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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Centro de Ciências Sociais e Aplicadas Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis IMPLEMENTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE RISCOS OPERACIONAIS NA ÁREA DE RECEBIMENTO INTEGRADO: UMA ABORDAGEM INTERVENCIONISTA EM UMA EDITORA NACIONAL Wilson de Moraes São Paulo 2017

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Centro de Ciências Sociais e Aplicadas

Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis

IMPLEMENTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE RISCOS

OPERACIONAIS NA ÁREA DE RECEBIMENTO

INTEGRADO: UMA ABORDAGEM INTERVENCIONISTA

EM UMA EDITORA NACIONAL

Wilson de Moraes

São Paulo

2017

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Wilson de Moraes

Implementação do gerenciamento de riscos operacionais na área de

Recebimento Integrado: Uma abordagem intervencionista em uma Editora

Nacional

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Ciências

Contábeis da Universidade Presbiteriana

Mackenzie como requisito parcial para

obtenção do título de Mestre em

Controladoria Empresarial.

Orientadora: Prof. Dra. Liliane Cristina Segura

São Paulo

2017

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M827i Moraes, Wilson de Implementação do gerenciamento de riscos operacionais na área de

recebimento integrado: uma abordagem intervencionista em uma editora nacional / Wilson de Moraes - 2017.

93 f. : il. ; 30 cm

Dissertação (Mestrado em Controladoria Empresarial) Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2017.

Orientação: Profª. Drª. Liliane Cristina Segura

Bibliografia: f. 82-91

1. Gerenciamento de riscos operacionais. 2. COSO. 3. Control Self Assessment (CSA). 4. Abordagem intervencionista. I. Título.

CDD 658.4012

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Reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie

Prof. Dr. Benedito Guimarães Aguiar Neto

Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação

Profa. Dra. Helena Bonito Couto Pereira

Diretor do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas

Prof. Dr. Adilson Aderito da Silva

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis

Prof. Dr. Henrique Formigoni

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WILSON DE MORAES

IMPLEMENTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE RISCOS

OPERACIONAIS NA ÁREA DE RECEBIMENTO INTEGRADO: UMA

ABORDAGEM INTERVENCIONISTA EM UMA EDITORA NACIONAL

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Ciências

Contábeis da Universidade Presbiteriana

Mackenzie como requisito parcial para

obtenção do título de Mestre em Controladoria

Empresarial.

Orientadora: Prof. Dra. Liliane Cristina Segura

Aprovada em

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª Dr.ª Liliane Cristina Segura

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Prof.ª Dr.ª Cecilia Moraes Santostaso Geron

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Prof. Dr. Joshua Onome Imoniana

Universidade de São Paulo

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À minha esposa Simone, pelo constante

incentivo e apoio em todos os momentos

difíceis.

Ao meu filho Guilherme, pela parceria,

compreensão e carinho.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Walter Moacyr de Moraes (in memoriam) e Neusa Uvo de Moraes,

pelo amor e carinho ofertados durante minha formação e ao longo da minha vida, que se

refletem no ser humano que sou.

A minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Liliane Cristina Segura, que durante todo o

processo me auxiliou não apenas com conhecimentos técnicos e científicos, mas também me

incentivando e apoiando em diversos momentos.

Aos Professores Doutores Cecilia Moraes Santostaso Geron e Joshua Onome

Imoniana, participantes da banca examinadora, cujas sugestões possibilitaram significativas

melhorias no presente trabalho.

Aos Professores Doutores José Carlos Tiomatsu Oyadomari e Henrique Formigoni,

pela disponibilidade, pelo apoio e pelas sugestões ao longo do trabalho.

Aos professores da Universidade Presbiteriana Mackenzie, mesmo aqueles com os

quais não cursei disciplinas complementares, por se prontificarem sempre a colaborar com este

projeto.

Ao Professor Doutor Ivan Carlos Alcântara de Oliveira, um primo dedicado e

prestativo que sempre me auxiliou e colaborou com a execução deste trabalho.

Aos gestores e funcionários da Editora Nacional, empresa objeto deste trabalho,

sem o empenho dos quais não teria sido possível coletar as informações necessárias e concluir

este projeto.

Aos meus amigos e a minha família, pessoas especiais em minha vida. E a Deus,

que me deu saúde, força e perseverança, permanecendo ao meu lado em todo o percurso dessa

caminhada.

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Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um

novo começo, qualquer um pode começar

agora e fazer um novo fim.

(Francisco Cândido Xavier)

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RESUMO

A gestão de riscos é um dos mais importantes recursos para a sobrevivência das

organizações. Em um cenário de demanda por transparência e confiabilidade nas

demonstrações financeiras, o adequado gerenciamento de riscos operacionais é preocupação

cada vez mais presente. Em razão disso, a gestão de riscos torna-se um instrumento de extrema

importância para minimizar as ocorrências de perdas nas organizações. Porém, a literatura sobre

o assunto aborda, principalmente, empresas do setor financeiro, havendo uma carência de dados

para organizações pertencentes aos demais setores do mercado. É nesse contexto que o presente

estudo teve como objetivo principal a implementação do gerenciamento de riscos operacionais

na área de Recebimento Integrado (RI) de uma Editora Nacional. As análises deste trabalho

tiveram por base os conceitos da metodologia COSO (Committee of Sponsoring Organizations

of the Treadway Commission) e foram viabilizadas com a utilização da metodologia CSA

(Control Self Assessment) e da abordagem intervencionista. A metodologia CSA estabelece a

identificação dos riscos pelos gestores da área em análise, porém, nesse trabalho, com o intuito

de se obter contribuição para a teoria, foram apurados dados referentes a todos os funcionários

da área de RI. Posteriormente ao levantamento de dados, as implementações das ações

corretivas necessárias foram discutidas e negociadas junto ao gerente da área. O resultado

apurado demonstrou sucesso no processo de implementação, destacando que a participação de

todos os funcionários da área para apuração de fragilidades é benéfica e salutar para o negócio.

O principal ganho verificado foi a disseminação da cultura de riscos entre os participantes deste

trabalho e uma melhoria no ambiente de controle para a empresa. Os resultados devem ser

analisados considerando-se as limitações deste trabalho, que estudou uma empresa em um setor

específico. Para tanto, como sugestão de pesquisas futuras, há a necessidade de se ampliar o

número de empresas e áreas internas a serem estudadas, comparando-se as conclusões com as

do presente trabalho.

Palavras-chave: Gerenciamento de riscos operacionais. COSO. CSA. Abordagem

intervencionista.

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ABSTRACT

Risk management is one of the most important features for the survival of

organizations. In a background in which transparency and reliability are fundamental

cornerstones in financial statements, appropriate management of operational risks is a growing

concern. As a result, risk management is increasingly necessary and a vital tool to reduce the

opportunities for deviations from the route plan. However, the literature on the subject

addresses, mainly, companies in the financial sector, showing a lack of data for organizations

in other industries. Within this context, this study aims to present the implementation of

operational risk management in the Integrated Receiving (IR) area of a National Publisher. The

analysis of this study was based on the concepts of COSO (Committee of Sponsoring

Organizations of the Treadway Commission) methodology and made possible using Control

Self Assessment (CSA) methodology, in addition to the interventionist approach. CSA

methodology provides the identification of risks by managers of the area under analysis.

However, in order to develop a theoretical contribution, this study analyzed data referring to

employees in IR area. After data were collected, the implementations of the necessary

corrective actions were discussed and negotiated with the concerned manager. The result was

a success throughout the whole process of implementation; in addition, the participation of all

employees were beneficial and constructive for the company in order to determine weaknesses

of the area. The main benefit observed was the dissemination of the risk culture among the

participants of this work and an improvement in the control environment for the company.

Results should be analyzed considering the limitations of this work, as the company studied

belongs to a specific sector. Therefore, as a suggestion for future research, there is a need to

expand the number of companies and internal areas to be studied, comparing the conclusions

with those of this study.

Key words: Operational risk management. COSO. CSA. Interventionist approach.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Técnicas de Medição de Riscos.......................................................................... 37

Tabela 2 Pesquisas Realizadas no Portal CAPES.............................................................. 43

Tabela 3 Cargos que Compõem a Área de RI................................................................... 50

Tabela 4 Divisão dos Funcionários de RI por Localidade de Trabalho............................ 59

Tabela 5 Funcionários de RI que Participaram do Workshop........................................... 61

Tabela 6 Quantidade de Riscos Informados pelos Funcionários de RI............................. 64

Tabela 7 Riscos Novos Informados pelos Funcionários de RI após Entrevista

Estruturada......................................................................................................... 67

Tabela 8 Alteração da Classificação de Riscos após Entrevista Estruturada.................... 67

Tabela 9 Riscos Informados pelos Funcionários de RI após Entrevista........................... 67

Tabela 10 Consolidação de Riscos por Processo – Área de RI........................................... 69

Tabela 11 Classe e Avaliação dos Riscos Apontados......................................................... 74

Tabela 12 Resposta aos Riscos de Alta Relevância............................................................ 74

Tabela 13 Resposta aos Riscos de Média Relevância......................................................... 75

Tabela 14 Quantidade de Processos Mencionados no Levantamento de Riscos................. 77

Tabela 15 Quantidade de Funcionários que Identificou Riscos em Cada Processo............ 78

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fatores de Risco Operacional................................................................................ 23

Figura 2 Conceito de Risco Operacional............................................................................. 24

Figura 3 Guia de Princípios para Mensuração de Riscos Operacionais.............................. 32

Figura 4 Processo de Mensuração dos Riscos Operacionais............................................... 34

Figura 5 Matriz Probabilidade × Impacto....................................................................... 39

Figura 6 Decisões de Mitigação / Controle de Risco Operacional...................................... 39

Figura 7 Representação do Processo de Pesquisa Intervencionista.................................... 47

Figura 8 Etapas do Projeto de Pesquisa.............................................................................. 56

Figura 9 Planilha de Levantamento de Riscos da Área de RI............................................. 63

Figura 10 Matriz Probabilidade × Impacto dos Riscos Consolidados da Área de RI.......... 71

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 Classificação dos Riscos de RI............................................................................. 70

Gráfico 2 Classes dos Riscos Identificados pelos Funcionários de RI................................. 72

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LISTA DE ABREVIATURAS

AAC Autoaavaliação de Controles

ADR American Depositary Receipts

AmCham American Chamber of Commerce

ARUM Automated Risk and Utility

Capes Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior

COSO Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission

CSA Control Self Assessment

ERM Enterprise Risk Management

ERP Enterprise Resource Planning

FMEA Failure Mode and Effect Analysis

IBGC Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IIA Instituto dos Auditores Internos

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

ISO International Organization for Standardization

ISRAM Information Security Risk Analysis Method

PCAOB Public Company Accounting Oversight Board

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

RI Recebimento Integrado

SEC Securities and Exchange Commission

SOX Sarbanes-Oxley Act

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 15

1.1. JUSTIFICATIVAS E CONTRIBUIÇÕES............................................................. 18

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................... 20

2.1. RISCOS.................................................................................................................. 20

2.1.1. Riscos Operacionais............................................................................................. 22

2.1.1.1. Sarbanes-Oxley Act (SOX) ................................................................................... 25

2.1.1.2. Lei Anticorrupção.................................................................................................. 26

2.1.2. Gestão de Riscos Operacionais........................................................................... 27

2.1.2.1. Identificação dos Riscos Operacionais.................................................................. 30

2.1.2.2. Medição dos Riscos Operacionais......................................................................... 31

2.1.2.3. Avaliação dos Riscos Operacionais....................................................................... 38

2.1.2.4. Mitigação dos Riscos Operacionais – Autoavaliação dos Controles..................... 40

2.2. PESQUISAS ACADÊMICAS SOBRE O TEMA PROPOSTO............................ 42

3. METODOLOGIA................................................................................................ 45

3.1. TIPO DE PESQUISA............................................................................................. 45

3.1.1. Pesquisa Intervencionista.................................................................................... 46

3.2. INSTITUIÇÃO ANALISADA.............................................................................. 48

3.2.1. Situação Identificada........................................................................................... 48

3.2.2. Situação Atual da Área de RI............................................................................. 50

3.3. PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS.................................................. 51

3.3.1. Utilização de Questionário................................................................................... 52

3.3.1.1. Preparação do Questionário................................................................................... 53

4. ETAPAS DO PROJETO..................................................................................... 56

4.1. CRIAÇÃO E COMPARTILHAMENTO DO CONHECIMENTO....................... 57

4.1.1. Desenho dos Fluxos Operacionais....................................................................... 57

4.1.2. Workshop de Gerenciamento de Riscos Operacionais...................................... 58

4.1.2.1. Planejamento do Workshop.................................................................................... 58

4.1.2.2. Realização do Workshop.......................................................................................... 60

4.1.3. Identificação dos Riscos Operacionais pelos Funcionários de RI.................... 64

4.1.4. Entrevista Estruturada com os Funcionários de RI.......................................... 65

4.1.4.1. Consolidação dos Riscos Apontados pelos Funcionários de RI após Entrevista.... 68

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5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS.................................... 70

5.1. TRATAMENTO DOS RISCOS............................................................................. 70

5.1.1. Avaliação dos Riscos............................................................................................. 70

5.1.2. Mitigação dos Riscos............................................................................................. 73

5.2. IMPLEMENTAÇÃO E MONITORAMENTO DAS AÇÕES CORRETIVAS.... 76

5.3. OUTRAS CONCLUSÕES IDENTIFICADAS APÓS IMPLEMENTAÇÃO DO

PROJETO ............................................................................................................... 76

5.3.1. Mudança em Relação à Percepção da Importância da Área pelos

Funcionários de RI................................................................................................ 76

5.3.2. Comprovação do Nível de Conhecimento dos Funcionários de RI quanto

aos Procedimentos Operacionais sob a Responsabilidade da Área.................. 77

5.3.3. Implementação do Projeto “Gerenciamento de Riscos Operacionais”

em Outras Áreas da Editora Nacional................................................................ 78

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 79

7. REFERÊNCIAS.................................................................................................... 82

ANEXO................................................................................................................................ 92

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1. INTRODUÇÃO

A gestão de riscos vem sendo tratada como fator de grande importância pelas

empresas atualmente. Porém, essa preocupação não tem seu início na época atual. Segundo

Bernstein (1997, p. 3), “[...] o estudo mais aprofundado sobre riscos inicia-se no Renascimento,

quando as pessoas se libertaram das restrições do passado e desafiaram abertamente as crenças

consagradas”.

O risco está sempre presente no nosso dia a dia , no simples ato de atravessar a rua,

na decisão de onde devemos aplicar nossas economias, ao decidir por um novo emprego e até

mesmo ao segurarmos uma criança no colo. Para todas as nossas ações geramos uma reação,

que pode ser favorável ou não. Este fato não é diferente para as empresas, onde o risco está

atrelado a toda a sua operação, desde fatos administrativos até ações operacionais. Bernstein

(1997, p. 8) menciona que “[...] risco deriva do italiano antigo risicare, que significa ousar.

Neste sentido, o risco é uma opção, e não um destino”.

Neste contexto, as empresas devem avaliar os riscos a que estão expostas em suas

operações, em relação às exigências do mercado, atentando para normas e regulamentações a

seguir e implantando controles internos capazes de assegurar o mais eficiente processo

operacional.

Porém, a evolução dos negócios e a alta competição entre as empresas começou a

expor fragilidades, culminando em escândalos financeiros internacionais famosos, como

Bankers Trust (1994), Credit Lyonnais (1993), Barings Bank (1995), Sumitomo Company

(1996), Enron (2001), WorldCom (2002), entre outros. Surgiu então a necessidade de mercados

mais regulados e com mecanismos que proporcionariam mais estabilidade e transparência nas

transações.

Este cenário gerou novas regulamentações em relação ao mercado financeiro, como

o acordo firmado entre os bancos centrais de diversas nações – Acordo de Capitais da Basileia

– e, para as companhias abertas listadas nas bolsas americanas, houve a promulgação do

Sarbanes-Oxley Act (2002), também conhecida por SOX. Essas medidas tiveram por objetivo

desenvolver mecanismos para proporcionar maior estabilidade e dar mais transparência ao

mercado, dando maior destaque ao processo de gerenciamento de riscos corporativos nas

empresas nacionais e internacionais.

No Brasil, o crescimento da importância da gestão de riscos fica mais destacado

com a Resolução nº 3.380/2006 do Banco Central do Brasil, que define em seu artigo 1º

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“Determinar às instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco

Central do Brasil a implementação de estrutura de gerenciamento do risco operacional”

(BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2006), o que deveria ocorrer a partir do ano de 2007.

Outro fator relevante foi a promulgação da Lei nº 12.846/2013, pela Presidência da

República Federativa do Brasil, que dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de

pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.

A referida lei exige das empresas a necessidade de implementação de controles internos

operacionais para garantir que a relação entre entidades públicas e privadas seja transparente e

não tendenciosa à corrupção, fato este punido com pesadas multas, além de retratação pública

(BRASIL, 2013).

Com isso, o nível de expertise dos responsáveis pela gestão de riscos culminou em

uma sensível melhora, sendo atualmente “[...] improvável encontrar um tomador de decisões

que não tenha, pelo menos, noção dos estragos que possam ser causados em decorrência de um

tratamento inadequado de situações [...]” (SANTOS, 2010, p. 11).

Essas novas exigências e determinações passam pelo controle dos riscos

operacionais que, segundo Chorafas (2004), estão presentes em empresas com negócios

regulados ou não, que possuem administração centralizada ou descentralizada, com alta ou

baixa tecnologia, tendo sua base em território nacional ou internacional, com produtos

complexos ou simples em seu portfólio.

Em pesquisa realizada em julho de 2012 pela Câmara Americana de Comércio –

American Chamber of Commerce – AmCham, com executivos de 140 empresas, podemos

entender a relevância do assunto, pois o tipo de risco considerado de maior relevância foi o

Risco Operacional (25,7% dos respondentes). Adicionalmente, 33% das empresas responderam

ter uma área exclusiva para o controle das perdas potenciais, e outras 24% responderam que a

área responsável por esse controle na empresa não se dedicava exclusivamente a isso, mas está

relacionada ao tema, como a Auditoria Interna.

Apesar do grau de importância mencionado na pesquisa, verificou-se que 43% das

empresas ainda não possuem um processo efetivo de controle dos riscos operacionais; 22,5%

responderam que não realizam ações de controle, e outros 20,5% dizem que apenas ações

pontuais de gerenciamento dos riscos são realizadas pelas áreas de negócios.

Considerando a relevância do tema, tanto nacional como internacional, o autor deste

estudo analisou a situação da Editora Nacional1 e concluiu pela necessidade de implementação

1 O nome da Editora Nacional foi alterado para preservar o sigilo da empresa.

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do processo de controle de riscos na empresa. Essa conclusão foi baseada no fato de que

recentemente a empresa em questão, motivada pela atual crise econômica vivenciada pelo

Brasil, teve de realizar ajustes internos, ocasionando a diminuição do quadro de funcionários.

Como consequência, a área de Auditoria Interna identificou uma sensível

diminuição do nível de controles internos que suportam a operação.

O autor, como proposta de ação, levou ao conhecimento da Diretoria da Editora

Nacional os fatos que qualificavam a importância desse projeto na empresa, apresentando o

tema, as justificativas e expectativas do projeto.

Após ser apresentada a importância do estudo e verificada a necessidade de

implantação do gerenciamento de riscos operacionais na empresa, os executivos aprovaram a

solicitação e ofereceram o apoio necessário para o sucesso do projeto, deixando sob a

responsabilidade do autor a realização da pesquisa e a respectiva implementação do projeto.

Ao assumir essa responsabilidade, o autor deste estudo decidiu realizar uma

pesquisa intervencionista na Editora Nacional, com o objetivo de iniciar o projeto

“Implementação de Gestão de Riscos Operacionais” pelo departamento de Recebimento

Integrado (RI).

Como ferramenta de suporte, foi utilizada a metodologia de Control Self

Assessment (CSA), também conhecida por Autoavaliação de Controles (AAC). Segundo

Almeida (2006), “a Autoavaliação de Controle consiste na colaboração interativa entre

auditores e outros facilitadores e a organização, que está sendo objeto do processo de

Autoavaliação de Controle”. Porém, neste estudo, diferentemente do que prevê a metodologia

CSA, o autor utilizou maior participação dos funcionários em comparação com a dos executivos

na apuração dos riscos da área. Essa ação visou avaliar as definições previstas na metodologia

CSA, gerando fator colaborativo para aprendizagem e contribuição teórica.

Diante desse contexto, este trabalho teve como objetivo desenvolver a

implementação do gerenciamento de riscos operacionais na área de Recebimento Integrado (RI)

da Editora Nacional.

E, como objetivo específico, será preparado um framework a ser utilizado para a

implementação desse processo nas demais áreas da empresa. Além disso, foi verificado o nível

de importância de uma maior participação dos funcionários operacionais na metodologia CSA.

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1.1. JUSTIFICATIVAS E CONTRIBUIÇÕES

A gestão de riscos operacionais ou ERM (Enterprise Risk Management) busca

medidas estratégicas que possibilitam mitigar os efeitos gerados pelos riscos organizacionais,

de pessoal e de operações internas, assim como aumentar a lucratividade por meio do seu

gerenciamento de forma sistemática e estratégica (WEBER, 2014).

Com expectativa de geração de benefícios para a empresa na implementação deste

projeto, o autor deste estudo optou pela área de RI como piloto para implantar a gestão de riscos

operacionais, devido à importância da área para o processo operacional e administrativo da

empresa.

Atualmente, a área de RI possui 18 funcionários e está subordinada à Diretoria

Financeira da Editora Nacional, tendo entre suas principais funções:

Receber documento fiscal tendo como sacador/pagador empresas do grupo da

Editora Nacional.

Conferir se o documento possui incorreções quanto a dados fiscais e

recolhimentos de impostos.

Acessar o sistema ERP (Enterprise Resource Planning) e inserir os dados do

documento fiscal para gerar pagamento do fornecedor e cálculo de pagamento

dos impostos.

Controlar as notas fiscais de produtos da Editora Nacional em poder de

terceiros.

Controlar as notas fiscais de produtos de terceiros em poder da Editora

Nacional.

Cadastrar fornecedores no sistema ERP.

Gerenciar e arquivar os documentos fiscais pelos prazos legais.

Este estudo justifica-se com base na contribuição para a Editora Nacional quanto a

desenvolver, nos funcionários operacionais, a habilidade de identificar riscos, classificá-los

quanto a sua relevância e sugerir ações corretivas cabíveis; gerar economia para o negócio, pois

a empresa será capaz de identificar com maior precisão os riscos envolvidos em um processo,

a sua relevância e os custos a serem investidos para a mitigação; apresentar maior clareza na

tomada de decisão para a realização de investimentos em controles internos no negócio;

identificar, com maior rapidez, fraudes que podem ocorrer/estar ocorrendo no processo

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operacional; gerar maior confiabilidade e transparência nas informações fornecidas interna e

externamente, devido ao melhor detalhamento em relação ao nível de controle da empresa;

demonstrar ao mercado e acionistas o grau de comprometimento da empresa com a melhoria

contínua da Governança Corporativa.

Além disso, o resultado deste estudo terá relevância para a teoria, visto que irá

contribuir para o entendimento da metodologia Control Self Assessment – CSA (Autoavaliação

de Controle) quanto à utilização de todos os funcionários operacionais da área analisada, na

identificação e graduação dos riscos da área de Recebimento Integrado.

Segundo Nogueira et al. (2004, p. 4), pelo atual conhecimento da metodologia, “As

reuniões [de CSA] ocorrem com a participação do gestor do processo, seus principais

colaboradores [...]”. Porém, nesta pesquisa intervencionista, o autor irá requisitar a participação

de todos os colaboradores da área, além do gestor do processo, objetivando maior identificação

dos riscos operacionais e melhora no detalhamento das informações.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. RISCOS

Todos os dias, ao acordarmos, nos deparamos com situações que são comuns e

cotidianas para nós, mas que podem nos expor a riscos, tais como dirigirmos até o nosso

trabalho, atravessarmos uma rua, nos alimentarmos, fazermos nossos exercícios regulares, entre

outros. Segundo Coimbra (2007, p. 25), “O conceito de risco não é novo”, sempre existiu e

sempre irá existir. Porém, a sua definição não é consenso entre os autores, mas está relacionada

com perdas na operacionalização dos negócios.

Conforme o dicionário Michaelis, a palavra “risco” vem do italiano rischio e tem o

significado de “possibilidade de perigo, incerto mas previsível, que ameaça de dano a pessoa

ou a coisa” (MICHAELIS, 2012). Porém, Bernstein (1997, p. 8) menciona que “[...] risco deriva

do italiano antigo risicare [...], que significa ‘ousar’. Neste sentido, o risco é uma opção, e não

um destino”.

Segundo Coimbra (2007, p. 25), “O risco existe quando há probabilidade de

ocorrência de resultados diferentes do esperado, ou seja, pode haver resultados melhores ou

piores do que os planejados, embora a tendência seja em focar as chances de resultados

negativos”.

Para Marshall (2002, p. 19), “risco pode ser definido, de forma abrangente, como o

potencial de eventos ou tendências continuadas causarem perdas ou flutuações em receitas

futuras”. Jorion (2003, p. 3) conceitua risco “como a volatilidade de resultados inesperados,

normalmente relacionada ao valor de ativos ou passivos de interesses”.

Com o objetivo de alinhar o conceito de risco entre os diversos autores, foi

publicada, em 2009, pela International Organization for Standardization (ISO), a Norma

Internacional 31000 – Gestão de Riscos. ISO é uma organização internacional fundada em 1947

com o intuito de desenvolver normas e padrões. Já publicou mais de 19.000 normas de

padronização, com temas relacionados a aspectos de tecnologia e negócio. Possui membros em

162 países e sua sede está situada na cidade de Genebra, na Suíça.

A ISO 31000 surgiu da necessidade de harmonizar padrões, regulamentações e

frameworks publicados anteriormente e que, de alguma forma, estão relacionados com a gestão

de riscos (BRASILIANO, 2009). Esta norma defende a tese de que risco é o efeito da incerteza

nos objetivos, e efeito é um desvio em relação ao esperado – positivo e/ou negativo.

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Para Jorion (2003), os riscos podem ser originados por fontes diversas, sejam elas

naturais (terremotos, inundações etc.) ou criadas pelo próprio ser humano (ciclos de negócios,

inflação etc.). Segundo ele, “o risco e a vontade de assumi-lo são essenciais para o crescimento

da economia” (JORION, 2003, p. 8).

Em uma definição atrelada ao mercado financeiro, “risco é definido em termos da

variabilidade dos retornos observados de um investimento em comparação com o retorno

esperado do investimento, mesmo quando esses retornos representam resultados positivos”

(DAMODARAN, 2009, p. 24).

Diante dos conceitos expostos, pode ser observado que o risco está presente onde

eventos futuros ocorrem com uma probabilidade mensurável (KENETT; RAANAN, 2011),

além de ser elemento fundamental que influencia o comportamento financeiro (CROUHY;

GALAI; MARK, 2001).

Neste contexto, cabe mencionar a preocupação de separar claramente os

significados de “risco” e “incerteza”, visto que influenciam altamente no processo de tomada

de decisões. Segundo Knight (1921 apud KENETT; RAANAN, 2011), esta diferença é uma

questão de conhecimento, pois riscos descrevem situações nas quais probabilidades são

avaliadas, enquanto incertezas referem-se a situações em que a informação é muito imprecisa

para ser colocada como probabilidade.

De acordo com Crouhy, Galai e Mark (2001), os riscos podem ser divididos de

acordo com o tipo de exposição, sendo categorizados da seguinte maneira:

Risco de Mercado: risco que surge com as mudanças nas condições financeiras

de mercado, incluindo taxa de juros, taxa de câmbio, liquidez etc. Pode causar

perdas financeiras ou impedir a empresa de cumprir suas obrigações.

Risco de Crédito: risco gerado pelo não cumprimento de obrigações financeiras

por parte dos devedores, resultando em perdas financeiras.

Risco de liquidez: compreende a capacidade de a empresa captar dinheiro para

quitar suas dívidas, mas não poder honrar o compromisso no momento do

vencimento dessa transação.

Risco Operacional: possibilidade de perdas que são resultados de sistemas

inadequados, falhas de gerenciamento, falhas nos controles internos, fraudes e

erros humanos.

Risco Legal e Regulatório: risco relacionado a contestações judiciais motivadas

por divergências de pontos de vista entre as partes que estão se relacionando

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(Risco Legal) e alterações de normas ou leis que podem impactar diretamente as

operações (Risco Regulatório).

Risco Fator Humano: está relacionado diretamente com os riscos operacionais,

referindo-se a perdas ocasionadas por erros humanos, como apertar um botão

indevido no computador, destruir um arquivo inadvertidamente, entre outros.

As empresas, ao atuarem em qualquer tipo de economia de mercado, deverão estar

atentas aos riscos existentes, tais como: consequência das decisões dos gestores, mudanças de

governos, legislações e alterações no cenário econômico. Todos esses fatores podem afetar a

continuidade das operações. Contudo, devem trabalhar a sua eficiência, mas com a noção de

que não conseguem escapar da máxima que diz “quanto maior o retorno esperado, maiores são

os riscos”. Controlar e trabalhar os riscos estão entre os principais fatores para a sobrevivência

de qualquer empresa (TRAPP; CORRAR, 2005). Conforme Bernstein (1997, p. 205), “A

essência da administração do risco está em maximizar as áreas onde temos certo controle sobre

o resultado, enquanto minimizamos as áreas onde não temos absolutamente nenhum controle

sobre o resultado e onde o vínculo entre efeito e causa está oculto de nós”.

Neste trabalho, faremos uma análise mais detalhada do Risco Operacional, visto ser

o pilar para os estudos aqui propostos.

2.1.1. Riscos Operacionais

Apesar de não haver um consenso sobre o conceito de Risco Operacional,

utilizaremos as definições de alguns autores que serão importantes para o reforço e a aplicação

dos conceitos estudados neste trabalho. Como veremos, todas são abrangentes e sem uma

indicação clara e agrupada de quais processos estão envolvidos, dificultando a sua mitigação.

Contudo, são de suma importância a correta classificação e o entendimento deste tipo de risco,

com o objetivo de aumentar a conscientização de todos os envolvidos e diminuir a exposição a

ele.

Segundo Jorion (2003), riscos operacionais são os casos que têm origem em erros

humanos, de sistemas ou de acidentes, podendo ser incluídos os casos de fraudes, falhas da

gestão e controles e procedimentos inadequados.

De acordo com Crouhy, Galai e Mark (2001), riscos operacionais referem-se ao

potencial de perdas resultante de sistemas inadequados, falha de gerenciamento, falha nos

controles internos, fraude e erros humanos.

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Duarte Jr. (2005) define risco operacional como uma forma de mediar as potenciais

perdas, no caso de seus sistemas operacionais, práticas e controles internos não serem capazes

de identificar a falhas humanas ou de equipamentos.

Já Coimbra (2007) afirma que todos os fatores operacionais estão intrinsecamente

ligados, desde os Processos, Eventos Externos, Tecnologia até as Pessoas, conforme verificado

na Figura 1. Esta relação determina que qualquer fator ocorrido irá afetar diretamente o

processo de controle de riscos operacionais.

Figura 1 – Fatores de Risco Operacional

Fonte: Adaptado de Coimbra (2007).

Segundo Chorafas, conceitua-se Riscos Operacionais como:

Riscos Operacionais estão presentes se o negócio é regulado ou não, centralizado ou

descentralizado, de tecnologia antiga ou alta tecnologia, base nacional ou

internacional, caracterizado por produtos simples ou por produtos complexos,

negociação através de um único canal ou vários canais (CHORAFAS, 2004, p. 4).

Lima (2007) assevera que o risco operacional acontece originado de eventos únicos

iniciando desde uma negociação incorreta, fraude, até forças da natureza (acidentes, terremoto,

tempestade, etc.). As diversas formas de eventos que originam esse tipo de risco tornam difícil

uma definição precisa.

Huber e Imfeld (2009) mencionam que o risco operacional pode causar perdas

diretas ou indiretas, via riscos de mercado, crédito ou risco do negócio. Conforme pode ser

observado na Figura 2, esses três tipos de riscos estão diretamente ligados ao resultado

operacional e à receita do negócio, além da liquidez da operação. A representação dessas

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relações existentes inclui as perdas indiretas ocorridas na operação, as quais podem acarretar

grandes prejuízos para a empresa.

Figura 2 – Conceito de Risco Operacional

Fonte: Adaptado de Huber e Imfeld (2009).

Entre os escândalos financeiros ocorridos em um passado recente, podemos

observar a materialização dos riscos operacionais, que gera grandes perdas para as

organizações, dentre as quais destacamos:

Bankers Trust (Estados Unidos, 1994);

Credit Lyonnais (França, 1993);

Sumitomo Company (Japão, 1996);

Enron (Estados Unidos, 2001);

WorldCom (Estados Unidos, 2002).

Os exemplos mencionados, como em outros casos, apresentam relação entre

combinação de risco de crédito/mercado e falhas nos controles internos, envolvendo o conceito

de riscos operacionais. Dentre os riscos que envolvem essas operações, o maior deles são as

operações não autorizadas (JORION, 2003).

Porém, para que o mercado se tornasse mais seguro e transparente nas informações

aos investidores, algumas Normas e Regulamentações foram implementadas, as quais afetaram

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diretamente o controle das empresas quanto ao risco operacional. Neste trabalho, iremos

analisar o impacto das principais alterações nos processos das empresas.

2.1.1.1. Sarbanes-Oxley Act (SOX)

O Sarbanes-Oxley Act (SOX) foi uma resposta do governo norte-americano a uma

série de escândalos contábeis ocorridos em grandes empresas dos Estados Unidos, com o

objetivo de recuperar a confiança dos investidores e evitar uma descapitalização das empresas

daquele país (SILVA e MACHADO, 2008). Esta lei entrou em vigor no ano de 2002 e resultou

em alterações importantes no processo de governança corporativa. Criada pelo senador Paul

Sarbanes e pelo representante Michael Oxley, ela também definiu uma série de prazos para o

cumprimento de suas exigências.

A lei Sarbanes-Oxley aplica-se a companhias abertas listadas em bolsas americanas,

independentemente de terem ou não sede nos Estados Unidos. Bancos ou empresas brasileiras

com American Depositary Receipts (ADRs) na bolsa de Nova Iorque, subsidiárias brasileiras

de empresas/bancos americanos ou de outra nacionalidade com atuação nos Estados Unidos

estarão sujeitos às exigências da Lei Sarbanes-Oxley (COIMBRA, 2007).

Esta lei determina regras para a criação de comitês encarregados de supervisionar

as atividades e operações das empresas, formados em grande parte por membros independentes.

Tem o intuito explícito de evitar a ocorrência de fraudes e criar meios de identificá-las quando

ocorrem, além de reduzir os riscos operacionais nos negócios e garantir a transparência na

gestão.

Os principais artigos da lei estão divididos nas seguintes categorias:

Criação do Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB) – é uma

entidade sem fins lucrativos para fiscalizar auditores e, consequentemente,

proteger os interesses dos investidores.

Independência do auditor.

Responsabilidades da empresa.

Aprimoramento das divulgações financeiras.

Responsabilidade por fraude corporativa ou criminal.

Aumento das penalidades para crimes de colarinho branco.

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Entre as penalidades previstas, as empresas que não estiverem em conformidade

poderão receber sanções pecuniárias de US$ 1 milhão a US$ 5 milhões e/ou penas de dez a

vinte anos de reclusão para os envolvidos.

2.1.1.2. Lei Anticorrupção

Devido ao crescente noticiário de processos de corrupção envolvendo empresas e o

poder público brasileiro (BORTOLINI, 2015), foi sancionada, em agosto de 2013, pela

Presidência da República, a Lei nº 12.846, também conhecida por Lei Anticorrupção, que

dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos

contra a administração pública, nacional ou estrangeira (BRASIL, 2013).

A referida lei é aplicada a sociedades empresárias e sociedades simples,

personificadas ou não, independentemente da forma de organização ou do modelo societário

adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entidades ou pessoas, ou sociedades

estrangeiras que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro, constituídas de fato

ou de direito, ainda que temporariamente.

A Lei nº 12.846/2013 não obriga as empresas a estabelecer sistemas preventivos de

anticorrupção no controle interno de suas atividades que geram elevados riscos às organizações,

mas impõe a elas a necessidade de se precaverem. Primeiro, no sentido de prevenir a ocorrência

de desvios. Segundo, caso eles ocorram, o sistema preventivo servirá de atenuante quanto à

aplicação das multas. A Lei nº 12.846/2013 prevê, também, que as sanções serão atenuadas se

a empresa tiver, comprovadamente, instituído “mecanismos e procedimentos internos de

integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades, e a aplicação efetiva de códigos

de ética e de conduta”. A competência para aplicação das sanções é uma das maiores

preocupações das empresas, porque permite que os administradores públicos e seus prepostos

imponham multas pesadas no contexto político local, caso haja desvios (TARSO, 2013).

Segundo Gasparin (2014), a partir da promulgação, “as empresas envolvidas em

fraudes serão alvo de processos civis e administrativos e podem pagar multa de 0,1% a 20% do

faturamento anual bruto (quando não for possível calcular essa receita, o valor pode ser

estipulado por um juiz e variar entre R$ 6 mil e R$ 60 milhões). Em alguns casos, a Justiça

pode até determinar o fechamento da companhia”.

Pelas novas regras, as empresas deverão se adequar, quanto aos seus procedimentos

operacionais, para prevenir o envolvimento de seus funcionários em atos de corrupção; para

isso, será necessária a criação de um Departamento de Ética Empresarial, chamado de

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Compliance. Segundo a revista IstoÉ Dinheiro (2014), “As empresas terão que adotar

mecanismos de controle e políticas internas anticorrupção, em que se contempla um código de

ética, treinar a equipe em relação à Lei Anticorrupção e ter um canal de denúncia. [...] Empresas

que tiverem programas anticorrupção, poderão ter uma redução da pena, caso venham a ser

autuadas por práticas ilícitas.”

A lei prevê, ainda, um programa de cooperação para as companhias que colaborem

com uma eventual investigação. Ao colaborar com as investigações, por exemplo, a empresa

pode ter a multa reduzida em até dois terços (GASPARIN, 2014).

2.1.2. Gestão de Riscos Operacionais

Atualmente, quando se fala em Gestão de Riscos, uma das primeiras relações que

vem à mente do profissional responsável por essa função são as normas definidas pelo

Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (COSO).

A metodologia COSO (2007) estabelece que o processo de gerenciamento de riscos

tem por premissa que toda organização existe para gerar valor às partes interessadas.

Como definição, COSO especifica que as empresas devem tratar riscos e

oportunidades que afetam a criação ou a preservação dos valores, definindo gerenciamento de

riscos da seguinte forma:

O gerenciamento de riscos corporativos é um processo conduzido em uma

organização pelo Conselho de Administração, Diretoria e demais empregados,

aplicado no estabelecimento de estratégias, formuladas para identificar em toda a

organização eventos em potencial, capazes de afetá-la, e administrar os riscos de modo

a mantê-los compatível com o apetite a risco da organização e possibilitar garantia

razoável do cumprimento de seus objetivos. (COSO, 2007).

Segundo Damodaran (2009, p. 301), “a efetiva gestão do risco diz mais respeito às

escolhas estratégicas do que às escolhas nas esferas financeiras, e manifesta-se no valor na

forma de retornos excedentes ao custo de capital mais expressivos e sustentáveis”.

Já Weber fornece a seguinte definição sobre gestão de riscos operacionais:

A gestão de riscos operacionais [ou ERM (Enterprise Risk Management)] busca

medidas estratégicas que possibilitam mitigar os efeitos gerados pelos riscos de

pessoal, do organizacional e de operações internas, assim como aumentar a

lucratividade através do seu gerenciamento de forma sistemática e estratégica

(WEBER, 2014, p. 41).

Conforme Duarte Jr. (2005), os riscos operacionais estão presentes em toda e

qualquer atividade do mercado. Mesmo não sendo novidade, não há uma metodologia nacional

ou internacional para que as empresas realizem o seu gerenciamento de forma padronizada.

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Segundo Brito, o conceito de riscos operacionais pode ser definido da seguinte

forma:

A ausência, parcial ou total, da integridade gerada pelo gerenciamento dos riscos

operacionais, pode levar a empresa a impactos negativos com órgãos reguladores,

mercado competidor e clientes, impactando em risco reputacional e,

consequentemente, propiciando risco financeiro, com impactos prováveis no bottom

line, quer por perdas de clientes, quer por perdas geradas por fraudes, quer por não

conseguir novos clientes. (BRITO, 2013, p. 276)

Huber e Imfeld (2009) afirmam que muitas empresas ainda têm a visão de que o

gerenciamento de riscos operacionais serve apenas para atender a exigências regulatórias ou é

um fator de custos. Entretanto, a experiência demonstra que os lucros das empresas são

originados pelo gerenciamento de riscos operacionais, desde que projetado e praticado como

instrumento de gestão. Tal gerenciamento auxilia no atingimento dos objetivos da empresa,

propicia a criação de vantagens competitivas e melhora a eficiência do negócio.

Porém, Aerts (2001) acredita que as empresas estão cada vez mais convencidas de

que o gerenciamento de riscos operacionais é peça-chave na proteção e no aumento do valor

para os acionistas. O sistema de controle de processos pode ser fundamental para identificar e

avaliar riscos nas operações, especialmente se houver falta de conhecimento, aliada à

dependência tecnológica e de informação, além do comportamento humano inadequado, que

podem resultar em ineficiências e falhas (LUNKES, 2010).

Segundo Kenett e Raanan (2011), a gestão de riscos operacionais é uma abordagem

holística que observa todas as áreas como partes de uma entidade chamada risco. Em

continuidade ao pensamento dos autores, o risco, uma vez identificado, já não é mais um risco,

mas um problema de gestão.

Contudo, o conceito de gestão de riscos operacionais nas empresas ainda está em

seu estágio inicial (THLON, 2011). Esse conceito e a forma de ser tratado pelas empresas ainda

carece de aprofundamento. O conceito está mais desenvolvido no setor financeiro, em que,

segundo Alves e Cherobim (2009), o risco operacional é objeto de interesse de bancos e de

supervisores bancários de vários países. Em continuação, os autores mencionam que os avanços

tecnológicos contribuíram para que instituições financeiras e autoridades reguladoras

passassem a dar mais atenção ao risco operacional como um tipo de risco merecedor de

tratamento corporativo.

As empresas devem verificar a melhor forma de administrarem seus riscos, pois

eles estão diretamente relacionados à continuidade de seus negócios. O processo de gestão de

riscos operacionais deve ter uma solução de acordo com as necessidades específicas de cada

negócio (SANTOS, 2010).

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A gestão de riscos operacionais pode ser dividida em seis passos, segundo

Namazian e Eslami (2011):

Identificar o perigo: um perigo é definido como qualquer condição real ou

potencial que pode causar degradação, lesão, doença, morte, danos ou perda de

equipamentos ou propriedade. Experiência, bom senso e ferramentas analíticas

específicas ajudam na identificação dos riscos.

Avaliar o risco: é a aplicação de medidas quantitativas e qualitativas para

determinar o nível de risco associado a riscos específicos. Este processo define

a probabilidade e a gravidade de um acidente que poderia resultar dos riscos

com base na exposição de seres humanos ou de bens aos perigos.

Analisar medidas de controle de riscos: investigar estratégias e ferramentas

específicas que reduzem, mitigam ou eliminam o risco. Todos os riscos têm

três componentes: probabilidade de ocorrência, gravidade do perigo e a

exposição de pessoas e equipamentos ao risco. Medidas de controles eficazes

mitigam ou eliminam um desses componentes. A análise deve levar em conta

os custos e benefícios das ações corretivas globais, oferecendo opções

alternativas.

Tomar decisões de controle: identificar o tomador de decisão adequado, que

deve escolher o melhor controle ou a combinação dos controles a partir da

análise das medidas de controle de riscos.

Implementar controles de risco: a gestão da empresa deve formular um plano

para aplicar os controles que foram selecionados e, em seguida, fornecer o

tempo, os materiais e o pessoal necessário para colocar essas medidas em vigor.

Supervisionar e revisar: após a implementação dos controles, o processo deve

ser reavaliado periodicamente para assegurar a sua eficácia. Os funcionários,

em todos os níveis, devem cumprir seus respectivos papéis para assegurar que

os controles serão mantidos ao longo do tempo. O processo de gestão de risco

continua durante todo o ciclo de vida do sistema.

Não existe um consenso quanto à forma de implementação e acompanhamento do

processo de gerenciamento de riscos. Os procedimentos ficarão sob a responsabilidade de cada

empresa, que deve ter o cuidado de implantar uma padronização, na forma de agir e nos

procedimentos de trabalho, que envolva todos os funcionários.

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Com a implementação do processo de gerenciamento de riscos, a empresa deve

contemplar os riscos existentes, podendo evitar, reduzir, compartilhar ou aceitar (COSO, 2007).

Para isso, é necessário identificar os riscos e tratá-los de forma adequada.

2.1.2.1. Identificação dos Riscos Operacionais

Após o processo de implementação da gestão de riscos operacionais, cabe à

empresa realizar a identificação desses riscos, pois somente após esse estágio é que terá uma

visão dos processos dignos de atenção.

Porém, essa não é uma tarefa fácil. Segundo Huber e Imfeld (2009), dois pontos

devem estar alinhados: ter claro o conceito de risco e analisar a empresa como um todo.

Para Marshall (2002), a identificação de riscos deve passar por um processo de

mapeamento da empresa, analisando todos os processos e cadeias de negócios, para

posteriormente ser feita uma análise mais aprofundada. Como complemento, esse autor coloca

como necessidade a realização prévia de Benchmark, tendo por objetivos melhor conhecimento

da empresa, melhora dos processos operacionais e auxílio na compreensão das alternativas

possíveis.

A ISO 31000 (2009, p.18) menciona que “a empresa deve identificar seus riscos de

forma abrangente, porém com certa cautela, pois um erro de estratégia [...] pode colocar o

resultado do gerenciamento de riscos não totalmente satisfatório, onde riscos não apontados

não serão incluídos em análises posteriores”.

Cada empresa terá o seu conjunto de riscos identificado, de acordo com a sua forma

de atuar, mas o que ocorre comumente nesta fase é que isto deverá ser feito de maneira que

todos tenham uma visão única de riscos e de como eles podem afetar a empresa.

Neste caso, cabe a realização de uma política de riscos com o objetivo de padronizar

os processos e conceitos, que deverá ser aprovada pela Alta Gestão e divulgada constantemente

para todos os funcionários. Conforme Weber (2014), o processo de gerenciamento de riscos

envolve a utilização de políticas que vão proporcionar um conhecimento uniforme do nível

empresarial em relação a todos os riscos.

Segundo Kenett e Raanan (2011), para as empresas atingirem uma padronização na

identificação de riscos, devem ser seguidos os seguintes passos:

Possuir uma biblioteca centralizada de riscos – neste caso, são arquivados todos

os riscos genéricos da empresa e associados à estratégia do negócio. As

unidades devem identificar seus riscos e arquivá-los em um mesmo local,

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sendo importante que, ao final das análises, a empresa possua uma biblioteca

com todos os riscos mapeados.

Classificar o padrão dos riscos identificados – neste ponto, é importante a

definição prévia de uma política de riscos para definir como serão

classificados. Posteriormente, enquanto cada unidade de negócio avalia e

identifica seus riscos, a classificação será feita de forma rápida e padronizada

com as demais. Assim, ao final do levantamento, a empresa poderá identificar

riscos comuns para os quais poderá ser utilizada a mesma forma de controle.

2.1.2.2. Medição dos Riscos Operacionais

Para o efetivo controle dos riscos operacionais, é importante que se realize a

mensuração dos valores envolvidos por meio da medida de custos.

Segundo Jorion (2003, p. 414), “a mensuração do risco operacional ainda consiste

numa arte em desenvolvimento”. Já Kenett e Raanan (2011) afirmam que, para a correta

avaliação e gerenciamento de riscos, eles devem ser mensuráveis, pois é impossível gerenciar

algo que não se consegue medir.

Marshall (2002, p. 140) menciona que “o objetivo da medição não é a precisão, mas

a compreensão dos possíveis resultados e um debate fundamentado sobre eles [...] a análise não

é um fim em si; ainda que muitos riscos operacionais não possam ser facilmente medidos, eles

sempre podem ser compreendidos”.

Para Jorion (2003) e Marshall (2002), não existe uma forma padrão de se medir os

riscos operacionais. Como forma de comparação, discutiremos neste trabalho alguns exemplos

para ilustrarmos as possibilidades de medição.

De acordo com Crouhy, Galai e Mark (2001), existem seis princípios básicos para

suportar o negócio com medição apropriada de risco operacional, a saber:

Objetividade – os critérios de medição devem ser padrão.

Consistência – os riscos operacionais semelhantes nos diversos negócios da

empresa devem ser relatados igualmente.

Relevância – os riscos devem ser reportados de tal forma que todos reconheçam

a sua importância e identifiquem quais ações devem ser tomadas para corrigi-

los ou evitá-los.

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Transparência – os materiais de análise e as avaliações devem ser reportados

com transparência para a Alta Gestão.

Toda a empresa – os resultados das ações implementadas podem ser percebidos

por toda a organização.

Completo – todos os riscos operacionais da empresa são capturados e

identificados.

A implementação desses princípios torna o processo mais transparente, fazendo

com que a gestão da empresa tenha confiança nos dados. Com a padronização e a amplitude

das análises, fica mais difícil a ocorrência de novos riscos que possam impactar a empresa de

forma relevante, conforme demonstrado na Figura 3.

Figura 3 – Guia de Princípios para Mensuração de Riscos Operacionais

Fonte: Adaptado de Crouhy, Galai e Mark (2001).

Com os seis princípios implementados, Crouhy, Galai e Mark (2001) dividem o

processo de mensuração dos riscos operacionais em quatro passos, relacionados à probabilidade

de ocorrência da falha operacional, aos controles mitigantes e à severidade de potenciais perdas

financeiras.

a) Passo 1 – Input de dados

Reunir todas as informações necessárias para uma avaliação completa dos riscos

operacionais considerados significativos pela empresa.

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b) Passo 2 – Ferramenta de avaliação de riscos

A empresa deverá fazer uma avaliação quanto à probabilidade de ocorrência de

cada risco operacional e, posteriormente, classificar a severidade de cada item. Esse passo tem

por objetivo categorizar para a empresa qual a relevância de cada risco identificado.

A classificação das informações deverá ter por base os seguintes dados:

Categorias de riscos;

Conectividade e interdependência;

Mudanças, complexidades e complacências;

Avaliação do risco;

Avaliação da severidade;

Combinar a probabilidade e a gravidade em uma avaliação global de gestão de

risco operacional;

Definição de causa e efeito;

Amostra de relatório de avaliação de riscos.

c) Passo 3 – Revisão e Validação

Após a geração do relatório de avaliação de riscos, serão revisadas as avaliações e

classificações junto aos Gestores do Negócio, com o objetivo de preparar um documento final

da empresa.

Posteriormente, o relatório deverá ser apresentado ao Comitê de Riscos, que deverá

validar a classificação dos riscos ou propor alterações. Esse Comitê deve ser composto por

membros das áreas da Gestão dos Negócios, Auditoria, áreas operacionais e liderado pela

unidade de Gestão de Riscos da empresa.

d) Passo 4 – Saída dos dados

O relatório final deverá ser distribuído para a Alta Administração da empresa e para

as áreas parceiras responsáveis pelo processo de governança, tais como Auditoria Interna e

Compliance.

Essa forma de preparação dos dados está de acordo com as melhores práticas

operacionais, pois todos da empresa têm a noção dos riscos envolvidos, da forma como são

tratados, da origem das informações. Além disso, sua classificação não depende apenas de uma

área, mas de um grupo, havendo a visão da empresa como um todo. Essa dinâmica pode ser

observada na Figura 4.

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Figura 4 – Processo de Mensuração dos Riscos Operacionais

Fonte: Adaptado de Crouhy, Galai e Mark (2001).

Para Jorion (2003), o risco operacional tem a sua origem em fontes internas e

externas, diferenciando-se em relação aos riscos de crédito e de mercado, que possuem fontes

incertas. No caso dos riscos operacionais, é essencial a medida de custos para um bom nível de

controle e gerenciamento.

Segundo o autor, existem tipos de mensurações que podem ser utilizadas pelas

empresas, as quais podem ser divididas em:

Abordagem de Cima para Baixo e de Baixo para Cima

a) Abordagem de Cima para Baixo – neste caso, a empresa irá estimar o risco

a partir de informações que possui. Essa abordagem possui um processo

de implementação mais simples, se comparado com a segunda abordagem.

b) Abordagem de Baixo para Cima – as formas de utilização desta abordagem

são mais úteis em relação ao entendimento das causas do risco operacional.

Este processo permite medir os efeitos das melhoras do processo, além de

possibilitar a incorporação do risco operacional no preço do produto.

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Distribuição das perdas

Esse processo pode ser implantado por meio de modelos atuariais, em que podem

ser empregadas duas variáveis aleatórias separadas – a frequência da perda e o grau de

severidade no momento de sua ocorrência.

a) Frequência das perdas – é a quantidade de vezes em que as perdas

ocorreram, em certo intervalo de tempo.

b) Severidade das perdas – é o volume gerado pela materialização da

ocorrência da perda. Como fonte, podem ser utilizados dados históricos de

ocorrências.

A vantagem da separação das fontes de risco é que possibilita à empresa distinguir

mais claramente as causas e os efeitos das perdas.

Desafio dos Dados

Montar uma base de dados confiável e atualizada é um desafio para as empresas.

Normalmente, ela é constituída de dados internos e externos.

a) Dados Internos – consistem nos dados originários de falhas, como erros de

processamento de transações, falhas de sistemas ou de funcionários. As

informações podem ser divididas em perdas estimadas ou indicadores de

frequência. Nesse processo, devem-se coletar, além dos dados da perda, as

suas características, tendo por objetivo uma relação da causa com o histórico

da ocorrência.

b) Dados externos – nem todos os casos de perdas são divulgados

publicamente. Com isso, devem permitir uma forma de adaptar a

distribuição das perdas a diferentes tipos de controles internos.

Em relação aos riscos operacionais, Marshall (2002) cita três regras básicas para

coletar os dados e realizar a medição dos casos – as técnicas de análise histórica, a avaliação

subjetiva de riscos e a estimativa do risco baseada em dependência.

a) Análise Histórica

Segundo Marshall (2002), a causa da ocorrência do risco não muda

significativamente ao longo do tempo. Essa abordagem deve ser empregada em empresas que

possuem processos mais estáveis, cujos controles são mais sólidos, resultando em dados com

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maior teor de confiabilidade. Porém, casos de alterações estruturais podem afetar a frequência

dos eventos, tornando essa alternativa inviável para o processo de acompanhamento e controle.

b) Avaliação Subjetiva do Risco

Para Marshall (2002), este tipo de avaliação é mais adequado para o

acompanhamento de riscos raros, de alto impacto ou catastróficos, devido à limitação dos dados

existentes. Essa avaliação fará sentido apenas se ocorrerem as seguintes situações:

Se os dados existentes tiverem qualidade ruim, forem muito caros para a sua

obtenção ou não existirem.

Se os fatos passados não garantirem as mesmas ocorrências no futuro,

dificultando a sua generalização.

c) Modelos Causais ou Estatísticos implícitos

Marshall (2002) esclarece que este tipo de modelo é mais adequado para eventos

raros, quando as abordagens anteriores não são adequadas.

Em observância aos procedimentos mencionados pelo autor, podemos avaliar que

a combinação dos fatores é a estratégia mais adequada para a medição dos riscos. Porém,

conforme demonstrado na Tabela 1, todos os processos têm o seu ponto forte e suas limitações,

devendo ser feita uma análise individual pelas empresas para verificar qual o modelo mais

adequado para cada caso.

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Tabela 1 – Técnicas de Medição de Riscos

Técnica Pontos Fortes Limitações

Análise

histórica

Com base

em Perdas

Internas

Captura dos dados controláveis pela

empresa Retrospectivo.

Apropriado para processos mais

sólidos e maduros

Limitado para riscos de baixa

frequência.

Mais preciso Tempo excessivo para coleta de

dados.

Exigência de gerenciamento dos

dados internos e habilidade nas

análises.

Com base

em Perdas

Externas

Mais adequado em casos de perdas

incontroláveis Retrospectivo.

Amostragem maior para perdas

catastróficas

A amostra pode não ser

representativa.

Baixo custo Coleta de dados é mais cara

Processos maduros Disponibilidade de dados.

Avaliação

Subjetiva do

Risco

Envolve os gerentes da empresa Pensamento de grupo.

Traz habilidade e experiência Dificuldade em selecionar o grupo

correto.

Útil para estimar riscos de baixa

frequência

Estimativas podem ser

inconsistentes.

Pode ser voltada para o futuro

Foco em processos em que as

principais perdas são originadas

Identifica riscos originados dentro

da área do entrevistado

Modelos

causais ou

estatísticos

implícitos

Adequado para eventos estatísticos

ou de frequências causais que não

sejam adequados às demais

abordagens

Será tão bom quanto o modelo

desenvolvido.

Utilizado com frequência em lugar

da estimativa de impacto.

Combinação

Combina os pontos fortes de todas

as técnicas anteriores

Integração difícil e possibilita falta

de transparência.

Fonte: Adaptado pelo autor com base em Marshall (2002).

Conforme podemos observar pelas técnicas demonstradas por Crouhy, Galai e

Mark (2001), Jorion (2003) e Marshall (2002), não existe uma forma única de medição dos

riscos operacionais, importando às empresas apresentarem seus cálculos consistentes,

adequados, formalizados e transparentes para todos os funcionários.

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2.1.2.3. Avaliação dos Riscos Operacionais

Conforme ISO 31000 (2009, p. 18), “a finalidade da avaliação de riscos é auxiliar

na tomada de decisões com base nos resultados da análise de riscos, sobre quais riscos

necessitam de tratamento e a prioridade para a implementação do tratamento”.

Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC, 2015), para

saber como um risco será tratado, é necessário saber qual o grau de exposição a ele. O cálculo

dessa exposição deverá levar em conta a probabilidade de materialização do risco e o seu

impacto.

Conforme Marshall (2002, p. 227), existe uma facilidade de compreensão se os

riscos são tabulados de acordo com a sua probabilidade e o seu impacto, de forma que os

eventos mais preocupantes para as empresas são aqueles que apresentarem impactos ou

probabilidades elevadas de acontecer. Ao terem conhecimento da classe em que os riscos estão

enquadrados, a empresa poderá focar em ações imediatas.

Conforme o dicionário Michaelis, a palavra “probabilidade” tem o significado de

“possibilidade mais acentuada da realização de um acontecimento entre inúmeros possíveis,

baseada, subjetivamente, na opinião do observador e, objetivamente, na relação entre o número

de casos favoráveis e o total das realizações” (MICHAELIS, 2012).

De acordo com o mesmo dicionário, a palavra “impacto” tem o significado de “ação

ou efeito de impactar; choque; expectativa” (MICHAELIS, 2012).

Conforme Amaral, Nunes e Amaral (2010), existem diversas metodologias para

avaliação do risco, e a maioria delas tem base na relação probabilidade × impacto para a

realização dos cálculos. Entre elas, mencionamos:

Information Security Risk Analysis Method (ISRAM) – utilizada para cálculo

dos riscos referentes à segurança da informação.

Automated Risk and Utility Management (ARUM) – desenvolvida de acordo

com as exigências da norma ISO 27005 (norma referente à Tecnologia da

Informação).

Failure Mode and Effect Analysis (FMEA) – utilizada para identificar possíveis

falhas no processo, antes que chegue ao cliente.

A análise das fórmulas de cálculo tem por objetivo identificar o ponto exato onde

se encontra o risco, gerando mais precisão na tomada de decisão. Além disso, tem por finalidade

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realizar o tratamento dos riscos potenciais até a minimização dos seus efeitos, chegando ao

patamar de sua aceitação pela empresa, conforme observado na Figura 5.

Figura 5 – Matriz Probabilidade × Impacto

Fonte: Adaptado de Marshall (2002).

Para Coimbra (2007), o processo de impacto e probabilidade pode direcionar as

empresas na tomada de decisão quanto ao objetivo de se estabelecer controles para limitar o

surgimento do risco. Conforme podemos observar na Figura 6, existem quatro decisões a serem

tomadas, que são: controlar, aceitar, transferência ou evitar. Estas ações serão suportadas de

acordo com a tendência ao risco decidida pela Alta Gestão da empresa.

Figura 6 – Decisões de Mitigação / Controle de Risco Operacional

Fonte: Adaptado de Coimbra (2007).

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Segundo COSO (2007), ao avaliar os riscos em uma perspectiva de probabilidade

e impacto, as empresas têm condições de verificar se a tendência ao risco definido está coerente.

Além disso, poderá identificar quais os tipos de riscos que deseja assumir. Para COSO (2007,

p. 66), “Nos casos em que uma visão de portfólio apresente riscos [...] menores do que o apetite

a risco da organização, caberá à administração motivar os gerentes [...] a assumir maior risco

em áreas dirigidas, a fim de intensificar o crescimento e o retorno total”.

2.1.2.4. Mitigação dos Riscos Operacionais – Autoavaliação dos Controles

Uma das formas de se trabalhar com a mitigação dos riscos operacionais é a

metodologia de Control Self Assesment (CSA), também conhecida por Autoavaliação dos

Controles Internos.

De acordo com Nogueira et al. (2004, p. 5), “O CSA consiste na metodologia

iniciada na empresa petrolífera GULF – Canadá em 1987 para atender a um decreto local, sendo

inicialmente utilizada por Auditores Internos que necessitavam de novas abordagens no exame

da efetividade dos controles internos”.

Já Cocurullo (2004, p. 169) defende que esta metodologia consiste em trabalhar

com funcionários de uma determinada área e a administração da empresa, adicionando

facilitadores com experiência no assunto. Ao reunir esses colaboradores, serão realizadas

entrevistas e discussões sobre processos específicos da área de atuação dos funcionários,

objetivando realizar uma autoavaliação dos controles relacionados ao processo analisado, com

o objetivo de desenvolver planos de melhorias para possíveis deficiências identificadas.

Conforme Almeida (2006), o CSA consiste na colaboração interativa entre

funcionários, empresa e facilitadores para minimizar a possibilidade de materialização de

riscos.

Engle e Joseph (2001) mencionam que o CSA é uma ferramenta utilizada por

muitas empresas para aprimorar seus sistemas de controles internos e processos operacionais.

Para Lage (2013, p. 5), “o CSA promove a avaliação dos riscos e controle pelo

pessoal que realmente executa o trabalho”. Conforme o Instituto dos Auditores Internos - IIA

(1998), o CSA é um processo que avalia a eficácia do controle interno, tendo por objetivo

fornecer razoável segurança para que todas as metas da empresa sejam cumpridas. Esta

responsabilidade é compartilhada entre os funcionários de uma empresa.

Almeida (2006) define que o Control Self Assessment pode ser gerado nos seguintes

formatos:

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Reuniões facilitadoras com a equipe (workshop).

Questionários ou pesquisas feitas com a equipe.

Produção por intermédio de entrevistas com a gerência.

De acordo com Nogueira et al. (2004, p. 5), as reuniões para identificação das

fragilidades operacionais devem ocorrer com a participação do gestor do processo e seus

principais colaboradores, tendo como facilitador um especialista no assunto. Ao final das

análises, serão elaboradas cartas de avaliação do assunto discutido, em que o gestor irá definir

se o risco é aceitável ou não e, a partir disso, criar planos de ação para mitigar aqueles

considerados de maior relevância.

Para Cocurullo (2004), o CSA possui os seguintes objetivos:

Criar soluções alternativas para os controles considerados caros ou ineficientes.

Definir quais são as áreas de maiores riscos para a empresa.

Ter uma avaliação clara dos atuais controles existentes.

Demonstrar a responsabilidade da administração da empresa pelo

desenvolvimento e pela monitoração dos controles internos.

Comunicar os resultados para a compreensão dos riscos existentes.

Lage (2013) esclarece que o CSA tem por objetivo implantar a autoavaliação dos

riscos operacionais, gerando boas práticas de Gestão de Riscos e Controles e oferecendo suporte

às áreas, com metodologias e ferramentas para o aprimoramento da gestão dos processos.

Para o IIA (1998), a utilização da metodologia CSA para avaliação dos processos

operacionais deve considerar:

Escopo do processo – deverá ser analisada a proporção em que o CSA será

aplicado, quais funções e objetivos serão considerados, qual o nível de detalhe

(grupo de trabalho, divisão, administração).

Impacto na cultura organizacional – deverá ser selecionada a abordagem de

implementação do CSA de acordo com a cultura da organização.

Uso dos resultados do CSA – deverá ser determinado o que fazer com os

resultados obtidos pelo CSA, para que a implementação da metodologia junto

à organização possa evoluir.

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Melhorias no processo – deverão ser determinadas quais ferramentas e

formalizações serão utilizadas para comunicar o resultado do CSA.

Envolvimento da Auditoria Interna – deverá ser decidido qual o papel da

Auditoria Interna na implementação do CSA.

Conforme Engle e Joseph (2001), as vantagens de se utilizar a metodologia CSA

são:

É superior às técnicas de avaliação de controles internos, como os controles de

efetividade de comunicação, ética e integridade da gestão, entre outros.

Pode fortalecer o ambiente de controle interno, fazendo com que os

participantes do projeto e a gestão entendam que a responsabilidade pelos

controles internos é de todos.

Resulta em evidências mais confiáveis que as disponíveis a partir dos métodos

tradicionais de avaliação de controle.

Segundo Cocurullo (2004, p. 169), o CSA não tem por objetivo substituir a

Auditoria Interna, mas permite aos auditores identificar de maneira mais rápida os controles

flexíveis que permeiam a organização. Em continuidade, o autor menciona que “[...] a grande

diferença entre os métodos de auditoria usuais e o CSA é que o segundo se baseia diretamente

no conhecimento daqueles que vivem o processo no dia a dia”.

Portanto, o resultado da metodologia CSA deve ser peça importante a ser utilizada

pela organização, pelos gestores e pela auditoria interna no julgamento da qualidade dos

controles operacionais. Adicionalmente, o relatório gerado pela conclusão do projeto de CSA

deve ser uma base sólida para a avaliação do ambiente operacional, além de aumentar a

consciência de controle e gerenciamento de riscos dos funcionários da empresa.

2.2. PESQUISAS ACADÊMICAS SOBRE O TEMA PROPOSTO

Ao iniciar o projeto, foi realizada uma pesquisa em âmbito nacional e internacional,

utilizando o portal CAPES como referência para esta análise. A pesquisa compreende o período

entre 2010 e 2016 e as expressões “Gerenciamento de Riscos Operacionais, Editor de Revistas,

Empresas não Financeiras”, além das respectivas traduções em inglês Operational Risk

Management, Publisher e Non Financial Entreprises. O estudo foi realizado em quatro

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diferentes etapas, conforme demonstra a Tabela 2, e a relação com a dissertação do autor desta

pesquisa foi analisada pelo título dos trabalhos e, posteriormente, pela leitura do resumo.

Tabela 2 – Pesquisas Realizadas no Portal CAPES

PALAVRAS UTILIZADAS NA

PESQUISA PERÍODO DE ANÁLISE

TOTAL DE

ARTIGOS

VERIFICADOS

Gerenciamento de Riscos Operacionais,

Empresas não financeiras De 2010 a 2016 72

Gerenciamento de Riscos Operacionais,

Editor de Revistas De 2010 a 2016 1

Operational Risk Management,

Non Financial Enterprises De 2010 a 2016 15

Operational Risk Management,

Publisher De 2010 a 2016 71

Fonte: dados da pesquisa.

Como conclusão das análises, não foram identificados trabalhos relacionados

diretamente ao tema, ou seja, implementação do gerenciamento de riscos operacionais em áreas

internas de uma editora de revistas.

Verificou-se também que os estudos realizados em empresas não financeiras não

têm destaque no cenário acadêmico. Na análise realizada, de um total de 159 artigos verificados,

foi identificado que em 17 casos (11% do total) houve o estudo relacionado a gestão de riscos

operacionais em empresas não financeiras. Desse total, em 35% dos casos o estudo foi realizado

em empresas relacionadas à área da saúde, em 29% dos casos o estudo foi relacionado a

empresas do setor de distribuição, em 18% dos casos o estudo foi referente a micro e pequenas

empresas e em outros 18% os estudos foram relacionados a outros segmentos.

Analisando-se os 17 artigos, pôde-se observar que os autores afirmam que o assunto

de gerenciamento de riscos operacionais nas empresas do setor não financeiro deveria ser mais

aprofundado. Segundo Thlon (2011), devido ao volume de regulamentações a que as empresas

estão sujeitas atualmente, uma abordagem passiva para controle de riscos operacionais é

insuficiente.

Para os autores Dardac e Chiriac (2010), um dos mais importantes riscos a ser

debatido é o Risco Operacional, que se tornou uma fonte relevante de perda não só para as

instituições financeiras, mas especialmente para as instituições não financeiras.

Adicionalmente, Kouakou (2016) menciona que a gestão de riscos não é uma nova

metodologia, mas vários eventos relacionados aos processos das empresas que destacam a

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necessidade de se controlar os riscos operacionais, mesmo porque a exposição aos riscos dos

negócios é cada vez mais forte.

Diante dessas referências, é identificada a necessidade de maior atenção sobre

estudos de gerenciamento de riscos operacionais, fato este que reforça a tese mencionada no

tópico “1.1 Justificativas e Contribuições” quanto à importância do resultado das análises aqui

propostas, tanto para a teoria quanto para a Editora Nacional.

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3. METODOLOGIA

3.1. TIPO DE PESQUISA

Para realizar o desenvolvimento da gestão de risco operacional na área de

Recebimento Integrado, foi utilizada a abordagem da pesquisa-ação no ambiente da Editora

Nacional.

Para Vergara (2015), a pesquisa-ação é o tipo de pesquisa que tem por objetivo

resolver problemas por meio de ações definidas pelo pesquisador e pelos envolvidos na situação

investigada.

Martins (2008) defende que a pesquisa-ação consiste em juntar a pesquisa com a

ação em um único processo, no qual os participantes da pesquisa trabalham em conjunto com

o pesquisador para juntos identificarem os problemas e as soluções.

Para Michel (2009, p. 43), “o pesquisador se envolve tanto na análise crítica do

problema, quanto na implantação das soluções, ele é autor da análise e parte do problema”.

Toledo e Jacobi (2013) fundamentam que a pesquisa-ação é fundamentada na

participação ativa dos sujeitos da pesquisa em um processo de pensamento coletivo e na análise

do que está acontecendo no dia a dia, direcionando para a solução dos problemas encontrados

e contribuindo para a produção de conhecimento.

Segundo Vergara (2015), as principais características desse tipo de pesquisa estão

relacionadas com os seguintes tópicos:

Atuação dos envolvidos durante toda a pesquisa.

Permite a discussão e a disseminação das informações.

A teoria é analisada durante o processo da pesquisa.

É recomendada na utilização de pesquisas em grupo.

Não é recomendada sua utilização em empresas que tenham alta rotatividade

de funcionários.

De acordo com Oyadomari et al. (2012, p. 64), “a Pesquisa Intervencionista,

portanto, pode ser entendida como uma das variações da Pesquisa-Ação e tem sido bastante

recomendada como uma técnica que pode produzir resultados relevantes”.

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3.1.1. Pesquisa Intervencionista

O emprego da pesquisa intervencionista tem por objetivo identificar conhecimentos

na prática para solucionar situações do dia a dia, tendo como ponto principal resolver problemas

de prática operacional, além de analisar a evolução do conhecimento teórico.

A pesquisa intervencionista tem o seu início na década de 1940 associado a Kurt

Lewin (OYADOMARI et al., 2012), que propõe a interferência na realidade para propor

alterações no processo operacional. Não tem por objetivo apenas justificar o que está

acontecendo, mas sim resolver os problemas com a participação dos envolvidos.

Segundo Suomala, Yrjänäinen e Lukka (2014), a abordagem intervencionista tem

uma visão de diálogo e de negociações por meio do conhecimento e da ação, em que a

intervenção é a principal função do pesquisador.

Para Van de Ven e Johnson (2006), os pesquisadores da modalidade

intervencionista interpretam os problemas e usam seus conhecimentos, servindo a seus

propósitos, adaptando as situações e refletindo suas relações com a comunidade prática.

A pesquisa intervencionista tem sido sugerida, de acordo com Suomala e

Yrjänäinen (2010), como um caminho possível para produzir resultados práticos relevantes em

pesquisas relacionadas à contabilidade gerencial.

De acordo com Reason e Bradbury, a pesquisa intervencionista:

[...] é um processo participativo com o desenvolvimento do conhecimento prático na

busca do propósito humano que vale a pena. Procura trazer junto ação e reflexão,

teoria e prática, na participação com outros, na busca de soluções práticas para

apontamentos que preocupam as pessoas, e mais geralmente a prosperidade da

individualidade pessoal nas suas comunidades. (REASON; BRADBURY, 2008, p.

4).

O aspecto que diferencia a pesquisa intervencionista das demais pesquisas é que “o

fenômeno está acontecendo no presente momento, ou seja, ao vivo, com a construção de teoria

na ação” (OYADOMARI et al., 2012, p. 66).

Suomala e Yrjänäinen (2010) mencionam as seguintes conclusões relacionadas à

pesquisa intervencionista:

Deve ser utilizada para a construção de um ambiente de pesquisa, não para

construir a questão de pesquisa.

Tem potencial para suportar o pesquisador na criação de resultado de impacto

fora do mundo acadêmico.

É um meio de criar relações sustentáveis entre a teoria e a prática.

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Deve ser utilizada para ter acesso e aceitação nas diversas organizações.

Pode ser uma das raras formas de se estudar questões que ainda não foram

extensivamente adotadas por organizações da vida real.

Deve ser considerada uma peça específica na metodologia, que deverá se

adequar às capacidades do pesquisador ao longo do ciclo de vida da pesquisa.

Pode ser empregada como um mecanismo para gerar mais conhecimento sobre

os processos organizacionais e, quando aplicada com suficiente rigor, deve ser

utilizada para evitar os problemas relacionados a comportamentos indesejados.

Deve ser utilizada para validar os resultados durante o processo de pesquisa.

Conforme verificado na Figura 7, a Pesquisa Intervencionista pode ser classificada

em três fases, conforme Ricca (2014), sendo a primeira relacionada à negociação, onde são

mesclados a ação e o conhecimento. A segunda fase trata da relação e da interação entre o

pesquisador e os participantes da pesquisa. A última fase está relacionada ao resultado da

pesquisa.

Figura 7 – Representação do Processo da Pesquisa Intervencionista

Fonte: Adaptado de Ricca (2014).

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3.2. INSTITUIÇÃO ANALISADA

A empresa utilizada como estudo de caso neste trabalho representa um dos maiores

e mais influentes grupos de comunicação e distribuição da América Latina. Foi fundada como

uma pequena editora no ano de 1950, atuando na difusão de informação, educação e cultura, e

contribuindo para o desenvolvimento do País. Está presente nas áreas de Mídia, Gráfica,

Distribuição e Logística.

Possui, atualmente, 40 títulos e 4,3 milhões de assinantes, e 6 das 10 maiores

revistas do país pertencem ao seu portfólio, sendo líder em 15 dos 17 segmentos em que atua.

Por semana, sua principal revista vende mais de 1 milhão de exemplares, atraindo 8 milhões de

leitores.

Para apoiar o processo de Mídia, a empresa possui o maior parque gráfico da

América Latina com 52.500 m², produzindo 1,4 milhão de exemplares todos os dias. Além

disso, a área de Distribuição e Logística alcança 2.300 municípios, atendendo mais de 80

clientes em todo o País.

Os estudos foram autorizados pela empresa, desde que o nome da organização não

fosse revelado.

3.2.1. Situação Identificada

O Brasil vem passando por uma grave crise econômica, com a taxa de inflação fora

da meta estabelecida pelo governo, de 4,5% ao ano, desde o ano de 2010. A taxa atingiu o pico

no ano de 2015, quando chegou a 10,67% (IPEA, 2016). Essa crise afetou boa parte das

empresas, onde o nível de desemprego divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), para o trimestre de julho/agosto/setembro de 2016, atingiu o patamar de

11,8%, sendo esta a maior taxa já registrada pela série histórica da Pnad Contínua, que teve

início em janeiro de 2012 (CURY; CAOLI, 2016).

O cenário de crise afetou a instituição que será analisada neste estudo: de acordo

com o Relatório de Desempenho e Sustentabilidade do ano de 2015, houve uma redução de

19% nas receitas líquidas da empresa no período de 2013 a 2015. Diversas medidas foram

tomadas pela empresa para diminuir este impacto financeiro, entre elas a venda de empresas do

grupo, venda de títulos de revistas para outra editora, reestruturação interna, entre outros.

Como consequência disso, houve uma diminuição no número de funcionários do

Grupo, e no período entre 2013 a 2015 a redução totalizou 33%, fazendo com que um menor

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número de pessoas fosse responsável pelos controles e processos operacionais. Segundo

Yoshida e Reis (2005, p. 711), entre os princípios fundamentais dos controles internos há a

necessidade de se ter uma equipe adequada, sendo adequação de equipe “a qualificação

profissional e quantidade de empregados [que] devem ser adequadas para atender as reais

necessidades de cada área”.

A situação relatada coloca em risco as operações da empresa, pois há a possibilidade

crescente de materialização das falhas nos processos operacionais e de consequentes prejuízos

para o negócio. Para tanto, o gerenciamento de riscos é peça fundamental na solução desta

deficiência, visto ter por função “[...] evitar danos à reputação da organização e suas

consequências” (COSO, 2007, p. 3).

A situação diagnosticada não está limitada a uma área específica da empresa, mas

a todo o negócio. Neste cenário, o pesquisador responsável por este estudo propõe implementar

a gestão de riscos operacionais nas diversas áreas da empresa e elaborar um framework para

padronizar esse processo. Porém, devido ao prazo limitado para a construção e defesa da tese

de mestrado, o pesquisador entendeu ser melhor realizar o levantamento em apenas uma área

da empresa e, posteriormente, continuar o processo de implantação nas demais áreas.

A intenção é demonstrar para os executivos da Editora Nacional, por meio da

implantação do projeto em uma pequena parte da empresa, que ele pode ser relevante para todo

o negócio. O resultado apurado servirá como aprendizado e alicerce para a realização de ajustes

nas futuras implementações.

Com isso, foi realizada uma análise pelo responsável por esta pesquisa e foi

identificado que a área de Recebimento Integrado (RI) se enquadrava nesta situação, pois se

trata de uma área pequena, mas com alta relevância para o negócio. O detalhamento desta

análise é verificado no tópico “3.2.2 – Situação Atual da Área de RI”.

Ao ser identificada a possibilidade de enquadramento nessa área, o autor da

pesquisa levou ao conhecimento da Diretoria da Editora Nacional os fatos que qualificavam a

importância da implantação da gestão de risco operacional na área de RI, demonstrando as

justificativas e as expectativas do projeto. Segundo Cocurullo (2004), a ausência de apoio da

Alta Administração da empresa faz com que o projeto seja sentenciado ao fracasso antes de ser

lançado.

Após ser apresentada a importância do estudo e a necessidade deste projeto, os

executivos aprovaram a solicitação e ofereceram todo o apoio necessário, deixando sob a

responsabilidade do autor a realização da pesquisa e a respectiva implementação.

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3.2.2. Situação Atual da Área de RI

A área de RI possui 18 funcionários e está subordinada à Diretoria Financeira da

Editora Nacional, tendo entre as suas principais funções:

Recebimento e entrada de dados de notas fiscais no sistema ERP.

Validação dos dados fiscais constantes nos documentos recebidos.

Cadastro de fornecedores no sistema ERP, para que os pagamentos possam ser

efetuados.

Gerenciamento e arquivamento dos documentos fiscais pelos prazos legais.

Trata-se de uma área operacional com contingente composto por uma equipe em

sua maioria de menor graduação, conforme descrito na Tabela 3:

Tabela 3 – Cargos que Compõem a Área de RI

Cargo Quantidade

Gerente de área 1

Supervisor de área 1

Analista Sênior 1

Analista Pleno 2

Analista Júnior 8

Assistente Administrativo 4

Auxiliar 1

Fonte: Elaborado pelo autor.

A área é responsável por toda a entrada de informação quanto a pagamento de

fornecedores e identificação de impostos federais, estaduais e municipais. Apesar da sua

relevância operacional para o negócio, os funcionários não têm visão de sua importância. Para

eles, a percepção é de que trabalham em um setor de cadastro de notas fiscais, com pouca

relevância para a empresa.

Outro ponto a ser destacado é que os processos são realizados com uma grande

dependência de sistemas, sendo prejudicial qualquer parada operacional ou falha nas estruturas

lógicas. Apesar disso, a maioria dos funcionários da área não tem a real noção do que permitem

realizar suas habilitações de acessos ao sistema.

O tempo médio que os funcionários de RI trabalham na área é de aproximadamente

5 anos e meio, porém, não há garantias de que o histórico das realizações está conservado, pois

os funcionários não têm total domínio das responsabilidades gerenciadas pela área. Os

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funcionários têm responsabilidades específicas e servem de “reserva” (backup) para exercerem

eventualmente outra função, no caso de ausência motivada por licença ou férias.

Como em outras áreas da Editora Nacional, a área de RI também sofreu os reflexos

da reestruturação interna. No mês de junho/2016, a gestão da área foi transferida para a Gerência

de Serviços Financeiros; o gestor anterior assumiu outras funções e, posteriormente, foi

desligado da empresa no mês de novembro/2016. No mês de junho/2016, o Supervisor da área

foi desligado da empresa, assumindo esta posição o supervisor da área de Serviços Financeiros.

Como consequência, a funcionária mais graduada remanescente é a que ocupa o cargo de

analista sênior, que trabalha há 8 anos na empresa e há um ano e meio como funcionária da área

de Recebimento Integrado. Essa situação refletiu na perda do histórico da área, além de o atual

gestor não ter uma vivência próxima dos processos operacionais realizados e não possuir um

conhecimento mais profundo dos problemas vivenciados pela área.

Esta situação é um dos fatores que podem colocar em risco a operação, pois pode

resultar em erros operacionais e gerar consequências para o processo operacional da empresa.

Mas é justamente isso que qualifica a área de RI para a implementação do gerenciamento de

riscos operacionais, pois possibilita a identificação de possíveis falhas operacionais e o

alinhamento da visão de importância da área para o negócio, além de os novos gestores da área

terem um maior detalhamento das fragilidades e oportunidades de melhorias.

3.3. PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

Com o objetivo de obter os dados a serem analisados por meio de diferentes fontes

para evidenciar o resultado, foram utilizadas três diferentes técnicas para coleta dos dados dessa

pesquisa. Segundo Yin (2015), não é recomendada a utilização de fontes individuais de

evidências. Caso o pesquisador não se atenha a este ponto, pode colocar em risco o resultado

final dos achados. Em complemento, Yin (2015) menciona que o uso de várias fontes de

evidências permite ao pesquisador abordar um maior número de informações e desenvolver

linhas convergentes de investigação, formando um processo de triangulação e tornando as

conclusões da pesquisa mais convincentes e confiáveis.

A primeira técnica utilizada foi o desenho dos fluxos operacionais da área de RI.

Segundo Cocurullo (2004), há necessidade de um completo conhecimento do processo para a

identificação dos riscos atrelados e de se verificar quais as ações necessárias para a sua

mitigação.

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A segunda técnica colocada em prática foi a participação do pesquisador nos

workshops como facilitador, observando os participantes e desenvolvendo conhecimento como

suporte para a continuidade do projeto de pesquisa. Conforme Yin (2015, p. 119), as

observações “adicionam novas dimensões ao entendimento do contexto ou do fenômeno sendo

estudado”. Os dados verificados nos workshops foram registrados em arquivos específicos e

formalizados.

A terceira técnica empregada foi a entrevista estruturada em reuniões individuais

com os participantes do workshop. Conforme Marconi e Lakatos (2011, p.180), este tipo de

entrevista permite que o pesquisador siga um roteiro estabelecido de acordo com um

questionário formulado previamente. Além disso, as autoras concluem que as razões de se

utilizar uma forma padronizada é obter dos entrevistados respostas que permitam ser

comparadas.

3.3.1. Utilização de Questionário

Conforme verificado na teoria do CSA em Almeida (2006), o questionário é uma

das ferramentas para a implementação da metodologia, auxiliando na identificação dos riscos

operacionais e do ambiente de controles internos da empresa.

A utilização de questionários em pesquisas é uma forma significativa de coleta de

dados, auxiliando o pesquisador na obtenção de informações para dar suporte ao objeto

estudado. Segundo Michel (2009, p. 71), “o questionário é um formulário, previamente

construído, constituído por uma série ordenada de perguntas em campos fechados e abertos

[...]”.

Para Vieira (2009, p. 15) o “questionário é um instrumento de pesquisa constituído

por uma série de questões sobre determinado tema”. A utilização de questionários pode trazer

informações valiosas para o pesquisador, visto que as informações fornecidas serão tratadas e

adequadas ao que se deseja obter junto aos respondentes.

Segundo Marconi e Lakatos (2010), as vantagens de se utilizar o questionário como

técnica de coleta de dados podem ser:

Economia de tempo e obtenção de grande quantidade de dados.

Alcance de um número significativo de pessoas.

Abrangência de uma maior área geográfica.

Obtenção de respostas rápidas e de acordo com a necessidade do pesquisador.

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Diminuição dos riscos de distorções na resposta.

Possibilidade de uniformização na avaliação das respostas.

Vieira (2009, p. 23) destaca dois pontos importantes na utilização do questionário,

que devem ser observados antes de esta técnica ser empregada – os objetivos do trabalho e o

tipo de respondentes. A falta de objetividade na utilização do questionário poderá fazer com

que o pesquisador realize perguntas sem necessidade, gerando perda de tempo tanto para o

respondente quanto para o pesquisador, na análise das respostas.

Com isso, o autor dessa pesquisa definiu como objetivos para a aplicação do

questionário: identificar se a Planilha de Levantamento de Riscos da área de RI foi preenchida

corretamente; e se os respondentes desejavam relatar outros riscos. Os respondentes

correspondem aos funcionários de RI participantes do projeto de implementação do

gerenciamento de riscos operacionais na área de Recebimento Integrado.

3.3.1.1. Preparação do Questionário

Definidos o objetivo e os respondentes, o autor da pesquisa elaborou as questões,

atentando para o número adequado de perguntas. Em razão de o questionário ter sido aplicado

em uma entrevista estruturada, foi possível a utilização de perguntas abertas e fechadas.

Segundo Marconi e Lakatos (2010), perguntas abertas são aquelas em que o respondente utiliza

linguagem própria e emite opiniões. Isso possibilita ao pesquisador realizar investigações mais

profundas e direcionadas. Já as perguntas fechadas são aquelas em que a resposta deve ser

escolhida entre duas opções. Este tipo de questão facilita a tabulação e permite ao pesquisador

a obtenção de respostas mais objetivas.

A estrutura das perguntas foi direcionada tendo em vista o objetivo estabelecido;

foram utilizadas seis questões, atentando-se para sua correta construção. Segundo Vieira

(2009), deve-se observar as seguintes situações na construção de questionários:

Perguntar uma coisa de cada vez – para não confundir o respondente e não

dificultar o resultado das respostas obtidas.

Fazer perguntas que as pessoas saibam responder – dar preferência a não fazer

perguntas que exijam conhecimentos técnicos dos respondentes.

Oferecer respostas alternativas condizentes com o que foi perguntado.

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Evitar frases negativas – em perguntas com esse tipo de construção, o

respondente poderá ficar na dúvida, o que pode gerar erros de interpretação em

relação ao que está sendo perguntado.

Evitar expressões sem significado exato, como “a maioria”, “frequentemente”,

“em geral”, pois elas podem ter uma interpretação diferente para cada

respondente.

Evitar palavras com significado duplo, perguntas indefinidas – isso pode gerar

erros de interpretação e incorreções nas respostas dadas.

Diante desse contexto, o pesquisador elaborou um questionário que pode ser

verificado no Anexo 1. As perguntas direcionadas aos funcionários da área de RI objetivaram

levantar as seguintes informações:

a) Nome Completo: identificação do funcionário que respondeu ao questionário. A

identificação foi importante para saber quais funcionários iriam auxiliar na

implantação de indicadores de risco ou de alteração do controle. No início do projeto,

foi informado a todos os funcionários que alterações propostas e aceitas pela gestão

da área seriam implementadas com a participação dos próprios autores das ideias.

b) Local de Trabalho: objetivou-se verificar se os procedimentos utilizados em um

local afetam os demais. Com isso, foram identificados pontos em comum entre os

locais e outros que afetam apenas um ou dois locais.

c) Tempo de Trabalho no RI: apurar o tempo médio em que cada funcionário trabalha

na área de RI; como resultado, foi possível verificar se, mesmo com a saída do

gerente e do supervisor, o histórico da área havia sido preservado.

Questão 1. Com base na lista de processos apresentada, qual delas os riscos

informados estão enquadrados?

Validação e digitação de notas fiscais.

Controle de notas fiscais referente a produtos da empresa em poder de

terceiros e produtos de terceiros em poder da empresa.

Cadastro de fornecedores.

Armazenamento de documentos fiscais.

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Objetivo da questão: Promover a divisão dos riscos apontados de acordo com os

processos existentes na área, para direcionar a implantação dos controles ou

indicadores.

Questão 2. Existem leis ou regulamentações aplicáveis aos processos que você é

responsável?

Objetivo da questão: Verificar a existência de possíveis riscos externos que

poderiam não ser levados em conta no momento de implantação de novos controles

ou indicadores de desempenho.

Questão 3. De acordo com os dados informados na “Planilha de Levantamento de

Riscos da área de RI”, quais as bases que levaram à classificação dos riscos

apontados?

Objetivo da questão: Identificar a melhor localização do risco no gráfico

probabilidade × impacto, demonstrando ao funcionário de RI a importância

considerada nos apontamentos efetuados.

Questão 4. Analisando os fluxos operacionais dos processos sob a sua

responsabilidade, existem outros riscos que não foram apontados anteriormente?

Objetivo da questão: Verificar se todos os riscos conhecidos pelo funcionário foram

considerados no levantamento efetuado, considerando-se as análises realizadas e os

fluxos apresentados.

Questão 5. Existe outro processo sob sua responsabilidade que não foi apresentado

até o momento?

Objetivo da questão: Verificar se todos os procedimentos realizados pelos

funcionários foram considerados no levantamento efetuado, considerando-se as

análises realizadas e os fluxos desenhados.

Questão 6. No seu entendimento, qual risco há necessidade de um indicador para

acompanhamento? Por quê?

Objetivo da questão: Questionar a hipótese de inclusão ou de alteração de um

controle interno, além de explicar os motivos para as alterações mencionadas, após

discussão e análise dos processos sob a responsabilidade do entrevistado. Essas

explicações serviram de base para justificar as alterações propostas para os gestores

da área de RI.

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4. ETAPAS DO PROJETO

Conforme mencionado, a pesquisa intervencionista tem por finalidade solucionar

problemas aliando teoria e prática. Labro e Tuomela (2003 apud Silva, 2014) “desenvolveram

um framework a partir de um modelo elaborado por Lukka (2000) para analisar dois estudos de

casos em pesquisas construtivas que solucionaram problemas práticos. Este modelo é dividido

em [...] fase de campo e fase teórica”.

A fase de campo divide-se em: localização do problema, possibilidade de

cooperação em longo prazo e conhecimento do tema. A parte teórica divide-se em: construto,

criar e testar este construto, verificar a aplicabilidade e as contribuições teóricas.

Baseando-se neste modelo, o responsável por esta pesquisa construiu as etapas do

projeto, conforme consta na Figura 8:

Figura 8: Etapas do Projeto de Pesquisa

Fonte: Adaptado de Silva (2014).

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4.1. CRIAÇÃO E COMPARTILHAMENTO DO CONHECIMENTO

4.1.1. Desenho dos Fluxos Operacionais

Ao solicitar para os gestores de RI os fluxos operacionais da área, estes nos

informaram sobre a inexistência de um material formalizado e completo com os processos

operacionais realizados.

Segundo Nogueira et al. (2004) e Cocurullo (2004), há a necessidade de uma análise

completa da área pelos envolvidos, com o objetivo de identificar os riscos e avaliar quais as

medidas necessárias para a sua mitigação.

Por não estar em posse dessas informações e objetivando minimizar falhas no

projeto, o autor desta pesquisa decidiu realizar o levantamento e o desenho completo dos fluxos

operacionais, em conjunto com os funcionários da área.

Inicialmente, em conversa com os atuais gestores e com a analista sênior, foram

relacionados os processos realizados pela área. Posteriormente, foi marcada uma conversa com

cada funcionário para descrever passo a passo os procedimentos realizados, desde o

recebimento de um documento fiscal até a liberação para a área responsável por realizar o

pagamento de fornecedores.

Para garantir que todas as informações estavam contidas nos fluxos operacionais,

utilizou-se a ferramenta de auditoria denominada walkthrough. Segundo Araújo (2004, p. 74),

tal ferramenta destina-se a “acompanhar as etapas cumpridas pelas transações selecionadas por

amostragem durante o processo”.

Após os levantamentos serem concluídos, foram identificados os seguintes

procedimentos realizados pela área:

Validação e digitação de notas fiscais.

Reversão de documentos fiscais.

Controle de produtos da empresa em poder de terceiros e produtos de terceiros

em poder da empresa.

Cadastro de fornecedores.

Armazenamento de documentos fiscais.

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Ao término da confecção dos fluxos operacionais e da validação destes, todos os

dados foram disponibilizados aos gestores e funcionários da área para conhecimento e

detalhamento dos processos realizados.

4.1.2. Workshop de Gerenciamento de Riscos Operacionais

4.1.2.1. Planejamento do Workshop

Para este trabalho, o autor optou por utilizar a metodologia de Control Self

Assessment – CSA, utilizando o conhecimento de todos os funcionários da área de RI para a

listagem do maior número de riscos possíveis.

Segundo Cocurullo (2004), os funcionários da área em análise são aqueles que

detêm o conhecimento do dia a dia, não havendo a necessidade de acúmulo de evidências,

revisões e execuções de numerosos tipos de análises para a obtenção dos riscos envolvidos.

Entre os tipos de implementação do CSA, o autor desta pesquisa optou pela

aplicação de questionário e realização de workshops com a equipe. O workshop teve por

objetivo propiciar um contato direto e um melhor relacionamento entre os envolvidos, além de

identificar possíveis riscos desconhecidos pela gerência.

A opção por requisitar a participação de todos os funcionários da área está amparada

nas mudanças recentes ocorridas na gestão desse processo. Como o gerente e o supervisor

possuem menos de 6 meses de vivência na área, além de a experiência da analista sênior ser de

apenas um ano e meio, optou-se por identificar o conhecimento de todos em Recebimento

Integrado.

O processo teve início em uma reunião com o gerente e o supervisor responsáveis

pela área de Recebimento Integrado, em que o autor desta pesquisa explicou a necessidade da

participação de todos os funcionários neste projeto, pois, conforme Cocurullo (2004, p. 171), o

projeto deve ser divulgado para os gestores e pessoal envolvido antes de ser iniciado. Além

disso, diante da possibilidade de os atuais responsáveis pela área de RI não terem o

conhecimento total dos processos realizados, optou-se por trabalhar com os 18 funcionários que

compunham o quadro de colaboradores da área.

A metodologia CSA não menciona o grupo ideal de funcionários para participar do

projeto de implementação, porém, alguns autores mencionam que há a necessidade da

participação do gestor do processo e de seus principais colaboradores (ENGLE; JOSEPH, 2001;

NOGUEIRA et al., 2004; TRISCIUZZI, 2009; MACHADO JR., 2009; LAGE, 2013), e em

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grupos de trabalhos (IIA, 1998). Por serem relevantes para a teoria, serão analisados os

resultados do projeto com a participação de todos os funcionários da área de Recebimento

Integrado.

Na reunião com o Gestor e o Supervisor da área de RI, foi informado que os

funcionários pertencentes ao quadro eram, em sua maioria, profissionais jovens e que tiveram

pouco ou nenhum contato com o conceito de Riscos ou Gerenciamento de Riscos.

É oportuno salientar que a área de RI possui funcionários em três diferentes

estabelecimentos, sendo divididos conforme demonstrado na Tabela 4:

Tabela 4 – Divisão dos Funcionários de RI por Localidade de Trabalho

Localidade Quantidade Funcionário mais

graduado

Centro Administrativo 9 Gerente de Área

Área de Produção 1 6 Analista Pleno

Área de Produção 2 3 Analista Pleno

Fonte: Elaborado pelo autor.

Após a coleta inicial de informações para a realização do primeiro treinamento, o

autor deste estudo nomeou um segundo facilitador, a Supervisora da área de Gerenciamento de

Riscos da Editora Nacional. Essa nomeação foi necessária pois, segundo Yin (2015, p. 119),

“um procedimento comum para aumentar a confiabilidade da evidência observacional é ter mais

de um único observador realizando a observação – da variedade formal ou informal”. Para os

autores Engle e Joseph (2001) e Almeida (2006), os facilitadores devem trabalhar em dupla –

um com a função de liderar o treinamento e outro com a responsabilidade de efetuar os registros.

Conforme IIA (1998) e Almeida (2006), existem quatro formatos de workshops a

serem utilizados no projeto de CSA:

Com base no Controle – verifica o correto funcionamento dos controles,

tendo por base entrevistas e exames documentais.

Com base no Processo – examina um processo de ponta a ponta, com o

objetivo de avaliar, atualizar e validar suas operações.

Com base no Objetivo – verifica se as melhores técnicas de controle foram

selecionadas, e se essas técnicas estão funcionando corretamente em níveis

aceitáveis para gerenciar os riscos da empresa.

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Com base no Risco – identifica e gerencia riscos, partindo da análise das

atividades e da identificação dos riscos-chave do negócio e, posteriormente,

analisa e implementa as ações corretivas necessárias.

Para facilitar a identificação dos riscos existentes na área de RI, o autor desta

pesquisa realizou o workshop com base no Risco.

Para o sucesso do CSA, há a necessidade de que todos os envolvidos tenham

conhecimento da teoria relacionada a Riscos e Controles Internos, além de compreenderem o

seu papel e responsabilidade neste processo (ENGLE; JOSEPH, 2001; NOGUEIRA et al.,

2004; COCURULLO, 2004; TRISCIUZZI, 2009; MACHADO JR., 2009).

O treinamento teve por base as boas práticas e os conceitos estabelecidos na

metodologia COSO (2007), e foi dividido em três tópicos diferentes:

Risco – conceito, identificação, controle interno, matriz de prioridade e

exemplos práticos.

Tratamento do Risco – conceito, formas de tratamento e exemplos práticos.

Gestão de Risco – conceito, importância, funcionamento da gestão de riscos na

Editora Nacional e exemplos práticos.

Como os funcionários da área de RI já haviam sido previamente informados sobre

a realização deste treinamento pelo seu gestor, o autor desta pesquisa enviou e-mail aos

participantes, informando data e local dos encontros. Neste momento, houve o cuidado de

separar a equipe em três turmas distintas, pois, em razão de esta ser uma área operacional e

dinâmica, a separação foi necessária para que sempre houvesse um funcionário a realizar o

atendimento nos três locais de atuação.

4.1.2.2. Realização do Workshop

O treinamento foi realizado no mês de setembro/2016 em três datas diferentes, com

duração de 3 horas cada. Porém, devido a problemas de agenda, o gerente da área não pôde

participar. No entanto, para sinalizar a importância do projeto, determinou que o supervisor da

área de RI e o analista sênior participassem de todos os encontros.

O treinamento foi realizado com os seguintes participantes, conforme descrito na

Tabela 5:

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Tabela 5 – Funcionários de RI que Participaram do Workshop

Cargo 1º dia 2º dia 3º dia

Gerente de área - - -

Supervisor de área 1 1 1

Analista Sênior 1 1 1

Analista Pleno 1 - 1

Analista Júnior 2 5 1

Assistente Administrativo 2 1 1

Auxiliar 1 - -

Fonte: Elaborado pelo autor.

Ao iniciar o treinamento, o autor deste estudo explicou a importância do projeto e

os motivos de escolha da área de RI. Posteriormente, para identificar o real conhecimento dos

participantes, foi solicitado que definissem o conceito de Risco. As respostas obtidas foram:

funcionário 1: “É uma situação que acontece dentro da empresa e pode causar prejuízo”;

funcionário 4: “Pode acontecer tanto na nossa vida como dentro da empresa”; funcionário 9:

“Para mim, risco é uma coisa que não posso controlar, mas que sei que um dia vai acontecer”;

funcionário 16: “Risco é tudo aquilo que pode acontecer e fazer com que eu não entregue meu

trabalho no prazo combinado”.

Este cenário demonstrou que o nível de conhecimento de parte dos participantes era

superficial, o que foi corroborado ao término do treinamento pela avaliação formalizada na

resposta à questão: “Seus conhecimentos anteriores a este evento eram: Nenhum, Poucos, Bons

conhecimentos ou Dominava o assunto”. Como resposta, 53% dos participantes classificaram

seus conhecimentos como “Poucos” ou “Nenhum”.

O autor desta pesquisa, por conta dessa realidade, decidiu dar maior ênfase ao

conceito de Risco e à sua importância no ambiente corporativo. Foi apresentado aos

participantes o seguinte conceito de Risco:

O risco existe quando há probabilidade de ocorrência de resultados diferentes do

esperado, pode haver resultados melhores ou piores do que os planejados, embora a

tendência seja em focar as chances de resultados negativos. (COIMBRA, 2007).

A partir deste momento, o conhecimento dos participantes começou a ser

aprimorado. Para a fixação do conceito, foi realizado um exercício prático, sendo solicitado que

cada participante mencionasse dois riscos não atrelados ao processo operacional que realizam

em suas tarefas diárias.

Após a análise do exercício prático, foi apresentado o conceito de Controles

Internos, pois, conforme os autores Engle e Joseph (2001), Cocurullo (2004), Trisciuzzi (2009)

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e Machado Jr. (2009), esta definição é uma das partes fundamentais na implementação do

projeto CSA. Para tanto, foi apresentado o seguinte conceito:

Compreende todos os meios planejados numa empresa para dirigir, restringir,

governar e conferir suas várias atividades com o propósito de fazer cumprir os seus

objetivos. A importância do controle interno fica patente a partir do momento em que

se torna impossível conceber uma empresa que não disponha de controles que possam

garantir a continuidade do fluxo de operações e informações proposto. (ATTIE,

2011).

Em seguida à demonstração dos conceitos de Risco e de Controles Internos, houve

uma explanação sobre a matriz Probabilidade × Impacto, com o objetivo de demonstrar a

existência de grau de importância para cada evento identificado. Segundo Ettinger (2011), essas

matrizes “[...] especificam as combinações de probabilidade e impacto que resultam em uma

classificação dos riscos como de prioridade baixa, moderada ou alta”. Para Coimbra (2007), a

descrição dos riscos classificada na matriz Probabilidade × Impacto direciona a tomada de

decisões das empresas em relação ao estabelecimento de controles para limitar o surgimento

dos riscos.

Posteriormente, foi realizado um novo exercício prático: solicitou-se aos

participantes a descrição de dois novos riscos operacionais; porém, agora eles foram informados

sobre os controles internos atrelados e qual a classificação desses riscos na matriz Probabilidade

× Impacto. Durante a discussão do assunto, a evolução de todos quanto ao alinhamento dos

conceitos ficou clara.

Para finalizar o treinamento, alinhou-se o conceito de Gestão de Riscos, partindo

dos conceitos de Riscos e Controles Internos e chegando à conclusão sobre a importância do

trabalho em conjunto para minimizar a materialização dos problemas. Como a atual pesquisa

está baseada nas melhores práticas definidas na metodologia COSO, foi utilizada a definição

do conceito apresentado por ela:

Um processo conduzido em uma organização pelo Conselho de Administração,

Diretoria e demais empregados, aplicado no estabelecimento de estratégias,

formuladas para identificar em toda a organização eventos em potencial, capazes de

afetá-la, e administrar os riscos de modo a mantê-los compatível com o apetite a risco

da organização e possibilitar garantia razoável do cumprimento de seus objetivos

(COSO, 2007).

Após o alinhamento dos conceitos, foi reforçada a importância dos processos

operacionais realizados pela área de RI, pois, conforme Cocurullo (2004, p. 169), o CSA tem

por objetivo, entre outras situações, dar ênfase à responsabilidade de cada um no

desenvolvimento e monitoramento dos sistemas de controles internos.

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Ao final do treinamento, foi apresentada a “Planilha de Levantamento de Riscos

da área de RI”, conforme a Figura 9, que contém a solicitação para o preenchimento das

seguintes informações:

Nome: nome do funcionário.

Local de Trabalho: local em que trabalha diariamente.

Processo: tipo de trabalho que está sendo realizado. Exemplo: homologação

de fornecedores, validação de notas fiscais, entre outros.

Evento que pode causar o risco: problema que pode estar acontecendo neste

momento. Exemplo: falta de conferência da nota fiscal no momento da inclusão

dos dados no ERP.

Controle atrelado a este evento: processo realizado para que o risco não

ocorra. Exemplo: o sistema ERP não permite que seja incluída uma nota fiscal

sem que a ordem de compras seja aprovada.

Classificação do evento: mencionar se o risco é de alta, média ou baixa

relevância, considerando a probabilidade de ele ocorrer e o seu impacto para a

empresa.

Figura 9: Planilha de Levantamento de Riscos da Área de RI

Fonte: Elaborado pelo autor.

A utilização da planilha foi necessária para se padronizar as respostas recebidas dos

participantes e facilitar a compreensão dos resultados obtidos. Segundo Marconi e Lakatos

(2010), a utilização de tabelas tem em seu propósito “[...] ajudar o investigador na distinção de

diferenças, semelhanças e relações, por meio da clareza e destaque que a distribuição lógica e

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a apresentação gráfica oferecem às classificações”. Alinhadas a este pensamento, as

mencionadas autoras concluem que “quanto mais simples for a tabela ou o quadro,

concentrando-se sobre limitado número de ideias, melhor; ficam mais claras, mais objetivas”

(MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 153).

Após a apresentação da planilha, foi solicitado aos participantes que, com os

conhecimentos prévios e os adquiridos no treinamento, todos deveriam preencher a “Planilha

de Levantamento de Riscos da área de RI”, informando os riscos enfrentados individualmente

nas suas operações diárias.

Ao término do treinamento, foi solicitado que todos os participantes preenchessem

a avaliação do workshop sem a identificação do autor, conforme verificado no Anexo 2. De

modo geral, a avaliação foi positiva, com comentários que enalteceram o trabalho realizado, o

que evidenciou a importância do seu resultado para a Editora Nacional.

No dia seguinte ao treinamento, foi enviado um e-mail agradecendo a participação

de todos e, em anexo, a “Planilha de Levantamento de Riscos da área de RI”, contendo

explicações do preenchimento, telefones e e-mails de contato para dirimir quaisquer dúvidas,

além de informar que a planilha deveria ser preenchida até o dia 23 de setembro de 2016.

4.1.3. Identificação dos Riscos Operacionais pelos Funcionários de RI

No dia 23 de setembro de 2016, todas as planilhas foram devolvidas contendo os

riscos apontados pelos funcionários da área de RI participantes do treinamento. Ao receber os

dados, e ainda sem fazer nenhuma análise sobre eles, foi verificada a quantidade de riscos

conforme apontado na Tabela 6:

Tabela 6 – Quantidade de Riscos Informados pelos Funcionários de RI

Classificação dos Riscos Total

Alto Médio Baixo Não Informado

14 27 41 1 83

Fonte: Elaborado pelo autor.

Após a separação dos riscos informados de acordo com a classificação – alto, médio

ou baixo –, foi agendada uma reunião individual com os funcionários de RI de 60 minutos entre

os dias 10 e 13 de outubro de 2016.

Os participantes tinham sido previamente informados sobre as entrevistas durante

o workshop, porém o pesquisador teve o cuidado de realizar o agendamento de modo que não

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impactasse as operações diárias da área, tanto em relação ao horário de maior movimento de

entrada de documentações, quanto a conflitos de agenda referentes outras reuniões.

Para este procedimento, foi utilizada a técnica de entrevista estruturada, que,

segundo Marconi e Lakatos (2011, p. 180), ocorre quando o entrevistador segue um roteiro

estabelecido e tem por objetivo receber respostas dentro de uma padronização específica. Esta

entrevista teve por objetivo:

Tabular os riscos de acordo com categorias preestabelecidas.

Apurar a forma como foi realizada a classificação do risco.

Identificar a possibilidade da ocorrência de riscos que não foram apontados.

Apontar a necessidade de alteração em controles internos ou inclusão de

indicadores de controles.

4.1.4. Entrevista Estruturada com os Funcionários de RI

Conforme Marconi e Lakatos (2011), a entrevista estruturada tem por objetivo

identificar o processo como um todo e de forma padronizada. Ou seja, quaisquer diferenças

apuradas se devem à visão diferenciada dos entrevistados, e não à forma das perguntas.

De acordo com Vieira (2009), nas entrevistas estruturadas, o pesquisador deve se

ater apenas às perguntas dos questionários, fazendo o registro das respostas recebidas. A

vantagem desse processo é o fato de haver uma interação com o entrevistado, o que possibilita

dirimir quaisquer dúvidas que este possa apresentar.

Como o objetivo do projeto de gestão de riscos operacionais na área de RI foi

identificar os procedimentos que pudessem causar impactos na operação, a padronização foi a

opção identificada pelo pesquisador para que todos os participantes não desviassem o foco de

sua atenção.

Segundo Marconi e Lakatos (2011), o emprego de entrevistas apresenta vantagens

para o pesquisador, nos seguintes aspectos:

Pode ser utilizada com todos os segmentos da população, independentemente

de os entrevistados serem alfabetizados ou não.

Possibilita ao entrevistador tirar as dúvidas do entrevistado e ter a garantia de

que está sendo entendido.

É propícia para avaliar as atitudes e condutas do entrevistado.

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Possibilita identificar dados que não seriam identificados em fontes

documentais.

Possibilita identificar discordâncias e solucionar dúvidas no momento da

entrevista.

Foram utilizados como base para a criação do questionário estruturado os

componentes sugeridos pela metodologia COSO, pois, segundo Moeller (2007), a avaliação de

riscos é o principal tópico abordado no modelo COSO ERM Framework. A avaliação e o

gerenciamento de riscos irão permitir às empresas considerarem eventos de riscos em potencial.

Esse processo deve considerar as perspectivas de probabilidade e impacto potencial.

Para a convocação das reuniões, foram verificadas as melhores datas e locais para

a realização destas e, posteriormente, foi enviado e-mail de convocação individual para todos

os funcionários da área de RI.

No início da reunião, foi fornecida uma cópia do questionário, conforme Anexo 1,

para cada entrevistado, explicando cada ponto que seria discutido. Segundo Michel (2009, p.

143), o contato inicial deve ser feito explicando a finalidade, o objetivo e a relevância da

colaboração, deixando o entrevistado à vontade para responder.

Para o processo de classificação dos riscos, foi perguntado ao entrevistado qual o

nível de impacto e probabilidade a que o evento mencionado estava suscetível. Para esta

situação, foram utilizadas como base as perspectivas definidas na metodologia COSO (2007),

sendo determinado como impacto a perda potencial estimada e a probabilidade – frequência em

que o risco poderia ocorrer. Este passo foi importante para o posicionamento correto da

classificação dos riscos na matriz Probabilidade × Impacto.

Durante a entrevista, algumas dúvidas foram levantadas pelos funcionários de RI e

esclarecidas pelo responsável desta pesquisa, havendo um alinhamento entre o objetivo da

entrevista e a expectativa dos participantes.

Outro ponto a ser destacado durante a entrevista foi a inclusão de novos riscos e

alterações na classificação do risco. Ao serem discutidos os riscos entre o entrevistado e o

responsável por esta pesquisa, foram identificados pontos que mereceriam maior atenção e

geravam riscos para o negócio. Esta situação pode ser observada na Tabela 7, que demonstra

os novos riscos incluídos no projeto de acordo com a sua classificação:

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Tabela 7 – Riscos Novos Informados pelos Funcionários de RI após Entrevista Estruturada

Classificação do Risco Total

Alto Médio Baixo

1 3 4 8

Fonte: Elaborado pelo autor.

Além disso, a Tabela 8 demonstra as alterações realizadas quanto à mudança na

classificação dos riscos:

Tabela 8 – Alteração da Classificação de Riscos após Entrevista Estruturada

Tipo de Alteração Quantidade

De Alto para Médio 2

De Médio para Baixo 9

De Médio para Alto 1

De Baixo para Médio 3

Total 15

Fonte: Elaborado pelo autor.

Depois de realizadas as alterações, o novo cenário de riscos apontados pelos

funcionários de RI está demonstrado na Tabela 9:

Tabela 9 – Riscos Informados pelos Funcionários de RI após Entrevista

Classificação dos Riscos Total

Alto Médio Baixo

14 25 52 91

Fonte: Elaborado pelo autor.

Ao término da entrevista, foram informados a cada entrevistado os próximos passos

do projeto, que seriam:

Separação do risco de acordo com o processo classificado.

Consolidação dos riscos, atentando para a duplicidade de informações e para

um mesmo evento de origem.

Apresentação dos riscos consolidados para a coordenação e gerência da área

de RI.

Negociação com os gestores da área de RI em relação à inclusão de novos

indicadores e possíveis alterações nos controles internos da área.

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Finalizadas as entrevistas, o responsável pela pesquisa recebeu feedbacks positivos

dos funcionários quanto à participação neste projeto, além de agradecimentos pela oportunidade

de poder fazer parte do time de trabalho.

4.1.4.1. Consolidação dos Riscos Apontados pelos Funcionários de RI após Entrevista

Após as entrevistas, foi realizado o tratamento dos dados para consolidar as

informações e eliminar redundâncias. O tratamento obedeceu às seguintes condições:

a) Separação dos riscos de acordo com os processos previamente informados aos

entrevistados na questão 1.

b) Consolidação dos riscos com a mesma natureza.

Do total de 91 riscos apontados pelos funcionários de RI, houve a consolidação em

20 riscos. Segundo Mcclave, Benson e Sincich (2009, p. 31), a separação de dados em grupos

é essencial para uma análise mais detalhada das informações, permitindo realizar afirmações

sobre a amostra analisada.

A consolidação dos riscos de mesma natureza foi realizada de acordo com as

seguintes premissas:

Mesma origem de risco – Exemplos: falta de conferência de dados do imposto

contido na nota fiscal, cálculo incorreto do imposto, apuração indevida do

imposto – esses casos foram classificados como apuração indevida do imposto a

ser recolhido.

Classificação do risco – utilizou-se uma pontuação com pesos: risco

classificado inicialmente como baixo teve peso 1; risco classificado inicialmente

como médio teve peso 2; risco classificado inicialmente como alto teve peso 3.

Para a consolidação dos riscos de mesma origem, foram somados os pesos e

verificada a média ponderada.

Após ser feita a divisão, obteve-se o seguinte cenário com as respectivas

classificações, conforme verificado na Tabela 10:

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Tabela 10 – Consolidação de Riscos por Processo – Área de RI

Processos Classificação dos Riscos

Total Alto Médio Baixo

Validação e Digitação de Notas Fiscais 5 5 6 16

Cadastro de Fornecedores - 1 1 2

Controle de Notas Fiscais em poder de terceiros /

de terceiros em nosso poder 1 - - 1

Armazenagem de documentos fiscais - - 1 1

TOTAL 6 6 8 20

Fonte: Elaborado pelo autor.

A divisão dos riscos facilitou a discussão com os coordenadores da área de RI

quanto aos motivos que geraram a alteração de controles internos ou a criação de indicadores

de acompanhamento.

Com essas informações estruturadas, foi enviado e-mail para marcar uma reunião

com o intuito de discutir os riscos apontados. O encontro contou com a participação do

Supervisor e da Analista Sênior de RI, do responsável por esta pesquisa como primeiro

facilitador e, como segundo facilitador, da Supervisora da área de Gerenciamento de Riscos da

Editora Nacional. A reunião foi realizada no dia 20 de outubro de 2016 e teve duração de 90

minutos, com o objetivo de demonstrar a consolidação dos riscos por processo, além de verificar

as possíveis alterações para minimizar a exposição aos riscos.

Os comentários e as sugestões dos participantes foram documentados por meio de

anotações e salvas em arquivo junto aos demais documentos que compõem o suporte desta

pesquisa. Segundo Sunding e Odenrick (2010), as reuniões de projetos de intervenção podem

ser documentadas de duas maneiras: por meio de anotações ou de gravações de áudios.

Essa reunião foi realizada antes de se apresentar o resultado final para o gerente e

o diretor da área. Segundo Sunding e Odenrick (2010), é importante realizar uma reunião prévia

para discussão do objeto da intervenção, com a finalidade de alinhar as expectativas e opiniões

de todos os envolvidos.

Após a reunião, o responsável pela pesquisa recebeu feedback positivo dos

participantes quanto à realização deste projeto, demonstrando o apoio recebido e o nível de

satisfação com o resultado apurado.

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5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Para a realização deste projeto, o pesquisador responsável utilizou a metodologia

CSA para levantamento dos dados e a metodologia COSO para análise e apuração do resultado.

Neste passo, foi realizada a avaliação dos riscos apontados pelos funcionários de RI, chamando

a atenção para os riscos aos quais a empresa estava sendo exposta e as formas de mitigação

junto aos gestores da área-alvo da pesquisa. Segundo Arena, Arnaboldi e Azzone (2010, p.

661), a metodologia COSO prevê que o gerenciamento de riscos sirva, entre outras funções,

como suporte para as decisões tomadas pela gestão da empresa.

Neste contexto, após as análises preliminares dos dados coletados, chegamos a

algumas conclusões, que serão explanadas nos tópicos a seguir.

5.1. TRATAMENTO DOS RISCOS

5.1.1. Avaliação dos Riscos

Após a consolidação dos riscos apontados pelos funcionários de RI, foi apurada a

quantidade de 20 riscos que incidem sobre o processo operacional. Conforme podemos verificar

no Gráfico 1, há uma concentração de riscos classificados como de alta e média relevância:

Gráfico 1: Classificação dos Riscos de RI

Fonte: Elaborado pelo autor.

Os riscos classificados como de alta relevância são aqueles que têm alta

probabilidade de materialização e alto impacto para o negócio. Para esses casos, segundo a

0

2

4

6

8

Alto Médio Baixo

Classificação dos Riscos

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metodologia COSO (2007), há demanda de atenção considerável da empresa quanto a sua

mitigação. Já os casos classificados como de média relevância são aqueles que têm baixa

probabilidade de ocorrência, mas que, se materializados, geram um grande impacto para o

negócio; ou ainda casos de alta probabilidade de ocorrência e de baixo impacto para a empresa.

Segundo a metodologia COSO (2007), os casos de média relevância de risco devem ser

avaliados cuidadosamente pela empresa e colocado em um radar de observação, atentando para

o apetite de risco estipulado. E, por último, há os riscos classificados como de baixa relevância,

ou seja, aqueles que a probabilidade de acontecer e o impacto para a empresa são considerados

baixos. Neste sentido, a metodologia COSO (2007) define que as empresas não devem dedicar

muita atenção a esses casos.

Essa situação pode ser verificada na Figura 10, que demonstra a localização dos

riscos consolidados na matriz Probabilidade × Impacto:

Figura10: Matriz Probabilidade × Impacto dos Riscos Consolidados da Área de RI

Fonte: Elaborado pelo autor.

Diante deste contexto, foi realizada análise dos 20 riscos apontados pelos

funcionários de RI, com o objetivo de separá-los de acordo com a sua classe.

Segundo Brito (2007, p. 55), o risco operacional pode ser dividido nas seguintes

classes:

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Imagem: veiculação de informações que afetam diretamente a imagem da

empresa.

Humano: associado a erros praticados de forma intencional (ou não) por

pessoas responsáveis (ou não) pelos processos operacionais.

Controle interno inadequado ou insuficiente: decorrente de falhas nos controles

internos e no sistema de processamento das informações, podendo ocasionar

perdas inesperadas para as empresas.

Sistemas inadequados: quando os sistemas que suportam os processos

operacionais permitem falhas que podem comprometer a empresa.

Legal: questionamentos jurídicos referentes às transações realizadas pela

empresa.

Fraude: realização de procedimentos inadequados com o objetivo de favorecer

o fraudador e gerar prejuízos à empresa.

Essa classificação foi realizada para facilitar a identificação das ações necessárias

para mitigar a materialização do risco. O resultado pode ser verificado no Gráfico 2:

Gráfico 2: Classes dos Riscos Identificados pelos Funcionários de RI

Fonte: Elaborado pelo autor.

A divisão em classes demonstra que a preocupação dos funcionários de RI está

voltada para três frentes, a saber:

Falha de controles internos — segundo a metodologia COSO (2013), “o

controle interno auxilia as entidades a alcançar objetivos importantes e a

sustentar e melhorar o seu desempenho”. O processo de RI possui uma

8

8

4

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

FALHA DE CONTROLES INTERNOS

FALHA HUMANA

SISTEMAS INADEQUADOS

Classes dos Riscos da área de RI

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dependência de pessoas para a realização das tarefas diárias, e falhas neste

contexto podem representar uma entrada de dados inconsistente e com erros

operacionais. A preocupação dos funcionários de RI é pertinente e representa

40% dos riscos identificados na pesquisa.

Falha humana – esse tipo de falha pode ocorrer como consequência das falhas

de controles internos. A preocupação atribuída pelos funcionários de RI a este

tipo de risco representa 40% dos riscos identificados na pesquisa, novamente

tendo por base um processo que depende de pessoas. Segundo Martin, Santos

e Filho (2004), são riscos que podem levar a grandes prejuízos na empresa,

podendo estar atrelados a todos os processos, desde a parte operacional até a

parte estratégica da empresa.

Sistemas Inadequados – como mencionado no tópico “Situação Atual da Área

de RI”, também há uma dependência de sistemas ao longo do processo. Apesar

de representar 20% dos riscos identificados na pesquisa, existem dois casos que

são considerados de alta relevância, exigindo atenção da empresa quanto à

criticidade dos pontos identificados. Segundo a metodologia COSO (2007), os

riscos de alta relevância para a empresa são aqueles com alto impacto e alta

probabilidade de acontecer; para esses casos, a organização deve dedicar uma

atenção maior.

5.1.2. Mitigação dos Riscos

Após as etapas de consolidação dos riscos e análise dos dados, foi realizada a última

etapa do projeto. Esta fase foi marcada pela negociação das ações a serem implementadas,

objetivando a mitigação dos riscos identificados.

Para isso, uma reunião com os gestores da área de RI foi marcada, e esta teria como

pauta as seguintes situações:

Demonstrar o resultado das análises realizadas.

Identificar as respectivas respostas ao risco – transferir, evitar, aceitar ou

controlar.

Negociar as alterações necessárias para mitigar os riscos apontados pelos

funcionários de RI.

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Assim que foi definido o objetivo da reunião, o responsável por esta pesquisa

enviou e-mail para marcar um encontro com o intuito de discutir os riscos apontados. Esta

reunião teve a participação do gerente, supervisor e da analista sênior de RI, do responsável por

esta pesquisa, como primeiro facilitador, e, como segundo facilitador, da Supervisora da área

de Gerenciamento de Riscos da Editora Nacional. A reunião foi realizada em 4 de novembro

de 2016 e teve duração de 100 minutos.

Ao iniciar a reunião, o pesquisador apresentou os riscos apontados pelos

funcionários de RI, conforme apresentado na Tabela 11 de acordo com a sua classe e avaliação:

Tabela 11 – Classe e Avaliação dos Riscos Apontados

Classe dos Riscos Avaliação dos Riscos

Total Alto Médio Baixo

Sistemas Inadequados 2 1 1 4

Falha Humana - 4 4 8

Falha de Controles Internos 4 1 3 8

TOTAL 6 6 8 20

Fonte: Elaborado pelo autor.

Com o objetivo de identificar a resposta ao risco, os casos foram analisados

individualmente, iniciando-se pelos riscos classificados como de alta relevância, conforme

demonstrado na Tabela 12. As referências de numeração dos riscos foram apontadas na matriz

Probabilidade × Impacto:

Tabela 12 – Resposta aos Riscos de Alta Relevância

Classe dos Riscos N°

Risco Resposta ao Risco

Ação mitigante

Negociada

Sistemas

Inadequados 19 Controlar

Eliminar imediatamente a fragilidade

encontrada, realizando alterações no sistema, e

incluir novos controles internos

Sistemas

Inadequados 20 Controlar Incluir novo controle interno

Falha de Controles

Internos 4 Controlar Incluir novo controle interno

Falha de Controles

Internos 6 Controlar Incluir novo controle interno

Falha de Controles

Internos 14 Controlar Incluir novo controle interno

Falha de Controles

Internos 16 Controlar Incluir novo controle interno

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Vale ressaltar que a identificação do Risco 19, em especial, foi reveladora para os

gestores da área de RI, visto que a consequência da materialização desse item colocaria em

dúvida todos os processos realizados pela área. A relevância da identificação gerou uma

mudança imediata na forma de entrada de dados, fazendo com que o Gerente de RI efetuasse

mudanças no sistema e na forma de trabalho dos funcionários.

Após a demonstração dos itens considerados de maior gravidade, passou-se a

analisar os riscos classificados como de média relevância. As ações negociadas com o Gerente

da área de RI foram demonstradas na Tabela 13:

Tabela 13 – Resposta aos Riscos de Média Relevância

Classe dos Riscos N°

Risco Resposta ao Risco

Ação Mitigante

Negociada

Falha de Controles

Internos 3 Controlar Alterar controle interno existente

Falha Humana 5 Controlar Incluir novo controle interno

Falha Humana 9 Controlar Incluir novo controle interno

Falha Humana 10 Transferência Transferência do controle interno para outra

área

Falha Humana 11 Transferência Transferência do controle interno para outra

área

Sistemas

Inadequados 15 Controlar Incluir novo controle interno

Fonte: Elaborado pelo autor.

Para os demais riscos, considerados de baixa relevância, o gerente da área de RI

decidiu que a resposta ao risco seria “Aceitar”. Esta decisão está alinhada com a teoria, pois,

conforme a metodologia COSO (2007), esses casos não geram riscos significativos para a

empresa e estão dentro das tolerâncias de risco determinadas pelo negócio.

Ao término da reunião, o responsável por essa pesquisa informou a todos sobre o

sucesso do projeto. Essa afirmação teve por base, entre outros motivos, a identificação do Risco

19, que representava um grande risco para a empresa.

E, como conclusão, o responsável pela pesquisa agradeceu o empenho de todos os

participantes, colocando-se à disposição para projetos futuros.

Após a reunião, o responsável pela pesquisa recebeu feedback do gerente da área

de RI. A análise do gestor foi positiva, demonstrando que o resultado foi muito satisfatório,

além de declarar que sua expectativa havia sido superada. Para ele, o ponto alto do trabalho foi

a identificação do risco de sistemas (Risco 19), que deixava sua área completamente vulnerável,

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possibilitando questionamentos que ele próprio não poderia explicar. O gerente da área de RI

agradeceu a parceria e se colocou à disposição para que futuros projetos fossem implementados

nas áreas geridas por ele.

5.2. IMPLEMENTAÇÃO E MONITORAMENTO DAS AÇÕES CORRETIVAS

As implementações das ações que irão mitigar os riscos identificados serão

realizadas pelos gestores da área de RI após a conclusão do projeto e com o acompanhamento

da área de Auditoria Interna. Esse acompanhamento terá por objetivo validar as respectivas

alterações, atentando para minimizar os riscos existentes. Segundo Cordeiro (2013, p. 6), a

Auditoria Interna tem por função identificar as principais áreas da empresa, com o objetivo de

verificar se estão em conformidade com os princípios e as normas da contabilidade, emitindo

opinião imparcial sobre a operação.

Após a implementação dessas ações, será realizado o monitoramento da área por

meio do acompanhamento, da revisão e da atualização do Gerenciamento de Riscos

Operacionais. Tal monitoramento servirá para verificar a existência de novos processos ou

riscos que não estão mapeados. Segundo Padoveze e Bertolucci (2013), o monitoramento tem

por objetivo a avaliação das operações e do desempenho das áreas da empresa.

Segundo Moeller (2007), o monitoramento é uma ferramenta que tem por objetivo

garantir que o gerenciamento de riscos funcione efetiva e continuamente. Por isso, a área de RI

deverá realizar a análise dos processos após a implementação das ações corretivas, fato este que

deverá ocorrer ao longo dos próximos meses.

5.3. OUTRAS CONCLUSÕES IDENTIFICADAS APÓS IMPLEMENTAÇÃO DO

PROJETO

5.3.1. Mudança em Relação à Percepção da Importância da Área pelos Funcionários de

RI

O levantamento de riscos realizado demonstra que os funcionários da área de RI

têm uma percepção de que os procedimentos operacionalizados por eles possuem riscos que,

segundo as definições da metodologia COSO (2007), podem trazer consequências relevantes

para o negócio. Esse fator já demonstra uma mudança de visão dos funcionários de RI quanto

à importância da área para o negócio, visto que, no início deste projeto, a percepção era de uma

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área que realiza cadastro de notas fiscais sem relevância para a empresa, conforme verificado

no tópico “Situação Atual da Área de RI”.

5.3.2. Comprovação do Nível de Conhecimento dos Funcionários de RI quanto aos

Procedimentos Operacionais sob a Responsabilidade da Área

O resultado desta pesquisa demonstrou que os funcionários da área de RI possuem

conhecimento sobre o processo de responsabilidade principal de cada um deles, mas que, a

respeito dos demais processos, apresentam baixo ou nenhum conhecimento.

Do total de 18 funcionários que a área de RI possui, não consideramos as

informações do gerente, do supervisor e da analista sênior, que são os atuais responsáveis pela

coordenação geral da área. Com isso, avaliamos a resposta dos demais 15 funcionários,

conforme a Tabela 14, que demonstra a quantidade de funcionários que identificou riscos por

processo.

Tabela 14 – Quantidade de Processos Mencionados no Levantamento de Riscos

Quantidade de Processos Mencionados pelos

Funcionários de RI no Levantamento de Riscos Quantidade de Funcionários

1 Processo 10

2 Processos 4

3 Processos 1

4 Processos 0

TOTAL 15

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como podemos observar, nenhum funcionário identificou riscos em todos os

processos da área, porém a identificação em apenas um dos processos foi realizada por dez

funcionários, ou 67% da amostra; já para a identificação de dois processos, temos quatro

funcionários, ou 26% dos casos. Esse resultado demonstra que 93% dos funcionários de RI têm

domínio dos procedimentos que ocorrem em no máximo dois processos.

Outro fator que contribuiu para a conclusão do não conhecimento de todos os

processos da área pelos funcionários de RI foi a quantidade de funcionários que identificou

riscos por processo. Neste caso, verificamos uma concentração nos procedimentos realizados

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para a validação e digitação de notas fiscais, que é o processo operacionalizado pelo maior

número de funcionários da área, conforme verificado na Tabela 15:

Tabela 15 – Quantidade de Funcionários que Identificou Riscos em Cada Processo

Processos Quantidade de Funcionários que

Mencionou Riscos Neste Processo

Validação e Digitação de Notas Fiscais 13

Cadastro de Fornecedores 2

Controle de Notas Fiscais em Poder de Terceiros /

De Terceiros em Nosso Poder 4

Armazenagem de Documentos Fiscais 2

Fonte: Elaborado pelo autor.

Este cenário demonstra concentração de conhecimento sobre um dos processos

realizados pela área. Ao ser apresentado este cenário para o gerente da área de RI, entendeu-se

ser um cenário propício para a realização de um job rotation. Segundo Neiva (2011), o processo

de job rotation consiste na mudança de função do trabalhador; tal processo tem sido adotado

pelas empresas com o objetivo de aumentar a produtividade e a polivalência dos trabalhadores

e de assegurar a melhoria contínua dos processos.

Como negociação para minimizar o não conhecimento por parte dos funcionários,

o gerente de RI decidiu por implementar o processo de job rotation com os funcionários que

realizavam procedimentos operacionais na área.

5.3.3. Implementação do Projeto “Gerenciamento de Riscos Operacionais” em Outras

Áreas da Editora Nacional

Após ser apresentado o resultado final deste estudo à direção da Editora Nacional,

demonstrando os ganhos e as melhorias apontados pelos funcionários da área de RI, foi

solicitado ao pesquisador responsável deste estudo que, no próximo ano, fosse realizado o

mesmo projeto com outras áreas da empresa.

Ante a esta solicitação, foi colocada como meta para o ano de 2017 a realização

deste projeto em outras três áreas críticas, que serão identificadas e aprovadas junto à diretoria

da Editora Nacional.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de gerenciamento de riscos operacionais torna-se cada vez mais

importante nas organizações, conforme os ambientes interno e externo vão se tornando

desafiadores. A crise econômica pela qual o Brasil passa atualmente representa um presente e

um futuro incertos para as empresas, e isso é um desafio para os gestores em relação à forma

de gerir seus ativos tangíveis e intangíveis.

Com isso, torna-se importante a correta identificação dos riscos operacionais por

toda a empresa, fazendo com que este processo seja uma peça-chave na proteção e no aumento

do valor para os acionistas.

Neste cenário, o presente estudo teve por objetivo principal a implementação do

gerenciamento de riscos operacionais na área de Recebimento Integrado da Editora Nacional,

por meio da abordagem intervencionista. Esta abordagem permitiu identificar o perfil de

exposição da área aos riscos que envolvem a operação em seus processos diários, bem como

trabalhar as ações necessárias para mitigar a sua materialização.

Utilizando a metodologia Control Self Assessment (CSA), o pesquisador contou

com o auxílio de todos os funcionários da área de RI para o levantamento dos riscos

operacionais. Ao término do projeto, foram negociadas, com o gerente da área, as ações

corretivas necessárias para minimizar a exposição da empresa aos riscos operacionais

apontados.

A pesquisa teve por base o modelo de gerenciamento de riscos sugerido pela

metodologia COSO, com as respectivas adaptações necessárias para a adequação à Editora

Nacional. Este processo teve por objetivo a disseminação do conhecimento e a ampliação da

cultura de gerenciamento de riscos dentro da empresa.

As etapas percorridas pelo responsável por essa pesquisa podem ser demonstradas

da seguinte maneira:

a) Identificação do problema: apuração da necessidade junto à empresa-alvo da

pesquisa, com o suporte da Alta Administração.

b) Desenho dos fluxos operacionais: foram mapeados todos os processos que

compõem os procedimentos realizados pela área de RI, atentando para os riscos

e controles internos em relação à exposição aos riscos operacionais.

c) Workshop do Gerenciamento de Riscos Operacionais: ao ser identificado o

baixo nível de conhecimento dos participantes do projeto quanto a conceitos

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de riscos e gestão de riscos, o responsável pela pesquisa optou por realizar um

workshop para o compartilhamento de conhecimento e a criação a partir deste.

d) Identificação dos riscos operacionais: após o workshop, os funcionários

participantes do projeto alinharam os conhecimentos adquiridos no

treinamento em relação à prática dos processos realizados diariamente. Essa

junção de fatores culminou na relação de riscos identificados por aqueles que

vivenciam a operação.

e) Entrevista com os funcionários de RI: intervenção do responsável pela pesquisa

com aplicação de questionário em uma entrevista estruturada. Este

procedimento teve por objetivo realizar o alinhamento entre os riscos

verificados em relação ao conhecimento transmitido no treinamento.

f) Tratamento dos riscos: etapa em que foram determinadas as respostas aos

riscos identificados, materializadas pelas decisões de controlar, transferir ou

aceitar o risco. Além disso, foram definidas as ações necessárias para a

mitigação do risco apontado.

g) Implementação e monitoramento das ações corretivas: processo que será

realizado na fase pós-projeto, em que serão implementadas as ações necessárias

para mitigar a materialização dos riscos, além de serem determinados os

procedimentos para monitoramento contínuo.

Como conclusão, foram identificados 20 riscos operacionais ao longo do processo.

Desse total, 6 casos (30%) foram considerados de alta relevância e outros 6 (30%), de média

relevância. Para esses riscos, o gerente da área resolveu implementar ações para controlá-los

ou, em alguns casos, resolveu transferir o controle do risco para outra área da empresa. Em

relação aos demais riscos, considerados de baixa relevância, o gestor da área decidiu pela

aceitação, por entender serem situações que estavam dentro do apetite ao risco definido pela

empresa.

Como ponto de destaque, convém citar o Risco 19, classificado como “sistemas

inadequados” e considerado de alta relevância. Devido à gravidade do problema, em caso de

materialização do risco, o Gerente da área de RI tomou as devidas atitudes para sua imediata

solução.

Concluindo o estudo, demonstrou-se que o envolvimento de todos os profissionais

da área de RI se mostrou satisfatório. Adicionalmente a essa apuração, reforça-se a ideia de que

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a conexão com os funcionários diretamente ligados ao processo operacional gera ganhos

relevantes com a utilização da metodologia CSA.

Neste contexto, entende-se que os objetivos propostos inicialmente pelo

pesquisador foram atendidos, contribuindo com a teoria e prática operacional da empresa-alvo

da análise.

Vale ressaltar as limitações desse trabalho quanto à extensão do resultado aqui

obtido para outras empresas, devido aos seguintes fatores: (a) utilização para estudo de uma

empresa em um setor específico; (b) análise de apenas uma área dentro da empresa-alvo desta

análise; (c) fator tempo considerado insuficiente para um estudo mais amplo da situação.

Este trabalho não teve o propósito de esgotar o assunto aqui tratado. Para tanto,

como sugestões de pesquisas futuras, há a necessidade de se ampliar os estudos aqui realizados

quanto a: (a) ramo de atividade da empresa estudada; (b) avaliar a utilização da metodologia

CSA em áreas maiores que a utilizada neste estudo; (c) ampliar o número de áreas estudadas

dentro de uma mesma empresa.

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ANEXO

Anexo 1 – Questionário Utilizado na Entrevista Estruturada

QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO

Projeto Implementação do Gerenciamento de Riscos Operacionais na área de Recebimento

Integrado

Nome Completo

Local de trabalho

Tempo de trabalho no RI

QUESTÕES

1. Com base na lista de processos apresentada, qual delas os riscos informados estão

enquadrados?

Validação e digitação de notas fiscais.

Reversão de documentos fiscais.

Controle de notas fiscais referente a produtos da empresa em poder de terceiros e

produtos de terceiros em poder da empresa.

Cadastro de fornecedores.

Armazenamento de documentos fiscais.

2. Existem leis ou regulamentações aplicáveis aos processos que você é responsável?

3. De acordo com os dados informados na “Planilha de Levantamento de Riscos da área de

RI”, quais as bases que levaram à classificação dos riscos apontados?

4. Analisando os fluxos operacionais dos processos sob a sua responsabilidade, existem

outros riscos que não foram apontados anteriormente?

5. Existe outro processo sob sua responsabilidade que não foi apresentado até o momento?

6. No seu entendimento, qual risco há necessidade de um indicador para acompanhamento?

Por quê?

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ANEXO

Anexo 2 – Formulário de Avaliação do Treinamento de Riscos