ILIDIO ÁGUIA MARTINS IMPLEMENTAÇÃO DO GERENCIAMENTO …
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ILIDIO ÁGUIA MARTINS
IMPLEMENTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE CUSTOS E
ANÁLISE DE VIABILIDADE EM UMA MICROCERVEJARIA -
CASO CERVEJARIA CADUCO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso MBA em Gerenciamento de Projetos, de Pós-Graduação lato sensu, Nível de Especialização, da FGV/IDE como pré-requisito para a obtenção do título de Especialista.
Orientador: Maria Luiza Zacharias
Rio de Janeiro - RJ
Outubro / 2018
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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
PROGRAMA FGV MANAGEMENT
MBA EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS
O Trabalho de Conclusão de Curso
Implementação do gerenciamento de custos e análise de viabilidade em
uma microcervejaria - caso cervejaria Caduco
Elaborado por Ilidio Águia Martins
E aprovado pela Coordenação Acadêmica do curso de MBA em Gerenciamento
de Projetos, foi aceito como requisito parcial para a obtenção do certificado do
curso de pós-graduação, nível de especialização do Programa FGV
Management.
Rio de Janeiro, 18 de Outubro de 2018.
André Barcaui
Coordenador Acadêmico Executivo
Maria Luiza Zacharias
Professor Orientador
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Dedico este trabalho aos meus pais
e irmã, que sempre me deram o
exemplo e estiveram do meu lado e
ao amor da minha vida.
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AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, que sempre foram presentes, são um exemplo em caráter e
nunca pouparam esforços para prover a mim e minha irmã tudo o que
precisávamos.
À minha avó, que me dá abrigo de segunda a sexta em sua casa e tem bastante
paciência para me aturar.
À minha Laíssa, por ter escolhido desfrutar os prazeres da vida ao meu lado.
Aos amigos da Caduco Fernando Pepeu, Paulo Alves e Rafael Carvalho, por sua
amizade (que vem desde a época do colégio), parceria e sociedade para a
construção de um sonho.
Aos amigos do MBA Guilherme Granato, Rodrigo Machado, Rodolfo Camillo,
Tiago Magnavita por toda parceria durante o curso e companhia na cervejinha
durante momentos de trabalho em grupo, bem como lazer.
Aos grandes amigos que não citei, mas que sabem da importância que tem
minha vida.
À minha orientadora Maria Luiza, pela boa vontade, paciência e revisão de todo
o trabalho.
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RESUMO
Este trabalho busca apresentar de forma concisa e objetiva, a viabilidade de uma microcervejaria do Rio de Janeiro investir no aumento de sua produção, a partir do modelo de negócio de cervejaria cigana. A Cervejaria Caduco começou produzindo suas receitas de maneira caseira e agora encontrou um parceiro locado na cidade de Friburgo, disposto a produzir as cervejas artesanais da cervejaria em escala industrial. O trabalho traz os principais conceitos da análise de custos, bem como a viabilidade financeira do projeto, como valor presente líquido, período de payback simples e descontado, taxa interna de retorno e índice de lucratividade. Ao final, tais conceitos são aplicados a realidade do negócio para que se obtenha a resposta quanto a viabilidade financeira do projeto. O resultado encontrado pela análise de viabilidade foi positivo, mostrando que o investimento da Cervejaria Caduco na modalidade cigana é um projeto viável.
Palavras-Chave: Análise de viabilidade; cerveja artesanal; análise de custos.
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ABSTRACT
This work present, in a concise and objective way, the viability of a Rio de Janeiro microbrewery to invest in the increase of its production, using the business model of contract brewing. The Caduco Brewery began producing its recipes in a homemade way and now it has found a partner located in the city of Friburgo, prepared to produce their craft brews in an industrial scale. The work brings the main concepts of cost analysis, as well as the financial viability of project, such as net present value, simple and discounted payback period, internal rate of return and profitability index. In the end, such concepts are applied to the reality of the business in order to obtain the answer regarding the financial feasibility of the project. The result found by the viability analysis was positive, showing that the investment of Cervejaria Caduco in the contract brewing model is a viable project.
Keywords: Feasibility analysis; craft beer; cost analysis.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Custos Diretos ................................................................................. 13
Figura 2 - Custos Indiretos ............................................................................... 14
Figura 3 - Custo Fixo sem Expansão ............................................................... 15
Figura 4 - Custo Fixo com Expansão ............................................................... 15
Figura 5 - Custo Variável .................................................................................. 16
Figura 6 - Fórmula Valor Presente Líquido ...................................................... 17
Figura 7 - VPL x Taxa de Desconto ................................................................. 19
Figura 8 - Índice de Lucratividade .................................................................... 20
Figura 9 - Fermentador de Cerveja .................................................................. 23
Figura 10 - Witbier e suas características ........................................................ 24
Figura 11 - Irish Red Ale e suas características ............................................... 24
Figura 12 - Logo da Cervejaria Caduco ........................................................... 25
Figura 13 - Alíquotas do Simples Nacional ...................................................... 32
Figura 14 - Desembolso Mensal ....................................................................... 33
Figura 15 - Baseline do Projeto ........................................................................ 34
Figura 16 - Fluxo de Caixa ............................................................................... 41
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Tabela de Premissas ....................................................................... 26
Tabela 2 - Investimentos .................................................................................. 27
Tabela 3 - Sócios da Cervejaria Caduco .......................................................... 28
Tabela 4 - Terceiros ......................................................................................... 29
Tabela 5 - Custos de Produção ........................................................................ 30
Tabela 6 - Outros Custos ................................................................................. 31
Tabela 7 - Faturamento Anual .......................................................................... 32
Tabela 8 - Alíquota de Imposto ........................................................................ 33
Tabela 9 - Valores Estimados dos Produtos .................................................... 35
Tabela 10 - Volume de Vendas Mensais .......................................................... 35
Tabela 11 – Análise do Faturamento com Custos ............................................ 38
Tabela 12 - Analise de Payback ....................................................................... 42
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 10
1.1. O Tema e o Problema ......................................................................... 10
1.2. Os Objetivos ........................................................................................ 10
1.3. Delimitação do Estudo ........................................................................ 11
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................ 12
2.1. Gerenciamento de Custos ................................................................... 12
2.1.1. Custos Diretos .............................................................................. 13
2.1.2. Custos Indiretos ............................................................................ 14
2.1.3. Custos Fixos ................................................................................. 14
2.1.4. Custos Variáveis ........................................................................... 16
2.2. Análise de Viabilidade ......................................................................... 16
2.2.1. Valor Presente Líquido (VPL) ....................................................... 16
2.2.2. Taxa Mínima de Atratividade ........................................................ 18
2.2.3. Custo de Oportunidade ................................................................. 18
2.2.4. Taxa Interna de Retorno (TIR) ...................................................... 18
2.2.5. Índice de Lucratividade (IL) .......................................................... 19
2.2.6. Payback ........................................................................................ 21
3. A CERVEJARIA ........................................................................................ 22
4. ANÁLISE DE CUSTOS ............................................................................. 26
4.1. Considerações Iniciais ........................................................................ 26
4.2. Premissas ........................................................................................... 26
4.3. Itens Geradores de Custo no Projeto .................................................. 27
4.3.1. Investimentos................................................................................ 27
4.3.2. Custos com Pessoas .................................................................... 27
4.3.3. Custos de Produção ..................................................................... 30
4.3.4. Demais Custos ............................................................................. 31
4.4. Regime Tributário ................................................................................ 31
4.5. Desembolso Mensal ............................................................................ 33
4.6. Baseline do Projeto ............................................................................. 34
5. ANÁLISE DE VIABILIDADE ..................................................................... 34
5.1. Estimativas de Faturamento ................................................................ 35
5.2. Análise do Faturamento Incluindo Custos ........................................... 38
5.3. Resultado da Análise de Viabilidade ................................................... 44
6. CONCLUSÃO ............................................................................................ 45
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1. INTRODUÇÃO
1.1. O Tema e o Problema
No Brasil, a cerveja artesanal é um produto que vem aumentando
significativamente sua presença nas casas e nos bares. A indústria se mostra
em alta mesmo nos tempos de crise. Segundo Zobaran (2017), “o setor das
cervejas artesanais ganhou 91 novas fábricas no país apenas no primeiro
semestre de 2017. Com o crescimento registrado pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa), que regula o setor, o Brasil chega a 610
cervejarias, com 83% delas concentradas nas regiões Sul e Sudeste”.
De acordo com Valey (2015), consultor do SEBRAE, “60% das companhias
fecham por não ter um plano de negócios definido”. Complementa que "É um
ciclo, os micro e pequenos empreendedores têm dificuldade de empreender por
falta de dinheiro, mas sem planejamento é difícil conseguir qualquer tipo de
financiamento ou investimento" (apud MENEGHETTI, 2015).
Tal afirmativa levanta um ponto de atenção para microempresas que estão
no início de suas vidas, como é o caso da Cervejaria Caduco.
Como o gerenciamento de custos em projetos, junto com a análise de
viabilidade pode contribuir para minimizar as chances de fracasso da
microcervejaria?
1.2. Os Objetivos
O objetivo geral deste trabalho é avaliar o gerenciamento de custos em
produção de cerveja para uma microcervejaria cigana. Para o atingimento do
mesmo, serão necessários os seguintes objetivos específicos para comporem a
solução final:
1. Descrever a organização e seu cenário atual;
2. Realizar o estudo geral sobre Gerenciamento de Custos sob a ótica
do PMBOK;
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3. Levantamento dos custos considerados fundamentais e necessários
para a produção de cerveja de uma microcervejaria cigana;
4. Realizar a análise de viabilidade do projeto com base nos custos e
expectativa da empresa;
5. Analisar o resultado obtido pelo estudo de viabilidade para tomada
de decisão (GO ou NO GO do projeto).
1.3. Delimitação do Estudo
Este trabalho está limitado a identificação de todos os custos oriundos para
a produção industrial de uma cervejaria cigana (contract brewing) e desenvolver
um estudo sobre a viabilidade de sua implementação.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. Gerenciamento de Custos
Antes de entender porque se faz necessário gerenciar os custos, precisa-
se conceituar o que são os custos. Segundo Barbosa et al. (2015, p. 21-22), o
custo, por definição, é a aplicação de recursos (humanos, equipamentos,
materiais, insumos) no processo de criação de um produto, serviço ou resultado
específico.
Então, que viria a ser o gerenciamento desses custos? Segundo Guia
PMBOK (PMI, 2013), o gerenciamento dos custos do projeto inclui os processos
envolvidos em estimativas, orçamentos e controle dos custos, de modo que o
projeto possa ser terminado dentro do orçamento aprovado.
Gerenciar os custos é de extrema importância para as organizações. Em
seu artigo, a Endeavor Brasil afirma que:
O conhecimento do assunto auxilia o proprietário do negócio a ter uma boa gestão financeira, administrar e controlar os custos gerados na produção e comercialização de serviços ou produtos. O preço final de um serviço prestado ou produto vendido depende do quanto é investido para que ele exista. Quando não tem uma gestão de custos eficaz, a empresa pode cobrar valores que não condizem com a realidade, podendo prejudicar margens de lucro, volume de vendas ou o andamento geral do negócio. (ENDEAVOR BRASIL, 2015, p.01)
Já Marcos Leite (2018) afirma que:
Muitos sabem que a chave para o sucesso é conhecer bem o seu próprio negócio e não deixar cuidados primordiais, como a gestão de custos, nas mãos de terceiros. Isso porque administrar e controlar os gastos proporciona ao gestor o conhecimento do quanto foi investido e do valor a ser estipulado no preço final. (LEITE, 2018, p.01)
Nota-se que o gerenciamento de custos influencia, e muito, a empresa na
obtenção de um melhor detalhamento a respeito de quanto e onde seu dinheiro
é gasto para que o seu determinado produto seja produzido ou seu serviço,
entregue dentro do orçamento. A partir daí, pode-se determinar de uma maneira
mais precisa o valor de venda do produto ou serviço e identificar assim sua
competitividade no mercado.
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Os custos de um projeto podem ser classificados em: diretos ou indiretos,
fixo ou variáveis.
2.1.1. Custos Diretos
São custos que podem ser identificados como aqueles que estão
diretamente ligados ao determinado produto ou serviço.
Os custos diretos são identificados e quantificados a partir dos recursos
necessários, tais como: mão de obra, materiais, equipamentos, serviços e
insumos para a realização das atividades de um projeto (BARBOSA et al., 2015).
Exemplos de custos diretos: matéria-prima, a mão-de-obra diretamente
envolvida na produção, materiais/produtos utilizados etc., conforme mostra a
figura 1.
Fonte: https://www.industriahoje.com.br/o-que-sao-custos-diretos-e-indiretos-de-producao,
acessado em 21/06/2018
Figura 1 - Custos Diretos
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2.1.2. Custos Indiretos
São custos que, como o próprio nome indica, não estão ligados
diretamente ao determinado produto ou serviço.
Segundo Barbosa et al. (2015), os custos indiretos são despesas gerais e
gastos incorridos pela empresa em benefício de mais de um projeto ou operação;
normalmente são custos relativos à manutenção do negócio.
Exemplos de custos indiretos: Depreciação dos equipamentos, aluguel,
gastos com limpeza etc., como mostra a figura 2.
Fonte: https://www.industriahoje.com.br/o-que-sao-custos-diretos-e-indiretos-de-producao,
acessado em 21/06/2018
2.1.3. Custos Fixos
De acordo com Barbosa et al (2015), um custo é considerado fixo quando
seu valor não varia de acordo com a quantidade produzida ou volume de projeto
realizado. É o caso de aluguéis e instalações por exemplo. Será cobrado o
mesmo valor independente da produção.
Figura 2 - Custos Indiretos
15
É importante destacar que podemos ter uma capacidade máxima para o
custo fixo, que uma vez ultrapassada, acarretará num aumento do mesmo.
Exemplo: O custo de aluguel somente permanecerá constante até o limite da
ocupação do parque fabril, ou seja, caso seja necessário expandir o espaço, o
aluguel irá aumentar.
Os gráficos do custo fixo com e sem essa possível expansão podem ser
verificados nas figuras 3 e 4, respectivamente.
Figura 3 - Custo Fixo sem Expansão
Fonte: Elaborado pelo autor (2018)
Figura 4 - Custo Fixo com Expansão
Fonte: Elaborado pelo autor (2018)
16
2.1.4. Custos Variáveis
São aqueles que diferentemente dos custos fixos, se modificam de forma
proporcional e direta, em função da quantidade do volume ou trabalho do projeto
e são relacionados diretamente à mão de obra, materiais e aos suprimentos
utilizados no projeto (BARBOSA et al. 2015)
Barbosa et al (2018) citam como exemplo um projeto de fabricação de
mesas, onde é sabido que se gasta 1m2 de fórmica e 1 hora de mão de obra
para se montar cada mesa. Dessa maneira, o custo desse material (fórmica) e
do serviço (mão de obra) será proporcional à quantidade de mesas que o projeto
irá produzir. Contudo, vale ressaltar que se forem produzidas zero mesas, ou
seja, nada for produzido, o custo variável será zero.
O gráfico do custo variável pode ser verificado na Figura 5:
Figura 5 - Custo Variável
Fonte: Elaborado pelo autor (2018)
2.2. Análise de Viabilidade
2.2.1. Valor Presente Líquido (VPL)
Segundo Abreu (2015), um dos principais ensinamentos da matemática
financeira é que o dinheiro possui valor diferente no tempo, dessa maneira, não
podemos simplesmente somar ou subtrair valores futuros de um projeto ou investimento,
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precisamos trazer todos esses valores para uma mesma data e a partir daí realizar as
operações matemáticas de soma ou subtração. Esse método é chamado de Valor
Presente Líquido (VPL).
Damodaran (2002, apud GLAUDULICH, 2016, p.20) diz que o valor presente
líquido de um projeto é a soma dos valores presentes dos fluxos de caixa esperados
para o projeto, descontado o investimento inicial.
Silva e Fontes (2005) ressaltam que os projetos que apresentarem VPL positivo
( > 0 ) devem ser aceitos e os que apresentam VPL negativo ( < 0 ) devem ser rejeitados.
Ainda, quando possuímos dois ou mais projetos que apresentam o VPL maior que zero
(positivo), todos são economicamente viáveis, sendo considerado o melhor aquele que
apresentar maior VPL. Para uso desse método, é necessária a definição de uma taxa
de desconto (i).
Uma vez que o cálculo do VPL nos mostra os valores futuros trazidos a valor
presente, descontados da taxa i (que por sua vez pode ser a TMA), utilizamos a formula
apresentada na Figura 6 para seu cálculo:
Figura 6 - Fórmula Valor Presente Líquido
ou seja,
Fonte: http://www.wrprates.com/o-que-e-vpl-valor-presente-liquido/, acessado em 22/06/2018
Analisando a fórmula, são possíveis três possibilidades de resultados. Segundo
Camargo (2017), quando temos:
• VPL Zero receitas e despesas são iguais, ou seja, a decisão de investir no
projeto é neutra
• VPL Positivo receitas maiores que as despesas, ou seja, o projeto é viável;
• VPL Negativo despesas maiores que as receitas, ou seja, o projeto é
inviável;
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2.2.2. Taxa Mínima de Atratividade
A Taxa Mínima de Atratividade, do acrônimo TMA, corresponde ao mínimo que
um investidor se propõe a ganhar, ou ao máximo que alguém se propõe a pagar ao
realizar um determinado financiamento (CAMARGO, 2017).
Já Prates (2017) explica que é uma taxa para ser usada como comparativo na
hora de definir se um investimento deve ser aceito, seja ele financeiro ou não. Ou seja,
ela será analisada em conjunto com a taxa do determinado investimento ou
financiamento para que verifique-se a viabilidade do mesmo.
Muitas empresas possuem dificuldade para encontrar qual seria o valor de suas
TMA de acordo com o tipo de investimento ou financiamento que buscam fazer. Prates
(2017) explica que normalmente o ativo livre de risco, de uma economia, que pode ser
utilizado para este fim, é a taxa SELIC (taxa de juros da economia brasileira).
Entretanto, a TMA é uma taxa que pode ser definida de acordo com a política de
cada empresa. Sua determinação ou escolha é de grande importância na decisão de
alocação de recursos nos projetos de investimento.
2.2.3. Custo de Oportunidade
Como é dito no ditado popular, sempre que há uma escolha, há também uma
renúncia, e o custo de oportunidade é justamente a opção que foi deixada de lado, ou
seja, renunciada (PRATES, 2017)
O autor ainda explica que dessa forma, o custo de oportunidade não implica
necessariamente em uma taxa. É um contexto econômico de ampla interpretação.
Porém, quando trazido ao contexto financeiro o custo de oportunidade pode representar
a rentabilidade que o investidor obteria na aplicação que não fez.
2.2.4. Taxa Interna de Retorno (TIR)
Em termos conceituais, a taxa interna de retorno mensura o retorno obtido
por um projeto com base nos fluxos de caixa, concedendo o valor do dinheiro no
tempo (DAMODARAN, 2002 apud GLAUDULICH, 2016, p.21).
Na prática, é a taxa que relaciona o valor investido com o valor resgatado
ao fim do investimento. Ou seja, a taxa necessária para trazermos o valor final
19
do investimento para o valor presente e este seja igual ao valor investido
(SANTOS, 2018). Em outras palavras, o que Santos explica é que a TIR faz com
que o VPL do investimento ou financiamento seja nulo.
De acordo com o gráfico da Figura 7, podemos perceber que no momento
que a curva cruza o “eixo x”, temos o VPL = 0 e é nesse ponto que a TIR é
encontrada (TIR = 20% neste exemplo).
Figura 7 - VPL x Taxa de Desconto
Fonte: http://rotadosconcursos.com.br/questoes-de-concursos/matematica-financeira-taxa-
interna-de-retorno-tir/752014. Acessado em 24/06/2018
Assim como o VPL, a TIR também pode ser um fator de decisão quanto a
viabilidade do projeto. Contudo, deve-se conhecer a TMA para que possa haver
uma comparação entre ambas. Santos (2018) diz que:
• TIR = TMA taxa do investimento é igual ao mínimo que o investidor
se propõe a ganhar, ou seja, é indiferente investir;
• TIR > TMA taxa do investimento é maior do que o mínimo que o
investidor se propõe a ganhar, ou seja, é interessante investir;
• TIR < TMA taxa do investimento é menor do que o mínimo que o
investidor se propõe a ganhar, ou seja, não é interessante investir.
2.2.5. Índice de Lucratividade (IL)
Os índices de Rentabilidade medem o quanto uma empresa está sendo
lucrativa ou não, através dos capitais investidos, o quanto renderam os
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investimentos e, qual o resultado econômico da empresa. O seu conceito
analítico é: quanto maior, melhor. (VIEIRA, C. et al, 2010)
Segundo Borinellli (1998), quando se trabalha com análise de
rentabilidade, é imprescindível que a verificação dos lucros esteja relacionada
com valores que possam expressar a “dimensão” destes lucros dentro das
atividades da firma, por isso o autor ressalta que os índices de rentabilidade
procuram evidenciar qual foi a rentabilidade dos capitais investidos, ou seja, o
resultado das operações realizadas por uma organização e por esse motivo,
preocupam-se com a situação econômica da firma. Reitera que comparar o
Balanço Patrimonial de duas diferentes empresas e dizer que “A” gerou lucros
de $ 72.000,00 em 1996 e “B” de $121.000,00, no mesmo período, e por isso “B”
foi melhor que “A”, pode ser um tanto arriscado, pois não se sabe o volume de
capital investido que resultou nos lucros obtidos.
O índice de lucratividade é um tipo de índice de rentabilidade. Segundo
Abreu (2012, apud GLAUDULICH, 2016, p.22), o índice de lucratividade “indica
a quantidade de riqueza que pode ser gerada pelo projeto para cada unidade
monetária investida”.
Damodaran (2002, apud GLAUDULICH, 2016, p.22), explica que o índice
de lucratividade é calculado através do resultado da divisão do valor presente
líquido do projeto pelo valor do investimento inicial. Dessa forma, pode ser
interpretado pela fórmula da Figura 8:
Figura 8 - Índice de Lucratividade
Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/1242184/. Acessado em 23/06/2018
Segundo Bordeaux-Rego et al (2015), os resultados possíveis para os
Índices de Lucratividade são:
• IL = 1 cada unidade monetária investida, gerou uma unidade
monetária, ou seja, o investimento foi recuperado e remunerado
exatamente à taxa exigida (VPL = 0);
21
• IL > 1 cada unidade monetária investida, gerou mais de uma
unidade monetária, ou seja, o investimento foi recuperado e
remunerado acima da taxa exigida (VPL > 0);
• IL < 1 cada unidade monetária investida, gerou menos de uma
unidade monetária, ou seja, o investimento não foi recuperado e
remunerado abaixo da taxa exigida (VPL < 0).
2.2.6. Payback
Payback é um termo em inglês que pode ser traduzido como “retorno”.
Bordeaux-Rego et al (2015) definem que trata-se de um método usado com o
intuito de calcular em quanto tempo tem-se a recuperação do capital que foi
investido. Em geral, esse período é mensurado em dias, meses ou anos.
Para efetuar a análise do Payback, é necessário saber qual é o resultado
do fluxo de caixa acumulado, em outras palavras: é necessário conhecer a
organização dos fluxos financeiros que vão do começo ao término do projeto.
Nesse contexto, é possível contar com dois tipos de Payback: o simples e o
descontado.
Lanna e Reis (2012) explicam que o primeiro (Payback Simples)
corresponde ao período de tempo necessário para que o capital investido
inicialmente no projeto seja recuperado. Já o segundo (Payback Descontado),
indica o período de tempo necessário para que o capital investido inicialmente
no projeto seja recuperado e remunerado pela taxa de desconto considerada.
Abreu Filho et al (2012, apud Glaudulich, 2016, p.24-25) ressalta que o
método do Payback descontado, nada mais é do que uma sofisticação do
anterior. Nesse caso, diferentemente do payback simples, é levado em
consideração o valor do dinheiro no tempo, de acordo com o princípio básico de
finanças de que não se pode somar dinheiro em tempos diferentes. Ou seja, a
diferença desse método (descontado) para a sua versão mais simples é a
utilização de uma taxa de desconto, a TMA, sobre os fluxos de caixa futuros.
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3. A CERVEJARIA
Quatro grandes amigos apaixonados por cerveja resolveram unir forças e
começaram a criar receitas no fogão de uma de suas casas. Algo muito simples
e pequeno - produção de 8 litros de cerveja/mês. Depois de muito estudo e
dedicação, suas receitas foram se aperfeiçoando e eles decidiram aumentar sua
produção para 50 litros/mês. A partir desse momento, começaram a produzir
barris de chope para eventos de familiares e amigos. Novas pessoas foram
experimentando suas criações e a cerveja produzida logo ficou extremamente
solicitada. É aí que uma decisão se faz necessária: investir numa produção
industrial, ou continuar nas panelas caseiras?
Em 03/10/2017 foi aberta, por seus 4 sócios, a empresa Cervejaria Caduco
LTDA, portadora do CNPJ 28.789.830-69 e locada na Rua Pereira Nunes, 395 –
Vila Isabel – Rio de Janeiro / RJ. A cervejaria opera na modalidade de cervejaria
cigana (contract brewing). Segundo Lopes (2014), o contract brewing é "uma
modalidade de produção de cerveja usada pelas cervejarias ciganas. Por meio
do contract brewing é feito um contrato, muitas vezes apenas verbal, no qual a
cervejaria cigana aluga a fábrica de outra cervejaria para produzir" (apud SOUZA
et al, 2016, p.77).
Por optar que seu modelo de negócio fosse o de uma cervejaria cigana,
fez-se necessário buscar um parceiro (fábrica) para iniciar sua produção. Após
diversas buscas, entrevistas e negociações, a Cervejaria Caduco chegou a
conclusão que a sua potencial parceira será a Pontal Fabricação e Comercio de
Cerveja LTDA, portadora do CNPJ 23.108.884/0001-06 e locada na Avenida
Conselheiro Julius Arp, 80 / Bloco 14 – Centro – Nova Friburgo / RJ. Como uma
das obrigatoriedades expostas pela Pontal Fabricação para a assinatura do
contrato, a Cervejaria Caduco necessitará realizar a aquisição de um
equipamento para ficar locado na fábrica (Fermentador de 3.000L). Uma foto do
mesmo pode ser observada na figura 9.
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Figura 9 - Fermentador de Cerveja
Fonte: http://eshop.czechminibreweries.com/pt/product/cctm-2500b2/. Acessado em
17/08/2018
Tal aparato é utilizado no processo de fermentação da cerveja. Segundo
David Silva (2015), a fermentação tem um papel essencial na produção da
cerveja artesanal, pois é nesta etapa que as leveduras transformam o líquido
adocicado que produzimos na tão desejada cerveja. Durante a fermentação, as
leveduras irão consumir os açúcares fermentáveis do líquido, gerando o álcool e
o CO2, os aromas e sabores, e também a redução o pH da cerveja.
A Cervejaria Caduco conta atualmente com a produção de duas receitas:
Witbier e Irish Red Ale. A primeira, cujo rótulo e características, são mostrados
pela figura 10, é uma cerveja de trigo com influências da escola belga, de alta
fermentação, pouco lupulada e bem leve. Já a segunda, ilustrada na figura 11,
destaca-se pelo uso de ingredientes exóticos. O balanço entre o dulçor da
beterraba e o amargor do hibisco proporcionam uma coloração vibrante, que
24
contrasta com sua leveza e amargor. Na figura 12 pode-se observar a primeira
versão do logo que foi criado para a cervejaria.
Figura 10 - Witbier e suas características
Fonte: Autor (2017)
Figura 11 - Irish Red Ale e suas características
Fonte: Autor (2017)
25
Figura 12 - Logo da Cervejaria Caduco
Fonte: Autor (2017)
Apesar de todo o avanço que a cervejaria já realizou, faz-se necessária
uma análise detalhada dos custos para que seja verificada a viabilidade de
produzir suas receitas numa escala industrial, fechando assim a parceria com a
Pontal Fabricação.
26
4. ANÁLISE DE CUSTOS
4.1. Considerações Iniciais
Este capitulo visa elencar e estrutura os custos que a Cervejaria Caduco
virá a possuir, com base em algumas premissas que serão estabelecidas, com
o objetivo de demonstrar para fins acadêmicos e para eventual captação de
investimentos a viabilidade financeira do negócio.
4.2. Premissas
Segundo Curto (2016), premissas são todas as limitações de planejamento
e execução do projeto que são de exclusiva imposição ou opção do Gerente de
Projetos. Opções que o Gerente assume como válidas para fins de planejamento
e que podem facilitar a elaboração ou a gestão do projeto. Para o caso da
Cervejaria Caduco, as premissas foram identificadas na Tabela 1.
Tabela 1 - Tabela de Premissas
# Premissas
1 Necessária aquisição de um fermentador de 3.000 litros
2 Será analisado um cenário de 5 anos
3 No primeiro ano a produção será de 1.500 litros a cada 2 meses
4 No segundo ano a produção será de 3.000 litros a cada 2 meses
5 No terceiro ano a produção será de 3.000 litros a cada mês
6 No quarto ano a produção será mantida igual a do terceiro mês
7 No segundo ano será feita uma nova aquisição de barris inox
8 A partir de julho do terceiro ano, cada sócio possuirá um pró-labore de R$1.000,00
9 A produção será vendida por completo em até 2 meses
10 Durante o segundo ano os sócios irão contribuir com uma cota de R$200,00
11 A cada mês após o go live, serão vendidos 10% dos produtos (excluindo cervejas)
que a Cervejaria Caduco possua
Fonte: Autor (2018)
27
4.3. Itens Geradores de Custo no Projeto
4.3.1. Investimentos
Segundo Congo (2018), investimento é qualquer gasto ou aplicação de
recursos que produza a expectativa de um retorno futuro as foram identificadas.
Os investimentos realizados pela Cervejaria Caduco foram planilhados na
Tabela 2.
Tabela 2 - Investimentos
Investimentos Qtd. Valor
Registro da Marca 1 R$ 142,00
Abertura da Empresa 1 R$ 2.000,00
Código de Barras 1 R$ 220,00
(Serra INOX) Fermentador 3.000L + Dry Hop 1 R$ 39.523,00
(Beerkeg) Petainer 36 R$ 2.839,32
(TecPrimus) Barril 50L 4 R$ 1.936,00
(TecPrimus) Barril 30L 25 R$ 11.176,00
(TecPrimus) Barril 15L 4 R$ 1.936,00
Total R$ 59.772,32
Fonte: Autor (2018)
4.3.2. Custos com Pessoas
4.3.2.1. Sócios
A Cervejaria Caduco possui um total de 4 sócios. Cada um é responsável
por uma função dentro da organização, na Tabela 3 pode-se identificar a
responsabilidade de cada sócio, bem como o pró-labore que cada um receberá
durante o projeto.
28
Tabela 3 - Sócios da Cervejaria Caduco
Sócios Valor
(Rafael) Sócio 01 – Mestre Cervejeiro R$ 1.000,00
(Ilidio) Sócio 02 – Financeiro R$ 1.000,00
(Fernando) Sócio 03 – Vendas R$ 1.000,00
(Paulo) Sócio 04 – Compras R$ 1.000,00
Total R$ 4.000,00
Fonte: Autor (2018)
Mestre Cervejeiro: Responsável pela elaboração de receitas e
experimentos da cervejaria até atingir a receita final. Após esta etapa, precisa
garantir a consistência das produções, ou seja, todas elas devem sair da fábrica
com o mesmo gosto, aroma, viscosidade etc.
Financeiro: Responsável pelo controle bancário e de contas, cuida do
fluxo de caixa, das cobranças, emissão de relatórios e de contas a pagar e
receber, lançamento de cheques e organização de documentos.
Vendas: Responsável por realizar demonstrações e comercialização de
produtos e serviços, indo até potenciais bares e lojas especializadas em cervejas
para mostrar o produto, ajuda na manutenção da carteira de clientes elaborando
ações de prospecção e fidelização, e acompanha os processos de pós-vendas.
Compras: Responsável pelo contato e fechamento de negócios, agilização
de entregas prospectar potenciais concorrentes de fornecedores atuais visando
melhorar os preços e buscar parceiros para eventos.
4.3.2.2. Terceiros
Será necessária a contratação de terceiros para a realização do projeto. Na
Tabela 4 identifica-se quais serão esses terceiros, bem como os seus devidos
custos.
29
Tabela 4 - Terceiros
Terceiros Valor
(Natalia) Escritório de Contabilidade R$ 597,00
(Santander) Banco R$ 75,00
(Log Carioca) Operador Logístico R$ 1.592,00
(Alexandre) Analista de Marketing Online R$ 1.000,00
(Germano) Designer R$ 250,00
(Labelbeer) Gráfica R$ 2.490,00
(Ruvolo) Empresa de Vidros R$ 1.000,00
(Soul Bamba) Empresa de Vestuário R$ 17,00
(Godaddy) Empresa de Domínio R$ 402,00
Total R$ 7.423,00
Fonte: Autor (2018)
Escritório de Contabilidade: Responsável por realizar demonstrações de
resultado, analisar e interpretar os fatos ocorridos no âmbito contábil para poder
aconselhar os sócios sobre questões fiscais, contábeis e trabalhistas.
Banco: Responsável por prover um local seguro para guardar o capital da
empresa, emitir boletos de pagamentos e é por meio dele que é possível efetuar
o pagamento a fornecedores, sócios e terceiros.
Operador Logístico: Responsável por fornecer todos os recursos para a
execução das atividades da empresa, bem como transporte e entregas dos
produtos e armazenamento de mercadorias.
Analista de Marketing Online: Responsável por conhecer os meios e
planejar ações que levem a mensagem da marca ao consumidor, além de
elaborar estratégias de comunicação e marketing aplicada aos meios digitais.
30
Designer: Responsável por usar sua criatividade para elaborar um
conteúdo digital interativo e atrativo envolvendo a marca, além de elaborar a
criação das artes gráficas dos rótulos das cervejas.
Gráfica: Responsável pela impressão dos rótulos e confecção de
bolachas.
Empresa de Vidros: Responsável pela fabricação de copos
personalizados da cervejaria que serão vendidos em eventos.
Empresa de Vestuário: Responsável pela fabricação de camisa
personalizadas da cervejaria que serão vendidas em eventos.
Empresa de Domínio: Responsável por registrar e hospedar o domínio
(@cervejariacaduco.com) na internet, disponibilizando também o registro de
contas de e-mail para o mesmo domínio.
4.3.3. Custos de Produção
Pode-se identificar na Tabela 5 todos os custos envolvidos na cadeia
produtiva da fabricação da Cervejaria Caduco, são eles:
Tabela 5 - Custos de Produção
Produção Valor
Insumos para Cerveja R$ 3.000,00
Aluguel com Equipamentos R$ 12.000,00
Garrafas + Envase R$ 1,99
Total R$ 15.001,99
Fonte: Autor (2018)
Insumos para Cerveja: Representam as matérias primas utilizadas nas
receitas, como por exemplo: água, malte, lúpulo e fermentos, além de
especiarias que a Cervejaria Caduco aciona em suas receitas, como o limão
31
galego, gengibre, beterraba e hibisco. Foi estimado um valor médio para uma
produção de 1.500 litros.
Aluguel com Equipamentos: Representam os custos envolvidos na
modalidade de cervejaria cigana. Ele representa o aluguel de todos os
equipamentos envolvidos na produção da cerveja, desconsiderando o
equipamento fermentador, adquirido pela Cervejaria Caduco.
Garrafas + Envase: Representam os custos por unidade dos materiais
usados para a produção das garradas. Estão contidos nesse custo as tampinhas,
as garrafas em si e a mão de obra para realizar a atividade de envase.
4.3.4. Demais Custos
Além dos custos já citados, a Cervejaria Caduco irá buscar ferramentas
web para lhe auxiliar no alcance de novos seguidores em mídias sociais. Tais
custos são representados pela Tabela 6.
Tabela 6 - Outros Custos
Outros Valor
Impulsão de posts (Facebook e Instagram) R$ 500,00
Google AdWords R$ 500,00
Total R$ 1.000,00
Fonte: Autor (2018)
Ambos representam custos mensais que serão gastos com propagandas
para disseminar a marca dentro das redes sociais e na maior plataforma de
busca do mundo.
4.4. Regime Tributário
O enquadramento tributário utilizado pela Cervejaria Caduco é o Simples
Nacional. A tabela 13 contém as alíquotas de impostos desta categoria,
segregadas pela receita bruta anual.
32
Figura 13 - Alíquotas do Simples Nacional
Fonte:http://www.contabeis.com.br/noticias/36332/simples-nacional-2018-confira-as-novas-
tabelas-e-limites/. Acessado em 29/08/2018
Para fins de cálculo, faz-se necessário identificar os custos tributários da
Cervejaria Caduco. Para isso, foram estimados na Tabela 7, os faturamentos
anuais da empresa com o intuito de verificar a alíquota para calcular o imposto
devido.
Tabela 7 - Faturamento Anual
Ano Faturamento
Ano 01 R$ -
Ano 02 R$ 164.853,33
Ano 03 R$ 370.954,99
Ano 04 R$ 671.434,67
Ano 05 R$ 732.076,00
Fonte: Autor (2018)
33
Dado o faturamento exposto na Tabela 7, o imposto a ser pago (percentual
da renda bruta anual) é apresentado na Tabela 8:
Tabela 8 - Alíquota de Imposto
Ano Alíquota
Ano 01 0%
Ano 02 4.0%
Ano 03 9,5%
Ano 04 9,5%
Ano 05 10,7%
Fonte: Autor (2018)
4.5. Desembolso Mensal
O Desembolso mensal representa a quantidade de custos mensais que
serão incididos no projeto até que o mesmo tenha o seu go live. O mesmo é
representado graficamente pela Figura 14. Neste projeto, consideraremos o go
live como a data de lançamento da primeira cerveja industrial produzida pela
Cervejaria Caduco que ocorrerá no mês 14.
Figura 14 - Desembolso Mensal
Fonte: Autor (2018)
R$ -
R$ -
R$ 1
9.5
86
,50
R$ 3
.98
7,3
0
R$ 3
.98
7,3
0
R$ 3
.98
7,3
0
R$ 3
.98
7,3
0
R$ 5
.98
7,3
0
R$ -
R$ -
R$ 5
00
,00
R$ 9
.56
6,7
6
R$ 3
0.0
80
,76
R$ -
R$ 5.000,00
R$ 10.000,00
R$ 15.000,00
R$ 20.000,00
R$ 25.000,00
R$ 30.000,00
R$ 35.000,00
R$ 40.000,00
R$ 45.000,00
Mês01
Mês02
Mês03
Mês04
Mês05
Mês06
Mês07
Mês08
Mês09
Mês10
Mês11
Mês12
Mês13
Desembolso Mensal do Projeto
34
4.6. Baseline do Projeto
Segundo Meller (2017), o baseline é um modelo, um guia do que foi
planejado já com tudo ou a maioria do que foi estabelecido e aprovado, ou seja,
é a amostra visual de que o projeto está pronto para ser iniciado ou continuado.
O baseline referente ao projeto da Cervejaria Caduco pode ser representado
pela Figura 15.
Figura 15 - Baseline do Projeto
Fonte: Autor (2018)
5. ANÁLISE DE VIABILIDADE
Utilizando os custos calculados no capítulo 4, premissas levantadas na
Tabela 1, bem como a estimativa de faturamento da Cervejaria Caduco, será
calculada a análise de viabilidade do projeto, identificando a Taxa Interna de
Retorno (TIR), o Valor Presente Líquido (VPL) e seu Índice de Rendimento (IR).
Para que um projeto seja viável, ele precisa:
• TIR ser superior a Taxa Mínima de Atratividade (TMA), que para este
projeto foi considerada em 20%
• VPL maior do que zero
R$
-
R$ -
R$ 1
9.5
86
,50
R$ 2
3.5
73
,80
R$ 2
7.5
61
,10
R$ 3
1.5
48
,40
R$ 3
5.5
35
,70
R$ 4
1.5
23
,00
R$ 4
1.5
23
,00
R$ 4
1.5
23
,00
R$ 4
2.0
23
,00
R$ 5
1.5
89
,76
R$
81
.67
0,5
2
R$ -
R$ 10.000,00
R$ 20.000,00
R$ 30.000,00
R$ 40.000,00
R$ 50.000,00
R$ 60.000,00
R$ 70.000,00
R$ 80.000,00
R$ 90.000,00
Mês01
Mês02
Mês03
Mês04
Mês05
Mês06
Mês07
Mês08
Mês09
Mês10
Mês11
Mês12
Mês13
Baseline do Projeto
35
• IR maior que 1.
5.1. Estimativas de Faturamento
Para planejar os as estimativas de faturamento mensais, foi estabelecido
um valor de ticket médio para os produtos que a Cervejaria Caduco produz,
conforme Tabela 9.
Tabela 9 - Valores Estimados dos Produtos
Produto Qtd. Valor/L Preço Unitário Valor Estimado
Barril 15L 2 R$ 16,33 R$ 245,00 R$ 490,00
Barril 30L 26 R$ 16,33 R$ 490,00 R$ 12.740,00
Garrafa 500ml 1360 R$ 25,13 R$ 12,57 R$ 17.090,67
Taça Caduco (Un.) 60 - R$ 20,00 R$ 1.200,00
Caldereta Caduco (Un.) 60 - R$ 15,00 R$ 900,00
Chaveiro Caduco (Un.) 100 - R$ 5,00 R$ 500,00
Camisa Caduco (Un.) 30 - R$ 35,00 R$ 1.050,00
Cotas Sócio 4 - R$ 200,00 R$ 800,00
Fonte: Autor (2018)
O cálculo do faturamento mensal foi realizado com base nas receitas
oriundas das vendas dos produtos contidos na Tabela 9. Na Tabela 10 é
sinalizada a quantidade venda esperada de cada item por mês.
Tabela 10 - Volume de Vendas Mensais
Mês Barril 15L Barril 30L Garrafa Taça Caldereta Chaveiro Camisa Cotas
01
02
03
04
05
06
36
Mês Barril 15L Barril 30L Garrafa Taça Caldereta Chaveiro Camisa Cotas
07
08
09
10
11
12
13 1
14 0,33 0,33 0,33 1
15 0,33 0,33 0,33 0,1 0,1 0,1 0,1 1
16 0,33 0,33 0,33 0,1 0,1 0,1 0,1 1
17 0,5 0,5 0,5 0,1 0,1 0,1 0,1 1
18 0,5 0,5 0,5 0,1 0,1 0,1 0,1 1
19 0,5 0,5 0,5 0,1 0,1 0,1 0,1 1
20 0,5 0,5 0,5 0,1 0,1 0,1 0,1 1
21 0,5 0,5 0,5 0,1 0,1 0,1 0,1 1
22 0,5 0,5 0,5 0,1 0,1 0,1 0,1 1
23 0,5 0,5 0,5 0,1 0,1 0,1 0,1 1
24 0,5 0,5 0,5 0,1 0,1 0,1 0,1 1
25 0,5 0,5 0,5 0,1 0,1 0,1 0,1 22,36
26 1 1 1 0,1 0,1 0,1 0,1
27 1 1 1 0,1 0,1 0,1 0,1
28 1 1 1 0,1 0,1 0,1 0,1
29 1 1 1 0,1 0,1 0,1 0,1
30 1 1 1 0,1 0,1 0,1 0,1
31 1 1 1 0,1 0,1 0,1 0,1
37
Mês Barril 15L Barril 30L Garrafa Taça Caldereta Chaveiro Camisa Cotas
32 1 1 1 0,1 0,1 0,1 0,1
33 1 1 1 0,1 0,1 0,1 0,1
34 1 1 1 0,1 0,1 0,1 0,1
35 1 1 1 0,1 0,1 0,1 0,1
36 1 1 1 0,1 0,1 0,1 0,1
37 1 1 1 0,1 0,1 0,1 0,1
38 1 1 1 0,1 0,1 0,1 0,1
39 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
40 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
41 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
42 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
43 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
44 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
45 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
46 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
47 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
48 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
49 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
50 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
51 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
52 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
53 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
54 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
55 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
56 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
38
Mês Barril 15L Barril 30L Garrafa Taça Caldereta Chaveiro Camisa Cotas
57 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
58 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
59 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
60 2 2 2 0,1 0,1 0,1 0,1
Fonte: Autor (2018)
5.2. Análise do Faturamento Incluindo Custos
A partir dos valores planejados na Tabela 9 e quantitativo de vendas
mensalisados, é possível identificar o faturamento mensal do projeto, conforme
tabela 11.
Tabela 11 – Análise do Faturamento com Custos
Mês Faturamento Custos Diferença
01 R$ - R$ - R$ -
02 R$ - R$ - R$ -
03 R$ - R$ 19.586,50 -R$ 19.586,50
04 R$ - R$ 3.987,30 -R$ 3.987,30
05 R$ - R$ 3.987,30 -R$ 3.987,30
06 R$ - R$ 3.987,30 -R$ 3.987,30
07 R$ - R$ 3.987,30 -R$ 3.987,30
08 R$ - R$ 5.987,30 -R$ 5.987,30
09 R$ - R$ - R$ -
10 R$ - R$ - R$ -
11 R$ - R$ 500,00 -R$ 500,00
12 R$ - R$ 9.566,76 -R$ 9.566,76
13 R$ 800,00 R$ 30.076,76 -R$ 29.276,76
14 R$ 10.906,89 R$ 3.770,28 R$ 7.136,61
39
Mês Faturamento Custos Diferença
15 R$ 11.271,89 R$ 10.664,64 R$ 607,25
16 R$ 11.271,89 R$ 13.727,64 -R$ 2.455,75
17 R$ 16.325,33 R$ 12.027,01 R$ 4.298,32
18 R$ 16.325,33 R$ 13.430,21 R$ 2.895,12
19 R$ 16.325,33 R$ 10.277,01 R$ 6.048,32
20 R$ 16.325,33 R$ 13.430,21 R$ 2.895,12
21 R$ 16.325,33 R$ 12.527,01 R$ 3.798,32
22 R$ 16.325,33 R$ 13.430,21 R$ 2.895,12
23 R$ 16.325,33 R$ 10.277,01 R$ 6.048,32
24 R$ 16.325,33 R$ 13.910,21 R$ 2.415,12
25 R$ 33.412,65 R$ 41.186,52 -R$ 7.773,87
26 R$ 30.685,67 R$ 24.886,54 R$ 5.799,13
27 R$ 30.685,67 R$ 20.830,14 R$ 9.855,53
28 R$ 30.685,67 R$ 24.886,54 R$ 5.799,13
29 R$ 30.685,67 R$ 20.830,14 R$ 9.855,53
30 R$ 30.685,67 R$ 25.386,54 R$ 5.299,13
31 R$ 30.685,67 R$ 24.830,14 R$ 5.855,53
32 R$ 30.685,67 R$ 28.886,54 R$ 1.799,13
33 R$ 30.685,67 R$ 24.830,14 R$ 5.855,53
34 R$ 30.685,67 R$ 28.886,54 R$ 1.799,13
35 R$ 30.685,67 R$ 24.830,14 R$ 5.855,53
36 R$ 30.685,67 R$ 29.366,54 R$ 1.319,13
37 R$ 30.685,67 R$ 27.932,14 R$ 2.753,53
38 R$ 30.685,67 R$ 45.928,54 -R$ 15.242,87
39 R$ 61.006,33 R$ 48.809,00 R$ 12.197,33
40
Mês Faturamento Custos Diferença
40 R$ 61.006,33 R$ 48.809,00 R$ 12.197,33
41 R$ 61.006,33 R$ 48.809,00 R$ 12.197,33
42 R$ 61.006,33 R$ 49.309,00 R$ 11.697,33
43 R$ 61.006,33 R$ 48.809,00 R$ 12.197,33
44 R$ 61.006,33 R$ 48.809,00 R$ 12.197,33
45 R$ 61.006,33 R$ 48.809,00 R$ 12.197,33
46 R$ 61.006,33 R$ 48.809,00 R$ 12.197,33
47 R$ 61.006,33 R$ 48.809,00 R$ 12.197,33
48 R$ 61.006,33 R$ 49.289,00 R$ 11.717,33
49 R$ 61.006,33 R$ 50.331,08 R$ 10.675,26
50 R$ 61.006,33 R$ 48.821,08 R$ 12.185,26
51 R$ 61.006,33 R$ 48.821,08 R$ 12.185,26
52 R$ 61.006,33 R$ 48.821,08 R$ 12.185,26
53 R$ 61.006,33 R$ 48.821,08 R$ 12.185,26
54 R$ 61.006,33 R$ 48.821,08 R$ 12.185,26
55 R$ 61.006,33 R$ 49.321,08 R$ 11.685,26
56 R$ 61.006,33 R$ 48.821,08 R$ 12.185,26
57 R$ 61.006,33 R$ 48.821,08 R$ 12.185,26
58 R$ 61.006,33 R$ 48.821,08 R$ 12.185,26
59 R$ 61.006,33 R$ 48.821,08 R$ 12.185,26
60 R$ 61.006,33 R$ 49.703,08 R$ 11.303,26
Fonte: Autor (2018)
O custo necessário para o lançamento da Cervejaria Caduco é de
R$51.589,76 e o capital de giro é de R$29.276,76. Ou seja, o investimento inicial
totaliza R$80.866,52. Será aplicada uma Reserva de Contingência de 10% (R$
8.086,65), totalizando R$88.953,17. Dessa forma, podemos representar o
desenho do fluxo de caixa pela figura 16.
41
Figura 16 - Fluxo de Caixa
Fonte: Autor (2018)
42
Tabela 12 - Analise de Payback
Mês Fluxo de Caixa Payback
01 R$ - R$ -
02 R$ - R$ -
03 -R$ 88.953,17 -R$ 88.953,17
04 R$ - -R$ 88.953,17
05 R$ - -R$ 88.953,17
06 R$ - -R$ 88.953,17
07 R$ - -R$ 88.953,17
08 R$ - -R$ 88.953,17
09 R$ - -R$ 88.953,17
10 R$ - -R$ 88.953,17
11 R$ - -R$ 88.953,17
12 R$ - -R$ 88.953,17
13 R$ - -R$ 88.953,17
14 R$ 7.136,61 -R$ 81.816,56
15 R$ 607,25 -R$ 81.209,31
16 -R$ 2.455,75 -R$ 83.665,05
17 R$ 4.298,32 -R$ 79.366,73
18 R$ 2.895,12 -R$ 76.471,61
19 R$ 6.048,32 -R$ 70.423,29
20 R$ 2.895,12 -R$ 67.528,17
21 R$ 3.798,32 -R$ 63.729,85
22 R$ 2.895,12 -R$ 60.834,73
23 R$ 6.048,32 -R$ 54.786,41
24 R$ 2.415,12 -R$ 52.371,29
25 -R$ 7.773,87 -R$ 60.145,16
43
Mês Fluxo de Caixa Payback
26 R$ 5.799,13 -R$ 54.346,03
27 R$ 9.855,53 -R$ 44.490,50
28 R$ 5.799,13 -R$ 38.691,38
29 R$ 9.855,53 -R$ 28.835,85
30 R$ 5.299,13 -R$ 23.536,72
31 R$ 5.855,53 -R$ 17.681,19
32 R$ 1.799,13 -R$ 15.882,06
33 R$ 5.855,53 -R$ 10.026,53
34 R$ 1.799,13 -R$ 8.227,41
35 R$ 5.855,53 -R$ 2.371,88
36 R$ 1.319,13 -R$ 1.052,75
37 R$ 2.753,53 R$ 1.700,78
38 -R$ 15.242,87 -R$ 13.542,09
39 R$ 12.197,33 -R$ 1.344,76
40 R$ 12.197,33 R$ 10.852,57
41 R$ 12.197,33 R$ 23.049,90
42 R$ 11.697,33 R$ 34.747,23
43 R$ 12.197,33 R$ 46.944,57
44 R$ 12.197,33 R$ 59.141,90
45 R$ 12.197,33 R$ 71.339,23
46 R$ 12.197,33 R$ 83.536,56
47 R$ 12.197,33 R$ 95.733,89
48 R$ 11.717,33 R$ 107.451,22
49 R$ 10.675,26 R$ 118.126,48
50 R$ 12.185,26 R$ 130.311,74
44
Mês Fluxo de Caixa Payback
51 R$ 12.185,26 R$ 142.496,99
52 R$ 12.185,26 R$ 154.682,25
53 R$ 12.185,26 R$ 166.867,50
54 R$ 12.185,26 R$ 179.052,76
55 R$ 11.685,26 R$ 190.738,01
56 R$ 12.185,26 R$ 202.923,27
57 R$ 12.185,26 R$ 215.108,53
58 R$ 12.185,26 R$ 227.293,78
59 R$ 12.185,26 R$ 239.479,04
60 R$ 11.303,26 R$ 250.782,29
Fonte: Autor (2018)
5.3. Resultado da Análise de Viabilidade
Com base no Fluxo de Caixa apresentado anteriormente, foram calculados
os seguintes indicadores:
TIR: 3,59%a.m. ou 52,76%a.a.
VPL: R$ 97.081,66
IR: 2,09
Payback: Mês 40
Resultado: Projeto Viável, já que:
TIR encontrada (52,76%) > TMA (20,00%)
VPL encontrado (R$ 97.081,66) > 0
IR encontrado (2,09) > 1
45
6. CONCLUSÃO
O principal objetivo do trabalho foi mostrar a importância de se analisar no
detalhe os custos e planejamento financeiro antes de um negócio. Segundo
Bortoli (2018), Gestores que utilizam relatórios financeiros gerados a partir de
informações patrimoniais e da situação do fluxo de caixa podem avaliar a real
condição financeira da empresa e saber, com exatidão, o momento de realizar
ou não investimentos para suprimir deficiências de caixa, capital de giro e outros
problemas que venham a comprometer as atividades operacionais.
Para realizar de maneira adequada o gerenciamento de custos e análise
de viabilidade, foram apresentados os conceitos de ambas as áreas de
conhecimento. No capítulo 2, foi abordado que para se analisar custos, faz-se
necessário entender a sua natureza e o comportamento para que eles possam
ser divididos. Além, foi feita a diferenciação entre os tipos de custos, onde os
menos suscetíveis a apresentar variações de acordo com o volume de produção
ou de vendas são chamados de fixos e os que aumentam ou diminuem de forma
proporcional ao nível de atividade são variáveis.
Já para a análise de viabilidade, foram detalhados todos conceitos
necessários para que se possa fazer uma análise coerente e consiga dos
resultados que foram obtidos. Dentre eles, podemos destacar o Valor Presente
Líquido (VPL) e o Payback, que são parâmetros muito utilizados por investidores
para tomadas de decisão.
No terceiro capítulo conhecemos a história da Cervejaria Caduco: como ela
surgiu, seus motivadores, o que ela já realizou, seus produtos, necessidades,
desafios e próximos passos.
Quando entramos no quarto capítulo, estudamos a fundo o negócio para
conseguir identificar quais seriam os custos do projeto, sendo eles o valor inicial
de investimento para aquisição de maquinários, como custos com mão de obra
própria e terceirizada.
A partir da obtenção de todos os dados necessários e mediante os
conhecimentos abordados e adquiridos nos primeiros capítulo, foi realizada a
análise de viabilidade do projeto, que busca responder a grande pergunta: “Vale
46
a pena investir nesse projeto?”. Nesse passo demonstrou-se como ponta pé
inicial, identificar as possíveis fontes de renda da cervejaria e como elas se
comportariam durante o tempo do projeto. Dessa forma foi possível fazer
comparações mensais entre faturamento e custos para construirmos o fluxo de
caixa planejado da empresa.
Por último, mas não menos importante, calculamos todos os parâmetros da
análise de viabilidade com o intuito de identificar se o atual projeto atende aos
requisitos iniciais e também em que momento os sócios investidores
conseguiriam reaver o seu capital investido, ou seja, em que momento ocorre o
payback do seu investimento. Para o caso da Cervejaria Caduco, o resultado foi
que para todos os parâmetros o projeto demonstrou-se viável (VPL, TIR e IR) e
seus sócios obteriam no 40º mês, o retorno sobre o capital investido. Pode-se
perceber que é um valor relativamente alto, mas é explicado pelo alto custo
mensal a ser desembolsado pela cervejaria para manter a sua produção ativa.
Como pode-se perceber, algumas premissas que foram adotadas para fins
de análise demostram ser conservadoras e ainda assim foi possível obter um
bom resultado, o que revela que os sócios da Cervejaria Caduco possuem uma
boa oportunidade para realizar seu investimento não só pelo viés financeiro, mas
também, por participarem de algo que lhes provê um imenso prazer.
Em suma, o resultado encontrado pela análise de viabilidade foi positivo,
mostrando que o investimento da Cervejaria Caduco na modalidade cigana junto
com a parceria da Pontal Fabricação é um projeto viável.
47
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