IMPORTÂNCIA DO CAPITAL INTELECTUAL EM UMA INSTITUIÇÃO DE ...‚NCIA-DO-CAPITAL... · PROGRAMA DE...

106
UNIVERSIDADE POTIGUAR PRÓ-REITORIA ACADÊMICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO MARLLA DE OLIVEIRA FEITOSA IMPORTÂNCIA DO CAPITAL INTELECTUAL EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE UMA CIDADE DO NORDESTE BRASILEIRO NATAL - RN 2015

Transcript of IMPORTÂNCIA DO CAPITAL INTELECTUAL EM UMA INSTITUIÇÃO DE ...‚NCIA-DO-CAPITAL... · PROGRAMA DE...

UNIVERSIDADE POTIGUAR

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

MARLLA DE OLIVEIRA FEITOSA

IMPORTÂNCIA DO CAPITAL INTELECTUAL EM UMA

INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE UMA CIDADE DO

NORDESTE BRASILEIRO

NATAL - RN

2015

MARLLA DE OLIVEIRA FEITOSA

IMPORTÂNCIA DO CAPITAL INTELECTUAL EM UMA

INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE UMA CIDADE DO

NORDESTE BRASILEIRO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação Stricto Sensu em Administração, da

Universidade Potiguar, como requisito para

obtenção do título de Mestre em Administração

na área de concentração em Gestão Estratégica

de Negócios.

ORIENTADOR: Prof. Walid Abbas El-Aouar,

Dr.

NATAL - RN

2015

Feitosa, Marlla

Importância do capital intelectual em uma Instituição de Ensino Superior de uma cidade do Nordeste Brasileira/ Marlla de Oliveira Feitosa: Natal, 2015. 106 f.

Orientador: Wallid Abbas El-Aouar Dissertação (Mestrado em Administração).– Universidade Potiguar. Pró-Reitoria Acadêmica – Núcleo de Pós-Graduação.

Bibliografia: 86 – 91f.

1. Instituição de Ensino Superior – Dissertação. 2. Conhecimento. 3. Capital Intelectual. I. Título.

MARLLA DE OLIVEIRA FEITOSA

AVALIAÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

SUPERIOR DE UMA CIDADE DO NORDESTE BRASILEIRO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação Stricto Sensu em Administração, da

Universidade Potiguar, como requisito para

obtenção do título de Mestre em Administração

na Área de concentração em Gestão Estratégica

de Negócios.

Defendida e aprovada em 23/06/2015

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________

Prof. Dr. Walid Abbas El-Aouar

Orientador

Universidade Potiguar – UnP

___________________________________________

Profa. Dra. Lydia Brito.

Membro Examinador Interno

Universidade Potiguar – UnP

___________________________________________

Profa. Dra. Fernanda Gurgel

Membro Examinador Externo

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Dedico este trabalho aos meus pais, minha filha e aos meus irmãos por todo carinho e confiança a

mim depositada.

AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo dom da vida, pela sabedoria e por ter me permitido o alcance dessa conquista.

Aos meus pais Celso e Marizete pelo amor, dedicação, ensinamentos, os quais devo tudo que

sou, não tenho palavras para expressar o amor que sinto e o quão importantes vocês são para

mim.

Ao meus irmãos Maricélia, Marcelo e Marcela, agradeço pela amizade, carinho e por estarem

sempre ao meu lado compartilhando cada minuto da minha vida.

A todos os meus familiares que de alguma forma participaram da concretização desse sonho,

pela confiança depositada em mim, em especial à minha cunhada Ankilma, pelo carinho e

experiência a mim transmitida.

Ao meu querido Tiago Leite pelo carinho e atenção, na reta final do mestrado.

A todos os professores pelo os ensinamentos e dedicação.

Ao meu orientador Wallid Abbas El-Aouar que se disponibilizou a construir este trabalho

comigo, repassando-me toda sua experiência e sabedoria, a quem também agradeço por

deposita em mim sua confiança, abrindo os caminhos para formação de novos conhecimentos.

RESUMO

O capital intelectual tem se apresentado como uma estratégia fundamental para as organizações

que anseiam sucesso, tendo em vista que a partir do gerenciamento dos ativos intangíveis e da

compreensão do que venha a ser o capital estrutural, capital do cliente e capital humano. Torna-

se possível desenvolver estratégias competitivas no cenário em que a organização está inserida.

Considerando-se a relevância que o tema vem assumindo na atualidade o presente estudo teve

como objetivo investigar a importância atribuída aos ativos intangíveis críticos para avaliação

do Capital Intelectual de cursos de Graduação em uma Instituição de Ensino Superior (IES) da

cidade de Cajazeiras - PB. Trata-se de um estudo de caso com finalidade descritiva. A pesquisa

foi direcionada a quatro coordenadores dos cursos de graduação da Instituição, em que foi

aplicado o instrumento de coleta de dados desenvolvido por Peroba (2013), utilizado para

atingir os objetivos desse estudo. O banco de dados foi construído em formato Excel, para

realização das tabelas descritivas e aplicação do teste estatístico de Kruskal-Wallis. Constatou-

se a importância atribuída aos ativos intangíveis críticos em todas as dimensões do processo

avaliativo, mas falta o gerenciamento destes ativos de forma eficiente, refletindo na composição

do capital intelectual da Instituição de Ensino Superior. O que se percebe é que as coordenações

não gerenciam de forma estratégica os ativos intangíveis existentes, ações como: número de

publicações efetuadas pelos docentes, investimentos destinados a qualificação profissional,

atividades de consultoria desenvolvidas pelos docentes em outras instituições são exemplos de

atividades que não possuem nenhum direcionamento a produção de novos conhecimentos o que

implica diretamente na construção do capital intelectual da Instituição.

Palavras chave: Instituição de Ensino Superior; Conhecimento; Capital Intelectual.

ABSTRACT

The intellectual capital has been shown a fundamental strategy for organizations which crave

success, considering that from the management of intangible assets and the comprehension of

what comes to be the structural capital, customer capital and human capital, it becomes possible

to develop competitive strategies in the scenario where the organization operates. Considering

the importance that the subject has been taking today the present study aimed to investigate the

importance attributed to the intangible assets critical for evaluation of the intellectual capital of

undergraduate courses in a Higher Education Institution (HEI) of the city of Cajazeiras. It is a

case study with descriptive purpose. The research was directed to four coordinators of

undergraduate courses of the institution, in which we applied the data collection instrument

developed by Peroba (2013) used to achieve the objectives of this study. The database was built

in Excel format, to carry out the descriptive tables and application of the statistical test of

Kruskal-Wallis. It was observed the importance attached to the critical intangible assets in all

aspects of the evaluation process but lacking the management of these assets efficiently,

reflecting the composition of the intellectual capital of HEI. It is noticeable that the coordinators

do not manage strategically the existing intangible assets, actions such as: number of

publications carried out by teachers, investments to professional qualifications, consulting

activities developed by teachers at other institutions are examples of activities that have no

targeting to the production of new knowledge which implies directly in building the intellectual

capital of the institution.

Keywords: Higher Education Institution; knowledge; Intellectual Capital.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01: Espiral do Conhecimento .................................................................................. 30

FIGURA 02: Navegador do Capital Intelectual de Stewart .................................................... 46

FIGURA 03: Mensuração do Capital Intelectual segundo Edvinsson e Malone .................... 47

LISTA DE QUADROS

QUADRO 01: Características da Sociedade do Conhecimento .............................................. 23

QUADRO 02: Tipos do Conhecimento ................................................................................... 28

QUADRO 03:Perspectiva Histórica do Capital Intelectual analisado pelas empresas ........... 38

QUADRO 04: Monitor de Ativos Intangíveis ........................................................................ 48

QUADRO 05: Categorias Analíticas do Capital Intelectual .................................................. 56

QUADRO 06: Delineamento de Análise ................................................................................ 57

QUADRO 07: Relação dos Discentes com IES ...................................................................... 70

QUADRO 08: Manifestações Atendidas 2014 ........................................................................ 72

QUADRO 09: Categorização dos Profissionais ...................................................................... 78

LISTA DE TABELAS

TABELA 01: Gestão de controle por curso ............................................................................ 60

TABELA 02: Pesquisa e Produção Intelectual ........................................................................ 62

TABELA 03: Infraestrutura por curso ..................................................................................... 64

TABELA 04: O Programa por curso ....................................................................................... 66

TABELA 05: Cooperação com instituições acadêmicas e não acadêmicas por curso ............ 67

TABELA 06: Internacionalização por curso ........................................................................... 69

TABELA 07: Relacionamento Com Instituições Acadêmicas E Não Acadêmicas Por

Curso. ........................................................................................................................................ 73

TABELA 08: Docentes por curso ........................................................................................... 76

TABELA 09: Pessoal administrativo por curso ...................................................................... 80

TABELA 10: Coordenação por curso ..................................................................................... 81

TABELA 11: Estatística descritiva do nível de importância e dificuldade das dimensões…. 82

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 13

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................................................. 15

1.2 PROBLEMATICA E QUESTÃO DE PESQUISA ........................................................... 16

1.3 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 18

1.3.1 Geral ............................................................................................................................... 18

1.3.2 Especificos ...................................................................................................................... 18

1.4 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 19

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................................... 20

2. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA ..................................................................................... 22

2.1. SOCIEDADE DO CONHECIMENTO ............................................................................. 22

2.1.1. Conhecimento como Recurso Econômico................................................................... 24

2.2 GESTÃO DO CONHECIMENTO ..................................................................................... 25

2.2.1 Modelos de conversão do conhecimento ..................................................................... 29

2.2.2 Gestão de Conhecimento organizacional .................................................................... 32

2.2.3 Gestão de Conhecimento de Ensino Superior ............................................................ 33

2.2.4 Gestão de Conhecimento e Capital Intelectual ........................................................... 35

2.3 ABORDAGEM AO CAPITAL INTELECTUAL ............................................................ 37

2.3.1 Ativos intangíveis: aspectos gerais ............................................................................... 39

2.3.2 Conceituação do Capital Intelectual ........................................................................... 40

2.3.3 Modelos de Mensuração do Capital Intelectual ......................................................... 44

2.3.4 Capital Intelectual em Instituições de Ensino Superior ............................................. 49

2.3.5 Modelo de Avaliação de Capital Intelectual Adotado Nesse Estudo ........................ 50

3. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS .................................................................... 53

3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA ............................................................................................ 53

3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA ................................................................................... 54

3.3 COLETA DE DADOS ....................................................................................................... 54

3.4 INSTRUMENTO DA PESQUISA ..................................................................................... 55

3.5 CATEGORIAS ANALÍTICAS .......................................................................................... 56

3.6 TRATAMENTO DOS DADOS ......................................................................................... 56

3.7 AMBIENTE DE PESQUISA ............................................................................................. 58

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................. 60

4.1.1 Importância do Capital Estrutural .............................................................................. 60

4.1.2 Importância do Capital do Cliente .............................................................................. 66

4.1.3 Importância do Capital Humano ................................................................................. 76

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 84

REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 86

ANEXO .................................................................................................................................... 92

ANEXO A - QUESTIONÁRIO DE PESQUISA DE PEROBA .............................................. 93

13

1. INTRODUÇÃO

A globalização, a inovação tecnológica e o crescimento das organizações passaram a

exigir das empresas mudanças no que concerne ao ato de administrar os bens tangíveis ou

materiais ênfase passa a ser atribuída ao ativos intangíveis ou incorpóreos. O conhecimento

passa a ser um dos principais ativos da nação, fato já salientado por Lévy e Authier (1995) e

Demo (1997), a partir do momento em que entendem que a riqueza dos países e a força das

empresas repousam sobre o conhecimento.

Os trabalhadores expostos pela Teoria Clássica da Administração, reconhecidos como

uma peça adaptada a máquina, deixam de existir nas organizações atuais. A moderna

administração valoriza o conhecimento, competências, habilidades e talentos que podem

agregar valor.

Na tentativa de gerir esse conhecimento é que as organizações passam a entender o

que seria a gestão do capital intelectual. Marques e Palmeira (2011, p.5), compreende capital

intelectual como sendo “o material intelectual - conhecimento, informação, propriedade

intelectual, experiência, que se pode aproveitar para a criação de riqueza, sendo um conjunto

de benefícios intangíveis que agregam valores às empresas e representa um diferencial

competitivo”. A utilização deste ativo intangível reposiciona as necessidades das organizações

no século XXI, originando a necessidade de os gestores identificarem o capital intelectual e

gerencia-lo a fim de maximizar os benefícios econômicos futuros.

A capacidade de interpretar várias realidades dentro da organização, tornando-a mais

flexível ao mercado e a ela própria (no sentido de aprender a aprender), encontra-se no capital

intelectual e esse em uma nova vantagem competitiva das organizações contemporâneas

(STEWART, 2002), da mesma forma que o é para as universidades (VELOSO, 1998).

A análise foge aos investimentos realizados em ativos físicos e financeiros, e o valor

das organizações passam a discorrer sobre meios e processos, ou seja, o valor passa a ser

inserido na capacidade de o gestor administrar e controlar recursos como o capital humano,

capital do cliente e capital estrutural no sentido de agregar valor e vantagem competitiva a

organização, Stewart (2002), compreende a soma dos três capitais como o capital intelectual.

Valores que não são mensurados e descritos pela contabilidade na elaboração dos

demonstrativos contábeis, mas que necessitam de gerenciamento como definidos por Edvisson

e Malone (1998), o capital intelectual pode ser representado pela raiz de uma árvore, sem o

cuidado necessário a árvore não será capaz de gerar frutos.

14

Na era do conhecimento, as empresas do conhecimento precisam esta orientadas para

as necessidade da sociedade. A pesquisa apresenta como organizações do conhecimento, as

instituições educacionais por apresentarem como atividade principal de negócio, a

comercialização de informações e conhecimento, utilizando o capital humano para desenvolver

sua atividade principal.

Assim, para desenvolver suas atividades a gestão deve procurar trabalhadores que

apresentem características como a criatividade, inteligência, capacidade intelectual, Stewart

(2002) observou que os trabalhadores que prestam sempre o mesmo serviço não pode ser

considerado capital humano, logo, compreendemos que capital humano é constituído pelas

habilidades de profissionais que desenvolvem competências para atrair um diferencial

competitivo para a organização. Por conseguinte, a instituição precisa angariar os recursos

tecnológicos passíveis de aumentar o desenvolvimento de seus trabalhadores e o seu próprio

retorno.

Dentro desta perspectiva, os gestores precisam investir no conhecimento do capital

humano compreendendo que a organização deve definir estratégias para garantir que o

conhecimento não seja difundido apenas na cabeça de um ou dois trabalhadores, mas que o

conhecimento será aproveitado por toda a estrutura organizacional, proporcionando

consequentemente uma maior visibilidade da marca da instituição pela sociedade, atraindo o

capital do cliente. O cliente na sociedade do conhecimento é reconhecido como detentor do

poder, por serem eles as pessoas que irão adquirir os produtos ou serviços, assim a organização

devem investir neste capital, seja através do marketing, logística ou pesquisas de inovação e

desenvolvimento.

Compreendendo-se as necessidades da sociedade do conhecimento é que se reconhece,

a necessidade de gerir os recursos apresentados pelo capital intelectual. Assim, em função da

importância que os ativos intangíveis vem assumindo nas organizações atuais, a pesquisa

assume como pressuposto teórico a avaliação do capital intelectual em uma Instituição de

Ensino Superior privado, inserida em um mercado representado pela concorrência acirrada,

abertura crescente de novos cursos presenciais e de Instituições que oferecem o ensino a

distância e que dependem do esforço de seus trabalhadores para alavancar os resultados

auferidos pela IES.

15

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

No livro A Riqueza das Nações, de Adam Smith (1776), referenciado durante o período

da escola clássica da administração, destacava a importância dos bens tangíveis como a terra, o

capital financeiro e a mão de obra como fatores responsáveis pela riqueza da nação. Todavia,

os bens descritos por Smith deixam de ser essenciais no século XXI, quando outros ativos

passaram a exercer forte influência sobre o sucesso das organizações, como bem ponteia

Drucker (2001), ao considerar o fim da era industrial e reconhecer o início da era do

conhecimento, ressaltando o papel do conhecimento como mola propulsora ao desenvolvimento

das organizações atuais. Essa transação marca a abordagem de uma nova era, qual seja da

informação ou era do conhecimento. Conforme destaca Stewart:

Vencemos porque a economia de hoje é fundamentalmente diversa da de ontem.

Crescemos na Era Industrial. Ela se foi, suplantada pela Era da Informação. Estamos

deixando para trás um mundo econômico cujas principais fontes de riqueza eram

físicas. Nessa nova era, a riqueza é produto do conhecimento. O conhecimento e a

informação - não apenas o conhecimento científico, mas a notícia, a opinião, a

diversão, a comunicação e o serviço - tornaram-se as matérias-primas básicas e os

produtos mais importantes da economia. Compramos e vendemos conhecimento

(STEWART, 2002, p.14).

A modificação alcançada ao longo da história pelas organizações provém de uma

economia globalizada, em que o conhecimento passa a ser a mola propulsora aos que almejam

o sucesso empresarial, sendo necessária a contratação de trabalhadores que apresentem

habilidades e competências capazes de agregar valor a organização.

Na tentativa de gerir esse conhecimento é que as organizações passam a entender o que

seria a gestão do capital intelectual, definido por Marques e Palmeira (2011), como sendo o

material intelectual - conhecimento, informação, propriedade intelectual, experiência,

aproveitável para a criação de riqueza. Tal material corresponde a um conjunto de benefícios

intangíveis que agregam valor as empresas e constitui diferencial de competitividade no que

concerne aos concorrentes, bem como ao desenvolvimento das organizações.

No sentido de destacar esse capital como relevante para as organizações atuais, esse

estudo assume como pressuposto teórico a avaliação do capital intelectual em Instituições de

Ensino Superior privado (IES). O empreendedorismo e a inovação são os principais pilares que

sustentam o crescimento das economias em todos os países, sendo a educação superior o motor

fundamental para esse desenvolvimento. Isso faz com que as IES tenham uma responsabilidade

16

maior para atender a essas novas mudanças (COSTA; BARBOSA; SILVA, 2011).

Considerando-se que a atividade principal de uma IES abarca ensino, pesquisa e extensão, e

depende do conhecimento, comprometimento de seu capital humano como fonte provedora de

capital intelectual para terceiros, cabe aos gestores responsáveis o efetivo compartilhamento e

cuidado com conhecimento existente, principalmente por tratar-se de um diferencial

competitivo. Na visão de Oliveira, Sarubbi e Cordeiro (2011, p. 2), a IES “é uma organização

que, de um lado e por sua própria natureza, constrói e dissemina conhecimento, e de outro não

pode deixar de atentar para as relações de troca que estabelece com o seu ambiente externo e

interno”. GRILO (2001) contribuem ao afirmar “As pessoas constituem a essência e o maior

patrimônio das IES”.

Os referidos autores destacam, ainda, o capital humano, como fonte primária para as

IES que buscam o crescimento e com as mudanças provenientes da globalização esse mercado

é marcado pela alta competitividade, a abertura de novos cursos e universidades quer sejam

presenciais ou a distância passam a exigir cada vez mais dos seus gestores. Tachisawa e

Andrade (2001) afirmam que IES não podem mais se sentir confiantes com as fatias de mercado

e com as posições competitivas já conquistadas.

Compreendendo que uma Instituição de Ensino Superior tem como objetivo atrair, reter

e compartilhar conhecimento entre docentes, discentes e sociedade. É necessário o contínuo

gerenciamento e controle das atividades desenvolvidas, visando assegurar a concretização dos

objetivos e metas previamente estabelecidos e garantir a sobrevivência neste mercado altamente

competitivo, nesta perspectiva e que se faz necessário entender como uma Instituição controla

o capital Intelectual.

1.2 PROBLEMATICA E QUESTÃO DE PESQUISA

A gestão do capital intelectual vem se concretizando como um meio crítico de sucesso

para criação de vantagens competitivas nas organizações atuais. Stewart (2002) compreende o

capital intelectual como um conjunto de conhecimentos e informações, que agreguem valor as

organizações, mediante a utilização de ativos intangíveis sobrepondo-se aos ativos tangíveis.

Edvinsson; Malone

(1988, p.19), infere o capital intelectual como a lacuna existente entre o

valor de mercado e o valor contábil de uma organização.

Nessa nova sociedade, os valores atribuídos aos ativos físicos representam apenas uma

parcela do quanto vale em termos monetários a organização, o capital intelectual pode ser

17

confundido como a raiz de uma árvore, as pessoas de fora visualizam apenas os produtos e

serviços, entretanto o valor discorre de algo a mais. Os meios e processos, investimentos em

qualificação profissional, ambientes favoráveis ao compartilhamento de conhecimentos,

inovações tecnológicas. Aquisições necessárias para o alcance dos resultados almejados

(EDVINSSON; MALONE 1998).

As mudanças ocorridas na estrutura e no modo de gerenciar os ativos não se faz

indispensável apenas em empresas que comercializam produtos tangíveis, as instituições de

ensino superior traçadas pela abertura e expansão do mercado vêm exigindo cada dia práticas

consolidadas que estabeleçam o gerenciamento eficaz dos ativos disponíveis, daí a necessidade

de registro, mensuração e controle dos ativos intangíveis.

Stewart (2002) faz menção ao material intelectual, como uma combinação entre

conhecimento, informação, propriedade intelectual, experiência de modo que o gerenciamento

destes ativos criem valor. Assim, o gerenciamento deste ativo divide-se em três dimensões

conforme descreveu Stewart (2002) capital humano, relacional e estrutural. A adoção de um

navegador que favoreça o registro dos ativos, estabelece a organização o poder de controlar os

bens não reconhecidos pela contabilidade mas que se fazem necessários para organizações que

desejam controlar os investimentos efetuados em pessoas, em sua estrutura física e a como

andam atendendo as necessidades “dos detentores de poder” reconhecidos como clientes.

A mensuração do Capital Intelectual se apresenta como vantajosa pelas informações que

são disponibilizadas, capazes de alimentar sistemas de informações disponíveis e contribuírem

para que os gestores verifiquem as receitas geradas por esse e, com isso, tome as decisões no

que concerne a funcionários, clientes e fornecedores. Stewart infere (2002) ainda a gestão do

capital intelectual como a capacidade de aprender a aprender.

Assim, as organizações intensivas em conhecimento, no tocante a uma Instituição de

Ensino Superior do Nordeste Brasileiro, devem favorecer o compartilhamento de conhecimento

se socializando com outro meios acadêmicos ou institucionais. Percebendo a relevância

atribuída a mensuração do CI e por Peroba (2013) ter estabelecido a criação de um novo

navegador de capital intelectual apropriado para avaliar os resultados obtidos em mestrados

profissionais de administração, mas que também podem ser aplicados em cursos de graduações

e pós-graduações, intervindo diretamente na imagem da instituição no mercado. Stewart (2002,

p.68) compreende “as Universidades estão repletas de pessoas brilhantes, mas não são um

exemplo de brilho coletivo. Como o fluxo do conhecimento é pequeno, a Universidade não é

inteligente como um todo”.

18

A expansão do mercado educacional trouxe consigo consequências como concorrência

acirrada, exigindo dos gestores o aperfeiçoamento contínuo em modelo administrativo. A

importância apresentada ao gerenciamento do CI para Instituições de Ensino Superior, é

conferida pela necessidade de ela buscar estabelecer de forma contínua, a criação de ambientes

favoráveis a disseminação e compartilhamento de conhecimento, estabelecendo contatos com

o meio acadêmico e outras organizações, com o intuito de atingir seus resultados e favorecer o

desenvolvimento regional mediante a educação.

Tendo em vista o exposto até aqui, acerca da importância do Capital Intelectual, para a

sobrevivência e desenvolvimento das organizações, surge o seguinte questionamento: Qual a

importância atribuída aos ativos intangíveis críticos para avaliação do Capital Intelectual

dos cursos de graduação de uma Instituição de Ensino Superior da cidade de Cajazeiras-

PB?

1.2 OBJETIVOS

1.3.1 Geral

Investigar a importância atribuída aos ativos intangíveis críticos para avaliação do

Capital Intelectual de cursos de graduação em uma Instituição de Ensino Superior da cidade de

Cajazeiras-PB.

1.3.2 Específicos

Verificar a importância atribuída à dimensão Capital Estrutural, a partir da análise dos

seus respectivos indicadores;

Verificar a importância atribuída à dimensão Capital do Cliente, a partir da análise dos

seus respectivos indicadores;

Verificar a importância atribuída à dimensão Capital Humano, a partir da análise dos

seus respectivos indicadores.

19

1.4 JUSTIFICATIVA

O Índice de Desenvolvimento Humano (2013), revela que a Paraíba ocupa um dos piores

índices registrados no Brasil ocupando a 23º posição, entretanto o Índice de Desenvolvimento

Humano Municipal (IDHM) do município de Cajazeiras-PB passou a registrar no mesmo

período um crescimento de 0,528 em 2000 para 0,679 em 2010 - uma taxa de crescimento de

28,60%. Nesse período, a dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi Educação

(com crescimento de 0,221), seguida por Longevidade e por Renda. A educação no Estado da

Paraíba conforme esclarece a pesquisa, aponta uma necessidade de reforma no ato de

administrar os recursos disponíveis.

Nesta contextualização são inseridas as instituições de ensino superior privado que

dependem da forma de administrar os ativos disponíveis para sobrevirem, compreendendo ativo

como a uma soma de recursos controlados pela entidade, como resultado de eventos passados

os quais se esperam resultados futuros, já os ativos dividem-se em tangíveis e intangíveis. Os

intangíveis, por sua vez são os ativos não registrados pela contabilidade e fazem menção ao

capital intelectual.

Nesse sentido, o capital intelectual apresenta-se como principal diferencial competitivo, por

ser escasso, ilimitado e intrínseco aos seres humanos. Fleury e Fleury (2001, p.95), destacam

“conhecimento representa um papel muito importante nos processos econômicos, e os

investimentos nos bens intangíveis crescem mais rápido que os investimentos em bens físicos”.

Reconhecendo a importância de se gerenciar o capital intelectual, a presente pesquisa

assume respaldo mediante as Instituições de Ensino Superior, pela comercialização do

conhecimento, essas instituições negociam o conhecimento existente na cabeça dos docentes,

daí é essencial entender como o capital humano está desenvolvendo suas atividades no intuito

de agregar valor. Desse modo, a pesquisa buscará identificar e avaliar os ativos intangíveis

existentes, além de utilizar como instrumento de coleta de dados um modelo específico para as

IES, desenvolvido por Peroba (2013), não sendo este um modelo tradicional de avaliação do

capital intelectual existente na literatura.

Para a sociedade, o estudo justifica pela abordagem que é direcionada ao capital do

cliente ou de relacionamento, a avaliação deste ativo permite aos gestores o desenvolvimento

de ações que atendam às perspectivas da sociedade em geral. Petty e Guthrie (2000)

corroboram, afirmando que o capital relacional está, usualmente, associado a fatores como a

marca da companhia, os clientes, os canais de distribuição, os colaboradores externos, o

licenciamento de produtos, os parceiros em pesquisa e desenvolvimento e o governo.

20

No que concerne o meio acadêmico, os resultados da pesquisa irão contribuir com a

literatura existente pela aplicação do instrumento de pesquisa elaborado por Peroba (2013)

podendo servir de base documental para pesquisas futuras, bem como para o crescimento

intelectual da pesquisadora.

Do ponto de vista institucional, a pesquisa adquire respaldo por ser o ativo intangível de

suma importância para as organizações que buscam sobreviver neste mercado cada vez mais

competitivo e dinâmico, entretanto ainda se discute na literatura a dificuldade de se registrar

tais valores nos demonstrativos contábeis, por ser o conhecimento humano, um conhecimento

que pertence ao trabalhador e não a IES. Para Edvinsson e Malone (1998), o modelo de

contabilidade tradicional, responsável por descrever as operações das empresas, não tem

conseguido acompanhar a evolução do mundo dos negócios.

Por fim, a necessidade de mensuração e controle destes ativos, evidencia sua

importância para o mundo dos negócios pela condução de politicas que favoreçam a

combinação entre o conhecimento implícito e explicito essenciais as organizações que anseiam

sua prosperidade, além de que a lei 11.941/2009 que trata da evidenciação dos demonstrativos

contábeis já reconhece a importância da mensuração deste ativo no balanço patrimonial.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está dividido da seguinte forma: a primeira seção a introdução comtempla

a contextualização, a problemática com o problema que a pesquisa pretende resolver, a

justificativa e o objetivo geral e específicos.

A segunda seção a revisão teórica apresenta o Conhecimento como recurso econômico;

abordagem ao capital intelectual compreendendo: os estudos iniciais sobre o tema os principais

navegadores discutidos pela literatura e apresentação do modelo utilizado no desenvolvimento

da pesquisa.

A terceira seção os procedimentos metodológicos com a tipologia da pesquisa,

participantes da pesquisa, procedimentos de coleta, instrumento e tratamento dos dados.

A quarta seção o estudo de caso, apresenta os resultados de acordo com o modelo

evidenciado por Peroba (2013) na Instituição de Ensino Superior, o modelo dividido em três

seções permite evidenciar o planejamento estratégico da Instituição; os ativos intangíveis

críticos e os indicadores, onde a pesquisadora discute os resultados encontrados com as

abordagens expostas pela literatura.

21

Por fim, a conclusão e recomendações finais enfatiza os resultados encontrados

estabelecendo o cumprimento dos objetivos propostos, bem como as limitações e sugestões

para pesquisas futuras.

22

2. REFERENCIAL TEÓRICO

No referencial teórico são exibidas as abordagens sobre o tema de estudo. O capítulo se

dividirá em duas partes com suas subdivisões. A primeira parte aborda a Sociedade do

Conhecimento e o Conhecimento como recurso econômico. A segunda parte apresenta as

teorias sobre o Capital Intelectual, em suas dimensões capital estrutural, relacional e humano,

apresentando o modelo utilizado na pesquisa Peroba (2013).

2.1 SOCIEDADE DO CONHECIMENTO

As mudanças que ocorreram no mundo contemporâneo, desde a década de 1960,

trouxeram mudanças significativas em diversas áreas. A política, economia, tecnologia, a

sociologia, a contabilidade, já não são mais as mesmas depois que os ativos intangíveis

invadiram as organizações e se tornaram agentes percussores para que as empresas alcançassem

o sucesso esperado. Entretanto, a informação que é levada as organizações, isoladamente, não

agregam novos conhecimentos. É preciso que a empresa identifique suas necessidades e

compartilhe os conhecimentos adquiridos com todos os funcionários.

Peter Drucker em sua publicação Uma era de descontinuidade, já demonstrava clara

percepção das mudanças ocorridas na sociedade e da que seria mais tarde denominada

de a sociedade do conhecimento. Drucker também apontou descontinuidade em

quatro áreas, quais sejam: novas tecnologias, globalização do mercado, sociedade e

Nações Pluralistas e o conhecimento tornando-se o recurso crucial da economia

(SCHMIDT; SANTOS, 2002, p.167).

As mudanças ocorridas trouxeram para a sociedade uma nova percepção de mercado

econômico. A partir daí o capital empregado nos processos produtivos passou a ser também o

intelectual e não apenas o financeiro. Stewart, complementa:

O conhecimento sempre foi importante – não é à toa que somos o homo sapiens, o

homem que pensa. Ao longo da história, a vitória ficou nas mãos de pessoas que

estavam na vanguarda do conhecimento: os guerreiros primitivos que aprenderam a

fazer armas de ferro, que derrotaram seus inimigos armados com bronze; Mas o

conhecimento é mais importante do que nunca (STEWART, 2002, p.5).

23

Na visão de Drucker (2001), essas áreas que tiveram mudanças desde que o

conhecimento se tornou importante para o mundo, estão interligadas entre si, a mudança que

ocorreu em uma fez refletir em outra. A descontinuidade está relacionada ao uso do trabalho

apenas técnico como fator primordial de produção. Nesse período, passa a surgir um fator

interativo: o conhecimento.

Dessa forma, toma-se o conhecimento como novo fator produtivo aumentando

aceleradamente sua importância para o desempenho das organizações. A diferença hoje está no

conjunto do conhecimento gerado e adquirido coletivamente e nas habilidades individuais e não

nas máquinas que preenchiam o ambiente das empresas. Mas isso não quer dizer que os

equipamentos foram deixados de lado, ao contrário, as inovações tecnológicas reduziram as

distâncias, facilitando o acesso as novidades e evoluções em todo o mundo. O quadro 1 a seguir,

expõe as características da sociedade do conhecimento.

Quadro 1 – Características da sociedade do conhecimento.

Fonte: Adaptado de Schimdt e Santos (2002).

A sociedade vivencia mudanças nos paradigmas da administração, as tecnologias são

mais avançadas e acessíveis às organizações, além de promovem o uso dos recursos naturais de

forma sustentável. A economia se torna vulnerável a inserção do conhecimento como recurso

indispensável, onde o indivíduo é peça fundamental para que esse conhecimento se propague.

SOCIEDADE DO CONHECIMENTO CARACTERÍSTICAS

Tecnologias

Uso de energias solares, eólicas e nucleares;

Uso de recursos renováveis;

Computadores como ferramenta de trabalho;

Comunicação através de meios eletrônicos.

Economia

Economia integrada;

Produção de serviços baseados no conhecimento onde

o capital humano é o recurso fundamental.

Sistema Social O indivíduo se torna o centro da sociedade e os valores

enfatizam a diversidade, igualdade e individualismo.

Sistema Político As instituições são modeladas com base na propriedade

e no controle do conhecimento.

Paradigma

A base do conhecimento é a eletrônica quântica,

biologia molecular e a ecologia;

As ideias centrais se baseiam na transformação do

homem e no seu crescimento.

24

Com isso, o homem passa por várias transformações, com vistas a alcançar o crescimento

individual e coletivo.

2.1.1 Conhecimento como recurso econômico

O conhecimento discutido nesta nova era introduz as pessoas como essenciais e

elementares, livros, pesquisas, revistas, artigos são tratadas como informações, o conhecimento

e transmitido através do acesso a informação, entretanto depende da capacidade intelectual e

social de cada trabalhador.

Segundo Terra (2010), o ambiente econômico atual passa por uma transição, onde o

conhecimento adquire um papel central para a competitividade. Mas, isso nem sempre foi

assim, já que no passado a mão-de-obra barata e os recursos financeiros tinham papéis

determinantes nas empresas.

Assim como na Era Industrial os recursos financeiros tinham papeis fundamentais no

desenvolvimento da economia, a informação e o conhecimento se tornaram importantes

alavancas nesse setor na sociedade do conhecimento. Sveiby (1998) dissertou que o

conhecimento ao contrário dos ativos tangíveis não é depreciado, pelo contrário sua utilização

favorece a criação e o compartilhamento de novos conhecimentos o que o deprecia é sua não

utilização, logo o conhecimento se apresenta como um recurso ilimitado, sem prazo de validade

e sujeito a multiplicação quando bem utilizado.

Vieira (2010), afirma que o conhecimento se tornou o fator chave para o sucesso e a

continuidade das empresas no mercado, trazendo uma visão mais ampla do significado da vida

profissional e transformando a mente das pessoas.

Cabe assim, as organizações desenvolver estratégias competitivas que contemplem um

cenário onde o conhecimento é diferencial. É necessário que seja verificado o nível de

conhecimento dos funcionários, se a estrutura física está adequada as necessidades da empresa

e apostar no desenvolvimento das competências e habilidades das pessoas.

O conhecimento contribui de diversas formas se utilizado de maneira racional. Na

utilização dos recursos naturais, por exemplo, contribui para o emprego coerente desses

recursos. Além disso, agrega outras vantagens competitivas como melhoria na qualidade dos

produtos e serviços, desenvolvimento de inovações tecnológicas, e ainda fortalece e aumenta

as competências da entidade.

25

Na Era da Informação, o conhecimento tornou-se a principal commodity e alavancador

do resultado da atividade econômica; a inteligência organizacional (pessoas

inteligentes trabalhando de forma inteligente) deixou de ter um papel secundário, para

assumir o papel principal nas entidades (SCHMIDT; SANTOS, 2002, p.170).

Nesse contexto, o conhecimento é avaliado como uma mercadoria, uma receita que gera

benefícios às empresas. Passou a ocupar o primeiro lugar em investimentos que muitas vezes

supera os fatores de produção tradicionais.

Schmidt e Santos (2002) afirmam ainda que as transações que envolvem esse tipo de

ativo intangível se caracterizam pelo fato de ele poder ser vendido para um número ilimitado

de indivíduos, e que sua valorização aumenta à medida que o mesmo se torna abundante. Isso

significa que o conhecimento adquirido por si só não agrega valor econômico à entidade. É

necessária a sua expansão também no ambiente interno para que todas as pessoas possam

utilizar a informação, interpretá-la e a partir daí, criar coisas novas. Só assim, o conhecimento

se torna um recurso econômico competitivo.

2.2 GESTÃO DO CONHECIMENTO

A Gestão do Conhecimento (GC) é hoje ator principal no mundo dos negócios. Vivemos

a era de uma nova economia ou a era do conhecimento, a sociedade abandonou a teoria de

Taylor de desvalorização do capital humano e passa a reconhecer as expertises, inteligência, a

informação e o conhecimento como elementos essenciais.

Motta e Vasconcelos (2006) relatam que o modelo taylorista de organização do trabalho,

com base na divisão de tarefas e execução de movimentos padronizados, tem como problema a

falta de visão do todo e a limitação do desenvolvimento das habilidades dos indivíduos.

Cavalcanti e Gomes (2006) corroboram ao afirmar que a nova economia desloca o eixo da

riqueza dos setores industriais tradicionais que são intensivos nos fatores de produção mão-de-

obra, capital e matéria-prima, para setores onde os produtos, processos e serviços são intensivos

em tecnologia e conhecimento.

A era neoclássica da administração trazia como fundamento a relevância dos ativos

físicos como sendo inerentes ao sucesso organizacional. Todavia, a evolução trouxe consigo a

exigência de um novo modelo de gestão marcado pelo fim dos robôs de Taylor e início da

exibição do conhecimento como principal fator de produção, a era do reconhecimento e da

26

valorização das ideias e do saber como elementares ao sucesso ou insucesso de qualquer

organização.

Consumidores exigentes e conhecedores de seus direitos, alta concorrência e acesso

facilitado as inovações tecnológicas tornaram os ativos físicos incapazes de gerar sucesso as

organizações, como bem afirma Morgan (2002, p.252), quando diz que “as organizações devem

ser vistas como fluxo de transformação (autopoiese)”. O sucesso passa a derivar da capacidade

de administrar o conhecimento existente.

Nessa perspectiva, Terra (2001) define Gestão do Conhecimento como um modelo de

gestão organizacional que se preocupa com a aquisição, a geração, o armazenamento, e a

difusão do conhecimento individual e organizacional. Ponchirolli (2003) define como sendo o

processo de gestão que envolve a geração, a codificação e o compartilhamento do conhecimento

na organização. Gubiani (2011, p. 73) ressalva que grande parte dos autores que estudam a

valoração do conhecimento “concluem que o Capital Intelectual consiste na criação e uso do

conhecimento e estudam as relações entre o conhecimento e a criação de valor dentro da

empresa”. O’Dell e Grayson (2000), por sua vez, afirmam que ela é uma estratégia consciente,

de conseguir o conhecimento certo, das pessoas certas, no momento certo e de auxiliar as

pessoas a compartilharem e colocarem informação em ação de um modo em que elas se

empenhem em melhorar o desempenho da empresa.

Pode-se conceituar gestão do conhecimento como o compartilhamento de experiências

e competências dos mestres na execução das atividades diárias de modo que aprendizes

consigam absorver e incorporá-los ao processo organizacional. É inegável a importância que os

ativos intangíveis assumem como ativos estratégicos. A eficiência das organizações concentra-

se não mais no valor do investimento que é atribuído a ativos fixos ou tangíveis, mas em como

os gestores utilizam o saber, as expertises e sua estrutura para agregar valor. (Stewart, 2002)

O que ocorre atualmente é que isoladamente os ativos físicos como quantidades de

máquinas e equipamentos utilizados no processo produtivo deixam de ser responsáveis pelo

sucesso organizacional, o processo dá início a valorização das habilidades, saberes,

criatividade, motivação, dinamicidade, pessoas que anseiam por desafios, grau de relação com

clientes e fornecedores Stewart (2002). Esse pensamento nos permite entender a importância

que os ativos intangíveis vêm assumindo, ainda mais pela necessidade de criar, mensurar e

compartilhar estes ativos.

Segundo Stewart (2002), sempre existirá investimento em ativos tangíveis, todavia

devido à importância crescente que é atribuída ao conhecimento como fonte geradora de valor,

e inevitável não reconhecê-lo como o ativo mais importante para as organizações. Os ativos

27

físicos existentes como caixa, estoque, imóveis, veículos, instalações, equipamentos, terrenos

entre outros, deixaram de ser considerados de forma isolada como ativos responsáveis pelo

sucesso da organização, cedendo espaço para a valorização dos ativos intangíveis ou

incorpóreos como patentes, direitos autorais, software, conhecimento, habilidades, processos e

outros.

Stewart (2002, p.39) completa que “mesmo onde os ativos físicos são essenciais, o valor

decorre de algo mais, é o conhecimento que transforma as matérias-primas e as torna mais

valiosas”. Na mesma linha de raciocínio Shaikh (2004, p.440) deduz que “o conhecimento e o

mais elementar bem do ativo intangível e cada vez mais será a fonte predominante da vantagem

competitiva e criação da riqueza”.

As organizações passam a ser movidas pela necessidade de construção e

compartilhamento do conhecimento, Nair e Prakash (2009) entendem que o compartilhamento

de conhecimento é a principal atividade nas organizações do conhecimento. Este

compartilhamento ocorre com maior facilidade em comunidades de prática e em grupos de

trabalho por meio da observação, da explicitação, das visões do mundo, e dos valores das

pessoas que participam do grupo.

No que concerne ao compartilhamento do conhecimento, BuKowitz e Williams (2002)

destaca que é importante compreender que o capital intelectual não é propriedade da

organização, não podendo, por tanto, estar sob o controle direto desta.

Entendendo as organizações como organismos vivos que sofrem influência do meio,

não existindo, assim, certezas neste meio, o conhecimento não pode ser tratado como

propriedade da organização, por ser intrasferível e conter aspirações pessoais, ou seja, o

conhecimento é pessoal e reflete o contexto social e individual de cada ser humano. Muitas

vezes este não pode ser repassado por meios de conceitos, que resignaria em conhecimento

explícito. Logo, se o conhecimento é uma competência pessoal, cabe aos gestores o

gerenciamento das competências dos trabalhadores como um fator estratégico e próprio da

organização, sem que seu desligamento implique em perdas para a organização. Stewart (2002).

Ênfase é atribuída a criação, compartilhamento e utilização do conhecimento o que

compete aos gestores a atração de trabalhadores que apresentem contínua capacidade de

aprendizado. Klein (1998), defende que as organizações devem implantar um ambiente de

continuo aprendizado, preocupando-se (1) com Know-how envolve a aquisição de habilidades,

pessoas capazes de efetuarem uma determinada ação, e (2) obtenção de know –why habilidade

de articular o conhecimento teórico ao conhecimento prático.

28

Logo, a atividade dos gestores é favorecer e facilitar a comunicação, troca de

experiências, juízos de valor e a articulação do conhecimento tácito em explícito, de modo que

o conhecimento criado e absorvido pela cultura organizacional seja continuamente analisada e

discutida, viabilizando a criação de novos conhecimentos. Nonaka e Takeuchi (1998, p. 82)

ressaltam que “a organização tem de mobilizar o conhecimento tácito criado e acumulado ao

nível individual”.

Percebendo o que venha a ser gestão do conhecimento é importante compreender que

existem dois tipos de conhecimento: o tácito e o explícito. O conhecimento tácito pode ser

interpretado como o conhecimento que existe na cabeça do indivíduo e que não pode ser

facilmente explicado ou repassado para outra pessoa. Já o conhecimento explícito é o

conhecimento articulado, formalizado, estruturado, este conhecimento e representado através

de relatórios, planilhas, e-mails, anotações (STEWART, 2002).

O quadro 2 apresenta as diferenças entre esses dois tipos de conhecimento.

Quadro 2 - Tipos de conhecimento.

Conhecimento Tácito (subjetivo) Conhecimento Explícito (objetivo)

Conhecimento da experiência -

(corpo);

Conhecimento simultâneo - (aqui

e agora);

Conhecimento análogo - (prática)

Conhecimento da racionalidade -

(corpo) (mente);

Conhecimento sequencial - (lá e

então);

Conhecimento digital - (teoria)

Fonte: Nonaka e Takeuchi (1998, p.67).

A estrutura organizacional passa a ser um mero coadjuvante nas organizações intensivas

em conhecimento. De um lado, tem-se a presença de clientes e o desejo por produtos e serviços

de qualidade a um baixo custo, de outro temos os trabalhadores que precisam reciclar o

conhecimento para se manterem ativos no mercado atual. Para tanto a troca de saberes,

experiências, a construção de um banco de dados que viabilize o acesso a informações úteis,

sistemáticas, claras, concisas e tempestivas, agrega valor não somente a estrutura

organizacional como também ao capital humano.

No entendimento de Davel e Souza (2004), as organizações intensivas em

conhecimento, caracterizadas pela relação intensa e complexa, mantidas por seus dirigentes,

gestores e proprietários, além de serem marcadas pela natureza intelectual e pelo

29

desenvolvimento de seus processos por profissionais de alta qualificação, esse status lhe garante

alto nível de competitividade, ou seja, os trabalhadores dessas organizações combinam alta

intensidade de capital intelectual e tecnologia na produção de bens e serviços.

Sveiby (1998), retrata que criam-se no cérebro padrões que agem como regras

conscientes e inconscientes, as quais são adotadas como modelos para se agir em situações

parecidas. Entende o autor que qualquer indivíduo estabelece padrões de acordo com suas

habilidades e a troca simultânea desse conhecimento tácito o favorece de forma que ele seja

distribuído e aumentado.

A GC permite que os gestores compreendam como criar e compartilhar o conhecimento

a fim de manter vantagem competitiva. O êxito desta gestão depende do comprometimento e

do envolvimento de todos os trabalhadores, entendendo que o objetivo não e fazer com que os

participantes absorvam o maior número de informações possíveis mais que estes se sintam parte

do processo organizacional (SVEIBY 1998).

Esta gestão é um modelo que envolve entre outros processos a gestão do capital

intelectual, foco principal deste trabalho. A GC tem o objetivo de criar e compartilhar o

conhecimento, enquanto que a gestão do capital intelectual preocupa-se com a mensuração e

eficiências dos processos por intermédio da capacidade humana, de sua estrutura física e da

relação com seus clientes.

2.2.1 Modelos de conversão do conhecimento

Gestão do conhecimento compreende um conjunto de métodos que tem como objetivo

gerenciar o conhecimento existente. Nonaka e Takeuchi (2008) descreveram que o

conhecimento é gerado e transferido a partir de um processo de quatro etapas, sendo

socialização, externalização, combinação/criação e internalização. Os referidos autores

explicam o andamento do processo da seguinte forma:

A socialização ocorre quando compartilhamos o conhecimento tácito mediante a

interação entre as pessoas. A interação é uma relação de compartilhamento de um indivíduo

para outro indivíduo e acontece geralmente pela experiência, imitação, observação e prática.

A externalização é a conversão do conhecimento tácito em explícito. Representa o

conhecimento criado e compartilhado por meio de metáforas, analogias, hipóteses e modelos.

30

A combinação consiste no processo de converter o conhecimento explícito em explícito.

É o conhecimento que os integrantes da organização têm acesso por meio de documentos,

relatórios, reuniões e conversas por meio de redes computadorizadas.

Já a internalização tem a finalidade de transformar o conhecimento explícito em tácito,

está relacionado com o “apreender fazendo” é o conhecimento que a organização passa para

seus colaboradores. Quando as etapas concluem o processo de aprendizagem o círculo se

reinicia dando origem a um novo espiral do conhecimento, conforme demonstra o Espiral do

Conhecimento, Figura 1, a seguir:

Figura 1 - Espiral do Conhecimento.

Fonte: Nonaka e Takeuchi (2008).

Desse modo, a criação do conhecimento depende do envolvimento dos trabalhadores e

da organização em proporcionar meios, como redes de comunicação, atividades em grupo,

incentivar a comunicação informal mediante comunidades de prática, bem como favorecer o

aprendizado individual.

O modelo dinâmico da criação do conhecimento está ancorado no pressuposto

crítico de que o conhecimento humano é criado e expandido através da interação

social entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito. Chamamos essa

interação de conversão do conhecimento. Não podemos deixar de observar que

essa conversão é um processo social entre indivíduos, e não confinada dentro de

um indivíduo (NONAKA; TAKEUCHI, 2008, p.37).

31

Nonaka e Takeuchi (2008) apresentam as condições capacitadoras para criação do

conhecimento individual como sendo: intenção, autonomia, flutuação e caos, redundância e

variedades e requisitos.

a) Intenção, definida pelo desejo da organização em atingir as suas metas. Assumi a

forma estratégica, tratando-se em criação do conhecimento organizacional, compete a

capacidade da organização em adquirir, criar, acumular e explorar o conhecimento.

b) Autonomia, onde os participantes devem agir de forma independente conforme as

circunstâncias. A liberdade favorece as chances de introduzir novas oportunidades, aumentando

a capacidade de os indivíduos se auto motivarem para criar novos conhecimentos.

c) Flutuação e caos estimula a criação entre organização e ambiente externo. A flutuação

ocorre por meio crescimento dos concorrentes, declínio no desempenho devido a mudanças no

mercado. Ações como estas, favorecem a responsabilidade dos indivíduos e induz a criação de

novos conhecimentos.

d) Redundância refere-se ao acúmulo e compartilhamento intencional de informações

sobre as atividades da organização e de responsabilidade de gerenciar a empresa como um todo,

o compartilhamento de informações redundantes favorecem a criação do conhecimento tácito

e estimulam a criação de novos conhecimentos.

e) Variedades e requisitos, no sentido de lidar com os desafios impostos por um

ambiente de extrema complexidade, é favorecido pela diversidade interna de uma organização.

O ambiente de negócios requer a adoção de uma estrutura flexível, desburocratizada e

interligadas por uma rede de informações.

Nonaka e Takeuchi (1997, p.96) expõem um modelo integrado de cinco fases do

processo de criação do conhecimento organizacional, “usando construtos básicos

desenvolvidos dentro do contexto teórico e incorporando a dimensão de tempo”.

O primeiro passo diz respeito ao compartilhamento do conhecimento tácito, ou seja, o

início da interação entre os indivíduos através do diálogo por meio do aprendizado contínuo,

da experiência, da prática, entre outros.

O segundo passo refere-se a criação de conceitos. Ocorre nesta etapa a interação entre

o conhecimento tácito e explícito, através de um modelo mental tácito formalizado em

conceitos, documentos essa fase corresponde a externalização.

O terceiro passo é a justificação que consiste na criação e adoção de novos

conhecimentos como verdadeiros e legítimos, novos conhecimentos devem ser avaliados nesta

etapa para que sejam aceitos e incorporados aos processos organizacionais, consiste no

momento da socialização.

32

O quarto passo corresponde à construção de um arquétipo, parte onde o conceito

justificado é transformado em conteúdo palpável. O arquétipo e estruturado mediante a uma

combinação entre os novos conhecimentos e os já existentes.

O quinto e último passo consiste na disseminação e compartilhamento do novo

conhecimento em um nível ontológico diferente.

Os autores buscam explicar através do modelo como as organizações orientais

interagem na criação do conhecimento, apresentando-o como uma interação eficaz entre o

conhecimento tácito e explícito, movidos por fatores que favorecem o processo.

2.2.2 Gestão do conhecimento organizacional

No mercado atual, concorrência acirrada e a busca por vantagens competitivas passam

a ser palavras de ordem. Os anseios dos gestores pelo crescimento e desenvolvimento de suas

organizações demandam por práticas gerenciais capazes de agregar valor, e neste contexto que

a gestão do conhecimento apresenta-se como fonte de vantagem competitiva.

Nonaka e Takeuchi (1997) retratam as organizações do conhecimento como capazes de

gerar novos conhecimentos de forma consciente e transmiti-los de forma rápida, suscitando

novos produtos e serviços. Murray (2005, p, 23), complementa afirmando GC organizacional

como sendo: “uma estratégia que transforma bens intelectuais da organização – informações

registradas e o talento de seus membros em maior produtividade, novos valores e aumento de

competitividade”.

Diante dos novos processos organizacionais, anseios dos clientes, inovações

tecnológicas, facilidade em adquirir produtos via internet, os gestores do conhecimento

passaram a reconhecer a importância e a valorização do aprendizado como diferencial

competitivo. Dentro das inovações, os sistemas de informação, apresentam-se como aliados da

gestão do conhecimento, permitindo o armazenamento e processamento de informações rápidas

e seguras estabelecendo uma maior produtividade, competitividade e possibilitando a geração

de novos conhecimentos.

Na visão de Moresi (2002, p, 42), esta gestão pode ser vista como: “o conjunto de

atividades que busca desenvolver e controlar todo tipo de conhecimento em uma organização

visando à utilização na consecução de seus objetivos”.

A gestão do conhecimento compreende o processo de criação e compartilhamento do

saberes dos trabalhadores de modo que os gestores definam essa disseminação como uma

33

estratégia organizacional orientada para o alcance dos objetivos e metas organizacionais. Os

gestores passam a fundamentar e a trabalhar o conhecimento existente buscando a eficiência na

produção, o sucesso passa a depender das expertises humanas e de como estes trabalhadores

estão envolvidos com a organização.

Stewart (2002, p.116), identifica que as organizações do conhecimento precisam

estabelecer uma estratégia “de valor único (algo que os clientes queiram), uma fonte de controle

(que eu domino e é inacessível aos concorrentes), e um modelo de lucro (que possa ser

medido)”.

Assim, a GC organizacional exige o desenvolvimento de estratégias que influenciem o

conhecimento como um recurso valioso. A comercialização do próprio conhecimento através

de serviços e uma das estratégias que podem ser adotadas pelos gestores, as organizações

comerciais podem desenvolver suas estratégias a partir da exploração do conhecimento,

utilização eficiente dos ativos físicos evitando desperdícios e consentindo uma maior produção,

ou decidindo por tornarem-se potências inovadoras.

Peter Drucker (2001), observou que os trabalhadores do conhecimento não perguntam

como “executar a tarefa”, mas “qual a tarefa”, nesta gestão pessoas e ideias constituem o

elemento básico. Os trabalhadores procuram por desafios contínuos, execução de diversas

atividades, se movem pelo desejo de resolver problemas, e de se sentirem parte da organização.

A GC organizacional depende de como os gestores facilitam a comunicação, utilizando-se de

meios como a intranet, repositórios de conhecimento, ferramentas de apoio a decisão,

mapeamento dos especialistas internos, e atendimento aos desejos dos trabalhadores para que

eles possam se sentir-se envolvidos e comprometidos com a geração de novos conhecimentos.

2.2.3 Gestão do conhecimento em Instituições de Ensino Superior

As Instituições de Ensino Superior privado, como as demais organizações empresariais

vêm apresentando acentuada concorrência, instituições presenciais, virtuais ou mesmo

semipresenciais. Estas mudanças requerem de seus gestores a adoção de políticas e acesso as

inovações tecnológicas como reforços na busca da eficiência organizacional.

Foguel e Sousa (1993), defendem o pensamento de que as Instituições de Ensino

Superior (IES) estão inseridas no contexto organizacional como qualquer outra organização

empresarial, no que concerne a complexidade de suas atividades, exigindo de seus gestores uma

administração que tenha como objetivo acelerar seu desenvolvimento.

34

Laoufi et al. (2011), complementam ao definir uma IES como uma organização formal

composta por trabalhadores que tem como objetivo a função de organizar, exigir e controlar os

recursos materiais, humanos e financeiros, para que os objetivos de todos os interessados sejam

alcançados.

Percebendo que as IES possuem características comuns as organizações comerciais e

devem preocupar-se com adoção de políticas administrativas modernas, capazes de permitir a

eficiência nos processos, respeitando suas características próprias. Nonaka (1994), explica que

a missão de uma IES compreende a pesquisa e extensão.

As instituições de ensino apresentam como missão o triple conhecido como ensino,

pesquisa e extensão compreendendo este processo como uma interligação única e

complementar. A IES vende conhecimento tácito e explícito através do ensino, a pesquisa deve

ser estimulada pela participação em projetos que objetivem incentivar a inquietação, troca de

informações, compartilhamento de ideias e instigar o pensamento.

Os integrantes deste universo acadêmico sendo os docentes, técnicos administrativos

responsáveis pela burocratização dos processos, discentes e demais funcionários devem se fazer

dos acervos bibliográficos, pesquisas, experiências, processos para registrar e permitir a criação

de novos conhecimentos.

Estruturar, capturar e compartilhar o conhecimento através do diálogo, da reflexão

coletiva, incentivar a troca de saberes e a combinação de conhecimento entre os trabalhadores

tornam as atividades acadêmicas mais proativas e dinâmicas. A interligação permite agilidade,

atende as aspirações do corpo discente, permite fornecer serviços em gerais a comunidade como

consultoria, agregando valor a IES. Machado (2001), entende que para as IES particulares

administradas sob modelos gerenciais diversos preocupam-se com a GC.

Tachizawa e Andrade (2002), definem que os clientes de uma instituição, são pessoas

ou organizações que consomem o conhecimento que e gerado pela IES, a própria sociedade

através de serviços prestados e outras instituições que se adquirem de informações, dados ou

consultoria por parte da instituição. Complementam ainda, que IES como organização

prestadora de serviço, possui como fornecedores entidades ou agentes que abastece a

instituições de recursos necessários para execução de suas atividades, como capital, materiais,

equipamentos e outros recursos.

As instituições de ensino são vistas como entidades produtivas e precisam atender as

expectativas de seus mantedores de capital (fornecedores) e sociedade em geral (clientes). A

GC permite à administração da IES contribuir no que diz respeito a geração de novos

conhecimentos permitindo o contínuo aprimoramento e qualidade das pesquisas e serviços. A

35

maior dificuldade desta gestão encontra-se na estruturação e disseminação do conhecimento

como fator estratégico, sem esquecer as peculiaridades desta organização.

2.2.4 Gestão do conhecimento e capital intelectual

O conhecimento organizacional ou individual discutido na era do conhecimento é um

ativo que merece zelo e atenção, diferente dos ativos financeiros e econômicos caracteriza-se

por ser menos vulnerável a crises econômicas, difíceis de serem copiados por seus concorrentes

e capazes de gerar afetuosos resultados na qualidade de vida dos indivíduos que administram

este ativo, por isso a importância de seu devido gerenciamento.

Batista (2004, p.8), compreende práticas de gestão do conhecimento como: “são práticas

de gestão organizacional, voltadas para a produção, retenção, disseminação, compartilhamento

e aplicação do conhecimento dentro das organizações, bem como na relação dessas com o

mundo exterior".

Para Figueiredo (2005, p.4), a gestão do conhecimento na empresa pode ser

compreendida como um estilo de gestão e de liderança, coerente, baseado e preocupado com a

valorização e com os cuidados do saber, com seus detentores, com a aprendizagem, aplicação

e proteção dos conhecimentos.

A GC passa a ser vista como um modelo de administração orientado para

potencialização dos recursos, resultado de práticas de gestão e do uso de tecnologias que

incentivam a produção contínua de novos conhecimentos. Belly (2014, p. 56) compreende: “En

Gestión del Conocimiento, a las personas las llamamos ‘capital humano’; a los processos,

“capital estructural”; a los clientes, “clientes”; y a los resultados, “finanzas”.

Entendendo a valorização e a importância do conhecimento, passamos a compreender

que o conhecimento tem suas raízes filtradas na Gestão do Capital Intelectual e que estes por

sua vez devem ser reconhecidos como ativos intangíveis. A contabilidade responsável pela

escrituração lança em livros obrigatórios atos e fatos que representam ativos e passivos,

seguindo uma normatização própria, e estabelece que ativos incorpóreos devam ser registrados

no Balanço Patrimonial no grupo dos ativos intangíveis, entretanto o registro destes ativos é um

assunto discutido pelos órgãos e profissionais da área devido a sua dificuldade de

reconhecimento.

Stewart (2002, p.38), reconhece a importância das normas contábeis, porém define

“ativo como tudo aquilo que transforma matéria-prima em algo mais valioso”. O autor

36

reconhece a contabilidade regida por princípios e leis os quais só permitem a evidenciação de

contas e valores no Balanço Patrimonial que venham a ser mensuráveis, descartando os valores

que compõem a soma do capital intelectual e não demonstrando o verdadeiro valor das

organizações e por isso a necessidade de controle e mensuração destes ativos.

Stewart (2002), compreende o capital intelectual como um conjunto de ativos

intangíveis composto por composto por múltiplos fatores, como: qualidade no relacionamento

entre empresa – clientes e fornecedores – talentos, ideias e insights proporcionados por todos

os envolvidos no contexto organizacional. A combinação e o gerenciamento destes fatores

alinhados aos objetivos e metas da organização, favorecem a criação e o compartilhamento de

novos conhecimentos capazes de gerar inovação e eficiência nos processos.

Assim, a gestão do capital intelectual é apresentada como uma prática de gerenciamento

dos ativos intangíveis visando à geração de resultados eficazes. Stewart (2002), divide os ativos

intelectuais em três categorias: capital humano, estrutural e do cliente.

O capital humano caracterizado pelo saber, experiências, expertises que cada indivíduo

possui, apresentado pelo conhecimento tácito; estrutural como sendo os ativos que pertencem

à organização e possibilitam a gestão do capital humano e de cliente exibidos como sistemas

de informação, bancos de dados, processos organizacionais, entre outros; e o capital do cliente

ou do relacionamento como a atenção e o cuidado com a relação existente entre organização e

clientes, sociedade, fornecedores, o autor ressalta este a administração deste ativo como uma

das mais importantes. As organizações não possuem os clientes, mas compartilham as

propriedades deste e define que este capital e apreciado por de cartas de reclamação, índices de

renovação, vendas cruzadas, indicações e velocidade, retorno de suas ligações e na confiança

com a organização.

Cavalcanti, Gomes e Pereira Neto (2001) corroboram que uma organização deve manter

uma carteira de clientes que apresentem três características: os que favorecem o retorno

financeiro, os que compartilham com a imagem e os que tornam a empresa uma organização

mais profissional. Probst, Raub e Romhardt (2002), entendem que uma organização precisa

entender e conhecer seus clientes para saber utilizar suas ideias.

Capital intelectual passa a ser interpretado como o gerenciamento do conhecimento

existente na organização e usado para criar vantagem competitiva. Organizações inteligentes,

capazes de atender as demandas do mercado com agilidade e qualidade, além de oferecer a seus

trabalhadores qualidade de vida são empesas que apresentam maior capacidade de crescer e

sobreviver nesta nova economia.

37

Se o conhecimento e visto como a maior riqueza nas organizações atuais, excessivos

investimentos, custos e inovações tecnológicas sem a administração deste ativo, certamente fará

com que as organizações percam boa parte do seu valor, daí a necessidade dos gestores

investirem em capital intelectual por ser o maior capital que uma organização pode possuir.

2.3 ABORDAGEM AO CAPITAL INTELECTUAL

A história do capital intelectual tem suas primeiras abordagens no ano de 1958, quando

dois analistas financeiros estudando sobre as variações de várias empresas de pequeno porte da

época perceberam a diferença existente entre o valor registrado pelas companhias e o seu valor

de mercado (STEWART, 2002). Embora os estudiosos da época já conseguissem visualizar os

fatores que concentravam valor as organizações, o assunto permaneceu sem grandes avanços

até a década de 1980.

No ano de 1986, Sveiby (1998), identifica que os demonstrativos contábeis publicados

pelas organizações suecas não constava de todos os ativos existentes. Ele publica o livro The

Know-How Company, o primeiro a tratar os ativos do conhecimento, dividido em três

elementos: a) competência do pessoal; b) sua estrutura interna (patentes, modelos e sistemas) e

c) sua estrutura externa (marca, reputação, relacionamento com clientes e fornecedores). Ainda

neste ano o professor Berkeley David Teece escreveu o artigo Profiting from technological

innovation, descrevendo os passos para se obter valor por intermédio da inovação.

Pouco depois, no Japão, Nonaka e Takeuchi desenvolveram a ideia que as organizações

que criam riqueza a criam por meio do conhecimento. Em 1991, Stewart escreveu Your

company’s most valuable asset: intellectual capital para a revista Fortune. Nesse momento as

organizações identificam a necessidade de um profissional responsável pelo gerenciamento do

capital intelectual.

Apesar de o tema ser discutido pelos teóricos ainda de forma recente, Fondo e Wright

(2004) menciona a preocupação de Petty e Smith antes mesmo do século XX em registrar a

importância da mensuração e avaliação do capital humano nas organizações.

O fato é que todos os estudiosos da época já percebiam a relevância do conhecimento

como fator de produção responsável pelo sucesso ou insucesso das organizações. A partir de

agora é de responsabilidade das organizações o gerenciamento desse conhecimento para

convertê-lo em capital intelectual.

38

Harrison e Sullivan (2000), destacam que na época foram criadas duas abordagens

distintas para mencionar o estudo de capital intelectual, a primeira vertente se fazia valer da

criação e expansão deste capital e a segunda aludia a geração de valor e lucro por meio de seu

gerenciamento.

No ano de 1995 em uma reunião designada como ICM Gathering mediada por Patrick

Sullivan, Gordon Petrash e Leif Edvinsson o Capital Intelectual foi definido como

conhecimento que pode ser transformado em lucro (HARRISON; SULLIVAN, 2000).

O assunto foi discutido no simpósio internacional promovido pela Organização para

Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) no ano de 1999, em Amsterdã. Um

desenvolvimento de como este capital vem sendo avaliado pelas organizações foi realizada por

Petty e Guthrie (2000), conforme Quadro 3, a seguir.

Quadro 3 – Perspectiva Histórica do Capital Intelectual analisado pelas empresas.

Período Progresso

Início dos anos 80 Noção superficial de valor intangível (geralmente

chamado de goodwill)

Meados dos anos 80 Avanço da "era da informação" e aumento das

diferenças entre valor contábil e valor de mercado

Fim dos anos 80 Primeiras tentativas de criação de contas para

mensuração de Capital Intelectual (Sveiby, 1988)

Início dos anos 90 Iniciativas de mensuração e demonstração sistemática

do Capital Intelectual. Surge, pela primeira vez, o

cargo Diretor de Capital Intelectual (Skandia, 1990).

Kaplan e Norton introduzem o Balanced Scorecard,

dentro da filosofia "só pode ser gerenciado o que pode

ser medido"

Meados dos anos 90 Estudos sobre criação de conhecimento (Nonaka e

Takeushi, 1998). Skandia lança o suplemento

"Visualizando o Capital Intelectual", anexo à sua

demonstração pública de resultados(1994)

Celemi estabelece uma "auditoria de conhecimento",

apresentando acesso detalhado ao status de seu

Capital Intelectual(1995)

Os pioneiros na avaliação de Capital Intelectual

começam a publicar livros (Kaplan e Norton, 1996;

Edvinsson e Malone, 1998; Sveiby, 1998).

Fim dos anos 90 Capital Intelectual constitui tema popular entre

acadêmicos, pesquisadores e conferencistas. Alguns

grandes projetos começam a surgir com o objetivo de

aplicar maior rigor nas pesquisas. Em 1999, a OECD

realiza simpósio internacional sobre Capital

Intelectual, em Amsterdã

Fonte: Petty e Guthrie (2000).

39

Os artigos apresentados no Simpósio da OECD em 1999, resultado de pesquisas

realizadas em mais de 1.800 empresas e de estudos de caso em mais de 125 organizações.

Guthrie (2001), relata que as discussões agrupam-se em quatro focos mais relevantes:

a) identificar o interesse pela empresa para mensuração do CI; b) investigar qual o cargo dentro

de uma empresa seria o mais adequado para avaliação; c) definir os resultados esperados pelo

público externo na divulgação do CI.

Embora seja perceptível a relevância destes ativos para organizações que almejam

sucesso, a grande dificuldade ainda reside em como gerenciar os ativos intangíveis de forma

estratégica viabilizando a maximização nos lucros.

2.3.1 Ativos Intangíveis: Aspectos Gerais

As empresas para operarem suas atividades normais necessitam adquirir estoques,

máquinas, móveis e utensílios, imóveis, entre outros. O registro de aquisição dos bens é

realizada pela contabilidade por intermédio dos demonstrativos contábeis, a aplicação dos bens

a contabilidade denomina o nome de ativos. Iudícibus (1997, p.124), definem ativos como

“recursos econômicos possuídos por uma empresa”.

Schmidt e Santos (2002, p.12) reconhece “ativos como agentes controlados por uma

entidade que geram benefícios presentes ou futuros”. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis

(CPC- 00) estabelece ainda ativos como: um recurso controlado pela entidade como resultado

de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a

entidade

Essa definição leva ao entendimento de que os ativos são apenas bens materiais pelo

fato de serem controlados. Embora o fato de gerarem expectativas de benefícios futuros e o

poder de propriedade que a empresa tem sobre eles, ser suficiente para afirmar seu controle,

não se pode generalizar, pois se tem ainda os ativos intangíveis que são imateriais e nem sempre

são reconhecidos ou controlados.

A contabilidade tradicional reconhece ainda os ativos em duas classificações, os ativos

tangíveis e os ativos intangíveis. A palavra tangível vem do latim tangere, ou “tocar”

(CAVALCANTE; EPPELINI, 2010). Assim, os ativos tangíveis são aqueles que possuem

existência física, composto por bens físicos e materiais, definem-se por serem mensuráveis,

40

relevantes e precisos. Os ativos intangíveis ou incorpóreos por sua vez, compreendem os

direitos e bens que a empresa possui e que não podem ser tocáveis, difícil mensuração.

De acordo com Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007 “ativos intangíveis são direitos

que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos

com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido”. Considera-se, portanto, os

ativos intangíveis como bens imateriais, que agregados aos ativos tangíveis geram expectativas

de benefícios futuros à entidade que tem sua propriedade e mantém seu funcionamento.

Segundo Hendriksen e Breda (1999), as características mais comuns desses ativos que

os diferenciam dos ativos tangíveis são: Inexistência de usos alternativos, ou seja, ativos

intangíveis são passíveis de valores alternativos como utilização e comparação de valores de

reposição e mercado do produto da empresa; a separabilidade, pois se supõe que os ativos

intangíveis somente existem e tem valor quando integrados à empresa e combinados com os

tangíveis; e a incerteza na avaliação dos resultados proporcionados no futuro.

São exemplos de ativos intangíveis as marcas, patentes, softwares, franquias, direitos

autorais, know-how, os clientes, pesquisa e desenvolvimento, gastos de implantação pré-

operacionais.

Apesar de todo interesse que vem despertando, ainda não foi encontrada uma maneira

uniforme de tratá-los, mas isso adquire urgência à medida que esses valores imateriais ganham

espaço nas entidades e na economia atual.

2.3.2 Conceituação de Capital Intelectual

Na contemporaneidade, nota-se que o Capital Intelectual ocupa lugar de destaque nos

ambientes de estudos e análises realizadas em todo o mundo. Ele provocou uma mudança no

modo de pensar em relação ao real valor das organizações. A contabilidade passou a considerar

determinados ativos intangíveis, muitas vezes esquecidos na mensuração do valor da empresa.

As tentativas de se definir o capital intelectual são inúmeras e diversos pensadores tem

discorrido a respeito desse tema. Embora haja discordâncias em alguns aspectos, todos os

conceitos apresentam fundamentalmente o mesmo teor. Rezende afirma que:

O Capital Intelectual é o capital que reside na cabeça das pessoas, proveniente do

trabalho e criação do intelecto e, no contexto da empresa, é a experiência acumulada

pelo esforço de pesquisa de novos produtos e métodos de trabalho, pelo

desenvolvimento e domínio de tecnologias emergentes e aprimoramento das relações

e parcerias (REZENDE, 2002, p. 78).

41

Esse conceito abrange o capital intelectual para além do intelecto humano. Inclui toda a

tecnologia investida na empresa e a capacidade das pessoas em usarem a criatividade e

experiência para criar novos produtos e serviços, utilizando as ferramentas tecnológicas, além

de inovarem os métodos de trabalho para atingir a eficiência no ambiente organizacional.

Essa concepção encontra respaldo na definição de Brooking (1996, p.12), que para ele

o “Capital Intelectual atua como uma combinação de ativos intangíveis, frutos das mudanças

na área de tecnologia da informação, mídia e comunicação, que trazem benefícios intangíveis

para as empresas e que capacitam seu funcionamento”. Para este autor, o capital intelectual é

dividido em quatro grupos: a) ativos de mercado tais como marcas e franquias; b) ativos

humanos como a criatividade, conhecimento, habilidade para resolver problemas, entre outros;

c) ativos de propriedade intelectual como know-how, patentes, designs, segredos industriais; e

por último d) os ativos de infraestrutura tais como tecnologias, sistemas de informação, banco

de dados de clientes, etc.

Stewart (2002) corrobora ao definir capital intelectual como um conjunto de

conhecimentos e informações, que agreguem valor as organizações, mediante a utilização de

ativos intangíveis sobrepondo-se aos ativos tangíveis.

Já para Edvinsson e Malone

(1988, p.19), o “Capital Intelectual é um capital não

financeiro que representa a lacuna oculta entre o valor de mercado e o valor contábil. Sendo,

portanto, a soma do Capital Humano e do Capital Estrutural”.

O fato é que o conceito de capital intelectual se popularizou nas últimas décadas. Por

ter se tornado um recurso econômico essencial e diante das mudanças no mundo globalizado,

fez as empresas voltarem seu foco de investimento para os ativos intangíveis, já que segundo

os estudiosos, agregam mais valor que os tangíveis. Esse ativo é caracterizado por não possuir

existência física, ser volátil, não haver garantia de sua estabilidade dentro das empresas e sua

identificação e mensuração são complexas e ele pode se manifestar em forma de pesquisas,

livros, relatórios, conhecimento, etc.

Embora seja perceptível a valorização dos ativos intangíveis, a sua grande dificuldade

ainda reside na mensuração e registro deste ativo. Steawrt (2002), entende que o conhecimento

pertence ao indivíduo e não a organização. Daí a dificuldade em registrar este ativo nas

demonstrações contábeis. No Brasil a Contabilidade por meio do Comitê de Pronunciamentos

Contábeis (CPC) através do CPC nº4 entende por ativos intangíveis como sendo:

42

Ativo intangível é um ativo não monetário identificável sem substância física. A

definição de ativo intangível requer que ele seja identificável, para diferenciá-lo do

ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill). Um ativo satisfaz o

critério de identificação, em termos de definição de um ativo intangível, quando: (i)

for separável, ou seja, puder ser separado da entidade e vendido, transferido,

licenciado, alugado ou trocado, individualmente ou junto com um contrato, ativo ou

passivo relacionado, independente da intenção de uso pela entidade; ou, (ii) resultar

de direitos contratuais ou outros direitos legais, independentemente de tais direitos

serem transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações

(BRASIL, 2010, p. 7).

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis defende o pensamento de que para se

enquadrar como intangível e ser registrado no devido demonstrativo contábil (balanço

patrimonial) o ativo deve pertencer a organização, desconhecendo assim habilidades, expertises

e inteligência de seus trabalhadores.

Alguns dos pesquisadores que tentam definir o que venha a ser este ativo o

compreendem como: Klein e Prusak (1994), o capital intelectual é material intelectual que pode

ser formalizado, capturado e alavancado para produzir um ativo de alto valor. Edvinsson e

Malone (1998) o define como sendo uma fonte de ativos intangíveis que as vezes não aparece

no balanço patrimonial. Stewart (2002) o trata como o material intelectual, uma combinação

entre conhecimento, informação, propriedade intelectual, experiência de modo que o

gerenciamento destes ativos criem valor.

Os autores chegaram ainda a considerar que o capital intelectual seria a diferença entre

o valor contábil e o valor de mercado das organizações, sendo esta ideia fragmentada em virtude

das mais variadas críticas que entendem que as organizações sofrem forças advindas da

macroeconomia, ou seja, existem variáveis incontroláveis pelos gestores que influenciam

diretamente seu valor de mercado como a taxa de juros (KRAEMER, 2005).

Capital intelectual vem sendo interpretado como o reconhecimento dos ativos

incorpóreos ou intangíveis que acrescentem valor a organização sendo estes reconhecidos pela

contabilidade ou não.

O capital humano compreende todas as habilidades e competências inerentes as pessoas

que geram benefícios as organizações a qual pertencem e nasce a partir da valorização dos

indivíduos quando vistos como ativos. Para Stewart (1998), o capital humano é a fonte de

inovação, onde as ideias são livres e abundantes e provavelmente infinitas. Geralmente o

reconhecimento do trabalho dos funcionários traz auto estima, motivação e disposição para a

criação de novas ideias.

Na nova sociedade o capital humano é o aspecto mais valorizado nas empresas, pois o

ser humano com todo seu potencial intelectual é a principal figura no redimensionamento das

43

estratégias competitivas através do seu esforço e trabalho. Sveiby (1998, p.33), assevera que “a

economia da era do conhecimento oferece recursos ilimitados, porque a capacidade humana de

gerar conhecimentos é infinita”.

Nesse contexto, pode-se considerar o capital humano como um recurso ilimitado que

aumenta a medida que a entidade utiliza mais o conhecimento adquirido pelas pessoas e

promove a sua multiplicação. Porém, mesmo sendo um recurso infinito, a empresa não tem

como garantir a sua permanência, pois se um funcionário se desligar dela, levará consigo todo

o conhecimento adquirido.

O capital estrutural se refere ao conhecimento que pertence a empresa. Nesse âmbito

está incluída a tecnologia, a estrutura, os sistemas de informações e bancos de dados, como

também aspectos relacionados a cultura e aos processos organizacionais. Pode-se dizer que

ocorre a transformação do conhecimento individual em patrimônio, por meio da troca de

experiências e o do poder de inovação.

Marques (2009, p. 29), afirma que “o capital estrutural é um conjunto de conhecimentos

e ativos intangíveis resultantes de processos de ação que são propriedade da organização e que

ficam na organização quando as pessoas a abandonam”.

Esse capital serve como base para o capital humano, ou seja, é o alicerce para que as

pessoas exerçam suas atividades e apliquem seu conhecimento. Também é o meio de ligação

entre a empresa e seus clientes por meio de informações disponíveis. Com isso, os processos

produtivos ganham rapidez e agilidade e os indivíduos aumentam seu potencial intelectual com

a troca de conhecimentos.

O capital do cliente ou de relacionamento trata-se do conhecimento que é incorporado

através das relações e alianças entre a empresa e seus clientes e fornecedores. É também

chamado de capital do cliente. Para Stewart:

O capital do cliente é muito semelhante ao capital humano: não se pode possuir os

clientes do mesmo modo como não se pode possuir pessoas. Mas da mesma forma

como uma organização pode investir em funcionários não apenas para aumentar seu

valor como indivíduos, mas também para criar ativos de conhecimento para a empresa

como um todo. A empresa e seus clientes podem aumentar o Capital Intelectual que é

sua propriedade em conjunto e em particular (STEWART, 2002, p.138).

Considera-se, portanto, o capital de relacionamento como aquele que garante a

continuidade das atividades da empresa e para isso é necessário que ela mantenha uma parceria

cada vez melhor com seus clientes, de forma a conquistá-los e mantê-los sempre próximos. São

os clientes que determinam a qualidade dos produtos e melhoram a imagem da empresa

44

tornando sua marca conhecida e respeitada. Com os fornecedores e parceiros é preciso também

manter um bom relacionamento onde prevaleça a confiança e o comprometimento.

Alguns aspectos são importantes quando há intenção de investir nesse capital. É

necessário que haja inovação com os clientes. Deve-se oferecer a eles a oportunidade de

acompanhar o processo produtivo e dar o feedback. Além disso, é importante atender as

necessidades dos clientes individuais, dividirem os ganhos, estar sempre bem informado sobre

o seu negócio e transmitir o máximo de informações possíveis sobre determinados produtos ou

serviços para tornar o processo mais eficiente.

O capital intelectual pode ser comparado a uma árvore, onde a parte visível como o

tronco, galhos e folhas são os demonstrativos e outros documentos descritos. A outra parte, que

está abaixo da superfície, nas raízes, seria o capital intelectual, que serve de base para a empresa

visível formada por edifícios e produtos (EDVINSSON; MALONE, 1988).

Dentro da abordagem do que seja a gestão do capital intelectual, torna-se evidente que

as organizações do conhecimento não são produtos apenas da comercialização de produtos ou

prestação de serviço, mas são reconhecidas por sua eficiência em gerir o capital estrutural,

humano e do cliente. A inovação, criatividade, capacidade de acumular e desenvolver

conhecimento são palavras essências.

As organizações precisam estabelecer ações estratégicas para atender as necessidades

dos seus compradores, que cada vez mais compram um desenvolvimento sustentável, atitudes,

competência e confiança. No caso de Instituições de Ensino, os clientes compram o sonho do

sucesso profissional e pessoal. Assim, a venda de conhecimento tácito, difundido através de

livros e mais livros, deixam de agregar valor as organizações atuais. Os gestores devem

preocupar-se em estabelecer em seus consumidores a capacidade de adquirir know why,

preparar o educando para o mercado de trabalho, desenvolver os profissionais para entender

relações interpessoais, capacidade de adquirir autoconfiança e conhecimento.

O desafio da gestão do capital intelectual, encontra-se no desenvolvimento de ações que

permitam a instituição o crescimento do seu capital humano, bem como o capital do cliente

acrescentando-lhe valor a sua marca.

2.3.3 Modelos de Mensuração do Capital Intelectual

A mensuração do Capital Intelectual é vantajosa para a administração e contabilidade,

pois as informações que essa mensuração gera, alimenta os sistemas de informações e contribui

45

para que os gestores verifiquem as receitas geradas por esse e, com isso, tome as decisões no

que concerne a funcionários, clientes e fornecedores.

Stewart (2002), divide o capital intelectual em três medidas e as abordam em seus

aspectos quantitativos e qualitativos, sejam elas: o capital humano, capital estrutural e capital

do cliente.

Compreende capital humano como a capacidade intelectual, a inteligência, expertises,

criatividade e valores dos trabalhadores das organizações, e aquele que sabe servir ao seu

cliente, pessoas sem habilidades e que forneça sempre o mesmo serviço não pode ser

considerado capital humano. Stewart (2002), infere que os trabalhadores devem sentir-se parte

do processo, espaço para divulgação e criação de ideias, desafios, possibilidade de crescimento,

visibilidade, são sentimentos que possibilitam a esse capital torna-se gerenciável e leal às

organizações.

Capital estrutural é meio pelo qual o conhecimento é formalizado e transformado em

conhecimento explícito, acessível ao capital humano. Sendo assim seu objetivo e conectar as

pessoas as informações e conhecimentos disponíveis. A título de exemplo deste capital

podemos citar sistemas de informação, banco de dados, documentos, marcas e patentes,

fórmulas e processos, entre outros (STEWART, 2002).

O capital do cliente é compreendido como o valor do relacionamento que a organização

estabelece com seus clientes, entendendo que nesta sociedade o conhecimento está sendo

diariamente negociado e o cliente e visto como um ser detentor de poder pelo nível de

informação que este possui. (STEWART, 2002).

Stewart (2002) em seu modelo chamado navegador de capital intelectual concentrou-se

na utilização de escalas e não valores. Conforme se pode observar a Figura 2, a seguir.

46

Figura 2 - Navegador do Capital Intelectual de Stewart.

Fonte: Stewart (2002).

O modelo de avaliação de Stewart reconhecido pela facilidade na visualização gráfica,

exibe como anda a empresa e para onde deve se dirigir; permite a fácil comparação entre outras

organizações além de esclarecer as forças e fraquezas; permite a comparação gradativa entre

anos e indica irregularidades como a insatisfação de clientes.

Edvinsson e Malone (1998), responsáveis pela criação do navegador da Skandia. A

Skandia é o quarto maior grupo financeiro do mundo atuando na área de prestação de serviços

financeiros e de seguros o maior da Escandinávia. Nos últimos anos, o Grupo Skandia vem

despertando o interesse do meio acadêmico, empresarial e da mídia, por ter sido o primeiro

grupo a divulgar um relatório contendo dados sobre a avaliação do Capital Intelectual de suas

empresas (ANTUNES, 2008, p.91).

Esse modelo que teve seu início em 1991 teve como premissa a ideia de uma matriz de

necessidades que deveriam ser incorporados à estratégia da organização. Foram estabelecidas

então áreas de foco do Capital Intelectual para interagirem entre si e dar dinamismo aos

47

relatórios, por isso esse modelo foi denominado de Navegador. Dentro dessas áreas foram

estruturados indicadores-chave para avaliar o desempenho da empresa.

Edvinsson e Malone (1998) dividiram o Capital Intelectual em Capital de Clientes,

Capital Organizacional, Capital de Inovação e Capital de Processos além dos tipos básicos que

são o Capital Humano e Capital Estrutural, conforme se observa na Figura 3.

Figura 3 - Mensuração do Capital Intelectual segundo Edvinsson e Malone.

Fonte: Edvinsson e Malone (1998, p.47)

O modelo propõe que o desenvolvimento da Instituição, depende do gerenciamento do

Capital Intelectual. Para os autores a gestão do CI inicia-se no plano executivo, através da

escolha dos ativos que irão compor a organização, onde os gestores tem poder de influência

sobre seus ativos físicos e tangíveis e sob o processo de recrutamento e seleção de pessoas que

apresentem habilidades e competências necessárias. A administração eficiente dos referidos

ativos, provocam o capital de inovação e otimização nos processos, alcançando o capital do

cliente.

As áreas de foco estabelecidas pelo modelo são: a) Capital Financeiro: onde a captura

de informações se dá através dos demonstrativos contábeis, relatórios financeiros. É onde está

o feedback; b) Capital de Cliente: demonstra que as organizações devem estar atentas as

necessidades dos clientes, avaliar sempre as forma de atendimento e proporcionar confiança,

lealdade, compromisso, ou seja, manter relações dinâmicas e inteligentes entre a empresa e os

Capital Intelectual

Capital Estrutural

Capital Organizacional

Capital de Inovação

Capital do Processo

Capital do Cliente

Capital Humano

48

clientes; c) Capital de Processo: trata basicamente dos recursos tecnológicos como instrumentos

que agregam valor para a empresa junto as pessoas, que são detentoras do conhecimento; d)

Capital de Inovação: evidencia as oportunidades que surgem e que podem definir os rumos da

empresa, através do monitoramento de ações relacionadas aos clientes, apresentação de novos

produtos e serviços, nível de instrução dos funcionários e a satisfação destes com a empresa; e)

Capital Humano: enfatiza que o ser humano detém o conhecimento, e este se configura como o

recurso primordial para gerar lucro e dar vantagem competitiva para as entidades e f) Capital

Estrutural como os ativos intangíveis que pertencem a organização.

Dentro da abordagem exposta por Edvinsson e Malone, a gestão CI inicia no plano

executivo, compreendendo o plano operacional para atingir as necessidades do cliente. O

estabelecimento de parâmetros e indicadores em todo processo permite o gerenciamento, o

controle e o feedback das ações executadas.

O modelo proposto por Sveiby (1998), denominado de “Monitor de Ativos Intangíveis”,

trata de maneira mais simplificada os indicadores e considera os mais relevantes baseados na

estratégia da empresa. Estes indicadores servirão de base para a mensuração dos ativos

intangíveis tomando por base aspectos que criam valor: crescimento/ renovação, eficiência e

estabilidade. O Quadro 4 apresenta a estrutura do modelo.

Quadro 4 - Monitor de Ativos Intangíveis.

Monitor de Ativos intangíveis

Estrutura Externa Estrutura Interna Competência das pessoas

Crescimento/Renovação

Crescimento orgânico do volume

de vendas. Aumento da

participação no Mercado. Índice

de clientes insatisfeitos ou

índice de qualidade.

Crescimento/Renovação

Investimento em tecnologia da

informação. Parcela de tempo

dedicada às atividades internas de

P&D. Índice de atitude do pessoal

em relação aos gerentes, à cultura e

aos clientes.

Crescimento/Renovação

Parcela de vendas geradas por

clientes que aumentam a

competência. Aumento da

experiência média profissional (nº

de anos). Relatividade de

competências.

Eficiência

Lucro por cliente. Vendas por

profissional.

Eficiência

Proporção de pessoal de suporte.

Vendas por funcionário de suporte.

Eficiência

Mudanças do valor agregado por

profissional. Mudanças na

proporção de profissionais.

Estabilidade Estabilidade Estabilidade

49

Frequência da repetição de

pedidos. Estrutura etária

Idade da organização. Taxa de

novatos

Taxa de rotatividade dos

profissionais.

Fonte: Sveiby (1998).

A avaliação do capital intelectual sob esse modelo tem como vantagem a simplicidade

tanto na estrutura quanto na compreensão. No entanto os indicadores escolhidos não possuem

destaque na ótica financeira devido a utilização de indicadores não financeiros.

Os modelos abordados são utilizados em organizações para tentar minimizar a distância

entre o valor apontado pela contabilidade, nos relatórios contábeis e o seu valor de mercado.

Além de que as sociedades do conhecimento precisam monitorar os efeitos alcançados por seu

desempenho, compreendendo como sua cultura, objetivos, valores e conhecimento interagem a

disposição de uma vantagem competitiva.

2.3.4 Capital Intelectual nas Instituições de Ensino Superior

Compreendendo-se a importância do conhecimento e das informações como fontes

geradoras de sucesso em Instituições de Ensino Superior as quais apresentam como principais

ativos: corpo docente e funcionários responsáveis pela disseminação de conhecimento entre

discentes e sociedade, relações estabelecidas com seu público alvo e ativos físicos capazes de

favorecer o crescimento e o desenvolvimento da IES., que autores como Bodnár (2010), vem

expondo a preocupação de muitos dos pesquisadores sobre a valorização dos ativos intangíveis

em organizações baseadas em conhecimento como fonte geradora de valor.

Sobre esta perspectiva e entendendo que as Instituições de Ensino Superior negociam

conhecimento, e que os gestores devem preocupar-se com seu desempenho e sua conquista de

espaço no mercado que se faz necessário o controle contínuo de seus ativos intangíveis para

criação de valor. O corpo docente das instituições carecem de constantes atualizações e

investimento em estudos e pesquisas, contribuindo e favorecendo com construção e ampliação

do conhecimento de seus clientes, os discentes, além de contribuir com a comunidade em geral.

Embora seja perceptível que esta organização sobreviva do gerenciamento da competência,

habilidades, inteligência e saberes dos professores ainda não se pode observar facilmente

iniciativas em mensurar, registrar e controlar estes ativos.

50

É compreensível a evolução e relevância que o tema vem assumindo ao longo dos anos,

embora a literatura ainda trate com maior respaldo a valorização destes ativos para organizações

industriais, o estudo do CI em instituições de ensino superior vem crescendo significativamente.

A evolução na economia do conhecimento, inúmeras instituições de ensino superior,

facilidade e o acesso a estas IES vem cada dia mais exigindo dos gestores mudanças nos quadros

organizacionais, profissionais qualificados e preparados para atuar, cada dia mais próximo da

sociedade, vem sendo exigido por políticas educacionais e por clientes. Sánchez, Elena e

Castrillo (2006a) relatam algumas das variáveis que forçaram as instituições de ensino a

estabelecerem um maior número de informações aos interessados, embora as universidades,

sejam entidades que dependem de seus ativos intangíveis para dar continuidade a suas

atividades ainda existe dificuldade no que concerne o registro e controle destes ativos. As IES

são constantemente obrigadas a divulgar informações a suas partes interessadas, por imposição

legal, exigência do mercado ou da própria sociedade; As IES se encontram em um processo de

maior autonomia, isso não apenas no que concerne o meio acadêmico, mas também no campo

financeiro, o que exige dos gestores uma redefinição organizacional principalmente no tocante

ao armazenamento e distribuição de informações.

Sánchez, Castrillo e Elena (2006b), referenciam os avanços nas instituições de ensino

da Europa como participantes de um processo transparente e competitivo no que tange questões

relacionadas a pesquisa, proporcionando a comparação entre os desempenhos dessas

organizações. Zambon (2003), complementa ao afirmar que se a era do conhecimento é

fundamentado na criação, transmissão e compartilhamento deste conhecimento e do capital

intelectual, as universidades se fazem únicas neste processo.

2.3.5 Modelo de avaliação de capital intelectual adotado neste estudo

Peroba (2013) em sua tese de doutorado procurou avaliar a importância do Capital

Intelectual em Instituições de Ensino Superior no Brasil no tocante a cursos de Mestrado

Profissional em Administração (MPA). A pesquisa desenvolvida foi realizada entre professores

e coordenadores dos MPAs reconhecidos pela CAPES, onde o autor procurou identificar entre

os entrevistados a necessidade de elaborar um modelo válido, o qual será adotado nesta

pesquisa.

O modelo proposto se divide em três seções (I) Plano Estratégico; (II) Ativos Intangíveis

críticos e (III) Indicadores de Capital Intelectual separados em dimensões, sendo elas: Capital

51

Estrutural, Capital Relacional e Capital Humano. O modelo foi estruturado a partir de um estudo

sobre as principais técnicas de avaliação do CI em Instituições de Ensino Superior no mundo e

no Brasil. Tendo sido obtido como principal referência dois modelos de avaliação definidos

por Peroba (2013, p.162): Demonstração de Capital Intelectual utilizado pelas universidades

austríacas (Wissensbilanz); Demonstração de Capital Intelectual das universidades (ICU –

Intellectual Capital of Universities) elaborado pelo Observatório das Universidades Europeias

(OEU), entretanto o autor realizou modificações que viabilizassem uma identidade mais

aproximada da realidade das Instituições Superiores do Brasil.

Peroba (2013, p. 246) descreveu todo processo efetuado na criação no seu modelo para

identificar: os principais ativos intangíveis críticos dos cursos de MPA e a elaboração de

indicadores que viabilizassem a análise dos recursos intangíveis, das atividades intangíveis e

dos resultados de cada dimensão do capital intelectual dos cursos de MPA.

O modelo foi efetuado mediante uma pesquisa de campo realizada com 101 professores

e coordenadores dos mais diversos cursos de MPA do Brasil no sentido de validar os

indicadores conforme as opiniões dos entrevistados. A pesquisa foi submetida a analise fatorial

exploratória e foram realizados testes para a comparação de médias para amostras

independentes e teste de independência entre variáveis categóricas, obtendo a confirmação e a

validação dos indicadores e sua estrutura final.

A primeira seção apresenta-se em forma narrativa, onde o gestor de cada curso

discorrera sobre o plano estratégico do curso, estabelecendo suas metas e objetivos,

descrevendo qual o caminho a ser percorrido. É apresentado com uma etapa flexível, todavia

reconhecida por grandes autores (CHAMINADE; OLEA, 2000; COMISSÃO EUROPEIA,

2002; LEITNER, 2002; KOCH, LEITNER; BORNEMANN, 2000; MARR; GRAY; NEELY,

2003; MOURITSEN, 2003; SÁNCHEZ; STEWART, 1998) como uma das principais etapas

na avaliação do capital intelectual. Compreendendo a opinião dos autores Belly (2014, p.58)

entende a Estatégia em la práctica, al juntar el mapa y la brújula.

A segunda seção tem como propósito a elaboração de uma lista de ativos intangíveis

que possam justificar a inserção dos principais ativos e como estão sendo desenvolvidas as

atividades que aumentam o valor destes recursos e geram capital intelectual dos cursos. Como

na primeira seção esta parte também se delimita por seu contexto narrativo, entretanto o

objetivo é estabelecer uma conexão entre estes ativos e o planejamento estratégico da

organização, através de três perguntas que atuam como fio condutor no sentido de destacar os

principais recursos e sua ligação com as atividades desenvolvidas pelo curso.

52

A terceira seção do modelo propõe a criação de indicadores atribuindo valores de 0 a

100 para medir a importância ou não na visão dos gestores aos atributos ligados ao capital

intelectual. O modelo elaborado por Peroba (2013), apresenta o capital intelectual em três

dimensões: capital estrutural, capital do cliente e capital humano, onde cada dimensão apresenta

indicadores que permitem a avaliação dos ativos.

Considerando-se que os ativos fixos e tangíveis de forma isolada não acrescentam valor

as organizações atuais, e que os gestores precisam compreender e gerir a importância das

relações com o mercado e com seus empregados para gerar vantagens competitivas, abarcando

o entendimento a pesquisa apresenta como proposito avaliar o capital intelectual em uma

Instituição de Ensino Superior se utilizando do modelo aqui apresentado.

53

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Nesta seção são apresentados os elementos metodológicos abordados a partir dos

objetivos descritos nesta pesquisa, apresentando o tipo de pesquisa, os participantes do estudo,

bem como o instrumento de coleta de dados a ser utilizado e a forma como os dados foram

tratados.

3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA

Quanto aos fins, a pesquisa assumiu caráter descritivo. A pesquisa descritiva tem o

objetivo descrever as principais características da população pesquisada, como opinião e

preferências. Da mesma forma, expõe características de determinada população ou de

determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua

natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base

para tal explicação (VERGARA, 2007, p. 47).

A pesquisa descritiva, conforme Cervo, Bervian e da Silva (2007, p. 61), acontece

quando se registra, analisa e correlacionam fatos ou fenômenos, sem manipulá-los. Barros e

Lehfeld (2000, p. 71) corroboram ao inferir que a pesquisa descritiva, busca descobrir com que

frequência um fenômeno ocorre, natureza, características, causas, relações e conexões com

outros fenômenos.

Quanto aos meios, caracteriza-se por um estudo de caso, pelo interesse em se conhecer

a realidade de uma Instituição de Ensino Superior de Cajazeiras-PB. Conforme Gil (2006),

Acevedo e Nohara (2006), a pesquisa é classificada como estudo de caso, pois procura

conhecer, através de uma ferramenta de diagnóstico, como o conhecimento é captado, criado,

usado, armazenado etc. Para Yin (2001), o estudo de caso é uma estratégia de pesquisa que

compreende um método que abrange tudo em abordagens específicas de coletas e análise de dados.

Ademais, consiste em uma pesquisa de campo, pois se trata de uma investigação

empírica em uma instituição onde ocorre um fenômeno (GIL, 2006; VERGARA, 2007).

Gonçalves (2001), a pesquisa de campo, é estabelecida através de contato direto entre a

pesquisadora e o pesquisador, no caso, o pesquisador deve ir ao local onde ocorre ou ocorreu o

fenômeno e coletar informações a serem documentadas.

54

3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA

Considerando que a pesquisa consiste em um estudo de caso, o instrumento de pesquisa

foi direcionado a quatro coordenadores dos cursos de graduação ofertados pela instituição,

sendo os cursos de Ciências contábeis, Direito, Filosofia e Serviço social. Como a pesquisa

apresenta o objetivo de avaliar o capital intelectual, e por serem os coordenadores os

responsáveis pelos ativos existentes e pelo andamento e atingimento dos objetivos e metas da

organização, faz-se necessário compreender como estes profissionais mensuram e controlam os

resultados provenientes no uso dos ativos. A pesquisa aconteceu de forma individual e

presencial, tendo sido o dia e horário agendados entre as coordenações e a pesquisadora.

3.3 COLETA DE DADOS

A pesquisa ocorreu através de entrevistas semiestruturadas, aplicadas junto aos quatro

coordenadores dos cursos de graduação da Instituição, onde foi aplicado o instrumento proposto

por Peroba (2013) com o objetivo de investigar a importância atribuída aos ativos intangíveis

críticos para avaliação do capital intelectual da IES. A coleta de dados consistiu nos seguintes

passos: a) aplicação de um pré-teste, junto a 5 gestores de diferentes instituições, e que

conheciam o objetivo da pesquisa, conforme Gil (2006), o pré-teste visa analisar e identificar

possíveis falhas no instrumento de coleta; b) análise dos dados obtidos através do pré-teste; c)

interpretação dos resultados, onde foi possível identificar falhas no instrumento de coleta

devido a extensão do questionário e que os resultados implicariam diretamente na qualidade

das informações disponibilizadas.

Concluída a fase do pré-teste a pesquisadora deu início a coleta de dados seguindo as

seguintes etapas: a) pesquisadora solicitou autorização ao Diretor e ao vice-diretor da

Instituição para obter a coleta de dados; b) agendamento de dia a horário junto as coordenações

para aplicação do instrumento c) aplicação do instrumento de coleta de dados, a partir de

entrevista; d) organização dos dados; e) análise dos dados, conforme pode ser esclarecido no

item 3.6; f) elaboração dos resultados obtidos e conclusão.

55

3.4 INSTRUMENTO DE PESQUISA

O instrumento de coleta de dados utilizado para atingir os objetivos desse estudo foi o

questionário desenvolvido por Peroba (2013). Na elaboração do questionário, o autor construiu

o modelo apresentando como objetivo a avaliação do capital intelectual em cursos de Mestrado

Profissional. Entretanto, nas sugestões finais Peroba (2013) discorreu sobre a aplicabilidade do

questionário em cursos de graduação ou pós-graduação. Como na Paraíba não havia nem um

mestrado profissional e pela conveniência da pesquisadora o questionário foi ajustado e

aplicado em cursos de graduação.

O modelo adaptado à pesquisa se divide em três seções: a primeira consiste na

apresentação do planejamento estratégico dos cursos; a segunda seção indica os ativos

intangíveis críticos estimando uma análise individualizada e comparativa, de preferência

conectada ao planejamento estratégico do curso, possibilitando a construção de indicadores

intracursos. A construção desses indicadores favorecem a inovação, o controle e a

comparabilidade dos resultados, apresentando-se como instrumento de controle. A terceira

seção ressalta a construção e a elaboração de 43 indicadores que possibilitam a análise

comparativa entre cursos (intercursos).

Na aplicação do questionário, devido aos resultados apresentados pelo pré-teste a

pesquisadora efetuou um recorte, tendo sido aplicado aos respondentes apenas a terceira seção

do modelo, que consiste na construção de indicadores que avaliam as dimensões: capital

estrutural, capital humano e o capital do cliente, permitindo uma análise intercurso.

Os ativos intangíveis críticos que compõem a dimensão Capital Estrutural, apresentam-

se pelos indicadores: Gestão e Controle; Pesquisa e Produção Intelectual; Infraestrutura. Os

indicadores que avaliam a dimensão Capital do Cliente são: o Programa, Cooperação com

instituições acadêmicas e não acadêmicas, Internacionalização, Relacionamento com a

comunidade acadêmica e não acadêmica. A terceira dimensão, Capital Humano, será analisado

através dos indicadores: Docentes; Pessoal administrativo e Coordenadores.

O modelo avalia a importância atribuída aos indicadores que compõem o somatório do

capital intelectual, os respondentes avaliaram cada um dos indicadores sob dois aspectos: a) a

importância para a avaliação de cada um dos ativos intangíveis selecionados, atribuindo um

valor de 0 a 100; b) a dificuldade para a coleta dos dados necessários para elaboração desses

indicadores e apresentação de seus resultados no modelo, simultaneamente foi atribuído um

valor de 0 a 100. Os indicadores foram expostos através da construção de tabelas, onde ao final

56

foi exposto as médias obtidas com os valores atribuídos pelas coordenações por curso e uma

média geral conferida a Instituição.

Para efeitos de análise a pontuação geral, obtida por cada indicador será considerada

satisfatória quando obter média superior a 70,00, ao tempo que uma média inferior qualificará

o indicador como insatisfatório.

Para Fachin (2006), o questionário consiste em um elenco de questões que serão

submetidos aos coordenadores responsáveis pelos cursos de graduação de IES da cidade de

Cajazeiras-PB, a instituição atualmente oferece os cursos de Ciências Contábeis, Direito,

Filosofia e Serviço Social. O questionário foi aplicado junto aos responsáveis pelas ações

integradas a cada curso, como sendo os responsáveis pela descrição, monitoramento e controle

dos ativos intangíveis, desta forma o questionário foi apresentado aos coordenadores

responsáveis.

3.5 CATEGORIAS ANALÍTICAS

Quanto às variáveis analisadas no estudo apresentam-se a seguir:

Capital Humano;

Capital do Cliente; e

Capital Estrutural

Quadro 05– Categorias Analíticas do Capital Intelectual

Categorias Analíticas Indicadores Questões do Questionário

Capital Estrutural - Gestão e Controle 1.1, 1.2, 1.3, 1.4 e 1.5

-Pesquisa e Produção Intelectual 2.1, 2.2, 2.3 2.4, 2.5 e 2.6

- Infraestrutura 3.1, 3.2, 3.3 3.4, 3.5 e 3.6

Capital do Cliente - O programa; 4.1, 4.2, 4.3, 4.4, 4.5, 4.6 e 4.7

- Cooperação com instituições

acadêmicas e não acadêmicas;

5.1, 5.2, 5.3, 5.4, 5.5 e 5.6

- Internacionalização; 6.1, 6.2, 6.3, 6.4, 6.5, 6.6 e 6.7

57

- Relacionamento com a

comunidade acadêmica e não

acadêmica.

7.1, 7.2, 7.3, 7.4, 7.5 e 7.6

Capital Humano - Docentes; 8.1, 8.2, 8.3, 8.4, 8.5 e 8.6

- Pessoal administrativo; 9.1, 9.2, 9.3 e 9.4

- Coordenadores;

10.1, 10.2 e 10.3.

Fonte: dados da pesquisa, 2015.

A análise do capital intelectual é apresentada por meio de três variáveis conforme

descrito por Peroba (2013), onde cada variável subdivide se em indicadores, que consistem em

um roteiro para análise das variáveis.

3.6 TRATAMENTO DOS DADOS

Presume-se, que o delineamento apresentado permitiu avaliar o capital intelectual dos

cursos de uma Instituição de Ensino Superior, para obtenção dos dados os questionários foram

aplicados junto aos coordenadores dos cursos da IES reconhecendo-os como responsáveis pelo

processo de atrair, reter e gerir o capital humano, por sua intervenção junto a direção na

constituição do capital estrutural e por sua relação direta com o capital do cliente. De forma

sintetizada, o delineamento de análise é apresentado a seguir, conforme mostrado no Quadro 5.

Quadro 06 – Delineamento de Análise

Objetivos Categorias Analíticas Técnicas Estatísticas

Utilizadas

Verificar a importância atribuída

à dimensão Capital Estrutural, a

partir da análise dos seus

respectivos indicadores

Capital Estrutural

Estatística Descritiva-

Analise de Conteúdo

58

Verificar a importância atribuída

à dimensão Capital do Cliente, a

partir da análise dos seus

respectivos indicadores;

Capital do Cliente

Estatística Descritiva-

Analise de Conteúdo

Verificar a importância atribuída

à dimensão Capital Humano, a

partir da análise dos seus

respectivos indicadores.

Capital Humano

Estatística Descritiva-

Analise de Conteúdo

Fonte: dados da pesquisa, 2015.

O banco de dados foi construído em formato EXCEL, versão 2010, para realização das

tabelas descritivas e aplicação do testes estatístico (Confiabilidade dos dados e o teste de

Kruskal-Wallis) foi utilizado o software Statistica SPSS, versão livre temporária, e para

construção dos gráficos utilizou-se o EXCEL. Enquanto que o software livre R, versão 2.15 foi

utilizado para construção da matriz de importância e dificuldade. Os dados quantitativos

receberão análise através de estatística descritiva e os dados qualitativos serão tratados

utilizando técnicas de análise de conteúdo (BARDIN, 2004).

Kruskal-Wallis é um teste não paramétrico de comparação de média que serve como

alternativa ao teste paramétrico de análise de variância, quando o pressuposto de normalidade

e homogeneidade dos dados não são atendidos.

3.7 AMBIENTE DE PESQUISA

A organização escolhida teve seu início em 19 de janeiro de 1965 através do bispo

diocesano Dom Zacarias Rolim de Moura, que foi o criador e idealizador da Fundação de

Ensino Superior de Cajazeiras-FESC, atendendo à necessidade de se ter ensino superior no

sertão paraibano e diminuir a carência de professores qualificados de 1º e 2º graus. Em 1970,

foi fundada a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras-FAFIC, que incentivada

por Pe. Luiz Gualberto de Andrade cresceu e estendeu sua abrangência.

Inicialmente, a FAFIC oferecia seis cursos: Licenciatura de 1° Grau em Estudos Sociais

e Ciências; Licenciatura Plena em História, Geografia, Filosofia e Letras (com habilitação em

Português e Inglês); os quais, em 1976, já estavam todos reconhecidos. Em convênio com o

59

MEC/DAU, ministrou também cursos de Especialização em Língua Portuguesa, Língua

Inglesa, Linguística, História do Brasil, História Antiga, Medieval e Contemporânea e em

Sociologia.

Como o objetivo primordial era o desenvolvimento educacional do alto sertão, em 1979

teve início a busca pelo ensino gratuito, e com isso todo o patrimônio da FAFIC foi doado à

Universidade Federal da Paraíba- UFPB. Isso originou o campus V da universidade em

Cajazeiras, que absorveu todos os cursos, exceto o de Licenciatura em Filosofia, o qual ficou

desativado até 1997.

No ano de 2007, a FAFIC contou com a abertura de novos cursos, sendo Bacharelado

em Ciências Contábeis, Ciências Jurídicas e Sociais, Serviço Social e Licenciatura em Filosofia, que

foram criados a partir do incentivo do atual Bispo da Diocese e presidente da FESC Dom José González

Alonso. A Instituição oferece, ainda, pós-graduações em Contabilidade Pública e Lei de

Responsabilidade Fiscal; Docência do Ensino Superior; Direito penal; Direito municipal;

Educação inclusiva; Gestão tributária; Gestão e Avaliação em Políticas Públicas e Filosofia

Contemporânea.

Sendo assim, observamos que a Instituição é uma entidade dirigida pela Igreja Católica

e que apresenta em sua história, relativa importância no crescimento e desenvolvimento do

município.

60

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo os resultados desta pesquisa são apresentados, por meio da análise dos

ativos intangíveis críticos que compõem o somatório referente ao capital intelectual. e.

Inicialmente serão apresentados os indicadores que contemplam a dimensão do capital

estrutural, em seguida são expostos os indicadores que contemplam a dimensão capital do

cliente, por sua vez serão analisados os indicadores que constituem a dimensão capital humano.

4.1. IMPORTÂNCIA DO CAPITAL ESTRUTURAL

A análise tem início com a avaliação da dimensão capital estrutural, compreendido

como os investimentos realizados em ativos físicos ou corpóreos, os quais tenham a finalidade

de agregar valor à empresa junto a seus clientes. O primeiro ativo intangível crítico apresentado

pela dimensão refere-se à avaliação de gestão e controle por curso, conforme exposto na tabela

01, a seguir.

Tabela 01 - Gestão de Controle por Curso.

Tabela 1: Pontuação no grau de importância sobre indicadores ligados à gestão de controle por curso

Indicadores Contábeis Direito Filosofia Serviço Social Pontuação geral

Frequência com que os professores são avaliados

pela coordenação do curso. 80,00 100,00 90,00 80,00 87,50

Número de docentes que foram contratados pelo

curso por concurso interno ou externo / número

total de docentes do curso.

50,00 30,00 0,00 0,00 20,00

Total do orçamento (R$) do curso sobre o qual o

coordenador tem autonomia / total do orçamento

(R$) do curso, no período compreendido entre o

mês de janeiro e dezembro do último exercício

social. (Desconsiderar o orçamento de folha de

pagamento).

50,00 20,00 50,00 30,00 37,50

Frequência com que a coordenação do curso se

reúne com a direção da escola para discussão do

planejamento e de objetivos estratégicos do curso.

100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Frequência com que a coordenação do curso se

reúne com os docentes, posicionando-os acerca do

planejamento, das metas e dos objetivos

estratégicos do curso.

100,00 100,00 100,00 90,00 97,50

61

Frequência com que os discentes e o pessoal

administrativo são posicionados acerca dos

objetivos, das metas e do planejamento estratégico

do curso.

100,00 80,00 80,00 70,00 82,50

Pontuação geral 80,0 71,67 70,00 61,67 70,33

Fonte: Pesquisa, 2015.

Considerando que a Instituição é uma organização de conhecimento, a análise dos

indicadores que compõem a variável Gestão e Controle passa a ser uma questão de organização

dos cursos. Sendo esta organização compreendida como uma forma de ação, onde as

coordenações se posicionam sobre os objetivos metas traçadas junto ao seu capital humano.

A tabela 01, apresenta uma média satisfatória aos indicadores que apontam a relação da

coordenação com os discentes, direção e pessoal administrativo. Todavia, o indicador

considerado crítico na avaliação é referente ao número de docentes contratados por concurso

externo e interno e o total do orçamento sobre qual o coordenador possui autonomia.

No que se refere a pontuação atribuída aos profissionais contratados mediante concurso,

observamos que os coordenadores não atribuíram importância alguma ao indicador. Entretanto,

as coordenações afirmaram que a contratação de novos docentes ocorre mediante seleção de

currículo lattes e aula prática. A seleção do capital humano é uma fase importante na construção

e disseminação do conhecimento, reconhecendo este último como essencial na composição do

capital intelectual. O capital estrutural diz respeito aos investimentos em ativos físicos ou

tecnológicos que sejam passíveis de agregar valor à instituição, junto a seus trabalhadores que

devem ser pessoas detentoras de conhecimento (STEWART, 2002; EDVINSSON; MALONE

1998).

Em relação a parcela do orçamento sobre qual o coordenador possui autonomia,

compreende-se que o processo de ensino, pesquisa e extensão demanda sentimentos como

liberdade e autonomia dos envolvidos, anseios capazes de motivar os profissionais a

desenvolverem atividades produtoras de novos conhecimentos, fato salientado por Nonaka e

Takeuchi (2008), ao dissertarem sobre o espiral do conhecimento. Para tanto, faz-se necessário

o investimento em recursos financeiros capazes de influenciar e motivar os membros

participantes, sendo necessário o controle das ações desenvolvidas pelos coordenadores como

responsáveis pelo andamento das metas e objetivos traçados.

A análise individual permite estabelecer que as coordenações procuram manter uma

relação harmoniosa com seus funcionários, entretanto para que a gestão consiga disseminar

novos conhecimentos a partir do ativo, se faz necessário atenção as políticas de envolvimento

com o capital humano.

62

O segundo ativo intangível que avalia a dimensão do capital intelectual está relacionado

com a pesquisa e produção intelectual. Conforme pode ser visualizado na tabela 02 a seguir:

Tabela 02 - Pesquisa e Produção Intelectual.

Tabela 2: Pontuação no grau de importância sobre indicadores ligados à pesquisa e produção intelectual por

curso

Indicadores Contábeis Direito Filosofia Serviço Social Pontuação geral

Número de publicações realizadas pelo

curso/ número de docentes permanentes do

curso, no período compreendido entre o mês

de janeiro e dezembro do último exercício

social.

100,00 10,00 100,00 80,00 72,50

Número de publicações acadêmicas fruto de

parcerias de professores do curso avaliado

com autores do meio empresarial ou de

instituições não acadêmicas, no período

compreendido entre o mês de janeiro e

dezembro do último exercício social.

50,00 0,00 0,00 80,00 32,50

Número de citações de trabalhos publicados

pelos docentes do curso avaliado, no período

compreendido entre o mês de janeiro e

dezembro do último exercício social.

0,00 0,00 30,00 0,00 7,50

Total de recursos (R$) destinados à pesquisa

do curso / orçamento (R$) total do curso

avaliado, no período compreendido entre o

mês de janeiro e dezembro do último

exercício social.

90,00 50,00 30,00 0,00 42,50

Gastos totais (R$) com docentes do curso em

eventos acadêmicos / número de docentes

permanentes do curso avaliado, no período

compreendido entre o mês de janeiro e

dezembro do último exercício social.

70,00 50,00 70,00 0,00 47,50

Pontuação geral 64,00 22,00 50,00 32,00 40,50

Fonte: Pesquisa 2015.

Observando a Instituição como uma organização do conhecimento, responsável pela

criação, disseminação e gerenciamento do conhecimento, a produção intelectual apresenta-se

como uma ação estrategica, capaz de agregar valor não só a Instituição, mas também ao capital

do cliente e ao capital humano.

Com relação a produção intelectual, verificamos a importância atribuída aos

indicadores: número de publicações realizadas pelo curso; orçamento destinado a pesquisa por

curso; gastos totais com docentes em eventos acadêmicos. Os pontos fracos observados na

construção do indicador está relacionado ao número de publicações acadêmicas fruto de

parcerias de professores do curso com autores do meio empresarial ou instituições não

acadêmicas, número de citações de trabalhos publicados pelos docentes do curso.

Considerando-se o indicador número de publicações efetuadas pelo curso, identificou-

se que as coordenações não possuem controle sobre as publicações efetuadas, pois foi

63

justificado pelos respondentes que a produção intelectual é de responsabilidade do Núcleo de

Extensão e Pesquisas Acadêmicas (NEPA). O que implica considerar que se não existe o

controle, as coordenações não se utilizam das produções para somar ao capital intelectual dos

cursos.

Avaliando a importância dos orçamentos destinados a pesquisa e a participação em

eventos acadêmicos, foi possível identificar na entrevista que as coordenadoras não possuem

controle sobre o orçamento, pois quando o docente precisa do auxílio profissional procura a

direção que estabelece o orçamento a ser destinado, sem nenhum envolvimento com a

coordenação.

Relacionando as ações consideradas importantes com o atributo do capital estrutural,

observamos que existe na Instituição a presença de ações conectadas a produção intelectual,

entretanto, há falta de indicadores que ordenem as ações ao planejamento do curso e isso não

vem contribuindo com o crescimento do capital estrutural. Terra (2010), Sveiby (1998) e Vieira

(2010) ao dissertarem sobre a era do conhecimento, ressaltam que nesta nova era a

sobrevivência das organizações provém de ações e estratégias que desenvolvam vantagens

competitivas

Analisando os cursos, individualmente, podemos observar que o curso de Direito

atribuiu menores valores a todos os indicadores apresentados na tabela 2, quando comparados

com os demais cursos, fato justificado pelo coordenador por não serem ações as quais a

coordenação possui autonomia, o que foi igualmente apontado pelas outras coordenações

mesmo tendo sido atribuidos maiores valores. O curso de Serviço Social, por sua vez recebe

destaque ao evidenciar publicações acadêmicas fruto de parcerias dos professores do curso com

autores do meio empresarial ou de instituições não acadêmicas, todavia, a referida coordenadora

não consegiu mensurar o número de publicações, caracterizando que embora exista as ações, as

coordenações não a utilizam para obter vantagem competitiva.

A análise da dimensão capital estrutural analisa os ativos fisicos que pertencem a

Instituição, assim a Tabela 03 a seguir, evidencia os indicadores atribuidos a infraestrutura do

curso.

64

Tabela 03 - Infraestrutura por curso.

Tabela 3: Pontuação no grau de importância sobre indicadores ligados à infraestrutura por curso

Atributos Contábeis Direito Filosofia Serviço Social Pontuação geral

Número de bases de dados eletrônicas

disponíveis para os estudantes do curso. 100,00 100,00 70,00 90,00 90,00

Número de computadores com acesso à

internet e às bases de dados eletrônicas /

número de alunos que acessaram a rede (login)

nesses computadores, no período

compreendido entre o mês de janeiro e

dezembro do último exercício social.

100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Número de horas semanais em que a biblioteca

fica aberta. 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Investimento (em R$) em infraestrutura nas

dependências do curso em administração / total

do orçamento (R$) do curso, realizado no

período compreendido entre o mês de janeiro e

dezembro do último exercício social.

100,00 100,00 70,00 80,00 87,50

Média do número de login mensal de alunos à

rede interna do curso (intranet) / número total

de alunos do curso, realizado no período

compreendido entre o mês de janeiro e

dezembro do último exercício social.

100,00 100,00 90,00 0,00 72,50

Pontuação geral 100,00 100,00 86,00 74,00 90,00

Fonte: Pesquisa 2015.

O Capital Estrutural diz respeito a avaliação dos ativos fisicos que pertecem a

organização e que são adquiridos com a finalidade de transformar o conhecimento e torná-lo

acessível ao capital humano, em outras palavras, a instituição depende dos ativos fisicos para

operar suas atividades normais. O que justifica a importância e a satisfação descritas pelos

coordenadores, através dos indicadores apontados.

Porém, quando questionados sobre as bases eletrônicas disponíveis os respondentes

revelaram não haver nenhuma base específica, apenas o incentivo por parte dos docentes para

que os discentes visitem e se utilizem de bases como a Scielo1.

Sobre a média de login2 mensal de alunos a rede interna dos cursos, foi possível detectar

que por mais que os coordenadores considerem relevante o acesso pelos discentes, os sistemas

não colaboram no processo de criação do conhecimento, por permitirem apenas a consulta do

diário eletrônico, consentindo a visualização de notas, faltas, renovação de livros no acervo

bibliográfico, permitindo também o envio de arquivos e materiais pelos docentes aos discentes,

1 A Scientific Electronic Library Online - Scielo é uma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção selecionada

de periódicos científicos brasileiros.

2 Login é um termo em inglês usado no âmbito da informática, um neologismo que significa ter acesso a uma

conta de email, computador, celular ou outro serviço fornecido por um sistema informático.

65

entretanto é um recurso pouco utilizado pelos docentes, em que os mesmos se utilizam mais de

ferramentas como e-mails3 e grupos em facebook4.

Um ponto que merece ser estudado pela IES é a importância de se implementar sistemas

que favoreçam a criação e o compartilhamento de conhecimentos existentes. Seguindo esse

pensamento foi percebido que as monografias exigidas como requisito mínimo para titulação

são disponibilizadas apenas no acervo bibliográfico em sua existência física, não sendo

disponibilizadas em arquivos digitais e que muitas vezes a pesquisa acaba se encerrando com a

obtenção da nota necessária a aprovação do curso. O que representa dizer que a instituição

constrói conhecimento explícito, entretanto o processo de compartilhamento de informações

ocorre de forma ineficiente. Quando ocorre a publicação da pesquisa em congressos ou

periódicos, as coordenações não se utilizam destas publicações para compartilhar o

conhecimento com os outros discentes e não se favorecem dos resultados para divulgar o

crescimento intelectual dos envolvidos junto a sociedade.

A análise permite inferir que a IES prioriza os investimentos físicos. Contudo, algumas

ações precisam ser modificadas para que o capital estrutural possa assumir seu papel principal,

quer seja, direcionar ou favorecer o capital humano a atingir os objetivos e metas estabelecidos

pela instituição.

Percebe-se também que os ativos são direcionados ao processo de ensino, o que pode

não gerar vantagem competitiva por não permitir uma geração eficaz do conhecimento.

Colaborando com o pensamento, Nair e Prakash (2009), dissertaram sobre a importância de

criar e favorecer ambientes de prática. Klein (1998), segue nessa perspectiva, ao inferir que as

organizações devem estabelecer ambientes de contínuo aprendizado, capazes de desenvolver

habilidades e articular o conhecimento tácito em explícito, o que pode acontecer no meio

acadêmico através da escrita.

Desta forma, identificou-se através da análise dos ativos intangíveis que a Instituição

tem como prioridade os investimentos destinados a dimensão avaliada, entretanto as ações

podem não vir a contribuir com o capital intelectual da IES por ser perceptível que os gestores

não se utilizam dos investimentos efetuados para criar e favorecer novos conhecimentos. A

ausência de controle sobre o número de publicações efetuadas pelos docentes, bem como os

3 E-mail3 e correio-e, é um método que permite compor, enviar e receber mensagens através de

sistemas eletrônicos de comunicação.

4 Facebook é uma rede social lançada em 2004, o termo é composto por face (que significa cara em português)

e book (que significa livro), o que indica que a tradução literal de facebook pode ser "livro de caras".

66

investimentos destinados a qualificação profissional sem nenhum direcionamento a produção

de novos conhecimentos ou ainda a importância atribuída ao número de horas aulas prestadas

pelos docentes, permite inferir que como uma organização do conhecimento pouca importância

vêm sendo atribuída pelos gestores a dimensão analisada.

4.2 IMPORTÂNCIA DO CAPITAL DO CLIENTE

A avaliação da dimensão capital do cliente, apresentado como uma das subdivisões

descritas na mensuração do capital intelectual, tem o objetivo de avaliar a relação estabelecida

entre a Instituição e os seus clientes. A tabela 04 a seguir, analisa as contribuições acerca dos

ativos intangíveis ligados aos cursos.

Tabela 04 - O Programa por curso.

Tabela 4: Pontuação no grau de importância sobre indicadores ligados ao programa por curso

Atributos Contábeis Direito Filosofia Serviço Social Pontuação geral

Número total de estudantes ativos do curso. 100,00 100,00 100,00 70,00 92,00

Número de instituições acreditadoras de pós-

graduação pelas quais a instituição de ensino é

acreditada. 100,00 0,00 90,00 90,00 56,00

Número de horas de aulas que o programa

disponibiliza para apoio ou nivelamento dos

novos alunos. 100,00 80,00 90,00 40,00 80,00

Carga horária total do curso avaliado. 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00

Número de alunos inscritos no curso no último

ano / número de vagas oferecidas no mesmo

período. 90,00 100,00 100,00 70,00 72,00

Número de horas de aula não presenciais

ofertadas pelo curso úmero total de horas de

aula ofertadas pelo curso avaliado. 00,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Número de orientandos por cada membro do

corpo docente do curso avaliado. 100,00 80,00 100,00 100,00 70,00

Pontuação geral 84,28 61,71 82,86 67,14 64,29

Fonte: Pesquisa 2015.

Os indicadores estabelecem uma análise sobre a importância atribuída as ações

rotineiras executadas no andamento dos cursos, as quais envolve o relacionamento do curso

67

com seus devidos clientes. Stewart (2002) ao dissertar sobre o capital do cliente, ressalta a

administração desse capital como o mais precioso ativo para as organizações atuais,

reconhecendo-os como: clientes, sociedade e fornecedores.

Nesta perspectiva, identificamos a satisfação dos respondentes com relação ao número

de estudantes ativos no curso, carga horária do curso, número de alunos escritos no vestibular

e histograma com o número de orientandos por cada membro do curso.

A análise do indicador número de horas aulas que o programa disponibiliza para o apoio

de nivelamento, foi mensurado pela coordenação de Serviço Social como um índice de pouca

importância. Dentre os cursos de nivelamento, os coordenadores apontaram o oferecimento dos

seguintes: Língua Portuguesa, Metodologia Cientifica e outros de cunho específico do curso.

Stewart (2002), compreende que as organizações devem manter uma relação de atenção e

cuidado com seus clientes, justificando a importância atribuída aos cursos de nivelamento.

Um indicador que não recebeu nenhum grau de importância pelos respondentes avalia

o número de horas de aula não presenciais ofertados pelos cursos. A ausência de valores na

mensuração do indicador foi justificada pelos respondentes pelo funcionamento do curso ser

totalmente presencial.

Com isso, identificou-se a satisfação dos respondentes com os indicadores que analisam

a qualidade das atividades ofertadas aos seus clientes, compreendendo que a organização das

ações analisadas, influenciam no alcance da excelência do ensino, contribuindo para a

valorização da marca da Instituição perante a Sociedade.

A análise dos indicadores por curso estabelece a semelhança entre as respostas

apresentadas pelos respondentes, o que estabelece informar que em relação ao desenvolvimento

destas ações os coordenadores desenvolvem atividades semelhantes.

Reconhecendo-se que o capital do cliente refere-se ao cuidado atribuído com os clientes,

sociedade e fornecedores e que essa relação deve ser sustentada de forma a atrair vantagens

competitivas a organização, a tabela 05 propõe-se a analisar a cooperação com instituições

acadêmicas e não acadêmicas por curso.

Tabela 05 - Cooperação com instituições acadêmicas e não acadêmicas por curso.

Tabela 5: Pontuação no grau de importância sobre indicadores ligados à cooperação com instituições

acadêmicas e não acadêmicas por curso

Atributos Contábeis Direito Filosofia Serviço Social Pontuação geral

Número de acordos de

cooperação (em atividade)

envolvendo o curso avaliado e 70,00 0,00 70,00 80,00 55,00

68

outras instituições acadêmicas

brasileiras.

Número de acordos de

cooperação (em atividade)

envolvendo o curso e

instituições não acadêmicas ou

empresas parceiras no Brasil.

100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Número de docentes visitantes

de outras universidades

(nacionais) / número total de

docentes, no período

compreendido entre o mês de

janeiro e dezembro do último

exercício social.

90,00 0,00 0,00 100,00 47,50

Número de discentes

matriculados no curso avaliado

que cursam ou cursaram

matérias em outras IES /

número total de discentes

matriculados no curso

avaliado, no período

compreendido entre o mês de

janeiro e dezembro do último

exercício social.

10,00 10,00 10,00 10,00 10,00

Número de discentes (ativos)

do curso fruto de convênio

com entidades não acadêmicas

no Brasil / número total de

discentes do curso avaliado.

90,00 100,00 0,00 0,00 47,50

Número de docentes do quadro

permanente do curso que

prestaram consultoria

remunerada a entidades não

acadêmicas, no período

compreendido entre o mês de

janeiro e dezembro do último

exercício social.

30,00 30,00 0,00 0,00 15,00

Pontuação geral 65,00 40,00 30,00 48,33 45,83

Fonte: Pesquisa 2015.

A tabela apresenta a importância atribuída a relação construída entre os cursos e os

parceiros da Instituição. Observando-se os indicadores que expõem a relação da instituição com

seus parceiros e fornecedores, em que se identificou o desenvolvimento de parcerias entre

outras instituições acadêmicas, com exceção do curso de Direito. Sendo os acordos

estabelecidos com outras instituições não acadêmicas o indicador bem mais avaliada na

concepção dos respondentes.

Os acordos mantidos pelas coordenações apontam o desenvolvimento de políticas de

estágio para os discentes, contribuindo para a criação, compartilhamento e conversão do

conhecimento tácito em explícito dos discentes e da Instituição, como abordado por Nonaka e

Takeuchi (2000), ao explanarem sobre o espiral do conhecimento. A estratégia vai ao encontro

das necessidades dos discentes e do MEC (Ministério da Educação), pela exigência de uma

69

carga horária mínima vinculada ao estágio profissional, contribuindo para o crescimento

profissional dos discentes e para a visibilidade da marca da IES perante a comunidade.

Os indicadores elucidam que não existe importância em estabelecer discentes frutos de

convênio com entidades não acadêmicas no Brasil e que, com exceção ao curso de Ciências

Contábeis, as coordenações não atribuem nenhuma importância aos discentes que cursaram

matérias em outras instituições e não acompanham as atividades de consultoria desenvolvidas

pelos docentes em outras instituições.

Com isso, identifica-se que as coordenações preocupam-se em construir uma relação

harmoniosa com os parceiros que podem favorecer a instituição com políticas de estágio

profissional. Todavia, foi possível identificar que as coordenações se preocupam em manter

relações apenas com seus clientes diretos, desconsiderando a importância de estabelecer uma

comunicação com clientes de outras Instituições, que podem contribuir com o

compartilhamento de novos conhecimentos.

O indicador que avaliou o número de docentes do quadro permanente do curso que

prestaram consultoria, demonstrou que não existe preocupação com o trabalho realizado pelos

docentes desenvolvidos em outras entidades, e quando e de conhecimento dos coordenadores

os resultados não são divulgados na Instituição, deixando assim de valorizar a profissão.

A análise dos indicadores possibilita constatar a valorização dos ativos, mas falta

o gerenciamento dos mesmos para agregar valor à Instituição.

O modelo propõe-se a analisar a relação dos cursos com os ativos intangíveis que

avaliam a relação desenvolvida entre os cursos e outras instituições a nível internacional,

conforme pode ser visualizado na tabela 06.

Tabela 06 - Internacionalização por curso.

Tabela 6: Pontuação no grau de importância sobre indicadores ligados à internacionalização por curso

Atributos Contábeis Direito Filosofia Serviço Social Pontuação geral

Número de docentes do quadro

permanente do curso com estada de,

no mínimo, 5 noites em instituição

de ensino fora do país (saída), para

fins de estudo ou trabalho, no

período compreendido entre o mês

de janeiro e dezembro do último

exercício social.

10,00 10,00 50,00 10,00 20,00

Número de docentes de instituição

de ensino fora do país com estada de,

no mínimo, 5 noites na IES avaliada

(entrada), para fins de estudo ou

trabalho, no período compreendido

entre o mês de janeiro e dezembro do

último exercício social.

0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

70

Número de discentes do curso de

com participação em programas

internacionais (saída), no período

compreendido entre o mês de janeiro

e dezembro do último exercício

social.

20,00 0,00 50,00 0,00 17,50

Número de discentes de programas

internacionais com participação em

programas da instituição avaliada

(entrada), no período compreendido

entre o mês de janeiro e dezembro do

último exercício social.

0,00 0,00 50,00 0,00 12,50

Número de trabalhos, de autoria de

membros do corpo docente,

apresentados em congressos

internacionais, no período

compreendido entre o mês de janeiro

e dezembro do último exercício

social.

50,00 10,00 50,00 10,00 30,00

Número de artigos escritos pelos

docentes do curso avaliado em

colaboração com autores de

instituições estrangeiras / número

total dos artigos escritos pelos

docentes do curso, no período

compreendi do entre o mês de

janeiro e dezembro do último

exercício social.

0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Número de convênios (em atividade)

com universidades estrangeiras. 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Pontuação geral 11,43 2,86 28,57 2,86 11,43

Fonte: Pesquisa 2015.

Os indicadores que buscaram mensurar a importância conferida à internacionalização

dos cursos foram as medidas mais fracas, pois foram os quesitos que obtiveram por parte dos

coordenadores a menor importância.

Observando uma limitação atribuída ao modelo, encontra-se a ausência de indicadores

que avaliem o relacionamento da IES entre seus clientes diretos, reconhecendo estes como

consumidores dos serviços ofertados pela Instituição. No sentido de complementar e estabelecer

uma análise mais precisa e consistente, o quadro 07 expõe informações que exibem o

relacionamento da Instituição com os discentes.

Quadro 07 – Relação dos discentes com IES.

Discentes Ativos 2014.1 2014.2 2015.1

Serviço Social 214 179 154

Direito 447 399 427

Ciências Contábeis 175 155 159

Filosofia 59 49 50

Vestibular 2014.1 2014.2 2015.1

Serviço Social 29 19 22

71

Direito 50 40 50

Ciências Contábeis 41 21 28

Filosofia 18 - 15

Evasão 2014.1 2014.2 2015.1

Serviço Social 3 4 1

Direito 11 4 13

Ciências Contábeis 6 4 8

Filosofia - - 1

Formandos 2014.1 2014.2

Serviço Social 32 40

Direito 37 29

Ciências Contábeis 15 14

Filosofia 1 10 Fonte: Pesquisa 2015.

Conforme apresentado no quadro 07, a relação dos discentes aponta o curso de Direito

como sendo o curso mais rentável da Instituição, exibindo o curso de Filosofia pelo menor

número de alunos ativos. O curso de Serviço Social demonstra uma perda de 28% dos discentes

ativos entre 2014.1 e 2015.1, seguidos de uma perde de 10% dos discentes provenientes do

curso de Ciências Contábeis. Os dados elucidam que o percentual de alunos que deixaram a

Instituição é um número plausível de análise pelos coordenadores. Observou-se que em outros

indicadores os coordenadores consideraram como excelente a relação entre curso e discentes,

todavia o percentual de alunos que deixaram a faculdade demonstra outra veracidade.

Stewart (2002), Edvinsson e Malone (1998) e Sveiby (1998), ao dissertarem sobre

capital do cliente, enfatizaram a importância das Instituições construírem uma relação de

confiança e lealdade, sendo esta construção uma responsabilidade dos gestores, principalmente

porque na sociedade do conhecimento o poder emana dos clientes.

Quando indagados sobre a existência de indicadores que controlem a satisfação dos

clientes, os coordenadores ressaltaram a elaboração anual de um questionário divulgado e

exposto no sistema de notas da Instituição, onde os discentes podem atribuir valores aos

quesitos pesquisados. Outro indicador utilizado seria as manifestações efetuadas junto a

Ouvidoria. O relatório deste último é divulgado no quadro 08, a seguir.

72

Quadro 08 - Manifestações Atendidas 2014.

Natureza de

Demandas

Manifestações Atendidas 2014 TOTAL

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Elogios 0 0 0 0 8 0 0 0 0 1 2 3 14

Sugestões 0 1 5 0 20 0 0 0 0 3 2 8 39

Reclamações 2 1 15 1 10 0 0 1 1 1 3 17 52

Consultas 7 1 1 0 0 0 3 3 1 4 2 1 23

Total de

Demandas

9 3 21 1 28 0 3 4 2 9 9 29 128

Dados: Pesquisa 2015.

Entre os atributos apresentados no quadro 08, obteve-se que 54 das manifestações são

relacionadas ao laboratório de informática da IES, sendo 39 reclamações e 12 sugestões. As

principais críticas apontadas dizem respeito ao fornecimento ineficiente da internet wi-fi, nas

dependências da Faculdade e à qualidade dos equipamentos existentes no Laboratório. Outro

setor que absorveu parte das demandas foi a biblioteca, responsável por 20 manifestações, em

que se percebe 11 reclamações e 8 elogios. As reclamações atribuídas principalmente a

quantidade de exemplares disponibilizados. Logo, observa-se que as ressalvas abordadas pela

ouvidoria dizem respeito à avaliação do capital estrutural.

A avaliação do capital intelectual corresponde à análise de indicadores que admitam a

gestão empresarial obter vantagens competitivas, reconhecendo que à exceção do curso de

Direito, os demais cursos não vem conseguindo atingir o número de vagas disponibilizadas pelo

vestibular.

Quando indagados sobre o não preenchimento de vagas ofertados pelo curso no

vestibular, os coordenadores mencionaram como sendo um ponto crítico, principalmente por

ser uma variável que foge do controle e planejamento da Instituição. As justificativas apontadas

foram: número de vagas disponibilizadas pelos FIES, profissão não ser tão valorizada quanto

em centros maiores, a própria cultura da região, em associar o crescimento profissional, aos

cursos de medicina, engenharia civil e direito, Falta de divulgação ou campanhas promovidas

pelas entidades representativas para divulgar a importância do curso. O coordenador de

Filosofia informou ainda a abertura de vagas para vestibular apenas uma vez ao ano.

73

Contudo, observou-se que o desajuste estabelecido entre o número de vagas ofertadas e

o número de alunos matriculados deve ser um indicador de ações estratégias, permitindo aos

coordenadores o desenvolvimento de ações dinâmicas e inteligentes com a comunidade, como

mencionado por Sveiby (1998), possibilitando o alcance de uma maior sustentabilidade.

Os cursos precisam desenvolver ações que valorizem a sua procura e o seu

reconhecimento no mercado em que está inserido. Esse fortalecimento pode vir através de

resultados como qualificação do corpo docente; estrutura física e tecnológica disponível, com

vistas a obter uma melhor preparação dos discentes, por exemplo, percentual de aprovação em

concursos públicos ou em cursos de mestrado e doutorado e aprovação no Exame Nacional de

Desempenho de Estudantes (ENADE). Indicadores que possibilitem a construção da imagem

ou da marca dos cursos.

Maurer (2008) destacou que quando a empresa consegue estabelecer uma conexão entre

os resultados auferidos por sua relação com o seu cliente e o seu resultado financeiro,

transformando os custos em atração, atendimento e fidelização, os valores passam a ser

palpáveis. Logo, as estratégias voltadas para o cliente passam a ser elementares para o seu

sucesso. As ações incluem o marketing, a fidelização dos clientes, a inovação, entre outros.

Stewart (2002) compara o capital do cliente com o capital humano, ao afirmar que da

mesma forma que a empresa investe em capital humano para gerar conhecimento

organizacional, a empresa deve investir na fidelização e na qualidade do relacionamento com

os seus clientes para agregar conhecimento. Analisando a importância do capital do cliente na

construção do conhecimento da Instituição, o modelo se propõe a avaliar a relação da IES com

outras instituições acadêmicas e não acadêmicas, conforme pode ser visualizado na tabela 7 a

seguir:

Tabela 7 - Relacionamento Com Instituições Acadêmicas E Não Acadêmicas Por Curso.

Tabela 7: Pontuação no grau de importância sobre indicadores ligados ao relacionamento com instituições

acadêmicas e não acadêmicas por curso

Atributos Contábeis Direito Filosofia Serviço Social Pontuação geral

Número de palestras realizadas em

eventos não acadêmicos pelos

docentes, no período compreendido

entre o mês de janeiro e dezembro do

último exercício social.

30,00 10,00 100,00 80,00 55,00

Frequência com que a coordenação

do curso promove atividades

acadêmicas para a comunidade. 80,00 100,00 100,00 80,00 90,00

Número de trabalhos ou palestras

apresentados em eventos

acadêmicos pelos docentes, no

período compreendido entre o mês

90,00 100,00 50,00 80,00 80,00

74

de janeiro e dezembro do último

exercício social.

Número de horas que foram gastas

pelos docentes em atividades

extracurriculares, no período

compreendido entre o mês de janeiro

e dezembro do último exercício

social.

70,00 80,00 0,00 0,00 37,50

Número de revistas indexadas cujo

corpo de editores possua, pelo

menos, um membro do curso. 0,00 0,00 30,00 0,00 7,50

Número de acessos ao site do curso

na internet, no período

compreendido entre o mês de janeiro

e dezembro do último exercício

social.

70,00 70,00 70,00 0,00 52,50

Pontuação geral 56,67 60,00 58,33 40,00 53,75

Fonte: Pesquisa 2015.

Quanto aos indicadores que mensuram o relacionamento da instituição com outras

instituições acadêmicas e não acadêmicas, os atributos exibem que existe uma percepção acerca

do retorno institucional por intermédio desta relação.

Observando as contribuições oferecidas pelos cursos ao desenvolvimento social da

região, obteve-se como resposta: políticas de atendimento e prestação de serviço gratuito a

comunidade; reconhecimento de uma Instituição que apresenta o selo de Responsabilidade

Social pela ABNS; participação em eventos de outras instituições no sentido de conscientizar a

comunidade a cerca de um pensamento ético; parcerias implementadas pelo curso de Serviço

Social junto aos Centros de Referência da Assistência Social – CRAS, Centro de Referência

Especializados da Assistência Social – CREAS, a inserção do Assistente Social nos Hospitais,

nos Núcleos de Atenção à Saúde da Família – NASF, Centros de Atenção Psicossocial - CAPS

e Secretarias Municipais de Saúde, além da emersão do Serviço Social na Educação (Secretarias

Municipais de Educação, equipes multiprofissionais de atenção as escolas, núcleos de educação

inclusiva) e na previdência (INSS), com o objetivo de favorecer a comunidade com a presença

de profissionais capazes de discutirem, formularem e implantarem propostas sobre as mais

variadas expressões da questão social.

A coordenação de direito apontou as parcerias entre os órgãos: Tribunal de Justiça do

Estado da Paraíba, Tribunal Regional do Trabalho do Estado da Paraíba, Tribunal de Justiça do

Estado do Ceará, Ministério Público do Estado da Paraíba, Paraíba Previdência – PBPrev,

Procuradoria da República do Estado da Paraíba, Projeto Faculdades de Direito Amigas da

Conciliação – TJPB, Instituto Euvaldo Lodi – IE,. Centro de Integração Empresa/Escola,

Complexo Educacional Damásio de Jesus, Defensoria Pública do Estado da Paraíba. A

75

coordenadora do curso de Ciências Contábeis apontou a existência de uma empresa júnior,

parcerias desenvolvidas para favorecer a sociedade com a prestação dos serviços de forma

gratuita e permitir a sus clientes diretos a mobilização do conhecimento a nível individual.

Autores como Stewart (2002), Seveiby (1998) e Nonaka e Takeuchi (1998) ao

dissertarem sobre capital do cliente ou do relacionamento defendem a posição de que os

gestores precisam conhecer seus clientes e como servi-los. Desta forma, os coordenadores

dentro de suas atribuições e formalização do conhecimento oferecem atendimento a

comunidade, o que viabiliza o aperfeiçoamento e o crescimento do conhecimento, definido por

Sveiby (2000), como sendo o conhecimento um ativo que não sofre depreciação e aumenta ao

ser compartilhado. Além do que as parcerias com a comunidade estabelece com a IES uma rede

de contatos com a sociedade.

Os trabalhos apresentados em eventos acadêmicos pelos docentes, interage como ação

estratégica pela conversão em conhecimento explícito e pela divulgação do curso junto a outras

instituições brasileiras, entretanto as coordenações não se utilizam de práticas para favorecer o

conhecimento a nível individual.

Os indicadores número de horas aulas gastas com atividades extracurriculares, número

de revistas indexadas e os acessos realizados ao site do curso da internet, foram descritos pelos

coordenadores como atividades das quais a coordenação não mantém o controle.

Na avaliação do capital do cliente, foi constatado que a Instituição possui ações

conectadas com a criação e a disseminação do conhecimento, entretanto, a ausência de ações

estratégicas pode vir a influenciar na perda de competitividade. Para Davel e Sousa (2004), as

organizações do conhecimento, marcadas pela produção intelectual, precisam combinar o

capital humano com as tecnologias disponíveis para garantir a organização aumento da

produtividade. Stewart infere que o valor das organizações atuais decorre de um valor a mais

que os investimentos em ativos físicos.

A análise da dimensão permitiu identificar que existe um relacionamento satisfatório

entre os clientes e a instituição pela preocupação das coordenações em estabelecer com outros

clientes e fornecedores estágios para os discentes, permitindo aos mesmos interagir o

conhecimento tácito e o conhecimento explícito, além de favorecer a comunidade com os

serviços realizados pelos estudantes. Todavia, identifica-se que os cursos não conseguem

preencher o número de vagas disponibilizados pelo vestibular e que a ausência de discentes é

justificada pela não valorização do curso na região, mas que as ações desenvolvidas pelos

profissionais que compõem os cursos não são divulgados a sociedade. Deste modo identificou-

se que os coordenadores reconhecem a valorização dos clientes, entretanto a ausência de ações

76

que contribuam o crescimento dos ativos intangíveis podem implicar na perda de discentes,

conforme constatou-se no quadro 8.

4.3 IMPORTÂNCIA DO CAPITAL HUMANO

A terceiro dimensão avaliada pelo modelo é o capital humano, segundo Stewart (2002)

compreende as expertises, inteligência, criatividade e valores dos trabalhadores que fornecem

serviço para a organização. As instituições como qualquer outra organização dependem das

competências, habilidades e atitudes de seus trabalhadores para alavancar o conhecimento e o

retorno da Instituição. Assim a tabela 08 a seguir, analisará os ativos intangíveis ligados aos

docentes por curso:

Tabela 08 - Docentes por curso.

Tabela 8: Pontuação no grau de importância sobre indicadores ligados aos docentes por curso

Atributos Contábeis Direito Filosofia Serviço Social Pontuação geral

Distribuição dos docentes do curso em administração por linha de pesquisa.

40,00 70,00 100,00 50,00 65,00

Número total de horas de trabalho dedicadas pelos docentes à pesquisa, no período compreendido entre o mês de janeiro e dezembro do último exercício social.

50,00 50,00 50,00 0,00 37,50

Número total de horas de trabalho dedicadas pelos docentes em sala de aula, no período compreendido entre o mês de janeiro e dezembro do último exercício social.

100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Histograma com os anos de experiência (não acadêmica) por docente do curso.

30,00 50,00 0,00 30,00 27,50

Número de docentes com dedicação exclusiva / número total de docentes do curso avaliado

40,00 0,00 0,00 0,00 10,00

Histograma com o número de participações em grupos de pesquisa por cada membro do corpo docente do curso avaliado, considerando-se apenas aqueles aderentes às respectivas linhas de pesquisa.

30,00 50,00 20,00 0,00 25,00

Pontuação geral 48,33 53,33 45,00 30,00 44,17

Fonte: Pesquisa 2015.

77

Os indicadores apresentados na tabela 08, apontam nitidamente, a relação contratual da

Instituição com o capital humano, no caso, os docentes é integralmente avaliada pelo número

de horas dedicadas em sala de aula, não sendo conduzido pelas coordenações as atividades

realizadas fora de sala de aula.

Os entrevistados não possuem nem um controle sobre as ações interligadas a produção

científica. No discurso dos gestores, foi possível identificar o reconhecimento sobre a

importância dos profissionais como principal ativo existente seguindo o pensamento

apresentado por Grilo (2001) ao reconhecer as pessoas como o maior patrimônio de uma

Instituição. Entretanto, os projetos de pesquisa e os atividades de extensão competem a um

departamento específico da Instituição, o Núcleo de Extensão e Pesquisa Acadêmica (NEPA).

O NEPA é uma coordenação responsável por estratégias de estímulo a participação em

Projetos de Pesquisa e Extensão, competindo ao gestor responsável a abertura de editais e a

exposição dos resultados alcançados para todos que participantes da IES, de acordo com as

informações disponibilizadas pelo setor, atualmente constam ativos quatro projetos de

extensão, sendo, um para cada curso existente e dois projetos de pesquisa, de competência do

curso de Ciências Contábeis e Filosofia, as ações ocorrem sem que haja envolvimento com as

coordenações.

Observa-se que existe na Faculdade ações conectadas com a produção intelectual,

entretanto, analisando o atributo sob a visão de Edvisson e Malone (1998), observamos que a

IES não vincula as bases de pesquisa como um indicador de inovação, como exposto pelos

autores ao relatarem sobre o capital da inovação a instituição deve monitorar as ações

relacionadas ao cliente, apresentando o nível de instrução dos funcionários, ou ainda o número

de artigos apresentados em congressos com a participação dos docentes. A experiência é outro

atributo desconsiderado pelos coordenadores, e que autores como Edvisson e Malone (1998);

Sveiby (1998) apontam como indicadores de eficiência que agregam valor a Instituição.

Em outras palavras, observa-se que existe na Instituição uma coordenação responsável

por projetos de pesquisa e extensão, mas que não são vinculados as ações das coordenações e

que os resultados provenientes da capacidade do capital humano como distribuição dos

docentes do curso por linha de pesquisa, anos de experiência, número de docentes com

dedicação exclusiva, não são avaliados como ações estratégicas por nenhuma das coordenações.

No espiral do conhecimento Nonaka e Takeuchi (2008) dissertaram sobre as condições

capacitadoras para criação do conhecimento individual, compreendendo que o exercício deve

iniciar pela Intenção, definida pelo desejo da organização em atingir suas metas, competindo

aos gestores a capacidade de adquirir, criar, acumular e explorar o conhecimento, atribuindo os

78

trabalhadores do conhecimento o sentimento de autonomia. Na mesma linha de pensamento,

Edvisson e Malone (1998) e Sveiby (1998), colaboram ao intervir que a organização deve

induzir os participantes a adquirir a necessidade de criar e compartilhar conhecimento

capacitando-os com autonomia para desenvolver seus projetos, sentimentos que as

coordenações devem fomentar entre os docentes da Instituição.

Os coordenadores relataram que a Instituição disponibiliza uma ajuda financeira para os

profissionais que participam de eventos acadêmicos, mas que estes resultados não são

apresentados na criação de valor da IES. O recurso é estendido a programas de qualificação

profissional, onde a direção prioriza os investimentos por ser uma exigência imposta pelo MEC

em manter um percentual de mestres e doutores e por uma necessidade dos clientes. Todavia,

os docentes buscam o auxílio junto a direção da IES, a qual estabelece as formas que pode

contribuir, sem que haja o envolvimento das coordenações.

O ponto fraco da estratégia estabelecida é que devido à falta de comunicação entre os

coordenadores e a direção, é a ausência de feedback entre a instituição e o profissional que

recebe o recurso. Logo, se o investimento destinado a capacitação dos profissionais deve existir

para agregar valor à Instituição, este valor não é não vem sendo gerenciado.

As ações desenvolvidas demonstram a valorização atribuída ao capital humano na

gestão da Instituição, e que existe na IES a priorização de investimentos em projetos de pesquisa

e extensão, incentivos a participações em congressos e eventos acadêmicos, além de contribuir

com ajuda financeira para qualificação profissional. A Instituição consegue perceber a

importância de manter profissionais qualificados, entretanto, o que se percebe é que não existe

indicadores de controle acerca do retorno institucional, a partir da exposição dos resultados

alcançados por meio de ações vinculadas a competência dos profissionais.

No que tange a contratação dos profissionais como perceptível no indicador gestão e

controle da dimensão capital estrutural as coordenações embora não contratem os profissionais

mediante concurso, o quadro 9 a seguir demonstra o perfil dos docentes que compõem o capital

humano da Instituição.

Quadro 09 – Categorização dos Profissionais.

Cursos Especialistas Mestres Doutores Total de Docentes

Ciências Contábeis 13 9 - 22

Direito 20 7 2 29

79

Filosofia 8 6 1 15

Serviço Social 2 9 - 11

Fonte: Pesquisa 2015.

A contratação dos docentes ocorre mediante análise curricular e aula didática, o quadro

9, evidencia a formação dos profissionais que constituem os cursos individualmente, sendo

constatado que a maioria dos docentes possuem apenas especialização o que justifica o interesse

da Instituição em priorizar investimentos a qualificação profissional.

Outro ativo intangível crítico analisado na dimensão capital humano, diz respeito ao

pessoal administrativo conforme pode-se observar na tabela 09, a seguir:

Tabela 09 - Pessoal administrativo por curso.

Tabela 9: Pontuação no grau de importância sobre indicadores ligados ao pessoal administrativo por curso

Atributos Contábeis Direito Filosofia Serviço Social Pontuação geral

Carga horária total dos

funcionários (staff) que se dedicam

diretamente ao curso. 100,00 100,00 80,00 100,00 95,00

Investimento (horas) na capacitação dos

funcionários (staff) do curso / número total de

funcionários (staff) do curso avaliado, no

período compreendido entre o mês de janeiro e

dezembro do último exercício social.

100,00 80,00 70,00 50,00 75,00

Histograma com o tempo (anos)

em que cada funcionário

administrativo exerce sua

atividade no curso avaliado.

70,00 100,00 100,00 100,00 92,50

Número de pessoas que deixaram

de fazer parte do quadro de

funcionários (staff) / número total

de funcionários (staff) do curso, no

período compreendido entre o mês

de janeiro e dezembro do último

exercício social.

80,00 100,00 100,00 100,00 95,00

Pontuação geral 87,50 95,00 87,50 87,50 89,38

Fonte: Pesquisa 2015.

A análise dos indicadores que buscam mensurar a valorização das pessoas que executam

outras atividades, sem exercer a docência, obteve uma média razoável. No momento da

entrevista foi possível identificar a satisfação e a valorização dos coordenadores com o pessoal

do técnico administrativo.

O indicador que se propõem a analisar o número de pessoas que deixaram de fazer parte

do quadro de funcionários, indicador tratado por Sveiby (1998) como um indicador de

estabilidade na avaliação da competência das pessoas, possibilitou identificar que a taxa de

80

rotatividade destes profissionais é zero, ou seja, os profissionais executam as suas atividades

no cargo desde a abertura do curso, com exceção ao curso de Ciências Contábeis.

Os investimentos efetuados em qualificação e treinamentos, obtiveram por parte da

coordenadora de Serviço Social um valor insatisfatório, expressando sua insatisfação com os

investimentos destinados a qualificação destes profissionais. Segundo a entrevistada, o curso

oferecido é o curso de informática básica, insuficiente para melhorar o desempenho dos

profissionais. Analisando que estes profissionais também compõem a organização do

conhecimento, os investimentos destinados a qualificação devem ser destinados ao

compartilhamento do conhecimento (NAIR; PRAKASH, 2009).

Observa-se que os indicadores avaliam apenas a carga horária destes profissionais,

investimentos em capacitação, histograma de tempo que os profissionais exercem a atividade,

sem analisar como estas atividades estão acrescentando valor a organização, Stewart (2002),

segue os profissionais que não agregam valor a organização não podem ser referenciados como

capital humano. Diante disso, observa-se que uma das limitações atribuídas ao modelo é a

existência de indicadores insuficientes para analisar de fato a contribuição destes funcionários,

informações sobre atitudes, inovações, eficiência medida através da experiência, satisfação na

qualidade do atendimento que estes profissionais prestam aos clientes, ou como estes

profissionais agregam valor ao curso. O modelo é caracterizado pela extensão dos indicadores

a serem analisados sem fornecer informações compreensíveis e relevantes para avaliação, em

toda a análise a pesquisadora buscou dados mais concretos que contribuíssem com a avaliação

dos ativos.

Entretanto, observa-se que a Instituição oferece um ambiente propício a valorização do

capital humano, visto que os respondentes reconhecem a importância dos profissionais para o

desenvolvimento da Instituição, todavia como observado na análise dos indicadores que

competiam aos docentes, a instituição não vincula os investimentos disponibilizados as

coordenações, o recurso e disponibilizado mediante a procura pelo profissional. Ressalta-se que

estes profissionais devem procurar desenvolver habilidades e competências que contribuam

com a sua qualificação profissional, considerando que esta é uma prioridade da Instituição.

Considerando as medidas que o indicador propõem a analisar, destacamos a valorização destes

profissionais para os coordenadores.

A análise do capital humano tem o objetivo de identificar como os funcionários do

conhecimento vem desenvolvendo suas atividades para agregar valor à Instituição, assim a

tabela 10, avaliará a contribuição da coordenação na composição do atributo capital humano.

81

Tabela 10 - Coordenação por curso.

Tabela 10: Pontuação no grau de importância sobre indicadores ligados à coordenação por curso

Atributos Contábeis Direito Filosofia Serviço Social Pontuação geral

Tempo total acumulado (anos) no qual o coordenador do curso exerce(u) função executiva ou de direção em instituição acadêmica.

80,00 100,00 100,00 100,00 95,00

Tempo (em anos) no qual o coordenador exerce seu cargo dentro do curso.

100,00 100,00 100,00 90,00 97,50

Número de eventos acadêmicos − congressos, visitas técnicas, palestras, entre outros − dos quais o coordenador (ou membros da coordenação) tenha participado como representante do curso avaliado, no período compreendido entre o mês de janeiro e dezembro do último exercício social.

60,00 60,00 100,00 80,00 75,00

Pontuação geral 80,00 86,67 100,00 90,00 89,17

Fonte: Pesquisa 2015.

A análise dos indicadores evidenciaram que os coordenadores já executaram outras

atividades e que já acompanham as coordenações a algum tempo, no caso da coordenação de

Ciências Contábeis a coordenadora exerce a função desde a abertura do curso na instituição.

Um indicador apresentado como ponto fraco para as coordenações de Ciências Contábeis e

Direito é o número de participações em eventos e congressos que os mesmos tenham

participado como representantes do curso, a essa prerrogativa a coordenadora de Direito

justificou afirmando que começou a exercer a função no período pesquisado e que sua formação

não e ciências jurídicas. Os demais cursos apresentam-se satisfeitos a com os investimentos

realizados pela instituição no que tange sua qualificação profissional.

Ainda analisando as respostas evidenciadas pelas coordenações de Ciências Contábeis

e Direito, em relação ao número de participações em eventos e congressos que os mesmos

tenham participado como representantes do curso. Percebe-se ser esse um ativo que deve ser

melhor gerenciado, uma vez que a coordenadora de contabilidade exerce a função desde a

abertura do curso, sendo ela uma profissional responsável pela criação e compartilhamento do

conhecimento entre os demais profissionais que fazem parte do curso. Quanto a coordenação

de Direito afirmou que sua formação é diferente da área jurídica, o que pode vir a dificultar a

geração de conhecimento, pois a profissional pode não apresentar as competências necessárias

ao crescimento da área. Diante do que o modelo se propõe a analisar, os respondentes

classificam o estágio do indicador como o estágio excelente.

Através da análise dos ativos intangíveis que mensuram o capital humano da IES, foi

possível evidenciar que a Instituição investe em qualificação profissional por meio de recursos

82

financeiros destinados aos docentes, técnicos e coordenadores. Entretanto, se faz necessário

rever as políticas da instituição e vincular os recursos disponibilizados as coordenações, para

que os coordenadores responsáveis conectem os investimentos com a criação e disseminação

de novos conhecimentos.

Percebeu-se que em alguns casos obteve-se respostas diferentes entre os gestores, mas

a similaridade entre as respostas apresentadas pelos coordenadores foi apresentada pela maioria

dos casos, como podemos confirmar através da tabela 11 a seguir:

Tabela 11 - Estatística descritiva do nível de importância e dificuldade das dimensões.

Tabela 11: Estatística descritiva do nível de importância e dificuldade das dimensões

Ativos Intangíveis Críticos Mínimo Máximo Mediana Média Desvio Padrão

Valor-p Importância

Gestão de controle 60,00 100,00 80,00 80,00 15,81

0,516

Pesquisa e produção intelectual 0,00 100,00 50,00 58,00 39,62

Infraestrutura 10,00 100,00 80,00 70,00 35,36

O programa 50,00 100,00 70,00 74,00 18,17

Cooperação com instituições acadêmicas e não acadêmicas

20,00 100,00 70,00 70,00 30,82

Internacionalização 0,00 80,00 10,00 28,00 35,64

Relacionamento com instituições acadêmicas e não acadêmicas

20,00 100,00 70,00 66,00 29,66

Docentes 10,00 90,00 70,00 58,00 30,33

Pessoal administrativo (staff) 0,00 100,00 80,00 70,00 41,23

Coordenação 10,00 100,00 90,00 74,00 37,82

Dificuldade

Gestão de controle 0,00 61,67 23,33 26,67 27,26

0,915

Pesquisa e produção intelectual 0,00 86,67 11,67 23,00 36,33

Infraestrutura 0,00 60,00 28,00 24,00 25,14

O programa 0,00 78,57 7,14 20,86 32,80

Cooperação com instituições acadêmicas e não acadêmicas

0,00 86,67 0,00 20,00 37,71

Internacionalização 0,00 100,00 0,00 20,00 44,72

Relacionamento com instituições acadêmicas e não acadêmicas

0,00 61,67 5,00 16,00 26,10

Docentes 0,00 100,00 15,00 27,00 41,77

Pessoal administrativo (staff) 0,00 100,00 5,00 23,50 43,07

Coordenação 0,00 100,00 33,33 39,33 42,97

Fonte: Pesquisa 2015.

A veracidade dos dados é evidenciada, através do teste estatístico não paramétrico de

Kruskal Wallis, considerando um nível de significância de 5%, temos evidências que não existe

diferença estatisticamente significante entre as dimensões estudadas quanto ao grau de

importância e desempenho.

A tabela 11 demonstra que não temos evidências de diferença estatística entre as 10

dimensões estudadas quanto ao seu desempenho e importância. Classificando a análise como

83

descritiva. Em relação a interpretação sobre recomendações quanto aos atributos estudados, o

gráfico

1 a seguir demonstra a importância atribuída:

Gráfico 01 - Matriz de importância e dificuldade

Fonte: Pesquisa 2015.

Utilizando-se a ferramenta de matriz de importância e dificuldade, onde regra utilizada

do recente trabalho de Córcoles, Peñalver e Ponce (2011), no qual foi realizada importante

pesquisa para avaliar quais informações sobre o capital intelectual das universidades públicas

espanholas deveriam ser divulgadas em conjunto com os demonstrativos financeiros. Tendo

como ponte de corte para separação dos quadrantes: mediana de 70 pontos para o quesito

“importância”, e mediana de 30 pontos para o quesito “dificuldade”. Desse modo, temos a

seguinte classificação: indicadores elegíveis no quadrante 4 (Q4), relevância na opinião dos

professores e coordenadores consultados (Q3), alta dificuldade para serem elaborados (Q1) ou

ambos os casos (Q2).

A análise consiste na interpretação sobre aos indicadores analisados, reconhecendo-se

que a mediana de 70 representa os indicadores considerados na avaliação do capital intelectual

pelos coordenadores.

84

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa apresentou como objetivo, investigar a importância atribuída aos ativos

intangíveis críticos para avaliação do Capital Intelectual de cursos de Graduação em uma

Instituição de Ensino Superior da cidade de Cajazeiras com base no modelo proposto por Peroba

(2013); verificar a importância atribuída à dimensão Capital Estrutural, a partir da análise dos

seus respectivos indicadores; verificar a importância atribuída à dimensão Capital do Cliente, a

partir da análise dos seus respectivos indicadores; verificar a importância atribuída à dimensão

Capital Humano, a partir da análise dos seus respectivos indicadores.

Quanto ao primeiro objetivo específico, identificou-se que a Instituição têm como

prioridade os investimentos destinados a dimensão capital estrutural, entretanto as ações podem

não vir a contribuir com o capital intelectual da IES por ser perceptível que os gestores não se

utilizam dos investimentos efetuados para criar e favorecer novos conhecimentos. A ausência

de controle sobre o número de publicações efetuadas pelos docentes, bem como os

investimentos destinados a qualificação profissional sem nenhum direcionamento a produção

de novos conhecimentos ou ainda a importância atribuída ao número de horas aulas prestadas

pelos docentes, permite inferir que como uma organização do conhecimento pouca importância

vêm sendo atribuída pelos gestores a dimensão analisada.

A análise da dimensão capital do cliente, permitiu identificar que existe um

relacionamento satisfatório entre os clientes e a instituição pela preocupação das coordenações

em estabelecer com outros clientes e fornecedores programas de estágios direcionados aos

discentes contribuindo com a transformação do conhecimento tácito em conhecimento

explícito, além de favorecer a comunidade com os serviços realizados pelos estudantes.

Todavia, identificamos que os cursos não conseguem preencher o número de vagas

disponibilizados pelo vestibular e que a ausência de discentes é justificada pela não valorização

do curso na região, na análise dos ativos intangíveis foi perceptível que as coordenações não

divulgam os resultados das atividades desenvolvidas pelos docentes e discentes e que estas

atividades poderiam contribuir com o reconhecimento do curso. Deste modo identificou-se que

os coordenadores reconhecem a valorização dos clientes, entretanto a ausência de ações que

contribuam o crescimento dos ativos intangíveis vêm implicando em perda de clientes.

Em relação à dimensão capital humano da IES, foi possível evidenciar que a Instituição

investe em qualificação profissional por meio de recursos financeiros destinados aos docentes,

técnicos e coordenadores. Entretanto, se faz necessário rever as políticas da instituição e

85

vincular os recursos disponibilizados as coordenações, para que os coordenadores responsáveis

conectem os investimentos com a criação e disseminação de novos conhecimentos.

Respondendo ao objetivo geral, constatou-se que a importância atribuída aos ativos

intangíveis críticos em todas as dimensões no processo avaliativo, mas que falta o

gerenciamento destes ativos de forma eficiente refletem na composição do capital intelectual

da IES. O que se percebe é que as gestões ainda desenvolvem suas atividades sem uma devida

orientação estratégica, sem compreender que o gerenciamento destas ações implicam na criação

da imagem da IES e na valorização dos cursos perante a sociedade.

É possível identificar que a falta de direcionamento estratégico aos ativos físicos

representados pela dimensão capital estrutural, implicam no desenvolvimento das demais

dimensões capital do cliente e capital humano, por serem os ativos que pertencem a Instituição

e que devem auxiliar o crescimento das seguintes dimensões. O que implica dizer, que se não

existe uma orientação estratégica direcionada as ações desenvolvidas a instituição perderá uma

fatia de mercado, constatado através da diminuição do discentes ativos nos cursos, e não

aproveitaram de forma eficiente as competências, habilidades e conhecimento de seus

empregados, como observado por Stewart (2002), nem todas as pessoas que fazem parte de uma

organização podem ser tratadas como capital humano.

Como o modelo adotado pela pesquisa apresenta como finalidade principal a avaliação

do capital intelectual em cursos de mestrado, observou-se como limitação a inadequação de

alguns indicadores impossibilitando a análise mais precisa dos ativos além de sua complexidade

e extensão dificultando a qualidade das respostas.

Além das considerações apresentadas, é possível recomendar o desenvolvimento de uma

nova pesquisa confrontando a opinião da instituição com a opinião dos docentes, funcionários

e clientes (alunos); a Aplicação em outras Instituições de Ensino Superior para possíveis

comparações com os resultados aqui encontrados.

86

REFERÊNCIAS

ACEVEDO, C.R.; NOHARA, J. J.. Monografia no curso de administração: guia completo

de conteúdo e forma. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

ANTUNES, M. T. P. Capital intelectual. São Paulo: Atlas, 2008.

ATLAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO DO BRASIL. Disponível em: <

http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/cajazeiras_pb> Acesso em 03 de Fev. de 2015.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. 1ª ed. São Paulo: Edições 70, 2004.

BARROS, A. J. P.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de metodologia: um guia para a

iniciação científica. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 2000.

BATISTA, Fábio F. et al. Gestão do conhecimento em organizações de saúde.Brasília:

IPEA, 2004.

BELLY, P. Emprender el caminho de la gestión del conocimiento: gestión del conocimiento

nível inicial.-1 a ed.- Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Temas Grupo Editorial, 2014 . 222

p. 23x16cm.

BODNÁR, V.; HARANGOZÓ, T.; TIRNITZ, T.; RÉVÉSZ, É. Managing intellectual capital

in hungarian universities: The case of Corvinus University of Budapest. Proceedings of the

2nd European Conference on Intellectual Capital: ECIC. pp. 89- 99. 2010.

BRASIL. Lei nº 11.941/2009. Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm>. Acesso em: 11

abr 2015.

BROOKING, A. Intellectual capital: core asset for the third millennium enterprise. Boston:

Thomson Publishing Inc, 1996.

BUKOWITZ, W.R.; WILLIAMS, R.L. Manual de Gestão do Conhecimento: ferramentas e

técnicas que criam valor para a empresa. Porto Alegre: Bookman Editora, 2002

CAVALCANTE, F.; ZEPPELINI, P. D. O que é ativo intangível. Disponível em:

<http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&cd=4&ved=0CCQQFjAD&url=http://exp

resstraining.com.br/scripts/action_download.php%3Ftype%3Dutd%26name%3DUpToDate20

1.pdf&rct=j&q=ativos%20intang%C3%ADveis%20zeppelini&ei=YWHRTJCaLYGB8gaytI

XEDA&usg=AFQjCNHrPhYEbnJtVhEEpayi0jhHbH4_aA>. Acesso em: 16/03/2014.

Apresentação em PowerPoint.

CAVALCANTI, M.; GOMES, E.; PEREIRA NETO, A. Gestão do Conhecimento para as

empresas: um roteiro para a ação. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

CAVALCANTI, Marcos; GOMES, Elisabeth. Inteligência empresarial: um novo modelo de

Gestão para uma nova economia. Produção, v. 10, n. 2, p.53-64, maio 2001.

87

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; DA SILVA, R. Metodologia Cientifica. 6.ed. São Paulo:

Pearson education do Brasil, 2007.

COSTA, D. M. ; BARBOSA, F. V. ; SILVA, C. H. . Empreendedorismo e inovação: o papel

da educação superior nas economias mundiais. In: Colóquio Internacional sobre Gestão

Universitária na América do Sul: Gestão Universitária, Cooperação Internacional e

Compromisso Social, 11., 2011, Florianópolis. Anais do XIColóquio Internacional sobre

Gestão Universitária na América do Sul. Florianópolis: UFSC, 2011.

CHAUÍ, M. A Universidade Pública sob nova perspectiva. Conferência de abertura da

Associação nacional de Pesquisadores em Educação - AnPEd. Poços de Caldas. 5 de outubro

de 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n24/n24a02.pdf>. Acesso em:

10/04/2014.

DAVEL, E; SOUZA, J. Aprendizado e formação continuada em organizações familiares e

intensivas em conhecimento: a força das relações de parentesco por consideração. In: ENEO,

3., 2004, Atibaia/SP. Anais...Rio de Janeiro, 2004

DEMO, P. Conhecimento moderno: Sobre ética e intervenção do conhecimento. 4ª ed.

Petrópolis: Vozes, 1997.

DRUCKER, P. F. Uma era de descontinuidade. Trad. Brandão Azevedo. Rio de Janeiro:

Zahar, 1970.

DRUCKER, Peter F. Administrando em tempos de grandes mudanças. São Paulo:

Pioneira Thomsom Learning, 2001.

EDVINSSON, L.; MALONE, M. S. Capital Intelectual. Trad. Roberto Galman. São Paulo:

Makron Books, 1998.

FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

FIGUEIREDO, Saulo Porfírio. Gestão do conhecimento: estratégias competitivas para a

criação e mobilização do conhecimento na empresa: descubra como alavancar e multiplicar o

capital intelectual e o conhecimento da organização. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005.

FLEURY, A.; FLEURY, M.T.L. Aprendizagem e inovação organizacional :as experiências

de Japão, Coréia e Brasil. São Paulo: Atlas, 2001.

FLEURY, M.T.L.; OLIVEIRA JR., Mociad de M.(Coord.). Gestão estratégia do

conhecimento: integrando aprendizagem, conhecimento e competência. São Paulo: Atlas,

2001.

FOGUEL, Sergio; SOUZA, Carlos César. Desenvolvimento organizacional . São Paulo: Atlas,

1993

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

GONÇALVES, E. M. Iniciação à pesquisa científica. 2 ed. Campinas: Alínea.2001.

88

GRILO, J. C. Intellectual capital measurement: A critical approach. Journal of Intellectual

Capital, v. 10, n. 2, pp. 190-210, 2001.

GUBIANI, J. S. Modelo para Diagnosticar a Influência do Capital Intelectual no Potencial

de Inovação nas Universidades. 2011. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Santa

Catarina, Florianópolis.

GUTHRIE, James. The management, measurement and the reporting of intellectual capital.

Journal of Intellectual Capital, v. 2, n. 1, p. 27-41, 2001.

HARRISON, Suzanne; SULLIVAN SR, Patrick. Profiting from intellectual capital: learning

from leading companies. Journal of Intellectual Capital, v. 1, n. 1, p. 33-46, 2000.

HENDRIKSEN, E. S.; BREDA, M. F. V. Teoria da contabilidade. Trad. Antônio Zoratto

Sanvicente. São Paulo: Atlas, 1999.

IUDÍCIBUS, S. Teoria da Contabilidade. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2000.

KLEIN, David A. A gestão estratégica do capital intelectual: recursos para a economia

baseada em conhecimento. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 1998.

KRAEMER, M. E. P. Capital Intelectual: a nova vantagem competitiva, 2004. Disponível em:

<http://www.gestiopolis.com/recursos3/docs/ger/capintel.htm>. Acesso em 01/04/2014.

LARA, C. D. R. A atual gestão do conhecimento: a importância de avaliar e identificar o

capital humano nas organizações. São Paulo: Nobel, 2004. Disponível em:

<http://books.google.com.br/books?id=60DO62OnejIC&pg=PA83&dq=a+contabilidade+e+o

+capital+intelectual&hl=ptBR&ei=1HCJTKG1MorY8QSsqcz_BQ&sa=X&oi=book_result&

ct=result&resnum=7&ved=0CE4Q6AEwBg#v=onepage&q=a%20contabilidade%20e%20o%

20capital%20intelectual&f=false>. Acesso em: 28/03/2014.

LAOUFI, A. et al. An ontology based architecture to support the knowledge management

in higher education. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON MULTIMEDIA

COMPUTING AND SYSTEMS (ICMCS), 1., 2011, Ouarzazate, Morocos.Anais...

. Ouarzazate, Morocos: IEEE, 2011. p. 1-6.

LEIBOWITZ, J.; WRIGHT, K. Does measuring knowledge make “cents”? Expert

Systems with Applications, v. 17, n. 1, pp. 99-103, 1999.

LÉVY, P.; AUTHIER, M. As árvores de conhecimentos. Trad. Mônica Seincman. São Paulo:

Escuta, 1995.

MACHADO, Nílson José. A Universidade e a organização do conhecimento: a rede, o tácito,

a dádiva. Estud.av., v.15, n.42, p.333-352, may/aug. 2001

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos da metodologia científica. São Paulo:

Atlas, 6º Ed, 2008.

89

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia do Trabalho científico: procedimentos

básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. São

Paulo, 7ª ed., Ed. Atlas, p.43, 2009.

MARQUES, Maria Conceição da Costa. A problemática da medição do capital intelectual nas

organizações da sociedade do conhecimento. Revista Brasileira de Contabilidade, Brasília,

n. 178/179/180, p.25-36, jul./dez. 2009.

MARQUES, J.H.V.L.; PALMEIRA, E. M. Capital intelectual como diferencial competitivo

nas organizações, 2011. Disponível em: <http://www.eumed.net/ce/2011b/lmmp.html>. Acesso

em: 28/03/2014.

MORGAN, Gareth. Imagens da Organização. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.

MOTTA, Fernando C. Prestes; VASCONCELOS, Isabella F. Gouveia de.

Teoria Geral da Administração. 3. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.

MURRAY, Bruce A. Revolução total dos processos: estratégias para maximizar o valor do

cliente. São Paulo: Nobel, 2005.

NAIR, P.;PRAKASH, K. (Ed.). Knowledge Management Facilitators Guide. Tokyo: Apo,

2009

NICOLAU, I. Gestão do conhecimento e flexibilidade organizacional. Instituto Universitário

de Lisboa, dez. 2003. Disponível em: <http://repositorio-

iul.iscte.pt/bitstream/10071/1433/1/Nicolau,Isabel;Gest%C3%A3odoConhecimentoeFlexibili

dadeOrganizacional;EGG;N.%C2%BA3;Lx;ISCTE;Dez2003.pdf>. Acesso em 15/03/2014.

NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa. Trad. Ana Beatriz

Rodrigues; Priscilla Martins Celeste. 6 ed. Rio de Janeiro: Campos, 1997.

O’DELL, Carla; GRAYSON Jr., C. Jackson; ESSAIDES, Nilly. Ah... Se soubéssemos antes

o que sabemos agora: as melhores práticas gerenciais ao alcance de todos. São Paulo:

Futura, 2000.

OLIVEIRA NETO, A. A. Metodologia da pesquisa científica. São Paulo: visual Books, 2008.

OLIVEIRA, Elaine Lima de; SARUBBI, Fabíola Maciel; CORDEIRO, Helena Talita Dante.

Gestão de pessoas, aprendizagem organizacional e gestão do conhecimento: um estudo de

caso em instituição de ensino superior privada. In: SemeAd – Seminários em Administração,

14., 2011. Anais... São Paulo: FEA;USP, 2011. p. 1-16.

PEROBA, J. C. Reflective discourse about intellectual capital: Research and practice. Journal

of Intellectual Capital, v. 10, n. 4, pp. 489-503, 2013.

PETTY, R.; GUTHRIE, J. Intellectual capital literature review: Measurement, reporting and

management. Journal of Intellectual Capital, v. 1, n. 2, pp. 155-176, 2000.

PROBST, G.; RAUB, S.; ROMHARDT, K. Gestão do Conhecimento: os elementos

construtivos do sucesso. Porto Alegre: Bookman, 2002.

90

PONCHIROLLI, O . A importância do capital humano na gestão estratégica do

conhecimento sob a perspectiva da teoria do agir comunicativo . 2003. Tese (Doutorado em

Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003

PORTER, M. On Competition. Boston: Harvard Business School, 1998.

REZENDE, Y. Informação para negócios: os novos agentes do conhecimento e a gestão do

capital intelectual, Brasília, v.31, n.1, p.75-83, jan./abr. 2002. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/ci/v31n1/a08v31n1.pdf>. Acesso em: 02 out. 2010.

SÁNCHEZ, MP; CASTRILLO, R. y ELENA, S. (2006): “The Intellectual Capital Report for

Universities”, OEU. Methodological Guide. Strategic management of University research

activities, pp. 223-250.

SANTOS, C. M. Tradições e contradições da pós-graduação no Brasil. Educ. Soc.,

Campinas, v. 24, n. 83, pp. 627-641, 2005.

SARUBBI, F.M.; CORDEIRO, H.T.D. OLIVEIRA, E.L. Gestão de Pessoas, Aprendizagem

Organizacional e Gestão do Conhecimento: Um Estudo de Caso em Instituição de Ensino

Superior Privada. XIV Seminário de Administração, out. 2011.

SCHMIDT, P.; SANTOS, J. L. Avaliação de Ativos Intangíveis. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

SHAIKH, Junaid M. Measuring and reporting of intelectual capital performace anlysis.

Journal of American Academy of Business, Cambridge, v.4, n. ½, p.439, marc.2004.

Disponível em

<http//proquest.umi.com/pqdweb?did=524071171&Fmt=4&clienId=19719&RQT=309&VNa

me=PQD> . Acesso em 04 fev. 2015.

SMITH, A. The Wealth of Nations edited by R.H. Campbell and A.S. Skinner. The

Glasgow edition of the Works and Correspondence of Adam Smith, vol. 2b, pp. 47. 1976.

STEWART, T.A. Capital Intelectual: A Nova Vantagem Competitiva das Empresas. 2. ed.

Rio de Janeiro: Campus, 1998.

SVEIBY, K. E. A nova riqueza das organizações: gerenciando e avaliando patrimônios de

conhecimento. Trad. Luiz Euclydes Trindade Frazão Filho. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

TACHIZAWA, T.; ANDRADE, R.O.B. Gestão de instituições de ensino. 2 ed. Rio de Janeiro:

FGV, 2001.

TERRA, J. C. C. Gestão do Conhecimento: o grande desafio empresarial. Terra Fórum

Consultores, 2010. Disponível em:

<http://www.gestaoct.org.br/forum_municipal/apresent/terra/terra_gest_conh_grand_des_nac.

pdf>. Acesso em: 10/03/2014.

VELOSO, F. Infraestruturas tecnológicas: para além da interface universidade indústria. In:

CONCEIÇÃO, P.; DURÃO, D.; HEITOR, M.; SANTOS, F. (Ed.). Novas ideias para a

universidade. Lisboa, IST, p. 175-180, 1998.

91

VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 9 ed. São Paulo:

Atlas, 2007.

VIEIRA, W. S. Conhecimento: o principal recurso econômico. Disponível em:

<http://www.iarj.org.br/artigos/ConhecimentooPrincipalrecurso economico.pdf>. Acesso em:

11/03/2014.

YIN, Roberto K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2ª Ed. Porto Alegre. Editora:

Bookmam. 2001.

ZAMBON, S. Study on the measurement of intangible assets and associated reporting practices.

Commission of the European Communities Enterprise Directorate General, Bruxels, 2003.

92

ANEXO

93

ANEXO A

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA DE PEROBA - 2013

Indicadores de capital intelectual dos cursos de MPA

Ativo intangível 1 (AI1): gestão e controle

§Indicador 1.1 − Frequência com que os professores são avaliados pela coordenação do curso.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 1.2 − Número de docentes que foram contratados pelo curso de MP em administração por

concurso interno ou externo / número total de docentes do curso.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 1.3 − Total do orçamento (R$) do curso sobre o qual o coordenador tem autonomia

/ total do orçamento (R$) do curso, no período compreendido entre o mês de janeiro e dezembro

do último exercício social. (Desconsiderar o orçamento de folha de pagamento).

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 1.4 − Frequência com que a coordenação do curso se reúne com a direção da escola para

discussão do planejamento e de objetivos estratégicos do curso.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

Frequência com que a coordenação do curso de MP em administração se reúne com os docentes,

posicionando-os acerca do planejamento, das metas e dos objetivos estratégicos do curso. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

94

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 1.6 − Frequência com que os discentes e o pessoal administrativo são posicionados acerca

dos objetivos, das metas e do planejamento estratégico do curso de MP em administração. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

Após a avaliação da importância de seus indicadores, qual o grau de importância que você atribui ao

ativo intangível 1 (AI1) para a avaliação do capital intelectual dos cursos de mestrado profissional em

administração?

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

Ativo intangível 2 (AI2): pesquisa e produção intelectual

§Indicador 2.1 − Número de publicações realizadas pelo curso de mestrado profissional em

administração / número de docentes permanentes do curso, no período compreendido entre o

mês de janeiro e dezembro do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 2.2 − Número de publicações acadêmicas fruto de parcerias de professores do curso

avaliado com autores do meio empresarial ou de instituições não acadêmicas, no período

compreendido entre o mês de janeiro e dezembro do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 2.3 − Número de citações de trabalhos publicados pelos docentes do curso avaliado, no

período compreendido entre o mês de janeiro e dezembro do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

95

§Indicador 2.4 − Total de recursos (R$) destinados para pesquisa do curso de MP em

administração / número de docentes permanentes do curso avaliado, no período compreendido

entre o mês de janeiro e dezembro do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 2.5 − Total de recursos (R$) destinados à pesquisa do curso de MP em administração /

orçamento (R$) total do curso avaliado, no período compreendido entre o mês de janeiro e dezembro

do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 2.6 − Gastos totais (R$) com docentes do curso de MP em administração em eventos

acadêmicos / número de docentes permanentes do curso avaliado, no período compreendido

entre o mês de janeiro e dezembro do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

Após a avaliação da importância de seus indicadores, qual é o grau de importância que você atribui ao

ativo intangível 2 (AI2) para a avaliação do capital intelectual dos cursos de mestrado profissional em

administração?

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

Ativo intangível 3 (AI3): infraestrutura

§Indicador 3.1 − Número de bases de dados eletrônicas disponíveis para os estudantes do curso. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

96

§Indicador 3.2 − Número de computadores com acesso à internet e às bases de dados eletrônicas

/ número de alunos que acessaram a rede (login) nesses computadores, no período

compreendido entre o mês de janeiro e dezembro do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 3.3 − Número de horas semanais em que a biblioteca fica aberta.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 3.4 − Investimento (em R$) em infraestrutura nas dependências do curso de MP em

administração / total do orçamento (R$) do curso, realizado no período compreendido entre o mês de

janeiro e dezembro do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 3.5 − Média do número de login mensal de alunos à rede interna do curso (intranet)

/ número total de alunos do curso de MP em administração, realizado no período compreendido

entre o mês de janeiro e dezembro do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

Após a avaliação da importância de seus indicadores, qual é o grau de importância que você atribui ao

ativo intangível 3 (AI3) para a avaliação do capital intelectual dos cursos de mestrado profissional em

administração? 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

97

Ativo intangível 4 (AI4): O programa (proposta e dados)

§Indicador 4.1 − Número total de estudantes ativos do curso de mestrado profissional em

administração.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 4.2 − Número de instituições acreditadoras de pós-graduação pelas quais a

instituição de ensino é acreditada.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 4.3 − Número de horas de aulas que o programa disponibiliza para apoio ou nivelamento

dos novos alunos.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 4.4 − Carga horária total do curso de MP em administração avaliado.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 4.5 − Número de alunos inscritos no curso no último ano / número de vagas

oferecidas no mesmo período. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§ Indicador 4.6 − Número de horas de aula não presenciais ofertadas pelo curso de MP em

administração / número total de horas de aula ofertadas pelo curso avaliado.

98

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 4.7 − Histograma com o número de orientandos por cada membro do corpo docente

do curso avaliado.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

Após a avaliação da importância de seus indicadores, qual é o grau de importância que você atribui ao

ativo intangível 4 (AI4) para a avaliação do capital intelectual dos cursos de mestrado profissional em

administração?

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

Ativo intangível 5 (AI5): cooperação com instituições acadêmicas e não acadêmicas

§Indicador 5.1 − Número de acordos de cooperação (em atividade) envolvendo o curso avaliado

e outras instituições acadêmicas brasileiras.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 5.2 − Número de acordos de cooperação (em atividade) envolvendo o curso de MP

em administração e instituições não acadêmicas ou empresas parceiras no Brasil. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 5.3 − Número de docentes visitantes de outras universidades (nacionais) / número

total de docentes do curso de MP em administração, no período compreendido entre o mês de

janeiro e dezembro do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

99

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 5.4 − Número de discentes matriculados no curso avaliado que cursam ou cursaram

matérias em outras IES / número total de discentes matriculados no curso avaliado, no período

compreendido entre o mês de janeiro e dezembro do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 5.5 − Número de discentes (ativos) do curso de MP em administração fruto de convênio

com entidades não acadêmicas no Brasil / número total de discentes do curso avaliado.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 5.6 − Número de docentes do quadro permanente do curso de MP em administração

que prestaram consultoria remunerada a entidades não acadêmicas, no período compreendido

entre o mês de janeiro e dezembro do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

Após a avaliação da importância de seus indicadores, qual é o grau de importância que você atribui ao

ativo intangível 5 (AI5) para a avaliação do capital intelectual dos cursos de mestrado profissional em

administração?

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

Ativo intangível 6 (AI6): internacionalização

100

§Indicador 6.1 − Número de docentes do quadro permanente do curso de MP em administração

com estada de, no mínimo, 5 noites em instituição de ensino fora do país (saída), para fins de

estudo ou trabalho, no período compreendido entre o mês de janeiro e dezembro do último

exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 6.2 − Número de docentes de instituição de ensino fora do país com estada de, no

mínimo, 5 noites na IES avaliada (entrada), para fins de estudo ou trabalho, no período

compreendido entre o mês de janeiro e dezembro do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§ Indicador 6.3 − Número de discentes do curso de MP em administração com participação em

programas internacionais (saída), no período compreendido entre o mês de janeiro e dezembro

do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§ Indicador 6.4 − Número de discentes de programas internacionais com participação em

programas da instituição avaliada (entrada), no período compreendido entre o mês de janeiro e

dezembro do último exercício social. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 6.5 − Número de trabalhos, de autoria de membros do corpo docente, apresentados

em congressos internacionais, no período compreendido entre o mês de janeiro e dezembro do

último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

101

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 6.6 − Número de artigos escritos pelos docentes do curso avaliado em colaboração

com autores de instituições estrangeiras / número total dos artigos escritos pelos docentes do

curso de MP em administração, no período compreendi do entre o mês de janeiro e dezembro

do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 6.7 − Número de convênios (em atividade) com universidades estrangeiras.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

Após a avaliação da importância de seus indicadores, qual é o grau de importância que você atribui ao

ativo intangível 6 (AI6) para a avaliação do capital intelectual dos cursos de mestrado profissional em

administração?

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

Ativo intangível 7 (AI7): relacionamento com a comunidade acadêmica e não acadêmica

§ Indicador 7.1 − Número de palestras realizadas em eventos não acadêmicos pelos docentes,

no período compreendido entre o mês de janeiro e dezembro do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 7.2 − Frequência com que a coordenação do curso de MP em administração

promove atividades acadêmicas para a comunidade.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

102

§Indicador 7.3 − Número de trabalhos ou palestras apresentados em eventos acadêmicos pelos

docentes, no período compreendido entre o mês de janeiro e dezembro do último exercício

social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 7.4 − Número de horas que foram gastas pelos docentes em atividades

extracurriculares, no período compreendido entre o mês de janeiro e dezembro do último

exercício social. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 7.5 − Número de revistas indexadas cujo corpo de editores possua, pelo menos, um

membro do curso de MP avaliado.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 7.6 − Número de acessos ao site do curso na internet, no período compreendido

entre o mês de janeiro e dezembro do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

Após a avaliação da importância de seus indicadores, qual é o grau de importância que você atribui ao

ativo intangível 7 (AI7) para a avaliação do capital intelectual dos cursos de mestrado profissional em

administração?

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

Ativo intangível 8 (AI8): docentes

103

§Indicador 8.1 − Distribuição dos docentes do curso de MP em administração por linha de

pesquisa. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 8.2 − Número total de horas de trabalho dedicadas pelos docentes à pesquisa, no

período compreendido entre o mês de janeiro e dezembro do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 8.3 − Número total de horas de trabalho dedicadas pelos docentes em sala de aula,

no período compreendido entre o mês de janeiro e dezembro do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 8.4 − Histograma com os anos de experiência (não acadêmica) por docente do curso

de MP avaliado.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§ Indicador 8.5 − Número de docentes com dedicação exclusiva / número total de docentes

do curso avaliado.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

104

§Indicador 8.6 − Histograma com o número de participações em grupos de pesquisa por cada

membro do corpo docente do curso avaliado, considerando-se apenas aqueles aderentes às

respectivas linhas de pesquisa.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

Após a avaliação da importância de seus indicadores, qual é o grau de importância que você atribui ao

ativo intangível 8 (AI8) para a avaliação do capital intelectual dos cursos de mestrado profissional em

administração?

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

Ativo intangível 9 (AI9): pessoal administrativo (staff)

§Indicador 9.1 − Carga horária total dos funcionários (staff) que se dedicam diretamente ao

curso de mestrado profissional em administração. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§ Indicador 9.2 − Investimento (horas) na capacitação dos funcionários (staff) do curso de MP

em administração / número total de funcionários (staff) do curso avaliado, no período

compreendido entre o mês de janeiro e dezembro do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 9.3 − Histograma com o tempo (anos) em que cada funcionário administrativo

exerce sua atividade no curso de MP em administração avaliado.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

105

§Indicador 9.4 − Número de pessoas que deixaram de fazer parte do quadro de funcionários

(staff) / número total de funcionários (staff) do curso de MP em administração, no período

compreendido entre o mês de janeiro e dezembro do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

Após a avaliação da importância de seus indicadores, qual é o grau de importância que você atribui ao

ativo intangível 9 (AI9) para a avaliação do capital intelectual dos cursos de mestrado profissional em

administração?

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

Ativo intangível 10 (AI10): coordenação

§Indicador 10.1 − Tempo total acumulado (anos) no qual o coordenador do curso de MP em

administração exerce(u) função executiva ou de direção em instituição acadêmica.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 10.2 − Tempo (em anos) no qual o coordenador exerce seu cargo dentro do curso

de MP em administração.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

§Indicador 10.3 − Número de eventos acadêmicos − congressos, visitas técnicas, palestras,

entre outros − dos quais o coordenador (ou membros da coordenação) tenha participado como

representante do curso avaliado, no período compreendido entre o mês de janeiro e dezembro

do último exercício social.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade para a coleta dos

dados para sua elaboração

106

Após a avaliação da importância de seus indicadores, qual é o grau de importância que você atribui ao

ativo intangível 10 (AI10) para a avaliação do capital intelectual dos cursos de mestrado profissional

em administração?

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Importância do indicador