1. Do mentalismo do século XIX ao mentalismo do século XXI 256

1.1. As grandes dicotomias relacionadas com a explicação do comportamento humano 259 Inato/Adquirido 259

Continuidade/Descontinuidade 260 Estabilidade/Mudança 261 Interno/Externo 262 Individual/Social 263

1.2. Diferentes conceções sobre o estudo do ser humano 265

Wundt e a consciência 266 Freud e o inconsciente 267 Watson e o comportamento observável 270 Piaget e a cognição 272 Damásio e a mente 274

1.3. Tendências da psicologia na atualidade 278 Resgate do conceito de mente 278 Importância dos significados 280 A narrativa como construtora de identidade 281

II A Procura da MenteQual é a especificidade da psicologia?

5. Problemas e conceitos teóricos estruturadores da psicologia

6. A psicologia aplicada

3. Eu com os outros1. As relações precoces 170

1.1. Características das relações precoces 174 Competências básicas do bebé 176 Competências básicas da mãe 177

1.2. A estrutura da relação do bebé com a mãe 180 Observações com bebés humanos 180 Experiências com primatas 184

1.3. O papel das relações precoces no tornar-se humano 187

Da díade à tríade 187 Consequências no desenvolvimento

da perturbação nas relações precoces 188

2. As relações interpessoais 194

2.1. Processos de cognição social 197 Impressões 197 Expectativas 200 Atitudes 201 Dissonância cognitiva 203 Representações sociais 205

2.2. Processos de influência entre os indivíduos 207

Normalização 207 Conformismo 209 Obediência 211 O papel do inconformismo na inovação 213

2.3. Processos de relação entre os indivíduos e os grupos 216

Atração interpessoal 216 Agressividade 217 Intimidade 218 Estereótipos, preconceitos e discriminação 224 Conflito e cooperação 228

1. A psicologia aplicada em Portugal 288

1.1. Os principais níveis e áreas de trabalho da psicologia em Portugal 291

Níveis de intervenção 2911.2. Diferentes técnicos de saúde mental 297 Psiquiatra vs. psicólogo clínico 297 Psicanalista 297 Psicoterapeuta 297

1.3. O papel do psicólogo na sociedade 299 Prevenção e remediação 299 Promoção do desenvolvimento 300 Diferenças entre adaptação e autonomia 300

4. Eu nos contextos

1. O modelo ecológico do desenvolvimento 240

1.1. Os diferentes contextos de existência dos indivíduos 243

Microssistema 244 Mesossistema 246 Exossistema 246 Macrossistema 247

1.2. O papel dos contextos no desenvolvimento e no comportamento do ser humano 248

O papel ativo do indivíduo na seleção e transformação dos seus contextos de vida 248

O modelo bioecológico do desenvolvimento 248 Contextos de desenvolvimento e resiliência 250

5

1. A genética 08

1.1. Os agentes responsáveis pela transmissão das características genéticas 11

Cromossomas 12 ADN 14 Genes 14

1.2. As influências genéticas e epigenéticas no comportamento 16

Hereditariedade específica e individual 16 Genótipo e fenótipo 17 Preformismo e epigénese 20 Hereditariedade e meio 22

1.3. A complexidade do ser humano e o seu inacabamento biológico 26

Filogénese e ontogénese 26 Programa genético fechado e aberto 28 Prematuridade e neotenia 29

2. O cérebro 36

2.1. Os elementos estruturais e funcionais básicos do sistema nervoso humano 40 Neurónio 42

Sinapse 43 Comunicação nervosa 44

2.2. O funcionamento global do cérebro humano 46 O funcionamento sistémico do cérebro 46 O papel das áreas pré-frontais 56

2.3. O cérebro e a capacidade de adaptação e de autonomia do ser humano 63

Plasticidade e aprendizagem 63 Lentificação e individuação 64

3. A cultura 72

3.1. A importância da cultura no comportamento humano 75

Socialização 77 Cultura e padrões culturais 78

3.2. A história pessoal como um contínuo de organização entre fatores internos e externos 82

O papel dos significados atribuídos à experiência 82

3.3. A riqueza da diversidade humana 84 Diversidade biológica 84 Diversidade funcional 84 Diversidade cultural 85 Diversidade social 86 Aspetos positivos da diversidade humana 87

I A Entrada na VidaQual é a especificidade do ser humano?

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ÍNDICE

1. Antes de mim

1. A mente e os processos mentais 94

1.1. A mente como um conjunto integrado de processos cognitivos (saber), emocionais (sentir) e conativos (fazer) 97

Processos cognitivos – o saber 97 Processos emocionais – o sentir 97 Processos conativos – o fazer 98

1.2. A natureza dos processos cognitivos 101 A perceção – captação significativa do mundo 101 A aprendizagem – mudar com a experiência 104 A memória – conviver com o passado 111

1.3. A natureza dos processos emocionais 121 Afetos, emoções e sentimentos 121 Componentes das emoções 122 Emoções primárias e secundárias 124 Damásio e a teoria do marcador somático 127

1.4. A natureza dos processos conativos 131 Intencionalidade e tendência 131 Esforço de realização 133

2. A mente como um sistema integrado de construção do mundo (exterior e interior) 142

2.1. As dimensões biológicas e sociais dos processos cognitivos, emocionais e conativos 146

Natureza biológica e sociocultural da mente 146 Necessidade e desejo 149

2.2. O papel dos processos cognitivos, emocionais e conativos na vida quotidiana 152

Conhecer, relacionar-se e agir sobre o mundo 152

2.3. A mente como um sistema integrado de construção do mundo 154

Pensamento e ação 154 Auto-organização e imaginação 154 A mente, criadora de sentido 156

2.4. A identidade como fator distintivo entre os seres humanos 158

Unidade e diversidade dos seres humanos 158 Inscrição mental das histórias de vida 159 Identidade 160 Autoconceito e autoestima 162

2. Eu

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1. Antes de mim

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Qual é a especificidade do ser humano?A psicologia é o estudo do comportamento e dos processos mentais. O seu obje-tivo é não apenas alcançar uma compreensão mais profunda do ser humano mas também promover, prevenir ou remediar situações que possam ameaçar este pro-cesso, pondo em causa a qualidade de vida das pessoas e da sociedade em geral.

O nosso estudo nesta disciplina começa precisamente por procurar responder à questão: “Qual é a especificidade do ser humano?”. Para responder, teremos de voltar a nossa atenção para fatores que exercem alguma influência no tipo de pessoa que viremos a ser e que influenciam o nosso desenvolvimento e comporta-mento mesmo antes de começarmos a existir.

As características que herdamos dos nossos progenitores são um bom exemplo deste tipo de fatores e, por esse motivo, no primeiro capítulo, procuraremos com-preender como se processa a variação e a transmissão de características bioló-gicas de uma geração para a outra e qual a extensão da sua influência no nosso comportamento.

Em seguida, considerando que entre os traços distintivos da nossa espécie se encontram certos aspetos do funcionamento do nosso sistema nervoso que são cruciais para compreendermos o que é ser humano, iremos dedicar-nos ao seu estudo, mais concretamente ao estudo do nosso cérebro e dos seus elementos estruturais e funcionais.

Por último, visto que a nossa especificidade se deve em grande medida ao tipo de relacionamento que estabelecemos com os outros e com o ambiente cultural onde crescemos e somos educados, iremos debruçar-nos sobre a influência dos fatores socioculturais no comportamento humano.

76

1. A genética1.1. Os agentes responsáveis

pela transmissão das características genéticas

1.2. As influências genéticas e epigenéticas no comportamento

1.3. A complexidade do ser humano e o seu inacabamento biológico

2. O cérebro 2.1. Os elementos estruturais

e funcionais básicos do sistema nervoso humano

2.2. O funcionamento global do cérebro humano

2.3. O cérebro e a capacidade de adaptação e de autonomia do ser humano

3. A cultura 3.1. A importância da cultura

no comportamento humano3.2. A história pessoal como

um contínuo de organização entre fatores internos e externos

3.3. A riqueza da diversidade humana

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I A Entradana Vida

1. Antes de mim

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I1. Antes de mim

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Roteiro de trabalho

No ser humano existe uma distância considerável entre genótipo e fenótipo (diferenças no número de células nervosas e na organização sináptica em gémeos monozigóticos); espaço para a indeter-minação; os organismos mais simples apresentam maior rigidez no programa genético, ao contrário dos mais complexos, cujo inacabamento biológico se traduz em maior plasticidade e versatilidade adaptativa; o caráter embrionário do recém-nascido humano torna-se, assim, numa vantagem.

Quais são as características genéticas diferenciais da espécie humana? De que forma essas características outorgam ao ser humano determinadas capacidades?

Que capacidades são essas?

Caracterizar os agentes responsáveis pelas

características genéticas

Explicar as influênciasgenéticas e epigenéticas

no comportamento

Analisar a relação entre a complexidade do ser humano e o seu inacabamento biológico

Agentes responsáveis pela transmissão de características genéticas: ADN, genes (papel dos genes de desenvolvimento cujas funções reguladoras articulam aspetos evolutivos, genéticos e de desenvolvimento), cromossomas; caracterização de cada um destes agentes.

Caracterização dos processos de hereditariedade individual e específica, caracterização de genótipo e de fenótipo; relação entre si; perspetivas da ação genética: preformismo (determinista, em que o desenvolvimento é igual à amplificação de estruturas preexistentes); epigénese (perspetiva construtivista, em que o desenvolvimento é igual a um processo de construção do organismo a partir da informação genética presente no ovo por interação com a informação ambiental).

Caracterização de filogénese e de ontogénese; relação entre si (lei da recapitulação ontofilogenética e sua interpretação na atualidade); caracterização de programa genético fechado e aberto; caracterização de neotenia (processo de manutenção de características juvenis, plásticas, em indivíduos adultos): vantagens da permaturidade biológica.

Quais são os agentes responsáveis pela transmissão genética? Como se caracterizam?

Que tipo de fatores influenciam o comportamento? Como se caracterizam os processos de hereditariedade específica e individual? Como se caracterizam genótipo e fenótipo? Como se relacionam entre si? Que perspetivas existem sobre o papel dos fatores genéticos no desenvolvimento humano?

O que são os processos de desenvolvimento filogenético e ontogenético? Como se relacionam entre si? Qual a diferença entre um programa genético fechado e um aberto? O que é o processo de neotenia? O que significa dizer que o ser humano é inacabado? Quais são as vantagens da prematuridade biológica do ser humano?

8

1. A genéticaObjetivo geral:Compreender as capacidades genéticas do ser humano.

No final deste capítulo, o aluno deve ser capaz de:1. Definir genética.

2. Definir hereditariedade.

3. Identificar os agentes responsáveis pela transmissão genética de carateres.

4. Mostrar o papel dos cromossomas, do ADN e dos genes no processo de transmissão genética.

5. Explicar em que consiste o genoma humano.

6. Distinguir hereditariedade individual de hereditariedade específica.

7. Caracterizar os diferentes tipos de relação entre genes: recessividade, dominância e codominância.

8. Explicar a diferença entre genótipo e fenótipo.

9. Distinguir as perspetivas preformistas das abordagens epigenéticas no que diz respeito às relações entre hereditariedade e meio.

10. Distinguir ontogénese de filogénese.

11. Explicar o papel da seleção natural na evolução das espécies.

12. Distinguir os conceitos de programa aberto e de programa fechado.

13. Relacionar os conceitos de prematuridade e de neotenia.

14. Apresentar vantagens e desvantagens do inacabamento humano.

Conceitos-chave: ADN, gene, cromossoma, hereditariedade específica, hereditariedade individual, genótipo, fenótipo, preformismo, epigénese, filogénese, ontogénese, neotenia, inacabamento.

SALVADOR DALÍ, O nascimento do Homem Geopolítico, São Petersburgo, Estados Unidos da América.