Índice de Cidades Verdes da América Latina

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Índice de Cidades Verdes da América Latina Avaliando o desempenho ambiental das principais cidades da América Latina Projeto de pesquisa realizado pela Economist Intelligence Unit, patrocinado pela Siemens

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Page 1: Índice de Cidades Verdes da América Latina

Índice de Cidades Verdes da América Latina

Avaliando o desempenho ambiental das principais cidades da América Latina

Projeto de pesquisa realizado pela Economist Intelligence Unit, patrocinado pela Siemens

Page 2: Índice de Cidades Verdes da América Latina

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Índice

2 3

Índice

018 Gerenciando a cidade como um “organismo vivo”Entrevista com Nicholas You, especialista em meio ambienteurbano

020 Projetos exemplares020 Energia e CO2

São Paulo: Colhendo metano para produção de energia da cidade

021 Uso do solo e prédiosBuenos Aires: Dando exemplo com os prédios públicos Quito: Tudo é motivo para plantar uma árvore

022 TransporteTrânsito Rápido de Ônibus: de Curitiba a Bogotá Buenos Aires: aproximando tudo

004 Painel de consultores especialistas

006 Introdução

008 Resultados

010 Principais descobertas gerais

014 Principais descobertas por categoria

014 Energia e CO2

014 Uso do solo e prédios015 Transporte015 Resíduos015 Água016 Saneamento básico016 Qualidade do ar017 Governança ambiental

Rio de Janeiro, Brasil

São Paulo, Brasil

Belo Horizonte, Brasil

Brasília, Brasil

Curitiba, Brasil

Porto Alegre, Brasil

Montevidéu, UruguaiBuenos Aires, Argentina

Santiago, Chile

Lima, Peru

Bogotá, Colômbia

Quito, Equador

Medellín, Colômbia

Cidade do México

Monterrey, México

Guadalajara, México

Puebla, México

Retrato das cidades032 Belo Horizonte036 Bogotá040 Brasília044 Buenos Aires048 Cidade do México 052 Curitiba056 Guadalajara060 Lima064 Medellín068 Monterrey072 Montevidéu076 Porto Alegre080 Puebla084 Quito088 Rio de Janeiro092 Santiago096 São Paulo

024 ResíduosPuebla: transformando resíduos em dinheiro Belo Horizonte: Uma solução benéfica para os catadores de lixo

025 ÁguaPorto Alegre: Abastecimento de água da maneira certa

026 Qualidade do arTrês abordagens para as emissões: Quito, Belo Horizonte e Porto AlegreCidade do México: a política se paga

028 Metodologia

Page 3: Índice de Cidades Verdes da América Latina

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Painel de consultores especialistas

4 5

Painel de consultores especialistas A Economist Intelligence Unit (EIU) foi assessorada por um painel de especialistas globais em

sustentabilidade ambiental urbana no desenvolvimento da metodologia para o Índice de Cidades Verdes,

incluindo o Índice de Cidades Verdes da América Latina e os próximos índices em outras regiões.

A EIU gostaria de agradecer ao painel pelo tempo dedicado ao trabalho e valiosas contribuições.

Brunella BoselliEstatística da Divisão Regional dePolítica do Desenvolvimento Organização para a Cooperação eDesenvolvimento Econômico(OCDE)

Brunella Boselli trabalha na Divisão

Regional de Política do Desenvolvi-

mento da OCDE. Ela é responsável

pelas estatísticas regionais e uma das

autoras da importante publicação da

OCDE, “Um olhar sobre as Regiões“.

Recentemente, desenvolveu a Base de

Dados Metropolitanos da OCDE, que

contém informações socioeconômicas

de 82 áreas metropolitanas e atual -

mente trabalha em uma nova definição

territorial da OCDE para as regiões

metropolitanas.

Gordon McGranahanLíder do Grupo de AssentamentosHumanos Instituto Internacional deDesenvolvimento Ambiental

Gordon McGranahan dirige atualmente

o Grupo de Assentamentos Humanos

do Instituto Internacional de Desen -

volvimento Ambiental. Economista,

passou a década de 1990 no Instituto

Ambiental de Estocolmo, sendo

responsável pelo Programa de Meio

Ambiente Urbano. Trabalha em uma

variedade de questões ambientais,

com ênfase no combate à pobreza e

problemas ambientais domésticos e em

seus arredores.

Outro foco de seu trabalho é a maneira

como a escala crítica de problemas

am bientais urbanos muda quando a

cidade se torna mais rica. Suas

principais publicações incluem:

“Os Cidadãos em Risco: do saneamento

básico urbano às cidades sustentáveis"

e “A maré que sobe: avaliando os riscos

das mudanças climáticas e

assentamentos humanos em zonas

costeiras de baixa altitude”. Ele foi o

principal autor do capítulo sobre

sistemas urbanos na Avaliação do

Ecossistema do Milênio.

Mary Jane C. OrtegaSecretária-geralCITYNET

Mary Jane C. Ortega é ex-prefeita da

cidade de San Fernando, nas Filipinas,

e ocupou o cargo de 1998 a 2007.

Atualmente é a secretária-geral da

CITYNET, uma rede de 119 cidades-

chave e organizações não governamen-

tais (ONGs) que trabalham para

melhorar as condições de vida dos

assentamentos humanos na região da

Ásia e do Pacífico. Ela foi eleita por mais

de uma vez presidente regional da

Associação de Gestão de Resíduos

Sólidos das Filipinas. Foi membro do

comitê executivo do Conselho

Consultivo de Autoridades Locais para

as Nações Unidas (UNACLA) de 2000 a

2007. Ela recebeu o Pergaminho da

ONU-Habitat como Prêmio de Honra

em 2000.

Hiroaki SuzukiEspecialista-chefe urbano e líderda Equipe Eco2 Departamento Corporativo deFinanças, Economia e UrbanizaçãoBanco Mundial

Hiroaki Suzuki tem mais de 20 anos de

experiência operacional no setor de

infraestrutura e no setor público do

Banco Mundial. Tendo trabalhado na

Ásia Oriental e na Região do Pacífico,

como líder do setor urbano na Ásia

Oriental e coordenador do setor urbano

na China durante os últimos cinco

anos, ele juntou-se ao Departamento

Corporativo de Finanças, Economia e

Urbanização do Banco Mundial em

2009, como especialista-chefe urbano

e líder da Equipe Eco2. É o principal

autor de “Cidades Eco2: Cidades

Ecológicas como Cidades Econômicas”

(www.worldbank.org/eco2).

Pablo VaggioneFundador, Design ConvergenceUrbanism

Pablo Vaggione é urbanista profissional

com mais de 15 anos de experiência.

Sua abordagem multissetorial e

multidisciplinar propicia às cidades e

aos atores do desenvolvimento urbano

planos integrados, estratégicos e

práticos para responder aos desafios da

urbanização sustentável. Ele tem

profunda experiência internacional,

tendo trabalhado na Ásia, Europa,

América Latina e América do Norte, na

preparação de estratégias municipais,

planos para restauração de áreas

urbanas históricas e projetos de

desenvolvimento sustentável para

novos distritos. Forneceu consultoria

científica em questões urbanas a

inúmeras organizações, inclusive ao

Instituto Lincoln de Política do Solo,

Prefeituras pela Sustentabilidade e

Instituto de Tecnologia de Tóquio, bem

como a diversos governos locais e

grupos de investidores. Em 2007, seu

trabalho em Madri rendeu-lhe o Prêmio

de Liderança Mundial. Entre 2007 e

2010, ele atuou como secretário-geral

da Sociedade Internacional de

Planejadores Urbanos e Regionais

(ISOCARP), uma organização pro -

fissional de planejadores de 70 países.

Sebastian VeitEconomista sênior para o Clima Banco de Desenvolvimento daÁfrica

Sebastian Veit é economista sênior

para o Clima no Banco de Desenvolvi-

mento da África, na Tunísia. Na

organização, ele focou no crescimento

de estratégias verdes na África e em

questões de energia renovável. Em

2007, foi consultor da Convenção das

Nações Unidas sobre Mudanças

Climáticas e, de 2004 a 2007, foi

consultor do Banco Mundial em

Washington DC, onde se especializou

em energia e água.

David WilkEspecialista-chefe em MudançasClimáticas, Energia Sustentável eUnidade de Mudanças Climáticas Banco Interamericano deDesenvolvimento

David Wilk ingressou no Banco

Interamericano de Desenvolvimento no

início de 2001 como especialista sênior

em meio ambiente urbano. Sua

experiência profissional na América

Latina e no Caribe durante a década de

1990 incluiu uma variedade de

atividades de gestão e consultoria com

o Banco Mundial, organizações

internacionais e empresas de

consultoria. Seu trabalho com essas

organizações foi nas áreas de uso do

solo e planejamento ambiental, gestão

de bacias hidrográficas, transporte

urbano sustentável e avaliação

ambiental dos projetos de desenvolvi-

mento e infraestrutura.

Nicholas YouPresidente do Comitê deCoordenação da Campanha UrbanaMundial da ONU-Habitat

Nicholas You é presidente, entre muitas

outras entidades, da Comissão de

Cidades e Mudanças Climáticas do

Conselho do Futuro do Mundo e do

Grupo de Garantia da Iniciativa de

Infraestrutura Urbana do Conselho

Mundial de Negócios para o

Desenvolvimento Sustentável. Após

executar o Programa de Melhores

Práticas e Liderança Local da ONU-

Habitat por mais de uma década, foi

nomeado assessor especial para

política e planejamento estratégico da

agência. De 2007 a 2009, ele liderou o

desenvolvimento e a implantação de

um plano de gestão estratégica e

institucional da ONU-Habitat. Em

janeiro de 2009, foi convidado a

comandar uma campanha global sobre

“Melhores Cidades, Vida Melhor“. Após

sua aposentadoria da ONU, em julho de

2010, cerca de 50 parceiros que

representam instituições públicas,

privadas e da sociedade civil em todo o

mundo o elegeram como presidente do

Comitê de Coordenação da Campanha

Urbana Mundial da ONU-Habitat.

Page 4: Índice de Cidades Verdes da América Latina

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Introdução

6 7

Introdução

grande parte desse quebra-cabeça integrado.Como exemplo, a expansão urbana põe imensapressão na infraestrutura existente, com impli-cações para os prédios, o transporte público, asmalhas viárias, a qualidade e o acesso à água, acoleta de resíduos e o saneamento básico. Ocaminho de menor resistência ao desenvolvi-mento, entretanto, é geralmente ao longo dasrodovias existentes, o que incentiva os residen-tes a usarem carros particulares, e contribui paraa deterioração da qualidade do ar. A governançaambiental também tem sido afetada, conformeas cidades em crescimento atravessam váriasjurisdições municipais. ‘ O Índice de Cidades Verdes da América Lati-na, um estudo da Economist Intelligence Unit(EIU), patrocinado pela Siemens, busca medir eavaliar o desempenho ambiental das 17 maiorescidades latino-americanas considerando diver-sos critérios. Este relatório apresenta as princi-pais descobertas e os destaques do Índice e des-tina-se a propiciar aos stakeholders uma ferra -

Os desafios ambientais rurais da América Lati-na, tais como o desmatamento da Amazô-

nia, recebem frequentemente muita atenção damídia, de ambientalistas e de outros observado-res ao redor do mundo. Embora essas questõescertamente sejam vitais, preocupações ambien-tais urbanas como congestionamento do tráfe-go, políticas do uso do solo, descarte de resíduose qualidade do ar são mais imediatas para a maio-ria dos residentes da América Latina, simples-mente porque 81% da população já vive nas cida-des. De acordo com a Divisão Populacional dasNações Unidas, a América Latina é a região maisurbanizada no mundo em desenvolvimento. Já émais urbanizada, inclusive, do que diversos paí-ses já desenvolvidos. E o percentual da popula-ção que vive em cidades latino-americanas deve-rá crescer ainda mais. Até 2030, deverá chegar a86%, acompanhando a Europa Ocidental.‘ O rápido aumento da população das cidadestem suas implicações econômicas, políticas esociais, e as considerações ambientais são uma

O desafio da rápida urbanização

menta diferenciada para ajudar as cidades lati-no-americanas a aprenderem umas com asoutras, a fim de melhor tratarem dos desafiosambientais co muns que enfrentam. ‘ O relatório está dividido em cinco partes. Pri-meiro, ele examina as principais descobertascomo um todo, inclusive uma análise profundade Curitiba, a líder regional. Segundo, ele exa-mina as principais descobertas de cada uma dasoito categorias do Índice – energia e CO2, uso dosolo e prédios, transporte, resíduos, água, sa -nea mento básico, qualidade do ar e governançaambiental. Terceiro, o relatório apresenta umavariedade das principais ideias sobre as melho-res práticas de toda a região. Quarto, ele forne-ce uma descrição detalhada da metodologia uti-lizada para criar o Índice. Por último, apresentaum perfil em profundidade para cada cidade edestaca seus principais pontos e iniciativas am -bientais. Esses perfis constituem a maior partedo relatório, pois o objetivo do estudo é compar-tilhar experiências.

O que o Índice avalia: verificando as percepções comuns

As 17 cidades selecionadas para o Índice de Cidades Verdes da América Latina

incluem a maioria das principais áreas urbanas latino-americanas. Foram escolhi-

das tanto as capitais desses países como determinadas capitais líderes em negó-

cios devido a seu porte e importância. As cidades foram selecionadas de maneira

independente, não levando em conta pedidos dos governos municipais para in-

cluí-las, a fim de valorizar a credibilidade e comparabilidade do Índice. Outro fator

decisivo da seleção foi a disponibilidade de dados.

A metodologia, descrita em detalhe em uma seção separada deste relatório,

foi desenvolvida pela EIU em cooperação com a Siemens. Ela conta com a especia-

lização das duas organizações, o apoio de um grupo de especialistas externos e a

experiência do ano anterior durante a produção do Índice de Cidades Verdes da

Europa. Um dos principais pontos fortes do Índice de Cidades Verdes da América

Latina é a amplitude das informações utilizadas. Há 31 indicadores individuais

para cada cidade, os quais, em geral, são baseados em diversos pontos de dados.

O valor também advém de como o Índice está apresentado. Cada cidade é avalia-

da em oito categorias e colocada em uma faixa de desempenho para indicar seus

resultados relativos. O processo é transparente, consistente, reproduzível e revela

as fontes das melhores práticas.

Em uma primeira análise, alguns dos resultados do Índice podem surpreender.

São Paulo, por exemplo, cidade com reputação de congestionamento crônico no

tráfego e vasto crescimento urbano desordenado, está classificada como acima da

média de maneira global. No entanto, Buenos Aires e Montevidéu, duas cidades

agradáveis e lindas, têm desempenho geral abaixo da média. Nem o Índice nem

essas percepções comuns estão errados – eles se baseiam em informações dife-

rentes. A percepção das cidades é baseada em observações subjetivas sobre a qua-

lidade de vida, incluindo fatores como beleza arquitetônica e existência de institui-

ções de lazer ou culturais. A percepção ambiental dos residentes – o que não é

nenhuma surpresa – tende a focar em questões altamente problemáticas e visí-

veis, tais como congestionamento do tráfego, resíduos não coletados, ar ou rios

poluídos. O Índice, por outro lado, mede o desempenho ambiental em oito cate-

gorias – energia e CO2, uso do solo e prédios, transporte, resíduos, água, sanea-

mento básico, qualidade do ar e governança ambiental – e dá um peso igual a

cada uma delas. O Índice também avalia políticas, que são um reflexo do compro-

misso das cidades para reduzir seu futuro impacto ambiental. Em geral, o público

leva muitos anos para reconhecer os efeitos das novas políticas. Como exemplo,

temos o desempenho da Cidade do México no Índice. A cidade é mais conhecida

por seus pontos fracos, como a baixa qualidade do ar, do que por aspectos positi-

vos como suas políticas de transporte, e menos ainda por suas políticas avançadas

em prédios ecológicos. Assim, alguns poderiam esperar que ela tivesse um mau

desempenho geral. O Índice, no entanto, leva a uma perspectiva diferente.

Page 5: Índice de Cidades Verdes da América Latina

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Resultados

8 9

Resultados

Resultado por Categoria

Bem abaixo da

média

Abaixo damédia

Média Acima damédia

Bem acima da

média

Santiago Guadalajara

Medellín

Montevidéu

Porto Alegre

Puebla

Belo Horizonte

Brasília

Buenos Aires

Lima

Monterrey

Quito

Bogotá

Curitiba

Cidade

do México

Rio de Janeiro

São Paulo

Energia e CO2

Bem abaixo da

média

Abaixo damédia

Média Acima damédia

Bem acima da

média

Lima

Montevidéu

Medellín

Quito

Brasília

Buenos Aires

Curitiba

Guadalajara

Monterrey

Porto Alegre

Puebla

Santiago

Belo Horizonte

Bogotá

Cidade

do México

Rio de Janeiro

São Paulo

Uso do solo e prédios

Bem abaixo da

média

Abaixo damédia

Média Acima damédia

Bem acima da

média

Brasília Guadalajara

Monterrey

Porto Alegre

Puebla

Belo Horizonte

Buenos Aires

Lima

Medellín

Montevidéu

Rio de Janeiro

Bogotá

Curitiba

Cidade

do México

Quito

São Paulo

Santiago

Transporte

Bem abaixo da

média

Abaixo damédia

Média Acima damédia

Bem acima da

média

Brasília Belo Horizonte

Buenos Aires

Lima

Medellín

Montevidéu

Guadalajara

Cidade

do México

Rio de Janeiro

Bogotá

Monterrey

Porto Alegre

Puebla

Quito

Santiago

São Paulo

Curitiba

Resíduos

Bem abaixo da

média

Abaixo damédia

Média Acima damédia

Bem acima da

média

Buenos Aires

Guadalajara

Lima

Montevidéu

Rio de Janeiro

Medellín

Cidade

do México

Porto Alegre

Puebla

Quito

Belo Horizonte

Bogotá

Brasília

Curitiba

Monterrey

Santiago

São Paulo

Água

Bem abaixo da

média

Abaixo damédia

Média Acima damédia

Bem acima da

média

Bogotá

Buenos Aires

Guadalajara

Lima

Cidade

do México

Montevidéu

Quito

Belo Horizonte

Porto Alegre

Puebla

Rio de Janeiro

Brasília

Curitiba

Monterrey

Santiago

São Paulo

Medellín

Saneamento básico

Bem abaixo da

média

Abaixo damédia

Média Acima damédia

Bem acima da

média

Bogotá

Buenos Aires

Lima

Cidade

do México

Monterrey

Montevidéu

Guadalajara

Porto Alegre

Puebla

Rio de Janeiro

Santiago

São Paulo

Belo Horizonte

Brasília

Medellín

Quito

Curitiba

Qualidade do ar

Bem abaixo da

média

Abaixo damédia

Média Acima damédia

Bem acima da

média

Guadalajara Belo Horizonte

Lima

Monterrey

Porto Alegre

Buenos Aires

Medellín

Puebla

Quito

Santiago

São Paulo

Bogotá

Brasília

Curitiba

Montevidéu

Cidade

do México

Rio de Janeiro

Governança ambiental

Bem abaixo da

média

Abaixo damédia

Média Acima damédia

Bem acima da

média

Resultado Geral

Guadalajara

Lima

Buenos Aires

Montevidéu

Medellín

Cidade

do México

Monterrey

Porto Alegre

Puebla

Quito

Santiago

Belo Horizonte

Bogotá

Brasília

Rio de Janeiro

São Paulo

Curitiba

Aqui estão os resultados completos para as 17 cidades no Índice deCidades Verdes da América Latina, inclusive o resultado geral e a classi-

ficação nas oito categorias individuais. As cidades foram divididas em cincofaixas de desempenho, de bem abaixo da média a bem acima da média.

Page 6: Índice de Cidades Verdes da América Latina

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Principais descobertas gerais

10 11

Principais descobertas gerais

1.790 residências no assentamento informal“Vila Zumbi dos Palmares”, localizado às mar-gens de uma das principais fontes de água dacidade. O motivo-chave para o extraordináriodesempenho de Curitiba é seu longo históricoem adotar uma abordagem holística em relaçãoao meio ambiente, o que, como demonstra oÍndice e os especialistas confirmam, é poucousual no restante da região. Já no início da déca-da de 1960, enfrentando rápido crescimentodemográfico, as autoridades municipais implan-taram propostas para reduzir o crescimentourbano desordenado, criar áreas para pedestrese fornecer transporte rápido e eficaz, de baixocusto. O BRT da cidade, desde então, tornou-seum modelo para diversas cidades latino-ameri-canas. Na década de 1980, o plano urbanoenvolvia iniciativas integradas que tratavam dequestões como a criação de áreas verdes, reci-clagem e manejo de resíduos e saneamentobásico. Este planejamento integrado permiteum bom desempenho em uma área ambientalpara criar benefícios em outras: parte do motivode Curitiba estar situada bem acima da médiaem qualidade do ar é o transporte público bem-sucedido; e seu desempenho em cada categoriaestá conectado à abordagem holística. A estra-

Curitiba: uma categoria à parte

Curitiba, uma pioneira em sustentabilidade delonga data na região, é a líder inconteste do Índi-ce. O berço do sistema de “trânsito rápido deônibus” (BRT – Bus Rapid Transit, em inglês) e aprimeira cidade com ruas exclusivas para pedes-tres, Curitiba é a única do Índice a se classificarbem acima da média global. Ela alcança essa dis-tinção exclusiva em duas categorias individuais,qualidade do ar e resíduos, e está acima damédia em cinco outras. A supervisão ambientalda cidade também é consistentemente forte e,além disso, com apenas algumas poucas exce-ções, está entre as melhores políticas em cadacategoria. Desde 2009, por exemplo, a autorida-de ambiental da cidade tem realizado um estudocontínuo sobre a taxa de absorção de CO2 nosespaços verdes de Curitiba, bem como avaliadoas emissões totais de CO2 na cidade. Está traba-lhando para realocar os que vivem em assenta-mentos informais para habitação de baixo custo– onde saneamento básico, coleta de resíduos eágua são mais fáceis de serem fornecidos. Aempresa estadual de recursos hídricos que fun-ciona em Curitiba também ampliou os serviçosde conexão de água e esgoto para todas as

tégia da cidade recebeu elogios dos estudiosos,inclusive de Nicholas You, especialista em meioambiente urbano (veja entrevista mais adianteneste relatório). Além disso, a preocupação comas questões ambientais tornou-se parte da iden-tidade dos cidadãos como em cidades comoCopenhague e Estocolmo, que lideraram o Índi-ce de Cidades Verdes da Europa. Os políticos emCuritiba não podem simplesmente reagir às cri-ses ambientais imediatas; o público espera queeles olhem para o futuro.

Cidades brasileiras: liderando ocaminho em matéria de políticas

Cinco das seis cidades que terminaram acima damédia ou bem acima da média geral no Índicesão do Brasil: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba,Rio de Janeiro e São Paulo. Embora as cidadestenham uma parcela muito alta de energia dehidrelétricas, o que lhes dá a vantagem dodesempenho em energia e CO2, em geral elasnão têm outros pontos fortes em particular. Odesempenho individual varia bastante dentrodas categorias. O melhor exemplo disso está nacategoria de resíduos, em que Curitiba está bemacima da média e Brasília, bastante abaixo.

No entanto, há um ponto primordial comumentre as cidades brasileiras, inclusive Porto Ale-gre: políticas ambientais sólidas. Essa questãoestá muito clara quando os indicadores quanti-tativos são retirados da análise. Cinco das seiscidades brasileiras têm melhor desempenhoquando somente os indicadores da política sãoavaliados. São Paulo, por exemplo, tem um dosplanos de ação para mudanças climáticas maissólidos no Índice. Belo Horizonte apresenta bomdesempenho com suas políticas de prédios eco-lógicos e qualidades da água e do ar, enquanto oRio de Janeiro se destaca por suas políticas deenergia limpa. A exceção é Brasília, que cai deacima da média para média geral quandosomente os indicadores de política são levadosem consideração, principalmente porque ela seclassifica muito bem em determinados indicado-res quantitativos, tais como a quantidade deáguas residuais tratadas, os espaços verdes porpessoa e as concentrações médias diárias depoluição do ar. Mesmo assim, Brasília demons-tra boa performance para os regulamentossobre o crescimento urbano desordenado e aproteção dos espaços verdes.

Esta solidez comum não é surpresa para osespecialistas. A preocupação do Brasil com a

política ambiental vem de longa data. O Artigo23 da Constituição Federal de 1988, por exem-plo, concedeu aos municípios poderes para, emconjunto com os governos nacional e estadual,“proteger o meio ambiente e combater a polui-ção em qualquer de suas formas", e “promover(...) a melhoria das condições habitacionais e desaneamento básico”. Três anos mais tarde, em1991, o Rio de Janeiro foi o anfitrião da PrimeiraCúpula da Terra e o País criou seu MinistérioNacional do Meio Ambiente. Desde então, asquestões ambientais têm recebido prioridadepolítica crescente nas cidades brasileiras. Issonão significa soluções instantâneas, visíveispara desafios de longo prazo: muitas das ques-tões ambientais podem levar décadas paraserem atendidas. Não obstante, é uma indica-ção de um desempenho mais forte e atual, bemcomo uma indicação de possíveis melhoriasfuturas na situação no solo.

Desempenho ambiental e renda: o elo perdido na América Latina

Uma descoberta surpreendente surgiu ao exa-minar os resultados globais: não há um relacio-namento claro entre o desempenho ambiental

geral e a renda de cada cidade no Índice, defini-do como a média do PIB per capita (veja o gráfi-co a seguir). Por exemplo, a renda média paraCuritiba, que foi classificada como bem acima damédia no Índice geral, está dentro dos 15% dascifras de renda para três outras cidades comdesempenhos largamente distintos: Rio deJaneiro (acima da média), Porto Alegre (média)e Guadalajara (bem abaixo da média). Ao con-trário do que foi levantado em estudos similaresda EIU em outras regiões, inclusive no Índice deCidades Verdes da Europa e na pesquisa inicialque está sendo realizada na Ásia, não houveligação entre desempenho ambiental e o PIB porpessoa. Esses estudos envolvem cidades comuma faixa de renda mais ampla do que o Índiceda América Latina, porém isso não explica aausência de um elo entre o PIB e os resultadosambientais: em outros estudos, a correlaçãoestá clara mesmo que só para essas cidades quese situam na faixa menor de renda da AméricaLatina.

Os latino-americanos não suspenderam to -talmente as leis da economia, como frisa o pro-fessor Roberto Sánchez-Rodríguez, da Universi-dade da Califórnia e especialista em questõesambientais urbanas. “As cidades mais ricas têm

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Índice de Cidades Verdes da América Latina | Principais descobertas gerais

entre riqueza e desempenho ambiental. Issosugere que algum outro aspecto esteja impedin-do as cidades mais ricas de usarem somentedinheiro para melhorarem seus resultados am -bientais.

Um problema de cada vez: embusca de uma abordagem holística

Grande parte da resposta da falta de clareza naquestão da renda da América Latina está emcomo as cidades responderam ao crescimentodemográfico rápido e ao resultante crescimentourbano desordenado. A área metropolitana daCidade do México, por exemplo, passou de cercade 11 milhões para 18 milhões de pessoas entre1975 e 2000. De maneira semelhante, entre1970 e 1990, a população da área metropolita-na de São Paulo expandiu quase 90%, de 8,1milhões para 15,4 milhões. As cidades de portemédio estão enfrentando crescimento menorem números absolutos, mas ainda assim apare-cem aumentos percentuais significativos. Me -dellín cresceu cerca de 16%, passando a 3,5 mil hões, no mesmo período. É claro que o cres -ci mento desordenado ocorreu em seguida. Porexemplo, a ONU-Habitat relata que Guadalajaracresceu mais de 65% em área entre 1990 e 2006

– uma taxa média anual de 3,2% ou aproxima-damente 1,5 vez mais rápido do que sua popula-ção crescia durante o mesmo período. Emdecorrência disso, as autoridades estão tentan-do adequar-se. Mesmo as cidades mais ricas ten-dem a fixar-se nos problemas mais imediatossomente quando há uma demanda política fortepor uma solução, em vez de se envolverem emações abrangentes ou planejamento antecipa-do. “Até que haja algum tipo de crise – pode seruma crise política devido aos protestos ou por-que uma agência não tem como fornecer umdeterminado serviço ou fica sem dinheiro – asquestões ambientais não estão posicionadas notopo da lista de prioridades e muito pouco éfeito”, diz o professor Alan Gilbert da UniversityCollege de Londres, especialista em urbanizaçãoe meio ambiente latino-americanos. Essa abor-dagem de solução de problemas significa quedeterminadas áreas em especial são ignoradas.Na prática, diz ele, essa abordagem demonstraque quando se trata de questões como sanea-mento básico, por exemplo, um sistema deesgotos terá prioridade ao tratamento de águasresiduais.

Essa abordagem ad hoc se torna clara emoutra descoberta surpreendente no Índice – agrande variedade do desempenho por categoria

das cidades. Doze das 17 cidades tinham pelomenos uma pontuação acima da média e umaabaixo da média na classificação por categorias.As outras variaram entre média e bem acima oubem abaixo. Duas cidades, Santiago e Cidade doMéxico, até aparecem pelo menos uma vez emcada faixa. O professor Gilbert também obser-vou essa tendência. “A dificuldade reside em quetodas elas estão com resultados distintos nosdiferentes critérios”, disse ele.

O crescimento urbano desordenado tambémimpôs limites às opções das políticas. Conformedetalhado no gráfico e no perfil das cidades, onúmero de veículos tem efeito negativo não sóno transporte, mas também na qualidade do are nas emissões de gases estufa. As dimensõesde determinadas cidades latino-americanas fize-ram com que algumas autoridades ficassemmuito relutantes em atacar o uso de veículos. Defato, a maneira como as cidades são organiza-das tem promovido interesses econômicos e ati-tudes culturais altamente favoráveis ao automó-vel. Quando o prefeito de Bogotá implantou osistema BRT há alguns anos, ele enfrentou umagreve de motoristas de táxi e, após introduziroutros regulamentos restringindo automóveis,quase sofreu um impeachment. Outra conse-quência do crescimento urbano desordenado é

que muitas das cidades maiores cresceram de talforma que atravessam diversas jurisdiçõesmunicipais, com governos locais diferentes,algumas vezes nas mãos de partidos políticosopostos. O professor Sánchez-Rodríguez explicaque é difícil juntar esses stakeholders ou mesmofazer com que concordem em uma visão co -mum para a cidade. Assim sendo, não é só com-plicado ir além da solução dos problemas locaisimediatos, mas é mais difícil ainda acessar recur-sos econômicos da cidade toda.

Olhando para o futuro, os desafios ambien-tais das áreas urbanas latino-americanas cresce-rão. Os especialistas preveem que as cidades,especialmente as de porte médio, aumentarãoem termos de população e área. Esse novo espa-ço urbano já está avançando em solo ambiental-mente marginal. A infraestrutura ficará sobpressão cada vez maior das populações crescen-tes e dos efeitos meteorológicos das mudançasclimáticas, inclusive enchentes, secas e tempes-tades. Além disso, o crescimento das cidadesfora da estrutura formal de planejamento tam-bém continuará. Tratar desses desafios exigiráuma visão ampla, de longo prazo, e é intençãodeste relatório apresentar exemplos de estraté-gias e boas práticas que ajudarão as cidadesrumo à sustentabilidade do meio ambiente.

Desempenho ambiental e renda: o elo que falta na América Latina

18,000

16,000

14,000

12,000

10,000

8,000

6,000

4,000

2,000

0

Renda média da cidade (PIB por pessoa em US$) por faixa de desempenho geral

Bem acima damédia

Acima damédia

Média Abaixo daMédia

BemAbaixo da

Média

Geral

mais recursos. Com renda crescente, há a ten-dência da população tornar-se mais conscientesobre as questões ambientais e considerá-lasimportantes”, diz ele. Ter mais renda pode signi-ficar o efeito oposto em alguns casos também.Quando cidadãos mais ricos compram mais car-

ros, por exemplo, o desempenho am biental dacidade tende a diminuir. Nas cidades maispobres, sem infraestrutura básica, não há dúvi-da também que o dinheiro poderia resolveralguns problemas ambientais. O Índice, no en -tan to, indica um relacionamento pouco claro

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Índice de Cidades Verdes da América Latina | Principais descobertas por categoria

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Principais descobertas por categoria

‘ Somente sete dos 17 departamentos do meioambiente têm as questões de energia em suaárea de atuação ambiental, e apenas dez têmmudanças climáticas. Algumas vezes a sobrepo-sição de jurisdição é a razão. No México, porexemplo, os governos estaduais orientam a maiorparte da política ambiental nos municípios; ‘ Em geral, as cidades com os percentuais maiselevados de energia renovável tendem a ter asmais fracas políticas de mudança climática. Dasnove cidades com mais de 80% de energia reno-vável, somente três se classificam acima damédia nesta categoria do Índice. O desempenhode São Paulo, por outro lado, é resultante dacombinação de energia renovável com sólidaspolíticas de energia limpa e forte plano de ação arespeito de mudanças climáticas.

Uso do solo e prédios

O Índice sugere que as cidades latino-america-nas tentam preservar com mais afinco os espa-ços urbanos verdes existentes do que criarnovos. No entanto, elas têm uma atuação piorna criação de prédios que respeitem o meioambiente. O crescimento populacional abran-

Energia e CO2

A categoria de energia e CO2 só leva em contaemissões do consumo de eletricidade, devido àfalta de dados confiáveis sobre o consumo geralenergético por cidade. Consequentemente, ascidades latino-americanas do Índice tendem aestar bem classificadas em relação às emissõesde CO2, pois muitas delas dependem muito daenergia hidrelétrica. Essa vantagem, no entan-to, parece reduzir seu foco a respeito das políti-cas de redução de emissões. ‘ Nove das 17 cidades obtêm mais de 80% desua energia elétrica de fontes renováveis. SãoPaulo, por exemplo, depende inteiramente daenergia hidrelétrica e não apresenta emissõesde gases estufa da produção de eletricidade,contribuindo para seu desempenho bem acimada média nesta categoria; ‘ Inversamente, quatro das cidades não têmnenhum plano de ação para mudanças climáti-cas. Os planos de cinco outras cobrem as emis-sões de gases de efeito estufa de somente umaatividade específica, tal como transporte, semtratar de outras áreas como energia, prédios ouresíduos;

gente pode influenciar em ambos os casos. Ocrescimento urbano desordenado, especial-mente de assentamentos informais, torna a pro-teção dos espaços verdes um imperativo políti-co. Porém, a necessidade de abrigar tantaspessoas torna as normas de construção proble-máticas.‘ Políticas sobre espaços verdes estão ampla-mente disseminadas. Todas as 17 cidades têmpelo menos algum tipo de proteção dos espaçosverdes e de áreas ambientalmente sensíveis.Todas, exceto uma, tentam de alguma formaparar o crescimento urbano desordenado; ‘ A continuação do crescimento dessas cida-des, incluindo a frequente ocupação por assen-tamentos informais em áreas ambientalmentesensíveis, entretanto, sugere que essas políticas,embora necessárias, nem sempre são eficazes; ‘ Somente nove cidades têm padrões comple-tos ou parciais para prédios ecológicos. Apenascinco têm regulamentos completos em vigorpara motivar as residências e negócios a dimi-nuir a utilização de energia. Somente quatrodelas promovem a conscientização total doscidadãos sobre as formas de melhorar a eficiên-cia energética predial;

‘ Os planos de ação para mudanças climáticastratam das questões de energia e emissões emprédios em apenas cinco cidades.

Transporte

Muitas cidades latino-americanas estabelece-ram com sucesso sistemas abrangentes de trans-porte público. No entanto, elas tiveram bomdesempenho no desafio de sensibilizar as pes-soas a não usarem seus carros. Mas esses esfor-ços são necessários para cuidar da cultura pro-fundamente enraizada do transporte individual. ‘ As considerações envolvendo custos molda-ram as redes de transporte público da região.Devemos frisar que Curitiba foi o berço do siste-ma de “trânsito rápido de ônibus” (BRT), e amaioria das cidades atualmente os têm ou osestá construindo. Além disso, as cidades comdensidade populacional mais elevada, onde ossistemas são mais fáceis de estabelecer e commaior relação custo/benefício, tendem a terredes mais longas. Mesmo assim, somente oitocidades no Índice têm políticas abrangentes detransporte de massa ou precificação bem inte-grada;

‘ As políticas para redução do número de car-ros nas ruas são raras. Apenas duas cidades têmesquemas de estacionamento e utilização detransporte público. Atualmente, nenhuma delastem pistas para carros com mais de um passagei-ro. Somente Santiago, que se classificou bemacima da média nesta categoria, tem cobrançapor congestionamento; ‘ Redes abrangentes de transporte público sãoapenas parte da solução para reduzir a depen-dência dos carros. O Índice indica que o númerode veículos por pessoa na cidade sobe como arenda per capita, independentemente da quali-dade ou das dimensões do sistema de transpor-te público.

Resíduos

As cidades no Índice se classificam bem no que éessencial para o descarte de resíduos. De acordocom os dados oficiais, 14 cidades coletam e des-cartam mais de 95% dos resíduos e, para oitocidades, o percentual é 100%. A média geral,considerando todas as 17 cidades, é de 96%. Aaparente universalidade da coleta de resíduossugere que, em muitos casos, os resíduos gera-

dos pelos residentes de assentamentos infor-mais não são contabilizados nesses números.Não obstante, as cidades se saem bem na coletados resíduos de distritos reconhecidos. ‘ Os resíduos gerados por pessoa, uma médiade 465 kg por ano, são notadamente inferioresao número do Índice de Cidades Verdes da Euro-pa do ano anterior, que está em 511 kg ao ano; ‘ Uma vez ultrapassada a previsão da coletabásica de resíduos, surge um divisor. A maioriadas cidades tem somente estratégias parciaispara resíduos industriais ou perigosos ou moni-toramento de descarte ilegal de resíduos; ‘ O retrato das cidades mostra amplas varia-ções quando se trata de reciclagem. Algumascidades, inclusive a líder da categoria, Curitiba,têm sistemas abrangentes e eficazes de recicla-gem. Em alguns outros casos, embora existamprogramas, eles são básicos e mínimos.

Água

As cidades geralmente levam a qualidade daágua muito a sério. Elas dão menos atenção àmanutenção da infraestrutura dos recursos hídri -cos, pois é possível passar por cima de alguns

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Índice de Cidades Verdes da América Latina | Principais descobertas por categoria

problemas desde que os residentes recebamágua limpa. ‘ 98% dos residentes das cidades do Índicetêm acesso à água potável, o que pode nãoincluir residentes de assentamentos informaisem alguns casos, mas em geral as empresas deágua têm sido atuantes ampliando os serviçospara essas áreas; ‘ A adoção de políticas e normas de monitora-ção da qualidade da água é amplamente disse-minada; ‘ A região também se classifica bem em efi-ciência. As cidades do Índice consomem emmédia 264 litros por pessoa por dia, o que ébaixo em comparação com a média europeia de288 litros por pessoa por dia. Em algumas cida-des, esse consumo baixo ocorre devido às restri-ções de fornecimento. Em outras, anos deincentivo à conservação estão dando frutos.Esses esforços são comuns e todas as cidadesestão, de alguma forma, envolvidas neles. Masalém do estímulo e dos hidrômetros, que estãopresentes em 13 das 17 cidades, são raras asmedidas mais concretas de eficiência; ‘ Por outro lado, o número de vazamentos éelevado, a uma média de 35%. Surpreendente-mente, as taxas de vazamento nas cidades não

se correlacionam com o PIB per capita e, portan-to, presumivelmente, com os orçamentos parainfraestrutura. É possível que os elevados núme-ros sejam um reflexo da utilização não reguladada água pelos residentes de assentamentosinformais. Além disso, com poucas exceçõesobserváveis, a maioria das cidades do Índice nãoenfrenta altos níveis de escassez de água, assimsendo os vazamentos podem não ser percebidoscomo uma questão emergencial.

Saneamento básico

A região vê uma nítida divisão entre o forneci-mento de serviços de saneamento básico e oque as autoridades fazem com as águas resi-duais uma vez coletadas. Enquanto a falta deacesso ao saneamento básico é uma questãosocial e política, bem como ambiental, as águasresiduais bombeadas para os rios e o oceanotêm menos impacto político do que os bairrossem os serviços. ‘ Em média, 94% dos residentes das cidadesno Índice têm acesso a saneamento básico, epara 13 cidades os percentuais são de mais de90%. Embora a grande proporção possa deixarde fora alguns assentamentos informais, ela

reflete os esforços concentrados para ligar amaioria dos domicílios, geralmente incluindoaqueles em áreas reconhecidas e não reconhe-cidas; ‘ O tratamento das águas residuais, por outrolado, é muito sofrível. Em média, somente 52%das águas residuais são tratadas e oito das 17cidades tratam menos da metade de sua água.Duas nada tratam; ‘ Somente cinco cidades avaliaram o sanea-mento básico como parte da análise paramétri-ca ambiental nos últimos cinco anos. Isso signifi-ca que é a área ambiental no Índice que recebemenos exames oficiais; ‘ Parte do problema é que o tratamento daságuas residuais pode ser caro. Medellín é a únicacidade que se classificou bem acima da médiaem saneamento básico e investiu pesadamentenos últimos 15 anos.

Qualidade do ar

As cidades latino-americanas reconhecem seusproblemas bastante óbvios de qualidade do ar etêm políticas ativas para tratá-los. Não obstante,a cultura do automóvel continua sendo uma difi-culdade constante.

‘ A região se sai relativamente bem nos níveisde dióxido de enxofre – cuja principal fontegeralmente é a queima de combustível fóssilpara estações de energia, principalmente car-vão. A média diária nas cidades do Índice é de 11microgramas por metro cúbico, aproximada-mente metade da diretriz máxima da Organiza-ção Mundial da Saúde (OMS), de 20 microgra-mas. O dióxido de nitrogênio, no entanto,geralmente associado ao combustível queiman-do em motores de combustão interna, principal-mente em carros, é uma questão muito séria. Onível médio no Índice, em 38 microgramas porm³, chega de maneira preocupante perto domáximo da OMS, de 40 microgramas por m³.Este é um percentual que oito cidades igualamou ultrapassam. As partículas suspensas – comvárias fontes, incluindo poeira de estrada e pro-cessos industriais – contam uma história seme-lhante. As concentrações médias diárias, em 48microgramas por m³. estão pouco abaixo donível da OMS, de 50 microgramas. Sete cidadesultrapassam este valor. Somente cinco das 17cidades atendem a todas as três diretrizes daOMS; ‘ As cidades do Índice levam a sério a questãopor meio de políticas. Todas monitoram a quali-

dade do ar. Os códigos e a promoção da qualida-de do ar de alguma forma também são univer-sais; ‘ Muitas cidades do Índice enfrentam desafiostopográficos ou climáticos que tornam mais difí-cil melhorar a qualidade do ar; ‘ Como demonstram os perfis das cidades, noentanto, o grande problema para muitas delas éo tráfego de veículos. Aquelas com sólidas políti-cas em relação a testes de emissão em carros ecaminhões ou promoção de transporte públicotendem a se sair melhor. Curitiba está classifica-da bem acima da média e seu sistema de BRT écitado com frequência como a razão da melhorqualidade de seu ar.

Governança ambiental

As cidades do Índice têm estruturas formais degovernança ambiental em vigor, mas para algu-mas, essas políticas podem ser demasiadamen-te compelidas por outros departamentos oujurisdições sobrepostas para serem verdadeira-mente eficazes. ‘ Todas as cidades têm departamentos domeio ambiente e envolvem stakeholders, pelomenos até certo ponto, na tomada de decisões

nos projetos com importantes impactos ambien-tais. A maioria também propicia o acesso àsinformações por meio de um ponto central; ‘ Somente 11 dos 17 desses departamentosdo meio ambiente têm total capacidade paraimplantar suas próprias políticas. Apenas novemonitoram e publicam os resultados a respeitodo desempenho ambiental a cada três anos.Quatro deles não concluíram as análises para-métricas ambientais; ‘ Também existem limites sobre o que deter-minados departamentos podem fazer. Apenassete monitoram o consumo de energia em suascidades e somente dez têm mudanças climáticascomo foco de atenção; ‘ O retrato das cidades sugere que parte doproblema é o estado fracionado de muitas cida-des, com o poder dividido entre diferentes níveisdo governo, diferentes municípios ou ambos.

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Índice de Cidades Verdes da América Latina | Gerenciando a cidade como um “organismo vivo”

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Gerenciando a cidade como um “organismo vivo”

Os resultados do Índice parecemdemonstrar que a maioria das cidadeslatino-americanas trata as questõesambientais caso a caso. A exceção que senota é Curitiba, que foi a única das 17cidades a se situar bem acima da média emgeral no Índice. O que impede as outrascidades de tratar de maneira abrangenteos desafios ambientais? Há vários obstáculos, inclusive políticas de curtoprazo versus as de longo prazo, descentrali-zação e falta de delegação de poderes àsautoridades locais, além da sobreposição dejurisdições. Mas existe uma questão fundamen-tal: quem é responsável por fazer o quê? Este éum problema difundido na maior parte domundo. Todos são responsáveis por uma fatiado problema, como água, energia e transporte,porém ninguém controla o quadro geral. Osprestadores de serviço trabalham em umisolamento esplêndido, que é prejudicial à

resíduos per capita, e deixar de fora osassentamentos informais, você está deixandode lado parte do retrato da cidade. As empresasde recursos hídricos e de esgotos têm áreas deresponsabilidade distintas. Em geral, as áreas deresponsabilidade de ambas não incluem osassentamentos informais. Elas dizem correta -mente “100% de cobertura”, enquanto a cidadecomo um todo poderá cair para 70% com aces -so. Como o Índice de Cidades Verdes é compa -rativo dentro de uma região, ou seja, comparan -do cidades latino-americanas entre elas, adistor ção não será tão séria. Se compararmosentre regiões, teremos de ser um pouco maiscuidadosos.

Quais são os objetivos da ONU-Habitat emrelação à melhoria das estatísticas sobreassentamentos informais?A ONU-Habitat está tentando mostrar que osmétodos utilizados não fornecem um retratopreciso do que está acontecendo quando setrata de assentamentos informais. Levará anospara mudar a maneira como os institutos deestatística trabalham e como são colhidos osdados do censo. A questão estatística reside emcomo refinar gradualmente as técnicas para queesses problemas não deixem de ser considera-dos. Quando os dados são desagregados, porexemplo, no nível das residências ou bairros, oque a ONU-Habitat tem feito há algum tempo:começamos a ver outro retrato da realidade.Uma síndrome comum, por exemplo, é que,com frequência, confundimos proximidade comacesso. As pessoas que vivem em assentamen-tos informais podem literalmente estar vivendoao lado dos serviços de abastecimento de água,esgotos e coleta de resíduos, ou de escolas ehospitais, e ainda assim não ter acesso a essesserviços.

Podemos identificar abordagens comunsna maneira pela qual as cidades estãotratando o desafio dos assentamentosinformais? Acredito que estamos começando a ver umpadrão que favorece a modernização dosassentamentos informais ao contrário de suaremoção ou demolição. As favelas são comu -nidades com suas próprias redes sociais, cul -turais e econômicas. Grande parte do motivopelo qual as pessoas não deixam os assenta-

mentos informais é que, em termos delocalização, eles são ideais, com acesso aosempregos ou serviços que, de outra forma, elesteriam de pagar consideravelmente mais poreles. A maioria das favelas começou suaexistência localizada às margens da cidade. Ao longo do tempo, com crescimento rápido, a favela de fato se encontra localizada no meioda cidade. A remoção ou realocação é tambémpedir às pessoas que se mudem de um bairroonde passaram boa parte de sua vida, se nãosua vida inteira.

Quais as modernizações que as cidadesestão realizando?As modernizações ocorrem em diversas frentes– ligando o assentamento à malha da infra -e strutura, fornecendo coleta de resíduos, águae saneamento básico. Também há a questão dapropriedade. Na maior parte do tempo, umassentamento informal continua na informali-dade porque não está claro quem é o pro -prietário ou quem tem o direito ao pedaço deterra. Os fornecedores de serviços e a empresade água ou esgoto, por exemplo, estão muitorelutantes em entrar com infraestrutura se nãoestiver muito claro a quem pertence o imóvel.

Quais os incentivos que as cidades têmpara modernizar em vez de remover osassentamentos?As cidades que estão tentando desempenharum papel proativo atualmente estão cientesque a globalização está afetando todos, emtoda parte. Elas podem tornar- se vítimas daglobalização ou obter alguns benefícios. Ascidades proativas estão cientes que não podemter altos percentuais de sua população social -mente excluída e esperar ser uma cidade global.

Discutimos Curitiba como um bomexemplo do planejamento urbano delongo prazo, de cima para baixo. Como oplanejamento pode ser melhorado nasoutras cidades?Durante muitos anos chefiei a iniciativa demelhores práticas na ONU-Habitat e literalmen-te encontramos centenas de exemplos deinovações, novos modelos e novas tecnologias.A grande pergunta que tinha de me fazer todo otempo era “Por que essas melhores práticas nãoestão tornando-se a norma?” A única resposta

que me surgiu foi que as lições das melhorespráticas não estão sendo implementadas naelaboração de políticas ao mais alto nível. Elaspermanecem como iniciativas isoladas quepodem inspirar poucas outras cidades, mas elasnão têm necessariamente um impacto napolítica pública e, portanto, não são reproduzi-das em escala. Precisamos nos conscientizar deque há muita inovação lá fora. Como podere -mos documentar de maneira sistemática essashistórias e registrar as lições aprendidas, alémde apresentar um mecanismo de comentários e informações diretamente dentro da política? A Campanha Urbana Mundial está trabalhandoem uma iniciativa para fazer com que as cidadescontem suas histórias com uma nova per spec -tiva de “práticas vivas”. O que você está fazendohoje para procurar resolver os desafios deamanhã? Quais as inovações que estão sendotestadas? Que, que novas ferramentas estãosendo desenvolvidas?

Em geral, quais são os passos maisimportantes que as cidades na AméricaLatina e no restante do mundo têm detomar para se tornarem ambientalmentesustentáveis? Temos de levar o planejamento a sério. Eu nãoestou dizendo planejamento “setorial”, em quecada setor – água, energia, saneamento básico– planeja independentemente. Precisamosolhar para as cidades ou para a região metro -politana como um todo. As jurisdições quecompetem entre si são um dos maiores inimigosda urbanização sustentável. Você tem áreasmetropolitanas que atravessam várias juris -dições, em diversas comissões de planeja mentoe fornecedores independentes de serviços. Vocêpode estar ocupado tentando tornar sua cidademais verde, porém metade da população quedepende da sua cidade vive em outros muni -cípios e tem uma estrutura governamentaldiferente. Esses governos estão empenhadosem construir o próximo shopping center, o novocampo de golfe e o próximo exburb (áreas debaixa densidade de ocupação nos arredores dasgrandes cidades, onde se utiliza o automóvelcomo principal meio de locomoção). A cidade é um organismo vivo que precisa ser geridocomo uma entidade única, e como qualquerorganismo vivo, precisa ser desenvolvida demaneira holística.

O caminho para as cidades mais verdes, diz Nicholas You, requer repensar como gerenciá-las.

O planejamento holístico, frequentemente, sofre de uma abordagem setor a setor entre jurisdições

que competem entre si, e os elaboradores das políticas não veem a cidade como uma entidade única.

O Sr. You é presidente do Comitê de Coordenação da Campanha Urbana Mundial da ONU-Habitat, uma

plataforma para organizações privadas e públicas compartilharem políticas e ferramentas urbanas

sustentáveis. Ele também lidera várias outras iniciativas de desenvolvimento sustentável e trabalhou

no painel de especialistas que aconselhou a Economist Intelligence Unit (EIU) em relação à metodologia

para o Índice de Cidades Verdes da América Latina. Ele falou à EIU sobre os resultados do Índice, a

dificuldade de medir o impacto ambiental dos assentamentos informais e a necessidade de administrar

as cidades como “organismos vivos”.

abordagem holística necessária para tornar ascidades mais sustentáveis. Você mencionouCuritiba. Muitos sustentam que Curitiba é umexemplo de cidade que está fazendo há décadaso que todas as cidades deveriam fazer: ou seja,planejamento urbano de longo prazo, de cimapara baixo.

Os assentamentos informais claramenteafetam a pegada ambiental da cidade.Ainda assim, por sua natureza, osassentamentos informais não são bemcobertos pelas estatísticas. Por essemotivo, a Economist Intelligence Unit nãopôde incluir dados sobre os assentamentosinformais no Índice de Cidades Verdes daAmérica Latina de uma forma que fossemetodologicamente confiável. Como issopode afetar o retrato ambiental dascidades na América Latina, e exatamentecomo os assentamentos informais afetam

o desempenho ambiental de uma cidade? Os assentamentos informais são, por definição,insustentáveis. Eles representam um alto graude exclusão social e econômica. Um dospensadores latino-americanos mais avançadosde sua época, Milton Santos, disse que apobreza é a pior forma de poluição. Osassentamentos informais são uma prova viva deque não estamos planejando bem as cidades.

Com frequência, as cidades mencionamníveis elevados de acesso a serviçosbásicos, tais como água potável, coleta deresíduos e saneamento básico, quando asituação no local pode ser muito diferentedevido à presença dos assentamentosinformais. Quais são as implicações detentar conseguir um retrato preciso pormeio dos dados? Se você olhar os indicadores, tais comoconsumo de água per capita ou geração de

Entrevista com Nicholas You, especialista em meio ambiente urbano

Page 11: Índice de Cidades Verdes da América Latina

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Projetos Exemplares

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Projetos Exemplares

emissões. A iniciativa qualifica como um “meca-nismo para o desenvolvimento limpo” de acordocom o Protocolo de Kyoto, um programa queoferece créditos de carbono para projetos deredução de emissões. Os créditos são equivalen-tes a uma tonelada de CO2, que pode ser comer-cializada, vendida ou usada para atender àsmetas de redução de emissões de carbono emoutros países. São Paulo divide seus créditos decarbono do projeto com uma empresa parceira,e a cidade está vendendo a sua parte para levan-tar dinheiro para outros projetos. Ela participoude um leilão inédito no mercado, realizado emuma bolsa regulamentada em 2008 e fez US$ 36milhões somente naquele ano. A cidade estáusando a maior parte do dinheiro para melhoraros bairros ao redor dos aterros sanitários. Em2009, por exemplo, ela abriu duas áreas delazer, totalizando 9.200 m², que incluem play-grounds, pistas de caminhada e espaço comuni-tário.

São Paulo: Colhendo metano paraprodução de energia da cidade

Muitas cidades estão gerando eletricidade dometano que se desprende dos aterros sanitários,mas os esforços de São Paulo nessa área cha-mam a atenção entre as cidades latino-america-nas. Recentemente a cidade fechou dois de seusmaiores aterros sanitários: Bandeirantes em2007, e São João em 2009.

Em vez de deixar o metano do material emdecomposição somar-se às emissões de gásestufa, a cidade contratou uma empresa privadapara capturar o gás nos antigos aterros sanitá-rios e queimá-lo para gerar eletricidade. Os doislocais têm capacidade conjunta para 46 mega-watts, o que os torna uma das maiores iniciati-vas de coleta de metano do mundo. Os dois pro-jetos deverão reduzir as emissões de carbonoem cerca de 11 milhões de toneladas até 2012. Os benefícios não param com a redução das

Energia e CO2

durante 2010. No final de 2009, o governo dacidade impulsionou o programa com a nome-ação de um gerente de energia para monitorar oconsumo em cada prédio do governo.

As autoridades começaram com os prédiospúblicos porque, em geral, eles são grandes epodem alcançar economias significativas rapi-damente. Eles também estabeleceram umexemplo para o setor privado. O departamentoambiental da cidade está começando a traba -lhar na legislação que imporá medidas de efi-ciência energética aos prédios do setor privado.Outro objetivo do programa é criar guias de efi-ciência energética para residências, negócios eindústrias.

Quito: Tudo é motivo para plantar uma árvore

Um relatório para o governo municipal de Quitoconcluiu que a cidade tinha 9.000 hectares decobertura de árvores urbanas, mas recomendoudobrar essa quantidade a fim de colher diversosbenefícios ambientais. Os estudos sugerem quea cobertura das árvores absorve a poluição doar, reduz o consumo de energia ao proporcionarsombra e pode melhorar a conservação da água

Buenos Aires: Dando exemplo comos prédios públicos

Em 2008, Buenos Aires lançou um programapara reduzir de maneira significativa o consumode energia de 100 edifícios públicos. O “Progra-ma de Eficiência Energética em Prédios Públicos”tem como alvo reduzir o consumo em 20% emrelação aos níveis de 2007, até o final de 2012, edeverá eliminar 5.000 toneladas de emissões decarbono. As autoridades começaram de manei-ra modesta, porém com a intenção de expandircom rapidez. No início de 2010, elas tinhamauditado exaustivamente cinco prédios – doisescritórios, dois hospitais e uma escola – edesenvolvido planos de redução do consumo deenergia adaptados individualmente para cadaum deles. A primeira auditoria, por exemplo,examinou o uso da energia no escritório utiliza-do pela Agência de Proteção Ambiental daArgentina, que está apoiando o programa. Aauditoria descobriu um potencial para o consu-mo geral de energia em 30%, inclusive reduzin-do a energia consumida pelos computadoresem 55%. As auditorias serão utilizadas comoexemplos das melhores práticas, para ampliar oprograma para inclusão de mais 31 prédios

Uso do solo e prédios

Ideias de outras cidades

O Rio de Janeiro está criando novas pistas para

bicicletas e espaços verdes, inclusive desenvol-

vendo um corredor verde coberto por 11.000

árvores como parte de um projeto maior de

US$ 202 milhões para revitalizar seu porto no

centro histórico da cidade. O projeto “Porto Mara-

vilhoso” também reformará os prédios históricos

em mau estado e melhorará o acesso ao trans-

porte e os serviços de saneamento básico.

Para aumentar seus espaços verdes, Santiago

planeja ter incorporadores privados transforman-

do 3.900 hectares da área da cidade em parques

públicos e espaços verdes em troca de acessarem

outros 5.700 hectares para incorporações pre-

diais.

São Paulo aprovou uma lei em 2009 exigindo

que todos os novos prédios municipais atendam

aos padrões de eficiência energética e que os

prédios existentes fossem reformados e provi-

dos de tecnologia para atenuar seu impacto

ambiental.

Ideias de outras cidades

Belo Horizonte é a líder em energia solar no

Brasil, com cerca de 12 vezes o volume de coleto-

res solares por pessoa em comparação com o

País como um todo, de acordo com as autorida-

des municipais. Seu novo estádio de futebol, que

está sendo construído para a Copa do Mundo de

2014, terá painéis que gerarão energia suficiente

para suas próprias operações. Nos dias em que

não houver jogos, a energia será vendida para a

empresa de eletricidade local.

O maior projeto de hidrelétrica da Colômbia está

sendo construído perto de Medellín. A empresa

de serviços públicos pertencente à cidade, Em-

presas Públicas de Medellín, lidera a construção

do projeto Hidro Ituango de 2,4 gigawatts. Terá

oito geradores e deverá entrar em funcionamen-

to em 2018. O consórcio que o constrói já co-

meçou uma série de consultas com os líderes da

comunidade a respeito das questões ambientais

e sociais relacionadas ao projeto, o que é exigido

pelo contrato.

Curitiba estuda as taxas de absorção de carbono

de seus espaços verdes, como parte da minuta

de um plano para limitar as emissões da cidade

de modo geral.

ao limitar a perda da água da chuva. Emdecorrência disso, Quito criou seu “Projeto deFlorestação e Reflorestamento” e, já em 2008, oprograma havia levado ao plantio de cerca deseis milhões de árvores, a maioria de espéciesnativas. Os inigualáveis pontos fortes do projetosão os métodos diferenciados que utiliza. Asautoridades responsáveis pelo programa nãoimpuseram um plano único totalmente abran-gente. Em vez disso, cooperaram com os váriosdepartamentos e instituições em toda Quito,além de seus esforços diretos. Uma iniciativaespecífica gerida pela cidade inclui cobrir asgrandes avenidas de Quito com árvores. A maisrecente iniciativa de alta visibilidade da cidade éempregar trabalhadores municipais e voluntá-rios para replantar 300.000 árvores perdidasdurante os incêndios do verão de 2009. Em2006, a cidade criou um concurso de plantio deárvores com grupos vizinhos em 145 distritos. Oconcurso “Meu Bairro está Vestido de Árvores”levou ao plantio e à manutenção de 140.000árvores.

Embora cerca de um quarto das árvores te -nham morrido devido à falta de manutenção e àpancadas de carros, o programa tem progredidoconstantemente. Em 2008 o equivalente a5.000 hectares havia sido reflorestado, emboraalguns deles tivessem sido plantados em áreasrurais nos arredores. O programa demonstraque incentivar uma grande faixa de instituiçõese pessoas físicas a simplesmente plantar as árvo-res e deixar a natureza agir pode trazer benefí-cios ambientais e estéticos.

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Índice de Cidades Verdes da América Latina | Projetos Exemplares

das para reduzir os tempos de entrada e saída. Acidade também integrou seu planejamentourbano com o sistema para que o desenvolvi-mento ocorra ao longo dos corredores do BRT, oque significa que a rede é facilmente acessívelpara um grande percentual dos residentes.

Curitiba cresceu juntamente com sua rede deBRT, mas o BRT de Bogotá – "TransMilenio" mos-trou o quanto o sistema pode ser bem adaptadopara uma cidade existente. A cidade inaugurou oTransMilenio em 2000. Atualmente, com 84 km,o sistema ainda está crescendo. Nove linhasusam faixas dedicadas no meio de algumas dasmais largas avenidas da cidade. Em 2009, oTransMilenio transportou, em média, 1,6 milhãode passageiros por dia e reduziu o tempo das via-gens em um terço. Como parte do programa, acidade substituiu a rede anterior de ônibus mais

Trânsito Rápido de Ônibus: deCuritiba a Bogotá

A rede de ônibus de Curitiba é uma das maisinfluentes do mundo. Datando de meados dadécada de 1960, a peça principal da rede são asseis linhas do serviço de “Trânsito Rápido de Ôni-bus” (BRT), compreendendo ônibus longos e arti-culados que percorrem 72 km de vias dedicadasque se prolongam no padrão raiado a partir do centro da cidade. O BRT é a espinha dorsal dosistema de tráfego de Curitiba, que inclui milha-res de quilômetros de rotas e transporta 1,8milhões de passageiros por dia. O BRT funcionade maneira muito parecida com o sistema dometrô.

Os passageiros pagam para entrar em umadas mais de 350 estações especialmente projeta-

Transporte

poluidores e menores, o que permitiu que ven-desse créditos de carbono de acordo com o Pro-tocolo de Kyoto. Isso trouxe um ganho para acidade estimado entre US$ 110 e US$ 300milhões, de acordo com o jornal New York Times.O sistema não é perfeito – ele sofre frequentesexcessos de passageiros – mas pelo menos éacessível para os residentes em uma cidade comrenda relativamente baixa. Redes semelhantesforam implantadas em sete outras cidades noÍndice e estão sendo planejadas para diversasoutras cidades em toda a América Latina.

Buenos Aires: Aproximando tudo

O “Plano de Mobilidade Sustentável” de BuenosAires é tratar o transporte da cidade por meio deum esforço integrado envolvendo iniciativas em

Ideias de outras cidades

Santiago está expandindo seu sistema de

metrô. Já está bem adiantada para a conclusão

de um prolongamento de 14 km em uma das

li nhas e planeja uma sexta linha que cobrirá

15 km e 12 novas estações. A nova linha foi pro-

jetada para melhorar a integração do metrô com

a malha sobre trilhos e os ônibus.

Aos finais de semana, Quito reserva a entrada

no centro da cidade para pedestres e bicicletas.

Com o Metrocable, Medellín utiliza bondes e

ônibus elétricos para integrar diversas áreas mais

pobres da cidade e assentamentos informais às

principais redes públicas de transporte.

A Cidade do México tem um sistema compul-

sório de transporte para crianças que vão à esco-

la, reduzindo o número de viagens dos pais em

carros particulares.

dez áreas. Muitas delas compreendem melhoriassignificativas na infraestrutura.

Introduzindo as linhas BRT nas principaisrotas, reduziram-se os tempos de viagem entre10% e 25%, e em alguns casos em até dois terços.Ao mesmo tempo, a adoção de ônibus articula-dos e veículos híbridos em algumas rotas iráreduzir o consumo de carbono.

A cidade também espera conseguir que pelomenos 5% dos passageiros da cidade, aproxima-damente 300.000 pessoas, passem a usar bici-cletas, cerca de seis vezes o nível atual. No entan-to, as preocupações com a segurança são omaior desafio a esse esforço. Em uma pesquisa,aproximadamente 60% dos residentes disseramque usariam as ciclovias, mas metade delesacrescentou que a principal prioridade seria asegurança quando a utilizassem.

Em decorrência disso, a cidade está tentandotornar andar de bicicleta mais seguro. Até o finalde 2010, 100 km de novas ciclovias seriam aber-tas no centro da cidade. Buenos Aires tambémestá criando mais espaços para estacionamentode bicicletas, e planeja lançar um sistema de alu-guel de bicicletas públicas este ano. O municípioestá oferecendo a seus 120.000 empregadosempréstimos subsidiados para a compra de bici-cletas, na esperança que isso estabeleça umexemplo para as empresas privadas.

O programa também aumentou o número deáreas para pedestres e expandiu as calçadas paratornar a caminhada mais fácil. Para aqueles quepermanecem em seus veículos, a cidade instaloumais semáforos modernos que reagem às situa -ções de mudança no tráfego e até podem alterara direção das faixas, se necessário.

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2524

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Projetos Exemplares

ma de coleta de resíduos. A cidade deu à asso-ciação acesso a pontos específicos de recicla-gem, um centro de separação e caminhões paratransportar o material para as fábricas de recicla-gem. A associação divide os lucros do materialtrazido para as fábricas de reciclagem entre osmembros. Desde então, a organização aumen-tou e os catadores de lixo agora operam serviçosde coleta para empresas e residências. A associa-ção ajuda a processar cerca de 450 toneladas deresíduos a cada mês, contribuindo para trazerpara a cidade economias substanciais, mesmodepois de pagar um subsídio e taxas de geren-ciamento para a associação.

A organização não só causa um importanteimpacto ambiental, mas também fornece bene-fícios econômicos e sociais significativos para oscatadores de lixo. A associação tem atualmente380 membros e suas atividades empregamcerca de 1.500 pessoas, quase todas anterior-mente vivendo ao relento. Organizações nãogovernamentais foram chamadas para dar cur-sos de alfabetização a seus membros e ensinotécnico para seus filhos. A entidade forneceajuda com seguros de vida e de saúde, faz acor-dos com farmácias locais para baratear o preçodos remédios e organiza creches para as crian-ças com menos de seis anos.

pos comunitários em assentamentos informais.A cidade propicia aos moradores a possibilidadede conectarem suas casas de maneira legal aosistema de água mediante uma “taxa social” deUS$ 5 por mês para até 10.000 litros de água, oque economiza até 40% sobre a cobrança nor-mal. Além disso, a conta da água é, com fre-quência, a única prova dos moradores, queajuda a integrá-los na economia da cidade. Oprograma também educa os residentes quanto àimportância da água limpa e o seu uso responsá-vel. Nos primeiros três anos de funcionamento,o programa ajudou 15.000 famílias e a taxa decontas de água não pagas nos assentamentosinformais caiu de 64% para 27%, levando a umaredução geral em toda a cidade de 14% para 9%.

Porto Alegre: Abastecimento deágua da maneira certa

O programa “Água Certa” de Porto Alegre ajudaas pessoas em assentamentos informais a teremacesso à água de forma legal, reduz os vazamen-tos no sistema e incentiva a conservação. Semdireito à residência, muitos moradores dessesassentamentos informais não podem conectarde maneira legal suas casas ao sistema hídrico.As conexões ilegais daí resultantes, além daperda de receita para a cidade, tendem a levar avazamentos e à contaminação do abastecimen-to legal de água. O Departamento Municipal deÁgua e Esgotos (DMAE) da cidade começou oprograma em 2005 em cooperação com os gru-

Água

Ideias de outras cidades

Buenos Aires pretende instalar hidrômetros para

todos os clientes como parte do plano para reduzir

o consumo em 40% até 2012.

A Sabesp, empresa de água do Estado de

São Paulo, tem um programa abrangente para

monitorar os vazamentos e as conexões ilegais.

Ela acaba de aumentar o número de inspetores,

o que levou a detecção de 12.000 conexões ilegais

entre janeiro e julho de 2010, representando

70% do total de conexões ilegais detectadas no ano

anterior. O volume de água perdida por meio des-

sas conexões era de quase 2,5 bilhões de litros.

A empresa também tem tecnologia que a ajuda a

monitorar toda a água no sistema, localizando rapi-

damente os principais vazamentos e prevendo os

níveis de consumo de água com base nas tempera-

turas externas. Além disso, a Sabesp faz campanhas

públicas de conscientização para ajudar as pessoas

a identificarem os vazamentos e desperdício de

água em suas residências.

Monterrey reduziu os vazamentos em seu sistema

de água de estimados 32% em 1998 para 21% em

2008, por meio de um abrangente programa que

inclui a verificação e substituição de válvulas,

atualização dos canos, instalação de medidores de

pressão e hidrômetros nos domicílios, detecção de

vazamentos e eliminação de conexões ilegais.

Ideias de outras cidades

Para assegurar o descarte adequado dos resíduos

em assentamentos informais, Curitiba tem um

programa de “Compra de Resíduos”. Os residen-

tes recebem cestas básicas em troca de trazer

de 8kg a 10kg de resíduos para os pontos cen-

trais de coleta, e suas associações na vizinhança

recebem dinheiro por serviços comunitários.

A iniciativa coleta cerca de 6.800 toneladas de

resíduos por ano.

A iniciativa “Ecoponto” de São Paulo tenta fazer

com que os residentes parem de jogar grandes

quantidades de resíduos nas vias públicas. A ci-

dade estabeleceu pontos centrais de coleta grátis

para resíduos grandes demais para as latas de

lixo residenciais, tais como móveis velhos,

pedaços de árvores, restos de construção. Nos

primeiros seis meses de 2010, a cidade diz que

coletou 57.400 m³ de resíduos que, de outra

forma, teriam sido deixados nas ruas.

Santiago trabalha com quatro obras filantrópi-

cas para incentivar a participação da comunidade

na reciclagem. Os residentes depositam os mate-

riais em um dos 39 pontos centrais de coleta.

As obras filantrópicas ganham dinheiro pela cole-

ta e transferência dos materiais para as fábricas

de reciclagem.

Puebla: Transformando resíduosem dinheiro

“Carteira Verde” é uma iniciativa privada parapromover a reciclagem em Puebla. Os membrosingressam na organização e recebem um cartãode débito. Eles recebem um “peco”, um créditoeletrônico para cada quilograma de resíduosque trazem para os depósitos localizados portoda a cidade, em escolas, universidades e lojasde conveniência. Os membros também ganhammais créditos pelos resíduos eletrônicos, depen-dendo do item. Os comerciantes que patroci-nam a organização aceitam os créditos em suaslojas. Os bens e serviços disponíveis variam deroupas para crianças a livros, artigos para cons-trução, entradas para o cinema e cargas parauso de celulares. Diversos comerciantes tam-bém dão descontos simplesmente pela pessoater um cartão de membro.

O projeto começou no início de 2010 e atéagosto do mesmo ano havia coletado 22 tonela-das de resíduos sólidos e eletrônicos. Isso podeparecer pouco em comparação às 819.000 tone-ladas estimadas que a cidade produz anualmen-te, porém é um começo impressionante parauma iniciativa privada. A organização pareceestabelecida para crescer, com planos de come-çar a coletar resíduo orgânico no futuro e iniciarem breve projetos semelhantes nas regiões cir-cunvizinhas. A organização já pensa na possibili-dade de abrir franquias em todo o México.

Belo Horizonte: Uma soluçãobenéfica para os catadores de lixo

Catadores de lixo, pessoas que vasculham osresíduos à procura de itens recicláveis, sãocomuns em muitas cidades latino-americanas, ecom frequência enfrentam uma marginalizaçãosocial e saúde precária. Após anos de hostilidadepública contra os catadores de lixo, Belo Hori-zonte assumiu uma abordagem diferente, me -lhorando a qualidade de vida deles e a coleta deresíduos na cidade ao mesmo tempo.

Em 1993, a cidade assinou um contrato for-mal para integrar a entidade local de catadoresde lixo, Associação dos Catadores do Papel Pape-lão e Material Reaproveitável (Asmare), ao siste-

Resíduos

Page 14: Índice de Cidades Verdes da América Latina

2726

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Projetos Exemplares

peções nas ruas e estradas para veículos a dieselque em geral produzem muita poluição. O pro-grama de Belo Horizonte, denominado “Ope-rações de Oxigênio”, inclui verificações aleató-rias em cerca de 120.000 veículos a diesel nacidade. As autoridades multam os proprietáriosdos veículos que não passam nos testes e têm opoder de retirar o veículo das ruas. Por outrolado, Porto Alegre anuncia publicamente ondeseus pontos de verificação estão localizados.Mesmo com essa transparência, 42% dos veícu-los inspecionados no primeiro semestre de 2007estavam violando os padrões de poluição esofreram multas de aproximadamente US$ 70.

Cidade do México: a política se paga

Parece estranho destacar os esforços de qualida-de do ar na Cidade do México, que tem umaatuação bem abaixo da média nesta categoria,porém o desempenho no Índice somente contaparte da história. Há muito mais a aprender dos

Três abordagens para as emissões:Quito, Belo Horizonte e PortoAlegre

Os gases expelidos pelos veículos são um desa-fio significativo à qualidade do ar em muitascidades latino-americanas. O problema é trata-do de diferentes maneiras, desde a exigência detestes anuais até a realização de verificações ale-atórias nas estradas. Em 2003, Quito foi umadas primeiras cidades na região a implantar umarígida política para monitoramento dos veículos.Os automóveis particulares têm de passar porum teste anual de emissão de gases. Os ônibus eos táxis estão sujeitos a testes a cada dois anos.Se os veículos não passarem nos testes, os pro-prietários têm de pagar os consertos necessáriosou podem perder a permissão para o veículo tra-fegar. Dirigir sem a permissão pode gerar multaspesadas. O município estima que os níveis demonóxido de carbono caíram de 25% a 30%desde que o programa foi implantado.

Belo Horizonte e Porto Alegre lançaram ins-

Qualidade do ar

esforços memoráveis e contínuos da Cidade doMéxico.

Em 1992, as Nações Unidas consideraramque a Cidade do México tinha o ar mais poluídodo planeta. Tudo sobre a cidade, naquela épocae agora, parece impedir melhorias. Ela tem umapopulação em constante aumento e um númerocrescente de automóveis. A elevada altitude dacidade torna os combustíveis menos eficientes,e as montanhas que a circundam criam in -versões atmosféricas frequentes, que prendema poluição sobre a cidade. A resposta da cidadedesde 1992 tem sido focada de maneira abran-gente, com uma série de estratégias para limparo ar, baseada nas melhores práticas globais edesenvolvidas a partir de esforços anteriores.Todas as políticas envolveram várias iniciativasem uma ampla gama de áreas de atuação, re -con hecendo que a poluição ambiental é umdesafio social, além de tecnológico.

O contrato original durou de 1990 a 1995 ecombinou 42 iniciativas individuais. O últimoprograma, o PROAIRE III, durou de 2002 até os

dias de hoje e tem 89 medidas, que incluem aredução de emissões industriais e de automó-veis, contenção da expansão urbana desordena-da, integração de políticas, programas educacio-nais e comunicação de riscos ao público.

Enquanto o México apresenta um desem-penho relativamente ruim em comparação comoutras cidades da região para os níveis dos trêspoluentes atmosféricos medidos pelo Índice –dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre e par-tículas suspensas – houve expressivas reduçõesdesses e de outros poluentes no ar desde a déca-da de 1990 e início da de 2000. Em 2002, ochumbo no ar não era mais um problema e onível médio do dióxido de enxofre era um sextoem relação ao início da década de 1990.

O PROAIRE III focou especialmente no ozônioe nas partículas suspensas no ar. Os níveis mé -dios de ozônio, por exemplo, caíram em cerca de20% e os níveis médios diários máximos para28% no período entre 2002 e 2010. Para asmenores partículas contaminantes, PM 2,5 aque da correspondente foi de 13% e 23% desde

Ideias de outras cidades

Curitiba exige auditorias de emissões nas fábri-

cas a cada quatro anos. As instalações que não

atenderem aos padrões são multadas e o Estado

pode fechar qualquer uma que não passe na au-

ditoria duas vezes.

Santiago tem uma política de longa data de uti-

lizar árvores ao longo das ruas e em parques para

especificamente reduzir os níveis das partículas

suspensas no ar. Um estudo de 2008, na revista

Journal of Environmental Management, chegou

à conclusão que essa estratégia custa em torno

de US$ 8.000 por cada tonelada de redução em

partículas suspensas no ar, o que é mais barato

do que diversos tipos de conversão para combus-

tíveis fósseis mais limpos.

Em 2008, a estação de monitoramento da quali-

dade do ar foi estabelecida para medir a poluição

na vizinhança da refinaria La Teja em Montevi-

déu. É parte de um projeto denominado

ARPEL/CIDA, que é apoiado pela organização

regional das indústrias de gás e petróleo e pela

Agência para o Desenvolvimento do Canadá.

O objetivo é avaliar as emissões da refinaria e a

qualidade do ar em seus arredores.

que os registros começaram em 2004. Nemtudo funcionou, no entanto. Após uma quedainicial, partículas maiores, PM 10 estão de voltaaos níveis de 2002. Por outro lado, o monóxidode carbono e o óxido de nitrogênio caíram bas-tante e, mesmo para os poluentes em que asmedidas se mantiveram estáveis, os númerosmáximos tenderam a mostrar melhora.

Embora a cidade tenha feito progressos defi-nitivos, ela reconhece que ainda tem um longocaminho a percorrer. Nesse sentido a cidadelançou o PROAIRE IV para 2011 a 2020. Comoparte dos preparativos, a cidade tem um site naInternet convidando especialistas e o público asugerirem estratégias para melhorar a qualida-de do ar. Não existe uma solução rápida, mas osesforços de muitas décadas na Cidade do Méxi-co têm demonstrado que as abordagens abran-gentes e a abertura para as melhores ideiaspodem fazer uma enorme diferença.

Page 15: Índice de Cidades Verdes da América Latina

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Metodologia

28 29

Metodologia

detalhada, os resultados do Índice de CidadesVerdes da América Latina são apresentados porgrupos de avaliação das cidades em relação àavaliação média.

O Índice avalia as cidades em oito categorias– energia e CO2, uso do solo e prédios, transpor-te, resíduos, água, saneamento básico, qualida-de do ar e governança ambiental – e 31 indica-dores individuais. Destes, 16 são quantitativos emedem o desempenho atual da cidade – porexemplo, o consumo de eletricidade da cidadeou a produção de resíduos. Os 15 indicadoresqualitativos remanescentes avaliam aspiraçõesou ambições – por exemplo, o compromisso dacidade de reduzir o impacto ambiental do consu-mo de energia, ou normas verdes para projetosde prédios públicos.

Coleta de dados: Uma equipe da EIU coletoudados entre abril e junho de 2010. Sempre quepossível, os dados foram retirados de fontes ofi-ciais disponíveis para o público, tais como insti-tutos nacionais e regionais de estatística, autori-dades municipais, empresas locais de serviçospúblicos, departamentos municipais e regionaisdo meio ambiente e ministérios do meio am -

OÍndice de Cidades Verdes da América Latinamede o desempenho ambiental atual, bem

como seu compromisso na redução de seuimpacto ambiental futuro, das 17 maiores cida-des latino-americanas. A seleção buscou incluiras principais áreas metropolitanas da AméricaLatina, porém algumas cidades tiveram de seromitidas porque seus dados específicos nãoexistiam de forma significativa. Esse foi o casoda Cidade da Guatemala, Salvador (Brasil) eSanto Domingo (República Dominicana).

A metodologia, desenvolvida pela EIU emcooperação com a Siemens, é baseada no traba-lho do Índice de Cidades Verdes da Europa esegue a sua estrutura. No entanto, para ser apli-cável na América Latina, a estrutura teve de seradaptada para acomodar variações na qualidadee disponibilidade dos dados e desafios ambien-tais específicos da região. Um painel indepen-dente de especialistas internacionais na área desustentabilidade urbana também forneceuimportantes subsídios e informações na elabo-ração do Índice de Cidades Verdes da AméricaLatina. Além disso, devido às preocupações queos dados não fossem suficientemente confiáveisou comparáveis para justificar uma classificação

biente. Os dados são, em geral, para os anos de2008 e 2009, mas quando esses não estavamdisponíveis, foram utilizados dados de anosanteriores.

Qualidade dos dados: Em comparação com aEuropa, a disponibilidade e comparabilidade dosdados entre cidades foram muito mais limitadosna América Latina. Em alguns casos, a EIU usoudados de diferentes níveis administrativos dacidade, por exemplo, em vez da área metropoli-tana mais ampla. Como todos os indicadores sãoavaliados pela área correspondente, populaçãoou PIB, o uso dos dados da cidade ou metropoli-tanos não diminui de forma significativa a com-parabilidade. De fato, o que constitui uma áreada cidade ou metropolitana pode ser bastantediferente de uma cidade para outra. Quito, porexemplo, tem uma área administrativa queinclui grandes áreas de terras não urbanizadas,enquanto Buenos Aires é completamente urba-nizada e no centro de uma área metropolitanamaior. Quando houve uma lacuna nos dados, aEIU aplicou técnicas teóricas possantes para cal-cular as estimativas. No entanto, essas técnicasnão levaram em conta os efeitos que os assenta-

mentos informais têm nos indicadores, taiscomo “acesso à água potável” ou “acesso aosaneamento básico”. Os assentamentos infor-mais podem variar tanto de tamanho quanto dedefinição, porém os dados em geral são inexis-tentes para sua infraestrutura, acesso a serviçospúblicos municipais e população. Assim sendo,a EIU assumiu que o Índice de Cidades Verdes daAmérica Latina representa somente as áreas for-mais de cada cidade. A EIU usou coeficientesinternacionais de CO2 fornecidos pelo PainelIntergovernamental da ONU para Mudanças Cli-máticas para estimar as emissões de CO2 produ-zidas pelo mix de eletricidade de cada cidade.Somente em casos muito excepcionais, notada-mente Lima e Montevidéu, a estimativa paraCO2 e consumo de eletricidade da EIU foi basea-da em análise de regressão referenciando osdados de cidades “colegas” quando as informa-ções específicas daquela cidade não estavamdisponíveis.

A EIU fez todos os esforços para obter osdados mais recentes, inclusive verificando pon-tos de dados quantitativos com os departamen-tos ambientais. Os fornecedores dos dadosforam contatados quando apareceram incerte-

zas a respeito de pontos de dados individuais.Não obstante, é possível que a EIU tenha deixa-do passar uma fonte pública confiável ou núme-ros mais recentes.

Indicadores: A fim de comparar os pontos dedados entre cidades, e para calcular as avalia-ções agregadas para cada cidade, os dados reco-lhidos de várias fontes tiveram de ser compara-dos. Com essa finalidade, os indicadores quan -tita tivos foram “normalizados” em uma escalade zero a dez, com a melhor cidade valendo dezpontos e a pior, zero. A maioria dos indicadoresusa o cálculo mínimo – máximo, em que amelhor cidade recebe dez pontos e a pior, zero.Em alguns casos, benchmarks razoáveis foraminseridos para evitar que os números muito atí-picos interferissem na distribuição das avalia-ções. Nesses casos, as cidades foram avaliadasem relação a um benchmark superior, inferiorou ambos. Por exemplo, um benchmark maisbaixo de 800 kg por pessoa foi utilizado paraclassificar os “resíduos gerados por pessoa”.

As cidades usam definições distintas paradeterminados indicadores, notadamente defini-ções de espaço verde, acesso à água potável,

resíduos gerados pelo município, extensão dasredes de transporte e áreas administrativas. Emtais casos, a EIU tentou padronizar ao máximo adefinição utilizada. No entanto, é possível queainda existam algumas diferenças.

Os indicadores qualitativos foram avaliadospelos analistas da EIU com especialização nacidade pertinente, com base em critérios objeti-vos que consideram as metas, as estratégias e asações concretas das cidades. Os indicadoresqualitativos também foram classificados emuma escala de zero a dez, com dez pontos desig-nados a cidades que atendem aos critérios nalista de verificação. Para o indicador “monitora-mento de gás de efeito estufa” (GHG), por exem-plo, as cidades foram avaliadas conforme moni-toravam as emissões de GHG com regularidadee publicavam suas descobertas a cada um a trêsanos.

Os indicadores qualitativos que buscammedir a existência de políticas em determinadasáreas – por exemplo, a contenção do crescimen-to urbano desordenado – também foram multi-plicados pela “Taxa de Eficácia na Implantaçãoda Política”, uma medida de eficiência na im -plantação das políticas ambientais. Essas taxas

Page 16: Índice de Cidades Verdes da América Latina

3130

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Metodologia

foram produzidas pelos analistas da EIU comprofundo conhecimento da cidade pertinenteem uma escala de um a cinco, com cinco sendoa mais eficaz.

Índice de construção: O Índice é compostopor avaliações agregadas de todos os indicado-res subjacentes. Esses são inicialmente agrega-dos por categoria, criando uma avaliação paracada. Por sua vez, essas são agregadas em umaclassificação geral. Para criar as classificaçõesdentro de cada categoria, todos os indicadoressubjacentes receberam o mesmo peso durante aagregação. As pontuações foram então reade-quadas em uma escala de zero a 100. Para mon-tar as classificações do Índice geral, a EIU desig-nou pesos iguais para cada classificação dacategoria para que nenhuma delas tivesse maisimportância do que qualquer outra. O Índice éessencialmente a soma de todas as classifica-ções das categorias voltadas para a base 100. Opeso igual de cada categoria reflete o feedbackdo especialista do painel.

Por fim, as cidades foram colocadas em umadas cinco faixas, tanto dentro das categoriascomo no resultado geral, refletindo as pontua-

ções pertinentes. Essas faixas foram construídasao redor de uma classificação média e o desviopadrão – termo estatístico que descreve até queponto cerca de dois terços dos valores difere damédia. As faixas foram definidas como: ‘ Bem acima da média: Classificações mais de1,5 vez o desvio padrão acima da média; ‘ Acima da média: Classificações entre 0,5 e1,5 vez o desvio padrão acima da média; ‘ Média: Classificações entre 0,5 vez o desviopadrão abaixo e 0,5 vez o desvio padrão acimada média; ‘ Abaixo da média: Classificações entre 0,5 e1,5 vez o desvio padrão abaixo da média; ‘ Bem abaixo da média: Classificações mais de1,5 vez o desvio padrão abaixo da média;

Grupos: Para realizar uma análise mais profun-da das tendências da localidade, as 17 cidadesforam reunidas em uma série de grupos, calcula-dos de acordo com a população, a área, a renda,a densidade e a temperatura, e incluíram: ‘ População: “pequena população”, com popu-lação abaixo de cinco milhões de habitantes;“população média”, com população entre cincoe dez milhões de habitantes; e “alta população”,

com população excedendo dez milhões de habi-tantes; ‘ Área: “área pequena”, com uma área admi-nistrativa menor do que 2.000 km²; “áreamédia” com área administrativa entre 2.000 km²e 7.000 km²; e “área grande”, com área adminis-trativa superior a 7.000 km²; ‘ Renda: “Baixa renda”, com PIB per capita demenos de US$ 8.000; “renda média” com PIB percapita entre US$ 8.000 a US$ 16.000; e “rendaalta”, com PIB per capita de mais de US$ 16.000; ‘ Densidade: “baixa densidade”, com popula-ção de menos de 1.000 pessoas por km²; “densi-dade média”, com população entre 1.000 pes-soas por km² e 5.000 pessoas por km²; e “altadensidade”, com população de mais de 5.000pessoas por km²; ‘ Temperatura: “baixa temperatura”, com tem-peratura média abaixo de 17 oC; “temperaturamédia”, entre 17 oC e 20 oC; e “alta temperatu-ra”, com temperatura média acima de 20 oC.

Categoría

Energia eCO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamen-

to básico

Qualidade

do ar

Gover-

nança

ambiental

Indicador

Emissões de CO2 do consumo de eletricidade per capita

Consumo de eletricidade por unidade de PIB

Política de energia limpa

Plano de ação para mudanças climáticas

Espaços verdes per capita

Densidade populacional

Política de prédios ecológicos

Política de uso do solo

Comprimento da rede de transporte de massa

Estoque de carros e motocicletas

Política de transporte urbano de massa

Política de redução de congestionamentos

Parcela dos resíduos coletados e adequadamentedescartados

Resíduos gerados per capita

Coleta de resíduos e política de descarte

Política de reciclagem e reutilização de resíduos

Consumo de água per capita

Vazamentos no sistema de água

População com acesso à água potável

Política da qualidade da água

Política de sustentabilidade da água

População com acesso a saneamento básico melhorado

Parcela de águas residuais tratadas

Política de saneamento básico

Níveis de concentração de dióxido de nitrogênio

Níveis de concentração de dióxido de enxofre

Níveis de concentração de partículas suspensas

Política de ar limpo

Gestão ambiental

Monitoramento ambiental

Participação do público

Descrição

Emissões totais anuais de CO2 em kg per capita do consumo de eletricidade.

Total anual do consumo de eletricidade em MJ por unidade de PIB (em milhares de US$).

Medida dos esforços da cidade para reduzir as emissões de carbono associadas ao consumo de energia.

Medida da estratégia da cidade para combater as mudanças climáticas.

Soma de todos os parques públicos, áreas de recreação, locais verdes, cursos de água e outras áreas protegidas acessíveis ao público, em m2 por habitante.

Densidade populacional, em pessoas por km2.

Medida dos esforços da cidade para minimizar o impacto ambiental dos edifícios.

Medida dos esforços da cidade para minimizar o impacto ambiental e ecológico do desenvolvimento urbano.

Composto de dois subindicadores: 1. Comprimento total de todas as rotas de transporte de massa por trem, bonde, metrô, ônibus e outros dentro dos limites da cidade medidos em termos de área da cidade (em km/km2); e 2. Comprimento total de todas as formas de transporte público superior, ou seja, BRT, trólebus, bonde, transporte leve sob trilhose metrô, medidos em termos de área da cidade (em km/km2).

Total do estoque de carros e motocicletas, com metade do peso alocado a motocicletas, medido em termos de veículos por pessoa.

Medida dos esforços da cidade para criar sistema de transporte de massa viável como alternativa aos veículos particulares.

Medida dos esforços da cidade para reduzir os congestionamentos, abrangência da infraestrutura de gestão do tráfego, promoção de transportes não veiculares.

Parcela de resíduos coletados pela cidade e adequadamente descartados em aterros sanitários, locais de incineração ou em instalações de reciclagem regulamentadas. Expressado em termos de volume total de resíduos gerados pela cidade.

Volume total anual de resíduos gerados pela cidade, inclusive resíduos não coletados oficialmente e descartados em kg per capita.

Medida dos esforços da cidade para melhorar ou sustentar seu sistema de coleta de resíduos e descarte para minimizar o impacto ambiental dos resíduos.

Medida dos esforços da cidade para reduzir, reciclar e reutilizar resíduos.

Total da água consumida pela cidade diariamente, expressada em litros por pessoa.

Parcela da água perdida na transmissão entre o fornecedor e o usuário final, excluindo-se a água obtida por meios ilícitos ou vazamentos no local, expressos em termos de água total fornecida.

Parcela da população incluindo aqueles em assentamentos informais, com acesso a fontes de água canalizada no local ou fontes comunitárias protegidas na proximidade de onde vivem.

Medida da política da cidade em relação à melhoria da qualidade da água utilizada pela cidade.

Medida dos esforços da cidade para gerir os recursos hídricos de maneira eficiente.

Parcela da população, inclusive aqueles em assentamentos informais, com conexões diretas ao sistema de esgotos ou acesso a recursos melhorados no local, tais como fossassépticas e latrinas melhoradas que não são acessíveis ao público. Esse número exclui ossanitários abertos ao público ou sistema de esgotos e outras instalações compartilhadas.

Parcela de águas residuais produzidas pela cidade que é coletada e tratada até pelo menos o nível básico/primário.

Medida dos esforços da cidade para reduzir a poluição associada ao saneamento básico inadequado.

Média anual diária de emissões de NO2.

Média anual diária de emissões de SO2.

Média anual diária de emissões de SO2.

Medida dos esforços da cidade para reduzir a poluição do ar.

Medida da abrangência da gestão ambiental realizada pela cidade.

Medida dos esforços da cidade para monitorar seu desempenho ambiental.

Medida dos esforços da cidade para envolver o público no monitoramento de seu desempenho ambiental. Os critérios incluem: cidadania e envolvimento de stakeholders, acesso a informações.

Tipo

Quantitativo

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Qualitativo

Quantitativo

Quantitativo

Qualitativo

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Quantitativo

Quantitativo

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Peso

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Lista de categorias, indicadores e seu peso no Índice de Cidades Verdes da América Latina

* As cidades ganham o total de pontos se alcançarem ou excederem os benchmarks superiores, e zero ponto se alcançarem ou excederem os benchmarks mais baixos.

Técnica de Normalização*

Mín-máx, marco de referência superior de 10 kg per capita inserido para evitar outliers (pontuações atípicas)

Mín-máx, marco de referência mais baixo de 1.250 MJ por unidade de PIB inserida para evitar outliers

Classificados por analistas da EIU em uma escala de 0 a dez

Classificados por analistas da EIU em uma escala de 0 a dez

Zero-máx, marco de referência superior de 100 m2 por pessoa inserida para evitar outliers

Zero-máx, marco de referência superior de 7.000 pessoas por km2 inserido para evitar outliers

Classificados por analistas da EIU em uma escala de 0 a dez

Classificados por analistas da EIU em uma escala de 0 a dez

1. Zero-máx, marco de referência superior de 7km/km2 inserido para evitar outliers;

2. Min-máx.

Min-máx.

Classificados por analistas da EIU em uma escala de 0 a dez

Classificados por analistas da EIU em uma escala de 0 a dez

Min-máx.

Min-máx, marco de referência superior de 800 kg por pessoa inserido para evitar outliers

Classificados por analistas da EIU em uma escala de 0 a dez

Classificados por analistas da EIU em uma escala de 0 a dez

Min-máx, marco de referência inferior de 500 litros por pessoa por dia inserido para evitar outliers

Min-máx, marco de referência inferior de 50% inserido para evitar outliers

Min-máx, marco de referência inferior de 80% inserido para evitar outliers

Classificados por analistas da EIU em uma escala de 0 a dez

Classificados por analistas da EIU em uma escala de 0 a dez

Min-máx, marco de referência inferior de 50% inserido para evitar outliers

Zero-máx.

Classificados por analistas da EIU em uma escala de 0 a dez

Min-máx, marco de referência superior de 20ug/m3 para evitar outliers

Min-máx, marco de referência superior de 20ug/m3 para evitar outliers

Min-máx, marco de referência superior de 20ug/m3 para evitar outliers

Classificados por analistas da EIU em uma escala de 0 a dez

Classificados por analistas da EIU em uma escala de 0 a dez

Classificados por analistas da EIU em uma escala de 0 a dez

Classificados por analistas da EIU em uma escala de 0 a dez

Page 17: Índice de Cidades Verdes da América Latina

da de 32 kg de CO2 por pessoa em função da ele-tricidade, uma das taxas mais baixas do Índice ea mais baixa em geral quando comparada a cida-des com rendas similares. Em um esforço parareduzir o consumo de energia e implantar a polí-tica de mudanças climáticas, a cidade criou umComitê de Mudanças Climáticas e Eficiência Eco-lógica (veja “Iniciativas Verdes“ a seguir, no tópi-co “Governança ambiental“). Embora o comitêesteja desempenhando um papel ativo naimplantação das políticas e a cidade tenha reali-zado, recentemente, uma análise dos dadosbásicos referentes aos gases causadores do efei-to estufa, ela não tem parâmetros claros para oestabelecimento de objetivos para a redução daemissão de CO2 e, até o momento, não é signa-tária de nenhum acordo internacional que impli-que metas obrigatórias de redução da emissãode gases causadores do efeito estufa. O índiceda cidade nessa categoria é ainda mais prejudi-cado por uma taxa de consumo de eletricidadecomparativamente alta em relação aos seusresultados econômicos. Belo Horizonte conso-me 850 megajoules de eletricidade para cadaUS$ 1.000 do PIB – acima do índice médio de761 megajoules.

Iniciativas verdes: O novo estádio de futebolde Belo Horizonte, que está sendo construídopara a Copa do Mundo de 2014, terá painéissolares para gerar energia suficiente para assuas operações. Nos dias em que não houver ati-vidades esportivas no estádio, a energia serávendida à concessionária local.

Uso do solo e prédios: Belo Horizonteocupa uma posição acima da média no que serefere ao uso do solo e prédios. Por se tratar deuma cidade com uma pequena área administra-tiva, Belo Horizonte tem uma das densidadespopulacionais mais elevadas do Índice. Os resul-tados da cidade são auxiliados pelas suas políti-cas a respeito do uso do solo e prédios ecológi-cos. Belo Horizonte possui legislação rigorosapara controlar a expansão urbana, e em 2005 acidade criou uma fundação de parques munici-pais para revitalizar os espaços verdes (veja “Ini-ciativas transporte Verdes“ a seguir). Na área deprédios ecológicos, Belo Horizonte determinaque os edifícios de grande porte, com área supe-rior a 6.000 m², estejam em conformidade comnormas de eficiência energética. A cidade fazcampanhas para a conscientização da população

e, no momento, tem incentivos para estimular aeconomia de energia nos níveis empresarial eresidencial. O desempenho de Belo Horizontenessa categoria é prejudicado pelo seu índicerelativamente baixo de espaços verdes. Apesarda presença de muitos parques de pequenoporte na cidade, Belo Horizonte ainda possuisomente 18 m² de espaço verde por habitante,uma das taxas mais baixas no Índice.

Iniciativas verdes: Em 2005, a cidade criouuma fundação de parques municipais para revi-talizar e proteger os seus espaços verdes. A insti-tuição administra e mantém os 69 parques dacidade e possui programas educacionais paraestimular os cidadãos a usarem o parque e a cria-rem uma noção de propriedade pública dosespaços verdes da cidade. Em 2008, a institui-ção criou a iniciativa chamada “Uma Vida, UmaÁrvore”, por meio da qual foi plantada uma árvo-re em nome de cada criança nascida do cidadenaquele ano.

Transporte: Belo Horizonte ocupa uma posi-ção dentro da média na categoria de transporte.O metrô da cidade possui apenas uma linha com28 km. Portanto a rede de transporte públicosuperior (definida no Índice como sendo ummeio de transporte que movimenta um grandenúmero de passageiros com rapidez em pistasexclusivas, como o metrô, pistas de alta veloci-dade para ônibus ou bondes), em apenas 0,08km por km² do território da cidade, fica abaixoda média do Índice, de 0,13 km. Por outro lado,a cobertura das linhas de ônibus é ampla. Na suatotalidade, a cidade possui uma rede de trans-porte coletivo ligeiramente acima da média,com uma estimativa de 5,5 km por km² do terri-tório da cidade. Trata-se da segunda rede detransporte coletivo mais extensa quando medi-da em comparação com as cidades de baixa

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Belo Horizonte_Brasil

32 33

Belo Horizonte_Brasil

Indicadores GeraisPopulação total (milhões) 2,4

Área administrativa (km2) 330,9

PIB por pessoa (preços correntes) (US$) 6.267,4

Densidade populacional (pessoas/km2) 7.326,0

Temperatura (média das 24 horas, anual) (oC) 23,0

Apesar do seu impressionante desempenho, nogeral, a cidade poderia melhorar o seu resultadonas categorias de resíduos e governançaambiental, nas quais ela está abaixo da média.Belo Horizonte é a única cidade na faixa inferiorde renda no Índice (com um PIB per capita infe-rior a US$ 8.000) a obter um resultado geralsuperior à média.

Energia e CO2: Belo Horizonte está na mé -dia no que se refere à energia e ao CO2. Com94% de sua eletricidade oriunda de usinas hidre-létricas, a cidade emite uma quantidade estima-

Belo Horizonte é a capital do Estado de MinasGerais, rico em minerais. Localizada no inte-

rior da região Sudeste do Brasil, Belo Horizonteestá no coração da Região do País onde predo-minam a mineração e a siderurgia. A economiada cidade, que durante muito tempo foi domina-da pela mineração, agricultura e indústria auto-mobilística, atualmente é impulsionada princi-palmente pelo ramo de serviços, embora amanufatura ainda tenha uma presença signifi-cativa. O PIB per capita é de US$ 6.300. Essa cifracoloca a cidade na extremidade mais baixa doÍndice de Cidades Verdes da América Latina, noque se refere à renda média, e também na faixamais baixa entre as seis cidades brasileiras con-templadas neste relatório. Embora a área metro-politana, com 6,3 milhões de pessoas, seja a ter-ceira mais populosa do País, a cidade propria-mente dita abriga apenas 2,4 milhões, sendo a13a maior do Índice. Os dados incluídos no Índi-ce, referentes a Belo Horizonte, contemplam onível da cidade.

No entanto, a média de renda relativamentebaixa de Belo Horizonte não parece ter prejudi-cado o seu desempenho ambiental. A cidadeapresenta um bom resultado nesta categoria doÍndice de Cidades Verdes da América Latina,ficando acima da média geral. A cidade apresen-ta um desempenho especialmente bom no quese refere ao uso do solo e prédios. Nesse item,sua classificação é superior à média, graças à suaalta densidade populacional e às suas políticasbem desenvolvidas referentes aos prédios ecoló-gicos. A cidade também ocupa uma posiçãoacima da média no que se refere à qualidade daágua e do ar. O seu bom desempenho nessascategorias, em grande parte, é atribuído às suaspolíticas a respeito da qualidade da água e do arlimpo. Belo Horizonte apresenta classificaçõesdentro da média no que se refere à energia eCO2, ao transporte e ao saneamento básico.

renda do Índice. Como muitas cidades latino-americanas, Belo Horizonte teve um crescimen-to exponencial na quantidade de carros particu-lares. A cidade possui, em média, 0,39 carrospor habitante, taxa superior à média do Índice,de 0,30, e frequentemente tem problemas devi-do ao tráfego congestionado. De muitas manei-ras, a cidade tem sido proativa no que se refere aeste desafio. Ela possui um sistema de gerencia-mento de tráfego bem desenvolvido, por exem-plo, que inclui sistemas de informação para osequenciamento de sinais de trânsito, e horáriosexclusivos para a circulação de veículos de car -ga. Embora a cidade não possua, ainda, ne -n huma iniciativa para a redução de congestio-namentos como o rodízio de São Paulo, seusadministradores afirmam que há planos para aimplantação de um sistema similar. Outras ini-ciativas planejadas, visando à redução de con-gestionamentos, incluem as faixas exclusivaspara a carona solidária, zonas com limitação dequantidade de veículos, sistemas para o estacio-namento de veículos particulares e utilização detransporte coletivo, e um pedágio ou taxa decongestionamento.

Iniciativas verdes: A cidade vem desenvolven-do um “plano de mobilidade urbana” desde2005. Embora os detalhes de tal plano aindanão tenham sido divulgados na sua totalidade,um aspecto do plano será, segundo se informa,o foco na construção de maior número de ciclo-vias. A cidade também tem planos de acrescen-tar duas linhas ao seu sistema de metrô, o queelevará a sua extensão total a 50 km. A constru-ção da segunda linha prossegue em ritmo lentoe até o momento não foi anunciado nenhumprazo para a construção da terceira linha.

Resíduos: Belo Horizonte se encontra abaixoda média no que tange à questão dos resíduos.

Baseado na cidade de Belo Horizonte

Bem abaixoda média

Abaixo da média

Média Acima da média

Bem acima da média

Desempenho

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Governança ambiental

Resultado geral

Belo Horizonte Outras cidades

A ordem dos pontos nas faixas de performance não tem significado para os resultados das cidades.

Page 18: Índice de Cidades Verdes da América Latina

* Para dados de diferentes anos, será considerado apenas o ano do indicador principal. e) Estimativa da EIU, 1) Baseado na cidade de Belo Horizonte, 2) Baseado na cidade de Belo Horizonte. Número baseado nas estimativas oficiais de extensão das rotas de ônibus. 3) Baseado na cidade de Belo Horizonte. Dados baseados na proporção da população com acesso a serviços de esgoto.

Indicadores Quantitativos: Belo Horizonte

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Belo Horizonte_Brasil

34 35

A empresa municipal de coleta de lixo recolhe edá o destino final adequado a 95% dos resíduosda cidade em um aterro sanitário administradopela prefeitura. Além disso, a cidade opera umafrota de caminhões de coleta de lixo, de peque-no porte, nas comunidades informais onde a cir-culação de veículos é difícil. Há um programa dereciclagem bem desenvolvido, com recipientesespalhados por toda a cidade, e coleta regularem 34 bairros. A cidade também apresenta bonsíndices no que diz respeito às suas políticas decoleta e destinação final de resíduos. Isso incluirigorosas normas referentes ao aterro sanitáriomunicipal e à maneira pela qual a destinaçãofinal dos resíduos perigosos é monitorada. Ape-sar das políticas progressistas, Belo Horizonteproduz 921 kg de resíduos por pessoa por ano,quase o dobro da média de 465 kg nas 17 cida-des pesquisadas. Trata-se da maior quantidadedo Índice, o que penaliza seriamente o seudesempenho nessa categoria.

Iniciativas verdes: Belo Horizonte é uma cida-de pioneira no sentido de obter a cooperaçãodos catadores de resíduos para auxiliar no cum-primento das metas de reciclagem da cidade,em geral. A Pastoral da Terra, uma organizaçãoreligiosa, foi a primeira entidade a organizar ossem-teto da cidade, formando uma cooperativade catadores de lixo. Desde o início da década de1990, a entidade vem regulamentando as coo-perativas dos catadores de papel. Estas últimastêm sido de grande valia para os grandes progra-mas de reciclagem da cidade. Os catadores delixo têm acesso aos resíduos colhidos pelo muni-cípio antes dos mesmos serem despejados noaterro sanitário.

Em seguida, esse material é processado emum dos três centros de reciclagem da cidade e ascooperativas dividem os lucros entre os mem-bros. Aproximadamente 450 toneladas de mate-riais recicláveis são recolhidas por mês, de acor-do com a Associação dos Catadores do PapelPapelão e Material Reaproveitável (Asmare).Além disso, em 2009, Belo Horizonte abriu umaunidade de transferência de resíduos para dimi-

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Emissões de CO2 do consumo de eletricidade por pessoa (kg/pessoa)

Consumo de eletricidade por PIB em US$(megajoules por US$ 1.000 de PIB)

Densidade populacional (pessoas/km2)

Espaços verdes por pessoa (m2/pessoa)

Comprimento da rede de transporte de massa (km/km2)

Redes superiores de transporte público (km/km2)

Estoque de carros e motocicletas (veículos/pessoa)

Parcela dos resíduos coletados e adequadamente descartados (%)

Resíduos gerados por pessoa (kg/pessoa/ano)

Consumo de água por pessoa (litros por pessoa por dia)

Vazamentos no sistema de abastecimento de água (%)

Parcela da população com acesso à água potável (%)

População com acesso a saneamento básico (%)

Parcela das águas residuais tratadas (%)

Níveis diários de dióxido de nitrogênio (ug/m3)

Níveis diários de dióxido de enxofre (ug/m3)

Níveis diários de partículas em suspensão (ug/m3)

Fonte

Estimativa da EIU; Companhia Energética de Minas Gerais; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; Grupo Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas

Companhia Energética de Minas Gerais; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; EIU

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Secretaria Municipal do Meio Ambiente;

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Estimativa da EIU; Companhia Brasileira de Trens Urbanos; Prefeitura de Belo Horizonte

BHTrans

Denatran

Prefeitura de Belo Horizonte / Superintendência de Limpeza Urbana

Prefeitura de Belo Horizonte / Superintendência de Limpeza Urbana

Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento;

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento

Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento;

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento;

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento;

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Fundação Estadual do Meio Ambiente

Fundação Estadual do Meio Ambiente

Fundação Estadual do Meio Ambiente

Média

202.2

760.7

4,503.0

254.6

5.0

0.13

0.30

96.2

465.0

264.3

34.6

97.5

93.7

51.5

37.8

11.4

48.0

Ano*

2007

2007

2007

2007

2009

2010

2010

2009

2009

2008

2008

2008

2007

2007

2008

2008

2008

Belo Horizonte

31.2 1, e

850.3 1

7,326.0 1

18.3 1

5.5 2, e

0.08 1

0.39 1

95.0 1

920.7 1

169.9 1

34.0 1

99.5 1

95.4 3, e

61.8 1

33.7 1

4.4 1

27.8 1

nuir os tempos de viagem dos caminhões com-pactadores que compõem a frota de coleta deresíduos da cidade. Esses caminhões descarre-gam o material na unidade de transferência, queestá equipada com um sistema de exaustão paraevitar que os resíduos fiquem expostos ao arexterno. Em seguida, caminhões de grandevolume completam a jornada mais extensa até o aterro sanitário. Segundo os representantes daadministração da cidade, a unidade otimiza os custos e o tempo de transferência dos resí-duos.

Água: Belo Horizonte se encontra acima damédia em termos de água. A cidade possui re -cursos hídricos em abundância, oriundos, emgrande parte, de dois rios da região. A conces-sionária de água do Estado, a Companhia deSaneamento de Minas Gerais (Copasa), forneceágua potável a quase 100% dos moradores deBelo Horizonte. A cidade consome em média170 litros de água por pessoa por dia, bem abai-xo da média do Índice, que é de 264 litros.Perde-se aproximadamente um terço da águadevido a vazamentos na rede, o que está emconformidade com a média de 35% encontradanas 17 cidades. Belo Horizonte tem um desem-penho particularmente bom no que tange àssuas políticas de qualidade de água, que in -cluem normas para a monitoração e melhoriada qualidade da água de superfície, e a obser-vância das normas por parte das indústriaslocais. A Copasa também se mantém vigilante,realizando testes para a detecção dos principaispoluentes nas fontes de água. No que se refereàs políticas de sustentabilidade dos recursoshídricos, a cidade tem, em execução, uma polí-tica de conservação e já implantou várias medi-das visando à eficiência, como medidores deágua e coleta de águas pluviais, e a proibiçãodo uso de mangueiras e tubos semelhantes. Noentanto, Belo Horizonte somente recebeunotas parciais por promover publicamente oconsumo eficiente de água. A maior parte des-sas campanhas é feita pelo Estado, e não pelacidade.

Qualidade do ar: Belo Horizonte estáacima da média no tocante à qualidade do ar.Isso acontece devido aos níveis de emissãomelhores do que a média, referentes aos trêspoluentes medidos no Índice. No caso do dióxi-do de nitrogênio, originário, em grande parte,dos escapamentos dos veículos, a cidade regis-tra 34 microgramas por m³. Este não é o seumelhor resultado, mas mesmo assim está abaixoda média das 17 cidades, que é 38 microgramas.As concentrações médias diárias de partículassuspensas e dióxido de enxofre são muito me -l hores, e estão bem abaixo das concentraçõesmédias encontradas no Índice. Os níveis deemis são da cidade sugerem que as rigorosaspolíticas de qualidade do ar estão apresentandoum resultado favorável. Por exemplo, o Comitêde Mudanças Climáticas e Eficiência Ecológicada cidade identificou a poluição do ar como umadas áreas primárias nas quais pode haver melho-ria. A Fundação Estadual do Meio Ambiente(FEAM) de Minas Gerais opera nove estações demonitoramento na área metropolitana e divul-ga, diariamente, um relatório a respeito dosníveis de poluição.

Iniciativas verdes: Belo Horizonte possui umprograma de inspeção de veículos nas vias públi-cas, “Operações de Oxigênio”, mediante o qual

funcionários realizam inspeções ao acaso emalguns dos 120.000 veículos a diesel na cidade(número aproximado). Os proprietários de veí-culos que não estiverem em conformidade comos regulamentos referentes à poluição são mul-tados e, em alguns casos, os veículos podem serretirados de circulação.

Governança ambiental: Belo Horizonteestá abaixo da média no que se refere à gover-nança ambiental. A cidade tem um conceito altopor ter uma Secretaria do Meio Ambiente comamplas responsabilidades e pela capacidade deimplantar a sua própria legislação ambiental. Noentanto, as prerrogativas da Secretaria são limi-tadas, pois ela deve trabalhar em estreita cola-boração com outras entidades responsáveispelo saneamento básico, transporte e habita-ção, por exemplo. Mas a pontuação de BeloHorizonte é prejudicada pela sua abordagem noque tange ao monitoramento. Por exemplo, acidade não monitora regularmente, em sua ple-nitude, o seu desempenho ambiental, nempublica os resultados. Além disso, ela fez umaanálise de dados básicos na área ambiental, masnão incluiu algumas áreas importantes de políti-ca, como saneamento básico, recursos hídricose transportes. Belo Horizonte envolve a popula-ção em decisões a respeito de projetos com im -

pacto ambiental. Isso inclui a presença de cida-dãos no “orçamento participativo”. O programa,adaptado a partir de um similar, de Porto Alegre,é um processo no qual os habitantes da cidade erepresentantes eleitos se reúnem anualmentepara tomar decisões, mediante voto, a respeitode uma ampla gama de prioridades municipaisenvolvendo gastos, o que inclui áreas ambien-tais como o transporte e o saneamento básico.No entanto, Belo Horizonte so mente recebeconceitos parciais quando se trata de proporcio-nar, ao público, o acesso às informações a res-peito das questões ambientais.

Iniciativas verdes: O Comitê de Mudanças Climáticas e Eficiência Ecológica de Belo Hori-zonte é um corpo consultivo que tem a respon-sabilidade de desenvolver iniciativas e trabalharem conjunto com entidades do setor privadopara reduzir as emissões de gases causadoresdo efeito estufa, entre outros aspectos da políti-ca de mudanças climáticas. Outra responsabili-dade essencial é o compartilhamento e a coor-denação de conhecimentos, para harmonizaras políticas entre as várias entidades governa-mentais. Uma grande variedade de partes inte-ressadas integra o comitê, incluindo represen-tantes de universidades, organizações nãogovernamentais e indústrias locais.

Iniciativas verdes: Belo Horizonte tem umambicioso plano, com um orçamento de US$ 78milhões, para reduzir a poluição nas fontes deágua da cidade. Financiado pelo Banco Intera-mericano de Desenvolvimento, uma instituiçãoque proporciona empréstimos e outras formasde assistência financeira em toda a América Lati-na e também no Caribe, o projeto aperfeiçoará ainfraestrutura de drenagem, e tem como objeti-vo limitar o despejo de esgotos não tratados nosrios e bacias hidrográficas. Um dos objetivos éobter qualidade de água potável nos principaiscursos d’água da cidade antes da Copa doMundo de 2014.

Saneamento Básico: Belo Horizonte estádentro da média no quesito saneamento básico.Seu desempenho é mediano, apesar do cuidado-so monitoramento pela Copasa, que submete amaior parte das águas residuais da cidade a doisestágios de tratamento. Em 2008, a cidade ado-tou o seu Plano Municipal de Saneamento Bási-co, que apresenta as políticas e as ações até2011. Um dos principais objetivos definidos noplano de saneamento básico é a “universaliza-ção”, ou seja, a expansão dos serviços de sanea-mento básico a 100% dos habitantes da cidade.O plano determina melhorias nas conexões como sistema de saneamento básico nas comunida-des informais da cidade. Estima-se que, em2007, 95% dos moradores da cidade tinhamacesso ao saneamento básico, taxa ligeiramenteacima da média de 94% observada nas 17 cida-des. O desempenho da cidade em termos desaneamento básico é penalizado por uma taxade tratamento de águas residuais de 62%. Embo-ra a cidade esteja acima da média de 52%, elaainda requer melhorias significativas nessa área.

Iniciativas verdes: Em 2006, Belo Horizonteobteve um financiamento da ordem de US$ 80milhões do programa de “Saneamento Básico Pa raTodos” do governo federal. A cidade está investin-do em 150 projetos, 91 dos quais estão localiza-dos em comunidades informais, para pro por -cionar o acesso universal ao saneamento básico.

Page 19: Índice de Cidades Verdes da América Latina

abaixo da média do Índice, que é 202 kg por pes-soa. Esse valor se deve em parte a uma presençaindustrial relativamente pequena dentro doslimites da cidade e também à grande parcela derecursos renováveis no mix de eletricidade. Maisde 80% da eletricidade de Bogotá é gerada porusinas hidrelétricas. De acordo com os especia-listas locais, aproximadamente 70% das indús-trias que operam na cidade passaram a utilizargás natural como combustível, substituindo ocarvão e o diesel. Alguns estudos indicam que oclima temperado de Bogotá, entre 13 ºC e 18 ºC,reduz a necessidade de ar-condicionado. Alémdisso, mais de 80% da produção de energia elé-trica para a cidade provém de usinas hidrelétri-cas, como ocorre no restante do País. Bogotátambém apresenta boas notas em relação aoconsumo de energia elétrica, usando uma quan-tidade estimada de 397 megajoules para cadaUS$ 1.000 do PIB, uma taxa muito inferior àmédia do Índice, de 761 megajoules. Esta é tam-bém a melhor taxa no Índice, entre as cidadescom renda na faixa intermediária. No entanto,Bogotá não apresenta bons resultados no que serefere às suas políticas de energia e CO2 espe-cialmente no que diz respeito à energia limpa.Nesse aspecto, a cidade fica próxima aos últimoslugares do Índice. Bogotá é notória por ter umaestratégia de energia menos abrangente do queoutras cidades e por não procurar, especifica-mente, fontes ou métodos de produção de ener-gia mais limpa e mais renovável.

Iniciativas verdes: Na última década, a cidadevem, gradualmente, substituindo os ônibus queconsomem combustível com alto teor de carbo-no por veículos que consomem gás natural,especialmente com a introdução do TransMile-nio, sistema de trânsito rápido de ônibus (BRT)(veja “Iniciativas Verdes“ a seguir, no tópico“Transporte“). O número total de veículos quefuncionam com gás natural na Colômbia haviase elevado de aproximadamente 9.000 em 2002para 300.000 até dezembro de 2009. O projetode biogás chamado Doña Juana capta e trata ometano do aterro sanitário municipal. Os res-ponsáveis pelo projeto esperam prevenir 5,8milhões de toneladas de emissões de CO2 entre2009 e 2016. O maquinário do projeto funciona-rá com o biocombustível produzido pelo proces-so e o restante será distribuído às indústriaslocais.

Uso do solo e prédios: Bogotá está acimada média em termos de uso do solo e prédios.Trata-se de um bom resultado, em função daabundância de espaços verdes e políticas relati-vamente rigorosas de uso do solo. Com umataxa de 107 m² por pessoa, a quantidade deespaços verdes de Bogotá é a sexta maior do

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Bogotá_Colômbia

36 37

Bogotá_Colômbia

mente em função de suas políticas relativamen-te fracas nessa área, e também abaixo da médiano que se refere à qualidade do ar. Este últimoitem resulta dos altos níveis de dióxido de enxo-fre. A cidade apresenta um bom desempenhoem algumas categorias, quando comparadacom cidades de população e renda similares.Entre as nove cidades com populações médias(entre cinco e dez milhões de habitantes), Bogo-tá tem a maior quantidade de espaços verdespor pessoa e a maior parcela da população comacesso à água potável. E entre as sete cidadescom renda na faixa média do Índice (com um PIBpor pessoa entre US$ 8.000 e US$ 16.000), elaapresenta a melhor taxa de consumo de eletrici-dade por unidade de PIB e o mais baixo númerode veículos por pessoa.

Energia e CO2: Bogotá está acima da médiano que se refere à energia e CO2. Estima-se que acidade emita 40 kg de CO2 por pessoa devido aoconsumo de eletricidade, o que a coloca bem

Bogotá é a capital da Colômbia e é também acidade mais populosa do País, com 7,3

milhões de pessoas. Localizada em um planaltoelevado nos Andes, é a oitava cidade em densi-dade populacional no Índice de Cidades Verdesda América Latina, contando com 4.100 pessoaspor km2. A cidade é o centro financeiro daColômbia, e a área metropolitana possui alguns

Índice e a primeira entre as cidades com popula-ção média. A cidade também se beneficia por teruma política relativamente forte em termos deproteção dos espaços verdes e contenção daexpansão urbana, bem como normas “verdes”comparativamente boas aplicáveis aos prédiospúblicos.

Iniciativas verdes: A política de “espaçospúblicos” reconhece que a cidade necessita demais espaço verde, especialmente nas regiõesde baixa renda, e estabelece uma política geralpara aumentar o investimento nessa área. Maisespecificamente, a estrutura de planejamentourbano de Bogotá determina que os responsá-veis pelos projetos atribuam espaços verdes emnovos projetos. Por exemplo, no plano referenteà região norte da cidade, 132.000 novas unida-des residenciais serão acompanhadas de 76 hec-tares de parques.

Transporte: Bogotá está acima da média noque se refere ao transporte. A cidade é benefi-ciada por uma rede de transporte coletivo relati-vamente extensa. A rede consiste de 6,9 km porkm2, sendo a quinta mais extensa no Índice e

superior à media do Índice, que é 5 km por km².A rede não possui metrô, mas na última décadaas autoridades municipais fizeram grandesinvestimentos no sistema TransMilenio BRT e emciclovias (“Iniciativas Verdes“ a seguir). Bogotátambém apresenta uma taxa relativamentebaixa de carros por pessoa (0,15 veículo por pes-soa), que é a mais baixa entre as cidades comrenda na faixa intermediária. Bogotá é conheci-da por sua política abrangente de transportecoletivo e extensas faixas exclusivas de ônibuspara o BRT. A precificação do transporte coletivoé parcialmente integrada e a cidade tomou algu-mas medidas para reduzir as emissões oriundasdo transporte coletivo.

Iniciativas verdes: A iniciativa de transporteque é a marca registrada de Bogotá, o sistemaTransMilenio, começou a funcionar em 2000.Mais de 1.000 ônibus transportam aproximada-mente 1,6 milhão de passageiros por dia usandofaixas exclusivas em todas as regiões da cidade.Os passageiros embarcam em plataformas ele-vadas usando cartões inteligentes, sem contato.Trata-se de uma adaptação de um sistema im -plantado em Curitiba, e redes similares de ôni-

Indicadores GeraisPopulação total (milhões) 7,3

Área administrativa (km2) 1.776,0

PIB por pessoa (preços correntes) (US$) 8.411,2

Densidade populacional (pessoas/km2) 4.087,7

Temperatura (média das 24 horas, anual) (oC) 13,0

Baseado na cidade de Bogotá, Distrito Capital Bem abaixoda média

Abaixo da média

Média Acima da média

Bem acima da média

Desempenho

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Governança ambiental

Resultado geral

Bogotá Outras cidades

A ordem dos pontos nas faixas de performance não tem significado para os resultados das cidades.

dos maiores produtores de alimentos e flores doPaís. Bogotá tem um PIB médio de US$ 8.400por pessoa, o décimo mais elevado do Índice. Aárea metropolitana, com uma população de 8,5milhões, inclui cinco municípios, mas todos osnúmeros do Índice foram calculados tendocomo base o Distrito Capital.

Bogotá está acima da média no Índice, demodo geral. O desempenho da cidade é reforça-do por classificações acima da média em seis dasoito categorias: energia e CO2, uso do solo e pré-dios, transportes, resíduos, água e governançaambiental. O seu desempenho na categoriaener gia e CO2 apresenta como principais caracte-rísticas, um consumo de eletricidade e emissõesde carbono relativamente baixos, provenientesdo processo de produção de eletri ci dade. Emrelação ao uso do solo e prédios, Bogotá temrelativa abundância de espaços verdes e algu-mas das melhores políticas de uso do solo entreas 17 cidades. Bogotá está abaixo da média noque se refere ao saneamento básico, principal-

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Índice de Cidades Verdes da América Latina | Bogotá_Colômbia

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bus vêm se propagando em toda a América Lati-na. Além disso, a rede de 300 km de ciclovias deBogotá é uma das mais extensas no mundo. Aossábados e domingos, a cidade proíbe o acessode carros a mais de 70 km de ruas como parte doseu programa de ciclovias. Essa iniciativa atraimilhares de ciclistas, corredores e pedestres aocentro da cidade. A ideia, que foi implantadapela primeira vez em 1976, vem sendo copiadaem todo o mundo, inclusive em Nova York e Londres.

Resíduos: Bogotá está acima da média noque se refere à categoria de resíduos. A cidadegera o segundo menor volume de resíduos doÍndice. O volume é estimado em 290 kg por pes-soa, bem inferior à média do Índice, que é de465 kg. A cidade, além disso, consegue recolhere dar o destino final a quase 100% do que pro-duz. Em contrapartida, o desempenho da cidadeé penalizado em função de suas políticas, quesão relativamente fracas, incluindo uma estraté-gia parcialmente integrada e a monitoraçãoinsuficiente dos resíduos ilegais. Há tambémfalhas no cumprimento das normas de destinofinal dos resíduos. Embora Bogotá tenha um ser-viço de reciclagem, o mesmo frequentemente éinformal e não há pontos de coleta central defácil acesso.

Água: Bogotá se encontra acima da média noque se refere à água. A cidade apresenta amenor taxa de consumo de água por pessoa, doÍndice. A taxa da cidade é de 114 litros por pes-soa por dia, comparada a uma média de 264litros. Os números oficiais sugerem que quase100% da população tenha acesso à água potá-vel. Isso coloca a cidade na liderança do Índice,entre as cidades com renda na faixa intermediá-ria. No entanto, Bogotá não conta com uma polí-tica abrangente de conservação da água. Ela étambém uma das poucas cidades no Índice quesomente recebeu notas parciais pela promoçãoda conservação da água junto à população, poisas campanhas de conscientização a respeito da

utilização racional da água são realizadas pelogoverno federal, e não pela administração mu -nicipal. Como a maioria das cidades no Índice,Bogotá estabelece normas para os níveis dosprincipais poluentes na água potável, monitoraregularmente a qualidade da água e zela pelocumprimento das normas referentes à poluiçãoda água por parte das indústrias locais.

Iniciativas verdes: Em julho de 2010, o prefei-to propôs uma iniciativa visando à conservaçãoda água, por meio de uma estratégia em duasfrentes, consistindo em campanhas de cons-cientização da população e emissão de contasmais precisas. A proposta fazia parte de umaestratégia de cinco pontos contemplando a polí-tica de recursos hídricos, bem como o sanea-mento básico, a recuperação dos pântanos e asmelhorias na drenagem.

Saneamento Básico: Bogotá tem umaclassificação abaixo da média no que se refereao saneamento básico. Embora a cidade tenha asegunda taxa mais alta de acesso aos serviços desaneamento básico no Índice, com números ofi-ciais de quase 100%, ela tem uma pontuaçãorelativamente baixa no que se refere aos níveisde águas residuais tratadas. Estima-se quesomente 29% das suas águas residuais sejamtratadas, em comparação com uma média, doÍndice, de 52%. Além disso, Bogotá não temuma boa classificação no que se refere às políti-cas de saneamento básico, principalmente devi-do à falta de monitoramento e de normas para otratamento de águas residuais.

Iniciativas verdes: O plano diretor de recursoshídricos e esgotos da cidade prevê a recuperaçãoe a ampliação da rede de galerias. A ampliaçãoseria de aproximadamente 200 km e a rede deesgotos seria melhorada e ampliada até 2015. Oplano diretor também prevê a descontaminaçãodo rio Bogotá, uma das principais fontes de águada região. Como parte do plano, o governo fede-ral está ajudando a financiar uma nova unidade

Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Bo -gotá está entre as entidades que possuem asatribuições mais abrangentes entre as 17 cida-des, e é responsável pela monitoração da maio-ria das áreas ambientais mais importantes con-templadas pelo Índice.

A cidade padece de uma relativa ausência departicipação do público no desenvolvimento depolíticas ambientais, definidas no Índice comoplanos de consultar a população no que se refe-re a projetos com um impacto ambiental relati-vamente alto. No entanto, a cidade parece estardisposta a implantar melhorias nessa questão,por meio de uma iniciativa que se destina justa-

mente a aumentar a participação do público(“Iniciativas Verdes“ a seguir).

Iniciativas verdes: Para melhorar a participa-ção pública e a conscientização no que se refereàs questões ambientais, o governo local desen-volveu um centro de envolvimento cívico e decontato com a população, incluindo um progra-ma infantil conhecido como “Sala de Aula Am -biental” com reuniões que ocorrem em parquespúblicos. O centro cívico também apresentauma série de indicadores mediante os quais oscidadãos podem acompanhar o planejamento ea implantação de projetos ambientais locais.

de tratamento de esgoto para atender às neces-sidades da região da bacia do rio.

Qualidade do ar: Bogotá está abaixo damédia no que se refere à qualidade do ar, o que,em grande parte, se deve aos níveis relativamen-te altos de dióxido de enxofre e partículas emsuspensão. Com 22 microgramas por m³, Bogotáregistra o segundo mais alto nível médio diáriode dióxido de enxofre do Índice. Essa medição dedióxido de enxofre foi feita a partir de 2008, omesmo ano em que a cidade impôs restrições arespeito do enxofre no diesel (veja “IniciativasVerdes“ a seguir). Portanto, o desem penho dacidade deverá melhorar nos próximos anos. E noque diz respeito aos níveis médios diários de par-tículas em suspensão, Bogotá apresenta 58microgramas por m³, aci ma da média, que é de48 microgramas. Bogotá apresenta resultadosrelativamente bons no que se refere aos níveismédios diários de dióxido de nitrogênio, regis-trando 33 microgramas por m³, em comparaçãocom a média do Índice, de 38 microgramas. Noque se refere às políticas de ar limpo, Bogotá temresultados razoavelmente bons, com boas notaspara as suas normas de qualidade do ar, normasde monitoração e campanhas de conscientiza-ção da população. A cidade tem 13 estações dequalidade do ar, que monitoram constantemen-te a concentração dos principais agentes polui-dores e publicam as informações do site daSecretaria do Meio Ambiente.

Iniciativas verdes: Uma lei nacional de 2008determina que os distribuidores de combustívelreduzam o teor de enxofre no diesel de 1.200partes por milhão para menos de 500 partes pormilhão, com o intuito de chegar a 50 partes pormilhão em 2013. Todos os ônibus do sistemaTransMilenio atualmente usam diesel com teorde enxofre de 50 partes por milhão. A SecretariaMunicipal do Meio Ambiente está trabalhandoem parceria com o TransMilenio e com universi-dades locais, em conformidade com um planode dez anos para a descontaminação do ar, que

* Para dados de diferentes anos, será considerado apenas o ano do indicador principal. e) Estimativa da EIU, 1) Baseada na cidade de Bogotá, Distrito Capital, 2) Baseado na cidade de Bogotá, Distrito Capital. Número baseado nas estimativas oficiais de extensão e número de rotas de ônibus. 3) Baseado na cidade de Bogotá, Distrito Capital. 4) Baseado na cidade de Bogotá, Distrito Capital. Dados baseados no volume total de resíduo coletado. 5) Baseado na cidade de Bogotá, Distrito Capital. Dados baseados no volume total de água não cobrada, 6) Baseado na cidade de Bogotá, Distrito Capital. Dados baseados na proporção da população com acesso à rede de esgoto.

Indicadores Quantitativos: Bogotá

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Emissões de CO2 do consumo de eletricidade por pessoa (kg/pessoa)

Consumo de eletricidade por PIB em US$ (megajoules por US$ 1.000 de PIB)

Densidade populacional (pessoas/km2)

Espaços verdes por pessoa (m2/pessoa)

Comprimento da rede de transporte de massa (km/km2)

Redes superiores de transporte público (km/km2)

Estoque de carros e motocicletas (veículos/pessoa)

Parcela dos resíduos coletados e adequadamente descartados (%)

Resíduos gerados por pessoa (kg/pessoa/ano)

Consumo de água por pessoa (litros por pessoa por dia)

Vazamentos no sistema de abastecimento de água (%)

Parcela da população com acesso à água potável (%)

População com acesso a saneamento básico (%)

Parcela das águas residuais tratadas (%)

Níveis diários de dióxido de nitrogênio (ug/m3)

Níveis diários de dióxido de enxofre (ug/m3)

Níveis diários de partículas em suspensão (ug/m3)

Fonte

Estimativa da EIU, Departamento Administrativo Nacional de Estatísticas,Agência Internacional de Energia, Grupo Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas

Estimativa da EIU, Departamento Administrativo Nacional de Estatísticas

Departamento Administrativo Nacional de Estatísticas, Prefeitura de Bogotá

Secretaria de Planejamento; Departamento Administrativo Nacional de Estatísticas

Estimativa da EIU; Secretaria de Planejamento

TransMilenio S.A.

Secretaria de Planejamento Territorial, “Destino Capital”; “Mobilidade Sustentável”, Nov 2009

Secretaria de Planejamento; Secretaria de Habitação

Secretaria de Habitação; Departamento Administrativo Nacional de Estatísticas

Aqueduto Água e Saneamento de Bogotá; Departamento Administrativo Nacional de Estatísticas;

Aqueduto Água e Saneamento de Bogotá

Secretaria de Planejamento

Secretaria de Planejamento

Aqueduto Água e Saneamento de Bogotá

Secretaria Estadual do Meio Ambiente

Secretaria Estadual do Meio Ambiente

Secretaria Estadual do Meio Ambiente

Média

202.2

760.7

4,503.0

254.6

5.0

0.13

0.30

96.2

465.0

264.3

34.6

97.5

93.7

51.5

37.8

11.4

48.0

Ano*

2007

2007

2008

2008

2007

2010

2007

2009

2009

2009

2009

2007

2007

2009

2008

2008

2008

Bogotá

40.4 1, e

396.8 1,e

4,087.7 1

107.3 1

6.9 2, e

0.05 1

0.15 1

99.7 3, e

289.8 4, e

114.3 1

36.6 5, e

99.4 1

99.8 6, e

28.6 3, e

32.9 1

21.7 1

58.0 1

determina as políticas para elevar a qualidade doar nesse período. O trabalho se encontra na faseinicial. Os parceiros já organizaram uma série deseminários com a participação do público, paracaptar ideias.

Governança ambiental: Bogotá se en -contra acima da média no que se refere à gover-nança ambiental. A cidade tem feito um ótimotrabalho em termos de gerenciamento e moni-toração ambiental. Isso resulta da implantação,no decorrer de uma década, de algumas iniciati-vas ambientais importantes, incluindo as ciclo-vias mencionadas anteriormente. Além disso, a

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Uso do solo e prédios: Brasília tem umaclassificação média no que se refere ao uso dosolo e aos prédios. Embora a cidade seja famosapelo planejamento urbano, a sua classificaçãomediana nessa categoria se deve, em grandeparte, à sua baixa densidade populacional. Com436 pessoas por km², em comparação com amédia do Índice, que é de 4.500 pessoas porkm², a densidade populacional de Brasília é amais baixa no Índice. Isso é distorcido pela vastaárea administrativa da cidade, da qual boa parteé desabitada. No entanto, Brasília foi projetadacom parques grandes e numerosos, e, portan-to, estima-se que a cidade possua 985 m² deespaço verde por pessoa – a segunda taxa maiselevada Índice (Quito apresenta a taxa mais ele-vada). Os 67 parques protegidos e as áreas deconservação de Brasília estão sujeitos a uma leiambiental, e um plano de gerenciamento deterra determina limites para a expansão urbana.Brasília poderia melhorar a sua classificaçãonessa categoria, fortalecendo suas políticasrelativas às construções ecológicas. A cidadenão oferece incentivos para motivar as empre-sas ou as famílias a diminuírem o uso de energianem tem um plano para a implantação de nor-mas verdes em prédios públicos ou quaisquer

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Brasília_Brasil

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Brasília_Brasil

mais elevadas de resíduos per capita, e comocidade projetada para carros, o seu sistema detransporte coletivo deixa a desejar. Quandocomparada com as duas outras cidades com altarenda no Índice (com PIB per capita acima deUS$ 16.000), ela apresenta as mais baixas taxasde emissão de CO2 para o consumo de eletri- ci dade.

Energia e CO2: Brasília tem uma classifica-ção média quanto à energia e CO2. Com toda asua eletricidade sendo gerada a partir de fontesrenováveis – 98%, sendo oriunda de usinashidrelétricas – a cidade possui uma das mais bai-xas taxas de emissões de CO2 devido à eletricida-de, estimada em 8 kg por pessoa. Essa taxa só épior do que a de São Paulo e é considerada abai-xo da média do Índice, que é de 202 kg per capi-ta. As emissões de CO2 devido à eletricidade emBrasília são particularmente significativas quan-do comparadas às taxas das outras cidades comrenda elevada no Índice. A média de emissões,devido à eletricidade para as cidades de rendaelevada, pula para 285 kg por pessoa. A cidadetambém tem uma das mais baixas taxas de con-sumo de energia, comparada com o seu desem-penho econômico. Brasília consome 301 mega-

Brasília, com 2,5 milhões de habitantes, é acapital do Brasil. A cidade, construída com

uma finalidade específica, foi fundada em 1960,tendo substituído o Rio de Janeiro como sede dogoverno federal. Atualmente é famosa pela suaarquitetura modernista e pelas largas avenidas eé considerada um dos grandes experimentos emplanejamento urbano do século XX. A cidade foiprojetada ao longo de duas artérias principaiscom zonas distintas para fins residenciais,comerciais e administrativos. Brasília possui osegundo mais alto PIB per capita do Índice, US$21.100 – bem acima da média das 17 cidades,que é US$ 11.100. A administração públicadomina a economia de Brasília, mas a cidadetambém possui um extenso setor de serviços enela fica sediada uma das maiores empresas de

normas de eficiência energética em novos imó-veis.

Iniciativas verdes: Em 2009, a CompanhiaImobiliária de Brasília (Terracap) começou a tra-balhar no bairro há muito tempo planejado,conhecido como "Bairro Verde”, na parte noroes-te da cidade. A nova comunidade residencialinclui 220 prédios eficientes em termos de en er -gia, que serão construídos com painéis so-la res instalados e abrigarão aproximadamente40.000 pessoas. Esse bairro deverá ficar prontoem 2025. Além disso, Brasília, com o apoio doBanco Mundial, também tem planos para iniciarum programa de urbanização, a um custo deUS$ 34 milhões, em uma comunidade informal

Transporte: Brasília tem uma colocaçãobem abaixo da média no que se refere ao trans-porte. A cidade foi planejada na década de1950, quando a indústria automobilística brasi-leira estava tomando impulso. Como resultadodisso, a cidade foi projetada para automóveis,com poucos caminhos para pedestres. Atual-mente a frota de automóveis e motocicletas dacidade totaliza 0,37 veículo por pessoa, em com-paração com uma média de 0,3 para as 17 cida-des. Brasília tem um metrô com 45 km, que pos-sui duas linhas e transporta, todos os dias,aproximadamente 150.000 passageiros. A suarede de transporte superior (definida no Índicecomo sendo transporte que movimenta grandesquantidades de pessoas com rapidez, em pistasexclusivas, como metrô, ônibus rápidos ou redede bondes), apresenta um total de 0,09 km porkm² de território urbano, um pouco abaixo damédia do Índice, que é 0,1 km. Isso exclui a vastaextensão territorial desabitada no Distrito Fede-ral. No entanto, os ônibus são o principal meiode transporte coletivo, e frequentemente apre-sentam superlotação. Ficou demonstrado queBrasília possui a rede de transporte coletivo maiscurta do Índice de Cidades Verdes da AméricaLatina em relação ao seu tamanho, ou seja, ape-nas 0,5 km por m² de território urbano em com-paração com uma média de 5,0 km para as 17cidades. A cidade também tem um mau desem-penho no que se refere à política de transportescoletivos urbanos. O plano de transporte coleti-vo da cidade, “Brasília Integrada”, prevê investi-mentos na expansão dos serviços de ônibus emetrô, construção de terminais de passageiros ea criação de mais pistas exclusivas para ônibus,mas ainda não está implantado na sua totalida-de. Brasília apresenta um desempenho melhorno quesito política para reduzir o congestiona-mento. Embora a cidade não possua iniciativaspara a redução de trânsito como pistas exclusi-

Indicadores GeraisPopulação total (milhões) 2,5

Área administrativa (km2) 5.802,0

PIB por pessoa (preços correntes) (US$) 21.082,1

Densidade populacional (pessoas/km2) 436,5

Temperatura (média das 24 horas, anual) (oC) 21,0

Baseado na cidade de Brasília, Distrito Federal

telecomunicações do Brasil e vários bancos degrande porte. A maioria dos 5.800 km² da áreaadministrativa de Brasília, no Distrito Federal, éárea de preservação. A área metropolitana, maisampla, possui uma população de 3,7 milhões depessoas e limites territoriais muito mais amplos,mas todos os dados usados no Índice provêm doDistrito Federal.

Brasília fica acima da média no Índice, demodo geral. Ela tem o melhor desempenho nascategorias de água, saneamento básico, quali-dade do ar e governança ambiental, nas quaisela se coloca acima da média. O desempenho deBrasília é melhorado nessas categorias em fun-ção de uma taxa muito baixa de vazamentos nosistema de abastecimento de água, uma altaporcentagem de águas residuais tratadas, con-centrações abaixo da média de dois dos trêsagentes de poluição do ar medidos no Índice eum vigoroso histórico de gerenciamento am -biental. A cidade recebe notas médias no que serefere à energia e CO2 e ao uso do solo e prédios.Apesar de seu bom desempenho em termosgerais, Brasília requer melhorias significativasrelativas aos resíduos e ao transporte, tendorecebido notas bem abaixo da média nessasduas categorias. Brasília gera uma das taxas

nas proximidades do depósito de lixo a céu aber-to da cidade. Assim que o depósito for fechado,a cidade construirá residências permanentesligadas à sua rede de saneamento básico e como fornecimento de água potável para quase35.000 pessoas que residem na área, e construi-rá escolas e outros itens de infraestrutura dobairro.

Bem abaixoda média

Abaixo da média

Média Acima da média

Bem acima da média

Desempenho

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Governança ambiental

Resultado geral

Brasília Outras cidades

A ordem dos pontos nas faixas de performance não tem significado para os resultados das cidades.

joules de eletricidade por US$ 1.000 de PIB,menos da metade da média das 17 cidades, queé 761 megajoules. No entanto, o desempenhoda cidade no tocante às emissões e consumo deenergia é, em parte, anulado devido aos seusfracos resultados no que se refere à políticaenergética do governo. Embora a cidade tenhacriado recentemente um conselho de mudançasclimáticas, ela não adotou nenhuma meta clarade redução de emissões de CO2, nem é signatá-ria de nenhum acordo internacional que trata daredução de gases causadores do efeito estufa.Além disso, Brasília é uma de apenas quatrocidades no Índice que não realizaram uma análi-se de dados básicos de emissão de gases causa-dores do efeito estufa.

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Índice de Cidades Verdes da América Latina | Brasília_Brasil

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vas para a carona solidária ou sistemas pelosquais os usuários estacionam os seus veículos eutilizam o transporte coletivo, os representantesda cidade já começaram a promover o uso dabicicleta como meio de transporte, o que eleva asua pontuação.

Iniciativas verdes: Em 2009, Brasília começoua construir o primeiro sistema moderno de trenselétricos no País. Estima-se que a obra seja con-cluída antes da Copa do Mundo de 2014. A linhade bonde terá 23 km de extensão e ligará o aero-porto de Brasília às regiões sul, central, e norteda cidade, com 25 estações. Espera-se que oprojeto, que terá um custo de US$ 870 milhões,reduza em 30% o tráfego de veículos na W3,uma das principais avenidas de Brasília. Estásendo cogitada a construção de outras linhas debondes.

Resíduos: Brasília está colocada bem abaixoda média no que se refere aos resíduos. Emgrande parte, o fraco desempenho da cidade sedeve à taxa muito elevada de produção: Brasíliagera 875 kg de resíduos por pessoa por ano.Trata-se de uma taxa consideravelmente maisalta do que a média do Índice, que é 465 kg. Ataxa é alta mesmo quando comparada com astaxas de outras cidades de renda elevada noÍndice, que produzem uma média de 657 kg deresíduos por pessoa por ano. Brasília coleta e dáo destino final a 95% dos seus resíduos. Estataxa está ligeiramente abaixo da média de 96%das 17 cidades do Índice. Trata-se de uma daspoucas cidades de grande porte no Brasil queainda possui um depósito de lixo a céu aberto,cujo fechamento está previsto há muito tempo(veja “Iniciativas Verdes“ a seguir). Há 12 unida-des de gerenciamento na cidade e um sistemalocal para reciclagem de resíduos, que entrouem funcionamento em 2007.

Iniciativas verdes: Em 2009, Brasília deu inícioa um processo de licitação para a construção deum novo aterro sanitário. A unidade, de última

geração, que será construída a um custo de US$175 milhões, será o primeiro e único aterro sani-tário da cidade. A empresa que vencer a licitaçãoterá um prazo de um ano para construí-lo. Quan-do o novo aterro sanitário estiver funcionandocom capacidade total, a cidade fechará o atualdepósito de lixo a céu aberto. O processo de lici-tação foi interrompido, por motivos de ordemtécnica, mas os representantes da cidade afir-maram que ele será reaberto em 2011.

Água: Brasília ocupa uma posição acima damédia em relação à água. O seu vigorosodesempenho nessa categoria se deve, em gran-de parte, a uma taxa comparativamente baixade vazamentos de água. Brasília perde 27% doseu abastecimento de água devido a vazamen-tos, taxa inferior à média de 35% das 17 cidades.Somente Monterrey e Puebla apresentam taxasmais baixas. A infraestrutura de água de Brasíliaé relativamente nova, e, portanto, mais eficien-te do que a infraestrutura de muitas outras cida-des do Índice. Quase 100% da população temacesso à água potável, de acordo com as fontesoficiais.

Em média, Brasília consome 176 litros deágua por pessoa por dia, em comparação comuma média, no Índice, de 264 litros. A capitalpossui uma agência reguladora de água, energiae saneamento básico, a qual, em conjunto coma Companhia de Saneamento Ambiental do Dis-trito Federal (CAESB), monitora regularmente osistema quanto à presença de poluentes. Alémdisso, Brasília está tomando medidas para pre-servar a qualidade dos seus vastos recursoshídricos subterrâneos, das fontes naturais e dolago artificial Paranoá (veja “Iniciativas Verdes“ aseguir, no tópico “Saneamento básico“).

Iniciativas verdes: Com o intuito de reduzir oconsumo de água, em 2009 a cidade adotouuma medida que oferece aos consumidores umdesconto de 20% na conta de água se eles con-sumirem menos em um determinado mês com-parado ao mesmo mês no ano anterior. Além

“Brasília Sustentável” também tem um compo-nente significativo de urbanização e se destina amelhorar o nível de vida dos habitantes quevivem nas proximidades das fontes naturais dacidade.

Qualidade do ar: Brasília está acima damédia em se tratando da qualidade do ar, assimcomo Belo Horizonte, Quito e Medellín. O bomdesempenho da cidade nessa categoria se deve,em grande parte, à ausência de indústrias polui-doras. Brasília registra uma média anual de con-centrações diárias de dióxido de nitrogênio deapenas 13 microgramas por m³, que é a menordo Índice, e está bem abaixo da média das 17cidades, que é de 38 microgramas. A cidade temainda a mais baixa concentração de partículas

suspensas, somente 11 microgramas por m³,em comparação com a média de 48 microgra-mas do Índice. No entanto, as concentraçõesdiárias de dióxido de enxofre, de 13 microgra-mas por m³ são ligeiramente superiores à médiade 11 microgramas. Embora o desempenho dacidade nessa categoria já seja significativo, amenor dependência de carros particulares paratransporte melhoraria essa pontuação aindamais. Brasília monitora a qualidade do ar (veja“Iniciativas Verdes“ a seguir), e também promo-ve o ar limpo, informando os cidadãos a respeitodos níveis de poluentes e dos perigos da polui-ção doméstica.

Iniciativas verdes:O Instituto Brasília Ambien-tal (Ibram), estatal, mantém sete unidades de

monitoração na cidade. Em 2009, o Ibram esta-beleceu uma parceria com a Universidade deBrasília para ampliar sua capacidade de atuação.Essas entidades, em conjunto, estão monitoran-do cuidadosamente a qualidade do ar nas áreasaltamente poluídas, no entorno do principal ter-minal de ônibus da cidade, ao longo das princi-pais ruas e nas proximidades de uma grandefábrica de cimento. As entidades também co-produzem o relatório anual de qualidade do arda cidade.

Governança ambiental: Brasília se en -contra acima da média no que se refere à gover-nança ambiental. Trata-se de um de seusmelhores desempenhos no Índice. A política eos programas ambientais da cidade não parecem ter sido afetados pelas dificuldadespolíticas do início de 2010. A Secretaria deDesenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Distrito Federal (Seduma) funciona comoponto focal em termos de informações públicasa respeito do desempenho ambiental. O órgão também realiza, a intervalos regulares,análises do seu desempenho ambiental, e os resultados são colocados à disposição dopúblico. A Secretaria de Meio Ambiente tam-bém organiza audiências públicas com organi-zações não governamentais e outras par-tes interessadas, especialmente na fase de pla-nejamento de programas como o “Brasília Sus-tentável”.

disso, nos últimos dois anos, os prédios novosvêm sendo equipados com hidrômetros, quetambém serão instalados nos prédios mais anti-gos em um prazo de cinco anos.

Saneamento Básico: Brasília encontra-seacima da média na questão do saneamentobásico. Como se trata de uma cidade relativa-mente jovem beneficia-se, nesta categoria, dasua infraestrutura de saneamento básico com-parativamente nova. A cidade trata 100% daságuas residuais colhidas, índice consideravel-mente superior à média, que é 52%. No entanto,estima-se que 92% dos habitantes de Brasíliatenham acesso aos serviços de saneamentobásico, taxa ligeiramente inferior à média das 17cidades, que é 94%. Os registros da cidade nessaárea tendem a melhorar devido a projetos que seencontram em andamento (veja “IniciativasVerdes“ a seguir). A pontuação da cidade setorna ainda melhor devido a um bom históricoem termos de política de saneamento básico. Acidade monitora, a intervalos regulares, as insta-lações de saneamento básico residenciais ecomunitárias, por exemplo, e como a maiorparte das cidades do Índice, Brasília promove aconscientização da manutenção preventiva dossistemas de esgotos, principalmente por meiode campanhas junto à população.

Iniciativas verdes: Em 2007, a cidade deu iní-cio ao projeto “Brasília Sustentável” a um custode US$ 150 milhões, em parceria com o BancoMundial, para preservar a qualidade dos recur-sos hídricos e expandir os serviços ambientaisde saneamento básico. Em conformidade comesse programa, Brasília está implantando umacombinação de atividades para reduzir a polui-ção e evitar o despejo de águas residuais não tra-tadas nas suas fontes de recursos hídricos. Asiniciativas se destinam, basicamente, a expandira infraestrutura de saneamento básico, demodo a atender os bairros que atualmente nãoestão obtendo os serviços adequados, e melho-rar as redes de drenagem e tubulação. O projeto

* Para dados de diferentes anos, será considerado apenas o ano do indicador principal. e) Estimativa da EIU. 1) Baseado em Brasília, Distrito Federal. 2) Baseado na área urbana de Brasília. Nem todos os dados sobre linhas de ônibus estão incluídos devido à indisponi -bilidade informações. 3) Baseado na área urbana de Brasília. 4) Baseado em Brasília, Distrito Federal. Baseado no total da coleta de resíduos. 5) Baseado em Brasília, Distrito Federal. Proporção da população com acesso à rede de esgotos. 6) Baseado em Brasília, DistritoFederal. Média diária anual estimada de NO2. 7) Baseado em Brasília, Distrito Federal. Média diária anual estimada de SO2. 8) Baseado em Brasília, Distrito Federal. Média diária anual estimada de PM10.

Indicadores Quantitativos: Brasília

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Emissões de CO2 do consumo de eletricidade por pessoa (kg/pessoa)

Consumo de eletricidade por PIB em US$ (megajoules por US$ 1.000 de PIB)

Densidade populacional (pessoas/km2)

Espaços verdes por pessoa (m2/pessoa)

Comprimento da rede de transporte de massa (km/km2)

Redes superiores de transporte público (km/km2)

Estoque de carros e motocicletas (veículos/pessoa)

Parcela dos resíduos coletados e adequadamente descartados (%)

Resíduos gerados por pessoa (kg/pessoa/ano)

Consumo de água por pessoa (litros por pessoa por dia)

Vazamentos no sistema de abastecimento de água (%)

Parcela da população com acesso à água potável (%)

População com acesso a saneamento básico (%)

Parcela das águas residuais tratadas (%)

Níveis diários de dióxido de nitrogênio (ug/m3)

Níveis diários de dióxido de enxofre (ug/m3)

Níveis diários de partículas em suspensão (ug/m3)

Fonte

Estimativa da EIU; Companhia Energética de Brasília; Secretaria de Desenvol vimento Urbano e Meio Ambiente do Distrito Federal.

Companhia Energética de Brasília; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; EIU.

Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Distrito Federal.

Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Distrito Federal.

Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Distrito Federal.

DFTRAN, DFMETRO.

Denatran.

Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Distrito Federal.

Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Distrito Federal.

Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal; Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Distrito Federal.

Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Distrito Federal.

Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento; Secretaria de Desen volvimento Urbano e Meio Ambiente do Distrito Federal.

Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento.

Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Distrito Federal.

Secretaria do Meio Ambiente

Secretaria do Meio Ambiente

Secretaria do Meio Ambiente

Média

202.2

760.7

4,503.0

254.6

5.0

0.13

0.30

96.2

465.0

264.3

34.6

97.5

93.7

51.5

37.8

11.4

48.0

Ano*

2009

2007

2009

2009

2009

2010

2010

2009

2009

2008

2008

2008

2008

2008

2008

2008

2008

Brasília

7.8 1, e

301.2 1

436.5 1

985.1 1, e

0.5 2, e

0.09 3

0.37 1

95.1 4

874.6 4

175.9 1

27.0 1

99.8 1

91.8 5, e

100.0 1

13.4 6, e

13.4 7, e

10.9 8, e

Page 23: Índice de Cidades Verdes da América Latina

de emissões de CO2 ocorre devido ao fato de queuma baixa parcela de recursos renováveis éusada para a sua produção. Somente um quartoda eletricidade consumida em Buenos Aires éproveniente de usinas hidrelétricas, ao passoque a maior parte da eletricidade é produzida apartir do gás natural. Por outro lado, a cidadeconsome 535 megajoules de eletricidade paracada US$ 1.000 de PIB, comparado com a médiado Índice, que é de 761 megajoules. Porém estaé a mais elevada taxa de consumo de eletricida-de quando comparada com as outras duas cida-des de renda elevada no Índice. Buenos Airesapresenta um desempenho melhor quando setrata das políticas com o intuito de reduzir asemissões de CO2. A cidade adotou um plano deação abrangente no que se refere às mudançasclimáticas (veja “Iniciativas Verdes“ a seguir). Noentanto, Buenos Aires poderia melhorar o seudesempenho nessa categoria, implantando umaestratégia de energia limpa com o intuito dereduzir o impacto ambiental do consumo deenergia e aumentar o investimento em eficiên-cia energética.

Embora várias cidades do Índice já tenhamcomeçado a converter subprodutos de resíduosem energia, melhorando a sua pontuação deenergia e CO2 ao fazê-lo, Buenos Aires apresentaresultados piores quando se trata desse indica-dor porque, até agora, a cidade apenas concluiuestudos de viabilidade a respeito de biodigestãoe recuperação de biogás. A cidade também temuma situação pior do que a de outras cidades doÍndice em termos de investimento em energialimpa e recursos renováveis.

Iniciativas verdes: Em 2009, a cidade adotouum plano abrangente em relação às mudançasclimáticas. De acordo com esse plano, há umameta para reduzir as emissões de CO2 em 30%até 2030, a partir dos níveis de 2008, obtendouma redução de cinco milhões de toneladas deCO2 por ano. Medidas específicas no planoincluem a substituição de lâmpadas comuns nospostes de rua por LEDs, eficientes quanto ao usode energia. Também houve a introdução de apa-relhos eletrodomésticos mais eficientes e o lan-çamento de uma campanha de conscientizaçãoda população para promover a conservação deenergia. Em 2010, a cidade de Buenos Airescolocou o seu primeiro ônibus híbrido elétricoem circulação, o primeiro estágio do seu projeto“Ecobus”. O projeto tem como objetivo substituirtoda a frota da cidade por veículos híbridos queproduzam pouca poluição, o que, segundo asautoridades, reduzirá as emissões de CO2 em230.000 toneladas por ano.

Uso do solo e prédios: Buenos Aires estána média na categoria de uso do solo e edifica-

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Buenos Aires_Argentina

44 45

Buenos Aires_Argentina

habitantes de Buenos Aires tenham acesso àágua potável, a cidade tem uma elevada taxa deconsumo de água e de vazamentos no sistema.A pontuação da cidade é ainda prejudicada pornotas abaixo da média no que se refere a resí-duos, ao saneamento básico e à qualidade do ar.No entanto, quando comparada com outrascidades de renda elevada no Índice (PIB por pes-soa superior a US$ 16.000), Buenos Aires tem amaior parcela da sua população com acesso àágua potável e serviços de saneamento básico.Além disso, a cidade adotou um dos planos deação mais ambiciosos referentes às mudançasclimáticas no Índice, e o seu desempenho emmuitas categorias provavelmente melhorarácomo resultado desse plano.

Energia e CO2: Buenos Aires está na médiaem relação à energia e CO2, em grande partedevido ao elevado nível de emissões de CO2 emfunção da utilização da eletricidade. Anualmen-te a cidade produz 527 kg de CO2 por pessoa,devido ao uso de eletricidade, quase o triplo damédia das 17 cidades, que é 202 kg por pessoa,e o nível mais elevado do Índice. Esse alto nível

Buenos Aires é a capital da Argentina. Emboraa área metropolitana abrigue cerca de 12,5

milhões de pessoas, a Cidade Autônoma de Bue-nos Aires é consideravelmente menor, tendo 3,1milhões de habitantes. Somente este distritomenor, propriamente dito, está incluído no Índi-ce de Cidades Verdes da América Latina, o quefaz de Buenos Aires a décima maior cidade doÍndice. A cidade apresenta o maior PIB per capitado Índice, estimado em US$ 24.200. Em conjun-to com a sua área metropolitana, mais extensa,Buenos Aires é considerada a espinha dorsal daeconomia do País, sendo responsável por quaseum quarto do PIB da Argentina. Suas atividadescomerciais têm como ponto forte os serviços

ções. A cidade tem uma boa pontuação no quese refere à densidade populacional, com a maisalta densidade entre as cidades do Índice, ou seja, 15.000 habitantes por km², em compa-ração com a média, das 17 cidades, de 4.500habitantes por km². No entanto, esta alta densi-dade tem um custo: os espaços verdes. Comapenas 6 m² de espaços verdes por pessoa naárea da cidade, Buenos Aires apresenta um dosnúmeros mais baixos do Índice. Embora a cidadenão promova, de maneira ativa, a conscientiza-ção entre os seus habitantes, a respeito dosmeios para melhorar a eficiência energética emsuas residências, a sua pontuação é melhoradapelas medidas proativas da administração muni-cipal no sentido de implantar programas eficien-tes em energia e que não prejudiquem o meioambiente, nos prédios municipais. A cidade secomprometeu a diminuir o consumo de energianos prédios públicos em 20% a partir dos níveisde 2007 até o final de 2012 (veja “IniciativasVerdes“ a seguir).

Iniciativas verdes: O “Programa de EficiênciaEnergética em Prédios Públicos” da cidade temcomo objetivo reduzir o consumo de energia em

edifícios públicos em 10% em 2010 e 20% a par-tir dos níveis de 2007 até o final de 2012. Emconformidade com essa iniciativa, a cidade, pri-meiramente, realizou avaliações de energia nosprédios municipais, levando os seguintes itensem consideração: ar-condicionado, aquecimen-to, iluminação, utilização de computadores eoutros equipamentos elétricos. Planos indivi-duais de eficiência energética foram criadosposteriormente para cada prédio, a fim de maxi-mizar as oportunidades de economizar energia,e serão usados como as melhores práticas paraadoção em outros prédios públicos. A cidadetambém está desenvolvendo um plano pararevitalizar espaços verdes, criando uma rede decorredores com ciclovias que conectam espaçosverdes existentes. Isto incluirá parques, praças ea Reserva Ecológica Costanera Sur, na regiãoleste de Buenos Aires, que continua sen do umfoco importante da conservação ambiental. Porenquanto, não foi anunciado um prazo e nemobjetivos definitivos para o pro grama.

Transporte: Buenos Aires apresenta umapontuação média no que se refere ao transpor-te. O sistema de transporte coletivo da cidade é

Indicadores GeraisPopulação total (milhões) 3,1

Área administrativa (km2) 203,2

PIB por pessoa (preços correntes) (US$) e 24.222,9

Densidade populacional (pessoas/km2) 15.013,4

Temperatura (média das 24 horas, anual) (oC) 17,8

Baseado na cidade de Buenos Aires. e) Estimativa da EIU

financeiros, os imóveis, os serviços empresariaise a manufatura. Além disso, a cidade possui umdos portos mais movimentados da América doSul. O porto está localizado no Rio da Prata, quebanha Buenos Aires e liga a Argentina ao Uru-guai. Portanto, a cidade é um ponto central emtermos de logística e transportes.

Apesar da sua relativa riqueza, Buenos Airesestá abaixo da média no Índice, de modo geral.Os melhores resultados da cidade ocorrem nasáreas de energia e CO2, uso do solo e prédios,transporte e governança ambiental. Em cadauma dessas categorias, a cidade apresenta clas-sificação média. Seu desempenho na categoriade energia e CO2 deve-se a uma taxa relativa-mente baixa de consumo de eletricidade porunidade de PIB e rigorosas políticas com o intui-to de manter sob controle os efeitos das mudan-ças climáticas. Na área de transporte, BuenosAires tem uma das redes de transporte coletivomais extensas e políticas bem desenvolvidascom o intuito de reduzir os congestionamentos.No entanto, o desempenho da cidade, de modogeral, é penalizado por uma nota bem inferior àmédia na categoria de água. Embora todos os

Bem abaixoda média

Abaixo da média

Média Acima da média

Bem acima da média

Desempenho

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Governança ambiental

Resultado geral

Buenos Aires Outras cidades

A ordem dos pontos nas faixas de performance não tem significado para os resultados das cidades.

Page 24: Índice de Cidades Verdes da América Latina

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Buenos Aires_Argentina

46 47

bem desenvolvido e a densidade da rede, que éde 7 km por km² do território da cidade, é supe-rior à média das 17 cidades, que é de 5 km porkm². O metrô eleva a pontuação de Buenos Airesna área de redes de transporte coletivo superior(definido no Índice como transporte que movi-menta grandes números de passageiros rapida-mente em pistas exclusivas, como o metrô e sis-temas rápidos de ônibus ou bondes). A rede éuma das mais extensas do Índice, com 0,26 kmpor m² do território da cidade. Porém, muitoshabitantes ainda preferem utilizar seus carrosparticulares. Buenos Aires possui a maior frotade carros e motocicletas no Índice, com umaestimativa de 0,66 veículo por pessoa – maisque o dobro da média de 0,3 das 17 cidades. Acidade está trabalhando no sentido de reduzir asemissões do transporte coletivo e adotou ônibusde baixa emissão para o transporte público. Acidade também promove o transporte verde,como o uso de bicicletas.

Iniciativas verdes: Como parte do seu “Planode Mobilidade Sustentável”, a cidade acrescen-tou “rotas preferenciais” a oito avenidas princi-pais utilizadas nos horários de pico para que otrânsito flua melhor. As medidas incluem a atri-buição de pistas separadas ao longo dessasrotas para transporte público e particular. Essainiciativa diminuiu em até dois terços o tempode viagem e também foram reduzidas as emis-sões de veículos parados. O plano de mobilida-de sustentável também prevê um programa dealuguel de bicicletas, semelhante aos que exis-tem em muitas cidades europeias. Os usuáriospoderão alugar bicicletas em locais pré-estabe-lecidos, por curtos períodos, devolvendo-as emqualquer outro local pré-estabelecido na cida-de. A administração municipal ainda não anun-ciou uma data para o lançamento dessa inicia-tiva.

Resíduos: Buenos Aires está abaixo da médiano que se refere aos resíduos. A cidade recolhe edá o destino final adequado a 100% dos seus

resíduos, em comparação com a média das 17cidades, que é de 96%. No entanto, Buenos Airesgera 606 kg de resíduos por pessoa por ano. Essaé a terceira maior taxa de geração de resíduos doÍndice – somente Brasília e Belo Horizonte pro-duzem mais resíduos. Em média, as cidades doíndice produzem 465 kg por habitante por ano.A geração de grande quantidade de resíduos sedeve, principalmente, à cultura de consumobem desenvolvida da cidade e ao alto padrão devida que muitos habitantes usufruem. A cidadetem um bom desempenho em termos de políti-ca de resíduos porque impõe normas ambientaisa respeito de aterros sanitários, exige e monitoraa destinação final de resíduos perigosos e possuiuma estratégia integrada com o intuito de redu-zir os resíduos e promover a reutilização ou areciclagem.

Iniciativas verdes: O Ministério do Meio Am -biente e Espaço Público divulgou a versão preli-minar da Proposta de Higiene Urbana para acidade em julho de 2010. O plano prevê umarevisão geral do sistema de coleta de resíduos dacidade e inclui o princípio básico de “resíduozero”, que deve ser realizado mediante a expan-são da reciclagem e melhoria dos serviços decoleta e destino final.

Água: Buenos Aires tem uma pontuação bemabaixo da média no que se refere à água. Trata-se da sua pior nota no Índice. Embora 100% dapopulação de Buenos Aires tenha acesso à águapotável, o que coloca a cidade em primeiro lugarjunto a Porto Alegre, Curitiba e Quito, a cidadeainda tem muito que melhorar nessa categoria.Os residentes de Buenos Aires têm a maior taxade consumo de água do Índice, 669 litros deágua por pessoa por dia, mais que o dobro damédia das 17 cidades, que é de 264 litros pordia. A elevada taxa de consumo se deve, emparte, à falta de progresso da cidade na área depolíticas de sustentabilidade para a água. A cida-de não possui uma norma para a redução dodesperdício relacionado à água ou para o consu-

histórico deficiente em termos de tratamento deesgoto, e a maior parte dos esforços, no mo -mento, está concentrada somente na monitora-ção. Iniciativas adicionais relacionadas ao planoincluem a instalação de nova drenagem e cole-tores secundários em 17 bacias hidrográficasem toda a cidade até 2012.

Qualidade do ar: Buenos Aires está abaixoda média no que se refere à qualidade do ar.Suas ruas densas e congestionadas são a princi-pal fonte da maior parte da poluição do ar.Embora a cidade tenha inaugurado uma novarede de monitoração do ar (veja “Iniciativas Ver-des“ a seguir) ela ainda não monitora o dióxidode enxofre ou as partículas suspensas, o que

penaliza a sua pontuação na área de monitora-ção da qualidade do ar. A cidade tem uma con-centração diária média de dióxido de nitrogêniode 27 microgramas por m³, uma das mais baixasconcentrações de dióxido de nitrogênio do Índi-ce, bem abaixo da média das 17 cidades, que é38 microgramas. No entanto, devido à falta demonitoração, os dados a respeito das concentra-ções diárias de dióxido de enxofre e partículassuspensas estão desatualizados. Buenos Airestambém apresenta um desempenho inferior aoda maioria das cidades do Índice, pela falta deuma norma abrangente sobre a qualidade do ar,mas tem uma pontuação alta por informar oscidadãos a respeito do perigo dos poluentesdomésticos.

Iniciativas verdes: Buenos Aires implantou,recentemente, uma nova rede de monitoraçãode ar que se destina a ajudar a tratar da qualida-de do ar da cidade, que é cronicamente ruim. Arede possui 45 unidades de monitoração queanalisam vários poluentes comuns em locaisestratégicos.

Buenos Aires também estabeleceu uma metapara a redução de emissão de gases causadoresdo efeito estufa a partir de fontes móveis e esta-cionárias em 10% até 2010, em parte mediantea verificação do cumprimento de normas deemissão nos veículos.

Governança ambiental: Buenos Airesestá na média em termos de governança am -biental. A pontuação da cidade é melhoradapela grande abrangência das atividades da sua Agência de Proteção Ambiental e pela suamo nitoração regular do desempenho ambien-tal.

A cidade também tem meios jurídicos deimplantar a sua própria legislação ambiental,mas a sua pontuação é penalizada devido aoalcance limitado do envolvimento dos cidadãose das organizações não governamentais quandose trata de criar planos ambientais preliminares.Além disso, a mais recente análise ambiental dacidade omitiu os seguintes itens: saneamentobásico, resíduos, uso do solo, transporte e esta-belecimento de comunidades.

mo mais eficiente. Estima-se que Buenos Airesperca 41% de sua água devido a vazamentos,em comparação com uma média de 35% noÍndice. E embora a cidade monitore a qualidadeda água da superfície, Buenos Aires é a única doÍndice que não tem uma política destinada amelhorar a qualidade dessa água.

Iniciativas verdes: Buenos Aires adotou umplano diretor que se aplica a toda a cidade, paralidar com todos os aspectos do gerenciamentode recursos hídricos. Um componente essencialdo plano é a instalação de hidrômetros em todaa parte. Embora muitas outras cidades da regiãojá tenham tomado essa medida e tenham redu-zido a utilização de água, Buenos Aires esperarecuperar o atraso, estabelecendo uma metapara reduzir o consumo de água em 40% a partirdos níveis atuais, até 2012.

Saneamento Básico: Buenos Aires estáabaixo da média no que se refere ao saneamen-to básico. A alta densidade populacional de Bue-nos Aires e a sua riqueza histórica apontam quea cidade tem uma estrutura de saneamentobásico e, de modo geral, robusta (aproximada-mente 99% dos habitantes têm acesso ao sanea-mento básico), ou seja, a cidade está acima damédia do Índice, que é de 94%. Entretanto, acidade é uma das duas estudadas que não tra-tam as suas águas residuais, em que grandequantidade dessas águas flui diretamente para ojá poluído Rio da Prata. Além disso, ela está entreas poucas cidades do Índice que não têm campa-nhas públicas de conscientização para promovero uso eficiente dos sistemas de saneamentobásico.

Iniciativas verdes: Como parte do plano dire-tor de recursos hídricos da cidade, o governoestá trabalhando no sentido de atualizar a infra-estrutura ultrapassada do sistema de esgotos deRadio Antiguo, que tem sua origem no séculoXIX e é responsável por 8% da totalidade darede. A falta de investimento resultou em um

* Para dados de diferentes anos, será considerado apenas o ano do indicador principal. e) Estimativa da EIU, 1) Baseado na Cidade Autônoma de Buenos Aires. Dados baseados na composição de fontes energéticas utilizadas na geração de energia na Argentina. 2) Baseado na Cidade Autônoma de Buenos Aires. 3) Baseado na Cidade Autônoma de Buenos Aires. O ano para motocicletas é 2003. 4) Baseado na Cidade Autônoma de Buenos Aires. Proporção da população com acesso à rede de esgotos. 5) Baseado na CidadeAutônoma de Buenos Aires. Média mínima e máxima de emissões diárias.

Indicadores Quantitativos: Buenos Aires

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Emissões de CO2 do consumo de eletricidade por pessoa (kg/pessoa)

Consumo de eletricidade por PIB em US$ (megajoules por US$ 1.000 de PIB)

Densidade populacional (pessoas/km2)

Espaços verdes por pessoa (m2/pessoa)

Comprimento da rede de transporte de massa (km/km2)

Redes superiores de transporte público (km/km2)

Estoque de carros e motocicletas (veículos/pessoa)

Parcela dos resíduos coletados e adequadamente descartados (%)

Resíduos gerados por pessoa (kg/pessoa/ano)

Consumo de água por pessoa (litros por pessoa por dia)

Vazamentos no sistema de abastecimento de água (%)

Parcela da população com acesso à água potável (%)

População com acesso a saneamento básico (%)

Parcela das águas residuais tratadas (%)

Níveis diários de dióxido de nitrogênio (ug/m3)

Níveis diários de dióxido de enxofre (ug/m3)

Níveis diários de partículas em suspensão (ug/m3)

Fonte

Estimativa da EIU; Agência de Proteção Ambiental, Cidade de Buenos Aires; Grupo Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas

Agência de Proteção Ambiental, Cidade de Buenos Aires; Governo da Cidade de Buenos Aires

Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da República; Governo da Cidade de Buenos Aires

Governo da Cidade de Buenos Aires

Estimativa da EIU; Atlas Ambiental da Cidade 2009; Subgerência de Transporte Urbano

Subterrâneos de B.A.

Departamento Nacional de Registro de Propriedade de Veículos; Governo da Cidade de Buenos Aires

Governo da Cidade de Buenos Aires, Ministério do Meio Ambiente e Espaço Público

Governo da Cidade de Buenos Aires, Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da República

Governo da Cidade de Buenos Aires

Associação de Entidades Regulatórias de Água Potável e Saneamento das Américas

Governo da Cidade de Buenos Aires

Anuário Estatístico 2009, Ministério da Fazenda GCABA

Agência de Proteção Ambiental, Cidade de Buenos Aires

Agência de Proteção Ambiental, Cidade de Buenos Aires

Atlas de Buenos Aires

Banco Mundial

Média

202.2

760.7

4,503.0

254.6

5.0

0.13

0.30

96.2

465.0

264.3

34.6

97.5

93.7

51.5

37.8

11.4

48.0

Ano*

2008

2008

2009

2008

2008

2010

2008

2008

2008

2008

2008

2001

2008

2008

2009

1997

1999

Buenos Aires

527.3 1, e

535.3 2

15,013.4 2

6.1 2

7.0 2

0.26 2

0.66 3, e

100.0 2

606.1 2

669.2 2

41.0 2, e

100.0 2

99.3 4, e

0.0 2

27.0 2

16.0 5, e

107.0 2

Page 25: Índice de Cidades Verdes da América Latina

vadas. Mais de 80% da eletricidade da cidadevem do petróleo, carvão e gás natural. A Cidadedo México produz cerca de 15% de sua eletrici-dade de fontes renováveis de energia, porém,devido à falta de dados locais, esse percentual éestimado com base em dados nacionais. A cida-de emite uma quantidade estimada de 318 kgde CO2 por pessoa, provenientes do consumo deeletricidade, bem acima da média de 202 kg, doÍndice.

Iniciativas verdes: Em 2008, a cidade aprovouo seu plano de ação para mudanças climáticas,com o objetivo de reduzir as emissões de CO2 em12% até 2012 (equivalente a sete milhões detoneladas) e lançar as bases para novas redu-ções em longo prazo. O plano é abrangente emsuas ambições e tem como objetivo alterar hábi-tos de consumo, atrair investimentos e financia-mentos para projetos de diminuição dos gasesde efeito estufa, promover a inovação tecnológi-

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Cidade do México

48 49

Cidade do México

Energia e CO2: A Cidade do México estáacima da média para energia e CO2, com amelhor colocação nesta categoria entre as trêscidades com renda mais alta do Índice. O desem-penho da cidade nesta categoria é reforçadopelo baixo nível de consumo de eletricidade emcomparação à sua produção econômica. A cida-de consome apenas 279 megajoules de energiaelétrica por US$ 1.000 de PIB, bem abaixo damédia de 761 megajoules das 17 cidades estu-dadas. A pontuação da Cidade do Méxicomelhora devido às suas políticas de energialimpa e um plano de ação para mudanças climá-ticas (ver “Iniciativas Verdes“ a seguir). De acor-do com este plano de ação, cerca de 90% dassuas emissões de CO2 resultam da produção,transformação, transporte e uso de energia. Acidade faz esforços para consumir energia deforma mais eficiente e procedeu a uma revisãoambiental abrangente de suas emissões. Poroutro lado, as emissões de CO2 são bastante ele-

Com 20 milhões de habitantes, a área metro-politana da Cidade do México abriga um

quinto da população do País. Três décadas decrescimento explosivo da população, de 1960ao final de 1980, transformaram a Cidade doMéxico na terceira maior aglomeração urbanado mundo. A cidade propriamente dita constituicerca de um quinto do total da área urbana e édelimitada pelo Distrito Federal, que tem cercade 8,8 milhões de habitantes. A região metropo-litana da Cidade do México se espalha para osEstados vizinhos: México e Hidalgo. Os dados doÍndice de Cidades Verdes da América Latina paraa Cidade do México foram coletados a partir doDistrito Federal, que é menor, e torna a cidade asegunda mais populosa do Índice, atrás apenasde São Paulo. A região metropolitana, maisampla, é a capital política, cultural e financeirado País e, de longe, o mais importante centromexicano de atividade econômica, produzindoum terço do PIB total do México. Os perigososníveis de poluição do ar da década de 1990 leva-ram as autoridades a transferir uma parcela sig-nificativa da indústria pesada para fora dos limi-tes metropolitanos. A cidade continua sendo umimportante polo industrial, mas, ao longo dasúltimas duas décadas, os serviços têm predomi-nado cada vez mais em sua atividade econômi-ca. A Cidade do México tem o terceiro maior PIBper capita do Índice, de US$ 20.400, depois ape-nas de Buenos Aires e Brasília. Entretanto, comomuitas cidades do Índice, a desigualdade derenda continua sendo muito elevada.

A Cidade do México organizou também a Reu-nião da Cúpula Mundial de Prefeitos SobreMudanças Climáticas, em novembro de 2010,para promover a importância estratégica dosmunicípios nos esforços de mitigação das mudan-ças climáticas globais. A cúpula ocorreu na estru-tura da 16ª Conferência da Organização dasNações Unidas sobre Mudanças Climáticas (Con-ferência das Partes – COP 16), em Cancún, no

ca e a posição do México como líder nos esforçosinternacionais de mitigação e estabelecer orien-tações para as políticas de mudanças climáticas.

Uso do solo e prédios: A Cidade do Méxi-co está acima da média na categoria uso do soloe prédios, com a melhor colocação para umacidade de alta renda. Seu bom desempenho éatribuído principalmente às políticas am biciosasde construção ecológica, que incluem um planopara certificação de prédios ambientalmentesustentáveis. Com este programa, a cidade ofe-rece incentivos para estimular em preendedoresa integrar medidas de redução de emissões emprojetos de construção. A Cidade do Méxicorecebe uma pontuação média quanto às políti-cas de uso da terra. O rápido crescimento popu-lacional da cidade e sua crescente urbanizaçãotêm tornado difícil conter a expansão urbana epreservar áreas ambientalmente sensíveis,embo ra as autoridades disponham de um con-junto de políticas para enfrentar ambos os pro-blemas. A cidade tem 28 m2 de espaços verdespor pessoa e o Distrito Federal, com cerca de6.000 pessoas por km², tem a quinta maior den-sidade populacional do Índice.

Iniciativas verdes:Desde a implementação do“Plano Verde“ em 2007 (veja“Iniciativas Verdes“a seguir, no tópico “Governança”), a Cidade doMéxico possui cerca de 13.600 hectares conser-vados de áreas ambientalmente sensíveis. Acidade prepara-se também para implantar umaforça de vigilância ambiental, que terá compe-tência técnica para proteger áreas de conserva-ção e limitar o impacto dos assentamentosinformais. O Plano Verde inclui ainda um pro-grama de reflorestamento que visa ao plantiode 2.500 plantas por ano. Além disso, o planonacional “Luz Sustentável“ pretende substituir,

até 2012, mais de 45 milhões de lâmpadas in -candescentes, em 11 milhões de lares mexica-nos, por lâmpadas que poupam energia. A ini-ciativa economizará cerca de 2,8 milhões detoneladas de emissões de gases do efeito estufapor ano.

Transporte: A Cidade do México está acimada média na categoria de transporte. A rede detransportes públicos da cidade possui um siste-ma de metrô, trilhos pesados e leves, trólebus eum extenso sistema de ônibus. A cidade tem amais longa rede de transporte público superiordo Índice (definida como o transporte que movi-menta um grande número de passageiros rapi-damente em faixas exclusivas, como metrô, viarápida para ônibus e bondes), de 0,33 km porkm2, em comparação com a média de 0,1 km porkm2 das 17 cidades estudadas. A rede global detransportes públicos totaliza 5,6 km por km2 daárea da cidade, acima da média de 5 km das 17 cidades do Índice, com cerca de 4,4 milhõesde usuários por dia. No entanto, os carros conti-nuam a ser uma das principais formas de trans-porte na Cidade do México, que tem a maiorfrota de automóveis e motocicletas do Índice, de0,4 veículo por pessoa, em comparação à médiade 0,3. Em termos de políticas de transporte,embora a Cidade do México tenha uma políticageral de transporte urbano de massa e estejafazendo investimentos em transportes verdes, acidade necessita de um sistema integrado depreços para o transporte público. Já foram imple-mentos “dias sem carro“, um sistema park andride (estacionamento e transporte público inte-grado) e um sistema de semáforos inteligentespara reduzir o congestionamento e melhorar ofluxo de tráfego, mas carece de taxas de conges-tionamento e pistas para carros andando commais de um passageiro (carpooling).

Indicadores GeraisPopulação total (milhões) 8,8

Área administrativa (km2) 1.485,0

PIB por pessoa (preços correntes) (US$) e 20.358,9

Densidade populacional (pessoas/km2) 5.954,2

Temperatura (média das 24 horas, anual) (oC) 17,0

Baseado na Cidade do México, Distrito Federal. e) Estimativa da EIU.

México, entre 29 de novembro e 10 de dezembrode 2010. Apesar dos importantes de sa fios decor-rentes de sua grande população, a Cidade doMéxico encontra-se na média geral do Índice deCidades Verdes da América Latina. Seu desempe-nho é mais forte na área de governança ambien-tal, em que está bem acima da média, graças aum robusto monitoramento ambiental, à compe-tência de seu departamento ambiental e a umelevado nível da participação pública. A cidadeestá acima da média nas categorias de energia eCO2, uso do solo e prédios e transporte. A capitaldo México classifica-se na média nas categoriasde resíduos e água. No entanto, o desempenhogeral da cidade é prejudicado por um mau resul-tado na categoria de saneamento, em que estáabaixo da média, e na categoria de qualidade doar, em que se encontra bem abaixo da média. Seudesempenho quanto à qualidade do ar é resulta-do de uma concentração maior do que a médiados três poluentes do ar medidos no Índice.

Bem abaixoda média

Abaixo da média

Média Acima da média

Bem acima da média

Desempenho

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Governança ambiental

Resultado geral

Cidade do México Outras cidades

A ordem dos pontos nas faixas de performance não tem significado para os resultados das cidades.

Page 26: Índice de Cidades Verdes da América Latina

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Cidade do México

50 51

rão ter opções biodegradáveis em substituiçãoàs sacolas plásticas. As lojas que não cumprirema norma sofrerão multas pesadas.

Água: A Cidade do México está na média nacategoria de água. A cidade consome um núme-ro estimado de 178 litros de água por pessoa pordia, bem abaixo da média de 264 litros das 17cidades estudadas. No entanto, há um alto índi-ce de perdas de água, com 37% contra a médiade 35%. A empresa de distribuição de água doDistrito Federal estabeleceu normas para osprincipais poluentes da água potável e tambémimpõe padrões de poluição para a água utilizadanas indústrias. No entanto, a Cidade do Méxicotem algumas das políticas menos ambiciosas desustentabilidade da água do Índice. Cerca de63% do abastecimento de água vem de fonteslocais, incluindo o Vale do México e os aquíferosde Lerma. As fontes externas das bacias de Bal-sas e Cutzamala, fornecem os 37% restantes.Mas o abastecimento de água está sob uma tre-menda pressão na Cidade do México, devido àsuperexploração e contaminação das fonteslocais. Embora a cidade tenha uma política deuso eficiente da água e promova a conservação,carece de muitas medidas para uso dos recursoshídricos de forma mais eficaz, como medidoresde água ou coleta de águas pluviais.

Iniciativas verdes: Para reduzir o consumo deágua, a cidade aumentou as tarifas, embora ofornecimento seja fortemente subsidiado, algoentre 65% e 95%, dependendo do bairro. A cida-de também tem um programa para substituir10.000 km de tubulações de água por ano, emum esforço para reduzir os vazamentos do siste-ma. O governo do Distrito Federal deu um exem-plo para a cidade, anunciando uma meta deredução do consumo de água em 20%.

Saneamento Básico: A Cidade do Méxicoestá abaixo da média na categoria de saneamen-to. De acordo com fontes oficiais, estima-se que99% dos moradores tenham acesso a sanea-

Iniciativas verdes: O programa de ar limpo dacidade, “PROAIRE“, tem 89 medidas para melho-rar a qualidade do ar, incluindo controle bienalde veículos, limites rigorosos para as emissões eregulamentação para remover os veículos maispoluentes das estradas. Entre 2007 e 2009, maisde 35.000 táxis – de uma frota total de mais de110.000 – foram substituídos por outros menospoluentes e 20.000 foram retirados de circula-ção. A Cidade do México está substituindo tam-bém a frota de micro-ônibus da cidade por veícu-los menos poluentes e mais eficientes. Desde

2009, foram retirados das ruas da cidade 839ônibus mais velhos e substituídos por outrosmovidos a diesel de combustão limpa e teor deenxofre ultrabaixo. A prefeitura diz que estamedida reduzirá as emissões de CO2 em 80.000toneladas por ano. Além disso, a cidade instituiuauditorias voluntárias para as indústrias polui-doras, o que reduziu as emissões de poluição doar em cerca de 3.000 toneladas por ano.

Governança ambiental: A Cidade doMéxico está bem acima da média na categoria

de governança ambiental, uma das duas únicascidades que se encontram nesta posição na cate-goria. Níveis preocupantes de poluição do ar noinício de 1990 levaram as questões ambientaispara o topo da agenda pública e, ao longo dasúltimas duas décadas, a cidade tem feito pro-gressos significativos para melhorar seu desem-penho. Sua posição é sustentada pela aborda-gem proativa da Secretaria do Meio Ambientepara a gestão ambiental. O programa de monito-ramento da cidade é o melhor do Índice, junta-mente com a cidade do Rio de Janeiro. A Cidadedo México tem a capacidade de aplicar sua pró-pria legislação ambiental. A participação popularem projetos ambientais também é elevada.

Iniciativas verdes: Em meados de 2007, asautoridades da cidade lançaram um “PlanoVerde“, interdepartamental, para 15 anos, quedeve durar até 2021. O plano de US$ 1 bilhão,apoiado pelo Banco Mundial e as Nações Uni-das, contém 26 estratégias e 113 pontos deação específicos para melhorar a sustentabilida-de da cidade. Na última verificação do progressodo plano, em meados de 2009, três quartos dospontos de ação haviam sido iniciados e 7% esta-vam concluídos.

mento, mas a cidade só trata 13% de seu esgoto.Este valor é consideravelmente inferior à médiade 52% de esgoto tratado nas 17 cidades estu-dadas, embora a cidade esteja tomando medi-das para melhorar seu desempenho no trata-mento de águas residuais (veja “IniciativasVerdes“ a seguir). Devido à falta crônica de in -vestimento, a infraestrutura de saneamentoestá desatualizada e danificada. Embora as nor-mas de tratamento de águas residuais sejamboas e haja monitoramento, o plano da cidadepara promover serviços de saneamento básicoambientalmente sustentável continua incons-tante.

Iniciativas verdes: Em 2009, o governo termi-nou de construir duas novas estações de trata-mento de águas residuais em San Pedro Atocpane no Lago Texcoco, e uma terceira usina está emconstrução. A cidade implantou o monitora-mento “in loco” para assegurar que as empresascumpram as normas existentes.

Qualidade do ar: A Cidade do México posi-ciona-se bem abaixo da média na categoria dequalidade do ar, apesar de ter feito melhoriassignificativas nos últimos anos. A cidade já nãoestá no topo da lista das cidades mais poluídasdo mundo, como no início dos anos 1990. Este éo resultado de duas décadas de novas medidaspara combater a poluição do ar, como o investi-mento em equipamentos de monitoramento dealta tecnologia, formação de peritos e o trabalhoem um plano consensual de longo prazo comtodos os níveis de governo e moradores da cida-de. No entanto, a pontuação da cidade cai devi-do a níveis ainda mais elevados do que a médiados três poluentes avaliados no Índice – dióxidode enxofre, dióxido de nitrogênio e partículasem suspensão. A geografia da Cidade do Méxicotambém é um obstáculo, uma vez que a cidade écercada por um anel de altos picos e vulcões,que bloqueiam os ventos que poderiam disper-sar os poluentes naturalmente.

Iniciativas verdes: A cidade tem sido proativareformulando seu sistema de transportes e temuma ampla gama de iniciativas em andamento.Em 2005, foi inaugurado o primeiro sistema detrânsito rápido de ônibus (BRT), com um corre-dor exclusivo de ônibus na Avenida Insurgentes,a principal ligação norte-sul da cidade. Em 2007,entrou em funcionamento a segunda linha deBRT, no corredor leste-oeste, e uma terceiralinha está em construção. Com o plano de trans-portes públicos integrados da Cidade do Méxicopara o período 2007-2012 e o plano de açãopara mudanças climáticas, a cidade implemen-tou várias outras iniciativas para expandir a redede transportes públicos e promover alternativasaos carros. Atualmente está sendo construída a12ª linha de metrô. No início de 2010, a Cidadedo México introduziu um regime público de alu-guel de bicicletas, conhecido como “Ecobici“,que fornece cerca de 1.200 bicicletas em 86estações. Além disso, a cidade possui um siste-ma de transporte escolar obrigatório para crian-ças, o que reduz o número de viagens por partedos pais em carros particulares.

Resíduos: A Cidade do México encontra-sena média na categoria de resíduos. De acordocom fontes oficiais, o governo municipal coletae dispõe adequadamente todos os seus resí-duos. No entanto, a sua pontuação nesta cate-goria é prejudicada pela quantidade de lixo quea cidade produz: 489 kg por pessoa por ano, queestá acima da média de 465 kg do Índice. Deacordo com a Agenda Ambiental de 2007 a2012, 60% dos resíduos da Cidade do Méxicosão lixo inorgânico, pouco menos da metade,proveniente do setor residencial. Todos os resí-duos são dispostos no aterro Bordo Poniente,que, em pouco tempo, atingirá sua capacidademáxima, apresentando um desafio para a cida-de nos próximos anos. O desempenho da cidadena categoria de resíduos sofre o peso das políti-cas de coleta e eliminação. O cumprimento dasnormas de resíduos industriais é insuficiente,pois apenas cerca da metade das indústriassegue as normas existentes. O monitoramentoinconstante da disposição ilegal de lixo, inclusi-ve em locais públicos, também é uma questãocrítica. Apesar dos milhares de catadores de lixoque prestam um serviço importante na seleçãodos resíduos, essas atividades não são regula-mentadas de forma abrangente.

Iniciativas verdes:A cidade introduziu incenti-vos financeiros às empresas que utilizam mate-riais biodegradáveis em suas embalagens. Emmeados de 2010, a cidade aprovou a proibiçãodo uso de sacolas plásticas fornecidas pelaslojas. A medida entrará em vigor em 2011,quando as empresas de serviços e varejo deve-

* Para dados de diferentes anos, será considerado apenas o ano do indicador principal. e) Estimativa da EIU. 1) Baseado na Cidade do México D.F., com base na composição energética nacional. 2) Baseado na Cidade do México D.F. 3) Baseado na Cidade do México D.F.Proporção da população com acesso à rede de esgoto.

Indicadores Quantitativos: Cidade do México

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Emissões de CO2 do consumo de eletricidade por pessoa (kg/pessoa)

Consumo de eletricidade por PIB em US$ (megajoules por US$ 1.000 de PIB)

Densidade populacional (pessoas/km2)

Espaços verdes por pessoa (m2/pessoa)

Comprimento da rede de transporte de massa (km/km2)

Redes superiores de transporte público (km/km2)

Estoque de carros e motocicletas (veículos/pessoa)

Parcela dos resíduos coletados e adequadamente descartados (%)

Resíduos gerados por pessoa (kg/pessoa/ano)

Consumo de água por pessoa (litros por pessoa por dia)

Vazamentos no sistema de abastecimento de água (%)

Parcela da população com acesso à água potável (%)

População com acesso a saneamento básico (%)

Parcela das águas residuais tratadas (%)

Níveis diários de dióxido de nitrogênio (ug/m3)

Níveis diários de dióxido de enxofre (ug/m3)

Níveis diários de partículas em suspensão (ug/m3)

Fonte

Estimativa da EIU; Instituto Nacional de Estatística e Geografia; Agência Internacional de Energia; Conselho Nacional da População;Grupo Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

Instituto Nacional de Estatística e Geografia; EIU.

Conselho Nacional da População

Secretaria do Meio Ambiente do México D.F.

Departamento de Transporte, México D.F.; Conselho Nacional da População

Transparência D.F., Serviços de Transportes Elétricos S.A., NMetro D.F.

INEGI.

Programa de Gestão Integral dos Resíduos Sólidos para o Distrito Federal 2010.

Programa de Gestão Integral dos Resíduos Sólidos para o Distrito Federal 2010.

Sistema de Águas da Cidade do México (Dados elaborados pela direção técnica).

Sistema de Águas da Cidade do México (Dados elaborados pela direção técnica).

Sistema de Águas da Cidade do México (Dados elaborados pela direção técnica).

Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Naturais.

Comissão Nacional da Água.

Secretaria do Meio Ambiente (Dados elaborados pela direção geral da Gestãoda Qualidade do Ar).

Secretaria do Meio Ambiente (Dados elaborados pela direção geral da Gestãoda Qualidade do Ar).

Secretaria do Meio Ambiente (Dados elaborados pela direção geral da Gestãoda Qualidade do Ar).

Média

202.2

760.7

4,503.0

254.6

5.0

0.13

0.30

96.2

465.0

264.3

34.6

97.5

93.7

51.5

37.8

11.4

48.0

Ano*

2008

2008

2009

2009

2009

2010

2008

2010

2010

2010

2010

2010

2007

2008

2009

2009

2009

Cid. México

318.3 1,e

279.1 2

5,954.2 2

28.4 2

5.6 2

0.33 2

0.40 2

100.0 2

489.0 2

178.0 2, e

37.0 2

98.0 2

98.9 3, e

12.9 2

60.0 2

13.0 2

51.0 2

Page 27: Índice de Cidades Verdes da América Latina

publicado os resultados. No entanto, isso temgrandes probabilidades de mudar (“IniciativasVerdes” a seguir).

Iniciativas verdes: Desde 2009, a agência deproteção ambiental da cidade vem conduzindoum estudo contínuo da taxa de absorção de CO2

nos espaços verdes de Curitiba. Ela vem tambémavaliando o total das emissões de CO2 na cidade.Os administradores de Curitiba afirmam que osresultados os ajudarão a formular os planos paraneutralizar as emissões. A cidade também estásubstituindo todas as luzes incandescentes porlâmpadas fluorescentes, que são mais eficientesem termos de energia. Recentemente, anunciouplanos de substituir todo o óleo diesel usado no

transporte público por biocombustíveis, menosprejudiciais ao meio ambiente e que apresen-tam baixas emissões. No entanto, o prazo paraisso não foi definido claramente.

Uso do solo e prédios: Curitiba está den-tro da média em termos de uso do solo e pré-dios. Trata-se da sua mais baixa pontuação doÍndice. Como se trata de uma cidade compequena população e uma das menores áreasadministrativas do Índice, Curitiba tem umadensidade populacional de 4.300 pessoas porkm², o que fica no meio da escala para o Índice eum pouco abaixo da média das 17 cidades, queé de 4.500 habitantes. A cidade poderia melho-rar o seu desempenho nessa categoria, aumen-tando os seus espaços verdes. Com 52 m² porpessoa, fica bem no meio da escala no Índice.No entanto, apresenta as melhores pontuaçõespor proteger os espaços verdes que possui e peloseu plano abrangente de contenção da expan-são urbana. A cidade apresenta um desempe-nho mediano no que se refere às políticas deconstrução de prédios ecológicos, pois não ado-tou normas ecologicamente eficientes aplicá-veis a edificações, nem oferece incentivos para

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Curitiba_Brasil

52 53

Curitiba_Brasil

Curitiba é a capital do Estado do Paraná,situada na produtiva Região Sul do Brasil.

Embora 3,5 milhões de pessoas vivam na áreametropolitana, somente 1,9 milhão está dentrodos limites da cidade de Curitiba. Trata-se, por-tanto, da segunda menor cidade no Índice deCidades Verdes da América Latina. Todos osdados incluídos no Índice são baseados na cida-de propriamente dita. Sua economia, a quartamaior do Brasil, depende, em grande parte, docomércio e serviços, mas a indústria constituiaproximadamente um terço de seu PIB. A cidadeé, por exemplo, a segunda maior fabricante deautomóveis do País e a sede de muitas empresasnacionais e internacionais muito conhecidas.Curitiba apresenta o oitavo PIB mais elevado por

que as empresas e as residências diminuam osseus gastos de energia.

Iniciativas verdes: Curitiba está participandodo programa “Minha Casa, Minha Vida” dogoverno federal, para proporcionar unidadeshabitacionais de baixo custo para as pessoas quevivem em comunidades informais. A administra-ção municipal diz que pretende transferir pararesidências permanentes cerca de 18.000 famí-lias que vivem em comunidades informais aolongo das margens dos rios de Curitiba, até o fimde 2012. Este projeto tem como objetivo elevaros padrões de vida e proteger as áreas ecológi-cas mais vulneráveis da cidade. Em 2007, Curiti-ba iniciou um programa para incentivar os pro-

Transporte: Curitiba está acima da média noque se refere ao transporte. No decorrer das últi-mas três décadas, baseou o seu sistema detransporte coletivo em “eixos” que são corredo-res exclusivos onde somente os ônibus circulam,também conhecidos como trânsito rápido deônibus (BRT). A cidade possui seis eixos quetransportam 710.000 passageiros regularestodos os dias. O sistema de trânsito é integrado.Os passageiros podem pagar uma passagem ese transferir de uma linha de ônibus para outra.O investimento de Curitiba em ônibus ajudou acidade a obter a segunda mais extensa rede detransporte coletivo do Índice, estimada em 8,5km por m², bem acima da média das 17 cidades,de 5 km por m². Ao mesmo tempo, a cidade temuma boa pontuação referente à sua política detransporte coletivo. Curitiba está tomandomedidas para reduzir as emissões provenientesdo transporte coletivo urbano, mediante a subs-tituição de ônibus a diesel por ônibus que utili-zam biocombustíveis (veja “Iniciativas Verdes“ aseguir). Apesar do seu bem desenvolvido siste-ma de transporte coletivo, Curitiba tem umabaixa pontuação em função da sua frota de car-ros e motocicletas. A cidade possui 0,5 veículopor pessoa, a segunda mais elevada taxa no Índi-ce e bem acima da média de 0,3 carro por pes-soa. No entanto, a cidade está agindo de formaproativa ao enfrentar os seus problemas de trân-sito, obtendo a mais alta pontuação pelas suaspolíticas de diminuição de congestionamentos.Curitiba usa uma combinação de sequencia-mento de sinais de trânsito, sistemas de infor-mação de trânsito, horários exclusivos paraentregas e pontos de acesso em toda a cidadepara reduzir os congestionamentos.

Iniciativas verdes: Em 2007, Curitiba come-çou a reabilitar a Linha Verde, um trecho derodovia federal que liga a zona leste à zona oeste

Indicadores GeraisPopulação total (milhões) 1,9

Área administrativa (km2) 430,9

PIB por pessoa (preços correntes) (US$) 10.796,6

Densidade populacional (pessoas/km2) 4.296,2

Temperatura (média das 24 horas, anual) (oC) 17,0

Baseado na cidade de Curitiba

prietários de terras a estabelecer parques públi-cos nos seus terrenos particulares. Os proprietá-rios que estabelecem parques estão isentos deimpostos territoriais urbanos nos níveis local efederal. A cidade afirma que o programa estáajudando a preservar as áreas verdes e a limitar aexpansão urbana.

pessoa no Índice, US$ 10.800. Além disso, acidade é, de modo geral, considerada a maisbem planejada entre as grandes cidades brasilei-ras e obteve reconhecimento internacional devi-do aos seus esforços na área do desenvolvimen-to sustentável.

Curitiba continua a justificar a sua reputaçãoem função do planejamento urbano sustentá-vel, com um desempenho excepcional no Índi-ce. Trata-se da única cidade que obteve umapontuação geral bem superior à média. Isso atorna a cidade mais verde do Índice. Curitiba temum desempenho especialmente bom na área deresíduos e qualidade do ar e é a única cidade aobter resultados bem acima da média nessascategorias. A sua pontuação é reforçada pelaspolíticas progressistas tanto na área de gerencia-mento de resíduos quanto do ar limpo. Na maio-ria das demais categorias, Curitiba fica entre ascidades com o melhor desempenho, com umapontuação acima da média. A sua pior nota estána área de uso do solo e prédios na qual ela ficana média. O impressionante desempenho deCuritiba se deve, em grande parte, às suas políti-cas bem desenvolvidas. A cidade está entre asque apresentam o melhor desempenho em fun-

Bem abaixoda média

Abaixo da média

Média Acima da média

Bem acima da média

Desempenho

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Governança ambiental

Resultado geral

Curitiba Outras cidades

A ordem dos pontos nas faixas de performance não tem significado para os resultados das cidades.

ção de suas políticas em quase todas as catego-rias, com poucas e notáveis exceções. Curitibacontinua na extremidade superior do Índicequando comparada com cidades de rendas epopulações similares.

Energia e CO2: Curitiba fica na média emenergia e CO2. Embora a cidade emita muitomenos CO2 em função da eletricidade do que amédia do Índice. As emissões são estimadas em70 kg de CO2 por pessoa em comparação com amédia das 17 cidades, que é de 292 kg. A cidadeconsome 743 megajoules de eletricidade porUS$ 1.000 de PIB, ligeiramente abaixo da médiade 761 megajoules. Curitiba tem um bom histó-rico na tentativa de reduzir a perda de energia natransmissão e consumir energia de maneiramais eficiente, e faz pelo menos um esforço par-cial, para converter os subprodutos dos resíduosem energia. E embora a cidade tenha uma boapontuação referente à sua estratégia energéticae investimentos em energia renovável – a cidadeproduz 84% de sua eletricidade em usinas hidre-létricas – suas notas são penalizadas devido aofato de ela não ter monitorado as emissões degases causadores do efeito estufa e não ter

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Índice de Cidades Verdes da América Latina | Curitiba_Brasil

da cidade. A Linha Verde agora possui quatropistas exclusivas de ônibus e três pistas para veí-culos particulares em cada direção. O objetivo édiminuir o tempo que as pessoas levam parapercorrer os seus trajetos diários, unir partesopostas da cidade e os bairros entre elas, eincentivar a população a usar os transportescoletivos, diminuindo o tempo de percurso dasviagens de ônibus. Além disso, seis dos 12 ôni-bus que circulam pela linha operam consumin-do um biocombustível derivado da soja. Osadministradores municipais estão observandocuidadosamente a performance desses veículose, mais cedo ou mais tarde, desejam que todosos ônibus da cidade utilizem biocombustíveis. Acidade também está estabelecendo uma parce-ria público-privada para construir o primeirometrô da cidade. O projeto, que custará US$ 1,2bilhões, está previsto para iniciar suas operaçõesem 2014, embora o cumprimento dessa metaseja pouco provável, levando-se em considera-ção o fato de que a construção ainda não teveinício. A Secretaria de Transportes diz que apro-ximadamente 500.000 passageiros regularesviajarão entre as 22 estações de metrô previstas,todos os dias.

Resíduos: Curitiba é a única cidade no Índiceque atingiu uma classificação bem acima damédia na categoria de resíduos. Em 1988, ela setornou a primeira das seis cidades brasileiras doÍndice a fechar o seu antigo depósito de lixo acéu aberto e direcionar todo resíduo a um aterrosanitário administrado. Agora, Curitiba é umadas oito cidades no Índice que coletam e dão odestino final adequado a 100% dos seus resí-duos municipais. A sua pontuação foi tambémreforçada por políticas progressistas a respeitode coleta e destino final, bem como reciclageme reutilização de resíduos. A cidade determina ocumprimento de rigorosas normas ambientais,no que se refere ao seu único aterro sanitário.Também tem um programa para a coleta seleti-va e o tratamento de resíduos perigosos, como oentulho proveniente de construção e demoli-ção. Possui, ainda, o programa de reciclagemmais avançado do Brasil (veja “Iniciativas Ver-des“ a seguir). Por outro lado, a cidade gera 473kg de resíduos por pessoa por ano. Trata-se deuma quantidade ligeiramente superior à médiadas 17 cidades, que é de 465 kg. A redução daquantidade de resíduos gerados melhorariaainda mais o seu desempenho, que já é muitobom nessa categoria.

Iniciativas verdes: Em 1989, Curitiba lançou oseu famoso programa de reciclagem. Os habi-tantes separam os materiais recicláveis, incluin-do vidro, papel e velhos aparelhos eletrônicos,que a cidade recolhe das casas três vezes por

semana. Para assegurar o destino final apropria-do dos resíduos gerados em 41 comunidadesinformais, que possuem ruas densas e tortuo-sas, de difícil acesso para as empresas de coletade lixo, a cidade introduziu a sua iniciativa “Com-pra do Lixo”. A cidade estabeleceu pontos cen-trais de coleta nos quais os habitantes recebemcestas básicas em troca de cada 8 kg a 10 kg deresíduos que entregarem. Além disso, a cidadepaga às sociedades dos amigos dos bairros 10%do valor de cada cesta básica por trabalhos ouserviços comunitários. As autoridades de Curiti-ba estimam que 6.800 toneladas de lixo sejamrecolhidas por meio dessa iniciativa a cada ano.

Água: Curitiba está acima da média na catego-ria de água. O consumo de água da cidade é umdos mais baixos do Índice, somente perdendopara Bogotá. A cidade consome 150 litros deágua por pessoa por dia. Essa taxa está bem abai-xo da média das 17 cidades, que é 264 litros. Obaixo nível de consumo de água se deve, emgrande parte, a muitos anos de campanhas bem-sucedidas de conscientização para estimular aconservação de água. Além disso, Curitiba estána liderança, no Índice, no que se refere ao vigorda sua política de sustentabilidade de recursoshídricos, que faz parte de um plano municipal. Apontuação máxima atribuída à política se deve àpresença de várias medidas visando à eficiência,incluindo hidrômetros, canos separados paraágua não potável, proibição de uso de manguei-ras e tubos similares e coleta de águas pluviais. Acidade teve a sua pontuação penalizada por termonitorado apenas parcialmente a qualidade daágua de superfície e por ter imposto, somenteem parte, limites quanto aos níveis de poluentesna água potável de superfície. No entanto, esseresultado fica distorcido pelo fato de que a agên-cia de proteção ambiental do Estado monitora aqualidade da água, em vez de a cidade propria-mente dita fazê-lo. Mas isso deve mudar, pois acidade possui planos de monitorar a qualidadeda água em 70 pontos em toda a área do municí-pio no futuro.

nitora regularmente os poluentes do ar, porexemplo, e participa de um programa em âmbi-to estadual, para informar os cidadãos a respeitodos perigos dos poluentes domésticos. Ela tam-bém tem uma norma abrangente de qualidadedo ar, o que a ajuda a ter níveis melhores do quea média, no que se refere aos poluentes do ar. Acidade registra uma concentração média diáriade dióxido de nitrogênio de 23 microgramas porm³, em comparação com a média do Índice, queé 38 microgramas. Embora essa taxa ainda este-ja bem abaixo da média, as emissões de dióxidode nitrogênio da cidade podem, provavelmente,ser atribuídas ao fato de que a cidade continua adepender de veículos automotores – eles sãouma das principais fontes desse poluente. Acidade também tem bons resultados no que se

refere ao dióxido de enxofre e às emissões departículas em suspensão. Ambos estão bemabaixo dos níveis médios.

Iniciativas verdes: Em 2002, o governo esta-dual sancionou uma lei que estabelece normasrigorosas de emissões para as indústrias e deter-mina que sejam conduzidas auditorias de emissões nas fábricas a cada quatro anos. Asautoridades impõem multas às unidades demanufatura que não estiverem em conformida-de com as normas. Se as fábricas não foremaprovadas na auditoria em duas ocasiões, oEstado pode determinar o seu fechamento.

Governança ambiental: Curitiba estáacima da média no que se refere à governança

ambiental. Ela tem um desempenho particular-mente bom no que se refere ao gerenciamentoambiental, devido ao fato de ter uma Secretariaespecífica dedicada ao meio ambiente, quemonitora o impacto ambiental da cidade e traçaplanos estratégicos a respeito da políticaambiental. Em 2010, a cidade alocou aproxima-damente US$ 106 milhões à Secretaria do MeioAmbiente, ou aproximadamente 5% de seuorçamento total. Além disso, Curitiba envolveativamente a população e as organizações nãogovernamentais na formulação da políticaambiental. Como resultado, ela consegue asmelhores notas do Índice, no que se refere à par-ticipação do público, junto com Santiago. Embo-ra Curitiba tenha conduzido, recentemente,uma análise de dados ambientais básicos, queincluiu água, saneamento, resíduos, transpor-tes, comunidades e mudanças climáticas, a aná-lise omitiu a qualidade do ar, o uso do solo e aenergia. Outras cidades no Índice incluíramtodos esses componentes em suas análises.

Iniciativas verdes: Em 1989, Curitiba acres-centou a educação ambiental à grade curricularde suas escolas públicas. A rede escolar adotouum método interdisciplinar para ensinar conser-vação, reciclagem e uma grande variedade dequestões ambientais. A cidade ministra cursosde treinamento a respeito da educação ambien-tal para professores e incentiva as escolas a pro-moverem excursões a parques e florestas.

Iniciativas verdes: A concessionária de águado Estado estendeu os serviços de água – bemcomo ligação de esgoto – a todas as 1.790 resi-dências da “Vila Zumbi dos Palmares”, um assen-tamento informal. O programa assegura a distri-buição de água potável e também promove aqualidade da água de Curitiba como um todo,principalmente porque o assentamento infor-mal está localizado ao longo das margens do RioPalmital, uma das principais fontes de água dacidade.

Saneamento Básico:Curitiba se encontraacima da média no que se refere ao saneamentobásico. A cidade trata 98% das suas águas resi-duais. Trata-se do terceiro melhor desempenhono Índice, somente perdendo para Brasília eMonterrey, e muito superior à média das 17cidades, de 52%. A pontuação de Curitiba é tam-bém alavancada devido às rigorosas normas detratamento de águas residuais e à monitoraçãoem intervalos regulares. A cidade promove,ainda, a conscientização da população a respei-to do uso eficiente dos sistemas de saneamentobásico. No entanto, poderia trabalhar paramelhorar o acesso ao saneamento básico.Somente 93% dos habitantes têm acesso a essesserviços. Trata-se de uma das taxas mais baixasdo Índice, ligeiramente inferior à média, que é 94%.

Iniciativas verdes: A principal iniciativa paramelhorar o sistema de saneamento básico deCuritiba é um programa de US$ 585 milhões, deâmbito estadual, chamado “De Rio Para Rio”.Esse plano abrangente envolve melhorias nosaneamento básico, bem como na drenagem ena qualidade das bacias hidrográficas do Estado.O programa continuará em andamento até2018.

Qualidade do ar: Curitiba está bem acimada média no que se refere à qualidade do ar.Assim como Santiago, a cidade tem a mais avan-çada política de ar limpo do Índice. A cidade mo -

54 55

* Para dados de diferentes anos, será considerado apenas o ano do indicador principal. e) Estimativa da EIU. 1) Baseado na cidade de Curitiba. Estimado a partir das fontes de energia utilizadas na produção de eletricidade no Brasil. 2) Baseado na cidade de Curitiba. 3) Baseado na cidade de Curitiba. Baseado na proporção da população com acesso à rede de esgoto.

Indicadores Quantitativos: Curitiba

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Emissões de CO2 do consumo de eletricidade por pessoa (kg/pessoa)

Consumo de eletricidade por PIB em US$ (megajoules por US$ 1.000 de PIB)

Densidade populacional (pessoas/km2)

Espaços verdes por pessoa (m2/pessoa)

Comprimento da rede de transporte de massa (km/km2)

Redes superiores de transporte público (km/km2)

Estoque de carros e motocicletas (veículos/pessoa)

Parcela dos resíduos coletados e adequadamente descartados (%)

Resíduos gerados por pessoa (kg/pessoa/ano)

Consumo de água por pessoa (litros por pessoa por dia)

Vazamentos no sistema de abastecimento de água (%)

Parcela da população com acesso à água potável (%)

População com acesso a saneamento básico (%)

Parcela das águas residuais tratadas (%)

Níveis diários de dióxido de nitrogênio (ug/m3)

Níveis diários de dióxido de enxofre (ug/m3)

Níveis diários de partículas em suspensão (ug/m3)

Fonte

Estimativa da EIU; Agência Curitiba; Prefeitura da Cidade de Curitiba; Agência Internacional de Energia; Grupo Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

Agência Curitiba; Prefeitura da Cidade de Curitiba; EIU.

Agência Curitiba; Prefeitura da Cidade de Curitiba.

Agência Curitiba; Prefeitura da Cidade de Curitiba.

Prefeitura da Cidade de Curitiba.

URBS Curitiba.

Denatran.

Agência Curitiba; Prefeitura da Cidade de Curitiba.

Agência Curitiba; Prefeitura da Cidade de Curitiba.

SANEPAR – Companhia de Saneamento do Paraná.

Agência Curitiba; Prefeitura da Cidade de Curitiba.

Agência Curitiba; Prefeitura da Cidade de Curitiba.

SANEPAR – Companhia de Saneamento do Paraná.

SANEPAR – Companhia de Saneamento do Paraná.

Secretaria do Estado do Meio Ambiente – Relatório de Qualidade do Ar Curitiba e RMC.

Secretaria do Estado do Meio Ambiente – Relatório de Qualidade do Ar Curitiba e RMC.

Secretaria do Estado do Meio Ambiente. – Relatório de Qualidade do Ar Curitiba e RMC.

Média

202.2

760.7

4,503.0

254.6

5.0

0.13

0.30

96.2

465.0

264.3

34.6

97.5

93.7

51.5

37.8

11.4

48.0

Ano*

2007

2007

2009

2009

2009

2010

2010

2007

2009

2010

2009

2009

2010

2010

2007

2007

2007

Curitiba

70.4 1, e

743.5 2

4,296.2 2

51.5 2

8.5 2, e

0.19 2

0.50 2

100.0 2

473.2 2

150.0 2

39.2 2

100.0 2

92.5 3

98.3 2

22.5 2

6.6 2

25.9 2

Page 29: Índice de Cidades Verdes da América Latina

eletricidade, bem acima da média do Índice, de202 kg. Esta elevada taxa de emissão de CO2 éem parte o resultado da baixa parcela de renová-veis na produção de eletricidade. Cerca de 15%da eletricidade de Guadalajara vem de fontesrenováveis (principalmente de hidrelétricas).Apesar da falta de dados locais, esse percentualé estimado com base nos números nacionais.

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Guadalajara_México

56 57

Guadalajara_México

Guadalajara, capital do Estado mexicano deJalisco, é a segunda cidade mais populosa

do País após a Cidade do México. A área metro-politana, com população de 4,4 milhões, inclui amunicipalidade de Cidade de Guadalajara e seteoutras. Os dados incluídos no Índice de CidadesVerdes da América Latina são baseados em umacombinação de números municipais, metropoli-tanos e estaduais, de acordo com a disponibili-dade. A economia local cresceu rapidamentenos últimos anos, impulsionada pelo crescimen-to das exportações que se seguiu ao TratadoNorte-Americano de Livre Comércio (NAFTA) de1994, com os Estados Unidos e o Canadá. Gua-dalajara se tornou especialmente um centro dosetor eletrônico, com diversos grandes partici-

Até agora, Guadalajara não tem monitorado osníveis de gases do efeito estufa com regularida-de, nem adotou um plano de ação próprio paraas mudanças climáticas, embora esteja cobertapelo futuro plano do Estado de Jalisco (“Iniciati-vas Verdes” abaixo). Guadalajara também temuma taxa relativamente baixa de consumo deeletricidade em comparação com sua produçãoeconômica, a estimados 632 megajoules porUS$ 1.000 do PIB, abaixo da média do Índice queé 761 megajoules.

Iniciativas verdes: O Estado de Jalisco estádesenvolvendo um “Programa Estadual de Açãosobre Mudanças Climáticas”, modelado sobreoutros planos estaduais criados em outros locaisno México. Embora ainda não esteja concluído,alguns dos detalhes do plano foram divulgados.Ele exigirá um levantamento das emissões dosgases estufa no Estado e promoverá reduçõesde gases estufa por meio de várias medidasespecíficas para prédios, aterros sanitários,trans porte e proteção florestal. Muitas dessasmedidas devem melhorar o desempenho am -biental de Guadalajara. Além disso, a aberturaem 2009 para o primeiro “trânsito rápido de ôni-bus” (BRT) poderá reduzir as emissões de CO2 dacidade em 30.000 toneladas ao ano, de acordocom as autoridades municipais (veja “IniciativasVerdes“ a seguir, no tópico "Transporte").

Uso do solo e prédios: Guadalajara estána média em uso do solo e prédios. A áreametropolitana tem o quarto volume mais eleva-do de espaços verdes entre as 17 cidades doÍndice, com 423 m² por pessoa. No entanto,Guadalajara tem classificação mais baixa porsuas políticas para manter os espaços verdes emrelação a outras cidades no Índice, emboratenha melhor atuação na proteção das áreasambientalmente sensíveis. A cidade requer que

todos os projetos de incorporação sejam subme-tidos a estudo de impacto ambiental. A classifi-cação de Guadalajara é prejudicada por suaspolíticas relacionadas a prédios ecológicos. Acidade não estabelece normas para a eficiênciaecológica dos novos prédios pelos incorporado-res privados e não implanta normas verdes paraos projetos de prédios públicos. Entretanto, seudesempenho nessa área deverá melhorar graçasao futuro plano de ação a respeito das mudan-ças climáticas, que deverá tratar de algumasdessas questões.

Iniciativas verdes: O Programa Estadual deAção sobre Mudanças Climáticas (veja “Iniciati-vas Verdes“, no tópico “Energia e CO2“) delinearáum “projeto de política estadual para prédiossustentáveis” que promoverá o uso de LEDs parailuminação pública, além de painéis solares eeletrodomésticos eficientes em termos energé-ticos dentro das residências. Além disso, há umplano nacional de “Iluminação Sustentável” parasubstituir mais de 45 milhões de lâmpadasincandescentes em 11 milhões de domicíliosmexicanos por lâmpadas que economizamenergia, até 2012. A iniciativa economizarácerca de 2,8 milhões de toneladas de gases deefeito estufa por ano. A cidade também estárevendo as políticas prediais verdes existentesno México, visando a implantar seus própriosregulamentos com base nas melhores práticas.

Transporte: Guadalajara situa-se abaixo damédia em transporte. A rede de transporte demassa da área metropolitana, que consiste emum metrô com duas linhas, uma linha de ônibuselétrico e uma grande frota de ônibus, é maiscurta do que a média das 17 cidades, com 2,3km por km², em comparação com a média de 5km. Enquanto o sistema sofreu no passado comos baixos investimentos e falta de planejamento

Indicadores generalesPopulação total (milhões) 4,4

Área administrativa (km2) 2.734,0

PIB por pessoa (preços correntes) (US$) e 9.408,8

Densidade populacional (pessoas/km2) 1.596,6

Temperatura (média das 24 horas, anual) (oC) 20,0

Baseado na área metropolitana de Guadalajara. e) Estimativa da EIU

pantes internacionais sediando suas operaçõesna cidade. O setor manufatureiro, inclusive desapatos e têxteis, também contribui de maneirasignificativa para a produção econômica dacidade. Guadalajara apresenta um PIB por pes-soa estimado em US$ 9.400, o que a coloca nafaixa média do Índice em termos de renda.

Porém o crescimento econômico trouxedesafios ambientais e Guadalajara está classifi-cada bem abaixo da média geral no Índice deCidades Verdes da América Latina. As avaliaçõesmais altas da cidade estão nas categorias de usodo solo e prédios resíduos e qualidade do ar, emque se situa na média. Guadalajara está abaixoda média nos itens energia e CO2, transporte esaneamento básico. Ela ainda pode melhorarnas áreas de água e governança ambiental,estando bem abaixo da média, devido a umataxa muito elevada de consumo de água e pon-tos fracos na monitoração ambiental. As classifi-cações de Guadalajara em diversas categoriassão prejudicadas por suas políticas que, em mui-tos casos, são menos robustas do que as deoutras cidades do Índice. No entanto, a cidadeestá muito melhor classificada por seus códigosrelativos à energia limpa, coleta de resíduos equalidade do ar.

Energia e CO2: Guadalajara está classifica-da abaixo da média em energia e CO2. Seudesempenho é influenciado pelas emissões rela-tivamente elevadas de CO2 do consumo de ele-tricidade e políticas relativamente fracas paratratar das mudanças climáticas. A cidade, comseu significativo setor manufatureiro, emite esti-mados 333 kg de CO2 per capita no consumo de

Bem abaixoda média

Abaixo da média

Média Acima da média

Bem acima da média

Desempenho

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Governança ambiental

Resultado geral

Guadalajara Outras cidades

A ordem dos pontos nas faixas de performance não tem significado para os resultados das cidades.

Page 30: Índice de Cidades Verdes da América Latina

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Guadalajara_México

58 59

coordenado, Guadalajara recentemente tomoumedidas visíveis para melhorar de maneira sig-nificativa o sistema de transportes. Em 2009, acidade inaugurou sua primeira linha BRT (veja“Iniciativas Verdes“ a seguir), seguindo o mode-lo de diversas outras cidades do Índice. Sua redede transporte público superior (definida no Índi-ce como transporte que movimenta grandenúmero de passageiros rapidamente em faixasdedicadas, tais como um metrô, trânsito rápidode ônibus ou bondes) é a segunda mais longa noÍndice, com 0,26 km por km², acima da médiadas 17 cidades de 0,1 km por km². Por outrolado, falta à cidade um sistema integrado de pre-cificação para o transporte público, embora asautoridades digam que o introduzirão no futuro,juntamente com sistemas de estacionar e usar otransporte público. Mas algumas políticas dogoverno local inadvertidamente serviram paraaumentar o tráfego de automóveis em vez dereduzi-lo. Os cortes nos impostos para os pro-prietários de automóveis contribuíram para umaqueda de 23% no uso do transporte público naúltima década, enquanto a oferta de transportepúblico aumentou 14%, de acordo com as esta-tísticas do Estado. Atualmente, a municipalida-de de Guadalajara tem 0,37 veículo para cadahabitante, pouco mais do que a média do Índice de 0,3.

Iniciativas verdes: A cidade inaugurou um sis-tema BRT de US$ 48 milhões em março de 2009,com rotas em um total de 16 km. Outros 56 kmseriam acrescentados durante 2010. Supervisio-nado pelo governo do Estado, mas operado poruma empresa privada, o sistema das faixasexclusivas para os ônibus de alta velocidade ésemelhante a muitas outras que estão sendoabertas na América Latina. A cidade tambémplaneja acrescentar uma terceira linha a seu sis-tema de metrô. Além disso, em 2008, Guadala-jara começou um programa de empréstimo gra-tuito de bicicletas, “Pedalando em Guadalajara”.Há agora 200 estações para bicicletas ao redorda cidade com capacidade para até 74.000

usuários por dia. Guadalajara também lançou oprograma de compartilhamento voluntário ecarona nos carros para os funcionários do setorpúblico em 2008, denominado “Compartilhe oseu carro”. A cidade também está planejandoimplantar cobrança de congestionamento e“dias sem carro”, para reduzir o número de veícu-los privados nas vias da cidade.

Resíduos: Guadalajara está na média nacategoria de resíduos. A cidade se classifica bemna coleta e no adequado descarte de 100% deseus resíduos, com base nas cifras oficiais para oEstado. A área metropolitana de Guadalajaragera pouco mais do que a média de resíduos, de473 kg por pessoa por ano versus 465 kg. A cida-de faz cumprir normas ambientais sobre aterrossanitários e locais de incineração e tem regraspara incentivar os moradores a descartar os resí-duos de maneira adequada. No entanto, osresultados para suas políticas de reciclagem sãocontroversos. Por um lado, Guadalajara tem umprograma de coleta e recicla todos os cincomateriais incluídos no Índice – resíduos orgâni-cos, resíduos elétricos, vidro, plásticos e papel.Por outro lado, falta-lhe uma estratégia integra-da destinada a reduzir, reciclar e reutilizar taisresíduos.

Iniciativas verdes:As autoridades locais plane-jam aumentar a quantidade de resíduos orgâni-cos e não orgânicos separados de 40% para 50%.No entanto, não foram divulgados cronogramaou detalhes de como irão alcançar essa meta. Acidade também está dando mais ênfase na con-versão dos resíduos municipais em energia,embora os principais detalhes quanto aos inves-timentos necessários – e o estabelecimento dasmetas específicas – permaneçam obscuros.

Água: Guadalajara está classificada bem abai-xo da média na categoria de água. O consumomédio diário da cidade está estimado em 651litros por pessoa por dia, sendo o segundo maisalto no Índice e bem acima da média das 17

cifras do Estado devido à falta de dados locais. Acidade também poderia aumentar sua classifica-ção fortalecendo as políticas de saneamentobásico. Guadalajara não tem um código de pro-moção de sistemas sustentáveis de saneamentobásico em termos de meio ambiente. Alémdisso, ela não monitora regularmente os locaisdas instalações de tratamento, tais como fossassépticas. Por outro lado, a cidade tem os padrõesmínimos para tratamento das águas residuais emonitora com regularidade o seu tratamento.

Iniciativas verdes: Os planos estão em anda-mento para a construção de duas novas esta-ções de tratamento de água, El Ahogado e Agua

Prieta, que deverão aumentar substancialmenteseus índices. A estação El Ahogado, de US$ 80milhões, já está em construção e ainda necessitapouco mais de US$ 90 milhões para ser concluí-da, mas ainda aguarda aprovação do congressoestadual.

Qualidade do ar: Guadalajara está classifi-cada na média em qualidade do ar. As emissõesda cidade estão próximas às médias dos poluen-tes do ar medidos pelo Índice – dióxido de enxo-fre, dióxido de nitrogênio e partículas em sus-pensão. Como muitas cidades na América Lati-na, Guadalajara tem um abundante número decarros, que são os principais responsáveis pelos

níveis de poluentes. Guadalajara se beneficia deter políticas relativamente robustas para o arlimpo. Ela tem um código de qualidade do ar emonitora regularmente os poluentes em dife-rentes locais ao redor da cidade e está partici-pando do programa PROAIRE do País inteiro paramelhorar a capacidade de monitoração. Alémdisso, ela recebe boas notas em medidas parainformar os cidadãos sobre os perigos da polui-ção do ar.

Governança ambiental: Guadalajara sesitua bem abaixo da média em governançaambiental. Embora ela tenha um departamentodedicado ao meio ambiente que supervisiona eimplanta políticas, ele não tem competênciapara tratar de questões relacionadas a sanea-mento básico, assentamentos humanos, ener-gia ou mudanças climáticas. A cidade não moni-tora com regularidade todo o seu desempenhoambiental e não publica informações sobre oseu progresso.

Para responder às indagações do público,Guadalajara tem um ponto central de contatopara informações sobre tópicos e projetosambientais. Porém, somente envolve os cida-dãos, as organizações não governamentais e osoutros stakeholders nas decisões a respeito dosprojetos de maior impacto ambiental, de manei-ra parcial.

cidades, de 264 litros. Essa estimativa é baseadana municipalidade de Guadalajara ao invés daárea metropolitana, devido à falta de dados.Guadalajara também está abaixo da média pelaproporção relativamente baixa de sua popula-ção com acesso à água potável, em 89% emcomparação à média de 98%. A cidade perde37% de sua água por meio de vazamentos nosistema, pouco mais do que os 35% da média doÍndice. Entretanto, a cidade se classifica melhorpor suas políticas de sustentabilidade, graças aum código destinado a reduzir o consumo deágua e programas para promover a conscienti-zação pública sobre consumo eficiente da água.A cidade também usa hidrômetro tarifado paramelhorar a eficiência. Possui também um códi-go que verifica a qualidade da água da superfí-cie, podendo melhorar seu desempenho fazen-do cumprir normas mais severas contra a polui-ção pela indústria local.

Iniciativas verdes: Para responder aos relató-rios de vazamento de água, bem como às per-guntas dos clientes em geral, o Sistema Intermu-nicipal de Água e Esgoto (SIAPA), que gerencia ofornecimento de água, tem um serviço onlineaos clientes e 11 escritórios espalhados em todaa área metropolitana. O departamento tambémpromove práticas sustentáveis para uso da águadoméstica, tais como manutenção de banheirose informação aos cidadãos sobre como conser-var a água ao fazer as atividades diárias comolavar pratos, tomar banho de chuveiro, lavar ocarro e cozinhar.

Saneamento Básico:Guadalajara classifi-ca-se como abaixo da medida na categoria desaneamento básico. De acordo com os númerosoficiais, um grande percentual da população naárea metropolitana tem acesso a saneamentobásico, em estimados 95%, pouco acima damédia das 17 cidades, de 94%. No entanto,somente 25% das águas residuais de Guadalaja-ra são tratadas ante uma média muito mais altado Índice, de 52%. Esta estimativa é baseada em

* Para dados de diferentes anos, será considerado apenas o ano do indicador principal. e) Estimativa da EIU. 1) Baseado no Estado de Jalisco. 2) Baseado no Estado de Jalisco. Estimativa de PIB baseada nos números. 3) Baseado na Área Metropolitana de Guadalajara. 4) Baseado no Município de Guadalajara. 5) Baseado na Área Metropolitana de Guadalajara. Com base no total de resíduos coletado. 6) Baseado no Município de Guadalajara. 7) Baseado na Área Metropolitana de Guadalajara. Domicílios com acesso à água potável. 8) Baseado na Área Metropolitana de Guadalajara. Proporção da população com acesso à rede de esgotos.

Indicadores Quantitativos: Guadalajara

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Emissões de CO2 do consumo de eletricidade por pessoa (kg/pessoa)

Consumo de eletricidade por PIB em US$ (megajoules por mil US$ 1.000 de PIB)

Densidade populacional (pessoas/km2)

Espaços verdes por pessoa (m2/pessoa)

Comprimento da rede de transporte de massa (km/km2)

Redes superiores de transporte público (km/km2)

Estoque de carros e motocicletas (veículos/pessoa)

Parcela dos resíduos coletados e adequadamente descartados (%)

Resíduos gerados por pessoa (kg/pessoa/ano)

Consumo de água por pessoa (litros por pessoa por dia)

Vazamentos no sistema de abastecimento de água (%)

Parcela da população com acesso à água potável (%)

População com acesso a saneamento básico (%)

Parcela das águas residuais tratadas (%)

Níveis diários de dióxido de nitrogênio (ug/m3)

Níveis diários de dióxido de enxofre (ug/m3)

Níveis diários de partículas em suspensão (ug/m3)

Fonte

Estimativa da EIU; Instituto Nacional de Estatística e Geografia; Agência Internacional de Energia; Conselho Nacional de População; Grupo Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

Estimativa da EIU; Instituto Nacional de Estatística e Geografia; Conselho Nacional de População; EIU.

Conselho Nacional de População

Instituto Nacional de Estatística e Geografia.

Secretaria do Meio Ambiente para o Desenvolvimento Sustentável; Sistema de Trem Elétrico Urbano; Conselho Nacional de População.

Macrobus.

INEGI.

Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Naturais.

Instituto Nacional de Estatística e Geografia; Conselho Nacional de População.

Instituto Nacional de Estatística e Geografia; Conselho Nacional de População.

Conselho Nacional da Água.

Conselho Estatal da População.

Conselho Estatal da População.

Conselho Nacional da Água.

Governo de Jalisco.

Governo de Jalisco.

Governo de Jalisco.

Média

202.2

760.7

4,503.0

254.6

5.0

0.13

0.30

96.2

465.0

264.3

34.6

97.5

93.7

51.5

37.8

11.4

48.0

Ano*

2008

2008

2009

2005

2009

2010

2010

2008

2008

2008

2008

2005

2005

2008

2008

2008

2008

Guadalajara

332.9 1, e

631.6 2, e

1,596.6 3

423.3 3

2.3 3

0.26 4

0.37 4

100.0 1, e

472.7 5

651.2 6, e

37.0 4

89.1 7

94.5 8, e

24.7 1, e

41.4 3

11.4 3

41.5 3

Page 31: Índice de Cidades Verdes da América Latina

Mas a cidade em si carece de um plano abran-gente para redução do impacto ambiental cau-sado pelo consumo de energia.

Iniciativas verdes: Até o final de 2010, a cida-de espera substituir mais de 6.000 lâmpadasincandescentes de tráfego por novas lâmpadasLED, consideradas 90% mais eficientes. Alémdisso, nos últimos anos, os principais geradoresde eletricidade começaram a usar gás naturalsuprido pelos grandes campos localizados emCamisea, ao sul do Peru. O governo nacionalestá promovendo o consumo de gás natural nossetores de transporte e industrial, propiciandoincentivos financeiros para a conversão dos veí-culos de petróleo para gás natural. Até abril de2010, mais de 85.600 veículos tinham sido con-vertidos no País, dos irrisórios 150 de 2005.Além disso, toda a frota de ônibus que faz partedo Corredor de Ônibus Metropolitano de Lima(veja “Iniciativas Verdes“ a seguir, no tópico“Transporte“) opera em 100% de gás natural,resultando em uma redução de 185.000 tonela-das de emissões de CO2 anualmente.

Uso do solo e prédios: Lima está classifi-cada bem abaixo da média no uso do solo e pré-dios. Como muitas cidades na América Latina,passou por um crescimento populacional noséculo XX, impulsionado pelas ondas maciçasde migração rural e atualmente a cidadeenfren ta graves problemas de escassez de habi-tações. No entanto, dada as grandes di mensõesde sua área administrativa, a cidade tem umadensidade demográfica abaixo da média, decerca de 3.000 pessoas por km², em compara-ção com a média do Índice de 4.500 pessoas. Aárea metropolitana de Lima tem apenas 2 m² deespa ços verdes por pessoa, o mais baixo noÍndice, embora a cidade proteja seus espaçosverdes e áreas ambientalmente sensíveis. Limanão se desempenha tão bem na área das políti-cas prediais ecológicas. A cidade não tem incen-tivos, regulamentos e normas, bem como cam-panhas de conscientização para promover maiseficiência energética nos prédios.

Iniciativas verdes: Em 2007, os 49 distritos daárea metropolitana de Lima assinaram o “PactoVerde de Lima e Callao”, visando a aumentar aparcela de espaços verdes ao redor da cidade. Oprograma produziu alguns resultados: o muni-cípio deu prioridade à construção de grandesáreas de recreação, tais como o Parque dasÁguas e vários outros nos bairros mais pobresda cidade. As autoridades também têm remo-delado as praças públicas e outras áreas verdesao longo das principais avenidas no centro dacidade. De acordo com o Instituto GEA - Ética eMeio Ambiente, uma organização não governa-

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Lima_Peru

60 61

Lima_Peru

US$ 8.000 per capita do PIB), Lima tem, aomesmo tempo, o mais baixo consumo de águapor pessoa e a mais baixa média de níveis deconcentração diária de dióxido de nitrogênio.

Energia e CO2: Lima classifica-se na médiapara energia e CO2. A cidade consome estima-dos 678 megajoules de eletricidade por US$1.000 do PIB, em comparação com a média das17 cidades, de 761 megajoules. Essa estimativaestá baseada em dados do Estado. Com 59% daeletricidade oriunda de hidrelétricas, a cidadeemite estimados 217 kg de CO2 por pessoa doconsumo de energia, acima da média do Índicede 202 kg. A cidade pode melhorar seu desem-penho nessa área nos próximos anos graças àlegislação nacional que visa à melhoria na efi-ciência energética e maiores investimentos emrecursos renováveis. Lima é membro do “C40”,um grupo de grandes cidades comprometidasem procurar resolver as mudanças climáticas,promovido pela Fundação Clinton. Entretanto,tendo em vista que as iniciativas para reduzir asemissões de CO2 estão sob a proteção do Minis-tério Nacional para o Meio Ambiente, criado em2008, os esforços da municipalidade estão con-centrados em projetos de eficiência energética.

Capital do Peru, Lima é o lar de 8,4 milhõesde pessoas na área metropolitana, cerca de

um terço da população do País. É a terceira cida-de mais populosa do Índice de Cidades Verdesda América Latina. Os dados para Lima sãobaseados principalmente nos números para aárea metropolitana e estaduais. É a segundacidade mais pobre do Índice em termos de PIBper capita, US$ 4.900, que é menos da metadeda média do Índice. Lima é o centro político eeconômico do Peru, responsável por mais dametade do PIB do País. Alguns dos maiores con-tribuintes da economia local são manufaturas,construção e pesca. Uma considerável porçãodos negócios de Lima são as micro e pequenasempresas, muitas funcionando no setor infor-

mental, os espaços verdes aumentaram cercade 58% desde 2004.

Transporte: Lima está classificada na médiapara transporte. O sistema de transporte emmassa consiste em um metrô que funciona comuma linha e que atualmente está sendo prolon-gada (veja “Iniciativas Verdes“ a seguir), e umagrande frota de ônibus. Em 2009, a rede queserve a região metropolitana media aproxima-damente 5,2 km por km², pouco mais compridado que a média de 5 km do Índice. Entretanto, ocomprimento total da rede mascara o estadoem geral caótico do sistema de transportes dacidade e os sérios problemas de congestiona-mento causados pelo excesso de ônibus e táxis.A cidade, em colaboração com o MinistérioNacional de Transportes, tentou reorganizar asrotas dos ônibus e retirar os veículos poluidores,porém com pouco sucesso. Falta a Lima um sis-tema integrado de precificação para o transpor-te de massa e ela tem sido vagarosa na melhoriada rede em geral (embora isso deva mudar, con-forme forem adotadas as medidas do plano

diretor da cidade). A cidade tem melhor classifi-cação no sistema de gestão do tráfego, queinclui sequenciamento dos semáforos, horáriosdedicados para entrega de cargas e construçãode pontos de acesso ao redor da cidade.

Iniciativas verdes: Em meados de 2010, acidade inaugurou seu primeiro sistema de “tran-sito rápido de ônibus” (BRT) ao longo do chama-do Corredor Metropolitano. O corredor de 26 kmfunciona de norte a sul com 38 paradas. Quatroempresas privadas operam 75 ônibus de altacapacidade, todos funcionando com gás naturale transportam quase um milhão de habitantespor dia. Esse corredor BRT é o primeiro estágiodo plano diretor de longo prazo para remodelara rede de transportes da cidade. O plano diretor,publicado em 2005, prevê a construção de oitocorredores BRT adicionais e o prolongamento dalinha existente de metrô da cidade. Os trabalhosestão atualmente em andamento no metrô, aum custo de US$ 300 milhões, e deverão estarconcluídos até julho de 2011, quando a cidadecontará com mais 11,7 km em sua linha atual

Indicadores GeraisPopulação total (milhões) 8,4

Área administrativa (km2) 2.817,0

PIB por pessoa (preços correntes) (US$) e 4.873,0

Densidade populacional (pessoas/km2) 2.982,2

Temperatura (média das 24 horas, anual) (oC) 20,0

Baseado na área metropolitana de Lima. e) Estimativa da EIU

Bem abaixoda média

Abaixo da média

Média Acima da média

Bem acima da média

Desempenho

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Governança ambiental

Resultado geral

Lima Outras cidades

A ordem dos pontos nas faixas de performance não tem significado para os resultados das cidades.

mal, o que prejudica os esforços das autorida-des para fazer cumprir as normas ambientais.Lima é rodeada por um deserto e tem níveisextremamente baixos de precipitação pluvio-métrica, colocando enormes pressões nosrecursos hídricos existentes. Sua área metropo-litana abrange a cidade de Lima, que é divididaem 43 distritos governamentais locais separa-dos, e Callao, uma região separada adjacente àcidade, dividida em seis distritos.

Lima está classificada bem abaixo da médiageral no Índice das Cidades Verdes da AméricaLatina. Seus melhores desempenhos foram nasáreas de energia e CO2, e transporte, situando-se na média em ambos. Sua classificação com-parativamente melhor nessas categorias é devi-do ao nível relativamente baixo de consumo deenergia por unidade do PIB, bem como as fortespolíticas de redução de congestionamento notrânsito. A cidade encontra-se abaixo da médiana maioria das outras categorias, porém suapior classificação foi na categoria de uso do soloe prédios, devido a uma quantidade muitopequena de espaços verdes e fracas políticasrelativas à eficiência energética nos prédios. Noentanto, quando comparada às seis outras cida-des do Índice com baixa renda (renda inferior a

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Índice de Cidades Verdes da América Latina | Lima_Peru

62 63

que tem 9,2 km de extensão. A construção deuma segunda linha, com 22 km, que funcionaráde leste a oeste, estava prevista para começarantes do final de 2010.

Resíduos: Lima está classificada abaixo damédia na categoria de resíduos. Embora sejaenquadrada como relativamente sofrível nestacategoria, Lima, como muitas outras cidadescom baixa renda per capita no Índice, gera umadas mais baixas quantidades de resíduos. Acidade produz 314 kg de resíduos por pessoa aoano, bem abaixo da média do Índice de 465 kg.No entanto, coleta e descarta de maneira ade-quada apenas 78% dos seus resíduos, a maisbaixa taxa no Índice e bem abaixo da média das17 cidades, de 96%. Os resíduos da cidade sãoprocessados em seis aterros sanitários nos arre-dores da área metropolitana. Mas uma grandeparte deles ainda termina em lixeiras a céuaberto, é incinerada ou jogada no Rio Rimac ouno Oceano Pacífico. Cada um dos 49 distritosadministrativos nas áreas metropolitanas deLima e Callao coleta e descarta seus própriosresíduos, resultando em uma estratégia frag-mentada. Lima cumpre os esforços nacionais deincentivar os residentes a reutilizar e reciclar e éuma das muitas cidades no Índice que legalizoue regulamentou cuidadosamente os catadoresde lixo.

Iniciativas verdes: Os catadores de lixo, querealizam grande parte da reciclagem na cidade,estão sendo organizados em sindicatos. Atual-mente há mais de 200 organizações que cole-tam resíduos sólidos e mais de 400 que o se-param e vendem para serem reutilizados. Inicia-tivas públicas e privadas resultaram na instala-ção de pontos centrais de coleta de vidro, papele plástico para reciclagem, o que foi assumidoem graus variáveis pelo público, dependendodo distrito. Além disso, o aterro sanitário deHuaycoloro, onde é processada quase metadedos resíduos de Lima, está implantando um pro-jeto para transformar resíduos em en ergia.

Água: Lima se classifica abaixo da média pararecursos hídricos. O consumo de água da cida-de, em 151 litros por pessoa por dia, é o terceiromais baixo do Índice e bem abaixo da média das17 cidades, de 264 litros. Entretanto, isso édevido principalmente à falta de suprimento deágua e não ao uso eficiente dela. A precipitaçãopluviométrica em Lima é, em média, de apenas9 milímetros por ano. Portanto, a água é extre-mamente escassa e a maior parte da água potá-vel da cidade vem do Rio Rimac. Apenas 87%dos residentes da cidade têm acesso à águapotável, bem abaixo da média das 17 cidades,de 98%. Além disso, a cidade perde 38% de seu

Iniciativas verdes: Desde 2006, o governonacional tem procurado reverter as décadas depouco investimento na infraestrutura de sanea-mento básico e o declarou uma de suas maioresprioridades. Em 2009, o governo licitou a cons-trução de uma grande estação para tratamentode águas residuais, conhecida como Taboada.No fim de 2010, licitou uma segunda concessãopara construir e operar outra megaestaçãoconhecida como La Chira, a um custo de US$145 milhões. A cidade espera que essas duasestações tenham capacidade para tratar toda aágua servida de Lima.

Qualidade do ar: Lima está classificadaabaixo da média em qualidade do ar. Seu de -sempenho nesta categoria é devido aos níveis

acima da média em dióxido de enxofre e partí-culas suspensas, principalmente dos transpor-tes. Conforme as autoridades municipais, amaioria dos carros na cidade funciona com ocombustível diesel altamente poluente. A con-centração diária de partículas suspensas, em 94microgramas por m³, é quase o dobro da médiado Índice, de 48 microgramas. As concentra-ções de dióxido de enxofre também são eleva-das, em 18 microgramas por m³, em compara-ção com a média das 17 cidades, de 11 micro -gramas. Somente os níveis de dióxido de nitro-gênio estão abaixo da média. A cidade tem polí-ticas fracas de ar limpo, que são um reflexo dafragmentação das responsabilidades entrediversos ministérios nacionais, municípios eoutras instituições.

Iniciativas verdes: Em 2001, a cidade criou o“Comitê de Gestão da Iniciativa de Ar Limpo paraLima e Callao”, abrangendo representantes dediversos ministérios pertinentes e do setor priva-do. O comitê preparou um programa para o arlimpo entre 2005 e 2010 que identificou cincoáreas de ação para reduzir a poluição atmosféri-ca na área metropolitana, inclusive para procu-rar resolver a questão dos combustíveis poluen-tes e para gerir o tráfego. No entanto, de acordocom algumas estimativas, somente 15% dasmedidas foram concluídas até agora.

Governança ambiental: Lima está clas-sificada abaixo da média em governançaambiental. Esta classificação se deve em grandeparte ao resultado da alocação fragmentadados recursos e responsabilidades pela gestãoambiental entre várias instituições e níveis degoverno. Em 2006, a municipalidade de Limacriou um departamento ambiental dedicado,porém ele não tem autoridade para implantarsua própria legislação ambiental. Nos últimoscinco anos, a cidade realizou uma revisão dosparâmetros de seu setor de resíduos, omitindoágua, saneamento básico e qualidade do ar,entre outros. A maioria das iniciativas vem dorecém-criado Ministério Nacional para o MeioAmbiente, onde a especialização técnica estáconcentrada. Por outro lado, como a maioriadas cidades no Índice, Lima envolve cidadãos,organizações não governamentais e outros gru-pos interessados nas decisões e projetos deimpacto ambiental.

fornecimento de água em vazamentos no siste-ma, em comparação com a média do Índice de35%. Apesar do desempenho sofrível, como umtodo, nesta categoria a cidade se desempenhamelhor na área de políticas de sustentabilidadeda água. Ela tem uma política destinada a redu-zir o problema da água e consumi-la com maiseficiência. Também promove ativamente aconscientização do público a respeito do consu-mo eficiente. Os serviços de água e saneamen-to básico são fornecidos pelo Serviço de ÁguaPotável e Esgoto de Lima (Sedapal), umaempre sa de gestão dos sistemas hídricos opera-da pelo Estado sem conexões institucionaiscom a municipalidade de Lima. A produção deágua potável ocorre em três estações de trata-mento e o departamento nacional de saúdeambiental está encarregado de monitorar aqualidade da água. Embora a monitoração daqualidade da água ocorra e existam padrõesrelacionados aos níveis de poluentes, o cumpri-mento desses padrões, especialmente por partedos poluidores industriais, tende a ser baixo.Isso prejudica a classificação da cidade na áreade política da qualidade da água.

Iniciativas verdes: Desde 2006, o MinistérioNacional da Habitação, Construção e Sanea-mento Básico tem colaborado com o Sedapal nainiciativa para expandir o fornecimento de águapotável para mais um milhão de pessoas emLima. O programa nacional de US$ 715 mi -l hões, conhecido como “Água para Todos”, estáoperando 344 projetos, inclusive a construçãode instalações para o tratamento da água. Emum esforço para melhorar a gestão da água, ogoverno nacional aprovou uma nova lei regu-lando o setor, em 2010. A lei também criou umaAgência Nacional da Água (ANA) para atuarcomo órgão supervisor.

Saneamento Básico: Lima está classifi-cada abaixo da média na categoria de sanea-mento básico. O desempenho da cidade é atribuído à parcela insignificante de águas re si - duais tratadas. Lima trata apenas 9% de suaságuas residuais e a maior parte não tratada édespejada no Oceano Pacífico. Além disso,somente 86% da população tem acesso a servi-ços de saneamento básico, em comparaçãocom a média do Índice, de 94%. Áreas sem siste-mas de esgoto utilizam fossas sépticas. O Seda-pal é responsável pelo saneamento básico emonitora os poucos locais de tratamento daágua. Além disso, a cidade não tem um planoabrangente para fornecer serviços de sanea-mento básico ambientalmente sustentável,embora esteja fazendo mais investimentos paramelhorar sua infraestrutura de saneamentobásico (veja “Iniciativas Verdes“ a seguir).

* Para dados de diferentes anos, será considerado apenas o ano do indicador principal. e) Estimativa da EIU. 1) Baseado no Departamento de Lima. Com base nas estimativas de consumo de energia do Departamento de Lima e composição das fontes de energia usadasna geração de eletricidade no Peru. 2) Baseado no Departamento de Lima. Com base na análise de regressão. PIB é para o Departamento de Lima e o ano de 2006. 3) Baseado na área metropolitana. 4) Baseado na cidade de Lima. 5) Baseado no Departamento de Lima.6) Baseado no Departamento de Lima. Proporção da população com acesso à fossa séptica.

Indicadores Quantitativos: Lima

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Emissões de CO2 do consumo de eletricidade por pessoa (kg/pessoa)

Consumo de eletricidade por PIB em US$ (megajoules por US$ 1.000 de PIB)

Densidade populacional (pessoas/km2)

Espaços verdes por pessoa (m2/pessoa)

Comprimento da rede de transporte de massa (km/km2)

Redes superiores de transporte público (km/km2)

Estoque de carros e motocicletas (veículos/pessoa)

Parcela dos resíduos coletados e adequadamente descartados (%)

Resíduos gerados por pessoa (kg/pessoa/ano)

Consumo de água por pessoa (litros por pessoa por dia)

Vazamentos no sistema de abastecimento de água (%)

Parcela da população com acesso à água potável (%)

População com acesso a saneamento básico (%)

Parcela das águas residuais tratadas (%)

Níveis diários de dióxido de nitrogênio (ug/m3)

Níveis diários de dióxido de enxofre (ug/m3)

Níveis diários de partículas em suspensão (ug/m3)

Fonte

Estimativa da EIU; Instituto Nacional de Estatística e Informática; Agência Inter-nacional de Energia; Grupo Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

Estimativa da EIU; Instituto Nacional de Estatística e Informática; Agência Internacional de Energia.

Instituto Nacional de Estatística e Informática; Município Metropolitano de Lima.

Pensando Lima.

Estimativa da EIU; Trem Urbano de Lima; Município Metropolitano de Lima

Metropolitano, Autoridade Autônoma de Trem Electrico Metropolitano.

Ministério de Transportes e Comunicações.

Município Metropolitano de Lima.

Município Metropolitano de Lima.

Serviço de Água Potável e Esgoto de Lima; Instituto Nacional de Estatística e Informática.

Superintendência Nacional de Serviços de Saneamento Básico

Instituto Nacional de Estatística e Informática.

Instituto Nacional de Estatística e Informática.

Serviço de Água Potável e Esgoto de Lima.

Programa Nacional de Vigilância Sanitária da Qualidade do Ar.

Programa Nacional de Vigilância Sanitária da Qualidade do Ar.

Programa Nacional de Vigilância Sanitária da Qualidade do Ar.

Média

202.2

760.7

4,503.0

254.6

5.0

0.13

0.30

96.2

465.0

264.3

34.6

97.5

93.7

51.5

37.8

11.4

48.0

Ano*

2007

2007

2006

2009

2009

2010

2009

2009

2009

2009

2008

2007

2007

2008

2009

2009

2009

Lima

217.1 1, e

678.3 2, e

2,982.2 3, e

2.0 3

5.2 3, e

0.01 4

0.14 4

78.1 3

314.2 3

151.5 3

37.5 3

87.3 5

85.8 6

8.5 3

24.5 3

18.1 3

93.5 3

Page 33: Índice de Cidades Verdes da América Latina

previsto um plano para 2011 (veja “IniciativasVerdes“ a seguir), que impulsionará o seudesempenho nesta área. Medellín tem emissõesde CO2 provenientes do consumo de eletricida-de relativamente baixas, com cerca de 74 kg porpessoa, contra uma média de 202 kg do Índice.A participação acima da média das energiasrenováveis na matriz energética ajuda a mantereste valor baixo: mais de 80% da eletricidadeconsumida na cidade vem de usinas hidrelétri-cas. A região de Medellín tem se beneficiado deum programa do Protocolo de Kyoto, que possi-bilita que os países desenvolvidos recebam cré-ditos de carbono para ajudar os países emdesenvolvimento a reduzir as suas emissões(veja “Iniciativas Verdes“ a seguir).

Iniciativas verdes: Em 2004, a empresa deenergia de Medellín, de propriedade da EPM eda Cia. de Desenvolvimento de Energia Elétrica,do Japão, construiu uma hidrelétrica no rio Her-radura, que abastece aproximadamente 32 me -gawatts para a área metropolitana da cidade.Estima-se que as emissões de CO2 diminuíramem cerca de 69.000 toneladas por ano. O proje-to se insere no “mecanismo de desenvolvimento

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Medellín_Colômbia

em três indicadores individuais – tem a menorfrota de carros e motos, gera a menor quantida-de de resíduos por pessoa e tem os mais baixosníveis de dióxido de enxofre. Comparada a cida-des na faixa de renda mais baixa (abaixo de US$8.000 de PIB por pessoa), Medellín tem a maiorrede de transporte coletivo, a melhor taxa de tra-tamento de esgoto e o maior percentual de pes-soas com acesso a saneamento.

Energia e CO2: Medellín está abaixo damédia na categoria de energia e CO2. Seudesempenho se deve principalmente à grandequantidade de eletricidade consumida pelomunicípio em relação à sua produção econômi-ca. Medellín usa 982 megajoules por US$ 1.000do PIB, bem acima da média do Índice, de 761megajoules. Em relação às políticas relativas àenergia e CO2, Medellín poderia melhorar seudesempenho por meio de investimentos emenergias renováveis, monitoramento regulardas emissões de gases do efeito estufa e a assi-natura de convênios internacionais para redu-ção das emissões desses gases. Embora a posi-ção da cidade seja prejudicada por não terprojetos de resíduos para gerar energia, está

sobre as formas de melhorar a eficiência energé-tica em prédios.

Iniciativas verdes: O Projeto Urbano Integral(PUI) é o núcleo do plano de desenvolvimentourbano da cidade, cobrindo principalmente ouso da terra, mas estendendo-se ao transportetambém. Tudo começou no início desta década,na zona leste-centro da cidade, uma área debaixa renda, com muitos assentamentos infor-mais, onde foram construídas habitações, deacordo com os códigos de construção. Alémdisso, espaços públicos foram limpos e o trans-porte integrado otimizado, ligando a área inclu-sive ao sistema de bondes elétricos, ao MetroCa-ble – sistema de cabo aéreo com conexão com ometrô (veja “Iniciativas Verdes“ a seguir, no tópi-co “Transporte“). O projeto PUI vem sendo ex -pan dido com planos para melhorar os bairros donoroeste e o centro da cidade.

Transporte:Medellín está na média na cate-goria de transporte. A rede de transporte demassa da cidade estende-se por 5,6 km por km²,por toda a área metropolitana. Em comparaçãocom a média de 5 km, é a mais longa rede detransporte do Índice, entre as cidades de baixarenda. A rede de transportes inclui uma grandefrota de ônibus, metrô e bonde elétrico. Enquan-to carece de um sistema integrado de preços,motivo pelo qual Medellín perde pontuaçãopara políticas de transporte de massa, a cidadeestá tomando medidas para estimular a popula-ção a usar formas mais ecológicas de transporte.A cidade destaca-se por possuir a menor frota deautomóveis e motocicletas do Índice: 0,07 veí-culo por pessoa. Este valor tem como base omunicípio de Medellín e está bem abaixo damédia de 0,3 veículo por pessoa. Apesar de suafrota reduzida, o trânsito pode ser caótico. As

Indicadores GeraisPopulação total (milhões) 3,5

Área administrativa (km2) 1.165,0

PIB por pessoa (preços correntes) (US$) e 5.547,8

Densidade populacional (pessoas/km2) 3.001,5

Temperatura (média das 24 horas, anual) (oC) 22,0

Baseado na área metropolitana de Medellín

limpo“ do Protocolo de Kyoto, que oferece crédi-tos de carbono para os países desenvolvidos queapoiam projetos de redução de emissões nospaíses em desenvolvimento. Cada um dessescréditos é equivalente a uma tonelada de CO2 epode ser negociado, vendido ou usado paracumprir as metas de redução de emissões decarbono em outros países. A EPM e a agência dogoverno estadual para o desenvolvimento localestão trabalhando em conjunto em uma barra-gem e usina hidrelétrica no rio Cauca, cujo iníciodas obras está previsto para 2013 e, em 2018,quando entrar em funcionamento, será a maiordo País, com capacidade de produção de 2,4gigawatts.

Além disso, a EVAS, uma empresa colombia-na de eliminação de resíduos, e a Green GasInternational, uma empresa de energia limpa,trabalham em parceria em um projeto de capta-ção de metano no aterro El Guacal, que receberesíduos de muitos municípios da área metropo-litana de Medellín. O projeto, que terá umacapacidade de 20 megawatts, também faz partedo mecanismo de desenvolvimento limpo doProtocolo de Kyoto e deverá ter as operações ini-ciadas em 2011, com duração de 21 anos, redu-zindo emissões de carbono em cerca de 3,5milhões de toneladas.

Uso do solo e prédios: Medellín encon-tra-se abaixo da média no uso do solo e prédios.Apesar de sua boa colocação quanto a políticasde proteção e manutenção dos espaços verdesexistentes e de áreas ambientalmente sensíveis,a cidade perde pontuação devido à relativa faltade espaços verdes, 5m² por pessoa. A cidadetambém é prejudicada por suas políticas de pré-dios ecológicos, que não são tão ambiciosasquanto em outras cidades. Por exemplo, Medel-lín não promove a conscientização dos cidadãos

Medellín encontra-se na média geral do Índi-ce. Seu melhor desempenho está na categoriade saneamento, na qual é a única cidade comavaliação bem acima da média, com base nasaltas taxas de acesso a saneamento, tratamentode águas residuais e políticas de saneamentoconsistentemente fortes. Medellín também seposiciona acima da média na categoria de quali-dade do ar, impulsionada pelos níveis relativa-mente baixos de poluição e políticas robustas dear limpo. A cidade está na média nas categoriasde transporte, água e governança ambiental efica abaixo da média em energia e CO2, uso dosolo e prédios e resíduos. Medellín lidera o Índice

Bem abaixoda média

Abaixo da média

Média Acima da média

Bem acima da média

Desempenho

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Governança ambiental

Resultado geral

Medellín Outras cidades

A ordem dos pontos nas faixas de performance não tem significado para os resultados das cidades.

Medellín é a segunda maior cidade da Co -lôm bia, depois de Bogotá, e um importan-

te polo econômico e político do País. Capital dodepartamento de Antioquia, Medellín é respon-sável por 11% do PIB da Colômbia. A cidade tema maior exportação de roupas, flores e produtosquímicos do País. A região metropolitana deMedellín tem uma população de 3,5 milhões e aterceira menor renda média, com um PIB de US$5.500 por pessoa, quase a metade da média deUS$ 11.100 do Índice. Com poucas exceçõesindicadas, a maioria dos dados do Índice paraMedellín baseia-se na área metropolitana, bemmenor do que o município de Medellín.

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Índice de Cidades Verdes da América Latina | Medellín_Colômbia

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o lixo elétrico/eletrônico, embora haja coleta epontos centrais para descarte.

Água: Medellín posiciona-se na média nacategoria de água. A cidade tem o quarto menornível de consumo de água do Índice, com 152litros por pessoa por dia, em comparação com amédia de 264 litros. A cidade perde pontuaçãopela taxa de perda de água de 37%, maior que amédia de 35% do Índice. Medellín apresentatambém uma das menores taxas de acesso àágua potável, de 97%, ligeiramente abaixo damédia de 98%. Este valor tem como base omunicípio. Medellín tem bom desempenhoquanto às políticas de qualidade, que incluem aimplantação de um código, o controle regularda qualidade das águas de superfície e o reforçodas normas contra a poluição da água para aindústria local. Entretanto, a cidade poderiamelhorar suas políticas de uso eficiente da água,uma vez que carece de iniciativas descritas noÍndice, tais como medidores de água e tarifas, einstalações para coleta de águas pluviais.

Iniciativas verdes: O Programa de Saneamen-to dos Rios em Medellín, que engloba a gestãoda água, bem como melhorias no saneamento,é reconhecido pelo Banco Interamericano deDesenvolvimento como modelo de boas práti-cas de política de água urbana. A primeira fasedo programa atualizou as redes de aquedutos eestimulou os donos de propriedades ao longodo Rio Medellín a adotarem práticas de preserva-ção da terra e conservação da água. O governolocal supervisiona também um plano de gestãodos recursos hídricos para a bacia do Rio Aburrá-Medellín, que inclui a limpeza de pequenosafluentes e canais, melhoria da qualidade daágua e da capacidade de produção hidrelétrica.

Saneamento Básico: Medellín está bemacima da média em saneamento e é a únicacidade neste nível na categoria. De acordo comos dados oficiais, cerca de 100% das pessoastêm acesso a serviços de saneamento na região

tem um desempenho relativamente bom emmonitoramento ambiental e participação públi-ca, mas a pontuação geral para governança glo-bal é prejudicada por políticas de gestãoambiental mais fracas. Por exemplo, a cidadetem uma organização ambiental que acompa-nha e divulga informações sobre o desempenhoambiental, mas não tem habilidade para imple-mentar sua própria legislação de meio ambien-te. A cidade realizou uma revisão de baseambiental nos últimos cinco anos, mas não

levou em conta algumas áreas específicas, comotransporte, uso do solo, assentamentos huma-nos ou as alterações climáticas. As autoridadesda cidade oferecem aos cidadãos um ponto decontato central para o desempenho ambiental.Além disso, envolvem cidadãos e stakeholdersnas decisões sobre projetos que provoquem umimpacto ambiental maior.

Iniciativas verdes: Reconhecendo que faltainfraestrutura para fazer valer algumas de suas

normas ambientais, o governo local começou atrabalhar com grupos de cidadãos para identificaros poluidores industriais e forçar as empresas res-ponsáveis a cumprirem a legislação em vigor. Asautoridades criaram um sistema no qual os cida-dãos podem denunciar as instalações que este-jam despejando efluentes industriais não trata-dos na rede de esgotos. Esta iniciativa é parteimportante do plano de desen volvimento susten-tável da cidade e o governo local espera que elapossibilite melhores respostas e planejamento.

metropolitana. A cidade trata 95% de suas águasresiduais, que é consideravelmente mais que amédia de 52% do Índice. Além disso, nestes doisindicadores, Medellín lidera as sete cidades dogrupo de baixa renda. Os resultados sugeremque o plano global da cidade para resolver pro-blemas de água e saneamento esteja mostrandoresultados (veja “Iniciativas Verdes“ nos tópicos“Água“ e “Saneamento básico”). Não surpreen-de, portanto, o fato de que a cidade apresentetambém um bom desempenho nas políticas desaneamento, principalmente devido aos altospadrões de tratamento de águas residuais,monitoramento constante e a promoção daconscientização em torno do uso eficiente dossistemas de saneamento.

Iniciativas verdes: Em adição ao Programa deSaneamento dos Rios da cidade, em andamentodesde 1993, uma nova estação de tratamentode águas residuais será inaugurada no final de2012, como parte do plano. Além disso, a cidadetem como meta atingir 100% de tratamento daságuas residuais que são coletadas.

Qualidade do ar: Medellín está acima damédia em qualidade do ar. É a primeira do Índiceentre as cidades de baixa renda, em grande partegraças às suas políticas de ar limpo relativamen-te robustas, bem como à menor média de emis-sões diárias de dióxido de enxofre. Com apenas1 micrograma por m³, em comparação à médiade 11 microgramas, a emissão reflete a elevadaquota de energia hidrelétrica limpa utilizada nacidade. Nas duas outras mensurações depoluentes atmosféricos utilizadas no Índice –dióxido de nitrogênio e partículas em suspensão– os níveis diários em Medellín estão um poucoacima das médias do Índice. A cidade possui umasérie de políticas de ar limpo, incluindo um códi-go de qualidade do ar, um controle constante ecampanhas de conscientização pública.

Governança ambiental: Medellín estána média em governança ambiental. A cidade

autoridades municipais estão implementandomedidas de redução de congestionamentos,como os “dias sem carro“ e a fixação de horáriosdiferenciados para o transporte e entrega demercadorias. Contudo, a cidade ainda carece dacobrança de uma taxa pelo congestionamento ede pistas para carros andando com mais de umpassageiro (carpooling).

Iniciativas verdes: O sistema de bondes dacidade, MetroCable, foi inaugurado em 2004como uma maneira de interligar a periferiamenos desenvolvida de Medellín ao sistemamais amplo do metrô. Além disso, as obras doMetroplus, um sistema de trânsito rápido de ôni-bus (BRT), já estão em andamento. O BRT serácomposto de 800 novos auto-ônibus movidos agás natural e com faixas exclusivas. O sistema émodelado pela empresa TransMilenio de Bogotáe o conceito está se espalhando rapidamente naAmérica Latina, sob diferentes formas. A expec-tativa é de que o BRT reduza o tráfego e melhorea qualidade do ar, uma vez que, além dos novosônibus usarem um combustível mais limpo,muitos dos modelos mais antigos e poluidoresserão retirados de serviço, como parte do pro-grama. Além disso, há o programa “Placa Y Pico“(placa e horário de pico), que limita a circulaçãode veículos na cidade durante os períodos depico, por dois dias da semana, em sistema derodízio, com base nos números das placas.

Resíduos: Medellín está abaixo da média nacategoria de resíduos. A cidade gera a menorquantidade de resíduos do Índice, de 252 kg porpessoa por ano, contra a média de 465 kg. Noentanto, a porcentagem de 87%, de resíduoscoletados e adequadamente dispostos estáaquém da média de 96% do Índice. Além disso,as normas de disposição de resíduos e monitora-mento da cidade estão entre as mais fracas doÍndice. Quando se trata de reciclagem, a cidadeé também uma das menos rigorosas entre asestudadas. Recicla vidros, plásticos e papel, porexemplo, mas não os resíduos não orgânicos ou

* Para dados de diferentes anos, será considerado apenas o ano do indicador principal. e) Estimativa da EIU. 1) Baseado na área metropolitana de Medellín. 2) Baseado no município de Medellín. 3) Baseado no município de Medellín. Domicílios com acesso à águapotável. 4) Baseado na área metropolitana de Medellín. Proporção da população com acesso à rede de esgoto.

Indicadores Quantitativos: Medellín

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Emissões de CO2 do consumo de eletricidade por pessoa (kg/pessoa)

Consumo de eletricidade por PIB em US$ (megajoules por US$ 1.000 de PIB)

Densidade populacional (pessoas/km2)

Espaços verdes por pessoa (m2/pessoa)

Comprimento da rede de transporte de massa (km/km2)

Redes superiores de transporte público (km/km2)

Estoque de carros e motocicletas (veículos/pessoa)

Parcela dos resíduos coletados e adequadamente descartados (%)

Resíduos gerados por pessoa (kg/pessoa/ano)

Consumo de água por pessoa (litros por pessoa por dia)

Vazamentos no sistema de abastecimento de água (%)

Parcela da população com acesso à água potável (%)

População com acesso a saneamento básico (%)

Parcela das águas residuais tratadas (%)

Níveis diários de dióxido de nitrogênio (ug/m3)

Níveis diários de dióxido de enxofre (ug/m3)

Níveis diários de partículas em suspensão (ug/m3)

Fonte

Estimativa da EIU; Governo de Antioquia, Anuários Estatísticos de Antioquia, Empresas Públicas de Medellín (EPM), Empresa Antioquiana de Energia (EADE); Departamento. Administrativo Nacional de Estatística; Agência Internacional de Energia; Grupo Intergo-vernamental sobre Mudanças Climáticas.

Governo de Antioquia, Anuários Estatísticos de Antioquia, Empresas Públicas de Medellín (EPM), Empresa Antioquiana de Energia (EADE); EIU.

Departamento Administrativo Nacional de Estatística; Área Metropolitana do Vale de Aburrá.

Departamento Administrativo Nacional de Estatística; Área Metropolitana do Vale de Aburrá.

Metrô de Medellín; Área Metropolitana do Vale de Aburrá; Subdireção de Mobilidade e Transporte.

Metrô de Medellín.

Secretaria de Transportes e Trânsito de Medellín.

Governo de Antioquia, Anuários Estatísticos de Antioquia; Várias empresas de Medellín.

Governo de Antioquia, Anuários Estatísticos de Antioquia; Várias empresas de Medellín; Departamento Administrativo Nacional de Estatística.

Governo de Antioquia, Anuários Estatísticos de Antioquia; Empresas Públicas de Medellín(EPM); Departamento Administrativo Nacional de Estatística.

Programa da Década da Água das Nações Unidas sobre Desenvolvimento de Capacidades.

Município de Medellín.

Área Metropolitana do Vale de Aburrá; Aferição da Qualidade de Vida; Departamento Administrativo Nacional de Estatística.

Governo de Antioquia, Anuários Estatísticos de Antioquia.

Área Metropolitana do Vale de Aburrá.

Área Metropolitana do Vale de Aburrá.

Área Metropolitana do Vale de Aburrá.

Média

202.2

760.7

4,503.0

254.6

5.0

0.13

0.30

96.2

465.0

264.3

34.6

97.5

93.7

51.5

37.8

11.4

48.0

Ano*

2008

2007

2009

2007

2009

2010

2010

2008

2008

2008

2008

2008

2009

2008

2009

2009

2009

Medellín

74.4 1, e

982.1 1

3,001.5 1

5.0 1

5.6 1

0.08 2

0.07 2

86.8 1

252.3 1

152.4 1

37.0 1

97.0 3

99.7 4, e

94.8 1

40.0 1

1.0 1

56.8 1

Page 35: Índice de Cidades Verdes da América Latina

de espaços verdes por pessoa e tem a menortaxa de perdas de água de todo o Índice. De fato,a cidade ganhou um prêmio internacional em2010 por seus esforços de uma década em redu-zir as perdas. Monterrey está na média nas cate-gorias de energia e CO2, uso do solo e prédios eabaixo da média em transportes, qualidade doar e governança ambiental. Entretanto, o de -sempenho geral ambiental da cidade deve me -l horar nos próximos cinco anos, por meio de umambicioso plano de ação para mudanças climá-ticas em todo o Estado, já em pleno vigor. Oplano inclui diferentes iniciativas para reduzir asemissões de CO2, a partir de várias fontes nacidade.

Energia e CO2: Monterrey posiciona-se namédia na categoria de energia e CO2. A cidadetem emissão estimada de 723 kg de CO2 prove-nientes do consumo de eletricidade, considera-velmente superior à média de 202 kg do Índice.Monterrey consome 848 megajoules de energiaelétrica por US$ 1.000 de PIB, ultrapassando amédia de 761 megajoules do Índice. Um dosfatores que contribuem para o valor relativa-mente elevado de emissões de CO2 e o consumode eletricidade é o clima da região que, nosextremos, pode atingir a temperatura máximade 44° C no verão e a mínima de –12° C no inver-no. Isso aumenta consideravelmente o uso deaparelhos de ar-condicionado e aquecedores.Uma base industrial ampla e relativamente inefi-ciente de energia em Monterrey também podeser um fator a impulsionar os níveis de CO2 pro-venientes do consumo de eletricidade. E comooutras cidades mexicanas no Índice, Monterreysó produz 15% de sua eletricidade a partir defontes renováveis de energia, em comparação àmédia de 64% do Índice. As autoridades am -bientais parecem reconhecer a necessidade deação para que Monterrey melhore sua posiçãoem energia e mudanças climáticas. A cidadeteve uma revisão ambiental recente das emis-sões de gases do efeito estufa, monitorando-as

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Monterrey_México

68 69

Monterrey_México

renome baseia-se em Monterrey e algumasgrandes empresas com uma forte presença lati-no-americana também escolheram a cidadecomo local para as suas operações. No entanto,a economia ainda é dominada pela produção decarbono pesado: aço, vidro, cimento e autope-ças estão entre as suas maiores indústrias. Osfortes resultados da economia colocam Monter-rey com um PIB de US$ 15.200 por pessoa, oquarto maior do Índice.

Monterrey está na média geral do Índice.Seus melhores resultados nas categorias deágua, resíduos e saneamento tiveram desempe-nhos acima da média. A cidade apresenta resul-tados particularmente fortes para a quantidade

regularmente e publicando os resultados. Mon-terrey é uma das quatro cidades no Índice queconverte subprodutos do lixo local em energia eé atendida por um plano de ação abrangentequanto a alterações climáticas (veja “IniciativasVerdes“ a seguir).

Iniciativas verdes: O plano de ação paramudanças climáticas do governo do Estado queabrange Monterrey propõe que a cidade reduzaas emissões de CO2 significativamente durante oquinquênio 2010-2015. O relatório foi desen-volvido pelo Instituto Monterrey de Tecnologia eEnsino Superior, em cooperação com os gover-nos federal e estadual. O plano propõe váriasmedidas para reduzir as emissões de CO2 emprédios, transporte e eliminação de resíduos,entre outras categorias (veja “Iniciativas Verdes“a seguir). Em 2003, o governo estadual assinouum contrato joint-venture de US$ 17 milhõescom a empresa privada Bioeléctrica de Monter-rey, para abrir uma concessionária de geraçãode energia, a Bioenergía de Nuevo León (Benle-sa). A empresa usa resíduos sólidos não perigo-

sos como fonte de energia renovável por meioda incineração do metano em aterros sanitários.O projeto supre totalmente a energia necessáriaao sistema do metrô da cidade, que possui duaslinhas e também 45% da iluminação pública. Oobjetivo é fornecer 100% da eletricidade de ilu-minação pública até 2012. As autoridades locaisdizem que o projeto reduziu emissões de CO2 em1,2 milhão de toneladas desde o início das ope-rações.

Uso do solo e prédios:Monterrey está namédia na categoria de uso do solo e prédios. Acidade tem a terceira maior quantidade de espa-ços verdes do Índice, 750 m2 por pessoa, confor-me dados de 2005, já que não há atualizaçãomais recente. O desempenho de Monterrey paraespaços verdes é parcialmente fortalecido devi-do à população relativamente baixa, mas a cida-de também tem fortes políticas de uso da terra.A posição de Monterrey é particularmente boaquanto à proteção dos espaços verdes e conten-ção da expansão urbana. Em termos de políticaspara prédios ecológicos, as autoridades locaisprejudicam a colocação da cidade por não esta-belecer normas verdes para projetos de constru-ção pública.

Iniciativas verdes: O plano de ação estadualpara mudanças climáticas inclui um programaresidencial de US$ 2,5 milhões para substituir ailuminação energeticamente ineficiente porLEDs (diodos emissores de luz) e aparelhos elé-tricos mais eficientes. O plano inclui US$ 3,5milhões para instalar aquecedores solares e con-dicionadores de ar com eficiência energética.Além disso, o orçamento estadual prevê US$ 2,3milhões para construir “parques ecoindustriais“,com design de eficiência energética e limite deemissões. Há também o plano nacional “Luz Sus-

Indicadores GeraisPopulação total (milhões) 4,0

Área administrativa (km2) 3.177,0

PIB por pessoa (preços correntes) (US$) e 15.220,6

Densidade populacional (pessoas/km2) 1.254,5

Temperatura (média das 24 horas, anual) (oC) 22,0Baseado na Área Metropolitana de Monterrey

Monterrey, com quatro milhões de habitan-tes em sua área metropolitana, é a capital

do Estado mexicano de Nuevo León e a terceiracidade mais populosa do País, depois de Guada-lajara e da Cidade do México. Os dados paraMonterrey no Índice de Cidades Verdes da Amé-rica Latina referem-se principalmente à regiãometropolitana ou a todo o Estado e não aos limi-tes da cidade de Monterrey, que tem uma popu-lação de 1,1 milhão de habitantes. A economiade Monterrey tem prosperado nos últimos anos,impulsionada em parte pelo Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA), assinadoem 1994, entre México, Canadá e os EUA. Umasérie de grandes empresas multinacionais de

Bem abaixoda média

Abaixo da média

Média Acima da média

Bem acima da média

Desempenho

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Governança ambiental

Resultado geral

Monterrey Outras cidades

A ordem dos pontos nas faixas de performance não tem significado para os resultados das cidades.

Page 36: Índice de Cidades Verdes da América Latina

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Monterrey_México

70 71

o Estado. Ao mesmo tempo, Monterrey tambémproduz uma quantidade relativamente baixa deresíduos, 317 kg por pessoa por ano, em relaçãoà média de 465 kg do Índice. Em relação às polí-ticas de eliminação, Monterrey também estábem posicionada por reforçar e monitorar nor-mas para resíduos industriais perigosos. A cida-de tem alguns serviços de reciclagem, comopontos de coleta central e capacidade para reci-clar restos orgânicos, vidros, plásticos e papel.Monterrey tem também uma política integradaque visa à redução, reutilização e reciclagem deresíduos.

Iniciativas verdes: A cidade de Monterreyimplantou um programa de reciclagem em 500bairros para a coleta de resíduos orgânicos e nãoorgânicos em diferentes dias da semana.

Água:Monterrey está acima da média na cate-goria de água. Seu bom desempenho é apoiadopelo sistema mais eficiente de todo o Índice,com perdas por vazamentos em seu fluxo com-parativamente baixas, de 21%, uma posiçãocon sideravelmente melhor em relação à médiade 35% do Índice. Em 2010, o Banco Interameri-cano de Desenvolvimento contemplou Monter-rey com o “Prêmio Latino-Americano de Água“pelos esforços da cidade na redução de vaza-mentos, durante a última década (veja “Iniciati-vas Verdes“ a seguir). O consumo de água emMonterrey, estimado em 228 litros por pessoapor dia, também é menor que a média de 264litros do Índice. Estima-se que 95% da popula-ção de Monterrey tenha acesso à água potável,de acordo com dados que têm como base todo oEstado, posicionando-se ligeiramente abaixo damédia de 98% das 17 cidades estudadas. A cida-de tem boa pontuação quanto à mensuraçãodos principais poluentes nas superfícies de águae na água potável. Há também medidores deágua e tarifas, mas há falta de outras medidas deeficiência abrangidas pelo Índice, como instala-ções de coleta de águas pluviais, tubulaçõesseparadas para água não potável, proibição do

a seguir). A cidade tem resultados relativamentefortes nas políticas de saneamento, bem como,em particular, no acompanhamento regular dosserviços de saneamento estabelecendo normasmínimas para tratamento de águas residuais,além de promover publicamente o uso eficientede sistemas de saneamento.

Iniciativas verdes:O programa “Monterrey V”,de US$ 237 milhões, tem um componente im -portante para saneamento em todo o Estado(veja “Iniciativas Verdes“ no tópico “Água“), queinclui novas linhas de redes de esgoto e coleto-res de águas residuais. Além disso, ampliou o acapacidade de tratamento de águas residuais de9.000 litros para 13.500 litros por segundo.

Qualidade do ar: Monterrey está abaixoda média na categoria de qualidade do ar. Esseresultado reflete a presença maior do que amédia de dióxido de enxofre e partículas em sus-pensão, devido em parte às instalações deindústrias pesadas da cidade. Os níveis de partí-culas em suspensão, em 77 microgramas porm³, estão entre os mais altos do Índice, bemacima da média de 48 microgramas. As autori-dades reconhecem a necessidade de uma açãopara alcançar resultados positivos na cidade naspolíticas de ar limpo. A qualidade do ar na cidadeé monitorada regularmente, incluindo cada umdos poluentes relatados no Índice, e os resulta-dos, com informações sobre os perigos dospoluentes, são divulgados aos cidadãos.

Governança ambiental:Monterrey estáabaixo da média na categoria de governançaambiental. A cidade possui um departamentoambiental que supervisiona a política, mas seus poderes são partilhados com o governo doEstado, o qual tem uma forte influência e assumiu a liderança sobre assuntos de mudan-ças climáticas, por exemplo. Monterrey é umadas cinco cidades do Índice com baixa pontua-ção por não acompanhar e publicar regular-mente informações sobre seu desempenhoambiental geral. Por outro lado, nos últimoscinco anos a cidade realizou uma revisãoambiental abrangendo água, resíduos, qualida-de do ar, transportes, energia e mudanças climáticas.

uso de mangueira e reciclagem da água residuale outras atividades nas residências.

Iniciativas verdes:Monterrey reduziu os vaza-mentos no seu sistema de água de um total esti-mado de 32% em 1998 para 21% em 2008 pormeio de um programa abrangente de gestão deágua reconhecido internacionalmente. Esteesforço, que se encontra em andamento, envol-veu a verificação e substituição de válvulas,tubos para modernização, instalação de medi-dores de pressão e medidores domésticos paradetectar vazamentos e eliminar ligações clan-destinas.

Em 2010, o Serviço de Drenagem e Água deMonterrey completou o “Monterrey V“. Esteplano de US$ 237 milhões aperfeiçoou os siste-mas de água e saneamento, incluindo a constru-ção de 73 km de novos aquedutos e seis esta-ções de bombeamento ao longo da regiãometropolitana. A cidade está pronta para melho-rar ainda mais o seu sistema de água, já que oplano de ação estadual para mudanças climáti-cas tem um orçamento de US$ 2 milhões paraotimizar a infraestrutura e modernizar as esta-ções de tratamento de águas residuais em todoo Estado.

Saneamento Básico:Monterrey está aci -ma da média na categoria de saneamento.Segundo dados oficiais baseados em todo oEstado, 95% de sua população tem acesso aosaneamento básico. Mas a cidade é uma dasduas únicas constantes do Índice – Brasília é aoutra – que consegue tratar 100% dos esgotos,bem acima da média de 52%. Esses númerosimpressionantes resultam de um investimentosignificativo na capacidade de saneamento daregião metropolitana nos últimos 15 anos.Desde 1995, o governo estadual já construiuquatro estações de tratamento de águas resi-duais para servir a área metropolitana de Mon-terrey e acaba de terminar o projeto “MonterreyV“, que tem um elemento importante quanto aotratamento de esgotos (veja "Iniciativas Verdes"

tentável“ que pretende substituir até 2012 maisde 45 milhões de lâmpadas incandescentes porlâmpadas econômicas em 11 milhões de resi-dências mexicanas. A iniciativa deixará de emitir2,8 milhões de toneladas de gases do efeitoestufa por ano.

Transporte:Monterrey está abaixo da médiana categoria de transportes, devido principal-mente à rede de transporte coletivo da cidadeconsiderada pequena em relação à sua área.Embora o sistema seja predominantementeatendido por uma extensa rede de ônibus, contatambém com duas linhas de metrô. Os limitesadministrativos da área metropolitana relativa-mente amplos significam uma extensão no Índi-ce de cerca de 0,8 km por km², em comparaçãocom a média de 5 km por km2 do Índice. Monter-rey recebe marcas elevadas quando se trata depolítica urbana de transporte de massa, apesarda complexidade da gestão de transportes emtodos os municípios da região metropolitana.Monterrey se destaca por ter um sistema de tari-fação integrada de transportes públicos e portomar medidas para reduzir as emissões dotransporte coletivo urbano. No entanto, a cida-de tem pontuação baixa para as políticas deredução dos congestionamentos. A cidade nãoconseguiu até agora introduzir medidas como“dia sem carro“, pistas para carona solidária e sis-temas de estacionamento.

Iniciativas verdes: O plano de ação estadualpara mudanças climáticas exige a construção deum sistema de trânsito rápido de ônibus (BRT)com 27 km de extensão, cujas obras já foram ini-ciadas. O plano também prevê uma nova linhade bondes, que deverá aumentar a capacidadeatual da rede de trânsito em mais de dois terços,para 600.000 passageiros por dia.

Resíduos:Monterrey está acima da média nacategoria de resíduos. A pontuação da cidade éboa na gestão da coleta e disposição, conformea estimativa baseada em taxas de coleta de todo

* Para dados de diferentes anos, será considerado apenas o ano do indicador principal. e) Estimativa da EIU. 1) Baseado na área metropolitana de Monterrey com base na composição energética usada no México. 2) Baseado na área metropolitana de Monterrey. 3) Baseado na área metropolitana de Monterrey . Os dados sobre rotas de ônibus para esse indicador não incluem todas as rotas, somente a extensão coberta por pelo menos uma rota de ônibus. A extensão das rotas de ônibus não estavam disponíveis. 4) Baseado no Município de Monterrey. 5) Baseado em Nuevo León. 6) Baseado na área metropolitana de Monterrey com base na coleta anual de resíduos no município. 7) Baseado na área metropolitana de Monterrey com base na extração diária de água. 8) Baseado em NuevoLeón. Proporção da população com acesso à rede de esgoto.

Indicadores Quantitativos: Monterrey

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Emissões de CO2 do consumo de eletricidade por pessoa (kg/pessoa)

Consumo de eletricidade por PIB em US$ (megajoules por US$ 1.000 de PIB)

Densidade populacional (pessoas/km2)

Espaços verdes por pessoa (m2/pessoa)

Comprimento da rede de transporte de massa (km/km2)

Redes superiores de transporte público (km/km2)

Estoque de carros e motocicletas (veículos/pessoa)

Parcela dos resíduos coletados e adequadamente descartados (%)

Resíduos gerados por pessoa (kg/pessoa/ano)

Consumo de água por pessoa (litros por pessoa por dia)

Vazamentos no sistema de abastecimento de água (%)

Parcela da população com acesso à água potável (%)

População com acesso a saneamento básico (%)

Parcela das águas residuais tratadas (%)

Níveis diários de dióxido de nitrogênio (ug/m3)

Níveis diários de dióxido de enxofre (ug/m3)

Níveis diários de partículas em suspensão (ug/m3)

Fonte

Estimativa da EIU; Instituto Nacional de Estatística e Geografia;Agência Internacional de Energia; Conselho Nacional da Popu -lação; Grupo Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

Instituto Nacional de Estatística e Geografia; Governo de Nuevo León; EIU.

Marco Geoestatístico Municipal, INEGI 2007, Conselho Nacional da População.

Instituto Nacional de Estatística e Geografia; Conselho Nacional da População.

Governo de Nuevo León; Departamento de Transporte, México D.F.; Conselho Nacional da População.

TransMetro e MetroBús, STC Metrorrey, Despacho de TransMetro e Metrobús.

INEGI.

Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Naturais.

Instituto Nacional de Estatística e Geografia.

Instituto Nacional de Estatística e Geografia.

Comissão Nacional da Água.

Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Naturais.

Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Naturais.

Comissão Nacional da Água.

Governo de Nuevo León.

Governo de Nuevo León.

Governo de Nuevo León.

Média

202.2

760.7

4,503.0

254.6

5.0

0.13

0.30

96.2

465.0

264.3

34.6

97.5

93.7

51.5

37.8

11.4

48.0

Ano*

2008

2008

2009

2005

2009

2010

2008

2008

2008

2008

2008

2007

2007

2008

2009

2009

2009

Monterrey

722.7 1, e

847.5 2

1,254.5 2

749.8 2

0.8 3, e

0.02 4

0.36 4

100.0 5

316.9 6

228.5 7, e

21.0 2

95.2 5, e

95.2 8, e

100.0 5

33.1 2

14.0 2

76.6 2

Page 37: Índice de Cidades Verdes da América Latina

cinco outras categorias – energia e CO2, resí-duos, água, saneamento e qualidade do ar – emgrande parte devido a políticas relativamentemenos ambiciosas do que em outras cidades doÍndice. No entanto, Montevidéu tem uma pon-tuação particularmente boa por gerar uma dasmenores quantidades de resíduos entre as 17cidades estudadas, e tem uma das melhorespolíticas de qualidade da água do Índice.

Energia e CO2: Montevidéu está abaixo damédia em energia e CO2. A cidade está bemposicionada em emissões de CO2 provenientesdo consumo de eletricidade, um valor estimadoem 80 kg por pessoa em toda a área metropolita-na, significativamente inferior à média do Índicede 202 kg. Quase 90% da eletricidade de Monte-vidéu é de fontes renováveis, principalmenteenergia hidrelétrica. O consumo de eletricidadeem comparação com a produção econômica émuito mais alto do que a média, estimado em1.100 megajoules por US$ 1.000 do PIB emcomparação à média de 760 megajoules das 17cidades estudadas. O consumo de energia érelativamente alto e se deve em parte aos gene-rosos subsídios públicos para a energia elétrica,especialmente para empresas de médio e gran-de portes, embora a Usina e Transmissões Elétri-cas (UTE), empresa nacional de energia, tenhacomeçado no ano passado a aplicar diferencia-ções tarifárias para incentivar uma maior efi-ciência energética entre os clientes (veja “Inicia-tivas Verdes“ a seguir). Montevidéu tem polí -ticas de energia limpa e de mudanças climáticasda cidade, mas estas poderiam ser reforçadas.Por exemplo, o plano de ação da cidade paramu danças climáticas abrange apenas energia enão outras áreas como água, saneamento, resí-duos, transporte ou edifícios. Por outro lado,Montevidéu assinou convênios internacionaispara reduzir os gases do efeito estufa.

Iniciativas verdes: A concessionária de ener-gia nacional, UTE, aplica tarifas diferentes paraclientes residenciais, incluindo duas tarifas: umapara as horas de pico de consumo e outra paraas horas de consumo normal. Há também uma“tarifa de utilização mínima“ que abrange atual-mente 150.000 residências que assumiram ocompromisso de usar menos de 170 quilowattspor mês em troca de uma conta mais baixa. Umavariante deste sistema é planejada para ser apli-cada a usuários comerciais, mas não existemplanos concretos até o momento. Além disso, ogoverno do Uruguai está promovendo o uso deenergia eólica e tem supervisionado alguns pro-jetos-piloto, um dos quais fornece iluminaçãopara as ruas de Montevidéu. Outro projeto ini-ciado pelo governo nacional é uma estação de 2 megawatts de energia eólica com capacidade

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Montevidéu_Uruguai

72 73

Montevidéu_Uruguai

área nova em direção ao litoral, que abriga alogística crescente da cidade e dos setores dealta tecnologia. Economicamente, a região me -tropolitana gera um PIB de US$ 6.400 por pes-soa, o quinto mais baixo do Índice e bem aquémda média de US$ 11.100.

Montevidéu classifica-se abaixo da médiaglobal do Índice. Seu melhor resultado é na cate-goria de governança ambiental, onde ocupaposição acima da média, graças, sobretudo, aosseus esforços no monitoramento ambiental e nadivulgação pública dos resultados. Na categoriade transporte, a cidade tem um desempenhomédio, mas seu resultado é reforçado por umaforte política de transportes públicos, um siste-ma tarifário integrado e a promoção do trans-porte verde. A cidade está abaixo da média em

para abastecer 20% da eletricidade necessáriapara a iluminação pública da cidade, cujo iníciodas operações estava previsto para o final de2010. A própria cidade está em fase de planeja-mento do desenvolvimento de seu parque eóli-co nos limites da cidade, mas as autoridadesainda não anunciaram sua capacidade energéti-ca nem os custos da melhoria.

Uso do solo e prédios: Montevidéu estábem abaixo da média na categoria de uso dosolo e prédios, principalmente devido a políticasrelativamente fracas quanto a prédios ecológi-cos e uso da terra. Por exemplo, a cidade temcódigos parciais abrangendo ecopadrões paranovas construções, mas ainda não possui incen-tivos em vigor para as empresas e as residênciasreduzirem seu uso de energia. O desempenhoda cidade nesta categoria também é prejudica-do por apresentar uma das menores densidadesde população do Índice – 2.500 habitantes porkm² em comparação com a média de 4.500habitantes por km² – e menos espaços verdesque a maioria das cidades do Índice, 9 m² porpessoa. A maioria dos espaços verdes de Monte-

vidéu é formada por parques fundados no sécu-lo XIX e no início do século XX, e a atitude dacidade para espaços verdes tradicionalmente é ade proteger as áreas existentes, mas não de criarnovas. Esta abordagem está estabelecida noplano do uso da terra, em vigor desde 1998,segundo o qual a atividade de construção deveproteger e melhorar os espaços verdes existen-tes. Um sistema novo e mais abrangente de pro-teção encontra-se na fase de planejamento(veja “Iniciativas Verdes“ a seguir) e tambémenvolverá medidas que devem aumentar aquantidade de espaços verdes no futuro.

Iniciativas verdes:Montevidéu está desenvol-vendo atualmente um plano mais extensivo desustentabilidade urbana para a década 2010-2020 que abrangerá as zonas úmidas, as praiase o ambiente rural, juntamente com espaçosverdes. No que diz respeito especificamente aosespaços verdes, o plano visa à recuperação dasáreas existentes no núcleo urbano da cidade,que têm sofrido com a falta de manutenção e aexpansão de espaços verdes em bairros periféri-cos. A cidade também tem um programa educa-

Indicadores GeraisPopulação total (milhões) 1 2,0

Área administrativa (km2) 2 525,5

PIB por pessoa (preços correntes) (US$) 1 6.417,3

Densidade populacional (pessoas/km2) 2 2.546,7

Temperatura (média 24 horas, anual) (oC) 3 16,01) Baseado na Área Metropolitana de Montevidéu. 2) Departamento deMontevidéu. 3) Cidade de Montevidéu

Bem abaixoda média

Abaixo da média

Média Acima da média

Bem acima da média

Desempenho

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Governança ambiental

Resultado geral

Montevidéu Outras cidades

A ordem dos pontos nas faixas de performance não tem significado para os resultados das cidades.

Montevidéu é a capital do Uruguai e o centroeconômico e financeiro do País. Com uma

população de dois milhões de pessoas na áreametropolitana, é a maior cidade do Uruguai,mas ainda assim uma das menos populosasentre as 17 cidades do Índice de Cidades Verdesda América Latina. Os dados apresentados noÍndice são baseados em uma combinação entrea área metropolitana e a cidade de Montevidéu,que tem uma população de 1,3 milhão de habi-tantes. Montevidéu está localizada no estuáriodo Rio da Prata e tem o principal porto do País,que escoa o volume nacional de exportações decarne, laticínios e grãos.

A cidade tem um centro antigo próximo aoporto, onde se situa a principal universidade doPaís e as repartições governamentais, e uma

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Índice de Cidades Verdes da América Latina | Montevidéu_Uruguai

74 75

possui normas ambientais para aterros e locaisde incineração, bem como para a eliminação deresíduos industriais perigosos, mas estas nor-mas são apenas parcialmente controladas e apli-cadas. Em contrapartida, Montevidéu é proativaquanto ao descarte de resíduos especiais, pormeio da criação de um sistema de coleta localque aceitará equipamentos eletrônicos e outrositens domésticos de grande porte.

Iniciativas verdes: Os governos nacional emunicipal têm um acordo para a construção doprimeiro aterro de Montevidéu para resíduosindustriais perigosos, cuja conclusão estava pro-jetada para o final de 2010. Além disso, a cidadelançou um programa nacional para crianças eadolescentes para evitar que o lixo seja jogadoem locais públicos. A iniciativa inclui difusão pormeio de anúncio nas emissoras locais de TV. Oprograma originou-se de uma campanha sobre adisposição de lixo, levada ao ar em 2008 e 2009.

Água: A pontuação da cidade é boa para aspolíticas de qualidade da água, que incluemnormas relativamente robustas para águas desuperfície e monitoramento da qualidade epadrões de água potável. A porcentagem dapopulação com acesso à água potável é igual àmédia, cerca de 98%. No entanto, muitas cida-des já atingiram o acesso universal à água potá-vel. A classificação da cidade é prejudicada poruma taxa muito elevada no consumo de água, aterceira maior do Índice, de 375 litros por pes-soa por dia em toda a região metropolitana, emcomparação à média de 264 litros por pessoapor dia das 17 cidades estudadas. Devido à loca-lização de Montevidéu sobre o estuário do Rioda Prata, o abastecimento de água é abundantee assim, a cidade vem adotando muito lenta-mente as políticas de sustentabilidade da água.Montevidéu é uma das duas cidades do Índiceque não têm um código destinado ao consumode água de forma mais eficiente. A cidade nãoinstituiu registros controladores de água, tubu-lações separadas para água não potável, recicla-gem de águas de uso doméstico, proibição do

Qualidade do ar: Montevidéu está abaixoda média na categoria de qualidade do ar, resul-tado principalmente devido ao aumento dasconcentrações médias de dióxido de nitrogênioe dióxido de enxofre. A negligência às normasrelativas aos padrões de emissões de automó-veis é a principal razão, além da poluição na áreado porto local. O fato de que Montevidéu locali-za-se sobre o estuário do Rio da Prata ajuda a dis-persar a poluição, mas esse efeito é frequente-mente anulado pelo clima úmido da região, quetende a piorar a poluição na cidade. As políticasde ar limpo da cidade são relativamente robus-tas e nos últimos anos as autoridades vêmtomando medidas para resolver o problema,especialmente nas grandes cidades. Montevi-déu, por exemplo, tem um código de qualidadedo ar, monitora regularmente a qualidade do ar

em diferentes locais da cidade (veja “IniciativasVerdes“ a seguir), e informa os moradores sobreos riscos da poluição atmosférica.

Iniciativas verdes: Em 2005, Montevidéu esta-beleceu uma extensa rede de monitoramento daqualidade do ar, composta por oito estações emdiferentes áreas da cidade para controlar umaampla gama de poluentes. Em 2008, foi criadauma estação de monitoramento da qualidade doar para mensurar a poluição nas imediações darefinaria de La Teja, localizada na baía da cidade.O objetivo é avaliar as emissões da refinaria paramelhorar a eficiência da qualidade do ar no locale seu entorno. Essa iniciativa faz parte de umprojeto chamado ARPEL/CIDA, apoiado pelaempresa de gás e indústrias de petróleo locais euma agência canadense de desenvolvimento.

Governança ambiental: Montevidéuestá acima da média na categoria de governan-ça ambiental, seu melhor desempenho no Índi-ce. A cidade tem um departamento de fiscaliza-ção ambiental com a capacidade de implantar asua própria legislação ambiental. Todavia, asatribuições do departamento são um poucolimitadas em comparação às cidades de melhorpontuação no Índice. As políticas referentes aresíduos, transportes, energia e mudanças cli-máticas, por exemplo, não são diretamente con-troladas pela autoridade ambiental municipal.Montevidéu destaca-se no monitoramento doseu desempenho ambiental, publicação dos re -sulta dos e em dispor de um ponto central decontato para que os moradores obtenham infor-mações sobre projetos ambientais.

Iniciativas verdes:Montevidéu é a única cida-de do Uruguai a aderir aos princípios da Agenda21, um plano das Nações Unidas com orienta-ções para a inclusão de considerações ambien-tais na elaboração das políticas de governo. Comeste objetivo, a cidade criou o “Grupo AmbientalMontevidéu“, uma associação de organizaçõesnão governamentais, empresas e organizaçõespúblicas que supervisiona e controla o compro-metimento da cidade com metas ambientais. Ogrupo tem também workshops sobre temasambientais, como qualidade do ar e gestão deresíduos.

uso de mangueiras nem a coleta das águas plu-viais. No entanto, há campanhas públicas desensibilização para incentivar o uso racional daágua.

Iniciativas verdes: No início de 2010, o depar-tamento de Obras Sanitárias do Estado (OSE),agên-cia nacional de suprimento de água potá-vel para a cidade, terminou um projeto de trêsanos para a construção do sexto duto para acidade de Montevidéu e arredores, conectado àmaior instalação de tratamento de água potáveldo País. Prevê-se que o novo aqueduto atenda àsnecessidades de abastecimento de água da cida-de até 2035.

Saneamento Básico: Montevidéu estáabaixo da média na categoria de saneamento.Apenas cerca de 50% das águas residuais sãotratadas na cidade, em comparação com amédia de 52% do Índice. O percentual de mora-dores com acesso ao saneamento está tambémabaixo da média, cerca de 83% comparados aos94%. A pontuação da cidade é boa quanto à polí-tica de instalações de monitoramento local desaneamento nas residências e áreas comuns.Apesar de Montevidéu ainda ter muito trabalhoa fazer, as normas sanitárias foram fortalecidasnos últimos anos e a cidade tem metas ambicio-sas. O governo tem um plano abrangente paramelhorar o saneamento (veja “Iniciativas Ver-des“ a seguir) e declarou publicamente a suameta de transformar-se na “cidade latino-ameri-cana com o melhor sistema de saneamento“.

Iniciativas verdes:Montevidéu tem um planode US$ 260 milhões para fornecer saneamentoadequado para toda a cidade até 2020 e me -lhorar o tratamento de águas residuais. Asfases de avaliação já foram concluídas e asobras iniciadas. O plano prevê a construção deuma nova rede de esgoto, que tratará de cercade 44% da água residual e ajudará a limpar abaía de Montevidéu. O plano também prevê aampliação da coleta de esgoto e da capacidadede transporte.

tivo chamado “Montevidéu Verde“, para promo-ção pública da importância da conservação dosespaços verdes. Os primeiros eventos tiveramlugar em 2009 e incluem visitas guiadas à maio-ria dos parques da cidade e outras áreas ecologi-camente sensíveis, como as zonas úmidas. Naprimeira parte do programa, por exemplo, osbotânicos levaram grupos de crianças para plan-tar mudas nos parques.

Transporte: Montevidéu está na média nacategoria de transporte. A rede de transporte demassa da cidade tem 1,9 km por km2 em toda aárea metropolitana, em comparação à média de5 km por km² do Índice. Montevidéu não possuimetrô. O transporte de massa na cidade consisteprincipalmente de frotas de ônibus mais velhos.As vias centrais tendem a ficar congestionadas,mas o tráfego flui mais livremente do que namaioria das capitais latino-americanas. A cidadetambém tem uma das menores frotas de auto-móveis e motocicletas do Índice, de 0,16 veículopor pessoa, contra a média de 0,3 das 17 cida-des estudadas. Montevidéu tem uma políticaabrangente de transporte urbano de massa,incluindo um sistema de tarifa integrada e faixasexclusivas para ônibus.

Iniciativas verdes: O “Plano de Mobilidade2010-2020“ de Montevidéu tem por objetivoreduzir o uso dos automóveis por meio de medi-das como a promoção do transporte público e aampliação do número de áreas exclusivas parapedestres no centro urbano. Uma parte impor-tante do plano é estender o transporte públicodo centro urbano até as zonas periféricas, comcorredores exclusivos de ônibus.

A construção do primeiro destes corredoresde ônibus foi iniciada em 2009 e deverá ser con-cluída no primeiro semestre de 2011. Tambémem 2009, deu-se início à construção de umaciclovia que se estende paralelamente a umadas principais ruas da cidade. A ciclovia corre aolongo do Camino Carrasco e há planos para aconstrução de uma segunda ciclovia, em Gene-ral Flores, como uma das primeiras iniciativas doPlano de Mobilidade para uma década.

Resíduos:Montevidéu está abaixo da médiana categoria de resíduos. Apresenta boa pontua-ção quanto à quantidade de resíduos gerada,uma das menores do Índice, 303 kg por pessoapor ano em toda a área metropolitana, muitomenor do que a média de 465 kg. Entretanto, acidade é prejudicada na coleta e eliminação decerca de 85% dos seus resíduos, em comparaçãocom a média de 96% observada nas 17 cidadesestudadas. Em geral, as políticas para a elimina-ção de resíduos e reciclagem em Montevidéupodem ser melhoradas. Por exemplo, a cidade

* Para dados de diferentes anos, será considerado apenas o ano do indicador principal. e) Estimativa da EIU, 1) Baseado na área metropolitana de Montevidéu, com base nas estimativas de consumo de energia e fontes de energia utilizadas na geração de energia no Uruguai. 2) Baseado na área metropolitana de Montevidéu. Estimativa baseada na análise robusta da relação entre PIB, população e consumo de energia em outras cidades da América Latina com dados disponíveis. 3) Baseado no Departamento de Montevidéu. 4) Baseada na área metropolitana de Montevidéu. 5) Baseado na cidade de Montevidéu. 6) Baseado no acesso à água para Uruguai devido à falta de dados. 7) Baseado na cidade de Montevidéu. Proporção da população com acesso à rede de esgoto.

Indicadores Quantitativos: Montevidéu

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Emissões de CO2 do consumo de eletricidade por pessoa (kg/pessoa)

Consumo de eletricidade por PIB em US$ (megajoules por US$ 1.000 de PIB)

Densidade populacional (pessoas/km2)

Espaços verdes por pessoa (m2/pessoa)

Comprimento da rede de transporte de massa (km/km2)

Redes superiores de transporte público (km/km2)

Estoque de carros e motocicletas (veículos/pessoa)

Parcela dos resíduos coletados e adequadamente descartados (%)

Resíduos gerados por pessoa (kg/pessoa/ano)

Consumo de água por pessoa (litros por pessoa por dia)

Vazamentos no sistema de abastecimento de água (%)

Parcela da população com acesso à água potável (%)

População com acesso a saneamento básico (%)

Parcela das águas residuais tratadas (%)

Níveis diários de dióxido de nitrogênio (ug/m3)

Níveis diários de dióxido de enxofre (ug/m3)

Níveis diários de partículas em suspensão (ug/m3)

Fonte

Estimativa da EIU; Instituto Nacional de Estatística; Agência Internacionalde Energia; Grupo Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

Estimativa da EIU; Instituto Nacional de Estatística; Agência Internacionalde Energia; Escritório de Planejamento e Orçamento.

Instituto Nacional de Estatísticas

Serviço Municipal de Geomática de Montevidéu; Instituto Nacional de Estatística.

Unidade Executiva de Planejamento de Mobilidade Urbana; Instituto Nacional de Estatística.

Administradores de Ferrovias do Estado.

Estatísticas de Transporte Anuário 2007, Direção Nacional de Transporte.

O País.

Departamento de Desenvolvimento Ambiental.

Obras Sanitárias do Estado; Instituto Nacional de Estatísticas.

Obras Sanitárias do Estado;

Obras Sanitárias do Estado;

Serviço de Estudos e Projetos; Instituto Nacional de Estatística.

Serviço de Estudos e Projetos;

Grupo Ambiental de Montevidéu.

Grupo Ambiental de Montevidéu.

Grupo Ambiental de Montevidéu.

Média

202.2

760.7

4,503.0

254.6

5.0

0.13

0.30

96.2

465.0

264.3

34.6

97.5

93.7

51.5

37.8

11.4

48.0

Ano*

2007

2007

2009

2007

2009

2010

2006

2008

2010

2008

2008

2008

2009

2009

2009

2009

2009

Montevidéu

79.6 1, e

1,146.6 2, e

2,546.7 3

9.2 4

1.9 4

0.07 5

0.16 5

85.0 4, e

303.0 4

374.9 4

36.1 4, e

98.0 6, e

83.4 7, e

50.0 5, e

52.0 5

28.0 5

39.0 5

Page 39: Índice de Cidades Verdes da América Latina

nança ambiental. Está abaixo da média nessastrês categorias.

Energia e CO2: Porto Alegre está abaixo damédia em energia e CO2. Seu fraco desempenhonesta categoria é atribuído ao alto consumo deeletricidade, à falta de um plano de ação paramudanças climáticas e seu progresso irregularem políticas de energia limpa. A região metropo-litana consome 974 megajoules de eletricidadepor US$ 1.000 do PIB, que é uma das mais altastaxas do Índice, bem acima da média de 761megajoules das 17 cidades estudadas. Porto Ale-gre não monitora a emissão de gases do efeitoestufa e enquanto investiga fontes de energiaslimpas e renováveis, a cidade obtém marcas par-ciais por seus investimentos em programas deresíduos de energia.

Por outro lado, com quase 90% de sua eletri-cidade já produzida a partir de fontes renová-veis, principalmente energia hidrelétrica, a re -gião metropolitana de Porto Alegre tem umhistórico muito forte em termos de emissões deCO2 da eletricidade, emitindo cerca de 86 kg de

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Porto Alegre_Brasil

76 77

Porto Alegre_Brasil

da cidade, assim como algumas indústrias pesa-das, incluindo siderúrgicas e metalúrgicas.

Porto Alegre classifica-se na média global noÍndice de Cidades Verdes da América Latina. Seumelhor desempenho se dá na categoria de resí-duos, em que se encontra acima da média, gra-ças a um programa de reciclagem bem desen-volvido e políticas fortes em relação à coleta eeliminação de resíduos. A cidade está na médiana categoria de uso do solo e prédios, água,saneamento e qualidade do ar. Apesar de suaposição média em água e saneamento, a cidadeé uma das poucas no Índice que, de acordo comdados oficiais, fornece água potável e sanea-mento básico a toda a sua população. Por outrolado, a cidade tem espaço significativo para amelhoria da energia e CO2, transporte e gover-

Uso do solo e prédios: Porto Alegreencontra-se na média na categoria de uso dosolo e prédios. A densidade populacional de2.900 pessoas por km2 nos limites da cidadeestá abaixo da média de 4.500 habitantes das17 cidades estudadas. Simultaneamente, suaregião metropolitana detém um dos menoresespaços verdes do Índice, com apenas 6 m² porpessoa. A despeito da pouca quantidade deáreas verdes, a cidade está esforçando-se paraplantar árvores ao longo de suas avenidas e par-ques, além de preservar a vegetação nativa.Porto Alegre possui também orientações estritaspara concessão de licenças ambientais, visandoà projeção de áreas de conservação e reforçandoseu desempenho nas políticas para o uso daterra. Da mesma forma, a cidade se sai bem naárea de política de prédios ecológicos. Porto Ale-gre possui um conjunto de normas bem desen-volvido para garantir a ecoeficiência dos novosprédios e promove ativamente a conscientiza-ção sobre normas para orientar os cidadãos amelhorar a energia eficiente em edifícios. Poroutro lado, é uma das várias cidades do Índice

que não incentivam os empresários e a comuni-dade a reduzirem o consumo de energia.

Iniciativas verdes: Porto Alegre não dispõe deuma estratégia geral que vise a melhorar a efi-ciência energética nos prédios municipais, masa Secretaria do Meio Ambiente toma medidasnesse sentido, usando a energia solar para aque-cimento da água em um dos seus escritórios, atítulo experimental, para aquecer 600 litros deágua por dia. Como parte de seu projeto socialde habitação, a cidade está construindo 210casas com painéis de energia solar como umaalternativa aos chuveiros elétricos, que sãocomuns em grande parte do Brasil.

Transporte: Porto Alegre encontra-se abaixoda média na categoria de transporte. A cidadetem uma frota de carros e motos maior do que amédia, ou seja, 0,38 veículo por pessoa, emcomparação com a média de 0,3 nas 17 cidadesestudadas. A rede de transporte de massa tam-bém é menor do que a média, cerca de 3,6 kmpor km², em comparação com a média de 5 kmdo Índice. Ainda assim, a cidade apresenta bomdesempenho nas políticas de transporte urbanode massa graças ao seu sistema tarifário integra-do e às faixas exclusivas para ônibus. A cidadepossui também um sistema de gestão de tráfegocom 40 câmeras conectadas a uma sala de con-trole central, de onde os semáforos são contro-lados de acordo com o fluxo de veículos.

Iniciativas verdes: Porto Alegre está investin-do US$ 380 milhões para expansão do metrô,com mais 10 km e quatro estações no sentido àzona norte da cidade. Apesar da longa discus-são, os planos para uma segunda linha do metrôainda não se realizaram. No entanto a cidadeapresentou um projeto de US$ 17 milhões para

Indicadores GeraisPopulação total (milhões) 1,4

Área administrativa (km2) 497,0

PIB por pessoa (preços correntes) (US$) e 12.081,9

Densidade populacional (pessoas/km2) 2.895,0

Temperatura (média 24 horas, anual) (oC) 20,0Baseado na cidade de Porto Alegre. e) Estimativa EIU

CO2 por habitante por ano, consideravelmenteinferior à média de 202 kg do Índice. Além disso,o desempenho de Porto Alegre na categoria deenergia e CO2 provavelmente irá melhorar apósa criação de um órgão do governo encarregadode orientar a política na área de energias renová-veis (veja “Iniciativas Verdes“ a seguir).

Iniciativas verdes: Em setembro de 2009, odepartamento ambiental da cidade lançou umanova agência, o Centro de Recursos de EnergiasRenováveis, em Porto Alegre. O centro distribuiinformações sobre tecnologias de energia reno-vável, incluindo detalhes sobre os custos de ins-talação e nomes de fornecedores. É responsáveltambém por desenvolver o potencial das políti-cas de energia renovável.

Porto Alegre é a capital do Rio Grande do Sul,o Estado mais meridional do Brasil. Por

muito tempo um atrativo para imigrantesestrangeiros, a região metropolitana tem hojeuma população de 4,7 milhões de pessoas. Noentanto, com algumas notáveis exceções, osdados incluídos no Índice de Cidades Verdes daAmérica Latina baseiam-se em números da cida-de de Porto Alegre, que tem 1,4 milhão de habi-tantes. Situada na confluência de cinco rios, acidade tem um grande porto que serve toda aRegião Sul do Brasil e contribui significativamen-te para a economia local. Em particular, os pro-dutos agrícolas de todo o Estado passam porPorto Alegre antes de serem exportados paratodo o mundo. O setor de serviços tambémdesempenha um papel importante na economia

Bem abaixoda média

Abaixo da média

Média Acima da média

Bem acima da média

Desempenho

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Governança ambiental

Resultado geral

Porto Alegre Outras cidades

A ordem dos pontos nas faixas de performance não tem significado para os resultados das cidades.

Page 40: Índice de Cidades Verdes da América Latina

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Porto Alegre_Brasil

78 79

de Água e Esgotos (DMAE) da cidade perde 29%da água devido a vazamentos, valor que, embo-ra alto, é ainda uma das menores perdas de águado Índice, cuja média é de 35%. De acordo comdados oficiais, a cidade fornece água potávelpara todos os moradores. Porto Alegre se locali-za na margem leste do Lago Guaíba, na con-fluência de cinco rios, o que resulta em águaabundante. A cidade tem também bom desem-penho em políticas de sustentabilidade da água,graças às campanhas de conscientização públi-ca contra o desperdício. Seu posicionamentonesta categoria, entretanto, é prejudicado peloconsumo de água relativamente alto. Porto Ale-gre consome 313 litros por pessoa por dia,muito mais do que a média de 264 litros das 17cidades estudadas.

Iniciativas verdes: Em 2005, a empresa deágua da cidade lançou o programa “Água Certa“para reduzir o número de ligações clandestinas àrede de água e expandir o acesso à água potávelem assentamentos informais. O município tra-balha com associações de moradores para iden-tificar e coibir ligações clandestinas e ofereceprazos de carência e parcelamento para osmoradores que não podem pagar suas contas deágua em sua totalidade. A cidade diz que a taxade inadimplência hoje caiu para menos de 10%,em comparação aos 14% de alguns anos atrás.

Saneamento Básico: Porto Alegre classi-fica-se na média na categoria de saneamento.De acordo com dados oficiais, todos os morado-res de Porto Alegre têm acesso a serviços desaneamento, valor bem acima da média de 94%das 17 cidades estudadas. Em contraste, a cida-de trata apenas 20% dessa água servida, bemabaixo da média de 52% do Índice. No entanto,Porto Alegre vê a necessidade de melhoria e tempolíticas abrangentes de saneamento, incluindouma meta ambiciosa para aumentar significati-vamente a porcentagem de águas residuais tra-tadas (veja “Iniciativas Verdes“ a seguir).

para aplicar testes de emissões. Os veículos quenão atendem às especificações são apreendidose os proprietários podem ser multados.

Governança ambiental: Porto Alegreestá abaixo da média na categoria de governan-ça ambiental. A cidade não realizou uma revisãoambiental nos últimos cinco anos e as questõesambientais estão divididas entre vários departa-mentos do governo local, o que pode prejudicara ação global e levar à ineficiência na execuçãodas políticas ambientais. No entanto, Porto Ale-gre foi a primeira cidade brasileira a criar umaSecretaria de Meio Ambiente, em 1976. O de -partamento de meio ambiente permanece ativo

na elaboração de legislação e orientação de polí-ticas. A cidade também faz esforços para envol-ver o público, garantindo o acesso à informaçãoambiental.

Iniciativas verdes: Em 1989, Porto Alegre setornou a primeira cidade no Brasil a adotar umprocesso de “orçamento participativo“, quedesde então se tornou um modelo para cidadesde todo o País. Anualmente, a cidade realizauma série de reuniões com agentes de bairros,regionais e municipais, quando moradores erepresentantes eleitos votam sobre uma vastagama de prioridades de gastos, inclusive para asáreas ambientais, tais como transporte e sanea-

mento. Quanto ao saneamento, por exemplo,funcionários municipais relatam que o processoresultou diretamente na expansão dos serviços.Em 2009, o ICLEI – Governos Locais pela Susten-tabilidade, uma associação internacional de quePorto Alegre é membro, considerou a cidadecomo uma das cinco “cidades-modelo“ para par-ticipar de uma iniciativa de energia renovável.Com o apoio da organização, as “cidades-mode-lo” desenvolvem uma estratégia energética sus-tentável. Porto Alegre criou o Centro de Recur-sos de Energias Renováveis (veja o tópico“Ener gia e CO2“), como parte do programa, eestá estudando outros projetos em potencial.

Iniciativas verdes: Em 2000, a cidade apre-sentou um plano abrangente de saneamento.O projeto “Pisa“, de US$ 250 milhões, temcomo meta aumentar o tratamento de esgotospara 77% até 2012, embora a cidade pareçaainda muito longe de atingir essa meta. Qua-torze projetos estão em andamento, incluindonovas instalações para tratamento de águasresiduais, novos tubos e coletores de efluentese reforma das estações de bombeamento exis-tentes.

Qualidade do ar: Porto Alegre está namédia em qualidade do ar. Como muitas cidadesno Índice, o tráfego é a principal fonte de polui-ção do ar. A cidade tem uma das menores con-centrações de dióxido de enxofre do Índice, comníveis médios diários de cerca de 2 microgramaspor m3, comparados com a média de 11 micro-gramas do Índice. A concentração diária de par-tículas suspensas em Porto Alegre é de 34 micro-gramas por m3, bem abaixo da média de 48micro gramas. No entanto, a cidade tem piordesempenho quanto às emissões de dióxido denitrogênio, sendo a principal causa os automó-veis: tem concentrações médias diárias totaisestimadas em 54 microgramas por m³, compa-rado à média de 38 microgramas do Índice.Enquanto a cidade possui duas estações demonitoramento instaladas próximas aos princi-pais cruzamentos, que mensuram apenas partí-culas e emissões de dióxido de carbono, a agên-cia estatal de proteção ambiental opera trêsestações de monitoramento de Porto Alegre,que verificam uma variedade de poluentes at -mos féricos.

Iniciativas verdes: Enquanto muitas cidadesaplicam testes anuais de emissões nos automó-veis, a cidade de Porto Alegre, por sua vez, reali-za verificações aleatórias em caminhões e ôni-bus, com o seu programa “Operação Ar Limpo“.As autoridades da cidade montaram postos decontrole ao longo das principais vias de fluxo

a construção de uma conexão de 1 km do aero-porto internacional ao metrô. Este projeto cha-mado Aeromóvel, um trem movido a ar, estásendo financiado pelo Governo Federal comoparte da preparação para a Copa do Mundo de2014. Sua inauguração está prevista para o finalde 2011. Além disso, a cidade está construindomais 40 km de ciclovias para incentivar os mora-dores a utilizarem formas mais ecológicas detransporte.

Resíduos: Porto Alegre encontra-se acima damédia na categoria de resíduos, seu melhordesempenho no Índice, devido principalmente aosistema de coleta, às políticas de eliminação ereciclagem bem desenvolvidas e a um programade reutilização. O material reciclável é coletadoduas vezes por semana e as autoridades locaisfazem campanhas de informação pública sobrereciclagem e redução de resíduos. Porto Alegrecoleta e descarta também 99% dos resíduos pro-duzidos nos limites da cidade. A cidade gera 345kg de resíduos por pessoa por ano, em compara-ção com a média de 465 kg do Índice. Em 1997, acidade foi uma das primeiras do País a abrir umaterro controlado, que foi fechado em 2002quando atingiu sua capacidade limite e foi substi-tuído pelo aterro Recreio, de gestão privada,situado a 113 km da cidade. Desde 2006, a cidadetem um esquema de coleta seletiva para materialhospitalar e outras formas de resíduos especiais.

Iniciativas verdes: Em agosto de 2010, PortoAlegre anunciou um projeto-piloto para a colo-cação de 1.000 containeres de lixo domésticona cidade, num esforço para reduzir a quantida-de de resíduos jogados nas ruas, melhorar alogística de transporte e reduzir o tempo decoleta. Em 2011, as autoridades planejam intro-duzir o programa no centro da cidade, difundidopor uma campanha promocional.

Água: Porto Alegre posiciona-se na média nacategoria de água. O Departamento Municipal

* Para dados de diferentes anos, será considerado apenas o ano do indicador principal. e) Estimativa da EIU. 1) Baseado na região metropolitana de Porto Alegre. Baseado na composição de fontes de energia utilizadas para geração de eletricidade no Brasil. 2) Baseado na região metropolitana de Porto Alegre. Dados do PIB de 2007. 3) Baseado na cidade de Porto Alegre. 4) Baseado na região metropolitana de Porto Alegre.

Indicadores Quantitativos: Porto Alegre

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Emissões de CO2 do consumo de eletricidade por pessoa (kg/pessoa)

Consumo de eletricidade por PIB em US$ (megajoules por US$ 1.000 de PIB)

Densidade populacional (pessoas/km2)

Espaços verdes por pessoa (m2/pessoa)

Comprimento da rede de transporte de massa (km/km2)

Redes superiores de transporte público (km/km2)

Estoque de carros e motocicletas (veículos/pessoa)

Parcela dos resíduos coletados e adequadamente descartados (%)

Resíduos gerados por pessoa (kg/pessoa/ano)

Consumo de água por pessoa (litros por pessoa por dia)

Vazamentos no sistema de abastecimento de água (%)

Parcela da população com acesso à água potável (%)

População com acesso a saneamento básico (%)

Parcela das águas residuais tratadas (%)

Níveis diários de dióxido de nitrogênio (ug/m3)

Níveis diários de dióxido de enxofre (ug/m3)

Níveis diários de partículas em suspensão (ug/m3)

Fonte

Estimativa da EIU; Balanço Energético do RS/CEEE; Agência Inter-nacional de Energia; Governo do Estado do Rio Grande do Sul; Grupo Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

Balanço Energético do RS/CEEE, Sulgás; Fundação de Economia e Estatística; EIU.

Fundação de Economia e Estatística; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;

Secretaria Municipal do Meio Ambiente; Fundação de Economia e Estatística.

Secretaria de Saneamento Básico de Porto Alegre; METROPLAN.

EPTC Porto Alegre; Trensurb.

Denatran.

Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU).

Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU); Fundação de Economia e Estatística.

Departamento Municipal de Água e Esgotos; Fundação de Economia e Estatística.

Departamento Municipal de Água e Esgotos.

Departamento Municipal de Água e Esgotos.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

DMAE.

PROAR.

PROAR.

ECCPHA.

Média

202.2

760.7

4,503.0

254.6

5.0

0.13

0.30

96.2

465.0

264.3

34.6

97.5

93.7

51.5

37.8

11.4

48.0

Ano*

2008

2008

2008

2009

2008

2010

2010

2008

2008

2008

2008

2009

2000

2009

2009

2008

2009

Porto Alegre

85.6 1, e

973.7 2, e

2,895.0 3

6.0 4

3.6 4, e

0.02 3

0.38 3

98.6 3, e

344.6 3

313.0 3

28.6 3

100.0 3

100.0 3, e

20.0 3

53.8 3, e

1.9 3, e

34.3 3

Page 41: Índice de Cidades Verdes da América Latina

minação pública nas ruas da cidade. Puebla ins-talou também sua primeira fonte de energiasolar para iluminação dos principais parques dacidade. Além disso, a cidade possui infraestrutu-ra instalada em seu aterro principal para incine-rar o metano, mas as fases finais do projetoainda estão sendo desenvolvidas antes de entrarem operação.

Uso do solo e prédios: Puebla en contra-se na média quanto ao uso do solo e prédios. Acidade possui 303 m2 de áreas verdes por pes-soa, o quinto lugar do Índice. Nos últimos anos,Puebla tem feito um esforço concentrado paramelhorar seus parques e proteger os espaçosverdes (veja “Iniciativas Verdes“ a seguir), o queaumenta seu desempenho na área de políticasde uso da terra. A cidade tem um código destina-do a conter a expansão urbana e protege áreasde desenvolvimento ambientalmente sensível.Puebla obtém pontuação máxima por terpadrões verdes para prédios públicos. No entan-to, a cidade não promove ativamente a cons-

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Puebla_México

80 81

Puebla_México

deficiente e os esforços insuficientes na adoçãode um plano de ação quanto às mudanças climá-ticas. Seu fraco desempenho em ambas as áreasé resultado da política que vem sendo conduzi-da mais em níveis estadual e nacional do que emnível municipal. No entanto, a cidade tem algu-mas iniciativas locais para reduzir o impactoambiental do consumo de energia, incluindoum plano para instalação de painéis solares emparques e ampliação da iluminação nas ruas dacidade (“Iniciativas Verdes“ abaixo).

Iniciativas verdes: Em novembro de 2010, oEstado de Puebla deve publicar a sua “Estratégiade Mitigação para Adaptação às Mudanças Cli-máticas”. Essa estratégia vai delinear ações parareduzir as emissões de carbono e promover odesenvolvimento urbano sustentável. Em nívelmunicipal, os funcionários identificaram a ilumi-nação como uma das áreas-chave para melhorara eficiência energética e reduzir o consumo deeletricidade. Em 2008, Puebla lançou um pro-grama de US$ 6,2 milhões para aperfeiçoar a ilu-

Localizada no centro-sul do México, Puebla éa capital do Estado que tem o mesmo nome.

Com 2,6 milhões de habitantes, é a quarta áreametropolitana mais populosa do País e a 11ªcidade do Índice de Cidades Verdes da AméricaLatina. Os dados de Puebla no Índice são umamistura de números da área metropolitana, domunicípio de Puebla e de estimativas baseadasem estatísticas do Estado. A cidade tem fortepresença industrial especialmente em metalur-gia, autopeças e logística. Apesar disso, Pueblatem a sexta menor renda do Índice, com o PIBestimado em US$ 6.500 per capita. Como emoutras cidades mexicanas, a poluição atmosféri-ca é um grande desafio em Puebla. O problemaé agravado pela sua localização geográfica, ficasituada em um vale cercado por montanhas epelo cinto vulcânico Transmexicano.

Apesar de sua baixa renda, Puebla encontra-se na média geral no Índice. A colocação da cida-de é impulsionada por um desempenho particu-larmente forte na categoria de resíduos, em quese encontra acima da média graças a uma altataxa de resíduos recolhidos e adequadamentedispostos, além da baixa quantidade de geraçãode resíduos. A cidade está na média na maioriadas categorias, exceto para energia e CO2 etransporte, em que se posiciona abaixo damédia. A colocação de Puebla nestas áreas é umreflexo de políticas fracas, tanto em energialimpa quanto em transporte coletivo urbano.Em comparação com outras seis cidades debaixa renda (com PIB per capita abaixo de US$8.000), Puebla tem a menor taxa de consumo de

cientização da comunidade sobre as formas deos moradores ajudarem na melhoraria da efi-ciência energética em suas casas e empresas. Odesempenho da cidade nesta categoria é preju-dicado por sua baixa densidade populacional.Com apenas 1.900 habitantes por km², Pueblacai consideravelmente abaixo da média de4.500 pessoas do Índice.

Iniciativas verdes: Puebla tem duas principaisiniciativas para a proteção, preservação e restau-ração dos espaços verdes: o “Programa de Reflo-restamento Urbano“ e o “Programa Cidade Ver -de“. Desde 2009, a cidade já investiu mais deUS$ 7,3 milhões nestas iniciativas criando cercade 20 hectares de espaços verdes e plantando demais de 37.700 árvores. Puebla também reuniuesforços com várias das maiores empresas mexi-canas para substituir mais de um milhão de lâm-padas incandescentes por lâmpadas eficientesde energia LED em residências por toda a cidade.Além disso, há um plano nacional chamado “LuzSustentável“ que pretende substituir, até 2012,mais de 45 milhões de lâmpadas incandescentespor lâmpadas que poupam energia em 11 m i-l hões de lares mexicanos. A iniciativa deve dimi-nuir em 2,8 milhões de toneladas por ano aemissão de gases do efeito estufa.

Transporte: Puebla está abaixo da média nacategoria de transportes. A cidade não contacom um sistema de metrô e é a única cidade noÍndice que carece de qualquer forma de trans-porte superior (definido no Índice como o trans-porte que movimenta um grande número depassageiros rapidamente em faixas exclusivas,como o metrô, trólebus, etc). Em sua totalidade,a rede de transporte de massa de Puebla temcerca de 5,1 km por km² e atravessa toda a áreametropolitana. Este valor é ligeiramente supe-

rior à média de 5 km das 17 cidades estudadas.O sistema de transporte é dominado por umaextensa rede de ônibus, mas os táxis tambémdesempenham um papel importante e contri-buem para o congestionamento do tráfego. Afrota de carros e motocicletas de Puebla é de0,24 veículo por pessoa, dado com base nomunicípio, valor pouco abaixo da média de 0,3veículo por pessoa do Índice, mas é o segundomais alto em comparação às cidades com rendasemelhante. Puebla recebe apenas marcas par-ciais para a sua política urbana de transporte demassa, porque é controlada pelo Estado e nãopelo governo local. A cidade também carece deum sistema tarifário integrado para a sua redede transporte de massa. Por outro lado, temtomado medidas para reduzir as emissõespoluentes do transporte de massa. Puebla tam-bém é uma das poucas cidades no Índice quenão possui um sistema de gestão de tráfegolocal. A cidade não tem uma rede sincronizadade semáforos ou um sistema de informação detrânsito, nem há horários estipulados paraentrega das mercadorias. Além disso, a cidadetambém carece de iniciativas de redução de con-gestionamentos, como pistas específicas paracarona solidária, “dias sem carro“, sistemas deestacionamento e rodízio de veículos.

Iniciativas verdes: As autoridades estão proje-tando o sistema de trânsito rápido de ônibus(BRT) – para Puebla, embora os prazos e asmetas ainda não tenham sido divulgados aopúblico. O BRT de Puebla deverá seguir os mol-des do sistema adotado em toda a América Lati-na, no qual os ônibus operam sem restrições noscorredores exclusivos por toda a cidade.

Resíduos: Puebla está acima da média nacategoria de resíduos, seu melhor desempenho

Indicadores GeraisPopulação total (milhões) 1 2,6

Área administrativa (km2) 1 2.223,0

PIB por pessoa (preços correntes) (US$) 2, e 6.535,2

Densidade populacional (pessoas/km2) 1 1.185,6

Temperatura (média 24 horas, anual) (oC) 3 16,0e) Estimativa EIU. 1) Baseado na área metropolitana de Puebla-Tlaxcala. 2) Estado de Puebla. 3) Município de Puebla

eletricidade por unidade de PIB e, juntamentecom Quito, a maior taxa de resíduos recolhidos edevidamente descartados.

Energia e CO2: Puebla está abaixo da médiaem energia e CO2. A cidade produz cerca de 15%de sua eletricidade a partir de fontes de energiarenováveis, embora devido à falta de dadoslocais, esta porcentagem é estimada com baseem números nacionais. A baixa contribuição deenergia renovável na eletricidade utilizada resul-ta na alta taxa de emissões de CO2 decorrente doconsumo de eletricidade. Este valor é estimadoem 242 kg por pessoa por ano, em comparaçãocom a média de 202 kg nas 17 cidades estuda-das. Entretanto, Puebla está bem colocadaquanto ao consumo de eletricidade por unidadede PIB, estimado em 661 megajoules de eletrici-dade por US$ 1.000, abaixo da média do Índicede 761 megajoules e apresenta o menor consu-mo entre as cidades estudadas com renda simi-lar. O desempenho de Puebla nesta categoria édificultado pela sua política de energia limpa

Bem abaixoda média

Abaixo da média

Média Acima da média

Bem acima da média

Desempenho

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Governança ambiental

Resultado geral

Puebla Outras cidades

A ordem dos pontos nas faixas de performance não tem significado para os resultados das cidades.

Page 42: Índice de Cidades Verdes da América Latina

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Puebla_México

82 83

dia, em comparação com a média do Índice de264 litros. No entanto, este nível relativamentebaixo de consumo de água mais provavelmenteé uma consequência do suprimento limitado doque graças a políticas orientadas para o usoracional da água. Por outro lado, o Sistema Ope-racional dos Serviços de Água Potável e Esgotodo Município de Puebla (SOAPAP) promove aconscientização pública em torno do consumoracional da água. A cidade também tem um bomdesempenho na área de políticas de qualidadeda água, graças ao controle rigoroso do abaste-cimento e à aplicação de normas de qualidadede água. Além disso, Puebla registra uma taxarelativamente baixa de vazamentos do sistema,de cerca de 25%, sendo a segunda cidade commenor perda de água, bem abaixo da média de35% das 17 cidades estudadas no Índice.

Iniciativas verdes: Em um esforço para reduziros vazamentos do sistema e melhorar o forneci-mento, a SOAPAP já investiu, desde 2009, maisde US$ 30 milhões em obras de infraestrutura,incluindo a reparação de tanques e bombas, aconstrução de um novo tanque de armazena-mento de 5.500 m3 e a perfuração de dez novospoços de água.

Saneamento Básico: Puebla está na mé -dia na categoria de saneamento. Seu desempe-nho é prejudicado por uma porcentagem abaixoda média de moradores com acesso aos serviçosde saneamento. Apenas cerca de 80% da popu-lação de Puebla tem acesso ao saneamento, amenor porcentagem do Índice e consideravel-mente abaixo da média de 94% das 17 cidadesestudadas. A SOAPAP trata apenas 43% daságuas residuais da cidade, valor abaixo da médiade 52% do Índice. No entanto, a pontuação dosaneamento da cidade é impulsionada por suasamplas políticas, que sugerem que a cidade estáempenhada em resolver o problema. Nos últi-mos anos, a SOAPAP investiu fortemente naexpansão do tratamento de águas residuais esaneamento. A cidade tem normas rigorosaspara o tratamento de águas residuais e monitora

ticipação dos cidadãos e outros stakeholders,aumentando ainda mais sua pontuação. Poroutro lado, enquanto muitas das cidades doÍndice realizaram análises ambientais abran -gendo as áreas de água, saneamento, resíduos,qualidade do ar, transporte, uso do solo, assen-tamentos, energia e mudanças climáticas, Pue-bla não foi capaz de realizar análises similares,prejudicando sua colocação geral nesta cate-goria.

Iniciativas verdes: A Agência Ambiental deProteção e Desenvolvimento Sustentável dePuebla foi criada como uma agência descentrali-

zada que está ativamente engajada na questão eenvolve cidadãos, organizações não governa-mentais e o setor privado. Possui um departa-mento de formação e informação que promovea conscientização pública para questões am -bientais por meio de pesquisas, campanhas namídia e programas de extensão escolar. Organi-zações não governamentais locais, tais como aPuebla Metropolitana e a Puebla Verde, tambémtrabalham para ampliar a conscientização popu-lar por meio de atos públicos e campanhas deinformação. Além disso, essas organizaçõesestão pressionando a Prefeitura para a execuçãode políticas ambientais sustentáveis.

regularmente suas instalações. Realiza tambémprogramas para aumentar a conscientizaçãosobre o uso seguro e eficiente dos sistemas desaneamento.

Iniciativas verdes: A SOAPAP tem vários pro-gramas em andamento para ampliar o acessoaos serviços de saneamento, especialmente embairros de baixa renda, e aumentar o tratamentode águas residuais. Por exemplo, investiu US$400.000 para instalar 12 km de tubulação paraconectar várias comunidades de baixa renda,antes sem acesso a serviços de saneamento.

Qualidade do ar: Puebla encontra-se namé dia na categoria de qualidade do ar. O trans-porte é responsável por mais de 80% dos po -luen tes do ar da cidade e o problema é agravadopela sua localização. Puebla situa-se em um valerodeado por montanhas e vulcões, fator quelimita a dispersão. O município registra umaconcentração média diária de dióxido de enxo-fre de 15 microgramas por m³ em comparação àmédia de 11 microgramas das 17 cidades estu-dadas. Os níveis de dióxido de nitrogênio, de 40microgramas por m³, estão apenas ligeiramenteacima da média do Índice de 38 microgramas,mas as concentrações de partículas, de 31 mi -crogramas por m³, estão abaixo da média de 48microgramas do Índice. Puebla tem quatro esta-ções de monitoramento operadas pelo Sistemade Vigilância Ambiental Estadual. Os níveis depoluição do ar são difundidos via rádio, televi-são, jornais e no website da organização.

Iniciativas verdes: Em um esforço para reduzira poluição atmosférica, a Secretaria do MeioAmbiente e Recursos Naturais do Estado plane-jou uma série de iniciativas para a qualidade doar na região metropolitana de Puebla, incluindo,entre outras, equipamentos automatizados decontrole de emissões industriais em fábricas,redução de vazamentos de gás nas residências eadoção de equipamento de recuperação devapor em postos de gasolina. Enquanto, desde1993, o Estado exige testes de emissões nos veí-

no Índice. O bom posicionamento da cidade édevido, em grande parte, à política abrangenteem relação à coleta e disposição de resíduos. A cidade impõe rigorosas normas ambientaisem sua gestão do aterro Chiltepec e organiza,recolhe, separa e elimina muitas formas deresíduos especiais, incluindo resíduos domésti-cos, perigosos, hospitalares infecciosos, quími-cos e farmacêuticos. Além disso, Puebla temuma política integrada para incentivar os mora-dores a reduzir, reutilizar e reciclar os resíduos.A cidade gera uma quantidade relativamentepequena de resíduos, cerca de 310 kg por pes-soa por ano em comparação com a média de465 kg do Índice. Praticamente 100% do lixoproduzido na cidade é coletado e adequada-mente disposto, embora devido à falta dedados locais, esta estimativa seja baseada emnúmeros do Estado.

Iniciativas verdes: Em um esforço para au -men tar as taxas de reciclagem em Puebla, umainiciativa privada conhecida como “carteiraverde“ foi introduzida neste ano. O programapromove a participação dos moradores na reci-clagem de resíduos e sua reutilização por meiode incentivos e recompensas. Os moradoresganham um ponto em seu cartão para cadaquilo de resíduos sólidos, incluindo plástico,metal, vidro, embalagens e dispositivos eletrôni-cos, dispostos em locais específicos. Os pontospodem ser trocados por descontos e benefíciosem uma variedade de lojas e instituições portoda a cidade. Mais de 3.000 cartões foram dis-tribuídos e mais de 22 toneladas de lixo foramrecolhidas até agora em 2010.

Água: Puebla está na média na categoria deágua. Segundo dados oficiais, 99% dos morado-res do município de Puebla têm acesso à águapotável. Mas o fornecimento de água da cidadevem de alguns dos aquíferos mais superexplora-dos do País e, segundo a previsão de especialis-tas, até 2016, a região deve sofrer com gravefalta de água. Os moradores do município con-somem uma média de 203 litros por pessoa por

* Para dados de diferentes anos, será considerado apenas o ano do indicador principal. e) Estimativa da EIU. 1) Baseado no Estado de Puebla, baseado na composição de fontes de energia utilizadas para geração de eletricidade no México. 2) Baseado no Estado dePuebla 3) Baseado na área metropolitana de Puebla-Tlaxcala. 4) Baseado em dados de espaços verdes em 2005 em Puebla-Tlaxcala. 5) Baseado na região metropolitana de Puebla. 6) Tal sistema não opera em Puebla. 7) Baseada no Município de Puebla. População total com acesso à rede de esgotos.

Indicadores Quantitativos: Puebla

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Emissões de CO2 do consumo de eletricidade por pessoa (kg/pessoa)

Consumo de eletricidade por PIB em US$ (megajoules por US$ 1.000 de PIB)

Densidade populacional (pessoas/km2)

Espaços verdes por pessoa (m2/pessoa)

Comprimento da rede de transporte de massa (km/km2)

Redes superiores de transporte público (km/km2)

Estoque de carros e motocicletas (veículos/pessoa)

Parcela dos resíduos coletados e adequadamente descartados (%)

Resíduos gerados por pessoa (kg/pessoa/ano)

Consumo de água por pessoa (litros por pessoa por dia)

Vazamentos no sistema de abastecimento de água (%)

Parcela da população com acesso à água potável (%)

População com acesso a saneamento básico (%)

Parcela das águas residuais tratadas (%)

Níveis diários de dióxido de nitrogênio (ug/m3)

Níveis diários de dióxido de enxofre (ug/m3)

Níveis diários de partículas em suspensão (ug/m3)

Média

202.2

760.7

4,503.0

254.6

5.0

0.13

0.30

96.2

465.0

264.3

34.6

97.5

93.7

51.5

37.8

11.4

48.0

Ano*

2008

2008

2009

2009

2008

2010

2008

2008

2008

2009

2009

2009

2007

2008

2009

2009

2009

Puebla

242.0 1, e

661.0 2, e

1,185.6 3

303.3 4, e

5.1 5, e

0.00 6

0.24 7

100.0 2, e

310.2 2, e

203.0 7

25.1 7

98.5 7

79.6 8, e

42.7 2

39.5 7

14.9 7

30.6 7

culos, a agência estatal também solicita o refor-ço do programa por meio de campanhas deconscientização sobre a exigência e melhor fis-calização dos veículos que não cumpram com asnormas da inspeção.

Governança ambiental: Puebla está namédia na categoria de governança ambiental.Enquanto a Secretaria do Meio Ambiente eRecursos Naturais do Estado conduz ativamen-te a política ambiental, o município de Pueblatem sua própria Agência de Proteção Ambientale Desenvolvimento Sustentável (veja “Iniciati-vas Verdes“ a seguir). A agência promove a par-

Fonte

Estimativa da EIU; Instituto Nacional de Estatística e Geografia;Agência Internacional de Energia; Conselho Nacional de Popula-ção; Grupo Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

Instituto Nacional de Estatística e Geografia; EIU.

Conselho Nacional de População;

Instituto Nacional de Estatística e Geografia; Conselho Nacional de População.

Secretaria de Comunicação e Transporte; Conselho Nacional de População.

N/D.

INEGI.

Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Naturais.

Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Naturais; Conselho Nacional de População.

Inf. Básica 2009 Org. Operadores/UDAPI/SOAPAP.

Inf. Básica 2009 Org. Operadores/UDAPI/SOAPAP.

Inf. Básica 2009 Org. Operadores/UDAPI/SOAPAP.

Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Naturais; Conselho Nacional de População.

Comissão Nacional da Água.

Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Estado de Puebla.

Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Estado de Puebla.

Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Estado de Puebla.

Page 43: Índice de Cidades Verdes da América Latina

emissão de gás do efeito estufa, reforçar a su -pervisão sobre questões de energia e CO2 comcampanhas de informação pública e promoçãode políticas concretas de redução das emissõesde CO2. As políticas de redução do desmatamen-to incluem o bloqueio urbano e a redução dosgases de efeito estufa nos aterros.

Uso do solo e prédios: Quito está abaixoda média no uso do solo e Edificações. A cidadeé marcada pela abundância de espaços verdes,que incluem parques urbanos, áreas florestais e25 reservas naturais localizadas dentro da áreaadministrativa do município. Com quase 1.500m² de espaços verdes por pessoa, Quito é a pri-meira de todas as cidades constantes do Índice.Sua grande quantidade de espaço verde é, emparte, devido aos limites administrativos dacidade, já que quase 80% do território sob ajurisdição do Conselho Municipal de Quito éconsiderado área não urbana. Mas ao longo dasúltimas duas décadas, a cidade tem sido proati-va na criação de parques em áreas subdesenvol-vidas no centro urbano. O desempenho deQuito na categoria geral, no entanto, foi dimi-nuído por uma baixa densidade populacional,com pouco mais de 500 habitantes por km² em

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Quito_Equador

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Quito_Equador

to rápido no uso de automóveis particulares. En -quanto 52% da eletricidade de Quito é geradapor usinas hidrelétricas, muitas outras cidadesdo Índice têm uma parcela ainda maior de ener-gias renováveis na produção de eletricidade.Mas, em 2007, Quito instituiu um projeto depequena escala para o uso de resíduos comofonte de energia, produzindo eletricidade a par-tir de gases de metano coletados no aterro Zam-biza, que supre 3.000 domicílios com energiaelétrica. A cidade não parece estar fazendooutros investimentos de grande escala em ener-gia limpa, o que dificulta a sua pontuação naárea dessas políticas. No entanto, Quito se apro-xima do topo do Índice com o seu plano de açãosobre mudanças climáticas. A cidade monitorasuas emissões de CO2 e recentemente aprovouuma estratégia destinada a reduzi-las (veja “Ini-ciativas Verdes“ a seguir). Deve-se ressaltar queQuito assinou convênios internacionais commetas de redução de emissões.

Iniciativas verdes: Em 2009, a cidade aprovoua sua Estratégia Local de Mudança do Clima paralimitar as emissões de carbono e reduzir oimpacto ambiental do consumo de energia. Aestratégia inclui melhorar o monitoramento da

Quito é a capital do Equador e é a segundacidade mais populosa do País. Com 2,1

milhões de habitantes na área metropolitana, éuma das menores cidades do Índice de CidadesVerdes da América Latina. Situa-se num vale altono centro-norte do Equador ladeado por vulcõesativos. Além de ser o centro administrativo doPaís, Quito é também o local das sedes de gran-de parte das maiores empresas do País. Sua eco-nomia é dominada pelos serviços, incluindo oatacado e varejo, serviços financeiros e turismo.A fabricação, particularmente de autopeças,também está presente. Quito é responsável porcerca de um quinto do PIB total do Equador. OPIB per capita da cidade é de US$ 3.000, o valormais baixo no Índice. Os dados referentes aQuito no Índice baseiam-se na área metropolita-na, com exceção da rede de transportes, que sebaseia apenas na área urbana.

Quito classifica-se na média geral do Índice.Seus melhores resultados são nas categorias detransporte, resíduos e qualidade do ar, em queocupa posição acima da média. Na qualidade doar, particularmente, a cidade é marcada por pos-suir baixas concentrações dos três poluentesmedidos no presente relatório e por uma políticade ar limpo bem desenvolvida. A cidade está na

comparação à média de 4.500 habitantes doÍndice. Quito tem também baixa pontuaçãoquanto às políticas de construções ecológicas,que carecem de um código ambiental para osprédios novos ou quaisquer incentivos substan-ciais e campanhas de sensibilização para moti-var empresas e famílias a reduzirem o consumoenergético dos prédios. Com exceção de peque-nos projetos para poupar energia em vigordesde 2008, como o uso de lâmpadas LED nosescritórios da cidade, não existem normas para a manutenção de áreas verdes dos prédios públicos.

Iniciativas verdes: Quito tem um plano ambi-cioso para proteger e reflorestar seus espaçosverdes. O “Projeto de Florestamento e Reflores-tamento“ teve início em 2001 e, em 2008, o pro-grama alcançou o plantio de cerca de seismilhões de árvores, principalmente espéciesnativas. A mais recente iniciativa de alta visibili-dade da cidade é a contratação de trabalhadorese voluntários para replantar 300.000 árvoresperdidas nos incêndios florestais ocorridosdurante o verão de 2009. Em 2006, a cidadepromoveu uma competição de plantio de árvo-

res entre os bairros de 145 distritos. A competi-ção cha-mada “O meu bairro é revestido de árvo-res“ le vou à plantação e manutenção de140.000 árvores.

Transporte:Quito encontra-se acima da mé -dia na categoria de transporte. A cidade come-çou a concentrar-se nas políticas de transportede massa apenas no final da década de 1990. O primeiro projeto foi um sistema de ônibusmovidos a energia elétrica e a diesel, rodandoem vias exclusivas, servindo as zonas mais po -voadas. Atualmente, existem três faixas de ôni-bus que atravessam a cidade de norte a sul etransportam mais de 450.000 pessoas por dia. Arede de transporte de massa na área urbana deQuito tem um total de cerca de 5,5 km por km2,pouco acima da média de 5 km por km² do Índi-ce. Existem planos para expandir a rede, mas oprogresso tem sido lento devido à complicadageografia – os bairros periféricos em geral locali-zam-se em nos vales adjacentes – e a restriçõesfinanceiras. A cidade beneficia-se no Índice porter a segunda menor frota de carros e motocicle-tas, de 0,12 por pessoa em comparação à médiade 0,3 por pessoa do Índice.

Indicadores GeraisPopulação total (milhões) 2,1

Área administrativa (km2) 4.204,0

PIB por pessoa (preços correntes) (US$) e 2.976,5

Densidade populacional (pessoas/km2) 504,9

Temperatura (média 24 horas, anual) (oC) 14,0Baseado no Distrito Metropolitano de Quito, e) estimativa EIU

média quanto à energia e CO2, água e governan-ça ambiental. Quito tem espaço para melhoriasno uso do solo e prédios e saneamento, em quese posiciona abaixo da média. É, por exemplo,uma das duas únicas cidades no Índice, junta-mente com Buenos Aires, sem instalações detratamento de águas residuais. No entanto,Quito tem a maior área de espaços verdes doÍndice. Há também um crescente interesse dacidade em criar políticas ambientais municipais,mas é preciso vencer desafios financeiros eadministrativos.

Energia e CO2: Quito classifica-se na médiaquanto à energia e CO2. A cidade tem a maiortaxa de consumo de eletricidade no Índice, de1.400 megajoules por US$ 1.000 do PIB, bemacima da média de 761 megajoules das 17 dacidades estudadas. Está na média quanto àsemissões de CO2 decorrentes da eletricidade.Quito emite cerca de 151 kg de CO2 por pessoado consumo de eletricidade por ano, índice abai-xo da média de 202 kg. Segundo fontes oficiaisda cidade, o transporte rodoviário representamais da metade das emissões totais de CO2.Como muitas cidades na América Latina, na últi-ma década, Quito tem apresentado um aumen-

Bem abaixoda média

Abaixo da média

Média Acima da média

Bem acima da média

Desempenho

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Governança ambiental

Resultado geral

Quito Outras cidades

A ordem dos pontos nas faixas de performance não tem significado para os resultados das cidades.

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Índice de Cidades Verdes da América Latina | Quito_Equador

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de coleta central entre 2010 e 2012 para papele garrafas de plástico e vidro. Em associaçãocom a iniciativa privada, a cidade também es-pera criar 1.000 novos pontos de coleta de resíduos domésticos perigosos, incluindo ba-terias.

Água:Quito encontra-se na média na catego-ria de água. É uma das quatro cidades no Índiceque fornece água potável a todos os seus mora-dores, segundo os dados oficiais. A cidade rece-be a maior parte de sua água fresca de córregose geleiras das montanhas nas proximidades,bem como de alguns aquíferos subterrâneos.Embora o racionamento de água seja incomum,Quito pode sofrer falta de água devido à baixaprecipitação durante a estação de seca, nosmeses de junho a outubro, o que pressiona asreservas de água da cidade. O consumo de águade 197 litros por dia por pessoa é inferior àmédia de 264 litros das 17 cidades estudadas, eos 33% de vazamentos também estão abaixo damédia dos 35%. A cidade tem um bom desem-penho na área de políticas de sustentabilidadeda água graças a campanhas de sensibilizaçãoque estimulam sua conservação. Por outrolado, Quito é a única cidade no Índice que care-ce de normas contra a poluição da água naindústria local.

Iniciativas verdes: Uma nova estação de tra-tamento de água no valor de US$ 4 milhõespara a área noroeste da cidade deverá ser con-cluída em junho de 2011 e fornecerá águapotá vel para cerca de 480.000 habitantes. Aestação aliviará também a pressão do forneci-mento de água para o novo aeroporto interna-cional a ser instalado nas proximidades da cida-de, cuja inauguração está prevista para o finalde 2011.

Saneamento Básico: Quito está abaixoda média na categoria de saneamento. Aindaassim, a cidade fornece serviços de saneamentoa cerca de 97% de seus moradores, segundo

dados oficiais, o que está acima da média de94% do Índice. A cidade perde pontos, noentanto, porque carece de instalações de trata-mento de águas residuais. Esforços estão sendofeitos para melhorar o monitoramento e a cria-ção de uma estratégia de tratamento de esgo-tos, mas até o momento os esgotos residenciaise industriais da cidade são despejados sem tra-tamento nos dois rios principais da cidade,Machángara e San Pedro.

Iniciativas verdes: Durante a estação das chu-vas, o sistema de esgotos da cidade frequente-mente entra em colapso, provocando grandesinundações. Para resolver este problema, a cida-de anunciou um plano de construção de duasinstalações de coleta da água excedente de chu-vas, evitando assim as enchentes. Essas obrasdevem ser concluídas até meados de 2011.

Qualidade do ar: Quito está acima da mé -dia na categoria de qualidade do ar. A posiçãoda cidade nesta categoria deve-se, em grandeparte, à baixa média diária de concentração dostrês poluentes medidos no Índice. Por exemplo,a cidade registra uma concentração de dióxidode nitrogênio de 26 microgramas por m³, emcomparação à média de 38 microgramas por m³das 17 cidades estudadas. E os níveis de dióxidode enxofre também são baixos, de 9 microgra-mas por m³ comparados à média de 11 micro-gramas por m³ do Índice. Isso reflete a pequenabase industrial da cidade e as políticas rígidassobre as emissões dos veículos. Além disso, aconcentração diária de partículas também seencontra abaixo da média em Quito, sendo de30 microgramas por m³ em comparação àmédia de 48 microgramas por m³ nas 17 cida-des estudadas, um resultado que se deve emparte ao clima temperado da cidade, que reduzsubstancialmente a necessidade de dispositivosde aquecimento. A cidade também faz um bomtrabalho de informação aos cidadãos sobre osperigos da poluição atmosférica. E seu eficienteserviço de controle da qualidade do ar 24 horas

Iniciativas verdes: Quito tem uma políticaabrangente para redução de congestionamen-tos a fim de limitar os efeitos do aumento douso de automóveis. Além de restringir o estacio-namento em algumas áreas do núcleo urbano ea construção de ciclovias exclusivas, a adminis-tração da cidade impede a circulação de auto-móveis no centro da cidade nos finais de sema-na. Além disso, em 2010 Quito se tornou aprimeira cidade no Equador a restringir o núme-ro de veículos que entram na cidade durante ohorário de pico nos dias úteis. O esquema ébaseado em números de matrícula, que é seme-lhante a uma medida em vigor na cidade de SãoPaulo. Com isso, a prefeitura reduziu o tráfegoem horários de pico em até 30% em determina-das áreas da cidade.

Resíduos: Quito encontra-se acima da mé -dia na categoria de resíduos. A Empresa PúblicaMetropolitana de Aseo (EMASEO) coleta e dis-põe de maneira adequada praticamente 100%dos resíduos produzidos na cidade. Essa pon-tuação é ainda reforçada pela quantidade relati-vamente pequena de resíduos que produz. Acidade produz 300 kg por pessoa por ano, umadas taxas mais baixas no Índice e consideravel-mente abaixo da média de 465 kg das 17 cida-des estudadas. Na última década, Quito temdesempenhado um papel ativo na gestão deresíduos com a otimização da coleta e o fecha-mento de lixões a céu aberto. O novo aterrosanitário da cidade, localizado a 45 km do cen-tro urbano, recebe resíduos perigosos, médicose infecciosos, além do lixo doméstico. Adicio-nalmente, a cidade impõe rigorosas normasambientais no aterro. Até agora, Quito carecede programas abrangentes de reciclagem e dereutilização de resíduos, embora sua posiçãoprovavelmente melhore nos próximos anos(veja “Iniciativas Verdes“ a seguir).

Iniciativas verdes: Embora a cidade tenhamostrado lentidão na prestação de serviços dereciclagem, há planos para instalar 48 pontos

* Para dados de diferentes anos, será considerado apenas o ano do indicador principal. e) Estimativa da EIU. 1) Baseado no distrito metropolitano de Quito, baseado na composição de fontes de energia utilizadas para geração de eletricidade no Equador. 2) Baseado no distrito metropolitano de Quito. 3) Baseado na área urbana de Quito. 4) Baseado em Quito. 5) Baseado no distrito metropolitano de Quito. População total com acesso à rede de esgotos. 6) Baseado no distrito metropolitano de Quito. Confirmação do município do distrito metropolitano de Quito de que atualmente não existe nenhuma estação de tratamento de resíduo em Quito. 7) Baseado no distrito metropolitano de Quito. Números de PIB para 2004 e taxas de crescimento do PIB.

Indicadores Quantitativos: Quito

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Emissões de CO2 do consumo de eletricidade por pessoa (kg/pessoa)

Consumo de eletricidade por PIB em US$ (megajoules por US$ 1.000 de PIB)

Densidade populacional (pessoas/km2)

Espaços verdes por pessoa (m2/pessoa)

Comprimento da rede de transporte de massa (km/km2)

Redes superiores de transporte público (km/km2)

Estoque de carros e motocicletas (veículos/pessoa)

Parcela dos resíduos coletados e adequadamente descartados (%)

Resíduos gerados por pessoa (kg/pessoa/ano)

Consumo de água por pessoa (litros por pessoa por dia)

Vazamentos no sistema de abastecimento de água (%)

Parcela da população com acesso à água potável (%)

População com acesso a saneamento básico (%)

Parcela das águas residuais tratadas (%)

Níveis diários de dióxido de nitrogênio (ug/m3)

Níveis diários de dióxido de enxofre (ug/m3)

Níveis diários de partículas em suspensão (ug/m3)

Fonte

Estimativa da EIU; Empresa Elétrica de Quito; Agência Internacional de Energia; Instituto Nacional de Estatística e Censos; Grupo Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

Estimativa da EIU; Empresa Elétrica de Quito;

Instituto Nacional de Estatística e Censos; Programa de Educação para a Cidade de Pichincha.

Mapa do Uso do Solo e Cobertura de Vegetação do Distrito Metropolitano de Quito; Instituto Nacional de Estatística e Censos.

Empresa Metropolitana de Transporte e Obras Públicas; Programa de Educação para a Cidade de Pichincha.

Empresa Metropolitana de Transporte e Obras Públicas.

Corporação Municipal para Melhoramento do Ar de Quito; Inventário de Emissões 2007 e Informe da Qualidade do Ar 2.

Empresa Pública Metropolitana de Aseo; Secretaria do Meio Ambiente/SIAD.

Empresa Pública Metropolitana de Aseo; Instituto Nacional de Estatística e Censos.

Empresa Metropolitana de Saneamento e Água Potável; Instituto Nacional de Estatística e Censos.

Empresa Metropolitana de Saneamento e Água Potável.

Empresa Metropolitana de Saneamento e Água Potável; Instituto Nacional de Estatística e Censos.

Empresa Metropolitana de Saneamento e Água Potável; Instituto Nacional de Estatística e Censos

.

Município do Distrito Metropolitano de Quito.

Corporação Municipal para Melhoramento do Ar de Quito.

Corporação Municipal para Melhoramento do Ar de Quito.

Corporação Municipal para Melhoramento do Ar de Quito.

Média

202.2

760.7

4,503.0

254.6

5.0

0.13

0.30

96.2

465.0

264.3

34.6

97.5

93.7

51.5

37.8

11.4

48.0

Ano*

2009

2009

2009

2009

2009

2010

2009

2009

2009

2009

2009

2009

2009

2010

2008

2008

2008

Quito

151.2 1, e

1,426.8 1, e

504.9 2

1,494.7 2

5.4 3, e

0.15 3, e

0.12 4

100.0 2, e

300.3 2

197.2 2

32.7 2

100.0 2

96.7 5, e

0.0 6

25.9 2

8.7 2

30.3 2

por dia, com equipamentos automáticos nasestações remotas no perímetro da região me -tropolitana, reforça ainda mais sua pontuação.

Iniciativas verdes: Em 2003, Quito se tornoua primeira cidade no Equador e na ComunidadeAndinas de Nações, formada pelo Equador,Peru, Colômbia e Venezuela, a exigir que osautomóveis sejam submetidos a testes de emis-sões sempre que seu registro é renovado. Ostestes acontecem todos os anos para os veícu-

los particulares e de dois em dois anos para osveículos de uso público, como os ônibus e ostáxis. Se o automóvel não atende ao estabeleci-do, seu proprietário pagará uma taxa extra paraa vistoria quando do licenciamento do veículo.A cidade estima que os níveis de monóxido decarbono caíram entre 25% e 30% desde o iníciodo programa.

Governança ambiental: Quito classifi-ca-se na média na categoria de governança

am biental. A Secretaria do Meio Ambiente deQuito coordena políticas ambientais e dispõede um ponto de contato central para que osmoradores obtenham informações sobre pro-jetos ambientais. Em 2004, o Ministério doMeio Ambiente do Equador possibilitou à cida-de capacitação em planejamento ambiental eautoridade legal para a elaboração da legisla-ção ambiental. Quito tem também demonstra-do esforços para melhorar a transparência naspolíticas públicas e promover uma maior parti-cipação dos cidadãos e das partes interessadasna tomada de decisões. É exigida a participa-ção popular nos grandes projetos que provo-quem impacto ambiental, em particular nosdomínios da água, ar, transporte e resíduos.Em 2010, por exemplo, o município desenvol-veu uma estratégia abrangente de transporte eredução de congestionamentos em colabora-ção com diferentes stakeholders, como repre-sentantes dos transportes, associações dosetor privado e os moradores. No entanto, odesempenho da cidade no Índice é enfraqueci-do pelo lento progresso nas políticas consisten-tes e oportunas de inspeção e monitoramentoambiental.

Page 45: Índice de Cidades Verdes da América Latina

Energia e CO2: A cidade do Rio de Janeiroposiciona-se acima da média em energia e CO2.O desempenho da cidade nesta categoria deve-se amplamente às suas políticas de energialimpa e seus objetivos claros para a redução dasemissões de CO2 descritas no plano de ação dacidade sobre as alterações climáticas (veja “Ini-ciativas Verdes“ a seguir). Em 1988, o Rio se tor-nou a primeira cidade da América Latina a publi-car um inventário das emissões de CO2. A cidadeemite cerca de 73 kg de CO2 por pessoa do usode eletricidade, abaixo da média de 202 kg nas17 cidades estudadas. Este nível relativamentebaixo de emissões de CO2 é o resultado da parti-cipação muito elevada de energia renovável paraa produção de eletricidade da cidade, uma vezque 88% da eletricidade do Rio é fruto de fontesrenováveis, principalmente a energia hidrelétri-ca. A cidade consome 678 megajoules de ener-gia elétrica por US$ 1.000 de PIB, o que estáabaixo da média do Índice de 761 megajoules.

Iniciativas verdes: Em 2009, a cidade apresen-

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Rio de Janeiro_Brasil

88 89

Rio de Janeiro_Brasil

bem acima da média. Seu impressionante de -sempenho nesta categoria se dá graças a umhistórico sólido de monitoramento ambiental egestão ambiental. O Rio também apresenta bomdesempenho no uso de energia e CO2 e na cate-goria de uso do solo e prédios, situando-seacima da média. A cidade possui uma forte polí-tica de energia limpa e segue normas ambien-tais para a construção de novos prédios. A cida-de do Rio de Janeiro encontra-se na médiaquanto a transporte, resíduos, saneamento equalidade do ar. Sua pontuação total é limitada,no entanto, por uma colocação abaixo da médiana categoria de água, que se deve em parte aofato de apresentar a maior taxa de desperdíciono sistema de água do Índice. O desempenho doRio é favorável quando mensurado comparativa-mente às sete cidades com renda média seme-lhante (com um PIB per capita entre US$ 8.000 eUS$ 16.000). É uma das três cidades com rendamédia acima da média geral e tem a segundamenor frota de automóveis e motocicletas entreo grupo similar.

Com 12.300.000 habitantes, o Rio de Janeiroé a segunda área metropolitana mais popu-

losa do Brasil. Pouco mais da metade de seushabitantes vive dentro dos limites da cidade doRio, cerca de 6,4 milhões, tornando-a a sextacidade mais populosa do Índice de Cidades Ver-des da América Latina. Todos os valores constan-tes do Índice são baseados na própria cidade doRio de Janeiro. Juntamente com a região metro-politana, a cidade do Rio de Janeiro gera poucomais de 5% do PIB do Brasil, sendo a segundamaior economia do País, atrás apenas da cidade

tou seu programa de mudança global do clima,“Rio Sustentável”. O plano prevê até 2012 umaredução de 8%, a partir dos níveis de 2005, dasemissões de CO2 e outros gases do efeito estufana cidade e a redução de 16% até 2016 e de 20%até 2020. Como parte do programa, a cidaderealizou uma revisão completa das emissões deCO2 em colaboração com a Universidade Federaldo Rio de Janeiro. O plano prevê uma série demaneiras da cidade cumprir suas metas de redu-ção, que incluem a mitigação das emissões dostransportes e dos resíduos, a instalação de ener-gia eficiente com luzes LED nos prédios munici-pais e na iluminação pública, além de iniciativasde sensibilização pública, entre outros pro -gramas.

Uso do solo e prédios:O Rio encontra-seacima da média no uso do solo e prédios. A cida-de tem essa posição graças ao uso muito ambi-cioso do solo e políticas de prédios ecológicos,que estão entre as melhores do Índice. Alémdisso, encontram-se na cidade do Rio de Janeiroduas das maiores florestas urbanas do mundo, oParque Natural da Pedra Branca e a Floresta daTijuca. Desta forma, a cidade esbanja 58 m² deespaço verde por pessoa. Embora os últimosdados disponíveis para o Rio remetem ao ano de2001 enquanto os dados para outras cidadessão mais atuais, a cidade está relativamentebem posicionada para os padrões do Índice. ORio se esforça para manter seus espaços verdes epossui um rigoroso conjunto de leis destinadas aproteger essas áreas em desenvolvimento.

Iniciativas verdes: Preparando-se para osJogos Olímpicos de 2016, o Rio está fazendo areabilitação das áreas residenciais e comerciaisem torno de seu porto. O projeto de US$ 200milhões inclui a reforma de prédios históricos, a

melhoria do acesso aos serviços de transporte, osaneamento e a criação de ciclovias e espaçosverdes, incluindo um corredor verde ladeadopor 11.000 árvores. Cerca de 30.000 pessoasatualmente vivem na zona portuária degradadae a cidade estima que mais de 100.000 habitan-tes viverão no entorno quando o projeto estiverconcluído em 2016. Além disso, o plano de açãopara mudanças climáticas da cidade do Rio deJaneiro exige o reflorestamento de áreas prote-gidas. Para isso, a cidade está investindo US$ 15milhões para a plantação de 1.500 hectares deárvores até 2012.

Transporte: A cidade do Rio de Janeiro estána média na categoria de transporte. Seu siste-ma de transporte público é composto por ônibuse metrô e é o maior no Índice, medindo cerca de8,7 km por km2 do território da cidade, conside-ravelmente superior à média de 5,0 km por km2

das 17 cidades estudadas. Sua rede de transpor-te superior (definida no Índice de transportecomo uma das que movimentam um grandenúmero de passageiros rapidamente em faixasexclusivas, como o metrô, via de transito rápidoe trólebus), mede 0,12 km por km² da área dacidade, é apenas ligeiramente maior que amédia de 0,1 km do Índice. O metrô do Rio temduas linhas, estendendo-se um total de 47 km, oque deixa grande parte da cidade servida porônibus. A terceira linha do metrô da cidade estáem construção com conclusão prevista para2016 (veja “Iniciativas Verdes“ a seguir). Oplano de ação para mudanças climáticas do Riode Janeiro delineia metas para expansão dosserviços de transporte de massa e projetos adi-cionais estão sendo executados pela Secretariade Transportes do Estado. Segundo fontes ofi-ciais, a cidade tem 0,26 veículo por habitante, o que é pouco menos que a média do índice de

Indicadores GeraisPopulação total (milhões) 6,2

Área administrativa (km2) 1.182,0

PIB por pessoa (preços correntes) (US$) e 11.580,8

Densidade populacional (pessoas/km2) 5.234,1

Temperatura (média 24 horas, anual) (oC) 25,0

Baseado na cidade do Rio de Janeiro. e) Estimativa EIU

de São Paulo. As atividades comerciais da cidadesão dominadas pelo turismo e serviços. A indús-tria de petróleo do Brasil está sediada no Rio,com a maior companhia petrolífera do País euma das mais importantes redes de televisão.Recentemente a cidade recebeu um grande aflu-xo de investimentos para fazer frente a umasérie de eventos de alto perfil, incluindo a Confe-rência das Nações Unidas para o Desenvolvi-mento Sustentável em 2012, a Copa do Mundode 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. O Rioestá, portanto, em uma posição única no Índicepara melhorar consideravelmente o seu desen-volvimento urbano e seu desempenho ambien-tal ao longo dos próximos anos. Os investimen-tos estão sendo feitos principalmente eminfraestrutura da cidade para acomodar o pesa-do fluxo de entrada dos visitantes esperados.

A cidade do Rio aparece acima da média geralno Índice de Cidades Verdes da América Latina.O melhor posicionamento da cidade está naárea de governança ambiental em que, junta-mente com a Cidade do México, classifica-se

Bem abaixoda média

Abaixo da média

Média Acima da média

Bem acima da média

Desempenho

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Governança ambiental

Resultado geral

Rio de Janeiro Outras cidades

A ordem dos pontos nas faixas de performance não tem significado para os resultados das cidades.

Page 46: Índice de Cidades Verdes da América Latina

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Rio de Janeiro_Brasil

90 91

que o Rio reforça as normas ambientais em seusaterros sanitários, tem pior desempenho nacapacidade de eliminar resíduos domésticosperigosos, químicos e farmacêuticos separada-mente dos demais resíduos urbanos. Sua atua-ção nesta área provavelmente melhorará quando a cidade adotar uma iniciativa gover -namental de otimização da coleta e eliminaçãode resíduos, além da otimização dos padrões deaterros em todo o Estado do Rio de Janeiro. Oprograma abrangerá todos os municípios e dis-ponibilizará US$ 88 milhões por ano a fim deerradicar todas as lixeiras a céu aberto do Estadoe garantir que os resíduos sejam adequadamen-te dispostos para a coleta, dando ênfase tam-bém na reciclagem e compostagem.

Iniciativas verdes: O aterro sanitário Grama-cho, na cidade do Rio, será desativado em 2011e substituído por um novo aterro, atualmenteem construção em Seropédica. Os US$ 47 mi-l hões da instalação reduzirão as emissões deCO2 em 1,4 milhão de toneladas por ano pormeio da coleta de gases de metano e terá a capa-cidade da geração de biogás.

Água: A cidade do Rio de Janeiro posiciona-seabaixo da média na categoria de água, principal-mente devido a vazamentos e uma taxa de con-sumo acima da média. A cidade perde 58% desua água em vazamentos, o maior percentual noÍndice e bem acima da média já elevada, de 35%encontrada nas 17 cidades estudadas. A Compa-nhia Estadual de Águas e Esgotos, a Nova Cedae,estima que se perca 15% do abastecimento totalde água da cidade por meio de ligações clandes-tinas, tanto nas favelas como nos grandes blo-cos de apartamentos populares, e investe pesa-damente para expandir os serviços de água afim de resolver este problema (veja “IniciativasVerdes“ a seguir). O Rio consome 301 litros deágua por pessoa por dia em comparação com amédia do Índice de 264 litros. A cidade não pro-move a conscientização pública sobre o consu-mo eficiente da água e a estimulação do uso

to de águas residuais, além da expansão dos ser-viços de saneamento a 139.000 famílias. O pro-grama é destinado a abordar todos os aspectosdo desempenho ambiental da baía e tambémtrabalhar para melhorar o controle de inunda-ções e o fornecimento de água potável e coletade lixo para os moradores que vivem perto dabaía, mas 90% do orçamento está alocado nosaneamento.

Qualidade do ar: A cidade do Rio de Janei-ro encontra-se na média na categoria de quali-dade do ar. O trânsito da cidade e o congestiona-mento são a principal fonte de poluição, se gui -dos pela poluição derivada de resíduos sólidosurbanos. A topografia acidentada do Rio impedea dispersão dos poluentes e as altas temperatu-

ras agravam o problema. A cidade do Rio tem amaior incidência de dióxido de hidrogênio doÍndice, com valor médio diário de 58 microgra-mas por m³ em comparação à média de 38microgramas por m³ das 17 cidades estudadas.No entanto, graças ao extenso programa do usode etanol no Brasil, os níveis de dióxido de enxo-fre são inferiores a 4 microgramas por m³, bemabaixo da média de 11 microgramas por m³ doÍndice. Os níveis de partículas em suspensãotambém são baixos, com 24 microgramas porm³, contra uma média de 48 microgramas porm³ do Índice.

Iniciativas verdes: O Estado do Rio de Janeiroexige testes anuais de emissões para todos oscarros licenciados, e os veículos que ultrapas-

sam limites de emissões não são permitidos namalha viária estadual. Além disso, a cidade estátestando 15 ônibus a diesel, chamados B20, queoperam com uma mistura de 20% de biodiesel.A cidade pretende ter em operação 8.500 ôni-bus B20 em 2016. As autoridades dizem que afrota completa de ônibus B20 reduzirá em148.000 toneladas as emissões de CO2 e partí-culas em 3.300 toneladas por ano.

Governança ambiental: A cidade do Rioestá bem acima da média quanto à governançaambiental, que é sua melhor colocação no Índi-ce, graças principalmente à eficiente rede deinstituições municipais e estaduais dedicadas aomonitoramento, gestão ambiental e execução.A cidade tem um forte histórico de monitora-mento do ar, água, resíduos, saneamento, trans-porte, uso do solo, assentamentos, energia eespaços verdes, incluindo as florestas urbanas.O Rio também envolve moradores e organiza-ções não governamentais em projetos ambien-tais. As entidades interessadas, por exemplo,desempenharão um papel significativo na ela-boração dos planos de desenvolvimento deinfraestrutura para os Jogos Olímpicos de 2016.O Rio tem um órgão ambiental que supervisionae executa todos os aspectos da política ambien-tal. A entidade trabalha em estreita colaboraçãocom outros departamentos da cidade, incluindohabitação, transportes, ciência e tecnologia eplanejamento urbano.

racional por meio das tarifas de água. O Rio sóestá melhor posicionado no quesito políticas deeficiência de água porque não há tubulaçõesseparadas para água não potável e não há reci-clagem da “água cinzenta”. Segundo dados ofi-ciais, quase todos os moradores da cidade do Riotêm acesso à água potável e quase 80% do totalé fornecido pela Usina do Guandu, a maior usinade tratamento de águas do mundo, um sistemaque produz 43.000 litros de água potável porsegundo.

Iniciativas verdes:A Nova Cedae está investin-do US$ 58 milhões por ano para dar fim às liga-ções clandestinas de abastecimento de água dacidade. A empresa também já fornece águapotável a 111 favelas da cidade para reduzir anecessidade de ligação de água ilegal. Alémdisso, as escolas no Rio têm o tema da conserva-ção da água como parte do currículo.

Saneamento Básico: A cidade do Rio estána média na categoria de saneamento. Estima-se que 83% dos moradores do Rio tenham aces-so ao saneamento, que é uma das taxas maisbaixas no Índice, bem abaixo da média de 94%.Em contraste, o Rio trata cerca de 85% dos esgo-tos coletados, consideravelmente acima damédia de 52% do Índice. Novas instalações detratamento atualmente em construção melho-rarão o desempenho da cidade, que está abaixoda média quanto às políticas de saneamento,principalmente porque falta um plano para pro-mover serviços de saneamento básico sustentá-vel quanto ao meio ambiente. Entretanto, acidade está mais bem posicionada em termos denormas de tratamento de águas residuais.

Iniciativas verdes:A maior iniciativa da cidadedo Rio de Janeiro para melhorar o saneamento –Programa de Despoluição da Baía de Guanabara–, vem sendo implantada desde 1994. Ao custode US$ 793 milhões, o programa abrange aconstrução de 1.248 km de coletores de efluen-tes, 28 km de drenos, oito estações de tratamen-

0,3 veículo. Este é o menor índice entre as cida-des brasileiras. Entretanto, o Rio continua asofrer de problemas endêmicos de trânsito e acidade tem implantado lentamente políticas deredução dos congestionamentos. Os administra-dores da cidade dizem que estão criando zonascom circulação limitada de veículos, mas outrasmedidas, tais como “dia sem carro“ ou rodízio deveículos, ainda não foram implantadas.

Iniciativas verdes: Os departamentos detrans porte da cidade e do Estado estão imple-mentando uma série de projetos ambiciosospara melhorar o transporte público antes daCopa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. O Estadoestá investindo US$ 678 milhões para duplicar acapacidade das duas linhas de metrô existentespara 1,1 milhão de passageiros por dia. Além daaquisição de novos trens, estão sendo construí-das duas estações de metrô, além da extensãodas linhas existentes. Em 2010, a cidade haviaprogramado o início das obras da terceira linhado metrô, um projeto de US$ 2,9 bilhões (“Linha4“), para servir a região oeste da cidade do Rio deJaneiro. De acordo com a Secretaria de Transpor-tes do Estado, a linha terá capacidade para230.000 passageiros por dia. Além disso, em2016 a cidade terá seus quatro principais corre-dores de ônibus remodelados para o sistema detrânsito rápido de ônibus (BRT), existente emCuritiba. O Rio também planeja ampliar as ciclo-vias de 140 km em 2009, para 340 km em 2012.

Resíduos: A cidade do Rio encontra-se namédia na categoria de resíduos. A cidade gera525 kg de resíduos por pessoa por ano, valoracima da média de 465 kg por pessoa por anoregistrada nas 17 cidades estudadas, emborahaja coleta e descarte para quase o total gerado.Os resíduos da cidade são depositados no aterrosanitário Gramacho, que será substituído em2011 (veja “Iniciativas Verdes“ a seguir). A cida-de ganha pontuação média quanto às suas polí-ticas de coleta e eliminação dos resíduos, assimcomo em reciclagem e reutilização. Ao passo

* Para dados de diferentes anos, será considerado apenas o ano do indicador principal. e) Estimativa da EIU. 1) Baseado na cidade do Rio de Janeiro. 2) Baseado na cidade do Rio de Janeiro. População total com acesso à rede de esgoto.

Indicadores Quantitativos: Rio de Janeiro

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Emissões de CO2 do consumo de eletricidade por pessoa (kg/pessoa)

Consumo de eletricidade por PIB em US$ (megajoules por US$ 1.000 de PIB)

Densidade populacional (pessoas/km2)

Espaços verdes por pessoa (m2/pessoa)

Comprimento da rede de transporte de massa (km/km2)

Redes superiores de transporte público (km/km2)

Estoque de carros e motocicletas (veículos/pessoa)

Parcela dos resíduos coletados e adequadamente descartados (%)

Resíduos gerados por pessoa (kg/pessoa/ano)

Consumo de água por pessoa (litros por pessoa por dia)

Vazamentos no sistema de abastecimento de água (%)

Parcela da população com acesso à água potável (%)

População com acesso a saneamento básico (%)

Parcela das águas residuais tratadas (%)

Níveis diários de dióxido de nitrogênio (ug/m3)

Níveis diários de dióxido de enxofre (ug/m3)

Níveis diários de partículas em suspensão (ug/m3)

Fonte

Estimativa da EIU; Agência Internacional de Energia; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; Grupo Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

Light; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; EIU.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;

Secretaria Municipal do Meio Ambiente;

Secretaria de Transportes; MetroRio; Confederação Nacional do Transporte; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Secretaria dos Transportes Metropolitanos.

Denatran.

Secretaria Municipal do Meio Ambiente; Companhia Municipal de Limpeza Urbana.

Secretaria Municipal do Meio Ambiente; Companhia Municipal de Limpeza Urbana.

Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento.

Instituto Estadual do Ambiente.

Instituto Estadual do Ambiente.

Instituto Estadual do Ambiente.

Média

202.2

760.7

4,503.0

254.6

5.0

0.13

0.30

96.2

465.0

264.3

34.6

97.5

93.7

51.5

37.8

11.4

48.0

Ano*

2009

2007

2009

2001

2009

2010

2010

2008

2008

2008

2008

2007

2007

2008

2009

2009

2009

Rio de Janeiro

73.0 1, e

677.8 1

5,234.1 1

58.0 1

8.6 1

0.12 1

0.26 1

98.6 1, e

525.2 1

301.3 1

57.7 1

98.4 1

83.4 2, e

85.3 1, e

57.7 1

3.5 1

24.0 1

Page 47: Índice de Cidades Verdes da América Latina

a média de 761 megajoules. Santiago apresen-ta também emissões de CO2 provenientes doconsumo de eletricidade de cerca de 463 kg porpessoa por ano, em comparação à média de202 kg nas cidades analisadas. Deve-se notar,entretanto, que os dados referentes a Santiagosão de 2005. Muitas das políticas de Santiagopara energia e mudanças climáticas são apenasparciais. Por exemplo, a cidade carece de umaestratégia global para reduzir o impactoambiental do consumo de energia e seu planode ação para mudanças climáticas abrange aágua, prédios e energia, mas não resíduos,saneamento ou transporte. Santiago assinouconvênios internacionais para reduzir os gasesde efeito estufa e está fazendo esforços parareduzir o desperdício na transmissão de energiae tornar seu consumo mais eficiente. No entan-to, ao invés de pioneirismo em suas políticas deenergia, a cidade segue as normas estabeleci-das pela Comissão Nacional do Meio Ambiente(Conama), que recentemente foi substituídapelo novo Ministério do Meio Ambiente, criadoem outubro de 2010.

Iniciativas verdes: A companhia estatal dometrô de Santiago possui várias iniciativas paradiminuir as emissões de CO2 e reduzir o consu-mo de eletricidade em cerca de 35 gigawatts porano, o que equivale à eletricidade consumidapor cerca de 19.400 famílias. A empresa estáintroduzindo um sistema de trens com controleautomático que melhora a eficiência energéticae está adotando uma iluminação mais eficientenas estações metroviárias. Estas e outras iniciati-vas devem reduzir as emissões de gases do efeito estufa em cerca de 17.000 toneladas porano. Em 2009, a Comissão Nacional de Energiado Chile anunciou um programa para subsidiar aaquisição de motores elétricos de alta eficiênciapelo setor industrial. Esta Comissão está intro-duzindo 6.000 novos motores até 2010, quediminuirão as emissões de CO2 em cerca de2.600 toneladas por ano. Além disso, o municí-pio de Vitacura, uma das áreas administrativasindependentes da região metropolitana de San-tiago, declarou que em 2010 seria o primeiromunicípio de carbono neutro na América Latina,por meio da compra de créditos de carbono para compensar 1.500 toneladas das emissõesde CO2.

Uso do solo e prédios: Santiago classifi-ca-se na média no uso do solo e prédios. A cida-de possui a segunda maior densidade popula-cional do Índice, de 10.900 habitantes por km²,valor baseado nos limites da área metropolitana,conhecida como “Grande Santiago“. Este valorestá bem acima da média encontrada nas 17cidades analisadas, que têm uma média de

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Santiago_Chile

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Santiago_Chile

contra bem acima da média. A posição de San-tiago nos transportes é reforçada por uma refor-ma substancial e o afluxo de investimento narede de transportes, além de políticas bemdesenvolvidas nesta área. A cidade também secoloca acima da média quanto às categorias daágua, resíduos e saneamento, em grande partegraças às suas políticas de melhora dos serviçose redução do impacto ambiental. Santiago estána média quanto ao uso do solo e prédios e qua-lidade do ar, mas posiciona-se abaixo da médiaem governança ambiental. A cidade possuiespaço para melhorias na categoria de energia ede CO2, em que se coloca bem abaixo da média,devido ao elevado nível de consumo de eletrici-dade e as emissões de CO2 provenientes da ele-tricidade.

Energia e CO2: Santiago encontra-se bemabaixo da média quanto à energia e CO2. A cida-de tem a segunda maior taxa de consumo deeletricidade entre as 17 cidades do Índice. Suaprodução econômica, na classificação das 17cidades, é de 1.200 megajoules por US$ 1.000de PIB, o que é consideravelmente maior do que

Santiago é a capital administrativa e financei-ra do Chile e a cidade mais populosa do País,

com 6,8 milhões de habitantes na área metropo-litana. Com poucas exceções indicadas, todos osdados incluídos no Índice de Cidades Verdes daAmérica Latina baseiam-se na região metropoli-tana da cidade. A região é um centro financeiroem expansão gerando cerca de dois quintos daprodução econômica do Chile. Santiago servecomo um centro latino-americano para muitasempresas multinacionais, bem como a basepara a maioria dos conglomerados industriaischilenos. É também a sede de alguns dos maismodernos centros de varejo da região. A admi-nistração da cidade em toda a área metropolita-na é dividida em 52 “comunas“, cada uma comseu próprio prefeito. Um "intendente", nomeadodiretamente pelo presidente do Chile, lidera ogoverno regional metropolitano, que é respon-sável pela harmonização das múltiplas políticaslocais e nacionais sobre o meio ambiente eoutras questões municipais.

Santiago encontra-se na média geral do Índi-ce. Seu melhor resultado está na categoria detransporte, em que é a única cidade que se en -

4.500 pessoas por km². Santiago possui 26 m²de espaço verde por pessoa, levando em conta aárea metropolitana, uma das menores quantida-des de espaços verdes do Índice. A cidade temalgumas das políticas mais robustas do Índicepara limitar a expansão urbana e proteger áreasecologicamente sensíveis. Santiago vem ado-tando lentamente normas de eficiência enérgi-ca nos prédios públicos e ainda não aprovou umcódigo que estabeleça normas de ecoeficiêncianos novos edifícios privados. No entanto, após odevastador terremoto que atingiu o centro-suldo Chile em fevereiro de 2010, e destruiu oudanificou muitos edifícios em Santiago, o gover-no está apoiando a utilização de energia energé-tica solar nos edifícios novos e pode introduzirincentivos fiscais aos proprietários de casas queusarem painéis para energia solar, o que deveajudar a aumentar a sua pontuação nesta cate-goria.

Iniciativas verdes: O “Plano de Regulamenta-ção Metropolitana de Santiago”, que delineia aestratégia global da cidade para enfrentar ocrescimento populacional até 2030, inclui inicia-tivas destinadas a aumentar os espaços verdes.O plano apela à iniciativa privada para transfor-mar 3.900 hectares da área da cidade em par-ques públicos e espaços verdes, em troca deacesso a outros 5.700 hectares para o desenvol-vimento da metrópole. Inclui também iniciativaspara revitalizar três parques da cidade e plantarmais árvores ao longo das vias mais importan-tes, com o apoio do Departamento FlorestalNacional.

Transporte: Santiago está bem acima damédia na categoria de transporte, o melhordesempenho do Índice e é a única das 17 cida-des estudadas a atingir esta posição. O sistemade transportes públicos da cidade é sustentado

pelo trânsito rápido de ônibus (BRT) e apoiadopor uma grande frota de coletivos. A rede de ôni-bus de Santiago estende-se por cerca de 5,1 kmpor km², quase alinhada ao valor médio do Índi-ce de 5 km. Mas a sua rede superior de transpor-tes públicos (definida no Índice como a quemovimenta um grande número de passageirosrapidamente em faixas exclusivas, tais comometrô, coletivos rápidos e trólebus) estende-sepor cerca de 0,22 km por km², o que lhe confereo quarto lugar no Índice. Deve-se notar que osdados de transporte estão baseados na GrandeSantiago. Em 2007, a cidade organizou e padro-nizou rotas para todas as empresas de ônibus.Além disso, as autoridades reduziram o númerode ônibus de 7.000 para 4.500 e estão gradual-mente substituindo os veículos mais antigos pormodelos de baixa emissão. Desde a sua inaugu-ração em 1975, o metrô vem tendo uma expan-são contínua e transporta mais de 2,3 milhõesde passageiros por dia em cinco linhas quecobrem cerca de 90 km. Além da revisão do sis-tema de transporte de massa, a cidade adotoutambém várias medidas de gestão do tráfego,visando à redução do congestionamento. Entreelas estão os semáforos sincronizados, um siste-ma informatizado do tráfego, o “dia sem carro“ eo pedágio em algumas vias. A Grande Santiagopossui uma das menores frotas de automóveis emotocicletas do Índice, apenas 0,14 veículo porpessoa, em comparação à média de 0,3 das 17 cidades analisadas.

Iniciativas verdes: Em 2010, a cidade come-çou a construir sua sexta linha de metrô, queterá 12 estações ao longo de um percurso de 15km e cuja inauguração está prevista para 2014.Além disso, Providência, uma comuna da regiãometropolitana, iniciou em 2009 um regime dealuguel de bicicletas complementado por inves-timentos substanciais em ciclovias. Os usuários

Indicadores GeraisPopulação total (milhões) 6,8

Área administrativa (km2) 15.403,2

PIB por pessoa (preços correntes) (US$) e 7.721,1

Densidade populacional (pessoas/km2) 1 10.920,7

Temperatura (média 24 horas, anual) (oC) 14,0

Baseado na área metropolitana de Santiago. 1) Baseado na Grande Santiago. e) Estimativa da EIU.

Bem abaixoda média

Abaixo da média

Média Acima da média

Bem acima da média

Desempenho

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Governança ambiental

Resultado geral

Santiago Outras cidades

A ordem dos pontos nas faixas de performance não tem significado para os resultados das cidades.

Page 48: Índice de Cidades Verdes da América Latina

Índice de Cidades Verdes da América Latina | Santiago_Chile

94 95

água potável. A cidade apresenta também umpercentual de cerca de 30%, menor do que amédia em vazamentos, o que ainda é alto, mascomparativamente favorável já que a média noÍndice é de 35%. Em 1998, o Chile privatizou osserviços de água do País e a empresa espanholaÁguas Andinas fornece a água em Santiago. Aempresa monitora regularmente a qualidade daágua potável em um programa apoiado pelaAgência Nacional Ambiental. Há desafios asso-ciados a uma das fontes de água da cidade, o rioMapocho, cujas águas são contaminadas poresgoto e resíduos da mineração de cobre a mon-tante (veja “Iniciativas Verdes“ a seguir, no tópi-co Saneamento), mas a cidade tem uma políticapública robusta para controlar a poluição indus-trial.

Iniciativas verdes:Após a privatização dos ser-viços de água em 1998 e um subsequenteaumento nos preços da água, o governo federalinstituiu um subsídio direto para as famílias debaixa renda, a fim de garantir o acesso. As admi-nistrações das comunas do País pagam entre25% e 85% das contas de água para um quintoda população mais pobre, valores estes quedepois são reembolsados pelo governo nacio-nal. Em 2004, o governo federal também apre-sentou um programa para pagar os primeiros 15m³ de água utilizada pelas famílias que vivemem extrema pobreza. Além disso, para garantir asustentabilidade do rio Mapocho, no seu trechoem Santiago, Águas Andinas está desenvolven-do um importante projeto de descontaminação(veja “Iniciativas Verdes“ a seguir, no tópicoSaneamento).

Saneamento Básico: Santiago está acimada média na categoria de saneamento. De acor-do com fontes do governo, estima-se que 97%dos moradores de Santiago têm acesso aos ser-viços de saneamento, porcentagem que é maiorque a média de 94% do Índice. De acordo com osdados de 2003, a cidade trata cerca de 73% daságuas residuais, o que é muito superior à média

A cidade, portanto, recebe a nota máxima parti-cularmente quanto ao seu código de qualidadedo ar e os esforços em seu monitoramento. A qualidade do ar melhorou na cidade com essasmedidas de controle de emissões. Mas Santiagositua-se num vale, limitado a leste pela Cordi-lheira dos Andes, o que significa que o ar é apri-sionado na cidade durante a maior parte do anoe, por esta razão, a poluição continua relativa-mente elevada. As concentrações médias diáriasde partículas, por exemplo, estão entre as maisaltas do Índice, com 66 microgramas por m³,comparadas com a média das 17 cidades de 48microgramas.

Iniciativas verdes: O Ministério da Saúde doChile tem um escritório regional que monitora apoluição do ar na região metropolitana. Quandoa poluição atinge níveis críticos, as autoridadeslimitam o número de veículos que entram na

cidade de acordo com números da placa delicenciamento dos mesmos. Além disso, Santia-go tem uma antiga política de muitas árvoresnas ruas e nos parques especificamente a fim dereduzir os níveis de partículas em suspensão noar. Um estudo de 2008 no Journal of Environ-mental Management concluiu que esta estraté-gia custa em torno de US$ 8.000 por toneladade redução das partículas em suspensão no ar, oque é mais barato do que vários outros tipos deconversão de combustíveis fósseis em energiasmais limpas, embora isso possa mudar no futurose os preços de conversão diminuírem.

Governança ambiental: Santiago estáabaixo da média na categoria de governançaambiental. A cidade tem um forte histórico departicipação do cidadão graças a iniciativasacompanhadas em nível nacional (veja “Iniciati-vas Verdes“ a seguir). O Ministério do Meio Am -

biente, recém-criado, agora serve como umponto de contato central para informaçõessobre o desempenho ambiental e os projetos. Aposição de Santiago nesta categoria é prejudica-da pela sua capacidade limitada de implementaruma legislação ambiental própria. Com 52comunas, a administração da cidade pode sercomplicada, por isso os administradores muitasvezes passam por cima do governo federal emquestões de política ambiental.

Iniciativas verdes: O Ministério do MeioAmbiente tem um processo formal para estimu-lar a participação popular em todos os projetoscom impacto ambiental. Associações de mora-dores, organizações não governamentais eoutros interessados são convidados regularmen-te a expressarem suas opiniões e assim influen-ciarem as políticas públicas.

de 52% das 17 cidades do Índice. E é provávelque este desempenho no tratamento de águasresiduais tenha melhorado desde 2003, graças auma iniciativa nacional de tratamento de todosos seus efluentes até 2012, um objetivo queparece bem encaminhado para ser alcançado(veja “Iniciativas Verdes“ a seguir). Uma robustaregulamentação também tem possibilitado aotimização do tratamento de águas residuais. Oórgão nacional de supervisão de saneamentotem poderes para impor multas pesadas sobreas companhias privadas que prestam serviços desaneamento quando as normas não são cum -pridas.

Iniciativas verdes: Como parte de um planomais amplo para melhorar o saneamento naregião, a empresa privada Águas Andinas plane-ja terminar até 2012 uma estação de tratamentode esgotos no valor de US$ 350 milhões que per-mitirá à cidade tratar todos os seus efluentes.Em 2007, a Comissão Regional do Meio Ambien-te da Região Metropolitana (Corema) encomen-dou outro projeto, também gerido pela. ÁguasAndinas, para interromper o fluxo de esgoto aorio Mapocho, uma importante fonte de abasteci-mento de água para a cidade. Conforme esseprojeto, a empresa desabilitou 21 tubulaçõesque anteriormente lançavam águas residuaisnão tratadas no rio Mapocho.

Qualidade do ar: Santiago encontra-se namédia na categoria de qualidade do ar. Comba-ter a poluição do ar é uma prioridade nacional eSantiago possui as políticas mais robustas paraar limpo do Índice, juntamente com Curitiba.Devido ao fato de que a cidade vivencia frequen-temente níveis críticos de poluição do ar, Santia-go introduziu um plano de emergência de prote-ção ambiental que obriga as indústrias adesligarem os motores poluentes nos dias emque a poluição do ar é considerada muito alta.Restrições semelhantes são impostas aos veícu-los (veja “Iniciativas Verdes“ a seguir). Alémdisso, é vedado o uso de chaminés nos lares.

podem alugar uma bicicleta por até um dia,pegando-a e devolvendo-a em áreas pré-deter-minadas.

Resíduos: Santiago está acima da média nacategoria de resíduos, tem um forte desempe-nho impulsionado por políticas robustas de eli-minação de resíduos sólidos. Cada uma das 52comunas da cidade é responsável pela gestão decoleta e eliminação de resíduos individualmentee suas abordagens variam. Algumas das locali-dades uniram-se e criaram a sua própria empre-sa com controle conjunto, enquanto outras con-tratam separadamente uma empresa privada, aKDM. O sistema é relativamente eficiente, já queem conjunto as comunas coletam e dispõemresíduos da cidade. Santiago cumpre rigorosa-mente as orientações nacionais em seus aterrossanitários – os lixões a céu aberto são ilegais noChile – bem como a eliminação dos resíduosperigosos. Entretanto, a cidade gera uma quan-tidade relativamente grande de resíduos, de 563kg por pessoa por ano, em comparação aos 465kg que é a média no Índice.

Iniciativas verdes: Santiago fez uma parceriacom quatro instituições de caridade para incen-tivar a participação da comunidade na recicla-gem. Há 39 pontos de coleta central para oshabitantes, na forma de depósito voluntário dolixo do material reciclável, incluindo papel, plás-ticos, baterias e vidros. As instituições envolvi-das ficam com a receita da coleta e envio domaterial para as empresas de reciclagem. Acomunidade faz também a coleta seletiva em 80prédios residenciais na cidade, os moradoresseparam voluntariamente o lixo orgânicodoméstico e os materiais recicláveis em recipien-tes especiais. Várias outras comunidades aoredor da área metropolitana têm programassimilares.

Água: Santiago está acima da média na cate-goria de água. Segundo fontes oficiais, cerca de99% da população de Santiago tem acesso à

* Para dados de diferentes anos, será considerado apenas o ano do indicador principal. e) Estimativa da EIU. 1) Baseado na área metropolitana de Santiago. 2) Baseado na Grande Santiago. 3) Baseado na Grande Santiago. 4) Baseado na área metropolitana de SantiagoPopulação total com acesso à rede de esgoto.

Indicadores Quantitativos: Santiago

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Emissões de CO2 do consumo de eletricidade por pessoa (kg/pessoa)

Consumo de eletricidade por PIB em US$ (megajoules por US$ 1.000 de PIB)

Densidade populacional (pessoas/km2)

Espaços verdes por pessoa (m2/pessoa)

Comprimento da rede de transporte de massa (km/km2)

Redes superiores de transporte público (km/km2)

Estoque de carros e motocicletas (veículos/pessoa)

Parcela dos resíduos coletados e adequadamente descartados (%)

Resíduos gerados por pessoa (kg/pessoa/ano)

Consumo de água por pessoa (litros por pessoa por dia)

Vazamentos no sistema de abastecimento de água (%)

Parcela da população com acesso à água potável (%)

População com acesso a saneamento básico (%)

Parcela das águas residuais tratadas (%)

Níveis diários de dióxido de nitrogênio (ug/m3)

Níveis diários de dióxido de enxofre (ug/m3)

Níveis diários de partículas em suspensão (ug/m3)

Fonte

Estimativa da EIU; Agência Internacional de Energia; Grupo Intergover -namental sobre Mudanças Climáticas.

Instituto Nacional de Estatísticas; Banco Central de Chile; EIU.

Instituto Nacional de Estatísticas; Comitê de Investimento Estrangeiro.

Comissão Nacional do Meio Ambiente; Instituto Nacional de Estatísticas.

Metrô de Santiago; Ministério dos Transportes; Grupo CB.

Jefe de Estaciones de Trenes Metropolitanos S.A.; Metrô de Santiago.

Instituto Nacional de Estatísticas.

Comissão Nacional do Meio Ambiente.

Comissão Nacional do Meio Ambiente; Instituto Nacional de Estatísticas.

Superintendência de Serviços Sanitários; Instituto Nacional de Estatísticas.

Superintendência de Serviços Sanitários.

Superintendência de Serviços Sanitários; Instituto Nacional de Estatísticas.

Superintendência de Serviços Sanitários; Instituto Nacional de Estatísticas.

Superintendência de Serviços Sanitários.

Comissão Nacional do Meio Ambiente.

Comissão Nacional do Meio Ambiente.

Comissão Nacional do Meio Ambiente.

Média

202.2

760.7

4,503.0

254.6

5.0

0.13

0.30

96.2

465.0

264.3

34.6

97.5

93.7

51.5

37.8

11.4

48.0

Ano*

2005

2005

2009

2009

2009

2010

2010

2008

2008

2009

2008

2008

2008

2003

2009

2007

2009

Santiago

463.3 1, e

1,247.0 1

10,920.7 2

26.1 2

5.1 3, e

0.22 3, e

0.14 2

98.9 1, e

563.1 1

243.0 1

30.3 1, e

98.6 1

97.1 4, e

73.2 1, e

41.0 1

10.0 1

66.0 1

Page 49: Índice de Cidades Verdes da América Latina

São Paulo está acima da média no Índice deCidades Verdes da América Latina. Seu melhordesempenho está na categoria de energia e deCO2, na qual a cidade encontra-se bem acima damédia. Esta colocação impressionante é o resul-tado de emissões de CO2 muito baixas, prove-nientes do consumo de eletricidade e um dosmais robustos planos de ação de mudanças cli-máticas do Índice. São Paulo coloca-se acima damédia em todas as outras categorias, com exce-ção da qualidade do ar e governança ambiental.A cidade está na média em ambas as categorias,devido à falta de uma política abrangente dedespoluição do ar e um baixo nível de participa-ção pública em projetos ambientais. Entretanto,a metrópole está tomando medidas proativaspara melhorar seu desempenho ambiental,rece bendo assim pontuações mais altas para as políticas governamentais em diversas cate-gorias.

Energia e CO2: São Paulo está bem acima damédia em energia e CO2. Com toda a sua eletrici-dade gerada por usinas hidrelétricas, a cidade éa única no Índice a ter uma estimativa zero deemissões de CO2, decorrente do uso da eletrici-dade. Este valor é consideravelmente melhor doque a taxa média anual de emissões de 202 kgpor pessoa nas 17 cidades indexadas. São Pauloconta também com as políticas mais abrangen-tes de energia limpa e mudanças climáticas doÍndice (veja “Iniciativas Verdes“ a seguir). Em2005, a cidade realizou um inventário completodas emissões de CO2, que mostrou o transportecomo a maior fonte de emissões, seguido pelaeliminação de resíduos. A região metropolitanade São Paulo consome 553 megajoules de ener-gia elétrica por US$ 1.000 do PIB, bem abaixo damédia do Índice de 761 megajoules.

Iniciativas verdes: Em 2009, a Prefeitura deSão Paulo aprovou uma política de mudança cli-mática ambiciosa e abrangente, por meio daqual a cidade se compromete a reduzir em 30%até 2012 os níveis registrados no ano de 2005,em emissões de CO2 e de outros gases do efeitoestufa. A cidade criou também um comitê demudanças climáticas para monitorar o avançoda medida. A Prefeitura declarou que estãosendo alcançados progressos impressionantespara atingir este objetivo e as emissões já foramreduzidas em 20%. Esta rápida redução é resul-tado da implantação de duas usinas de conver-são de resíduos em energia. A cidade encerrouas operações de dois de seus principais aterrossanitários, o Bandeirantes e o São João, em2007 e 2009 respectivamente, e implantou usi-nas termelétricas em ambas as instalações. Pormeio da captação e combustão do metano, osaterros fornecem um total de 350.000 mega-

Índice de Cidades Verdes da América Latina | São Paulo_Brasil

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dominada pelo setor de serviços. Hoje é a capitaleconômica e financeira do Brasil e um importan-te polo de empresas multinacionais que operamna América Latina, apesar de várias grandesindústrias situarem-se na periferia da cidade,como exemplo, as fabricantes de automóveis.São Paulo gera cerca de 12% do PIB do País erepresenta o quinto maior PIB por pessoa noÍndice, de US$ 15.100. Há muito tempo a cidadeatrai migrantes brasileiros e imigrantes estran-geiros e durante o século passado sofreu umaexplosão em massa da população, o que a levouà urbanização rápida e caótica. Apesar dos enor-mes desafios decorrentes da imensa população,

watts por hora por ano e até 2012 as emissõesde CO2 serão reduzidas em 11 milhões de tone-ladas.

Uso do solo e prédios: São Paulo encon-tra-se acima da média no uso do solo e prédios.A cidade tem a quarta maior densidade no Índi-ce, com 7.300 habitantes por km², consideravel-mente superior à média das 17 cidades, que é de4.500 habitantes. A cidade possui também polí-ticas consistentes de edifícios ecológicos, graçasa uma lei local que exige que todos os novos pré-dios incluam painéis de energia solar para aque-cimento de água e atendam às novas normas deeficiência energética que entraram em vigor em2009 (veja “Iniciativas Verdes“ a seguir). A me -tró pole tem 55 m² de espaços verdes por pes-soa, um resultado medíocre entre as 17 cidadesanalisadas no Índice. Com exceção de algunsparques, a densa área interna da cidade de SãoPaulo é relativamente vazia de espaços verdes,mas este resultado provavelmente melhora coma inclusão da área metropolitana. A cidade temespaço significativo para otimização da política

de uso da terra, apenas enviando esforços par-ciais para contenção da expansão urbana e pro-teção de áreas sensíveis do meio ambiente.

Iniciativas verdes: Em 2009, São Paulo apro-vou a Agenda 2012, que estabelece um conjun-to de 223 metas a serem alcançadas em curto emédio prazos para a cidade. Embora a agendaabranja uma vasta gama de áreas, desde a trans-parência política até a inclusão social, entreoutras, a iniciativa estabelece uma série demetas para o uso do solo e prédios. Estas metasincluem a construção de 50 parques em bairrose outros três ao longo do rio Tietê, além da plan-tação de 800.000 árvores. A Agenda 2012 incluitambém uma iniciativa da Secretaria da Habita-ção de São Paulo que visa a instalar obras deinfraestrutura e melhoramento das moradiasem 81 assentamentos informais, sujeitos a inun-dações. Estas medidas deverão beneficiar75.000 famílias. A cidade está em um processode melhoria das habitações, instalação de infra-estrutura básica e criação de programas de reci-clagem de resíduos em Heliópolis e Paraisópolis,

Indicadores GeraisPopulação total (milhões) 11,0

Área administrativa (km2) 1.509,0

PIB por pessoa (preços correntes) (US$) 15.090,2

Densidade populacional (pessoas/km2) 7.314,5

Temperatura (média 24 horas, anual) (oC) 19,6

Baseado na cidade de São Paulo

Bem abaixoda média

Abaixo da média

Média Acima da média

Bem acima da média

Desempenho

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Governança ambiental

Resultado geral

São Paulo Outras cidades

A ordem dos pontos nas faixas de performance não tem significado para os resultados das cidades.

Uma megacidade com 20.700.000 habitan-tes, São Paulo é a área metropolitana mais

populosa do Brasil. Com 11 milhões de pessoasvivendo dentro dos limites da cidade, representatambém a maior população das cidades do Índi-ce de Cidades Verdes da América Latina. Todosos dados constantes do Índice baseiam-se emnúmeros da cidade, com exceção dos dadossobre o consumo de eletricidade e as emissõesde CO2 provenientes deste consumo que têmcomo base a área metropolitana. Ao longo doséculo passado, São Paulo cresceu como umdinâmico centro industrial, mas nas últimasdécadas sua economia se transformou e é agora

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Índice de Cidades Verdes da América Latina | São Paulo_Brasil

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Iniciativas verdes: É proibida a entrada de20% dos automóveis da cidade em uma grandeparte da região central de São Paulo durante ohorário de pico de cada dia útil. Essas restriçõessão estabelecidas de acordo com os dígitosfinais das placas dos veículos, que ficam proibi-dos de circular na zona de restrição em diasdeterminados. Os infratores estão sujeitos amultas pesadas e os reincidentes podem perdersuas carteiras de habilitação. Como outra medi-da para reduzir o congestionamento, a cidadevem aumentando desde 2007 a restrição aosveículos pesados em determinadas vias de gran-de fluxo, durante o horário de pico.

Resíduos: São Paulo está acima da média nacategoria de resíduos. Segundo dados oficiais, acidade coleta e armazena adequadamente to -dos os resíduos produzidos nos limites da cida-de. Duas empresas privadas fazem a coleta dolixo residencial e doméstico, assim como a demateriais recicláveis. Os resíduos são eliminadosem dois aterros controlados. A cidade tem umforte histórico na coleta de lixo e políticas de eli-minação de resíduos, graças à aplicação rigorosadas normas ambientais em seus aterros sanitá-rios e uma cuidadosa monitoração da elimina-ção de resíduos perigosos pela indústria. Apesardesse programa bem gerenciado, São Paulo pro-duz 550 kg de resíduos por habitante por ano,marca que está acima da média de 465 kg.

Iniciativas verdes: O objetivo da iniciativa"Ecoponto" de São Paulo é reduzir o depósito ile-gal de lixo e refugo de grandes volumes nas ruasda cidade. Há pontos de coleta para os morado-res jogarem os itens que não cabem em caixasde lixo residenciais, de até 1 m³ de volume, taiscomo móveis, galhos de árvores e entulhosdiversos. A cidade tem 38 centros de coleta eterá instalado mais dez até o final de 2010. Nosprimeiros seis meses de 2010, segundo informa-ções da Prefeitura, foram recolhidos 57.400 m³de resíduos que, de outra forma, teriam sido dei-xados nas ruas. Até 2012, a cidade planeja que

Saneamento Básico: São Paulo encon-tra-se acima da média na categoria de sanea-mento. Noventa e nove por cento dos morado-res de São Paulo têm acesso ao saneamento,uma estimativa baseada em dados oficiais, oque é melhor do que a média de 94% das 17 cidades. A cidade não tem o mesmo desem-penho quanto ao tratamento de esgotos, masainda assim é melhor do que a média, com 75%versus 52%. Isso significa uma grande quanti-dade de esgoto ainda é despejado no principalrecurso hídrico da cidade, o Rio Tietê. A Sabespacompanha com atenção os níveis de toxinasdas instalações de tratamento das águas resi-duais, mas São Paulo é uma das poucas cidadesno Índice que não consegue controlar “in loco“o tratamento de esgotos, como as fossas sépti-cas, nas residências e áreas co muns.

Iniciativas verdes: A cidade está na terceira eúltima fase do programa de longa duração pra aexpansão e melhoramento do saneamento bási-co, no valor de US$ 1 bilhão. Com a construçãode 580 km de novos coletores de efluentes eoutras melhorias de infraestrutura, a cidadeespera tratar as águas residuais provenientes deum adicional de três milhões de pessoas naregião metropolitana, em 2015, quando o proje-to terminar. Isto representa uma melhoria de41% da capacidade.

Qualidade do ar: São Paulo encontra-sena média na categoria de qualidade do ar. Aemissão diária de dióxido de enxofre e partícu-las em suspensão está bem abaixo da média das17 cidades. A média diária de emissão de dióxi-do de nitrogênio na cidade é de 47 microgra-

mas por m³, portanto, pior em comparação comos 38 microgramas de média do Índice. Estefato pode ser atribuído principalmente à preva-lência de automóveis, a principal fonte de polui-ção de São Paulo. A cidade tem espaço significa-tivo para melhorar as suas políticas dedespoluição do ar em relação a outras cidadesdo Índice. Em São Paulo, por exemplo, as políti-cas de qualidade do ar estão associadas a inicia-tivas mais amplas para reduzir o congestiona-mento, o que é um passo importante haja vistao impacto que os carros produzem na qualidadedo ar da cidade. No entanto, os sistemas de altodesempenho nesta categoria têm políticas queobjetivam especificamente todas as formas depoluição do ar.

Governança ambiental: São Paulo estána média em governança ambiental. Apesar dea cidade possuir uma Secretaria do Meio Am -biente, o nível de implementação de políticas élimitado e o de participação popular permanecerelativamente pobre. Além disso, as responsabi-lidades com o transporte, a água e o sa nea -men to são divididas entre a cidade e o Es tado,pro vocando certa fragmentação política. No en -tan to, o orçamento da Secretaria do Meio Am -biente triplicou entre os anos de 2004 e 2009,chegando a cerca de US$ 220 milhões, o quedemonstra um interesse renovado da cidade emprojetos ambientais.

96 estações estejam em operação, o que possi-bilitará o acesso à maioria da população.

Água: São Paulo está acima da média na cate-goria de água. A cidade tem um desempenhoespecialmente bom nas políticas de qualidade,graças a um monitoramento atento da compa-nhia estadual de água, a Sabesp (Companhia deSaneamento Básico do Estado de São Paulo).Segundo dados oficiais, a cidade consome umamédia de 220 litros por pessoa por dia, ligeira-mente abaixo da média de 264 litros das 17 cida-des do Índice. Mas a cidade parece empenhadaem diminuir o consumo ainda mais, tendo insta-lado medidores de água na maioria dos prédiosresidenciais. Segundo dados oficiais, quase todaa população que vive nos limites da cidade temacesso à água potável, São Paulo perde 31% desua água em vazamentos do sistema, porcenta-gem que, embora elevada, está abaixo da médiade 35% entre as 17 cidades estudadas.

Iniciativas verdes: A Sabesp, a companhiaestadual de água, tem como prioridade a elimi-nação de vazamentos e ligações clandestinas àrede. Por esta razão, aumentou o número de fis-cais e adotou uma nova tecnologia que ajuda amonitorar toda a água do sistema, descobrindorapidamente grandes vazamentos e fazendouma previsão dos níveis de consumo em funçãodas temperaturas externas. Além disso, encon-tra-se em andamento na Sabesp uma iniciativachamada “PURA“, para promover a conservaçãoem São Paulo, por meio de campanhas de infor-mação ao público e tecnologia para poupar oconsumo de água. Utilizando as melhores expe-riências desenvolvidas em colaboração com aEscola Politécnica da Universidade de SãoPaulo, a Sabesp trabalha com instituições,como escolas, hospitais e prisões, para estimu-lar a conservação, reparação de vazamentos einstalação de equipamentos de conservação deágua. Segundo a Sabesp, houve uma reduçãode 72% nas próprias sedes administrativas dacompanhia e de 38% nas escolas municipais.

duas das maiores favelas paulistanas, bem comoem outras áreas. O resultado é que essas favelastransformaram-se em bairros de baixa renda.Quanto aos prédios, uma lei de 2009 exige quetodos os novos prédios municipais atendam aospadrões de eficiência energética e os já existen-tes sejam tecnologicamente equipados, com afinalidade de melhorar a eficiência energética ereduzir o impacto ambiental.

Transporte: São Paulo está acima da médiana categoria de transporte, uma colocaçãoimpressionante para uma cidade conhecida porseus problemas endêmicos de tráfego. E, defato, a cidade tem uma das maiores frotas decarros e motocicletas do Índice, 0,44 por pes-soa, em comparação com a média de 0,3 das 17cidades estudadas. No entanto, por meio depolíticas abrangentes de redução dos conges-tionamentos, São Paulo vem tentando limitaros efeitos da cultura do uso de automóveis pro-fundamente enraizada na cidade. Dentre estasregras, estão a limitação do número de carrosque entram no centro expandido da cidade e alimitação das zonas de circulação de veículos(veja “Iniciativas Verdes“ a seguir). A despeitodo progresso, a cidade ainda carece de outrasmedidas de redução de congestionamentos,como pistas de rodízio para os usuários decarro, taxas de congestionamento e sistemas deestacionamento e transporte, o que elevariaseu patamar nesta categoria. Para aliviar aindamais o congestionamento crônico e incentivar autilização do transporte público, a cidade e oEstado estão trabalhando juntos num projetode US$ 18 bilhões para a ampliação das linhasdo metrô, a instalação de novos terminais deônibus e a otimização do controle de tráfego esinalização, até 2020. O Metrô de São Paulo émoderno e relativamente eficiente, mas suaextensão é limitada a cerca de 69 km e quatrolinhas principais. A cidade está construindouma quinta linha, mas o progresso tem sidolento. No entanto, a rede de transportes dacidade (definida no Índice como os meios detransporte que movimentam um grande núme-ro de passageiros rapidamente em faixas exclu-sivas, como o metrô, as faixas de trânsito rápidoexclusivas para ônibus ou as redes de trólebus)é a quinta maior rede de transportes no Índice,medindo 0,21 km por km² da área urbana, querepresenta o dobro da média de 0,1 km medidanas 17 cidades. O ônibus urbano continua a sero meio mais comum de transporte público e acidade possui uma extensa rede de ônibus que,ao contrário do metrô, abrange todas as áreaspaulistanas. Em sua totalidade, o sistema detransporte público de massa dentro dos limitesda cidade mede 7,5 km por km², bem acima damédia de 5 km do Índice.

* Para dados de diferentes anos, será considerado o ano do indicador principal. e) Estimativa da EIU. 1) Baseado na Região Metropolitana de São Paulo. Toda a eletricidade de São Paulo é proveniente de hidrelétricas, portanto não há emissões de CO2. 2) Baseada naRegião Metropolitana de São Paulo. 3) Baseado na cidade de São Paulo. 4) Baseado na cidade de São Paulo. População total com acesso a esgotos sanitários.

Indicadores Quantitativos: Sao Paulo

Energia e CO2

Uso do solo e prédios

Transporte

Resíduos

Água

Saneamento básico

Qualidade do ar

Emissões de CO2 do consumo de eletricidade por pessoa (kg/pessoa)

Consumo de eletricidade por PIB em US$ (megajoules por US$ 1.000 de PIB)

Densidade populacional (pessoas/km2)

Espaços verdes por pessoa (m2/pessoa)

Comprimento da rede de transporte de massa (km/km2)

Redes superiores de transporte público (km/km2)

Estoque de carros e motocicletas (veículos/pessoa)

Parcela dos resíduos coletados e adequadamente descartados (%)

Resíduos gerados por pessoa (kg/pessoa/ano)

Consumo de água por pessoa (litros por pessoa por dia)

Vazamentos no sistema de abastecimento de água (%)

Parcela da população com acesso à água potável (%)

População com acesso a saneamento básico (%)

Parcela das águas residuais tratadas (%)

Níveis diários de dióxido de nitrogênio (ug/m3)

Níveis diários de dióxido de enxofre (ug/m3)

Níveis diários de partículas em suspensão (ug/m3)

Fonte

Estimativa da ERJ; AES.

AES; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; EIU.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Secretaria do Meio Ambiente; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

SPTrans.

SPTrans, Secretaria dos Transportes Metropolitanos.

Denatran.

Prefeitura de São Paulo.

Prefeitura de São Paulo – “Informações Gerais Portal da Prefeitura de São Paulo”.

SABESP; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

SABESP.

SABESP: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

SABESP: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

SABESP.

Companhia Ambiental do Estado de São Paulo.

Companhia Ambiental do Estado de São Paulo.

Companhia Ambiental do Estado de São Paulo.

Média

202.2

760.7

4,503.0

254.6

5.0

0.13

0.30

96.2

465.0

264.3

34.6

97.5

93.7

51.5

37.8

11.4

48.0

Ano*

2009

2007

2009

2009

2009

2010

2010

2009

2009

2007

2007

2007

2009

2007

2009

2009

2009

Sao Paulo

0.0 1, e

552.7 2

7,314.5 3

54.7 3

7.5 3

0.21 3

0.44 3

100.0 3

550.0 3

220.5 3

30.8 3

99.2 3

99.1 4, e

75.0 3

47.0 3

4.0 3

33.0 3

Page 51: Índice de Cidades Verdes da América Latina

Expediente:Publicado pela Siemens AGCorporate Communications and Government Affairs Wittelsbacherplatz 2, 80333 Munique Pelo Publisher: Stefan [email protected]: +49 89 636 83110Coordenação do projeto: Karen [email protected]: +49 89 636 31321

Redação: Jason Sumner, Vanessa Barchfield, Economist Intelligence Unit, Londres.Pesquisa: Jan Friederich, Harald Langer, Economist Intelligence Unit, Frankfurt, Londres.

Layout das fotos: Judith Egelhof, Stephanie Rahn, Doreen Thomas,Publicis Publishing, MuniqueLayout: Rigobert Ratschke, Seufferle Mediendesign GmbH, StuttgartImagens: Jochen Haller, Seufferle Mediendesign GmbH, Stuttgart

Fotografia: Simón Brauer (Quito), Roberto Calvino (Montevidéu), Paulo Fridman (Brasília), Nicola Frioli (Cidade do México, Monterrey), Carlos García Granthon (Lima), Sergio Lubezky (Ciudad de México), Nancy Mora (Bogotá, Medellín), Tomeu Ozonas (Buenos Aires), José Luis Stephens (Santiago), Luis Veiga (Belo Horizonte, Porto Alegre), André Vieira (Rio de Janeiro, Sao Paulo), Tuca Vieira (Curitiba), Jürgen Winzeck (São Paulo),Adam Wiseman (Guadalajara, Puebla)

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Munique, Alemanha, 2010

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