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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO TRIÂNGULO MINEIRO CAMPUS UBERABA MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS ELAINE ALVES DOS SANTOS IMPLANTAÇÃO DE FERRAMENTAS DE GESTÃO DA QUALIDADE DOS ALIMENTOS EM UMA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO INSTITUCIONAL: UM ESTUDO DE CASO. UBERABA - MG 2014

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

TRIÂNGULO MINEIRO – CAMPUS UBERABA

MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

ELAINE ALVES DOS SANTOS

IMPLANTAÇÃO DE FERRAMENTAS DE GESTÃO DA

QUALIDADE DOS ALIMENTOS EM UMA UNIDADE DE

ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO INSTITUCIONAL: UM ESTUDO

DE CASO.

UBERABA - MG

2014

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ELAINE ALVES DOS SANTOS

Implantação de Ferramentas de Gestão da Qualidade dos alimentos em uma

Unidade de Alimentação e Nutrição Institucional: um estudo de caso.

Dissertação apresentada Programa de

Pós Graduação Strictu Sensu Mestrado

Profissional em Ciência e Tecnologia

de Alimentos do Instituto Federal do

Triangulo Mineiro – Campus Uberaba,

como requisito para a conclusão e

obtenção do título de Mestre em

Ciência e Tecnologia de Alimentos.

Orientador (a)

Profª. Dsc. Deborah Santesso Bonnas

UBERABA - MG

2014

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Ficha Catalográfica elaborada pelo Setor de Referência do IFTM –

Campus Uberaba-MG

Santos, Elaine Alves dos

S59i Implantação de ferramentas de gestão da qualidade dos alimentos em uma

unidade de alimentação e nutrição institucional: um estudo de caso / Elaine Alves

dos Santos – 2014.

161 f.: il

Orientadora: Prof. Dra. Deborah Santesso Bonnas

Dissertação (Mestrado Profissional em Ciência e

Tecnologia de Alimentos) Instituto Federal do Triângulo

Mineiro- Campus Uberaba-MG, 2014.

1. Boas práticas de fabricação. 2. Manipuladores. 3. Capacitação. I.

Santos, Elaine Alves dos. II. Bonnas,Deborah Santesso. III. Título.

CDD 664

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Dedico a minha família, pai, mãe,

esposo e irmão, meus maiores

incentivadores, nunca mediram esforços

para me auxiliar e hoje se sentem felizes

e orgulhosos por esta conquista.

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AGRADECIMENTO ESPECIAL

Agradeço a meu pai e minha mãe pela educação que me proporcionaram, pela

humildade com que me criaram, por acreditarem em meu potencial e pelo apoio incondicional

em todos os momentos da minha vida. No cumprimento desta etapa vocês foram mais uma

vez incentivadores, com sábias palavras e uma admirável paciência me apoiaram nos

momentos que por vezes quis fraquejar. Muito obrigado por serem meus pais. Essa vitória é

nossa.

Ao meu esposo por ser ouvinte das inquietações, angústias, medos e por me encorajar

todas as vezes que me senti desanimada. Agradeço ainda pelo incentivo que me deste durante

a realização do mestrado.

Ao meu irmão pelo apoio e incentivo a mim reportados.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me dar força para lutar pelos meus objetivos sempre e iluminar minha

caminhada.

Ao Instituto Federal do Triangulo Mineiro – Campus Uberaba pela oportunidade de

realização do curso.

Ao minha orientadora, Profª Dsc. Deborah Santesso Bonnas pela orientação, incentivo,

paciência e contribuições acerca desta Dissertação.

Ao coordenador do Mestrado Profissional em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Prof. Dsc.

Paulo Cezar Bastianello Campagnol, pela disponibilidade e presteza.

Aos membros da banca pelas considerações, correções e comentários.

Ao Instituto Federal do Triangulo Mineiro - Campus Uberlândia, por ter cedido seus

laboratórios para a realização das análises microbiológicas deste estudo.

Aos meus familiares em especial ao meu sogro José Antonio Rissato pelo apoio e pelas

palavras de incentivo.

Ao Profº. Dsc. Rogério de Melo Costa Pinto, pelo auxílio na condução das análises

estatísticas.

As alunas Vitória Regina Bessa e Loyane Xavier pelo auxílio na realização das coletas das

amostras e das análises microbiológicas.

Enfim, a todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a realização desta

Dissertação.

Muito Obrigado,

Que Deus esteja sempre presente amparando e iluminando vossos caminhos.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Perfil higiênico- sanitário geral da UAN antes e após a implantação das

Ferramentas de Gestão da Qualidade dos alimentos.................................................................39

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Fatores que contribuem para a ocorrência de surtos de doenças de origem

alimentar....................................................................................................................................22

Tabela 2. Perfil higiênico- sanitário geral da UAN antes e após a implantação das

Ferramentas de Gestão da Qualidade dos alimentos...............................................................161

Tabela 3. Percentual de conformidade e não conformidade da Panificação para cada critério

avaliado antes e após a implantação das Ferramentas de Gestão da Qualidade dos

alimentos...................................................................................................................................41

Tabela 4. Percentual de conformidade e não conformidade do Açougue para cada critério

avaliado antes e após a implantação das Ferramentas de Gestão da Qualidade dos

alimentos...................................................................................................................................42

Tabela 5. Percentual de conformidade e não conformidade do Refeitório para cada critério

avaliado antes e após a implantação das Ferramentas de Gestão da Qualidade dos alimentos

...................................................................................................................................................42

Tabela 6. Avaliação dos conhecimentos dos manipuladores antes e após o oferecimento do

Curso de Capacitação................................................................................................................48

Tabela 7. Notas da avaliação de conhecimento dos manipuladores antes e após o

oferecimento do Curso de Capacitação.....................................................................................48

Tabela 8. Avaliação da opinião dos consumidores em relação à qualidade do alimento

ofertado antes e após a implantação das Ferramentas de Gestão da Qualidade dos

alimentos...................................................................................................................................50

Tabela 9. Perfil microbiológico dos alimentos segundo cada agente bacteriológico

pesquisado.................................................................................................................................52

Tabela 10. Coliformes termotolerantes e Staphylococcus coagulase positiva em equipamentos

e utensílios da UAN do IFTM – Campus Uberlândia após implantação das Ferramentas de

Gestão da qualidade dos alimentos, 2013.................................................................................55

Tabela 11. Perfil microbiológico das mãos dos manipuladores segundo cada agente

bacteriológico pesquisado.........................................................................................................56

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

OMS Organização Mundial de Saúde

DTA’s Doenças Transmitidas por alimentos

BPF’s Boas Práticas de Fabricação

BPA’s Boas Práticas Agrícolas

APPCC Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle

POPS Procedimentos Operacionais Padronizados

UAN Unidade de Alimentação e Nutrição

IFTM Instituto Federal do Triangulo Mineiro

FAO Organização de Alimentação e Agricultura

CAC Comissão do Codex Alimentarius

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

SIF Serviço de Inspeção Federal

MS Ministério da Saúde

CENEP/FNS Centro Nacional de Epidemiologia da Fundação Nacional de Saúde

LOSAN Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional

SAN Segurança Alimentar e Nutricional

MDS Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

SESAN Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

SVS/MS Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

PCC’s Pontos Críticos de Controle

NEPAS Núcleo de Estudos para a Produção de Alimentos Seguros

SPSS Statistical Package for Social Sciences

GO Goiás

BA Bahia

DF Distrito Federal

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RESUMO

O presente estudo objetivou elaborar um perfil higiênico-sanitário da Unidade de Alimentação

e Nutrição do IFTM - Campus Uberlândia através da avaliação do emprego de Boas Práticas

de Fabricação e do grau de satisfação dos consumidores antes e após a implantação das

Ferramentas de Gestão da Qualidade dos alimentos. Foi realizado um estudo descritivo

através de inspeção visual, por meio da aplicação de uma lista de verificação das Boas

Praticas de Fabricação em Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos

estabelecida pela Resolução RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002. O questionário aplicado

permitiu expressar o grau de satisfação dos usuários do restaurante em relação à qualidade do

alimento, segurança e higiene alimentar antes e após a realização deste estudo na referida

UAN. Elaborou-se e propôs-se a implantação de Procedimentos Operacionais Padronizados

bem como do Manual de Boas Práticas de Fabricação. Os manipuladores que compõem a

equipe de trabalho da UAN foram capacitados através de um curso de 40 horas, oferecido

pela equipe do Núcleo de Estudos para a Produção de Alimentos Seguros em parceria com a

Secretaria de Vigilância Sanitária do Município de Uberlândia. Para verificar o grau de

assimilação dos conteúdos ministrados durante o curso, foi aplicado aos manipuladores, um

questionário com dez questões de múltipla escolha no início e ao término do mesmo. A fim de

verificar a eficiência da proposta apresentada neste estudo, bem como a qualidade

microbiológica dos equipamentos, utensílios, mãos dos manipuladores e dos pratos quentes

(arroz, feijão e carne) e frios (saladas cruas de alface, beterraba, cenoura e repolho) foram

realizadas avaliações microbiológicas após a implantação das ferramentas de gestão da

qualidade. A diferença significativa entre os percentuais de conformidade e não conformidade

para os três setores antes e após a aplicação das Ferramentas de Gestão da Qualidade dos

alimentos foi determinada pelo Teste Binomial (p< 0,05). Antes da implantação das

ferramentas a UAN foi classificada no Grupo III “Deficiente” (0 a 50% dos itens atendidos)

para os três setores estudados, e após a implantação das ferramentas a UAN foi classificada

no Grupo II (51 a 75% dos itens atendidos). Porém esta classificação é considerada regular,

evidenciando a necessidade de adequação em relação aos critérios avaliados por meio da lista

de verificação. Os conhecimentos dos manipuladores após o oferecimento do Curso de

Capacitação pelo Teste de Wilcoxon (p <0,05) foram superiores aos observados antes da

capacitação. A opinião dos consumidores apresentou diferença significativa apenas para a

qualidade da comida pelo Teste de Mann-Whitney (p <0,05). Para todos os gêneros

alimentícios estudados não foi detectada contaminação por Staphylococcus coagulase

positiva, Salmonella spp e Clostridium sulfito redutor a 46°C. O grupo Coliformes

Termotolerantes foi evidenciado nas saladas cruas de alface, cenoura, beterraba e repolho.

Para as amostras de arroz, feijão e carne, a qualidade microbiológica foi satisfatória em

relação a todos os micro-organismos pesquisados. Coliformes Termotolerantes e

Staphylococcus coagulase positiva não foram detectados nos equipamentos e utensílios

estudados. As mãos dos manipuladores apresentaram ausência de Coliformes Termotolerantes

e apenas dois manipuladores apresentaram contaminação por Staphylococcus coagulase

positiva. A adoção de Ferramentas de Gestão da Qualidade dos Alimentos, especificamente as

Boas Práticas de Fabricação constituem os requisitos básicos para a produção de alimentos

inócuos à saúde do consumidor.

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Palavras-chave: Boas Práticas de Fabricação; Capacitação; Manipuladores; Unidade de

Alimentação de Nutrição.

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ABSTRACT

The aim of this study was to develop a hygienic-sanitary profile of Food and Nutrition Unit

(FNU) of IFTM - Campus Uberlândia by evaluating the use of Good Manufacturing Practices

and the degree of consumer satisfaction before and after implementation of the Food Safety

Management Tools. A descriptive study was carried by visual inspection, using a checklist of

Good Manufacturing Practices at Establishments Food Producers/Industrializers established

by Resolution RDC nº 275, of October, 21th

, 2002. The questionnaire allowed to measure the

degree of user satisfaction with the restaurant in relation to food quality, food safety and

hygiene before and after this study in this FNU. It was elaborated and proposed the

implementation of the Standard Operating Procedures and Good Manufacturing Practices

Manual. Handlers that compose the team working of FNU were qualified through a course

with a workload of 40 hours offered by the Center of Studies for Production of Safe Food in

partnership with the Secretariat of Sanitary Surveillance from Uberlândia city. To check the

degree of assimilation of the content taught during the course it was applied to handlers, a

questionnaire with ten multiple choice questions at the beginning and at the end of it. In order

to verify the efficiency of the proposal presented in this study as well as the microbiological

quality of the equipment, utensils, and hands of handlers and of the hot dishes (rice, beans and

meat) and cold dishes (raw salads of lettuce, beets, carrots and cabbage) microbiological

evaluations were carried out after the implementation of Food Safety Management Tools. The

significant difference between the percentages of compliance and non-compliance for the

three sectors before and after implementation of the Food Safety Management Tools was

determined by the Binomial Test (p <0.05). Before the implementation of the tools in FNU,

this was classified in Group III "Deficient" (0 to 50% of attended items) for the three sectors

studied, and after the implantation was classified in the Group II (51% to 75% of the attended

items. However, this classification is considered regular, showing the need to adequacy

regarding criteria evaluated by the checklist. The knowledge from handlers after the offering

Training Course by the Wilcoxon test (p <0.05) were higher than those observed before the

training. The consumer opinion showed a significant difference only for the quality of food by

the Mann-Whitney test (p <0.05). For all foodstuffs studied were not detected contamination

by coagulase positive Staphylococcus, Salmonella and sulphite reducing Clostridium to 46 °

C. The Thermotolerant Coliform group was evidenced in raw salads of lettuce, carrots, beets

and cabbage. For samples of rice, beans and meat, the microbiological quality was

satisfactory for all the microorganisms analyzed. Thermotolerant Coliforms and coagulase

positive Staphylococcus were not detected in equipment and utensils analized. The handler´s

hands presented absence of Thermotolerant Coliforms and only two handlers (25%) were

contaminated by coagulase positive Staphylococcus. The adoption of the Food Safety

Management Tools, specifically the Good Manufacturing Practices are the basic requirements

for the production of safe food to consumers health.

Keywords: Good Manufacturing Practices; Handlers; Capacitation; Food and Nutrition Units.

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SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO...................................................................................................................15

2 – REVISÃO DE LITERATURA........................................................................................17

2.1 – Segurança Alimentar e qualidade do alimento................................................................17

2.2 - Ocorrência de doenças de origem alimentar.....................................................................21

2.3 - Higiene na manipulação de alimentos..............................................................................23

2.4 - Boas Práticas de Fabricação.............................................................................................25

2.5 - Importância do Treinamento para manipuladores de alimentos.......................................28

2.6 - Qualidade sob a ótica do consumidor...............................................................................30

3 - METODOLOGIA..............................................................................................................32

3.1- Diagnóstico inicial das condições higiênico-sanitárias da UAN.......................................32

3.1.1 - Avaliação da percepção dos consumidores em relação ao estabelecimento antes da

implantação das ferramentas de gestão da qualidade dos alimentos........................................33

3.2 – Elaboração e proposta de implantação das Ferramentas de Gestão da Qualidade dos

alimentos...................................................................................................................................33

3.2.1 - Capacitação da equipe de colaboradores da UAN em Boas Práticas de Fabricação

...................................................................................................................................................34

3.3 – Diagnóstico das condições higiênico-sanitárias da UAN após a implantação das

Ferramentas de Gestão da Qualidade........................................................................................36

3.3.1 – Avaliações microbiológicas – Amostras e Amostragem..............................................36

3.3.1.1 – Higiene das mãos dos manipuladores........................................................................36

3.3.1.2 – Higiene dos utensílios de cozinha e equipamentos....................................................37

3.3.1.3 – Qualidade microbiológica dos pratos frios prontos para o consumo.........................37

3.3.1.4 – Qualidade microbiológica dos pratos quentes prontos para o consumo....................37

3.4 - Delineamento Estatístico e Análise dos Resultados.........................................................38

4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................39

4.1 - Avaliação das condições higiênico-sanitárias da UAN antes e após a implantação das

Ferramentas de Gestão da Qualidade........................................................................................39

4.2 - Avaliação da aquisição de conhecimento dos manipuladores da UAN...........................47

4.3 – Avaliação da opinião dos consumidores acerca da qualidade do alimento ofertado pela

UAN..........................................................................................................................................50

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4.4 – Avaliação microbiológica após a implantação das Ferramentas de Gestão da Qualidade

dos Alimentos...........................................................................................................................51

4.4.1 – Qualidade microbiológica dos alimentos......................................................................51

4.4.1.1 - Medidas Corretivas.....................................................................................................53

4.4.2 – Qualidade microbiológica dos equipamentos e utensílios............................................54

4.4.3 – Qualidade microbiológica das mãos dos manipuladores..............................................56

5 – CONCLUSÃO...................................................................................................................58

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................59

ANEXO A – LISTA DE VERIFICAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO

PARA ESTABELECIMENTOS PRODUTORES E INDUSTRIALIZADORES DE

ALIMENTOS, RDC N° 275 (BRASIL, 2002).......................................................................70

ANEXO B – CARTILHA SOBRE BOAS PRÁTICAS PARA SERVIÇOS DE

ALIMENTAÇÃO. RDC n° 216/2004 (BRASIL, 2004 a).....................................................92

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO - AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DOS

CONSUMIDORES EM RELAÇÃO

ESTABELECIMENTO..........................................................................................................93

APÊNDICE B – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO - UAN IFTM –

CAMPUS UBERLÂNDIA......................................................................................................94

APÊNDICE C - APOSTILA EDUCATIVA – TREINAMENTO PARA

MANIPULADORES DE ALIMENTOS.............................................................................147

APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS

DOS MANIPULADORES....................................................................................................158

APÊNDICE E – ANÁLISES ESTATÍSTICAS..................................................................161

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1 – INTRODUÇÃO

As Doenças Transmitidas por alimentos (DTA’s) encontram-se entre os riscos mais

importantes em relação à saúde pública. A contaminação por agentes patogênicos pode

ocorrer em qualquer das fases de destinação dos produtos ao consumo ou fazer parte da

matéria-prima obtida de maneira insatisfatória do ponto de vista higiênico.

De acordo com registros da Organização Mundial de Saúde (OMS), são detectadas

anualmente nos países em desenvolvimento mais de um bilhão de casos de diarreia aguda

ocasionados pela ingestão de alimentos contaminados em crianças menores de cinco anos, das

quais 5 milhões chegam a óbito (GERMANO; GERMANO, 2011).

A higiene dos manipuladores de alimentos, do ambiente de trabalho e as etapas de pré-

preparo e preparo dos alimentos e o armazenamento destes, são itens imprescindíveis para

uma alimentação de boa qualidade uma vez que a maioria das doenças transmitidas por

alimentos é de origem microbiológica (BOTELHO e RIVIELLO 2007).

Em unidades de alimentação, as enfermidades provocadas por alimentos contaminados

tem como causa principal o manipulador de alimentos, que na maioria das vezes, apresenta

deficiência de formação. Esse despreparo compromete diretamente a qualidade da refeição a

ser preparada (GÓES et al., 2001).

É importante conscientizar os responsáveis destas unidades de alimentação e nutrição

sobre a necessidade de um controle rigoroso no processamento de alimentos, como a

utilização de matérias-primas de boa qualidade, acondicionamento e armazenamento

adequado, oferecimento de capacitação aos manipuladores e principalmente o

acompanhamento e monitorização da qualidade em todos os elos da cadeia produtiva, para

que o alimento ali produzido não prejudique a saúde dos comensais.

Entende-se como qualidade em unidades de alimentação e nutrição o fornecimento de

alimentos íntegros, livres de contaminantes de origem física, química e biológica, que sejam

de boa aceitação sensorial e estejam de acordo com as necessidades nutricionais e

expectativas do cliente (SOUSA, 2009).

Dentro desse contexto, um dos fatores primordiais para a garantia da qualidade é a

inocuidade do alimento.

Sistemas de gestão de segurança de alimentos também constituem importantes

métodos preventivos empregados na linha de produção, tendo sido aplicados com sucesso em

várias indústrias em todo o mundo. Dirigem o planejamento de produtos e processos, projeto

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e implementação das BPF’s (Boas Práticas de Fabricação), BPA’s (Boas Práticas Agrícolas),

APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) e sistemas de garantia de

qualidade com o objetivo de atender aos requerimentos de segurança alimentar (FORSYTHE,

2013).

Grande parte das doenças de origem alimentar pode ser evitada através da aplicação de

Ferramentas de Gestão da Qualidade durante todas as etapas do processo produtivo

alimentício. Inclui-se a elaboração e implantação de Manual de Boas Práticas de Fabricação,

Procedimentos Operacionais Padronizados (POPS), planilhas de controle de temperatura, de

higiene ambiental e de adoção de hábitos higiênicos corretos, podendo incluir ainda instruções

de trabalho que padronizem as atividades. As BPF’s são ferramentas que consistem em

estabelecer diretrizes que normalizem e definam procedimentos e métodos que direcionem a

fabricação de um produto ou a execução de um serviço com vistas a garantir a sanidade deste.

A qualidade da matéria-prima, a disposição dos equipamentos e a arquitetura das

instalações, as condições higiênicas do ambiente de trabalho, as técnicas de manipulação dos

alimentos e a saúde dos colaboradores são fatores importantes na produção de alimentos

seguros e de qualidade, devendo, portanto, serem considerados na gestão da qualidade dos

alimentos.

É imprescindível que os manipuladores de alimentos sejam detentores de

conhecimento acerca dos requisitos preconizados pelas Boas Práticas Fabricação com vistas a

assegurar à produção de alimentos inócuos a saúde do consumidor. Assim, se faz necessária a

participação desse pessoal em programas educativos que esclareçam os riscos que a

manipulação incorreta bem como a qualidade higiênico-sanitária deficiente dos utensílios e

equipamentos utilizados pode acarretar aos alimentos. Inclui-se neste contexto, a necessidade

de os manipuladores adotarem padrões de higiene pessoal adequados para não serem agentes

veiculadores de contaminação.

De acordo com a problemática exposta o presente estudo teve por objetivo a implantação

de Ferramentas de Gestão da Qualidade dos alimentos na Unidade de Alimentação e Nutrição

(UAN) do IFTM - Campus Uberlândia, através da implementação de Boas Práticas de

Fabricação (BPF’s), contribuindo assim para a construção de propostas e políticas

institucionais de melhoria da qualidade desses alimentos. Foram também objetos dessa

proposta a elaboração de um perfil higiênico-sanitário da referida UAN através da avaliação

do emprego de Boas Práticas de Fabricação (BPF’s) e do grau de satisfação dos consumidores

antes e após a implantação das Ferramentas de Gestão da Qualidade dos alimentos.

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2 - REVISÃO DE LITERATURA

A fim de possibilitar a coordenação de esforços no âmbito mundial para garantir a

inocuidade dos alimentos e, consequentemente, a proteção à saúde dos consumidores, foi

criada pela Organização de Alimentação e Agricultura (FAO) e Organização Mundial da

Saúde (OMS) em 1963 a Comissão do Codex Alimentarius (CAC), que tem como objetivo

desenvolver a padronização de produtos alimentícios, visando proteger a saúde dos

consumidores e assegurar práticas justas no comércio de alimentos. A Comissão do Codex

Alimentarius (CAC) é um organismo intergovernamental, da qual participam 185 países

membros. Desde 1963 está encarregada de implementar o Programa de Padrões para

Alimentos do Comitê Conjunto FAO/OMS (GERMANO; GERMANO, 2011).

O Codex Alimentarius, termo latino que significa "Código Alimentar" ou "Legislação

Alimentar", é uma coletânea de padrões para alimentos, códigos de práticas e de outras

recomendações, apresentadas em formato padronizado. Os padrões, manuais e outras

recomendações do Codex têm por objetivo que os produtos alimentícios não representem

riscos à saúde do consumidor e possam ser comercializados com segurança entre os países

(FAO/WHO, 2014).

O Codex Alimentarius tornou-se uma referência mundial para as empresas do setor

alimentar que produzem, transformam, armazenam e/ou distribuem gêneros alimentícios, bem

como para os organismos de controle e comércio de alimentos (FAO/WHO, 2009).

O Brasil é signatário do Codex e tem participação ativa em suas reuniões. A Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é a representante do Ministério da Saúde junto ao

CAC (GERMANO; GERMANO, 2011).

Visando melhorar as condições higiênico-sanitárias na preparação de alimentos e

adequar as ações da Vigilância Sanitária, o Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 326

(BRASIL, 1997), definindo as condições técnicas para elaboração do Manual de Boas

Práticas.

Conjuntamente com as boas práticas, a ANVISA, através da Resolução RDC nº 275

(BRASIL, 2002), define o Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais

Padronizados (POPS), aplicados aos estabelecimentos produtores de alimentos nas seguintes

situações: higienização das instalações, equipamentos, móveis e utensílios; controle da

potabilidade da água; higiene e saúde dos manipuladores; manejo dos resíduos; manutenção

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preventiva e calibração de equipamentos; controle integrado de vetores e pragas urbanas e

programa de recolhimento de alimentos.

O controle sanitário dos alimentos é exercido no âmbito federal pelo Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), através do Serviço de Inspeção Federal (SIF)

e o Ministério da Saúde (MS), através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA) e do Centro Nacional de Epidemiologia da Fundação Nacional de Saúde

(CENEP/FNS). Nos Estados e Municípios, as 27 Secretarias de Agricultura e da Saúde estão

encarregadas destas inspeções (BRASIL, 1993, 1997, 1998, 2002).

2.1 – SEGURANÇA ALIMENTAR E QUALIDADE DO ALIMENTO

Segurança Alimentar é um conceito construído ao longo das últimas décadas do século

XX à medida que o confronto do problema da fome demonstrava a necessidade de ações mais

amplas para o enfrentamento desse flagelo da humanidade (ORTEGA; BORGES, 2012).

A expressão “segurança alimentar” ganhou proeminência no Pós-Segunda Guerra,

particularmente na Europa, ligada à ideia de que, para fazer face ao desabastecimento

alimentar que se verificava naquele momento no continente, era preciso aumentar a oferta de

alimentos. Essa ampliação da oferta, além de atender às necessidades de sua população,

contribuiria para com a balança comercial dos países europeus. Difundiu-se, assim, a chamada

Revolução Verde e criou-se um forte aparato de apoio aos agricultores (crédito e assistência

técnica) para elevação da produção. A questão da segurança alimentar, naquele momento,

estava ligada exclusivamente à capacidade de produção de alimentos dos diversos países

(ORTEGA; BORGES, 2012).

A persistência da fome levou a discussão sobre a segurança alimentar a novos rumos,

pois, ainda que fossem mantidos enormes estoques de alimentos, particularmente nos países

desenvolvidos, o problema estava longe de ser resolvido. Assim, o tema da Segurança

Alimentar deixou de ser discutido pela ótica estritamente produtiva e agregou a questão da

distribuição (ORTEGA; BORGES, 2012).

Em 1996, foi realizada a Conferência Mundial da Alimentação. Desse debate originaram-

se a Declaração de Roma sobre a Segurança Alimentar Mundial e o Plano de ação da Cúpula

Mundial da Alimentação. A partir desta declaração predominou o entendimento que as

políticas públicas para segurança alimentar deveriam ser dirigidas a “erradicar a pobreza e a

desigualdade, melhorar o acesso físico e econômico de todos e, a todo o momento, a

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19

alimentos nutricionalmente adequados e suficientemente seguros, assim como à sua utilização

eficiente” (CUMBRE MUNDIAL SOBRE LA ALIMENTACIÓN, 1996).

Neste contexto a Organização de Alimentação e Agricultura (FAO) define segurança

alimentar (food security) como “a situação na qual toda população tem pleno acesso físico e

econômico a alimentos seguros e nutritivos que satisfaçam as suas necessidades e preferências

nutricionais, para levar uma vida ativa e saudável” (FAO, 2005).

Segundo a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional – LOSAN (Lei nº 11.346,

de 15 de setembro de 2006) por Segurança Alimentar e Nutricional – SAN, entende-se a

realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em

quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo

como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e

que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis (BRASIL, 2006).

No âmbito de atuação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome –

MDS, compete à Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SESAN

planejar, implementar, coordenar, supervisionar e acompanhar programas, projetos e ações de

SAN, de acordo com as diretrizes da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional,

estabelecidas pelo Decreto nº 7.272/2010 (BRASIL, 2010).

As ações da SESAN estão estruturadas em três eixos: 1) Produção; 2) Comercialização e

3) Consumo de alimentos (BRASIL, 2010).

As refeições produzidas nas Unidades de Alimentação e Nutrição escolares devem atender

às necessidades nutricionais dos alunos, oferecendo-lhes produtos adequados sob os aspectos

sensorial e nutricional, mas, sobretudo, produtos seguros quanto à condição higiênico-

sanitária para a proteção e promoção da saúde dos beneficiários (CARDOSO et al.,2010).

Cabe aqui esclarecer a diferença entre alimento seguro e segurança alimentar.

É considerado seguro o alimento que não oferece perigos à saúde do consumidor.

Portanto, perigos de origem biológica, química, física ou que interfiram na qualidade do

alimento devem ser controlados. Já segurança alimentar é definida como acesso de todas as

pessoas a uma alimentação nutricionalmente adequada, suficiente e segura (ASSIS, 2012).

Neste sentido, segurança alimentar está mais relacionada com direito social, reconhecido

nacional e internacionalmente.

Perigo é uma contaminação em nível inaceitável de natureza química, física ou biológica,

que varia quanto à severidade e riscos de manifestação nos consumidores (ABNT, 2006).

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20

Os perigos químicos (resíduos de defensivos agrícolas e de medicamentos veterinários,

etc.) já foram os mais temidos pelos consumidores e os físicos os mais comumente

identificados (pêlos, fragmentos de metais, lascas de madeira, etc.). Os perigos biológicos são

os mais sérios do ponto de vista de saúde pública, devido a maior dificuldade no seu controle

e representam a maioria das ocorrências (FURTINI; ABREU, 2006).

Sob a ótica da qualidade, a segurança alimentar significa garantir ao consumidor a

aquisição de alimentos com atributos nutricionais e sanitários adequados às suas necessidades.

Nessa direção, a expressão implica alimentos de boa qualidade, livres de contaminação de

natureza química, biológica ou física, ou de qualquer outra substância que possa acarretar

problemas à saúde do consumidor (PESSANHA, 1998).

Bobeng e David (1977) definem que a qualidade é uma característica multidimensional do

alimento, sendo uma combinação de atributos microbiológicos, nutricionais e sensoriais. O

seu controle em todas as etapas do processamento de alimentos tem como objetivo assegurar

produção de alimentos seguros, promovendo a saúde do consumidor.

Na indústria alimentícia a gestão da qualidade enfoca a aplicação de métodos que visem

avaliar a qualidade percebida pelo consumidor e identificar a qualidade que ele espera de um

produto, uma vez que propriedades sensoriais, forma de apresentação do produto e ausência

de perigos são aspectos priorizados na escolha do alimento (SANTOS; ANTONELLI, 2011).

Especificamente na indústria de alimentos, a garantia da qualidade está fortemente

associada com a segurança do consumidor e com os riscos de comprometimento da sanidade

dos produtos. Representa uma exigência de órgãos reguladores e de fiscalizadores já citados

anteriormente no presente estudo. A garantia da segurança alimentar por meio das Boas

Práticas de Fabricação (BPF) e do sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de

Controle (APPCC) ou norma ISO 22000:2005 são pré-requisitos para se ter um

gerenciamento efetivo da qualidade (GRIGG; McALINDEN, 2001).

Assim, em Unidades de Alimentação e Nutrição torna-se indispensável à adoção de

práticas adequadas para o correto manuseio dos alimentos bem como a existência de

manipuladores suficientemente capacitados em higiene alimentar e sistemas que garantam o

oferecimento de uma alimentação saudável, que possua qualidade e seja segura do ponto de

vista higiênico-sanitário.

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21

2.2 - OCORRÊNCIA DE DOENÇAS DE ORIGEM ALIMENTAR

A qualidade higiênico-sanitária como fator de segurança alimentar tem sido muito

estudada e discutida, uma vez que a incidência de Doenças Transmitidas por Alimentos

(DTA’s) vem aumentando em nível mundial (AKTSU et al., 2005).

As DTA’s podem ser identificadas quando uma ou mais pessoas apresentam sintomas

similares, após a ingestão de alimentos contaminados com micro-organismos patogênicos,

suas toxinas, substâncias químicas tóxicas ou objetos lesivos, configurando uma fonte

comum. Os sintomas mais comuns incluem dor de estômago, náusea, vômitos, diarreia e, por

vezes, febre (SILVA Jr., 2007).

As notificações no Brasil mostram claramente a prevalência de agentes bacterianos como

principais responsáveis por surtos de DTA’s. De acordo com a Secretaria de Vigilância em

Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS) entre 1999 a Agosto de 2008, foram notificados

6.062 surtos de DTA’s, envolvendo 117.330 pessoas acometidas e 64 óbitos. As bactérias

foram responsáveis por 84% dos surtos, seguidas pelos vírus (13,16%), substâncias químicas

(1,2%) e parasitas (1%), além de um percentual cujos agentes causadores não foram

identificados (0,2%) (ASSIS, 2012).

Foram notificados 792 surtos no Brasil no ano de 2012. A região Sudeste foi notificada

com maior percentual de surtos, 39,8% (BRASIL, 2013).

Os agentes etiológicos de toxinfecções alimentares de maior ocorrência no Brasil de 2000

a 2013 segundo a SVS/MS foram a Salmonella spp (39,39%), o Staphylococcus aureus

(19,71%), o Bacillus cereus (7,62%) e a E. coli (12,40%). A maior parte das ocorrências

(3.409 surtos) foi registrada nas residências das próprias vítimas, enquanto 1.319 surtos foram

confirmados em restaurantes, 725 surtos em escolas e 208 em hospitais. Em relação ao

alimento causador do surto, 16,49% dos infectados relacionaram-se com ovos crus e mal

cozidos; alimentos mistos (31,29%); carne bovina in natura, processados e miúdos (7,06%);

doces e sobremesas (9,0%); leite e derivados (6,90%) e água (10,07%) (BRASIL, 2013).

No período de 1999 a 2008 no Brasil, constatou-se que os manipuladores infectados ou

contaminados tiveram participação muito importante como fatores associados a surtos de

DTA’s, estando envolvidos em 55% dos episódios provocados por agentes bacterianos. Em

seguida foram apontados os equipamentos contaminados e a contaminação cruzada, ambos

responsáveis por 34,6% dos surtos (GERMANO; GERMANO, 2011).

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Os micro-organismos presentes em alimentos crus podem disseminar-se para outros

produtos durante a fase de preparação, propiciando a ocorrência de contaminação cruzada.

Esta contaminação ocorre preferencialmente pelas mãos dos manipuladores e dos utensílios

de cozinha. Assim, tábuas de corte, facas, cortadores, moedores e recipientes constituem

veículos comuns para a transmissão de agentes de DTA’s (GERMANO; GERMANO, 2011).

Depreende-se, portanto, que 80% em média dos surtos estão relacionados ao controle de

tempo e temperatura envolvendo fatores como: manutenção de alimentos prontos por mais

que quatro horas abaixo da temperatura de segurança; refrigeração inadequada devido a

grandes porções de alimentos; a deficiência de funcionamento de equipamento de refrigeração

e o preparo dos alimentos várias horas antes do consumo (GERMANO; GERMANO, 2011).

Os elementos acima apontados por Germano e Germano (2011) estão de acordo com

Forsythe (2013), que cita as causas para que os alimentos não sejam seguros e causem DTA’s.

Estes fatores estão expressos na Tabela 1:

Tabela 1. Fatores que contribuem para a ocorrência de surtos de doenças de origem

alimentar.

FATORES DE CONTRIBUIÇÃO Percentagema

Fatores relacionados à multiplicação microbiana

Estocagem em temperatura ambiente 43

Resfriamento inadequado 32

Preparação do alimento muito distante do local onde será servido 41

Espera em ambiente e temperatura inadequados 12

Utilização de sobras 5

Descongelamento inadequado e estocagem imprópria 4

Produção de alimento em excesso 22

Fatores relacionados à sobrevivência microbiana

Aquecimento impróprio 17

Cozimento inadequado 13

Fatores relacionados à contaminação

Manipuladores de alimentos 12

Alimentos processados contaminados 19

Alimentos crus contaminados 7

Contaminação cruzada 11

Limpeza inadequada de equipamentos

Alimentos enlatados contaminados

7

2

a A percentagem excede o total de 100, uma vez que os fatores que normalmente contribuem para a ocorrência

de enfermidades de origem alimentar podem ser múltiplos.

Adaptado de World Health Organization, 1999 (FORSYTHE, 2013).

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Estes fatores podem ser reduzidos de forma considerável através da capacitação da equipe

responsável pelo processamento dos alimentos, aliado a implantação de procedimentos

adequados e monitorização dos mesmos.

Em estudos realizados por Nadvorny, et al. (2004), dos 99 surtos de DTA’s ocorridos no

Rio Grande do Sul, 74,7% foram ocasionados por Salmonella spp. Observou-se ainda que a

utilização de matéria-prima sem inspeção sanitária e a manipulação incorreta dos alimentos

constituíram-se em fatores predisponentes à contaminação dos alimentos em Salmonella spp,

em 73% dos surtos investigados. A utilização de águas sem tratamento adequado (1,4%) e

presença de manipulador infectado (4,0%) foram fatores que também contribuíram para a

ocorrência dos surtos.

De acordo com Marques et al. (2007), os manipuladores, seja na indústria ou no comércio

de alimentos, são importantes fontes veiculadoras de Staphylococcus aureus pelo fato da

grande maioria ser portador assintomático desta bactéria. Seja no preparo, transporte,

distribuição ou na comercialização de alimentos, a presença deste micro-organismo é um

indicativo de condições higiênico-sanitárias insatisfatórias.

Osaili et. al (2013) mediante os conhecimentos de segurança alimentar de manipuladores

de alimentos em restaurantes na Jordânia, revelaram que os mesmos possuíam conhecimento

geral, relacionado à higiene e sintomas das doenças transmitidas por alimentos. Porém,

apresentaram conhecimento deficiente em alguns conceitos importantes, tais como agentes

patogênicos com origem nos alimentos, armazenamento, aquecimento e cozimento adequado.

Este fato retrata a preocupante realidade acerca do nível de instrução dos colaboradores à

segurança alimentar na Jordânia.

2.3 - HIGIENE NA MANIPULAÇÃO DOS ALIMENTOS

A palavra higiene é derivada do grego, do nome da deusa grega da saúde, Hygeia.

Atualmente, higiene é o termo usado para se referir às práticas que tendem a preservar e a

melhorar a saúde (JUMAA, 2005).

Na área de alimentos, higiene se traduz como o conjunto de medidas a serem adotadas com

objetivo de garantir a segurança dos alimentos, de forma a que não possam causar danos à

saúde do consumidor (MONTES et al., 2009).

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A higiene dos alimentos compreende todas as medidas necessárias para garantir segurança,

salubridade e sanidade do alimento em todos os estágios de seu desenvolvimento, produção

até seu consumo final (PARDI et al., 2001).

De acordo com Silva Jr. (2007), higienização pode ser definida como qualquer

procedimento aplicado ao controle, que elimine ou reduza os perigos microbiológicos até

níveis suportáveis, minimizando os riscos de transmissão de agentes patogênicos, causadores

de doenças.

O controle da higiene de processos e produtos é a principal preocupação do ponto de vista

comercial e de saúde pública. Contudo, a intervenção na higiene do processo e dos produtos

isoladamente, não resulta em produtos seguros, devido ao fluxo constante de micro-

organismos na planta e contaminação cruzada (RODRIGUES, 2005).

O controle da contaminação nos equipamentos deve ser realizado não somente após a

limpeza, mas sempre que se fizer necessário, a fim de garantir a qualidade do processo de

sanitização. Para o monitoramento desse processo é necessário que o profissional seja capaz

não somente de detectar contaminações em superfícies consideradas limpas, como também

conhecer a importância da desinfecção sobre a sanidade e qualidade do alimento que se

processa. As falhas nos procedimentos de higienização de equipamentos e utensílios

permitem que os resíduos aderidos aos equipamentos e superfícies se transformem em

potencial fonte de contaminação cruzada (FAHEINA Jr et al., 2008).

A contaminação do ar, de superfícies e de mãos de manipuladores de alimentos por micro-

organismos aeróbios mesófilos pode indicar condições de higiene carentes de melhorias.

(SALUSTIANO et al., 2003).

Em estudo realizado por Coelho et al. (2010), os resultados observados sugerem que

medidas de controle devem ser implementadas nos restaurantes estudados com vistas a

melhorar as condições de higiene adotadas na limpeza das superfícies dos equipamentos em

questão, diminuindo-se por consequência as contaminações microbiológicas ocasionadas por

micro-organismos aeróbios mesófilos.

Gomes et al. (2012), avaliaram os aspectos higiênico-sanitários no processo produtivo dos

alimentos em escolas públicas do Estado de Goiás, Brasil, e concluíram que o item higiene

pessoal foi o que apresentou menor nível de conformidade, sugerindo que as capacitações em

BPF realizadas não foram suficientes para sedimentar um conhecimento capaz de influenciar

a prática correta do manipulador.

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25

Em estudo realizado por Park et al. (2010), o treinamento oferecido, contribuiu para a

evolução do nível de conhecimento dos manipuladores em relação à higiene dos alimentos,

mas não foi efetivo em relação à adoção de práticas de higiene adequadas. No entanto,

considerando o fato de que houve aumento significativo no conhecimento, conclui-se que a

prática de treinamento de higiene frequente poderia ser eficaz na melhoria das condições de

limpeza, bem como na adoção práticas de higiene adequadas. Para isto, devem ser elaborados

programas de treinamentos, potencializando a frequência de oferecimento, proporcionando

assim a formação educacional efetiva dos colaboradores em segurança alimentar.

A higiene precária é considerada fator preponderante para o desencadeamento de

DTA’s. Assim, esta operação merece particular atenção por parte de todos que participam do

processo de fabricação de alimentos.

2.4 - BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO DE ALIMENTOS

As Boas Práticas de Fabricação (BPF), conhecidas internacionalmente como Good

Manufactures Pratices (GMP), são um conjunto de princípios, regras e procedimentos que

regem o correto manuseio dos alimentos, abrangendo desde a matéria-prima até o produto

final. São normas de procedimentos para atingir um determinado padrão de identidade e

qualidade de um produto e/ou serviço na área de alimentos, cuja eficácia e efetividade devem

ser avaliadas por meio de inspeção e/ou investigação (SILVA Jr., 2007).

As BPF’s integram-se á filosofia do sistema de gestão da qualidade como uma ferramenta

que consiste em estabelecer diretrizes que definam procedimentos e métodos que direcionem

a fabricação de um produto ou a execução de um serviço. São obrigatórias pela legislação

brasileira para todas as indústrias e estabelecimentos produtores de alimentos. Estão pautadas

nas Portarias nº. 1428/93, nº. 326/97, e nas Resoluções da Diretoria Colegiada RDC nº.

275/2002 e nº. 216/2004 (BRASIL, 1993; BRASIL, 1997; BRASIL 2002; BRASIL, 2004b).

O controle higiênico-sanitário dos alimentos constitui fator primordial para a prevenção

das doenças de origem alimentar permitindo prevenir as enfermidades que possam atingir o

homem. Assim, a implantação de Boas Práticas de Fabricação se faz necessária para garantir

o oferecimento de alimentos seguros à saúde dos consumidores.

Uma das ferramentas utilizadas para avaliar a adoção das Boas Práticas é a lista de

verificação ou “check list” aplicada aos estabelecimentos produtores e industrializadores de

alimentos. Esta lista nos permite fazer uma avaliação preliminar das condições higiênico-

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26

sanitárias destes estabelecimentos. O diagnóstico nos permite levantar itens conformes e não

conformes e, a partir dos dados coletados, traçar ações corretivas para adequação dos

requisitos buscando eliminar ou reduzir riscos físicos, químicos e biológicos, que possam

comprometer a qualidade dos alimentos e consequentemente a saúde do consumidor (GENTA

et al., 2005).

De acordo com os resultados obtidos com a aplicação da lista de verificação, os

estabelecimentos são classificados em 03 grupos: GRUPO I - 76 A 100%; GRUPO II - 51 A

75%; GRUPO III - 0 A 50%. Esta classificação está relacionada ao percentual de itens

conformes, demonstrando que as instalações em questão atendem ou não à Resolução RDC nº

275, que dispõe sobre o regulamento técnico de procedimentos operacionais padronizados

aplicados aos estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos e a lista de

verificação das boas praticas de fabricação em estabelecimentos produtores/industrializadores

de alimentos (BRASIL, 2002). De acordo com esta legislação a classificação do

estabelecimento no Grupo I é considerada “boa”, no Grupo II “regular” e no Grupo III

“ruim”.

A adoção de Boas Práticas de fabricação nos estabelecimentos produtores de alimentos é

ferramenta primordial para a obtenção de produtos inócuos. O programa de qualidade de Boas

Práticas de Fabricação prevê a avaliação da estrutura física e do pessoal envolvido no

processo produtivo, analisa os procedimentos de higiene do estabelecimento e os cuidados

sanitários e determinantes para a qualidade alimentícia. Mais detalhadamente, busca a

higienização das edificações, das instalações, equipamentos e utensílios; controla a água

utilizada; os vetores transmissíveis de doenças e pragas; higiene e saúde dos manipuladores;

manejo de resíduos; e controle e garantia dos alimentos preparados. O Manual de Boas

Práticas de Fabricação descreve todas as operações realizadas pelo estabelecimento de

maneira minuciosa, com vistas a assegurar a produção de alimentos seguros (BRASIL,

2004b).

Os POPS são documentos de registro que devem conter as instruções sequenciais das

operações e a frequência de execução, especificando o nome, cargo e função dos responsáveis

pelas atividades. Devem ser aprovados, datados e assinados pelo responsável do

estabelecimento. Os serviços de alimentação devem implementar POP para os seguintes

itens: Higienização de instalações, equipamentos e móveis; Controle integrado de vetores e

pragas urbanas; Higienização do reservatório de água e Higiene e saúde dos manipuladores

(BRASIL, 2004b).

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27

Para garantir a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos são utilizados normalmente

recursos como: a elaboração do manual de boas práticas, manipulação e processamento bem

como a realização de programas de educação continuada para manipuladores de alimentos

(SILVA Jr., 2007).

As condutas e critérios descritos no Manual de Boas Práticas e nos POPS configuram os

procedimentos básicos que devem ser seguidos para o cumprimento do controle higiênico-

sanitário (BRASIL, 2002; SILVA Jr, 2007).

A produção de alimentos seguros é prática necessária, em especial nas escolas públicas,

espaço que atende uma clientela vulnerável quanto aos aspectos nutricional e

socioeconômico, e para a qual, por vezes, esse alimento constitui a única refeição do dia.

Portanto, a ocorrência de um surto de DTA nesse ambiente tende a configurar-se como um

problema de saúde pública (CHAVES, 2006).

Rodrigues e Salay (2012) em estudo sobre desenvolvimento e implementação de práticas

de controle de segurança alimentar para fornecedores de vegetais frescos da cidade de

Campinas e seus quatro distritos, afirmaram que o volume de refeições produzidas por

serviços de alimentação tem vindo a aumentar. No entanto, existem casos de intoxicação

alimentar associados a esses estabelecimentos, e eles são por vezes causados pelo consumo de

vegetais. Estes autores verificaram que as Boas Práticas de Fabricação são adotadas por

53,8% dos estabelecimentos estudados e, destes, 15,4% também possuem programa de

Análise de Perigos Pontos Críticos de Controle. Das empresas que adotam a segurança

alimentar, apenas oito (26,7%) promovem a utilização de práticas de controle relacionadas a

segurança alimentar para fornecedores de vegetais frescos.

Santana et al. (2009), avaliaram a segurança alimentar empregada na elaboração da

merenda escolar gratuita em Salvador, Brasil, bem como a adoção de boas práticas de

fabricação (BPF’s), a fim de garantir fornecimento de alimentos seguros para os alunos. Os

resultados obtidos por estes autores demonstraram que 80% das cantinas estudadas foram

classificadas como deficientes em relação às condições higiênico-sanitárias por uma lista de

verificação antes da adoção de BPF’s. Amostras de refeições mostraram altas contagens de

micro-organismos aeróbios mesófilos, coliformes termotolerantes e Staphylococcus coagulase

positiva. Após a adoção das BPF’s, as escolas alcançaram maior pontuação em relação a

aplicação da lista de verificação. Em relação as contagens microbiológicas, houve redução da

presença de aeróbios mesófilos e coliformes termotolerantes nas refeições. Staphylococcus

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28

coagulase positiva não foram isolados. É, portanto, necessário introduzir as BPF’s nas

instalações produtoras de alimentos, a fim de garantir refeições seguras para os consumidores.

2.5 - IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO PARA MANIPULADORES DE ALIMENTOS

Para Bastos (1999), a diferenciação entre treinamento e outras ações, como educação e

desenvolvimento, passaria pela intencionalidade de cada uma. A função de um treinamento

seria a de desenvolver um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes para a melhoria

de desempenho atual.

No mesmo contexto, Pilati e Abbad (2005) definem treinamento como a aquisição

sistemática de conhecimentos, habilidades, atitudes, regras e conceitos que resultam em um

aumento do desempenho no trabalho.

O treinamento caracteriza-se como um conjunto de ações educativas organizadas com

uma finalidade especifica: ensinar como fazer e também o porquê do como fazer.

A RDC n° 216, de 15 de setembro de 2004 (BRASIL, 2004b) preconiza em seu artigo

4.12.2:

“O responsável pelas atividades de manipulação dos alimentos deve ser

comprovadamente submetido a curso de capacitação”.

A responsabilidade primária pela segurança alimentar encontra-se com aqueles que

produzem, processam e comercializam alimentos. É o seu dever garantir que estes sejam

seguros. No entanto, muitas empresas negligenciam este aspecto vital, o que pode resultar em

danos para a saúde dos consumidores (SLORACH, 2002).

Considerando que o problema maior reside naqueles que têm um contato permanente

com os alimentos e que estes raramente possuem um conhecimento aprofundado sobre o tema

alimentos seguros, torna-se recomendável o oferecimento de treinamento para manipuladores

enfocando as Boas Práticas de Fabricação na produção de alimentos.

Uma das grandes preocupações com o alimento diz respeito à sua qualidade. Dentre os

fatores que podem afetar este aspecto, encontra-se o manipulador de alimentos.

Diversos estudos salientam a importância do seu treinamento na prevenção de enfermidades

transmitidas por alimentos (EHIRI; MORRIS, 1996; VERGARA; REVUELTA; MAJEM,

2000).

Dentre as estratégias estabelecidas pela Food and Agricultural Organization (FAO) e pela

Organização Mundial de Saúde (OMS) para a segurança alimentar, destaca- se a capacitação

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dos recursos humanos, em especial dos manipuladores de alimentos. Os manipuladores

possuem fundamental importância na higiene e sanidade da alimentação servida, visto que a

eles cabe o manuseio, tornando-se fonte potencial de contaminação, caso ocorram falhas no

processo de preparo (FLENDER; DOLAN; WILLIAMS, 1998; LAGAGGIO; FLORES;

SAGABINAZI, 2002).

Oliveira et al. (2003) afirmaram que a educação e o treinamento dos manipuladores são

as melhores ferramentas para assegurar a qualidade da alimentação.

As ferramentas de qualidade contemplam recursos para treinamento como cartilhas,

vídeos, entre outros. A apostila é um instrumento útil não apenas para acompanhamento do

conteúdo que está sendo ministrado, mas também como referência do assunto tratado para

posterior consulta, e ainda como complemento. A apostila pode trazer detalhamento do que

foi abordado, permitindo que o treinando complemente as informações.

Os autores Muñoz e Camargo (2012), estudaram ações relacionadas à gestão da qualidade

sanitária e inocuidade dos alimentos em um restaurante com serviço de bufê e constataram

através de um diagnóstico inicial, que os manipuladores de alimentos do restaurante não

possuíam conhecimento a respeito do tema Boas Práticas de Fabricação. Este déficit foi

corrigido parcialmente através de um plano de formação oferecido aos colaboradores. Porém,

os mesmos autores evidenciaram a necessidade de oferta de outros programas de capacitação,

com objetivo de suprir as deficiências que por ventura ainda restaram.

Para que a unidade de alimentação possa sempre oferecer aos consumidores, alimentos de

qualidade higiênico-sanitária sugere-se a intensificação dos treinamentos, a partir de cursos e

palestras, para que todos os manipuladores de alimentos possam ter conhecimento dos

sistemas de qualidade. Além disso, devem-se fazer periodicamente supervisões, a fim de

verificar se o mesmo está sendo rigorosamente seguido (FARIAS et. al, 2011).

O desenvolvimento e disponibilização de cursos de formação são cruciais para a

aquisição de mudanças de comportamento e melhoraria das habilidades e conhecimentos dos

manipuladores de alimentos. No entanto, existem poucos estudos explorando as metodologias

utilizadas. Isso destaca a necessidade de realizar uma análise detalhada da metodologia e

estratégias adotadas, auxiliando assim a compreensão dos métodos de treinamento utilizados

em serviços de alimentação bem como seu impacto sobre o aprendizado relacionado à

segurança alimentar (MEDEIROS et al., 2011).

É indiscutível que os programas de treinamentos específicos para manipuladores de

alimentos sejam o meio mais eficaz para transmitir conhecimento e promover mudança de

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30

atitude. Neste contexto, os programas de treinamentos se tornam ferramentas indispensáveis e

devem ser oferecidos com periodicidade com objetivo de reciclar os conhecimentos dos

manipuladores, promovendo a adoção de práticas seguras visando à elaboração de alimentos

que não ofereçam risco à saúde dos consumidores.

2.6 – QUALIDADE SOB A ÓTICA DO CONSUMIDOR

Uma das mudanças percebidas no perfil do consumidor é o aumento da procura pelos

serviços de alimentação. Essa crescente demanda junto ao maior grau de exigência dos

consumidores em busca de qualidade faz com que empresários se aprimorem e busquem

diferentes formas de apresentação de seus empreendimentos (CARVALHO, et al., 2012).

A qualidade define-se como um conjunto de características inerentes ao produto

alimentício, que cria uma expectativa com base em alguns requisitos (ISO 9000, 2000).

É importante considerar dois momentos na avaliação da qualidade: no ato da compra e no

momento de consumo do produto. Nesta última situação, a qualidade (denominada qualidade

experimentada) resulta da avaliação sensorial do produto pelo consumidor (por exemplo, em

termos de sabor ou de suculência). Por sua vez, a qualidade esperada define-se como o

resultado da impressão visual do produto obtida quando do ato da compra (ACEBRÓN;

DOPICO, 2000).

Demandas por mais e melhores serviços aumentam o interesse pelos atributos

relacionados com a qualidade e a segurança dos alimentos. Novas demandas são ditadas pelos

consumidores. Decisões de compra que antes eram baseadas nos aspectos de variedade,

conveniência e estabilidade de preço agora envolvem a avaliação da qualidade dos produtos, a

nutrição, a segurança do alimento sob o ponto de vista da inocuidade, bem como os aspectos

ambientais referentes à produção destes (SPERS, 2003).

Este conjunto de atributos de um alimento torna-o preferido na escolha dos consumidores.

Contudo, um alimento seguro ou inócuo, se não possuir sabor agradável e não corresponder às

expectativas dos consumidores, dificilmente será preferido a outro (FIPA, 2002).

Avaliar a demanda do consumidor por atributos relacionados à segurança do alimento é

um passo primordial para que sejam formuladas ações que visem à manutenção da satisfação

dos consumidores e, sob o enfoque governamental, programas que contribuam para a

diminuição dos índices de mortes ocasionadas pela ingestão de alimentos contaminados

(ZYLBERSZTAJN; SCARE, 2003).

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31

Para que a inocuidade do alimento seja mantida é de primordial importância que os

consumidores sejam detentores de práticas de higiene corretas no preparo e manuseio de suas

refeições.

O consumidor final, quando adquire um gênero alimentício, deve ter a consciência que é o

último passo de uma cadeia e como tal, ele deve também estar preparado para cumprir

determinados procedimentos (hábitos higiênicos corretos no manuseio dos alimentos) que lhe

garantam o consumo de um produto seguro (VEIGA et al., 2009).

Uma informação insuficiente do consumidor, e/ou um conhecimento não adequado da

higiene alimentar geral, pode levar a uma manipulação errada dos produtos em estados

posteriores da cadeia alimentar, aumentando a probabilidade de originar doenças e de tornar

os produtos impróprios para consumo, mesmo quando tomadas as medidas de controle de

higiene adequadas durante o processo de obtenção dos alimentos (VEIGA et al., 2009).

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32

3 – METODOLOGIA

O estudo foi realizado na Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) do Instituto Federal

de Educação, Ciência e Tecnologia - Campus Uberlândia (IFTM), no período de Janeiro de

2013 a Janeiro de 2014, que é composta por três setores (açougue, panificação e refeitório).

Alimentam-se nesta Unidade diariamente cerca de 500 pessoas (colaboradores e alunos).

Existe nesta instituição alunos em regime de internato que por sua vez alimentam-se quatro

vezes por dia na referida UAN. A equipe responsável por produzir as refeições está divida

entre colaboradores do quadro efetivo do IFTM – Campus Uberlândia e pertencentes à uma

empresa terceirizada prestadora dos serviços. Esta equipe é composta por 18 colaboradores

(16 manipuladores, uma nutricionista e um responsável representante da empresa

terceirizada).

As hortifrutícolas consumidas na referida UAN são provenientes da horta do Instituto,

com exceção da batata inglesa, cebola e tomate. Já os alimentos não perecíveis são adquiridos

por licitação.

3.1 - DIAGNÓSTICO INICIAL DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DA UAN

Com objetivo de diagnosticar as condições higiênico-sanitárias da UAN inicialmente foi

aplicada a lista de verificação “Check list” contida na RDC n° 275 de 21 de Outubro de 2002

(BRASIL, 2002) (ANEXO A).

A referida lista permitiu avaliar o refeitório de acordo com os seguintes critérios:

Edificação e instalações;

Equipamentos, utensílios e móveis;

Manipuladores;

Produção e transporte do alimento;

Documentação;

Segundo cada critério dos aspectos higiênico-sanitários, o estabelecimento foi

classificado em relação ao percentual de conformidades detectadas, baseado na RDC n° 275

(BRASIL, 2002). A referida classificação permitiu classificar a UAN da seguinte maneira:

GRUPO I - BOM - 76 A 100% dos itens atendidos;

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33

GRUPO II - REGULAR - 51 A 75% dos itens atendidos;

GRUPO III - DEFICIENTE - 0 A 50% dos itens atendidos.

3.1.1 - AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DOS CONSUMIDORES EM RELAÇÃO AO

ESTABELECIMENTO ANTES E APÓS A IMPLANTAÇÃO DAS FERRAMENTAS DE

GESTÃO DA QUALIDADE DOS ALIMENTOS

Avaliou-se a opinião dos consumidores da referida unidade de alimentação com base na

metodologia descrita por Carvalho et al. (2012), por meio de questionário que permitiu

expressar o grau de satisfação dos comensais em relação à qualidade do alimento, segurança e

higiene alimentar. As sete questões levantadas foram: qualidade da comida; variedade do

cardápio; disposição dos alimentos; limpeza de talheres e bandejas; higiene dos funcionários;

limpeza do ambiente (mesas, piso e balcão) e atendimentos dos funcionários. Cada quesito foi

julgado como: ótimo; bom; regular ou ruim. Para cada conceito foi atribuída uma nota, sendo

ótimo equivalente a quatro, bom equivalente a três, regular equivalente a dois e ruim

equivalente a um.

Uma amostra de 293 consumidores contribuiu com sua percepção quanto a esses

aspectos. O referido questionário (APÊNDICE A) foi aplicado antes da implantação das

ferramentas de Gestão da Qualidade e realização do curso de capacitação, objetivando-se o

diagnóstico inicial relacionado à qualidade das refeições oferecidas por esta UAN. Após a

implantação das ferramentas de Gestão da Qualidade e realização do curso de capacitação o

questionário foi novamente aplicado (objetivando-se o diagnóstico final), verificando-se o

efeito da proposta apresentada na percepção dos consumidores.

3.2 – ELABORAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DAS FERRAMENTAS DE GESTÃO DA

QUALIDADE DOS ALIMENTOS

Foram elaborados e implantados Procedimentos Operacionais Padronizados e Manual de

Boas Práticas de Fabricação na UAN (APÊNDICE B), baseados na realidade do

estabelecimento. Estes documentos estão pautados na RDC n° 275 e RDC n° 216 (BRASIL,

2002 e 2004b).

Os POPS elaborados foram os seguintes:

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34

Controle Integrado de Pragas;

Higienização do reservatório de água;

Higiene e saúde dos manipuladores;

Higienização das instalações, equipamentos e utensílios.

Os respectivos POPS estão incluídos no Manual de Boas Práticas de Fabricação

(APÊNDICE I do Manual de BPF’s).

Foram elaboradas e implantados formulários para registro de temperatura de alimentos

refrigerados e quentes prontos para o consumo, controle de hábitos higiênicos dos

manipuladores, controle da higiene ambiental (compreendendo estrutura física, equipamentos

e utensílios), controle de sanitização de hortifrutícolas, controle da ocorrência de pragas e

facilidades para o cumprimento das BPF’s (APÊNDICE II do Manual de BPF’s). Estes

formulários de registro e controle objetivaram a otimização dos procedimentos preconizados

pelos POPS e pelo Manual de Boas Práticas de Fabricação.

Para facilitar o entendimento e enfatizar a importância da adoção de hábitos higiênicos

corretos pelos manipuladores, foram elaboradas instruções de trabalho com o procedimento

de lavagem das mãos, lavagem e sanitização das hortifrutícolas e lavagem e sanitização de

equipamentos e utensílios (APÊNDICE III do Manual de BPF’s).

Foram ainda confeccionados cartazes para sensibilizar os comensais da importância da

lavagem das mãos antes das refeições bem como da adoção de hábitos higiênicos corretos

(APÊNDICE IV do Manual de BPF’s).

3.2.1 - CAPACITAÇÃO DA EQUIPE DE COLABORADORES DA UAN EM BOAS

PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO

Foi elaborado e oferecido aos manipuladores que compõem a equipe de trabalho da UAN

do IFTM - Campus Uberlândia em parceria com a equipe do Núcleo de Estudos para a

Produção de Alimentos Seguros – NEPAS e a Secretaria de Vigilância Sanitária do Município

de Uberlândia, um curso de Capacitação para Manipuladores de Alimentos com carga horária

de 40 horas, totalizando 30 horas teóricas e 10 horas práticas. Este curso é exigido pela RDC

n° 216/2004 da ANVISA (BRASIL, 2004b). Foram utilizadas aulas expositivas dialogadas,

ilustradas com recursos audiovisuais com auxílio de data show.

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35

Foi realizada uma avaliação microbiológica com objetivo de sensibilizar os participantes

do curso em relação à ocorrência de contaminação microbiológica. A referida avaliação

procedeu-se através do contato direto das mãos dos manipuladores, moedas, cabelo e celular

com placas de petri contendo Ágar PCA (Ágar Padrão para contagem). Depois de procedido o

contato direto das superfícies em questão com as placas de petri, as mesmas foram incubadas

a 37°C por 48 h (SILVA, et. al, 2010). As placas que apresentaram contaminação aparente

após o período de incubação foram mostradas aos manipuladores objetivando-se salientar a

importância do emprego de hábitos higiênicos corretos na produção de alimentos.

Foi elaborada e oferecida uma apostila educativa com os conteúdos essenciais abordados

na capacitação (APÊNDICE C). Adotou-se como material de apoio a Cartilha sobre Boas

Práticas para serviços de alimentação da RDC n° 216/2004 (BRASIL, 2004a) (ANEXO B). O

curso de capacitação bem como os materiais didáticos oferecidos abordaram os seguintes

conteúdos formativos:

Microbiologia Básica e Micro-organismos patogênicos, benéficos e deteriorantes:

Responsável – Fernanda Raghiante;

Principais doenças transmitidas por alimentos: Responsável – Fernanda Raghiante;

Perigos físicos, Químicos e Biológicos: Responsável – Thiago Taham;

Noções de conservação: Responsável – Letícia Vieira Castejon;

Manipulação Higiênica dos Alimentos: Responsável – Elaine Alves dos Santos;

Introdução as Boas práticas: Responsável – Deborah Santesso Bonnas;

Interpretação da RDC 216/04: Responsável – Pedro Alves Martins.

Ao final dos conteúdos ministrados durante o curso, os participantes foram divididos em

quatro grupos e cada grupo elaborou um Procedimento Operacional Padronizado, como parte

das exigências para recebimento dos certificados da capacitação. Nesta etapa todos os

professores atuaram em conjunto. Os POPS elaborados foram os seguintes:

Controle Integrado de Pragas;

Higienização do reservatório de água;

Higiene e saúde dos manipuladores;

Higienização das instalações, equipamentos e utensílios.

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36

Para verificar o grau de assimilação dos conteúdos ministrados durante o curso, foi

aplicado aos manipuladores, antes e após o oferecimento do mesmo, um questionário com dez

questões de múltipla escolha (APÊNDICE D) que abordou os principais conceitos enfocados.

3.3 – DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DA UAN APÓS A

IMPLANTAÇÃO DAS FERRAMENTAS DE GESTÃO DA QUALIDADE

Foi aplicada novamente a lista de verificação “Check list” contida na RDC n° 275 de 21

de Outubro de 2002 (BRASIL, 2002). Os critérios utilizados para a avaliação foram descritos

no item 3.1. Adicionalmente, análises microbiológicas foram realizadas nas refeições,

superfícies de equipamentos e utensílios e mãos dos manipuladores, com objetivo de verificar

a eficiência da proposta apresentada.

3.3.1 – AVALIAÇÕES MICROBIOLÓGICAS - AMOSTRAS E AMOSTRAGEM

As avaliações microbiológicas foram executadas de acordo com metodologia descrita por

Silva et al. (2010), no Laboratório de Microbiologia II do IFTM – Campus Uberlândia

Foram colhidas assepticamente de maneira aleatória três amostras de 100 gramas de cada

um dos gêneros alimentícios, uma por semana, totalizando três semanas de coleta. Cada

amostra foi dividida em três porções de 25 gramas, perfazendo três repetições por semana. As

análises foram realizadas em triplicata. Dos utensílios foram amostrados 10% dos garfos

(n=8), 10% das facas (n=8) e 10% das bandejas (n=10). Correspondendo aos equipamentos

foram amostrados o moedor de carnes, o processador de legumes, a masseira da padaria e as

mesas do açougue e da padaria. Foram selecionados ainda oito manipuladores para

averiguação da higiene das mãos.

3.3.1.1 – HIGIENE DAS MÃOS DOS MANIPULADORES

Realizou-se pesquisa de Coliformes Termotolerantes e Staphylococcus coagulase positiva

conforme preconizado pela Organização Mundial de Saúde citada por Andrade e Macêdo

(1996) e Silva Jr. (2001). As amostras foram colhidas assepticamente através da técnica do

esfregaço de superfície utilizando-se “swabs” estéreis mergulhados em solução salina 0,1%

(SILVA et al., 2010).

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37

3.3.1.2 – HIGIENE DOS UTENSÍLIOS DE COZINHA E EQUIPAMENTOS

Realizou-se pesquisa de Coliformes Termotolerantes e Staphylococcus coagulase positiva

nas superfícies da mesa da padaria e do açougue, processador de legumes, moedor de carne e

masseira da padaria, e bandejas, utilizando-se delimitadores 5x5cm. Os mesmos micro-

organismos foram pesquisados nos garfos e facas, conforme preconizado pela APHA (2001) e

Organização Mundial de Saúde (OMS), citadas por Silva Jr. (2001). As amostras foram

colhidas assepticamente através da técnica do esfregaço de superfície utilizando-se “swabs”

estéreis mergulhados em solução salina 0,1% (SILVA et al., 2010).

3.3.1.3 – QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DOS PRATOS FRIOS PRONTOS PARA O

CONSUMO

Realizou-se pesquisa de Coliformes Termotolerantes e Salmonella sp, conforme

preconizado pela RDC nº 12, de 2 de janeiro de 2001, nas saladas de beterraba, cenoura,

alface e repolho (BRASIL, 2001).

A coleta foi realizada após 30 minutos de exposição destes alimentos na pista fria

(Temperatura 7°C). Para isto, as amostras foram colhidas assepticamente utilizando-se sacos

estéreis e encaminhadas em caixas isotérmicas ao laboratório (SILVA et al., 2010).

3.3.1.4 – QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DOS PRATOS QUENTES PRONTOS PARA

O CONSUMO

Realizou-se pesquisa de Coliformes Termotolerantes, Salmonella sp e Staphylococcus

coagulase positiva no arroz e no feijão. Na carne de frango realizou-se pesquisa de

Coliformes Termotolerantes, Salmonella sp, Staphylococcus coagulase positiva e Clostridium

sulfito redutor a 46°C, conforme preconizado pela RDC nº 12, de 2 de janeiro de

2001(BRASIL, 2001).

A coleta foi realizada após 30 minutos de exposição dos respectivos alimentos na pista

quente (Temperatura 65°C). Para isto, as amostras foram colhidas assepticamente utilizando-

se sacos estéreis e encaminhadas ao laboratório em caixas isotérmicas (SILVA et al., 2010).

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38

3.4 - DELINEAMENTO ESTATÍSTICO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os resultados obtidos no presente estudo foram tabulados e comparados por meio de

estatística não paramétrica, utilizando os valores obtidos antes e após a implantação das

Ferramentas de gestão da qualidade e do oferecimento do curso de capacitação, exceto para as

avaliações microbiológicas. Para as respectivas avaliações os dados foram tabulados

submetendo-os a estatística descritiva, com cálculo das médias das contagens.

Os dados referentes às condições higiênico-sanitárias foram analisados através do

Teste Binomial para diferença de proporções (p<0,05) (Tabela 02/Apêndice E).

Para a avaliação do conhecimento dos manipuladores de alimentos foi aplicado Teste

de Wilcoxon (p<0,05).

Para avaliação da opinião dos consumidores acerca da qualidade do alimento ofertado

foi aplicado teste de Mann-Whitney (p<0,05).

Foi utilizado o programa computacional Statistical Package for Social Sciences

(SPSS) para Windows versão 17.0 (SPSS, 2008).

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4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 – AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DA UAN ANTES E

APÓS A IMPLANTAÇÃO DAS FERRAMENTAS DE GESTÃO DA QUALIDADE

Foram vistoriados e classificados os três setores (açougue, panificação e refeitório) que

compõem a UAN em estudo, com base na lista de verificação. O perfil higiênico-sanitário

geral da UAN está expresso na Figura 1.

*Significativo pelo Teste Binomial para diferença de proporções (p<0,05) A: antes D: depois

Figura 1. Perfil higiênico- sanitário geral da UAN antes e após a implantação das

Ferramentas de Gestão da Qualidade dos alimentos.

Detectou-se com a aplicação do Teste Binomial (p< 0,05) diferença significativa entre os

percentuais de conformidade e não conformidade para os três setores antes e após a aplicação

das Ferramentas de Gestão da Qualidade, verificando-se aumento no nível de adequação e

diminuição no nível de inadequação após a implantação das ferramentas. Este resultado

0

10

20

30

40

50

60

Conforme A (%) Conforme D (%) Não Conforme A (%) Não Conforme D (%)

25,14*

55,26*

57,9*

28,48*

35,08*

58,14*

49,7*

25,58* 28,07*

58,14*

54,97*

28,48*

Padaria

Açougue

Refeitório

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40

salienta a importância da aplicação de Boas Práticas de Fabricação na melhoria das condições

higiênico-sanitárias dos estabelecimentos produtores de alimentos.

As BPF’s são procedimentos necessários para garantir a qualidade sanitária dos alimentos

e representam uma importante ferramenta para garantir a qualidade do produto final

(MARTINS et al., 2011).

Antes da implantação das Ferramentas de Gestão da Qualidade dos alimentos, a UAN foi

classificada no Grupo III “Deficiente” (0 a 50% dos itens atendidos) para os três setores

estudados de acordo com a classificação preconizada pela RDC n°275/2002 (BRASIL, 2002),

caracterizando assim condições inadequadas sob o ponto de vista higiênico-sanitário. Neste

panorama a UAN foi reprovada de acordo com a legislação vigente e, portanto considerada

insatisfatória para a produção de alimentos seguros.

Os percentuais de não conformidade detectados no presente estudo estão de acordo com os

encontrados por Sampaio et al. (2007) que avaliaram as BPF em dez restaurantes da cidade de

Rio Vermelho, BA. O estudo demonstrou que as BPF não foram implantadas nos

estabelecimentos comerciais avaliados, e estes obtiveram no máximo 45,8% de atendimento

aos critérios da legislação.

Segundo Seixas et al. (2008), de acordo com o check list aplicado para verificação das

BPF’s em estabelecimentos produtores de alimentos da cidade de São José do Rio Preto (SP),

70% dos estabelecimentos apresentaram não conformidades superiores a 25%, sendo

classificados como reprovados e, portanto insatisfatórios para produção de alimentos seguros.

Após a implantação das ferramentas de qualidade a UAN foi classificada no Grupo II (51 a

75% dos itens atendidos) para os três setores estudados, observando-se uma melhoria

significativa no percentual de conformidade detectado. Porém esta classificação é considerada

regular, evidenciando a necessidade de adequação. Apesar da evolução da classificação, nota-

se que a UAN não se encontra com percentual de conformidade recomendado pela a

legislação vigente (76 a 100%), comprometendo assim a produção de alimentos seguros

(MARIANO; MOURA, 2008).

Ferreira et al. (2010) avaliando a qualidade físico-estrutural de lanchonetes localizadas no

município de Anápolis, GO, detectaram que nenhum estabelecimento atingiu 76% de

adequação (Grupo I), 80% destes encontrava-se classificado no Grupo II (50 a 75% de

adequação) e 20% enquadrava-se no Grupo III (0 a 50% de adequação).

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Akutsu et al. (2005) avaliaram as Boas Práticas (BP) em restaurantes comerciais de

Brasília (DF), constataram que estes locais foram classificados no grupo II (33,3%) e no

grupo III (66,7%), semelhantemente aos resultados encontrados neste estudo.

O percentual de conformidade e não conformidade segundo cada critério avaliado

através da aplicação da lista de verificação antes e após a implantação das Ferramentas de

Gestão da Qualidade dos alimentos para os setores de panificação, açougue e refeitório

estão representados nas Tabelas 3, 4 e 5, respectivamente.

Tabela 3. Percentual de conformidade e não conformidade da Panificação para cada critério

avaliado antes e após a implantação das Ferramentas de Gestão da Qualidade dos alimentos.

ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS

Panificação Conforme Conforme P-valor

Não

Conforme

Não

Conforme P-valor

Edificação e Instalações 39,70 59,50 0,0109* 50,00 29,11 0,0057*

Equipamentos, móveis e utensílios 19,00 47,62 0,0495* 71,40 52,38

0,2037ns

Manipuladores 35,70 85,71 0,0068* 64,30 14,29 0,0068*

Produção e Transporte do Alimento 9,10 33,39 0,0041* 57,60 18,18 0,0040*

Documentação 0,00 52,00 - 68,00 28,00 0,0046*

*Significativo pelo Teste Binomial para diferença de proporções (p<0,05)

ns (p>0,05)

Em relação ao setor de Panificação, com base nos resultados descritos na Tabela 3, foi

detectada diferença significativa, comparando-se os percentuais de itens conformes (antes e

após) e não conformes (antes e após) para os critérios Edificação e Instalações,

Manipuladores e Produção e Transporte do Alimento.

Para Equipamentos, móveis e utensílios foi detectada diferença significativa apenas

entre os percentuais de itens conformes e para o critério Documentação a diferença

significativa foi detectada entre os itens não conformes.

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42

Tabela 4. Percentual de conformidade e não conformidade do Açougue para cada critério

avaliado antes e após a implantação das Ferramentas de Gestão da Qualidade dos alimentos.

ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS

Açougue Conforme Conforme P-valor

Não

Conforme

Não

Conforme P-valor

Edificação e Instalações 42,3 60,75 0,0170* 46,2 27,85 0,0136*

Equipamentos, móveis e utensílios 33,3 61,9 0,0638ns 61,9 38,1 0,1228ns

Manipuladores 42,9 85,71 0,0180* 57,1 14,29 0,0180*

Produção e Transporte do Alimento 42,4 42,42 0,8041ns 33,3 15,16 0,0848ns

Documentação 0 52 - 68 28 0,0046*

*Significativo pelo Teste Binomial para diferença de proporções (p<0,05)

ns (p>0,05)

Em relação ao Açougue, com base nos resultados descritos na Tabela 4, foi detectada

diferença significativa, comparando-se os percentuais de itens conformes (antes e após) e não

conformes (antes e após) para os critérios Edificação e Instalações e Manipuladores. Para

Equipamentos móveis e utensílios e Produção e Transporte do Alimento não foi detectada

diferença significativa. Em relação à Documentação a diferença significativa foi detectada

entre os itens não conformes.

Tabela 5. Percentual de conformidade e não conformidade do Refeitório para cada critério

avaliado antes e após a implantação das Ferramentas de Gestão da Qualidade dos alimentos.

ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS

Refeitório Conforme Conforme P-valor

Não

Conforme

Não

Conforme P-valor

Edificação e Instalações 38,5 56,96 0,0169* 51,3 32,92 0,0157*

Equipamentos, móveis e utensílios 33,3 66,67 0,0308* 66,7 33,3 0,0308*

Manipuladores 50 85,71 0,0430* 50 14,29 0,0430*

Produção e Transporte do Alimento 12,1 48,49 0,0013* 48,5 21,21 0,0201*

Documentação 0 52 - 68 28 0,0046*

*Significativo pelo Teste Binomial para diferença de proporções (p<0,05)

ns (p>0,05)

Em relação ao Refeitório, com base nos resultados descritos na Tabela 5, foi detectada

diferença significativa, comparando-se os percentuais de itens conformes (antes e após) e não

conformes (antes e após) para os critérios Edificação e Instalações, Equipamentos, móveis e

utensílios, Manipuladores e Produção e Transporte do Alimento. Em relação à Documentação

a diferença significativa foi detectada entre os itens não conformes.

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43

Referente às inadequações e compreendendo os três setores estudados, para o critério

manipuladores antes da implantação das Ferramentas de Qualidade foi verificado que os

mesmos não lavavam as mãos adequadamente a cada troca de tarefas, não existiam cartazes

com orientação sobre a correta lavagem das mãos bem como uma supervisão periódica do

estado de saúde destes e ainda, não foram encontrados registros dos exames obrigatórios

realizados e não existia programa de capacitação. Estes resultados são semelhantes aos

encontrados por outros autores citados a seguir.

Campos et al. (2009) avaliando as condições de higiene e os manipuladores de

alimentos de escolas públicas de Natal, Brasil, observaram a ausência de exames de saúde

periódicos em 51,9% dos manipuladores entrevistados.

Os vinte e três serviços de alimentação da cidade de Santa Maria (RS) estudados por

Medeiros et al. (2012) não ofereciam periodicamente capacitação para seus colaboradores

sobre higiene pessoal, manipulação dos alimentos e doenças transmitidas por alimentos.

Nunes et al. (2010) estudando as condições sanitárias e práticas de higiene referentes ao

comércio de bebidas de fruta em quarenta pontos de venda nas cidades de São Gonçalo e Rio

de Janeiro, Brasil, sugerem que as melhorias, na prática, podem ser alcançadas se a

capacitação for associada com o monitoramento periódico por um responsável técnico

capacitado, para identificar a necessidade da próxima capacitação.

Após o oferecimento do Curso de Capacitação e implantação das BPF’s houve

melhoria no percentual de adequação. Esta melhoria relacionada ao critério manipuladores

merece destaque, atingindo após a implantação das Ferramentas de Gestão da Qualidade

85,71% de conformidade para os três setores estudados, justificada pelo oferecimento do

Curso de Capacitação, o qual objetivou esclarecer a importância da adoção de BPF’s na

produção dos alimentos, bem como a elaboração e implantação dos Procedimentos

Operacionais Padronizados e Manual de Boas Práticas de Fabricação.

O resultado encontrado no presente estudo após o oferecimento da capacitação e

implantação das Ferramentas de Qualidade é superior ao encontrado por Medeiros et al.

(2012), que avaliando as condições higiênicas de serviços de alimentação da cidade de Santa

Maria (RS) referente a ao item higiene, saúde e capacitação dos manipuladores de alimentos

obteve um percentual médio de adequação de 56%.

Panza e Sponholz (2008) ressaltam que a higiene pessoal bem como os

comportamentos assumidos durante a manipulação dos alimentos devem ser frequentemente

supervisionados e abordados em capacitações para manipuladores de alimentos e corrobora

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com os resultados detectados no presente estudo, pois, depois de aplicada a lista de

verificação e oferecido o treinamento aos colaboradores da UAN, constou-se que a

porcentagem de itens conformes com as diretrizes da legislação sanitária aumentou

consideravelmente.

Neste trabalho observou-se aumento no percentual de conformidade e diminuição no

percentual de não conformidade após a implantação das Ferramentas de Gestão da Qualidade

dos alimentos nos três setores (panificação, açougue e refeitório) para todos os critérios

avaliados.

As principais não conformidades detectadas para Edificação e Instalações em relação

a UAN para os três setores estudados foram desgaste dos rejuntes do piso, ralos pequenos

dificultando o escoamento de água durante as operações de higienização das instalações; teto

do refeitório com infiltrações; portas externas e dos sanitários com fechamento manual e

apresentando alguns pontos de oxidação; torneiras das instalações sanitárias e das áreas de

manipulação com acionamento manual; uso de detergente doméstico e de toalhas de papel

reciclado para assepsia das mãos; lâmpadas queimadas na área de higienização das

hortifrutícolas, não existência de pia exclusiva para lavagem de mãos nas áreas de

manipulação; exaustor apresentando ineficiência por falta de manutenção na área de cocção

do refeitório, telas milimetradas rasgadas, vestiário masculino apresentando infiltrações nas

paredes e teto. Tais inadequações representam risco para a inocuidade do alimento e podem

contribuir para aumento de sua contaminação em níveis inaceitáveis.

Abaixo foram citadas as recomendações preconizadas pela literatura e legislação

vigente para os aspectos edificação e instalações, evidenciando o descumprimento dos

regulamentos de BPF’s pela UAN abordada neste estudo antes da implantação das

Ferramentas de Qualidade, através das não conformidades detectadas.

A legislação estabelece que os tetos devem possuir revestimento liso, impermeável,

livre de rachaduras, goteiras, vazamentos, bolores e descascamentos que possam favorecer a

veiculação de contaminantes aos alimentos (BRASIL, 2004b).

De acordo com Brasil (2004b), as portas e as janelas devem ser mantidas ajustadas aos

batentes. As portas da área de preparação e armazenamento de alimentos devem ser dotadas

de fechamento automático e as aberturas externas das áreas de armazenamento e preparação

devem ser providas de telas milimetradas para impedir o acesso de vetores e pragas urbanas.

Teixeira et al. (2004) asseguram que condições adequadas de iluminação evitam

doenças visuais, aumentam a eficiência do trabalho e diminuem o risco de acidentes. A

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iluminação da área de preparação deve proporcionar a visualização de forma que as atividades

sejam realizadas sem comprometer a higiene e as características sensoriais dos alimentos. As

luminárias localizadas sobre a área de preparação dos alimentos devem ser apropriadas e estar

protegidas contra explosão e quedas acidentais (BRASIL, 2004b).

Segundo ABERC (2003), as áreas destinadas ao preparo de alimentos devem dispor de

pias exclusivas para a lavagem das mãos dos manipuladores.

Segundo Teixeira (2004) a ventilação deve ser adequada para propiciar a renovação do

ar, garantindo o conforto térmico. A circulação do ar deve ser assegurada por meios naturais

ou por equipamentos devidamente direcionados.

A referida UAN passou por uma reforma após ser notificada pelo órgão fiscalizador

competente (Vigilância Sanitária do Município de Uberlândia).

Essa reforma melhorou consideravelmente as condições higiênico-sanitárias da

referida UAN para o critério Edificação e Instalações. Esta melhoria esta evidenciada pelos

percentuais de conformidade (antes e após) e não conformidade (antes e após) obtidos para os

três setores estudados.

As principais adequações detectadas foram as seguintes: substituição do piso e

rejuntes, exceto o do refeitório; reparo do teto da área externa do refeitório; pintura de todas

as portas, pintura das paredes da área interna e externa da panificação e açougue; reposição

das telas milimetradas, substituição das lâmpadas queimadas na área de higienização das

hortifrutícolas e pintura das paredes e teto dos vestiários masculino e feminino.

Veiga et al. (2006) avaliaram noventa e sete estabelecimentos alimentícios, em relação

à edificação. Verificou-se com maior frequência a ausência da manutenção de piso, paredes,

tetos e forro. Desses, 97% apresentaram precárias condições de conservação, com defeito,

rachaduras, trincas, buracos, umidade, bolores, descascamento e azulejos danificados.

Em relação aos equipamentos, móveis e utensílios constatou-se a utilização de

limpador instantâneo multiuso nos equipamentos da padaria, podendo ocasionar

contaminação oriunda do aroma que o produto possui, pois de acordo com a legislação

vigente não devem ser utilizados, nos procedimentos de higiene, substâncias odorizantes e/ou

desodorantes em qualquer das suas formas nas áreas de manipulação dos alimentos (BRASIL,

1997).

O estado de conservação do fogão do refeitório foi considerado inadequado, podendo

ocasionar contaminação ao alimento produzido na referida UAN, demonstrando

descumprimento da legislação vigente, a qual preconiza que todo equipamento e utensílio

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utilizado que possam entrar em contato com o alimento devem ser confeccionados de material

resistentes à corrosão, bem como a repetidas operações de limpeza e desinfecção. As

superfícies devem ser lisas e estarem isentas de rugosidade e frestas e outras imperfeições que

possam comprometer a higiene dos alimentos ou sejam fontes de contaminação (BRASIL,

1997).

Os edifícios e instalações devem ser projetados de forma a permitir a separação, por

áreas, setores e outros meios eficazes, como definição de um fluxo de pessoas e alimentos, de

forma a evitar as operações suscetíveis de causar contaminação cruzada (BRASIL, 1997;

BRASIL, 2004b). Porém, em relação à Produção e Transporte do alimento, foi detectada a

não existência de câmaras frias específicas para cada matéria-prima, como exemplo deste fato

foi observado que o leite, os vegetais in natura e os vegetais preparados prontos para o

consumo eram armazenados no mesmo ambiente, podendo ocasionar contaminação cruzada

entre a matéria-prima in natura e os produtos acabados, demonstrando descumprimento das

legislações vigentes.

Referente à Documentação, diagnosticou-se antes da implantação das Ferramentas de

Gestão a Qualidade dos alimentos a não existência de Manual de Boas Práticas,

Procedimentos Operacionais Padronizados e instruções de trabalho. Os referidos documentos

foram elaborados e implantados na UAN. Porém, após a implantação, através da segunda

aplicação da lista de verificação, observou-se que alguns procedimentos preconizados não

estavam sendo praticados da maneira correta, como a higienização das hortifrutícolas e o

recebimento e acondicionamento das mesmas na câmara fria.

Segundo Saccol (2007), uma das principais dificuldades encontradas em serviços de

alimentação é a elaboração dos POP’s e Manual de Boas Práticas de Fabricação, concordando

com estudo de Stangarlin et al. (2008). Esses autores observaram que 92% dos serviços de

alimentação e Unidades Hospitalares da cidade de Santa Maria (RS) no ano de 2008 não

tinham MBP, evidenciando a falta de comprometimento dos locais quanto à RDC n.º

216/2004, que exige a elaboração deste documento (BRASIL, 2004b).

Resultados similares aos obtidos no presente estudo foram encontrados por Gomes et

al. (2012), onde as escolas públicas do estado de Goiás (Brasil) cumpriram parcialmente as

exigências legais, inadequações dos itens avaliados - higiene pessoal, condições da edificação,

equipamentos e utensílios, higiene operacional e processamento - estavam presentes em

44,9% das cantinas investigadas no período de 2004 a 2005, e em 37,1% no ano de 2012, o

que coloca em risco a qualidade higiênico-sanitária da alimentação produzida.

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47

No estudo realizado por Mezzari e Ribeiro (2012) em uma escola municipal de Campo

Mourão, Paraná, os resultados obtidos a partir da aplicação do check list apresentaram grande

porcentagem de não conformidades com as Boas Práticas de Fabricação, ficando acima de

50% para todos os itens, concordando com os resultados obtidos no presente estudo antes da

implantação das Ferramentas de Gestão da Qualidade dos alimentos.

Santana et al. (2009) estudando a Qualidade microbiológica e segurança de refeições

servidas às crianças e a adoção de boas práticas de fabricação em serviços de alimentação de

escolas públicas no Brasil, evidenciaram não conformidades como: localização imprópria,

ventilação imprópria, áreas e superfícies de contato com alimentos não adequadamente

limpos, falta de proteção nas luminárias, ausência de telas milimetradas nas janelas para evitar

a entrada de insetos, bem como à falta de manutenção dos equipamentos e utensílios.

4.2 – AVALIAÇÃO DA AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTO DOS MANIPULADORES

DA UAN

Treinamento e conscientização dos manipuladores de alimentos de escolas é uma

condição fundamental para evitar a contaminação e garantir a qualidade e a segurança dos

alimentos produzidos (PISTORE e GELINSKIB, 2006).

O Codex Alimentarius (2003) afirma que todas as pessoas que entram em contato direto

ou indireto com o alimento deve ser qualificado e deve reconhecer o seu papel e

responsabilidade na proteção de alimentos contra a contaminação e deterioração. Ele

determina, ainda, que todos os empresários da área de alimentos devem fornecer um programa

de treinamento que é revisto e atualizado sempre que necessário.

A avaliação dos conhecimentos dos manipuladores sobre as BPF antes e após o Curso de

Capacitação foi significativa de acordo com o Teste de Wilcoxon (p <0,05) (Tabela 6). Antes

do curso a mediana obtida foi de quatro (4) pontos e após a capacitação a mediana elevou-se

para oito (8) pontos. Estes resultados demonstraram que a capacitação e os treinamentos são

meios eficazes para proporcionar melhoria nos conhecimentos dos colaboradores, a qual irá

influenciar diretamente a qualidade dos alimentos, através da aquisição de informação a

respeito dos regulamentos de Boas Práticas de Fabricação.

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48

Tabela 6. Avaliação dos conhecimentos dos manipuladores antes e após o oferecimento do

Curso de Capacitação.

(n=13) Antes curso 40 hs Após curso 40 hs P-VALOR

MEDIANA 4,0 8,0 0.0033* *Significativo para o Teste de Wilcoxon (p <0,05).

A capacitação tem por finalidade melhorar o processo de produção dos alimentos,

proporcionando oportunidade aos colaboradores adquirirem conhecimentos ou aperfeiçoarem

os que já possuem (SANTOS e BONNAS, 2012).

Durante a realização do curso de capacitação os manipuladores se mostraram

participativos, fazendo considerações sobre o tema abordado e tirando dúvidas relacionadas à

manipulação dos alimentos.

Alguns manipuladores da UAN colocaram em prática os conhecimentos adquiridos.

Observou-se que após o oferecimento do curso de capacitação os colaboradores retiraram

todos os adornos como anéis, alianças e brinco. Atualmente adotam a correta higiene das

mãos durante a manipulação dos alimentos, fazendo uso de álcool 70% como antisséptico. O

chefe de cozinha da UAN retirou o bigode após participar do curso.

As médias das notas da avaliação de conhecimentos dos manipuladores antes e após o

oferecimento do Curso de Capacitação estão expressas na Tabela 7.

Tabela 7. Notas da avaliação de conhecimento dos manipuladores antes e após o

oferecimento do Curso de Capacitação.

Manipulador Antes curso 40 hs Após curso 40 hs

1 6 9

2 6 10

3

4

2

10

7

10

5 6 7

6 9 10

7 2 10

8 4 8

9 3 3

10 2 5

11 3 8

12 0 3

13 7 9

Média 4,71 7,57

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49

Os resultados das duas avaliações, 4,71 e 7,57 respectivamente, puderam expressar através

da média geral das notas obtidas, um crescimento de 28,6% na nota das avaliações após o

oferecimento do curso de capacitação.

Embora o resultado da avaliação aplicada tenha sido satisfatório é de fundamental

importância que sejam realizados com frequência trabalhos de reciclagem de conhecimento e

a rotina de trabalho dos manipuladores deve ser acompanhada por responsável técnico

capacitado, para que a absorção e aplicação dos conceitos enfocados sejam de fato efetivas.

Assim, o treinamento aliado à supervisão são meios eficazes para promover mudança nos

hábitos de higiene adotados pelos manipuladores.

No entanto esta não é uma realidade no Brasil, pois em estudo realizado em escolas

públicas municipais de Natal, Brasil, Campos et al. (2009) relataram que 74,1% dos

manipuladores de alimentos não recebem treinamentos periódicos.

A falta de conhecimento sobre os riscos microbiológicos pode causar aumento nas

práticas inadequadas higiene resultando em risco de contaminação microbiológica dos

produtos alimentares. Nestas circunstâncias a aquisição de conhecimento sobre estes assuntos

deve ser obrigatória (JIANU e CHIS, 2012).

Mesmo quando o empregador se comprometa a investir na educação e formação

profissional, os resultados estão longe de ser satisfatórios. Vários estudos têm mostrado que o

aumento do nível de conhecimento através da formação não conduz necessariamente a

mudanças na atitude e comportamento dos manipuladores. A aquisição de conhecimento deve

ser aliada a fiscalização periódica (ANGELILLO et al., 2000; CLAYTON et al., 2002).

Há várias razões para a falta de impacto dos programas de capacitação propostos, o

mais importante deles é o baixo nível educacional dos funcionários e a formação ineficiente

(ÇAKIROĞLU e UÇAR, 2008).

Uma das razões do não oferecimento de programas de treinamento completo para o

pessoal que trabalha diretamente na produção de alimentos é o risco de perda de investimento,

devido à alta rotatividade de pessoal, especialmente em pequenas e médias empresas (JIANU

e CHIS, 2012).

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50

4.3 – AVALIAÇÃO DA OPINIÃO DOS CONSUMIDORES ACERCA DA QUALIDADE

DO ALIMENTO OFERTADO PELA UAN

Os resultados da avaliação da opinião dos consumidores antes e após a implantação das

Ferramentas de Gestão da Qualidade pelo Teste de Mann-Whitney (p <0,05) estão expressos

na Tabela 8.

Houve diferença significativa apenas para a qualidade da comida antes e após a

realização do presente estudo.

Este resultado evidencia que a implantação de Ferramentas de Gestão da Qualidade

dos alimentos e o oferecimento de capacitação aos manipuladores exerceram melhoria na

qualidade dos alimentos produzidos na UAN em questão sob o ponto de vista dos

consumidores.

Resultados semelhantes foram encontrados por Djekic et al. (2014). Estes autores

relacionaram os principais aspectos que exercem influencia na segurança dos alimentos em

três diferentes cidades de Portugal sob o ponto de vista do consumidor. Em Belgrado é a

limpeza da cozinha, no Porto, é a temperatura de armazenamento de alimentos, enquanto em

Thessaloniki a qualidade dos alimentos tem maior influência sobre a segurança alimentar.

Tabela 8. Opinião dos consumidores em relação à qualidade do alimento ofertado antes e

após a implantação das Ferramentas de Gestão da Qualidade dos alimentos.

Opinião dos

consumidores

Qualidade

da

Comida

Variedade

do

Cardápio

Disposição

dos

alimentos

Limpeza dos

talheres e

bandejas

Higiene dos

funcionários

Limpeza do

ambiente

(mesas, piso e

balcão)

Atendimento

dos

funcionários

do setor

ANTES MÉDIA 23,401 22,415 25,918 24,422 27,483 24,796 29,830

APÓS MÉDIA 26,923 23,077 27,231 25,231 28,154 25,385 30,781

Teste de

Mann-

Whitney

P-valor 0,0073* 0,6387 0,3011 0,5567 0,8218 0,6316 0,8254

*Significativo pelo Teste de Mann-Whitney (p<0,05) Tamanho do efeito: 0,35

Em relação às práticas de higiene pessoal, ambiental e de utensílios, variedade do

cardápio, disposição dos alimentos e atendimento dos funcionários do setor não foi verificada

diferença significativa antes e após a implantação das Boas Práticas de Fabricação e o

oferecimento da capacitação aos manipuladores. Este fato demonstra que apesar da

capacitação oferecida ter representado um aumento no grau de conhecimento dos

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51

colaboradores da UAN, as práticas de higiene não resultaram em melhoria perceptível sob a

ótica dos consumidores.

A “higiene ambiental”, dos equipamentos, mobiliários e utensílios em um restaurante,

é obrigatória e parte da rotina diária, devendo ser percebida pelos consumidores de forma

positiva (bom a ótimo) e desta forma, proporcionar maior satisfação aos consumidores. Se

realizadas com eficácia e no momento apropriado, o resultado será a eliminação ou um

controle apreciável da população microbiana (CARVALHO, et al., 2012).

Almeida (2006) considera que, os critérios como atendimento e aspectos dos

funcionários não exercem influência na qualidade dos alimentos percebida pelos

consumidores. O atendimento dos funcionários está relacionado, portanto, com a satisfação

dos consumidores com o atendimento prestado pelo serviço de alimentação e não com a

qualidade do alimento.

Os colaboradores que lidam com produtos alimentares devem ser supervisionados e

treinados em matéria de higiene alimentar de acordo com a atividade que desempenham

(JIANU e CHIS, 2012).

Neste contexto a supervisão do cumprimento dos requisitos de higiene e BPF’s pelos

manipuladores é considerada fator preponderante na efetiva mudança de atitude destes com

vistas a assegurar a qualidade do alimento produzido.

4.4 – AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA APÓS A IMPLANTAÇÃO DAS

FERRAMENTAS DE GESTÃO DA QUALIDADE DOS ALIMENTOS

Objetivando-se averiguar a eficiência da implantação das BPF´s na qualidade

microbiológica dos alimentos servidos na UAN bem como do curso de capacitação oferecido

foram realizadas análises microbiológicas em alimentos, equipamentos e utensílios e mãos

dos manipuladores. Os resultados estão expressos nas Tabelas 9, 10 e 11, respectivamente.

4.4.1 – QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DOS ALIMENTOS

Para todos os gêneros alimentícios estudados (Tabela 10) não foi detectada

contaminação por Staphylococcus coagulase positiva (UFC/g), Salmonella spp (ausência em

25g) e Clostridium sulfito redutor a 46°C (UFC/g).

O grupo Coliformes Termotolerantes (NMP/g) foi evidenciado nas saladas cruas de

alface, cenoura, beterraba e repolho. A legislação brasileira vigente estabelece um limite

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52

máximo de 102

(NMP/g) para este grupo de micro-organismos em relação a estes gêneros

alimentícios (BRASIL, 2001). Os resultados obtidos demonstraram que as amostras de alface

e beterraba analisadas encontravam-se insatisfatórias. Em relação à salada de cenoura e

repolho crus, a contaminação detectada encontrava-se dentro dos padrões legais vigentes para

Coliformes Termotolerantes.

Para as amostras de arroz, feijão e carne, a qualidade microbiológica foi satisfatória

em relação a todos os micro-organismos pesquisados.

Tabela 9. Perfil microbiológico dos alimentos segundo cada agente bacteriológico

pesquisado.

Semana 1

Coliformes

Termotolerantes*

(NMP/g)

Staphylococcus

coagulase positiva*

(UFC/g)

Salmonella spp

(ausência em 25g)*

Clostridium sulfito

redutor a 46°C

(UFC/g)*

Alface 1,3x102 --- ausência ---

Cenoura 3,8x100 --- ausência ---

Beterraba 2,9x102 --- ausência ---

Repolho 5,6x100 --- ausência ---

Arroz < 3x100 < 1x10

1 ausência ---

Feijão < 3x100 < 1x10

1 ausência ---

Carne < 3x100 < 1x10

1 ausência < 1x10

1

Semana 2

Alface 1,3x10² --- ausência ---

Cenoura 6,8 x100 --- ausência ---

Beterraba 2,7x102 --- ausência ---

Repolho 5,6x100 --- ausência ---

Arroz < 3x100 < 1x10

1 ausência ---

Feijão < 3 x100 < 1x10

1 ausência ---

Carne < 3 x100 < 1x10

1 ausência < 1x10

1

Semana 3

Alface 1,2x100 --- ausência ---

Cenoura 1,6x100 --- ausência ---

Beterraba 2,7x102 --- ausência ---

Repolho 7,7x100 --- ausência ---

Arroz < 3x100 < 1x10

1 ausência ---

Feijão < 3x100 < 1x10

1 ausência ---

Carne < 3x100 < 1x10

1 ausência < 1x10

1

*Médias das três repetições para cada gênero alimentício calculadas por semana de coleta.

A presença do grupo Coliformes Termotolerantes indica contaminação de origem

fecal. A contaminação detectada nos alimentos deste estudo pode ser proveniente de adoção

de hábitos higiênicos incorretos pelos manipuladores da UAN, por resíduos de adubação

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53

orgânica utilizada no cultivo desses alimentos ou pela sanitização ineficiente das saladas

servidas cruas. Foram adotadas medidas corretivas com objetivo de reduzir em níveis seguros

a presença destes micro-organismos.

Santana et al. (2009), avaliando a qualidade microbiológica de refeições e a adoção de

BPF’s em quinze escolas públicas de Salvador (BA), no período de Agosto de 2002 a

Dezembro de 2003, na escola 10 após a adoção de BPF’s, não foram isolados Coliformes

termotolerantes e Staphylococcus coagulase a partir das saladas de cenoura e alface. Os

resultados obtidos no presente estudo diferem dos obtidos por estes autores, evidenciando

necessidade de supervisão no processo produtivo a fim de eliminar as fontes que levariam a

ocorrência de contaminação.

Marzano e Balzaretti (2013), pesquisando os riscos microbiológicos e práticas de

higiene na produção de alimentos em vinte e seis escolas na Itália, isolaram a bactéria

Salmonella spp em 5,8% das amostras de vegetais crus prontos para o consumo. No presente

estudo este micro-organismo não foi isolado em nenhum dos alimentos analisados,

evidenciando-se a qualidade sanitária destes, pela ausência deste micro-organismo

patogênico.

Rodriguez et. al (2011) avaliando as condições de higiene e microbiológicas de

alimentos prontos para o consumo servidos em hospitais no sul de Espanha, detectaram que

80% das saladas de alface do hospital E foram consideradas de qualidade intermediária. Esta

contaminação foi atribuída à origem humana e introduzida por práticas de manipulação

deficientes, concordando com os resultados do presente estudo, onde a contaminação

detectada nas saladas pode ser justificada pelas práticas de higiene não realizadas de maneira

satisfatória.

4.4.1.1 - MEDIDAS CORRETIVAS

1- Substituição das caixas para acondicionamento das hortifrutícolas

Detectou-se com a aplicação da lista de verificação após a implantação das BPF’s e

realização das avaliações microbiológicas dos alimentos que as caixas pretas utilizadas para o

armazenamento das hortifrutícolas na câmara fria eram as mesmas utilizadas para o transporte

destes alimentos, caracterizando contaminação por poeira, terra e ainda resíduos da adubação

orgânica utilizada no plantio das hortifrutícolas. Para minimizar a ocorrência de contaminação

foi implantado o seguinte procedimento:

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54

Higienização das hortifrutícolas no recebimento (UAN);

Acondicionamento em caixas brancas vazadas higienizadas previamente;

Acondicionamento em Câmara fria (7°C).

2 - Higienização de hortifrutícolas

Com base nos resultados obtidos com o diagnóstico das condições higiênico-sanitárias

e a realização de análises microbiológicas das hortaliças consumidas cruas (alface, beterraba,

cenoura e repolho) após a implantação das Boas Práticas de Fabricação, observou-se que a

Instrução de trabalho contendo o Procedimento de Higienização contido no Manual de Boas

Práticas de Fabricação implantado na referida UAN não estava sendo executada.

Como medida corretiva para a não conformidade detectada foi trabalhado novamente

com os manipuladores responsáveis pela execução do procedimento de higienização a

instrução de trabalho que descreve tal procedimento (APÊNDICE II do Manual de BPF’s).

Para isso implantou-se a utilização de balde graduado e proveta na preparação da solução

sanitizante.

Indica-se que as concentrações utilizadas na indústria de alimentos sejam superiores às

utilizadas na água de abastecimento público. Na água utilizada para o processamento de

alimentos a concentração deve variar de 4 a 8 mg de CRL/L (MACÊDO, 2001).

De acordo com Katsuyama e Strachan (1980) a concentração para redução microbiana

de superfície de alimentos é de 50 a 200 mg de CRL/L.

4.4.2 – QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DOS EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS

De acordo com as avaliações microbiológicas realizadas (Tabela 11) não foi

evidenciada contaminação por Coliformes Termotolerantes bem como por Staphylococcus

coagulase positiva, para todos os equipamentos e utensílios estudados. Este resultado

demonstra qualidade microbiológica satisfatória para as análises em questão de acordo com os

limites preconizados pela APHA (2001), 2 UFC/cm2 para equipamentos, e a Organização

Mundial da Saúde (OMS) que estabelece máximo de 100UFC/utensílio e 5,0 x 10

1UFC/cm

2

para equipamentos, ambas citadas por Silva Jr. (2001).

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55

Tabela 10. Coliformes termotolerantes e Staphylococcus coagulase positiva em equipamentos

e utensílios da UAN do IFTM – Campus Uberlândia após implantação das Ferramentas de

Gestão da qualidade dos alimentos, 2013.

Equipamentos e utensílios

Coliformes

Termotolerantes*

(NMP/cm2)

Staphylococcus coagulase

positiva* (UFC/ cm2)

Moedor (n=1) < 3x100 < 1x10

1

Mesa do açougue (n=1) < 3x100 < 1x10

1

Masseira (n=1) < 3x100 < 1x10

1

Mesa da Padaria (n=1) < 3x100 < 1x10

1

Processador de legumes (n=1) < 3x100 < 1x10

1

Garfos (n= 8) < 3x100 < 1x10

1

Facas (n=8) < 3x100 < 1x10

1

Bandejas (n=10) < 3x100 < 1x10

1

Comparando-se os resultados encontrados com a literatura é possível perceber que este

estudo obteve médias de contagens inferiores para equipamentos e utensílios, salientando a

qualidade microbiológica destes. A não ocorrência de contaminação evidencia a eficiente

implantação dos procedimentos de lavagem e sanitização de equipamentos e utensílios na

UAN.

De acordo com pesquisa realizada por Oliveira et al. (2008), avaliando condições

higiênico-sanitárias de máquinas de moer carne na cidade de Lavras (MG), as contagens

obtidas nos cinco estabelecimentos comerciais alimentícios analisados, foram consideradas

possibilidade de formação de biofilmes bacterianos. Para se considerar um biofilme, segundo

Andrade et al. (1998) é necessário um número mínimo de 107 células aderidas por cm

2.

Os resultados obtidos no presente estudo foram satisfatórios, diferindo-se dos

pesquisados por Sneed et al. (2004) avaliaram a qualidade microbiológica de superfícies de

contato de equipamentos e utensílios após as operações de higienização em Iowa (EUA) e

encontraram percentuais considerados insatisfatórios em 55% das amostras analisadas. Esses

autores sugerem a formação e supervisão contínuas em conjunto com a aplicação de

procedimentos padrão, verificados periodicamente, a fim de reduzir o risco de contaminação

cruzada gerada por higienização insuficiente de superfícies de utensílios e ainda dos

alimentos.

Para Marzano e Balzaretti (2013) o nível de higiene de superfícies (n = 139) em vinte

e seis escolas na Itália foi elevado, semelhante aos resultados do presente estudo. Apenas

1,4% das superfícies não estavam conformes com os padrões para a contagem de bactérias

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56

totais e Enterobactérias. Os resultados obtidos mostraram que os procedimentos de limpeza e

desinfecção aplicados por operadores do setor alimentar antes da amostragem foram eficazes.

De acordo com estudo sobre os conhecimentos e adoção de práticas de segurança

alimentar entre voluntários em asilos na Eslovênia, Jevsnik et. al (2013) detectaram presença

de inadequações durante os processos de produção das refeições, especialmente em termos de

más condições de higiene e sequências incorretas de preparação. A presença de E. coli foi

detectada nos balcões de cozinha, tábuas para cortar legumes e pratos de plástico.

4.4.3 – QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DAS MÃOS DOS MANIPULADORES

De acordo com as avaliações microbiológicas realizadas (Tabela 12) não foi

evidenciada contaminação por Coliformes Termotolerantes nas mãos dos manipuladores

estudados. Para Staphylococcus coagulase positiva, apenas dois manipuladores (25%)

apresentaram contaminação nas mãos.

Tabela 11. Perfil microbiológico das mãos dos manipuladores segundo cada agente

bacteriológico pesquisado.

Manipuladores

(n=8) Coliformes

Termotolerantes

(NMP/g)

Staphylococcus coagulase

positiva (UFC/g)

M1 < 3x100 < 1x10

1

M2 < 3x100 1,0x10

1

M3 < 3x100 1,8x10

²

M4 < 3x100 < 1x10

1

M5 < 3x100 < 1x10

1

M6 < 3x100 < 1x10

1

M7 < 3x100 < 1x10

1

M8 < 3x100 < 1x10

1

Não existe especificação ou padrão de Staphylococcus coagulase positiva para

contagem microbiana de mãos de manipuladores.

Porém, Andrade & Macêdo (1996) relatam que a Organização Mundial da Saúde

(OMS) recomenda para condições higiênicas satisfatórias de manipuladores de alimentos,

uma contagem de Staphylococcus aureus inferior a 1,5 x 102UFC/mãos.

Mesquita et al. (2006) consideram que as mãos dos manipuladores, após lavagem com

água e sabonete líquido, com ou sem anti-sepsia, devem estar livres de micro-organismos

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57

potencialmente patogênicos, pois, as mãos são consideradas o principal veículo de

transferência de agentes infecciosos.

De acordo com Silva Jr.(2001) para que as mãos dos manipuladores sejam

consideradas limpas, essas devem ser higienizadas a cada uma hora (o que não ocorre nos

estabelecimentos) e ainda apresentar ausência de Coliformes termotolerantes e

Staphylococcus coagulase positiva, dentre outros. Os resultados das contagens das mãos dos

manipuladores deste estudo estão de acordo com este autor para coliformes termotolerantes.

Comparando os resultados apresentados na Tabela 12 com os dados da literatura, é

possível observar que os manipuladores de alimentos deste estudo apresentaram contagens

inferiores para Coliformes Termotolerantes quando comparados com outras pesquisas

realizadas. Para Staphylococcus coagulase positiva, o manipulador 3 apresentou contagens

superiores às recomendadas pela OMS, sendo este considerado possível veiculador de micro-

organismo patogênico.

Lagaggio et al. (2002) avaliaram as mãos de manipuladores no restaurante

universitário da Universidade Federal de Santa Maria (RS), Brasil, e verificaram que 27%

mostraram a presença de Staphylococcus aureus e Coliformes Termotolerantes.

Oliveira e Vieira (2008) avaliando condições higiênico-sanitárias de mãos de

manipuladores de cinco estabelecimentos comerciais alimentícios na cidade de Lavras (MG),

Brasil, concluíram que as mãos dos cinco manipuladores estavam contaminadas, uma vez que

os resultados variaram de 2,6 x 103 a 1,4 x 10

5 UFC/mãos.

Campos et al. (2009) através de análises microbiológicas das mãos dos manipuladores

de escolas públicas da cidade de Natal (RN), Brasil, demonstraram a contaminação por

Coliformes Termotolerantes em 55,6% das amostras analisadas. Este resultado mostrou uma

associação com a ausência de pias exclusivas e métodos para a lavagem das mãos.

Ressalta-se a importância da adoção de procedimento correto para higienização das

mãos dos manipuladores com objetivo de diminuir as contagens microbianas, como mostrado

por Shojou et al (2006), onde foi avaliada a eficácia da higiene das mãos de manipuladores de

alimentos de pequenos estabelecimentos como açougues, mercearias, padarias e lojas de Fast-

food na cidade de Shahrekord (Irã) e encontrada uma redução em micro-organismos de 72,7%

para 32%.

Malhotra et al. (2006) observaram inadequadas práticas de lavagem de mão de

manipuladores em um hospital escola na Índia, onde foi detectada a presença de bactérias

entéricas em 73% das amostras analisadas.

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58

5 – CONCLUSÃO

Conclui-se que houve melhorias nos aspectos higiênico-sanitários, pois antes da

implantação das ferramentas de Gestão da Qualidade dos Alimentos a UAN foi classificada

como “Deficiente”. Após a implantação a classificação evolui para “Regular”, evidenciando a

necessidade de adequação em relação aos critérios avaliados por meio da lista de verificação,

necessitando de maiores intervenções para que o atendimento à legislação vigente seja

satisfatório.

Os resultados da avaliação dos conhecimentos dos manipuladores antes e após o

oferecimento do Curso de Capacitação constataram que a capacitação e os treinamentos são

um meio eficaz para proporcionar melhoria nos conhecimentos. Porém, deve ocorrer com

frequência a reciclagem dos conhecimentos e a supervisão por responsável técnico

capacitado, para que os conceitos enfocados sejam de fato aplicados pelos manipuladores e

resultem em melhorias na adoção de hábitos higiênicos satisfatórios.

A Segurança alimentar é imprescindível para a garantia da qualidade dos alimentos em

Unidades de Alimentação e Nutrição. Dentro deste contexto, a adoção de Ferramentas de

Gestão da Qualidade dos alimentos, especificamente as Boas Práticas de Fabricação

constituem os requisitos básicos para a produção de alimentos inócuos à saúde do

consumidor.

O presente estudo demonstrou eficiência/eficácia da implantação das Ferramentas de

Boas Práticas de Fabricação na qualidade dos produtos alimentícios produzidos na UAN.

Porém a sua manutenção dependerá de ações contínuas da gestão institucional para melhorias

e capacitação dos manipuladores a fim de garantir a segurança alimentar por meio das

ferramentas implantadas.

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70

ANEXO A – LISTA DE VERIFICAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO

PARA ESTABELECIMENTOS PRODUTORES E INDUSTRIALIZADORES DE

ALIMENTOS, RDC N° 275 (BRASIL, 2002).

SIM NÃO NÃO SE APLICA

1. EDIFICAÇÃO E

INSTALAÇÕES

1.1 ÁREA EXTERNA:

1.1.1 Área externa livre

de focos de

insalubridade, de

objetos em desuso ou

estranhos ao ambiente,

de vetores e outros

animais no pátio e

vizinhança; de focos de

poeira; de acúmulo de

lixo nas imediações, de

água estagnada, dentre

outros.

1.1.2 Vias de acesso

interno com superfície

dura ou pavimentada,

adequada ao trânsito

sobre rodas,

escoamento adequado e

limpas.

1.2 ACESSO:

1.2.1 Direto não

comum a outros usos –

habitação.

1.3 ÁREA INTERNA:

1.3.1 Área interna livre

de objetos em desuso

ou estranhos ao

ambiente.

1.4 PISO:

1.4.1 Material que

permite fácil e

apropriada higienização

(liso, resistente,

drenados com declive,

impermeável e outros).

1.4.2 Em adequado

estado de conservação

(livre de defeitos,

rachaduras, trincas,

buracos e outros).

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71

1.4.3 Sistema de

drenagem

dimensionado

adequadamente, sem

acúmulo de resíduos.

Drenos, ralos sifonados

e grelhas colocados em

locais adequados de

forma a facilitar o

escoamento e proteger

contra a entrada de

baratas, roedores etc.

1.5 TETOS:

1.5.1 Acabamento liso,

em cor clara,

impermeável, de fácil

limpeza e, quando for o

caso, desinfecção.

1.5.2 Em adequado

estado de conservação

(livre de trincas,

rachaduras, umidade,

bolor, descascamentos e

outros).

1.6 PAREDES E

DIVISÓRIAS:

1.6.1 Acabamento liso,

impermeável e de fácil

higienização até uma

altura adequada para

todas as operações. De

cor clara.

1.6.2 Em adequado

estado de conservação

(livres de falhas,

rachaduras, umidade,

descascamento e

outros).

1.6.3 Existência de

ângulos abaulados entre

as paredes e o piso e

entre as paredes e o

teto.

1.7 PORTAS:

1.7.1 Com superfície

lisa, de fácil

higienização, ajustadas

aos batentes, sem falhas

de revestimento.

Page 73: IMPLANTAÇÃO DE FERRAMENTAS DE GESTÃO DA … · através de inspeção visual, por meio da aplicação de uma lista de verificação das Boas Praticas de Fabricação em Estabelecimentos

72

1.7.2 Portas externas

com fechamento

automático (mola,

sistema eletrônico ou

outro) e com barreiras

adequadas para impedir

entrada de vetores e

outros animais (telas

milimétricas ou outro

sistema).

1.7.3 Em adequado

estado de conservação

(livre de falhas,

rachaduras, umidade,

descascamento e

outros).

1.8 JANELAS E

OUTRAS

ABERTURAS:

1.8.1 Com superfície

lisa, de fácil

higienização, ajustadas

aos batentes, sem falhas

de revestimento.

1.8.2 Existência de

proteção contra insetos

e roedores (telas

milimétricas ou outro

sistema).

1.8.3 Em adequado

estado de conservação

(livres de falhas,

rachaduras, umidade,

descascamento e

outros).

1.9 ESCADAS,

ELEVADORES DE

SERVIÇO,

MONTACARGAS E

ESTRUTURAS

AUXILIARES

1.9.1 Construídos,

localizados e utilizados

de forma a não serem

fontes de contaminação.

1.9.2 De material

apropriado, resistente,

liso e impermeável, em

adequado estado de

conservação.

1.10 INSTALAÇÕES

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73

SANITÁRIAS E

VESTIÁRIOS PARA

OS

MANIPULADORES:

1.10.1 Quando

localizados isolados da

área de produção,

acesso realizado por

passagens cobertas e

calçadas.

1.10.2 Independentes

para cada sexo

(conforme legislação

específica),

identificados e de uso

exclusivo para

manipuladores de

alimentos.

1.10.3 Instalações

sanitárias com vasos

sanitários; mictórios e

lavatórios íntegros e em

proporção adequada ao

número de empregados

(conforme legislação

específica).

1.10.4 Instalações

sanitárias servidas de

água corrente, dotadas

preferencialmente de

torneira com

acionamento

automático e

conectadas à rede de

esgoto ou fossa séptica.

1.10.5 Ausência de

comunicação direta

(incluindo sistema de

exaustão) com a área de

trabalho e de refeições.

1.10.6 Portas com

fechamento automático

(mola, sistema

eletrônico ou outro).

1.10.7 Pisos e paredes

adequadas e

apresentando

satisfatório estado de

conservação.

1.10.8 Iluminação e

ventilação adequadas.

Page 75: IMPLANTAÇÃO DE FERRAMENTAS DE GESTÃO DA … · através de inspeção visual, por meio da aplicação de uma lista de verificação das Boas Praticas de Fabricação em Estabelecimentos

74

1.10.9 Instalações

sanitárias dotadas de

produtos destinados à

higiene pessoal: papel

higiênico, sabonete

líquido inodoro

antisséptico ou sabonete

líquido inodoro e

antisséptico, toalhas de

papel não reciclado

para as mãos ou outro

sistema higiênico e

seguro para secagem.

1.10.10 Presença de

lixeiras com tampas e

com acionamento não

manual.

1.10.11 Coleta

frequente do lixo.

1.10.12 Presença de

avisos com os

procedimentos para

lavagem das mãos.

1.10.13 Vestiários com

área compatível e

armários individuais

para todos os

manipuladores.

1.10.14 Duchas ou

chuveiros em número

suficiente (conforme

legislação específica),

com água fria ou com

água quente e fria.

1.10.15 Apresentam-se

organizados e em

adequado estado de

conservação.

1.11 INSTALAÇÕES

SANITÁRIAS PARA

VISITANTES E

OUTROS:

1.11.1 Instaladas

totalmente

independentes da área

de produção e

higienizados.

1.12 LAVATÓRIOS

NA ÁREA DE

PRODUÇÃO:

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75

1.12.1 Existência de

lavatórios na área de

manipulação com água

corrente, dotados

preferencialmente de

torneira com

acionamento

automático, em

posições adequadas em

relação ao fluxo de

produção e serviço, e

em número suficiente

de modo a atender toda

a área de produção.

1.12.2 Lavatórios em

condições de higiene,

dotados de sabonete

líquido inodoro anti-

séptico ou sabonete

líquido inodoro e anti-

séptico, toalhas de

papel não reciclado ou

outro sistema higiênico

e seguro de secagem e

coletor de papel

acionados sem contato

manual.

1.13 ILUMINAÇÃO E

INSTALAÇÃO

ELÉTRICA:

1.13.1 Natural ou

artificial adequada à

atividade desenvolvida,

sem ofuscamento,

reflexos fortes, sombras

e contrastes excessivos.

1.13.2 Luminárias com

proteção adequada

contra quebras e em

adequado estado de

conservação.

1.13.3 Instalações

elétricas embutidas ou

quando exteriores

revestidas por

tubulações isolantes e

presas a paredes e tetos.

1.14 VENTILAÇÃO E

CLIMATIZAÇÃO:

1.14.1 Ventilação e

circulação de ar capazes

de garantir o conforto

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76

térmico e o ambiente

livre de fungos, gases,

fumaça, pós, partículas

em suspensão e

condensação de vapores

sem causar danos à

produção.

1.14.2 Ventilação

artificial por meio de

equipamento(s)

higienizado(s) e com

manutenção adequada

ao tipo de equipamento.

1.14.3 Ambientes

climatizados

artificialmente com

filtros adequados.

1.14.4 Existência de

registro periódico dos

procedimentos de

limpeza e manutenção

dos componentes do

sistema de climatização

(conforme legislação

específica) afixado em

local visível.

1.14.5 Sistema de

exaustão e ou

insuflamento com troca

de ar capaz de prevenir

contaminações.

1.14.6 Sistema de

exaustão e ou

insuflamento dotados

de filtros adequados.

1.14.7 Captação e

direção da corrente de

ar não seguem a direção

da área contaminada

para área limpa.

1.15 HIGIENIZAÇÃO

DAS INSTALAÇÕES:

1.15.1 Existência de um

responsável pela

operação de

higienização

comprovadamente

capacitado.

1.15.2 Frequência de

higienização das

instalações adequada.

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77

1.15.3 Existência de

registro da

higienização.

1.15.4 Produtos de

higienização

regularizados pelo

Ministério da Saúde.

1.15.5 Disponibilidade

dos produtos de

higienização

necessários à realização

da operação.

1.15.6 A diluição dos

produtos de

higienização, tempo de

contato e modo de

uso/aplicação

obedecem às instruções

recomendadas pelo

fabricante.

1.15.7 Produtos de

higienização

identificados e

guardados em local

adequado.

1.15.8 Disponibilidade

e adequação dos

utensílios (escovas,

esponjas etc.)

necessários à realização

da operação. Em bom

estado de conservação.

1.15.9 Higienização

adequada.

1.16 CONTROLE

INTEGRADO DE

VETORES E PRAGAS

URBANAS:

1.16.1 Ausência de

vetores e pragas

urbanas ou qualquer

evidência de sua

presença como fezes,

ninhos e outros.

1.16.2 Adoção de

medidas preventivas e

corretivas com o

objetivo de impedir a

atração, o abrigo, o

acesso e ou proliferação

de vetores e pragas

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78

urbanas.

1.16.3 Em caso de

adoção de controle

químico, existência de

comprovante de

execução do serviço

expedido por empresa

especializada.

1.17

ABASTECIMENTO

DE ÁGUA:

1.17.1 Sistema de

abastecimento ligado a

rede publica.

1.17.2 Sistema de

captação própria,

protegido, revestido e

distante de fonte de

contaminação.

1.17.3 Reservatório de

água acessível com

instalação hidráulica

com volume, pressão e

temperatura adequados,

dotado de tampas, em

satisfatória condição de

uso, livre de

vazamentos, infiltrações

e descascamentos.

1.17.4 Existência de

responsável

comprovadamente

capacitado para a

higienização do

reservatório da água.

1.17.5 Apropriada

freqüência de

higienização do

reservatório de água.

1.17.6 Existência de

registro da higienização

do reservatório de água

ou comprovante de

execução de serviço em

caso de terceirização.

1.17.7 Encanamento em

estado satisfatório e

ausência de infiltrações

e interconexões,

evitando conexão

cruzada entre água

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79

potável e não potável.

1.17.8 Existência de

planilha de registro da

troca periódica do

elemento filtrante.

1.17.9 Potabilidade da

água atestada por meio

de laudos laboratoriais,

com adequada

periodicidade,

assinados por técnico

responsável pela análise

ou expedidos por

empresa terceirizada.

1.17.10 Disponibilidade

de reagentes e

equipamentos

necessários à análise da

potabilidade de água

realizadas no

estabelecimento.

1.17.11 Controle de

potabilidade realizado

por técnico

comprovadamente

capacitado.

1.17.12 Gelo produzido

com água potável,

fabricado, manipulado e

estocado sob condições

sanitárias satisfatórias,

quando destinado a

entrar em contato com

alimento ou superfície

que entre em contato

com alimento.

1.17.13 Vapor gerado a

partir de água potável

quando utilizado em

contato com o alimento

ou superfície que entre

em contato com o

alimento.

1.18 MANEJO DOS

RESÍDUOS:

1.18.1 Recipientes para

coleta de resíduos no

interior do

estabelecimento de fácil

higienização e

transporte, devidamente

identificados e

higienizados

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80

constantemente; uso de

sacos de lixo

apropriados. Quando

necessário, recipientes

tampados com

acionamento não

manual.

1.18.2 Retirada

frequente dos resíduos

da área de

processamento,

evitando focos de

contaminação.

1.18.3 Existência de

área adequada para

estocagem dos resíduos.

1.19 ESGOTAMENTO

SANITÁRIO:

1.19.1 Fossas, esgoto

conectado à rede

pública, caixas de

gordura em adequado

estado de conservação e

funcionamento.

1.20 LEIAUTE:

1.20.1 Leiaute

adequado ao processo

produtivo: número,

capacidade e

distribuição das

dependências de acordo

com o ramo de

atividade, volume de

produção e expedição.

1.20.2 Áreas para

recepção e depósito de

matéria-prima,

ingredientes e

embalagens distintas

das áreas de produção,

armazenamento e

expedição de produto

final.

2. EQUIPAMENTOS,

MÓVEIS E

UTENSÍLIOS.

2.1 EQUIPAMENTOS:

2.1.1 Equipamentos da

linha de produção com

desenho e número

Page 82: IMPLANTAÇÃO DE FERRAMENTAS DE GESTÃO DA … · através de inspeção visual, por meio da aplicação de uma lista de verificação das Boas Praticas de Fabricação em Estabelecimentos

81

adequado ao ramo.

2.1.2 Dispostos de

forma a permitir fácil

acesso e higienização

adequada.

2.1.3 Superfícies em

contato com alimentos

lisas, íntegras,

impermeáveis,

resistentes à corrosão,

de fácil higienização e

de material não

contaminante.

2.1.4 Em adequado

estado de conservação e

funcionamento.

2.1.5 Equipamentos de

conservação dos

alimentos

(refrigeradores,

congeladores, câmaras

frigoríficas e outros),

bem como os

destinados ao

processamento térmico,

com medidor de

temperatura localizado

em local apropriado e

em adequado

funcionamento.

2.1.6 Existência de

planilhas de registro da

temperatura,

conservadas durante

período adequado.

2.1.7 Existência de

registros que

comprovem que os

equipamentos e

maquinários passam por

manutenção preventiva.

2.1.8 Existência de

registros que

comprovem a

calibração dos

instrumentos e

equipamentos de

medição ou

comprovante da

execução do serviço

quando a calibração for

realizada por empresas

terceirizadas.

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82

2.2 MÓVEIS: (mesas,

bancadas, vitrines,

estantes)

2.2.1 Em número

suficiente, de material

apropriado, resistentes,

impermeáveis; em

adequado estado de

conservação, com

superfícies íntegras.

2.2.2 Com desenho que

permita uma fácil

higienização (lisos, sem

rugosidades e frestas).

2.3 UTENSÍLIOS:

2.3.1 Material não

contaminante

resistentes à corrosão,

de tamanho e forma que

permitam fácil

higienização: em

adequado estado de

conservação e em

número suficiente e

apropriado ao tipo de

operação utilizada.

2.3.2 Armazenados em

local apropriado, de

forma organizada e

protegidos contra a

contaminação.

2.4 HIGIENIZAÇÃO

DOS

EQUIPAMENTOS E

MAQUINÁRIOS, E

DOS MÓVEIS E

UTENSÍLIOS:

2.4.1 Existência de um

responsável pela

operação de

higienização

comprovadamente

capacitado.

2.4.2 Frequência de

higienização adequada.

2.4.3 Existência de

registro da

higienização.

2.4.4 Produtos de

higienização

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83

regularizados pelo

Ministério da Saúde.

2.4.5 Disponibilidade

dos produtos de

higienização

necessários à realização

da operação.

2.4.6 Diluição dos

produtos de

higienização, tempo de

contato e modo de

uso/aplicação

obedecem às instruções

recomendadas pelo

fabricante.

2.4.7 Produtos de

higienização

identificados e

guardados em local

adequado.

2.4.8 Disponibilidade e

adequação dos

utensílios necessários à

realização da operação.

Em bom estado de

conservação.

2.4.9 Adequada

higienização.

3.

MANIPULADORES.

3.1 VESTUÁRIO:

3.1.1 Utilização de

uniforme de trabalho de

cor clara, adequado à

atividade e exclusivo

para área de produção.

3.1.2 Limpos e em

adequado estado de

conservação.

3.1.3 Asseio pessoal:

boa apresentação,

asseio corporal, mãos

limpas, unhas curtas,

sem esmalte, sem

adornos (anéis,

pulseiras, brincos, etc.);

manipuladores

barbeados, com os

cabelos protegidos.

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84

3.2 HÁBITOS

HIGIÊNICOS:

3.2.1 Lavagem

cuidadosa das mãos

antes da manipulação

de alimentos,

principalmente após

qualquer interrupção e

depois do uso de

sanitários.

3.2.2 Manipuladores

não espirram sobre os

alimentos, não cospem,

não tossem, não

fumam, não manipulam

dinheiro ou não

praticam outros atos

que possam contaminar

o alimento.

3.2.3 Cartazes de

orientação aos

manipuladores sobre a

correta lavagem das

mãos e demais hábitos

de higiene, afixados em

locais apropriados.

3.3 ESTADO DE

SAÚDE:

3.3.1 Ausência de

afecções cutâneas,

feridas e supurações;

ausência de sintomas e

infecções respiratórias,

gastrointestinais e

oculares.

3.4 PROGRAMA DE

CONTROLE DE

SAÚDE:

3.4.1 Existência de

supervisão periódica do

estado de saúde dos

manipuladores.

3.4.2 Existência de

registro dos exames

realizados.

3.5 EQUIPAMENTO

DE PROTEÇÃO

INDIVIDUAL:

3.5.1 Utilização de

Equipamento de

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85

Proteção Individual.

3.6 PROGRAMA DE

CAPACITAÇÃO DOS

MANIPULADORES E

SUPERVISÃO:

3.6.1 Existência de

programa de

capacitação adequado e

contínuo relacionado à

higiene pessoal e à

manipulação dos

alimentos.

3.6.2 Existência de

registros dessas

capacitações.

3.6.3 Existência de

supervisão da higiene

pessoal e manipulação

dos alimentos.

3.6.4 Existência de

supervisor

comprovadamente

capacitado.

4. PRODUÇÃO E

TRANSPORTE DO

ALIMENTO

4.1 MATÉRIA-

PRIMA,

INGREDIENTES E

EMBALAGENS:

4.1.1 Operações de

recepção da matéria-

prima, ingredientes e

embalagens são

realizadas em local

protegido e isolado da

área de processamento.

4.1.2 Matérias - primas,

ingredientes e

embalagens

inspecionados na

recepção.

4.1.3 Existência de

planilhas de controle na

recepção (temperatura e

características

sensoriais, condições de

transporte e outros).

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86

4.1.4 Matéria prima e

ingredientes

aguardando liberação e

aqueles aprovados estão

devidamente

identificados.

4.1.5 Matérias-primas,

ingredientes e

embalagens reprovados

no controle efetuado na

recepção são

devolvidos

imediatamente ou

identificados e

armazenados em local

separado.

4.1.6 Rótulos da

matéria-prima e

ingredientes atendem à

legislação.

4.1.7 Critérios

estabelecidos para a

seleção das matérias-

primas são baseados na

segurança do alimento.

4.1.8 Armazenamento

em local adequado e

organizado; sobre

estrados distantes do

piso, ou sobre paletes,

bem conservados e

limpos, ou sobre outro

sistema aprovado,

afastados das paredes e

distantes do teto de

forma que permita

apropriada

higienização,

iluminação e circulação

de ar.

4.1.9 Uso das matérias-

primas, ingredientes e

embalagens respeita a

ordem de entrada dos

mesmos, sendo

observado o prazo de

validade.

4.1.10

Acondicionamento

adequado das

embalagens a serem

utilizadas.

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87

4.1.11 Rede de frio

adequada ao volume e

aos diferentes tipos de

matérias-primas e

ingredientes.

4.2 FLUXO DE

PRODUÇÃO:

4.2.1 Locais para pré -

preparo ("área suja")

isolados da área de

preparo por barreira

física ou técnica.

4.2.2 Controle da

circulação e acesso do

pessoal.

4.2.3 Conservação

adequada de materiais

destinados ao

reprocessamento.

4.2.4 Ordenado, linear e

sem cruzamento.

4.3 ROTULAGEM E

ARMAZENAMENTO

DO PRODUTO-

FINAL:

4.3.1 Dizeres de

rotulagem com

identificação visível e

de acordo com a

legislação vigente.

4.3.2 Produto final

acondicionado em

embalagens adequadas

e íntegras.

4.3.3 Alimentos

armazenados separados

por tipo ou grupo, sobre

estrados distantes do

piso, ou sobre paletes,

bem conservados e

limpos ou sobre outro

sistema aprovado,

afastados das paredes e

distantes do teto de

forma a permitir

apropriada

higienização,

iluminação e circulação

de ar.

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88

4.3.4 Ausência de

material estranho,

estragado ou tóxico.

4.3.5 Armazenamento

em local limpo e

conservado.

4.3.6 Controle

adequado e existência

de planilha de registro

de temperatura, para

ambientes com controle

térmico.

4.3.7 Rede de frio

adequada ao volume e

aos diferentes tipos de

alimentos.

4.3.8 Produtos

avariados, com prazo de

validade vencido,

devolvidos ou

recolhidos do mercado

devidamente

identificados e

armazenados em local

separado e de forma

organizada.

4.3.9 Produtos finais

aguardando resultado

analítico ou em

quarentena e aqueles

aprovados devidamente

identificados.

4.4 CONTROLE DE

QUALIDADE DO

PRODUTO FINAL:

4.4.1 Existência de

controle de qualidade

do produto final.

4.4.2 Existência de

programa de

amostragem para

análise laboratorial do

produto final.

4.4.3 Existência de

laudo laboratorial

atestando o controle de

qualidade do produto

final, assinado pelo

técnico da empresa

responsável pela análise

ou expedido por

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89

empresa terceirizada.

4.4.4 Existência de

equipamentos e

materiais necessários

para análise do produto

final realizadas no

estabelecimento.

4.5 TRANSPORTE

DO PRODUTO

FINAL:

4.5.1 Produto

transportado na

temperatura

especificada no rótulo.

4.5.2 Veículo limpo,

com cobertura para

proteção de carga.

Ausência de vetores e

pragas urbanas ou

qualquer evidência de

sua presença como

fezes, ninhos e outros.

4.5.3 Transporte

mantém a integridade

do produto.

4.5.4 Veículo não

transporta outras cargas

que comprometam a

segurança do produto.

4.5.5 Presença de

equipamento para

controle de temperatura

quando se transporta

alimentos que

necessitam de

condições especiais de

conservação.

5.

DOCUMENTAÇÃO:

5.1 MANUAL DE

BOAS PRÁTICAS DE

FABRICAÇÃO:

5.1.1 Operações

executadas no

estabelecimento estão

de acordo com o

Manual de Boas

Práticas de Fabricação.

5.2

PROCEDIMENTOS

Page 91: IMPLANTAÇÃO DE FERRAMENTAS DE GESTÃO DA … · através de inspeção visual, por meio da aplicação de uma lista de verificação das Boas Praticas de Fabricação em Estabelecimentos

90

OPERACIONAIS

PADRONIZADOS:

5.2.1 Higienização das

instalações,

equipamentos e

utensílios:

5.2.1.1 Existência de

POP estabelecido para

este item.

5.2.1.2 POP descrito

está sendo cumprido.

5.2.2 Controle de

potabilidade da água:

5.2.2.1 Existência de

POP estabelecido para

controle de potabilidade

da água.

5.2.2.2 POP descrito

está sendo cumprido.

5.2.3 Higiene e saúde

dos manipuladores:

5.2.3.1 Existência de

POP estabelecido para

este item.

5.2.3.2 POP descrito

está sendo cumprido.

5.2.4 Manejo dos

resíduos:

5.2.4.1 Existência de

POP estabelecido para

este item.

5.2.4.2 O POP descrito

está sendo cumprido.

5.2.5 Manutenção

preventiva e calibração

de equipamentos.

5.2.5.1 Existência de

POP estabelecido para

este item.

5.2.5.2 O POP descrito

está sendo cumprido.

5.2.6 Controle

integrado de vetores e

pragas urbanas:

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91

5.2.6.1 Existência de

POP estabelecido para

este item.

5.2.6.2 O POP descrito

está sendo cumprido.

5.2.7 Seleção das

matérias-primas,

ingredientes e

embalagens:

5.2.7.1 Existência de

POP estabelecido para

este item.

5.2.7.2 O POP descrito

está sendo cumprido.

5.2.8 Programa de

recolhimento de

alimentos:

5.2.8.1 Existência de

POP estabelecido para

este item.

5.2.8.2 O POP descrito

está sendo cumprido.

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92

ANEXO B – CARTILHA SOBRE BOAS PRÁTICAS PARA SERVIÇOS DE

ALIMENTAÇÃO. RDC n° 216/2004 (BRASIL, 2004 a).

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93

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO - AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DOS

CONSUMIDORES EM RELAÇÃO ESTABELECIMENTO.

Nome:________________________________________________ Data:_________________

1 – Qualidade da Comida.

( ) Ótima ( )Boa ( ) Regular ( )Ruim

2 – Variedade do Cardápio.

( ) Ótima ( )Boa ( ) Regular ( )Ruim

3 – Disposição dos alimentos.

( ) Ótima ( )Boa ( ) Regular ( )Ruim

4 – Limpeza dos talheres e bandejas.

( ) Ótima ( )Boa ( ) Regular ( )Ruim

5 – Higiene dos funcionários

( ) Ótima ( )Boa ( ) Regular ( )Ruim

6 – Limpeza do ambiente (mesas, piso e balcão).

( ) Ótima ( )Boa ( ) Regular ( )Ruim

7 – Atendimento dos funcionários.

( ) Ótima ( )Boa ( ) Regular ( )Ruim

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94

APÊNDICE B – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO - UAN IFTM –

CAMPUS UBERLÂNDIA.

Manual de Boas Práticas da Unidade de

Alimentação e Nutrição do IFTM- Campus

Uberlândia.

Uberlândia

2013

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

TRIÂNGULO MINEIRO – Campus Uberlândia

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95

SUMÁRIO

1. IDENTIFICAÇÃO............................................................................................................ 3

2. RESPONSÁVEL..................................................................................................................3

3.QUALIFICAÇÃO DOS COLABORADORES EM SEGURANÇA

DOS.......................................................................................................................................... 4

4.CONTROLE DE SAÚDE DOS COLABORADORES.......................................................... 4

5. CONTROLE DE ÁGUA PARA CONSUMO....................................................................... 4

6. CONTROLE INTEGRADO DE VETORES E PRAGAS.................................................... 5

7.VISITANTES.......................................................................................................................... 6

8.ESTRUTURA E EDIFICAÇÃO.......................................................................................... 6

9. MANEJO DE RESÍDUOS ............................................................................................... 10

10. HIGIENE PESSOAL .......................................................................................................11

11. HIGIENE DO AMBIENTE DE TRABALHO................................................................. 13

12. HIGIENIZAÇÃO DE HORTIFRUTÍCOLAS................................................................... 14

13. PRODUÇÃO / MANIPULAÇÃO.................................................................................... 14

14. DOCUMENTAÇÃO E REGISTRO...................................................................................20

15.REFERÊNCIAS.................................................................................................................. 21

APÊNDICE I. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRONIZADOS...........................22

APÊNDICE II. FORMULÁRIOS DE CONTROLE .............................................................35

APÊNDICE III. INSTRUÇÕES DE TRABALHO..................................................................47

APÊNDICE IV. CARTAZES...................................................................................................51

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96

1. IDENTIFICAÇÃO

Razão Social: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

TRIÂNGULO MINEIRO – Campus Uberlândia (IFTM – Campus Uberlândia).

CNPJ: 10.695.891/0005-25

Endereço: Fazenda Sobradinho s/n – Zona Rural – Cx. Postal 592 – CEP: 38.400 - 974

Cidade: Uberlândia, MG.

Fone: (34) 3233-8800

2. RESPONSÁVEL

O INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

TRIÂNGULO MINEIRO – Campus Uberlândia mantém responsável pelas atividades de

manipulação de alimentos em sua Unidade de Alimentação (UAN), incluindo

responsabilidades na implantação e manutenção do programa de Boas Práticas, um

profissional com formação na área de Nutrição. Para exercer esta responsabilidade, o

profissional está qualificado em segurança dos alimentos de acordo com os requisitos

mínimos exigidos, incluindo contaminantes alimentares, doenças transmitidas por alimentos,

manipulação higiênica dos alimentos e Boas Práticas.

Responsável: Márcia de Freitas Rosa.

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97

3. QUALIFICAÇÃO DOS COLABORADORES EM SEGURANÇA DOS

ALIMENTOS

Todos os colaboradores da referida UAN que entram em contato com alimentos

recebem na admissão e no dia-a-dia das atividades, as instruções necessárias para cumprir

com suas funções de maneira segura e higiênica.

Para facilitar o entendimento, são afixados cartazes em locais estratégicos nas áreas de

produção e armazenamento de alimentos com instruções fundamentais para a prática da

segurança dos alimentos.

Os manipuladores de alimentos foram qualificados tecnicamente nos requisitos mínimos de

higiene pessoal, manipulação higiênica dos alimentos e doenças transmitidas por alimentos.

Anualmente, os treinamentos são revistos a partir da realização de cursos que abordam

especialmente a vivência diária dos manipuladores, incluindo suas principais dificuldades na

prática da Segurança dos Alimentos. A manutenção do treinamento é realizada ao longo do

ano durante a prática operacional.

Em todos os casos, a empresa mantém as listas de presença arquivadas para

comprovação dos treinamentos.

4. CONTROLE DE SAÚDE DOS COLABORADORES

Os atestados de saúde ocupacional (ASO’s) de seus colaboradores são mantidos

devidamente organizados e arquivados.

Os colaboradores são instruídos a comunicar ao seu supervisor e ao responsável da

empresa toda vez que manifestarem quaisquer problemas de saúde, antes de começar o

trabalho para que sejam tomadas as providências cabíveis.

5. CONTROLE DE ÁGUA PARA CONSUMO

5.1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA

A UAN utiliza água potável na produção e manipulação de alimentos, proveniente de

poço artesiano localizado nas dependências do referido Instituto.

5.2. RESERVATÓRIO DE ÁGUA

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98

A empresa possui reservatório de água com capacidade que atende as suas

necessidades. Tal reservatório permanece adequadamente tampado e em bom estado de

conservação.

A higienização é realizada dentro da frequência exigida (na instalação, a cada seis

meses ou quando ocorrer algum acidente que possa contaminar a água).

Todos os processos de higienização do reservatório de água são registrados

adequadamente através de laudo Técnico fornecido pela empresa contratada para realização

desta operação e arquivados em pasta especifica.

5.3. CUIDADOS COM O GELO

O gelo utilizado em bebidas e para resfriar alimentos é produzido por meio de

equipamento especifico a este fim, a partir de água potável e filtrada.

6. CONTROLE INTEGRADO DE VETORES E PRAGAS

A UAN adota ações contínuas de organização e higiene com o objetivo de impedir a

atração, o acesso, o abrigo e/ou proliferação de pragas e vetores urbanos em suas instalações,

mantendo a sua área livre de sujidades e resíduos alimentares, além de não permitir a presença

de papel, papelão ou material em desuso dentro da empresa ou nos seus arredores.

As medidas de controle incluem a realização de um programa periódico de

dedetização e desratização de maneira segura e eficaz, incluindo controle químico aplicado

por empresa especializada e devidamente autorizada, segundo cronograma de visitas pré-

determinado. A contratada emitirá certificado de garantia do serviço, o qual será renovado

periodicamente e mantido em local de fácil acesso.

Durante a aplicação dos produtos químicos, serão tomados os devidos cuidados para

evitar a contaminação de produtos, utensílios e equipamentos.

Antes de iniciar o turno no dia seguinte após a aplicação, toda a área é devidamente

higienizada, conforme procedimento descrito no item “Higiene Ambiental”.

Para monitoramento, a empresa adota o registro de ocorrência de pragas através de formulário

específico.

7. VISITANTES

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99

Todas as pessoas que não fazem parte da equipe de colaboradores da empresa são

consideradas visitantes. A circulação de visitantes será restrita e controlada para evitar

contaminações dos produtos.

Quando por algum motivo um visitante entrar nas áreas de manipulação de alimentos,

o mesmo será convidado a utilizar contenção para os cabelos e estará sujeito aos mesmos

requisitos de higiene preconizado aos manipuladores de alimentos.

8. ESTRUTURA E EDIFICAÇÃO

A empresa possui acesso direto e independente. As instalações e seus arredores são

livres de focos de insalubridade, lixo, objetos em desuso, animais, insetos e roedores.

8.1. CARACTERÍSTICAS DAS INSTALAÇÕES:

8.1.1. Vestiários e/ou Instalações Sanitárias dos Colaboradores

Não possuem comunicação direta com áreas de manipulação de alimentos.

As instalações são devidamente abastecidas com papel higiênico, sabão líquido

antiséptico e papel toalha descartável não reciclado.

As lixeiras possuem tampa com um sistema de abertura onde não se utilizem as mãos.

8.1.2. Vestiários e/ou Instalações Sanitárias Femininas

Não possuem comunicação direta com áreas de manipulação de alimentos.

O estado de conservação das instalações (piso, paredes, vasos sanitários, pias) é

adequado e satisfatório.

As instalações são devidamente abastecidas com papel higiênico, sabão líquido

antisséptico e papel toalha descartável não reciclado.

As lixeiras possuem tampa com um sistema de abertura onde não se utilizem as mãos.

8.1.3. Área de recepção de mercadorias

Área protegida e adequada para conferência de alimentos.

Possui superfície adequada para recepção de alimentos.

Possui termômetro para verificar a temperatura de mercadorias durante o recebimento.

8.1.4. Área para estocagem

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100

O piso é constituído de material adequado (liso, impermeável, lavável, antiderrapante

e resistente) e encontra-se em bom estado de conservação.

O estado de conservação das paredes é adequado e satisfatório (livre de rachaduras,

descascamento, infiltrações, etc.).

O forro é constituído de material adequado.

Não há acúmulo de entulho ou material em desuso.

As instalações elétricas são embutidas ou protegidas em tubulações de forma a

permitir fácil higienização do ambiente.

A iluminação é adequada, composta por lâmpadas fluorescentes dotadas de protetores.

A ventilação é adequada, garantindo a renovação de ar.

O número de equipamentos para refrigerados e congelados está compatível com o

volume de mercadorias recebidas.

Não existem estrados na câmara de resfriamento de vegetais.

O material de limpeza não é armazenado separadamente dos alimentos e utensílios.

Os alimentos secos estão organizados por grupo em prateleiras.

O armazenamento dos alimentos secos obedece a um espaçamento mínimo exigido

que favoreça circulação do ar e evite o contato com o piso.

Os estrados são de material adequado (liso, impermeável, lavável).

As estantes e/ou prateleiras são de material adequado (liso, impermeável, lavável).

Os equipamentos para refrigerados e congelados encontram-se em bom estado de

conservação, higiene e funcionamento (observar acúmulo de gelo). As borrachas das portas

destes equipamentos estão em bom estado de conservação.

8.1.5. Cozinha

O piso é constituído de material adequado (liso, impermeável, lavável, antiderrapante

e resistente), porém apresenta os rejuntes desgastados.

As paredes são constituídas de material adequado (liso, impermeável e lavável) e

encontram-se em bom estado de conservação, livre de rachaduras, descascamento,

infiltrações, etc.

O forro é constituído de material adequado e apresenta infiltrações.

A cozinha possui ralos sifonados, dotados de grelhas que permitam fechamento.

As instalações elétricas são embutidas ou protegidas em tubulações de forma a

permitir fácil higienização do ambiente.

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101

A iluminação é adequada.

O estado de conservação das luminárias é satisfatório e possuem proteção contra

estilhaços provenientes de quebra ou explosão.

A ventilação não é adequada, favorecendo o acúmulo de fumaça, gases e condensação

de vapores.

Não há incidência de fluxo de ar diretamente sobre os alimentos ou local de

manipulação de alimentos.

As portas encontram-se enferrujadas e não possuem fechamento automático.

As janelas encontram-se em bom estado de conservação e estão bem ajustadas aos

batentes porém possuem grades internas que dificultam a realização dos procedimentos de

higiene.

As aberturas para as áreas externas possuem telas milimetradas, removíveis para

limpeza.

Não possui pia exclusiva para higienização das mãos

As lixeiras possuem tampa sem abertura por contato manual.

As estantes e/ou prateleiras são de material adequado (liso, impermeável, lavável).

Os equipamentos para refrigerados e congelados encontram-se em bom estado de

conservação, higiene e funcionamento. As borrachas das portas destes equipamentos estão em

bom estado de conservação.

8.1.5.1. Áreas de manipulação de alimentos

As áreas de trabalho de manipulação de alimentos são divididas de forma a evitar

riscos de contaminação. Estão separadas em:

8.1.5.1.1. Área de pré-preparo:

Área onde é realizada a higienização de hortifrutícolas.

8.1.5.1.2. Cozinha quente:

Área destinada à cocção, montagem, finalização e distribuição dos alimentos.

8.1.5.1.3. Área de higienização:

Área destinada à higienização de louças e utensílios.

8.1.5.1.4. Refeitório

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102

A área destinada para os consumidores servirem suas refeições possui self service para

alimentos quentes e frios.

Os banheiros são separados por sexo.

8.2. EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS:

Os equipamentos, bancadas de trabalho e utensílios são constituídos de materiais

adequados, atóxicos, lisos, impermeáveis, laváveis e resistentes a substâncias corrosivas.

De maneira geral, os equipamentos encontram-se em bom estado de conservação e

passam por manutenção corretiva de acordo com a necessidade.

Não existe termômetro apropriado para monitorar as temperaturas dos alimentos.

9. MANEJO DE RESÍDUOS

As áreas de manipulação possuem lixeiras com tampas sem abertura por contato

manual, em número suficiente para atender a capacidade do restaurante.

As lixeiras encontram-se em bom estado de funcionamento, porém não estão

conservadas adequadamente, são de fácil higienização e revestidas por sacos plásticos

reforçados, onde o lixo é continuamente depositado.

Observação: As lixeiras destinadas ao descarte de matéria orgânica (sobras de alimentos) não

possuem revestimento por sacos plásticos.

Os resíduos são retirados das áreas de manipulação diariamente, quantas vezes forem

necessárias, de forma a evitar contaminações e atração de pragas. Ficam armazenados em área

externa isolada da área de preparação, devidamente acondicionados, de onde são recolhidos

pela empresa de coleta urbana.

O óleo de fritura residual é armazenado adequadamente e encaminhado à fabrica de

ração do IFTM – Campus Uberlândia.

A saída de resíduos de alimentos oferece risco de contaminação cruzada quanto à

entrada de alimento e saída de resíduos das áreas de manipulação de alimentos.

As caixas de gordura e esgoto possuem dimensão compatível ao volume de resíduos,

não apresentando refluxo ou odores.

10. HIGIENE PESSOAL

Todos os manipuladores de alimentos são orientados e supervisionados quanto à

manutenção de boa higiene pessoal e prática de hábitos seguros.

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10.1. ORIENTAÇÕES COMPORTAMENTAIS

Orientações de estética e asseio pessoal

• Tomar banho diário.

• Manter cabelos protegidos.

• Fazer barba e bigode diariamente.

• Manter unhas curtas e limpas sem esmalte e sem base.

• Usar desodorante sem cheiro ou suave e não utilizar perfumes.

• Não utilizar maquiagem.

• Não utilizar adornos como colares, amuletos, pulseiras, fitas, brincos, relógios e anéis,

inclusive aliança.

• Higienizar as mãos da maneira correta e na frequência indicada.

Orientações para Higiene das mãos

Todos os colaboradores são instruídos a manter as mãos muito bem limpas, fazendo

uso regular das estações exclusivas para a lavagem de mãos:

• Antes de iniciar o trabalho.

• Antes de manipular o alimento.

• Ao trocar de atividades, principalmente quando estiver manipulando alimento cru e for

trabalhar com alimento cozido.

• Antes de usar luvas e após tirá-las.

• Após utilizar os sanitários.

• Após pegar em dinheiro.

• Após tossir, espirrar, assoar o nariz ou se coçar.

• Após comer ou fumar.

• Após recolher lixo e outros resíduos.

• Após passar muito tempo em uma mesma atividade.

• Todas as vezes que interromper um serviço.

A técnica utilizada na higienização das mãos possui a sequencia abaixo:

• Umedecer as mãos e antebraços com água.

• Lavar com sabonete líquido bactericida.

• Massagear bem as mãos e antebraços.

• Enxaguar bem as mãos e antebraços.

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• Secar as mãos com papel toalha descartável não reciclado.

• Descartar o papel dentro da lixeira.

Obs: Quando não há a disponibilidade de sabão líquido bactericida, os colaboradores lavam as

mãos com sabonete líquido neutro e fazem uso de um produto antisséptico (Alcool 70%) após

o enxágue, deixando-as secar naturalmente.

Foram afixados em um quadro de avisos localizado dentro do depósito de produtos

não perecíveis procedimentos ilustrados para orientação da higienização das mãos e higiene

pessoal.

ORIENTAÇÕES QUANTO A HÁBITOS SEGUROS DURANTE A MANIPULAÇÃO

DOS ALIMENTOS.

Todos os colaboradores são orientados a:

• NÃO falar, cantar, assobiar, tossir, espirrar, cuspir, fumar.

• NÃO mascar goma, palito, fósforo ou similares, chupar balas, comer.

• NÃO experimentar alimentos diretamente com as mãos.

• NÃO assuar nem colocar o dedo no nariz ou ouvido, mexer no cabelo ou se pentear.

• NÃO utilizar lentes de contato ao manipular alimentos.

• NÃO deixar roupas e objetos pessoais nas áreas de manipulação de alimentos.

• JAMAIS enxugar o suor com as mãos, panos ou qualquer peça da vestimenta.

• JAMAIS fazer uso de utensílios e equipamentos sujos.

• NÃO utilizar nenhum tipo de loção nas mãos.

• NUNCA trabalhar diretamente com alimento quando apresentar problemas de saúde

ou qualquer tipo de lesão nas mãos, sem comunicar ao supervisor, para que o mesmo tome a

providência cabível.

10.2. USO DE UNIFORMES

Os uniformes disponibilizados pela empresa são completos, compostos de toucas,

calças, camisas, aventais, meias e sapatos fechados.

Os uniformes em utilização são mantidos em bom estado de conservação.

São disponibilizados uniformes em quantidade suficiente para permitir troca diária

pelos colaboradores.

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São disponibilizados aventais de napa para realização das atividades.

Os manipuladores deverão ser orientados quanto ao uso correto de Equipamentos de

Proteção Individual (luvas de borracha e luvas de malha de aço).

O monitoramento é realizado através do preenchimento do formulário utilizado para

controle de higiene e apresentação pessoal.

11. HIGIENE DO AMBIENTE DE TRABALHO

A higiene do ambiente de trabalho compreende as operações de higienização da

estrutura física (piso, paredes etc), dos equipamentos, bancadas de trabalho e utensílios,

realizadas de maneira freqüente para minimizar os riscos de contaminação dos alimentos.

A primeira etapa da higienização (limpeza) consiste em remover as substâncias

visíveis indesejáveis como terra, poeira, gordura, restos de comida e outras sujidades,

utilizando água potável e sabão ou detergente.

Em seguida é feita a desinfecção para remover ou reduzir a níveis aceitáveis os

microrganismos, invisíveis a olho nu, utilizando produtos químicos ou calor.

Para monitoramento, a UAN adota a aplicação de Check list para controle das

operações de higienização do ambiente de trabalho, equipamentos, freezers, geladeiras, fogão,

câmaras frigoríficas e utensílios.

11.1. RESERVATÓRIOS DE ÁGUA

A higienização dos reservatórios de água é realizada semestralmente ou sempre que

necessário.

12. HIGIENIZAÇÃO DE HORTIFRUTÍCOLAS

O procedimento de higienização de hortifrutícolas que serão consumidos crus e com

casca possui a seqüência abaixo:

• Selecionar e desprezar partes não aproveitáveis;

• Fazer pré-lavagem em água potável corrente folha a folha ou um a um para remover

excesso de terra, larvas, etc;

• Sanitizar por 10 minutos em solução clorada (80 ml de água sanitária 2,5% para 10

litros de água);

• Enxaguar em água potável corrente;

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• Deixar secar naturalmente, mantendo sob refrigeração e em recipiente limpo e

adequado até o momento de servir.

A UAN utiliza produtos adequados para a sanitização desses alimentos.

Os cuidados necessários para se fazer a correta higienização, incluindo diluição do

sanitizante serão disponibilizados em local visível na área de manipulação.

13. PRODUÇÃO / MANIPULAÇÃO

Segue a descrição das etapas do fluxo de produção existente na UAN, desde a compra

de matéria-prima até a distribuição dos alimentos prontos.

13.1. COMPRA

A UAN adquire produtos de fornecedores idôneos, devidamente registrados. Todos os

produtos possuem registro ou selo de inspeção, devendo cumprir com os requisitos descritos

no tópico recebimento.

O transporte dos alimentos comprados pela empresa é realizado em condições de

higiene e conservação satisfatórias.

13.2. RECEBIMENTO

Durante o recebimento, a empresa avalia as matérias-primas quanto aos critérios

qualitativos pré-determinados e especificados a seguir:

As condições de limpeza dos veículos e higiene dos entregadores devem ser

satisfatórias;

A data de validade deve estar dentro do prazo e de acordo com a utilização e o tempo

de estocagem médio do produto;

As embalagens devem estar limpas, em condições íntegras e seguir as particularidades

de cada tipo de alimento:

Os alimentos não podem estar em contato com papel não adequado (reciclado, jornais,

revistas e similares), papelão ou plástico reciclado; as latas não podem estar amassadas,

estufadas e/ou enferrujadas; os ovos não devem ser recebidos caso estejam com a casca

rachada.

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Nos rótulos devem constar nome e composição do produto, lote, data de fabricação e

validade, selo de inspeção (quando aplicável), número de registro no órgão oficial, CNPJ,

endereço do fabricante e distribuidor, condições de armazenamento e quantidade (peso);

Alimentos congelados não podem conter cristais de gelo ou líquido dentro da

embalagem e devem apresentar-se à temperatura de congelamento (-12 a -18°C);

Os produtos devem apresentar aparência, odor e consistência característicos.

Caso o produto não atenda aos pré-requisitos citados acima, de forma a comprometer

ou lançar dúvidas quanto a sua qualidade higiênico-sanitária, os mesmos deverão ser

devolvidos imediatamente ou na impossibilidade, deverão ser separados, identificados com

etiqueta escrita como devolução e armazenados separadamente, sob condições adequadas,

para serem devolvidos ou substituídos posteriormente.

13.3. ARMAZENAMENTO

Alimentos perecíveis são armazenados o mais rápido possível, limitando ao máximo

seu tempo de permanência a altas temperaturas.

Durante o armazenamento, são tomados os seguintes cuidados:

Alimentos refrigerados e congelados são mantidos sob temperatura adequada,

obedecendo às instruções descritas abaixo:

• Alimentos perecíveis como carnes e peixes, embutidos, ovos, leite, manteiga, queijos,

creme de leite fresco, massas frescas e sobremesas são armazenados à temperatura de

refrigeração (até 5°C), até o momento de seu uso.

• Matérias-primas congeladas são armazenadas imediatamente a temperaturas abaixo de

0ºC. Alimentos refrigerados e congelados são mantidos devidamente organizados de forma a

prevenir a contaminação cruzada, obedecendo às instruções descritas abaixo:

• Nos casos em que diferentes gêneros alimentícios são armazenados em um mesmo

equipamento refrigerador, os alimentos prontos para consumo são colocados nas prateleiras

superiores, os semi- prontos e/ou pré-preparados são colocados nas prateleiras intermediárias

e os produtos crus, nas prateleiras inferiores, separados entre si e dos demais produtos.

• Diferentes alimentos podem ser armazenados no mesmo freezer, desde que

devidamente embalados, identificados e separados.

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• Os alimentos que são retirados de suas embalagens originais são embalados de forma

adequada, em sacos plásticos transparentes ou recipientes plásticos com tampa e devidamente

identificados com o nome do produto, data de preparo e data de validade.

• Alimentos secos são armazenados em estantes e prateleiras adequadas ou sobre

estrados, evitando contato direto com o piso e respeitando o espaçamento mínimo que garanta

a circulação de ar e permita higienização adequada.

• O prazo de validade dos alimentos manipulados é determinado conforme descrito a

seguir.

• A saída dos produtos obedece ao sistema PVPS (o primeiro que vence é o primeiro

que sai), onde alimentos com menor prazo de validade são utilizados primeiro.

• Matérias-primas estocadas a temperatura ambiente e produtos descartáveis são

armazenados separadamente de produtos químicos de limpeza.

• Produtos químicos e de limpeza são mantidos em suas embalagens originais e quando

é necessário dividi-los em embalagens menores, como no caso do uso de pulverizadores, estes

são identificados.

• Alimentos jamais devem ser porcionados em embalagens de produtos de limpeza ou

perfumaria.

• Produtos destinados à devolução são identificados e colocados em local separado para

não haver possibilidade de uso por engano.

• É proibida a entrada de caixas de madeira e papelão dentro da área de armazenamento

e manipulação.

Prazo de validade dos produtos manipulados:

O prazo de validade dos alimentos manipulados é determinado conforme descrito a

seguir.

Produtos que forem retirados da embalagem são armazenados em recipientes

tampados e identificados, sob as condições de temperatura e pelo prazo indicado pelo

fabricante.

Para alimentos secos a UAN estabelece validade máxima de 30 dias após serem

abertos ou retirados da embalagem original, desde que não se ultrapasse a validade estipulada

pelo fabricante.

Alimentos manipulados e todos os demais que necessitam de baixas temperaturas para

sua conservação, possui o prazo de validade descrito em sua identificação, com prazo máximo

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variando conforme a temperatura do armazenamento e o tipo de produto, de acordo com as

tabelas abaixo:

Tabela 03: Validade de alimentos congelados

Temperatura Temperatura Tempo máximo de armazenamento

0 a -5ºC 10 dias

-5 a -10ºC 20 dias

-10 a -18ºC 30 dias

Abaixo de -18ºC 90 dias

Tabela 04: Validade de alimentos refrigerados

Alimentos Tempo máximo de armazenamento

Pescados 1 dia

Misturas com maionese 1 dia

Sobras de alimentos 1 dia

Demais alimentos 3 dias

Ovos 2 semanas

13.4. PRÉ-PREPARO E PREPARO

Descongelamento

Os processos de descongelamento são realizados de maneira segura, podendo ser feito:

• Em temperatura de refrigeração, até 5ºC, tendo o cuidado de armazenar os alimentos

sob descongelamento nas prateleiras inferiores dos refrigeradores para evitar que o líquido

escorra sobre os demais alimentos.

• Em micro-ondas para pequenas porções de alimento, desde que o mesmo seja cozido

imediatamente após o descongelamento.

• Durante o processo de cozimento quando recomendado pelo fabricante.

Porcionamento

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A UAN aplica o processo de porcionamento para controlar melhor o rendimento dos

alimentos utilizados nas receitas, sendo aplicado principalmente para produtos de origem

animal, como carne, peixes e frutos do mar.

O porcionamento é realizado de forma segura, obedecendo o critério de 30 minutos

para cada lote quando realizado à temperatura ambiente ou 2 horas para cada lote quando

realizado em área climatizada com temperaturas entre 12ºC e 18ºC.

Congelamento

O processo de congelamento, quando realizado, deve obedecer aos critérios descritos a

seguir:

• Divida os alimentos em pequenas porções e coloque-os em embalagens adequadas,

evitando o contato direto com o ar e a umidade, para que o alimento não fique ressecado ou

sofra alterações.

• Deixe sempre um espaço vazio na embalagem, pois os alimentos com maior teor de

líquidos aumentam de volume durante o processo de congelamento. Não utilize recipientes de

vidro, devido ao risco de quebra.

• Identifique a embalagem, informando o conteúdo, a data em que o alimento foi

congelado e a data de validade.

• Mantenha os freezers de congelamento limpos, sem acúmulo de gelo ou

sobrecarregados para facilitar a circulação do ar frio em seu interior.

• Organize os produtos dentro do freezer de forma a facilitar o congelamento rápido.

Evite acumular um alimento sobre o outro ou utilize recipientes rasos, com no máximo 10 cm

de altura, sobrepondo-os em forma de cruz.

• Coloque os alimentos para congelar nas partes inferiores do freezer para evitar que os

líquidos do alimento em congelamento escorram para os produtos abaixo dele, prevenindo a

contaminação cruzada.

Os alimentos são descongelados somente quando forem utilizados e não tornam a ser

congelados, permanecendo sob refrigeração até o momento do uso, de acordo com a tabela de

validades para produtos refrigerados.

13.5. COZIMENTO

Todos os alimentos preparados previamente têm sua temperatura de cozimento

monitorada diariamente, a qual atinge pelo menos 70ºC em todas as suas partes. Os alimentos

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preparados para consumo imediato têm sua temperatura de cozimento monitorada

aleatoriamente.

O óleo utilizado nas frituras é controlado através de análise visual e/ou monitor de

gordura, sendo trocado sempre que apresentar alterações de aroma, sabor e formação intensa

de fumaça ou espuma. A temperatura do óleo não deve ultrapassar 180ºC.

13.6. DISTRIBUIÇÃO

A UAN faz uso de serviço buffet, no qual os alimentos são dispostos em sistema de

distribuição que deve manter aquecidos os alimentos quentes e resfriados os alimentos

consumidos frios. Nesse sistema, devem ser tomados os seguintes cuidados:

- Disponibilizar utensílios adequados para servir os alimentos, com cabos mais longos para

manter as mãos afastadas do alimento.

- Substituir e higienizar os utensílios periodicamente.

- Agitar os alimentos frequentemente para que se distribua melhor o calor.

Para monitorar a temperatura, a empresa utiliza termômetro digital, o qual é introduzido nos

alimentos para conferir se a temperatura de distribuição está dentro dos valores

recomendados. Neste caso, são tomados os seguintes cuidados: - Alimentos quentes deverão

ser mantidos à temperatura acima de 60ºC, expostos por, no máximo, 6 horas, considerando o

tempo da espera para distribuição. - A temperatura dos alimentos deverá ser medida, pelo

menos, a cada duas horas. - Nos casos em que alimentos quentes alcançam temperaturas

abaixo de 60ºC, estes deverão ser retirados da pista quente e levados até a cozinha para passar

por processo de reaquecimento.

Os alimentos quentes que ficam a menos de 60ºC por um período superior a 3 horas

são descartados.

Os alimentos frios prontos para consumo são mantidos no máximo a 10ºC por até 4

horas ou, se mantidos, a temperaturas superiores (até 21ºC) são descartados após 2 hs.

Os alimentos permanecem protegidos adequadamente durante a distribuição.

Alimentos crus ou previamente manipulados que serão finalizados no momento da

escolha pelo cliente, não sofrem abuso de tempo e temperatura.

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A reposição de produtos para distribuição é realizada de forma segura e adequada, não

ocorrendo a mistura do alimento novo com o alimento já distribuído.

Nesse sistema, deverão ser tomados os seguintes cuidados:

- Disponibilizar utensílios adequados para servir os alimentos, com cabos longos para manter

as mãos afastadas do alimento.

- Substituir e higienizar os utensílios periodicamente.

- Agitar os alimentos freqüentemente para que se distribua melhor o calor.

Para monitorar a temperatura, a empresa utiliza termômetro tipo espeto.

As temperaturas preconizadas estão descritas abaixo:

- Alimentos quentes deverão ser mantidos à temperatura maior ou igual a 60ºC;

- Alimentos frios prontos para consumo serão mantidos no máximo a 7ºC.

13.7. REAQUECIMENTO

Os alimentos prontos são reaquecidos, de maneira rápida até atingir a temperatura mínima

de 70ºC, medido em todas as suas partes. Esse procedimento é realizado:

Todas as vezes que a temperatura cair a menos que 60ºC durante a distribuição ou

espera para a distribuição.

Para o reaproveitamento de sobras limpas.

Antes da utilização dos alimentos preparados previamente.

13.8. RESFRIAMENTO

Antes de serem armazenados, os alimentos já cozidos ou manipulados são resfriados o

mais rapidamente possível para evitar temperaturas de risco.

Para resfriar os alimentos de maneira adequada de 60ºC até 10ºC, em até 2 horas, deverão

ser tomados os seguintes cuidados:

A quantidade de alimento a ser resfriado é reduzida, fatiando-o, separando-o em

porções ou distribuindo o alimento ainda quente em recipientes rasos de no máximo

10cm de profundidade.

Os recipientes com alimentos quentes são colocados em banhos de água gelada com

gelo ou em freezer vazio, com cuidado para não haver sobreposição dos alimentos,

facilitando a circulação de ar frio.

Os alimentos líquidos e pastosos são agitados durante o resfriamento.

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13.9 - SOBRAS

São consideradas sobras, os alimentos para reposição que não tenham sido distribuídos

desde que a temperatura tenha sido monitorada. Jamais são reutilizados alimentos prontos que

tenham sido servidos.

Para o reaproveitamento de alimentos quentes, os mesmos passam pelas etapas de

reaquecimento e resfriamento de forma rigorosa, podendo em seguida ser congelados ou

armazenados em geladeira por no máximo um dia (24hs). Para uso, os mesmos são

reaquecidos mais uma vez até atingir a temperatura mínima de 70ºC em todas as partes e, só

então, liberados para consumo.

Para a reutilização de alimentos frios, estes são mantidos armazenados sob

refrigeração por no máximo 1 dia (24hs) ou congelados. Também podem ser utilizados na

elaboração de pratos quentes, desde que seguidas as normas de reaquecimento descritas

acima.

14. DOCUMENTAÇÃO E REGISTRO

A UAN manterá este Manual de Boas Práticas acessível aos seus colaboradores e

disponível às autoridades sanitárias. Este documento é revisto e atualizado periodicamente, de

acordo com novas ações e mudanças realizadas.

Anexados a este Manual, existem 4 Procedimentos Operacionais Padronizados, também

chamados POP’s, os quais descrevem de maneira objetiva, o passo a passo para a realização

das operações relacionadas a:

1. Controle integrado de vetores e pragas urbanas;

2. Higienização do reservatório de água;

3. Higiene e saúde dos colaboradores;

4. Higienização das instalações, equipamentos e utensílios.

Complementando o sistema de Boas Práticas, a UAN utiliza formulários de controle com

o objetivo de monitorar a eficácia dos processos relacionados à segurança dos alimentos,

permitindo que esta UAN verifique melhor os seus processos. Os registros são mantidos por

período mínimo de 30 (trinta) dias.

Para facilitar o entendimento e enfatizar a importância da adoção de hábitos higiênicos

corretos pelos manipuladores, foram elaboradas instruções de trabalho com o procedimento

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de lavagem das mãos, lavagem e sanitização das hortifrutícolas e lavagem e sanitização de

equipamentos e utensílios.

Foram ainda elaborados cartazes para sensibilizar os comensais da importância da lavagem

das mãos antes das refeições bem como da adoção de hábitos higiênicos corretos.

Os formulários de controle, as instruções de trabalho e os cartazes elaborados estão anexados

a este Manual de Boas Práticas de Fabricação.

15. REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n°.

216, de 15 de setembro de 2004 b. Dispõe sobre regulamento técnico de boas praticas para

serviços de alimentação. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 de set. de 2004, Seção 1,

p. 25.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria no 1.428,

de 26 de novembro de 1993. Regulamento Técnico para Inspeção Sanitária de Alimentos,

estabelecimentos de padrões de identidade e qualidade na área de alimentos e serviços e

regulamento técnico de Boas Práticas de Produção e Prestação de Serviços na área de

Alimentos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 02/12/1993.

CARVALHO, LEILA. Guia de Boas Práticas para Serviços de Alimentação Fora do Lar.

Salvador, ABRASEL – Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, 2007. Programa

BOAS – Alimento Seguro.

SILVA JR, ENEO ALVES. Manual de Controle Higiênico Sanitário em Alimentos.

Varela, 6ª edição, 2005, São Paulo.

Manual de elementos de apoio para o sistema APPCC. Rio de Janeiro, SENAC/DN, 2001,

282p. Projeto APPCC Mesa - Convênio CNC/CNI/SEBRAE/ANVISA.

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APÊNDICE I. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRONIZADOS

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRONIZADO 1.

CONTROLE INTEGRADO DE VETORES E PRAGAS URBANAS.

1. OBJETIVO: propor ações preventivas e corretivas destinadas a impedir a atração, o

abrigo, o acesso e ou proliferação de vetores e pragas urbanas que comprometam a segurança

do alimento ofertado na Unidade de Alimentação (UAN) do IFTM – Campus Uberlândia.

2. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº

18, de 29 de Fevereiro de 2000. Dispõe sobre Normas Gerais para Funcionamento de

Empresas Especializadas na Prestação de Serviços de Controle de Vetores e Pragas

Urbanas. Diário Oficial da União, Brasília, seção 01, 18 de Fevereiro de 2000.

3. CAMPO DE APLICAÇÃO

Aplica-se as instalações de manipulação e armazenamento de alimentos da UAN do IFTM –

Campus Uberlândia, bem como às áreas circundantes da UAN.

4. RESPONSABILIDADES

Executado por: empresa terceirizada contratada que apresente Laudo Técnico de prestação

de serviço detalhando a operação realizada bem como os produtos domissaneantes utilizados.

5. DESCRIÇÃO

Aplicação de produtos domissaneantes profissionais, aprovados pela Organização Mundial de

Saúde e com registro no Ministério da Saúde, conforme descrito nos Certificados emitidos

pela referida empresa e armazenados em pasta especifica pela contratante.

6. MONITORIZAÇÃO

O funcionário responsável pela produção (Chefe de cozinha) ficará encarregado de

acompanhar o cumprimento deste procedimento através da inspeção visual e preenchimento

da Planilha de ocorrência de pragas.

7. VERIFICAÇÃO

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O que?

Especificações Técnicas dos

produtos utilizados na dedetização

bem como emissão de certificado

pela a empresa contratada

Como? Através da análise dos documentos

emitidos pela referida empresa

Quando? A cada três meses

Quem? Responsável Técnico

8. REGISTROS

Identificação Arquivamento Tempo de Retenção

Certificado de dedetização Pasta suspensa 3 anos

Planilha de ocorrência de

pragas Pasta suspensa 3 anos

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PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRONIZADO 2

HIGIENIZAÇÃO DO RESERVATÓRIO DE ÁGUA.

1. OBJETIVO: garantir o fornecimento de água inócua à saúde dos colaboradores bem como

às operações de higiene pessoal e ambiental na Unidade de Alimentação (UAN) do IFTM –

Campus Uberlândia.

2. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria nº2914, de 14 de Dezembro de 2011. Dispõe sobre os

procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e

seu padrão de potabilidade. Diário Oficial da União, Brasília, seção 01, 14 de Dezembro de

2011.

3. CAMPO DE APLICAÇÃO

Aplica-se à todos os reservatórios de água existentes na Unidade de Alimentação (UAN) do

IFTM – Campus Uberlândia.

4. RESPONSABILIDADES

Executado por: empresa terceirizada que apresente Laudo Técnico de prestação de serviço

detalhando a operação realizada bem como os produtos domissaneantes utilizados com

aprovação na Organização Mundial de Saúde e registro no Ministério da Saúde

5. DESCRIÇÃO

Procedimentos

1. Feche o registro de entrada de água do estabelecimento ou amarre a bóia;

2. Armazene água da própria caixa para usar enquanto estiver fazendo a limpeza;

3. Esvazie toda a água da caixa;

4. Tampe a saída para que a sujeira não desça pelo ralo;

5. Utilize um pano úmido e a água armazenada para lavar as paredes e o fundo da caixa. Não

use escova de aço, vassoura, sabão, detergente ou outros produtos químicos;

6. Retire a água da lavagem e a sujeira com uma pá de plástico, balde e panos. Seque o fundo

com panos limpos;

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7. Encha a caixa e adicione 2 litros de hipoclorito de sódio para cada 1.000 litros de água;

8. Aguarde 2 horas. Não use água neste tempo;

9. Passadas 2 horas abra a saída da caixa e a esvazie totalmente abrindo todas as torneiras e

acionando as descargas para desinfetar todas as tubulações do estabelecimento;

10. Encher novamente a caixa e utilizar a água normalmente. Tampe bem. A tampa tem que

ter sido lavada antes de ser colocada no lugar.

Este procedimento deve ser realizado a cada seis meses, conforme descrito na Portaria

nº 2914 de 14 de Dezembro de 2011 do Ministério da Saúde.

6. MONITORIZAÇÃO

O funcionário responsável pela produção (Chefe de cozinha) ficará encarregado de

acompanhar o cumprimento deste procedimento.

7. VERIFICAÇÃO

O que? Laudo de limpeza das caixas

d’água

Como? Através da análise dos documentos

emitidos pela referida empresa

Quando? Semestralmente

Quem? Responsável Técnico

8. REGISTROS

Identificação Arquivamento Tempo de Retenção

Certificado de limpeza das

caixas d’água e

reservatório

Pasta suspensa 3 anos

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PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRONIZADO 3.

HIGIENE E SAÚDE DOS MANIPULADORES.

1. OBJETIVO: estabelecer a correta higiene dos manipuladores, garantindo assim a sanidade

dos alimentos a serem manipulados.

2. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC

n°. 216, de 15 de setembro de 2004. Dispõe sobre regulamento técnico de boas praticas para

serviços de alimentação. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 de set. de 2004, Seção 1,

p. 25.

3. CAMPO DE APLICAÇÃO

Aplica-se à todos os manipuladores de alimentos na Unidade de Alimentação (UAN) do

IFTM – Campus Uberlândia.

4. RESPONSABILIDADES

Executado por: manipuladores sob coordenação da responsável Técnica da referida UAN.

5. DESCRIÇÃO

5.1. SAÚDE DOS MANIPULADORES

Exames médicos regulares:

-Hemograma

-Coprocultura

-Coproparasitológico

-VDRL

Periodicidade: anual

Observação: O manipulador de alimentos não pode ser portador aparente ou inaparente de

doenças infecciosas ou parasitárias.

5.2. HIGIENE PESSOAL

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120

Todos os manipuladores de alimentos são orientados e supervisionados quanto à manutenção

de boa higiene pessoal e prática de hábitos seguros.

5.2.1. ORIENTAÇÕES COMPORTAMENTAIS

Orientações de asseio pessoal

Tomar banho diário.

Manter cabelos protegidos.

Fazer barba e bigode diariamente.

Manter unhas curtas e limpas sem esmalte e sem base.

Usar desodorante sem cheiro e não utilizar perfumes.

Não utilizar maquiagem.

Não utilizar adornos como colares, pulseiras, fitas, brincos, relógios e anéis, inclusive

aliança.

Higienizar as mãos da maneira correta e na freqüência indicada.

5.2.2. HIGIENE DAS MÃOS

Materiais utilizados: sabonete líquido, água corrente, produto anti-séptico, papel toalha.

Procedimentos

1. Umedecer as mãos e antebraços com água corrente até a altura do cotovelo.

2. Esfregar a palma e o dorso das mãos com o sabonete, inclusive as unhas e os espaços entre

os dedos por aproximadamente 15 segundos.

3. Enxaguar bem em água corrente retirando todo o sabonete.

4. Secar com papel toalha.

5. Friccionar com anti-séptico.

FREQUÊNCIA

- Quando chegar ao trabalho.

- DEPOIS DE:

- Utilizar o sanitário;

- Tossir, espirrar ou assuar o nariz;

- Manipular o lixo;

- A cada troca de tarefas.

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121

5.2.3. ORIENTAÇÕES QUANTO A HÁBITOS SEGUROS DURANTE A

MANIPULAÇÃO DOS ALIMENTOS

Todos os colaboradores são orientados a:

NÃO falar, cantar, assobiar, tossir, espirrar, cuspir, fumar.

NÃO mascar goma, palito, fósforo ou similares, chupar balas ou comer.

NÃO experimentar alimentos.

NÃO assuar nem colocar o dedo no nariz ou ouvido, mexer no cabelo ou se pentear.

NÃO deixar roupas e objetos pessoais nas áreas de manipulação de alimentos.

JAMAIS enxugar o suor com as mãos, panos ou qualquer peça da vestimenta.

JAMAIS fazer uso de utensílios e equipamentos sujos.

NÃO utilizar nenhum tipo de loção nas mãos.

NUNCA trabalhar diretamente com alimento quando apresentar problemas de saúde

ou qualquer tipo de lesão nas mãos, sem comunicar ao supervisor, para que o mesmo

tome a providência cabível.

5.2.3.1. VISITANTES

Os visitantes devem entrar na área de manipulação devidamente paramentados com touca ou

boné branco para proteger os cabelos e jaleco.

Não devem:

- Tocar nos alimentos, bancadas, equipamentos e utensílios;

- Comer e fumar durante a visita;

- Entrar na área de manipulação de alimentos com ferimentos, gripes ou qualquer quadro

clínico que represente um risco de contaminação.

5.3. USO DE UNIFORMES

Todos os colaboradores são orientados a:

Utilizá-los somente nas dependências internas do estabelecimento e apresentar-se para

o trabalho com uniformes completos, bem conservados, limpos e com troca diária.

Jamais utilizar panos ou sacos plásticos para proteção do uniforme.

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122

Não carregar no uniforme: canetas, lápis, batons, escovinhas, cigarros, isqueiros,

relógios e outros adornos que possam cair nos alimentos, deixando todos os pertences

pessoais no vestiário.

Usar constantemente proteção na cabeça (touca descartável ou boné branco) de forma

a cobrir completamente os cabelos.

6. MONITORIZAÇÃO

O monitoramento é realizado de acordo com o preenchimento da Planilha de Avaliação das

condições de higiene e conduta pessoal.

7. VERIFICAÇÃO

Através da aplicação de Check list e inspeção visual pela Responsável Técnica da referida

UAN.

8. REGISTROS

Identificação Arquivamento Tempo de Retenção

Check list de condições de

Higiene e conduta pessoal. Pasta suspensa 1,5 anos

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123

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRONIZADO 4.

HIGIENIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS.

1. OBJETIVO: garantir que as instalações equipamentos e utensílios da Unidade de

Alimentação (UAN) do IFTM – Campus Uberlândia permaneçam livres de sujidades e

contaminantes.

2. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

BRASIL, Ministério da Saúde. Resolução da Diretoria Colegiada nº.216 de 15 de Setembro

de 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de

Alimentação. Diário Oficial da União, Brasília, seção 01, 15 de Setembro de 2004.3.

3. CAMPO DE APLICAÇÃO

Aplica-se as instalações de manipulação e armazenamento de alimentos da UAN do IFTM –

Campus Uberlândia.

4. RESPONSABILIDADES

Executado por: manipuladores sob coordenação da responsável Técnica da referida UAN.

5. DESCRIÇÃO

HIGIENE DO AMBIENTE DE TRABALHO

A higiene do ambiente de trabalho da UAN compreende as operações de higienização da

estrutura física (piso, paredes etc), dos equipamentos, bancadas de trabalho e utensílios,

realizadas de maneira freqüente para minimizar os riscos de contaminação dos alimentos.

5.1. HIGIENE DAS INSTALAÇÕES

Materiais utilizados: pá para recolher resíduos, sabão ou detergente, rodo, pano de chão,

vassoura dura, balde, mangueira ou hidrojato, sanitizante clorado.

Procedimentos

1. Recolher os resíduos com o rodo e a pá.

2. Lavar com água e sabão.

3. Esfregar bem com a vassoura.

4. Enxaguar com água corrente.

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124

5. Aplicar a solução sanitizante (hipoclorito de sódio a 200ppm – 40 ml para 10 litros de

água) e aguardar 15 minutos.

7. Retirar o excesso de água com o rodo e secar o ambiente.

5.2. HIGIENE DOS EQUIPAMENTOS

Materiais utilizados: detergente neutro, esponja, escovas e mangueira ou hidrojato e

sanitizante clorado.

Procedimentos:

1. Retirar o excesso de resíduos com escova.

2. Lavar a superfície com água e detergente neutro.

3. Esfregar bem com a esponja.

4. Enxaguar com água corrente.

5. Aplicar a solução sanitizante (hipoclorito de sódio a 200ppm – 80 ml para 10 litros de

água) e aguardar 15 minutos.

7. Enxaguar o excesso de sanitizante com água corrente.

Observação: A solução sanitizante deverá ser aplicada nos equipamentos sempre que for

iniciar as atividades, respeitando-se o tempo de aplicação da mesma.

5.3. GELADEIRA

1. Organizar os produtos e limpar as prateleiras internas utilizando pano umedecido com

solução clorada a 100 ppm.

2. Retirar os alimentos do equipamento, transferindo-os para outro equipamento ou mantê-los,

no máximo, 30 (trinta) minutos a temperatura ambiente; degelar se necessário; lavar as

paredes e fundo com detergente neutro; se possível enxaguar com água corrente, ou retirar o

detergente utilizando tecido sintético umedecido; pulverizar com álcool 70%; remover o

excesso com tecido sintético; secar naturalmente e reorganizar os produtos. Limpar parte

externa utilizando tecido sintético com detergente neutro; remover o produto com pano

sintético úmido; secar naturalmente.

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125

5.4. FOGÃO

Raspar as incrustações das grelhas, queimadores e demais estruturas; com o auxílio de

esponja sintética, lavar com detergente neutro e água; enxaguar com água corrente, de

preferência quente; deixar secar naturalmente.

5.5. FREEZERS

1. Organizar os produtos.

2. Raspar o gelo acumulado nas paredes com auxílio de espátula.

3. Quando existir excesso de resíduos de alimentos, retirar os alimentos do equipamento,

transferindo-os para outro ou permanecendo, no máximo, 1 (uma) hora a temperatura

ambiente; degelar; lavar as paredes internas com detergente neutro, com auxílio de esponja;

enxaguar; pulverizar com álcool a 70%; remover o excesso utilizando pano sintético;

reorganizar os produtos. Limpar a parte externa utilizando tecido sintético com detergente

neutro; remover o produto com pano sintético úmido; secar naturalmente.

5.6. BALANÇAS

Remover os resíduos grosseiros; passar tecido sintético com detergente neutro, esfregando;

remover o produto com tecido sintético umedecido; secar naturalmente.

5.7. CÂMARAS FRIGORÍFICAS

1. Organizar os produtos nos estrados e prateleiras; retirar os resíduos das prateleiras com

tecido sintético umedecido com solução clorada contendo 100 ppm de cloro livre; passar pano

umedecido, no piso e na porta, com solução clorada contendo 100 ppm de cloro livre; deixar

secar naturalmente.

2. Retirar os alimentos do equipamento; permanecendo, no máximo, 30 minutos a temperatura

ambiente; retirar os estrados e os monoblocos; lavar piso, paredes, porta, prateleiras com

detergente e água, escova e vassoura; enxaguar; banhar com solução clorada contendo 100

ppm de cloro livre; remover o excesso com rodo; deixar secar naturalmente ou utilizar panos

de secagem; reorganizar os produtos.

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126

5.8. HIGIENE DOS UTENSÍLIOS

5.8.1. UTENSÍLIOS EM GERAL

Após a utilização, remover os resíduos grosseiros; lavar com detergente esfregando com

esponja sintética; enxaguar com água morna; sanitizar com solução de cloro contendo 100

ppm de cloro livre ou com álcool a 70%, Deixar secar naturalmente. Colocar os utensílios

pequenos (espátulas, talheres, e outros) em potes plásticos com tampa, até a reutilização.

Utensílios como bacias, potes e bandejas devem ser mantidos emborcados para facilitar o

escoamento da água.

Antes do uso, sanitizar todos os utensílios com solução de cloro contendo 100ppm de cloro

livre ou utilizar álcool a 70%.

Observação: Sempre que usar solução clorada deve-se aguardar 15 minutos e enxaguar antes

do uso.

5.8.2. HIGIENE DOS UTENSÍLIOS DA COZINHA

Materiais utilizados: detergente neutro, secante e abrilhantador para enxágüe final,

detergente desengordurante, escovas, esponjas.

Procedimentos:

1. Retirar o excesso de resíduos com escova;

2. Mergulhar os talheres em solução desegordurante por 3 minutos (2 a 5 mL de detergente

desengordurante para 1 L de água na temperatura de 55° a 65°C);

3. Enxaguar com água corrente.

4. Colocar os utensílios (bandejas e talheres) na lavadora de louças industrial.

5. Lavagem com detergente neutro (1L para 1L de água) e enxágüe final com secante e

abrilhantador (0,2mL para 1L de água).

6. FREQUÊNCIA

Diária

- Pisos, rodapés, ralos, pias.

- Área de lavagem das panelas e das hortifrutícolas.

- Equipamentos, utensílios, talheres, bandejas, balanças.

- Fogão e forno.

- Bancadas, monoblocos e depósitos plásticos.

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- Coletores de lixo.

Semanal

- Paredes.

- Portas.

- Janelas.

- Prateleiras.

Mensal

- Geladeira, freezers e câmaras frias.

7. MONITORIZAÇÃO E VERIFICAÇÃO

A responsável técnica da UAN ficará encarregada de acompanhar o cumprimento deste

procedimento através da aplicação de Check list.

8. REGISTROS

Identificação Arquivamento Tempo de Retenção

Check list de Higiene de

instalações, equipamentos

e utensílios

Pasta suspensa 1,5 anos

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128

APÊNDICE II. FORMULÁRIOS DE CONTROLE.

CHECK LIST – HIGIENE DAS INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS.

1. HIGIENIZAÇÃO

DAS

INSTALAÇÕES:

CONFORME NÃO CONFORME NÃO SE APLICA

1.1 Existência de um

responsável pela

operação de

higienização

comprovadamente

capacitado.

1.2 Frequência de

higienização das

instalações adequada.

1.3 Existência de

registro da

higienização.

1.4 Produtos de

higienização

regularizados pelo

Ministério da Saúde.

1.5 Disponibilidade dos

produtos de

higienização

necessários à realização

da operação.

1.6 A diluição dos

produtos de

higienização, tempo de

contato e modo de

uso/aplicação

obedecem às instruções

recomendadas pelo

fabricante.

1.7 Produtos de

higienização

identificados e

guardados em local

adequado.

1.8 Disponibilidade e

adequação dos

utensílios (escovas,

esponjas etc.)

necessários à realização

da operação. Em bom

estado de conservação.

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129

1.9 Higienização

adequada.

2. EQUIPAMENTOS,

MÓVEIS E

UTENSÍLIOS.

2.1

EQUIPAMENTOS:

2.1.1 Equipamentos da

linha de produção com

desenho e número

adequado ao ramo.

2.1.2 Dispostos de

forma a permitir fácil

acesso e higienização

adequada.

2.1.3 Superfícies em

contato com alimentos

lisas, íntegras,

impermeáveis,

resistentes à corrosão,

de fácil higienização e

de material não

contaminante.

2.1.4 Em adequado

estado de conservação e

funcionamento.

2.1.5 Equipamentos de

conservação dos

alimentos

(refrigeradores,

congeladores, câmaras

frigoríficas e outros),

bem como os

destinados ao

processamento térmico,

com medidor de

temperatura localizado

em local apropriado e

em adequado

funcionamento.

2.1.6 Existência de

planilhas de registro da

temperatura,

conservadas durante

período adequado.

2.1.7 Existência de

registros que

comprovem que os

equipamentos e

maquinários passam por

manutenção preventiva.

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130

2.1.8 Existência de

registros que

comprovem a

calibração dos

instrumentos e

equipamentos de

medição ou

comprovante da

execução do serviço

quando a calibração for

realizada por empresas

terceirizadas.

2.2 MÓVEIS: (mesas,

bancadas, vitrines,

estantes)

2.2.1 Em número

suficiente, de material

apropriado, resistentes,

impermeáveis; em

adequado estado de

conservação, com

superfícies íntegras.

2.2.2 Com desenho que

permita uma fácil

higienização (lisos, sem

rugosidades e frestas).

2.3 UTENSÍLIOS:

2.3.1 Material não

contaminante,

resistentes à corrosão,

de tamanho e forma que

permitam fácil

higienização: em

adequado estado de

conservação e em

número suficiente e

apropriado ao tipo de

operação utilizada.

2.3.2 Armazenados em

local apropriado, de

forma organizada e

protegidos contra a

contaminação.

2.4.HIGIENIZAÇÃO

DOS

EQUIPAMENTOS E

MAQUINÁRIOS, E

DOS MÓVEIS E

UTENSÍLIOS:

2.4.1 Existência de um

responsável pela

operação de

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131

higienização

comprovadamente

capacitado.

2.4.2 Frequência de

higienização adequada.

2.4.3 Existência de

registro da

higienização.

2.4.4 Produtos de

higienização

regularizados pelo

Ministério da Saúde.

2.4.5 Disponibilidade

dos produtos de

higienização

necessários à realização

da operação.

2.4.6 Diluição dos

produtos de

higienização, tempo de

contato e modo de

uso/aplicação

obedecem às instruções

recomendadas pelo

fabricante.

2.4.7 Produtos de

higienização

identificados e

guardados em local

adequado.

2.4.8 Disponibilidade e

adequação dos

utensílios necessários à

realização da operação.

Em bom estado de

conservação.

2.4.9 Adequada

higienização.

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132

CHECK LIST - AVALIAÇÃO DAS FACILIDADES PARA CUMPRIMENTO DA

HIGIENE PESSOAL.

AVALIAÇÃO Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom

1 - Existem cartazes educativos para os

colaboradores e visitantes nas pias de

higienização de mãos e nas áreas de acessos aos

ambientes de manipulação?

2 - Há disponibilidade de sabonete bactericida

ou sabonete neutro e desinfetante, água e papel

toalha nas pias de higienização de mãos nas

áreas de manipulação?

3 - Existem cartazes educativos para os

colaboradores e visitantes nas pias de

higienização de mãos nos sanitários?

4 - As instalações sanitárias (vasos, descargas, e

pias) estão funcionando adequadamente?

5 - Há disponibilidade de sabonete bactericida

ou sabonete neutro e produto antisséptico, água,

papel toalha e papel higiênico nos sanitários?

6 - As lixeiras são mantidas tampadas (com

tampas acionadas por pedal) e estão abastecidos

com sacos plásticos?

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133

CHECK LIST - AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE HIGIENE E CONDUTA

PESSOAL.

AVALIAÇÃO Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom

1 - Os uniformes estão completos,

limpos, em bom estado de

conservação e são trocados

diariamente?

2 - Os colaboradores não usam

adornos (relógio, pulseira, anéis,

cordões, brincos, alianças, etc.)?

3 - Os colaboradores estão com os

cabelos totalmente cobertos e

devidamente barbeados?

4 - As unhas estão limpas, curtas e

sem esmalte?

5 - Os colaboradores não

apresentam algum tipo de

ferimento nas mãos, braços, ou

qualquer tipo de lesão ou doença

como gripe ou infecção?

6 - Os colaboradores cumprem as

atitudes de lavar e desinfetar as

mãos como recomendado, antes de

iniciar a manipulação de

alimentos, após usar o banheiro,

sempre que pegar em lixo e ao

mudar de atividade?

7- Os colaboradores sempre

praticam atitudes higiênicas como

não tossis ou espirar sobre os

alimentos e equipamentos, não

levar as mãos a boca , nariz e

orelhas , evitando contaminação?

8 - Os colaboradores cumprem a

recomendação de não fumar, não

se alimentar, não mascar chiclete

ou palito, etc., nas áreas de

trabalho?

9 - Os colaboradores retiram o

avental antes de ir ao banheiro ou

sair da área de trabalho?

10 - Os visitantes não entram na

empresa sem estarem devidamente

trajados (touca ou rede e/ou

jaleco)?

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134

CHECK LIST – REGISTRO DA OCORRÊNCIA DE PRAGAS.

DATA PRAGA

AVISTADA

SETOR DA

OCORRÊNCIA

LOCAL

ESPECÍFICO OBS. RESPONSÁVEL

Barata

Formiga

Rato

Mosca

Barata

Formiga

Rato

Mosca

Barata

Formiga

Rato

Mosca

Barata

Formiga

Rato

Mosca

Barata

Formiga

Rato

Mosca

Barata

Formiga

Rato

Mosca

Barata

Formiga

Rato

Mosca

Barata

Formiga

Rato

Mosca

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135

CONTROLE DE SANITIZAÇÃO DE HORTIFRUTÍCOLAS.

CONTROLE DE SANITIZAÇÃO DE HORTIFRUTÍCOLAS

Data Hora Alimento Solução sanitizante (ml

cloro/litros de água) Responsável

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136

CONTROLE DE TEMPERATURA DE ALIMENTOS QUENTES PRONTOS PARA O

CONSUMO.

CONTROLE DE TEMPERATURA DE ALIMENTOS QUENTES

PRONTOS PARA O CONSUMO

Data Hora Alimento Temperatura aferida

(°C) Responsável

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137

CONTROLE DE TEMPERATURA DE ALIMENTOS REFRIGERADOS PRONTOS

PARA O CONSUMO.

CONTROLE DE TEMPERATURA DE ALIMENTO REFRIGERADOS

PRONTOS PARA O CONSUMO

Data Hora Alimento Temperatura aferida

(°C) Responsável

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138

CONTROLE DE TEMPERATURA DE EQUIPAMENTOS E FREEZERES.

CONTROLE DE TEMPERATURA DE EQUIPAMENTOS E

FREEZERES

Mês: Hora:

Data

Câmara

Fria

Açougue

Câmara

Fria

Cozinha

Geladeira

Padaria

Geladeira

Açougue

Freezer

Açougue

Ação

Corretiva Responsável

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139

APÊNDICE III. INSTRUÇÕES DE TRABALHO

PROCEDIMENTO PARA

HIGIENIZAÇÃO DE

HORTIFRUTÍCOLAS

1. Selecionar e desprezar partes não

aproveitáveis;

2. Fazer pré-lavagem em água potável

corrente folha a folha ou um a um para

remover excesso de terra, larvas, etc;

3. Sanitizar por 10 minutos em solução

clorada (80 ml de água sanitária 2,5%

para 10 litros de água);

4. Enxaguar em água potável corrente;

5. Deixar secar naturalmente, mantendo

sob refrigeração e em recipiente limpo e

adequado até o momento de servir.

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140

PROCEDIMENTO PARA

HIGIENE DAS MÃOS

1. Molhe as mãos com água corrente;

2. Esfregue a palma e o dorso das

mãos com sabonete líquido neutro,

inodoro, inclusive as unhas e os

espaços entre os dedos, por

aproximadamente 20 segundos;

3. Enxágue bem com água corrente

retirando todo o sabonete;

4. Seque as mãos com papel toalha não

reciclado;

5. Esfregue as mãos com um pouco de

Álcool 70%.

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141

PROCEDIMENTO PARA

HIGIENIZAÇÃO DE

EQUIPAMENTOS

1. Retirar o excesso de resíduos com

escova.

2. Lavar a superfície com água e detergente

neutro.

3. Esfregar bem com a esponja.

4. Enxaguar com água corrente.

5. Aplicar a solução sanitizante

(hipoclorito de sódio a 200ppm – 80 ml

para 10 litros de água) e aguardar 15

minutos.

7. Enxaguar o excesso de sanitizante com

água corrente.

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142

PROCEDIMENTO PARA

HIGIENIZAÇÃO DE UTENSÍLIOS

1. Remover os resíduos grosseiros;

2. Lavar com detergente esfregando com

esponja sintética;

3. Enxaguar com água morna;

4. Sanitizar com solução de cloro contendo

100 ppm de cloro livre ou com álcool a

70%. Deixar secar naturalmente.

5. Colocar os utensílios pequenos

(espátulas, talheres, e outros) em potes

plásticos com tampa, até a reutilização;

6. Utensílios como bacias, potes e bandejas

devem ser mantidos emborcados para

facilitar o escoamento da água.

7. Antes do uso, sanitizar todos os

utensílios com solução de cloro contendo

100ppm de cloro livre ou utilizar álcool a

70%.

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143

APÊNDICE IV. CARTAZES

LAVAR AS MÃOS ANTES DAS

REFEIÇÕES

É IMPORTANTE NA PREVENÇÃO DE

DOENÇAS TRANSMITIDAS POR

ALIMENTOS.

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144

Que NÃO conversar,

espirrar e tossir sobre os alimentos

manterá sua refeição LIVRE de micróbios

que fazem mal a sua saúde.

Que mexer no

cabelo próximo

aos alimentos irá

contaminar as

refeições que

serão servidas

por você mesmo.

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145

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146

PROIBIDO A ENTRADA SEM

UNIFORME COMPLETO

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147

APÊNDICE C - APOSTILA EDUCATIVA – TREINAMENTO PARA

MANIPULADORES DE ALIMENTOS.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO TRIÂNGULO

MINEIRO, CAMPUS UBERABA

MESTRADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

TREINAMENTO DE BOAS PRÁTICAS

PARA MANIPULADORES DE

ALIMENTOS.

DISCENTE: ELAINE ALVES DOS SANTOS

ORIENTADORA: Dsc. DEBORAH SANTESSO BONNAS

UBERABA

Outubro-2013

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1.0 - NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA

A microbiologia estuda os microrganismos, ou seja, são seres vivos invisíveis a olho nu que

só podem ser vistos com auxílio de um microscópio.

Os microrganismos possuem rápida multiplicação. Estão presentes em todos os lugares: no

homem, na água, no solo e no ar, podendo prejudicar a qualidade dos alimentos e a saúde do

consumidor.

Estes microrganismos atingem os alimentos através de veículos transmissores como as mãos,

utensílios, equipamentos mal higienizados, insetos, entre outros.

1.1 - Microrganismos que podem contaminar os alimentos

● Bactérias: organismos unicelulares encontradas na natureza. Apresenta-se por diferentes

formas, podem formar biofilmes, Algumas são úteis ( produção de alimentos como queijos e

iogurte).Podem causar deterioração nos alimentos(alteração de cor e sabor),

doenças(Salmonella), e ou produzir toxinas(Staphyylococcus aureus).

● Fungos: dividem-se em dois grupos.

• Bolores: maiores que bactérias, podem ser deterioradores (alterações em doces e polpa de

frutas e pão) ou causar doenças, podem ser benéficos (utilizados na maturação de queijos).

• Leveduras: podem ser benéficas (utilizadas na produção de vinhos e cerveja). Podem er

prejudiciais (alteração de sabor, cor ou odor dos alimentos).

●Parasitas: Parasitas são organismos que vivem em associação com outros aos quais retiram

os meios para a sua sobrevivência, normalmente prejudicando o organismo hospedeiro, um

processo conhecido por parasitismo. Podem ser transmitidos ao homem através dos alimentos

e da água. Ex. de doenças: Giardíase, Toxoplasmose, Amebíase.

● Vírus: são menores que as bactérias podendo contaminar a água e os alimentos. Ex. de

doenças: Hepatite, Gripe.

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1.2 - CLASSIFICAÇÃO DOS MICRORGANISMOS

●Não patogênicos: são microrganismos que não oferecem risco a saúde humana. Podem ser

divididos entre: deterioradores (alteram as características de odor, cor e sabor dos alimentos) e

úteis (utilizados na fabricação dos alimentos como pão, vinho, cerveja, queijos entre outros).

●Patogênicos: são microrganismos que oferecem risco á saúde humana e geralmente não

alteram os alimentos, podendo causar morte. Ex. Salmonella.

1.3 - Fatores que afetam o crescimento dos microrganismos

●Temperatura: contribui para o crescimento microbiano. Entre 5°C e 65°C os microrganismos

multiplicam-se rapidamente. Abaixo de 5°C seu crescimento fica paralisado e acima de 100°C

ocorre morte dos mesmos.

●Umidade: quanto maior o grau de umidade do alimento, mais facilmente ele será atingido por

microrganismo, pois os mesmo utilizam esta água para se desenvolverem.

●Presença de oxigênio: existe microrganismo que se desenvolvem apenas na presença de

oxigênio (aeróbios), mas outros se desenvolvem na ausência (anaeróbios).

●pH: a maioria das bactérias patogênicas(causadoras de danos à saúde) desenvolvem-se em

pH entre 4,6 a 7,0.

●Presença de nutrientes: carboidratos (açúcares), proteínas, gorduras, vitaminas. Todos esses

nutrientes servem de alimento para os microrganismos.

Reprodução dos microrganismos

Em 7 horas, uma bactéria se transforma em mais de 4 milhões de bactérias.

1.4 - DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS

● Infecção: ingestão de células viáveis do micro-organismo: Salmonella, Escherichia coli.

● Intoxicação: ingestão de alimentos contendo toxinas: Clostridium botulinium,

Staphyylococcus aureus.

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2.0 - BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO

São os procedimentos necessários para garantir a qualidade dos alimentos/medicamentos e

outros produtos para consumo humano.

A adoção de Boas Práticas de fabricação nos estabelecimentos produtores de alimentos é

ferramenta primordial para a obtenção de produtos inócuos. Deve abranger todas as etapas do

processo: estrutura física do estabelecimento, higiene pessoal, operacional e ambiental,

manipulação dos alimentos durante sua obtenção.

2.1 - CONTAMINAÇÃO DOS ALIMENTOS

“A contaminação pode ser definida como qualquer ocorrência inaceitável de origem biológica

(microrganismos); química (pesticidas, metais pesados, antibióticos) e física (fragmentos de

metal, vidro, pedra, lascas)” (CARVALHO, 2001), ou seja, presença de qualquer material

estranho nos alimentos que prejudique sua qualidade ou o torne impróprio ao consumo

humano.

De acordo com o tipo de microrganismo encontrado em cada alimento, a contaminação trará

conseqüências mais ou menos importantes, variando desde a deterioração do produto até a

produção de intoxicações e infecções alimentares, com distintos graus de severidade para o

consumidor (SILVA, 2000).

●Contaminação Física: provocada por materiais que podem ser visíveis a olho nú: cabelo,

peças de bijuterias, vidro, madeira, pregos, etc.

●Contaminação Química: provocada pela presença de resíduos de produtos de limpeza,

agrotóxicos, inseticidas, aditivos químicos.

●Contaminação Biológica: Provocadas por microrganismos que não podem ser vistos a olho

nu, são os maiores causadores de contaminação nos alimentos.

3.0 - PREPARAÇÃO DE ALIMENTOS

Quando as matérias-primas e os ingredientes não forem utilizados por completo, devem ser

adequadamente acondicionados e identificados.

-Nome do produto;

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- Data da retirada da embalagem original;

- Prazo de validade após a abertura.

3.1 - TRATAMENTO TÉRMICO

Os alimentos prontos devem ser reaquecidos 70ºC em todas as partes. O tempo máximo

durabilidade é de um dia (24h).

3.2 Provas de alimentos

Como fazer?

Procure colocar em um pratinho ou utilizar uma colher exclusiva para “provar” e, em seguida,

descartá-la.

3.3 - SOBRAS QUENTES

Condições para o aproveitamento, mantidas com temperatura monitorizada (60°C ou acima e

abaixo de 10°C, ideal até 4°). Após reaquecimento “seguro”.

3.4 - SOBRAS FRIAS

-Refrigerar a 4ºC.

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4.0 - ÓLEOS

Óleos e gorduras utilizados no processo de fritura devem ser monitorados para que não

constituam uma fonte de contaminação química do alimento preparado.

Sempre que houver alteração nas características do óleo, como sabor, aroma, cor, textura,

formação de espuma e surgimento de fumaça, o óleo deverá ser substituído imediatamente.

5.0 - HIGIENE

A higiene dos alimentos compreende todas as medidas necessárias para garantir segurança,

salubridade e sanidade do alimento em todos os estágios de seu desenvolvimento, produção

até seu consumo final (PARDI, et al., 2001).

●Higiene Pessoal

Importância: evita que o alimento seja contaminado pela mão, uniforme ou hábitos

adotados pelo manipulador.

A higiene pessoal inclui-se dentre as medidas de prevenção primária visando a proteção do

indivíduo às doenças infecciosas e parasitárias.

●Higiene Corporal

•Tomar banho todos os dias;

• Manter os cabelos limpos e protegidos por touca;

•Manter os dentes escovados e limpos;

• Não utilizar barba, bigode ou costeleta;

• Não utilizar adornos;

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●Higiene das mãos

Lavar as mãos corretamente sempre:

•Antes de iniciar as atividades;

• Depois de utilizar o sanitário;

•Tossir, espirrar, assuar o nariz;

• Fumar, recolher o lixo;

• Iniciar novo serviço;

•Pegar e dinheiro;

•Manter as unhas sempre bem aparadas e limpas;

• Não utilizar esmaltes;

•Não utilizar anéis, alianças;

ETAPAS DE LAVAGEM DAS MÃOS:

1 - Molhar as mãos e antebraços com água;

2 - Ensaboar as mãos com sabão liquido em todas as áreas (palmas, dorso, entre os dedos,

unhas, ponta dos dedos, punhos e antebraço);

3 - Enxaguar as mãos e antebraços;

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4 - Secar as mãos com papel toalha;

●Higiene dos uniformes

•Manter uniformes limpos e em bom estado de conservação;

• Utilizar touca de proteção para cabelos;

•As botas devem estar sempre limpas;

• Não enxugar a mão no uniforme;

• Não sentar no chão de uniforme;

• Não limpar o rosto no uniforme;

CUIDADOS A SEREM TOMADOS

•Evitar conversa demasiadas;

•Não tossir ou espirrar sobre os alimentos;

• Proibido fumar na área de manipulação;

• Proibido comer na área de manipulação;

• Proibido mascar chicletes ou balas;

• Proteger ferimentos;

•Evitar se coçar;

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• Ter boas condições de saúde;

• Utilizar o uniforme exclusivamente no local de trabalho;

• Ter bons hábitos higiênicos;

• Ter boas condições de saúde;

• Utilizar o uniforme exclusivamente no local de trabalho;

• Ter bons hábitos higiênicos;

●Estrutura física

Piso, paredes, forros, tetos e janelas devem ser cores claras, de superfície lisa, resistentes,

laváveis e impermeáveis.

OBS: TODOS devem estar em bom estado de CONSERVAÇÃO e HIGIENE.

●Instalações Sanitárias

•Sem comunicação com a área de manipulação;

•Facilidade para higiene pessoal;

• Ventilação adequada com janelas teladas;

•Bom estado de conservação e higiene;

●Higiene Ambiental

A higienização deve se feita diariamente antes e após o termino das atividades nos

equipamentos, utensílios e estrutura física que envolvem a área de produção.

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ETAPAS DO PROCESSO DE LIMPEZA

• Remoção dos resíduos;

• Pré-lavagem;

• Lavagem;

• Enxague;

• Sanificação;

• Enxague;

CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE HIGIENE

Reclamações;

Desperdício de produção;

Pagar indenizações;

Perdas de clientes;

Perda da reputação;

A empresa fica sujeita a multas pesadas;

Estabelecimento pode ser fechado;

Perda do emprego;

BENEFICIOS DA HIGIENE ADEQUADA

Ambiente de trabalho saudável e produtivo;

Respeito á lei, coma fiscalização do Serviço de inspeção;

Satisfação pessoal e profissional;

Garantia de emprego;

Não ocorrência de aborrecimentos e transtornos.

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4.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARVALHO, E.P. Microbiologia de alimentos, saúde pública e legislação. 1. ed. Lavras:

UFLA/FAEP, 2001. 171p.

PARDI, M. C.; SANTOS, I. F.; SOUZA, E. R.; PARDI, H. S. Ciência, higiene e tecnologia

da carne. 2. ed. Goiânia: Ed. da UFG, v.1, 2001.623p.

SILVA, J. A. Tópicos da Tecnologia de alimentos. São Paulo: Varela, 2000. 227p.

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APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS

DOS MANIPULADORES.

1 - Marque a alternativa que define o que são micro-organismos:

A) Seres vivos que são visíveis a olho nu e que não causam danos à saúde.

B) Organismos vivos que só podem ser encontrados nos alimentos e em grande quantidade.

C) Seres vivos de tamanho muito reduzido, que não são visíveis a olho nu, que podem

contaminar os alimentos.

D) Seres vivos, que são visíveis a olho nu e que não possuem funções benéficas aos

alimentos.

E) Organismos vivos que não são encontrados em alimentos de bom aspecto.

2 - Marque a alternativa incorreta:

A) É proibido tossir ou espirrar sobre os alimentos.

B) É proibido comer na área de manipulação.

C) É proibido evitar conversas excessivas.

D) É proibido fumar na área de manipulação.

E) É proibido mascar chicletes ou balas.

3 - Marque a alternativa que descreve condições para o crescimento de micro-

organismos:

A) Alimento, baixa temperatura e alta acidez.

B) Alimento, temperatura e umidade.

C) Alta acidez, tempo e ausência de alimento.

D)Tempo, baixa umidade e alta acidez.

E) Ausência de alimento, baixa acidez e umidade.

4 - Marque a alternativa que cita os fatores a serem adotados para se evitar a

multiplicação de microrganismos:

A) Limpeza, alta umidade e baixa acidez.

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B) Limpeza, alta temperatura e alta umidade.

C) Alta umidade, alta temperatura e baixa acidez.

D) Limpeza, baixa temperatura e baixa umidade.

E ) Alta umidade, baixa temperatura e baixa acidez.

5 - Marque a alternativa que descreva quando devemos fazer a higienização das mãos:

A) Devemos higienizar as mãos antes de pegar no dinheiro e trocar o lixo.

B) Devemos higienizar as mãos depois de colocar luvas e manipular alimentos.

C) Devemos higienizar as mãos depois de ir ao sanitário e retirar o lixo.

D) Devemos higienizar as mãos antes de fumar e coçar a cabeça.

E) Devemos higienizar as mãos antes de falar ao telefone e retirar o lixo.

6 - Marque a alternativa que descreve os cuidados que devemos ter com os uniformes:

A) Os funcionários devem vir uniformizados de suas casas.

B) Os uniformes devem ser utilizados, mesmo não estando em boas condições.

C) Não sentar no chão quando estiver utilizando o uniforme.

D) O avental não deve ser retirado antes de ir ao sanitário.

E) Quando estivermos de uniforme podemos pentear os cabelos.

7 - Marque a alternativa que defina o que são doenças transmitidas por alimentos

(DTA´s):

A) São doenças provocadas pelo consumo de alimentos contaminados com micróbios

prejudiciais à saúde.

B) São doenças provocadas pela ingestão de alimentos amassados.

C) São doenças provocadas pela ingestão de alimentos saudáveis.

D) Para pessoas sadias as DTA´s podem levar à morte.

E) Para crianças, grávidas e idosos os sintomas são passageiros.

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8 - Marque a alternativa que defina o que é contaminação cruzada:

A) Lavar as mãos somente quando utilizar o banheiro.

B) Contaminação que acontece quando utilizamos utensílios (facas) para contarmos alimentos

como carne, hortaliças e batatas sem realizarmos a lavagem desta faca.

C) Utilizar uniformes sujos.

D) Trabalhar mesmo quando estiver gripado.

E) Fazer uso de luvas e não lavar as mãos.

9 - Marque a alternativa correta:

A) É permitido a utilização de maquiagem de cor clara e perfumes de odor fraco.

B) Os microrganismos são encontrados somente no ar que respiramos.

C) Quando utilizamos utensílios mal higienizados podemos contaminar os alimentos.

D) É permitido a utilização de brincos desde que estejam cobertos por contentor de cabelos.

E ) É permitido a utilização de barba, bigode ou costeleta.

10 - Marque a alternativa que define higiene dos alimentos:

A) Conjunto de procedimentos que devem ser adotados para produção de alimentos

contaminados

B) Conjunto de procedimentos que devem ser adotados para produção de alimentos nocivos a

saúde do homem

C) Conjunto de procedimentos que devem ser adotados para produção de alimentos seguros

D) Conjunto de procedimentos que devem ser adotados para produção de alimentos que traga

danos a qualidade dos mesmos

E) Conjunto de procedimentos que devem ser adotados apenas na área limpa do abatedouro.

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APÊNDICE E – ANÁLISES ESTATÍSTICAS.

Tabela 2. Perfil higiênico- sanitário geral da UAN antes e após a implantação das

Ferramentas de Gestão da Qualidade dos alimentos.

Conforme (%) Não Conforme (%) Não aplicável (%)

ANTES Padaria 25,14 57,9 16,95

DEPOIS Padaria 55,26 28,48 16,26

P-valor 0,0001* 0,0001*

ANTES Açougue 35,08 49,7 15,2

DEPOIS Açougue 58,14 25,58 16,28

P-valor 0,0001* 0,0001*

ANTES Refeitório 28,07 54,97 16,95

DEPOIS Refeitório 58,14 28,48 13,38

P-valor 0,0001* 0,0001* *Significativo de acordo com o Teste Binomial para diferença de proporções (p< 0,05).