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  • 7/24/2019 ndice de Avaliao da Competitividade Logstica para o Transporte Rodofluvial do Polo Industrial de Manaus

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONASFACULDADE DE TECNOLOGIA

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA DE

    PRODUO

    NDICE DE AVALIAO DA COMPETITIVIDADE LOGSTICAPARA O TRANSPORTE RODOFLUVIAL DO POLO

    INDUSTRIAL DE MANAUS

    VIVIAN PINTO FONSECA

    MANAUS2013

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONASFACULDADE DE TECNOLOGIA

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA DE

    PRODUO

    VIVIAN PINTO FONSECA

    NDICE DE AVALIAO DA COMPETITIVIDADE LOGSTICAPARA O TRANSPORTE RODOFLUVIAL DO POLO

    INDUSTRIAL DE MANAUS

    Dissertao apresentada ao Programa dePs-Graduao em Engenharia deProduo da Universidade Federal doAmazonas, como parte do requisito paraobteno do ttulo de Mestre emEngenharia da Produo, rea deconcentrao Gesto de Produo.

    Orientador: Prof. Dr. Augusto Csar Barreto Rocha

    MANAUS

    2013

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    Ficha Catalogrfica

    (Catalogao realizada pela Biblioteca Central da UFAM)

    F676i

    Fonseca, Vivian Pintondice de avaliao da competitividade logstica para o transporte

    rodofluvial do polo industrial de Manaus / Vivian Pinto Fonseca. - 2013.143 f. : il. color. ; 31 cm.Dissertao (mestrado em Engenharia de Produo) Universidade

    Federal do Amazonas.Orientador: Prof. Dr. Augusto Csar Barreto Rocha.

    1. Logstica empresarial 2. Portos e zonas francas Manaus (AM)3. Transporte de mercadorias - Amazonas I. Rocha, Augusto CsarBarreto, orientador II. Universidade Federal do Amazonas III. Ttulo

    CDU (2007): 658.7(811.3)(043.3)

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    VIVIAN PINTO FONSECA

    NDICE DE AVALIAO DA COMPETITIVIDADE LOGSTICAPARA O TRANSPORTE RODOFLUVIAL DO POLO

    INDUSTRIAL DE MANAUS

    Dissertao apresentada ao Programa dePs-Graduao em Engenharia deProduo da Universidade Federal doAmazonas, como parte do requisito paraobteno do ttulo de Mestre emEngenharia da Produo, rea deconcentrao Gesto de Produo.

    Aprovado em 27 de Dezembro de 2013

    BANCA EXAMINADORA

    Prof. Dr. Augusto Csar Barreto Rocha, PresidenteUniversidade Federal do Amazonas

    Prof. Dr. Cludio Dantas Frota, MembroUniversidade Federal do Amazonas

    Prof. Dra. Fabiana Lucena Oliveira, MembroUniversidade Estadual do Amazonas

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    Dedico este trabalho a meus pais Jandecy e

    Irene e ao meu esposo Andr pelas ausncias etambm por seu incentivo, amor, fora e apoio

    irrestrito em todos os momentos durante a

    realizao desta pesquisa.

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    AGRADECIMENTOS

    Deus por tornar possvel a concretizao deste trabalho e pelo ensinamentos obtidos comesta oportunidade;

    Aos meus pais Jandecy e Irene e ao meu esposo Andr pelos momentos de ausncia emfuno mestrado e tambm por seu apoio e incentivo em todos os momentos pelo sucessodeste projeto;

    Ao Prof. Dr. Augusto Csar Barreto Rocha pela orientao, pelos ensinamentos, peloencaminhamento ao encontro do saber cientfico, pelos conhecimentos, pelo tempo, pelaateno, pelas informaes, pelo apoio dedicado ao longo do desenvolvimento deste projetode pesquisa e posterior dissertao;

    Aos meus amigos Amrico Minori, Silmara Marambio, Adriana Jezini e Pedro Ferreira pelaparceria ao longo de todo o mestrado e apoio e incentivo durante a fase de desenvolvimentodo projeto e dissertao de mestrado;

    Ao IFAM pelo financiamento do mestrado e oferecimento das vagas demanda social;

    Aos professores membros da comisso de seleo do mestrado pela seriedade no processo deseleo, por acreditarem em minha capacidade e em meu projeto de pesquisa;

    Aos professores membros da banca de qualificao e dissertao pelas contribuiessignificativas ao aprimoramento da pesquisa;

    A todos os professores e colegas do Mestrado pelos ensinamentos transmitidos econhecimentos adquiridos;

    Prof.aDr.aOcileide Custdio pela orientao pedaggica e apoio irrepreensvel ao longo detodo o mestrado;

    Ao Prof. Dr. Nilson Barreiros e Prof. Dr. Waltair Machado pelo apoio e ateno despendidosna coordenao do curso;

    Aos membros da secretria do mestrado (Francisco Petrnio Farias, William Pacheco eBeatriz Mar) e do NUPEP (Vera Campos) pelo apoio ao longo do mestrado;

    Sr.a Vera Muniz, Simia Ale, Ana Lcia Mendes, Marcos Sena e demais membros daDiviso de Documentao da Biblioteca Central da UFAM pelo auxlio na elaborao daFicha Catalogrfica da dissertao e emisso de Nada Consta da Biblioteca para fins dereceber diploma;

    Ao Dr. Augusto Neto do Sindicato das Empresas de Agenciamento, Logstica e TransporteAreos e Rodovirios de Cargas do Estado do Amazonas (SETCAM) e Federao dasEmpresas de Logstica, Transporte e Agenciamento de Cargas da Amaznia (FETRAMAZ)pelo apoio irrestrito ao longo desta pesquisa;

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    Ao Sr. Jorge Eduardo Jatahy de Castro (Secretrio Executivo da Receita da SEFAZ-AM), aoSr. Dhelio Costa, a Sr.aShirley Assis da Assessoria de Imprensa da SEFAZ-AM, a Sr.aAnaMaria e demais colaboradores desta secretria que ajudaram no encaminhamento ou na coletade dados para esta pesquisa.

    Ao Sr. Olimpio Moraes, Sr. Sandro Vieira e Sr. Carlos Abramides da Coordenao dePlanejamento do DNIT em Braslia-DF;

    Ao Sr. Valter Silveira da Diretoria de Infraestrutura Aquaviria do DNIT em Braslia-DF;

    Sr.a Alessandra Lopes e Sra. Elizete Pereira Costa Fernandes da Administrao dasHidrovias da Amaznia Ocidental (AHIMOC) em Manaus-AM;

    Ao Sr. Raimundo Agnelo Rodrigues do DNIT em Manaus-AM;

    Ao Sr. Bruno Batista e Sra. Venina Oliveira da CNT em Braslia-DF;

    Ao Sr. Rogrio Hoenicke, Sr. Almir Ribeiro Guimares Jr., Sr. Fbio Fonseca e Sr. FbioHenrique da empresa Transportes Bertolini Ltda;

    Ao Sr. Igor Ferro do Porto Chibato.

    Ao Sr. Alcy Hagge Cavalcante da empresa Amazonav Ltda.

    Ao Sr. Rmulo Silva e Sr. Jairton Feliciano da Empresa Costeira Transportes e Servios.

    Ao Sr. Eduardo Queiroz e Sr. Isaac Nascimento da ANTAQ em Braslia.

    Ao Sr. Wilson Nascimento Teodoro (Tcnico em Regulao de Transporte Aquavirio) daUnidade Administrativa Regional de Manaus (UARMN) da Agncia Nacional de TransportesAquavirios (ANTAQ);

    Ao Sr. Reinaldo Alencar e Sr. Marcos Will da empresa TNT Mercrio Cargas e EncomendasExpressas S.A.

    Ao Sr. Loreno Hildebrando da empresa Supersonic Logstica e Transportes Ltda.

    Ao Sr. Ricardo Levy da empresa SR Logstica e Transportes Ltda.

    Ao Sr. Newton Alexandre da empresa Transportadora Rapido Cometa S/A.

    Ao Sr. Benedito Lucas da empresa Jade Transportes.

    Ao Sr. Paulo Neto da empresa Combitrans.

    Ao Sr. Felipe Freire da Costa, Sr. Andr Dulce Gonalves Maria, Sr. Alam GonalvesGuimares e Sr.aMariana Lombardo de Lima da Agncia Nacional de Transportes Terrestres(ANTT) em Braslia-DF.

    Ao Prof. James Dean do Departamento de Estatstica da UFAM. Enfim, todos que direta ouindiretamente contriburam para esta pesquisa e eventualmente no foram lembrados.

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    O saber a gente aprende com os mestres e oslivros. A sabedoria, se aprende com a vida e

    com os humildes.

    Cora Coralina

    O comeo da sabedoria encontrado nadvida; duvidando comeamos a questionar, e

    procurando podemos achar a verdade.

    Pierre Abelard

    Talvez no tenha conseguido fazer o melhor,mas, lutei para que o melhor fosse feito. No

    sou o que deveria ser, mas Graas a Deus, nosou o que era antes.

    Martin Luther King

    todos aqueles que em qualquer momento secolocaram disponveis, para que hoje, juntos e

    felizes, pudssemos participar de nossasconquistas, nossa gratido.

    A nossa amizade queles que nos quiserambem. O nosso perdo aqueles que, por motivo

    alheio a nossa vontade no noscompreenderam.

    As nossas desculpas se houve momentos emque no foi possvel mudar. A nossa

    compreenso pela coragem que tivemos paramudar aqueles que pudemos.

    Nossos agradecimentos queles que confiaramna honestidade de nosso trabalho.

    Tentamos fazer o melhor.

    Madre Tereza de Calcut

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    RESUMO

    A logstica componente essencial ao crescimento da economia, ao desenvolvimento

    de um pas, como componente de movimentao da produo nacional e tambm para ocomrcio regional, nacional e internacional, a qual afeta diretamente a competitividade eprecisa ter infraestrutura adequada, ser gil, confivel, segura e oferecer um nvel de serviosuperior a um baixo custo. Para isso preciso definir formas de avaliar a competitividade parasaber a situao atual e onde se quer chegar, a fim de aumentar sua vantagem competitiva egarantir sua sustentabilidade no longo prazo. Neste contexto, o objetivo desta pesquisa definir um ndice de avaliao da competitividade logstica para o transporte rodofluvial doPolo Industrial de Manaus, nas etapas de entrada de insumos oriundos do mercado nacionalpara o PIM e na sada de produtos finais do PIM para o mercado nacional. Esta pesquisa foiclassifica quanto a finalidade como aplicada, quanto aos objetivos como exploratria edescritiva, quanto aos mtodos e procedimentos como quantitativa e qualitativa, pesquisa de

    campo. Como etapas do mtodo foram feitas: aprofundamento do conhecimento do fenmenoda pesquisa por meio da reviso da literatura, entrevista no estruturada e foi desenvolvido ametodologia. Depois foi definido o universo e amostra da pesquisa, em seguida foramdefinidas as dimenses, estrutura, variveis e definio final do ndice, alm da sua validao.Posteriormente os dados foram analisados e por fim foram feitas as concluses,recomendaes de pesquisas futuras e limitaes da pesquisa. O resultado insuficiente dondice de Avaliao da Competitividade Logstica do Transporte Rodofluvial do PIM (ICLRF)foi insuficiente em funo dos resultados dos trs subndices que o compe. As principaisdeficincias que afetam a competitividade logstica do transporte rodofluvial do PIM so:baixo volume transportado sobretudo na hidrovia do madeira em relao ao total transportadopor navegao interior, baixa oferta de infraestrutura tanto rodoviria quanto fluvial e baixaqualidade da infraestrutura sobretudo hidroviria em funo da hidrovia do Madeira.

    Palavras-chave:ndice. Competitividade. Logstica.

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    ABSTRACT

    Logistics is an essential component to economic growth, to the development of a

    country, as a component of transportation of domestic production and also for regional,national and international trade that directly affects the competitiveness and must haveadequate infrastructure, to be agile, reliable, safe and offer a higher level of service with a lowcost. For this it is necessary to define how to evaluate the competitiveness to know the currentsituation and where you want to go in order to increase their competitive advantage andensure their long term sustainability. In this context, the objective of this research is to definean index to evaluate the logistics competitiveness of the road and water of the Industrial Poleof Manaus, in the input coming from the domestic market for the PIM and the output of thePIM final products to the national market. This research was ranked as the purpose andapplied as to the objectives as exploratory and descriptive, as the methods and proceduressuch as quantitative and qualitative and field research. As steps of the method were made:

    increasing knowledge about the phenomenon of research through literature review,unstructured interview and was developed the methodology. Once defined the universe andsurvey sample, then to define the dimensions, structure, variables and final definition of theindex and its validation. Later, the data were analyzed and finally the conclusions were made,recommendations for future research and study limitations. The insufficient result of TheEvaluation Index of Logistics' Competitiveness of road and river Transportation of PIM(ICLRF) was insufficient due to the results of its three sub-indixes that comprise it. The mainweaknesses that affect the logistics' competitiveness of road and river transportation of PIMare: the low volume transported on Madeiras' river in relation to the total transported by river,the low supply of road infrastructure as both fluvial and road poor quality of infrastructureespecially due to Madeiras' river.

    Keywords:Index. Competitiveness. Logistics.

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - O "Diamante" de Porter ou Atributos da vantagem nacional ............................................... 27

    Figura 2 - Rotas de Escoamento do PIM mais utilizadas ...................................................................... 46

    Figura 3 - Quinta-roda ........................................................................................................................... 52

    Figura 4 - Veculo articulado Semirreboque ......................................................................................... 52

    Figura 5 - Modelo de Balsa ou Ropaz ................................................................................................... 55

    Figura 6 - Modelo de Navio Ro-Ro (Roll-on/Roll-off) .......................................................................... 55

    Figura 7 - Modelo de balsaR-rCaboclo da empresa Bertolini ......................................................... 56

    Figura 8 - Regime de guas dos Rios da Amaznia ............................................................................. 58

    Figura 9 - Pirmide da Informao ....................................................................................................... 60

    Figura 10 - Nvel de Agregao de uma determinada ferramenta de avaliao .................................... 61

    Figura 11 - Exemplo da Curva de Lorenz ............................................................................................. 65

    Figura 12 - Coeficiente de Gini ............................................................................................................. 66

    Figura 13 - Dimenses do ndice da Pesquisa ....................................................................................... 79

    Figura 14 - Estrutura do ndice de Competitividade Logstica do Transporte Rodofluvial do PIM ..... 82

    Figura 15- Mapa com viso geral da Hidrovia do Solimes-Amazonas em seu trecho de Manaus

    Belm .................................................................................................................................................... 83Figura 16- Mapa com viso geral da Hidrovia do Rio Madeira ............................................................ 84

    Figura 17 - Mapa com viso geral da BR-174 no trecho entre Manaus-AM e Boa Vista-RR .............. 86

    Figura 18 - Condies das Rodovias do Estado do Amazonas ............................................................. 87

    Figura 19 - Detalhe das condies da Rodovia BR-319 ....................................................................... 88

    Figura 20 - Vias Economicamente navegadas do complexo Solimes-Amazonas em 2011 ................ 90

    Figura 21 - Mapa Rodovirio PAC 2013 ............................................................................................ 117

    Figura 22 - Mapa Multimodal Amazonas ........................................................................................... 117

    Figura 23 - Mapa das Condies das Rodovias do Estado do Par..................................................... 118

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    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 - Recomendaes para Definir Medidas de Desempenho Efetivas ....................................... 31Quadro 2 - Critrio para Auxiliar na Avaliao e Definio de Medidas de Desempenho .................. 32

    Quadro 3 - Transporte de carga por tipo de Navegao e por hidrovia em 2011 .................................. 48

    Quadro 4 - Transporte de Navegao Interior (NI) interestadual em Semirreboque ba por hidrovia,por sentido e linha de navegao (origem e destino Manaus) em 2011 ................................................ 48

    Quadro 5 - Transporte de Navegao Interior (NI) interestadual em Semirreboque ba por hidrovia,por sentido e linha de navegao (origem e destino Manaus) em 2011 ................................................ 49

    Quadro 6 - Frota de Semirreboques por tipo de transportador no Brasil em 2013................................ 53

    Quadro 7 - Frota de Semirreboques por tipo de transportador no Brasil em 2013................................ 53Quadro 8 - Movimentao de Cargas em tonelada nos Terminais de Uso Privativo (TUP) porNavegao Interior em 2012 ................................................................................................................. 56

    Quadro 9 - Classificao dos indicadores ou ndices mais utilizados ................................................... 61

    Quadro 10 - Critrios de Seleo de um Indicador ou ndice ............................................................... 62

    Quadro 11 - Caractersticas para definio de um Indicador ou ndice ................................................ 63

    Quadro 12 - ndice da Condio da Superfcie (ICS) ........................................................................... 72

    Quadro 13 - Condio do ICS em 2011 - Amazonas e Brasil ............................................................... 72

    Quadro 14 - Nveis de confiana por unidades de Desvio Padro ........................................................ 78

    Quadro 15 - Escala de valores, conceito e nvel de competitividade adota na pesquisa ....................... 82

    Quadro 16 - ndice da Condio da Superfcie (ICS) da BR-174 de Manaus-AM Roraima-RR em2012 ....................................................................................................................................................... 91

    Quadro 17 - ndice da Condio da Superfcie (ICS) ........................................................................... 92

    Quadro 18 - Obteno da varivel quantitativa Peso da Qualidade do Pavimento ............................... 92

    Quadro 19 - Obteno da varivel Qualidade da Rodovia .................................................................... 93

    Quadro 20 - Obteno da varivel Indicador de Qualidade da infraestrutura da Rodovia por UF ....... 93Quadro 21 - Notas e conceitos adotados para avaliao da qualidade da infraestrutura das hidrovias . 95

    Quadro 22 - Resultados dos indicadores, subndices e ndice da pesquisa ........................................... 98

    Quadro 23 - Pontuaes para cada opo de resposta do questionrio ................................................. 99

    Quadro 24 - Pontuao final do Questionrio e Resultado da Validao do ndice ........................... 100

    Quadro 25 - Perfil dos respondentes do Questionrio e percentual de retorno da validao .............. 100

    Quadro 26 - Resultado da validao do ndice da pesquisa de acordo com os formulrios devolvidos............................................................................................................................................................. 101

    Quadro 27 - ndice da Condio da Superfcie (ICS) ......................................................................... 106

    Quadro 28 - Obteno da varivel quantitativa Peso da Qualidade do Pavimento ............................. 106

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    Quadro 29 - Obteno da varivel Qualidade da Rodovia .................................................................. 106

    Quadro 30 - Obteno da varivel Indicador de Qualidade da infraestrutura da Rodovia por rota .... 107

    Quadro 31 - Resultados dos indicadores, subndices e ndice da pesquisa aplicado ao Modelo ......... 111

    Quadro 32 - Problemas e Solues para o Subndice de Oferta de Produtividade Rodofluvial (IPRF) 115

    Quadro 33 - Problemas e Solues para o Indicador Oferta de Infraestrutura Rodoviria (IOR)....... 116

    Quadro 34 - Problemas e Solues para o Indicador Oferta de Infraestrutura Hidroviria (IOH) ...... 118

    Quadro 35 - Problemas e Solues para o Indicador da Qualidade da Infraestrutura da Rodovia (IQR)............................................................................................................................................................. 119

    Quadro 36 - Problemas e Solues para o Indicador da Qualidade da Infraestrutura da Hidrovia (IQH)............................................................................................................................................................. 120

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Volume de Carga transportada em semirreboque ba por navegao interior nas Hidroviasdo Amazonas-Solimes e do Madeira ................................................................................................... 85

    Tabela 2 - Clculo do Indicador de Oferta de Infraestrutura Rodoviria .............................................. 88

    Tabela 3 - Clculo do Indicador de Oferta de Infraestrutura Hidroviria ............................................. 89

    Tabela 4 - Clculo do ndice da Qualidade da infraestrutura da Rodovia ............................................. 93

    Tabela 5 - Clculo do ndice de Qualidade da infraestrutura da Hidrovia ............................................ 96

    Tabela 6 - Volume de Carga transportada no Estado de So Paulo por navegao interior na HidroviaParan-Tiet em 2012.......................................................................................................................... 102

    Tabela 7 - Clculo do Indicador de Oferta de Infraestrutura Rodoviria ............................................ 104Tabela 8 - Clculo do Indicador de Oferta de Infraestrutura Hidroviria ........................................... 104

    Tabela 9 - Clculo do ndice da Qualidade da infraestrutura da Rodovia ........................................... 108

    Tabela 10 - Clculo do ndice de Qualidade da infraestrutura da Hidrovia ........................................ 110

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    SUMRIO

    1 INTRODUO ......................................................................................................................... 16

    1.1 Problema ..................................................................................................................................... 18

    1.2 Objetivo Geral ............................................................................................................................. 18

    1.3 Objetivos Especficos.................................................................................................................. 19

    1.4 Justificativa ................................................................................................................................. 19

    1.5 Delimitao do Estudo ................................................................................................................ 24

    1.6 Estrutura do Trabalho ................................................................................................................. 25

    2 REVISO DA LITERATURA ................................................................................................ 27

    2.1 Competitividade .......................................................................................................................... 272.2 Desempenho Logstico ................................................................................................................ 29

    2.3 Avaliao da Competitividade Logstica .................................................................................... 36

    2.4 Sistemas de Transporte no PIM .................................................................................................. 38

    2.4.1 Transporte Rodovirio ................................................................................................................ 38

    2.4.2 Transporte Aquavirio ................................................................................................................ 40

    2.4.3 Transporte Areo ........................................................................................................................ 42

    2.4.4 Transporte Dutovirio ................................................................................................................. 43

    2.4.5 Transporte Ferrovirio ................................................................................................................ 44

    2.4.6 Transporte Intermodal e Multimodal .......................................................................................... 44

    2.4.7 Transporte Rodofluvial do PIM .................................................................................................. 46

    2.4.8 Iniciativa para a Integrao da Infraestrutura Regional Sul-Americana ..................................... 50

    2.4.9 Atores e Logstica do Transporte ................................................................................................ 51

    2.5 Formulao de ndices de Desempenho ...................................................................................... 58

    2.6 Modelos de ndices de Desempenho ........................................................................................... 63

    2.6.1 ndice de Desempenho de Custo (IDC) e ndice de Desempenho de Prazo (IDP) ..................... 63

    2.6.2 ndice Relativo de Preos ............................................................................................................ 64

    2.6.3 ndice de Gini .............................................................................................................................. 65

    2.6.4 ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) ............................................................................... 66

    2.6.5 ndice de Desempenho Logstico (LPI) ...................................................................................... 68

    2.6.6 ndice de Condio da Superfcie (ICS) ..................................................................................... 71

    3 METODOLOGIA ..................................................................................................................... 73

    3.1 Mtodo ........................................................................................................................................ 73

    3.2 Classificao da Pesquisa ........................................................................................................... 74

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    3.3 Entrevista no estruturada ........................................................................................................... 75

    4 NDICE DE AVALIAO DA COMPETITIVIDADE LOGSTICA PARA OTRANSPORTE RODOFLUVIAL ..................................................................................................... 77

    4.1 Universo da Pesquisa .................................................................................................................. 77

    4.2 Amostra da Pesquisa, Fonte de dados e Amostragem da pesquisa ............................................. 77

    4.3 Dimenses do ndice ................................................................................................................... 79

    4.4 Estrutura do ndice da pesquisa .................................................................................................. 81

    4.5 Determinao das variveis da pesquisa ..................................................................................... 82

    4.6 Definio do ndice da Pesquisa ................................................................................................. 97

    4.7 Validao do ndice .................................................................................................................... 98

    4.7.1 Validao por Especialistas ........................................................................................................ 994.7.2 Validao com aplicao do Modelo do ndice em outra situao similar ............................... 101

    4.8 Definio do ndice da Pesquisa ............................................................................................... 110

    5 ANLISE DOS RESULTADOS ........................................................................................... 112

    6 CONCLUSES E RECOMENDAES ............................................................................. 115

    6.1 Concluses ................................................................................................................................ 115

    6.2 Recomendaes para pesquisas futuras .................................................................................... 121

    6.3 Limitaes da Pesquisa ............................................................................................................. 122

    REFERNCIAS ................................................................................................................................ 123

    APNDICE ........................................................................................................................................ 134

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    1 INTRODUO

    A importncia global da competitividade cresceu ao longo das duas ltimas dcadas,

    sobretudo em funo das teorias de Porter (2009a) sobre o assunto. Para ele, acompetitividade de um pas depende da habilidade de suas indstrias de inovar e de melhorar.

    A nica forma de manter e sustentar a vantagem competitiva est relacionada implantao

    de melhorias contnuas e a evoluo para formas mais sofisticadas.

    Em funo da necessidade de aumentar a vantagem competitividade, as empresas tm

    desenvolvido interesse crescente na logstica, uma vez que esta componente fundamental do

    comrcio nacional e internacional, alm de meio para reduzir de custos operacionais

    significativos. O que foi confirmado por Ballou (2007), o qual citou que a globalizao e a

    internacionalizao tornaram as empresas dependentes do desempenho e dos custos logsticos,

    medida que intensificaram sua viso internacional sobre o seu negcio.

    Assim sendo, competitividade significa competir alm das fronteiras, ampliar a

    vantagem competitiva atravs da estratgia global, difundir suas atividades para vrias

    localidades e explorar as vantagens locais, com o objetivo de obter insumos de baixo custo e

    conquistar mercados externos. Embora, empresas globais concentrem as atividades mais

    importantes de suas principais linhas de produtos ou reas de negcios em uma nica

    localidade (PORTER, 2009b).

    Portanto, a estratgia das companhias cada vez mais importante na busca das

    melhorias, de inovao, de explorar as vantagens locais para obter insumos a preos menores,

    ao mesmo tempo em que se mantm, ou amplia os padres de qualidade. Assim, administrar o

    mercado que se tem hoje e conquistar novos um desafio contnuo na busca da manuteno

    da vantagem competitiva duradoura.

    Neste sentido, para as empresas manterem sua sobrevivncia no longo prazo uma

    tarefa que envolve diferenciao, preo, qualidade e servios superiores a produtos similares

    no mercado. Alm de um desempenho superior, um resultado financeiro positivo aos

    acionistas e um custo inferior ao da concorrncia.

    Para estes ter um valor superior ao da concorrncia no mercado de aes est

    relacionado a fatores como crescimento da receita, lucratividade ou crescimento da

    produtividade (eficincia). Em funo disso preciso ter conhecimento, informaes

    superiores e saber us-las de forma mais eficiente (LAUDON E LAUDON, 2010).

    Desta forma, medir, entender e analisar a competitividade vital para a sobrevivnciadas companhias e para a manuteno do desenvolvimento econmico local ou regional.

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    Portanto, estudos que busquem compor ndices para avaliar a competitividade logstica so

    essenciais para avaliar onde se est em relao concorrncia, aonde se quer chegar, na

    definio de estratgias corporativas e governamentais que visem sustentabilidade da sua

    vantagem competitiva e da sua sobrevivncia no longo prazo.

    Assim, a Zona Franca de Manaus (ZFM) surgiu como uma estratgia bem-sucedida de

    desenvolvimento regional e um modelo de desenvolvimento econmico aliado proteo

    ambiental. Foi criada em 1957, como Porto Livre. Em 1967, o modelo foi ampliado

    estabelecendo incentivos fiscais para implantao de um polo industrial, comercial e

    agropecurio na Amaznia.

    A Superintendncia da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) administra o modelo

    ZFM, visando desenvolver uma base econmica para a Amaznia Ocidental (Acre,Amazonas, Rondnia, Roraima e as cidades de Macap e Santana no Amap), promover a

    integrao produtiva e social dessa regio e garantir a soberania de suas fronteiras

    (SUFRAMA, 2012a).

    A ZFM compreende trs polos: o comercial, o industrial e o agropecurio, dos quais o

    industrial sua base de sustentao. Conforme Suframa (2012b), o Polo Industrial de Manaus

    (PIM) possui em torno de 600 indstrias de alta tecnologia instaladas, com faturamento em

    2011 de R$ 68.998.481.045, gerando no mesmo ano 119.875 empregos (incluindo mo deobra efetiva, terceirizada e temporria), tendo como principais subsetores de atividade em

    faturamento os segmentos de eletroeletrnicos, duas rodas e qumico. Como principais

    produtos fabricados de acordo com o faturamento acima de um bilho de dlares:

    motocicletas, motonetas e ciclomotos, televisores com tela de LCD e telefones celulares.

    Vale ressaltar os seguintes problemas ou entraves que afetam a competitividade do

    PIM, tais como:

    i) Baixa acessibilidade e isolamento geogrfico (ROCHA 2011; SILVA 2011;SILVA 2012);

    ii) Poucas opes de transporte, somente os modais aquavirio (maior parte

    rodofluvial) e aerovirio (ROCHA 2011; SILVA, 2011; SILVA 2012);

    iii) Falta ou qualidade insuficiente da infraestrutura em ambos os modais (CNT,

    2006; REBELO, 2011; CNT, 2011a; CNT, 2011b; CEREZOLI, 2013;

    OLIVER, 2013; WEF, 2013);

    iv) Falta de investimentos infraestrutura (CNT, 2011b; CASTRO, 2013; CNT,

    2013; OLIVER, 2013);

    v) Maior custo operacional em relao s demais partes do pas (CNT, 2012a).

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    Os quais afetam no aumento do tempo e do custo do transporte (NOGUEIRA E

    MACHADO, 2004; ROCHA, 2009; OLAVE, SOUZA E SILVA, 2010), para entrada de

    insumos e sada de produtos.

    Os problemas logsticos, que envolvem a produo e a venda de produtos, afetam a

    competitividade das empresas e levam a formao de outros tipos de aglomeraes industriais

    tais como: distritos industriais; arranjos produtivos locais; polos incentivados; polos ou

    parques de desenvolvimento, de crescimento, cientficos e tecnolgicos, a ZFM e o PIM. Os

    quais buscam com esta iniciativa reduzir custos, aumento de eficincia e de competitividade.

    Portanto, necessrio que o setor logstico seja competitivo para atender de forma

    gil, confivel, com segurana e a um baixo custo s indstrias instaladas neste polo. Para

    isso, imprescindvel definir formas de avaliar a competitividade, para saber onde se est eaonde se quer chegar, para assim manter e sustentar tal vantagem ao longo do tempo. Assim

    sendo, o presente trabalho aborda a necessidade de desenvolver um ndice para avaliar a

    competitividade logstica para o transporte rodofluvial do PIM.

    Baseado neste contexto, de intensa e crescente competitividade, esta pesquisa se

    prope a ser desenvolvida.

    1.1 Problema

    essencial garantir a manuteno do desenvolvimento regional, a partir do modeloZona Franca de Manaus, cuja base de sustentao o Polo Industrial de Manaus (PIM).

    Portanto, necessrio definir formas de avaliar a competitividade do PIM, a fim de obter um

    desempenho superior em relao concorrncia, buscar formas de superar as deficincias

    locais, de modo a ampliar sua competitividade e manter sua sobrevivncia ao longo do tempo.

    Assim, vital definir:

    Quais as variveis influenciam no desempenho logstico do transporte rodofluvial do

    PIM e como avaliar a competitividade a partir destas variveis?Baseando-se nessa problemtica que esta pesquisa se prope a ser desenvolvida, a

    partir dos objetivos descritos a seguir.

    1.2 Objetivo Geral

    O objetivo geral desta pesquisa definir um ndice de avaliao da competitividade

    logstica para o transporte rodofluvial do PIM.

    Visando atingir o Objetivo Geral foram elaborados os objetivos especficos descritos a

    seguir.

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    1.3 Objetivos Especficos

    a) Levantar e identificar as variveis que influenciam no desempenho logstico do

    transporte rodofluvial, na entrada de insumos oriundos do mercado nacional para o

    PIM e na sada de produtos finais do PIM para o mercado nacional;

    b) Definir o ndice e o mtodo de coleta, tratamento e anlise;

    c) Demonstrar o resultado do ndice para o PIM e definir seu mtodo de coleta

    futura.

    1.4 Justificativa

    A eficincia logstica fundamental ao comrcio globalizado e est diretamente

    relacionado ao crescimento econmico, desempenho superior dos pases, reduo das

    desigualdades sociais. Esta, porm, depende de vontade poltica e governamental e precisa ser

    priorizado pelas polticas pblicas, pois seus custos so elevados e refletem nos custos dos

    produtos, na competitividade e sobrevivncia das indstrias e da mo de obra empregada para

    a execuo destas atividades.

    Segundo o World Bank (2012), a logstica a parte essencial do comrcio

    internacional. Devido a cadeia global to variada e complexa, a eficincia logstica depende

    de investimentos, servios e polticas governamentais. Embora, polticas e investimentos

    sejam capazes de melhorar o desempenho dos pases, de modernizar e levar ao alcance de

    boas prticas logsticas, esta ainda fica para trs em muitos pases desenvolvidos. A grande

    importncia do seu desempenho para o crescimento econmico, diversificao e reduo da

    pobreza tem sido largamente reconhecida.

    A logstica no Brasil no est preparada para atender as tendncias globais. Faltam

    investimentos em infraestrutura em todos os modais, mas sobretudo nos setores porturio,

    ferrovirio e aquavirio. Os custos logsticos no Brasil so altos, de 10 a 15% do PIB, quase

    duas vezes maior que pases da Organizao para Cooperao e Desenvolvimento Econmico(OCDE) e Estados Unidos da Amrica (EUA). A falta de infraestrutura, falta de gesto de

    estoques, armazenagem e administrao burocrtica aumentam os custos em pelo menos 20 a

    30% (REBELO, 2011).

    Para Nogueira e Machado (2004), o grande problema da regio Amaznica e do Polo

    Industrial de Manaus est localizado na situao precria do transporte, de infraestrutura

    logstica em relao s demais regies do pas, na falta de um sistema eficiente de logstica

    integrada incapaz de compensar as limitaes de seu posicionamento geogrfico.

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    Aliado a isso soma-se o processo rigoroso, lento e excessivamente burocrtico de

    liberao de mercadorias, a necessidade de abertura de novas estradas, a precariedade das

    estradas existentes, as quais aumentam o tempo de viagem e o custo do transporte. Estas

    deficincias afetam as estratgias de crescimento, de competitividade dos produtos

    Amaznicos e sobretudo do PIM, que ainda dependem de insumos importados ou de insumos

    produzidos em outras regies do pas.

    De acordo com Olave, Souza e Silva (2010), os principais entraves logsticos que

    permeiam o PIM so: burocracia documental, estradas precrias, falta de infraestrutura, falta

    de capacidade dos portos e das transportadoras e falta de opes de modais que permitam

    diminuir o custo logstico dos produtos fabricados no PIM. Tendo como elemento central para

    a vantagem competitiva, a capacidade de atender em tempo a demanda, alm da logsticacomo fator chave na sua alavancagem.

    A pesquisa CNT (2011a) comprova a precariedade das estradas do Amazonas onde

    93,1% das mesmas foram classificadas como deficientes (em estado regular, ruim ou

    pssimo). Esta pesquisa recomenda como prioritria o fortalecimento da malha rodoviria em

    relao aos demais estados do Brasil, sobretudo em funo da Zona Franca de Manaus e da

    trplice fronteira (Colmbia, Peru e Venezuela).

    De acordo com Cerezoli (2013), o mal estado de conservao das rodovias gera perdade carga, alm de quebras de caminhes, desgaste de pneus e gastos com manuteno,

    aumento o consumo de combustveis, aumenta o ndice de acidentes e poluio, alm do custo

    e tempo de viagem. Desta forma, as rodovias consideradas timas no geram impactos

    negativos, aquelas em condies boas aumentam em 18,8% o custo supracitado, os

    pavimentos regulares chegam em 41%, os ruins em 65,6% e os em situao pssima em

    91,5%.

    O custo operacional mdio nacional dos veculos devido o estado das rodoviasbrasileiras chega a 23%, porm varia de acordo com a regio. Por conseguinte, no sul de

    17,7%, no sudeste 18,9%, no nordeste 22,1%, no centro-oeste 23,8% e no norte

    corresponde a 42,2% (CNT, 2012a).

    Os investimentos em infraestrutura no Brasil no acompanham o crescimento da

    produo, sendo um dos principais entraves ao transporte de cargas as pssimas condies dos

    pavimentos das rodovias, excesso de pistas simples, falta de sinalizao e dificuldade de

    acesso aos portos.(CASTRO, 2013). Alm disso, o montante aplicado em infraestrutura

    muito inferior ao necessrio e no se reflete na melhoria dos pavimentos devido a reduzida

    qualidade dos servios (CNT, 2013).

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    O Relatrio de Competitividade Global 2013-2014 cita que a competitividade na

    Amrica Latina est estagnada e mostra a necessidade de reformas estruturais e investimentos

    para aument-la, assim como a produtividade, a fim de garantir o crescimento de sua

    economia (OLIVER, 2013).

    O ndice de Competitividade Global (ICG) 2013-2014 no Brasil caiu 8 posies e

    ficou em 56 lugar. Isso se deve a deteriorao de alguns indicadores macroeconmicos, a

    dificuldades de acesso ao financiamento e avano insuficiente em algumas de suas

    necessidades mais urgentes. Alm disso, destaca-se como fonte de preocupao que

    dificultam o incremento da vantagem competitiva do pas, a falta de avano na melhoria da

    qualidade da infraestrutura geral (WEF, 2013).

    A reduo de custos e tempo so essenciais para a cadeia logstica de um conjunto deindstrias e para a melhoria da sua competitividade. O aumento da competitividade de um

    aglomerado de indstrias est associado a sua capacidade de ampliar sua posio no mercado

    de forma duradoura e sustentvel (ROCHA, 2009).

    A regio Amaznica tem caractersticas particulares que merecem ateno tais como:

    grande dependncia do modal fluvial, falta de alternativas de modais e de acessibilidade, falta

    de infraestrutura nas hidrovias, isolamento geogrfico, dificuldade no fluxo de cargas e

    passageiros, tempo de viagem para levar a produo aos mercados consumidores no Brasil(SILVA, 2012).

    O tipo de transporte mais utilizado em Manaus para o transporte de carga e

    passageiros para outras partes do pas o rodofluvial e o areo. No transporte rodofluvial, os

    produtos so colocados em carretas que seguem em balsas (ro-ro caboclo) at Porto-Velho

    ou Belm pelo modal fluvial, depois por via rodoviria at o seu destino final.

    O motivo de usar mais de um modal deve-se a agregao de vantagens de cada modal,

    seja pelo servio ou pelo custo, levando-se em considerao o valor agregados dos produtos eas questes de segurana. O transporte multimodal regido por um nico contrato de

    responsabilidade de um nico Operador de Transporte Multimodal (OTM) que utiliza dois ou

    mais modalidades de transporte, deste a origem at o destino (NAZRIO, 2011).

    J o transporte intermodal um termo utilizado pelos especialistas para designar a

    conjugao de duas ou mais modalidades sem outras preocupaes alm da integrao fsica e

    operacional (NOVAES, 2007). Ou seja, o transporte intermodal utiliza mais de um modal de

    transporte, o qual realizado por diferentes transportadores entre origem e destino.

    Assim, a escolha do tipo de transporte se justifica e se aplica em funo da reduo de

    custos, confiabilidade, segurana, ou da prestao de servio requeridos pelo cliente, ou pela

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    necessidade do mercado consumidor. Os quais so um dos atributos oferecidos pela empresa

    na busca de sua diferenciao no mercado.

    A maior parcela dos custos logsticos na maioria das empresas devido ao custo do

    transporte, o qual pode variar de 4 e 25% do seu faturamento bruto e muitas vezes supera o

    lucro operacional (NAZRIO, 2011). O que aumenta ainda mais a necessidade da reduo

    destes custos, a fim de no comprometer o lucro ou vir a refletir no custo final dos produtos.

    O custo da logstica de transporte de carga na Amaznia Legal (que inclui os custos de

    frete interno, de transbordo, tarifas porturias e frete martimo) em 2008 foi de R$ 17 bilhes

    podendo chegar a R$ 33,5 bilhes se nenhum investimento for feito em infraestrutura para

    reduzir este custo at 2020 (MACROLOGSTICA, 2011).

    Este grande aumento de custos logsticos afeta a viabilidade dos negcios dasindstrias instaladas na ZFM, pode vir a comprometer a estratgia bem-sucedida de

    desenvolvimento regional do PIM, base econmica de sustentao do modelo Zona Franca de

    Manaus. Para manter este polo primordial no se ater apenas nos incentivos fiscais que so

    transitrios, tambm fundamental polticas pblicas efetivas e imediatas que eliminem os

    entraves, promovam investimentos, as melhorias necessrias ao seu desenvolvimento e a

    manuteno sustentvel da sua competitividade.

    A situao da regio Amaznica e do PIM mais complicada em termos logsticos doque as demais partes do pas, sobretudo em funo da precariedade de infraestrutura e poucas

    opes de modais, burocracia devido aos incentivos fiscais, problemas de acessibilidade e

    localizao geogrfica, distante dos grandes centros produtores de insumos e consumidores de

    produtos. Chega-se at a mencionar custo amaznico que como visto na pesquisa da empresa

    Macrologstica realmente significativo, o qual precisa ser priorizado e levado em

    considerao.

    Os indicadores de sustentabilidade e a composio ndices esto ganhando cada vezmais importncia e reconhecimento como poderosas ferramentas para definio de polticas e

    comunicao pblica, ao fornecer informaes sobre o desempenho de pases e das empresas

    nos campos ambiental, econmico, social ou de melhoria tecnolgica (SINGHET AL., 2011).

    Um ndice um dado mais apurado que provm da agregao de um jogo de

    indicadores ou variveis, o qual pode interpretar a realidade de um sistema. Pode servir como

    um instrumento de tomada de deciso e previso. considerado um nvel superior da juno

    de um jogo de indicadores ou variveis. Funciona como um sinal de alarme para manifestar a

    situao do sistema avaliado, pois so valores estticos e fornecem uma fotografia do

    momento atual (SICHEET AL., 2007).

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    Definir metas, fazer planejamento de curto, mdio e longo prazo so fundamentais.

    importante salientar que boa parte das aes depende de polticas pblicas, e para isso os

    governantes precisam visualizar o estado real das coisas. Assim sendo, os ndices se propem

    a auxiliar, justificar a tomada de deciso e na definio consistente de polticas.

    Os governos nacionais podem facilitar o comrcio atravs investimentos em

    infraestrutura. Pases tm melhorado seu desempenho logstico com a implementao

    estratgias e intervenes sustentveis, mobilizando os atores atravs de setores tradicionais e

    envolvendo setores privados. Logstica tambm tem importncia crescente para a

    sustentabilidade (WORLD BANK, 2012).

    Levando-se em considerao a problemtica da Logstica que afeta ZFM, vale

    mencionar que a Constituio Federal (CF) de 1988, dentro dos seus PrincpiosFundamentais, em seu artigo 3 menciona dois incisos diretamente relacionados a manuteno

    da ZFM e do PIM, os quais constituem objetivos fundamentais da Repblica Federativa do

    Brasil:

    II - Garantir o desenvolvimento regional e;

    III - Erradicar a pobreza e a marginalizao e reduzir as desigualdades sociais e

    regionais.

    Portanto, os incentivos fiscais concedidos a ZFM em 1967 foram criados com o intuitode reduzir as deficincias locais, garantir desenvolvimento econmico aliado manuteno da

    proteo ambiental e estimular o desenvolvimento regional, este ltimo tal como previsto na

    CF-88 supracitada.

    Segundo Miranda (2013), os incentivos fiscais foram previsto para terminar em 1997,

    porm vem sendo renovado desde ento. A renovao mais recente foi estabelecida pela

    Emenda Constitucional (EC) n 42 de 2003, o qual prorrogou os benefcios de 2013 para

    2023.Os incentivos ficais se justificam dentre outros fatores nacionais devido ao:

    i) Maior custo operacional do transporte da regio Norte e da ZFM (CNT, 2012a);

    ii) Alto custo de insumos e alto custo do transporte de produtos e insumos (LYRA,

    1995);

    iii) Alto custo dos transportes devido localizao de Manaus (MIRANDA, 2013);

    iv) Alm dos problemas ou entraves que afetam a competitividade do PIM tratados no

    Captulo 1, na Introduo deste trabalho.

    Tais fatores afetam o custo final dos produtos produzidos no PIM e afetam

    significativamente sua competitividade. Assim sendo, vital tratar esta problemtica, tomar

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    aes para reduzir suas deficincias, a fim de eliminar a dependncia dos incentivos fiscais, a

    partir das variveis do ndice desta pesquisa.

    Sabe-se que os incentivos fiscais ZFM no so para sempre e sua dependncia

    precisa ser eliminada no mdio e longo prazo, portanto um novo modelo precisa ser

    desenvolvido, o qual seja competitivo, autossustentvel e independente dos incentivos fiscais

    atualmente oferecidos. Assim, neste sentido o ndice desta pesquisa se prope a ser

    desenvolvido de modo a ampliar a competitividade do PIM e contribuir para eliminar tal

    dependncia.

    Portanto, o ndice de Avaliao da Competitividade Logstica para o Transporte

    Rodofluvial do Polo Industrial de Manaus (ICLRF) desta dissertao aponta os pontos mais

    fracos que atualmente afetam a competitividade do PIM, os quais precisam de aes urgentese planejadas para resolver tal situao e sero abordadas em detalhes nas concluses deste

    trabalho.

    Levando-se em considerao todos os pontos abordados anteriormente,

    imprescindvel o desenvolvimento de um ndice que avalie a competitividade do transporte

    rodofluvial do PIM, que leve em considerao as peculiaridades da regio em relao a este

    sistema de transporte, suas dificuldades de acesso e falta de infraestrutura, alm do isolamento

    da regio, a fim de demonstrar o estado da sua competitividade de forma a definir estratgias,polticas, melhorias e investimentos necessrios em prol do seu desenvolvimento sustentvel,

    e da reduo do tempo e do custo, os quais so essenciais manuteno da vantagem

    duradoura deste polo industrial.

    1.5 Delimitao do Estudo

    O presente estudo visa definir um ndice de avaliao da competitividade logstica

    para o transporte rodofluvial do PIM e ser delimitado nas etapas:

    a) Entrada de insumos oriundos do mercado nacional para o PIM;b) E na sada de produtos finais do PIM para o mercado nacional.

    O universo a ser pesquisado so os transportadores de balsa que utilizam o sistema

    Roll-on Roll-off, para o transporte do Polo Industrial de Manaus, nas etapas de entrada de

    insumos oriundos do mercado nacional para o PIM e na sada de produtos finais do PIM para

    o mercado nacional.

    A amostra para o ndice desta pesquisa so as principais empresas de transporte de

    semirreboques com balsa para entrada e sada de produtos do PIM. Porm, no existiamfontes oficiais para se determinar quais eram as principais empresas e qual o universo da

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    pesquisa. Assim sendo, o critrio para seleo das empresas da amostra desta pesquisa foi o

    seu faturamento total no ano de 2012, a partir de dados fornecidos pela Secretaria do Estado

    da Fazenda do Estado do Amazonas (SEFAZ-AM), de acordo com (SEFAZ-AM, 2013a,b).

    As empresas foram selecionadas com base na CNAE, sendo para o Transporte

    Rodovirio de Carga Interestadual a CNAE 4930-2/02 e para o Transporte Aquavirio de

    Carga Interestadual por Navegao Interior a CNAE 5021-1/02. Tal critrio de separao por

    CNAE rodovirio e fluvial foi considerado, pois somente a empresa Bertolini faz

    integralmente o transporte rodofluvial, ou seja, tanto a parte rodoviria como fluvial. As

    demais empresas trabalham em parceria para consolidar o transporte rodofluvial.

    A Classificao Nacional de Atividades Econmicas (CNAE) instrumento nacional

    que visa padronizar os cdigos das atividades econmicas e os critrios de enquadramentoutilizados pelos diversos rgos da rea tributria do pas (RECEITA FEDERAL, 2013).

    A partir de dados da SEFAZ-AM (2013a,b), chegou-se a um universo de 134

    empresas para o Transporte Rodovirio de Carga Interestadual (CNAE 4930-2/02) e 21

    empresas para o Transporte Aquavirio de Carga Interestadual por Navegao Interior

    (CNAE 5021-1/02), as quais totalizaram 155 empresas.

    Seguindo a frmula de clculo de Viegas (2007) para populao finita, a fim de

    garantir o nvel de confiana de 95,4% e um erro estimado de 3%, o tamanho da amostraequivaleria ao universo da pesquisa, o que inviabilizaria a coleta de dados. Portanto, optou-se

    por coletar dados primrios dos rgos governamentais que regulam os modais rodovirio e

    fluvial nvel nacional ou estadual, de forma a viabilizar este trabalho e ter uma amostra

    prxima seno igual ao universo desta pesquisa, considerando as empresas legalmente

    habilitadas para o transporte de acordo com sua populao.

    1.6 Estrutura do Trabalho

    Para o atendimento dos objetivos propostos desta pesquisa, este estudo foi estruturadoem cinco Captulos.

    O primeiro Captulo introduz o estudo, contextualiza a pesquisa, apresentando seus

    objetivos, justificativa, problema, sua delimitao e por fim apresenta a estrutura do trabalho.

    O segundo Captulo faz a reviso dos conceitos de Competitividade, Logstica

    (desempenho e avaliao da competitividade), Sistemas de Transporte no PIM, Iniciativa para

    a Integrao da Infraestrutura Regional Sul-Americana, Atores e Logstica de Transporte,

    Formulao e Modelos de ndices de Desempenho. Aborda tambm outros pontos relevantesa estes assuntos, os quais so importantes para a fundamentao da pesquisa, para a

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    justificativa e composio do ndice, alm de servir de subsdio para o desenvolvimento da

    metodologia.

    Em seguida, no terceiro Captulo, detalhada a metodologia a ser desenvolvida para

    atendimentos dos objetivos da pesquisa.

    Posteriormente, no quarto Captulo feita a definio e validao do ndice da

    pesquisa.

    No quinto Captulo so apresentados os resultados da pesquisa.

    Por fim, no sexto Captulo so apresentadas as concluses, recomendaes e

    limitaes da pesquisa.

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    2 REVISO DA LITERATURA

    A reviso da literatura a seguir aborda a questo da competitividade, do desempenho

    logstico, da avaliao de competitividade logstica, dos sistemas de transporte existentes edos sistemas de transporte especficos do PIM, dos atores e logstica do PIM e por fim da

    formulao de ndices de desempenho, os quais esto diretamente relacionados ao

    atendimento dos objetivos desta pesquisa.

    2.1 Competitividade

    Segundo Porter (2009a) a competitividade de um pas depende da capacidade de

    inovar e de melhorar de suas indstrias. No h uma definio consagrada de competitividade

    no que se refere a um pas, mas produtividade o nico conceito significativo decompetitividade a nvel nacional. O padro de vida de um pas depende da capacidade de suas

    empresas de obter altos nveis de produtividade continuada e do seu aprimoramento.

    Portanto, nenhum pas competitivo em todos os setores. O conceito mais inventivo

    de competio inclui mercados segmentados, produtos diferenciados, diversidade tecnolgica

    e economias de escala, porm no se limita a custos, desenvolve vantagens referentes

    qualidade e as caractersticas de inovao de produtos (PORTER, 2009a).

    A teoria do diamante ou losango de Porter (2009a), explica a competitividade em

    quatro atributos ou facetas bsicas, conforme pode ser visto na Figura 1 e detalhado a seguir:

    Figura 1 - O "Diamante" de Porter ou Atributos da vantagem nacional

    Fonte: Porter (2009a, p. 182).

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    i) Condies de fatores a posio do pas em relao produo, mo de

    obra qualificada e infraestrutura necessria para competir em determinado

    setor;

    ii) Condies de demanda refere-se natureza da demanda do mercado

    interno para os produtos ou servios do setor;

    iii) Setores correlatos de apoio a presena, ou ausncia de fornecedores, ou

    correlatos, internacionalmente competitivos;

    iv) Estratgia, estrutura e rivalidade das empresasrefere-se rivalidade do

    mercado interno baseado na forma como as empresas so constitudas,

    organizadas e gerenciadas naquela nao.

    O diamante da vantagem nacional consiste dos atributos de um pas, o qual utilizadopara lapidar a vantagem nacional de forma a promover inovao consistente e frequente,

    mudanas e melhoria contnuas em suas empresas. Esta teoria uma ferramenta para gestores

    e para promover o desenvolvimento econmico das naes. Esses atributos ou indutores

    formam o ambiente nacional em que as empresas aprendem a competir. Cada faceta ou ponto

    deste afeta o andamento do sucesso competitivo internacional e podem ser influenciados de

    forma positiva ou negativa pelas polticas pblicas (PORTER, 2009a).

    Esta teoria ou modelo uma ferramenta de anlise para medir a competitividade deuma nao interligada aos atributos ou facetas do diamante. Demonstra a atratividade, a fora

    e a qualidade do ambiente dos negcios naquele pas. Para que um pas seja competitivo

    necessrio que existam polticas pblicas que ofeream as condies necessrias de

    infraestrutura, qualificao da mo de obra, que favorea e incentive o aumento da

    produtividade, da qualidade e inovao e desenvolvimento de fornecedores locais

    competitivos internacionalmente.

    As novas abordagens relativas ao crescimento regional fizeram com que acompetitividade das empresas fosse utilizada para avaliar o desempenho econmico dos

    pases, a partir de seu avano econmico e participao no mercado internacional. Com nfase

    na importncia do territrio como agente de desenvolvimento econmico. O territrio deve

    ser capaz de atrair, desenvolver e facilitar atividades econmicas, ou seja, deve criar um

    ambiente que gere vantagem competitiva sustentvel, force a inovao e o aumento contnuo

    da produtividade das empresas (ALARCN, ANTN E LOZANO, 2012).

    Existem dois tipos de fatores de competitividade, os tradicionais e as novas teorias, os

    quais motivam o crescimento econmico. Os fatores tradicionais representam a opinio das

    empresas, regies e pases que competem em fatores de produo, tais como capital e

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    trabalho, relacionadas as condies oferecidas para as empresas se instalarem naquela

    localidade. As novas teorias incluem outros fatores no pertencentes ao sistema econmico,

    tais como inovao, tecnologia e educao (KATIET AL., 2011).

    Para Lastres e Cassiolato (2003), a competitividade: i) a capacidade de uma empresa

    formular e de implementar estratgias concorrenciais, para ampliar ou conservar, de forma

    duradoura, sua posio sustentvel no mercado; ii) de uma perspectiva macroecomnica, no

    depende apenas da conduta individual de uma empresa, mas de polticas-institucionais, sociais

    e de infraestrutura, em nveis local, nacional e internacional; iii) dinmica e sustentada das

    empresas depende de sua capacidade de aprendizagem, de competncias especficas para

    adquirir conhecimento, por conta das caractersticas de seus recursos humanos, associados a

    sua capacidade produtiva e de inovao.Competitividade uma palavra de origem latina que significa competir, cujo definio

    envolve a rivalidade de um negcio no mercado. Atualmente a palavra competitividade

    utilizada para descrever a habilidade de uma empresa ser lucrativa na economia global (LEE

    E WILHELM, 2010).

    Os fatores de competitividade esto interligados a fatores econmicos e no

    econmicos que motivam o crescimento e desenvolvimento econmico. A competitividade

    depende de estratgias concorrenciais, de polticas pblicas em vrios nveis, das habilidadesespecficas dos recursos humanos e da lucratividade das empresas. Neste sentido, o Polo

    Industrial de Manaus primordial ao crescimento econmico da regio Amaznica, porm

    precisa ter as condies adequadas para que seja competitivo no longo prazo.

    A competitividade depende da natureza e das condies do ambiente de negcios

    oferecido pelo pas. Assim sendo, a prosperidade e a competitividade so determinadas pela

    inovao e produtividade crescente das empresas em cada localidade (PORTER, 2009b). Ou

    seja, na sua capacidade de usar os recursos humanos e insumos de modo mais eficiente e daforma como competem, ou seja, como os utilizam para produzir bens e servios de valor de

    forma diferenciada. Est relacionada a custos reduzidos, diferenciao em relao

    concorrncia, mas, sobretudo a estratgia competitiva ligadas a inovao das organizaes e a

    rapidez em que elas so implementadas.

    2.2 Desempenho Logstico

    Medio de desempenho o processo de quantificao da eficincia e eficcia das

    aes tomadas por uma operao. As organizaes, do ponto de vista mercadolgico e dalgica competitiva, para atingir seus objetivos devem satisfazer seus clientes e outros grupos

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    de interesse de forma mais eficiente e eficaz do que a concorrncia. H razes internas

    (recursos) e externas (nvel de servio aos clientes e grupos de interesse) a serem perseguidas

    no curso da ao (CORRA E CORRA, 2011).

    Eficincia forma de medir a economicidade de utilizao interna dos recursos da

    organizao, isto , a razo entre as sadas e as entradas. Eficcia extenso em que os

    objetivos so atendidos de forma a satisfazer o nvel de servio esperado pelos grupos de

    interesse externo e objetivos da organizao, ou seja, a razo entre as sadas e os objetivos.

    (CORRA E CORRA, 2011).

    Assim sendo, eficincia o modo de produzir resultados internos com um gasto

    mnimo de recursos e esforos, ou seja, com menor custo e maior benefcio. Eficcia a

    forma de atingir os resultados esperados, de acordo com os objetivos estabelecidos.Os sistemas de avaliao de desempenho no podem ser baseados unicamente na

    dimenso financeira, mas devem ser balanceados em diferentes aspectos. A abordagem mais

    conhecida embora no seja a nica o modelo Balanced Scorecard (BSC), de Kaplan e

    Norton. Um sistema de medio de desempenho deve definir de forma coerente as mtricas a

    serem utilizadas para quantificar a eficincia e eficcia das aes. A avaliao do desempenho

    parte fundamental do ciclo de planejamento, controle e melhoria. Porm, deve ser haver um

    bom projeto e gesto do sistema (CORRA E CORRA, 2011).O cerne dos processos e sistemas de medio de desempenho a premissa que

    medidas e sistemas medio devem refletir o contexto no qual eles sero aplicados (NEELY,

    1999). A partir dos anos oitenta devido a complexidade da competio das organizaes e dos

    mercados, no mais apropriado usar apenas medidas financeiras com nico critrio de

    medio do desempenho. Os sistemas de medio so multidimensionais e demonstram o

    balanceamento entre medidas financeiras e no financeiras. As medidas de desempenho

    devem ter relao direta com a misso e os objetivos da organizao, refletir o ambiente decompetitividade externa das companhias, requisitos do cliente e os objetivos internos

    (NEELY E KENNERLEY, 2002).

    Os sistemas de medio de desempenho tm que ser gerenciados de forma a manter

    um painel relevante e dinmico, o qual reflita as mudanas necessrias da organizao. Isto

    demanda um entendimento dos fatores internos e externos da organizao que facilitam e

    inibem a introduo de novas medidas, a mudana das medidas existentes e sua eliminao

    (NEELY E KENNERLEY, 2002).

    Os sistemas de medio so uma forma de medir ou quantificar o desempenho de uma

    empresa, corporao, organizao, instituio, de uma nao, regio ou local com base em

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    seus objetivos e estratgias, com o uso de sistemas de informao. um processo dinmico

    que se atualiza frente as mudanas, identifica problemas, age sobre suas causas, a fim de

    melhorar o seu gerenciamento e liderana, com o objetivo melhorar suas operaes e seu

    desempenho em relao concorrncia.

    Revisando a literatura Neely et al. (1997), sugerem recomendaes para projetar ou

    definir medidas desempenho efetivas, de acordo com o Quadro 1, os quais devem ser:

    Quadro 1 - Recomendaes para Definir Medidas de Desempenho Efetivas

    Fonte: Neely et al.(1997, p. 1137).

    Neely et al.(1997) desenvolveram e testaram o Quadro 1 para definir e assegurar que

    as medidas de desempenho satisfaam as 22 recomendaes supracitados. Assim sendo, o

    Quadro 2, conforme pode ser visto a seguir, lista os critrios que devem ser considerados para

    definir de que deve ser constituda uma boa medida de desempenho.

    Nr. Recomendaes:

    1 Ser derivados da estratgia;

    2 Ser simples de entender;

    3 Prover feedback preciso e no tempo adequado;

    4

    Ser baseados em quantidade que possam ser influenciados, ou controlados pelo usurio, ou em

    conunto com outros;

    ! "efletir o processo do neg#cio envolvido;

    $ "elatar metas espec%ficas;

    & Ser relevante;

    ' Ser parte de um ciclo fec(ado de gerenciamento;

    ) Ser claramente definido;

    1* +er impacto visual;

    11 +er foco nas mel(orias;

    12 Ser consistente se manter significativo ao longo do tempo-;13 Prover rpido feedback;

    14 +er um prop#sito espec%fico;

    1! Ser baseado numa f#rmula definida e numa base de dados;

    1$ .mpregar mais propor/0o e ra0o do que nmeros absolutos;

    1&

    sar dados que possam ser automaticamente coletados como parte um processo sempre que

    poss%vel;

    1' Ser reportado num formato simples e consistente;

    1) Ser baseado em tendncias do que em comentrios;

    2* Prover informa/0o;

    21 Ser preciso e5ato sobre o que est sendo medido-;

    22 Ser obetivo n0o ser baseado em opini6es-7

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    Quadro 2 - Critrio para Auxiliar na Avaliao e Definio de Medidas de Desempenho

    Fonte: Adaptado de Neely et al.(1997, p. 1138).

    medida que a organizao muda, os critrios tm que ser revisados para assegurar

    que a medida permanece relevante. Os 10 critrios para definir ou projetar boas medidas de

    desempenho so:

    i) Medida (recomendaes 2, 9, 21) - o ttulo da medida de desempenho deve ser

    claro, auto-explicativo, no incluir linguajar especfico e deve explicar o que a

    medida e por que ele importante;

    ii) Propsito (recomendaes 7, 14) - a medida tem de ser especfica e ter um

    propsito para ser utilizada;

    iii) Refere-se a(recomendaes 1, 6, 7, 11) - para a medida ser considerada, esta

    deve estar relacionada aos objetivos para o qual essa medida se prope deve ser

    utilizada;

    iv) Meta(recomendaes 4, 6, 7, 8, 11, 14, 20) - o objetivo do negcio funo

    das exigncias de seus proprietrios, clientes e dos nveis de desempenho de seus

    concorrentes. Portanto, deve ser definida uma meta especfica e apropriada para o

    nvel de desempenho a ser alcanado com base em uma escala de tempo;

    v) Frmula(recomendaes 2, 4, 5, 9, 15, 16, 19, 21, 22) - um dos elementos

    mais difceis de especificar, pois define a forma como o desempenho medido e afeta

    a forma como as pessoas se comportam. Esta deve ser definida de modo a induzir a

    boa prtica de negcios;

    vi) Frequncia/periodicidade (recomendaes 3, 12, 13, 18, 20) define a

    frequncia ou periodicidade com que o desempenho deve ser registrado. relatado em

    funo da importncia da medida e do volume de dados disponveis;

    vii) Quem mede?/Responsvel pela medida(recomendaes 4, 17) - identifica apessoa que coleta e relata os dados;

    Medida (ttulo ou nome)Propsito

    Refere-se aMetaFrmulaFrequncia (periodicidade)Responsvel pela medida (Quem mede?)Fonte de dadosQuem age ou atua sobre os dados?Quais aes sero tomadas? (O que eles fazem?)Notas e comentrios

    Detalhes

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    viii) Fonte dedados (recomendaes 15, 16, 17, 18, 19, 21) - A fonte dos dados

    brutos deve ser especificada. Uma fonte consistente de dados vital para que o

    desempenho seja comparado ao longo do tempo;

    ix) Quem age ou atua sobre os dados?(recomendaes 4, 6, 10, 20) - identifica

    a pessoa que age sobre os dados;

    x) O que eles fazem?/Quais aes sero tomadas?(recomendaes 4, 6, 10, 20)

    - este o mais importante elemento contido no Quadro 2. Nem sempre possvel

    detalhar a ao que ser tomada para o desempenho obtido, pois depende do contexto

    especfico. Porm, possvel definir qual processo de gesto que deve ser seguido

    para o desempenho obtido;

    xi) Notas e Comentrios- eventuais notas e comentrios.Na definio do sistema de medio de desempenho a ser projetado, para o caso

    especfico a que se pretende aplicar, deve ser definido qual dentre as caractersticas ou

    critrios acima mencionados so mais adequados ao escopo a que o projeto se prope em

    termos de misso, objetivos e estratgia.

    Medidas de desempenho so importantes para melhorar o gerenciamento e a liderana.

    A implementao de um sistema de medio para ser bem-sucedida deve incluir um

    consistente histrico de dados, medidas de desempenho bem definidas e coerentes, umaestrutura de tecnologia de informao unificada de comunicao entre as companhias. Os

    sistemas de medio de desempenho precisam ser constantemente atualizados para se manter

    teis e representar a realidade. Se a estratgia e os objetivos mudam o sistema precisa ser

    atualizado. Recomenda-se atualizar periodicamente o sistema, anotar as mudanas e

    anualmente revisar ou redefini-lo, de acordo com as mudanas do plano de negcios

    (KRAKOVICSET AL., 2008).

    As medidas de desempenho do um melhor controle sobre as operaes e a logsticanum ambiente de integrao e de globalizao. Tcnicas e medidas de desempenho adaptadas

    realidade logstica atual so essenciais para avaliar o desempenho logstico, a fim de

    controlar a gesto de custo e de operaes, as quais necessitam de informaes apropriadas

    sobre o seu desempenho (DORNIERET AL., 2011).

    Os trs critrios principais para medidas eficientes so velocidade, confiabilidade e

    simplicidade. O objetivo das medidas de desempenho ser capaz de atuar sobre as causas. As

    medidas de desempenho logstico so ferramentas chaves ao sistema de controle, as quais

    permitem aes e decises adequadas e direcionadas para a estratgia (DORNIER ET AL.,

    2011).

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    A avaliao do desempenho uma preocupao muito antiga. Inicialmente ligada a

    questo da medio do desempenho e hoje est mais voltada para a avaliao do desempenho

    por meio do uso de sistemas de informao. Para os gestores dos dias atuais h um

    entendimento que a medio do desempenho deu lugar a avaliao do desempenho. A

    avaliao do desempenho um processo amplo, cclico e contnuo, no qual novos modelos de

    avaliao de desempenho proporcionam alm do planejar, um acompanhamento estratgico

    (SILUK, 2007).

    A logstica hoje reconhecida como significativa pelos altos escales. As instituies

    em geral, em todos os nveis, tm reconhecido a importncia da avaliao de desempenho

    como fator essencial a sua sobrevivncia e no mercado globalizado dos dias atuais.

    necessrio saber onde se est e onde se quer chegar. Sobretudo, se antever aos problemas emostrar um desempenho superior ao da concorrncia.

    Desempenho logstico cada vez mais uma competncia crtica. Em logstica, a

    qualidade sinnimo de confiabilidade. Para alcanar qualidade logstica avaliao constante

    condio essencial. Quando o sistema logstico avaliado deve levar em considerao

    equilbrio entre medidas, unidades e bases de agregao para avaliar a confiabilidade. Para

    que a avaliao possibilite a identificao de problemas especficos fundamental ter os

    recursos necessrios para coletar, manter e analisar as informaes. Esta avaliao deve serfeita de forma segmentada por mercado. O avano da tecnologia da informao e a reduo

    do seu custo faz com que a coleta, manuteno e anlise de dados para o monitoramento do

    desempenho do servio ao cliente seja uma realidade cotidiana (BOWERSOX E CLOSS,

    2010).

    Os trs objetivos ou dimenses principais de desenvolvimento e implementao de

    sistemas de avaliao de desempenho incluem monitoramento, controle e direcionamento das

    operaes logsticas. As medidas de avaliao podem ser baseadas em atividades e emprocessos, assim deve ser avaliada e determinada a base mais apropriada de avaliao. As

    medidas de desempenho podem ser internas (utilizadas para monitorar o desempenho

    logstico) e externas (opinio dos clientes sobre os servios e benchmarking das melhores

    prticas), embora ofeream uma avaliao ampla de desempenho no oferecem uma viso do

    ponto de vista integrado. Neste contexto sugere-se a avaliao de desempenho integrado na

    cadeia de suprimentos e benchmarking das melhores prticas, as quais demonstram como

    caractersticas importantes definio inequvoca e consistncia. Porm, o sistema ideal de

    avaliao de desempenho deve ter trs caractersticas: trade offde custo/servio, gerao de

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    relatrios dinmicos (com informaes obtidas em tempo real) e gerao de relatrios

    baseados em exceo (BOWERSOX E CLOSS, 2010).

    Os clientes esto dando cada vez mais importncia aos servios logsticos. Assim, a

    avaliao do desempenho logstico tem sido imprescindvel na definio e no balizamento das

    estratgias das organizaes, para o atendimento de seus objetivos, na reduo de seus

    problemas logsticos, no aumento dos vnculos entre clientes e fornecedores, na busca de

    ganho de diferenciao, na manuteno e conquista de novos mercados, a fim de atender s

    demandas da globalizao e da internacionalizao do comrcio.

    A logstica tem como objetivo oferecer aos clientes um servio almejado e se possvel

    superar suas expectativas, para isso essencial prestar um atendimento diferenciado em

    relao concorrncia, atend-lo de forma rpida, eficiente, na quantidade, na qualidade e nolocal certo, seja nos canais internacionais, nacionais ou regionais.

    As foras econmicas referentes desregulamentao mundial dos negcios, o

    aumento dos acordos de livre comrcio, a crescente concorrncia externa e a globalizao das

    indstrias, fizeram com que o desempenho logstico buscasse novas e aperfeioadas formas de

    ser mais rpido e preciso, os quais situaram a logstica num nvel elevado de importncia na

    maioria das empresas (BALLOU, 2007).

    O ndice de Desempenho Logstico ou Logistic Performance Index (LPI) do BancoMundial um ndice composto de seis componentes principais (indicadores): alfndega;

    infraestrutura; embarque internacional; competncia e qualidade logstica; rastreamento e

    acompanhamento; pontualidade. O LPI um ndice produzido pelo Banco Mundial a cada

    dois anos, desde 2007 (ARVISET AL., 2012).

    Este ndice um modelo global para medir o desempenho logstico, que preencher as

    lacunas de informaes existentes, fornecendo uma sistemtica de comparao entre os

    pases. Alm disso, ele ajuda os lderes nacionais, fazedores de polticas, comerciantes dosetor privado a entender seus desafios e o que seus parceiros de negcio esto enfrentando

    para reduzir as barreiras logsticas ao comrcio internacional. Portanto, isso permite aos

    governantes, aos negociadores e sociedade civil criar vantagem competitiva (ARVIS ET

    AL., 2012).

    Os dados do LPI 2012 tm como base um levantamento feito em 2011 com

    aproximadamente 1.000 respondentes de companhias internacionais de logstica em 143

    pases (para o LPI domstico ou nacional). O levantamento internacional do LPI abrange 155

    pases e o nmero de respondente aproximadamente igual ao LPI de 2010. O levantamento

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    acessa empresas de grande, mdio e pequeno porte. O LPI assume um valor mximo de cinco

    pontos.

    O ndice baseado em levantamento por meio de um questionrio acessado pela

    internet, o qual enviado para respondentes que incluem executivos seniores, gerentes de rea

    e de pas, gerentes de departamento, ou seja, o grupo de profissionais diretamente envolvidos

    com o dia a dia da operao, no somente a matriz das companhias, mas tambm os

    escritrios nos pases. O LPI do Brasil em 2012 foi de 3,13 pontos e atingiu a posio 45. na

    classificao mundial. Em primeiro lugar ficou Singapura com 4,13 pontos, em segundo ficou

    Hong Kong SAR, na China, com 4,12 pontos. Em terceiro lugar a Finlndia, com 4,05 pontos

    (ARVISET AL., 2012).

    A fim de colocar as empresas do PIM em um nvel internacional necessrio umaavaliao continuada sobre o seu desempenho logstico (ROCHA, 2009). Neste contexto,

    primordial definir formas de avaliar o desempenho logstico deste polo industrial que leve em

    considerao suas particularidades, aumente seu valor no mercado e mantenha sua

    sobrevivncia duradoura.

    2.3 Avaliao da Competitividade Logstica

    A medio deu lugar a avaliao, uma vez que esta mais abrangente do que o fato de

    simplesmente medir (SILUK, 2007). preciso avaliar a situao atual, definir aes, planejar,implementar as melhorias, definir prazos, rever os resultados e novamente avaliar se com as

    aes implementadas foram efetivas no atendimento dos resultados esperados. um processo

    contnuo na busca da manuteno e incremento da competitividade seja logstica, ou de outro

    setor de atividade.

    Segundo Alarcn, Antn e Lozano (2012), a logstica vem se tornado um fator

    fundamental para a gerao de valor ao produto. A manuteno da competitividade

    relacionada logstica das empresas depende da sua capacidade de desenvolver, implementarinovaes, recriar estratgias na prtica dos processos logsticos ao longo de toda a cadeia de

    suprimentos, com o objetivo de reduzir custos e aumentar o nvel de servio aos clientes.

    A competitividade logstica est ligada: i) ao desempenho prtico dos processos

    logsticos da cadeia de suprimentos das empresas no territrio ou na regio onde as mesmas

    atuam; ii) a infraestrutura e a gesto dos fatores que melhoram o desempenho logstico das

    companhias, aumentam a eficincia do fluxo de mercadorias, as quais levam a diminuio dos

    custos logsticos, incremento do nvel de servio e a reduo das adversidades econmicas.

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    Todavia, dependem do nvel de anlise. Para um nvel regional, os requisitos da

    logstica provm das caractersticas particulares da regio tais como: tipo de infraestrutura

    local disponvel atualmente (portos, aeroportos, pontos intermodais, dentre outros); das

    condies da malha rodoviria, do fluxo de mercadoria na cadeia de suprimentos no nvel

    intraregional e inter-regional, da localizao dos centros produtivos e de suas facilidades

    logsticas (distribuio, armazenagem e depsitos, dentre outros) e da concentrao do

    mercado final (ALARCN, ANTN E LOZANO, 2012).

    Primeiro, para ser mais competitivo em termos logsticos preciso saber como est

    seu desempenho em relao concorrncia, como melhorar a infraestrutura e os fatores que

    aumentam o desempenho logstico, como melhorar a eficincia do processo e do fluxo

    logstico, a fim de aumentar o nvel de servio ao oferecer vantagens de diferenciao aosclientes, ao mesmo tempo em que se mantem os custos reduzidos. Porm, deve-se ser levar

    em considerao as peculiaridades regionais envolvidas neste contexto.

    As medidas adequadas para a competio global devem medir mais do que

    produtividade, devem incluir medidas de utilizao e desempenho (DORNIERET AL., 2011).

    A estratgia logstica das empresas como manuteno da competitividade situa-se em custo

    total mais baixo, grande capacidade de resposta ao cliente, controle dos desvios de

    desempenho operacional, em minimizar o nvel de estoque comprometido, desenvolvimento eaperfeioamento contnuos da competncia logstica.

    O objetivo central da logstica para tornar os produtos e servios disponveis onde

    necessrios, no momento em que so requisitados, fornecer ao cliente um servio almejado ao

    menor custo total possvel (BOWERSOX e CLOSS, 2010). Algumas empresas utilizam a

    logstica como fator de competitividade ao dispor de sistemas de informao que monitoram o

    desempenho logstico em tempo real, aes preventivas anterior as falhas, ou na busca de

    solues alternativas quando no possvel as prever antecipadamente. Apresentamdesempenho acima da mdia em disponibilidade de estoque, velocidade e consistncia de

    entrega. O que os torna fornecedores preferenciais e parceiros ideais.

    A logstica tambm tem sido largamente reconhecida com um fator de competitividade

    das empresas, de criao de valor aos produtos, em funo dos servios diferenciados que

    oferecem aos clientes. Isso primordial para a agregao de valor aos produtos produzidos

    pelas indstrias locais do PIM e no aumento da sua competitividade. Neste sentido, formas de

    avaliar a competitividade logstica, tais como ndices, so fundamentais para se saber onde

    est e aonde se quer chegar.

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    2.4 Sistemas de Transporte no PIM

    O Amazonas o maior estado do Brasil tem uma rea de 1.559.161,70 km, o que

    corresponde a 18,3% do territrio nacional e 40,5% da regio norte. Possui 62 municpios e

    tem como capital a cidade de Manaus. O estado tem uma populao de 3.483.985 habitantes

    segundo o censo de 2010 do IBGE. Sua densidade demogrfica de 2,2 habitantes/km. o

    segundo estado mais populoso com 22% da populao da regio norte e 1,8% da populao

    do pas. Em 2005, conforme o PNUD o estado apresentou um IDH-M de 0,780, sendo o

    maior da regio (CNT, 2012a).

    A principal atividade econmica do estado do Amazonas est localizada na Zona

    Franca de Manaus e mais especificamente em seu polo industrial. O PIB total do estado

    gerado em 2008 foi de R$ 46,8 bilhes e o PIB per capital em 2008 foi de R$ 14.014. As trs

    principais atividades econmicas, em relao ao PIB do estado, so o setor de servios com

    53,2%, a indstria de transformao com 41,4 % e a agropecuria com 5,4% (CNT, 2012a).

    O transporte de carga de gr