Indicadores sociais da população negra da Grande Florianópolis
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INTELIGNCIA FINANCEIRA
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Ceres Inteligncia Financeira Ltda. | R. dos Otoni, 296 - 6 andar, Belo Horizonte, MG | Brasil
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Maro / 2012
Estudo dos Indicadores Socioeconmicos da
Populao Negra da Grande Florianpolis
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Contedo
Objetivos .................................................................................................................................................. 5
A Populao Negra no Brasil e no estado de Santa Catarina ................................................................ 6
Aspectos Metodolgicos ......................................................................................................................... 8
Demografia e Domiclio ......................................................................................................................... 10
Composio e Crescimento da Populao ....................................................................................... 10
Gnero ............................................................................................................................................... 15
Estrutura Etria.................................................................................................................................. 16
Situao do domiclio ........................................................................................................................ 18
Consideraes Finais ........................................................................................................................ 21
Renda e Pobreza .................................................................................................................................. 23
Renda ................................................................................................................................................ 23
Pobreza e Indigncia ......................................................................................................................... 38
Histrico e Evoluo ...................................................................................................................... 38
O impacto do gasto pblico na pobreza ........................................................................................ 39
Relao entre crescimento, desigualdade e pobreza .................................................................... 39
Anlise dos Indicadores ................................................................................................................. 40
Consideraes Finais ........................................................................................................................ 47
Educao ............................................................................................................................................... 48
Anos de estudo.................................................................................................................................. 48
Analfabetismo .................................................................................................................................... 51
Censo Escolar e Censo do Ensino Superior ..................................................................................... 56
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Participao do Negro no Ensino Superior ....................................................................................... 57
Procedncia da Rede de Ensino ....................................................................................................... 58
Sistema de Cotas e Incluso do Negro no Ensino Superior ............................................................. 59
Evaso de negros do Ensino Fundamental e Mdio ........................................................................ 62
Cursos de Ensino Superior ............................................................................................................... 63
Consideraes Finais ........................................................................................................................ 65
Mercado de Trabalho ............................................................................................................................ 67
Populao Economicamente Ativa (PEA) ......................................................................................... 67
Populao Economicamente Ativa (PEA) por Grupos de Escolaridade ....................................... 69
Taxa de Desemprego ........................................................................................................................ 73
Taxa de Desemprego por Faixa Etria .......................................................................................... 74
Taxa de Desemprego por Grupo de Escolaridade ........................................................................ 74
Informalidade ..................................................................................................................................... 75
Vnculos ............................................................................................................................................. 76
Perfil dos Ocupados (empregos formais) .......................................................................................... 76
O mercado de trabalho formal ....................................................................................................... 76
Escolaridade do Trabalhador Negro .............................................................................................. 79
Setor ............................................................................................................................................... 83
Hierarquia ....................................................................................................................................... 87
Renda vs. Educao ......................................................................................................................... 88
Geral ............................................................................................................................................... 88
Florianpolis ................................................................................................................................... 90
So Jos ........................................................................................................................................ 91
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Palhoa .......................................................................................................................................... 91
Biguau .......................................................................................................................................... 92
Renda vs. Municpios vs. Educao ................................................................................................. 93
Renda vs. Setor vs. Escolaridade ..................................................................................................... 95
Renda vs. Ocupao vs. Setor.......................................................................................................... 98
Renda vs. Ocupaes ..................................................................................................................... 100
Cargos de Chefia ......................................................................................................................... 100
Servios e Vendedor .................................................................................................................... 102
Servios Administrativos .............................................................................................................. 103
Construo e Indstria ................................................................................................................. 104
Consideraes Finais ...................................................................................................................... 105
Sade .................................................................................................................................................. 107
Origem dos dados ........................................................................................................................... 107
Expectativa de Vida ......................................................................................................................... 107
Taxas de Mortalidade e Fecundidade ............................................................................................. 110
Exames e Atendimentos Mdicos ................................................................................................... 114
Tipos de Parto ................................................................................................................................. 115
Casos de AIDS ................................................................................................................................ 116
Consideraes Finais ...................................................................................................................... 116
Anlise Economtrica .......................................................................................................................... 118
Introduo ...................................................................................................................................... 118
Metodologia e Dados .................................................................................................................... 118
Resultados ..................................................................................................................................... 120
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Equao de Rendimentos ............................................................................................................ 120
Decomposio de Rendimentos Negros/No-Negros ................................................................. 124
Concluses ................................................................................................................................. 127
Bibliografia.................................................................................................................................. 128
Anexo 1 ....................................................................................................................................... 129
Anexo 2 ....................................................................................................................................... 130
Consideraes Finais .......................................................................................................................... 131
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Objetivos
O presente relatrio faz parte do objeto de execuo de contrato com base no EDITAL DE PREGO
ELETRNICO N. 401/SMAP/DLC/2011, que pressupe a contratao de estudo sobre levantamento
de indicadores socioeconmicos da populao negra da Grande Florianpolis, com o objetivo de
subsidiar os gestores e conselhos de polticas pblicas locais, com informaes, anlises e
recomendaes em relao evoluo decenal sobre as condies de insero dos trabalhadores
negros no mercado de trabalho formal na Grande Florianpolis.
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A Populao Negra no Brasil e no estado de Santa Catarina
O povo brasileiro o produto da unio de trs etnias distintas: Negro, ndio e Branco. Devido a este
fato, a mestiagem est presente em todo o pas com maior ou menor intensidade a depender da
regio. A presena de negros no Brasil remete mo-de-obra escrava que foi trazida da frica,
principalmente entre os sculos XVI e XIX. O modelo adotado de colonizao e desenvolvimento do
nosso pas estava embasado na escravido como parte integrante do sistema econmico, social,
cultural e ideolgico.
Durante mais de 300 anos, o fluxo de escravos para a regio Sul do pas teve origem da frica, mas
tambm de regies porturias do Nordeste do pas. Com a Lei Eusbio de Queiros e outras medidas
que inviabilizaram o trfico negreiro, o nmero de crioulos e negros nascidos no Brasil foi aumentado,
em detrimento da reduo dos africanos. Em Santa Catarina, o trfico interno de mo-de-obra era
marcante, o que contribuiu para a diminuio no nmero de escravos.
Atualmente, esse estado possui uma pequena presena de afro-descendentes, pois no passado se
caracterizou como uma colnia de povoamento, sendo a economia voltada para subsistncia e a
populao marcada pela presena de imigrantes europeus. Em regies que foram colnias de
explorao, marcadas pela necessidade da mo-de-obra escrava, hoje em dia percebe-se que h um
nmero maior de negros na populao.
Apesar de ser ntida a contribuio do negro na cultura brasileira, atravs da msica, eventos
religiosos e gastronomia, e dos diversos movimentos de resistncia (Irmandades Negras, Quilombos,
Insurreies Negras e Movimentos Abolicionistas), os estudos e as atitudes intelectuais voltados
positivamente questo do negro s se desenvolveram, efetivamente, no sculo XX. Polticas
pblicas de sua afirmao no Brasil uma etapa contempornea desse longo processo histrico. As
cotas nas universidades pblicas so uma parte estratgica desse movimento.
Em um cenrio ainda mais recente, a populao negra voltou a ser maioria oficial no pas nos ltimos
5 anos. O estado de Santa Catarina o que tem menor proporo de negros em seu contingente
populacional, enquanto os estados de Par, Bahia e Maranho possuem as maiores propores.
Os negros so metade da populao brasileira, mas em mdia 65% dos pobres, aproximadamente
15% so analfabetos e possuem um rendimento mdio 25% inferior aos no-negros. As profisses de
menor reconhecimento social so em sua maioria ocupados por negros. Quando negros e no-
negros possuem as mesmas condies para ocupar determinada vaga no mercado de trabalho,
normalmente os brancos so privilegiados. Dessa forma, torna-se importante que sejam institudas
diversas prticas voltadas para a democracia nas relaes inter-raciais e garantia da equidade de
condies sociais, econmicas, culturais e educacionais e que estejam atentas aos investimentos e
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iniciativas necessrios no combate a pontos crticos, que de fato promovam a mudana desse
cenrio, sem infringir a isonomia de direito de cada cidado.
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Aspectos Metodolgicos
A questo de referncia do trabalho o tratamento de indicadores scio-econmicos que permitam a
anlise sob a tica dos estratos raciais. Nesse aspecto, a definio de raa ou cor ser feita seguindo
o critrio definido pelo IBGE, qual seja, negros a auto identificao para pardos e pretos. Neste
trabalho consideraremos a distino simples entre negros e no-negros.
O foco geogrfico a Regio Metropolitana de Florianpolis [RMF], que foi criada pela lei
complementar estadual n 162 de 1998 e revalidada pela lei complementar estadual n 495 de 2010.
formada por 22 municpios, sendo o ncleo metropolitano composto por 9 municpios (Florianpolis,
So Jos, Palhoa, Biguau, Santo Amaro da Imperatriz, Governador Celso Ramos, Antnio Carlos,
gua Mornas e So Pedro de Alcntara) e outros 13 municpios na rea de expanso da Regio
Metropolitana (Alfredo Wagner, Angelina, Anitpolis, Canelinha, Garopaba, Leoberto Leal, Major
Gercino, Nova Trento, Paulo Lopes, Rancho Queimado, So Bonifcio, So Joo Batista e Tijucas).
Segundo o Censo do IBGE de 2010, no ncleo metropolitano residem 877.706 pessoas, chegando a
1.012.831 habitantes ao incluir a rea de expanso.
Abaixo esto descritas as principais fontes de informaes e qual o tratamento metodolgico que foi
dado para construo dos indicadores:
1) Censos Demogrficos do IBGE, disponvel no banco de dados da SIDRA;
2) Atlas Racial do Brasil, produzido em 2005 pelo PNUD-CEDEPLAR;
3) Sistema CAGED e RAIS para avaliao do mercado formal de trabalho;
4) Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (PNAD) do IBGE.
Os Censos Demogrficos do IBGE permitiram a construo de indicadores para cada municpio da
Regio Metropolitana de Florianpolis, bem como a anlise comparativa com indicadores para todas
as Unidades da Federao e regies brasileiras. Sua periodicidade decenal e o objetivo aqui
comparar a evoluo dos indicadores entre os Censos de 2000 e 2010.
O Atlas Racial do Brasil, disponibilizado pelo PNUD-CEDEPLAR em 2005, permitiu a avaliao de
indicadores sobre as condies de sade, acesso a servios de sade, desigualdades de renda e
condies de trabalho, inadequao do domiclio de moradia, taxa de ocupao da mo-de-obra,
participao na fora de trabalho, informaes sobre previdncia, educao e sade reprodutiva.
Contudo, tais informaes esto disponveis somente para as unidades da federao, o que nos
permite apenas comparar o estado de Santa Catarina com as demais unidades da federao
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brasileira. A fonte primria de informaes so os Censos Demogrficos do IBGE e as Pesquisas
Amostrais do IBGE: PNAD e POF.
Os sistemas CAGED e RAIS permitiram a avaliao em nvel municipal. As informaes do CAGED
referem-se s movimentaes mensais no mercado de trabalho formal e as informaes da RAIS so
anuais, descrevendo o perfil da mo-de-obra do mercado de trabalho formal.
As Pesquisas Nacionais por Amostra de Domiclios (PNADs) so produzidas anualmente pelo IBGE,
cobrindo informaes para residentes em todas as unidades da federao, no sendo representativo
para os municpios. Contudo, possvel construir informaes que representam uma proxy para o
principal centro urbano da unidade da federao considerando o municpio como maior setor
censitrio coberto na amostragem. Foram consultadas informaes das PNADs de 2001 e 2009 e
estas permitiram construir indicadores sobre o perfil populacional, destacando aspectos sobre o
mercado de trabalho, educao e renda.
Paralelamente, foram contatadas diversas secretarias do municpio de Florianpolis que possuem
dados que so recortes especficos de amostras da populao em suas diversas caractersticas. A
Secretaria Municipal de Sade de Florianpolis forneceu alguns dados internos que auxiliaram na
complementao da anlise do tema relacionado.
Sobre a estruturao do relatrio, este est dividido atravs dos seguintes tpicos: indicadores
demogrficos e de domiclio, pobreza e renda, educao, mercado de trabalho e sade. Apesar dos
temas estarem separados, buscou-se avaliar conjuntamente os indicadores mais relevantes das
diferentes reas, com o objetivo de estabelecer concluses que auxiliem no diagnstico racial da
populao da Regio Metropolitana de Florianpolis. Por ltimo, foi realizado um estudo
economtrico com a proposio de um modelo que identificasse a relevncia da discriminao, bem
como os fatores principais de desajuste e que levariam desigualdade de rendimentos entre a
populao negra e no-negra nos diversos nveis de escolaridade.
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Demografia e Domiclio
Composio e Crescimento da Populao
Estima-se que o Brasil possui cerca de191 milhes de habitantes segundo o Censo Demogrfico
2010. Apesar do aumento da populao (tabela abaixo), percebe-se que a taxa de crescimento
populacional diminuiu, passando de um ndice mdio anual de 1,63% de 1991 a 2000 para 1,30%de
2000 a 2010. A desacelerao do crescimento populacional analogamente observada na Regio
Metropolitana de Florianpolis, no entanto, a uma taxa mdia anual expressivamente mais elevada:
2,94%de 1991 a 2000 para 2,42% de 2000 a 2010.
Tabela 1 - Populao em milhares (m), 1991-2010
Fonte: IBGE - Censo Demogrfico
Ao analisar a composio da populao brasileira segundo a classificao racial observa-se que
cerca de 51% dos habitantes se auto intitulam negros (IBGE - Censo Demogrfico 2010). Este
cenrio consequncia do grande crescimento da populao negra, que se acentuou
substancialmente do ano 2000 para 2010, atingindo uma taxa mdia anual de crescimento de 2,47%
neste perodo, o que resultou em um aumento de 9%da populao negra de 1991 a 2000 e
posteriormente de 28% at 2010. A quantidade de habitantes no-negros no pas, at ento superior,
passou a ser menor que a de negros, o que pode ser observado no grfico abaixo.
1991 2000 2010 91-00 00-10
Brasil 146.816 169.873 190.756 16% 12%
RM Florianpolis 629 816 1.012 30% 24%
Brasil Variao
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Grfico 1 - Evoluo da Populao segundo a Classificao Racial em milhes (MM), Brasil 1991 - 2010
Fonte: IBGE Censo Demogrfico
A populao da Regio Metropolitana de Florianpolis apresenta uma distribuio segundo a
classificao racial bastante distinta do cenrio nacional como observado no grfico abaixo. Este fato
observado em toda a regio sul do Brasil e reafirmado pelo estado de Santa Catarina que possui a
menor proporo de negros do pas (15,35%).
Grfico 2 - Composio da Populao segundo a Classificao Racial em milhares (m), Brasil 2010
77
16 1
94
70
6 21
97
0
50
100
150
200
250
1991 1991 - 2000 2000 - 2010 2010
no-negros negros
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1991 2000 2010 1991 2000 2010
Brasil RM Florianpolis
no-negros negros sem declarao
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Fonte: IBGE Censo Demogrfico
Apesar disso, a Regio Metropolitana de Florianpolis acompanhou a tendncia nacional de
crescimento da populao negra apresentando taxas mdias anuais de crescimento superiores a
populao de no-negros no perodo analisado, com crescimento mdio de 4,96% de 1991 a 2000 e
6,64% de 2000 a 2010. Como resultado, a populao de negros na Regio Metropolitana de
Florianpolis sofreu um aumento de 55% de 1991 a 2000 e de 90% de 2000 a 2010, o que pode ser
evidenciado no grfico abaixo.
Grfico 3 - Evoluo da Populao segundo a Classificao Racial em milhares, Regio Metropolitana de Florianpolis 1991 - 2010
Fonte: IBGE Censo Demogrfico
Destaca-se o grande aumento no nmero de habitantes sem declarao racial tanto no Brasil quanto
na Regio Metropolitana de Florianpolis no ano 2000. No Brasil cerca de 535 mil habitantes no
declaravam cor em 1991, aumentando para prximo de 1 milho e 200 mil em 2000 e retornando a
cerca de 7 mil em 2010. Na Regio Metropolitana de Florianpolis a quantidade de habitantes sem
declarao de raa saiu de cerca de 2 mil em 1991 para 4 mil em 2000 e posteriormente caiu para
menos de 50 habitantes em 2010. Essa grande variao no minimiza o crescimento exponencial
observado da populao negra, pois a amostra de no declarantes muita pequena em relao
totalidade da populao como pode ser observado no grfico da Composio da Populao segundo
a Classificao Racial em milhares (m), Brasil 2010.
Como consequncia destes acontecimentos a proporo de negros entre negros e no-negros sofreu
grande variao. Na Regio Metropolitana de Florianpolis a proporo de habitantes negros tem
variado positivamente no perodo de 1991 a 2010, ao contrrio do comportamento observado no pas,
na regio sul e at mesmo no estado de Santa Catarina. Essas regies apresentaram uma variao
negativa at o ano 2000. Contudo, percebe-se que quando o perodo de 2000 a 2010 analisado, a
580
159
133
872
48
26
67 140
0
200
400
600
800
1000
1200
1991 1991 - 2000 2000 - 2010 2010
no-negros negros
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proporo de negros se eleva em todas as regies citadas, com taxas mais expressivas em Santa
Catarina e na Regio Metropolitana de Florianpolis. (tabela abaixo)
Tabela 2 - Proporo de Negros entre Negros e No-negros, 1991 2010
Fonte: IBGE Censo Demogrfico
A Regio Metropolitana de Santa Catarina apresenta forte concentrao da populao negra do
estado (91%) em quatro das vinte e duas cidades desta regio conforme grfico abaixo.
Grfico 4 - Pareto da Populao de Negros por Municpio da RM Florianpolis
Fonte: IBGE Censo Demogrfico
1991 2000 2010 Variao 91 - 00 Variao 00 - 10
Brasil 47,61% 44,98% 50,74% -5,53% 12,81%
Centro-Oeste 52,16% 48,63% 55,78% -6,76% 14,69%
Nordeste 73,10% 66,28% 68,98% -9,33% 4,07%
Norte 75,77% 69,75% 73,53% -7,94% 5,41%
Sudeste 36,29% 36,30% 43,60% 0,03% 20,13%
Sul 16,09% 15,30% 20,58% -4,90% 34,50%
Santa Catarina 9,90% 9,74% 15,35% -1,58% 57,58%
RM Florianpolis 7,60% 9,08% 13,87% 19,47% 52,68%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
Populao Negra [%] Acumulado
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Florianpolis, So Jos, Palhoa e Biguau tambm despontam como os municpios mais populosos
e que possuem a maior proporo de negros na populao, o que exposto na tabela abaixo.
Destaca-se ainda as taxas de crescimento da populao de negros destes municpios do ano 2000
para 2010 que pode ser comparada na tabela de Crescimento mdio Anual da Populao de Negros,
2000 2010. Alm disso, esses municpios so responsveis por 87% do Produto Interno Bruto da
Regio Metropolitana de Florianpolis (IBGE- Produto Interno Bruto dos Municpios 2005-2009).
Tabela 3 Proporo de Negros da Regio Metropolitana de Florianpolis, por municpio
Fonte: IBGE Censo Demogrfico
Tabela 4 - Crescimento mdio Anual da Populao de Negros, 2000 2010
Fonte: IBGE Censo Demogrfico
Municpio [%]
Biguau 15,59%
Palhoa 15,09%
So Jos 15,06%
Florianpolis 14,68%
So Pedro de Alcntara 14,08%
Canelinha 13,30%
Tijucas 13,22%
Alfredo Wagner 12,06%
Paulo Lopes 10,80%
So Joo Batista 10,67%
Garopaba 9,05%
Santo Amaro da Imperatriz 7,79%
Governador Celso Ramos 7,18%
Nova Trento 7,06%
Rancho Queimado 6,70%
Antnio Carlos 5,90%
guas Mornas 5,10%
Anitpolis 3,89%
Major Gercino 2,71%
Angelina 2,19%
So Bonifcio 1,73%
Leoberto Leal 0,95%
negros no - negros
Biguau - SC 7,69% 1,19%
Palhoa - SC 7,42% 2,36%
So Jos - SC 6,90% 1,31%
Florianpolis - SC 5,20% 1,73%
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Gnero
Analisando a populao pela classificao de gnero, observa-se que a distribuio de homens e
mulheres no Brasil e na Regio Metropolitana de Florianpolis equnime: 51% dos habitantes so
mulheres (para cada habitante homem existe 1,03 mulheres no ano de 2000 e 1,04 em 2010). Esta
proporo tambm observada no ano 2010, evidenciando que o crescimento do nmero de
habitantes homens e mulheres tem sido muito prximo (tabela abaixo).
Tabela 5 - Crescimento da Populao segundo o Gnero e Raa, 2000 - 2010
Fonte: IBGE Censo Demogrfico
Quando considerada a populao negra, a distribuio segundo o gnero similar, porm a situao
se inverte: 51% da populao negra so homens tanto no Brasil, quanto na Regio Metropolitana de
Florianpolis em 2000. Este cenrio permanece inalterado na Regio Metropolitana de Florianpolis
em 2010 e se equaliza em 50% nacionalmente, o que exposto no grfico abaixo. As taxas de
crescimento para os habitantes com classificao racial negra, porm, so substancialmente
superiores como foi verificado anteriormente.
Grfico 5 - Distribuio da Populao segundo o Gnero e Raa, 2000 - 2010
Fonte: IBGE Censo Demogrfico
Brasil RM Florianpolis Brasil RM Florianpolis
Homens 11,73% 23,32% 1,12% 2,12%
Mulheres 12,84% 24,63% 1,22% 2,23%
Homens negros 25,87% 89,51% 2,33% 6,60%
Mulheres negras 29,33% 91,10% 2,61% 6,69%
Variao 00-10 Variao Mdia 00 - 10
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2000 2010 2000 2010
Brasil RM Florianpolis
Homens negros Mulheres negras
Homens no - negros Mulheres no - negras
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Estrutura Etria
A populao brasileira passa por um processo de envelhecimento que verificado por meio da
reduo da camada considerada jovem dos habitantes. Os indivduos com idade de 0 a 19 anos que
no ano 2000 correspondiam a 40% da populao, sofreram uma reduo mdia de 0,81% ao ano no
perodo de 2000 a 2010, chegando neste ltimo ano a corresponder a 33% da populao brasileira.
As demais faixas etrias apresentaram aumento no nmero de habitantes destacando-se as faixas de
50 a 59, 60 a 69, e 70 ou mais anos de idade com um aumento de 47%, 39% e 46% respectivamente
de 2000 a 2010 (20% da populao). A maioria da populao brasileira, no entanto, se encontra na
faixa etria de 20 a 49 anos (47%) com destaque para a faixa de 30 a 39 anos de idade que possui
16% dos habitantes do Brasil. Homens e mulheres apresentam distribuio etria similar, a populao
masculina apresenta uma concentrao levemente superior dos habitantes de 0 a 19 anos de idade:
34,18%, contra 31,84% na populao feminina.
A Regio Metropolitana de Florianpolis vive um processo de envelhecimento similar ao que
acontece no pas. No entanto, nesta regio a camada da populao que possui de 0 a 19 anos de
idade corresponde a uma parcela ainda menor da populao, saindo de 37% no ano 2000 para 28%
em 2010. Essa reduo ocorreu por meio de uma taxa de decrescimento de 0,39% ao ano no perodo
de 2000 a 2010. Destaca-se que a quantidade de habitantes enquadrados nas faixas de 0 a 4 e 5 a 9
anos de idade foi reduzida em 11% em ambas as faixas.
As demais faixas etrias sofreram um aumento no nmero de habitantes, constatando assim que a
Regio Metropolitana de Florianpolis est em um processo de envelhecimento mais avanado
quando comparada com o cenrio nacional. As faixas de 50 a 59, 60 a 69 e 70 ou mais anos de idade
demonstraram um aumento de 76%, 68% e 62% respectivamente de 2000 a 2010 (21% da
populao).
Assim como em nvel nacional, a maior parcela da populao desta regio se enquadra na faixa de
20 a 49 anos de idade (50%) se destacando tambm a populao de 30 a 39 anos que corresponde a
17% dos habitantes da Regio Metropolitana de Florianpolis.
A populao feminina apresenta uma concentrao levemente maior de habitantes em faixas etrias
superiores no comparativo com a populao masculina: 23% das mulheres da Regio Metropolitana
de Florianpolis possuem 50 anos ou mais de idade, contra 20% da populao masculina. Esta
estrutura pode ser analisada nas pirmides etrias abaixo.
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Grficos 6 e 7 - Pirmide Etria, Regio Metropolitana de Florianpolis - 2000 e 2010
Fonte: IBGE Censo Demogrfico
Quando considerados apenas os habitantes negros da Regio Metropolitana de Florianpolis,
observa-se que esta populao mais jovem, apresentando maior proporo de habitantes em todas
as faixas etrias de 0 a 39 anos de idade (73%). A populao de no-negros possui 63% dos
habitantes alocados nessa faixa.
Com o grande crescimento da populao negra observado no perodo entre o ano 2000 e 2010,
comentado anteriormente, nenhuma faixa etria da populao negra sofreu reduo no nmero de
habitantes, apresentando um aumento mdio de 94% por faixa etria. Destacam-se as faixas de 30 a
39 anos com aumento de 110%, de 50 a 59 anos com aumento de 165% e de 70 ou mais anos de
idade com aumento de 112%. A pirmide etria da populao negra pode ser analisada abaixo.
Grficos 8 e 9 -Pirmide Etria da Populao Negra, Regio Metropolitana de Florianpolis - 2000 e 2010
Fonte: IBGE Censo Demogrfico
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Situao do domiclio
A Regio Metropolitana de Florianpolis possui uma elevada taxa de urbanizao, sendo que 92% da
populao reside em reas urbanas, situao superior a taxa de urbanizao observada no cenrio
nacional de 84% (IBGE Censo Demogrfico 2010). A distribuio da populao segundo a situao
do domiclio era similarmente observada no ano 2000 com taxas de urbanizao no Brasil de 81% e
na Regio Metropolitana de Florianpolis de 90%.
Quando considerada a populao de negros, o ndice tambm elevado e observa-se que a
populao urbana sofreu um aumento no perodo de 2000 a 2010, o que pode ser observado no
grfico a seguir. Da populao negra da Regio Metropolitana de Florianpolis, 5,34% possuem
domiclio em rea rural contra 8,44% da populao no-negra. Apenas como base comparativa, no
estado de Santa Catarina 15,64% da populao negra rural.
Grfico 10 - Distribuio da Populao Negra segundo a Situao do Domiclio, 2000 e 2010
Fonte: IBGE Censo Demogrfico
Estima-se que em Florianpolis, Palhoa e So Jos cerca de 24 mil habitantes residam em
aglomerados subnormais, assentamentos irregulares conhecidos como favelas, invases, grotas,
baixadas, comunidades, vilas, ressacas, mocambos, palafitas, entre outros. Da populao destes
aglomerados 40% so negros. No grfico abaixo, notvel que a proporo da populao negra que
possui domiclio em aglomerados subnormais superior proporo da populao de no-negros.
Nesta anlise, a Regio Metropolitana de Florianpolis no foi considerada pelo fato do cadastro de
aglomerados subnormais do IBGE possuir apenas dados referentes aos municpios citados.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2000 2010 2000 2010
Brasil RM Florianpolis
Urbana
Rural
-
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Grfico 11 - Proporo de Habitantes que residem em Aglomerados Subnormais, 2010
Fonte: IBGE Censo Demogrfico
De forma anloga, observa-se que a proporo de domiclios em que o responsvel negro
apresenta uma proporo mais expressiva de domiclios com carncia de servios de infraestrutura.
Apesar disso, a proporo de domiclios nesta situao diminuiu no perodo de 2001 a 2009, o que
pode ser observado no grfico abaixo. Os domiclios urbanos so classificados como carentes de
servios de infraestrutura quando no contam com pelo menos um dos seguintes servios: energia
eltrica, rede de abastecimento de gua com canalizao interna, rede coletora de esgoto, pluvial ou
fossa sptica, lixo coletado direta ou indiretamente. No caso de domiclios rurais, a carncia ser
caracterizada pela ausncia de pelos menos trs dos servios mencionados.
Grfico 12 Proporo da Populao residente em Domiclios com Carncia de Servios de Infraestrutura segundo a classificao racial do responsvel pelo domiclio, 2001 e 2009
Fonte: IBGE PNAD
0,00%
2,00%
4,00%
6,00%
8,00%
10,00%
12,00%
14,00%
16,00%
18,00%
negros no - negros negros no - negros negros no - negros negros no - negros
Brasil Florianpolis - SC Palhoa - SC So Jos - SC
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
2001 2009 2001 2009
no - negros negros
Brasil Santa Catarina RM Florianpolis
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A proporo de domiclios que possuem densidade excessiva de moradores por dormitrio mais
elevada no caso de domiclios em que o responsvel negro. A densidade excessiva de moradores
por dormitrio observada quando residem no domiclio mais de trs pessoas por dormitrio e pode
ser verificada no grfico abaixo. A Regio Metropolitana de Florianpolis apresenta resultados
inferiores ao cenrio observado nacionalmente e a proporo de domiclios em adensamento
excessivo diminuiu em todas regies analisadas no perodo do ano 2001 a 2009.
Grfico 13 Proporo de Domiclios com Densidade Excessiva de Moradores por Dormitrio segundo a classificao racial do responsvel pelo domiclio, 2001 e 2009
Fonte: IBGE PNAD
Quando a populao de negros analisada considerando os tipos de espcie domstica, percebe-se
que os habitantes negros esto em maior proporo do que a populao de no-negros em
domiclios classificados como estendidos, tanto no Brasil quanto na Regio Metropolitana de
Florianpolis. 21,43% da populao de negros no pas residem em unidades domsticas estendidas
contra 16,82% dos no-negros. Na Regio Metropolitana de Florianpolis essa proporo de
18,81% entre os negros contra 13,53% na populao de no-negros. Alm disso, a proporo dos
habitantes negros em unidades domsticas classificadas como unipessoal superior a de no-negros
(3,79% dos negros contra 2,38% dos no-negros). Destaca-se que a grande maioria da populao se
enquadra na unidade domstica nuclear onde no Brasil se encontram 65% da populao e na Regio
Metropolitana de Florianpolis 64%. A proporo de negros segundo a espcie de unidade domstica
exposta no grfico abaixo.
0,00%
2,00%
4,00%
6,00%
8,00%
10,00%
12,00%
2001 2009 2001 2009
no-negros negros
Brasil Santa Catarina RM Florianpolis
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Grfico 14 - Proporo de Negros segundo a Espcie de unidade domstica, 2010
Fonte: IBGE Censo Demogrfico
A espcie da unidade domstica existente foi classificada como Unipessoal quando constituda por
uma nica pessoa; Estendida, quando constituda somente pela pessoa responsvel com pelo
menos um parente, formando uma famlia que no se enquadre em um dos tipos descritos como
nuclear; Composta, quando constituda pela pessoa responsvel, com ou sem parente(s), e com
pelo menos uma pessoa sem parentesco agregado(a), pensionista, convivente, empregado(a)
domstico(a), parente do empregado(a) domstico(a); Nuclear, quando constituda por pessoa
responsvel com cnjuge, pessoa responsvel com cnjuge e com pelo menos um lho(a) ou
enteado(a), pessoa responsvel com pelo menos um lho(a) ou enteado(a), pessoa responsvel com
pai ou padrasto e com me ou madrasta, pessoa responsvel com pai ou padrasto, com me ou
madrasta e com pelo menos um irmo ou irm, pessoa responsvel com pai ou padrasto, pessoa
responsvel com me ou madrasta, pessoa responsvel com pai ou padrasto e com pelo menos um
irmo ou irm ou pessoa responsvel com me ou madrasta e com pelo menos um irmo ou irm.
Consideraes Finais
Diante do cenrio supracitado conclusivo que a populao, tanto nacionalmente quanto na Regio
Metropolitana de Florianpolis cresceu at 2010, porm em um ritmo desacelerado quando
comparado com perodos anteriores (1991 a 2000).
A populao negra, no entanto, demonstra um cenrio inverso. Verifica-se uma acelerao do
crescimento no nmero de habitantes negros em ambas as regies analisadas no mesmo perodo.
Em decorrncia deste acontecimento a populao de negros se tornou maior que a de no-negros no
Brasil, na primeira dcada do sculo XXI.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Brasil RM Florianpolis Brasil RM Florianpolis
no-negros negros
Composta Estendida Nuclear Unipessoal
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Apesar do grande crescimento da populao negra observado na Regio Metropolitana de
Florianpolis, os habitantes com classificao racial negra so minoria nesta regio e se concentram
substancialmente em quatro municpios (Florianpolis, Palhoa, So Jos e Biguau).
As mulheres constituem maioria da populao no pas e na Regio Metropolitana de Florianpolis.
Entretanto, quando considerada a populao negra da Regio Metropolitana de Florianpolis a
populao masculina maior. Contudo, de forma geral, observa-se um equilbrio entre a populao
segundo a classificao por gnero.
Percebe-se que a populao brasileira vive um processo de envelhecimento que se apresenta de
forma mais acentuada na Regio Metropolitana de Florianpolis. A populao negra mostra-se mais
jovem ao continuar apresentando crescimento nas faixas etrias inferiores da estrutura etria da
populao.
A concentrao demogrfica em regies urbanas substancial em todo pas e na Regio
Metropolitana de Florianpolis o cenrio no distinto. Em meio urbanizao exposta a situao
de domiclios classificados como aglomerados subnormais, favelas e similares, onde a populao de
negros aparece em propores significantemente superiores a de no-negros. Os domiclios em que
o responsvel negro apresentam, proporcionalmente, maior carncia de servios bsicos de
infraestrutura e ainda possuem maior adensamento excessivo de moradores por dormitrio. Por fim,
verifica-se que a presena de domiclios constitudos por um maior nmero de habitantes (unidade
domstica nuclear) predominante no cenrio nacional e na Regio Metropolitana de Florianpolis.
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Renda e Pobreza
Renda
As disparidades observadas na renda constituem uma importante fonte de informaes sobre as
desigualdades raciais. Observa-se que o rendimento mensal domiciliar, domiciliar per capita e familiar
de no-negros so sempre maiores do que os de negros. Analisa-se, adicionalmente, o impacto da
segmentao segundo localizao, sexo e raa do chefe de famlia. Em seguida, h a anlise dos
efeitos da ocupao e da escolaridade sobre a razo do rendimento mdio entre indivduos negros e
no-negros. Busca-se captar as desigualdades por meio do coeficiente de Gini e do ndice de
Entropia de Theil, abordando o primeiro de maneira mais grfica e analtica. Por fim, faz-se uma
anlise descritiva da populao da Regio Metropolitana de Florianpolis, em termos de classes de
rendimento nominal mensal.
Os impactos da segmentao racial nos rendimentos mensais domiciliares e familiares, para todas as
unidades domiciliares, so expostos a seguir, para Santa Catarina.
Grfico 15 - Rendimento mensal domiciliar para todas as unidades domiciliares, em termos reais e nominais, para o Estado de Santa Catarina
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios de 2001 2009
Observa-se que, em termos reais, a diferena entre o rendimento mensal domiciliar de negros e no-
negros est sempre entre R$ 822,67 (em 2004, a menor diferena) e R$ 1002,92 (em 2005, a maior
diferena).
R$ 0
R$ 500
R$ 1.000
R$ 1.500
R$ 2.000
R$ 2.500
R$ 3.000
R$ 3.500
2001 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
valor nominal para negros valor nominal para no-negros
valor real para negros valor real para no-negros
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O padro do grfico de rendimento mensal familiar demonstra, assim como no grfico de rendimento
mensal domiciliar, a disparidade, em termos reais, de renda existente entre os segmentos raciais
destacados, sendo a menor diferena em 2004, no valor de R$ 854,88, e a maior diferena em 2007,
no valor de R$ 1035,85. Em termos nominais, a menor diferena ocorre em 2002, no valor de R$
557,43, e a maior em 2009, no valor de R$ 995,93. Para o rendimento mensal familiar, em termos
nominais, a menor diferena ocorre em 2002, no valor de R$ 555,03, e a maior em 2009, no valor de
R$ 1034,69.
Uma anlise preliminar dos impactos da segmentao racial sobre a renda domiciliar per capita,
conciliando o rendimento enquanto varivel de anlise ao nmero de pessoas situadas por domiclio
feita a seguir.
Grfico 16 - Rendimento mensal domiciliar per capita, em termos reais e nominais, para o Estado de Santa Catarina
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios de 2001 2009
Observa-se que, enquanto o rendimento mensal domiciliar per capita do no-negro alcana o valor de
R$ 915,87, o do negro apresenta o valor de R$ 552,50. Em termos reais, a menor diferena ocorre
em 2004, no valor de R$ 285,67, enquanto a maior diferena ocorre em 2009, no valor de R$363,38.
Em termos nominais, a menor diferena ocorre em 2004, no valor de R$ 220,18, enquanto a maior
diferena ocorre em 2009, no valor de R$ 363,38.
Para analisar os impactos sociais derivados da situao econmica dos indivduos segmentados por
raas, fez-se necessrio observar, primeiramente, aspectos classificatrios do rendimento mdio de
pessoas ocupadas, segundo gnero (sexos masculino e feminino) e localizao (rural e urbano).
R$ 0
R$ 100
R$ 200
R$ 300
R$ 400
R$ 500
R$ 600
R$ 700
R$ 800
R$ 900
R$ 1.000
2004 2005 2006 2007 2008 2009
valor nominal para negros valor nominal para no-negros
valor real para negros valor real para no-negros
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Optou-se, nesta anlise, pela nfase de utilizao da razo do rendimento mdio entre negros e no-
negros, no sentido de captar a magnitude da desigualdade.
Grfico 17 - Razo do rendimento mdio (negros / no-negros) de pessoas ocupadas segmentados por meio rural e urbano
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios de 2001 e 2009
Com relao localizao (meio rural e urbano), observamos que, no Brasil, a desigualdade do
rendimento mdio entre negros e no-negros vem diminuindo, visto que a razo aumentou, em
termos relativos, em cerca de 9,36%. Variao relativa positiva ocorre, tambm, para a Regio
Metropolitana de Florianpolis, que situou-se em 33,62%. Observa-se que no meio rural, para o
perodo considerado, houve uma reduo considervel na discrepncia do rendimento mdio entre
negros e no-negros. No meio urbano, um crescimento da razo observado apenas para o Brasil
como um todo, no valor de 18,07%. Para a Regio Metropolitana de Florianpolis, ocorre uma
reduo da razo em cerca de 3,02%, indicando que, neste perodo, a desigualdade de rendimento
mdio para pessoas ocupadas aumentou, considerando a segregao racial em questo.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
2001 2009 2001 2009
Rural Urbano
Brasil
RM Florianopolis
-
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Grfico 18 - Rendimento mdio em termos absolutos, para negros e no-negros, por meio rural e urbano
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios de 2001 2009
Em termos absolutos, observamos que o rendimento mdio dos no-negros brasileiros, residentes no
meio rural, cresceu de R$ 426,44 para R$ 558,94, enquanto que a dos negros foi de R$ 222,72 para
R$ 319,26. Ainda para o meio rural, na Regio Metropolitana de Florianpolis, observa-se que, para
no-negros, o rendimento mdio de 2001 era R$ 473,08 e passou a ser R$ 644,11 em 2009. Para os
negros residentes na Regio Metropolitana, o rendimento mdio foi de R$ 291,75 em 2001 para R$
530,82 em 2009.
Na rea urbana observamos que os rendimentos mdios so, em geral, mais altos. Os negros
ganhavam mais em 2001 na rea urbana do que os negros em 2009 na rea rural, em termos
nominais. Em 2001, no-negros brasileiros residentes em reas urbanas obtiveram um rendimento
mdio de R$ 1424,48, enquanto negros nessa mesma categoria auferiram um rendimento mdio de
R$ 708,90. Em 2009, no-negros obtiveram uma reduo em seu rendimento mdio, para R$
1416,41. Em contrapartida, negros obtiveram um aumento de rendimento, para R$ 832,32. Exceto
para os no-negros no perodo de 2001 a 2009 que residiam em reas urbanas, observamos que a
Regio Metropolitana em anlise obtm, em mdia, rendimentos maiores. Nas localizaes urbanas
dessa regio, para no-negros em 2001, o rendimento mdio foi de R$ 1050,31, enquanto que, para
os negros, foi de R$ 727,51. J em 2009, ambos auferiram um aumento eu seu rendimento mdio,
sendo que no-negros alcanaram o valor de R$ 1332,30 e segmento dos negros atingiu um
rendimento de R$ 894,88.
Grfico 19 - Razo do rendimento mdio (negros / no-negros) de pessoas ocupadas por sexo
R$ 0
R$ 200
R$ 400
R$ 600
R$ 800
R$ 1.000
R$ 1.200
R$ 1.400
R$ 1.600
2001 2009 2001 2009 2001 2009 2001 2009
no-negros negros no-negros negros
Rural Urbano
Brasil RM Florianopolis
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Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios de 2001 2009
Considerando os aspectos de gnero, para mulheres no Brasil foi observado um aumento relativo na
razo de rendimento mdio em torno de 18,35%.Ocorre uma reduo da razo para a Regio
Metropolitana de Florianpolis para as mulheres no valor de 1,65%, ou seja, um aumento da
desigualdade entre mulheres negras e no-negras no perodo. Para os homens a desigualdade
expressa pela razo diminuiu, tanto no Brasil como na Regio Metropolitana de Florianpolis. Na
primeira regio, ocorre um aumento de 20,71% enquanto que, para a segunda, um aumento de
4,41%.
Grfico 20 - Razo do rendimento mdio familiar (negros / no-negros), por raa do chefe de famlia, para meio urbano e rural
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios de 2001 2009
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
2001 2009 2001 2009
Mulher Homem
Brasil
RM Florianopolis
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
2001 2009 2001 2009
Rural Urbano
Brasil RM Florianopolis
-
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Observa-se, a partir do grfico acima, que no meio rural brasileiro a razo do rendimento aumentou,
em termos relativos, cerca de 12,17%. J no meio urbano brasileiro, o aumento percentual foi
superior, de cerca de 20,33%. Para a Regio Metropolitana de Florianpolis, h um aumento
percentual de 6,70% no meio rural e uma reduo de 1,47% no meio urbano. No perodo de 2001 a
2009, para a Regio Metropolitana, a desigualdade racial passa por um crescimento, no que tange ao
rendimento mdio por raa do chefe de famlia.
Grfico 21 - Razo do rendimento mdio familiar (negros / no-negros), por raa do chefe de famlia, classificado por sexo
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios de 2001 2009
De maneira anloga, define-se a razo do rendimento mdio familiar entre negros e no-negros (por
raa do chefe de famlia), segmentado por gnero. Entre as mulheres brasileiras, observa-se um
crescimento de 22,23% na razo de rendimento mdio. Entre os homens brasileiros este crescimento
se mostra um pouco menor, cerca de 20,38%. Entretanto, a razo do rendimento mdio para o Brasil
menos desigual para os homens (52,67%) do que para as mulheres (50,90%). Para elas, na Regio
Metropolitana de Florianpolis, observa-se um crescimento percentual da razo de rendimento
elevado (cerca de 44,25%). Para os homens, na mesma regio, houve uma reduo dessa razo,
mostrando que o nvel de desigualdade aumentou no perodo.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
2001 2009 2001 2009
Mulher Homem
Brasil RM Florianopolis
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Grfico 22 - Razo do rendimento mdio (negros / no-negros) de pessoas ocupadas, classificado por escolaridade
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios de 2001 2009
As desigualdades tendem a diminuir por meio de um aumento na razo do rendimento mdio. No
Brasil, isso ocorre para todos os nveis de escolaridade. Para a Regio Metropolitana de
Florianpolis, ocorre uma reduo da razo de rendimento mdio para o ensino fundamental
incompleto. Observa-se que, para a parcela da populao desprovida de instruo, h um
crescimento da razo do rendimento mdio entre negros e no-negros, sendo este mais expressivo
na Regio Metropolitana de Florianpolis (cerca de 9,33%) do que no Brasil (cerca de 1,99%).
Para os brasileiros que no concluram o ensino fundamental observa-se um aumento relativo na
razo de rendimento de 7,83%. Para os residentes na Regio Metropolitana a situao ficou mais
desigual para esta escolaridade, considerando uma reduo relativa da razo da ordem de 7,99%.
Para o segmento populacional que concluiu o ensino fundamental, foi observado que a desigualdade
diminui, em maior proporo, para a Regio Metropolitana de Florianpolis (cerca de 20,46%) do que
no Brasil (cerca de 4,61%). Para aqueles que no completaram o ensino mdio, o cenrio se repete,
sendo um aumento relativo de 2,50% para a Regio Metropolitana e de 0,44% para o Brasil.
Para a categoria dos indivduos que concluram o ensino mdio foi observado que a desigualdade
diminuiu em proporo menor para o Brasil (cerca de 2,66%) do que para a regio metropolitana de
Florianpolis (cerca de 8,47%).
Observa-se maior crescimento relativo da razo do rendimento mdio para a Regio Metropolitana,
entre todos os nveis de escolaridade, para aqueles que no concluram o ensino superior, no valor
de 62,89%. No Brasil, este percentual foi de apenas 16,44%. Vale ressaltar que, entre todas as
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Seminstruo
Fundamentalincompleto
Fundamentalcompleto
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Mdiocompleto
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Brasil RM Florianopolis
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categorias de escolaridade, a nica em que a razo de rendimento mdio maior do que uma
unidade a de ensino superior incompleto, para a Regio Metropolitana, no valor de 1,3540. Para os
indivduos que concluram o ensino superior, foi observado um crescimento da razo do rendimento
mdio no valor de 16,36% para o Brasil e de 9,96% para a Regio Metropolitana.
Tabela 6 - Razo do rendimento mdio (negros / no-negros) de pessoas ocupadas por posio na ocupao
Regio Brasil RM Florianpolis
Ano 2001 2009 2001 2009
Empregado com carteira de trabalho assinada 60.07% 70.60% 75.81% 78.17%
Militar 66.79% 81.19% 0.00% 0.00%
Funcionrio pblico estatutrio 63.97% 70.18% 106.80% 56.88%
Outro empregado sem carteira de trabalho assinada 53.26% 62.29% 81.08% 88.37%
Trab. domstico com carteira de trabalho assinada 91.72% 93.61% 92.23% 105.12%
Trab. domstico sem carteira de trabalho assinada 82.47% 84.22% 94.36% 98.71%
Conta prpria 47.82% 54.43% 61.41% 90.79%
Empregador 56.80% 61.98% 39.47% 62.43%
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios de 2001 2009
Para o Brasil, observa-se que h um crescimento da razo do rendimento mdio em todas as
posies de ocupao, o que sugere uma diminuio na desigualdade entre raas no perodo. Os
maiores incrementos na razo de rendimento mdio, no caso do Brasil, foram nas reas de ocupao
militar (21,55%), empregado com carteira de trabalho assinada (17,53%) e outro empregado sem
carteira de trabalho assinada (16,97%).
Na Regio Metropolitana de Florianpolis houve um crescimento na razo do rendimento mdio para
todas as categorias, exceto na ocupao de funcionrio pblico estatutrio. Os maiores crescimentos
da razo no rendimento mdio foram nas categorias de ocupao de empregador (58,18%) e conta
prpria (47,84%). Para 2009, a nica posio na ocupao onde o segmento dos negros obteve um
rendimento mdio igual ou maior do que o dos no-negros, na Regio Metropolitana de Florianpolis,
foi a de trabalho domstico com carteira de trabalho assinada.
Com relao s medidas de desigualdade, se faz necessria a anlise de ndices que, por meio de
sua metodologia, consigam captar a magnitude das diferenas de rendimento, tanto no aspecto
familiar (per capita) como no contexto do trabalho. Duas medidas so utilizadas para tentar captar
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estas desigualdades e sua evoluo entre 2001 e 2009, quais sejam: o coeficiente de Gini e o ndice
de Entropia de Theil. Segue uma breve descrio da cada uma dessas metodologias, bem como a
forma de anlise dos resultados.
O coeficiente de Gini mensura a disperso estatstica, no sentido de captar as diferenas entre
valores ao longo de uma distribuio de frequncias. definido, matematicamente, baseado na curva
de Lorenz, utilizando a proporo da renda total da populao no eixo das ordenadas e a populao
acumulada, segundo classificao da renda (em ordem crescente), no eixo das abscissas. O
coeficiente de Gini pode ser pensado como a razo entre a rea que se encontra entre a linha de
perfeita igualdade e a curva de Lorenz e a rea total sob a linha de perfeita igualdade. Se a rea
entre a curva de Lorenz e a linha de perfeita igualdade X, e a rea sob a curva de Lorenz Y, o
coeficiente de Gini ser X / (X + Y). Como X + Y resultam em 0,5, sendo a rea de um tringulo
retngulo de base e altura iguais a 1, o coeficiente de Gini ser correspondente a duas vezes a rea
entre a curva de Lorenz e a linha de perfeita igualdade. De maneira anloga, o coeficiente de Gini
pode ser escrito como uma unidade subtrada de duas vezes a rea abaixo da curva de Lorenz.
Considerando a curva de Lorenz como uma funo genrica F(x), o coeficiente de Gini pode ser
calculado como:
( )
O coeficiente de Gini resulta em um valor entre 0 e 1, onde o valor 0 corresponde uma situao de
completa igualdade e, conforme este valor aumenta, a distribuio da renda vai se tornando cada vez
mais desigual, at que atinja o valor 1, situao de completa desigualdade.
A partir dos dados do PNAD, observam-se os seguintes padres de comportamento da desigualdade,
para a renda familiar per capita, segmentando-se as informaes por raa:
Grfico 23 - Coeficientes de Gini para a renda familiar per capita, para negros e no-negros
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Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios de 2001 2009
Observa-se que o coeficiente de Gini diminuiu, de 2001 para 2009, tanto para negros como para no-
negros, e para ambas as regies em anlise. Para o segmento racial dos no-negros no Brasil houve
uma reduo do coeficiente da ordem de 8,37%. Para a mesma classificao de raa, na Regio
Metropolitana de Florianpolis, houve uma reduo da ordem de 5,10%. Em valores absolutos, o
coeficiente de Gini para a Regio Metropolitana de Florianpolis (G = 0,453) menor do que no Brasil
(G = 0,533) em 2009, o que indica uma menor desigualdade de rendimento familiar per capita entre
no-negros para a primeira regio. Para a classificao racial de negros, observou-se uma reduo
percentual relativa do coeficiente de Gini da ordem de 7,07% para o Brasil, enquanto que, para a
Regio Metropolitana de Florianpolis, observou-se uma reduo de 17,22%. Comparativamente, no
ano de 2009, a desigualdade de renda familiar per capita ocorre com maior intensidade entre no-
negros, tanto no Brasil como na Regio Metropolitana de Florianpolis, em termos da medida de
desigualdade em questo.
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Grfico 24 - Coeficiente de Gini para a renda do trabalho, para negros e no-negros
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios de 2001 2009
No perodo de 2001 a 2009, ocorre a reduo do coeficiente de Gini para todos os segmentos raciais.
Para no-negros, no Brasil, a reduo relativa da ordem de 7,60%. Para a Regio Metropolitana de
Florianpolis, a reduo de apenas 1,07%. No caso dos negros, no Brasil, ocorre uma queda
relativa de 6,17% no coeficiente, enquanto que, no mesmo perodo, a reduo de 12,25% para a
Regio Metropolitana de Florianpolis. Para esta ltima regio, observa-se que a segmentao racial
dos negros apresenta menor coeficiente de Gini (G = 0,356) do que a dos no-negros (0,466), o que
indica que as desigualdades de renda no trabalho so menores entre indivduos do primeiro grupo.
Considerando apenas a segmentao racial dos negros, no ano de 2009, observa-se que a
desigualdade de renda no trabalho maior no Brasil como um todo (G = 0,470), do que na Regio
Metropolitana de Florianpolis (G = 0,356).
O ndice de Entropia de Theil, tambm chamado de L de Theil, pode ser assim descrito:
( )
( )
( )
onde a renda do i simo indivduo, Y a renda total da regio e n o nmero total de pessoas.
Conforme o valor de L aumenta, maior a disparidade na distribuio da renda, uma vez que a
desigualdade provm de uma maior concentrao da renda.
Grfico 25 - ndice de Entropia de Theil para a renda familiar per capita, para negros e no-negros
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Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios de 2001 2009
H uma reduo do ndice de Theil, tanto no Brasil como para a Regio Metropolitana, para ambas as
segmentaes raciais, com exceo dos no-negros na Regio Metropolitana de Florianpolis. No
caso dos no-negros, para o Brasil, observa-se uma reduo relativa da ordem de 16,17% no ndice
de Theil, de 2001 para 2009. Para o mesmo segmento racial, houve um incremento relativo de
10,66% no ndice, o que indica um aumento da concentrao de renda familiar per capita e,
obviamente, uma maior desigualdade dentro da referida classe. Para a totalidade de negros
brasileiros, houve uma reduo relativa do coeficiente da ordem de 14,42%. Para a Regio
Metropolitana de Florianpolis, observou-se uma queda de 30,80%, indicando que a desigualdade de
renda familiar per capita vem reduzindo com mais eficcia. Comparando a situao dos negros no
Brasil (L = 0,4944) e na Regio Metropolitana de Florianpolis (L = 0,2816), as desigualdades intra-
segmento so menores para a segunda regio. Apenas para a Regio Metropolitana, a segmentao
racial dos no-negros apresenta um ndice de Theil maior (L = 0,5264) do que a dos negros (L =
0,2671), indicando que as desigualdades intra-segmento so consideravelmente menores entre
negros.
Grfico 26 - ndice de entropia de Theil para renda do trabalho, para negros e no-negros
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O ndice de Theil, para a renda do trabalho, segue um padro de comportamento semelhante ao da
renda familiar per capita, havendo aumento apenas para a segmentao racial dos no-negros na
Regio Metropolitana de Florianpolis. Para os no-negros brasileiros, observou-se uma reduo do
ndice de Theil da ordem de 12,87%. Para negros brasileiros, esta reduo cai para 2,32%. Para no-
negros residentes na Regio Metropolitana de Florianpolis, o aumento no ndice foi de 23,28%,
enquanto que, para os negros, houve reduo de 9,58%. Comparando as segmentaes raciais no
ano de 2009, para a Regio Metropolitana, observou-se que os negros apresentam menor valor do
ndice (L = 0,2671), do que os no-negros (L = 0,5264), o que indica que h menor desigualdade de
renda no trabalho para os primeiros.
O coeficiente de Gini e o ndice de entropia de Theil esto definidos em valores absolutos, no
demonstrando exatamente a magnitude da desigualdade de renda. Dessa forma, mostrou-se
necessrio definir a renda acumulada em termos do acmulo da populao, em ordem crescente de
renda.
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Grficos 27 e 28 - Distribuio da renda do trabalho, para negros e no-negros, no Brasil
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios de 2001 2009
Para no-negros brasileiros, em 2001, observa-se que 90% da populao detinha cerca de 54,34%
da renda. Em 2009, este valor passou a ser 57,63%, ou seja, as desigualdades entre no-negros
diminuram no perodo. Para negros, em 2001, observamos que sua distribuio de renda mais
igualitria, sendo que 90% da populao acumula cerca de 60,03% da renda. Houve uma pequena
melhora na distribuio da renda para esta mesma distribuio da populao em 2009, para cerca de
61,78%.
Grficos 29 e 30 - Distribuio da renda do trabalho, para negros e no-negros, na Regio Metropolitana de Florianpolis
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios de 2001 2009
Para os no-negros residentes na Regio Metropolitana de Florianpolis, observa-se uma distribuio
mais igualitria da renda comparativamente ao Brasil para o decil de 90%, de cerca de 62,93%. Para
os negros este valor 68,38%. Ao longo do perodo de anlise, observa-se um acrscimo na
desigualdade de renda entre no-negros, passando a 61,42%. Para negros a desigualdade reduziu,
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considerando um acrscimo no percentual de renda acumulado at o decil de 90% da populao para
70,92%. Para no-negros brasileiros, a razo 90/10 passou de 10,67, em 2001, para 10 em 2009,
indicando um intervalo recente menor para as faixas extremas de renda. Na Regio Metropolitana,
essa razo foi de 5,83 para 5,38 no perodo. Entre os negros brasileiros, a razo 90/10 foi de 9,12
para 8,33. Para negros residentes na Regio Metropolitana, observamos um decrscimo de 9,75 para
3,75 no perodo.
Tabela 7 - Rendimento nominal mensal de pessoas com 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referncia, para a Regio Metropolitana de Florianpolis
Ano 2000 2010
Raa no-negros negros no-negros negros
At 1 salrio mnimo 7.95% 11.60% 27.09% 42.92%
Mais de 1 a 2 salrios mnimos 22.02% 32.16% 32.59% 33.77%
Mais de 2 a 5 salrios mnimos 35.75% 39.46% 25.79% 16.76%
Mais de 5 a 10 salrios mnimos 17.62% 11.07% 8.77% 3.26%
Mais de 10 salrios mnimos 12.22% 4.45% 3.62% 1.04%
Sem rendimento 4.44% 1.26% 2.03% 2.19%
Sem declarao 0% 0% 0.12% 0.06%
Total 100.00% 100.00% 100.00% 100.00%
Fonte: Censos de 2000 e 2010
O segmento racial dos negros est disposto, em sua maioria, abaixo de 5 salrios mnimos em 2000,
com cerca de 83,22% da classe inserida nessa categoria. Em 2010, esse percentual aumenta para
93,45%. Entre os indivduos que ganham menos de um salrio mnimo, observa-se a preponderncia
de negros. Em 2000, 11,60% do total de negros recebiam at um salrio mnimo, enquanto que, para
no-negros, esse percentual era de 7,95%. Em 2010 essa disparidade aumenta considerando que
42,92% do total de negros recebiam at um salrio mnimo enquanto, para no-negros, este
percentual de 27,09%.
A maior concentrao em 2010 nas faixas de renda menores, especialmente at 1 salrio mnimo,
ocorre tanto para negros, quanto no-negros. Isso se deve ao ganho real ocorrido no salrio mnimo
nos ltimos dez anos, que atingiu 81,74% em termos reais. Na comparao, no entanto, entre negros
e no-negros, a proporo dessas distribuies e a concentrao de indivduos nas faixas que
envolvem salrios mais baixos atingiu mais os negros.
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Pobreza e Indigncia
Histrico e Evoluo
Um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milnio definido pela ONU Erradicar a extrema pobreza
e a fome. Apesar de existirem diferentes formas de mensurar a pobreza e a indigncia,
historicamente, no Brasil, a melhoria desses ndices esteve associada a perodos de crescimento
econmico.
Analisando as ltimas trs dcadas do sculo XX so perceptveis os nveis de avano da reduo da
pobreza nos momentos de maior crescimento da economia brasileira. Na dcada de 1970, a
proporo de pobres foi bastante reduzida em todo o Brasil, especialmente na regio Sul, onde o
indicador caiu de quase 70% para 32%. Acompanhando o crescimento econmico da dcada, o
estado de Santa Catarina teve a proporo reduzida de 63% para 26%.
A dcada de 80, marcada por estagnao econmica e altos ndices de inflao, presenciou um
cenrio de crescimento da pobreza no Brasil e em todas as suas regies. Na regio Sul, a proporo
de pobres subiu quase 15,5% ao longo desse perodo. Com a estabilizao da economia e as
polticas sociais adotadas na dcada de 1990, a proporo de pobres caiu de cerca de 31% para
20,5% na regio Sul. vlido ressaltar que o estado de Santa Catarina e a Regio Metropolitana de
Florianpolis apresentam resultados positivos de destaque com relao pobreza, se comparado ao
restante do Brasil e da regio Sul.
Figura 1 - Proporo de pobres com renda per capita abaixo de meio salrio mnimo (em 2000)
Fonte: Relatrio PNUD Brasil, emitido pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
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O impacto do gasto pblico na pobreza
Em relatrio emitido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), denominado
Coleo de Estudos Regionais sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milnio, avaliou-se a
relao entre os gastos pblicos em cada estado da regio Sul na dcada de 90 e o desempenho da
pobreza. Tal avaliao busca mensurar o impacto do gasto pblico total, gasto com educao e
cultura, com sade e saneamento, principalmente na reduo da proporo de pobres. Alm dessas
avaliaes, busca-se relacionar tambm com o total de beneficiados do sistema de previdncia
social, como uma proxy dos programas de transferncia de renda.
Para o gasto pblico total, durante toda a dcada de 90, houve crescimento absoluto e relativo (em
percentual do PIB) concomitantemente queda da pobreza. De 1992 a 2001, encontrou-se uma
correlao negativa de 0,43 para o estado de Santa Catarina. A despesa com educao e cultura
reduziu seu valor em relao ao PIB, apesar de ter aumentado em valor absoluto. A correlao
encontrada com a proporo de pobres foi a mais alta, estando negativa em 0,95 para o estado em
questo. A correlao dos gastos pblicos em sade e saneamento com a varivel em estudo foi de
0,90. Por fim, no foi observada relao significativa entre pobreza e nmero de beneficiados da
previdncia social.
Estudos de comportamento histrico como esse tm relevncia para auxiliar na definio de qual
rea investir ao pensar em polticas pblicas voltadas para a pobreza. Apesar dos gastos em todas as
reas serem importantes, tem-se que aes em educao possuem maior impacto na melhoria do
desempenho dos indicadores de pobreza.
Relao entre crescimento, desigualdade e pobreza
Ainda no relatrio que avalia o desempenho da regio Sul com relao aos Objetivos de
Desenvolvimento do Milnio, foram gerados modelos estatsticos de regresso com o objetivo de
determinar a elasticidade da pobreza em relao ao crescimento. Como variveis representativas do
crescimento, os modelos foram elaborados segundo a variao do PIB e variao da renda domiciliar
mdia. Como varivel dependente, tem-se o percentual de pobres ou indigentes para determinado
estado.
Nos diversos modelos apresentados, foram observados diferentes graus de correlao, alguns deles
mais elsticos e outros inelsticos, a depender do perodo, da regio em estudo e da varivel
utilizada para representar o crescimento. O que todos tm em comum a relao negativa,
demonstrando que em um cenrio de crescimento da economia a proporo de pobres ou indigentes
tende a ser reduzida com maior ou menor intensidade.
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Figura 2 - Elasticidade da pobreza em relao ao crescimento por estado
Fonte: Relatrio PNUD Brasil, emitido pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Outro teste realizado foi a verificao do impacto da desigualdade na relao entre crescimento e
pobreza, ou seja, verificar se uma maior desigualdade de renda reduz o impacto do crescimento na
diminuio da pobreza. Utilizando o coeficiente de Gini como varivel da desigualdade, foi verificado
que menores valores deste esto vinculados a uma elasticidade maior entre pobreza e crescimento.
Tal fato mostra que o crescimento econmico mais efetivo para o combate pobreza em locais com
melhor distribuio de renda.
Anlise dos Indicadores
Para estimar o tamanho da pobreza necessrio definir inicialmente a linha de pobreza a ser
considerada de tal modo que sejam considerados pobres aqueles que possuem renda familiar per
capita abaixo desta linha. Por sua vez, para definir o tamanho da indigncia considera-se uma linha
de indigncia que naturalmente a metade da linha de pobreza. Dessa forma, pode-se pensar em
linhas de pobreza e indigncia absoluta (um valor fixo) ou uma linha de pobreza e indigncia relativa
(um valor relativo a algum parmetro da distribuio de renda).1
Contudo, no h consenso de qual deva ser a linha de pobreza. Por exemplo, o Banco Mundial, em
seu Relatrio de Desenvolvimento Mundial de 1990, estabeleceu que a linha de indigncia absoluta
de US$ 1 por dia por pessoa e de US$ 2 por dia por pessoa para a linha de pobreza absoluta. No
Brasil, inicialmente adotaram-se critrios com base no salrio mnimo: salrio mnimo familiar
mensal para linha de pobreza e de salrio mnimo para a linha de indigncia. Contudo, verificou-se
rapidamente que uma linha de pobreza comum para todas as unidades da federao no algo
apropriado dado o grande diferencial do padro de consumo.
1 Exemplo: considerar a linha de pobreza seja 25% da mediana da distribuio de renda.
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Outra forma de construir uma linha de indigncia calcular o valor mnimo necessrio para adquirir
uma cesta alimentar que fornea um valor nutricional mnimo para uma pessoa durante um perodo
de um ms. J uma linha de pobreza deveria tambm adicionar a esta cesta alimentar o valor mnimo
para satisfazer outras necessidades bsicas (habitao, vesturio, higiene, sade, educao,
transporte, etc). Neste sentido, possvel construir linhas de pobreza que sejam adequadas ao
padro de consumo local, sem referncia ao salrio mnimo, de modo que as pessoas sero pobres
pelo mesmo parmetro: a capacidade de consumo.
A partir das Pesquisas de Oramento Familiar (POF), Rocha (1997, 2006)2 construiu linhas de
pobreza e indigncia para as regies, unidades da federao, regies metropolitanas e local de
residncia (urbano ou rural). Com isso, pode-se estabelecer linhas de pobreza e indigncia que
consideravam as discrepncias significativas das estruturas de consumo e de preos ao consumidor
dentro do pas. A Tabela 8 destaca os valores da linha de pobreza para os anos de 2001 e 2009.
Deve-se ficar claro que os valores da linha de pobreza e indigncia para a Regio Metropolitana
maior que do urbano, que por sua vez tambm maior que da zona rural.
Ressalta-se que para este trabalho, considerou-se o valor da linha de pobreza da regio Sul para
representar a Regio Metropolitana de Florianpolis, uma vez que na POF no h a definio dessa
rea. Ademais, adotou-se o critrio de trazer a renda familiar per capita de 2001 a valores reais de
2009 usando o mesmo ndice de preos para a construo das linhas de pobreza (ou seja, R$ de
2001 / 0,54406 = Valores reais de 2009).
2Rocha, Snia (1997). Do Consumo Observado Linha de Pobreza. Pesquisa e Planejamento Econmico, vol.27
(2), agosto de 1997.
Rocha, Sonia (2006). Pobreza no Brasil: afinal de que se trata?. Editora FGV, Rio de Janeiro, 2006.
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Tabela 8 - Valores da linha de pobreza e indigncia
Uma vez definida a linha de pobreza, pode-se construir indicadores que mensuram a pobreza e
indigncia. Os indicadores mais usados so os construdos por Foster, Greer &Thorbecke (1984)3
que ficaram conhecidos como famlia FGT(). Neste caso, FGT(0) representa a proporo de pobres,
ou seja, o percentual de pessoas que possuem renda familiar per capita abaixo da linha de pobreza
(indigncia). O indicador FGT(1) representa o hiato de pobreza, ou seja, a proporo de pessoas em
3Foster, James; Joel Greerand Erik Thorbecke (1984). A class of decomposable poverty measures.Econometrica.
2 81: 761766.
set. / 2001 set. / 2009 set. / 2001 set. / 2009
em R$ % SM em R$ % SM em R$ % SM em R$ % SM
Norte
Belm 103.65 0.58 190.36 0.41 32.79 0.18 65.89 0.14
Urbano 90.35 0.50 165.93 0.36 32.27 0.18 64.86 0.14
Rural 83.24 0.18 42.81 0.09
Nordeste
Fortaleza 100.60 0.56 177.73 0.38 35.11 0.20 61.53 0.13
Recife 146.12 0.81 264.81 0.57 45.50 0.25 79.28 0.17
Salvador 132.95 0.74 235.67 0.51 43.85 0.24 74.67 0.16
Urbano 89.30 0.50 159.52 0.34 31.29 0.17 54.17 0.12
Rural 53.86 0.30 96.22 0.21 27.18 0.15 47.06 0.10
M.G./E.S.
Belo Horizonte126.10 0.70 231.92 0.50 36.52 0.20 66.88 0.14
Urbano 84.78 0.47 155.92 0.34 31.48 0.17 57.65 0.12
Rural 50.19 0.28 92.30 0.20 25.25 0.14 46.25 0.10
Rio de Janeiro
Metrpole 150.80 0.84 265.65 0.57 48.68 0.27 83.05 0.18
Urbano 93.82 0.52 165.29 0.36 35.33 0.20 60.29 0.13
Rural 68.49 0.38 120.66 0.26 27.91 0.16 47.62 0.10
So Paulo
Metrpole 188.04 1.04 316.39 0.68 47.99 0.27 86.35 0.19
Urbano 120.16 0.67 202.17 0.43 39.17 0.22 70.47 0.15
Rural 75.59 0.42 127.19 0.27 30.80 0.17 55.42 0.12
Sul
Curitiba 124.13 0.69 205.34 0.44 34.77 0.19 60.78 0.13
Porto Alegre 96.20 0.53 168.51 0.36 38.00 0.21 67.07 0.14
Urbano 82.73 0.46 140.38 0.30 32.92 0.18 57.84 0.12
Rural 55.78 0.31 94.64 0.20 25.97 0.14 45.62 0.10
Centro-Oeste
Braslia 171.44 0.95 308.12 0.66 37.89 0.21 70.03 0.15
Goinia 159.64 0.89 289.07 0.62 37.12 0.18 69.45 0.15
Urbano 121.55 0.68 220.10 0.47 32.31 0.18 60.44 0.13
Rural 69.81 0.39 126.41 0.27 24.32 0.14 45.50 0.10
Nota: Salrio Mnimo de 2001 = R$180,00 ; Salrio Mnimo de 2009 = R$ 465,00
Linha de Pobreza Linha de IndignciaRegies e
Estatos
Fonte: Elaborao de Sonia Rocha com base na POF ("Do Consumo Observado Linha de
Pobreza", in Pesquisa e Planejamento Econmico, vol.27 (2), agosto de 1997.
Valores da Linha de Pobreza e Indigncia para 2001 e 2009
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famlias com renda per capita abaixo da linha de pobreza ponderando pela distncia relativa linha
de pobreza. Neste sentido, o indicador FGT(1) representa a distncia mdia dos pobres em relao
linha de pobreza. Comparativamente, o FGT(0) mensura a proporo de pobres dando peso igual
para todos os pobres, enquanto o FGT(1) pondera relativamente mais os pobres que esto mais
distantes da linha de pobreza (indigncia). J o indicador FGT(2), chamado de hiato quadrtico da
pobreza, considera a proporo de pessoas em famlias com renda per capita abaixo da linha de
pobreza (indigncia) ponderando pela distncia quadrtica relativa linha de pobreza. tambm
conhecido como severidade (intensidade) da pobreza absoluta.
Naturalmente quando as pessoas se questionam sobre o tamanho da pobreza esto preocupadas
com o FGT(0), ou seja, interessados em saber quantos pobres existem em relao ao total da
populao. Contudo, em se tratando de poltica pblica, este indicador no o mais adequado. Se a
meta reduzir a pobreza pode-se perfeitamente transferir um valor monetrio fixo para aqueles que
esto mais prximos da linha de pobreza e assim cumprir a meta com o menor custo possvel. O
resultado ser menor proporo de pobres, mas a pobreza resultante ser mais