IMPORTÂNCIA DE UM PROGRAMA EFETIVO DE...

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM MANEJO, PRODUÇÃO E SANIDADE DE AVES E SUÍNOS IMPORTÂNCIA DE UM PROGRAMA EFETIVO DE BIOSSEGURIDADE EM MATRIZEIROS DE FRANGO DE CORTE. Castro 2008

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM MANEJO, PRODUÇÃO

E SANIDADE DE AVES E SUÍNOS

IMPORTÂNCIA DE UM PROGRAMA EFETIVO DE BIOSSEGURIDAD E EM MATRIZEIROS DE FRANGO DE CORTE.

Castro

2008

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM MANEJO, PRODUÇÃO

E SANIDADE DE AVES E SUÍNOS

IMPORTÂNCIA DE UM PROGRAMA EFETIVO DE BIOSSEGURIDAD E EM MATRIZEIROS DE FRANGO DE CORTE.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Produção de Leite da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná.

Orientador Prof. Dr. Paulo Dilkin

Castro

2008

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Título: Importância de um programa efetivo de Biosseguridade em Matrizeiros

de frango de corte.

Instituição Executora: Universidade Tuiuti do Paraná

Órgão Executor: Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão - PROPPE

Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Manejo, Produção

e Sanidade de Aves e Suínos

Duração: 7 meses Município: Castro - PR Custo Estimado: zero Equipe: Alunos: Daniela Baba e Marcelo Tirelli de Siqueira Orientador: Prof. Paulo Dilkin – UFSM

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 7

2 TERMINOLOGIA: BIOSSEGURANÇA X BIOSSEGURIDADE............................................................................... 8

3 ÓRGÃOS FISCALIZADORES ...........................................................................................................................10

3.1 LEGISLAÇÕES............................................................................................................................................... 10

3.2 PROGRAMA NACIONAL DE SANIDADE AVÍCOLA (PNSA) ............................................................................. 14

3.3 VIGIAGRO (VIGILÂNCIA AGROPECUÁRIA INTERNACIONAL) ........................................................................ 15

3.4 COMITÊS DE SANIDADE AVÍCOLA................................................................................................................ 16

4 AÇÕES INICIAIS PARA O INÍCIO DA ATIVIDADE (PRÉ-REQUISITOS)...............................................................18

4.1 LOCALIZAÇÃO, PLANTA DE SITUAÇÃO ........................................................................................................ 18

4.2 VIZINHANÇA ................................................................................................................................................ 19

4.3 PLANTA BAIXA (ESTRUTURA) ...................................................................................................................... 20

4.4 FUNCIONÁRIOS ........................................................................................................................................... 20

4.4.1 Educação sanitária .............................................................................................................................. 21

4.4.2 Visão holística, sistêmica (interligando o funcionário com o trabalho da recria e do incubatório) ..... 22

4.5 REGISTRO EM PLANILHAS ........................................................................................................................... 23

4.6 COLETA DOS OVOS ...................................................................................................................................... 23

4.6.1 Desinfecção dos ovos .......................................................................................................................... 23

4.7 HIGIENE X LIMPEZA X DESINFECÇÃO ........................................................................................................... 24

4.7.1 Equipamentos de Limpeza e desinfecção ............................................................................................ 25

4.7.2 Produtos de eleição ............................................................................................................................. 27

4.8 FORNECIMENTO DA MARAVALHA .............................................................................................................. 27

4.8.1 Retirada do lote .................................................................................................................................. 27

4.9 PROGRAMAS SANITÁRIOS .......................................................................................................................... 28

4.10 FÁBRICA DE RAÇÕES ................................................................................................................................. 28

4.11 COMPOSTAGEM ....................................................................................................................................... 29

4.12 QUALIDADE DA ÁGUA ............................................................................................................................... 29

4.13 CONTROLE DE PRAGAS ............................................................................................................................. 31

4.14 BEM ESTAR ANIMAL .................................................................................................................................. 37

4.15 CONTROLE E REGISTRO DE VISITAS ........................................................................................................... 39

5 CONCLUSÃO ................................................................................................................................................40

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................................41

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SUMÁRIO DE TABELAS

Tabela 1: Princípios ativos de desinfetantes, respe ctivos derivados e principais locais de uso em Avicultura. 27

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1 INTRODUÇÃO

Com o crescimento e modernização mundial da indústria avícola nas últimas

décadas, tornou-se claro e evidente a necessidade de uma maior e mais detalhada

atenção no que diz respeito à saúde dos plantéis. Principalmente porque o

crescimento deste ramo está baseado numa expansão e pleno desenvolvimento ,

com um previsível aumento na densidade das criações, favorecendo a rápida

disseminação de agentes patogênicos, deixando os plantéis vulneráveis à

ocorrência de surtos e enfermidades que acarretam elevados prejuízos econômicos.

Outro aspecto muito importante na indústria avícola, é a preocupação com a

saúde pública, onde os consumidores finais podem ser acometidos por

enfermidades.

Baseado nisso, intensificaram –se os estudos na área de prevenção. A

Biosseguridade é uma ferramenta importante para garantir a Biossegurança, onde

os métodos devidamente aplicados garantirão o bom status sanitário dos plantéis, e

conseqüentemente um alimento seguro.

Torna-se crescente a demanda pelas práticas de um programa eficiente de

Biosseguridade, principalmente pensando em granjas de matrizes, onde no ciclo

produtivo precede unidades como incubatórios, engorda no campo e planta de

abate.

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2 TERMINOLOGIA: BIOSSEGURANÇA X BIOSSEGURIDADE

Sesti (1998) descreve que a biosseguridade seria a segurança dos seres

vivos por intermédio da diminuição do risco de ocorrência de enfermidades agudas

e/ou crônicas em uma população específica. Sendo mais adequada esta

terminologia no que se refere à saúde animal.

Da mesma forma Vitagliano (2002) registra que RISTOW (2001) afirmou que

a biosseguridade abrange um conjunto de medidas que visa impedir a entrada e

saída de agentes de doenças em uma instalação ou estabelecimento, facilitar o

reconhecimento precoce de doenças e infecções, promover a profilaxia para a

eliminação dessas doenças, promover medidas defensivas para manter os animais

livres de doenças endêmicas e manter o rebanho livre daquelas que já foram

erradicadas. Essas normas se tornam necessárias devido ao grande incremento que

a Indústria de Produção Intensiva obteve nos últimos anos para suprir a maior

demanda de proteína animal, maximizando a produtividade e minimizando perdas

decorrentes de doenças e infecções.

Sesti (2005) reforça que existem muitas variações sobre o que é

biosseguridade, mas comenta que apesar disto todas estas definições irão abranger

os seguintes pontos:

• Controle da multiplicação dos agentes biológicos

endêmicos;

• Prevenção da contaminação dos rebanhos por

organismos altamente contagiosos e potencialmente letais;

• Controle e prevenção dos agentes infecciosos de

importância a saúde pública;

• Controle e prevenção dos agentes infecciosos de

transmissão vertical.

No que se refere a biossegurança, em 1970 a Organização Mundial da Saúde

(WHO, 1993) definiu biossegurança como "práticas preventivas para o trabalho com

agentes patogênicos para o homem".

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Esta definição é similar a que é dada por Domingues (2008), afirmando que

Biossegurança é a Prevenção à exposição a agentes de enfermidades e/ou a

produtos biológicos capazes de produzir doenças em seres humanos.

Gustin (2003) reforça que a biossegurança na cadeia avícola é estratégica à

saúde pública, onde a grande preocupação está em oferecer um alimento seguro ao

consumidor.

Com base nestas definições podemos dizer que a biosseguridade se trata de

métodos preventivos relacionados às condições sanitárias dos animais. E a

biossegurança tem por objetivo a prevenção do contato humano a possíveis agentes

patogênicos.

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3 ÓRGÃOS FISCALIZADORES

Os órgãos fiscalizadores que possuem atuação direta e à campo na avicultura

brasileira são o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e as

secretarias estaduais, no caso do Paraná a Secretaria da Agricultura e do

Abastecimento do Paraná (SEAB).

MAPA:

A sua atuação ocorre através dos Serviços de Inspeção Federal (S.I.F.) e

Defesa Sanitária Animal, cuja Superintendência localiza-se nas capitais. Estes

fiscais assistem o setor privado conforme exigência da legislação federal vigente.

SEAB:

Atuação através dos Departamentos de Fiscalização e Defesa Agropecuária

(DEFIS), tendo sua representação estadual localizada na capital. Fiscais regionais

de sanidade avícola (Departamento de Defesa Sanitária Avícola – DDSA). (ver

apostila que está na Perdigão). Estes fiscais assistem o setor privado conforme

exigência da legislação federal e estadual vigentes.

3.1 LEGISLAÇÕES

A legislação estadual é variável de acordo com cada estado, podendo ela ser

tão quanto ou mais criteriosa que a federal.

Federais:

• RIISPOA: (Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária dos

Produtos de Origem Animal)

• Portaria Ministerial nº 193 , de 19 de setembro de 1994.

Institui o Programa Nacional de Sanidade Avícola e cria o Comitê Consultivo

do PNSA.

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• Portaria SDA nº 182 , de 08 de novembro de 1994.

Aprova as normas de credenciamento e monitoramento de laboratórios de

diagnóstico da doença de Newcastle.

• Portaria SDA nº 126 , de 03 de outubro de 1995.

Aprova as normas de credenciamento e monitoramento de laboratórios de

diagnóstico das salmoneloses aviárias.

• Instrução Normativa SDA nº 14 , de 29 de junho de 1999.

Aprova as Normas Técnicas para Importação e Exportação de Aves de um

dia e Ovos Férteis para incubação, destinados a reprodução.

• Instrução Normativa SDA nº 44 , de 23 de agosto de 2001.

Aprova as Normas Técnicas para o Controle e a Certificação de Núcleos ou

Estabelecimento Avícola livres das Micoplasmoses Aviárias.

• Instrução Normativa SDA nº 32 , de 13 de maio de 2002.

Aprova as Normas Técnicas de vigilância para a doença de Newcastle e

Influenza Aviária, e de controle e erradicação para a doença de Newcastle.

• Instrução Normativa SDA n° 78 , de 03 de novembro de 2003.

Aprova as Normas Técnicas para Controle e Certificação de Núcleos e

Estabelecimentos Avícolas, como livres de Salmonella gallinarum e de

Salmonella pullorum e livres ou controlados para Salmonella enteritidis e

Salmonella typhimurium.

• Instrução Normativa Conjunta SDA SARC n o 2, de 21 de

fevereiro de 2003.

Aprova o Regulamento Técnico para Registro, Fiscalização e Controle

Sanitário dos Estabelecimentos de Incubação, de Criação e Alojamento de

Ratitas.

• Instrução Normativa Ministerial n o 11, de 1 de setembro de

2003.

Declarar os plantéis avícolas industriais dos Estados do Rio Grande do Sul,

Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do

Sul, Mato Grosso e do Distrito Federal livres da doença de Newcastle.

• Instrução Normativa SDA nº 17 , de 7 de abril de 2006.

Aprova, no âmbito do Programa Nacional de Sanidade Avícola, o Plano

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Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e de Controle e Prevenção da

Doença de Newcastle em todo o território nacional.

• Instrução Normativa Ministerial nº 56 , de 4 de dezembro de

2007.

Estabelecer os procedimentos para registro, fiscalização e controle de

estabelecimentos avícolas de reprodução e comerciais.

Estaduais:

• Resolução 123 de 22/09/2008

• Lei Estadual n° 11504, de 06 de agosto de 1996

Dispõe que a Defesa Sanitária Animal, como instrumento fundamental à

produção e produtividade da pecuária, é competência do Estado, cabendo-lhe a

definição e a execução das normas do sanitarismo animal para o Estado do Paraná,

conforme especifica e adota outras providências.

• Decreto Estadual n° 2792, de 27 de dezembro de 1999

Regulamenta a Lei n° 11.504/96 estabelece competências e adota outras

providências.

• Decreto Estadual n° 3004, de 27 de dezembro de 2000

Altera redação Decreto n° 2792, de 27 de dezembro de 1996.

• Instrução Conjunta n° 001, de 08 de abril de 1999

Determina as atividades conjuntas entre os técnicos do MA e SEAB,

referentes às Normas de Registro e Fiscalização de Estabelecimentos Avícolas (IN

04/98).

• Instrução Conjunta n° 001, 05 de junho de 2002

Determina os procedimentos para a Certificação Sanitária de Núcleos de

Reprodução Avícola monitorizados sanitariamente para as Salmoneloses e para as

Micoplasmoses, classificados como estabelecimentos de controle permanente.

• Instrução Conjunta n° 001, 17 de junho de 2003

Determina atividades conjuntas entre os técnicos do Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento (MAPA) e da Secretaria de Estado da Agricultura e do

Abastecimento para fins de registro dos estabelecimentos de incubação, de criação

e de alojamento de ratitas.

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• Resolução Estadual n° 72, de 28 de outubro de 2003

Regulamenta as ações de Sanitarismo Animal, atendendo o estabelecido no

Convênio SEAB/FUNDEPEC-PR, no que se refere aos critérios para indenização de

criadores que tiverem seus plantéis sacrificados em decorrência de Febre Aftosa,

Peste Suína, Doença de Newcastle e Doença de Aujesky. Diário Oficial do Estado,

n°6593, de 28/10/03.

• Resolução Estadual n° 119, de 19 de outubro de 2004

Aprova Normas de Credenciamento, Emissão e Preenchimento da Guia de

Trânsito Animal – GTA. Diário Oficial do Estado, n° 6841 em 25/10/04. Republicado

em 03/11/04.

• Resolução Estadual n° 102, de 10 de novembro de 200 5

Institui Grupo de Trabalho para Avaliação da Rede de Competência em

Medicina Aviária no Paraná. Diário Oficial do Estado, n ° 7121 p.16, de 13/12/05.

• Resolução Estadual n° 103, de 10 de novembro de 200 5

Institui Equipe de Auditagem para o PNSA – Programa Nacional de Sanidade

Avícola. Diário Oficial do Estado, n° 7119, p.5, de 09/12/05

• Resolução Estadual n° 104, de 10 de novembro de 200 5

Designa Médico Veterinário para Atuação em Sanidade Avícola –

Reprodução. Diário Oficial do Estado, n° 7119, p.5, de 09/12/05.

• Resolução Estadual 105, de 10 de novembro de 2005

Institui Grupo Especial de Atendimento Sanitário Emergencial em Aves

(GEASE – AVES). Diário Oficial do Estado, n° 7119, p.5 e 6, de 09/12/05.

• Resolução Estadual n° 106, de 10 de novembro de 200 5

Viabiliza aporte de recursos e incorpora o Centro de Investigação em

Medicina Aviária do Paraná – CIMAPAR / UEL – (Universidade Estadual de

Londrina) á Rede Oficial de Diagnóstico Avícola da SEAB / PR. Diário Oficial do

Estado, n° 7121, p.16, de 13/12/05.

• Resolução Estadual n° 108, de 10 de novembro de 200 5

Determina que na área geográfica de cada Núcleo Regional da SEAB seja

identificada uma Unidade Veterinária, para atuar com ênfase em Sanidade Avícola.

Diário Oficial do Estado, n° 7119, p.5, de 09/12/05.

• Resolução Estadual n° 130, de 15 de dezembro de 200 6

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Disciplina o Trânsito de Aves, Produtos e Subprodutos de Aves, Resíduos de

Estabelecimentos Criatórios, Incubatórios e Abatedouros de Aves no Estado do

Paraná. Diário Oficial do Estado, n° 7327 de 09/10/06.

• Resolução Estadual n° 70, de 21 de maio de 2007

Adota os procedimentos para coleta e formulação dos meios de transportes

de material para diagnóstico laboratorial da Doença de Newcastle e Influenza

Aviária. Diário Oficial do Estado, n° 7502 de 28/06/07.

3.2 PROGRAMA NACIONAL DE SANIDADE AVÍCOLA (PNSA)

A Portaria Ministerial nº 193 de 19 de setembro de 1994, consolidou e

estruturou o PROGRAMA NACIONAL DE SANIDADE AVÍCOLA (PNSA), do

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PECUÁRIA E DO ABASTECIMENTO,

considerando a importância da produção avícola nacional no contexto nacional e

internacional, e a necessidade de normatização das ações de acompanhamento

sanitário, relacionadas ao setor avícola, observando o processo de globalização

mundial em curso, e quanto, a necessidade de estabelecimento de programas de

cooperação entre as instituições públicas e privadas.

Em relação à ocorrência das principais doenças de notificação a Organização

Mundial de Saúde Animal (OIE), o PNSA desenvolveu programas sanitários para

controle de doença de Newcastle, Salmonelas e Micoplasmas. A influenza aviária é

considerada exótica no Brasil (site: http://www.agricultura.gov.br/).

A atuação do PNSA está pautada na execução das seguintes atividades:

1. Vigilância epidemiológica e sanitária das principais doenças aviárias

destacando-se as doenças de notificação a OIE, em todos as unidades da

Federação. A profilaxia, o controle e a erradicação dessas doenças consistem na

aplicação das seguintes medidas de defesa sanitária animal:

• Atenção à toda comunicação de suspeitas de doenças em aves, com

a apresentação de uma ou mais das seguintes sintomatologias:

depressão severa, inapetência, edema facial com crista e barbela

inchada e com coloração arroxeada, dificuldade respiratória com

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descarga nasal, queda severa na postura de ovos, mortalidade elevada

e diminuição do consumo de água e ração;

• Atenção às notificações de suspeita de influenza aviária, doença de

Newcastle e demais doenças de controle oficial;

• Assistência aos focos das doenças de controle oficial;

• Padronização das medidas de biosseguridade e de desinfecção;

• Realização de sacrifício sanitário em caso de ocorrência de doenças

de controle oficial;

• Fiscalização das ações de vazio sanitário;

• Controle e fiscalização de trânsito de animais susceptíveis;

• Realização de inquérito epidemiológico local;

• Vigilância sanitária realizada pelo VIGIAGRO (Vigilância Agropecuária

Internacional), no ponto de ingresso (portos, aeroportos e postos de

fronteiras) de material genético;

• Fiscalização e registro de estabelecimentos avícolas;

• Monitoramento sanitário nos plantéis de reprodução para certificação

dos núcleos e granjas avícolas como livres de salmonelas (S.

gallinarum, S. pullorum, S enteritidis e S. typhimurium) e micoplasmas

(M. gallisepticum, M synoviae es M. melleagridis), em todos as

unidades da Federação.

• Vigilância em aves migratórias;

• Outras medidas sanitárias para controle da situação sanitária avícola

nacional (site: http://www.agricultura.gov.br/).

3.3 VIGIAGRO (VIGILÂNCIA AGROPECUÁRIA INTERNACIONAL)

Missão: estar em permanente alerta para promover a vigilância agropecuária

internacional, impedindo a introdução e a disseminação de pragas e agentes

etiológicos de doenças que constituam ou possam constituir ameaças à

agropecuária nacional, de forma a garantir a sanidade dos produtos e a qualidade

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dos insumos agropecuários importados e exportados (site:

http://www.agricultura.gov.br/).

3.4 COMITÊS DE SANIDADE AVÍCOLA

Cada estado possui um Comitê Estadual de Sanidade Avícola (COESA),

tendo como membros representantes da iniciativa privada e fiscalização federal e

estadual. Para reforçar a estrutura, foram criados os subcomitês (SubCOESAS)

regionais, compostos por representantes da iniciativa privada, agentes da vigilância

sanitária municipal e fiscalização estadual, e ainda, o Conselho Estadual de

Sanidade Agropecuária (CONESA), onde participam ativamente no atendimento de

qualquer suspeita de doença, difundem as informações de forma a envolver e

proteger todos os elos da cadeia produtiva, e ainda, promove treinamentos e

capacitação de profissionais da avicultura, intermediado por universidades e demais

entidades do setor.

Regionalização da avicultura brasileira:

Em 2005 iniciou-se o projeto de regionalização da avicultura brasileira com a

finalidade de proteger os estados e o país, para evitar o surgimento e propagação

desordenada da Influenza Aviária.

Com a implementação de um programa de regionalização, o impacto

econômico poderá ser minimizado, pois a organização da produção avícola por

regiões tem como objetivo criar condições para caso uma doença infecto-contagiosa

se estabeleça em um lugar, fique restrita àquela região, preservando os plantéis

existentes em outras. Além disso, preservará o mercado internacional a partir das

áreas não afetadas ou comprometidas pela doença.

O presidente da UBA (União Brasileira de Avicultura) Ariel Mendes assinala

ainda que a ocorrência de um surto de Doença de Newcastle ou Influenza Aviária

causará impacto econômico bilionário na avicultura brasileira pois resultará no

sacrifício de aves na região do foco e perifoco; seqüestro de carcaças nos

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abatedouros e portos, lucro cessante com o despovoamento e impossibilidade de

alojamento de aves; prejuízos com o não cumprimento de contratos de exportação,

queda no preço da carne de frango no mercado interno com a queda no consumo e

o excesso de oferta pela impossibilidade de exportar (Site:

http://www.aviculturaindustrial.com.br/site/dinamica.asp?tipo_tabela=especiais&id=1

2465&categoria=coberturas_on_line).

A proposta é fazer com que cada estado funcione como se fosse um país. Nos pré-

requisitos incluem-se possuir cadastro eletrônico e geo-referenciamento de todas as

propriedades avícolas comerciais, implementação de programas eficazes de

fiscalização nas fronteiras estaduais com a definição de corredores de trânsito,

programas de vigilância e seguimento epidemiológico contínuo para demonstrar que

o Estado possui condição de "livre de Newcastle e Influenza Aviária". Paralelamente,

o setor privado deverá criar o FISA (Fundo de Indenização Sanitária da Avicultura)

que terá caráter indenizatório e de combate a focos e será administrado por um

comitê gestor criado pela UBA e pela ABEF (Associação Brasileira dos Produtores e

Exportadores de Frangos).

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4 AÇÕES INICIAIS PARA O INÍCIO DA ATIVIDADE (PRÉ-R EQUISITOS)

Inicialmente se faz necessária a consulta aos órgãos fiscalizadores estaduais

sobre a construção das granjas, e localizações de interesse. Após aprovação

iniciam-se as atividades de construção, concomitante com documentações de

registro do estabelecimento junto ao MAPA, intermediado pela SEAB.

Atualmente a normativa que determina os pré-requisitos e requisitos de novas

granjas, novos núcleos e granjas e núcleos em andamento é a IN 56 (06/12/08).

Todos os documentos são encaminhados ao MAPA, e solicita-se um laudo de

inspeção do estabelecimento (visitação à campo). Após aprovação da fiscalização,

seguida da emissão deste documento com parecer positivo, inicia-se a certificação

da granja (de acordo com IN56, IN17, IN78 e IN44), processo este composto por

seqüência de análises em laboratórios oficiais, do próprio MAPA (LANAGRO) ou

credenciados, (habilitados à processar materiais de análises oficiais).

4.1 LOCALIZAÇÃO, PLANTA DE SITUAÇÃO

A localização da granja de matrizes é de suma importância para a obtenção

de resultados satisfatórios no desenvolvimento da atividade. Em qualquer

circunstância, quer para a instalação de novos complexos avícolas, quer para a

mudança de local, sempre é preciso um estudo prévio ou planejamento das

condições mínimas necessárias para o bom funcionamento das instalações

(TINÔCO & GATES, 2005).

Ao se planejar uma obra, deve-se evitar terrenos de baixada, para que não

haja problemas com alta umidade, baixa movimentação de ar e insuficiente

insolação higiênica no inverno. Recomendam-se terrenos com boa drenagem, em

uma leve encosta ou superfícies com declive suave (2% a 5%), de preferência no

sentido da largura dos galpões, facilitando o escoamento das águas servidas e

pluviais (TINÔCO & GATES, 2005).

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Sob o ponto de vista de isolamento sanitário, elementos da natureza como

rios, serras, florestas naturais ou reflorestamento nos limites da propriedade

constituem ótimos isolamentos, sendo respeitadas as distancias exigidas entre os

diversos setores da empresa (PRIOR, 1993, MARTINS, 1995).

A localização deve respeitar um raio mínimo de 3 km longe de qualquer outra

atividade avícola composta por mais de 100 aves (IN56). 200 metros de distância

entre núcleos e limites periféricos da granja, e 300 metros entre núcleos (nos casos

das granjas de múltiplas idades). Caso esteja num perímetro inferior e tenha sido

estabelecida no período de vigência da IN4 (revogada e substituída pela IN56), tem

seu funcionamento autorizado e respaldado pela normativa anterior.

Por exemplo, em caso de granjas de idades múltiplas (mais de um lote),

atualmente distanciamento mínimo de 250 m entre núcleos. Em granjas respaldadas

pela normativa anterior, a presença de mata nativa, ou reflorestamento já

estabelecidos são aceitos como medidas que reforçam a biosseguridade.

Os fatores que podem influir na escolha do local para as futuras instalações

são: clima, natureza do terreno, vizinhança com baixa concentração avícola e dentro

dos limites de distância mínima entre estabelecimentos avícolas e não muito

próxima de centros urbanos, água em boa quantidade e de boa qualidade, energia

elétrica de boa qualidade e, no caso de galpões climatizados, deve haver energia de

socorro (geradores) (TINÔCO & GATES, 2005).

4.2 VIZINHANÇA

É de suma importância verificar quais atividades circundam a futura granja,

quais as vias de acesso existentes, qual fluxo desta, pois pode ser um fator decisivo

no quesito status sanitário. Outras espécies também são vetores, transmissores ou

hospedeiros de doenças que podem acometem os plantéis avícolas. A chegada do

agente pode ocorrer através do fluxo das pessoas, de fômites, animais, trânsito de

veículos ou ar (devido proximidade).

Os estabelecimentos de criação de outras aves de produção e aves

ornamentais deverão ser providos de telas com malha 2,5 cm (dois centímetros e

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meio), à prova de pássaros, animais domésticos e silvestres e, em caso de criações

ao ar livre, devem possuir telas na parte superior dos piquetes

4.3 PLANTA BAIXA (ESTRUTURA)

Cada empresa possui o seu padrão, sendo este com os atributos mínimos de

biosseguridade exigidos pela legislação em andamento. Por exemplo, presença de

arco de desinfecção, tela 2,5 cm anti-pássaro, piso em alvenaria, cercas de

isolamento (em volta do galpão ou núcleo) de no mínimo 1,5 m de altura.

4.4 FUNCIONÁRIOS

Na entrevista dos funcionários interessados em atuar na atividade, como pré-

requisito verificar se este não possui contato com outras atividades com aves, ou

pequenas criações, explicando claramente o motivo da preocupação com esta

solicitação.

É de tamanha importância devido a possibilidade de transmissão de doenças

para o plantel industrial (salmonelose, bouba aviária, micoplasmose, newcastle,

parasitoses etc.), que em grandes densidades, a disseminação ocorre rapidamente,

tendo que após detecção e isolamento do agente, executar tratamento ou antecipar

abate do lote, em função de doenças que não são permitidos tratamentos.

É interessante que haja no contrato de trabalho uma cláusula que especifique

a ausência de contato com outros tipos de aves.

Esclarecer também sobre os aspectos da saúde ocupacional relacionados

com a avicultura se faz necessário, exemplificando as características das doenças

nas aves e da mesma nos seres humanos. A exemplo, doença de newcastle, nas

aves ocorre através de tremores, torcicolos, opistótomos, afetando qualquer idade; a

forma respiratória pode ser em adultos ou pintinhos. Já nos seres humanos, a

ocorrência não é muito freqüente, possui caráter ocupacional, manifestando-se

através de conjuntivite, lacrimejamento e congestão dos tecidos conjuntivais, sendo

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em alguns casos quadros clínicos semelhantes à gripe (adaptado de AMARAL,

2000).

Outra doença, é a campilobacteriose. Segundo AMARAL, 2000, as aves têm

grande importância na transmissão do Campylobacter jejuni, considerado hoje um

dos principais agentes bacterianos que podem causar enterites e diarréias nos seres

humano, alcançando a mesma importância das salmonelas. O Campylobacter jejuni

pode causar diarréia em pintinhos quando o agente é administrado por via oral, mas

uma grande percentagem de aves sem nenhum sintoma contém essa bactéria em

seu intestino. Nos seres humanos, os principais sintomas são diarréia, febre, dor

abdominal, vômitos e sangue nas fezes. (...) É comum confundir com apendicite (...)

(ACHA & SZYFRES, 1986).

A salmonelose é uma doença de distribuição mundial que, sob a forma de

zoonose, ou seja, quando ela é causada por sorotipos não específicos dos seres

humanos, pode chegar ao homem através do contato direto com os animais, através

do ar ou através de alimentos, leite ou água contaminados (AMARAL, 2000). Os

principais reservatórios de salmonelas que funcionam como fonte de infecção para o

homem são: as aves, os bovinos, os ovinos e os suínos (BELL et all, 1988). Nas

aves, muitos sorotipos podem infectar as aves de maneira assintomática. Quando

ocorrem, os sintomas podem ser: inapetência, sintomas nervosos e diarréia

(AMARAL, 2000). Nos seres humanos, comumente se manifesta como uma

enterocolite aguda, de início repentino, com dor de cabeça, dor abdominal, diarréia,

náuseas e às vezes vômitos, acompanhadas quase sempre por febre. Muitas fezes

as fezes líquidas e a perda de apetite permanecem por dias (OPAS, 1997).

4.4.1 Educação sanitária

Faz parte do programa de biosseguridade a sensibilização dos funcionários

através de treinamentos periódicos a respeito das medidas a serem adotadas na

atividade, os motivos destes, abordagens sobre higiene, zoonoses,

antropozoonoses, doenças dos seres humanos, e como se evita tudo isto. Prepara-

os para serem auditores de si e dos colegas de trabalho.

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A utilização de dinâmicas integrando o treinamento facilita a visualização do

trabalho proposto.

É através deste trabalho que o funcionário desperta para a visão do trabalho

como um todo, podendo progredir para outros tipos de integração.

Outro exemplo aplicado é através dos treinamentos dos trabalhadores que

serão responsáveis pela limpeza e desinfecção dos aviários. Explicar aos mesmos,

com detalhes, a ação dos microorganismos, sua permanência nas instalações, a

ação dos desinfetantes e as formas eficientes de limpar e desinfetar superfícies,

sendo este parte de um bom programa de biosseguridade (adaptado de BARRO,

2005).

4.4.2 Visão holística, sistêmica (interligando o fu ncionário com o trabalho da recria e do incubatório)

Avançando o grau de maturidade neste processo de treinamentos, pode-se

então realizar uma ponte com as atividades que antecedem e que precedem a

granja de produção de ovos.

Na recria mostra-se todo o trabalho realizado através de rígidas agendas

sanitárias que compreendem vacinas, colheitas de materiais para análise, manejos

de seleção, arraçoamento adequado, mínimo de estresse para manter o lote

uniforme, tudo de forma a preparar as aves para que tenham uma vida produtiva de

ótima qualidade, alto desempenho zootécnico (alta produção de ovos) dentro dos

padrões de Bem-Estar-Animal (BEA).

No incubatório, pode-se observar qual o destino da matéria-prima gerada pela

granja, e quais os pontos críticos ou de controle, como por exemplo, impacto de alta

quantidade de ovos virados nas bandejas de ovos incubáveis na sala de vacinação

em ovos, onde se torna muito alta a chance de uma vacina mal aplicada, devido má

posição do embrião e do ovo, ou mortalidade do embrião devido distância da câmara

de ar para seu desenvolvimento adequadamente. Outros itens a serem avaliados:

classificação dos ovos de risco em bandejas desta categoria, quantidade de ovos

trincados, quantidade de ovos de casca fina.

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4.5 REGISTRO EM PLANILHAS

As planilhas são necessárias para se controlar os pontos importantes a serem

avaliados na rotina, em caso de dúvidas ou falhas no processo. Normalmente

apresentam-se na forma de check-lists, que nos permitem registrar como conformes

ou não, e podem ser planilhas onde se alimenta o dado obtido no momento da

leitura.

Elas podem conter dados como produção de ovos diária, total da granja, por

aviário e até por lado; tempo de fumigação realizado no fumiga dor de entrada ou de

ovos, temperatura e umidade na sala de ovos, mortalidades, quantidade e qualidade

dos ovos produzidos no dia, controle de roedores.

4.6 COLETA DOS OVOS

Deve ser no mínimo 6 por dia (considerando a maior % de postura no período

da manha, mais coletas no período da manha). O ovo dever ser coletado e

desinfetado o quanto antes para que este fique o menor tempo possível em contato

com a maravalha a contar do momento que foi posto.

4.6.1 Desinfecção dos ovos Nenhum ovo é estéril. (...) todos os ovos se contaminam ao passar pela

cloaca antes de ocorrer a postura. Em geral, um ovo fértil no momento da postura já

apresenta uma carga bacteriana de 300 a 500 células viáveis de microorganismos

na superfície da casca. Alem disso, bactérias que entram em contato com o ovo

após a postura podem ser encontradas em seu interior, tão cedo quanto 30 minutos

após o contato inicial com a superfície da casca do ovo. Portanto, somente se

atingira o Maximo de efetividade de qualquer processo de desinfecção de ovos

férteis quando esses forem desinfetados no Maximo ate uma hora após sua postura

(SESTI, 2005).

Após a postura, o ovo começa a esfriar e, durante esse processo de

esfriamento seu conteúdo começa a contrair-se, criando uma pressão negativa

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interna. (...) esse é o momento mais oportuno para a penetração de bactérias

localizadas na superfície da casca (SESTI, 2005).

.

4.7 HIGIENE X LIMPEZA X DESINFECÇÃO

Segundo Jaenisch (2004) A higienização das instalações, associada ao vazio

sanitário é fundamental para minimizar os riscos de infecções e a quebra do ciclo de

vida de determinados agentes infecciosos.

A Higienização é dividida em duas partes a limpeza (remoção dos resíduos) e

a desinfecção (eliminação ou redução dos microrganismos através de métodos

químicos ou físicos).A Higienização só é completa se estas duas etapas forem

completamente realizadas.

Jaenisch (2004) descreve detalhadamente o processo de limpeza e

desinfecção: inicialmente faz-se a limpeza a seco, retirando-se os equipamentos e

demais utensílios do aviário. Nesse momento, pode-se fazer uso da chamada

"vassoura de fogo", que consiste na queima das penas superficiais existentes sobre

a cama de aviário, com o uso de um lança chamas. Faz-se a retirada da cama e de

toda matéria orgânica, restos de ração e da sujeira impregnadas nos utensílios e nas

paredes, vigas e cortinas. Os arredores das instalações também devem ser varridos

e a grama aparada.

A limpeza úmida consiste na lavagem com água sob pressão, dos

equipamentos, bebedouros e comedouros, das paredes, teto, vigas, telas, piso,

muretas e cortinas, utilizando-se jatos fortes em movimentos de cima para baixo.

Esse procedimento é dificultado quando a cama não for removida do aviário. Após

secagem proceder a desinfecção.

Nos estabelecimentos avícolas, os produtos químicos bactericidas e

germicidas são amplamente utilizados. Os bactericidas são aqueles que devem

destruir bactérias sob a forma vegetativa já, os germicidas devem eliminar todos os

microorganismos (bactérias, fungos e esporos), inclusive as formas resistentes.

Vale reforçar que qualquer alteração num destes fatores, implica na alteração

do outro para manter o mesmo nível de eficiência.Para procedimentos de

higienização eficientes nas indústrias de alimentos, é fundamental a escolha correta

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dos agentes de limpeza e desinfecção. Nesta seleção, deve-se analisar o tipo e grau

dos resíduos, a qualidade da água empregada, a natureza da superfície a ser

higienizada, os métodos de higienização aplicados e os tipos e níveis de

contaminação microbiológica.

É importante lembrar conforme mencionado por Jaenisch (2004) que não

existe o desinfetante ideal. A utilização de um único princípio ativo de forma

ininterrupta propiciará o aparecimento de amostras microbianas resistentes ao

produto utilizado. Para evitar essa resistência é necessário elaborar um programa de

desinfecção em que seja estabelecido o rodízio de diferentes princípios ativos, com

periodicidade inferior a 15 semanas.

4.7.1 Equipamentos de Limpeza e desinfecção

• Limpeza da granja:

Toda granja deve ter uma área de deposito para estoque de equipamentos de

limpeza e desinfecção, como pás, rastelos, vassouras, carrinhos, lança-chamas,

termonebulizadores, bombas costais, assim como, pulverizadores com água quente

de alta pressão e um sistema de transporte interno (quando possível). Treinar os

trabalhadores que serão responsáveis pela limpeza e desinfecção dos aviários faz

parte da busca pela qualidade do serviço. (adaptado de BARRO, 2005).

• Limpeza do nipple:

A limpeza do sistema de nipple, segundo BARRO, 2005, é um fator muito

importante. Todos os fornecedores orientam em seus manuais que sejam realizadas

limpezas durante a criação e na saída dos lotes. Seguir essas orientações e de

fundamental importância para o perfeito funcionamento do sistema.

A limpeza regular indica freqüência quinzenal. Deve-se ajustar o dosador de

medicamentos para uma concentração de 1% e utilizar uma solução de uma parte

de vinagre (branco de maca ou de álcool) e uma parte de água em recipiente próprio

para tal, deixando o sistema alimentar os tubos e bicos com essa mistura. As aves

podem beber essa solução sem problemas de saúde (adaptado de BARRO, 2005).

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A limpeza antes do final do lote deve ser iniciada nos últimos três dias de vida

do lote. O dosador de medicamentos deve ser ajustado para uma concentração de

1% e utilizar uma solução que proporcione, nos últimos bicos das linhas, uma

concentração de 5 ppm de cloro. Não ultrapassar 3 dias de limpeza com a

concentração mais alta de cloro, pois o sistema pode ser danificado (diafragma,

bicos, esferas, acentos) (adaptado de BARRO, 2005).

Na limpeza entre lotes deve-se ajustar o dosador para uma concentração de

1% e utilizar uma solução de uma parte de água e duas de vinagre. E também abrir

o registro final da linha (deve ser feito linha por linha), deixar encher toda a linha e

fechar o registro do final da linha. Esse processo deve ser repetido nas demais

linhas, deixando essa solução por 24 horas. Faz-se a limpeza do sistema, fazendo o

flushing e retirando esta solução de cada linha, limpando com água limpa. No dia da

entrada do lote, substitui-se esta água, por água limpa e tratada com cloro a 1 ppm.

Esses valores devem ser discutidos com a equipe de biosseguridade, pois, em

alguns casos, essas dosagens de cloro são insuficientes (adaptado de BARRO,

2005).

• Limpeza do dosador de medicamentos:

Dosador de medicamentos são sistemas que misturam substâncias

medicamentosas, vacinas, vitaminas, hidratantes e cloro à água de bebida e os

distribuem para os bebedouros. São muito eficientes em aviários que tem a água

limpa e sem resíduos. Após cada medicação, é fundamental o uso de água limpa

(no mínimo 10L) para que o dosador e o sistema sejam limpos, evitando o acumulo

de resíduos (adaptado de BARRO, 2005).

• Limpeza de ninhos e ovos férteis:

Más condições de limpeza de ovos férteis podem contribuir com baixas taxas

de eclosão e ma qualidade de pintos de um dia, alem de serem os ovos férteis

contaminados, fatores importantes de perpetuação e disseminação de zoonoses

(salmoneloses e campilobacterioses) (adaptado de SESTI, 2005).

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4.7.2 Produtos de eleição

Para cada função existe um produto adequado, a escolha normalmente é

determinada pelo custo-benefício.

Jaenisch (2004), fornece uma lista de produtos e os locais indicados à

aplicação.

Tabela 1: Princípios ativos de desinfetantes, respe ctivos derivados e

principais locais de uso em Avicultura.

Desinfetantes Derivados Local de Uso Fenóis Cresóis Pisos, paredes, telhados,

telas, pedilúvios, rodolúvios e na presença de matéria orgânica.

Halogênicos Cloro (hipoclorito de Sódio)

Caixas d’água, encanamentos.

Iodo (iodóforos) Pisos, paredes, telhados, pedilúvios, rodolúvios.

Alcoóis e Aldeídos Formaldeído, glutaraldeído Pisos, paredes, telhados, telas, equipamentos.

Agentes Tenso-ativos (detergentes-catiônicos)

Compostos de Amônio Quaternário

Caixas d’água, encanamentos, pisos, paredes, telhados, telas pedilúvios, rodolúvios, equipamentos.

Álcalis Hidróxido de Sódio (soda cáustica)

Pisos, paredes, teto.

Óxido de Cálcio (cal) Pisos, paredes, teto. Jaenisch, (2004)

4.8 FORNECIMENTO DA MARAVALHA

Desenvolver fornecedores idôneos de cama e um fator importante para uma

biosseguridade adequada (adaptado de BARRO, 2005).

SESTI, 2005, recomenda tratamento com antifúngico da maravalha

(desinfecção com formaldeído em solução) antes de ser colocada no ninho.

4.8.1 Retirada do lote Muito importante também é contratar um serviço organizado e responsável

para a retirada e transporte da cama ao final do lote (adaptado de BARRO, 2005).

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As equipes devem ser treinadas e da mesma maneira como com os

funcionários contratados da granja, não é permitido que tenham contato com outras

aves.

4.9 PROGRAMAS SANITÁRIOS

O uso preventivo de vacinas e medicamentos é determinado pela empresa, e

deve seguir os critérios de aceitação e permissão do MAPA, sendo a SEAB a

acompanhar todo o programa através de visitações, acompanhamento da rotina da

atividade, e relatórios mensais.

Por exemplo, em casos onde se identifica um determinado agente, e uma das

indicações é a vacinação em campanha (massal), a SEAB toma conhecimento

prévio e analisa caso a caso a real necessidade.

Vacinas são suspensões de grandes quantidades de organismos causadores

de doenças, em um diluente. Esses microorganismos são atenuados ou inativados,

natural ou artificialmente, para que só conservem as características de induzir

proteção, sem causarem danos maiores à saúde dos animais.

4.10 FÁBRICA DE RAÇÕES

Sob o aspecto sanitário, fábricas de rações que produzem para aves de corte

e reprodutoras, necessitam de estratégias que evitem a contaminação das linhas de

produção. Para minimizar tal problema, muitas fábricas utilizam linhas de produção

separadas para frangos e matrizes dentro da mesma unidade ou estabelecem

horários, e ate mesmo, dias específicos de produção de ração para reprodutoras,

fazendo a limpeza das linhas antes de se iniciar a fabricação da ração para as

matrizes (JUNIOR, 2005).

Outra medida de biosseguridade se faz através da peletização das rações

oferecidas às aves. Pode ser definida como uma aglomeração de partículas moídas

de um ingrediente ou de mistura de ingredientes, por meio de processos mecânicos,

em combinação com umidade, pressão e calor (BELLAVER & NONES, 2001). (...) A

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peletização melhora a digestibilidade dos nutrientes, aumenta a densidade do

alimento, melhora a palatabilidade aumentando o consumo, diminui as perdas pelo

animal, facilita o manejo durante o transporte evitando segregação e melhora as

condições de higiene (GADIENT, 1986).

Experiência de campo e algumas investigações cientificas conduzidas em

vários países da America e da Europa demonstram claramente que o alimento

administrado às aves pode ser uma das maiores, senão a maior fonte de

contaminação de planteis em sistemas industriais de produção de aves.

Particularmente, contaminações por Salmonella spp, Clostridium sp, varias cepas de

E. coli e fungos produtores de micotoxinas. O controle da contaminação do alimento

ingerido pelas aves tem grande efeito não somente sobre a sua saúde, como

também na saúde publica, via controle da contaminação das aves e,

conseqüentemente, menor taxa de contaminação de carcaças ao abate e dos

produtos avícolas industrializados (BLACKMAN et al., 1993; COMA, 2001).

4.11 COMPOSTAGEM

Aves mortas durante a produção de ovos e os ovos não aproveitáveis, são

destinados à compostagem. Ficam 90 dias fermentando na composteira e retirados

junto da cama de aviário na saída do lote.

A cama de aviário de matrizes não é reutilizada, e portanto após retirada do

lote, é retirada e encaminhada aos centros de compostagem de resíduos.

4.12 QUALIDADE DA ÁGUA

A qualidade da água é essencial para o bom desempenho do lote. Quando

falamos de matrizes pesadas, a importância se da devido a composição do ovo,

qualidade da água onde se administrarão vacinas, medicamentos.

Segundo SESTI, 2005, muitos fatores podem afetar a qualidade da água de

bebida das aves em modernos sistemas de produção. Entre os principais tem-se o

pH, dureza, minerais, substâncias químicas e a contaminação bacteriana.

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O ideal é tomar amostras a cada quatro meses de todas as fontes de

suprimento de água do sistema e realizar teste completo (físico-químico e

microbiológico) (SESTI, 2005).

As amostras devem ser tomadas em pelo menos três locais: poço ou fonte

origina, caixa d’água do galpão e bebedouros (ao final da linha) (SESTI, 2005).

Os biofilmes são comunidades complexas de microorganismos compostas por

densos agregados de células microbianas embebidas em uma matriz viscosa por

elas produzida e aderida a uma superfície, esses agregados celulares são

compostos por inúmeras microcolonias de células, que são atravessadas por canais

de água em áreas intersticiais vazias. O fluxo de água pelos canais intersticiais

aumenta a oferta de nutrientes para as células do biofilme. São geralmente

constituídos por diferentes espécies de microorganismos e formam-se sobre uma

grande variedade de superfícies não estéreis que seja exposta à água ou outros

líquidos também não estéreis (SESTI, 2005).

São facilmente encontrados em superfícies tais como dentes (animais e

humanos), epitélios em geral, grãos de areia, (...) maravalha, (...) canos em geral

que conduzam água e outros líquido, (...) trato intestinal de humano e animais. Para

ser considerado um biofilme, deve conter pelo menos um milhão de UFC (Unidades

Formadoras de Colônias) por cm2 (adaptado de SESTI, 2005).

Por suas características estruturais de desenvolvimento e manutenção, os

biofilmes são considerados importantes fontes de infecção inicial e continua

reinfecção nas mais diversas situações: hospitais para humanos, indústria de

alimentos em geral, granjas de produção de aves, incubatórios, abatedouros,

veículos de transportes de aves, etc. (SESTI, 2005).

Na pratica, isso significa que todas aquelas superfícies passiveis de formação

de um biofilme devem ser desinfetadas o mais freqüentemente possível, de acordo

com o tipo de operação onde essas superfícies se localizam (SESTI, 2005).

Biofilmes podem alojar os mais diversos tipos de bactérias. De importância na

avicultura e na saúde publica, sai facilmente encontrados os seguintes

microorganismos: Salmonella spp (incluindo Thyphimurium e Enteritidis);

Pseudomonas sp, Staphylococcus sp, E. coli O157:H7, diversas cepas de E.coli e

outros coliformes patogênicos para aves, Listeria monocytogenes e Yersinia

enterocolitica (SESTI, 2005).

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Um dos métodos mais comuns e efetivos de controle permanente da

proliferação microbiana na água de bebida, tanto água para animais como para

consumo humano, é a adição à água de compostos liberadores de halogênios,

principalmente o cloro, como no caso da cloração da água (SESTI, 2005).

Em baixas concentrações é utilizado como desinfetante permanente, e em

altas concentrações como desinfetante para limpeza e desinfecções do sistema

armazenador e condutor da água (SESTI, 2005).

A medição do cloro na água de bebida em aviários deve ser feita em água

coletada do bebedouro mais distante da caixa d’água. A concentração recomendada

de cloro livre é de 3 a 5 ppm. A cloração bem realizada faz com haja um melhor

desempenho zootécnico e previne o crescimento bacteriano excessivo quanto a

formação de biofilmes no sistema de água de bebida (SESTI, 2005).

4.13 CONTROLE DE PRAGAS

O controle integrado consiste em um conjunto de medidas preventivas e

corretivas que tem por objetivo manter as pragas dentro de um nível mínimo de dano

econômico. Essas medidas acompanhadas do controle químico apresentam grande

eficácia no controle de pragas.

Os aviários devem implantar um programa contínuo de controle de pragas

(insetos, roedores), que consiste na implantação de medidas preventivas e

corretivas que tem por objetivo manter as pragas fora das edificações de forma que

não venham a transportar agentes infecto-contagiosos às aves.

Esse controle deve ser feito por pessoal treinado e supervisionado por

profissional com entendimento e conhecimento sobre as pragas, seu ciclo de vida,

os intervalos de tempo decorridos desde o ovo até a fase adulta, seus hábitos, em

qual estagio causa maior problema e em qual é mais fácil combatê-lo, seus

alimentos preferidos e seus esconderijos prediletos.

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Técnicas para o controle integrado:

Buscar obstruir todas as passagens ou local que possam servir de abrigo para

as pragas, fazendo um cinturão de isolamento ao redor das edificações, com

armadilhas e iscas, evitando assim que as pragas venham a adentrar nas

edificações.

Fazer monitoramento e inspeções constantes das instalações, pátios e

arredores de forma a verificar se há novas instalações e se há necessidade de

novas medidas preventivas ou controle químico mais constante.

Educação e Conscientização dos Funcionários que atuam no Aviário- É a fase

mais importante junto às medidas preventivas, pois com isso reduz-se os custos em

mão-de-obra, programas, barreiras, armadilhas e produtos químicos.

• Roedores:

A infestação de roedores em qualquer local é sempre um problema grave a

ser enfrentado. Os roedores competem com a população humana em consumo de

alimentos, causando enormes prejuízos econômicos e inutilizam, anualmente, cerca

de 4 a 8% da produção nacional de cereais, raízes e sementes. Esse prejuízo é

freqüentemente causado pela ingestão, pois todos os dias consomem

aproximadamente 10% de seu peso corpóreo. Além disso, danificam três vezes mais

aquilo que consomem, contaminando com fezes, pêlos e roeduras sacarias,

máquinas e equipamentos, provocando rompimento e ou degradação dos mesmos.

Os roedores também são responsáveis pela destruição de materiais como cabos

elétricos e telefônicos, podendo até provocar incêndios em decorrência de curtos-

circuitos. Certos autores estimam que mais de 1/4 dos incêndios acidentais sejam

causados por roedores. Além desses graves inconvenientes, são responsáveis por

várias zoonoses, como tifo, salmonelose, triquinose, hantavirose e lepstopirose.

Dotados de instintos apurados, prolíficos, extremamente habilidosos e resistentes,

esses mamíferos conseguem sobreviver e proliferar em diversos ambientes, graças

a uma adaptabilidade extraordinária. Exigem, para o seu controle, um profundo

conhecimento sobre sua biologia e seus diferentes hábitos. Dentre as espécies que

podem ser encontradas no Brasil, as que vivem mais próximas aos humanos são:

1. Mus musculus: (camundongo).

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2. Rattus norvegicus: (ratazana ou rato do esgoto).

3. Rattus rattus: (rato de telhado, rato preto ou rato de paiol).

Os roedores sinantrópicos (que convivem no mesmo ambiente do homem)

são divididos em duas categorias: roedores silvestres e roedores urbanos. Apesar

de os roedores silvestres poderem transmitir doenças importantes como a

hantavirose, são os roedores urbanos que possuem maior importância em termos de

saúde pública, estando associados principalmente à ocorrência da leptospirose e da

peste, além de serem vetores em potencial de transmissão de todas as

enfermidades transmitidas pelos ratos silvestres, por pertencerem à mesma família e

por transitarem em ambientes comuns.

Controle:

O controle dos roedores é feito através da colocação de armadilhas ao redor

da cerca que circunda o núcleo, ao redor dos aviários, em áreas de trânsito, em

pontos superiores (forro), conforme orientação do fornecedor de escolha, utilizar as

iscas que podem ser pellets ou blocos, realizar inspeção quinzenal ou conforme grau

de infestação (maior freqüência em locais infestados ou menor freqüência em locais

menos infestados).

Manter a grama baixa durante o andamento do lote.

Durante o intervalo do lote, vistoriar todas as possíveis tocas, utilizar

apresentações indicadas para atacar estes locais.

• Insetos:

Ao transformar o ambiente natural em área rural ou urbana, o homem provoca

modificações radicais na flora e na fauna locais. Por um lado, verifica-se a extinção

da maioria das espécies nativas; por outro, a adaptação de algumas espécies ao

ambiente perturbado, onde passam a se beneficiar do material orgânico acumulado.

Entre os insetos de interesse médico-sanitário que ocorrem nos meios modificados

pelo homem, destacam-se os dípteros muscóides, que assumem importante papel

não só no campo da ecologia, como também no da saúde pública, pois os adultos

são vetores mecânicos de inúmeros patógenos para o homem e para animais, como

Salmonella spp, Escherichia coli, Streptococcus spp, Staphylococcus spp e

Bordetella spp, além de transmitir doenças protozoárias.

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As moscas são um sério problema em granjas de postura comercial onde as

gaiolas ficam distantes do solo, ocorrendo acúmulo de esterco na parte inferior. Já

em galpões de matrizes ou de frangos de corte, não é um problema freqüente.

Várias espécies de moscas podem causar problemas nas granjas avícolas; no

entanto, a espécie que gera preocupação predominante para a agroindústria e

pecuária é a mosca doméstica (Musca domestica). Várias espécies de moscas

podem ser encontradas com maior ou menor freqüência no interior das residências,

mercados, abatedouros, feiras livres, restaurantes e outros locais.

Em condições normais de vida, a Musca domestica pode transmitir agentes

patogênicos, como vírus, protozoários, bactérias e ovos de helmintos, constituindo

um risco à saúde humana e à dos animais.

Em estudos realizados com a mosca doméstica, verificou-se que ela

raramente age como hospedeiro intermediário, atuando quase sempre como vetor

mecânico, e apresenta três mecanismos distintos de transmissão.

Transmissão de doenças

a) Ingestão de agentes patogênicos e eliminação dos mesmos em suas fezes;

b) Regurgitamento de agentes patogênicos após armazenamento temporário

no proventrículo e sua deposição em gotas de vômitos, utilizadas para facilitar a

ingestão de determinados alimentos;

c) Disseminação de germes no substrato alimentar com auxílio das pernas e

labelo. É muito difícil fazer uma estimativa prática do impacto econômico causado

pela infestação de moscas devido à ampla margem de flutuação dos parâmetros

econômicos no setor da produção animal. Além de transmitir doenças, as moscas

podem ser um problema quando os ovos ficam manchados com seus excrementos e

vômitos, pois muitos deles podem ser focos de salmonelas.

O aumento da população de moscas pode se tornar um grande transtorno,

pois, como os trabalhadores das granjas de aves e suínos consideram incômoda e

muito desagradável sua presença, podem ocasionar problemas de ordem

trabalhista. Quando a urbanização se expande em direção às zonas rurais, podem

ocorrer reclamações contra os produtores, o que pode resultar em ameaças de

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fechamento dos estabelecimentos, uma vez que normalmente esses insetos se

desenvolvem no ambiente de produção e invadem as áreas residenciais vizinhas.

Biologia das moscas

As moscas adultas vivem cerca de uma semana apenas. Copulam logo após

eclodirem da pupa ou 24 horas após. Durante sua vida, uma fêmea põe de 350 a

900 ovos, os quais são depositados diretamente sobre dejetos acumulados junto às

instalações ou no chão, onde levam apenas um dia para eclodir. A proliferação

também ocorre nas proximidades, junto aos pontos de acúmulo de esterco ou de

matéria orgânica úmidos.

Controle:

O controle dos insetos é feito através de aspersão de produtos indicados para

controle de insetos que possam ser administrados durante o andamento do lote, nos

locais de maior infestação, como por exemplo, pátios e composteira. Manter os

locais limpos é a maior contribuição para o não aparecimento destas pragas.

Em períodos de chuva (verão) intensificar as monitorias, conseqüentemente

diminuir o intervalo entre aplicações.

• Cascudinhos:

O cascudinho ou escaravelho-da-cama ou ainda besouro-da-cama,

Alphitobius diaperinus (Panzer), besouro da família Tenebrionidae, é originário do

leste da África onde está associado a ninhos de aves e morcegos. A expansão da

avicultura industrial em sistemas de confinamento, nas últimas três décadas,

propiciou a este inseto um habitat ideal para o seu desenvolvimento, tornando-o um

problema mundial.

Em criações intensivas de aves de produção, estes besouros podem se tornar

um sério problema, proliferando-se em grandes quantidades na cama, onde larvas e

adultos se criam na ração derramada e no esterco. Em aviários de postura em

gaiolas este inseto pode ser também encontrado, porém em menor número, não

constituindo um sério transtorno. Sua importância econômica tornou-se evidente por

ser o berço de vários agentes patogênicos, tais como fungos (Aspergillus), bactérias

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(Escherichia, Salmonella, Bacillus, Streptococcus), viroses (Marek, Gumboro,

Fowlpox, Newcastle, Influenza aviária), oocistos de coccídios (Eimeria spp) e tênias

(Choanotaenia e Raillietina).

A transmissão destes agentes patogênicos ocorre quando os frangos e os

perus ingerem larvas e besouros infectados: durante os primeiros dez dias de vida

os frangos de corte podem consumir cerca de 450 larvas/ave/dia; os perus por sua

vez consomem cerca de 200 larvas/ave/dia mesmo que tenham alimento à sua

disposição. A micotoxina F-2, produzida pelo fungo Fusarium roseum pode perdurar

no cascudinho ao longo de suas etapas de metamorfose. A persistência desta

micotoxina durante vários estádios evolutivos do besouro aponta para a

possibilidade de que outros agentes patogênicos possam durar da mesma forma. Se

esta passagem estiver perdurando ao longo dos diferentes estádios evolutivos, isto

poderia explicar porque certas doenças parecem endêmicas em algumas unidades

produtivas, apesar da grande limpeza e dos esforços por melhorar a desinfecção.

Outro dano significativo causado pelo cascudinho consiste em furos nos

painéis de isolamento dos galpões, que prejudicam a capacidade de isolamento e

pode chegar até 26% de perda de capacidade, além da destruição do material

isolante, em países temperados. Também são freqüentes as reclamações dos

vizinhos cujas casas ficam seriamente infestadas por estes insetos quando a cama

infestada é removida. Os galpões avícolas com um chão sujo abrigam também as

larvas e adultos que se escondem em solo profundo. Estas larvas só serão

efetivamente controladas por meio de um larvicida. Finalmente, as infestações por

cascudinhos são um importante problema muitas vezes subestimado pelos

granjeiros e veterinários por falta de informação.

O ciclo de vida do cascudinho leva de ovo até a fase adulta de 15 a 150 dias

dependendo da temperatura e umidade. Os cascudinhos alimentam-se de quase

tudo e não possuem inimigos naturais. São muitos ativos à noite e aglomeram-se

sob os comedouros; ripas de madeiras e aves mortas e moribundas. Os adultos que

costumamos ver representam apenas uma parcela do total da população de

besouros, e nisto reside o problema. O inseto atinge a fase adulta após uma série de

estádios (ovos, larvas e pupas).

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A larva tem de 6 a 12 instares (média de 7,5) durante uma média de 66 dias em

temperatura de 21oC e umidade de 74%. Se houver muita variação de temperatura e

umidade pode-se mudar (45 a 100 dias). Cada instar leva de 3 a 11 dias ou mais. As

larvas no decorrer do seu desenvolvimento pode atingir 11mm até o último estádio.

Elas tem cor branca creme quando saem dos ovos, tornando-se amarelado com

coloração marrom em placas. A larva é essencialmente carnívora, alimentando-se de

aves mortas. Também comem ração ; esterco; fungos ou outra matéria orgânica do

galpão. Se ocorrer uma super população, isto pode levar ao canibalismo das larvas

maiores e adultos contra as menores e ovos.

Controle:

O controle do cascudinho é feito através da aspersão de inseticidas sobre a

cama para controlar as larvas. Deve-se também aspergir inseticidas nas paredes para

controlar os adultos e as larvas que migram.

• Aves silvestres:

Constatando a presença de grande quantidade de aves silvestres nas

redondezas, iniciar procedimentos de verificação nas instalações, procurando observar

frestas que possibilitem entrada nos aviários, impedir o acesso á área interna do aviário

(ração) através do manejo de portas fechadas e revisão de todas as passarinheiras.

Observar durante a descarga de ração no silo se está havendo algum

vazamento de ração, se este realmente esta fechado após descarregamento de ração.

Se ainda assim o aglomerado estiver ofertando risco de contaminação, entrar em

contato com órgãos fiscalizadores e informar sobre a alta densidade destas aves ao

redor da atividade e aguardar ações.

4.14 BEM ESTAR ANIMAL

O conceito de Bem-Estar-Animal (BEA) foi, em seu inicio, estabelecido dentro

de parâmetros de natureza muito ampla e de aspectos pouco científicos e, portanto,

de difícil aceitação por países produtores. Condições ruins de BEA são

freqüentemente relacionadas com altos níveis de estresse, seja térmico ou

“psicológico, em animais. Indicadores de BEA podem também ser relacionados com

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a habilidade do animal em conviver com certa situação, sem que cause dor ou outro

tipo de sofrimento mensurável (NAAS et al., 2005).

Para a definição do BEA, alguns conceitos devem ser apontados, como as

definições relacionadas com as chamadas Cinco Liberdades que devem ser

atendidas na produção intensiva:

Liberdade psicológica: de não sentir medo, ansiedade ou estresse;

Liberdade comportamental: de expressar seu comportamento normal;

Liberdade fisiológica: de não sentir fome ou sede;

Liberdade sanitária: de não estar exposto a doenças, injurias ou dor;

Liberdade ambiental: de viver em ambiente adequado, com conforto.

A idéia desses conceitos esta simplesmente vinculada ao fato de que os

animais não precisam sofrer sacrifícios desnecessário para servirem de alimentos ao

homem (NAAS et al., 2005).

São vários os agentes causadores de problemas relacionados ao BEA das

aves, dentre eles estão os físicos (ruídos, exposição a poeiras), os químicos (gases

tóxicos e odores, qualidade de água de bebida) e os de manejo (debicagem).

Os poluentes do ar podem ser classificados em pó, emanações, fumaça,

neblina, orvalho, vapores e gases, podendo carrear materiais biológicos, tais como

pólen, pelos e microorganismos, de uma forma geral. Variando de 5 a 30 ppm de

amônia para cada 500kg de Peso Vivo (PV) provoca nas aves irritação das

mucosas, e acima de 20 ppm, pode causar até cegueira (adaptado NAAS et al.,

2005).

Durante estudos sobre a composição da sedimentação de poeira em criação

de aves, gados e suínos, HARTUNG (1992) observou que 85% dessa sedimentação

consiste em matéria orgânica, e 80% do ar nessas criações são estafilococos e

estreptococos. Fungos e leveduras podem formar mais que 1%. Dentre as espécies

estão Penicillium e Aspergillus (adaptado NAAS et al., 2005).

O sistema mucociliar das via aéreas superiores evita acesso de poeira,

bactérias, fungos e vírus ais pulmões e sacos aéreos, porem a amônia gerada da

degradação do excremento das aves, quando em grande quantidade pode reduzir a

atividade do sistema mucociliar (adaptado NAAS et al., 2005).

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A presença de altas concentrações de amônia em aviários, pode, portanto,

ser um indicador de agressividade ambientam as aves alojadas (NAAS et al., 2005).

Sobre ruídos, no galpão de produção, o nível acima de 85db recomenda uso

de protetores auriculares pelos trabalhadores. Pouco se estuda o ruído como forma

de vocalização da ave ou como uma possível demonstração de bem estar. Podem

eles ser gritos de agonia, cacarejos curtos, cacarejos de expressão de baixa energia

e cacarejos prazerosos. Animais isolados apresentaram sempre vocalização mais

alta e mais freqüente (adaptado NAAS et al., 2005).

Ainda e pouco conhecida a maneira pela qual as diferentes espécies de aves

respondem a estados de sofrimento e estresse.

Durante estresse térmico, as aves alteram seu comportamento para auxiliar a

manutenção da temperatura corporal dentro de limites normais.

PERRE et al. (2002) e DAWKINS (1995) definem:

Comportamento ofensivo: ataques simultâneos entre as aves; ataque direto

com o bico sobre a cabeça de outra ave; postura ereta de afrontamento; corrida

atrás de outra ave e confronto face a face;

Comportamento defensivo: a corrida da ave distanciando-se de outra; uma

ave evitando a proximidade de outra; a ave corre de outra com medo aparente e

postura de submissão.

Comportamento agressivo: somatório da visualização comprovada das duas

situações.

4.15 CONTROLE E REGISTRO DE VISITAS

É muito importante controlar as visitas ao sistema de produção, ou então

proibir totalmente a visitação em determinados períodos da atividade, restringindo

apenas àquelas de real necessidade (visitas técnicas, manutenção, proprietário).

Quando a visita ocorrer, deve haver obrigatoriamente o registro detalhado em livro,

que fica localizado em cada núcleo, enquanto houver atividade.

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5 CONCLUSÃO

O objetivo deste projeto foi identificar/ seqüenciar/ enumerar os pré-requisitos

para se iniciar uma atividade avícola cumprindo-se a legislação em andamento, e

também compartilhar os principais pontos que tornam um programa de

biosseguridade efetivo e eficaz, capaz de proporcionar uma estabilidade à produção

avícola em questão; e apresentar adequações à baixos custos de implantação que

fazem a diferença na rotina desta atividade (competitiva e de valor agregado muito

alto). Vale lembrar que revisões e reciclagens constantes são necessárias para que

o programa e trabalhos de educação sanitária obtenham êxito.

O sucesso também ocorre com uma parceria transparente com os setores

públicos, que objetivam viabilizar as atividades do ramo privado.

É fundamental estar atento às novas tendências e tecnologias de mercado, às

mudanças na legislação federal, estadual, acompanhar novos procedimentos

técnicos sinalizados e executados pelo setor e acompanhar a situação sanitária dos

plantéis, região, estado, país e mundo; aplicar o que for possível respeitando as

condições, hierarquia dentro do grupo, ter atuação técnica sensata, ética, moral e no

momento adequado à medida que a situação solicita.

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