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2ª Edição - Outubro 2007 Obrigado por adiquirir a Revista G3, esta edição foi desenvolvida para ser impressa diretamente da sua impressora e você mesmo pode encaderna-la. Mande sua sugestão/opinião para [email protected] Como imprimir e montar sua Revista G3 A revista G3 foi desenvolvida para ser impressa em sua própria impressora. Para se obter um bom resultado é aconselhável uma boa impressora jato de tinta colorida. Configurar a impressora: - Papel A4 - Selecione a opção de impressão horizontal da pagina - Marque todas as opção que aumentem a qualidade de impressão Impressão: - Não imprima a página 01 (esta página) - Imprima a página 02 (a capa) em papel couche, papel fotográfico ou papel cartão - Imprima o restante das páginas em papel A4 de boa qualidade Montando: - Dobre as folhas ao meio com as faces/ lados impressos virados para fora - Separe e organize as páginas em ordem e cubra com a capa - Para prender as folhas à capa você pode grapear as laterais ou prender com canaleta de plastico pvc a venda em papelarias, proprias para encadernações

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2ª Edição - Outubro 2007

Obrigado por adiquirir a Revista G3, esta edição foi desenvolvida para ser impressa diretamente da sua impressora e você mesmo pode encaderna-la.

Mande sua sugestão/opinião para [email protected]

Como imprimir e montar sua Revista G3

A revista G3 foi desenvolvida para ser impressa em sua própria impressora. Para se obter um bom resultado é aconselhável uma boa impressora jato de tinta colorida.

Configurar a impressora:

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Impressão:

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Montando:

- Dobre as folhas ao meio com as faces/ lados impressos virados para fora- Separe e organize as páginas em ordem e cubra com a capa- Para prender as folhas à capa você pode grapear as laterais ou prender com canaleta de plastico pvc a venda em papelarias, proprias para encadernações

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Novas vias na Serra do Cipó

O Vale de Blair, localizado no grupo 1, conta com novas vias esportivas, a Calcário Sanguinário (8c?), Bomba Nenem (9a/b?) e a Silêncio dos Inocentes (8c/9a?). Vale lembrar que o setor é bastante frágil! No dia 12 de maio foi feito um mutirão para manutenção da trilha de acesso às vias, se for ao local transite pelas trilhas já marcadas.O grupo 3 também ganhou novas vias, Tiamat (8c), O Vingador (8a), Mestre dos Magos (8b), além da extenção da Heróis da Resistência, conhecida como Super Heróis (10a/b?) e a variante da Linha da Vida emendando com a Sequelados, denominada Projeto de Vida (10c?).

Escalada segura elanche no Sítio do Rod

Através da iniciativa e trabalho voluntário dos escaladores Marquinho e Felipe, as vias do Sítio do Rod foram revitalizadas. A troca de proteções antigas, retirada de grampos perdidos no maciço, duplicação de tops, etc., contou com o apoio da AME e do CEM que doaram todas as chapeletas.

e mais...

A Lanchonete do sítio está funcionando novamente, uma iniciativa do Marcus Vinicius e do Alexandre Fei. Aberta nos finais de semana servindo sucos, salgados, sanduiches, laricas e um delicioso açaí. Além de uma slak line que fica esticada para diversão da galera depois do CLIMB!

Burocracia no Salão de Pedras

Para escalar boulder em Conceição do Mato Dentro agora é necessário autorização! Isso mesmo, antes de ir aos blocos você deve passar pela Prefeitura, localizada no centro da cidade, e fornecer alguns dados pessoais ao atendente que irá imprimir uma autorização. Ela deve ser apresentada aos fiscais no Salão de Pedras. Vamos colaborar e torcer para que a prefeitura faça a sua parte.

[email protected]

G3, também conhecido por grupo 3, nossa meca de escalada esportiva localizada na Serra do Cipó, foi também fonte de inspiração para o nome da revista, que

vai cativar da mesma forma escaladores e montanhistas que trilharem suas páginas.

ATENÇÃOEscalada, como muitos outros, é um

esporte onde há riscos de acidente grave e até a morte. É extremamente necessário

um curso ou apoio de um instrutor para a prática consciente. A Revista G3 não

se responsabiliza pelo mau uso das informações aqui contidas e não serve

como instrução para a prática do esporte. Não exceda seus limites, compreenda seu

corpo e exercite sua mente, use capacete e pratique o mínimo impacto.

Agradecimentos:Ao Fox, Gustavo Piancastelli, Leandro

Reis, Anne Louise, Felipe Castro, Marcella Romanelli, Alexandre Fei, Renata

Vasconcelos, Flávia Belisário, Pedro Leite, Liliane Espindola, Gabriel Ramos, Leandro Iannota, Marcelo Braga, Nomade, AME,

afinal a todos os parceiros e anunciantes que abraçaram a revista.

Editor: Felipe BelisárioJornalista: Anne Louise FernandesArte e Diagramação: Felipe BelisárioCapa: Felipe Cabeça no boulder Ziguilin, Pedra Rachada - Sabará / Foto: Viviane

Leandro “Mr. Bean” naHeróis da Resistência (9c)

G3 - Serra do Cipó

revistag3.blogspot.com

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Bem vindos à coluna “Sem Magnésio”. Espaço idealizado com o intuito de expressar pensamentos, curiosidades e histórias, em um formato livre e independente.

_Coluna___________SEM MAGNÉSIO_______

Por Tiago (Fox) [email protected]

G3 Maio 2007 - 5

Nosso futuro comum

Para quem conhece a Comissão Brundtland da ONU (1983) e a cronologia ambiental no mundo, este titulo acima tem um significado atual e preocupante. Foi publicado em 1987 o relatório “Nosso Futuro Comum” elaborado por uma comissão da ONU que rodou o mundo inteiro, inclusive o Brasil, falando dos problemas ambientais e propondo um desenvolvimento sustentável, além de uma nova ordem mundial para o século 21. Foi apresentada na Eco 92, ocorrida no Rio de Janeiro, a Agenda 21, uma agenda com várias ações para que o planeta seja respeitado e preservado. Então vocês devem estar pensando: o que nós escaladores temos a ver com isto??? Independente do nosso estilo e preferência de escalada, necessitamos de ambientes naturais, tais como: rochas, falésias, blocos, monolitos, etc. para a prática do esporte e nosso divertimento. Em sua maioria são ambientes frágeis e sensíveis com os quais devemos ter extremo cuidado. Há pouco tempo fui com alguns amigos conquistar uma via na Serra da Piedade, nos pontões na face Sul, virados para a cidade de Caeté. Planejamos tudo, após 3h de caminhada estávamos nas bases daqueles maravilhosos pontões. Para chegarmos lá passamos dentro de uma área de preservação e de rara beleza, campos rupestres de altitude além da mata fechada. Escolhemos um pontão e após a chuva iniciamos uma via toda em móvel (25metros) em direção ao cume. Ficou tarde e em um bom platô fixamos duas proteções fixas para a parada. Neste platô havia uma orquídea de indescritível perfeição. Estávamos em um local onde nenhum ser humano jamais foi e neste momento refleti: o que deixamos de bom para o local??? Uma via de escalada para

o cume de um pontão virgem. Porém a nossa presença ali deixou marcas e rastros inevitáveis. A orquídea continua lá, intacta para a maioria das pessoas. Como diz o ditado: “Deus não dá asas a cobras”. Talvez, este seja um dos maiores trunfos do escalador: ver, observar e sentir de forma mais intensa a natureza. O que não podemos esquecer é que sem ela a humanidade não sobrevive!!! O que é mais uma via de escalada em um local novo??? Talvez seja a porta de entrada para mais escaladores ou uma forma do esporte crescer. O que é mais uma via de escalada em um local já bem degradado??? Talvez mais gente para degradar ou uma forma do esporte crescer. É melhor concentrarmos muitas vias em um só local ou várias vias em vários locais??? Seja qual for a resposta, estamos falando dos nossos costumes e responsabilidades para com o mundo. Vamos respeitar as áreas de escalada assim também como as áreas protegidas. Antes de iniciar uma nova via, pense: Esta via vai ajudar em quê??? No crescimento do esporte??? Na proteção da natureza??? Em que ela poderá ser útil??? Será que da maneira que estamos cuidando do mundo, ele sobreviverá??? E o nosso esporte ??? Muitas perguntas....poucas respostas!!!A cada dia utilizamos nossos recursos naturais de forma predatória, não saber lidar com o excesso é um grande problema, como no caso da água e das matas. O nosso futuro comum é

responsabilidade de todos. Dê ao próximo o prazer de conhecer o local da maneira que você conheceu e que nossos filhos possam viver sabendo que fizemos de tudo para que eles tenham um bom futuro e que possam, quem sabe algum dia, ter o prazer de escalar em meio à natureza... Não seja mais um, seja aquele que faz a diferença! Vamos ter como exemplos os escaladores de Contagem que tiveram a iniciativa de adotar a Pedreira Amazonas. Deram uma nova vida ao local, conquistaram vias e plantaram árvores. Até parece medida compensatória, mas infelizmente não é, o que me deixa intrigado e pensativo. Se para todas as vias conquistadas o escalador tivesse que plantar uma árvore, o local que ele escalaria seria mais preservado, imagine a savassinha com suas 11 vias, o local seria mais vivo e ecologicamente correto. Atenção conquistadores... vamos evitar paredes com vegetação!!! Uma planta leva cerca de 150 anos para atingir 50 cm, pois no ambiente rochoso há escassez de nutrientes e de água, logo são extremante frágeis e muitas vezes endêmicas (ocorrem apenas naquela região).

As meninas da Escaladas das Minas realizam um trabalho maravilhoso e de caráter educativo na Pedra Branca de Caeté. São gincanas eco-pedagógicas, tais como: recreações de cunho ambiental, acompanhamento da deteriorização do lixo enterrado, quiz ecológico, plantio de mudas de árvores, entre outros. Dessa forma conseguem sensibilizar e concientizar a comunidade sobre seu entorno ampliando para uma reflexão global do meio ambiente. Já o Centro Sanjoaense de Montanhismo (CSM) realizou uma ação de grande importância. Eles plantaram mais de mil mudas de árvores nativas na nascente do córrego do lenheiro, ajudando no chamado “efeito esponja”, onde a capitação da água da chuva, por parte de árvores e plantas, ajuda a recarregar o lençol freático abastecendo assim a nascente. Além deste interessante trabalho ambiental, o CSM recebeu o titulo de utilidade pública devido ao Projeto Amanhã de Educação Ambiental realizado em um colégio público em São João Del Rei. Eles estão de parabéns e merecem viver em um mundo melhor, pois fazem por onde! Boas escaladas para todos G3

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A Associação Mineira de Escalada está atuando com grande responsabilida-de e comprometimento na região da Serra do Cipó desde 2004. Em 2006 foi criado o grupo de trabalho GT-CIPÓ que intensificou suas atividades na região referida. Trabalhos como o Levantamento do Potencial Vertical do Parque Nacional da Serra do Cipó (PNSC), apresentado ao Conselho Consultivo do PNSC em Setembro de 2006, no qual participaram diversos profissionais (biólogos, geólogos, geógrafos, engenheiros entre outras espe-cialidades), todos praticantes de escalada e montanhismo de reconhecida experiência, solidificaram ainda mais as parcerias com as instituições locais. O Parque Nacional da Serra do Cipó (IBAMA), a Associação de Condutores Am-bientais e Montanhistas do Circuito Serra do Cipó (ACAM-CSC), como também a AME puderam estabelecer um diálogo proporcio-nando maior visibilidade sobre o trabalho de-senvolvido. Nesse primeiro trabalho sugeriu-se, a priori, a preservação das áreas verti-cais no interior do parque de modo a focar os esforços na organização das atividades nos Grupos I, II, III e IV, ou seja, Maciço Morro da Pedreira. Sendo assim, o GT-CIPÓ iniciou suas atividades no Morro da Pedreira em meados de Setembro 2006 focalizando, principalmente, o Grupo III, por ser área de referência nacional e internacional para a prática dos vários estilos de escalada, onde o fluxo de escaladores vem aumentando con-sideravelmente ano a ano, e que já provoca desconforto. O encaminhamento sugerido pelo GT foi de organização, inicialmente, do Grupo 3 e assim foi necessária a criação de 4 sub-GT´s (Infra Estrutura, Pesquisa, Ética e Re-grampeação/Conquistas), coordenados por pessoas responsáveis, experientes e aci-ma de tudo imparciais para que os trabalhos fossem realizados de forma dinâmica e efi-caz. Entre os dias 28 de Abril e 1º de maio de 2007, um público de aproximada-mente 150 pessoas de diversos estados (MG, RJ, SP, PR, DF entre outros) pôde interagir, discutir e assistir palestras e vídeos. O Iº Encontro de Escaladores e Montanhistas na Serra do Cipó, organizado pela AME/ACAM/

IBAMA contou com diferentes personalidades do cenário brasileiro de escalada e monta-nhismo e apresentou os resultados iniciais de cada sub-gt.

Seguem abaixo as sugestões e resultados iniciais oriundos de cada sub GT:

Organização e Infra-Estrutura: Organização do Iº Encontro de Escaladores e Montanhistas na Serra do Cipó, Ações no G3 e PNSC (Questionário para avaliação do perfil do Escalador, Plantio de Mudas, Combate ao capim-braquiária). Parcerias com res-taurantes; formulação, desenvolvimento e execu-ção de placas informativas no G3 e etc.

Pesquisa: avaliação e estudos da vegetação, aves e solos do maciço e procura de áreas novas de es-calada na região – trabalho em início.

Ética: Estudo, pesquisa e discussão acerca de códi-gos de ética empregados e consolidados em áreas de escalada no país, e acerca de sua aplicabilidade na Serra do Cipó

Re-Grampeação/Projetos/Conquistas: Relató-rio Plano de Manejo G3, re-grampeação de vias e duplicação de “top´s” totalizando até o momento 15 vias no G3/G1. Liberação consensuada de novas áreas para conquistas de vias esportivas seguindo o padrão ético proposto e espaçamento entre vias de no mínimo 5 metros; foram abertos locais como o Vale de Blair/G1 (que rapidamente atingiu o limite de vias sugerido para conquista) e o Setor Foda/G2 . Além disso, foi sugerida a não abertura de vias esportivas no G3. Nos Vales Zen (G2/G3), do Papa-gaio (G1), Perseguida (G3), no restante do G1, do G2 e em todo o G4 foi feita a sugestão para que es-sas áreas sejam utilizadas de forma cuidadosa, ou seja, apenas para escaladas e conquistas em estilo tradicional cipoense (móvel) de modo que sejam preservados com um mínimo de impacto antrópico, e sem necessidae de ficar controlando diretamente a quantidade de pessoas nos locais.

Todo esforço que está sendo realiza-do para organização das áreas de escalada no maciço do Morro da Pedreira passa por uma maior interação e participação, não somente da comunidade escaladora e montanhistas, como também dos moradores e guias locais, empresários, ONG´s e Órgãos Públicos. O comprometimento com a preservação e utili-zação sustentável dos recursos naturais que a Serra do Cipó oferece deve ser de todos. Para que se possa garantir às gerações fu-turas o direito de usufruir uma área natural com o mínimo de alterações possíveis, e tão admirada.

Luis MonteiroGT-CIPÓ/AME

Primeiro de novembro de 1919. Era então fundado o Centro Excursionista Brasileiro, o primeiro clube excursionista do Brasil e da América Latina. Outros clubes vieram a partir dos anos 1930, consolidando-se a partir dos anos 1940. Somente o estado do Rio de Janeiro contou com mais de cinqüenta clubes organizados, fase áurea dos clubes excursionistas. Os clubes tinham uma função bem diferente se comparado aos dias de hoje: promoviam as mais diversas excursões numa época em que não havia internet, farto transporte, informação, nem agências de turismo. Organizavam passeios a praias, fábricas, parques nacionais, museus - está ai o porque do uso da palavra “excursionismo”. Havia poucos escaladores nos clubes, a maioria esmagadora era composta de excursionistas. A partir dos anos sessenta a situação se inverteu. Os clubes passaram a ter o caráter meramente montanhístico. Não havia “vida inteli-gente” fora dos clubes, ou seja, para escalar era obrigatório filiar-se a um clube. Já nos anos oitenta veio a decadência dos clubes, surgindo as primeiras cordadas de escaladores fora dos clubes.Hoje o Rio vê o ressurgimento dos clubes num processo que se iniciou há mais ou menos dez anos. A política e as picuinhas foram colocadas de lado e uma nova geração retomou os clubes com apenas um pensamento: a prática do montanhismo.Atualmente os clubes de montanha têm um importante papel no cenário montanhístico

nacional. São formadores de opinião, guias e montanhistas preocupados com a técnica e principalmente com a ética do esporte. Há o harmonioso convívio entre escaladores de clubes e independentes – existe espaço para todos. Sempre falo da importância de freqüentar clubes de montanha, pois é o local de se fazer novos parceiros, conhecer novas vias de escalada e caminhadas, local de importante troca de informações e experiências além de manter viva a tradição do excursionismo brasileiro que remonta ao ano de 1919.

O CEM vem preencher justamente esta la-cuna, entretanto os montanhistas belori-zontinos não têm esta “cultura de clube”. Como o CEM vem brigando por uma mudança de paradigma, nossa luta é árdua e às vezes ingrata, mas o CEM é mineiro, e não desiste nunca!!!

Waldecy Mathias Lucena (Vice-Presidente da FEMERJ)

Gustavo Carrozzino (Presidente do CEM)

As reuniões sociais do CEM ocorrem toda quinta feira na Sede Própria:Av. Nossa Senhora do Carmo, 221 sala 224 (Galeria Carmo Sion)

A importância dos clubes para o desenvolvimento do montanhismo

A maior croquiteca de escalada nas Gerais agora na Web!

www.sitedocem.org.br

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O Boulder é uma modalidade da escalada praticada em pequenos blocos de rocha que podem variar de dois a sete metros de altura - os temíveis High-Balls, onde o objetivo é “dominar” ou “virar” a pedra, ou seja, escalá-la até conseguir ficar em pé em seu cume.

PEDRA RACHADA - 1a parte

Boulders em Sabará

-

A essência do boulder consiste na procura de linhas de escalada que concentrem força e técnica em poucos movimentos. A Pedra Rachada, em Sabará, firma-se na atualidade como um dos melhores picos de boulder do país, com inúmeros blocos dos mais variados tamanhos, formatos e inclinações. Em uma área como esta, as possibilidades são praticamente infinitas, dependendo da criatividade, força e técnica dos praticantes.

Emerson no Ziguilin (v4)

Daniel Haddad no Arestinha (v3)

Felipe Cabeça no bloco 01

Gustavo no No Stress the Blitz (v5)

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HISTÓRIA

Os primeiros relatos de escalada na Pedra Rachada datam de 1991 quando o trio parada dura, composto por Emerson Azeredo, Fabiano Fernades, e Eustáquio Jr., avistou, a caminho da serra da Piedade, uma imensa área polvilhada de inúmeros blocos ainda virgens. Foram abertas as primeiras vias em top-rope, “O interesse daquela época era altura e não a dificuldade” lembra Emerson. Apesar de já ser praticado “lá fora” a cultura do boulder ainda não havia chegado no Brasil. Alguns anos mais tarde, em 98, os escaladores locais Chander, Bim e Chico passaram a explorar o local com um kichute, um saquinho de magnésio emprestado e muita disposição. Muitos bolders foram abertos nesta época. Com a explosão bolderística que a escalada brasileira vivenciou nos últimos anos o local recebeu atenção especial dos escaladores de Minas, do Brasil e até do exterior. Em 2005, a etapa do campeonato Brasileiro que rolou

em B.H contou com a presença dos melhores escaladores do país, a partir de então a escalada na Pedra Rachada nunca mais foi a mesma. Diogo Ratachesky, ex campeão brasileiro, Rafael Passos, 1º do ranking brasileiro de boulder do site 8ª.nu, deixaram suas contribuições com os excelentes “Rolling Stones”, “Rala Frek lek” e “No Stress the Blitz” , só para citar alguns Boulders de alto nível. Após dois festivais de escalada na Pedra Rachada, organizados por Kbeça, Gustavinho e Haddad, o experiente escalador Fabiano se assusta: “é caboclo, aquela época eu não imaginava que aqui tinha tanta diversão!” O Routte-Setter Ricardo Scheim ficou impressionado com o potencial da área, segundo ele o melhor lugar para fazer boulder que conhece. Recebemos também as visitas dos irmãos Rodrigo e Linha Paranhos, dos gêmeos Matheus e Thiago Velozo que com certeza ajudaram a elevar ainda mais o nível da escalada em nosso Estado.

Segundo Richardson de Oliveira Silva, secretário adjunto de meio ambiente da Prefeitura Municipal de Sabará, há uma mobilização conjunta para que a Pedra Rachada torne-se um complexo organizado para a prática de esportes de montanha, além de ser um lugar acolhedor para famílias que buscam conhecer as peculiaridades deste

tipo de serrado ou simplesmente gostam de contemplar belas paisagens. O potencial para novas conquistas ainda é incalculável, muitos escaladores tem contribuído para aumentar a divulgação desse lugar, e você pode ser o próximo.

Fotos: Arquivo pessoal Felipe Castro Alves

G3 info: www.pedrarachada.com.br

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Sendo fisioterapeuta, muitos escaladores me procuram para tirar dúvidas a respeito do uso do gelo, ou crioterapia, tanto nas lesões agudas como nas lesões crônicas.

O uso do gelo nas lesões agudas

Renata Vasconcelos é escaladora, professora do curso de Fisioterapia

da PUC Minas – BH.

Aí vão alguns conselhos básicos com relação à crioterapia

- Ao contrário do que muitos pensam, o gelo não diminui o edema, o inchaço que se instala.- Ele diminui o metabolismo local, impedindo o processo inflamatório, principalmente no caso de lesões agudas, impedindo que o processo inflamatório se instale nos tecidos adjacentes àqueles que foram lesionados. Desta forma, a utilização do gelo imediatamente após ocorrer a lesão impedindo a instalação do edema, com a compressão e a elevação do segmento diminuindo-se o tempo de recuperação do tecido lesionado.- É preciso lembrar que as compressas de gel compradas em farmácia não valem. Além de serem perigosas, perdem rapidamente a temperatura.- O ideal é usar gelo picado, em grande quantidade, sobre toda a região lesada e o tempo de aplicação não pode exceder a 30 minutos. - Além disso, no caso de uma lesão aguda, deve-se usar o gelo a cada 2 horas, durante uma semana ou duas, visto que o tempo de reaquecimento das grandes articulações é de

Antes de falarmos sobre o uso do gelo, é necessário mostrar diferenças básicas entre lesões agudas e crônicas. As lesões agudas entram no grupo daquelas que ocorrem de forma acidental, por exemplo, entorse de tornozelo ou de joelho, luxação do ombro, distensão em um músculo devido a uma grande força contra a gravidade, por exemplo. Já as lesões crônicas são aquelas lesões que foram agudas e já passaram várias semanas, ou então as que se estabelecem lentamente, no caso de tendinites e tendinoses, que podem se tornar agudas devido ao exercício intenso: por exemplo, um entorse de tornozelo que havia melhorado relativamente e se tornado crônico, mas que devido a uma sobrecarga se torna agudo novamente.Ambas atrapalham a performance do atleta, a diferença está no processo de cicatrização e cura, principalmente na forma de utilizar o gelo.

1 hora e meia.

Então, caso ocorra uma lesão aguda, seja uma distensão muscular ou um entorse, aplique uma grande quantidade de gelo o mais rápido possível. E principalmente, procure um fisioterapeuta da área esportiva! Na próxima edição será falado sobre o uso da crioterapia nas lesões crônicas. Para aprofundar, consulte o livro: Crioterapia no Tratamento das Lesões Esportivas, de K.L. Knight, Editora Manole.

Por Renata Vasconcelos

Saúde

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Desse encontro surgiu a idéia e o convite para escrever uma matéria sobre escalada em Fontainebleau. Por que Fontainebleau? É que, nos últimos quatro anos, morei em Paris onde concluí meu Mestrado e iniciei meu Doutorado. Em 2005, de passagem pelo Brasil, fui escalar com meu amigão Guto Baxter na Lapinha, e percebi que escalar seria uma boa opção para me reaproximar da natureza na França. De volta a Paris, vi alguns filmes que me despertaram para o mundo do bloco (bouldering). Com isso surgiu a idéia de poder freqüentar Fontainebleau nos fins de semana para escalar e curtir esse lugar muito especial. Passei a freqüentar a sala Antrebloc e comecei a praticar bloco, bloc ou bouldering. Daí, bastou o primeiro convite para eu descobrir o enorme e estupendo labirinto de blocos que é Bleau, como é conhecida a região para os mais íntimos.

O massivo florestal de Fontainebleau fica a 60 km e a Sudeste de Paris. Ele se estende entre as cidades de Melun a Nemours (Norte - Sul), e de Moret sur Loing a Milly (Leste - Oeste). Sua largura máxima é de 25 km e ele possui aproximadamente 28.000 hectares de florestas públicas e privadas. Uma delas é a Floresta Dominial de Fontainebleau, a antiga floresta real. Ainda existem outras três dominiais: des Trois Pignon, de la Commanderie, de Samois e uma série de pequenas florestas privadas. No meio disso tudo, tem um bocado de cidades, vilas, estações de trem, o famoso castelo de Fontainebleau, e por onde passa na sua extremidade Leste, o também famoso rio ‘Sena’ (La Seine).

O mistério do fim de semana .... o grès de Bleau !

Esse massivo atrai a atenção dos homens há anos. Já foi terreno de caça da realeza francesa e durante anos serviu como fonte de exploração para lenhadores e talhadores de pedra. O grès de Bleau começou a ser explorado na metade do século XIV e utilizado no mundo inteiro para a construção de castelos, catedrais, estradas, etc. Em 1983, a última pedreira foi fechada na floresta des Trois Pignons. Hoje, toda a região possui vários estatutos jurídicos que incitam o uso sustentável do seu patrimônio ambiental, histórico e social.O resto da história eu deixo por conta da curiosidade de vocês.

Um Rolé pelos Boulders de Fontainebleau Por Gabriel Ramos

Esporte

No fim de semana de 28 abril/1° maio tive o enorme prazer de conhecer o G3 no cipó, o casal Belisário (Felipe e Marcella), o grande Magrão, Marquinho, Sânzo e mais uma rapa de escaladores. O Alexandre Fei eu já conhecia por ser meu conterrâneo e foi ele quem me convidou para passar o fim de semana no QG do G3 e escalar durante o Primeiro Encontro de Escaladores e Montanhistas no Cipó, organizado pela AME.

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Pois bem, durante esse fim de semana no Cipó, uma dúvida pairou sobre nossas cabeças: qual o tipo de rocha em Bleau? Como eu só sabia o nome dessa bendita rocha em francês – grès, agora chegou o momento da tradução. Sem muitas delongas, uma explicação geológica simples seria: o essencial do massivo é constituído pela “areia de fontainebleau”, um depósito marítimo terciário de 35 milhões de anos. Os tão famosos blocos (boulders) de Bleau ou o seu tão desejado grès (arenito), é o resultado de uma composição de grãos de areia soldados por um cimento natural, que no caso francês, é à base de silício. Coube à água e ao vento dar formas finais a esse mar de blocos de silhuetas muitas vezes cruéis.

E misturando isso com escalada, no que é que dá doutor ?“Dá um trem difícil demais sô!” Diz aqui no guia que os primeiros botes em Bleau foram dados em 1889. Anedota à parte, é verdade que nessa época já se notava um interesse especial por essas formas petrificadas da floresta. Mesmo a invenção da sapatilha de escalada está relacionada a Bleau. Pierre Allain, um grande alpinista, fabricou em 1935 as primeiras sapatilhas de escalada para os seus amigos bleausards (aqueles que habitavam a região). Em 1945, Maurice Martin cria o primeiro croqui e repertoria os blocos do setor Bas Cuvier. Desde então, principalmente a partir dos anos 80, a região recebe a visita de escaladores do mundo inteiro. Como disse anteriormente, escalar em Bleau é bem difícil. A rocha é bastante abrasiva, os grãos de areia super grandes se comparados com os do Salão de Pedras - Conceição do Mato Dentro. Isso torna a tarefa de escalar, dias seguidos em Bleau, em coisa de super-herói. Uma ‘session’ basta para que aqueles que apostam só nos braços percam as digitais por completo. As marcas de ranhuras nos dedos chegam a ser impressionantes. A palavra de ordem é aderência. Ou você aprende a posicionar os seus pés, ou então fica complicado decolar (termo usado pela turma pra expressar o momento quando tirávamos os pés do chão). Até as passagens positivas são delicadas e podem deixar muitos mutantes embaraçados. Isso

quer dizer que os apoios para os pés são micro, ou inexistentes. Quanto às mãos, existem dois tipos principais de agarras: os grattons que são pequenas agarras, às vezes constituídas de puro silício, e de uma dureza excepcional; e as bossettes que são os relevos característicos dos blocos de Bleau. Eles, inclusive, ajudam a ditar o ritmo de escalada com os abaulados que exigem compressões terríveis, sem mencionar as saídas que autorizam o trânsito só dos escaladores de muito sangue frio. Os movimentos de base privilegiados acabam sendo os mais ou menos dinâmicos em réglettes e aderências. Por isso, todo escalador- bleausard que se preza, tem no seu kit um pof. O pof é uma resina de pão em pó que aumenta a aderência com o contato, calor e fricção. Ele é usado nos apoios para os pés de saída, e nos relevos de virada das passagens. O uso do pof demonstra um pouco como o ato de escalar nesses blocos é fino. Em contrapartida, o seu emprego não é essencial e os Ingleses baniram o uso do pof, mesmo que seus blocos façam parte da escola da aderência também. Globalmente, a região de Fontainebleau, usada para a prática de escalada, pode ser dividida em 4 sub-regiões:

Norte, Floresta dominial de Fontainebleau, Floresta dominial des Trois Pignons e Sul. Cada sub-região possui seus setores, cada um as suas vias míticas e de características próprias. Foi criado um sistema

de cotação e de sinalização específico para Bleau. Existem os circuitos: amarelo, laranja, azul, vermelho e branco. O circuito amarelo engloba as passagens fáceis ou pouco difíceis. O laranja as um tanto difícil. O azul as difíceis. O vermelho caracteriza as muito difíceis e o branco, as extremamente difíceis (ver tabela abaixo). Um detalhe técnico pode causar um estranhamento, as vias são indicadas nos blocos através do seu número de identificação (1, 12, 33 ...) pintados sobre a pedra com a cor referente ao seu circuito, como por exemplo o 17, de cor laranja. Eu garanto que por mais estranho que pareça, na minha opinião de ser humano, turismólogo e geógrafo, esse método não causa a sensação de uma intervenção extrema com intuito de organização do uso do espaço. Esse mesmo método é utilizado em toda a Europa para indicar os caminhos das milhões de travessias existentes nas montanhas, parques e massivos dos países.

“A palavra de ordem é aderência. Ou você aprende a posicionar os seus pés, ou então fica complicado...”

uma passagem de co-meço negativo e fim positivo, deu mais uma rasteira nos dois. Eu quase consegui domi-ná-la, mas, depois de uma mordida de um reglette faminto, meu dedo médio esquerdo

ensangüentado me impediu de continuar os ataques. A batalha continuava, mas agora em outro canto. Procuramos outros tipos de linhas para continuar a escalar. Descobrimos um muro vertical e o Arnaud parou para uma rápida inspeção. Eu, de cara, comecei a rir porque não conseguia ver apoios para os pés. Decidimos entrar assim mesmo e fomos obrigados a dobrar o ‘crash’ para alcançar as agarras para as mãos de decolagem. O deco-ro: um micro apoio pro pé direito, de mais ou menos 2/3 mm, um bi-dedo abaulado para a mão esquerda, e um bi-dedo direito, bizarro, onde os dedos entravam na horizontal. No total, as duas mãos e um pé na parede, era decolar, dropar o pé esquerdo cruzando um pouco à direita numa bossette apoiando com tudo para re-lançar o pé direito numa agar-ra perfeita. Tempo suficiente para respirar, e sem mudar de posição, buscar uma fissu-ra bem alta à esquerda e depois correr pro abraço, lembrando sempre que as saídas de Bleau nunca saem de graça. Esse foi o sabor da minha última ‘session’, a via 11 do circuito vermelho, um 6a (V3) típico de Bleau, cujo nome de algumas pistas da sua cara: Planète morphos. Como já tinha virado tradição, eu preparava os sanduíches pra celebrar cada vi-sita. Nesse dia eu me lembro bem, comemos um bom sanduíche de salpicão de frango e palha italiana de sobremesa. Depois era vol-tar para casa sentindo o cheiro de magnésio, pedra, umi-dade e mus-go nas mãos, relembrando os momentos clássicos do dia e discutin-do os possí-veis métodos para superar as nuances de Fontaine-bleau.

Vale a pena lembrar que essa tabela está um pouco defasada, e que já existem alguns blocos 8C (V15) em Bleau como a linha Angama, aberta pelo japonês Daï Koyamada (24.10.2006), no setor Longs Vaux. A floresta não pertence somente aos escaladores. Muitas pessoas visitam Bleau para fazer caminhadas, pic-nics, observar pássaros, caçar, andar de bicicleta, etc. Pra trazer vocês ainda mais perto de Bleau, vou contar um pouco da minha última visita aos seus blocos antes de regressar ao Brasil. Aliás, deixar os meus camaradas de escalada: Arnaud, Manu e Nico, foi um dos momentos mais tristes do meu retorno. Pois bem, nesse dia me preparava para me despedir de Fontainebleau. Foi numa quinta-feira, dia de folga do Arnaud. Peguei o metrô de manhãzinha até a praça de la Na-tion, o habitual ponto de encontro para pegar a carona, com meu pot (chegado, brother, em francês). Carro estrada a fora, uma hora depois, estacionávamos o carro no setor Bois Rond. O Arnaud, por conhecer muito bem a floresta, já preparava mais ou menos a nos-sa ‘session’, as vias tops de cada circuito, o aquecimento, etc. Porém, nesse dia, a mági-ca do lugar falou mais alto. Assim que a gen-te começou a entrar pelo labirinto de blocos, chegamos numa áreazinha muito linda, com blocos muito perfeitos, cobertos com um ta-pete de musgo verde. Não teve jeito, muda-mos a programação e atacamos os blocos do lugar. Depois de uma leve corrida e algumas rotações de membros, começamos o aque-cimento alongando os músculos nos blocos do circuito laranja. Os problemas começaram a aparecer assim que a gente passou para o circuito azul. E daí, a primeira bomba do dia, ainda numa passagem azul, um 4c (V0) arretado. Um estica, aperta, contorce dana-dos e nada. Nenhum dos dois conseguiu usar a única agarra da linha, um buraco enorme onde mãos e pés ali deveriam estar simul-tâneamente. Falta de alongamento, talvez. Um solitário que passou logo depois da nos-sa surra, nos vingou quase que ‘flash-mente’. Moral restabelecida, estávamos prontos para atacar as vermelhinhas. Para que? Mais uma bomba! No mesmo bloco, mais à esquerda, Tabela de converção para cotação Bleau/USA

Fonte: Escalade à Fontainebleau

fonte: E

scalade à Fo

ntain

ebleau

amarelo

laranja

azul

Vermelho

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# Infos práticas Saindo de Paris, o meio mais rápido para se chegar a Fontainebleau é de carro pela Nationale 7 – N7. Aliás, poucos setores podem ser acessados através da combinação transporte público (trem) – caminhada e a única forma de se conhecer todos os setores é de carro. Até o coração da floresta, a cidade de Fontainebleau, o trajeto leva aproximadamente 1 hora. Cada setor tem seu estacionamento e existem setores em que a caminhada leva pouquíssimos minutos para se chegar até o início dos circuitos.

Também é possível de se combinar caminhada e trem para escalar em Bleau. Inclusive, as minhas primeiras investidas foram feitas dessa forma. Existem três estações dentro da floresta: Bois-le-Roi (a mais próxima), Fontainebleau, e Malesherbes. Saindo da Gare du Nord, em Paris, compra-se um bilhete de trem para uma das estações. Até Bois-le-Roi, são uns 45 minutos de trem por 7 euros e poeira. Da estação até o setor mais próximo, Roche Cânon, são 2,5 km (40 minutos de caminhada). O Roche Saint-Germain fica a 4,5 km e o setor Cuvier a 5 km. Vale a pena total e eu cheguei mesmo a ir sozinho dessa forma. Nos fins de semana, e pelas manhãs, rola uma feirinha na estação de trem onde se compram frutas, pães, queijos e afins pra um lanche à la française, na pedra. Da estação de Fontainebleau, o setor mais próximo – roches du Calvaire, são 2 km mais, subida pra burro. O próximo setor fica a 5 km – Mont Aigu. Já de Malesherbes, o setor Buthiers fica somente a 2 km da estação.

Para dormir, existem áreas autorizadas para bivouac, próximas de alguns dos setores. Nada de camping na floresta, e toda a região é patrulhada pela polícia florestal. Nada de fogueiras também. Elas são expressamente proibidas. Existem poucos campings, mas, em contrapartida, a disponibilidade de hotéis, quartos, casas de campo e outras casas, é bem farta. Em Barbizon, uma das cidades referenciais da região, ‘crash pads’ podem ser alugados com Monsieur Jo Montchaussé. Esse senhor é uma das figuras míticas da região. O meu guia é de sua autoria, em parceria com sua esposa e um outro bleausards célebre, Monsieur Jacky Godoffe (outro escalador mítico de Bleau, responsável pela abertura de diversas vias). Caso contrário, existe uma loja em Paris – La Maison du Grimpeur – que também aluga equipamentos necessários para brincar em Fontainebleau.

Termino deixando um grande abraço e agradecendo o G3 por me adotar e me iniciar na escalada esportiva, pelo carinho e disposição em me mostrar os picos mais alucinantes da escalada em Minas. É lógico que com a condição de virar o cozinheiro oficial da turma, é mole ?!

A palavra yoga, apesar de contar com inúmeras definições, pode ser entendida como “união” e dá nome a uma filosofia de vida, criada na Índia, há milhares de anos. O segmento desta filosofia que mais se difundiu no ocidente foi o Hatha Yoga. E hoje, o que grande parte de nós, ocidentais, visualiza automaticamente quando ouve falar sobre o yoga é, na verdade, parte dele, o Hatha Yoga, prática que busca equilíbrio e saúde integral, através da prática de asanas (posturas), pranayamas (exercícios respiratórios), meditação e relaxamento.

Iluminando o Caminho Yoga e Escalada

Por Flávia Belisário

Refletindo sobre yoga e escalada, caminho a percorrer é o que me vem à mente. Observo ligações fortes entre as duas práticas: a concentração e atenção plena no presente, o auto-conhecimento, o desafio dos limites pessoais com consciência. Isso, tanto yogis, quanto escaladores não alcançam de um dia para o outro. Há esforço, disciplina e dedicação envolvidos. Como diz K. Pattabhi Jois, mestre indiano, “99% prática 1% teoria”. Muitos praticantes de yoga começam freqüentando aulas, uma ou duas vezes por semana, mas acabam por abraçar a prática como um estilo de vida. Penso que com os escaladores também é assim. A pedra traz mudanças sem volta. Gosto de imaginar como uma prática pode ajudar a outra. Senti no corpo quando escalei uma vez. A flexibilidade, consciência corporal e controle de força do baixo ventre me ajudaram muito nessa primeira experiência e, no dia seguinte, percebi como, numa via simples, tinha trabalhado meus músculos paravertebrais, importantes para realizar posturas do yoga e que quase nunca exercitamos no dia a dia. Como praticante apaixonada e professora, tentarei, com este artigo, mostrar os benefícios do yoga para os escaladores. Os benefícios da escalada para yoguis, como já disse, comprovei que existem. Como a maioria dos escaladores não têm a sorte de ir para a pedra todo o dia, para não mexer o

corpo só no fim-de-semana, o yoga é uma ótima opção, mesmo se você escala indoor. Lembre que é importante trabalhar o corpo de outras formas. Os benefícios físicos são vários. A prática das posturas (asanas) desenvolve resistência, flexibilidade e consciência corporal. As torções alongam os músculos das costas. As posturas de pé fortalecem as pernas e todas as demais, para serem realizadas da forma adequada, exigem contração dos músculos do abdômen, que nos conecta com o centro de força e equilíbrio do corpo. Há outras atividades físicas que também trabalham esses aspectos e são legais para escaladores. Mas o diferencial do yoga é que ele não é só uma atividade física. Através do trabalho com o corpo, o praticante de hatha yoga busca aquietar a mente, o que desenvolve concentração, foco no momento presente. Os pranayamas (exercícios respiratórios) ensinam a respiração correta e treinam o controle desta, o que promove equilíbrio emocional e habilidade para gerenciar tensões. O yogui aprende a parar e se perceber antes de reagir, para, assim, agir da melhor forma que puder, iluminando seu caminho em direção ao auto-conhecimento.

A seguir apresento uma seqüência de yoga para praticar como aquecimento, antes da escalada. A permanência deve ser de cinco respirações em cada postura.

Saúde

G3

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1. Respiração abdominal

Antes de começar a seqüência perceba o ritmo da sua respiração e observe o movimento do abdômen: expandindo, quando você inala, e recolhendo, quando você exala.

2. Virabhadrasana I

3. Adho Mukha Svanasana

4. Urdhva Mukha Svanasana 5. Balasana 6. Gomukhasana

7. Janu Sirsasana 8. Ardha Matsyendrasana 9. Ardha Navasana

Flávia Belisá[email protected]

Celular: (31) 9744-7993

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ESCALANDO EAPRENDENDO

Leandro ReisProfessor de Educação Física, ministra cursos de escalada em rocha e treinos de escalada indoor.Contato: [email protected]

O objetivo desta seção é apresentar, por meio de informações técnicas associadas à experiência pessoal e profissional, atitudes e posturas que podem fazer a diferença no dia-a-dia dos escaladores. Nesta ocasião se propõe um debate relativo ao atual cenário da escalada indoor em BH, modalidade que tem sido responsável pela inserção da grande maioria de novos praticantes. Esta ferramenta, se bem utilizada, pode trazer inúmeros benefícios e oportunidades à comunidade escaladora e ao cenário esportivo mineiro. Mas e aí... é isso que está acontecendo?

Inúmeras são as propostas de uso para os espaços de muros de escalada. Entretenimento, treino de capacidades físicas, ambiente de convívio social e muitos outros. Hoje amplamente utilizados, estes espaços inegavelmente têm auxiliado na melhora do desempenho de nossos escaladores. Algo natural, já que por meio destes se possibilita um aumento da regularidade, bem como o controle dos estímulos e o planejamento de treinos. Mas pergunta-se: Porque não utilizar estes espaços como ambientes de aprendizagem e treino das técnicas especializadas que são o que de fato diferencia nossa atividade esportiva das demais? A princípio pode parecer apenas uma decisão comercial sobre oferecer uma gama mais variada de serviços ou não. Mas o fato é que a mentalidade da grande maioria, associada à simplificação de procedimentos – predominante nos ginásios de escalada – têm formado uma grande escola de mediocridade. Está nas mãos de todos os envolvidos a oportunidade de mudar esse quadro, basta que cada um faça sua parte.

Apresentar um amigo a uma atividade com tantas qualidades é certamente uma atitude nobre. Ceder seu equipamento, até a própria sapatilha, para permitir a ele uma experiência é algo bacana e que certamente irá fortalecer a amizade, mas ensinar a ele as técnicas de segurança é tarefa de um profissional. A experiência no ensino das técnicas nos faz valorizar detalhes que passam despercebidos a quem já realiza os procedimentos de forma automatizada, mas são fundamentais na fase inicial de aprendizagem, evitando assim vícios potencialmente perigosos e difíceis de corrigir. A nós instrutores, que almejamos uma profissionalização, cabe a tarefa de buscar estratégias viáveis para trabalhar com dignidade. E além disto atender às necessidades da grande leva de despreparados, atualmente limitados a procedimentos básicos que tão somente permitem a sobrevivência em campos-escola e mesmo assim precisando recorrer aos amigos para confirmar se o procedimento está correto. Os proprietários de ginásios e investidores de plantão têm muito em que contribuir. É responsabilidade fundamental destes a valorização da atividade, apresentando-a não apenas da forma simplificada e massificante que o ambiente indoor proporciona. A escalada é uma atividade complexa. Quanto mais conhecimento técnico for proporcionado às pessoas mais fiéis elas ficam à atividade e menos monótona e limitada fica a experiência. Os ginásios podem sim proporcionar algo mais. Contrate bons profissionais, ofereça serviços de qualidade aos seus clientes, eles merecem.

Boas escaladas sempre!

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