Impactos Ecológicos_fragmentos Da Mata Atlântica

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* Programa de Pós-Graduação em Biologia Comparada, Nupélia/Universidade Estadual de Maringá. Email: [email protected] ** Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência e Matemática, Universidade Estadual de Maringá. E-mail: [email protected] IMPACTOS ECOLÓGICOS EM UM FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA: UMA ABORDAGEM MACROECOLÓGICA POR MEIO DE IMAGENS RESUMO Palavras-chave INTRODUÇÃO Fagner de Souza Verônica Klepka O crescimento não planejado das áreas urbanas é um dos grandes problemas na conservação de fragmentos florestais. Lacunas na legislação brasileira vêm causando disputas de territórios entre órgãos governamentais e proprietários de terras. O objetivo deste trabalho foi calcular a área de fragmentos florestais com características visuais diferentes, relacionando os dados obtidos com conceitos ecológicos gerais de conservação. Foram utilizadas imagens da Unidade de Conservação Parque Ecológico da Raposa, em Apucarana - Paraná, extraídas do software Google Earth , e cálculo de áreas, utilizando o Software Autocad 2007. Foram encontrados cerca de 40 fragmentos que totalizaram uma área de 41.845,90 m². A maior porcentagem de área foi a do fragmento de cobertura vegetal densa (CVD), com 50,06% distribuída em 14 fragmentos ao longo da área total, porém esse resultado pode não estar refletindo um ambiente mais conservado, principalmente devido à distância e à falta de ligações entre os fragmentos florestais. : Fragmentação florestal. Equilíbrio ecológico. Áreas de conservação. Entende-se por fragmentos florestais, as partes remanescentes de florestas nativas, separadas umas das outras (VIANA; PINHEIRO, * ** ® ® Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 9, n. 1, p. 95-107, 2013 95

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* Programa de Pós-Graduação em Biologia Comparada, Nupélia/Universidade Estadual de Maringá.Email: [email protected]

** Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência e Matemática, Universidade Estadual deMaringá. E-mail: [email protected]

IMPACTOS ECOLÓGICOS EM UM FRAGMENTO DE MATAATLÂNTICA: UMA ABORDAGEM MACROECOLÓGICA

POR MEIO DE IMAGENS

RESUMO

Palavras-chave

INTRODUÇÃO

Fagner de SouzaVerônica Klepka

O crescimento não planejado das áreas urbanas é um dos grandesproblemas na conservação de fragmentos florestais. Lacunas nalegislação brasileira vêm causando disputas de territórios entre órgãosgovernamentais e proprietários de terras. O objetivo deste trabalho foicalcular a área de fragmentos florestais com características visuaisdiferentes, relacionando os dados obtidos com conceitos ecológicosgerais de conservação. Foram utilizadas imagens da Unidade deConservação Parque Ecológico da Raposa, em Apucarana - Paraná,extraídas do software Google Earth , e cálculo de áreas, utilizando oSoftwareAutocad 2007. Foram encontrados cerca de 40 fragmentos quetotalizaram uma área de 41.845,90 m².Amaior porcentagem de área foi ado fragmento de cobertura vegetal densa (CVD), com 50,06%distribuída em 14 fragmentos ao longo da área total, porém esseresultado pode não estar refletindo um ambiente mais conservado,principalmente devido à distância e à falta de ligações entre osfragmentos florestais.

: Fragmentação florestal. Equilíbrio ecológico. Áreas deconservação.

Entende-se por fragmentos florestais, as partes remanescentes deflorestas nativas, separadas umas das outras (VIANA; PINHEIRO,

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1998), decorrentes das perturbações antrópicas tais como, expansão daagricultura e da pecuária, queima, extração de madeira, além do cultivocomercial e, portanto, consequente desmatamento local (LAURANCE;VASCONCELOS, 2009).

Resultante destas perturbações, mudanças afetam de formadiferenciada a dinâmica das espécies e, desse modo, a estrutura doecossistema (VIANA; PINHEIRO, 1998). Densidade populacional,riqueza de espécies, variedade de habitats, nichos e hábitos deforrageamento podem estar em desequilíbrio (LAURANCE;VASCONCELOS, 2009), e se agrava em fragmentos florestais urbanos,uma vez que, diante do aumento populacional observado nas grandescidades, os descartes de resíduos industriais e poluentes aceleram asmodificações negativas nos ecossistemas (MARTINS; RANGEL, 2004;FRANCO; DRUNK, 1998).

Diante desse contexto, a Teoria da Biogeografia de Ilhas tomacomo premissa a influência do tamanho de um fragmento florestal e doseu isolamento nas populações existentes. Laurance e Vasconcelos(2009) discutem que espécies raras, por exemplo, ainda que presentesnum determinado fragmento isolado, terão uma densidade populacionalreduzida, consequentemente, baixa chance de sobrevivência. Entretanto,os autores destacam que algumas pesquisas vão de encontro às prediçõesdesta Teoria, apontando que o número de espécies nem sempre épequeno em fragmentos menores.

A preocupação com a preservação de áreas florestais,principalmente em áreas urbanas, tem sido foco das Unidades deConservação, como é caso da Unidade de Conservação ParqueEcológico da Raposa, inaugurado em 1989 (Figura 1). Localizada nomunicípio de Apucarana-Paraná (23°31'30”S/51°24'20”O) estaUnidade, encontrada nas coordenadas 23°52'41,25”S/51°25'23,62”O,possui uma área de 290.000 m (INSTITUTO AMBIENTAL DOPARANÁ, 2012) dispostas em 101 alqueires. Constituída por dois lagos,(Lago do Shimit e Lago da Raposa), uma cascata artificial, uma piscinanatural, vários quiosques e um deck sobre um dos lagos, circundados poruma reserva florestal de aproximadamente 44,53 alqueires,encontrando-se a uma distância de 8 km da área central da cidade(APUCARANA, 2013).

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O município localiza-se em uma grande elevação, comaproximadamente 988 metros de altitude, e 558,389 km de área.Atualmente conta com 120.919 habitantes (IBGE, 2013). Suatemperatura média é de 20, 3 °C, com média pluviométrica de 1.545milímetros e média de umidade relativa do ar de 69, 8%. Sua geografiafaz parte da formação da Serra Geral, de acordo com IPARDES (2012) ePrefeitura Municipal de Apucarana (2013). Manosso (2007) e Silva(2001) comentam que por estar em uma grande elevação, o municípioserve como divisor de bacias hidrográficas, como a dos Rios Ivaí (regiãosul), Tibagi (região leste) e Pirapó (região norte).

O município tem representatividade na pecuária, destacando-seos rebanhos de bovinos, equinos, suínos, caprinos, ovinos, galos, frangose galinhas, codornas e vacas de ordenha. Quanto às lavouras, Apucaranapossui como cultivo permanente a produção de abacate, banana, café,caqui, laranja, limão, maracujá, tangerina e uva. Nas lavourastemporárias observa-se o cultivo do alho, amendoim, arroz, aveia, cana-de-açúcar, feijão, fumo, mamona, mandioca, milho, soja, tomate e trigo(IBGE, 2013).

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Figura 1 - Mapas esquemáticos da área de estudo. Sendo (A) Localizaçãogeográfica do município de Apucarana no Estado do Paraná. (B)Localização geográfica da Unidade de Conservação ParqueEcológico da Raposa (representado pela estrela).

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Este panorama agrocomercial enfatiza a necessidade depreservação de áreas florestais, como a do Parque Ecológico da Raposa,que além de Unidade de Conservação da fauna e da flora, constitui-se delocal de visitação pública, conservação de diferentes espécies de peixes,aves, como gansos, tucanos e garças, ainda macacos-pregos, foco deestudos acadêmicos na região (APUCARANA, 2013).

Uma vez observada a fragmentação ocorrida na Unidade deConservação Parque da Raposa, que compõe parte da floresta de MataAtlântica nativa, coube relacionar a perda de espécies nos fragmentosmenores, portanto, uma menor variedade de habitats (LAURANCE;VASCONCELOS, 2009), com as áreas dos fragmentos presentes. Ahipótese do presente trabalho sugere que a área de cobertura vegetal,composta de árvores de grande porte em uma área contínua, da Unidadede Conservação Parque Ecológico da Raposa em Apucarana-Paraná,seria maior do que as áreas com pouca ou com ausência de coberturavegetal, auxiliando, assim, na preservação da biodiversidade, decorrenteà alta complexidade ambiental que é proporcionada a estas áreas. Paraisso objetivou-se analisar a composição visual da vegetação, através dasáreas de cada fragmento, relacionando com os possíveis impactosecológicos que a falta de cobertura vegetal pode causar.

Para realizar os cálculos das áreas, estabeleceram-se limites naunidade de conservação, seguindo as demarcações propostas para aunidade em Junho de 2000 pela Prefeitura Municipal de Apucarana,utilizando imagens da Unidade de Conservação Parque Ecológico daRaposa, obtidas no software Google Earth, no ano de 2012 (Fig. 2).

A área total foi dividida em quatro subáreas, com base nas suascoberturas vegetais aparentes, mediante distribuição espacial (IBGE,2012). Sendo assim, observa-se uma ÁREA DE COBERTURAVEGETAL DENSA (CVD), caracterizada por fragmentos compostosvisualmente por árvores de grande porte, observadas pelas copas; ÁREADE COBERTURA VEGETAL SUAVE (CVS), caracterizadavisualmente por gramíneas e arbustos; ÁREA SEM COBERTURAVEGETAL (SCV), correspondendo a áreas desmatadas, com

MATERIAIS E MÉTODOS

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residências, ou ruas e, ÁREA ALAGADA (AL), formada por lagos ecórregos.

Esses fragmentos foram analisados quanto à área no softwareAuto-Cad 2007. Para a obtenção das áreas reais utilizou-se uma escalareal no Google Earth de 82,15 m para cada área contornada e obtida noAuto-Cad 2007. Desse modo, obteve-se a seguinte operação:Zx82,15/Y=X, onde Z= valor da área do fragmento obtido no software,Y= valor da área da escala, fornecida pelo software, e X= valor da áreareal do fragmento.

Os dados levantados a partir de cada fragmento comcaracterísticas iguais foram somados para obter a área total de cadasubárea e também o percentual em relação à área total da Unidade deConservação. Considerou-se a partir da análise das imagens espaciais, osfatores decorrentes da perturbação sofrida no entorno, adaptado dosestudos de Martins et al. (2002) e Oliveira (2006).

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Figura 2 - Unidade de Conservação Parque Ecológico da Raposa (Imagem doGoogle Earth, 2012) com demarcação da área analisada (Branco) edestaque para a Lagoa do Shimit (LS) e Lago da Raposa (LR).

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RESULTADOS

Foram observados cerca de 40 fragmentos, que juntos somaramuma área de 41.845,90 m (Quadro 1). Desse total, a maior porcentagemde área correspondeu à cobertura vegetal densa, perfazendo 50,06%(Fig.3), ou seja, maior presença de árvores de grande porte. Seguido poráreas com gramíneas e arbustos (CVS), respondendo a 22,20%, áreascom residências, ruas ou mesmo sem nenhuma vegetação aparente(SCV) 20,21% e 7, 54% de áreas formadas por lagos e córregos (AL).

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Quadro 1 - Distribuição das áreas totais encontradas nos fragmentos analisados

Figura 3 - Distribuição da área total de cada fragmento em m2 e em Porcentagem

Fragmentos Área total (m²) Área total (%)

COBERTURA VEGETAL DENSA (CVD) 20947,70 50,06

COBERTURA VEGETAL SUAVE (CVS) 9288,90 22,20

SEM COBERTURA VEGETAL (SCV) 8455,54 20,21

ÁREA ALAGADA (AAL) 3153,75 7,54

Total 41845,90 100

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Figura 4 - Distribuição em porcentagem das áreas de todos os fragmentos

Quanto à perturbação sofrida no entorno, observaram-se aonordeste da Unidade, grandes áreas de solos descobertos alternados comfragmentos de área coberta, provavelmente destinados à lavoura. Já, aonoroeste, as áreas perdem espaço para a expansão urbana. Foi possívelnotar bairros com ruas asfaltadas e também bairros em desenvolvimento,uma vez que as ruas ainda não apresentam pavimentação asfáltica. Aosudeste encontra-se a maior concentração de área florestal, alternada porcoberturas mais arbustivas, podendo servir também como pastagens.Observa-se uma faixa de terra descoberta e a expansão urbana no entornodesta grande área florestal, com indícios de ausência de pavimentação.Por outro lado, a sudoeste pouco se tem de cobertura vegetal. A regiãoestá totalmente cercada por casas e terrenos vazios propícios para odesenvolvimento urbano.

O que foi possível observar é que a Unidade de ConservaçãoParque Ecológico da Raposa apresenta em sua maior parte árvores degrande porte, seguidas por gramíneas e arbustos, além de seu lago ecórregos. No entanto, é forte a influência do entorno, composto em suamaioria por zona urbana em expansão e lavouras temporárias, dados osterrenos descobertos.

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DISCUSSÃO

Os resultados obtidos poderiam de imediato confirmar a hipóteseinicial de que a área de cobertura vegetal da Unidade de ConservaçãoParque Ecológico da Raposa em Apucarana-Paraná constitui-se maiordo que as áreas descobertas, realizando, assim, um grande papel namanutenção da biodiversidade. Porém, mesmo apresentando umagrande área total de vegetação densa, que de certo modo legitima aeficiência dessas áreas enquanto proteção ecológica observou-se que elaestava fragmentada. Ao todo, há 14 fragmentos (Fig.4) de diversostamanhos e maioria deles não havia conexão ou ainda corredoresecológicos entre si.

A esse respeito Miranda-Melo, Martins e Santos (2007)discutem que quanto às espécies de plantas, é possível encontrar entre osfragmentos de um mesmo tipo, diferenças na estrutura da populaçãodecorrente do sucesso reprodutivo, e por isso apresentam maior tamanhopopulacional. Por outro lado, a fragmentação desses locais e a poucaligação entre eles pode favorecer o decréscimo na riqueza das espéciesda fauna e flora, afetando a estrutura e qualidade de vida local,principalmente as complexas ligações ecológicas da cadeia trófica.Alémdisso, quanto maior a fragmentação, maior a chance de ocorrência doefeito de borda, propiciando o isolamento de populações, aumento dedoenças e diminuindo o fluxo gênico (SRIVASTAVA; VELLEND,2005). A falta de corredores ecológicos ou ligações entre os fragmentos,de acordo com Franz, Cappelatti e Barros (2010), pode levar algumasespécies a extinção local, por não conseguirem transpor as barreirasecológicas ali instaladas. Pode ainda, causar a extinção de espéciesendêmicas que necessitam de atribuições específicas que apenas aquelaárea poderia oferecer, acrescentam os autores.

Já, a soma das áreas com cobertura suave e sem cobertura vegetalindicou uma grande quantidade de área descoberta, evidenciada pelosaspectos do entorno, ou seja, o uso do solo para plantio edesenvolvimento urbano. Nesse sentido, os fragmentos florestais daUnidade de Conservação encontram-se isolados por barreiras de açãoantrópica, como, por exemplo, atividades de cultivo, pastagem eurbanização. Faz-se necessária a reintegração desses fragmentos por

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corredores ecológicos que auxiliariam o fluxo de animais e vegetaiscontribuindo com o funcionamento do habitat combinado à reposição dealimento e reprodução das espécies, entre outros papéis ecológicosessenciais (VALERI; SENÔ, 2004). Entretanto, a legislação brasileiradeixa grandes lacunas no que diz respeito à proteção ao meio ambiente, oque aumenta os conflitos entre as ações de conservação e as atividadeseconômicas (ROCHA; DRUMMOND; GENEM, 2010).Aesse respeito,Valeri e Senô (2004) salientam que devem existir metas para odesenvolvimento agrocomercial, desde que sejam garantidos odesenvolvimento da fauna e da flora e o livre movimento da vidasilvestre no ambiente.

No que diz respeito à comunidade aquática local, a fragmentaçãoda Unidade pode afetar direta ou indiretamente, já que esses grandesfragmentos encontram-se distantes das margens dos lagos existentes.Efeitos como a lixiviação do solo, erosão da margem, aumento daeutrofização, entre outras causas, podem provocar impactos como adiminuição da riqueza, equitabilidade e diversidade de espécies (BRITOet al., 2009).

Observa-se que nesse cenário, a atividade agrícola ocorrida nonorte do Paraná teve como consequência a fragmentação das florestasnativas (ANJOS, 1998), como foi o caso da Unidade de ConservaçãoParque da Raposa, com isso, pouco resta da cobertura original. Porémestudos de campo ainda precisam ser desenvolvidos nesta Unidadeevidenciando aspectos da fauna e flora, bem como buscando omonitoramento da qualidade dos lados do Shimit e da Raposa e ainda aanálise dos efeitos da fragmentação para as espécies locais.

Por fim, atitudes como a minimização dos agentes perturbadores,a manutenção do local, a plantação de espécies nativas e a conexão defragmentos (CALEGARI et al., 2010) aliadas à educação ambientaldevem ser contínuas para a preservação e conservação da Unidade.

Por meio da análise espacial de imagens da Unidade deConservação Parque da Raposa, os problemas in loco não podem serevidenciados. Contudo, é possível especular sobre possíveis problemas

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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ecológicos a partir desse tipo de análises realizadas sobre fragmentos,principalmente sobre impactos causados pelo seu entorno e por ausêncialigação de fragmentos. Este tipo de análise pode apontar prováveisproblemas, direcionando onde devem ser implantados novos estudos decampo e ações de conservação.

Agradecimentos: a Capes, ao CNPq, a SEMATUR e a PrefeituraMunicipal deApucarana.

The unplanned growth in urban areas is a great problems in conservationin forest fragments. Gaps in Brazilian legislation have caused disputesterritories between government agencies and landowners. The objectiveof this study was to calculate the area of forest fragments with differentvisual characteristics, relating the data obtained with general ecologicalconcepts for conservation. We was used images of the Unit ConservationRaposa Ecological Park inApucarana City - Paraná State, extracted fromGoogle Earth software, and calculation of areas, using the Autocad2007 Software. Were found nearly 40 fragments totaling an area of41,845.90 m². The greater percentage of area was for fragment of theDense Vegetation Cover (DVC) with 50.06% distributed in 14 fragmentsthroughout the total area, but this result may not be reflecting aenvironment more conserved, mainly because of the distance andabsence of connections between fragments forests.

:Forest fragmentation.Ecologicalbalance.Conservationareas.

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ECOLOGICALIMPACTS INAFRAGMENT OFTHEATLANTICFOREST: AN APPROACH MACROECOLOGICAL BY THE USEOFIMAGES

ABSTRACT

Keywords

REFERÊNCIAS

Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais

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