Imprensa em português vai dar documentário jtm

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Director José Rocha Dinis | Director Editorial Executivo Sérgio Terra | Nº 4182 | Quarta-feira, 12 de Fevereiro de 2014 LOCAL OPINIÃO ACTUAL DESPORTO GENTE GIRA ÚLTIMAS ESPECIAIS JTM IMPRENSA EM PORTUGUÊS VAI DAR DOCUMENTÁRIO 30 JAN, 2014 Rui Filipe Torres quer agora documentar o trabalho da imprensa em língua portuguesa do território Ideias não faltam a Rui Filipe Torres que, depois de se ter lançado num documentário que retrata a realidade actual de Macau, pretende documentar a imprensa em língua portuguesa do território que diz ser “um fenómeno único e de grande interesse”. E em parceria com Joaquim Magalhães de Castro vai avançar para uma reconstituição moderna da Peregrinação, realizada por Fernão Mendes Pinto Helder Almeida Em Lisboa Rui Filipe Torres estreou em Lisboa o seu documentário “Macau, Um Longe Tão Perto” mas enquanto o trabalho não chega ao território para ser exibido, o autor vai avançando noutros projectos que já tem em carteira, um deles sobre a imprensa em língua portuguesa em Macau, uma ideia que nasceu quando esteve no território para filmar. CAPA DO 12 FEB 2014 Edição de papel às 16H de Macau LUSOFO 10 FEV 2014 Suplemento sem Jornal Tribuna d Sai às Segundas- TRIBUNA DE MACAU TV ANO NOVO LUNAR 85 0 0

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IMPRENSA EM PORTUGUÊS VAI DAR DOCUMENTÁRIO - 30 JAN, 2014 Rui Filipe Torres quer agora documentar o trabalho da imprensa em língua portuguesa do território Ideias não faltam a Rui Filipe Torres que, depois de se ter lançado num documentário que retrata a realidade actual de Macau, pretende documentar a imprensa em língua portuguesa do território que diz ser “um fenómeno único e de grande interesse”. E em parceria com Joaquim Magalhães de Castro vai avançar para uma reconstituição moderna da Peregrinação, realizada por Fernão Mendes Pinto.

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Director José Rocha Dinis | Director Editorial Executivo Sérgio Terra | Nº 4182 | Quarta-feira, 12 de Fevereiro de 2014

LOCAL OPINIÃO ACTUAL DESPORTO GENTE GIRA ÚLTIMAS ESPECIAIS JTM

IMPRENSA EM PORTUGUÊS VAI DARDOCUMENTÁRIO30 JAN, 2014

Rui Filipe Torres quer agora documentar o trabalho da imprensa em língua portuguesa do território

Ideias não faltam a Rui Filipe Torres que, depois de se ter lançado num documentário que retrata a realidadeactual de Macau, pretende documentar a imprensa em língua portuguesa do território que diz ser “umfenómeno único e de grande interesse”. E em parceria com Joaquim Magalhães de Castro vai avançar parauma reconstituição moderna da Peregrinação, realizada por Fernão Mendes Pinto

Helder Almeida

Em Lisboa

Rui Filipe Torres estreou em Lisboa o seu documentário “Macau, Um Longe Tão Perto” mas enquanto otrabalho não chega ao território para ser exibido, o autor vai avançando noutros projectos que já tem emcarteira, um deles sobre a imprensa em língua portuguesa em Macau, uma ideia que nasceu quando esteveno território para filmar.

CAPA DO DIA12 FEB 2014

Edição de papel actualizadaàs 16H de Macau

LUSOFONIAS10 FEV 2014

Suplemento semanal doJornal Tribuna de Macau.Sai às Segundas-Feiras.

TRIBUNA DE MACAU TV

ANO NOVO LUNAR

85 0 0

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“Macau, Um Longe Tão Perto” foi filmado num mês emeio

Segundo explicou ao JTM, pretende que seja “um trabalho mais focado no contemporâneo do que nopassado”, ou seja, “o que se passa hoje, do ponto de vista crítico, ao nível da escrita em Macau sobrePortugal, o que é que a comunicação social em Macau fala sobre este território em que estamos aqui,Portugal”.

De resto, a imprensa em língua portuguesa em Macau é para o autor “um fenómeno único e de grandeinteresse”. O objectivo, assim, será fazer um trabalho de pesquisa que resulte também num trabalhodocumental.

Um outro trabalho que está a decorrer junta Rui Filipe Torres e Joaquim Magalhães de Castro: areconstituição “num contexto actual” da Peregrinação de Fernão Mendes Pinto que resulte numdocumentário de 11 episódios para televisão. “Está a ser desenvolvido agora. A ideia é fazer o percursopensando-o hoje. Já temos uma parceria desde logo autoral porque o Joaquim Magalhães de Castro está noprojecto também e Macau será um ponto de produção do próprio documentário, sendo que a casa deprodução do documentário é Portugal e Macau”, apontou Rui Filipe Torres.

Joaquim Magalhães de Castro já publicou no ano passado um livro sobre aquele que é considerado um dosmaiores aventureiros portugueses, chamado “Na Senda de Fernão Mendes Pinto”.

Uma radiografia à Macau actual

Cultura, economia e identidade são os principais eixos que suportam o documentário “Macau, Um LongeTão Perto”, que foi mostrado em Lisboa, no Museu Oriente, em três sessões, a última das quais nodomingo, perante um auditório cheio.

Ao longo de 93 minutos, o autor serve-se devárias vozes conhecedoras da realidade doterritório (Miguel de Senna Fernandes, CarlosMorais José, Ivo Ferreira, Fernando Eloy, JoãoMarques da Cruz, Carlos Manuel Piteira, JoséMaçãs de Carvalho, Adriano Moreira, RitaSantos, Pereira Coutinho, Mónica Ferro, etc.)para mostrar o que é a RAEM e qual a relaçãocom Portugal. “Macau é…” é umas dasprimeiras frases que se ouve e que no fundofunciona quase como um preâmbulo dodocumentário.

“O eixo principal é uma função temática,informativa, não no sentido de notícia mas enquanto realidade que se trabalha e que se está a perceber. Oque acontece é que para a generalidade de nós portugueses o Oriente e Macau são coisas longínquas e odocumentário permite anular essa distância”, explicou o autor ao JTM.

Também “há uma análise daquilo que é central na questão de Macau: a reformulação das dinâmicas sociaise culturais, ou se quiser, a reformulação identitária que se está a processar numa lógica do posicionamentode Macau na China e nas Relações Internacionais. Esta é que é a questão interessante do ponto de vistadocumental para quem não conheça Macau”, assinalou ao JTM Carlos Manuel Piteira, do Instituto doOriente, que se assegurou do rigor académico do projecto.

Para Rui Filipe Torres, este não foi um trabalho fácil de concretizar “no sentido que tinha alguns problemasdo ponto de vista da recepção porque é um objecto que não é de grande facilidade de aproximação, obrigaa alguma atenção, não há uma história linear, no sentido clássico da narrativa, e há uma montagem porblocos de ideias” .

As gravações decorreram em 2012, durante um mês e meio, e deram depois origem a um documentário“tripartido, onde se abordou a questão das identidades, a questão económica e a questão da cultura, ogrande triângulo do filme”, segundo Carlos Manuel Piteira.

As imagens passaram em Dezembro do ano passado na RTP Internacional e só no ano passado houve umanova montagem que resultou no trabalho actual. “A primeira versão que passou foi pensada para televisão,na lógica de 30 minutos cada, que obriga a uma outra estrutura narrativa evidentemente. Esta versão temuma outra estrutura mas o tema e o assunto são os mesmos. Digamos que acabou por ser um trabalho comduas montagens”, apontou Rui Filipe Torres.

O documentarista pretende agora mostrar o seu trabalho em Macau pelo pelo que os contactos vão seriniciados. Mostra ainda interesse em que o documentário possa ser passado na TDM. “Diria que até haveriainteresse da TDM em língua chinesa passar o documentário traduzido”, sugeriu Carlos Manuel Piteira.

O autor mostrou-se “satisfeito com o resultado final” embora ache “que sendo uma panorâmica sobre Macau

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é necessariamente incompleta, há muito que não está mas também não poderia estar porque este filme já émuito longo para um documentário com esta estrutura”.

A ideia de fazer um documentário sobre Macau já era antiga e está ligada a “um fascínio com o Oriente, ecom Macau em particular, através de memórias afectivas de outras pessoas também”. Esta obra acabou porse concretizar na sequência de um trabalho de campo para uma licenciatura em Ciências da Comunicaçãoque Rui Filipe Torres completou.

“Alguém andou muito distraído estes anos todos”

Nas relações entre Portugal e Macau, “o problema que se coloca é o pós-transição”: “nem sequer é Portugalque põe Macau no mapa, acaba por ser a China”, notou ao JTM o académico Carlos Manuel Piteira. “Nóstemos andado distraídos porque a dinâmica está lá [em Macau]. E de alguma forma o que o Rui Torrescaptou neste documentário foi essa dinâmica. Ele foi lá uma única vez, filmou e viu que toda a lógica estevelá sempre presente. Portanto, alguém andou muito distraído estes anos todos. Mas não foram osinvestigadores…”. Neste sentido, “ainda não se percebeu qual é a posição de Portugal, ou se quiser, doEstado português, face a esta questão. Anda sempre um bocado ao sabor dos Governos e das visitas,porque há uma visita e há uma série de promessas, depois… Já era assim antes da transição, mas jáestamos no pós-transição, o contexto e a realidade são outras e há que redefinir todo um conjunto de linhas”de orientação, defendeu.

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