Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões....

22
WSTITUTOSOC~~ ~ I I •. ' ,f *f ,,......,~-·-· - Cod. (?) · , ") .•. Incêndios de Roraima (1997/98): , Area Queimada, Biomassa, Mortalidade e Formação de Carvão nas Principais Fitofisionomias Reinaldo Imbrozio Barbosa Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Núcleo de Pesquisas de Roraima R. Coronel Pinto 341 - Centro Caixa Postal 96 69301-970 Boa Vista/Roraima/BRASIL tel/fax: (095) 623 9433 e-mail: [email protected] [email protected] 30.09.1998 11.10.1998 04.12.1998

Transcript of Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões....

Page 1: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

WSTITUTOSOC~~ ~ I I

•. ' ,f *f ,,......,~-·-· - Cod. (?) -· · , ")

.•.

Incêndios de Roraima (1997/98): ,

Area Queimada, Biomassa, Mortalidade e Formação de Carvão nas Principais Fitofisionomias

Reinaldo Imbrozio Barbosa

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Núcleo de Pesquisas de Roraima R. Coronel Pinto 341 - Centro Caixa Postal 96 69301-970 Boa Vista/Roraima/BRASIL

tel/fax: (095) 623 9433 e-mail: [email protected]

[email protected]. br

30.09.1998 11.10.1998 04.12.1998

Page 2: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

1

Objetivo

O objetivo deste trabalho é melhorar as estimativas de área queimada, biomassa total acima do solo e mortalidade (indivíduos e biomassa) nas principais fitofisionomias de Roraima atingidos pelos incêndios de 1997/98. Além disto, também estima a biomassa de carvão formado pela queima da liteira (grossa e fina) nos sistemas florestais.

Metodologia

a) Área por Tipologia

Para determinar a área total atingida pelo fogo, dimensionei a área original de todos os tipos de vegetação (eco-regiões) existentes em Roraima. Utilizei como base o Mapa de Vegetação da Amazônia na escala de 1:2.500.000 (SUDAM/IBGE, 1989), porque esta base usa a classificação tipológica padrão da vegetação brasileira (ver IBGE, 1992). Além disto, é uma das bases geográficas usada pelo Zoneamento Ecológico-Econômico de Roraima (ZEE-RR), pelo qual foram feitos todos os ajustes atuais para melhorar as estimativas de área queimada determinadas anteriormente por BARBOSA (1998a~ 1998b).

Após a determinação macroespacial dos tipos que fazem parte do cenário regional, todo o conjunto foi escaneado e codificado por cores para facilitar a medida de área original. Baseado em observações de campo e no Mosaico de Imagens de Satélite LANDSAT TM (1:1.000.000) (SENAGRO/ITERAIMA, 1996), realizei ajustes e modificações no mapa escaneado, devido a algumas incorreções existentes (ver ANEXO). O resultado desta operação é apresentado na FIGURA 1.

Com auxílio de um programa de computador que analisa dados de informação geográfica (IDRISI) para classificação espacial (no caso, tons de cores), estimei o número de "pixeis" de cada tipo de vegetação e, proporcionalizei a área de cada feição vegetal, considerando a área total de Roraima como 225.116,1 knr'.

Page 3: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

2

MM.ll'S \ ~I •• --~

~~ ~- ---7~-0=~?::!~ ~~-;:-;;:.::t4 . - . L= ~~ .. - =. - . . -· . · .... - -:::r-:'. e:~- ·~ - ~,. -~ -~, .o, . . . . =:l ' -~ \..() : .:~~L <"7~~ · .. :\ - '°'"Ui' .1 ~-\'I

Para determinar a área líquida presente em 1997/98 por tipologia, foi necessário fazer dois tipos de descontos na área original calculada: das áreas antropizadas (rurais e urbanas) e dos cursos d'água (principais rios). As áreas rurais foram quantificadas em função dos resultados alcançados pelo INPE (1998) para áreas desmatadas até 1996 e, atualizadas até 1998 pela média da área anual de desmatamentos ocorridos entre 1991/96. A distribuição das áreas desmatadas em pastagens, agricultura e capoeiras (florestas secundárias) até 1997, foi proporcionalizada em função de uma composição média de três resultados: a) censo agropecuário de 1985 (JBGE, 1985), b) censo agropecuário de 1995/96 (JBGE, 1995-96) e c)

Page 4: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

3

FEARNSIDE (1996) para as três paisagens equilibradas no ano de 1990. As áreas determinadas para estas três categorias antropizadas foram subtraídas de cada eco-região-florestal a quepertenciam, proporcionalmente ao número de quilômetros de estradas/vicinais existentes em cada sistema. As áreas antropizadas urbanas foram computadas através da extrapolação do número de "pixels" médios contidos em cada sede municipal e, do mesmo modo que as rurais, foram descontadas de cada tipo paisagístico onde a cidade se encontra. Para estimar a área dos principais cursos d'água, utilizei o mesmo procedimento para o cálculo das unidades tipológicas ( escaneamento e proporcionalização dos "pixeis"). A estimativa final de área e a descrição de cada unidade fitofisionômica encontrada em Roraima esta contida na TABELA 1.

TABELA 1-Tipos de sistemas (eco-regiões) e área efetivamente queimada em 1997/98.

Área do Área Categoria Código Grupo Subgrupo Classe Sistema Queimada

(1) lkm2) (km2)

Floresta Da floresta ombrófila floresta densa aluvial 2541,3 10,0 Densa Db floresta ombrófila floresta densa terras baixas 8680,4 0,0

Dm floresta ombrófila floresta densa montana 22192,8 0,0 Ds floresta ombrófila floresta densa submontana 72390,0 1755,5

Floresta Não- AB floresta ombrófila floresta aberta submontana 8314,3 11,4 Densa Fs floresta sazonal semi decídua submontana 1648,0 284,3

ON áreas de tensão ecológica e contato floresta ombrófila I floresta sazonal 16143,5 5296,9

SN área de tensão 1686,5 ecológica e contato savana/ floresta sazonal 96,2

so áreas de tensão 4337,5 ecológica e contato savana/floresta ombrófila 200,3

LO áreas de tensão vegetação oligotrófíca / floresta 16280,9 ecológica e contato ombrófila 195,3

Não-Florestal Ld vegetação ohgotrófica lenhosa de brejos e areais arbórea densa 13395,5 209,5

La vegetação oligotrófica lenhosa de brejos e areais arbórea aberta 110,5 0,0

Lg vegetação oligotrófica lenhosa de brejos e areais gramíneo-lenhosa 12047,7 591,4

rrn refúgio ecológico alta altitude montana 176,5 25,5 Sg savana cerrado gramineo-lenhosa 13655,4 6882,6 Sp savana cerrado parque 11857,l 6482,9 Td savana estépica CamposdeRR arbórea densa 1666,8 850,7 To savana esténica CamoosdeRR narrme 10097,3 8510,0

Antrópico Rural pastagens (Ap) 2843,7 1427,8 (AA) capoeiras (Vs) 2018,9 1014,5

agricultura (Ac) 730,6 155,0

desmatamentos 232,2 232,2

Urbano cidades 251,2

Cursos rios - 1817,7

Page 5: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

4

D'Áeua

Área Total (kml)

34231,5

(1) Área onde o fogo efetivamente queimou a vegetação provocando algum tipo de dano. (2) Área atingida e/ou queimada igual a zero (O), indica apenas falta de dados de quantificação (não implica em não-queimado). (3) As paisagens Ta e Sa foram aglutinadas em Sp por força dos cálculos e pela similaridade e proximidade das mesmas.

b) Área Queimada

Para determinar a área atingida pelo fogo por tipologia florestal foi feita a digitalização das coordenadas geográficas, por linhas interpoladas, obtidas em BARBOSA (1998b) no Sistema de Informação Geográfica (SGI/INPE, versão 7.0) utilizado pela Secretaria Executiva do ZEE-RR. Estes pontos geográficos formam e se dividem em três blocos de queima' distribuídos ao longo da orla florestal que envolve a região de savanas de Roraima (FIGURA 2).

1 Bloco 1 (Cantá/RR 170/Rio Anauá) - Folha Serra da Lua NA20-X-D-VI; Bloco 2 (Caracaraí/Rio Uraricoera) - Folha Paredão NA.20-X-C-ill; Bloco 3 (Maracá/Pacaraima) - Folha Rio Amajari NA.20-X-B-I (obs: a descrição e localização de cada bloco esta apresentada em BARBOSA, 1998b ).

Page 6: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

5

.,, Jf" •• ~- I

1

' ' ,)

Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões.

i' ,-,/ ,,

' l.._ ' {

Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica montada a partir do mapa da SUDAM/IBGE (1989) para estimar a área atingida pelo fogo por cada tipo florestal. O método de descontos de área (antropismos, cursos d'água, outras paisagens e fator de correção de queimai) utilizado em cada bloco de queima é o mesmo apresentado em BARBOSA ( 1998b) e no item "a" deste trabalho. Ele serve para obter a área líquida de florestas intactas que foi atingida pelo fogo; aqui definida como "área efetivamente queimada". O único refinamento foi realizado para os cursos d'água que obtiveram urna melhor estimativa com a amostragem de 75 quadrículas (16 k:m2 cada uma), distribuídas nas três cartas plani-altirnétricas (1:100.000) centrais de cada bloco de queima.

2 Fator de correção = é um valor numérico, em porcentagem, utilizado para a determinação da área que efetivamente queimou dentro do universo total da área atingida pelo fogo.

Page 7: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

6

Para cálculo das áreas queimadas nas savanas, o procedimento foi o mesmo adotado por BARBOSA (1998b), levando em consideração as medidas realizadas nos transectos estabelecidos ao longo de 540, 1 km lineares de estradas que cortam todas as principais fisionomias de savanas de Roraima. A estimativa dos demais tipos de vegetação ( oligotróficos) foi realizada com base nos blocos de queima determinados para os sistemas florestais e que, cortavam várias partes destas eco-regiões.

Com os descontos calculados para todos os sistemas, determinei que a área total de Roraima que efetivamente sofreu algum tipo de dano nos incêndios de 1997/98 foi de 34.231,5 km", deste total, 7.849,5 km2 foram representados pelas paisagens florestais (ver TABELA 1).

e) Biomassa

O procedimento de cálculo para a maioria das eco-regiões florestais ( densas e não-densas), foi baseado no método de expansão de volume em biomassa de BROWN & LUGO (1992), corrigido pelos fatores de ajuste de FEARNSIDE (1992). Para Roraima, este procedimento ainda sofreu refinamentos nas categorias "biomassa morta acima do solo" e "biomassa abaixo do solo" (TABELA 2). Para estes dois itens, foram selecionados novos estudos aos anteriormente adotados por FEARNSIDE (1992) e/ou descartados outros que não se enquadravam nas características das fisionomias vegetais existentes em Roraima. Os dados volumétricos (m3/ha) em escala regional foram obtidos dos volumes 8, 9, 10, 11, 14 e 18 do Projeto RADAMBRASIL (1975-1978), que abrangem toda a região (e vizinhanças) onde esta localizado o Estado de Roraima. Portanto, possuindo tipos fisonômicos semelhantes.

Para os sistemas não-florestais de campinas, campinaranas e brejos (oligotróficos), além dos dados de volume do Projeto RADAMBRASIL, fiz uso também de uma revisão dos estudos existentes na Venezuela ( eco-regiões similares) e de um trabalho realizado no sul de Roraima por uma equipe do CPST/INPA em 1992. Os demais sistemas não-florestais (savanas), foram ajustados através de meus estudos que estão sendo realizados desde 1994 para TABELA 2 - Fatores de ajustes para biomassa viva acima e abaixo do solo (segundo

FEARNSIDE, 1992) com respeito aos valores de expansão de volume (m3/ha) em biomassa (t/ha) como definido por BROWN & LUGO (1992).

Fator de Ajuste (1) Correção

Biomassa Acima do Solo árvores ocas cipós outros componentes não-arbóreos palmeiras árvores c/ DAP < 10cm

0,9077 1,0425 1.0021 1.0350 1,1200

Page 8: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

7

árvores c/ DAP entre 30-31,Scm 1,0360 casca (volume e densidade) 0,9856 sapopemas ( volume e densidade) 0,9938 fator de forma 1,1560

Outros Componentes biomassa morta acima do solo (modificado neste estudo - ver texto) 1,0870

biomassa abaixo do solo (modificado neste estudo - ver texto) 1,2737

( 1) Os ajustes para "biomassa acima do solo" devem ser feitos com base no valor de biomassa como definido por BROWN & LUGO (1992), enquanto que os de "outros componentes", deve ser realizado em relação à biomassa viva acima do solo, após as correções mencionadas.

determinação da biomassa acima do solo. Para a obtenção da biomassa abaixo do solo nestes sistemas, estou utilizando os resultados porcentuais obtidos por CASTRO & KAUFFMAN (1998) em cerrados do Brasil Central. A metodologia individual de cada eco-região avaliada esta descrita abaixo:

c.1) Florestas Densas

Da Método de Expansão do Volume em Biomassa (BROWN & LUGO, 1992),

ajustado pelos fatores de correção de FEARNSIDE (1992), conforme TABELA 2.

Db Método de Expansão do Volume em Biomassa (BROWN & LUGO, 1992),

ajustado pelos fatores de correção de FEARNSIDE (1992), conforme TABELA 2.

Dm Método de Expansão do Volume em Biomassa (BROWN & LUGO, 1992),

ajustado pelos fatores de correção de FEARNSIDE (1992), conforme TABELA 2. Para obter volume inicial (m3/ha) como ponto de partida para os ajustes até o resultado da biomassa total (t/ha), considerei duas sub-paisagens definidas pelo RADAMBRASIL mas, que se enquadram na mesma categoria pela definição do IBGE (1992). A sub-paisagem de maior peso foi a Montanhosa do Parima (90,9% de cobertura de área), enquanto que a de menor peso foi a do Planalto Sedimentar Roraima (9,1 % de cobertura de área).

Ds Método de Expansão do Volume em Biomassa (BROWN & LUGO, 1992),

ajustado pelos fatores de correção de FEARNSIDE (1992), conforme TABELA 3. Para obter volume inicial (m3 lha) como ponto de partida para os ajustes até o resultado da biomassa total (t/ha), considerei duas sub-paisagens definidas pelo RADAMBRASIL mas, que se enquadram na

Page 9: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

8

mesma categoria pela definição do IBGE (1992). As duas sub-paisagens detiveram pesos iguais (Baixas Cadeias de Montanhas do Complexo Guiananese e Superficie Dissecada do Complexo Guianense).

c.2) Florestas Não-Densas

As Por falta de dados, assumi que o valor desta paisagem foi o mesmo obtido para a

eco-região ON ( devido a contínuos próximos).

Fs Por falta de dados, assumi que o valor desta paisagem foi o mesmo obtido para a

eco-região ON (devido a contínuos próximos).

ON Método de Expansão do Volume em Biomassa (BROWN & LUGO, 1992),

ajustado pelos fatores de correção de FEARNSIDE (1992), conforme TABELA 2.

SN Método de Expansão do Volume em Biomassa (BROWN & LUGO, 1992),

ajustado pelos fatores de correção de FEARNSIDE (1992), conforme TABELA 2.

so Por falta de dados, assumi que o valor desta paisagem foi o mesmo obtido para a

eco-região SN (devido a semelhança na paisagem), pelo Método de Expansão do Volume em Biomassa (BROWN & LUGO, 1992), ajustado pelos fatores de correção de FEARNSIDE (1992), conforme TABELA 2 ..

LO Utilizei a média simples entre três valores para compor a biomassa viva e morta

acima do solo. O três valores foram determinados pelos seguintes métodos e/ou estudos: a) Método de Expansão de Volume em Biomassa (pelo RADAMBRASIL); b) resultado obtido para "Bana Alta" (Tall Amazon Caatinga) na Venezuela, por BONGERS e al. (1985) e e) resultado obtido para "Caatinga Amazônica" (Tall Amazon Caatinga Forest), na Venezuela, por KLINGE & HERRERA (1983). Para a biomassa abaixo do solo, utilizei a média de todo o restante do grupo das não-densas, para formar a porcentagem final em relação à biomassa viva acima do solo.

c.3) Sistemas Não-florestais

e. 3 .1) Oligotrójicos

Ld Por falta de referências locais, utilizei o valor determinado para "Bana Baixa"

Page 10: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

9

(Low Amazon Caatinga) da Venezuela, de BONGERS et al. (1985).

La Obtido a partir do trabalho de campo (não publicado) de Francisco Cavalcanti e

Niro Higuchi ( comunicação pessoal) no sul de Roraima, em uma paisagem definida pelos autores como "Campina/Campinarana". Os valores de Peso Fresco dos referidos autores (por classe diamétrica), foram ajustados para Peso Seco (t/ha), em uma adaptação da metodologia para florestas tropicais de CARVALHO et al. (1995) e HIGUCHI et al. (1997; 1998). A correção de biomassa para outros componentes como palmeiras e brófitas, por exemplo, foi feita segundo uma média porcentual para os três tipos de "Bana" determinados por BONGERS et ai. (1985).

Lg Por falta de referências locais, utilizei o valor determinado para "Bana Aberta"

(OpenAmazonCaatinga), na Venezuela, porBONGERS etal. (1985).

c.3.2) Savanas (Cerrados)

rm Considerando a "mesa" dos tepui e áreas próximas de baixa biomassa vegetal.

Sg Biomassa acima do solo (morta e viva), determinada por medidas diretas

(destrutivas) segundo BARBOSA (1998a; 1998b). Para biomassa abaixo do solo, assumi como média porcentual os resultados obtidos por CASTRO & KAUFFMAN (1998) para as paisagens denominadas "campo limpo" e "campo sujo" em áreas de vegetação aberta próxima de Brasília (3,78 vezes a massa viva acima do solo - considerando até 2m de profundidade).

Sp Biomassa acima do solo (morta e viva), determinada por medidas diretas

(destrutivas) segundo BARBOSA (1998a; 1998b). Para biomassa abaixo do solo, assumi como média os resultados obtidos por CASTRO & KAUFFMAN (1998) para as paisagens denominadas "campo limpo" e "campo sujo" em áreas de vegetação aberta próxima de Brasília (3,78 vezes a massa viva acima do solo - considerando até 2m de profundidade).

Td Assumi o valor de FEARNSIDE (s/d) para biomassa acima do solo (29 t/ha) e,

particionei este valor em biomassa viva e morta, segundo a média dos demais valores de cerrado (savana) encontrados na tabela. Para biomassa abaixo do solo, assumi como média, os resultados obtidos por CASTRO & KAUFFMAN (1998) para as paisagens denominadas "cerrado aberto" e "cerrado denso" em áreas de vegetação aberta próxima de Brasília (2,55 vezes a massa viva acima do solo - considerando até 2m de profundidade).

Tp Biomassa acima do solo (morta e viva), determinada por medidas diretas

Page 11: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

10

(destrutivas) segundo BARBOSA (1998a~ 1998b). Para biomassa abaixo do solo, assumi como média os resultados obtidos por CASTRO & KAUFFMAN (1998) para as paisagens denominadas "cerrado aberto" e "cerrado denso" em áreas de vegetação aberta próxima de Brasília (2,55 vezes a massa viva acima do solo - considerando até 2m de profundidade).

c.4) Antrôpico«

Pastagem Utilizei a média simples entre duas pastagens (7 e 9 anos de idade) estudadas na

região do Apiaú, em Roraima, por BARBOSA & FEARNSIDE (1996). No resultado de biomassa viva acima do solo, considerei o somatório da massa do capim e da vegetação secundária presente. Para a biomassa morta acima do solo, considerei o mesmo estudo e, determinei a média de toda a massa dos resíduos florestais encontrados nas duas pastagens. Para a biomassa abaixo do solo, fiz uma composição com os demais valores florestais vivos, considerando o resultado como similar para pastagens derivadas de florestas ainda produtivas.

Capoeira Utilizei como base os valores determinados para "floresta secundária de

agricultura" encontrados na região do Apiaú, em Roraima, por FEARNSIDE et al. (sd). Considerei como biomassa viva acima do solo, todo o sistema secundário presente (vivo) e, como biomassa morta acima do solo, todos os componentes remanescentes da floresta original adicionados à resíduos da massa secundária. Para a biomassa abaixo do solo, fiz uma composição com os demais valores florestais vivos, considerando o resultado como similar para capoeiras derivadas de florestas primárias.

Agricultura (Cultivos Agrícolas) Estimado como o mesmo valor determinado por FEARNSIDE (1997) para

biomassa viva acima do solo e, admitindo a mesma proporção de biomassa morta acima do solo determinada para capoeiras e pastagens. A biomassa abaixo do solo foi estimada como a mesma da pastagem derivada de floresta

Desmatamento do Período Considerei como a biomassa presente no ato da derrubada (antes da queimada). O

valor foi estimado como uma ponderação (em função da área) de todos os outros tipos florestais que sofrem a ação do desmatamento em Roraima.

A biomassa acima e abaixo do solo (morta e viva) de cada tipologia paisagística de Roraima esta apresentada na TABELA 3.

TABELA 3 -Estimativa da biomassa (t/ha) acima e abaixo do solo (morta e viva) nas eco­ regiões

de Roraima.

Page 12: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

11

1 1 1

e

1 1 Categorias Acima Abaixo Total

Tioos Cõdíze Viva Morta Viva (1)

Floresta Densa Da 274,7 23,9 75,2 373,8 Db 276,2 24,0 75,6 375,8 Dm 230,4 20,1 63,0 313,5 Ds 261,2 22,7 71,5 355,4

Floresta Não- As 226,4 19,7 62,0 308,1 Densa Fs 226,4 19,7 62,0 308,1

ON 226,4 19,7 62,0 308,1 SN 157,5 13,7 43,1 214,3 so 157,5 13,7 43,1 214,3 LO 234,4 32,5 64,1 331,0

Não-Florestal Ld 39,8 7,8 69,0 116,6 La 33,8 5,0 21,3 60,1 Lg 5,8 3,7 42,0 51,5 Rm 0,1 0,03 0,4 0,5 Sg 3,0 3,4 11,2 17,6 Sp 6,5 0,7 24,4 31,5 Td 26,5 6,7 56,8 85,8 Tp 4,9 03 12,4 17,5

Antrópico pastagem 11,2 83,8 23,9 118,9 capoeira 30,9 112,4 36,1 179,3 agricultura 0,4 83,8 21,2 105,5 desmatamentos 251,9 21,9 68,9 342,8

(1) Diferenças apresentadas nos totais é resultado de arredondamento dos números.

d) Mortalidade nos Sistemas Florestais

d. J) Individuos

Recalculei a estimativa de mortalidade dos indivíduos arbóreos presentes nos sistemas florestais atingidos pelo fogo, a nível macro-regional, a partir dos levantamentos de campo que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) realizou em maio de 1998 (IBAMA, 1998a; 1998b). Todas as informações originais de

Page 13: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

12

indivíduos arbóreos atingidos e não-atingidos pelo fogo, foram retrabalhadas por classe diamétrica, no intuito de ajustar os valores percentuais inicialmente publicados pelos relatórios oficiais do IBAMA: 30% de mortalidade para indivíduos com diâmetro à altura do peito (DAP) maior ou igual a 10cm. Como haviam problemas no método de quantificação do número total de indivíduos na classe diamétrica abaixo dos 10cm de DAP, resolvi retirar esta classe da amostragem para indivíduos. Com isto, a mortalidade média de árvores com DAP _ 10cm nas áreas florestais atingidas pelo fogo foi reestimada, de forma geral, para 7,6%3 ou 47 indivíduos mortos por hectare (TABELA 4 ). As maiores mortalidades ocorreram na classe diamétrica de 1 O a 20cm de DAP (9, 1 %) e na localidade de Pacaraima (12,4%).

d2) Biomassa

Embora o número de indivíduos da classe diarnétrica abaixo dos 10cm de DAP obtida pelo levantamento do IBAMA, não tenha sido aproveitado para os cálculos de mortalidade de indivíduos, a porcentagem de árvores e arvoretas atingidas e não-atingidas para esta classe, foi aproveitada nos cálculos de perda de biomassa morta acima do solo. Isto foi feito utilizando os valores de biomassa seca acima do solo de árvores e arvoretas com DAP<lOcm, obtidos a partir dos trabalhos do Projeto RADAMBRASIL e, retrabalhadas para todas as fitofisionomias de Roraima (BARBOSA, 1998c ). Os valores determinados para esta categoria nos principais tipos fitofisionômicos florestais atingidos pelo fogo (ON, Ds, As, Fs e LO), foi proporcionalmente distribuído pelas 5 localidades estudadas pelo IBAMA e, em seguida, ajustados pela proporção de indivíduos atingidos (mortos).

3 "este valor ainda estão inclusas as árvores que, embora estressadas e aparentando morte, na realidade permaneceram vivas. Logo, necessitam correção da mesma forma que a biomassa ..

Page 14: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

13

Para determinar a massa seca presente em cada classe diamétrica acima dos I 0cm de DAP, utilizei o valor médio de cada intervalo de classe, para ser aplicado nas fórmulas de regressão para obtenção de "peso fresco" (verde) de árvores individuais na Amazônia Central e, transformei os valores em "peso seco" pelo método descrito em CARVALHO et ai. (1995) e HIGUCHI et al. (1997; 1998). Eu multipliquei o resultado pelo número de indivíduos mortos presentes em cada classe para obter o total de biomassa morta seca acima do solo, por localidade e classe diamétrica. Ajustei os valores resultantes deste cálculo a partir do experimento de acompanhamento de mortalidade montado na região do Apiaú". Estes visavam estabelecer a real situação de mortalidade após um período de tempo maior (150 dias) do que o estabelecido pela equipe do IBAMA (< 30 dias), para a amostragem após o término dos incêndios. Com isto, o resultado médio de biomassa arbórea morta em pé foi de 13,3 t/ha para todas as áreas estudadas". Proporcionalmente, a localidade com maior concentração de massa arbórea morta acima do solo foi o Trairão (5,4%), enquanto que a classe diamétrica abaixo dos 10cm de DAP foi a mais atingida (25,9%) (TABELA 5).

4 Cento e quinze indivíduos arbóreos (23 com DAP _IOcm, 12 com DAP entre Se 10cm e 80 com DAP inferior a Sem) marcados 27 dias após o fogo em um transecto aleatório e, que apresentavam casca interna seca e folhagem seca. Cento e cinquenta dias após o término do incêndio, todos foram revisitados para avaliar quais haviam resistido ao forte estresse da seca e da passagem do fogo.

5 Este valor é similar ao determinado em um estudo de pequena escala (7 transectos com 6 quadras de Sm x 2Sm cada) realizado nas regiões do Trairão/Tepequém, Apiaú/Ribeiro Campos e Paredão, que estabeleceu a média de 11.7 t/ha de massa arbórea morta em pé e tombada pelo fogo, apenas para indivíduos com DAP superior a Sem (observação pessoal).

Page 15: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

14

TABELA 4 - Mortalidade(%) e número de indivíduos arbóreos com DAP _IOcm, atingidos e não-atingidos pelo fogo (n/ha), por localidade amostral e classe diamétrica.

Classe Categoria Categoria

Média de de Diamétrica Queima Situação Caracaraí Roxinho Apiaú Trairão Pacaraima simples (cm) (1) (2)

não- vivo 109 316 78 218 131 170

10-20 atingido

atingido VIVO 205 283 248 50 114 180 morto 14 49 43 21 49 35

não- vivo 34 100 76 51 60 64

20-30 atingido

atingido vivo 91 75 87 23 46 64 morto 3 11 11 9 11 9

não- vivo 9 33 17 28 34 24

30-40 atingido

atingido vivo 19 24 46 8 40 27 morto 3 1 o 1 4 2

não- VIVO 3 16 8 6 15 10

40-50 atingido

atingido vivo 16 15 13 8 9 12 morto o o o 3 o 1

não- VIVO o 18 16 10 3 9

>50 atingido

atingido vivo 16 li 12 5 9 11 morto o o 3 o l l

não- vivo 154 483 196 313 243 277

TOTAL atingido

(olha) atingido vivo 348 408 406 93 218 294 morto 19 61 57 34 65 47

TOTAL 520 951 659 439 525 619

Mortalidade 3,6 6,4 8,7 7,7 12,4 7,6 (%)

Fonte: Os dados originais (base) foram fornecidos por Ary T. O. Filho, Universidade Federal de Lavras (Caracaraí);

Page 16: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

15

Marco Aurélio L Fontes, Universidade Federal de Lavras (Roxinho ); Jeanine M. Feljili, Universidade de Brasília (Apiaú); Marcelo T. Nascimento, Universidade Estadual do Norte Fluminense (Trairão) e Rogério Gribel S. Neto, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Pacaraima).

(1) Inclui palmeiras. (2) Jlivo = indivíduos com casca interna úmida e Morto = indivíduos com casca interna seca. (3) Os valores apresentados são uma transformação dos dados originais dos autores (indivíduos/8.000m2). (4) Os valores incluem apenas as árvores que estão em pé na floresta. Não há descontos de mortalidade ou acréscimos das que por ventura foram eliminadas pelo fogo. TABELA 5 - Biomassa arbórea morta (t/ha) acima do solo, por localidade e classe de diâmetro.

Classe Categoria Categoria Média de de Diamétrica Queima Situação Caracaraí Roxinho Apiaú Trairão Pacaraima simples

(cm) (1) (2)

Não- vivo 5,7 9,3 5,0 11,6 11,1 8,5

<10 atingido

Atingido vivo 12,7 5,6 13,7 1,8 6,1 8,0 morto 2,9 6,8 3,0 9,7 6,3 5,7

Não- vivo 15,3 44,6 11,1 30,7 18,5 24,0

10-20 atingido

Atingido vivo 29,2 40,8 35,8 7,5 17,0 26,1 morto 1,7 5,9 5,2 2,6 5,9 4,2

Não- vivo 18,6 55,0 41,9 28,2 33,0 35,3

20-30 atingido

Atingido vivo 51,2 45,5 52,3 15,7 29,7 38,9 morto 0,4 1,9 1,9 1,5 1,9 1,5

Não- vivo 11,8 43,8 22,8 37,1 45,5 32,2

30-40 atingido

Atingido vivo 28,0 33,4 62,5 11,5 58,0 38,7 morto 0,7 0,3 0,0 0,3 1,0 0,5

Não- vivo 6,6 42,8 22,4 16,5 39,5 25,6

40-50 atingido

Atingido vivo 42,8 39,5 34,1 25,0 23,1 32,9 morto 0,0 0,0 0,1 1,3 0,0 0,3

Não- vivo 0,0 99,3 88,9 56,7 14,2 51,8

>50 atingido

Atingido vivo 92,2 63,8 81,9 28,4 55,3 64,3 morto 0,0 0,0 3,8 0,0 1,4 1,0

Não- vivo 58,0 294,9 192,1 180,7 161,8 177,5

TOTAL atingido

(t/ha) Atingido vivo 256,1 228,6 280,3 89,9 189,2 208,8

Page 17: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

16

morto 5.6 15,0 14.0 15.4 16,5 13,3

TOTAL 320 538 486 286 368 400

Mortalidade º/o

1,8 2,8 2,9 5,4 4,5 3,3

Obs: Pela média ponderada entre as localidades, os valores aumentam para 13,6 t/ha mas, reduzem o percentual para 3,2% porque o total de massa arbórea sobe para 423,6 t/ha.

e) Biomassa do Carvão Formado

Para determinar a biomassa de carvão formada a partir dos incêndios eu aproveitei 4 diferentes áreas atingidas nas regiões das Colônias do Apiaú e Ribeiro Campos, três semanas após o término do fogo ( duas de ALTA intensidade da passagem do fogo, uma de MÉDIA intensidade e uma de BAIXA{ Em cada área montei um transecto onde foram estabelecidas 4-6 quadras de lm2 cada uma, distantes 20m uma da outra. Em cada quadra, foram coletados todos os carvões visíveis ao nível do solo. O material coletado foi seco em estufa até peso constante para determinação da massa de carvão por unidade de área. O resultado médio para todas as categorias de queima, considerando uma ponderação através dos blocos de queima foi de 246, 1 kg de carvão formados por hectare atingido pelo fogo (TABELA 6). Este valor serve como referência para o cálculo do carbono estocado a longo prazo.

6 As categorias de intensidade de queima estão definidas em BARBOSA (1998a; 1998b)

Page 18: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

17

TABELA 6 - Biomassa de carvão (kg.lha) formado pelos incêndios nos sistemas florestais.

Transecto Quadra Peso Seco Média do (g/nr') Transecto

(g/m2) (kg/ha)

1 0,33 1 2 86,45

3 1,95

(ALTA) 4 1,77 5 8,31 6 5,52 17,39 173,9

2 1 0,00 2 2,08

(BAIXA) 3 1,19 4 0,65 0,98 9,8

1 10,35 3 2 267,45

3 2,07

(ALTA) 4 3,46 5 68,52 70,37 703,7

1 7,46 4 2 1,39

3 16,32

(MÉDIA) 4 0,27 5 0,21 5,13 51,3

Média Alta (pond. 1 e 3) (2) 29,91 299,1 Média 5,13 51,3 Baixa 0,98 9,8

Geral Ponderada 24,61 246,1

Page 19: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

18

( 1) Transecto 1: Vicinal 6, Colônia do Apiaú - Afetado por forte passagem do fogo, com grande número de árvores secas. Elevada concentração de biomassa morta no solo. Provavelmente uma velha clareira (terra firme). Transecto 2: Vicinal 6, Colônia do Apiaú - Pouco combustível visível. O fogo passou mas não afetou as árvores. Nenhum sinal de árvores mortas em pé (terra firme). Transecto 3: Travessão da Vicinal 9, Colônia do Apiaú - Área de pedrascal (pé-de-serra). Muito combustível ainda visível. Árvores mortas que já estavam tombadas formaram grande concentração de carvão visível. Transecto 4: Vicinal 27, Colônia Ribeiro Campos - Área de baixada. Solo com elevada concentração de material orgânico devido ao carreamento realizado de áreas vizinhas. Árvores afetadas na base devido à intensidade do fogo.

(2) Ponderado como transecto 1 com 76,4% e transecto 2 com 23,6%. Agradecimentos

Ademir J. dos Santos, Jaime França e A. C. Catâneo, todos do IBAMA e, a Comissão Pró-Yanomami (CCPY) e o Conselho Indígena de Roraima (CIR), não mediram esforços em colaborar com as medidas de área queimada, cedendo horas de vôo de seus projetos para a boa conclusão do trabalho. Rogério Gribel S. Neto (INPA), Jeanine M. Felfili (UnB), Ary T. O. Filho (U. F. de Lavras), Marco Aurélio L. Fontes (U. F. de Lavras) e Marcelo T. Nascimento (UENF), se colocaram a disposição cedendo gentilmente seus dados originais de campo que proporcionaram a base dos cálculos de mortalidade dos indivíduos nos sistemas florestais. Viriato de Souza Cruz (ZEE/Roraima), operacionalizou todas as medidas de área queimada com a liberação da utilização dos equipamentos e "softwares" à disposição da Secretaria Executiva do ZEE/Roraima.

Bibliografia

Barbosa,R.I. (1998a). Avaliação preliminar da área dos sistemas naturais e agroecossistemas atingida por incêndios no Estado de Roraima (01.12.1997 a 31.03.1998). INPAINPRR, Boa Vista/Roraima. 17p.

Barbosa,R.I. (1998b). Avaliação da área dos sistemas naturais e agroecossistemas atingida pelo fogo no Estado de Roraima (01.12.97 a 30.04.98). INPAINPRR, Boa Vista/Roraima. 20p.

Barbosa,R.I. (1998c). Biomassa dos ecossistemas de Roraima. INPA, Roraima. (manuscrito em preparação).

Barbosa,R.I. & Feamside,P.M. (1996). Pasture burning in Amazonia: Dynamics ofresidual biomass and storage and release ofabouveground carbon. Journal ofGeophysical Research 101(D20): 25847-25857.

Bongers,F.; Engelen,D. & Klinge,H. (1985). Phytomass structure ofnatural plant communities on spodosols in southern Venezuela: the Bana woodland. Vegetatio 63: 13-34.

Brown,S. & Lugo,A. (1992). Aboveground biomass estimates for tropical moist forests ofthe Brazilian Amazon. Interciencia 17( 1 ): 8-18.

Carvalho,J.A.; Santos,J.M.; Santos,J.C.; Leitão,M.M. & Higuchi,N. (1995). A tropical rainforest

Page 20: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

19

clearing experiment by biomass buming in the Manaus region. Atmospheric Environment 29( 17): 2301-2309.

Castro,E.A. & Kauffman,J.B. (1998). Ecosystem structure in the Brazilian Cerrado: a vegetation gradient of aboveground biomass, root mass and comsuption by tire. Journal of Tropical Ecology 14: 263-283.

Feamside,P.M. (1992). Forest biomass in Brazilian Amazônia: Comments on the estimate by Brown and Lugo. lnterciencia 17(1 ): 19-27.

Feamside,P.M. (1996). Amazonia and the global warming: Annual balance of greenhouse gas emissions from land-use change in Brazil's Amazon region. ln: J. S. Levine ( ed. ), Biomass Burning and Global Change, vol. 2. Massachusetts Institute of Technology, USA pp. 606-617.

Feamside,P.M. (1997). Greenhouse gases from deforestation in Brazilian Amazonia: net commited emissions. Climatic Change 35(3): 321-360.

Feamside,P.M.; Barbosa,R.I. & Graça,P.M.L.A. (sd). Burning of secindary forest in Amazonia: Biomass, combustion efficiency and charcoal formation during land preparation for agriculture in Roraima, Brazil. (manuscrito em preparação).

Higuchi,N.; Santos,J.; Ribeiro,R.J.; Minette,L. & Biot,Y. (1997). Biomassa da parte aérea da vegetação da floresta tropical úmida de terra-firme da Amazônia Brasileira. ln: Biomassa e Nutrientes Florestais -Projeto BIONTE!Relatório Final. MCT-INPA/DFID. pp. 49-64.

Higuchi,N.; Santos,J.; Ribeiro,R.J.; Minette,L. & Biot,Y. (1998). Biomassa da parte aérea da vegetação da floresta tropical úmida de terra-firme da Amazônia Brasileira. Acta Amazonica 28(2): 153-166.

IBAMA (1998a). Avaliação rápida dos impactos ambientais dos incêndios sobre as florestas no Estado de Roraima. MMAIIBAMA. Brasília. 87p

IBAMA (1998b). Roraima: Avaliação de Impacto Ambiental. MMAIIBAMA. Brasília. (sem paginação).

IBGE (1985). Censo Agropecuário 1985 - Roraima. IBGE, Rio de Janeiro.238p

IBGE (1992). Manual técnico da vegetação brasileira. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro. 92p.

IBGE (1995-96). Censo Agropecuário 1995-96 (Acre, Roraima e Amapá). IBGE, Rio de Janeiro. 452p.

INPE (1998). Desflorestamento 1995-97: Amazônia. INPE/IBAMA (PRODES). 15p.

Klinge,H. & Herrera,R. (1983). Phytomass structure ofnatural plant communities on spodosols in southem Venezuela: the Tall Amazon Caatinga forest. Vegetatio 53: 65-84.

Page 21: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

20

Projeto RADAMBRASil.., (1975-1978). Levantamento dos Recursos Naturais; Volumes 8, 9, 10, 11, 14 e 18. Ministério das Minas e Energia.

SENAGRO/ITERAIMA (1996). Mosaico de Imagens LANDSAT TM (1:1.000.000) do Estado de Roraima. SENAGRO, Curitiba.

SUDAM/IBGE (1989). Mapa de Vegetação da Amazônia (1:2.500.000). Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia/ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

ANEXO

Ajustes e modificações realizados por observações de campo e comparações pelo mosaico da SENAGRO/ITERAIMA (1996), através do tamanho da área e da localização real das unidades fitofisionômicas.

As - O bloco próximo de Boa Vista foi transformado em ON (por proximidade). Entretanto, deve haver uma melhor definição devido as semelhanças desta região com formas de SO.

Dm - Todo o perímetro divisório com Tp foi ajustado nas proximidades do Parque Nacional do Monte Roraima.

Ds - O bloco próximo de Boa Vista foi transformado em ON (por proximidade). Entretanto, deve haver uma melhor definição devido as semelhanças desta região com formas de SN.

Fs - (a) A área dentro da Ilha de Maracá foi ampliada até as margens do rio Uraricoera (Sp foi eliminado); (b) O bloco acima da Ilha de Maracá foi transformado em SN por definição.

ON - (a) Transformação da ponta extremo norte (próxima da BR) em Ds devido ao contínuo que esta paisagem representa; (b) criação de um bloco (existente) na costa leste da Ilha de Maracá (próximo ao furo Santa Rosa).

rm - Os blocos já existentes foram redimensionados e, foram criados os referentes ao Monte Roraima, Monte Caburaí e Serra do Urutamim/Uafaranda.

Sg - Um pequeno bloco localizado próximo à cidade de Mucajaí, definido como Sg, foi transformado em Ld por definição.

SN - Redução da área de vários blocos espalhados pelas savanas. Eram inexistentes ou superestimados.

Ta - Redução da área devido a comparações. Ainda há necessidade de se fazer uma melhor definição sobre estes contatos, como por exemplo, manter a definição como Ta ou aproximar para Td.

Td - A área estava maximizada e não representava o real. Foi substituída pela aproximação realizada no mosaico de SENAGRO/ITERAIMA.

Page 22: Incêndios de Roraima (1997/98) - | Acervo | ISA · Figurit 2. Blocos de q_wima por macr~regiões. i' ,, ,-,/ ' l.._ ' { Os blocos de queima foram dispostos sobre a base fitofisionômica

~--

21

Tp - Eliminação do bloco próximo do rio Uraricoera que cortava a BR 174. Foi considerado como Sg.