Impeachment de 1992 x Manifestações de Junho de 2013 - Oficina Pedagógica

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Título da oficina pedagógica sobre impeachment de 1992 e manifestações de junho de 2013. Por Pedro Ivan Lemos Rappoport 1 Ficha Temática FONTE: Imagem 1 – Caras Pintadas fazem passeata pedindo impeachment de Collor em 1992. Pessoa/25.08.1992/AE. Disponível em: http://noticias.r7.com/brasil/noticias/ha-20-anos-caras- pintadas-invadiam-as-ruas-do-pais-pedindo-a-saida-de-collor- 20120929.html Imagem 2 – Multidão que tomou os centros das cidades lembra as imagens de 1984 nas marchas pelas eleições diretas, e o impeachment de Collor, em 1992, mas caráter apartidário e pluralidade de causas são novidades. Arquivo/CPDOC JB. Disponível em: http://www.jb.com.br/media/fotos/2013/06/18/900x510both/cara spintadas107_1.jpg Imagem 3 – Ponte Estaiada, em São Paulo, foi um dos palcos das manifestações em São Paulo. Miguel Schincariol/AFP. Disponível em: http://imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2013/06/18 /407543/20130618072913558434a.jpg Imagem 4 – Manifestante sozinho observa policiais atirando bombas e balas de borracha contra as pessoas no cruzamento das ruas da Consolação e Caio Prado, no centro de São Paulo. Gustavo Basso/UOL. Disponível em: http://imguol.com/c/noticias/2013/06/14/13jun2013--- manifestante-sozinho-observa-policiais-atirando-bombas-e- 1 Graduando em História pela Universidade de Brasília. Trabalho resultado da disciplina Laboratório de Ensino de História ministrada pela prof.ª Edlene Oliveira Silva.

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oficina pedagógica sobre impeachment de 1992 e manifestações de junho de 2013

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Ttulo da oficina pedaggica sobre impeachment de 1992 e manifestaes de junho de 2013.Por Pedro Ivan Lemos Rappoport

Ficha TemticaFONTE:

Imagem 1 Caras Pintadas fazem passeata pedindo impeachment de Collor em 1992. Pessoa/25.08.1992/AE. Disponvel em: http://noticias.r7.com/brasil/noticias/ha-20-anos-caras-pintadas-invadiam-as-ruas-do-pais-pedindo-a-saida-de-collor-20120929.htmlImagem 2 Multido que tomou os centros das cidades lembra as imagens de 1984 nas marchas pelas eleies diretas, e o impeachment de Collor, em 1992, mas carter apartidrio e pluralidade de causas so novidades. Arquivo/CPDOC JB. Disponvel em: http://www.jb.com.br/media/fotos/2013/06/18/900x510both/caraspintadas107_1.jpgImagem 3 Ponte Estaiada, em So Paulo, foi um dos palcos das manifestaes em So Paulo. Miguel Schincariol/AFP. Disponvel em: http://imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2013/06/18/407543/20130618072913558434a.jpgImagem 4 Manifestante sozinho observa policiais atirando bombas e balas de borracha contra as pessoas no cruzamento das ruas da Consolao e Caio Prado, no centro de So Paulo. Gustavo Basso/UOL. Disponvel em: http://imguol.com/c/noticias/2013/06/14/13jun2013---manifestante-sozinho-observa-policiais-atirando-bombas-e-balas-de-borracha-contra-as-pessoas-no-cruzamento-das-ruas-da-consolacao-e-caio-prado-no-centro-de-sao-paulo-1371195755911_615x300.jpg

TIPO DE FONTE: Fotografias.

CENRIO:

Imagem 1 e 2 Em setembro de 1992 produziu-se neste pas um dos mais surpreendentes desfechos para uma crise poltica que tudo indicava se encaminharia, como de costume, ou para mais uma ruptura da institucionalidade, ou, menos dramaticamente, para a manuteno no poder, at seu termo legal, de um governo em decomposio, sem credibilidade e, portanto, impotente diante de dificuldades que j se interpretavam como igualmente crnicas e insolveis.

Quando, em 29 de setembro daquele j distante ano de 1992, sem golpe, sem interferncia militar, os brasileiros acompanharam via TV e rdio, ao vivo, a deposio legal do presidente Texto disponvel em: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/FernandoCollorPara especialistas, a atrao de tantas pessoas, principalmente jovens, para o movimento dos caras-pintadas foi resultado de uma insatisfao com o governo e suas polticas, somado a anos de uma tentativa de participao popular frustrada.

O cientista poltico da UnB (Universidade de Braslia) Paulo Kramer, explica que os anos de ditadura foram o grande fator de peso para o sucesso dos caras-pintadas.

Muita gente que nem era considerada politizada foi para a rua protestar. A mesma razo que fez com que a primeira eleio presidencial tivesse tantos candidatos fez com que as pessoas sassem na rua para pedir que o primeiro presidente eleito deixasse o cargo. As pessoas queriam ter voz, participar da poltica, depois de tantos anos "presas".

Para Kramer, o impeachment1 foi necessrio do ponto de vista de aprendizado democrtico, foi um "amadurecimento".

O especialista em poltica da Fundao Escola de Sociologia e Poltica de So Paulo, Hilton Fernandes, concorda com o colega. Para ele, os jovens com as caras pintadas2 na rua foram importantes para aumentar a presso sobre o Congresso e pavimentar as condies que culminaram no impeachment do presidente.

Os "caras-pintadas" podem no ter formado um movimento estruturado, mas serviram para criar uma sensao de que possvel contestar as lideranas polticas e a situao da populao levando sua opinio para as ruas. Em 1992, uma grande parcela dos estudantes que foram para as ruas no estava realmente envolvida com a questo poltica do movimento. Levados pela comoo do momento, seguiam lideranas estudantis que coordenaram os protestos.

Texto disponvel em: http://noticias.r7.com/brasil/noticias/ha-20-anos-caras-pintadas-invadiam-as-ruas-do-pais-pedindo-a-saida-de-collor-20120929.htmlImagem 3 Uma onda gigante de protestos avana pelo pas e ontem varreu pelo menos 10 capitais e algumas dezenas de cidades do interior. Nos bastidores polticos e dos prprios movimentos, era inevitvel a comparao com os dois maiores movimentos populares ocorridos no pas nos ltimos 30 anos: o Diretas J3, que em 1983 e 1984 pedia eleies diretas no Brasil, e o dos caras-pintadas, que mobilizou os estudantes no decorrer de 1992 pelo impeachment do ento presidente Fernando Collor. Desta vez, porm, os manifestantes, convocados 100% pelas redes sociais, no querem ir s urnas nem derrubar a presidente Dilma Rousseff. O estopim do momento so os reajustes da passagem de nibus e os gastos excessivos com a Copa do Mundo e a Olimpada.Texto disponvel em: http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/brasil/2013/06/18/interna_brasil,445397/onda-de-protestos-e-comparada-as-diretas-ja-e-aos-caras-pintadas.shtmlImagem 4 O estopim das manifestaes paulistanas foi o aumento da tarifa do transporte pblico e a ao contestatria da esquerda com o Movimento Passe Livre (MPL)4, cuja existncia data de 2005 e composto por militantes de partidos de esquerda. Em sua reivindicao especfica, o movimento foi vitorioso sob dois aspectos. Conseguiu a reduo da tarifa e definiu a questo do transporte pblico no plano dos direitos dos cidados, e portanto afirmou o ncleo da prtica democrtica, qual seja, a criao e defesa de direitos por intermdio da explicitao (e no do ocultamento) dos conflitos sociais e polticos.O grande destaque dado s manifestaes contra o aumento da tarifa em So Paulo em 2013 no se deu pelas reivindicaes populares pelo transporte pblico de qualidade e a preo justo na cidade, mas sim pela dimenso que o evento assumiu. Iniciada como manifestao local avessa ao acrscimo de R$ 0,20 (vinte centavos de real) na passagem, os protestos prontamente incorporaram novas bandeiras e se proliferaram pelo pas. Em pouco tempo, a problemtica do transporte pblico urbano foi somada a uma srie de reivindicaes dirigidas aos poderes de Estado, as quais exigiam, entre outras medidas, o aperfeioamento no funcionamento do Estado a fim de atender aos anseios atuais da sociedade brasileira.Texto adaptado do original disponvel em: http://www.teoriaedebate.org.br/materias/nacional/manifestacoes-de-junho-de-2013-na-cidade-de-sao-paulo?page=full

TEMA: Ttulo da oficina pedaggica sobre impeachment de 1992 e manifestaes de junho de 2013.

IMAGENS:

(Imagem 1 Caras Pintadas fazem passeata pedindo impeachment de Collor em 1992)

(Imagem 2 Multido que tomou os centros das cidades lembra as imagens de 1984 nas marchas pelas eleies diretas, e o impeachment de Collor, em 1992, mas carter apartidrio e pluralidade de causas so novidades)

(Imagem 3 Ponte Estaiada, em So Paulo, foi um dos palcos das manifestaes em So Paulo)

(Imagem 4 Manifestante sozinho observa policiais atirando bombas e balas de borracha contra as pessoas no cruzamento das ruas da Consolao e Caio Prado, no centro de So Paulo)

PALAVRAS-CHAVE: Caras Pintadas, Impeachment, Manifestaes Populares, Represso, Violncia

GLOSSRIO:

1. Impeachment: o processo de cassao de mandato do chefe do poder.2. Caras Pintadas: foi o movimento estudantil brasileiro realizado no deccorer do ano de 1992, que teve como objetivo principal o impeachment do presidente Fernando Collor de Melo.3. Diretas J!: foi um movimento civil de reivindicao por eleies presidenciais diretas no Brasil ocorrido em 1983-1984.4. Movimento Passe Livre (MPL): um movimento social brasileiro que luta por um transporte pblico de verdade, fora da iniciativa privada. Uma das principais bandeiras do movimento a migrao do sistema de transporte privado para um sistema pblico, garantindo o acesso universal atravs do passe livre para todas as camadas da populao. Hoje, o MPL quer aprofundar o debate sobre o direito de ir e vir, sobre a mobilidade urbana nas grandes cidades e sobre um novo modelo de transporte para o Brasil. A revolta popular que originou os princpios e a idia do Movimento Passe Livre aconteceu em Salvador, capital da Bahia. Em 2003, milhares de jovens, estudantes, trabalhadores e trabalhadoras fecharam as vias pblicas, protestando contra o aumento da tarifa. Durante 10 dias, a cidade ficou paralisada. O evento foi to significativo que se tornou um documentrio, chamado A Revolta do Buzu, de Carlos Pronzato. O filme mostra como a Unio Nacional dos Estudantes (UNE) e a Unio Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) tentaram liderar uma revolta que no iniciaram. A Revolta do Buzu, at ento, era caracterizada como um movimento autnomo e espontneo. Aps o racha, a UNE e as outras organizaes se colocaram contrrias ao movimento porque no conseguiram lider-lo. O Movimento Passe Livre, que hoje est presente em todas as regies do pas, nas principais cidades.

PROPOSTAS PEDAGGICAS

1) Introduo

1. O Brasil assistiu entre junho e julho de 2013 a uma srie de manifestaes desencadeadas em todo o Brasil a partir dos protestos contrrios ao aumento da tarifa de transporte coletivo na cidade de So Paulo. Essas manifestaes foram contidas muitas vezes com fora excessiva por parte do governo/da polcia.

a. Pode-se considerar esse ato de conteno como uma represso/opresso do governo/policia perante o povo? Por qu?

2. Em sua opinio, existe alguma atitude (atitudes) do governo ou polcia que seja antidemocrtica? Qual, quais?

3. O que voc sabe sobre os caras-pintadas do impeachment do presidente Collor em 1992? Quais motivos levaram os estudantes a se mobilizarem?

4. Em sua opinio, quais foram os motivos que levaram parte da populao a participar das recentes manifestaes no Brasil? Voc concorda com esses motivos? Por qu?

5. Voc tambm participaria? Por qu?

6. Em sua opinio, como a mdia retratou as manifestaes de 2013? Voc concorda com essa abordagem? Por qu?

7. Existe algum tipo de censura em nossa sociedade atual? Qual, quais?SUGESTO METODOLGICA:

Estas perguntas tm como finalidade identificar os conhecimentos prvios dos alunos sobre manifestaes populares e o movimento dos Caras Pintadas que pressionou o impeachment de Collor em 1992, bem como a viso dos discentes acerca das manifestaes populares que ocorreram em junho de 2013.

Antes de apresentar aos alunos as quatro imagens listadas, passe o vdeo A Voz do Povo Manifestao no Congresso Nacional, com intuito de instigar o entendimento de movimento e manifestao popular.

Disponvel em: https://www.youtube.com/watch?v=jKC1gAoHM3o

2) Observe atentamente as imagens e analise-as criticamente:

* Apresente aos alunos as imagens, impressas ou com o auxlio do Datashow.

Imagem 1 e 2. Observe as imagens e analise a estrutura da manifestao dos Caras Pintadas em 1992. Existe uma liderana clara? Qual a pauta da manifestao? Existe violncia? Imagem 3. Observe a imagem. Qual a proporo, em nmero de pessoas, da manifestao de junho de 2013? equiparvel de 1992? Imagem 4. Observe a imagem e analise a atitude policial frente ao manifestante. Qual sua opinio? Comparando as quatro imagens. Quais so as semelhanas e diferenas entre as aes retratadas nas quatro imagens?3) Estabelecendo relaes entre o presente e o passado

(Imagem 5 Protesto do Movimento Passe Livre em So Paulo. Mdia NINJA. Disponvel em: http://www.ebc.com.br/sites/default/files/mpls_sp_midia_ninja.jpg)

(Imagem 6 Estudantes tomaram a laje do Congresso Nacional durante manifestao na esplanada. Andr Coelho/Agncia O Globo. Disponvel em: http://og.infg.com.br/in/12763421-06a-b52/FT1500A/550/2013-676022304-2013-622168692-2013-622111296-2013061735066.jpg_20130617.jpg_.jpg)

(Imagem 7 Giuliana Vallone, reprter da folha, que foi atingida por um disparo de bala de borracha da tropa de choque da Polcia Militar. Diego Zanchetta/Estado Contedo. Disponvel em: http://f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/13164950.jpeg)

(Imagem 8 PM espirra spray de pimenta sobre manifestante durante protesto no Rio de Janeiro contra aumento das tarifas de nibus. Victor R. Caivano/AP. Disponvel em: http://racismoambiental.net.br/wp-content/upLoads/2013/06/spray.jpg)ATIVIDADE 01:

Apresente o vdeo sntese do documentrio JUNHO O ms que abalou o Brasil: Melhor cobertura das manifestaes no Brasil (disponvel em https://www.youtube.com/watch?v=FxGm02YwPKA&list=TL4d6b6GzDiIE) e responda:

Quais semelhanas e diferenas podem ser identificadas entre as manifestaes de 2013 e as manifestaes de 1992? Justifique.ATIVIDADE 02:Vai Ser Assim

[Introduo]

, dizem que no pra voc

Essa histria de vencer

E sonhar e conquistar

Eu digo que pra voc

Essa histria de vencer

De sonhar e conquistar

[Verso 1]

Eles querem forjar heris

Pra manter o povo sem voz

o soco no queixo, lapada no beioO tambor de criola merece respeito

Duro saber que o pas que almejo

J foi vendido por um baixo preo

Ento faam das flores navalhas

Que farei das canes baionetas

A verdade o todo e o todo o povo

Meu povo sofrido e no foge da luta

Pois em casa de menino de rua

O ltimo a dormir apaga a lua

[Refro]

Vai, que eu quero encontrar este lugar

E possa dizer: Valeu a pena essa porra de vez!

(2X)

[Ponte]

Vai ser assim, senhor...

(2X)

[Refro]

Vai, que eu quero encontrar este lugar

E possa dizer: Valeu a pena essa porra de vez!

Criolo

Analise a cano Vai Ser Assim.

possvel identificar elementos de crtica situao das manifestaes de 2013? Quais?

ATIVIDADE 03:Agentes do caos

Contra manifestantes, PM paulista agiu com inaceitvel violncia, que lhe cumpria coibir; paradoxalmente, ajudou a parar So Paulo

A Polcia Militar do Estado de So Paulo protagonizou, na noite de anteontem, um espetculo de despreparo, truculncia e falta de controle ainda mais grave que o vandalismo e a violncia dos manifestantes, que tinha por misso coibir. Cabe PM impor a ordem, e no contribuir para a desordem.

O Movimento Passe Livre preconiza a paralisao de So Paulo em nome da irreal reivindicao de tarifa zero para os transportes pblicos. Tolera, se no acolhe, faces interessadas apenas em depredar equipamentos pblicos, que num intervalo de seis dias transformaram reas centrais da capital, por trs vezes, em praas de guerra.

No quarto protesto, a responsvel maior pela violncia passou a ser a prpria PM. Pessoas sem envolvimento no confronto foram vtimas da brutalidade policial. Transeuntes, funcionrios do comrcio, manifestantes pacficos e at frequentadores de bar foram atacados com cassetetes e bombas.

Sete reprteres daFolhaterminaram atingidos, quatro deles com balas de borracha, em meio violncia indiscriminada da polcia. A jornalista Giuliana Vallone foi alvejada no olho e recebeu 15 pontos no rosto. O comandante da PM diz que o disparo foi feito para o cho.

No s por solidariedade profissional que se mencionam, neste espao, as agresses sofridas por reprteres desta Folha --e de outros rgos de imprensa. Antes de mais nada, como qualquer cidado, eles no poderiam ser atacados por policiais cuja ao no parecia obedecer a qualquer plano ou estratgia.

H uma razo adicional para a fora policial no tomar jornalistas por alvo: o trabalho da imprensa oferece um testemunho expurgado do radicalismo sectrio que se impregnou nas manifestaes contra o aumento das tarifas.

As arbitrariedades cometidas pela polcia no quarto protesto no poderiam contrastar de modo mais ntido com a exemplar disciplina exibida pelo PM Wanderlei Vignoli, na terceira manifestao. Ele sacou a arma, mas no disparou, mesmo isolado e ferido por manifestantes. "Somos treinados para manter o autocontrole", declarou.

Lamentavelmente, o comportamento da PM na quinta-feira veio impugnar a expectativa de que a tropa revelasse o mesmo senso de equilbrio e, por que no, de coragem. Pois h coragem em manter a calma e o discernimento sob ameaa de uma multido. Revela-se despreparo --e covardia--, entretanto, quando se ataca indiscriminadamente a populao indefesa, ainda que sob a justificativa de defender a liberdade de ir e vir dos prejudicados pela manifestao.

Nem mesmo o saldo de 13 PMs feridos justifica o emprego de meios excessivos pela polcia. Tampouco foi eficaz a ao da PM, afinal ela acabou contribuindo para paralisar a cidade, mais at do que o prprio protesto.

De promotores da paz pblica, policiais transformaram-se em agentes do caos e da truculncia que lhes cabia reprimir, dentro da lei, da legitimidade e da razo.Editorial Folha de So Paulo, 15 de junho de 2013. Disponvel em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/113982-agentes-do-caos.shtmlAnalise o texto acima e as imagens de 5 a 8 e estabelea um debate sobre as questes de violncia, repercusso de mdia, represso e movimentos populares. As manifestaes de junho de 2013 tiveram tanto impacto quanto as de 1992?

Sabendo que o editorial analisado de um grande veculo de comunicao brasileiro (Folha de So Paulo), e que ele est criticando o endurecimento da poltica contra os manifestantes, como podemos compreender a nova era das mdias instantneas de fcil divulgao? possvel a manifestao sem violncia?

RECURSOS DIDTICOS AUXILIARES:

Depoimentos: O protesto de 17 de junho de 2013. Revista de Histria. (Disponvel em http://www.revistadehistoria.com.br/secao/reportagem/o-protesto-de-17-de-junho-de-2013). Documentrio: JUNHO O ms que abalou o Brasil. (Disponvel em https://www.youtube.com/watch?v=5zVcuhA8MYk). Documentrio: RIO EM CHAMAS. (Disponvel em https://www.youtube.com/watch?v=9ZGv0MJqmCc) Documentrio: A cobertura NINJA nas manifestaes de junho de 2013. (Disponvel em https://www.youtube.com/watch?v=5yjvo9RJ50U). Infogrfico: Resultados das manifestaes de junho. (Disponvel em http://g1.globo.com/brasil/linha-tempo-manifestacoes-2013/platb/). Matria: #vemprarua, Folha. Folha de So Paulo, 30 de junho de 2013. Por Suzana Singer. (Disponvel em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ombudsman/116581-vemprarua-folha.shtml) Matria: Por que estamos nas ruas. Folha de So Paulo, 13 de junho de 2013. Por Nina Cappello, Erica de Oliveira, Daniel Guimares e Rafael Siqueira. (Disponvel em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/113691-por-que-estamos-nas-ruas.shtml)

Matria: Anonymous quem? O Estado de So Paulo, 22 de junho de 2013. Por Juliana Sayuri. (Disponvel em: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,anonymous-quem,1045696)

Matria: Na passeata, a busca de solues coletivas. O Estado de So Paulo, 23 de junho de 2013. Por Lourival Santanna. (Disponvel em: http://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,na-passeata-a-busca-de-solucoes-coletivas-imp-,1045890)

Matria: Sem cultura, no h ascenso social, entrevista com Jess Souza. Gazeta do Povo, 02 de junho de 2013. Por Cristiano Castilho. (Disponvel em: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1378017&tit=Sem-cultura-nao-ha-ascensao-social)

Msica: Vai Ser Assim. Criolo, 2014. (Disponvel em https://www.youtube.com/watch?v=7wHVR5aOtms). Vdeo: O DESPERTAR DO BRASIL #VEMPRARUA Manifestaes em Junho de 2013. (Disponvel em https://www.youtube.com/watch?v=sh0My2MdalA).

INDICAES BIBLIOGRFICAS:

CHAU, M. As manifestaes de junho de 2013 na cidade de So Paulo. Revista Teoria e Debate, ed. 113, Junho de 2013. Disponvel em http://www.teoriaedebate.org.br/materias/nacional/manifestacoes-de-junho-de-2013-na-cidade-de-sao-paulo. CHAU, M. Conformismo e Resistncias: Aspectos da cultura popular no Brasil. So Paulo: Brasiliense, 1989.

LIMA, V. A. de. As manifestaes de junho e a mdia. Revista Teoria e Debate, ed. 113, Junho de 2013. Disponvel em http://www.teoriaedebate.org.br/colunas/midia/manifestacoes-de-junho-e-midia.

SOUZA, A. O impeachment de Collor e a reforma institucional no Brasil. In: ROSENN, K. S.; DOWNES, R. (orgs.). Corrupo e reforma poltica no Brasil: o impacto do impeachment de Collor. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2000.

VIANNA, A. M. As multides de junho de 2013 no Brasil: o desafio de explicar e compreender. Revista Espao Acadmico. Vol. 13 n. 146. Julho de 2013. Disponvel em http://eduem.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/21301/11348.

Graduando em Histria pela Universidade de Braslia. Trabalho resultado da disciplina Laboratrio de Ensino de Histria ministrada pela prof. Edlene Oliveira Silva.