes espaços, Ovar foi já galardoada com o 1º Prémio Nacional no
Concurso Europeu de Cidades e Vilas Floridas
11
A zona florestal do Concelho de Ovar é composta por cerca de 1850 hectares,
traduzindo-se numa das maiores manchas europeias de "Pinus Pinaster", espécie
muito usada na fixação de solos arenosos da orla marítima, sujeitos a fenómenos
erosivos. Além da sua importância a nível ecológico, trata-se de um espaço convidativo
para a prática de actividades ao ar livre, como desportos e passeios pedestres. Outra
componente apreciada são os Parques de Merenda que existem no Carregal (Ovar),
Buçaquinho (Cortegaça), Maceda, entre outros.
A Ria de Aveiro estende-se, pelo interior, paralelamente ao mar, numa
distância de 47 km e com uma largura máxima de 11 km, no sentido Este-Oeste, desde
Ovar até Mira, constituindo um excepcional acidente geográfico da costa, único em
Portugal e na Península Ibérica, nela desaguando os rios Antuã, Vouga, Cértoma e
Cáster, além de inúmeros ribeiros.
Desdobra-se em quatro importantes canais: Ria de Ovar, no extremo norte; Ria
de Mira, no extremo sul; Ria da Murtosa, a nordeste e Ria de Ílhavo, a sudeste. Ovar
está fortemente ligado à Ria. As suas populações, durante séculos, exploraram os seus
recursos naturais como fontes de rendimento: a apanha do moliço (fertilizante
natural); a pesca e o transporte de mercadorias (entre Ovar e Aveiro), facilitou o
crescimento do comércio de produtos como: o sal, arroz, vinho, peixe, etc. O moliceiro
é a embarcação característica da Ria de Aveiro, destacando-se a elegância das suas
linhas e o colorido da sua decoração. Em Ovar irá encontrar estas embarcações no
activo e poderá usufruir de passeios neste tipo de embarcações. Actualmente, a Ria é,
sobretudo, um grande pólo de atracção turística, permitindo a prática de desportos
náuticos, da pesca desportiva, de praia, bem como a fruição de equipamentos
hoteleiros e de restauração de grande qualidade. O contacto directo com a natureza é,
igualmente, possível nos Parques de Campismo, nos passeios pela Reserva Natural de
São Jacinto e em inúmeros outros recantos ricos em fauna e flora.O Porto de Recreio
do Carregal é uma moderna e bem equipada marina que possibilita observar a
diversidade da Ria e desfrutar plenamente da sua tranquilidade, infra-estrutura que ao
longo do ano também acolhe a realização de regatas e outras provas desportivas.
No concelho de Ovar tem oportunidade de descobrir os múltiplos encantos das
belas praias atlânticas, onde se confundem o azul do mar, o amarelo do sol e o verde
dos pinhais. No sentido norte-sul temos as praias de Esmoriz (Praia da Barrinha),
12
Cortegaça, Maceda (S. Pedro) e Ovar (Furadouro e Torrão do Lameiro), com
convidativas extensões de areal e dunas, ligação às zonas florestais, constituindo uma
das maiores áreas do género no litoral português. É ainda muito apreciada a praia
fluvial do Areínho, situada em plena Ria, no braço que chega a Ovar até à Marina do
Carregal.No Verão, os turistas podem deliciar-se com a qualidade das águas e da areia,
pernoitar nas unidades hoteleiras e nos parques de campismo dotados com bons
equipamentos, nomeadamente desportivos, divertir-se nos eventos de animação –
espectáculos e desporto. O ambiente nocturno e a gastronomia são sempre factores
de atracção no concelho.
Património construído:
Igreja Matriz de Ovar
De entre o Património construído do concelho de Ovar, constitui uma
referência a Igreja Matriz de Ovar. Um edifício do último quartel do século XVII, que
sofreu inúmeras remodelações, até aos nossos dias. Apresenta uma planta
longitudinal, com três naves separadas por colunas toscanas, duas capelas laterais,
dois púlpitos, um coro alto assente num arco abatido e uma fachada imponente,
rodeada por duas torres sineiras. Num pequeno nicho da fachada, revestida a azulejo
em 1927, encontra-se uma imagem, de calcário, do padroeiro S. Cristóvão, que data de
finais do século XV, sendo a peça mais antiga do conjunto.
Igreja Matriz de Válega
Tem como titular Santa Maria. A sua construção foi iniciada em 1746, tendo-se
as obras arrastado por mais de um século. O edifício espaçoso e altaneiro apresenta
frontaria com torre integrada à esquerda. O retábulo principal, do século XVIII, merece
destaque, além da pia baptismal – a peça mais antiga dos começos do século XVI -
executada em pedra ançã. No interior sobressaem as intervenções do século XX,
nomeadamente, os tectos em madeira exótica, custeados pela Família Lopes e os
exuberantes revestimentos em azulejo - da Fábrica Aleluia de Aveiro - além dos vitrais
– de Madrid - doados pelo Comendador António Maria Augusto da Silva, que impôs as
temáticas e a policromia.
13
Igreja Matriz de Maceda
Tem como titular São Pedro. Data de 1918 e é um edifício alto, amplo,
com duas torres a acompanhar a frontaria e de elementos gerais austeros. Da antiga
igreja, do séc. XVII, foram aproveitadas, para o altar-mor, de madeira, quatro colunas
espiraladas; aos lados do arco cruzeiro cravaram dois retábulos dos finais do séc. XVII.
O exterior é revestido a azulejo.
Igreja Matriz de Cortegaça
Tem como titular Santa Marinha. A actual igreja foi iniciada em 1910 e
inaugurada em 1918. De fachada alta, inclui duas torres; o exterior é revestido a
azulejo, com os painéis de S. Pedro, S. Paulo, S. João Bosco, S. Francisco de Assis,
Coração de Jesus e Coração de Maria; o interior, amplo, ostenta tectos em estuque
pintados; o retábulo principal do século XIX lembra o da Igreja do Colégio de
Sanguedo; recentemente, foram colocados dois grandes painéis de azulejo que
reproduzem pinturas clássicas.
Igreja Matriz de Esmoriz
Tem como titular Nossa Senhora da Assunção. O início da construção do actual
edifício é de 1892, tendo sido aproveitados os alicerces do anterior. Seguiu os tipos
rurais desta região, com torre à direita, vãos simples e rectangulares. O interior é
modesto mas amplo, todo a branco e ouro. Possui altar-mor, com quatro colunas
espiradas; dois colaterais; outro par nas capelas dos flancos e mais dois pares, abaixo
dos púlpitos.
Capelas dos Passos
As Capelas dos Passos da Paixão de Ovar, foram construídas entre 1748 e 1756.
Situadas no Centro Histórico da cidade, as capelas, de arquitectura simples, iniciam-se
dentro da igreja matriz e continuam pelo interior da malha urbana, terminando num
majestoso edifício que alberga a cena do Calvário.
Capela e Passo do Pretório - Igreja Matriz de Ovar
Capela e Passo da Primeira Queda (ou Passo do Horto, ou Passo Senhor caído
por terra) - Rua Alexandre Herculano
14
Capela e Passo do Encontro: Rua Alexandre Herculano
Capela e Passo do Cireneu: Rua Cândido dos Reis
Capela e Passo da Verónica - Praça da República
Capela e Passo das Filhas de Jerusalém - Largo Mouzinho de Albuquerque
Capela e Passo do Calvário - Largo dos Combatentes
Se o exterior dessas capelas é de traça repetitiva e arcaizante, já o interior foi
ricamente decorado com pinturas de perspectiva e rica talha barroca que emolduram
os diferentes Passos da Via-Crucis, com imagens muito expressivas, exemplares raros
de uma arte vincadamente popular.
As Capelas dos Passos da Paixão de Ovar foram Classificadas como Imóveis de
Interesse Público, em 1949 e, em 1999, procedeu-se a uma obra de conservação e
restauro das mesmas.
Monumento "Maceda a Vila"
O monumento foi construído simbolizado a passagem de Maceda a Vila.
Monumento aos Cordoeiros – Cortegaça
O monumento, da autoria de José Aurélio, foi inaugurado em 1990.
Casa Apalaçada dos Castanheiros – Esmoriz
Localizada na Rua dos Castanheiros. É um imóvel do início do século XX,
formando um conjunto harmonioso, composto por fachadas com janelas
rectangulares, escadaria de acesso ao primeiro piso e os portões de acesso ao pátio em
ferro forjado torcido. No edifício funciona a actualmente a Biblioteca Pólo de Esmoriz.
Monumento à Arte Xávega – Esmoriz
De Rui Anahory, situa-se na Avenida da Praia em Esmoriz e data de 1997.
Monumento ao Tanoeiro – Esmoriz
De José António Nobre, situa-se no Largo do Rossio e data de 1989.
15
Paços do Concelho – Ovar
O actual edifício da Câmara Municipal de Ovar, construído entre 1893 e 1900, é
um imóvel de aspecto sólido e imponente, que se desenvolve em dois pisos e duas
alas. A frontaria é bastante regular, com uma esquadria simétrica, frontão em cantaria
lavrada, encimada pelo brasão de Ovar.
Palácio da Justiça – Ovar
O edifício do tribunal de Ovar, inaugurado em 1966, com projecto do
conceituado arquitecto de Válega, Januário Godinho, desdobra-se em duas frentes –
para a Rua Alexandre Herculano e Largo Família Soares Pinto – e é um exemplar típico
das linhas clássicas do Estado Novo. Está decorado, no exterior, com painéis de
cerâmica de Jorge Barradas, e, no interior, com motivos de Guilherme Camarinha.
Edifício do Quartel / Hospital Velho – Ovar
É onde funciona actualmente a escola EB1 Ovar nº1. Situado no Largo dos
Combatentes (Ovar), foi concluído em 1814. Forma um conjunto austero composto por
uma fachada de seis janelas rectangulares e de uma sacada média, sobre a qual se
encontra o brasão nacional, em escudo oval, com coroa e efeitos decorativos de
palmas, em pedra ançanense. No centro do edifício existe um pequeno pátio interior,
rectangular, com arcadas, de traçado "Asa-de-Cesto". Tendo servido já como paços do
concelho, hospital, quartel e como sede de vários outros serviços públicos é, desde os
meados do século XX, a maior escola primária de Ovar.
Mercado Municipal – Ovar
Localizado junto à Igreja Matriz de Ovar, foi inaugurado em 1955. É constituído
por vários corpos de rés-do-chão - um dos quais com galeria, no piso superior -
subordinados a uma concepção geral que difere bastante das linhas arquitectónicas da
altura da sua construção. O projecto, de Januário Godinho, é considerado,
actualmente, uma excelente peça de arquitectura.
16
Museu Júlio Dinis - Uma Casa Ovarense – Ovar
Construção do séc. XIX, de piso único com porta de verga e duas janelas de
guilhotina com molduras de cantaria - uma das janelas é de verga curva. Constitui um
exemplar de arquitectura popular tradicional do Concelho, decorrendo o seu interesse
especial do facto de ali ter vivido o escritor Júlio Dinis, durante algum tempo. Foi
considerada de Interesse Público em 1984.
Biblioteca Municipal – Ovar
Inaugurada em 1997. Projecto dos arquitectos João Rapagão e César
Fernandes. Com as suas linhas regulares, simétricas, quase minimalistas, sublinhadas
pela brancura das paredes, contrasta - modernizando-a - com a arquitectura
tradicional da zona histórica da cidade.
Chafariz de Neptuno – Ovar
Foi inaugurado em 1877. Situado no centro da cidade, constituiu o primeiro
abastecimento público de água. É considerado um dos ex-libris de Ovar.
Monumento às Varinas - Ovar, Furadouro
De Lagoa Henriques. Inaugurado em 1989, na Praia do Furadouro.
Ovar - Cidade Museu do Azulejo
“Ovar é um museu vivo do azulejo – frase dita e redita, quase “slogan” – que
exige, no entanto, uma clara explicação, sobretudo para dar aos vareiros,
conscientemente bairristas, uma dimensão mais exacta da importância nacional
daquilo que têm sabido estimar e conservar e exemplarmente defender. (…) Portanto,
as ruas de casinhas cobertas da cor e variedade dos motivos dos seus azulejos,
expostos à privilegiada luz da Ria, fazem de Ovar um magnífico museu. Ele recria,
mostra e ensina, com invulgar evidência, os verdadeiros recursos de originalidade e
beleza conseguidos na coerente simplicidade de um gosto enraizadamente nacional. É
uma lição de prazer estético o deixarmo-nos passear pelas praças e ruas, encharcando
os olhos nas mais variadas descobertas, sempre renovadas. Fachadas de cerâmica,
singelamente enriquecidas pela cor e pelo brilho a que a eloquente sabedoria popular
17
conseguiu – à custa de um modesto material – fazer ganhar, através de enfeitiçantes
reflexos uma escala monumental. Também por isso, Ovar é – toda ela – um
monumento. (…)” Rafael Salinas Calado, 1981
A larga maioria dos azulejos de Ovar data dos séculos XIX e XX. De realçar as
ruas da zona histórica da cidade de Ovar apresentam um conjunto fora do comum de
casas com revestimentos azulejares, o qual torna-as num autêntico museu vivo do
azulejo.
O revestimento das fachadas com azulejo semi-industrial começou, no século
XIX, por ser uma moda "importada" por emigrantes "brasileiros" enriquecidos. Os
emigrantes oitocentistas, retornados do Brasil, investiram as suas poupanças em
habitações com características semelhantes às que existiam no outro lado do
Atlântico.
A moda "pegou" porque nos arredores do Porto e em Aveiro surgiram,
entretanto, unidades industriais capazes de vender azulejo em quantidade e por baixo
preço. Mas "pegou", também, porque o azulejo permite manter as fachadas das casas
com um aspecto limpo e luminoso ao mesmo tempo que protege as paredes das
humidades e das variações da temperatura.
Para preservar o património edificado de Ovar, nas suas várias vertentes e
alertar para a importância - pela quantidade e variedade - da sua componente
cerâmica, incidindo, sobretudo, no azulejo de fachada, a CM Ovar criou o Atelier de
Conservação e Restauro do Azulejo.”11
Em suma, “Ovar reúne um conjunto de recursos com fortes potencialidades,
que podem promover um conjunto de iniciativas para o desenvolvimento da atividade
de turismo cultural, urbanismo e negócios na região. O eixo Porto/Ovar/Aveiro
congrega um conjunto de recursos turísticos diversificados, que necessitam de
congregar políticas de gestão estratégica de desenvolvimento local sustentado e a
criação de sinergias para que, apostando nos recursos endógenos, se possa atingir a
dinamização da região.” 12
11 Cf. Site da Câmara Municipal de Ovar, http://www.cm-ovar.pt/www/default.aspx.
12 Vitor Ferreira 2010, “Desenvolvimento do projeto: promoção turística no concelho de Ovar”, Dunas - Temas e perspectivas.
Ovar: divisão da cultura, Desporto, Património Histórico, Museus e Turismo, nº10, P. 76.
18
Rede Museológica de Ovar (RMO)
A Rede Museológica de Ovar é um conjunto de Museus (Instituição
permanente, sem fins lucrativos, ao serviço da sociedade e do seu desenvolvimento.
Aberto ao público, por vocação, tem a missão de promover pesquisas relativas aos
testemunhos materiais do homem e do seu ambiente que adquire, divulga, conserva e
expõe para estudo, educação e lazer) e Núcleos Museológicos (Unidades
museológicas, cuja missão consiste na recolha, conservação, documentação, estudo e
difusão dos testemunhos culturais mais representativos das comunidades na qual
estão implantados. Poderão atuar como centros ativos na sua área de influência com a
impulsão de atividades culturais e educativas diversas.), públicos ou privados,
existentes ou em criação, representativos da realidade geocultural de Ovar, tendo
como missão apoiar o estudo, a conservação e divulgação dos elementos essenciais da
cultura material.
A Rede Museológica de Ovar enquanto estrutura integra um conjunto de
Museus e Núcleos Museológicos:
- Pólo Central da Rede Museológica de Ovar (nº 8 do Mapa anterior)
O Pólo Central da Rede Museológica de Ovar é constituído por duas estruturas
físicas: o Núcleo Museológico de Arada e a Reserva Museológica Municipal.
É a principal estrutura municipal de apoio técnico a todas as instituições
pertencentes à Rede Museológica de Ovar, em áreas tão distintas como o
inventário e gestão de coleções, a conservação preventiva, os serviços
educativos, a divulgação e merchandising, etc.
19
Possui um Centro de Documentação e uma área para Serviços Educativos.
Situa-se na freguesia de Arada.
- Museu Júlio Dinis; Uma Casa Ovarense (nº 7 do Mapa anterior)
O Museu tem como missão valorizar a passagem de Júlio Dinis por Ovar, com
destaque para a influência da sua obra literária, a preservação da casa
oitocentista e seu acervo, a salvaguarda e divulgação da herança cultural da
comunidade vareira, principalmente referente ao séc. XIX, criando condições
museológicas adequadas às especificidades das memórias coletivas, com vista
ao contributo para o desenvolvimento cultural da Região.
Situa-se na Rua Júlio Dinis, em Ovar.
Imóvel classificado de Interesse Público
- Museu de Ovar (nº 6 do Mapa anterior)
O Museu de Ovar tem como missão, recolher, estudar conservar e divulgar o
património cultural das gentes de Ovar.
O acervo é constituído essencialmente por objetos Arte e Etnografia.
Reserva Visitável (apenas por marcação e com um limite de visitantes).
20
Destaca-se uma interessante coleção de trajes, bonecas vindas de vários países
e uma preciosa coleção de obras de pintura, escultura e cerâmica
contemporâneas.
Situa-se na Rua Heliodoro Salgado, em Ovar.
- Igreja Matriz e Capelas dos Passos de Ovar (nº9 do Mapa anterior)
Conjunto de imóveis classificados de Interesse Publico situados na zona
histórica da cidade.
As sete capelas, apresentam cenas da Paixão de Cristo, numa articulação
perfeita entre a arquitetura, a pintura mural, a talha e a imaginária, articuladas
em composições cenográficas de grande qualidade.
- Casa-Museu de Arte Sacra da Ordem Franciscana Secular
Tem como missão identificar, estudar, recolher, conservar e divulgar o espólio
e tradições da Ordem Terceira de São Francisco, bem como, os bens e cultura
religiosa da região de Ovar.
Situa-se na Rua Gomes Freire, em Ovar.
21
- Núcleo Museológico do Grupo Folclórico “As Tricanas de Ovar (nº 1 do
Mapa anterior)
Pertence ao Grupo Folclórico “As Tricanas de Ovar”.
Tem como missão a recolha, preservação e divulgação do património cultural
das gentes de S. João de Ovar.
Do seu programa museológico destaca-se a reserva museológica e o conjunto
patrimonial circundante, constituído por um moinho, levada e lavadouro.
- Museu Escolar Irmãos Oliveira Lopes (nº 5 do Mapa anterior)
O Museu tem como missão preservar e divulgar a memória e o património da
Escola Primária Irmãos Oliveira Lopes e dos seus beneméritos.
Situa-se na Rua Irmãos Oliveira Lopes, em Válega.
22
- Museu Etnográfico de Válega (nº 4 do Mapa anterior)
O MEV tem como missão identificar, estudar, recolher conservar, salvaguardar
e divulgar o património cultural da vila Válega, dando-o a conhecer ao visitante
através de antigos trajes regionais, artesanato e objetos ligados a antigos usos
e costumes.
Tem como objetivos desenvolver atividades de carácter social e cultural, e
promover o folclore da vila de Válega.
Situa-se na Rua Irmãos Oliveira Lopes, em Válega.
- CENÁRIO - Centro Náutico da Ria de Ovar (nº 2 do Mapa anterior)
Tem como missão identificar, estudar, salvaguardar e restaurar embarcações
representativas do património náutico de recreio, promovendo a prática da
vela como desporto de descoberta da Ria e dos seus territórios, bem como,
promover o desenvolvimento de uma efetiva cultura ecológica e ambiental,
numa perspetiva de desenvolvimento sustentável.
Situa-se no cais do Puxadouro, em Válega.
23
Todos têm diferentes missões, de carácter permanente sem fins lucrativos, ao
serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, abertos ao público e dotados de uma
estrutura organizacional que lhes permite adquirir, conservar, estudar e valorizar um
conjunto de imóveis e bens culturais com objetivos científicos, educativos e lúdicos.
A Rede Museológica de Ovar rege-se por objetivos a nível social, cultural,
educativo e consultivo.
1 – Os objetivos a nível social são:
a) Definir estratégias e apresentar projetos que viabilizem soluções
institucionais para ações que ponham em risco a autenticidade material, estética,
histórica e construtiva- -tecnológica, ou a identidade e memória coletiva;
b) Integrar os Museus e Núcleos Museológicos e os programas museológicos
em projetos de desenvolvimento cultural, em especial relacionados com o
desenvolvimento integrado, que viabilizem o património enquanto recurso cultural;
c) Propor acordos e protocolos de cooperação com outras instituições e
entidades, públicas ou privadas, que prossigam fins similares;
d) Incentivar a participação e corresponsabilização da sociedade civil na
valorização do património histórico-cultural;
e) Colaborar com os serviços camarários na promoção da noção de reserva
cultural e de desenvolvimento sustentado.
2 – Os objetivos a nível cultural são:
a) Promover o inventário, estudo, classificação e recuperação do património do
concelho, sistematizando informaticamente a informação recolhida e prestando apoio
técnico e financeiro;
b) Superintender a gestão dos Museus e Núcleos Museológicos públicos e
privados, viabilizando soluções institucionais de carácter autónomo;
c) Coordenar os trabalhos de conservação e restauro e de receção e
inventariação de espólios na Reserva Museológica Municipal;
d) Assegurar a organização de exposições temáticas, temporárias ou
permanentes, com vista à melhor fruição e deleite do público.
24
3 – Os objetivos a nível educativo são:
a) Sensibilizar e estimular o estudo científico e técnico de objetos das coleções,
a partir de uma temática e de uma cronologia específicas;
b) Dinamizar a comunicação e promover a divulgação, para públicos
diferenciados, das coleções dos Museus e dos Núcleos Museológicos;
c) Permitir uma aproximação mais fácil e lúdica às diversas coleções dos
Museus e dos Núcleos Museológicos;
d) Criar sinergias para construir uma rede de espaços museológicos dinâmicos e
interativos com os públicos.
4 – Os objetivos a nível consultivo são:
a) Definir políticas e estratégias de desenvolvimento cultural, patrimonial,
territorial e turístico;
b) Apoiar projetos que visem o desenvolvimento cultural, patrimonial,
territorial e turístico.
A gestão da Rede Museológica de Ovar depende da Área de Património
Histórico e Museus do Serviço de Ação Cultural, Desporto, Património Histórico,
Museus e Turismo da Divisão da Cultura, conforme constante do Organigrama e
Regulamento Interno dos Serviços Municipais da Câmara Municipal de Ovar.
À Área de Património Histórico e Museus caberá garantir a assunção da gestão
do património móvel e imóvel e a correta integração do património cultural concelhio
através da implementação do Plano Museológico Municipal.
Os Museus e Núcleos Museológicos privados a integrar na Rede Museológica
de Ovar dependem unicamente da instituição tutelar, comprometendo-se a cumprir o
Regulamento da Rede Museológica de Ovar.
O fundamento da RMO é conseguir agregar e desenvolver em Rede o conjunto
de valências que cada Museu ou Núcleo Museológico pode oferecer fomentando, ao
mesmo tempo, o incremento Turístico e Cultural do Concelho.
Em conjunto, colaborando no desenvolvimento de programas, estruturas e
equipamentos, bem como, recursos materiais e financeiros, conseguirão desenvolver,
promover e proporcionar o crescimento Social, Cultural e Turístico das comunidades e
consequentemente obter vantagens a todos os níveis.
25
Pegando na orgânica, os serviços que integram a RMO são:
a) Direção;
b) Serviço de Património e Arqueologia;
c) Serviço de Museografia;
d) Serviço de Conservação e Restauro;
e) Serviço Educativo;
f) Serviço de Inventário;
g) Serviço de Estudo e Investigação;
h) Serviço Administrativo;
i) Serviço de Vigilância e Guardaria
Dentro da panóplia de serviços disponíveis, centrei-me no Serviço Educativo
que tem como competências:
“a) Promover a “educação para o património” e o “património na educação”
através da formação de uma consciência patrimonial coletiva;
b) Desenvolver a sensibilidade artística dos diversos públicos (comunidade em
geral, mas mais especificamente a comunidade educativa);
c) Criar o hábito de frequência no Museu ou o Núcleo Museológico por parte
das escolas;
d) Desenvolver ações e estratégias angariadoras de novos públicos;
e) Propor e implementar o programa do Serviço Educativo;
f) Propor atividades a desenvolver no âmbito dos Dias Comemorativos;
g) Estabelecer parcerias com os vários agentes e instituições da cidade nas
áreas educacional, social e cultural;
h) Dinamizar as relações do Museu ou Núcleo Museológico com o público,
promovendo visitas orientadas;
i) Promover atividades culturais e educativas que potenciem o acesso aos bens
culturais conservados no Museu ou Núcleo Museológico.” 13
13
Câmara Municipal de Ovar2006, Regulamento Interno da Rede Museológica de Ovar. Ovar: Câmara Municipal de Ovar, P. 15.
27
ESTRATÉGIA:
No relatório que se segue irei apresentar o plano estratégico delineado para
criar soluções no âmbito do Turismo Cultural, à difusão e preservação do Património
do Concelho de Ovar.
Numa fase inicial era necessário intervir sob os parâmetros de uma estratégia
economicista, visto que a conjuntura económica atual não é a mais favorável. Desta
forma, o passo a tomar seria intervir num projeto global que agregasse todo o
conjunto de bens e serviços ligados ao turismo. Daí resultou um projeto designado
“Ovar Turismo e Património” (aclarado mais à frente neste capítulo), que integra
todos os agentes e recursos da Cidade de Ovar, de forma a promover as empresas, o
turismo e o património local.
Dentro do projeto, o principal objetivo é a constituição e difusão de pacotes e
produtos turísticos, agregando o património, os recursos e os agentes locais, dando
preferência aos museus e núcleos museológicos da RMO.
Para que este projeto fosse viável foi necessário o estudo do contexto do
Concelho (capítulo anterior), a nível dos recursos e dos agentes locais. Dentro das
possíveis abordagens, optei pelo estudo da RMO numa tentativa de explorar as
condições dos serviços em geral e, porque “nas últimas décadas do século XX assistiu-
se a um movimento de expansão e transformação dos museus enquanto instituições
com um fundamental papel social e uma importante missão educativa.”14 “Os museus
têm sido chamados a assumir o seu papel num processo de aprendizagem que se
desenrola ao longo de toda a vida e que tem como principais ferramentas o
desenvolvimento das competências ao nível da interpretação e do pensamento crítico,
cumprindo, desta forma, uma enriquecida missão educativa capaz de promover o
desenvolvimento pessoal e a construção da identidade individual e coletiva.”15
14 Silva, Susana, 2011, “O valor educativo do museu” in: Educar hoje – Enciclopédia dos pais, Vol. IV, Amadora, P.112. 15 Ibidem.
28
Após esse estudo delineei um plano de três fases, distintas, que passam pelo
estudo de públicos que se pretende atingir (público escolar), um período de
experimentação (a nível de serviços educativos) e, por último, a formação (dos agentes
locais), que em seguida, vou passar a mencionar e desenvolver no próximo capítulo.
1ª FASE
Esta primeira fase, designada de “O museu vai à escola”, aparece na sequência
das IV Jornadas do Património e teve como principal objetivo, o estudo de públicos
escolares como foco principal para um melhor aproveitamento e divulgação dos
espaços museológicos.
O projeto decorreu durante oito dias – Entre Novembro e Dezembro, nas
diversas escolas do Concelho com a apresentação dos Museus e Núcleos Museológicos
da RMO num PowerPoint geral e a mostra de peças que constituem o espólio de cada
museu.
Para criar uma base de dados e proceder ao estudo das perspetivas e
necessidades deste tipo de públicos, foi entregue um inquérito aos docentes. Após os
resultados deste inquérito, foi proposta, em reunião, aos diretores de cada escola um
plano anual de dinâmicas com a RMO, de forma a despoletar propostas em parceria
para uma maior aproximação e relação entre escola/museu.
2ª FASE
A segunda fase, que está designada de “O museu vai à biblioteca” teve como
principal objetivo, um período de experimentação dos serviços dos próprios Museus e
Núcleos, dentro de um espaço com características especiais, um público específico
inseridos num contexto.
A partir da relação escola/museu era importante estudar de que forma os
núcleos e museus da RMO estariam capacitados a nível de recursos humanos, de
planos educativos e de serviços educativos bem estruturados. Ao longo deste
processo, a avaliação foi feita a várias pessoas envolvidas, dentro das quais, as
crianças, os técnicos dos museus, os técnicos da biblioteca e um técnico da RMO.
29
O resultado de todo este processo originou um relatório final, que serviu de
consciencialização dos seus serviços e do seu tipo de públicos.
3ª FASE
O terceiro trabalho, WORKSHOP designado de “A problemática dos Serviços
Educativos”, decorreu no dia 19 de Maio de 2011 das 14:30 às 19:30, no Museu
Escolar Oliveira Lopes.
Foi um projeto integrado no programa das comemorações do “Dia mundial dos
museus” e teve como principal objetivo dar oportunidade aos agentes culturais,
principalmente aos técnicos da RMO, de obter formação a nível de serviços educativos
e trocar informações e ideias com outras instituições.
Assim, nas linhas seguintes passo a mostrar o que foi delineado para o Projeto
Global de sustentabilidade do Turismo Cultural de Ovar. Antes disso, passo a citar que,
o meu contributo foi exclusivamente de o desenvolver e de trabalhar sobre a RMO.
A sua implementação está inteiramente sobre a responsabilidade dos técnicos da
RMO e os agentes fundadores.
30
PROJECTO: OVAR TURISMO E PATRIMÓNIO
MISSÃO Promoção turística de Ovar, em particular o turismo cultural e natural
OBJECTIVO Desenvolver e promover o Turismo em Ovar entre a Câmara Municipal de Ovar
e os agentes locais públicos e privados criando sinergias de forma a promover a troca
de informação, bens e serviços.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
1. Criar o produto “OVAR”
“A criação do produto “ OVAR” pode proporcionar a proteção e valorização do
património local, o desenvolvimento económico e social dos habitantes, a melhoria da
qualidade de vida, o controlo de fluxos de visitantes e a melhoria da qualidade da
oferta e de infraestruturas de apoio ao turismo.
Desta forma, é fundamental avaliar o que “Ovar” pode oferecer e discutir a
correta utilização dos recursos no planeamento e ordenamento do território. Assim,
será certamente um destino cada vez mais procurado por turistas, cuja motivação vai
de encontro à cultura, à natureza, ao lazer e aos negócios.”16
Como elemento unificador do Concelho apresentamos o “Azulejo e Água”, visto
que a cidade está marcado indiscutivelmente por mar e, já enraizado, o azulejo. Outros
elementos estão patentes também com a sua importância, contudo surgem como
pepel secundário de promoção que é a Natureza (Ria, Praia, Floresta), Arquitetura
(Azulejo, Barroco, Centro Histórico) e as tradições (Carnaval, Semana santa, Festas do
mar, Pão-de-ló de OVAR, Artes e ofícios).
16 Vitor Ferreira 2010, “Desenvolvimento do projeto: promoção turística no concelho de Ovar”, Dunas - Temas e perspectivas.
Ovar: divisão da cultura, Desporto, Património Histórico, Museus e Turismo, nº10, P. 76.
31
2. Criar a “Associação Turismo de Ovar”
A criação da Associação vai fixar, numa rede sólida de contatos, promotores do
turismo do Concelho de Ovar, e tem por objetivo a criação de um circuito que
impulsione a promoção da cultura, a divulgação do património, em geral, e das
instituições locais.
Ao criar uma relação afetiva com o projeto os agentes tomam consciência
efetiva dos seus deveres como agentes de crescimento e o público, acaba por valorizar
inevitavelmente as ações, os próprios agentes envolvidos e os conceitos de património
associadas ao projeto.
3. Propor produtos e pacotes turísticos
Após a criação de sinergias e esforços comuns é importante estudar sobre a
implementação de produtos e pacotes turísticos que possam favorecer esta dinâmica e
que, todos consigam estar ligados de forma favorável.
Foi feita uma análise da estrutura do património e, após algum estudo sobre
recursos do Concelho, foram lançados alguns nomes que possam fixar esta imagem de
produto “Ovar”:
- Património Natural
“Ovar Natureza”
“Ovar Radical”
“Birdwatching”
- Património Cultural
“Ovar cultural”
“Recantos de Ovar”);
- Património Natural e Cultural
“Ovar Escolas”
“Ovar em Família”
”Fim-de-semana com amigos”
“Ovar a dois”
“Miúdos e graúdos”
“Ovar Gastronómico”)
32
- Comemorações anuais (flexível)
“Festas do Mar” Esmoriz, Cortegaça e Ovar
“Semana Santa” Quaresma
“Cantar os reis” Ovar
“Regata da Ria”
“Surf Nigth” Cortegaça.
4. Propor roteiros e percursos temáticos
Para que os produtos e pacotes turísticos tenham consistência e o património
natural e cultural do Concelho possa ser aproveitado e rentabilizado é importante criar
estruturas sólidas de forma a que os espaços estejam operacionais aos visitantes e
bem cuidados, é necessário criar roteiros e percursos.
A implementação destes roteiros e percursos obriga, tanto à autarquia como aos
agentes e à população local criar maior ligação e atenção na preservação e valorização
dos mesmos, criando políticas de utilização ao público.
Propostas apresentadas:
- Roteiros:
“Do Azulejo”
“Do Centro Histórico de Ovar”
“Do Maneirismo ao Barroco”
“Dos Passos”
“Gastronómico”
“Da Industria”
“Do Romance”
“Júlio Dinis e Florbela Espanca, Séc. XIX e “Arte Sacra”.
- Percursos:
“Olhares sobre o mar “
“A floresta e seus segredos”
“Caminhando pela Ria”
“Moinhos de pedras de cima”.
33
5. Conceber um guia informativo relativo a recursos, produtos e serviços de
promoção turística e cultural;
“A implementação de uma política integrada na área do turismo implica
disponibilizar informação o mais completa e eficiente possível acerca da região, de
forma ir ao encontro de uma procura selectiva e exigente do visitante. Esta informação
passa por uma estratégia de marketing e promoção turística, a qual é feita através de
material informativo que deverá visar a informação acerca dos equipamentos de apoio
que existem.”17
Itens fundamentais:
PONTO 1: Introdução histórica;
PONTO 2: Localização e acessos (mapas e sinalização);
PONTO 3:O que visitar (Sítios Imóveis de interesse Patrimonial e sítios com interesse
ambiental) e com quem (empresas de animação turística, coletividades e associações);
PONTO 4: O que fazer (rotas, canoagem, surf, percursos pedestres, ciclo turismo e
serviços), principais eventos (festas e efemérides anualmente instituídas);
PONTO 5: Onde ficar (hotéis, pousada, campismo);
PONTO 6: Onde comer (restaurantes, padarias e pastelarias, bares e tascas);
PONTO 7: O que comprar (azulejo, pão-de-ló, ourivesaria, tanoaria, olaria e outro
artesanato diverso);
PONTO 8: Informações úteis (contactos e sugestões).
6. Implementar estruturas sólidas para a gestão de um produto de qualidade.
“A implementação de um projecto de promoção turística no concelho de Ovar
deverá congregar um conjunto de instrumentos e metodologias essenciais para a
prossecução dos objectivos, complementando as seguintes etapas: sistematização da
17 Vitor Ferreira 2010, “Desenvolvimento do projeto: promoção turística no concelho de Ovar”, Dunas - Temas e perspectivas.
Ovar: divisão da cultura, Desporto, Património Histórico, Museus e Turismo, nº10, P. 76.
34
informação, definição dos alvos a valorizar, produtos, serviços e eventos a conceber e
monitorização.” 18
“Numa óptica de cumprimento destes objectivos e de uma melhor organização do
produto “OVAR”, seria importante que todos os agentes e promotores do concelho de
Ovar propusessem actuações estratégicas, para que seja possível articular os actores
locais e regionais, públicos e privados, conseguindo investimentos públicos e privados
necessários, e atingir a dinamização e desenvolvimento pretendidos da actividade
turísticas.”19
Para a viabilidade deste processo, foi necessário proceder a planos de ação e de
estruturação da missão dos agentes intervenientes, isto para que, numa dinâmica de
rede e de interesses comuns.
18 Vitor Ferreira 2010, “Desenvolvimento do projeto: promoção turística no concelho de Ovar”, Dunas - Temas e perspectivas.
Ovar: divisão da cultura, Desporto, Património Histórico, Museus e Turismo, nº10, p. 76.
19 Idem., P. 75.
35
[Estrutura dos Planos de ação]
Plano 1 “Estruturas de promoção turística”
Tem como objetivo disponibilizar informação relativa a bens, produtos e
serviços de animação turística. Os agentes envolvidos deverão disponibilizar a
informação turística para as plataformas de divulgação existentes ou a criar.
Sugestões:
1º Estabelecer mecanismos de partilha de informação entre agentes;
2º Otimizar as ferramentas de divulgação (sites, guias, roteiros, sinalização,
placards informativos…) e meios de promoção (feiras, eventos, encontros, congressos,
mostras…);
3º Reestruturar os postos de turismo;
4º Promover sinergias entre agentes.
Aposta prioritária:
1º Criação o produto “OVAR”
2º Criação do site “VisitOvar”
3º Criação de mapa turístico
4º Criação de guia turístico
5º Afirmação da marca “Ovar” a nível regional e nacional
Ver exemplo 1 (Anexo 1) Plano 2 “Agente Turístico”
Agente público ou privado que concebe, gere e promove os seus produtos e
pacotes turísticos, tendo como plataforma base as suas infraestruturas. Entretanto
deverá garantir a disponibilização da informação aos agentes do Concelho.
36
Sugestões:
1º Criação, gestão e venda de pacotes turísticos por um ou mais agentes,
envolvendo os ramos de hotelaria, restauração e bares;
2º Divulgação conjunta de iniciativas recorrentes no circuito turístico.
Ver exemplo 2 (Anexo 2) Plano 3 “Associação Turismo de Ovar”
Criação da “ASSOCIAÇÃO TURISMO DE OVAR - CONVENTION VISITORS
BUREAU” que terá as seguintes áreas de intervenção:
Gestão e planeamento de projetos de turismo e desenvolvimento local e
regional;
Gestão de espaços e equipamentos de cultura e lazer;
Gestão de alojamento e transporte;
Gestão de recursos e condenação de agentes turísticos;
Gestão e planeamento de marketing em projetos turísticos e culturais;
Elaboração de programas, rotas, roteiros e guias turísticos e culturais;
Inventariação, investigação, valorização e divulgação do património cultural
material e imaterial;
Promoção e apoio de intercâmbios turísticos e culturais;
Promoção de ações de formação na área do turismo;
Dinamização de eventos de animação turística.
Ver exemplo 3 (Anexo 3)
37
[Missão dos agentes]
(Câmara Municipal de Ovar)
A CMO terá o papel de fomentar sinergias com os agentes locais e entidades
públicas e privadas, nomeadamente:
Conceber;
Coordenar;
Apoiar e implementar ações;
Proceder à monitorização e avaliação das atividades desenvolvidas no
âmbito da indústria turística.
(Agentes envolvidos)
Os agentes intervenientes devem conceber, coordenar, apoiar e implementar
ações, desenvolvidas no âmbito da indústria turística.
(Associação turismo de Ovar)
Promover e gerir ações a desenvolver com os agentes (públicos e
privados)
Garantir a execução dos serviços (públicos e privados),
Criar sinergias com os agentes visando a defesa dos interesses mútuos.
Implementação/sustentabilidade
Angariar apoios e incentivos financeiros comunitários no âmbito do Turismo e
Promoção de Património Cultural;
Incentivar e apoiar projetos e empresas locais de forma a promover sinergias
que atuem no âmbito Cultural, Social, Ambiental e Desportivo;
Reforçar o papel da Câmara Municipal de Ovar como elemento orientador e
coordenador da promoção Turística de Ovar;
Estabelecer intercâmbios com organismos públicos e privados que promovam o
Turismo e Património Nacional;
Promover a participação de associações e cooperativas;
38
CONSIDERAÇÕES
Dentro do projeto e do seu desenvolvimento houve uma necessidade de união
de esforços por parte dos agentes locais, resultando numa associação, designada de
“ATO – Associação de Turismo de Ovar. Convention visitors bureau”, com gestão e
estatutos próprios (Anexo 4).
Nas reuniões que se seguiram houve uma adesão significativa por parte dos
agentes ligados à hotelaria (estavam representados todos os hotéis do Concelho).
Outros também mostraram interesse, nomeadamente agentes ligados a projetos de
animação e lazer. Infelizmente, não houve uma total adesão dos agentes dos museus
do concelho.
Relativamente aos procedimentos iniciais de implementação deste projeto, foi
feito um estudo a dois pontos fundamentais que, em primeira instância, são a “cara”
da cidade: os postos de turismo e o Site da Câmara Municipal de Ovar.
Os postos de turismo do Concelho não estavam preparados para agregar um
conjunto de turistas significativo nem tinham condições a nível de recursos humanos e
infraestruturas para oferecer serviços de qualidade. Inicialmente, sob a capa de turista
surpresa, tentei obter informações junto do posto de turismo. Enquanto estive no
espaço, pude observar que haviam dúvidas claras do funcionário relativamente a
espaços e locais de interesse. Verifiquei também que o espaço físico estava mal
distribuído e tinha pouca informação sobre a Cidade.
O passo seguinte foi elaborar um questionário (anexo 5) ao funcionário do
espaço que, mais uma vez, não foi esclarecedor. Na minha ótica será fundamental
facultar mais formação, contínua, a cada um dos trabalhadores bem como aos agentes
turísticos adaptando-os de bases informativas e procedimentos, assim como prepará-
los para receber grandes grupos fazendo do posto de turismo um posto de venda de
produtos regionais, de promoção e dinamização.
O projeto “Ovar, Turismo e Património” vai resolver esta lacuna porque oferece
informação atual e constante direcionada ao público sem que haja informações
divergentes entre todos.
Relativamente ao Site da Câmara municipal de Ovar, foi feito um estudo e
apresentação de propostas de melhoramento do serviço (anexo 6). Em primeiro lugar,
39
tenho a salientar que, apesar do Site institucionalizado não estar apetrechado de toda
a informação, não tem imagens e dinâmica adequada ao tema, não tem um aspeto
apelativo, um destaque especial, com layout específico para o turismo da cidade. A
informação é difusa e incompleta.
Os resultados que obtive foi uma alteração dos nomes dos menus mas não
destaque especial dedicado ao Turismo. Penso que é importante transmitir ao turista
que a cidade está bem preparada de bens e serviços e que tem políticas direcionadas
ao turismo e ao turista.
Em suma, é fundamental, por parte da Autarquia Local, promover campanhas
de sensibilização mais assentes nesta dinâmica de projeto, conseguindo ligar o maior
número de agentes possíveis e principalmente motivar os jovens criadores para
projetos comuns de promoção turística.
Como trabalhos futuros é importante a análise interna das estruturas e dos
técnicos e assistentes da Câmara Municipal de Ovar. Uma avaliação feita por um
agente externo ajudaria a uma melhor e maior sistematização dos problemas e numa
resposta eficaz para melhores e mais concretas soluções dos serviços.
41
1ª FASE "MUSEU VAI À ESCOLA"
ENQUADRAMENTO
Segundo a SECÇÃO V - EDUCAÇÃO do Artigo 26º 2 27º Serviço Educativo do
regulamento interno da RMO, “Os Museus e Núcleos Museológicos desenvolvem,
através do Serviço Educativo, programas de mediação cultural e atividades educativas
que contribuem para o acesso ao património cultural e às manifestações culturais. O
Serviço Educativo desenvolve estratégias dirigidas a públicos diversos (público escolar
e não escolar, público com necessidades especiais, etc.)” (…) As estratégias
pedagógicas dos Museus e Núcleos Museológicos passam pelo estabelecimento de
formas regulares de colaboração com o sistema de ensino, ou pela participação e
frequência dos jovens nas suas atividades. A frequência do público escolar poderá ser
objeto do estabelecimento de programas-piloto com escolas com atividades
educativas particulares, ou com instrumentos de avaliação e recetividade específicos.”
Desta forma foi urgente dar início à implementação destas atividades e ligações
mais concretas e viáveis com o mundo escolar. Daí surgiu um projeto intitulado de “O
Museu vai à escola” inserido nas “IV Jornadas do Património” e a sua missão assenta
em dois pontos essenciais, promover e divulgar a Rede Museológica de Ovar no seio
do corpo docente das escolas do Concelho.
OBJECTIVO
O objetivo principal deste projeto assenta essencialmente na urgência em
estudar o público a atingir (docentes das escolas), bem como, criar novas formas de
comunicação e atuação da RMO.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
Os objetivos específicos estão subjacentes na criação de uma base de dados de
contactos do meio escolar, em geral; no estudo e análise das suas perspetivas e
necessidades; na execução e implementação de dinâmicas mútuas; na recolha de
42
novas ideias para melhorar a comunicação e os serviços educativos dos núcleos ou
museus e no estudo da recetividade das escolas na participação e colaboração em
futuros projetos.
METODOLOGIA
O projeto decorreu durante oito dias – Entre Novembro e Dezembro, nas
diversas escolas do Concelho e a apresentação dos Museus e Núcleos Museológicos da
RMO consistiu na exposição de peças das suas coleções, a apresentação de um
PowerPoint e um inquérito.
A metodologia utilizada assenta em duas partes fundamentais, uma no
contacto direto e indireto com os docentes e analisar os procedimentos durante a
exposição e os dados recolhidos nos inquéritos realizados. A segunda parte foi a
apresentação, segundo os dados da primeira parte, e oferece propostas aos diretores
das escolas de forma a conceber uma melhor relação entre escola/RMO.
A apresentação do espólio de cada museu foi pensada segundo a distância dos
estabelecimentos de ensino, isto para que, o público mais distanciado dos museus
pudesse tomar conhecimento dos mesmos.
A apresentação do PowerPoint era feita, inicialmente, dentro de uma sala
específica para esse efeito, espaço esse que se foi alterando pela nula adesão dos
professores. Os procedimentos que foram sendo tomados estão ligados à mudança de
estratégia adotada para que pudéssemos chamar a atenção ao grupo de trabalho. O
que se passou a adotar foi a colocação da informação mesmo na entrada de cada
edifício, entregar mão a mão cada inquérito e solicitar professor a professor para a
demonstração do projeto. A entrega dos inquéritos seria na hora ou entregues ao
diretor, que este, por sua vez, enviaria, num prazo limitado, à Câmara para análise.
Relativamente às peças, foram colocadas de forma a estarem bem visíveis,
contudo, não houve muita atenção porque estavam fora de um contextos e os
intervenientes não lhes davam muita importância.
43
ESCOLAS INTERVENIENTES
[1. Escola básica de S. Vicente de Pereira, 26 Novembro2010]
Museu Escolar Irmãos Oliveira Lopes
[2. Escola Secundária de Esmoriz, 29 Novembro 2010]
Casa-Museu de Arte Sacra da Ordem Franciscana Secular
[3. Escola Secundária Júlio Dinis, 30 Novembro 2010]
Museu Etnográfico de Válega
44
[4. Escola Secundária José Macedo Fragateiro, 2 Dezembro 2010]
Museu Escolar Irmãos Oliveira Lopes
[5. Agrupamento de Escolas de Ovar, 3 Dezembro 2010]
CENARIO – Centro Náutico da Ria de Ovar
[6. Agrupamento de Escolas Maceda e Arada, 6 Dezembro 2010]
Igreja Matriz e Capelas dos Passos de Ovar
45
[7. Agrupamento de Escolas Florbela Espanca, Esmoriz, 7 Dezembro 2010]
Museu Etnográfico de Válega
[8. Agrupamento de Escolas Monsenhor Miguel de Oliveira, Válega, 9 Dezembro 2010]
Museu de Ovar
46
PARTE 1
ANÁLISE DE DADOS
A cerca de 1000 professores foram entregues 300 inquéritos (cerca de 30% de taxa de
cobertura), dos quais, foram respondidos 142 (43,3 % de preenchimentos).
1. “Conhece a Rede Museológica de Ovar?”:
a. 64.1% dos professores não conhecia a Rede.
Os restantes 36% tomaram conhecimento porque são os residentes de
Ovar com grande interesse pelo Património e querem transmitir aos
seus filhos, os valores e raízes da sua comunidade. Muitos deles - Como
comprova a questão “Como tomou conhecimento das dinâmicas da
Rede?” tomaram conhecimento pelo Site da Câmara, pelos jornais
locais e Agenda Cultural. Há outros também que tiveram conhecimento
pelas conversas com os colegas, de trabalho e de vizinhança, e pela
família.
2. “Tem conhecimento das instituições museológicas integradas na RMO?”
a. Verificou-se que o Museu de Ovar, o Museu Júlio Dinis e a Igreja/
Capelas dos Passos, são os Museus e Núcleos mais conhecidos, entre a
Rede. Por sua vez, os menos conhecidos são o Pólo Central, as Tricanas
e a Cenário.
3. “Já visitou algum dos museus ou núcleos museológicos da RMO? Se sim, quais
e como tomou conhecimento.”
a. Verificou-se que, os Museus e Núcleos Museológicos mais conhecidos,
que mencionamos em cima, foram os mais visitados e os menos
conhecidos, os menos visitados.
b. Verificou-se que, a percentagem de pessoas que conhecem os Museus
ou Núcleos é maior que a percentagem daqueles que são visitados.
47
4. “Ficou satisfeito com a (s) visita (s)? Porquê?”
a. 90,48 % estão satisfeitos
b. 9.52% não estão satisfeitos.
As principais razões da satisfação das visitas estão subjacentes:
Ao tema e espólio apresentado pelos Museus e Núcleos;
À Importância que os inquiridos dão a este tipo de riqueza cultural e
memória coletiva;
Aos espaços que se encontram bem cuidados;
À informação, in sito, que é interessante, contudo há necessidade de
monitorização das visitas de forma a esclarecer eventuais dúvidas ou
interesses.
5. “Conhece as dinâmicas da RMO? Se sim, quais?”
a. 43.44% conhece as dinâmicas da RMO;
b. 56.56% não conhece as dinâmicas;
c. As principais dinâmicas indicadas pelos inquiridos:
i. Comemorações da “República”;
ii. Exposições Temporárias;
iii. Esta atividade “IV jornadas do Património”;
6. “Como tomou conhecimento da RMO?”
36% Sem resposta
19% Publicidade
15% Trabalho
8% Internet
24% Outros
- Residente na cidade de Ovar
- Biblioteca Municipal de Ovar
- Câmara Municipal de Ovar
- Imprensa local
- Amigos
- Pelos filhos
48
7. Que sugestões daria para uma melhor comunicação por parte da RMO?
Mais transportes (1x por mês);
Reuniões periódicas com os docentes das escolas e o representantes
das mesmas, pelo menos, uma vez por ano, na altura em que se esta a
conceber o plano anual de atividades (Junho/Julho).
Fazer a “ponte” entre o conhecimento teórico e o prático/visual/cénico;
Parcerias com as escolas de forma a divulgar a informação;
Mais informação nas escolas;
Ações de formação aos alunos e professores;
Maior destaque na imprensa regional e local;
Apresentação nas escolas;
Promover a sensibilização;
Divulgação junto das comunidades;
Distribuição de flyers e cartazes nas bibliotecas e páginas de internet
das escolas;
Horários de abertura mais adaptados ao público;
Porta de postais;
Informação via CTT;
Placards publicitários;
Rádio;
Atividades de um dia nas escolas e depois com visita nos museus (com
refeição incluída);
Novas tecnologias;
Exposições em recintos públicos (shopping, feiras, etc.);
Comunicação com outras redes, como a rede de bibliotecas;
Contacto direto com as diretoras das escolas;
Sem resposta;
Criação de um boletim.
8. Estaria recetiva (o) a participar em futuras atividades promovidas pela RMO?
a. 82.40% estão recetíveis
b. 7.04% não estão recetíveis
c. 2.82% talvez
d. 7.75% não respondeu
49
9. Que importância tem os museus no desenvolvimento do público infanto-
juvenil
- Permite um Contacto direto com o património local
- Ajuda a abordagem de temas nas aulas;
- Contribui para o enriquecimento pessoal e cultural;
- É uma forma de formação da cidadania;
- Gosto pela descoberta e memória;
- É importante porque não é um contacto com a história só em livros mas de uma
forma mais direta;
- Faz das crianças mais cultas e responsáveis;
- Conhecer a história para autoconhecimento;
- Construção de valores;
- Desenvolvimento de competências e interiorização;
- Conhecimento de outras realidades;
- Os museus são livros de histórias a três dimensões;
- Transmitir conhecimentos, ao vivo;
- Estimula a sensibilidade e a criatividade.
10. “Que sugestões daria para um melhor “serviço educativo” junto da
comunidade escolar?”
Proporcionar atividades ligadas aos temas das aulas;
Apresentar o passado com as novas tecnologias de forma lúdica e direta;
Promoção de atividades ou visitas em que a comunidade escolar participe
ativamente (lúdicas, desportivas, culturais, etc.) e que não seja só de
observação “museu vais à escola”, “escola vai ao museu”;
Exposições itinerantes às escolas;
Visitas guiadas aos diferentes núcleos ou museus da RMO para todo o tipo
de público;
Conferências temáticas de explicação do espólio específico, adequados aos
programas curriculares das disciplinas, realizadas nas escolas;
50
Contacto direto dos alunos com determinados elementos museológicos nas
aulas (requisição de material);
Trabalhos de pesquisa sobre o Património;
Filmes;
Publicações da RMO;
“Uma aventura no Museu”;
“Os museus e a sociedade”;
“Museu vivo”
Participação nos planos anuais escolares;
Concursos com as escolas, aliados a prémios;
Jogos educativos;
Ateliers (desenvolver objetos);
Desenvolver atividades nas bibliotecas;
Promover o ensinamento recorrendo aos mais velhos;
Recuperar património esquecido, Ex: recuperação das fontes;
Promoção e demonstrações nas escolas;
Incutir aos alunos o gosto pelo Património artístico-cultural;
Promover atividades no início do ano letivo;
Concursos;
Promover a “identidade Regional”;
WORKSHOPS;
Formar um grupo em cada escola encarregue de divulgar as atividades da
RMO;
Peddy-paper ou rally-paper;
Modernização dos serviços educativos;
Placares e espaço somente para a rede;
51
PARTE 2
PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO
Visto que os museus, arquivos, bibliotecas e escolas apresentam diferentes
missões, objetivos, programas, tipologias de espaços educacionais, relações com o
público, natureza de atividades, formas de apresentar conteúdos, tempo e
periodicidade das ações, ou seja, são lugares de memória e com valor acrescentado,
mas com cultura própria, ritos e códigos específicos.
A RMO desafia os Agrupamentos de Escolas e Secundárias do Concelho de Ovar
a integrar nos respetivos planos curriculares as dinâmicas e recursos da rede,
proporcionando à comunidade escolar a troca de experiências, o usufruto do acervo
museológico, o apoio e qualificação das práticas educativas, o contacto com os
técnicos, especialistas, espaços expositivos, serviços educativos e formação, a
exploração interdisciplinar de temas, a descoberta e interação entre a identidade da
comunidade local e a evolução tecnológica do quotidiano global, permitindo assim,
uma ampliação cultural e dinâmica mútua, bem como, formas alternativas de
aprendizagem.
A RMO pode proporcionar um acesso privilegiado a novas abordagens,
linguagens, conhecimentos e valores, estimulando assim, a curiosidade, a
aprendizagem e o crescimento humano e intelectual, complementando com um
conjunto de mais-valias o ensino escolar.
Ensinar é mais que promover a fixação de termos e conceitos. Ensinar também
é revelar uma identidade, interagir e sentir novas experiências.
A RMO tem vindo a privilegiar, nas ações desenvolvidas até à data, a
aprendizagem, a interação com o público, a formação e o lazer. Os museus e as suas
coleções oferecem recursos únicos para a investigação, bem como, estimulo para
debates e experiências diferenciadas, constituindo um elevado potencial científico,
cultural e social que carece ser rentabilizado pela comunidade escolar.
52
Conclui-se que a RMO deverá promover uma relação privilegiada com a escola
proporcionando a rentabilização e valorização dos projetos e recursos museológicos
existentes.
Depois disto foi feita uma apresentação da proposta anual da RMO às escolas
que culminou num conjunto de atividades:
1. IMPLEMENTAÇÃO DE UMA “PLATAFORMA DE INFORMAÇÃO”
Placares informativos nas escolas
Objetivo: informar e familiarizar os jovens com as dinâmicas da RMO.
Criação de uma base de dados de contactos
Objetivo: comunicação com a comunidade escolar e promoção das atividades
da RMO.
Boletim informativo “AMIGUINHOS DA REDE MUSEOLÓGICA DE OVAR”
Objetivo: promover a participação da comunidade escolar através do
desenvolvimento de temáticas relacionadas com a RMO.
2. REALIZAÇÃO DE ESTÁGIOS NA RMO
Objetivo: inserção dos alunos na vida ativa com qualificação técnico profissional
(níveis II e III) através da realização de estágios, promovendo uma formação prática
num contexto laboral.
3. SERVIÇOS EDUCATIVOS DA RMO
Ateliês temáticos
Objetivo: recreação e produção das artes e ofícios tradicionais do concelho
promovendo a criatividade, a experiência e produção.
As exposições itinerantes
Objetivo: desenvolvimento de temáticas através da criatividade dos alunos,
despertando o sentido crítico e sensibilidade artística e cultural.
53
4. “CONCURSO CRIATIVIDADE”
Objetivo: promover o contacto com os museus e suas coleções através da
realização de trabalhos temáticos, a expor no âmbito da “FESTA COM OS MUSEUS” .
Público-alvo: Ensino Básico 2º e 3º Ciclo.
5. “UM DIA COM…”
Objetivo: promover o contacto com os museus e suas coleções, artistas,
artesãos, personalidades e bens patrimoniais com valor cultural através da organização
de visitas segundo programa educativo específico.
6. “FESTA COM OS MUSEUS”
Objetivo: evento anual que integra as ações e outras a propor pelos membros
da RMO e agrupamentos de escolas do concelho
[Cronograma de ação para 2011/2012]
54
CONSIDERAÇÕES
A grande maioria dos docentes tomou conhecimento da Rede nesta atividade.
O não conhecimento prévio parece resultar da falta de identidade do professor
relativamente ao seu local de trabalho. E isto porque, como comprova o sistema de
colocação de professores, há um número significativo de docentes deslocados das suas
regiões. A juntar a esta condição de “desapego à terra”, temos também a falta de
flexibilidade dos programas a cumprir, isto é, a própria estruturação do currículo não
deixa espaço para serem incluídas atividades deste tipo. No entanto, depois de uma
abordagem individual, na qual os professores foram solicitados como membros da
RMO, houve por sua parte uma maior atenção sobre o tema em questão, defendendo
que este tipo de projetos são uma fonte de complementarizaçao na aprendizagem e
na motivação dos alunos.
Pela análise efetuada aos inquéritos, percebemos que os visitantes e os
conhecedores dos Museus e dos Núcleos da Rede reclamam pela necessidade
monitorização dos serviços e das visitas, em vista do seu desenvolvimento qualitativo.
É importante também referir a necessidade de trabalhar intensamente com a
comunicação interna e externa da RMO, de forma a garantir públicos, qualidade na
informação e implementação de melhores condições de visita e monitorização dos
serviços educativos.
Este trabalho teve como objetivos específicos a criação de uma base de dados
de contactos do meio escolar em geral bem como o estudo e análise das suas
perspetivas e necessidades; a execução e implementação de dinâmicas mútuas; a
recolha de novas ideias para melhorar a comunicação e os serviços educativos dos
núcleos ou museus e no estudo da recetividade das escolas na participação e
colaboração em futuros projetos. Em conclusão avaliativa, este projeto conseguiu
cumprir quase na totalidade estes objetivos: o contacto com o corpo docente permitiu
a sua integração na RMO; uma recolha de ideias e perspetivas diferentes através dos
inquéritos efetuados e, por último, foi possível uma primeira ligação com os diretores
das escolas para futuros trabalhos em comum.
55
2ª FASE "O MUSEU VAI À BIBLIOTECA"
ENQUADRAMENTO
Para o cumprimento da sua missão e objetivos, bem como para permitir o
encontro da população - através de parcerias e serviços educativos de referência
sociocultural - foi apresentada a seguinte proposta para a “IV edição de Férias da
Páscoa na Biblioteca”, a decorrer entre 11 a 21 de Abril (das 14:30 às 16:30 horas),
com o tema de “ Os Museus e as Bibliotecas” e o título de ““O Museu vai à Biblioteca”.
Esta proposta vem na urgência do estudo dos serviços educativos dos Museus e
dos Núcleos Museológicos. É importante confrontar os agentes e a forma como se
adaptam a realidades diferenciadas e dentro de contextos não habituais aos seus. Os
tópicos propostos por este projeto encontram-se ordenados nas páginas seguintes.
(Programa proposto – anexo 7)
OBJETIVO
Desenvolver os Serviços Educativos dos Museus e Núcleo Museológico da Rede
Museológica de Ovar em parceria com a Biblioteca Municipal de Ovar, orientado sob
linhas lúdico-pedagógicas junto de crianças e jovens, permitindo o seu contacto com o
seu património cultural.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Familiarizar as crianças com o espaço Biblioteca e Museu;
- Apresentar a realidade Museológica enquanto instrumento de crescimento cognitivo
e intelectual;
- Promover o contacto com a literatura, a arte e o património;
- Fomentar atividades que desenvolvam junto dos mais jovens a escrita criativa e a
criação de histórias alicerçadas no património cultural e natural do concelho;
- Incrementar dinâmicas que motivem os pais nas atividades propostas;
- Promover e desenvolver o trabalho em grupo.
56
METODOLOGIA
Participantes:
- 20 Crianças (Entre os 6 /12 anos)
- 2 Monitores (1 coordenador, 1 colaborador (delegado de um museu ou núcleo
museológico)
Duração:
Duas semanas (De 11 a 21 de Abril de 2011 das 14:30 às 16:30)
Local:
Biblioteca Municipal de Ovar
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO:
(Para utilização exclusiva dos monitores no que diz respeito à avaliação final da
atividade)
- Observação da participação das crianças nas atividades;
- Observação do à-vontade de cada criança dentro do grupo ao longo do
tempo;
- Avaliação do empenho de cada criança nos trabalhos realizados.
- A avaliação foi contínua e foi registada diariamente em formulário pelos
técnicos da SPHMT e inquéritos preenchidos pelas partes participantes que serviram
de suporte ao relatório final.
57
ANÁLISE DE DADOS
Museus e Núcleos Museológicos intervenientes
Museu Etnográfico de Válega
11 Abril de 2011 (30 crianças – 4 monitores)
Museu Escolar Oliveira Lopes
12 Abril de 2011 (25 crianças – 2 monitores)
58
CENÁRIO – Centro Náutico da Ria de Ovar
13 Abril de 2011 (26 crianças – 2 monitores)
Casa-Museu de arte Sacra da Ordem Franciscana Secular e Igreja e Capelas dos
Passos
14 Abril de 2011 (26 Crianças - 3 monitores)
59
Núcleo Museológico do Grupo Folclórico “As Tricanas de Ovar”
15 Abril 2011 (26 Crianças – 10 monitores, incluindo tocata)
Museu Júlio Dinis - Uma Casa Ovarense Museu de Ovar18 a 20 de Abril de 2011
(66 crianças -3 monitores – “colaboração do Grupo de Folclore os Fogueteiros de
Arada”)
60
Festa de encerramento
21 de Abril de 2011 (28 crianças – 2 monitores – 43 público)
SATISFAÇÃO E CONSIDERAÇÃO FINAL
Num total de 218 inquéritos feitos às crianças:
o 89,45 % Gostou da atividade
o 5,50 % Gostou, mais ao menos
o 0,92 % Não gostou
o 4, 13 % Não respondeu
61
Museu Etnográfico de Válega
Gostou do Atelier?
Gostou 83,3 %
Mais ao menos 13,3 %
Não gostou
S/ resposta 3,3 %
De que gostou mais? Fazer o saco 10 %
Cortar e cheirar as ervas 18 %
Encher o saco 6,7 %
Anedotas 3,3 %
Conhecer raparigas 3,3 %
Receber o saco com a cor que queria 3,3 % Mandarem-me o saco e não o apanhar 3,3 %
De que gostou menos? S/ resposta 13,3 %
Cheiro das plantas 30 %
Partir as plantas
Estar de castigo 6,7 %
Nada 13,3 %
Preencher este relatório 6,7 %
Ficar parado 3,3 %
Ir embora 6,7 %
Ver bichos nas plantas 6,7 %
62
INQUÉRITO: Museu
Representante do Museu: Teresa Amaral
E-mail: [email protected]
ACTIVIDADE DO GRUPO
Formador: O grupo foi muito grande e eram demasiadas crianças
Público: Crianças com idades e objetivos muito diferentes
DESENVOLVIMENTO DA ACTIVIDADE
Objetivos atingidos: De forma geral foi atingido
Objetivos não atingidos: Podia ter sido melhor se as idades das crianças fossem
similares
Pontos fortes: Reconhecimento de plantas
Pontos fracos: Algumas crianças não gostaram do cheiro de algumas plantas
ESPAÇO DE ACOLHIMENTO DA ACÇÃO
Vantagens: O espaço é bom e com boas condições mas tem que ter menos crianças
Desvantagens: O atelier estar junto das outras pessoas que estão a usufruir da
biblioteca
TEMPO DURAÇÃO DA ACTIVIDADE
Adequado
Comentário: O tempo necessário
INQUÉRITO: BMO
Monitor/representante: Susana Alegre
E-mail: [email protected]
ACTIVIDADE DO GRUPO
Formador: Uma formadora que soube cativar os meninos e, ao mesmo tempo,
mostrar-lhe que algumas atitudes estavam incorrectas. Muito boa….
Público: Apesar de terem dispersado, mostraram interesse na actividade e tentaram
de uma forma positiva.
DESENVOLVIMENTO DA ACTIVIDADE
Objetivos atingidos: Conseguiram realizar a atividade
Objetivos não atingidos: não indicados
Pontos fortes: Tomaram conhecimento da utilidade das plantas, que, para alguns
deles, não passavam só de “Plantinhas” com cheiro.
ESPAÇO DE ACOLHIMENTO DA ACÇÃO
Vantagens: A realização destas atividades é mostrar que, neste espaço, além da leitura
encontram outras formas de aprender.
Desvantagens: não indicadas
TEMPO DURAÇÃO DA ACTIVIDADE
Adequado
Comentário: Apesar de acharmos sempre que não se tem tempo suficiente para a
realização da atividade, este é razoável porque não leva o público à saturação.
63
MATERIAL DE APOIO
Adequado
Comentário: Dentro dos possíveis foi adequado para a realização desta actividade.
INQUÉRITO: CTRMO
Monitor/representante do: Liliana Ribeiro
E-mail: [email protected]
ACTIVIDADE DO GRUPO
Formador: A Formadora foi assertiva com o grupo. Começou por incentivar as crianças
para a atividade, tentando captar a atenção para o tema em causa. Inicialmente e
como forma de introdução (antes de iniciar a atividade) reuniu o grupo e aferiu acerca
do conhecimento prévio das crianças relativamente ao tema “ervas aromáticas”. Neste
momento parte do grupo não se mostrou cativado para a atividade, havia alguma
dispersão e desconcentração por parte das crianças. Uma vez iniciada a atividade, esta
decorreu regularmente, à exceção de algumas crianças que não revelaram interesse.
Nesta fase, a formadora deveria ter dirigido a sua atenção para este pequeno grupo,
uma vez que os interessados estavam empenhados e menos carentes da sua atenção.
No final da atividade e antes da avaliação feita pelas crianças a formadora voltou a
reunir o grupo e passando do momento de educação não formal (atividade) alterou o
seu discurso para educação formal (escolar/ou em contexto familiar) e chamou a
atenção do grupo para as normas de comportamento e educação quando estão
presentes em momentos que lhes são dedicados, e tentou sensibilizar o grupo para a
importância da boa educação e respeito pelos mais velhos. Na minha opinião este
momento de educação formal teria mais sentido na fase inicial de motivação. Uma vez
que o grupo era heterogéneo, teria sido mais relevante prepara-lo para a atividade,
contextualizando a necessidade de boas práticas e consideração pela atividade que
lhes ia ser dedicada.
Público: Grupo heterogéneo, dado o facto de se tratar de uma atividade programada
para o período de férias. A maioria das crianças já se conhece mutuamente, o que de
alguma forma facilita a interação. Na minha opinião para esta atividade deveriam estar
presentes um máximo de 20 participantes tendo em conta o espaço.
DESENVOLVIMENTO DA ACTIVIDADE
Objetivos atingidos: O primeiro objetivo seria que as crianças ficassem sensibilizadas
para as práticas da medicina tradicional e foi atingido, visto no final, após serem
interrogados acerca da importância das ervas aromáticas, a grande maioria sabia
identifica-las e a sua utilidade e/ou fim medicinal.
Objetivos não atingidos: O segundo objetivo seria que as crianças “construíssem” um
saquitel de ervas. Este foi parcialmente atingido, na medida em que foi a formadora
que encheu os sacos e não as crianças. Todavia no final, todos levaram para casa o seu
Saquitel.
Pontos fortes: Sensibilização para as práticas tradicionais; Assertividade da formadora;
64
Pontos fracos: (aspetos a melhorar) – Necessidade de criar maior dinâmica
nomeadamente com as crianças menos atentas ou mais desmotivadas.
ESPAÇO DE ACOLHIMENTO DA ACÇÃO
Vantagens: Ambiente familiar às crianças (Biblioteca)
Desvantagens: Não existir um espaço mais isolado para a atividade.
TEMPO DURAÇÃO DA ATIVIDADE
Adequado
MATERIAL DE APOIO
Adequado
Principais pontos a realçar
“No final da atividade e antes da avaliação feita pelas crianças a formadora voltou a
reunir o grupo e passando do momento de educação não formal (atividade) alterou o
seu discurso para educação formal (escolar/ou em contexto familiar) e chamou a
atenção do grupo para as normas de comportamento e educação quando estão
presentes em momentos que lhes são dedicados, e tentou sensibilizar o grupo para a
importância da boa educação e respeito pelos mais velhos. Na minha opinião este
momento de educação formal teria mais sentido na fase inicial de motivação. Uma vez
que o grupo era heterogéneo, teria sido mais relevante prepara-lo para a atividade,
contextualizando a necessidade de boas práticas e consideração pela atividade que
lhes ia ser dedicada”. Sensibilização para as práticas tradicionais; Assertividade da
formadora; (aspetos a melhorar) – Necessidade de criar maior dinâmica
nomeadamente com as crianças menos atentas ou mais desmotivadas.
65
Museu Escolar Oliveira Lopes
Gostou do Atelier?
Gostou 92 %
Mais ao menos 4 %
Não gostou
S/ resposta 4%
De que gostou mais? Escrever na Lousa 28 %
Jogo da batata quente 20 %
Fazer bolas de trapo: 36 %
Encher as meias 8 %
Da fisga 4 %
Tudo 4 %
De que gostou menos? S/ resposta 12 %
Nada 24 %
Jogo da Batata quente 8 %
Preencher as meias
De inventar a história 8 %
De estar sentada 12 %
Preencher este relatório 4 %
Quando esperou pela bola 4 %
Da simpatia das senhoras 4%
66
INQUÉRITO: Museu
Representante do Museu: Ana Patrícia Soares
E-mail: [email protected]
ACTIVIDADE DO GRUPO
Formador: nada a apontar
Público: nada a apontar
DESENVOLVIMENTO DA ACTIVIDADE
Objetivos atingidos: Foi feita a bola de trapos, o trabalhar na lousa e o falar das
atividades antigas
Objetivos não atingidos:
Pontos fortes: A conceção da bola e o trabalhar na lousa
Pontos fracos: O jogo da bola
ESPAÇO DE ACOLHIMENTO DA ACÇÃO
Vantagens: Ser amplo
Desvantagens: Existe entretenimentos extras. Distraem-se facilmente
TEMPO DURAÇÃO DA ACTIVIDADE
Desadequado
Comentário: A atividade decorreu de forma muito rápida o que houve muito tempo
livre.
MATERIAL DE APOIO
Adequado
Comentário: Houve colaboração em arranjar meias e trapos, por isso, houve o material
adequado.
INQUÉRITO: BMO
Não entregue
INQUÉRITO: CTRMO
Monitor/representante do CTRMO: Liliana Ribeiro
E-mail: [email protected]
ACTIVIDADE DO GRUPO
Formador: A Formadora mostrou empatia para com o grupo. Iniciou a atividade por
sensibilizar o grupo para um comportamento adequado no momento da atividade.
Posteriormente fez uma breve exploração acerca do tema das brincadeiras tradicionais
e a ocupação dos tempos livres das crianças em tempos idos. Mostrou alguns
exemplos de brinquedos de época e passou à explicação do tema em questão: “Bola
de Trapos”. As crianças revelaram alguma motivação e expectativa. Na minha opinião
a formadora deveria ter tido em conta que a capacidade de realização das crianças é,
atualmente, bastante mais célere do que há alguns anos, e nesse caso, a programação
de atividades deve ter em conta as suas necessidades urgentes de novidade e ação.
67
Neste sentido a atividade estava concluída antes do tempo útil desejado (ao fim de
cerca de 45 min). A capacidade da formadora de preencher o tempo restante foi de
louvar pois conseguiu-o com brincadeiras e jogos por forma a manter o grupo ativo.
Público: Grupo heterogéneo, dado o facto de se tratar de uma atividade programada
para o período de férias. A maioria das crianças já se conhece mutuamente, o que de
alguma forma facilita a interação.
DESENVOLVIMENTO DA ACTIVIDADE
Objetivos atingidos: O primeiro objetivo seria que as crianças ficassem sensibilizadas
para as diferenças entre as brincadeiras do passado em oposição à diversidade de
opções dos nossos dias e foi atingido. O segundo objetivo que consistia na construção
da “Bola de Trapos” também foi atingido. Todas as crianças construíram a sua e
levaram-na para casa.
Objetivos não atingidos: A atividade “Bola de trapos” tem, para as crianças dos nossos
dias um nível de dificuldade demasiado simples, por esse motivo não justifica por si só
uma atividade de 2 horas. É necessária uma boa planificação de atividades
antecipadamente.
Pontos fortes: Sensibilização para as práticas tradicionais; Empatia e iniciativa da
formadora;
Pontos fracos: (aspetos a Melhorar) – Necessidade de criar maior dinâmica
nomeadamente com as crianças menos atentas ou mais desmotivadas. Necessidade de
planear tendo em conta os tempos de atividade.
ESPAÇO DE ACOLHIMENTO DA ACÇÃO
Vantagens: Ambiente familiar às crianças (Biblioteca)
Desvantagens: Não existir um espaço mais isolado para a atividade.
TEMPO DURAÇÃO DA ACTIVIDADE
Desadequado
Comentário:
MATERIAL DE APOIO
Adequado
Principais pontos a realçar
A atividade “Bola de trapos” tem, para as crianças dos nossos dias um nível de
dificuldade demasiado simples, por esse motivo não justifica por si só uma atividade
de 2 horas. É necessária uma boa planificação de atividades antecipadamente.
Sensibilização para as práticas tradicionais; Empatia e iniciativa da formadora; (aspetos
a melhorar) – Necessidade de criar maior dinâmica nomeadamente com as crianças
menos atentas ou mais desmotivadas. Necessidade de planear tendo em conta os
tempos de atividade.
68
CENÁRIO – Centro Náutico da Ria de Ovar
Gostou do Atelier?
Gostou 76,9 %
Mais ao menos 11,5 %
Não gostou
S/ resposta 11,5 %
De que gostou mais? Pintar as bandeiras 96,1 %
Tudo 3, 85 %
De que gostou menos? S/ resposta 7, 7 %
De nada 30,7 %
Desenhar a bandeira 7, 7 %
Preencher o relatório 7, 7 %
De me sujar 11,5%
De ver o PowerPoint 15, 3%
I embora 11,5%
Estar sentada 3,8 %
Do tempo 3,8 %
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INQUÉRITO: Museu
Representante do Museu: Hélder Ventura
E-mail: [email protected]
ACTIVIDADE DO GRUPO
Formador: sem considerações
Público: Grupo heterogéneo e interessado
DESENVOLVIMENTO DA ACTIVIDADE
Objetivos atingidos: A sensibilização para a temática náutica e o seu relacionamento
com Ovar
Objetivos não atingidos: sem considerações
Pontos fortes: Descoberta de um universo novo, a náutica e o património náutico de
Ovar
Pontos fracos: Adaptação da linguagem técnica à faixa etária.
ESPAÇO DE ACOLHIMENTO DA ACÇÃO
Vantagens: Luz, equipamento e equipa
Desvantagens: Falta de portas de água e bancas de apoio (porque é uma biblioteca)
TEMPO DURAÇÃO
Desadequado
Comentário: Esta atividade poderia ter atingido um nível mais elevado se tivesse
prolongado por mais uma tarde. Mas consideramos a ação um sucesso.
MATERIAL DE APOIO
Adequado
OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A ACTIVIDADE
No entanto o burburinho perturbou o funcionamento da biblioteca
INQUÉRITO: BMO
Monitor/representante: Não identificado
ACTIVIDADE DO GRUPO (considerações)
Formador: Conseguiu transmitir a informação correspondente à atividade
Público: Aderiu bem ao conteúdo da atividade, mostrando nas perguntas que lhes
foram feitas
DESENVOLVIMENTO DA ACTIVIDADE
Objetivos atingidos: Conseguiram saber qual a forma de comunicação entre os barcos.
Objetivos não atingidos: sem considerações
Pontos fortes: O alargamento do conhecimento dos miúdos.
Pontos fracos: Como o grupo de trabalho são de grande número, leva a que se faça um
pouco de barulho e esse aspeto prejudica o resultado, em parte, da atividade.
ESPAÇO DE ACOLHIMENTO DA ACÇÃO
Vantagens: Ajuda a mostrar que “saber não ocupa lugar” e que na biblioteca pode-se
participar em atividades e reter muita informação.
70
Desvantagens: Por ser uma biblioteca e não poder existir ruído, pode, por vezes,
limitar a atividade.
TEMPO DURAÇÃO DA ACTIVIDADE
Adequado
Comentário: O tempo estipulado é suficiente e dá para realização total da atividade.
INQUÉRITO: CTRMO
Monitor/representante: Liliana Ribeiro
Email: [email protected]
ACTIVIDADE DO GRUPO (considerações)
Formador: O formador não fez uma abordagem inicial ao grupo. Esta ficou a cargo da
estagiária Andreia Gomes. Iniciou a atividade por uma breve exploração do tema
náutico, com imagens ilustrativas (projeção) e manteve o grupo interessado,
estabelecendo empatia. Deu início à atividade prática esclarecendo devidamente o
objetivo que, desde logo, foi entendido pelo grupo. Uma vez que se tratou de uma
atividade prática, envolvendo a sensibilidade e criatividade artística, o grupo foi
expressivo e o formador esteve sempre presente quando solicitado pelas crianças, no
pedido de auxílio com a “construção” das bandeiras.
Público: Grupo heterogéneo, dado o facto de se tratar de uma atividade programada
para o período de férias. A maioria das crianças já se conhece mutuamente, o que de
alguma forma facilita a interação.
DESENVOLVIMENTO DA ACTIVIDADE
Objetivos atingidos: O primeiro objetivo seria que as crianças ficassem sensibilizadas
com as questões da atividade náutica dando a conhecer e explorar o alfabeto de
segurança marítima constituído pelo código Internacional dos Sinais e foi atingido. O
segundo objetivo que consistia na construção de bandeiras com uma palavra simples
de 3 letras, pintadas pelos próprios. Este objetivo também foi atingido.
Objetivos não atingidos: Inicialmente poderia ter criado uma melhor empatia entre o
formador e o grupo.
Pontos fortes: Sensibilização para as práticas náuticas.
Pontos fracos: (aspetos a melhorar) Necessidade de criar maior dinâmica
nomeadamente com as crianças menos atentas ou mais desmotivadas.
ESPAÇO DE ACOLHIMENTO DA ACÇÃO
Vantagens: Ambiente familiar às crianças (biblioteca)
Desvantagens: Não existir um espaço mais isolado para a atividade.
TEMPO DURAÇÃO DA ACTIVIDADE
Desadequado
MATERIAL DE APOIO
Adequado
71
Principais pontos a realçar
O formador não fez uma abordagem inicial ao grupo. Esta ficou a cargo da estagiária
Andreia Gomes. Iniciou a atividade por uma breve exploração do tema náutico, com
imagens ilustrativas (projeção) e manteve o grupo interessado, estabelecendo
empatia. Inicialmente poderia ter criado uma melhor empatia entre o formador e o
grupo. (aspetos a melhorar) Necessidade de criar maior dinâmica nomeadamente com
as crianças menos atentas ou mais desmotivadas. Sensibilização para as práticas
náuticas.
72
Casa-Museu de arte Sacra da Ordem Franciscana Secular e Igreja e
Capelas dos Passos
Gostou do Atelier?
Gostou 91,1 %
Mais ao menos 6,7 %
Não gostou
S/ resposta 2,2 %
De que gostou mais? Fazer o santinho 42, 2%
Tudo 33, 3 %
Decorar 2, 2 %
Fazer moldura 2, 2 %
Fazer o Lírio 4, 4 %
Pintar 8, 9%
Ouvir 2, 2 %
S/ resposta 4, 4 %
De que gostou menos? S/ resposta 4, 4 %
De nada 17,8 %
Desenhar a bandeira 4, 4 %
Preencher o relatório 4, 4 %
De me sujar 6, 7 %
De ver o PowerPoint 8, 9 %
I embora 6, 7 %
Estar sentada 2, 2 %
Do tempo 2, 2 %
73
INQUÉRITO: Museu
Representante do Museu: Sofia Nunes Vechina
E-mail: [email protected]
ACTIVIDADE DO GRUPO
Formador: A parte teórica ficou certamente retida na memória dos jovens de forma
mais leve, porém a parte prática deu-lhes competências ativas no futuro
reconhecimento dos registos.
Público: Os dois grupos (manhã e tarde) ficaram a conhecer, pela primeira vez, os
registos e perceberam quais as questões associadas à circulação de estampas
(santinhos) em Portugal, manifestando bastante interesse pela atividade.
DESENVOLVIMENTO DA ACTIVIDADE
Objetivos atingidos: reconhecimento da utilização de santinhos (estampas) na
execução de registos, da presença da arte sacra em casas particulares e do devoto na
criação artística, bem como a sensibilização para a necessidade de reutilização de
materiais. Cada criança sentiu que fazia parte integrante do processo artístico sacro.
Objetivos não atingidos: sensibilização para a necessidade de reciclagem.
Pontos fortes: formação e execução.
Pontos fracos: dificuldade de controlar o grupo da tarde no que respeita às regras de
normais de utilização do espaço da biblioteca.
ESPAÇO DE ACOLHIMENTO DA ACÇÃO
Vantagens: existência de materiais de trabalho, espaço acolhedor e devidamente
preparado para a atividade em questão.
Desvantagens: a falta de consciência dos alunos da tarde em relação às normas a
cumprir neste espaço.
TEMPO DURAÇÃO DA ACTIVIDADE
Adequado
Comentário: os alunos que conseguiram terminar mais cedo a atividade ainda tiveram
oportunidade de aprender a fazer lírios. Alguns chegaram a adicionar ao registo,
outros levaram na memória o simbolismo desta flor na representação artística sacra e
a forma como se realizam.
MATERIAL DE APOIO
Adequado X
Comentário: A CMAS responsabilizou-se por levar conchas, pacotes de leite (cortados
e preparados), cola stick, moldes de flores e borboletas, fios de diversas configurações,
etc, todavia foi de grande utilidade o papel, tintas, pincéis, lápis e cola que tivemos ao
dispor. OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A ACTIVIDADE
Deve repetir-se. Funcionou muito bem e para a CMAS foi importante ter esta primeira
experiência que ser-lhe-á muito útil para implementação dos serviços educativos nas
suas instalações.
74
INQUÉRITO: BMO
Não entregue
INQUÉRITO: CTRMO
Monitor/representante : Raquel Elvas
E-mail: [email protected]
ACTIVIDADE DO GRUPO
Formador: Dificuldade em adaptar o seu vocabulário às faixas etárias dos participantes
Público: O grupo mostrou-se bastante interessado e organizado, talvez devido à sua
homogeneidade em termos de idades e ao apoio das auxiliares
DESENVOLVIMENTO DA ACTIVIDADE
Objetivos atingidos: Os objetivos foram amplamente atingidos.
Objetivos não atingidos: não indicou
Pontos fortes: Variedade de técnicas utilizadas na elaboração do registo.
Pontos fracos: O número de monitores era insuficiente para o número de
participantes, apesar das auxiliares.
ESPAÇO DE ACOLHIMENTO DA ACÇÃO
Vantagens: O espaço foi adequado ao pretendido.
Desvantagens: não indicou
TEMPO DURAÇÃO DA ACTIVIDADE
Adequado
MATERIAL DE APOIO
Adequado
Principais pontos a realçar
O formador teve dificuldade em adaptar o seu vocabulário às faixas etárias dos
participantes O número de monitores era insuficiente para o número de participantes,
apesar das auxiliares
75
Núcleo Museológico do Grupo Folclórico “As Tricanas de Ovar”
Gostou do Atelier?
Gostou 88,5 %
Mais ao menos 3,8 %
Não gostou 3,8 %
S/ resposta 3,8 %
De que gostou mais? Dançar Folclore 38,4 %
Tudo 26,9 %
Fazer de rapaz 7,7 %
Fazer tranças e laços 7,7 %
Nada 3,8 %
Dançar e cantar 11,5%
S/ resposta 3,8 %
De que gostou menos? S/ resposta 26,9 %
De nada 57,7 %
Ir ao bar 3,8 %
Preencher o relatório 3,8 %
Ir embora 3,8 %
Tudo 3,8 %
76
INQUÉRITO: Museu
Não entregue
INQUÉRITO: BMO
Não entregue
INQUÉRITO: CTRMO
Monitor/representante: Liliana Ribeiro
Email: liliana.ribeiro@cm-ovar
ACTIVIDADE DO GRUPO
Formador: O formador não fez uma abordagem inicial ao grupo. Parece-me do total
interesse que tivesse uma havido uma aproximação do grupo ao tema do folclore, das
danças tradicionais, sua importância e uma breve explicação do que se iria passar na
atividade. Ao que me foi dado a entender, os formadores do Grupo folclórico
passaram de imediato para a atividade em si, sendo que as crianças começaram
exatamente o propósito da atividade.
Público: Grupo heterogéneo, dado o facto de se tratar de uma atividade programada
para o período de férias. A maioria das crianças já se conhece mutuamente, o que de
alguma forma facilita a interação.
DESENVOLVIMENTO DA ACTIVIDADE
Objetivos atingidos: O objetivo principal foi atingido.
Objetivos não atingidos: Sensibilização para o Folclore, as danças de roda e a sua
relevância no contexto rural.
Pontos fortes: O facto de o grupo ter trazido alguns instrumentos e ter feito
acompanhar a atividade com música ao vivo.
Pontos fracos: (aspetos a melhorar) Preparação dos formadores para uma atividade
deste cariz.
ESPAÇO DE ACOLHIMENTO DA ACÇÃO
Vantagens: Ambiente familiar às crianças (biblioteca)
Desvantagens: Não existir um espaço mais isolado para a atividade.
TEMPO DURAÇÃO DA ATIVIDADE
Adequado
MATERIAL DE APOIO
Adequado
77
Principais pontos a realçar
O formador não fez uma abordagem inicial ao grupo. Parece-me do total interesse que
tivesse uma havido uma aproximação do grupo ao tema do folclore, das danças
tradicionais, sua importância e uma breve explicação do que se iria passar na
atividade. Ao que me foi dado a entender, os formadores do Grupo folclórico
passaram de imediato para a atividade em si, sendo que as crianças começaram
exactamente o propósito da actividade. (aspectos a melhorar) Preparação dos
formadores para uma actividade deste cariz.
78
Museu Júlio Dinis - Uma Casa Ovarense - Museu de Ovar
Gostou do Atelier?
Gostou 95,4 %
Mais ao menos
Não gostou 1,5 %
S/ resposta 3,0 %
De que gostou mais? S/ resposta 1,5 %
Tudo 24, 2%
Teatro 34, 8 %
Da personagem 19, 7 %
Das cenas 9,0 %
Ler 1,5 %
Filmar 1,5 %
Pintar 4,5 %
Roupa 1,5 %
Quando entrei 1,5 %
De que gostou menos? S/ resposta 16, 7 %
De nada 34,8 %
Esperar 12,1 %
Tudo 1,5 %
Cenas 24, 2%
Personagens 1,5 %
Ler o livro 1,5 %
Aparecer pouco 1,5 %
Bigode 1,5 %
Chegar atrasado 1,5 %
Terminar 1,5 %
Chuva de ontem 1,5 %
79
INQUÉRITO: Museu
Representante do Museu: Andreia Gomes
E-mail: [email protected]
ACTIVIDADE DO GRUPO
Formador: O grupo foi muito grande e eram demasiadas crianças para conseguir
atingir os objetivos a nível de espaço (biblioteca).
Público: Crianças com idades e objetivos muito deferentes.
DESENVOLVIMENTO DA ACTIVIDADE
Objetivos atingidos: Os objetivos foram atingidos, tanto na integração e familiarização
da obra em questão, como na criação dos cenários, os ensaios das peças (roupa,
maquilhagem, etc), as filmagens e apresentação final.
Objetivos não atingidos: A participação na peça pela totalidade das crianças. A peça
foi adaptada para que todos participassem, contudo, os meninos mais pequenos que
não sabiam ler, não tiveram a oportunidade de fazer personagens principais.
Pontos fortes: É uma atividade que implica conhecer o património literário do nosso
país e identificar-se com a região. É uma dinâmica extremamente criativa aquando da
construção dos cenários e das personagens. Por fim, é um atelier que obriga os mais
novos a desinibirem-se e trabalhar a sua parte social e grupal.
Pontos fracos: A falta de participação, direta, com crianças até aos 8 anos de idade.
ESPAÇO DE ACOLHIMENTO DA ACÇÃO
Vantagens: O espaço é bom e com boas condições.
Desvantagens: O atelier estar junto das outras pessoas que estão a usufruir da
biblioteca. Será necessário um espaço à parte da sala de leitura para ateliers criativos.
TEMPO DURAÇÃO DA ATIVIDADE
Desadequado
Comentário: O tempo deveria ser maior porque não é possível as crianças decorarem
as sua falas, mesmo que sejam poucas.
MATERIAL DE APOIO
Desadequado
OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A ATIVIDADE
Relativamente ao apoio humano, não me foi cedida qualquer ajuda. Os funcionários da
biblioteca não se comprometeram em colaborar no controlo dos miúdos. Em quatro
dias, 66 crianças e um monitor, não é possível conceber um trabalho deste género sem
que haja barulho e algazarra na sala. Relativamente à colaboração do Museu de Ovar,
que foi nula, há que salientar a importância do seu envolvimento em atividades que se
prontificam a desenvolver.
INQUÉRITO: BMO
Monitor/representante:
E-mail:
ACTIVIDADE DO GRUPO
80
Formador: Dificuldade em controlar o grupo, dificuldade em criar regras de
comportamento adequado ao local e de mantê-las. Perde facilmente o controlo sobre
o grupo.
Público: Grupo heterogéneo. Facilmente perdem a atenção e dispersam.
DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE
Objetivos atingidos: Contacto com a obra literária de Júlio Dinis com a realidade social
do inicio do séc. XIX.
Objetivos não atingidos: Nem todas as crianças ficaram motivadas.
Pontos fortes: Os cenários e o vestuário da época.
Pontos fracos: A monitora
ESPAÇO DE ACOLHIMENTO DA AÇÃO
Vantagens: A área disponibilizada
Desvantagens: O espaço dos mais pequenos, que fica dentro da área do atelier é uma
fonte de distúrbio e distração.
TEMPO DURAÇÃO DA ACTIVIDADE
Inadequado
Comentário: Muito longos, os miúdos começam a ficar com falta de atenção, cansadas
e aborrecidas.
MATERIAL DE APOIO
Adequado
Comentário: Penso que a monitora terá de melhorar a conduta-organização para
conseguir estabelecer limites às crianças criando regras, para que estas, tenham um
comportamento viável e adequado ao espaço do atelier, que é uma biblioteca.
INQUÉRITO: CTRMO
Monitor/representante do CTRMO: Liliana Ribeiro
Email: [email protected]
ACTIVIDADE DO GRUPO
Formador: A Formadora estava preparada para a atividade. Teve o cuidado de a
programar antecipadamente e os seus objetivos estavam claramente definidos. Tendo
em conta o elevado número de participantes, revelou-se árdua a tarefa de assegurar o
ambiente de biblioteca. No entanto há que ter em conta que a atividade estava
inserida no âmbito dos Ateliers de Páscoa “O Museu vai à Biblioteca” e nesse sentido
há que tentar adaptar o ambiente que seria de “Serviço Educativo no Museu” ao
ambiente de Biblioteca, o que nem sempre se revelou fácil. Mostra-se aqui imperativa
a colaboração de todos os intervenientes – formadora e funcionários da biblioteca - no
sentido de melhor adaptar a situação, e sobretudo uma prévia sensibilização dos
agentes da Biblioteca para uma atividade deste cariz, de tal forma que entendam a sua
interação. De salientar o elevado número de participantes e a capacidade humana de
81
manter algum controlo num grupo tão heterogéneo quando se assegura a atividade
sem apoio de outros formadores e/ou assistentes.
Público: Grupo heterogéneo, dado o facto de se tratar de uma atividade programada
para o período de férias. A maioria das crianças já se conhece mutuamente, o que de
alguma forma facilita a interação.
DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE
Objetivos atingidos: O objetivo principal foi atingido – as crianças executaram a
representação teatral, compreenderam a sua dinâmica e mostraram grande
interatividade e interesse. Durante os ensaios e preparação da atividade (construção
dos cenários) revelaram-se empenhados, sempre motivados pela formadora. Como
referi, o grupo era heterogéneo e nesse sentido a formadora revelou uma capacidade
extraordinária ao conseguir que todos os elementos participassem na construção dos
elementos cénicos – as crianças mais velhas pintaram os cenários previamente
desenhados e em simultâneo, a formadora ocupou-se das crianças mais novas, num
espaço à parte, onde elaboraram outros elementos decorativos do cenário com grande
criatividade. Era visível a satisfação de ambos os grupos.
Objetivos não atingidos: Nada a acrescentar.
Pontos fortes: A sensibilização para a obra de Júlio Dinis e sua presença em Ovar. Forte
dinâmica do grupo e constante preocupação da formadora em motivar e manter o
grupo ativo.
Pontos fracos: (aspetos a melhorar) Em futuras atividades congéneres será relevante a
preocupação com o número de inscrições aceite, na medida em que o número de
participantes nesta atividade foi muito superior ao desejável no sentido do controlo
adequado das crianças. A formadora esteve a maior parte do tempo sem apoio (de
outros formadores e/ou assistentes) na atividade, o que lhe dificulta a capacidade de
dar atenção a todos os elementos do grupo.
ESPAÇO DE ACOLHIMENTO DA AÇÃO
Vantagens: Ambiente familiar às crianças (Biblioteca)
Desvantagens: Não existir um espaço mais isolado para a actividade.
TEMPO DURAÇÃO DA ATIVIDADE
Adequado
MATERIAL DE APOIO
Adequado
Principais pontos a realçar
A Formadora estava preparada para a atividade. Teve o cuidado de a programar
antecipadamente e os seus objetivos estavam claramente definidos. Tendo em conta o
elevado número de participantes, revelou-se árdua a tarefa de assegurar o ambiente
de biblioteca. No entanto há que ter em conta que a atividade estava inserida no
82
âmbito dos Ateliers de Páscoa “O Museu vai à Biblioteca” e nesse sentido há que
tentar adaptar o ambiente que seria de “Serviço Educativo no Museu” ao ambiente de
Biblioteca, o que nem sempre se revelou fácil. Mostra-se aqui imperativa a
colaboração de todos os intervenientes – formadora e funcionários da biblioteca - no
sentido de melhor adaptar a situação, e sobretudo uma prévia sensibilização dos
agentes da Biblioteca para uma atividade deste cariz, de tal forma que entendam a sua
interação. De salientar o elevado número de participantes e a capacidade humana de
manter algum controlo num grupo tão heterogéneo quando se assegura a atividade
sem apoio de outros formadores e/ou assistentes. (aspetos a Melhorar) Em futuras
atividades congéneres será relevante a preocupação com o número de inscrições
aceite, na medida em que o número de participantes nesta atividade foi muito
superior ao desejável no sentido do controlo adequado das crianças. A formadora
esteve a maior parte do tempo sem apoio (de outros formadores e/ou assistentes) na
atividade, o que lhe dificulta a capacidade de dar atenção a todos os elementos do
grupo. No geral foi conseguida a transmissão de conhecimentos e o contacto com o
“mundo” dos Museus e do Património, por isso, foi um resultado satisfatório.
83
CONSIDERAÇÕES:
As atividades foram estruturadas mediante a análise das inscrições na atividade
em questão e adequadas à faixa etária predominante. No decorrer das atividades
houve a preocupação em utilizar uma linguagem acessível e coloquial adaptada às
diferentes idades dentro do grupo. As fotografias e os trabalhos resultantes das
atividades foram afixados num painel de forma a constituir um “Jornal de Parede”.
Pretendeu-se integrar dinâmicas de grupo de forma a desenvolver um processo
coletivo de discussão, de reflexão, de autoconhecimento e de interação com outras
crianças, incutindo noções de convivência e de respeito. Muitas das técnicas usadas
permitiram chegar a um ponto comum de referência, permitindo aos participantes
transportar a sua experiência particular para o grupo, enriquecendo e ampliando a
experiência coletiva.
As atividades foram igualmente pensadas para o grupo em questão, de forma a
minimizar as disparidades resultantes das suas características próprias (idade, sexo,
etc.), possibilitando o bom funcionamento do grupo. Dentro da mesma linha de
pensamento, os trabalhos temáticos realizados foram selecionados, a partir de um
espólio de temas, com a preocupação de os adequar ao público-alvo, ou seja, ao (s)
grupo (s) inscrito (s).
No final, foi entregue um Diploma de participação a cada um e o sucesso da
atividade refletiu-se nos jornais locais (anexo 8) como uma iniciativa com interesse.
Apesar dos resultados positivos, penso ter faltado um apoio mais interventivo
por parte dos serviços da Câmara Municipal, sobretudo ao nível da comunicação. Por
exemplo, o cartaz de divulgação da ação estava formatado com o mesmo layout usado
habitualmente pela Biblioteca o que, naturalmente, originou um bloqueio à
comunicação. Esta falha fez com que apenas conseguíssemos obter as inscrições
apenas no último dia do prazo estabelecido.
84
3ª FASE WORKSHOP “A problemática dos serviços educativos"
ENQUADRAMENTO
O Workshop “A problemática dos Serviços Educativos” decorreu no dia 19 de
Maio de 2011 das 14:30 às 19:30 no Museu Escolar Irmãos Oliveira Lopes.
A inscrição no Workshop estava limitada a 20 participantes e pedia-se que a
inscrição acontecesse até 4 dias de antecedência. Obtiveram-se 18 inscrições no total
com 12 participantes efetivos, entre eles técnicos e professores. Estiveram
representados o Aliança Underground Museum, o Museu Nacional da Imprensa, a
Associação Porto Digital, o Museu do Papel, o Museu Municipal de Vila do Conde
Centro de Memória, os Museus da Rede Museológica de Ovar e os Docentes das
escolas do Concelho de Ovar.
OBJETIVO
Proporcionar aos agentes da RMO formação base e contacto com os agentes de
Museus, nas suas condições específicas e diferentes experiências, permitindo trocas de
informação, em vista de novas implementações e de melhorias dos serviços.
(programa apresentado – anexo 9)
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Ligação dos agentes com os temas: plano educativo, análise SWOT e avaliação;
Proporcionar troca de informação e experiências entre os agentes;
Participação dos agentes em dinâmicas de grupo e métodos de trabalho
diferenciados.
85
METODOLOGIA
A inscrição no Workshop estava limitada a 20 participantes e pedia-se que fosse
feita até 4 dias de antecedência.
A escolha do Museu foi premeditada visto que é um contexto pedagógico.
Dentro da Semana dos Museus penso que o tema da prestação do Museu Escolar
Oliveira Lopes poderia estar ligado e direcionado para projetos deste âmbito.
O projeto foi feito com a apresentação de diapositivos por três formadoras e
por um trabalho prático que consistia em dividir os participantes em grupos e, cada um
deles, teria que trabalhar sobre um Museu específico. Foram -lhes dadas determinadas
informações e sobre, essas informações, teriam de tomar decisões e conclusões.
No final do workshop, foi feito um inquérito (análise nas páginas seguintes) aos
participantes e entregue um diploma de participação.
86
ANÁLISE DE DADOS
INQUÉRITO DE SATISFAÇÃO
WORKSHOP
RESULTADOS
1. O Workshop correspondeu às suas expectativas?
- “Sim, embora eu não tivesse criado expectativas pois a temática é muito recente,
para mim.”
- “Sim, correspondeu”
- Sem resposta
- “Sim”
- “Sim”
- “Parcialmente”
- “Sim”
- “Sim, gostei da forma como foi apresentado e orientado”
- “Sim, embora a temática não seja nova, a partilha de experiências possibilitada pela
dinâmica de grupo foi muito positiva.”
- “Sim! Muito interessante e motivador”
- “Sim”
87
2.Gostou do ambiente criado entre os formadores e os participantes?
Sim IIIII – IIIII - I Não
Porquê?
- “ Sobretudo porque deram espaço ao diálogo.”
- “Conseguiram criar um ambiente instrutivo, informal e amigável.”
- “Ambiente acolhedor, de constante interacção entre as partes envolvidas”
- “Facilidade de comunicação”
- Sem resposta
- “Promoveram o diálogo entre todos os participantes”
- “Foi possível criar um ambiente informal, onde a troca de vivências e conhecimento
se tornou mais do que fácil, agradável.”
- “A forma como foi apresentado o workshop levou a uma interacção com os
formadores e formandos”
- “Pela descontracção e pela possibilidade de experimentar cenários”
- “Comunicativas e esclarecedoras”
- Sem resposta
3.Houve algum imprevisto?
Sim I Não IIIII - IIIII
Se respondeu Sim diga qual e se foi ultrapassado
- “Julgava que o público seria o da Rede Museológica de Ovar. Fiquei surpreendido
com a diversidade dos participantes”
88
FORMADORES
1.Como avalia a prestação dos formadores?
- “Boa, pois souberam transmitir as experiências e simultaneamente avaliar as suas
potencialidades e insuficiências”
- “Positiva”
- “Os formadores estiveram muito bem, estimulando a participação de todos os
presentes”
- “Fizeram-se se perceber, o que, considerando o tempo de intervenção podia ser
considerado prático”
- “Muito boa”
- Sem resposta
- “Todos os formadores comunicaram de forma eficaz e eficiente com todos os
formandos, permitindo a criação de laços estreitos entre os participantes”
- “Os temas foram apresentados de forma suave e bem dirigidos. Formadores com
experiências positivas”
- “Boa”
- “Muito positiva, começou timidamente mas revelaram-se bastante esclarecedoras”
- “Cumpriram os objectivos. Foram eficazes e simpáticas”
MATERIAL DE APOIO
Adequado IIIII – IIIII Desadequado I
Comentário:
- “Demasiado papel de divulgação. É pertinente a síntese informativa num único
folheto”
89
- “Podiam disponibilizar em formato digital ou propor isso”
- “Adequado”
TEMPO DURAÇÃO DA ACTIVIDADE adequado IIIII - IIIII desadequado
Comentário:
- “Apenas direi que por vezes nos dispersamos nos comentários”
- “Interessante a congregação teórica e prática”
- “Workshop bastante longo, um sábado talvez existisse mais disponibilidade”
Registe o que mais gostou na acção desenvolvida
- “A facilitação da participação e interacção de todos e a partilha de experiências”
- “Gostei de existir mais que um orador ou formador. Dinamizou o workshop e tornou-
se mais interessante”
- “Partilha de experiencias”
- “O registo oral das actividades vivenciadas pelos colegas que participaram no
workshop”
- “ O trabalho criativo em grupo”
- “Ouvir falar de casos práticos actuais, nos serviços educativos. Actividade de grupo e
a discussão levada à volta dos trabalhos/ideias apresentados.”
- “ A interacção com os formadores”
- “Parte expositiva”
- “A informação transmitida e interacção gerada”
- “Devo destacar o projecto final e as apresentações dos projectos”
90
Registe o que menos gostou na acção desenvolvida
- “O fim. Isto é as sinergias apontadas com o trabalho de grupo podiam ter alguma
continuidade nas instituições aqui presentes.”
- “Não teve coffee-break (propriamente dito) ”
- “Intervenções dos participantes, muito delongadas e as vezes fora do contexto”
- “As condições da sala, embora o ambiente da sala. Algumas comunicações pouco
claras”
- “Espaço físico (sala)”
- “O espaço um pouco apertado, bastante calor”
OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A ACTIVIDADE
P.Ex. Considera que este tipo de temática deveria ser discutido mais vezes? Que outra
temática gostaria de ver discutida em futuras acções?
- “Sim, gostei bastante, um tema que gostaria de ver abordado seria sobre as oficinas
educativas, como desenvolver uma oficina diferente, os factores a ter em conta,
aspectos importantes, as faixas etárias a que se destinam…”
- “Realmente a temática dos serviços educativos é pouco explorada e trabalhada. As
acções dos serviços educativos e workshops são importantes como outra área, para
actualizar e adquirir novos conhecimentos e explorar experiencias de cada Museu.”
- “ Conhecer mais casos práticos, de sucesso e insucesso, para permitir um melhor
conhecimento da realidade, das ameaças e oportunidades que daí podem advir.”
- “Seria interessante um seminário de estudos de casos na área dos serviços educativos
e sua avaliação.”
- “Sim, deveria ser discutido mais vezes, esta temática que deveria ser discutida no
âmbito da Museologia a rentabilização das actividades educativas”
- “ Sim, este tema deveria ser discutido mais vezes, dada a sua relevância.”
91
- “Dever-se-ia dar continuidade.”
ACTIVIDADE DO GRUPO
CASO PRÁTICO (considerações)
Formadores:
- “Melhor apoio à apresentação da formação (p. exemplo: com diapositivos)”
- “Evidenciaram competências adequadas para a formação em questão”
- “Estiveram sempre disponíveis e colaborantes.”
Público:
DESENVOLVIMENTO DA ACTIVIDADE
Objectivos atingidos
- “Troca de experiências”
- “Sim”
- “Compreensão geral da temática”
- “Sistematizar e aplicar numa metodologia”
Objectivos não atingidos
- “Necessidade de abordar de forma mais pormenorizada a temática”
Pontos Fortes
- “Divergência de opiniões e de experiencias nos diferentes casos”
- “Experiencia conjunta”
- “O lado prático e a antevisão de situações práticas”
Pontos Fracos
- “A não sistematização em documento do projecto”
ESPAÇO DE ACOLHIMENTO DA ACÇÃO
Vantagens:
92
- “Divulgação do espaço Museológico”
- “Interessante”
- “Ambiente escolar da época, acolhedor”
- “ Um Museu”
Desvantagens:
- “Desconforto do espaço tendo em conta as 7 horas de formação”
- “Ligeiramente desconfortável”
- “Espaço pequeno”
- “A parte da casa de banho”
TEMPO DURAÇÃO DA ACTIVIDADE adequado IIIII desadequado
Comentário:
- “Suficiente”
MATERIAL DE APOIO adequado III desadequado I
Comentário:
- “ Suficiente”
OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A ACTIVIDADE
- “Visita às instituições presentes”
- “Questionário muito extenso”
- “Acho que o inquérito é muito comprido, não dá tempo para ouvir os comentários
dos colegas e preencher o inquérito. Sugiro ser mais curto, conciso e tipo escolha
múltipla é mais prático”
93
CONSIDERAÇÕES
Os inquéritos de satisfação levados a cabo foram de carácter anónimo para que não
influenciasse a decisão dos inquiridos.
No geral, o Workshop correspondeu às expectativas dos participantes. A grande
maioria classificou positivamente o ambiente criado entre os formadores e os participantes,
tendo alguns salientado “um ambiente instrutivo, informal e amigável”, a “facilidade de
comunicação” e a classificação das formadoras como “comunicativas e esclarecedoras”.
A prestação das formadoras foi avaliada como “positiva”, “estimularam a participação
de todos os presentes”, “todos os formadores comunicaram de forma eficaz e eficiente com
todos os formandos, permitindo a criação de laços estreitos entre os participantes”.
O material de apoio foi considerado pela maioria adequado, sendo que foi feita a
sugestão de o disponibilizar em formato digital.
O tempo de duração da atividade foi considerado adequado, tendo existido a proposta
de futuras ações decorrerem ao sábado (pós-laboral).
- “A facilitação da participação, a interação de todos e a partilha de experiencias” foi uma das
apreciações positivas relativamente à ação desenvolvida, assim como o trabalho criativo em
grupo e a discussão dos casos práticos.
As condições da sala foram mencionadas como ponto negativo, nomeadamente o
facto de estar muito calor.
Os participantes consideraram que a temática dos “Serviços Educativos” deveria ser
abordada mais vezes, assim como o tema das Oficinas Educativas e estudos de caso na área
dos Serviços Educativos. Em suma, a temática dos Serviços Educativos deve ser continuada em
futuras ações.
Relativamente à atividade de grupo, esta foi avaliada positivamente na sua
generalidade, tendo sido apontada a necessidade de “abordar de forma mais pormenorizada a
temática”. Como pontos fortes foram apontadas a “divergência de opiniões e de experiências
nos diferentes casos” a “experiência conjunta” e o “lado prático e a antevisão de situações
práticas”. O espaço de acolhimento foi considerado simultaneamente acolhedor e
desconfortável.
Ao nível do inquérito de satisfação foi sugerida a hipótese de escolha múltipla por
forma a torna-lo mais simples e conciso.
94
Em suma, os objetivos deste workshop foram atingidos quase na sua totalidade, com a
exceção da participação dos agentes da RMO, que estiveram presentes apenas nas ações
“Cenário” e “Museu Escolar Oliveira Lopes”.
Será importante motiva-los para que participem nestas dinâmicas e, principalmente,
que tomem consciência que a formação é um ponto fundamental para o crescimento e
desenvolvimento sustentável de qualquer instituição, seja ela, pública ou privada.
95
CONCLUSÕES
Património Cultural aproveitado, como âncora, no
desenvolvimento sustentável do Turismo Cultural do Concelho de
Ovar
Durante todo este trabalho pude clarificar o que se entende por Património, assim
sobre uma relação do conceito com o Turismo Cultural queria descortinar de que
forma ambos podem-se relacionar e desenvolver o Concelho de Ovar a nível de
sustentabilidade turística.
“Nas últimas décadas diversificou-se a oferta descobrindo-se o Turismo Cultural:
nunca se falou tanto em Património, inclusivamente como sector estratégico de
desenvolvimento económico. Contudo, em Portugal a ideia não é nova. Já no princípio
de séc. XIX Alexandre Herculano, numa visão esclarecida e premonitória, falava nos
romeiros da arte e no capital dos monumentos. (…) é sobretudo nos anos setenta que
o turismo Cultural sobre o grande incremento, diversificando a oferta turística. Na
mesma década, merece a dignidade de uma Carta do Turismo Cultural, estabelecida
em Bruxelas no ano de 1976, definindo-o como: (…) aquela forma de Turismo que tem
por objecto, entre outras, a descoberta dos monumentos e locais de interesse. Exerce
nestes um efeito positivo, na medida em que contribui – para satisfazer os seus
próprios fins - para a sua preservação e protecção. (…)
Para que haja, de forma fluente, uma ligação entre Património e Turismo é
importante que se estabeleça regras, uma vez que esta relação se instalou como
fundamental. As regras a tomar em consideração assentam em:
1- Relação de mútuo favorecimento
- O turismo Cultural dá a conhecer o Património, salvaguardando com essa
actividade (informar é preservar) e aportando-lhe proventos económicos que
ajudam à sua recuperação e conservação.
96
- O Património não pode esquecer a importância sócio- económica que o
Turismo representa, devendo abrir-se a essa actividade.
2 - Relação de mútuo respeito
- O Património constitui-se em produto turístico, respeitando e favorecendo
uma actividade de crescente importância económica e sócio-cultural.
- Por sua vez, a actividade turística deve exercer-se cautelando os seguintes
inconvenientes:
a) O turismo comporta, quase sempre, efeitos negativos,
conspurcadores e destrutivos que a utilização maciça e
descontrolada dos monumentos (…) acarreta (…), implicando a
definição e a implementação de padrões e normas aceitáveis de
utilização; Olhando o futuro, é o respeito pelo património (…) que
deve prevalecer sobre todas as outras considerações, por justificadas
que elas possam apresentar-se de um ponto de vista social, politico
ou económico.
b) A utilização massiva e descontrolada do património para
fins turísticos, conduz a uma perda qualitativa, assinalável, da sua
fruição cultural, desvirtuando a essência do Turismo Cultural;
Existem locais de atracção turística na Europa onde, pelo menos no
Verão, se tornou quase impossível visita-los (…);
c) Interesses económicos imediatistas podem acarretar a
adulteração dos monumentos, a sua descaracterização,
transformados que por vezes são em centros de actividades
terciarias;
d) O afluxo incontrolado de turistas podem infernizar o dia-
a-dia dos habitantes de um determinado local de que o turismo se
apropriou tornando esses habitantes prisioneiros de uma
curiosidade alheia crescentemente insuportável; É necessário
97
calcular as respectivas capacidades de carga e controlar os fluxos
turísticos.”20.
De todos os esforços em vender e desenvolver um produto é importante
“transmitir ao visitante a plenitude que cada conjunto monumental e/ou ambiental, se
é necessário quase, a partir de cada pedra reconstruir o edifício, preenche-lo com os
seu habitantes e falar do seu quotidiano em cada época, então o profissional deste
sector é necessariamente altamente qualificado, com formação de base suficiente
para sentir ele próprio estas necessidades e para, em cada caso, suprir as múltiplas
carências com que necessariamente se irá defrontar.”21
Em suma, “ o turismo beneficia de vários factores combinados tais como o
movimento de revitalização dos centros históricos das cidades, do alargamento e da
diversificação das práticas culturais, do interesse marcado dos consumidores pelo
património e urbanismo, da procura de animação (…) entre outros aspectos.”22 e o
Património Cultural é beneficiado no sentido em que há uma maior ligação de
pertença e de preservação da população em geral. A identidade local torna-se mais
vinculada à sua própria cultura e àquilo que o seu próprio património lhe pode
oferecer.
20 Domingos Almeida Bucho 1998, “Turismo e Património: Que relação?”, Turismo Horizontes Alternativos – Actas do Encontro
realizado na Escola Superior de Educação de Portalegre nos dias 5 e 6 de Junho de 1997. Lisboa: Colibri – Artes Gráficas,
coordenação de Joaquim Pintassilgo e Maria Adelaide Teixeira, PP. 85 – 86.
21 Lucília Runa 1998, “Turismo e Fruição Cultural”, Turismo Horizontes Alternativos – Actas do Encontro realizado na Escola
Superior de Educação de Portalegre nos dias 5 e 6 de Junho de 1997. Lisboa: Colibri – Artes Gráficas, coordenação de Joaquim
Pintassilgo e Maria Adelaide Teixeira, PP. 77.
22 Cláudia Henriques 2003, Turismo Cidade e Cultura – Planeamento e Gestão Sustentável. Lisboa: Edições Sílabo, P.39.
98
Perspetivas educativas, da Rede Museológica de Ovar, para o
desenvolvimento do Turismo Cultural
Os museus devem comunicar a essência das ideias, difundir conhecimentos,
fomentar a curiosidade e promover a sensibilidade. Se as colecções são o coração dos
museus, o que temos vindo a chamar educação – o compromisso de apresentar as
ideias e os objectivos de uma forma informativa e estimulante – é o espírito,
conseguindo ampliar a riqueza da experiência humana coletiva.
“É justamente nesta zona de cruzamento entre o lazer e a aprendizagem que
residem alguns dos espaços mais promissores para o desenvolvimento de novos
paradigmas de actuação, o que tem colocado às instituições culturais novos desafios e
aberto oportunidades para o desenvolvimento de novas estratégias de relacionamento
com os públicos, repensando e reequacionando os espaços e as formas para este
encontro. Neste campo, os serviços e projectos educativos têm vindo a assumir, cada
vez mais, o papel de interfaces de comunicação com as audiências e de lugares
privilegiados para a construção de saberes e o estabelecimento de relações
duradouras e exigentes.” 23 .
O museu deve planificar e organizar as actividades educativas de maneira a
suscitar a aprendizagem dos visitantes que participem na visita, isto é, a fim de
melhorar a qualidade dos serviços educativos oferecidos, deve haver um
desenvolvimento das actividades tendo em conta impreterivelmente as coleções.
É fundamental que o extenso papel educacional dos museus seja reconhecido,
assim como, as actividades educativas para grupos organizados sejam vistas no
contexto da educação como a função central do museu.
Com a implementação da RMO cada um dos Museus ou Núcleos Museológicos
deveriam, por obrigação, adotar consecutivamente estratégias mais diversificadas,
com um nível mais elevado de otimização e racionalização, de forma a satisfazer as
necessidades do público, que por sua vez, é cada vez mais exigente.
Foi implementado um projeto intitulado de “O Museu vai à escola” que teve
como principal objetivo estudar o público escolar, bem como, recolher informação
23 AA.VV 2007, Serviços Educativos na Cultura. Porto: SETEPÉS, Coord. Cientifica João Teixeira Lopes, 1ª Edição, P. 9.
99
suficiente para uma melhor relação de escola/museu. Isto foi importante no sentido
em que os museus servem como fontes para as escolas, ao disponibilizarem educação
aos jovens. Os museus fornecem serviços educativos, de vários géneros e as despesas
são fornecidas pelos próprios museus, por sua vezes, suportada por instituições de
educação, estatais e até por indivíduos que se prontificam a apadrinhar as peças e
despesas de manutenção, que vão facilitar as relações entre museu/escola.
É, aliás, claro objetivo das organizações encontrar formas de criar impacto ao
seu público e criar parcerias em projetos comuns de crescimento. Contudo,
apresentam-se dificuldades a nível de recursos humanos que permitam a viabilidade
da continuidade deste tipo de projetos. Neste sentido, estas relações obrigam a
cumprimentos e interajuda de desenvolvimento e inovação, havendo benefícios
comuns de estar informação sempre atualizada, exigindo recursos cada vez mais
exigentes com planos de comunicação, cada vez mais eficazes para que o crescimento
acompanhe todas estas exigências. Aqui é fundamental que os Museus adaptem a sua
linguagem, ao tipo de público que se propõe.
A formação cultural encontra-se numa posição, atualmente, redimensionada
porque cada vez mais é um local de aprendizagem informal e contribui na
aprendizagem através do desenvolvimento crítico, cumprindo, assim desta forma, uma
enriquecida missão educativa capaz de promover o desenvolvimento pessoal e a
construção da identidade individual e colectiva.
Somente uma acção educativa que exerça um papel activo e decisivo no
desenvolvimento e exercício pleno da cidadania, poderá levar-nos a enfrentar os novos
desafios gerados pelo processo de globalização da cultura, caracterizada pela perda
das referências culturais locais e nacionais e a imposição de referências culturais e
valores extremos a essa mesma cultura. Aplica-se plenamente, neste sentido, a defesa
do património e memórias locais, aproximando os jovens daquilo que lhes está mais
próximo e lhe pertence, de uma certa forma.
Pegando nesta base de estudo, e segundo aquilo que fui observando no meu
trabalho, os museus devem desenvolver atividades lúdico-pedagógicas para o público
Escolar, devem consequentemente disponibilizar materiais de apoio de forma a
aprofundar o conhecimento do património Cultural do Concelho de forma apelativa e
de identidade com as suas origens mais intrínsecas, devem sempre, que possível,
100
promover e mostrar os resultados das atividades científicas de investigação e
dinamização com campanhas cativantes diretas ao público se prontifica atingir e,
principalmente, como ponto fundamental deste estudo, proporcionar formação aos
técnicos do museu com intuito de melhorar os serviços que prestam.
Os Museus trabalham cada vez mais sob a âncora de estudar os seus públicos
tornando assim o seu trabalho desafiador e de extrema responsabilidade. “A jusante
surge a necessidade de novas tarefas, que possibilitem a construção do feixe de
relações com esse infinito auditório anónimo a que supostamente nos dirigimos, e cuja
compreensão constitui um dos mitos obsessivos do trabalho do programador”.24
“Dentro destes parâmetros podemos observar, como comprovam os dados
recolhidos nos inquéritos do presente trabalho, que as iniciativas e propostas que
assentam numa maior aproximação com o público a atingir “pode e deve gerar uma
multiplicidade de outros que retornando ao programador lhe oferece m, por um lado,
informações preciosas sobre o caminho a seguir e, por outro, vão progressivamente
enriquecendo a sua capacidade de se dirigir e de comunicar a/com os públicos. (…) É
certo que este sistema comporta um maior nível de risco e uma gestão complexa, mas
poderá possibilitar o alcance de resultados bem mais gratificantes, ou seja, uma
durável relação afectiva e identitária entre os dois termos da equação.”25
Como pude comprovar, perante o cenário Museológico em que trabalhei, não é
possível, nas presentes circunstâncias, focar todo os tipos de público (efetivo ou
potencial), quando o próprio espaço não está apetrechado de serviços e recursos
humanos que não conseguem satisfazer as suas necessidades. Os públicos devem ser
vistos como indivíduos, com as suas próprias necessidades e preferências de estilos de
aprendizagem, bem como com as suas agendas, sociais e culturais.
Os Museus devem adaptar-se às múltiplas funções, procurando responder, da
melhor forma, às solicitações que, num mundo em permanente mudanças, lhes são
feitas. Há que tomar em atenção à forma como aqueles se relacionam com os
públicos, com a comunidade, no sentido de lhes prestar melhores serviços, mas
também de adquirir uma imagem mais positiva e apelativa.
24 Miguel Honrado 2007, “Públicos da Cultura e Serviços Educativos: novos desafios? Viagem ao Continente da “Multiplicação de
sentidos””, Serviços Educativos na Cultura. Porto: SETEPÉS, Coord. Cientifica João Teixeira Lopes, 1ª Edição, P.20.
25 Idem. P.21
101
Penso que, neste caso, é necessária uma maior consciencialização de cada
instituição de tomar responsabilidades comuns, visto que trabalham sobre perspetivas
de relacionamento em rede. Para que isto aconteça será necessariamente obrigatória
uma maior flexibilidade de relações e de organização e daí resulta, como se pode
verificar nos resultados que apresento, a falta de preparação para as atividades
atempadamente dos agentes.
Com esta ampliação da sua função educativa e aberta a projetos de grande
dimensão, deparam-se com uma maior diversificação do seu público-alvo. Assim, a par
das atividades para o público escolar, surgem planos de ação educativa para famílias,
para grupos culturalmente minoritários, para a terceira idade, para indivíduos com
necessidades educativas especiais. Deste modo, compete então aos serviços
educativos dialogar com o público através de uma linguagem adaptada aos seus
diversos visitantes.
Para todo este processo seja feito e desenvolvido da melhor forma, é
fundamental que se tome grande atenção à avaliação, que constitui uma ferramenta
que cada vez mais é utilizada nos museus. É prática comum distribuir um inquérito de
satisfação após a realização de cada ação aos intervenientes. Contudo, posso classificar
esta medida como insuficiente porque, estes questionários, apesar de serem expostos
a todos, não são tomados, na realidade, em consideração como um meio de
aprendizagem, crescimento e desenvolvimento das instituições. Isto acontece porque,
muitas vezes, os agentes dos próprios museus não querem admitir as suas fragilidades
e olham com outros olhos a avaliação feita pelos visitantes ou até pessoas externas ao
serviço.
Em suma, apesar dos aparentes benefícios para o desenvolvimento da
comunidade cultural, só a investigação acerca da eficácia do trabalho desenvolvido
pelos Serviços Educativos dos Museus poderá produzir um corpo de conhecimentos
que permitirá caracterizar a prestação dada ao nível trabalhadores e serviços
prestados. Assim, a avaliação da eficácia dos programas culturais dos museus permite,
por um lado, determinar o impacto destes tipos de acção ao nível dos participantes,
dos monitores, dos museus e da comunidade local, bem como definir estratégias de
melhoria das práticas actuais e orientar futuras práticas.
102
Considerações finais
Esta passagem pela Câmara municipal de Ovar, principalmente pela RMO
permitiu-me valorizar o tipo de trabalho desenvolvido por estas instituições. Na minha
ótica, é por demais evidente a necessidade de formação constante dos agentes, a
longo prazo, e a curto e médio prazo a necessidade de desenvolver ações de promoção
do seu espólio e do património da cidade, em geral.
A possibilidade de trabalhar com uma equipa multidisciplinar foi muito
gratificante, uma vez que as diferentes perspetivas que cada elemento proporcionava
resultavam, maioritariamente, em discussões construtivas, consequentemente, em
ações complexas e bem estruturadas. Através do trabalho realizado desenvolvi
competências, particularmente nas áreas da Museologia, Gestão do Património e
Animação sociocultural que alargou consequentemente a minha visão organizativa da
realidade atual.
Considero o estágio curricular realizado como uma mais-valia para a minha
experiência pessoal e profissional. Foi-me concedida a oportunidade de conhecer a
realidade Museológica e Autárquica. Da mesma forma, durante este tempo, pude
trabalhar de perto com os agentes e aperceber-me de importantes indicativos, como a
importância da formação profissional contínua, das boas práticas organizacionais, da
importância de uma boa gestão estratégica ou planos de ação educativos bem
delineados.
Trabalhos futuros
Durante o tempo despendido na instituição e, tomando por base os projetos
desenvolvidos neste trabalho, evidenciou-se o escasso aproveitamento das parcerias
estabelecidas. De acordo com as linhas orientadoras da RMO, estes protocolos ainda
não se encontram rotinizados, apesar da sua importância para o futuro das
organizações, por se tratar de uma organização recente. Contudo é necessário, por
parte da Câmara Municipal de Ovar, insistir neste campo de ação.
103
Esta necessidade pode ser colmatada com o trabalho contínuo de um gestor de
projeto comum a todas as instituições que trabalhe diretamente com as organizações
e que, pelas suas competências, possa ajudar a desenvolver meios de diagnóstico
eficazes, tanto das organizações como dos comportamentos dos utilizadores dos
museus e até do património em geral.
Não só é importante a integração de um agente que trabalhe diretamente
sobre estas questões mas estes programas deverão integrar formação de jovens
monitores para museus e instituições culturais, colmatando as assimetrias económicas,
proporcionando e concebendo novos postos de trabalho e despoletando novas
perspetivas, visto que os jovens estão mais abertos ao desenvolvimento social,
principalmente, tecnológico.
É de extrema utilidade, em termos de eficácia, eficiência e dimensão para os
projetos vindouros, permanecer em constante diálogo com outras instituições, de
modo a desenvolver e otimizar pontos de interesse e de trabalho comuns. Podendo
dar como exemplo as universidades que estão apetrechadas de jovens criativos e com
vontade de desenvolver as suas competências. As parcerias são cada vez mais
utilizadas para interesses comuns entre sujeitos e instituições.
Tal como já se referi neste texto, o tipo de campanhas desenvolvidas são
soluções viáveis para uma maior consciencialização dos agentes como das populações
revestindo-se de considerável importância. Embora tenham uma cadência constante,
são ações marcadas no tempo e muito específicas para um tema, um momento de
promoção e crescimento. A implementação de uma campanha institucional
prolongada, de sensibilização, de apelo à promoção patrimonial com qualidade, pode
ser feita dentro e fora do Concelho, assim, é fundamental abrir horizontes mais
exigentes e abertos para fora do país. O intercâmbio é uma das soluções da atualidade
que, cada vez mais está ligada a este tema obrigando a que todos contribuam com
políticas de descentralização e desenvolvimento.
No decorrer do meu trabalho, foi feita uma análise swot das instituições
envolvidas na RMO (anexo 10) que poderá ajudar a colmatar algumas assimetrias, de
forma a melhorar os serviços já existentes. Para isso, as instituições envolvidas terão
obrigatoriamente de se dedicar inteiramente neste processo contínuo de crescimento.
104
BIBLIOGRAFIA
Livros
AA.VV 2007, Serviços Educativos na Cultura. Porto: SETEPÉS, Coord. Cientifica João
Teixeira Lopes, 1ª Edição.
AA.VV 2002, O Estado das Artes / As Artes e o Estado. Lisboa: Observatório das
Actividades Culturais, coord. António Martinho Novo.
AA. VV 2004, Os Públicos da Cultura. Lisboa: Observatório das Actividades Culturais,
coord. Rui Telmo Gomes.
Cláudia Henriques 2003, Turismo Cidade e Cultura – Planeamento e Gestão
Sustentável. Lisboa: Edições Sílabo.
Jean-Françõis Dortier (coord.) 2006, Dicionário das Ciências humanas. Lisboa: s/d, P.
96-97
Artigos
Domingos Almeida Bucho 1998, “Turismo e Património: Que relação?”, Turismo
Horizontes Alternativos – Actas do Encontro realizado na Escola Superior de Educação
de Portalegre nos dias 5 e 6 de Junho de 1997. Lisboa: Colibri – Artes Gráficas,
coordenação de Joaquim Pintassilgo e Maria Adelaide Teixeira, PP. 79 – 86.
Lucília Runa 1998, “Turismo e Fruição Cultural”, Turismo Horizontes Alternativos –
Actas do Encontro realizado na Escola Superior de Educação de Portalegre nos dias 5 e
6 de Junho de 1997. Lisboa: Colibri – Artes Gráficas, coordenação de Joaquim
Pintassilgo e Maria Adelaide Teixeira, PP. 72-77.
105
Miguel Honrado 2007, “Públicos da Cultura e Serviços Educativos: novos desafios?
Viagem ao Continente da “Multiplicação de sentidos””, Serviços Educativos na Cultura.
Porto: SETEPÉS, Coord. Cientifica João Teixeira Lopes, 1ª Edição, PP- 17-40.
Silva, Susana, 2011, “O valor educativo do museu”, Educar hoje – Enciclopédia dos
pais, Vol. IV, Amadora, P.112.
Vitor Ferreira 2010, “Desenvolvimento do projeto: promoção turística no concelho de
Ovar”, Dunas - Temas e perspectivas. Ovar: divisão da cultura, Desporto, Património
Histórico, Museus e Turismo, nº10, p. 76.
Legislação
Câmara Municipal de Ovar2006, Regulamento Interno da Rede Museológica de Ovar.
Ovar: Câmara Municipal de Ovar.
Lei n.º 107/2001 de 8 de Setembro que estabelece as bases da política e do regime de
proteção e valorização do património cultural
Sites
Câmara Municipal de Ovar, http://www.cm-ovar.pt/www/default.aspx